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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Planejamento Estratégico em Organizações Não Governamentais. Estudo de caso sobre as diferenças e similaridades com o mundo corporativo. Por: Denise Pereira Martins Orientador Mario Luiz Trindade Rocha. Belo Horizonte. 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Planejamento Estratégico em Organizações Não Governamentais. Estudo de caso sobre as diferenças e

similaridades com o mundo corporativo.

Por: Denise Pereira Martins

Orientador

Mario Luiz Trindade Rocha.

Belo Horizonte.

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Planejamento Estratégico em Organizações Não Governamentais. Estudo de caso sobre as diferenças e

similaridades com mundo corporativo.

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Estratégica e Qualidade

Por: Denise Pereira Martins.

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AGRADECIMENTOS

“Agradeço primeiramente ao Único

digno de receber gloria e louvor Jesus

Cristo, aos meus pais, por ensinar a

caminhar com perseverança”. Aos

meus filhos Karinne e Marcos pelo

apoio e compreensão de minha

ausência e a minha prima Micheli,

pela disponibilidade e revisão deste

estudo.

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DEDICATÓRIA

Dedico este estudo ao meu esposo

Wellington, cúmplice perfeito no meu

crescimento profissional, ombro amigo

e confidente nos momentos mais

difíceis desta caminhada.

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Resumo

O presente estudo buscou identificar as diversas implicações existentes no ato

de gerenciar, destacando conhecimentos técnicos e acadêmicos, habilidades e

competências utilizadas na gestão. Levantou se a hipótese de existir

similaridades entre gestão corporativa e competitiva, hoje amplamente

disseminada nas grandes empresas, em relação à gestão no terceiro setor, que

lida diretamente com a idéia de lucro social onde teoricamente os aspectos

sociais deveriam ser predominantes. Contatou se que a gestão estratégica

precisa ser consistente, com características organizacionais determinantes da

estrutura administrativa para se tornar capaz de maximizar os recursos

aplicados em entidades de qualquer natureza. Foi realizada uma pesquisa de

campo, por meio de um roteiro para a condução de entrevistas.

Adicionalmente, verificou-se a presença de aspectos comportamentais que

definem o desempenho e o sucesso de um gestor.

Palavras-chaves: Estruturas organizacionais; Gestão estratégica;

Organizações Não-Governamentais.

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ABSTRACT

STRATEGIC PLANNING IN NON-GOVERNMENTAL ORGANIZATIONS

This study aimed to identify the several existent implications in the act of

managing, highlighting technical and academic abilities and skills used in

management. Raised the hypothesis of existing similarities among corporate

management and competitive, today thoroughly disseminated with the idea of

social profit where theoretically the social aspects should be predominant.

Verified that the strategic management must be consistent, with characteristics

decisive organizational of the strategic management to become capable to

maximize the applied resources in entities of any nature. A field research was

accomplished, through a route for conduction of interviews. Additionally, the

presence of behavioral aspects was verified that define the acting and a

manager's success.

Key-words: Organizational Structures, Strategic Management, Non-

Governmental Organizations

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RESUMEN

Este estudio tuvo como objetivo identificar las varias implicaciones existentes

en el acto de administrar, haciendo hincapié en los conocimientos técnicos y

académicos y en las habilidades y competencias utilizadas en la gestión.

Planteó la hipótesis de existir similitudes entre la gestión corporativa y la

competitividad, hoy con una gran reputación en las grandes empresas, en

relación a la gestión del tercero sector, que lidia directamente con la idea del

beneficio social, donde teóricamente los aspectos sociales deberían ser

predominantes. Si constató que la gestión estratégica debe ser coherente, con

características organizacionales decisivas de la estructura administrativa para

que sea capaz de maximizar los recursos aplicados en las entidades de

cualquier naturaleza. Una investigación de campo se llevó a cabo, a través de

una ruta para la conducción de entrevistas. Además, si verificó la presencia de

aspectos de comportamientos que definen la calidad y el éxito de un gerente.

Palabras Claves: Estructuras organizativas, Gestión Estratégica,

Organizaciones No Gubernamentales

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Sumário

Introdução .......................................................................................................... 3 Capitulo I – ......................................................................................................... 6 Perspectivas Gerenciais. ................................................................................... 6 1.1 - Gerenciar. .................................................................................................. 6 1.2 – Organizações não governamentais. .......................................................... 7 1.3 - Funções Gerenciais. .................................................................................. 7

1.3.1 - Função direção .................................................................................8 1.3.2 - Processo decisório ...........................................................................8 1.3.3 - Motivação .........................................................................................8 1.3.4 - Função controle ................................................................................8

1.4 - Perspectivas Gerenciais Cognitivas. .......................................................... 9 1.5 - Vantagens no Gerenciamento. ................................................................ 10 1.6 - Desvantagens no Gerenciamento ............................................................ 11 1.7 - Perspectiva Gerencial Social. .................................................................. 12 Capitulo II – ...................................................................................................... 13 Habilidades Gerências. ........................................ Erro! Indicador não definido. 2.1- O gerente na gestão do conhecimento organizacional. ............................ 14 2.2 - Habilidades e Atitudes do Gestor ............................................................. 14 2.3 - Gerenciar ou Liderar? .............................................................................. 18 2.4 - Inteligência Emocional. ............................................................................ 19 2.5 - Habilidade de influenciar. ......................................................................... 20 Capitulo III ........................................................................................................ 21 Gestão Estratégica. .......................................................................................... 22 3.1 - Definição de estratégia. ........................................................................... 22 3.2 - Os 5 Ps da estratégia. ............................................................................. 23 3.3 - Cenários ................................................................................................... 24 3.4 - Planejar .................................................................................................... 25 3.5 - Como planejar. ......................................................................................... 25 3.6 - Escolas do Planejamento Estratégico. ..................................................... 26 3.7 - Gestão estratégica no terceiro setor. ....................................................... 27 3.8 - O papel do estrategista. ........................................................................... 29 3.9 - Tomada de decisão. ................................................................................ 30

3.9.1 - Elementos da Decisão .................................................................... 31 Conclusão. ....................................................................................................... 32 Anexo 1. ........................................................................................................... 36 Anexo 2 ............................................................................................................ 37 Anexo 3 ............................................................................................................ 38 Anexo 4 ............................................................................................................ 41 Bibliografia: ...................................................................................................... 42

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Introdução

O tema que se pretende discorrer neste trabalho é o Planejamento estratégico

no Terceiro Setor, que nos últimos anos, tem apresentado tanto no Brasil

quanto internacionalmente crescente atuação de organizações voltadas a

ações sociais, as chamadas organizações não governamentais (ONG). Este

segmento não está à deriva das questões mundiais de globalização e

competitividade onde somente os mais bem preparados irão sobreviver.

Neste trabalho procura-se abordar que tipo de conhecimento é necessário para

se fazer uma gestão, onde ONG seja capaz de atender as demandas do

mundo coorporativo e paralelamente vislumbrar as questões sociais envolvidas

nesta atividade, trabalhando com a idéia de “Lucro Social”.

Como questão central este trabalho buscará responder sobre quais são os

fatores que devem ser levados em consideração na formulação do

planejamento estratégico de uma ONG? Em que se diferenciam das empresas

do setor privado?

A relevância deste estudo está sedimentada na importância da administração

estratégica atualmente amplamente utilizada no meio empresarial visando

projetar a mesma num momento futuro, favorecendo a melhoria de resultados

almejados pelos gestores, pois não podemos mais conceber a idéia de gerir

qualquer tipo de negócio sem conhecimento específico na área de gestão

estratégica. As decisões da alta direção deverão estar sedimentadas em dados

organizados facilitando a analise de forma mais rápida e com menor margem

de erro possível, pois o que está em pauta é a sobrevivência dentro de um

cenário de competição acirrada que existe em qualquer segmento de qualquer

empresa ou instituição.

Por observamos que essa ferramenta de gestão também tem sido utilizada por

instituições e associações do Terceiro Setor, Consideramos que por atuar no

âmbito social essas instituições enfrentam desafios de gestão e principalmente

almejam resultados não são almejados pelo mundo empresarial. Considerar as

etapas da administração estratégica poderá favorecer a ação dos grupos de

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4dirigentes bem como dos demais gestores que atuam nesse setor da

economia.

São, portanto objetivos destacados neste trabalho:

Pesquisar sobre o planejamento estratégico de ONG´s buscando evidenciar

quais são os fatores relevantes na construção desse tipo de instituição, em

contraposição ao mundo corporativo.

Perceber os valores envolvidos na construção do planejamento estratégico das

ONG`S que não estão presentes no mundo corporativo.

Nossa hipótese é de que para além da gestão econômica e financeira do

mundo corporativo, as instituições que atuam no terceiro setor deverão

preocupar-se somente com resultados que não se mensuram contabilmente ou

financeiramente. Preocupar se também com os resultados que explicitem a

melhoria do ser humano e das condições sociais do público atendido, sem os

quais não fará nenhum sentido a sua existência.

O trabalho foi dividido em três capítulos sendo que o primeiro deles tem um

papel conceitual, ou seja, define o que é gerência como e porque gerenciar

bem como vantagens e desvantagens do processo.

O segundo capitulo traz na sua essência um apanhado sobre as habilidades

que os gerentes devem apresentar para ter bom desempenho na função e por

ultimo, o capítulo três discorre sobre a gestão estratégica e a importância desta

ferramenta, para o crescimento e competitividade de uma empresa ou entidade

do terceiro setor.

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Metodologia.

O presente trabalho, através de pesquisas bibliográficas de autores como

Poter, Mintzberg, Goleman e Drucker, pretende discorrer sobre o papel da

gerência, suas habilidades, perspectivas sociais e cognitivas em âmbito geral

bem como de maneira direcionada ao terceiro setor. Busca responder se

gerenciar uma entidade sem fins lucrativos exige do gerente as mesmas

habilidades e conhecimentos necessários na gestão do setor privado.

A pesquisa realizada é de natureza qualitativa e descritiva, cuja abordagem

adotada é o estudo de caso. Apresentaremos um estudo de uma entidade que

atua em todo o Brasil e possui uma de suas filiais em Belo Horizonte, ESPRO –

Associação de Ensino Social Profissionalizante, onde colaboradores,

aprendizes responderão a questionário, para coleta de dados e confrontação

da pesquisa (anexo 1). Complementando com a realização de pesquisa teórica

bibliográfica em livros e sobre o tema ONG`s para construção do referencial

teórico.

Através da análise dos dados coletados e do referencial teórico pesquisado de

grandes autores pretende se chegar à conclusão deste estudo.

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Capitulo I –

Perspectivas Gerenciais.

Neste capítulo teremos a apresentação de alguns conceitos diretamente

ligados ao tema central do trabalho gerenciar ONG e ou empresas privadas

requer os mesmos conhecimentos e habilidade?

1.1 - Gerenciar.

Gerenciar é uma espécie de disciplina independente de valores ou convicções

individuais.

Um gerente da atualidade deve tornar o conhecimento mais produtivo, e,

através desse conhecimento é que podem ser aplicadas, idéias e teorias para

se obter um trabalho eficiente buscando sempre o alcance dos resultados. Os

valores e crenças são pré-requisitos essenciais que um gerente deve passar

para os membros da organização. Conforme Bethen (2005) é através desse

pré-requisito que grupos de pessoas são motivados podendo realizar um bom

trabalho.

Mintzberg (2001) cita que o trabalho de um gerente é muito sobrecarregado e

difícil, o que causa um impedimento de melhoria cientifica do trabalho

gerencial. Um gerente muitas vezes não consegue delegar as tarefas por está

sendo forçado a exercê-las. Ainda em Mintzberg (2001) uma das tarefas mais

importantes, é de prever a crise, pois esperar a crise chegar é o mesmo que

desistir. Não se pode evitar uma catástrofe, mas, pode-se construir uma

organização preparada para batalha.

Assim, a análise social da decisão administrativa se concentra menos no

decidir e mais na compreensão do processo de como as pessoas decidem,

onde distinguem se dois focos de atenção, o foco no que decidir e o foco no

processo de como as pessoas decidem, sendo que ambos serão detalhados no

decorrer deste trabalho.

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1.2 – Organizações não governamentais.

Segundo Tenório:

“As organizações não governamentais (ONG’s) não fazem parte do estado,

nem a ele estão vinculadas, mas se revestem de caráter público na medida

em que se dedicam a causas e problemas sociais e em que, apesar de

serem sociedades civis privadas, não têm como objetivo o lucro e sim o

atendimento das necessidades da sociedade”. (2004, p. 7)

Toda ONG deve ter um estatuto que trace as diretrizes de seus objetivos e

organize sua estrutura. O mesmo deve ser registrado em cartório de Registro

de Imóveis, títulos e documentos cíveis de pessoa jurídica da comarca de

origem da ONG.

Sendo assim, fica a pessoa jurídica à disposição de qualquer cidadão para ser

consultado. A pessoa jurídica por sua vez é distinta das demais pessoas,

podendo se acionada ou acionar judicialmente, para fazer valer os direitos

previstos em constituição ou legislação infraconstitucional. A ONG tem o papel

de contribuir com Estado na execução de atividades às vezes restritas a ele,

seja em âmbito municipal, estadual e ou federal.

Segundo Tenório (2004), as ONG`s servem para auxiliar o Estado na

consecução de seus objetivos e, não raras vezes, servem para fazer o papel do

Estado, que não tem tempo hábil para resolver todos os problemas.

É importante destacar que mesmo dentro de peculiaridades que distinguem as

entidades do terceiro setor do setor privado a gestão estratégica pode se

aplicar de igual forma a ser descrita a seguir.

1.3 - Funções Gerenciais.

Segundo Tenório (2004), existe funções gerenciais que merecem atenção

especial, dentre as quais destacamos o planejamento, a organização, a direção

e o controle. Estas funções devem ser vistas como cíclicas e acontecem

continuamente dentro das rotinas de gestão. A primeira delas o planejamento

tem como objetivo preparar a organização para os desafios futuros. Junto à

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8organização, o planejamento traça objetivo e define recursos e meios para

atingir as metas pré-determinadas.

1.3.1 - Função direção

Dentre muitas outras a função de direção tem como objetivo estimular as

pessoas para assegurar-se de que o trabalho será devidamente realizado.

Através da função direção é que o gerente pode determinar como atingir os

objetivos organizacionais. A direção é o momento de “soltar a âncora” e dar

andamento ao que foi planejado e organizado. É a comunicação com os

superiores com finalidade de motivação e desempenho pessoal. As atividades

que integram na função direção são: coordenação, liderança, processo

decisório e motivação.

1.3.2 - Processo decisório

A decisão é um processo de escolha, que se resume em transformar idéias dos

indivíduos em ações, transformar problemas em soluções e aproveitamento de

oportunidades. Por considerarmos o processo decisório de grande impacto

para a estrutura gerencial no próximo capitulo daremos maior destaque ao

tema

1.3.3 - Motivação

É buscar entender o que motiva as pessoas fazendo com que a relação seja

mais satisfatória entre indivíduos e suas tarefas. Tenório (2004) explica que

existe dificuldade em implantar incentivos, pois cada indivíduo tem

necessidades mais prementes que os demais, o que causa um novo desafio a

ser enfrentado.

1.3.4 - Função controle

É função onde o gerente deve analisar os resultados que estão sendo obtido,

fazer comparações dos resultados reais com os esperados. Um exemplo de

controle conforme citado por Tenório (2004) refere-se ao processo gerencial de

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9ao fim do dia, analisar e avaliar as ações realizadas para saber se tudo foi feito

conforme planejado.

1.4 - Perspectivas Gerenciais Cognitivas.

Para Goleman (1995), sob a perspectiva cognitiva, procura-se mostrar a

decisão estratégica, onde o processo se compõe de algumas escolhas

fundamentais, intercaladas por longos períodos de decisões corriqueiras.

O julgamento é a avaliação de opções, segundo a possibilidade, as crenças e

os valores, de acordo com os objetivos organizacionais e pessoais.

Por disporem de várias opções, as pessoas tendem a julgá-las de forma

comparativas, envolvendo não só a análise entre opções como também

julgamentos baseados em imagens do futuro e semelhanças com situações

anteriores. Além de não prever a possibilidade de qualquer interferência da

ilógica ou das emoções nas decisões humanas, os modelos racionais abstraem

o decisor do seu contexto.

Ao ver a opção como uma simples escolha individual, maximiza-se o

utilitarismo individual, apenas reconhecendo como restrição à liberdade

individual de escolha as preferências alheias.

A mudança rápida, a complexidade, a ambiguidade e a incerteza

contemporâneas, ampliaram a percepção de riscos nas decisões gerenciais de

algo meramente acidental para incluir também erros dos gerentes e de decisão

alheia.

No mundo competitivo motivado pelo desejo de conquista de mercado, de

recurso financeiro ou apoio político, prolifera a intenção de causar danos a

outros. Portanto, não é por coincidência que as primeiras teorias aparecem

com o nome de Teoria dos Jogos. De início o importante era conhecer as

chances dos adversários de obter ganhos ou benefícios - um julgamento

subjetivo. Posteriormente, procurava-se a utilidade – uma medida mais

objetiva. Presumia-se uma pessoa racional por maximizar sua utilidade

esperada.

Para Lobato (2008), uma questão importante no estudo da gestão recai sobre

quem a elabora. Não obrigatoriamente, essa elaboração é realizada somente

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10por um indivíduo ou um grupo específico da organização. Como exemplo,

podemos citar as estratégias definidas como um padrão ou uma perspectiva.

Porém, é comum visualizarmos alguém ou um grupo responsável: o

estrategista ou estrategistas. Estes, geralmente, são os gerentes mais

graduados, os quais têm a responsabilidade, como os generais combatentes,

de definir as metas, prover os recursos e canalizar a energia das pessoas da

organização para criar vantagens competitivas de amanhã mais rapidamente

do que os concorrentes possam imitar as que você possui hoje.

Fischimann (1991) descreve que de uma forma equivocada, os estrategistas

são imaginados imersos em longos períodos de reflexão e planejamento,

afastados da turbulência dos acontecimentos do cotidiano, preparando os

planos para avançar para o futuro. Isso é falácia e faz parte do imaginário

organizacional. Em verdade, são mitos a cerca da função do gerente e de

como ele desempenha o seu papel.

1.5 - Vantagens no Gerenciamento.

Na compreensão das questões ambientais e sociais, as ONG's ajudam na

conscientização da sociedade, e ao ambiente externo. O mercado estabelece

parâmetros, limites, propostas e desafios que tem de ser interpretados de

acordo com a escala de valores e crenças da organização para benefício da

própria e da comunidade que depende da sua atuação.

Para efeito de gerenciamento, como em qualquer outro segmento são pré-

requisitos, proatividade das pessoas, conhecimento de gestão e escala de

valor humano e visão de lucro social. Essas qualidades são básicas para a

produtividade, evolução e continuidade da instituição. De acordo com Takeshy

“O modelo de gestão proposto para diagnosticar e gerenciar uma

organização não governamental parte de fora para dentro e do geral para o

particular. É fundamentada em estratégias genéricas comuns a todas as

organizações num conjunto que torna cada empresa singular agregando e

formando processo decisório da organização”. (2002, p.149)

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11Outra vantagem é reduzir os custos operacionais da ONG e firmar parcerias

com outras organizações não governamentais para fins de execução de

serviços e atividades demandadas por seus projetos sociais.

Takeshy (2002), afirma que com estratégias financeiras o modelo de gestão se

enfatiza em estratégia de captação nos recursos financeiros necessários a

exceção de projetos sociais da ONG. Essa captação pode se dar em fontes

governamentais, não governamentais, organismos financiadores internacionais,

empresas e pessoas físicas, na forma de doação e parcerias e alianças para

projetos específicos.

Hudson (1999) descreve como grande vantagem o estabelecimento de

parcerias entre as ONG's é a possibilidade de compartilhar os conhecimentos

de ambas: as empresas podem desenvolver um novo negócio, baseado na

disponibilidade de pessoal, tecnologia e cultura de resultados. Por outro lado,

as ONG's possuem um amplo conhecimento dos caminhos burocráticos e de

obtenção de recursos, além de credibilidade para propor ações sociais.

As parcerias e gestão de pessoas propõem que as ONG's tenham o mínimo

necessário de pessoal fixo, com vínculo empregatício. Esse pequeno

contingente deve ser formado pelo pessoal estratégico para o desenvolvimento

das atividades necessárias ao cumprimento da missão organizacional. Ou seja,

de acordo com a quantidade de projetos sociais em andamento, pode-se contar

com mais ou menos pessoal externo, contratados como voluntário, estagiários,

pessoal temporário e outras formas de terceirização de mão-de-obra.

As Organizações não Governamentais também desfrutam de benefícios fiscais

como isenção de impostos, se comparados às organizações privadas. Por meio

destes benefícios as ONG's podem se apoiar através das ações sociais um

número maior de beneficiários, uma vez que não terá custos com tantos

impostos, garantindo assim sua manutenção e continuidade de suas ações.

1.6 - Desvantagens no Gerenciamento

As organizações não governamentais no Brasil enfrentam algumas

dificuldades, uma delas é que no país não há incentivo para doações de

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12pessoas físicas às entidades da área social. Outra é que as instituições sem

fins lucrativos tendem a não dar prioridade ao desempenho e aos resultados

mesmo sendo eles importantes e difíceis de se medir e controlar.

De acordo com Drucker (1994) essas organizações têm a tendência de

considerar tudo àquilo que fazem como justo, moral e a serviço de uma causa.

Sendo assim não se mostram disposta a dizer, caso alguma coisa não produza

resultado, que seus recursos devem ser redirecionados, gerando uma “crise de

identidade” trazendo maior pressão sobre os dirigentes e tornando crescente a

ameaça à missão social, em relação à corrosão da confiança pública. A crise

de identidade também causa tensão crescente entre o caráter de mercado e ao

número de serviços e objetivos sociais. Os dirigentes têm de demonstrar boa

performance ao disputar com outras organizações não-lucrativas, como por

exemplo, taxas, membros do conselho, clientes, contratos, doações,

visibilidade, prestígio, influência política e voluntária.

1.7 - Perspectiva Gerencial Social.

A perspectiva social procura centrar atenção não só no decisor, mas também

no contexto organizacional. O objetivo é ensinar as pessoas a tomar melhores

decisões não pelo estudo da teoria de escolha, mas pela compreensão e

melhoramento pelas quais as pessoas se comportam ao decidir, Mintzberg

(2001). Por isto, para uma boa decisão é necessário conhecer, além dos

modelos racionais, os comportamentos humanos e os processos

organizacionais que levam às melhores opções.

Ainda em Mintzberg (2001) o foco desta perspectiva está no “como” a pessoa

decide, prioriza as atitudes e comportamentos humanos – construção de

modelo para explicar, prever e analisar como os decisores se comporta ao

escolher-; pretende-se conhecer formas comportamentais para interferir no

processo e melhorar a forma de se organizar para decidir, forte influência da

psicologia social e da ciência administrativa.

Para Drucker (1994) os comportamentos humanos nas organizações não são

explicáveis por objetivos organizacionais. Se assim fosse tudo seria irracional.

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13As intenções humanas bem, como as percepções em relação a outros,

influenciam as decisões. No primeiro caso, vale ressaltar que as pessoas

julgam suas opiniões, comparando-as com as de outros, valorizam mais a

própria maneira de pensar e tem dificuldade de reconhecer suas limitações.

Ao tentar compreender opções erradas de outros, as pessoas atribuem-nas a

fatores de personalidade. No entanto, ao explicar seus próprios erros,

atribuem-nos as dificuldades do contexto onde estão inseridos. Sedo assim a

personalidade sempre é vista como causa de decisão de outros, mas não da

própria.

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Capitulo II – Habilidades Gerências

A formação do gerente deve incluir também aspectos ligados as competências

e habilidades que podem agregar valor a sua prática. Este capítulo trata da

importância da Inteligência Emocional, dentre outras informações, como

diferencial competitivo no âmbito profissional.

2.1- O gerente na gestão do conhecimento organizacional.

Responsável por definir, planejar, conduzir, controlar e finalizar um projeto, um

gerente de projetos deve possuir certas habilidades específicas. Prado (1999)

destaca as seguintes habilidades dos gerentes:

ü Liderança - estabelecimento de direções voltadas para objetivos, metas

ou visões comuns;

ü Alinhamento dos demais participantes em função da visão comum

estabelecida;

ü Motivação e inspiração a ser energizada nos membros das equipes de

projeto de forma a suplantar os eventuais obstáculos de ordem política,

burocrática e de recursos por vir;

ü Comunicação - troca de informações com eficiência e eficácia, e tanto

nas funções de emissor quanto nas de receptor, de forma clara, não

ambígua e completa, e sob as diversas dimensões, negociação, tomada

de decisões.

2.2 - Habilidades e Atitudes do Gestor

Habilidade é uma capacidade “aprendida ou adquirida”, mesmo que saibamos

que nem todos sabem jogar futebol como Pelé, entretanto, a maioria pode

aprender a jogar futebol.

Drucker declara categoricamente que pode haver muitos lideres natos, mas

são bem poucos para que possamos depender deles, pois a liderança é uma

coisa que deve ser adquirida.

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15Segundo Hudson (1999), por ser o trabalho do gestor bem diferente de outras

funções, pois são responsáveis pelo gerenciamento de pessoas que prestam

serviços diretos ou serviços internos (como finanças e pessoal), acabam por

criar seu próprio pequeno negócio dentro do empreendimento e precisam

desenvolver estratégias, fornecer serviços que atinjam os objetivos

estabelecidos na visão da entidade.

Portanto precisam desenvolver habilidades gerenciais e fazer com que as

equipes tenham um bom desempenho, delegar tarefas e supervisionar

pessoas. Porém, cada um deles precisa concentrar-se em certas habilidades

distintas:

ü Os executivos principais precisam promovera liderança;

ü Os diretores de divisão precisam dirigir;

ü Os gerentes precisam administrar.

Gattoni (2000) considera três dimensões de habilidades para os gerentes: larga

compreensão das questões tecnológicas e de negócio

ü Habilidades comunicacionais e organizacionais

ü Habilidades pessoais - identificação e contratação de pessoal ágil e

talentoso,

ü Habilidade para liderar e motivar colegas de equipe.

As habilidades apresentadas acima devem ser complementadas com ações

práticas que viabilizem a atuação do gerente em relação à gestão do

conhecimento organizacional como as que se seguem:

1. Fomentar a criação de mapas de conhecimento do negócio projeto (ou da

organização): ao invés de se estabelecerem-se links para o conhecimento,

devem-se implementar links para aqueles que o detêm. Esta ferramenta

evitaria, inclusive, que se tentasse a explicitação de todo o conhecimento

organizacional disponível em uma organização;

2. Estimular a criação de fóruns para a apresentação de narrativas e histórias

orais: ciclos de palestras internos ou com convidados de outras organizações.

Neste caso, tanto histórias de sucesso quanto as de fracassos agregam

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16conhecimentos significativos aos ouvintes, uma vez que podem propiciar o “re-

experimento” de situações já vivenciadas;

3. Estimular a criação de protótipos das soluções desenvolvidas: segundo

Peteres (1997), os protótipos não oferecem, necessariamente, a possibilidade

de responder a questões sobre os produtos e serviços, mas sim o de facilitar a

proposição de perguntas e questionamentos que seus projetistas deverão se

esforçar por responder, no decorrer do desenvolvimento de projetos de novas

soluções corporativas.

4. Realizar cenários e simulações para o planejamento e a tomada de

decisões: projetar modelos de como a empresa deverá reagir, e tomar decisões

em função dos contextos apresentados pode ser um exercício extremamente

profícuo para a inteligência corporativa.

5. Lançar mão de processos de flutuação e caos criativo: para facilitar a

socialização de conhecimentos, a aplicação de sessões de brainstorming bem

como a introdução de ambientes de caos controlado, podem favorecer a

construção de campos onde a criatividade dos participantes pode estabelecer

novas e interessantes alternativas para problemas.

6. Empregar largamente metáforas, analogias e modelos: a utilização de

imagens, modelos ou elementos que, de forma análoga, similar ou metafórica

representam conceitos pode atuar como uma excelente forma de criar sintonia

em relação aos assuntos tratados. Bons exemplos são marcas, símbolos ou

logos que denotem conceitos específicos;

7. Solicitar aos patrocinadores do projeto a implantação da meritocracia das

idéias: a partir da busca pela inovação, uma alternativa para estimular a

iniciativa dos colaboradores neste sentido seria o de remunerá-los conforme

suas contribuições. Neste caso, não somente a remuneração financeira poderia

ser implementada, mas também diversas outras formas de pagamento pelas

idéias (ou até mesmo pelo esforço em produzi-las);

8. Criar e estimular o armazenamento de informações críticas em repositórios

do conhecimento: o objetivo deste recurso seria o de enfatizar a explicitação do

conhecimento em termos de documentos, normas, procedimentos, patentes e

outros instrumentos.

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179. Ser um facilitador e um incentivador das comunidades de prática: estas

estruturas são geralmente informais, e constituídas por membros que se

agregam a uma rede de pessoas interessadas em conhecimentos específicos

(por exemplo, segurança de informações, gestão estratégicas de recursos

humanos, ou gestão integrada de logística).

10. Procurar facilitar a transferência do conhecimento por tradição: uma

organização pode aproveitar o conhecimento presente em seus parceiros e

fornecedores, assistindo-os e acompanhando o desenvolvimento de tarefas e

subprojetos presencialmente.

11. Estimular a formação de equipes de projeto multidisciplinares: a partir de

experiências múltiplas, vivenciadas por colaboradores oriundos de áreas

organizacionais distintas, uma equipe heterogênea vinculada a um projeto pode

levar a uma significativa ampliação da capacidade de análise do grupo, além

de elevar as possibilidades de geração de inovação a ser implementada.

Por ser tão diferente de qualquer outra função Hudson (1999), afirma que

existem alguns motivos que reforçam as características diferenciadas do cargo:

ü O Cargo é menos estruturado. Não se tem limites determinado uma vez

que se é responsável por tudo.

ü O indivíduo fica altamente exposto. Por tramitar nas esferas pública,

pólitca, do conselho e mídia.

ü O Cargo requer domínio de várias habilidades e conhecer o fundamento

de finanças marketing, serviços, gestão de pessoas, dominarem

questões políticas além da excelência no relacionamento interpessoal,

sendo enérgico na tomada de decisão.

ü É uma posição solitária, pois muitas vezes não se tem dentro da

organização alguém que possa dividir informações sigilosas.

ü O Cargo precisa manter boa reputação.

ü O Cargo é um importante elo entre o conselho e a equipe técnica.

ü O Cargo requer perspectivas de longo prazo e ações de curto ou

curtíssimo prazo.

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18Finalizando Hudson (1999), afirma que os gestores do terceiro gestor, precisam

desenvolver uma combinação de habilidades empreendedoras e políticas.

Precisam ser empreendedor para assumir riscos e procurar oportunidades que

geralmente estão associadas ao setor privado. Precisam também da habilidade

de reunir diversos constituintes políticos em prol de atividades que todos estão

dispostos a apoiar – uma habilidade muitas vezes ligada à gestão do setor

público.

2.3 - Gerenciar ou Liderar?

Segundo Hunter (2006), historicamente pode afirmar que nem todo bom

gerente é bom líder e vise versa. Se partirmos do pressuposto de que todo

gerente possui uma sólida competência técnica, na realização de tarefas, como

planejamento, orçamento, solução de problemas, manutenção de ordens,

desenvolvimento de estratégias fazem parte do que o gerente faz, e quando

estamos nos referindo a um líder dizemos sobre o que ele é.

Líderes eficientes como Winsnton Churchill, não entraram para a estória devido

ao grande conhecimento de gestão, mas como um grande líder que é capaz de

atrair e convencer as pessoas a se tornarem adeptas de suas idéias. O próprio

Jesus, mesmo depois de mais de 2000 anos e sua passagem continua a

influenciar milhões de pessoas em todo o mundo. Liderança não é sinônimo de

gerencia e sim de influência. Liderança é uma habilidade de influenciar

pessoas a trabalhar entusiasticamente visando o objetivo comum, inspirando

confiança por meio da força de caráter.

Liderar é conquistar pessoas, envolve-las de forma que coloquem seu coração,

mente, espírito, criatividade e excelência a serviço do objetivo, pois

gerenciamos processos e lideramos pessoas.

Ainda em Hunter (2006) encontramos as diferenças entre gerenciar no passado

e gerenciar hoje. No passado, aquele que conhecia a empresa estava muito

próximo de se tornar um gerente, atualmente os altos executivos listados na

revista Fortune, como Lou Gesttner, que gerenciou a IBM, foi contratado, pela

Nabisco, sem conhecimento do segmento de atuação, pela possibilidade de

treinar suas habilidades.

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19

2.4 - Inteligência Emocional.

Inteligência emocional, segundo Goleman (1995) é um termo amplo que

abrange habilidades interpessoais, motivação, transito social, empatia, auto

percepção. Estudo por ele realizado através de dados empíricos comprova que

o sucesso de um líder depende entre 80 e 100%, de sua habilidade de

relacionamento. Afirma ainda que não se aprenda a ter inteligência emocional

ou a desenvolver liderança, pois não é uma “coisa” que se aprende através da

inteligência.

Avanços na neurociência mostram que a parte emocional de cérebro, área em

que o caráter é desenvolvido, aprende de um modo diferente da área do

pensamento. As habilidades da inteligência emocional são desenvolvidas em

uma região chamada Límbico, que controla os impulsos, motivações e

instintos. Já as habilidades técnicas e analíticas são aprendidas no Neocórtex,

parte do celebro capaz de aprender lógica e os conceitos.

Goleman ainda afirma que as habilidades de liderança são desenvolvidas pela

combinação do conhecimento com as ações necessárias para se tornar

eficiente. A inteligência emocional, não é fixada geneticamente como o QI, por

exemplo, e sim através de esforço pessoal para romper hábitos antigos e

substituí-los por novos. Sendo assim só aparece a partir de um desejo sincero,

pessoal e concentrado. Estudos recentes mostram um nítido contraste entre o

que os gerentes percebem como sendo mais importante para a equipe e o que

de fato é mais valioso para ela. Em 1996 a Associação Nacional de

Estabelecimentos de Ensino realizou uma pesquisa sobre o que era mais

importante para os estudantes que entravam no mercado de trabalho e em

ordem de importância obteve o seguinte resultado:

• Gostar do que faz

• Usar suas habilidades e capacidades

• Crescer e se desenvolver no campo pessoal

• Sentir que faz algo importante

• Receber bons benefícios

• Ser reconhecido pelo bom desempenho

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20

• Trabalhar em local agradável

• Receber salário Generoso.

• Trabalhar em situações orientadas para a equipe.

Além dos itens acima descritos por Goleman (1995) ainda existem três passos

fundamentais para garantir a eficácia na liderança.

Fundamento: Estudar a manter atualizados os conhecimentos, incluindo os

que tratam sobre princípios de liderança, determinando o nível de padrão a ser

alcançado.

Feedback: É imprescindível saber dar e receber feedback no trabalho e vida

pessoal, pois é a ferramenta que permite conhecimento dos espaços para

melhoria ainda que pessoalmente não se consiga identificar este espaço.

Atrito: Descreve a importância de se encontrar bons parceiros para dividir as

responsabilidades na jornada de trabalho, principalmente se este parceiro tem

condições de instigar as novas buscas e reavaliação de sua postura

profissional.

2.5 - Habilidade de influenciar. Como ultima habilidade, mas não menos importante, Hunter (2006), destaca a

de influenciar. Pode parecer utópico, mas, lideres de destaque, gerentes de

grandes empresas, pessoas comuns que de alguma forma marcaram a

existência humana possuíam em comum esta habilidade. O maior deles Jesus

Cristo, Martin Luther King, Franklin Roosevelt, Jack Welch (ex-presidente da

General Electric), Nelson Mandela, Gandi, Abraão Lincon entre muitos outros,

possuíam a habilidade de motivar, e arrastar milhões de pessoas, para um

objetivo único. Jesus Cristo, mesmo tento vivido a mais de 2000 anos atrás até

hoje influencia a humanidade com seu legado de vida.

Hunter (2006) prossegue afirmando todos estes personagens possuem cinco

características em comum:

• São persistentes na busca de seus interesses

• Motivam se com desafios

• Possuem facilidade para propor idéias

• Capacidade de influenciar pessoas

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21

• São independentes do retorno de outros.

Sem dúvida estas características são tão importantes quanto o conhecimento

tácito e técnico para o desempenho de um bom gestor.

Dentre as características de um líder com grande influencia, Cury (2007)

destaca a capacidade de sonhar, ou seja, enxergar além do que as

circunstancias apresentam.

Os sonhos ampliam os horizontes da inteligência, torna atentas as pequenas

mudanças, dá coragem para corrigir rotas e prevenir erros oferece ousadia

para transformar as falhas em um canteiro de oportunidades. Os sonhos

possibilitam enxergar aquilo que ninguém mais vê despertando e fomentando a

criatividade, sem sonhos as pedras do caminho se tornam montanhas, os

pequenos problemas ficam insuperáveis, as perdas são insuportáveis, as

decepções se transformam em golpes fatais e os desafios em fonte de medo.

Sonhos não são desejos superficiais. Sonhos são bússolas do coração, são

grandes projetos, que resistem as mais altas temperaturas dos problemas e

renovam as esperanças quando tudo parece perdido.

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22

Capitulo III

Gestão Estratégica. Ferramenta importante na gestão de qualquer negócio – que inclui o terceiro

setor - a gestão estratégia pode definir formas, objetivos, metas e conduzir a

uma perspectiva de sucesso. Neste capítulo este assunto será tratado.

3.1 - Definição de estratégia.

Clavel (2001) afirma que palavra estratégia é de origem grega e,

originalmente, referia-se a um papel de comando desempenhado na tropa:

strategos, como os generais dos exércitos modernos. Posteriormente, ela

passou a representar as habilidades que eram necessárias para comandar,

sobrepujar e vencer os inimigos. “Assim, ao falarmos de estratégia, não é

possível desvinculá-la da idéia de guerra, de estratégia de combate, ou o

posicionamento dos recursos à nossa disposição de maneira que apresente a

maior probabilidade de derrotar o inimigo”.

Segundo Poter (1989) em termos empresariais, quem define estratégia como

“padrão ou plano integra as principais metas, políticas e seqüências de ações

de uma organização em um todo corrente”. Sua essência “é construir uma

postura que seja tão forte (e potencialmente flexível) de maneira seletiva que a

organização possa alcançar suas metas, apesar das maneiras imprevisíveis

que as forças externas possam, na realidade, interagir quando a ocasião

chegar”. Observa-se que a definição acima atribui à estratégia um caráter

amplo, integrador e não a reduz à meta, à política, ao programa de ações ou às

decisões que precisam ser tomadas. Além disso, enfatiza a necessidade dela

ser forte, flexível e capaz de lidar com a imprevisibilidade.

Inclusive, Mintzberg (2001) acrescentam que “a estratégia lida com o

desconhecido, não o incerto. Envolvem tantas forças, a maioria das quais tem

tanto poder para combinar, em um sentido probabilista, que não é possível

prever os eventos. Portanto, a lógica dita que se proceda, flexível e

experimentalmente, de idéias gerais para comprometimentos específicos”. A

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · decisive organizational of the strategic management to become capable to maximize the applied resources in entities of any

23imprevisibilidade e o desconhecido, contudo, não devem ser vistos, somente,

como ameaças, pois sempre é possível que o oponente, ou a empresa

concorrente, cometa erros, que seus recursos se esgotem e que, com isso, a

vitória se torne mais fácil. Porém, contar com a sorte não é um luxo que

podemos nos conceder na hora de pensar sobre o futuro das organizações e,

por esse motivo, habilidades, assim como aquelas dos antigos comandantes

militares, precisam ser desenvolvidas para o sucesso na batalha.

3.2 - Os 5 Ps da estratégia.

Por considerar que a natureza humana insiste em ter definições para todos os

conceitos, inclusive estratégia, Mintzberg (2001) nos propõe 5 possíveis formas

para definir estratégia: plano, padrão, posição, perspectiva e pretexto.

Inicialmente o autor afirma que, geralmente, estratégia é definida como um

plano, uma direção ou um guia de ações. Assim, a estratégia seria Estratégia

preparada previamente, os seus planos de ação bem definidos e

posteriormente aplicados e deliberados.

A idéia associada à estratégia como um plano lhe confere um caráter

eminentemente racional, sob o qual todas as ações foram pensadas e

decididas com vistas a otimizar os resultados pretendidos pela organização.

Contudo, essa visão racional é ilusória, pois as organizações têm memória e

seus comportamentos presentes são influenciados pelos passados.

À medida que as organizações acumulam sucessos e fracassos, elas

desenvolvem um padrão de comportamento, que reforça o que foi considerado

positivo e rechaça o que foi considerado negativo. Assim, o que é planejado é

constantemente confrontado com esse padrão. Por esse motivo, uma

complementação à estratégia planejada emerge naturalmente, fundindo-se em

uma só.

A definição de estratégia como posição tem a ver com a relação da

organização com o seu ambiente, a forma como ela se insere no seu mercado.

Semelhantemente à visão militar, as organizações precisam conquistar manter

e defender posições no mercado. Constantemente a organização está sob a

ameaça de perder a sua posição ou a lucratividade relacionada a ela. Essa

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24ameaça pode advir da concorrência ou dos clientes, fornecedores e produtos

substitutos.

Por outro lado, estes outros atores podem significar o fortalecimento das

posições via arranjos colaborativos. O desafio para a organização é ser viável

economicamente e garantir tal viabilidade. Neste sentido a Estratégia é o

amálgama que constitui a mente coletiva dos seus participantes. Sua razão de

ser. A estratégia, assim, tem a propriedade de unir as pessoas em prol de uma

realização. “Entregar os pedidos sempre no prazo”, “não deixar um combatente

para trás” são exemplos de maneiras fundamentais de se fazer as coisas.

3.3 - Cenários

Porter (1985) destaca como um dos fatores importantes para a elaboração de

estratégias o estudo de cenários. Cenários não são simples extrapolações do

presente para o futuro. Na verdade são possíveis futuros, com maior ou menor

probabilidade de se realizarem. Além disso, o futuro é visto como algo a ser

realizado, construído e, dessa forma, o cenário pode contemplar esse desejo

de futuro. O estudo de cenários é importante porque são os futuros que

determinam as ações do presente. Há, nesse caso, uma inversão da flecha do

tempo. O estudo de cenários permite ao estrategista definir planos de ações

que lhe permita pré-agir ou pró-agir com relação ao futuro e, não apenas, reagir

a ele. No estudo de cenário proposto, segue a orientação de Godet (1993) e

nele contemplamos a definição das variáveis estruturais com força de futuro e

as suas interações. Estes estudos também contemplam os seus atores e as

suas inter-relações. Além das variáveis estruturais, motrizes e dependentes,

que compõem os diversos cenários os atores e os seus objetivos devem ser

considerados. Os objetivos dos atores fazem com que estes estejam em

concordância, neutros ou em divergência uns com os outros. Os atores,

comparando-se uns aos outros, podem possuir maior ou menor poder relativo,

o que propiciaria o potencial de impor a sua vontade. Contudo, o estudo dos

atores nos mostra que é possível a realização de alianças entre aqueles com

menor poder, o que poderia reformular o quadro geral de forças.

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25A identificação dos atores e dos seus objetivos é fundamental para a

elaboração das estratégias nos diversos cenários identificados ou desejados.

Assim como nas batalhas, saber quais são os interesses dos inimigos favorece

muito na formulação da estratégia.

3.4 - Planejar

Planejar é determinar e estabelecer os objetivos da empresa. É pensar

antecipadamente no que irá ser feito para que acontecimentos futuros não

possam vir afetar e causar riscos à empresa.

Conforme Tenório (1999) no caso das ONG’s os dirigentes precisam de boa

percepção quando os acontecimentos futuros podem afetar suas ações e

financiamentos. Com isso, a partir da década de 90 as ONG’s buscaram como

forma de melhoria do funcionamento interno, relações com outras

organizações.

Ansoff (1993) afirma que a função do Gerente consiste em planejar, organizar,

dirigir e controlar. O planejamento seja ele diário ou de médio a longo prazo,

permite preparar o futuro, avaliar riscos, aproveitar melhor as oportunidades e

não desperdiçar recursos próprios ou captados. Sendo assim fica mais fácil

agir nas organizações definindo o que fazer, como, quando e com que

recursos, não se esquecendo que as organizações fazem parte da economia

mundial. Dentro desta visão planejamento estratégico, nada mais é do que a

visão globalizada a perder de vista pelas organizações e tem como objetivo

traçar alternativas de ação para eventuais crises. O ideal seria que o Plano, de

ação agisse em alguns períodos do ano prevenindo ou evitando crises e

ajustando mudanças para a organização, além de estar sempre alerta.

3.5 - Como planejar.

O Planejamento Estratégico segundo Tenório (2003) pode ser dividido em

Cinco (5) etapas:

• Determinação da Missão/ visão da organização;

• Análise do contexto externo;

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26

• Análise do contexto interno;

• Definição dos objetivos;

• Definição das estratégias.

Segue abaixo um demonstrativo esquemático de planejamento estratégico.

Missão

Contexto Externo Objetivos Contexto Interno

Estratégias

FIG.1 Interligações, no Planejamento Estratégico.

Fonte: Tenório, 2003

Tenório, (2003) afirma que determinar a missão tem como finalidade existir,

legitimar e justificar socialmente e economicamente a existência de uma

organização e para onde direcionar os esforços. Responde a pergunta qual é a

razão da existência da organização.

Análise do contexto externo ou ambiente externo caracteriza-se pela análise

das instituições concorrentes, aspectos sociais, políticos e econômicos que

01interferem na organização.

Análise do contexto interno ou ambiente interno diz respeito à cultura

organizacional, são situações dentro da organização que favorecem ou

dificultam seu desempenho, desenvolvimento e crescimento.

Objetivos são metas e alvos a serem afetados ao longo de um período de

tempo, que em conjunto resultará no cumprimento da missão. Estratégias são

os caminhos escolhidos que conduzem como a organização deverá determinar

seus objetivos e sua missão.

3.6 - Escolas do Planejamento Estratégico.

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27Mintzberg (2001) a partir da fábula “Os cegos e o elefante” (anexo 2) aborda o

tema estratégia abordando tipos de 10 escolas e ressaltando as seguintes

Escolas de Formulação estratégica como um processo:

- Escola do design Concepção.

- Escola de Planejamento Formal.

- Escola de Posicionamento Analítico.

- Escola empreendedora Visionário.

- Escola Cognitiva Mental.

- Escola de Aprendizado Emergente.

- Escola de Poder Negociação.

- Escola Cultural Coletivo.

- Escola Ambiental Reativo.

- Escola de Configuração Transformação.

Segundo o autor, a subdivisão nessas 10 escolas visa a oferecer uma

abordagem discreta sobre estratégia, privilegiando os enfoques dados por

vários autores nos diversos compêndios sobre o tema. Contudo, assim como

no caso do elefante da fábula, há de se ter em mente que cada escola,

sozinha, não esgota o assunto e que é preciso integrá-las, todas, para que

estratégia seja compreendida.

3.7 - Gestão estratégica no terceiro setor.

Tenório (2001) enumera os principais desafios pelos quais passaram essas

entidades na década de 90:

• Sair do micro para o macro, isto é, não limitar suas ações a microrregiões, e

sim contribuir com sua experiência para o desenvolvimento macro;

• Sair do privado para o público, deixando de atuar na clandestinidade para

atuar de forma mais transparente, divulgando ao público o que são, por que

lutam, o que propõem.

• Passar da resistência à proposta, ou seja, da ação contra o Estado e à

margem do mercado para uma ação participante.

Continuando, Tenório (2001) afirma que as ONG`s brasileiras passam por um

momento de dificuldade quanto à obtenção de recursos. Tachizawa (2002)

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28reforça esse aspecto ao afirmar que uma das tendências das ONG`s é a

preocupação crescente com a sustentabilidade. Inicialmente, quando nem se

autodenominavam ONG`s, eram mantidas pela Igreja; passando, em seguida,

a receber recursos de agências internacionais de cooperação as quais,

atualmente, permanecem como as principais financiadoras das atividades

dessas entidades.

No entanto, o montante proveniente das agências internacionais de

cooperação vem diminuindo. Tenório (2001,) menciona que essas agências

estão se direcionando para regiões mais necessitadas, como África e Leste

Europeu. Essa tendência justifica, assim, a busca crescente de recursos por

outros meios, como, por exemplo, o Estado e as empresas.

Em especial, a relação com o Estado torna-se facilitada em decorrência das

possibilidades que ele propicia. Assim, tem sido crescente a busca de parcerias

entre Estado ONG`s, como forma de essas entidades obterem recursos e o

Estado descentralizar a prestação dos serviços sociais.

Um segundo desafio para as ONG`s é justificar os recursos nelas aplicados

para a realização de serviços sociais. Tenório (2001) destaca que essas

entidades precisam demonstrar que são ao mesmo tempo eficientes e efetivas

para tanto, é necessário melhorar a qualificação tanto do pessoal quanto dos

sistemas gerenciais.

A questão dos sistemas gerenciais não pode ser analisada de forma isolada,

pois sua análise é mais bem realizada quando dentro do contexto da gestão

organizacional. Como afirma Tenório (2001) as ONG`s têm que pensar em

acrescentar às suas peculiaridades novos instrumentos de gestão, dotando

seus quadros de habilidades, conhecimentos e atitudes que assegurem ao fim

e ao cabo, o cumprimento dos objetivos institucionais.

Coelho (2002) considera que: Uma boa gestão é fundamental para melhorar a

qualidade dos serviços. Por outro lado, cada vez mais as entidades (em grande

medida as ONG`s e em menor proporção as associações) estão preocupadas

em planejar sua atuação a longo prazo, de forma a se precaver de mudanças

conjunturais. As ONG`s, até então prestando pouca atenção a aspectos da

gestão organizacional, passam a utilizar conceitos da administração como

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29forma de tornar mais eficiente à utilização dos recursos a elas destinados, com

a intenção não apenas de justificar a captação desses recursos junto às

entidades financiadoras,

Há um virtual consenso entre estudiosos e pessoas envolvidas no cotidiano de

organizações sem fins lucrativos de que, no Brasil, a deficiência no

gerenciamento destas organizações é um dos maiores problemas do setor. O

aperfeiçoamento da gestão – através da aprendizagem e da aplicação de

técnicas oriundas do campo de Administração – é um caminho necessário para

atingir melhores resultados, afirma ainda Coelho (2002).

3.8 - O papel do estrategista.

Uma questão importante para Mintzberg (2001), no estudo de estratégia recai

sobre quem a elabora. Não obrigatoriamente, essa elaboração é realizada

somente por um indivíduo ou um grupo específico da organização, entretanto é

comum visualizarmos alguém ou um grupo responsável: o estrategista ou

estrategistas. Estes, geralmente, são os gerentes mais graduados, os quais

têm a responsabilidade, como os generais combatentes, de definir as metas,

prover os recursos e canalizar a energia das pessoas da organização para

“criar vantagens competitivas de amanhã mais rapidamente do que os

concorrentes possam imitar as que você possui hoje”.

De uma forma equivocada, os estrategistas são imaginados imersos em longos

períodos de reflexão e planejamento, afastados da turbulência dos

acontecimentos do cotidiano, preparando os planos para avançar para o futuro.

Isso é falácia e faz parte do imaginário organizacional. Em verdade, conforme

Mintzberg (2001) nos diz, são mitos a cerca da função do gerente e de como

ele desempenha o seu papel. Para ilustrar, transcreveremos a seguir, alguns

fatos e folclore sobre o trabalho gerencial citados pelo autor.

“O gerente é um planejador sistemático e ponderado, trabalham em um ritmo

inflexível”. Suas atividades são caracterizadas por brevidade, variedade e

descontinuidade. Eles são fortemente orientados para a ação e não gostam de

ponderação.

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30O gerente eficiente não tem tarefas regulares a cumprir. Além de lidar com

exceções, o trabalho administrativo envolve a execução de uma série de

obrigações regulares, incluindo rituais e cerimoniais, negociações e

processamento de informações amenas que ligam a organização ao seu meio

ambiente. Necessita de informações agregadas, as quais um sistema formal de

informações administrativas proporciona da melhor forma possível. Têm

preferência pela mídia verbal, isto é, telefone e reunião. A administração é, ou

pelo menos está se tornando, uma ciência e uma profissão.

Os programas dos gerentes – programação do tempo, processamentos de

informações, tomadas de decisão e assim por diante – permanecem trancadas

dentro dos seus cérebros.

3.9 - Tomada de decisão.

Existem hoje vários conceitos sobre tomada de decisão, entretanto todos

convergem para definições muito próximas sobre o tema. Conceitualmente é o

processo pelo qual são escolhidas algumas ou apenas uma entre muitas

alternativas para as ações a serem realizadas. O conceito do vocábulo decisão

é constituído por de (que vem do latim e significa parar, extrair, interromper)

que se antepõe à palavra caedere (que significa cindir, cortar). Sendo assim,

literalmente significa “parar de cortar” ou “deixar fluir”, decidir é posicionar-se

em relação ao futuro (Gomes 2006).

Chiavenato (1997) elucida ao definir decisão como “o processo de análise e

escolha entre várias alternativas disponíveis do curso de ação que a pessoa

deverá seguir”. Tomada de decisão, segundo Shimizu (2006), nada mais é do

que a conversão das informações em ação, assim sendo, decisão é a ação

tomada com base na apreciação de informações. Decidir é recomendar entre

vários caminhos alternativos que levam a determinado resultado.

As decisões são escolhas tomadas com base em propósitos, são ações

orientadas para determinado objetivo e o alcance deste objetivo determina a

eficiência do processo de tomada de decisão. Podem ser tomadas a partir de

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31probabilidades, possibilidades e/ou alternativas. Para toda ação existe uma

reação e, portanto, são as reações que são baseadas as decisões. É

necessário prever os efeitos futuros da escolha, considerando todos os reflexos

possíveis que ela pode causar no momento presente e no futuro, afirma

Shimizu (2006).

3.9.1 - Elementos da Decisão

Segundo Chiavenato (1997), as decisões possuem fundamentalmente seis

elementos:

ü Tomador de decisão – pessoa que faz a seleção entre várias alternativas

de atuação.

ü Objetivos – propósito ou finalidade que o tomador de decisão almeja

alcançar com sua ação.

ü Preferências – critérios com juízo de valor do tomador de decisão que

vai distinguir a escolha.

ü Estratégia – direção ou caminho que o tomador de decisão sugere para

melhor atingir os objetivos e que depende dos recursos que se dispõe.

ü Situação: aspectos ambientais dos quais vela-se o tomador de decisão,

muitos dos quais fora do controle, conhecimento ou compreensão e que

afetam a opção.

ü Resultado: é a decorrência ou resultante de uma dada estratégia

definida pelo decisor.

Tomar uma decisão é levar em consideração os seis elementos acima citados

de maneira simultânea sendo que a ausência de apenas um elemento poderá

trazer prejuízo ao processo decisório ou ao resultado que se pretende obter.

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32

Conclusão.

Esse estudo teve como objetivo apresentar o modo de sobrevivência de

uma organização sem fins lucrativos, apontando as funções gerenciais

exercidas e comparando-as com teorias pesquisadas.

Na entrevista, participaram três colaboradores de departamentos considerados

estratégicos para o gerenciamento da ONG – Associação de Ensino Social

Profissionalizante, Espro; a Coordenadora Administrativa; um Analista de

Coordenação Administrativa e uma coordenadora pedagógica.

Observou-se que os entrevistados relataram os mesmos dados da gerência, a

saber, a importância da utilização de recursos administrativos do ponto de vista

estratégico como maneira de ampliar o atendimento aos jovens de 14 a 24

anos, através da inserção no mercado de trabalho. Não podendo deixar de

mencionar que por se tratar de ações de impacto social uma grande dose de

empatia e facilidade para o relacionamento interpessoal que deve se estender

aos mais de 1600 jovens atendidos sem desconsiderar a condução da equipe

de mais de 40 profissionais alocados em na filial MG.

Quanto a lideranças a forma mais evidente citada nas entrevistas estava

relacionada à equipe de trabalho; porém, foi também indicada no

relacionamento com as diversas áreas dentro da organização pesquisada. O

líder se desenvolve entre as áreas internas à organização, pela negociação

com essas diversas interfaces, influenciando outros na obtenção da

disponibilização de recursos necessários à execução do projeto.

Conforme informações colhidas na entrevista e na web site, a ONG ESPRO

está hoje presente nos 27 estados brasileiros e no Distrito Federal, tendo

contribuído para inserção de aproximadamente 25.000 jovens inseridos na

capacitação especifica. Contando com mais de 500 empresas parceiras, os

jovens são incluídos no mercado de trabalho como aprendizes proporcionando

assim, depois do término do contrato feito (2 anos), uma colocação na empresa

como funcionário empregado.

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33“O sucesso deles é o nosso sucesso” (Pedagoga do

ESPRO)

Com o foco no suporte técnico, teórico, prático e pedagógico ao jovem, com a

finalidade de possibilitar e adquirir conhecimentos aplicáveis a sua

profissionalização, o ESPRO conta com profissionais graduados, pós-

graduados e mestres, responsáveis por desenvolver, controlar e manter a

organização de forma ativa, também auxiliando nas questões estratégicas e

burocráticas.

Em atendimento a Lei 10.097/2000 (ANEXO 3) “Lei da Aprendizagem” que via

de regra muda o destino daqueles que passam e se apropriam dos

conhecimentos e experiências durante o contrato de trabalho.

De acordo com o analista administrativo, as ONG`s realmente buscam ajudar,

manter e desenvolver a população. Trabalho e responsabilidade ficam por

conta dos governantes, entretanto nem os problemas menores os governantes

conseguem solucionar, quem dirá o da capacitação profissional da população.

Juntamente com o ESPRO outras ONG`s são aliadas, como as que trabalham

com jovens e crianças.

O ESPRO possui Certificação ISO 9000, ou seja, utiliza o que há de mais novo

para o controle dos processos.

Acredito que o ESPRO hoje trabalha a reciprocidade, ou seja: Se o

colaborador investe sua capacitação profissional a entidade também

investe em você.

Analista de Coordenação Administrativa do ESPRO.

Segundo a coordenadora pedagógica, existe uma conquista diária do jovem,

em sala de aula, e para isto utilizamos um modelo pedagógico com conteúdo

atraente, metodologia diversificada e de acordo com a faixa etária. Esta é a

realização de um grande sonho que compartilha com Martin Luther King,

(anexo 4).

A coordenadora administrativa da entidade, por último salientou em seu

depoimento a questão de trabalhar com quadro de funcionários enxuto, sem

reserva ou estoque de material, e mesmo assim mantendo um padrão de

qualidade com o reconhecimento e selo ISO 9000

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34Há aproximadamente 5 (cinco) anos que tenho investido nesta

entidade, meus sonhos, meus esforços, meu tempo, enfim minha vida

e asseguro que me sinto realizada pessoalmente e profissionalmente.

(Coordenadora administrativa do ESPRO BH)

Como vantagem, os entrevistados apontaram que a instituição ajuda na

inclusão social, oferece dignidade a população e diminuição do índice de

pobreza.

A competitividade necessária para sustentabilidade das instituições sem fins

lucrativos conduz a busca constante de técnicas capazes de acelerar todos os

seus processos. E neste sentido a prática do gerenciamento produz resultados

expressivos para a sobrevivência e o progresso das organizações.

Esse cenário torna o gerente um dos profissionais capazes de representar a

diferença de sucesso ou fracasso não apenas do projeto, mas da organização.

As habilidades de relacionamento, conciliação e organização citadas, como

habilidades não constantes da formação técnica, porém foram consideradas

indispensáveis à condução das atividades do projeto.

A capacidade de liderança ocorre em função da necessidade de integração do

projeto. Isso ocorre porque o gerente deve ter influência nas diversas

interfaces.

. Para que haja um sincronismo na execução das atividades necessárias a um

bom resultado do projeto, é preciso ter agilidade na tomada de decisões que

pode afetar, em maior ou menor grau, o projeto, o comprometimento dos

envolvidos em todos os níveis. Além disso, disponibilizar as informações

necessárias à concretização desses itens, ter capacidade de estabelecer

comunicações de forma eficiente e eficaz foi apontado pelos entrevistados

como habilidades inerentes ao gerente de projetos.

A pesquisa demonstrou a necessidade de conhecimentos, atitudes e

habilidades ao profissional desta área, observados nos modelos estudados e

ratificados nesta pesquisa. Provavelmente, a maior alteração em relação ao

gerenciamento de ONG`s, ocorrida nos últimos anos, esteja ligada à frequência

com que estes conhecimentos, atitudes e habilidades sejam utilizadas pelos

gerentes.

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35A pesquisa também mostrou que para além da habilidade de gestão

estratégica, conhecimento geral e acadêmico considerados indispensáveis no

meio corporativo, para o gestor no terceiro setor devem ser acrescentadas as

habilidades intrinsecamente ligadas ao desenvolvimento da inteligência

emocional, sendo então fator também determinante no sucesso da entidade.

Esta pesquisa não teve a pretensão de dar a palavra final sobre o perfil

necessário ao profissional que atua como gerente. É, antes disso, uma

contribuição para que se conheça melhor este profissional em atividade nas

empresas brasileiras.

Propõe-se, como sugestão para futuras pesquisas, a verificação da relação

existente entre o perfil do gerente e a mensuração dos resultados e indicadores

de desempenho da empresa onde este profissional tem assento.

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36

Anexo 1

Questionário para alunos (Aprendizes) Espro:

1. Como é o relacionamento entre você e seu gerente?

2. Que característica técnica comportamental ele possui que você

considera importante para a posição que ele ocupa? E quais podem

atrapalhar o desempenho dele?

3. Você acredita que existe diferença entre gerenciar empresa que trabalha

e gerenciar o Espro? Justifique sua resposta.

4. Para se obter sucesso na vida profissional que características

precisamos ter?

Questionário para colaboradores Espro:

1. Fale sobre a importância do papel gerente para desenvolvimento da

empresa.

2. Pensando sobre sua trajetória profissional descreva que tipo de

habilidade um gerente deve ter?

3. Você acredita existir diferença de competências do gestor de ONG com

relação ao de uma empresa privada?

4. Sob a perspectiva profissional, que tipo de conhecimento considerara

indispensável para ser um bom administrador?

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Anexo 2

Os cegos e o elefante. Eram seis homens do Industão. Que gostavam muito de aprender e que foram

um elefante ver (Apesar de serem todos cegos). Cada um fez sua observação

Na tentativa de se satisfazer, o primeiro se aproximou do elefante.E quase a

cair contra o lado firme do gigante logo começou a bramir “Deus me ajude, mas

o Elefante é muito parecido com uma parede!”

O segundo, sentindo a presa, Gritou, “Oh, o que temos aqui, tão redondo, liso e

afiado? Para mim está claro. Que a maravilha do Elefante, se parece com uma

lança!”

O terceiro se aproximou do animal, E aconteceu de tocar na tromba com as

suas mãos, e assim sem medo falou “agora eu vejo”, ele disse, “o Elefante, se

parece com uma serpente!”

O quarto alcançou uma pata e a sentiu próximo do joelho, “Que maravilhosa

besta é esta é bem direta” ele disse; “está claro que o elefante se parece muito

com uma árvore!”

O quinto, que tocou a orelha disse “Até o mais cego pode dizer que ele se

parece mais, negue quem puder, o maravilhoso elefante é muito parecido com

um abanador!”

O sexto logo começou a tentar agarrar a fera, quando o rabo se movimentou e

o sentimento que ele sentiu: “Eu vejo”, ele disse, “o elefante se parece com

uma corda!”

E estes homens do Industão, discutiram alto e por muito tempo, cada um a sua

própria opinião mantendo uma firme posição, e apesar de cada um estar certo

em parte todos estavam errados!

Moral: Muitas vezes em guerras teológicas, os que as disputam, penso eu,

criticam a ignorância que dos outros ouviu e afirmou sobre um elefante que

nenhum deles jamais viu!

John Godfrey Saxe (1816-1887)

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38

Anexo 3

Lei 10.097 - 19 de Dezembro de 2000. Altera dispositivos da Consolidação das

Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de

1943. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faz saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art 1º. Os arts. 402, 403, 428, 429,

430, 431, 432 e 433 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada

pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passam a vigorar com a

seguinte redação: "Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta

Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos."(NR) "Art. 403.

É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade,

salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos." (NR).

"Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais

prejudiciais a sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico,

moral e social e em horários e locais que não permitam a freqüência à

escola." (NR) "a) revogada; " "b) revogada; " "Art. 428. Contrato de

aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por

prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao

maior de quatorze e menor de dezoito anos, inscrito em programa de

aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu

desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo

e diligência, as tarefas necessárias a essa formação." (NR) "§ 1º. A validade do

contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e

Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz à escola, caso não haja

concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem

desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-

profissional metódica." (AC)* "§ 2º. Ao menor aprendiz, salvo condição mais

favorável, será garantido o salário mínimo hora." (AC) "§ 3º. O contrato de

aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos." (AC) "§ 4º. A

formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo caracteriza-

se por suas atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em

tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho."

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39(AC) "Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a

empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem

número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por

cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento,

cujas funções demandem formação profissional. "(NR) "a) revogada; " "b)

revogada; " "§ 1º. A O limite fixado neste artigo não se aplica quando o

empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação

profissional. "(AC) "§ 1º. As frações de unidade, no cálculo da percentagem de

que trata o caput, darão lugar à admissão de um aprendiz. "(NR) "Art. 430. “Na

hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem cursos ou

vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta poderá

ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico - profissional

metódica, a saber.” (NR) "I - Escolas Técnicas de Educação; "(AC) "II -

entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao

adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente. "(AC) "§ 1º. “As entidades mencionadas

neste artigo deverão contar com estrutura adequada ao desenvolvimento dos

programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de

ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados.” (AC) "§ 2º. Aos

aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento,

será concedido certificado de qualificação profissional." (AC) "§ 3º. O Ministério

do Trabalho e Emprego fixará normas para avaliação da competência das

entidades mencionadas no inciso II deste artigo." (AC) "Art. 431. “A contratação

do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde se realizará a

aprendizagem ou pelas entidades mencionadas no inciso II do art. 430, caso

em que não gera vínculo de emprego com a empresa tomadora dos serviços.”

(NR) "a) revogada;” "b) revogada;” "c) revogada;” "Parágrafo único." (VETADO)

"Art. 432. A duração do trabalho do- aprendiz não excederá de seis horas

diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. "(NR) "§

1º. O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os

aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem

computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.” (NR) "§ 2º

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40Revogado." "Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se á no seu termo

ou quando o aprendiz completar dezoito anos, ou ainda antecipadamente nas

seguintes hipóteses:" (NR) "a) revogada;” "b) revogada;” "I - desempenho

insuficiente ou inadaptação do aprendiz; "(AC) "II - falta disciplinar grave; "(AC)

"III - ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo, ou” (AC)

"IV - a pedido do aprendiz. "(AC) "Parágrafo único. Revogado.” "§ 2º. Não se

aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às hipóteses de

extinção do contrato mencionadas neste artigo. "(AC) Art 2º. O art. 15 da Lei nº

8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte § 7º: "§

7º. Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput

deste artigo reduzida para dois por cento. "(AC) Art 3º. São revogadas o art. 80,

o § 1º do art. 405, os arts. 436 e 437 da Consolidação das Leis do Trabalho -

CLT, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Art 4º. Esta lei

entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 19 de dezembro de 2000;

179º da Independência e 112º da República. FERNANDO HENRIQUE

CARDOSO Francisco Dornelles. * AC = Acréscimo.

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Anexo 4

Eu tenho um sonho.

Eu tenho um sonho no qual um dia esta nação se erguerá e viverá o

verdadeiro significado de seu credo... Que todos os homens são iguais...

Eu tenho um sonho de que algum dia, nas colinas da Geórgia, os filhos dos

escravos e os filhos dos senhores de escravos se sentarão juntos à mesa da

fraternidade. Esta é a nossa esperança...

Eu tenho um sonho! Com esta fé eu volto para o Sul. Com esta fé

arrancaremos da montanha da angustia um pedaço da esperança. Com esta

fé poderemos trabalhar juntos, orar juntos ir juntos à prisão, certos de que

um dia seremos livres...

Quando deixarmos o sino da Liberdade tocar em qualquer vilarejo ou aldeia

de qualquer estado, de qualquer cidade neste dia estaremos prontos para

nos erguer. Todos os filhos de Deus, brancos, negros, judeus, ou gentios,

protestantes ou católicos, estarão prontos para dar as mãos e cantar aquele

velho hino dos escravos:

“Finalmente livres!

Finalmente livres!

Graças ao Deus Todo Poderoso,

Nós Somos finalmente livres.”

Martin Luther King.

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