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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A INFLUÊNCIA DAS MELHORES PRÁTICAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA ERP PARA EMPRESA DE ENGENHARIA INTELENG Por: Nágila Araújo Melo Orientador Prof. Úrsula Gomes Rio de Janeiro 2015 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A INFLUÊNCIA DAS MELHORES PRÁTICAS DE

GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA IMPLANTAÇÃO DO

SISTEMA ERP PARA EMPRESA DE ENGENHARIA INTELENG

Por: Nágila Araújo Melo

Orientador

Prof. Úrsula Gomes

Rio de Janeiro

2015

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A INFLUÊNCIA DAS MELHORES PRÁTICAS DE

GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA IMPLANTAÇÃO DO

SISTEMA ERP PARA EMPRESA DE ENGENHARIA INTELENG

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Projetos.

Por: Nágila Araújo Melo

AGRADECIMENTOS

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3

Em primeiro lugar a Deus por permitir

chegar até aqui superando todos os

obstáculos e me dado forças e

convicção e consolo de nunca ter

perdido as esperanças. A todos os

amigos que conheci ao longo desta

caminhada e pelos momentos de

alegria e descontração e que hoje

fazem parte da minha vida. A minha

orientadora Úrsula Gomes, pelo

comprometimento e dedicação que

foram fundamentais para que eu

alcançasse esse patamar de suma

importância para minha vida pessoal e

profissional.

DEDICATÓRIA

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4

Dedico este trabalho primeiramente a

Deus, pois sem ele nada seria possível e

eu não estaria aqui para poder desfrutar

deste momento da minha vida. E todos

aqueles que de alguma forma

contribuíram.

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RESUMO

Apresentar algumas considerações envolvendo aspectos históricos, evolutivos,

conceituais do sistemas ERP. A importância do sistema nas empresas,

históricos da Empresa de Engenharia Inteleng, informações do projeto de

Implantação do sistema ERP para o gerenciamento e tomadas de decisões da

Empresa de Engenharia Inteleng e, as boas praticas de gerenciamento de

projetos na Implantação do Sistema ERP.

Palavras Chave: ERP, SAP, Implantação de Sistemas e Boas praticas no

gerenciamento de projetos.

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ABSTRACT

Present some considerations involving historical, evolutionary, conceptual ERP

systems. The importance of the system in enterprises, historical Company of

Inteleng Engineering, ERP information system deployment project for the

management and decision-making Company of Engineering and Inteleng, good

project management practices in ERP System Implementation.

Keywords: ERP, SAP, Systems Implementation and Best practices in project

management.

METODOLOGIA

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Esse projeto será feito através de pesquisa metodológica e

intervencionista, através do método qualitativo, onde o principal objetivo é

estabelecer quais fatores contribuem de alguma forma para a ocorrência de

determinado fenômeno.

Quando é proposta uma metodologia para avaliação da influencia das

melhores praticas do gerenciamento de projetos na implantação do sistema

ERP em empresas de engenharia Inteleng, a pesquisa se apresenta quanto

aos fins como metodológica e intervencionista e quanto ao meio como

laboratório.

A pesquisa metodológica apresenta instrumentos ou propostas para a

manipulação da realidade e está associada a caminhos, formas, maneiras e

procedimentos para atingir um determinado fim (Vergara 2000).

A Metodologia intervencionista objetiva interferir na realidade estudada,

para modificá-la. Não se satisfaz apenas em explicar, mas em resolver

problemas de forma efetiva.

De laboratório: É a experiência realizada em local circunscrito.

Simulações em computador situam-se nessa classificação.

Aplicada: motivada pela necessidade de resolver problemas concretos,

mais imediatos, ou não. Tem finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura,

motivada apenas pela curiosidade intelectual do autor.

SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO

Objetivo

Justificativa

Sobre a empresa de Engenharia Inteleng

CAPÍTULO 1 - O SISTEMA ERP

1.1 O que é Sistema ERP

1.2 Como funciona a estrutura do Sistema ERP

1.3 A implementação e a utilização do Sistema ERP em empresas

1.4 Prós e contras na implementação do Sistema ERP

CAPÍTULO 2 – BOAS PRATICAS DE PROJETO NA IMPLEMENTAÇÃO

DO SISTEMA ERP NA EMPRESA DE ENGENHARIA INTELENG

2.1 Metodologia da pesquisa

2.2 Detalhes sobre a implementação do Sistema ERP na Empresa de

Engenharia Inteleng

2.2.1 Razão da implementação

2.2.2 Projeto de implementação

2.2.3 Desvios da implementação

CAPÍTULO 3 – Como as melhores práticas de projeto podem auxiliar

na implementação do Sistema ERP

3.1 As melhores práticas usuais para projetos

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS

BIBLIOGRAFIAS CITADAS

ÍNDICE DE FIGURAS

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09

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25

25

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26

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INTRODUÇÃO

A implantação dos sistemas ERP nas Pequenas, Médias e Grandes

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empresas tem crescido consideravelmente devido ao nível e a quantidade de

informações que circulam nestas empresas e os dados dos quais elas

precisam para as tomadas de decisões, mesmo considerando o alto custo,

tempo, complexidade, tornando-os naturalmente projetos arriscados.

O Estudo com a proposta de boas práticas na implantação dos ERP

nas empresas e suas etapas: antes, durante e após implementação, são

fatores decisivos para que se alcance o sucesso nesta tarefa, possibilitando

atingir um grau de competitividade através da obtenção de menor custo,

melhor produto, agregar valor e se diferenciar da concorrência ou se

especializar em um segmento de mercado.

Objetivo

Objetivo dessa pesquisa é apresentar plano de melhorias na

implantação do sistema ERP para organizar relatórios gerenciais, utilizando as

boas práticas de gerenciamento de projetos. Onde cada área especifica do

gerenciamento de projeto estará interligada a esse processo de implantação.

Nessa pesquisa iremos levantar os pontos positivos e negativos na

implantação do ERP na Empresa de Engenharia Inteleng, aprofundar nos

processos de melhorias para contribuir como referencia para as empresas que

estejam estudando a possibilidade de utilização ou que já utilizam um sistema

ERP, assim como para as empresas que fornecem tais sistemas. As questões

pesquisadas podem contribuir para facilitar as tomadas de decisões, para

melhorar o desenvolvimento de estratégias de implantação e utilização no caso

das empresas clientes.

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Justificativa

A decisão pela utilização de sistemas ERP pode ser uma poderosa

opção para a empresa obter maior controle de seu negócio, alcançando assim

as metas e objetivos desejados. A redução de custos com desenvolvimento de

sistemas, fornecimento de versões atualizadas, com melhorias e correções,

ganho de confiabilidade com a integração de todas as áreas da empresa,

garantindo a integridade dos dados e a facilidade de adequar as

funcionalidades da empresa aos processos disponíveis no sistema através da

parametrização são grandes diferenciais que devem ser cuidadosamente

abordados. Em contrapartida, os custos elevados envolvidos na aquisição,

manutenção e, principalmente os custos não mensuráveis ou ocultos no

planejamento orçamentário da implantação, são fatores críticos passíveis de

discussões. As transformações também são sofridas pela empresa, através da

alteração dos processos produtivos e administrativos que tendem a se adaptar

às funcionalidades oferecidas pelo sistema e do impacto gerado sobre as

pessoas, que muitas vezes podem criar resistência devido à necessidade de

mudança de paradigmas para a utilização de um sistema compartilhado. Logo,

para a correta tomada de decisão e alcance dos objetivos, a empresa deve ter

uma visão clara do escopo de abrangência do sistema a ser implementado,

bem como a determinação de uma equipe de projeto que conheça

profundamente os processos de negócios, proporcionando assim, a aderência

do sistema com relação às necessidades da empresa.

A Empresa de Engenharia Inteleng

As Empresas de Engenharia Inteleng ocupam o segundo lugar no

ranking das maiores companhias de engenharia do Brasil. Com mais de 70

anos de experiência no mercado nacional, a organização cresceu, diversificou-

se e hoje reúne sete negócios: Engenharia, Ambiental, Integração,

Laboratórios, Manutenção, Obras Especiais e Geotecnia.

O objetivo é oferecer soluções integradas de engenharia e gestão aos

clientes, às empresas e à sociedade, deixando sempre a melhor

contribuição para o desenvolvimento sustentável do país.

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As Empresas de Engenharia Inteleng sempre estiveram envolvidas em

projetos estratégicos para o Brasil, como a construção de Brasília e do

Rodoanel, a concepção do projeto Nova Luz, o gerenciamento de interfaces na

Usina Hidrelétrica de Jirau (Rondônia) e no Estaleiro da Promar (Pernambuco),

o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) e a

construção do Museu de Arte do Rio, entre outros.

As Empresas de Engenharia Inteleng têm sede em São Paulo e filiais

estrategicamente localizadas em 11 capitais brasileiras – Belo Horizonte,

Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife,

Salvador, Rio de Janeiro e Vitória.

Hoje tem mais de 11 mil funcionários e têm orgulho em contribuir para

o desenvolvimento do Brasil por meio do seu trabalho. É através das obras que

participam, em parceria com os clientes, que ajudam a reforçar o importante

papel da engenharia como agente transformador de um país.

Engenharia:

A Engenharia oferece serviços que abrangem todas as fases do

desenvolvimento de empreendimentos, desde estudos de viabilidade até a

entrada em operação. Nas áreas pública ou privada, a Engenharia reúne

expertise para estudar, conceber, projetar, planejar e gerenciar investimentos

complexos que exigem a participação de um grande número de agentes de

forma integrada, possibilitando ao cliente manter o foco em sua atividade-fim,

enquanto aplicamos nosso conhecimento para atender às necessidades de

prazo, custo e qualidade de seus investimentos.

Ambiental:

A Ambiental atua de forma aderente à engenharia, aportando soluções

ambientais em todas as fases do empreendimento, desde a sua concepção –

avaliando as melhores alternativas locacionais e tecnológicas do ponto de vista

ambiental – até a desmobilização. Isto é, antes, durante e depois da obra,

incluindo o licenciamento, a gestão ambiental e o gerenciamento social.

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Integração:

A Integração cuida do projeto à entrega das chaves, passando por

toda a execução da obra em um único contrato – nos modelos EPC, Design

Build ou Built to Suit – para clientes industriais.

Laboratórios:

Os ensaios de concreto, solos e materiais para construção civil já estão

na raiz da Laboratórios. Mas embora tenha nos canteiros de obras seu carro-

chefe, a empresa atua em toda a cadeia do segmento de arquitetura e

construção, desde as fundações – por meios dos ensaios geotécnicos –,

controle da qualidade e instrumentação da estrutura e da montagem até a

inspeção da fabricação de equipamentos e o comissionamento e certificação

de produtos, como pisos elevados, mobiliário e até mesmo colchões.

Manutenção:

A Manutenção contribui para que as empresas ampliem sua

infraestrutura e conservem seus ativos, atendendo às exigências dos órgãos

reguladores, melhorando a qualidade dos serviços e a rentabilidade do negócio

por redução de perda e conquista de novos clientes.

Obras especiais:

As Obras especiais é especializada em retrofit, restauro de patrimônio

histórico e arquitetônico, obras especiais e recuperação e reforço estrutural.

Geotecnia:

Técnicas de vanguarda e constante investimento no pátio de

equipamentos são o diferencial da empresa para prestação de serviços de

contenções de encostas, fundações especiais, instrumentação geotécnica,

investigações geotécnicas e tratamento de subsolo para os mais diversos

segmentos de mercado, como: Transportes, Saneamento, Energia,

Desenvolvimento Urbano, Petróleo e Gás, Petroquímico, Indústria e

Mineração, Edificações Privadas e Patrimônio Cultural.

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Relatórios anuais:

CAPÍTULO I

O SISTEMA ERP

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Motivação, assim como aprendizagem, é um termo largamente usado

em compêndios de psicologia e, como aprendizagem, é usado em diferentes

contextos com diferentes significados. O mesmo autor pode empregar o termo

de maneira diversa num mesmo parágrafo. Vernon (1973) faz isso logo na

primeira página do primeiro capítulo de seu livro, Motivação Humana:

“A motivação é encarada como uma espécie de

força interna que emerge, regula e sustenta todas as

nossas ações mais importantes. Contudo, é evidente que

motivação é uma experiência interna que não pode ser

estudada diretamente”. (Vernon, 1973, p.11).

1.1 O que é Sistema ERP

Os avanços tecnológicos computacionais proporcionam as empresas

facilidades e confianças em suas atividades e, nunca estiveram tão presentes,

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dificilmente existirá empresas sem algum sistema pelo fato de suas atividades

necessitarem de suporte. Geralmente, em cada empresa, vários sistemas

foram desenvolvidos para atender diversas áreas de negócio, departamentos e

escritório. Por exemplo, o departamento de faturamento utiliza um sistema

próprio enquanto o departamento financeiro outro. Dessa forma, a informação

fica dividida entre diferentes sistemas.

Os principais problemas desta fragmentação são as dificuldades de

obtenção de informações consolidadas e a inconsistência de dados

redundantes armazenados em mais de um sistema. Os sistemas ERP

(Enterprise Resources Planning – Planejamento de Recursos da Corporação)

são grandes solucionadores destes problemas, pois agregam todas as

informações da empresa em um só sistema integrado que suporta todas as

atividades dos diversos processos de negócio das empresas divididos em

módulos.

Os sistemas ERP surgiram a partir da evolução dos sistemas MRP

(Material Resource Planning ou Planejamento das Necessidades de Materiais)

e MRP II (Manufacturing Resource Planning ou Planejamento de Recursos de

Manufatura). Neles, foram agregadas as funções de programação mestre da

produção, cálculo detalhado de necessidade de capacidade, controle do chão

de fábrica, controle de compras e, mais recentemente, Sales & Operations

Planning. Dessa forma, os sistemas MRP deixaram de atender apenas as

necessidades de informação referentes ao cálculo da necessidade de

materiais, para atender às necessidades de informação para a tomada de

decisão gerencial sobre outros recursos de manufatura ( CORRÊA, H. L.,

GIANESI, I. G. N. & CAON, M. (2001).

O MRP passou, então, a ser chamado de MRP II (Manufacturing

Resource Planning - Planejamento de Recursos de Manufatura). Com o

objetivo de ampliar a abrangência dos produtos vendidos, os fornecedores de

sistemas desenvolveram mais módulos, integrados aos módulos de

manufatura, mas com escopo que ultrapassa os limites da manufatura. Como

exemplo foi criado os módulos de Gerenciamento dos Recursos Humanos,

Vendas e Distribuição, Finanças e Controladoria, entre outros. Esses novos

sistemas, capazes de suportar as necessidades de informação para todo o

empreendimento, são denominados sistemas ERP.

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Um sistema ERP tem a pretensão de suportar todas as necessidades

de informação para a tomada de decisão gerencial de um negócio. É

basicamente composto por módulos que atendem as necessidades de

informação para apoio à tomada de decisão de outros setores que não apenas

aqueles ligados à manufatura, tais como, distribuição física, custos,

recebimento fiscal, faturamento, recursos humanos, finanças, contabilidade,

entre outros, todos integrados entre si e com os módulos de manufatura, a

partir de uma base de dados única e não redundante. O objetivo dele é focar a

empresa como um todo e permitir que as informações geradas por um

departamento sejam compartilhadas com os outros.

O auge dos sistemas ERP ocorreu em torno de 1998-1999 por causa

do bug do milênio, quando diversas empresas optaram por adotá-lo como nova

plataforma tecnológica, uma vez que seus sistemas legados precisariam ser

adaptados segundo Cliffe, S. (1999), pp 16-17. Algumas das características

fundamentais dos sistemas ERP são:

a) Flexibilidade: o faz adaptar-se às mudanças no ambiente externo.

b) Modularidade: permite utilizar um módulo independente do outro.

c) Adaptabilidade às necessidades funcionais da empresa.

d) Integridade das informações obtidas: todas as transações realizadas

pela empresa devem ser registradas de forma centralizadas para

que as consultas extraídas do sistema possam refletir ao máximo

possível suas realidades operacionais, fornecendo acesso às

informações em tempo real.

Sistema ERP nada mais é que um sistema computacional voltado para

integrar várias áreas em módulos de uma empresa em um servidor central,

fazendo com que todas as áreas enxerguem as mesmas informações e dados.

Atualmente este sistema está sendo muito discutido nas empresas, pelo fato

de existir uma cobrança tecnológica a fim que atenda as necessidades das

atividades dos negócios.

O sistema ERP é uma ferramenta que pode trazer inúmeros benefícios

para a empresa, porém deve ser implementada e utilizada de maneira correta

para que possa ser eficaz inclusive a integração com outros sistemas da

empresa atual ou que possam vir a surgir.

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1.2 Como funciona a estrutura do Sistema ERP

De acordo com Davenport (1998) os sistemas ERP são compostos por

uma base de dados única e por módulos que suportam diversas atividades das

empresas. A figura abaixo apresenta uma estrutura típica de funcionamento de

um sistema ERP. Os dados utilizados por um módulo são armazenados na

base de dados centrais para serem manipulados por outros módulos.

Os módulos citados na figura estão presentes na maioria dos sistemas

ERP. Além deles, alguns sistemas ERP possuem módulos adicionais, tais

como: Gerenciamento da Qualidade, Gerenciamento de Projetos,

Gerenciamento de Manutenção, entre outros.

Figura 1: Estrutura típica de um funcionamento de um sistema ERP

Fonte: Davenport (1998).

O ERP emprega tecnologia cliente/servidor. Isto significa que o usuário

do sistema (cliente) roda uma aplicação (rotina de um módulo do sistema) que

acessa as informações de uma base de dados única (servidor). O banco de

dados interage com todos os aplicativos do sistema. Desta forma, elimina-se a

redundância de informações e redigitação de dados, o que assegura a

integridade das informações obtidas. É apresentada uma base de dados

central interagindo com os vários módulos de uma arquitetura ERP, dentro de

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uma visão logística de administração de recursos, estando numa extremidade

os clientes e em outra os fornecedores.

1.3 A implementação e a utilização do Sistema ERP em

empresas

A implantação do sistema ERP nada mais é que uma das etapas do

ciclo de vida dos sistemas de informação. A decisão pela implantação de um

sistema ERP além de considerar uma mudança organizacional, que em vários

casos pode ser traumática, devido à complexidade da interação entre as áreas,

também demanda um volume de recursos elevado, como de capital, pessoas,

equipamentos. Dessa forma, um ponto muito importante a considerar nessa

decisão é fazer a análise do ROI (Returno of Investiment), que geralmente é

longo.

A implantação de um ERP demanda uma reorganização dos

processos da empresa, onde segundo Humble et al. (2003), a adoção do

sistema ERP significa a adoção das melhores práticas dos processos da

empresa. Outro conceito de implantação do sistema ERP é que nada mais é

do que iniciar a utilização do sistema para processar as transações

empresariais, tornando-se essencial que o sistema ERP tenha sido

adequadamente parametrizado, customizado com os dados iniciais inseridos

no sistema, com as devidas alterações do negócio para adequar-se à

utilização do mesmo e, que os equipamentos e softwares adequados tenham

sido adquiridos e instalados, que os envolvidos na operação e supervisão do

sistema tenham sido devidamente capacitados e que as condições de suporte

e auxílio estejam devidamente disponibilizadas (SOUZA, 2000).

No entanto, não basta somente o sistema adequar-se aos processos,

mas também os processos sofrerem melhorias e adaptações para que gerem

melhores e mais úteis informações. Um grande desafio nas organizações é

planejar e implementar processos de melhorias já existentes e, além disso,

integrá-los para que o sistema possa permear entre setores e departamentos,

fornecendo uma confiabilidade e qualidade das informações do negócio como

um todo.

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Figura 2: ERP e suas principais fases

Fonte: Oda (2010).

Mas o sistema ERP da mesma forma que os processos, também

podem e deve adequar-se as rotinas dos processos da empresa, podendo ser

feitas através da customização ou parametrização do sistema, para a

eliminação das discrepâncias. A customização implica em desenvolvimento de

programas que serão integrados ou na modificação do próprio sistema ERP; já

a parametrização é a determinação da operação mais adequada entre as

alternativas disponíveis, não implicando na modificação do pacote em si

(SOUZA, 2000).

No planejamento, quanto mais tempo for investido no estudo,

adaptação e teste dos módulos, menores serão os riscos de implantação,

poremos prazos finais serão delatados. Segundo Souza (2000), como esses

prazos são determinados a priori, com base em estimativas poderá haver

algum conflito que obrigue a iniciar a operação do sistema antes do momento

de completa implantação. Davenport (1998) afirma que uma implantação

rápida pode ser um bom negócio, mas uma implantação apressada não,

enfatizando novamente que um bom planejamento e gerenciamento da

implantação do sistema ERP faz-se necessário.

Dentre os fatores críticos para o sucesso da implantação do sistema

ERP pode-se destacar: o envolvimento da alta direção, ter uma equipe

exclusivamente dedicada e capacitada em ERP, compromisso da organização

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para executar as mudanças, planejamento, visão e objetivos estabelecidos de

forma bastante claras.

Outro fator crítico para o sucesso na implantação é a comunicação

entre todos os envolvidos, de todas as decisões tomadas, pois decisões locais

ou setoriais podem influenciar de sobre maneira os demais módulos,

interferindo no avanço dessa etapa como um todo. Além disso, essas decisões

de mudanças devem ser tomadas segundo uma direção focando no objetivo

principal do projeto, pois caso contrário, decisões locais poderão não estar em

perfeito alinhamento com os objetivos macros do projeto, ocasionando

distorções que afetarão o desempenho de utilização do sistema.

A implantação proporciona mudanças em três níveis dentro da

organização: individual, departamental e organizacional, por isso é uma etapa

crítica no sucesso do ERP como um todo. Davenport & Short (1990) diz que a

maior dificuldade na adaptação sugerida pelo TI (inclusive o ERP) seja manter

o comprometimento da direção. Pois o sistema ERP muda a visão

departamental da organização para uma visão de processos.

Souza & Zwicker (2003) aponta três estratégias para a implantação do

sistema ERP, como segue na Figura 02. A estratégia big-bang ocorre à

implantação simultânea de todos os módulos em todas as localidades, como

mesma data para se iniciar a operação. Já na estratégia de Fases, a

implantação ocorre módulo a módulo. Mas caso a empresa possua mais de

uma unidade de negócios, pode adotar a estratégia de small-bang, onde se

escolhe uma unidade de menor porte para realizar o início simultâneo da

operação.

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Figura 3: Riscos e Vantagens do modo de início de operação

Fonte: SOUZA (2000)

Menezes (2002) cita que a demora na implantação, custos elevados,

necessidade de re-adequação das práticas dos usuários com o

estabelecimento de novos processos e a possibilidade dos usuários

alimentarem o sistema com informações erradas podem ser considerados

também como um dos principais riscos nessa etapa, a de implantação do

sistema ERP.

No entanto algumas diretrizes podem auxiliar no sucesso dessa etapa

que é determinante para o sucesso do sistema ERP, segundo Cooper e

Kaplan (1998), p. 109-29 que são:

a) Objetivos estratégicos claros e disseminados por toda a organização;

Compromisso da alta administração, com forte liderança, comprometimento e

participação;

b) Gestão do projeto de implantação, identificação dos módulos, bem

como os processos do negócio que serão afetados;

c) Gestão da mudança organizacional;

d) Definir a equipe responsável pela implantação, e determinação dos

prazos das entregas;

e) Acurácia dos dados;

f) Medidas de desempenho focadas para avaliar o impacto do novo

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sistema;

g) Escolha da forma de implantação (big-bang, small-bang ou fases).

Já a utilização do sistema faz parte do dia-a-dia das operações, sendo

uma etapa de retroalimentação da implantação, pois ao decorrer das

operações novas necessidades irão surgir bem como adaptações dos módulos

para melhor ajuste e aproveitamento.

Souza (2000) reforça que essa é uma consideração muito importante

para a etapa de utilização do sistema ERP, onde geralmente não se conhece

todas as possibilidades de uso no momento da implantação, etapa essa cujos

esforços são concentrados para fazer combinar os pacotes com os processos

da organização.

Segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte Consulting (1998),

dentro de 64 empresas avaliadas que implementou o sistema ERP, os

benefícios obtidos por elas só foram percebidos algum tempo após o início das

operações. Segundo a mesma pesquisa, o início da operação do sistema é o

único objetivo, ou benefício, atingido após a implantação (“primeira onda”). A

“segunda onda”, ou as etapas que sucedem ao inicio, ocorre quando

finalmente todas as forças do sistema ERP se juntam: a tecnologia, o

redesenho dos processos e, principalmente, as pessoas operando e

executando os novos processos.

Os pontos críticos na etapa de utilização são os “upgrading”, ou

atualizações do sistema e necessidade de realização de mudanças dos

parâmetros para melhor adaptação ao uso, mais conhecidas como in-flight

configuration (reconfiguração “durante o vôo”). As atualizações poder variar

quanto ao grau de complexidade, sendo que o gerenciamento e atualização

dessas versões do sistema ERP constituem uma das principais dificuldades na

etapa de utilização.

1.4 Prós e contras na implementação do Sistema ERP

As empresas ao optarem pela implantação do sistema ERP esperam

conquistar benefícios como, a integração do sistema organizacional, a redução

dos custos em informática e a disponibilização de informações com qualidade

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e em tempo real para a tomada de decisões sobre o negócio. Reduções nos

custos operacionais e de TI, a eliminação da duplicação dos esforços, melhor

qualidade das informações geradas e em tempo real, padronização dos

processos, são alguns dos pontos levantados pelos autores Lozinsky (1996),

Bancroft et al.(1998) e Davenport (1988).

Menezes (2002) discorre sobre as vantagens do sistema, também

enfatizando que a padronização dos sistemas de informações, o

gerenciamento do conjunto das atividades diminui a redundância entre elas,

reduz o ciclo de tempo do atendimento, da resposta e aumenta a flexibilidade

para converter dados ou informações em conhecimento para apoio as

decisões. O autor cita ainda que essa redução dos prazos do ciclo de

planejamento das empresas e o uso de uma base de dados consistentes

contribuem para a neutralização do efeito “chicote”.

Efeito “Chicote” segundo Handfield & Nichols (1999), corresponde a

distorção da demanda dependente, ou seja, como a previsão de vendas é a

base para os ciclos de planejamento, tais distorções criam um ambiente de

pedidos e compras de quantidades inexatas, onerando os processos de

compra e fabricação, interferindo de forma negativa nos resultados das

empresas.

Como em qualquer decisão, a da implantação do sistema ERP

também trás algumas desvantagens e problemas potenciais, pois essa

iniciativa leva as empresas e departamentos a comprometerem-se com novos

modelos de sistemas de informação, o que traz consigo novos desafios.

Pode-se dizer que a principal desvantagem do sistema ERP é a

demora na etapa de implantação, pois afeta profundamente a organização,

alterando sua rotina departamental para de processos, onde a própria cultura

organizacional é impactada, exigindo esforços mútuos de várias hierarquias da

empresa, pois muitos processos são alterados ou mesmo criados para

adaptar-se a nova realidade.

Lozinsky (1996) cita a necessidade da utilização de uma consultoria

externa para a etapa da implantação do sistema, pois as habilidades de gestão

de projetos e das mudanças além de todo o conhecimento do pacote me geral

não estão disponível dentro das empresas.

Davenport (1998) relata que muitos dos problemas na implantação do

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sistema não são de ordens tecnológicas, mas sim organizacionais. Outro ponto

levantado pelo autor é a inflexibilidade dos sistemas ERP em adaptar-se aos

processos das empresas, que apesar de apresentarem certo grau de

parametrização e modulação, a complexidade dos pacotes inviabiliza grandes

alterações.

Outro problema comum é a demora de processamento, pois os

usuários ainda não se adaptaram ao novo sistema. Isso causa atrasos comuns

no início das operações até que a sistemática dos novos processos seja

completamente incorporada na cultura organizacional. Além disso, Stedman

(1998) acrescenta que a alimentação de informações feitas de forma incorreta

e outro ponto relevante nas distorções e atrasos, sendo em muito contribuídas

pela baixa intimidade inicial dos usuários frente ao novo sistema.

Tal importância se dá a mudança cultural organizacional que Appleton

(1997) diz: “se um departamento operar por suas próprias regras então o

sistema não irá funcionar corretamente”.

CAPÍTULO 2

Boas práticas de projeto na implementação do sistema

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ERP na Empresa de Engenharia Inteleng

2.1 Metodologia da pesquisa

Esse projeto será feito através de pesquisa metodológica e

intervencionista, através do método qualitativo, onde o principal objetivo é

estabelecer quais fatores contribuem de alguma forma para a ocorrência de

determinado fenômeno.

Quando é proposta uma metodologia para avaliação da influencia das

melhores praticas do gerenciamento de projetos na implantação do sistema

ERP para produção de etanol, a pesquisa se apresenta quanto aos fins como

metodológica e intervencionista e quanto ao meio como laboratório.

A pesquisa metodológica apresenta instrumentos ou propostas para a

manipulação da realidade e está associada a caminhos, formas, maneiras e

procedimentos para atingir um determinado fim (Vergara 2000). Nesta

pesquisa é apresentada uma metodologia para avaliar a influencia das

melhores práticas do gerenciamento de projeto na implantação do sistema

ERP para a Empresa de Engenharia Inteleng.

A Metodologia intervencionista objetiva interferir na realidade estudada,

para modificá-la. Não se satisfaz apenas em explicar, mas em resolver

problemas de forma efetiva.

De laboratório: É a experiência realizada em local circunscrito.

Simulações em computador situam-se nessa classificação.

2.2 Detalhes sobre a implementação do sistema ERP na

Empresa de Engenharia Inteleng

2.2.1 Razão da implementação

Devido ao crescimento da Empresa de Engenharia Inteleng nos

últimos anos, surgiu à necessidade de ampliação de sua plataforma

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administrativa, através da substituição do seu sistema atual por um sistema

integrado que controle os processos da empresa.

Através da atualização dos modelos de processos e da tecnologia, os

benefícios esperados são:

a) Suportar as necessidades de informatização de diversas áreas;

b) Implantação dos processos da empresa;

c) Modernização dos sistemas que suportam a operação da Empresa;

d) Flexibilidade para suportar as necessidades de crescimento da

Empresa de Engenharia;

e) Alinhamento com as melhores práticas mundiais e preparar-se para

um ambiente de negócios de maior competitividade;

f) Acesso aos dados históricos e técnicos;

g) Controles e informações integradas e precisas;

h) Processos mais rápidos de tomada de decisão;

i) Padronização de processos e indicadores de desempenho;

j) Informações executivas para suporte a decisões;

k) Facilidade no atendimento das solicitações de Auditoria e Gestores;

l) Facilidade de ‘’Drill Down’’ (detalhe) das informações;

m) Possibilidade de obter relatórios gerenciais/informações em

diferentes visões.

Esses são os itens comuns em projetos dessa magnitude. Cabe

durante o ciclo de vida do projeto, atentar e no gerenciamento do risco gerar

planos de mitigação para garantir o sucesso, onde as principais premissas são:

a) Patrocínio, comprometimento e acompanhamento pela direção da

organização;

b) As gerências devem estar comprometidas com a mudança e não

somente anunciá-las;

c) Alinhamento e priorização das iniciativas de mudança em curso na

organização;

d) Estabelecimento de um sentido de urgência na organização com

relação à mudança;

e) Não separar o projeto da organização;

f) Envolvimento da área de recursos humanos;

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g) Comprometimento das gerências na liberação de recursos para o

treinamento;

h) Planejamento do treinamento dos usuários finais;

i) Atuação da equipe de “Gestão da Mudança” deve estar sintonizada

com as etapas do projeto;

j) Comunicação.

2.2.2 Projeto de implementação

O projeto de implantação na Empresa de Engenharia Inteleng visou á

implantação de um novo sistema integrado tendo como escopo de todas as

empresas do Grupo.

Assim sendo, o macro escopo da solução envolveu todos os setores

da Empresa conforme descrito abaixo:

a) Comercial: Venda de projetos.

b) Financeiro: Contas a Pagar/Receber, Crédito e Cobrança, Gestão

Fiscal/Tributária, Tesouraria, Ativo Fixo, Contabilidade.

d) Controladoria: Custos, Orçamento, Impostos

e) Produção: Planejamento estratégico e Controle de serviços.

f) Suprir Materiais e Serviços: Gestão de Contratos, Compras,

Recebimento/Inspeção de Mercadorias, Recebimento de Serviços,

Gestão de Estoques, Importações, Gestão de Frete, Processos

Fiscais.

Abaixo segue o diagrama da EAP da implantação do Sistema ERP na

Usina Itamarati, com as principais entregas desse projeto:

EAP da implantação do projeto

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Figura 4: Diagrama da EAP da implantação do Sistema ERP da Empresa

Fonte: Empresa Inteleng

Organograma executivo do projeto

Figura 5: Organograma executivo do projeto

Fonte: Empresa Inteleng

Foi definido um cronograma Máster, e cronograma por equipe

detalhado que foram seguidos com o mesmo padrão do MS Project Master.

Macro Cronograma

A duração prevista para a implementação era de 7 (Sete) meses mais

30 (Trinta) dias de suporte a produção.

Abaixo uma visão geral do Cronograma do projeto:

COMITÊ

Gestão de projetos

Gerência do Projeto

Finanças Controladoria

Produção e qualidade Manutenção

Vendas e logística TI

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Figura 6: Cronograma do projeto

Fonte: Empresa Inteleng

Documentos Utilizados na implantação do Sistema:

a) Documento de Aceite de Pacote de Trabalho ou Produto;

b) Relatório Executivo de Acompanhamento do Projeto;

c) Relatório Gerencial de Acompanhamento do Projeto;

d) Documento de Alteração de Prazo.

Gerenciamento das mudanças

No Gerenciamento de Mudanças foi envolvido um Gerente adicional

“full-time” no projeto para orientação da equipe do projeto e as Empresas de

Engenharia Inteleng na realização de atividades relacionadas com a Gestão de

Mudanças. As atividades relacionadas à gestão de mudanças são as

seguintes:

Figura 7: Gestão de Mudanças Fonte: PMBOK

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Estratégia

• Alinhamento dos objetivos do projeto ao portfólio de iniciativas e

estratégias da organização;

• Análise da cultura e ambiente de negócios;

• Envolvimento da alta gerência e nivelamento de expectativas.

Envolvimento de Influenciadores

• Identificação de influenciadores, donos de processo e multiplicadores;

• Entrevistas com pessoas-chave da organização;

• Identificação de habilitadores da mudança ou possíveis barreiras;

• Entendimento da motivação para a mudança.

Team Building

• Desenvolvimento de atividades de integração de times;

• Definição de missão, papéis e responsabilidades de cada time;

• Identificação de Necessidades de capacitação da equipe do projeto

em metodologias e ferramentas (estas capacitações não estão no

escopo desta proposta, pois envolvem treinamentos e esforços

específicos a serem definidos durante os trabalhos do gerente de

mudanças);

Sensibilização para Mudança

• Execução de apresentações institucionais sobre o escopo e

benefícios dos projetos;

• Execução de apresentações sobre temas relacionados á orientação

de processos, liderança, facilitadores, etc;

• Reuniões de resultado.

Comunicação

• Definição das estratégias e canais de comunicação dos projetos;

• Coordenação do processo de comunicação e plano de mídia;

• Acompanhamento e monitoramento da eficácia da comunicação

através de outros meios como: boletins de intranet e internet, quadros

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de aviso, reuniões, workshops, emails, etc.

• Salientamos que neste tópico a atuação do gerente de mudanças

será sempre focada nos aspectos gerenciais e administrativos. Por

exemplo, não estamos contemplando atividades de geração de

documentos, imagens, textos, enfim qualquer material para ser

publicado.

Educação e Treinamento

• Seleção e orientação da capacitação de multiplicadores/facilitadores

para suportar as atividades de treinamento. A capacitação

propriamente dita será providenciada pelas Empresas de Engenharia

Inteleng.

• Elaboração dos planos de treinamento (materiais, logística, infra-

estrutura, instrutores, fornecedores, comunicação, avaliação, Help

Desk, etc.). Salientamos que toda a infra-estrutura para os

treinamentos é de responsabilidade das Empresas de Engenharia

Inteleng.

Alinhamento Organizacional

• Diagnóstico dos impactos organizacionais;

• Alinhamento da estrutura da organização ao desenho de novos

papéis e trabalhos.

• Identificação de novos papéis relacionados a novas atividades;

• Mapeamento dos novos papéis em novos trabalhos;

• Mapeamento de competências essenciais e complementares para

cada novo trabalho;

• Organização de “workshops” de validação com a organização;

• Alinhamento da nova visão de papéis com Recursos Humanos.

Plano de gerenciamento de problema

O objetivo do processo de Gerenciamento de Issues é mantê-las

controladas e comunicadas aos envolvidos, permitindo antecipar e solucionar

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eventuais impactos ao projeto.

O Gerenciamento de Issues está orientado por processos de

planejamento, identificação, análise, respostas e monitoramento/controle das

issues durante todas as fases do projeto.

O Planejamento do Gerenciamento de Issues é o processo que define

como avaliar e conduzir as atividades de Gerenciamento de Issues do projeto.

Issue é: uma situação, ação, problema ou questão que surge durante o

andamento do projeto. Caso não seja resolvido, uma issue impede ou

prejudica o progresso do projeto por impactá-lo, atrasando ou suspendendo

uma ou mais atividades do projeto.

Uma issue é um problema que existe no momento em que é notificado

(é um fato), ao contrário de um risco que “poderia” se tornar uma issue

futuramente, caso se concretizasse. As issues demandam decisões imediatas,

pois quase sempre, a solução de problemas identificados requer recursos,

tempo e/ou custo adicional. Caso esses membros não tenham delegação de

autoridade para solucionar os problemas identificados, é necessário escalar os

níveis hierárquicos cabíveis para a devida tomada de decisão.

Quando da identificação de um novo issue:

• A qualquer momento, durante o andamento do projeto, podem ser

levantadas issues pelas equipes que devem ser validadas pelos

líderes de frente;

• No momento da criação da issue, o Identificador (líder de frente) deve

informar, na ferramenta, quem é a pessoa Responsável pela resolução

da issue.

Os problemas serão escalonados de acordo com a tabela abaixo:

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Plano de gerenciamento de riscos

O objetivo do processo de Gerenciamento de Risco é diminuir a

probabilidade e impactos dos eventos que afetam o projeto negativamente. O

Gerenciamento do Risco está orientado por processos de planejamento,

identificação, análise, respostas e monitoramento/controle dos riscos durante

todas as fases do projeto.

O Planejamento do Gerenciamento de Riscos é o processo que define

como avaliar e conduzir as atividades de Gerenciamento de Riscos do projeto.

Risco é um evento ou condição incerta que, caso ocorra, ocasionará

um efeito negativo ou positivo nos objetivos do projeto, lembrando que os

riscos tratados neste documento serão com impacto negativo. Por definição,

um Risco refere-se a um evento potencial não planejado e com uma

probabilidade associada de realizar-se e de, conseqüentemente, impactar o

projeto.

Riscos podem incluir aspectos técnicos, políticos e gerenciais do

projeto. Exemplos de riscos a serem gerenciados incluem considerável

possibilidade de falhas no atingimento de objetivos do projeto, como prazo,

custo, funcionalidade, resultados ou performance, confiabilidade ou

disponibilidade, e uso de recursos críticos.

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Quando da identificação de um novo risco:

A qualquer momento, durante o andamento do projeto, podem ser

levantados potenciais riscos pelas equipes que devem ser validados pelos

líderes de frente e comunicados a Gerencia do Projeto;

Reunião de “Brainstorming” da Gerencia do projeto, na análise de

impactos da gestão da mudança, nas entrevistas com os stakeholders

(patrocinadores), e nas reuniões de comitês diretivos e executivos.

Após o entendimento do risco, a gerência do projeto deve realizar a

análise do risco, que consiste em:

• Determinar a probabilidade e o impacto, atualizando a planilha Excel;

• Determinar riscos críticos e não críticos, com base na codificação de

cores do mapa de riscos do projeto;

• Determinar quais riscos necessitam de uma resposta imediata, com

base na data limite e SEVERIDADE para resposta ao risco;

• Determinar o Ranking geral dos riscos, classificando-os com base na

urgência de resposta e no mapa de riscos do projeto (probabilidade x

impacto).

Probabilidade é baseada em uma análise subjetiva, segundo informações

obtidas dos respectivos líderes de equipe, podendo estar em uma das

seguintes categorias:

Probabilidade Ocorrência Classificação

Até 30% Baixo

Entre 31 e 70% Médio

Entre 71 e 100% Alto

Impacto é baseado em uma análise quantitativa, e é avaliado de

acordo com as variáveis relacionadas aos objetivos do projeto (Custo, Prazo,

Escopo e Qualidade), segundo informações obtidas dos respectivos líderes de

equipe, podendo estar em uma das seguintes categorias: Alto, Médio e Baixo.

Baixo Médio Alto

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Cronograma

Desvio de até 10%

no prazo da

atividade

sem impacto na

entrega do

produto.

Desvio superior a

10% na atividade

sem impacto no

prazo de entrega

do produto

Desvio superior a 10% na

atividade

com impacto no prazo

de entrega do produto

Custo

Qualquer custo adicional

consideraremos impacto

alto

Qualidade

Redução de

qualidade requer

aprovação do

cliente

Redução de

qualidade

inaceitável para o

cliente

Produto final ináceitavel

Resposta ao Risco

Este processo envolve responder aos riscos com ações que minimizam

ao máximo e/ou eliminam a probabilidade de riscos que impactam o projeto de

forma negativa. As ações devem ser acertadas e combinadas com todas as

partes envolvidas.

A estratégia de resposta ao risco identificado deve reduzir sua

probabilidade ou impacto a um nível aceitável. Há basicamente 4 estratégias

de respostas aos riscos:

1) Evitar – Eliminar todas as causas e ameaças de riscos adversos que

prejudicam os objetivos do projeto.

2) Aceitar – Aceitar o risco, e deixar as conseqüências acontecerem.

Envolve a criação do plano de contingência (Aceitação Ativa) ou

tomar ações corretivas conforme necessidade (Aceitação Passiva).

3) Mitigar – Implica em reduzir a probabilidade e impacto dos riscos que

prejudicam o projeto e contingência para o caso do risco não ser

mitigado.

4) Contingenciar (quando for aplicável) – Implica em preparar um plano

de contingência que será executado sob determinadas condições

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pré-definidas. Aplicado na hipótese das ações mencionadas acima

falharem.

É importante entender que o processo de gerenciamento de riscos é

cíclico. Riscos podem ocorrer a qualquer momento. Riscos que já foram

identificados mudam de probabilidade e conseqüência conforme o andamento

do projeto. Teremos um processo inicial de Levantamento de Riscos e os

mesmos serão controlados pela Gerencia do Projeto, e discutidos e

apresentados nas reuniões de Governança do Projeto.

Plano gerenciamento da qualidade

O plano de gerenciamento da transformação organizacional deve levar

em conta todos os direta ou indiretamente envolvidos. Com relação à equipe

de projeto deve-se monitorar o clima da equipe garantindo sempre a

integração entre seus componentes. Ações de integração devem ser

programadas periodicamente e ações corretivas quando necessário. Em

relação às demais pessoas impactadas deve-se entender suas ansiedades e

expectativas relativas ao projeto.

Umas das ações previstas que auxiliam no entendimento e no

monitoramento dos aspectos acima relatados são as pesquisas descritas a

seguir:

• Pesquisa de Clima da Equipe de Projeto

• Pesquisa de Lições Aprendidas

• Pesquisa pós-entrada em produção

• Pesquisa sobre Expectativas – Usuários

• Pesquisa sobre Expectativas – Líderes

A metodologia XMethod da CPM CONSULTORIA prevê o

preenchimento de um documento durante a fase do Business Blueprint onde

são levantados os impactos organizacionais. Os impactos organizacionais

podem ser de várias naturezas:

• Treinamentos específicos necessários não relacionados à solução

sendo implantada (impostos, microinformática etc.);

• Mudança em funções e atribuições;

• Deslocamento de carga de trabalho;

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• Mudanças organizacionais.

Durante a construção do blueprint a equipe de Gestão de Mudanças

acompanhou e validou o preenchimento do documento de impactos

organizacionais. Na finalização do Blueprint foi desenvolvido um plano para

tratar estes impactos organizacionais. Foi efetuada a avaliação de

competências atuais contra competências futuras necessárias com o novo

sistema. É importante ressaltar que impactos organizacionais não tratados são

as principais causas de fracasso de implantações de sistemas ERP.

A resistência a mudanças é diferente dependendo do nível na

organização onde ela ocorre. As razões principais da resistência à mudança

são:

• Falta de conhecimento da mudança;

• Medo do desconhecido;

• Desconforto com a situação.

As pessoas resistem às mudanças por medo de perder o controle ou

devido à sobrecarga das tarefas e responsabilidades atuais, onde nos níveis

gerenciais ocorrem: medo de perder o poder e a sensação da perda de

autonomia.

Os medos relatados podem ser reais ou imaginários. No caso de

medos imaginários, a melhor forma de combate está na comunicação franca e

aberta. O treinamento também possui papel importante nesse sentido.

Resistência a mudanças que ocorre nos níveis gerenciais muitas vezes só

pode ser resolvida com uma ação do patrocinador do projeto.

A demonstração para a empresa da necessidade e urgência da

mudança e a preocupação com o alinhamento desta com os anseios e

expectativas das pessoas impactadas são formas de se reduzir as resistências

a mudanças. O exemplo dos gestores é fundamental nesse sentido.

Para o treinamento dos usuários finais será adotada a solução de

cursos presenciais. Para a navegação e curso introdutório do projeto deverá

ser adotada uma solução e-learning desde que existam condições dos

usuários acessarem a internet.

O uso de multiplicadores será avaliado caso não seja possível usar os

usuários-chave para tal finalidade seja por motivo de carga de trabalho como:

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na fase de realização serão levantados os cursos necessários e as pessoas

que devem ser treinadas no novo sistema. A partir destes dados será montada

uma matriz (empregado x cursos), onde será levantada também as

disponibilidades de instrutores (usuários-chave ou multiplicadores) e de salas

equipadas. A matriz empregado x cursos mais a disponibilidade de salas e

instrutores permite a criação da programação de cursos utilizando uma

ferramenta de otimização. Feita a otimização será efetuado o controle da

execução dos cursos através de ferramenta própria para tal. O Infopak será

utilizado para gerar a documentação do dos usuários finais.

Os usuários-chave deverão juntamente com o material preparar a base

de dados de treinamento. Como premissa altamente desejável, os cursos já

deverão ocorrer com os perfis de acesso aos sistemas validados.

Plano gerenciamento das comunicações

È extremamente importante gerarmos um modelo de governança o

qual facilitara muito o processo de comunicação interna. O principal objetivo é

padronizar as rotinas de controle do projeto, traduzindo numa linguagem clara

e objetiva todas as informações que os “stakeholders” e a equipe de projeto

precisam ter para realizar as atividades do dia-a-dia.

Tipos de Reunião:

O procedimento de acompanhamento é extremamente importante e

fator crítico de sucesso nos projetos. Tem por objetivo padronizar uma

estrutura de reuniões, para avaliar o status do andamento das atividades do

projeto.

As reuniões de acompanhamento foram estruturadas em cinco

diferentes níveis, baseados nas alçadas de decisão e delegação. Nestas

reuniões serão realizadas as devidas comunicações, tomadas de decisões de

problemas e riscos, de forma a monitorar possíveis desvios do projeto.

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Em cada reunião estabelecemos o fluxo de escalação de assuntos

críticos do projeto através dos relatórios e reuniões definidas abaixo:

Ao inicio do projeto foram levantados, em conjunto com a consultoria e

a Empresa de Engenharia Inteleng, a identificação dos Pontos Fracos, Pontos

Fortes, Ameaças e Oportunidades (Analise SWOT) conforme listadas abaixo:

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Pontos Fracos

• Mudança cultura (Formalidades);

• Falta de conhecimento sobre o Projeto;

• Falta mão-de-obra qualificada;

• Impacto na família;

• Trabalhar sob pressão;

• Definição da participação de cada pessoa no Projeto.

Pontos Fortes

• Maior confiabilidade das informações;

• Maior integração entre os processos e pessoas;

• Crescimento da Empresa;

• Abertura de Capital;

• Trabalho em equipe;

• Confiança;

• Transparência.

Ameaças

• Atividades pendentes na área de origem;

• Falta de comprometimento Gerência no Projeto;

• Não aceitação do Projeto pelos usuários;

• Permanência dos empregados no Projeto;

• Relacionamento Interpessoal (Diversidades culturais e profissionais);

• Entendimento de processos integrados;

• Mudança de cultura/aceitação de uma nova realidade;

• Não receber o feedback adequado do usuário (o usuário se omitir);

• Abertura junto às outras áreas da empresa;

• Dificuldade do usuário em operar o sistema;

• Conseguir a confiabilidade do usuário e interação de todos;

• Divulgação de informações sobre o Projeto, para o comprometimento

e colaboração das pessoas do dia a dia da empresa.

Oportunidades

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• Equipe Fulltime - Crescimento profissional;

• Imagem de “Empresa séria”;

• Revisão dos processos da empresa.

• Networking profissional;

• Possibilidade auto-suficiência - Equipe Fulltime em novas

implantações;

• Integração com mudanças de processos;

• Mudanças de cultura;

• Empregabilidade;

• Conhecimento

2.2.3 Desvios da Implementação

Durante a implantação do Sistema houveram alguns desvios conforme

citados abaixo:

Inicio do projeto com 10 dias de atraso.

A consultoria não disponibilizou todos os consultores para os módulos

respectivos.

A Empresa de Engenharia Inteleng não liberou todos os recursos de

imediato para o projeto.

Início do projeto sem ter o contrato da não tinha sido assinado pelas

partes, porém o projeto já havia sido iniciado.

A consultoria não fez previamente o estudo dos sistemas legados.

Novos fornecedores surgiram fora do escopo inicial.

O gerente de projeto da consultoria não estava alinhado com a equipe

da Empresa.

Não houve planejamento da compra da licença para a utilização da

ferramenta de desenho do sistema.

Não foram previstas a vinda de auditores da empresa terceirizada para

conferência dos trabalhos contratados pela Empresa de Engenharia Inteleng.

Necessidade de alteração do projeto inicial e a partir disto o

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cronograma total do projeto foi re-planejado.

Atraso no modulo Comercial e Logística pelo motivo da falta de

detalhes nas informações por parte da Empresa de Engenharia Inteleng não

obtendo a qualidade esperada.

Ocorreram muitas correções dos itens já concluídos na fase de

desenho do processo.

Recursos da UISA com conhecimento parcial do negócio de Logística,

ocasionando atraso no projeto.

Atraso de parametrização no sistema por falta de consultor de

especialista em servidor.

Atraso na entrada em produção por falta de alocação dos recursos na

frente de desenvolvimento.

Com a fiscalização do auditor externo referente á implantação

percebeu erros em algumas parametrizações.

Falta de treinamento aos usuários.

Falta de envolvimento do recurso fiscal e esforço adicional para

conclusão do conteúdo de parametrização.

Não conclusão dos processos de negócio devido á falta de definição

para homologação dos processos logística.

Não aprovação dos processos de negócio devido a necessidade de

funcionalidades (automatização) fora do escopo inicial.

Ociosidade da equipe devido a atrasos nas especificações funcionais.

Falta de recursos necessários causando atraso na entrada de

operação das fases da implantação.

Excessiva lentidão na entrada manual dos dados pela complexidade

da operação e volume de telas.

Grande volume de erros pelas inconsistências do ambiente de testes.

Resolução de problemas em ritmo insuficiente (consultores em

viagem).

Falta de treinamento e repasse para os lideres dos setores.

Foram desenvolvidos alguns softwares fora do escopo inicial para

obter carga de dados, aumentando o custo.

Não elaborado Planejamento para entrada em produção (avaliação

das ações necessárias para manter a empresa operando pós entrada).

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Entrada em operação do sistema em Julho de 2014, como visto atraso

no cronograma inicial, previsto era para Fevereiro/2015, o valor estimado

inicialmente também foi alterado, sendo consideravelmente expressivo.

CAPÍTULO 3

COMO AS MELHORES PRATICAS DE PROJETO

PODEM AUXILIAR NA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA

ERP

3.1 As melhores práticas usuais para projetos

A necessidade das organizações de maior eficiência e velocidade para

atender as necessidades do mercado, faz com que os projetos tenham que ser

implementados dentro dos prazos requeridos, de acordo com o orçamento

aprovado e conforme os requisitos definidos pelo cliente. Para que todos estes

itens dêem certos, é necessário seguir uma metodologia de planejamento,

execução e controle que seja consagrada pela comunidade.

No caso da implementação dos sistemas ERP revelou-se mais do que

um projeto de tecnologia, envolvendo mudanças estruturais e

comportamentais, tornando-se um processo complexo e de alto risco para as

organizações e muitas vezes imprevisíveis e difíceis de controlar. Na literatura

especializada sobre ERP, encontram-se muitos exemplos das dificuldades

deste tipo de projeto e de implementações que não atingiram os objetivos

esperados, frustrando as expectativas dos contratantes. Esta complexidade faz

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com que grande parte dos projetos de software exceda o prazo e o orçamento

previstos, além de não atender às expectativas do cliente em termos de

funcionalidade e qualidade.

Deve-se considerar que este sistema, por estar tão intimamente ligado

às operações centrais das empresas, não pode ser considerado um software

estático. O ERP é um sistema em constante evolução, pois a sua principal

função é a viabilização dos processos de negócios de empresas em contínua

mudança, seja pelo ambiente volátil em que estão inseridas, seja pela

concorrência cada vez mais acirrada ou ainda, por obrigações legais.

Segundo Bergamaschi e Reinhard (2000), os projetos ERP são

considerados caros, demorados e complexos, o que os tornam naturalmente

os projetos arriscados, principalmente pelo alto investimento feito em tempo e

dinheiro. A empresa de consultoria Boston Consulting Group (2000) fez um

estudo com cem executivos de empresas líderes em seu segmento, onde foi

apontado que somente um em cada três projetos de ERP são considerados

um sucesso.

Segundo Souza e Zwicker (2000), a implementação é uma das etapas

mais críticas, pelo fato dela envolver mudanças organizacionais e alterações

nas relações entre os indivíduos e departamentos das organizações, sendo

este pensamento também compartilhado por Wood e Caldas (1999) e Norris et

al. (2001). É na etapa de implementação que o sistema ERP é moldado para

atender as necessidades da organização.

Neste contexto, um gerenciamento de projetos eficaz é fundamental

para o sucesso de projetos de software, a utilização das boas práticas de

gerenciamento com a utilização do PMBOK como ferramenta de apoio e

gestão do desenvolvimento do projeto. No PMBOK encontra-se diversos

conceitos em gerenciamento de projetos e do seu ciclo de vida, reconhecendo

5 grupos de processos de gerenciamento de projetos e 9 áreas de

conhecimento, que abaixo citamos:

Os cinco grupos de processos são: Processo de Iniciação, Processo

de Planejamento, Processos de Execução, Monitoramento e Controle e enfim,

o Processo de Encerramento.

Abaixo uma breve descrição de cada processo analisado:

1) Processo de Iniciação: Define e autoriza o projeto ou uma fase do

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projeto.

2) Processo de Planejamento: Define e refina os objetivos e planeja a

ação necessária para alcançar os objetivos e o escopo para os quais

o projeto foi realizado.

3) Processo de Execução: Integra pessoas e outros recursos para

realizar o plano de gerenciamento do projeto para o projeto.

4) Processo de Monitoramento e Controle: Mede e monitora

regularmente o progresso para identificar variações em relação ao

plano de gerenciamento do projeto, de forma que possam ser

tomadas ações corretivas quando necessário para atender aos

objetivos do projeto.

5) Processo de Encerramento: Formaliza a aceitação do produto,

serviço ou resultado e conduz o projeto ou uma fase do projeto a um

final ordenado.

Segue abaixo o mapeamento entre os grupos de processos de

gerenciamento de projetos e o ciclo PDCA:

Figura 8: Ciclo PDCA

Fonte: PMBOK

Os grupos de processos de gerenciamento de projetos têm uma certa

correspondência com o conceito do Ciclo PDCA (Plan - Do - Check - Act ou

Planejar - Fazer - Verificar - Agir). O grupo de Planejamento corresponde ao

Planejar; Execução, ao Fazer; e Monitoramento e controle englobam Verificar

e Agir. E como a natureza dos projetos é finita, o PMBOK ainda caracteriza os

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grupos de processos que iniciam (Iniciação) e finalizam (Encerramento) um

projeto.

Quanto às nove áreas de conhecimento que iremos descrever,

abordam o gerenciamento dos seguintes aspectos do projeto:

1) Gerenciamento da Integração: Desenvolvimento do Plano de

Projeto, Execução do Plano de Projeto e Controle de Mudanças.

2) Gerenciamento de Escopo: Início, Planejamento do Escopo,

Definição do Escopo, Verificação do Escopo, Controle de Mudança

do Escopo.

3) Gerenciamento de Tempo: Definição das Atividades, Seqüência das

Atividades, Estimativa da Duração das Atividades, Desenvolvimento

do Cronograma, Controle do Cronograma.

4) Gerenciamento de Custo: Planejamento de Recursos, Estimativa de

Custos, Orçamento de Custos, Controle de Custos.

5) Gerenciamento da Qualidade: Planejamento da Qualidade, Garantia

da Qualidade, Controle da Qualidade.

6) Gerenciamento dos Recursos Humanos: Planejamento da

Organização, Formação da Equipe, Desenvolvimento da Equipe.

7) Gerenciamento da Comunicação: Planejamento da Comunicação,

Distribuição da Comunicação, Relatórios de Desempenho,

Encerramento Administrativo.

8) Gerenciamento de Risco: Planejamento de Gerenciamento de

Risco, Identificação de Riscos, Análise Qualitativa dos Riscos,

Análise Quantitativa dos Riscos, Planejamento de Resposta ao Risco,

Monitoramento e Controle de Riscos.

9) Gerenciamento de Compras: Planejamento de Compras,

Planejamento de Requisições, Requisições, Seleção de

Fornecedores, Administração de Contratos e Encerramento de

Contratos.

Utilizando ferramentas e metodologias de Gerenciamento de Projetos,

que conduzam ao sucesso ou que, pelo menos, aumentem a probabilidade de

atingir o sucesso em seus projetos, as organizações provavelmente terão os

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seguintes benefícios:

• Aumento da taxa de implementação dos projetos e aceleração de

retorno dos investimentos;

• Maior contribuição dos projetos aos objetivos estratégicos da

organização;

• Consolidação da gestão de projetos na organização pela

padronização de uma metodologia reforçando o alinhamento

estratégico;

• Definição e utilização de ferramenta que suportará esta metodologia,

permitindo um maior controle operacional;

• Início da manutenção de uma base de informações históricas de

projetos.

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CONCLUSÃO

Avaliando a implementação do sistema ERP nas Empresas de

Engenharia Inteleng, percebi que por mais que se contrate empresas

terceirizadas para a implementação de um projeto, se todos os “stackholders”

não estiverem totalmente comprometidos com a evolução e sucesso do

projeto, as falhas dificilmente ficarão omissas.

Em minha opinião existiram dois itens que faltaram maior atenção das

equipes de implementação, são elas: Falhas em alguns itens de

Gerenciamento de Recursos Humanos e Falhas nos Planejamentos.

Gerenciamento de Recursos Humanos – alguns exemplos:

1. Atraso de parametrização no sistema por falta de consultor de

especialista em servidor;

2. Falta de treinamento aos usuários;

3. Ociosidade da equipe devido a atrasos nas especificações

funcionais;

4. Falta de treinamento e repasse para os lideres dos setores;

5. Necessidade de treinamentos para as Filiais do Grupo localizados

fora do Estado.

Nos casos citados acima, o Processo Desenvolver a equipe de

Projetos, não foi bem trabalhado. Neste processo a equipe de projetos melhora

as competências e a interação de membros da equipe para aprimorar o

desempenho do projeto.

A ferramenta Treinamento da equipe deixou muito a desejar e, com as

diversas mudanças e novidades de técnicas e procedimentos, se a equipe não

esta bem treinada pode ser um problema no desenvolvimento do projeto. Um

erro grande, no meu ponto de vista, foi ter deixado o Treinamento sob a

responsabilidade da Empresa Inteleng e não ter terceirizado este processo.

Outro Processo falho dentro de Gerenciamento de Recursos Humanos

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é o de gerenciar a equipe de projetos, havendo falhas na designação de

pessoal para o projeto, funções, responsabilidades e organogramas do Projeto.

Planejamento – alguns exemplos:

• Inicio do projeto com 10 dias de atraso;

• Não planejamento da compra da licença para a utilização da

ferramenta de desenho do sistema;

• Necessidade de alteração do projeto inicial e a partir disto o

cronograma total do projeto foi re-planejado;

• Não elaborado Planejamento para entrada em produção (avaliação

das ações necessárias para manter a empresa operando pós

entrada).

Na minha opinião, uma falha grande foi não ter desenvolvido um Plano

de Gerenciamento de Projeto, que inclui as ações necessárias para definir,

coordenar e integrar todos os planos auxiliares em um plano de gerenciamento

do projeto. O plano de gerenciamento de projetos define como o projeto é

executado, monitorado, controlado e encerrado.

Uma falha no planejamento muitas vezes ocasiona atrasos no

cronograma, alterações de projetos, processos e muitas vezes o retrabalho.

Os fatos relatados acima foram um aprendizado muito grande em

Gerenciamento de Projetos, onde se viu que, dependendo da complexidade do

projeto a utilização de ferramentas adequadas de Gerenciamento de Projetos

pode fazer com que o seu projeto caminhe para o sucesso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Área Comercial

Houve um remanejamento de empregados, pois novos processos

foram criados para efetiva formalização da manutenção, conhecimentos

contábeis para serviços e materiais tiveram que ser reforçados. Todas essas

mudanças aumentaram o tempo de execução das rotinas exigindo maior

qualificação na área de planejamento, também ocorreu perda do domínio e

informações dos sistemas legados e forte dificuldade para absorver as

mudanças trazidas pelo no sistema, com exigência de conhecimento avançado

em planejamento, por esse motivo, tem sido uma área com uma absorção

ainda não satisfatória, porém tem crescido gradualmente a medida que

problemas ocorridos são resolvidos.

Área Planejamento, Produção e Qualidade

Todas as atividades novas inerentes à implantação do SAP foram

absorvidas pelas respectivas equipes, e não há impacto na rotina das mesmas.

Com a implantação do Sistema ganhou-se rastreabilidade e consistência das

informações produtivas para fechamento de custo e áreas afins.

Manutenção industrial

Após a implantação do Sistema a área de planejamento industrial

necessitou de empregados mais qualificados, pois novos processos foram

criados para uma efetiva formalização da manutenção. Conhecimentos

contábeis para serviços e materiais tiveram que ser reforçados. Todas essas

mudanças aumentaram o tempo de execução das rotinas.

Manutenção Civil

Todas novas rotinas aumentaram o tempo de execução, que nos

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sistemas legados eram mais simples. Com a integração das informações do

módulo de Manutenção com os demais, exigiu-se que o planejamento fosse

mais preciso nas suas atividades, dificultado pela cultura da empresa

causando demora nos processos devido a retrabalho, onde ocorrem ainda

muitas distorções que exigem correções a cada ocorrência.

Tecnologia da Informação:

Devido á estrutura de um ERP, foram necessários treinar e incluir

especialistas funcionais para dar suporte a cada módulo implantado. Foi

reestruturado o setor absorvendo o suporte aos sistemas legados. Implantação

do sistema de gestão da segurança da informação e de monitoramento dos

servidores, bem como dos serviços de administração de bancos de dados.

Para suportar os novos processos que o grupo almeja a área de

Tecnologia da Informação esta passando por adequações sistemáticas de

contratos de serviços, objetivando estabelecer a governança de TI segundo as

normas ISO.

Suprimentos

No cadastro houve inclusão e concentração de atividades de cadastro

de materiais, de fornecedores e de serviços e respectivas manutenções dos

dados mestres, resultando num razoável aumento nas rotinas do setor.

No Departamento de Compras a maioria das novas tarefas apresentou

maior dificuldade de manipulação do sistema, embora sejam os mesmos

processos.

Para o processamento das notas fiscais de entrada as atividades

absorvidas das áreas de Contabilidade e Financeira e identificamos que as

novas tarefas são oriundas de conhecimento fiscal, portanto, faz-se necessário

uma forte atuação desses conhecimentos para os setores Cadastro, Compras

e finalizando Faturas.

No balcão houve melhoria no processo com a implantação dos

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coletores, porém, identificamos que precisa reciclar os empregados nas telas

de consulta e processos e ainda não está sendo utilizado de forma full por falta

de etiqueta de material por material.

Os demais processos anteriormente eram feitos no setor compras e

atualmente desmembrou-se para garantir a rastreabilidade das requisições de

compras das áreas de manutenção, negociar, gerar e controlar os pedidos

compra de frete oriundos das movimentações de materiais.

Área Contabilidade

Houve pouca alteração nas atividades do setor, as tarefas continuam

basicamente as mesmas, porém:

• Análise das contas/conciliações/ajustes – houve aumento de

trabalho com a criação de novas contas para melhor transparência

das informações;

• Fechamento de custo da UISA – transferido para área de

planejamento;

• Fechamento de custo das demais empresas – continua sendo

realizado pela contabilidade. Aumentou o grau de dificuldades para

extrair as informações para o fechamento;

• Analise do caixa geral (fundo fixo) matriz e filiais - aumento o grau

de dificuldades no controle;

• Controle de financiamentos – aumentou o grau de dificuldade em

realizar o controle registro pelo TRM. Havendo aumento de tempo

no fechamento das informações.

Tarefas eliminadas:

1. Importação das contas a pagar, contas a receber e bancos para

contabilidade.

2. Eliminou a tarefa de conferência de divergência entre o financeiro e

contabilidade.

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Área Fiscal:

Houve poucas alterações nas tarefas do setor fiscal.

Relatórios Fiscais - Não há disponibilidade de relatórios para a

extração das informações completas requeridas. Essa dificuldade existe tanto

para as informações de entrada, quanto para as informações de saída. Como

resultado disso, aumentou as dificuldades nas conciliações aumentando o

tempo gasto para o fechamento das conciliações e controles.

Setor Patrimônio:

As atividades operacionais inerentes ao patrimônio foram absorvidas

pela equipe.

Impacto positivo: Houve melhoria na conciliação dos registros do

patrimônio.

Setor Contas á Receber

A grande mudança positiva que ocorreu na área de Contas a Receber

foi à visualização de informação em tempo real, ou seja, no legado existiam as

importações de dados que o setor de informática precisava fazer para ocorrer à

migração das informações da Matriz. Com o sistema isso não existe mais e as

informações são vistas e analisadas na mesma hora que é lançada.

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INDICE DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura típica de um funcionamento de um sistema ERP 1

7

Figura 2: ERP e suas principais fases 1

9

Figura 3: Riscos e Vantagens do modo de início de operação 2

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60

1

Figura 4: Diagrama da EAP da implantação do Sistema ERP da Empresa 2

8

Figura 5: Organograma executivo do projeto 2

8

Figura 6: Cronograma do projeto 2

9

Figura 7: Gestão de Mudanças 3

0

Figura 8: Ciclo PDCA 4

6