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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA <> <> <> <> <> A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO NO MERCADO ECONÔMICO DO BRASIL <> <> Michelle Bustamante Santa Rosa Ramos <> <> <> Orientador Prof. Aleksandra Sliwowska Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

<>

<>

<>

<>

A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO NO MERCADO ECONÔMICO DO BRASIL

<>

<>

Michelle Bustamante Santa Rosa Ramos <>

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Orientador

Prof. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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ROSTO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

<>

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<

A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO NO MERCADO

ECONÔMICO DO BRASIL

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Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por: Michelle Bustamante Santa Rosa Ramos

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, aos meus

professores, aos meus familiares e aos

meus amigos de Faculdade.

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Dedico este trabalho a minha família.

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RESUMO

A pessoa que é considerada como empreendedor é um concorrente por natureza, que enfrenta novos desafios, possuindo vantagens competitivas em relação aos seus adversários. O apoio que o empreendedor direciona para o desenvolvimento econômico se refere a inserir ideias inovadoras introduzindo a concorrência no mercado. Empreendedor é um ser social, produto do meio que habita, dependendo da época e do lugar em que vai utilizar do seu empreendedorismo para criar uma nova empresa ou organização. Se uma pessoa vive em um ambiente em que ser empreendedor é visto como algo positivo, então terá motivação para criar o seu próprio negócio. O aspecto da personalidade do empreendedor tem fatores do comportamento e atitudes que contribuem para o sucesso pode variar de lugar para lugar.

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METODOLOGIA

Neste estudo, a metodologia utilizada foi à revisão bibliográfica de

textos de doutrinadores, colhidos em Bibliotecas Universitárias, Especializadas

e por meio da WEB.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPITULO I – Origem e conceito empreendedorismo

CAPITULO II – A importância do empreendedorismo no mercado econômico do Brasil

CAPITULO III – Empreendedores: tipos e atuação na empresa

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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INTRODUÇÃO

O tema deste estudo é Empreendedorismo e Economia, e tem por titulo

“A importância do empreendedorismo no mercado econômico do Brasil”.

Empreendedorismo é uma terminação que tem sido utilizada no

vocabulário da Economia e da Administração e também no senso comum, mas

que, contudo, pouco tem feito parte das pesquisas das Ciências Sociais. Nos

dias atuais, tem-se com grande frequência anúncios, publicações de livros e

revistas, programas de televisão, cursos no Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e nas universidades, todos os quais

divulgam o empreendedorismo. Isso faz com que o termo e as ideias que ele

carrega enraízem-se no pensamento social de modo a parecerem evidentes,

naturais, como se sempre tivessem existido da forma como dá-se hoje.

Diante desse entendimento se questiona: De que forma o

empreendedorismo pode atuar no mercado econômico do Brasil?

A decisão de iniciar um novo empreendimento começa, em geral, com

a vontade de se ganhar independência e também de fugir da burocracia de

uma grande organização, seja ela do setor público ou privado.

Este projeto tem por objetivo geral analisar sobre o empreendedorismo

no mercado econômico do Brasil. Este projeto tem por objetivos específicos:

Definir empreendedorismo, definir Economia; justificar a importância da entrada

do empreendedorismo no mercado econômico do Brasil; esclarecer o que são

empreendedores e o que fazem na empresa; descrever alguns tipos de

empreendedores.

A justificativa para a escolha do tema sobre a importância do

empreendedorismo no mercado econômico do Brasil visa esclarecer que a

cada dia torna-se necessário desenvolver um negócio ou um conjunto de

atividades com resultados positivos, portanto, é a criação de valor através do

desenvolvimento de uma organização. Empreendedorismo não se embaraça

com empresariabilidade.

A mentalidade do empresário moderno modificou-se se atualizando,

pois não encontram mais aquele heróico empresário do passado que a tudo

enfrentava com destemor, inclusive com sacrifícios de toda ordem, no afã de

vencer profissionalmente.

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Hoje, o empreendedor que se considera atualizado, assume riscos

calculados, planeja o seu próprio investimento utilizando-se das atuais técnicas

de simulação, modelos, cenários econômicos, buscando prever o seu futuro,

antes de aventurar-se em um novo negócio. Este mesmo empreendedor faz o

Plano de Negócios para ter uma visão ampla do seu empreendimento. Apesar

dos estudos de viabilidade técnico-econômica, o empreendedor é alguém com

capacidade de assumir riscos além daqueles já calculados.

Este estudo delimitou-se em analisar sobre a importância do

empreendedorismo no mercado econômico do Brasil.

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CAPÍTULO I

ORIGEM E CONCEITO DO EMPREENDEDORISMO

O termo Empreendedorismo é uma tradução da palavra

entrepreneuship, designa uma área de grande abrangência e trata de outros

temas, alem de criação de empresas; como (MENDES, 2009, p.122): “geração

do auto-emprego (trabalhador autônomo); empreendedorismo comunitário

(como as comunidades empreendedoras); intra–empreendedorismo (o

empregado empreendedor) e políticas públicas (políticas governamentais para

o setor)”.

Para Araújo Filho, o entendimento do empreendedor está relacionado

com a cultura empreendedora:

A cultura empreendedora poderá existir em organizações estatais, organizações não-governamentais (ONG’s) ou universidades sem fins lucrativos. Cada vez mais o mundo dos negócios dá maior importância às pessoas com espírito empreendedor, pois são elas que fazem os fatos acontecerem. A garra, a pertinácia, o entusiasmo de um empreendimento são de suma importância no desenvolvimento socioeconômico de um país novo como o Brasil. O mesmo se aplica ao executivo de uma empresa que decidir tomar-se um intra-empreendedor (ARAÚJO FILHO, 2007, p.144).

Segundo Castro Leite (1994, p.40); Hirata (1998, p.78), a partir dos anos

1980, iniciou-se uma substituição do paradigma do modelo de organização

fabril. Ao contrário do modelo fordista, a produtividade passou a ser alcançada

com a mobilização dos recursos internos da fábrica (materiais e humanos) para

adequar a produção à demanda. Todos os setores da fábrica, agora, se voltam

a agradar o cliente por meio da diferenciação e qualidade dos produtos. O

toyotismo introduziu a exigência de polivalência e flexibilidade aos

trabalhadores, adaptados agora a máquinas multifuncionais. Por outro lado,

passa a responsabilizar esses mesmos trabalhadores individualmente e a

vincular seu sucesso ou fracasso à colaboração com a empresa, ao enfatizar

que eles tenham autonomia nela.

Por outro lado, a empresa também tem sofrido influências da esfera

financeira em razões dos imperativos da globalização. Por exemplo, difunde-se

a necessidade de mudança das organizações, no sentido de diminuir o seu

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11 tamanho e o seu custo. Além do que, há de se considerar, que as teorias

econômicas e administrativas jogaram no mercado nos últimos tempos uma

enorme quantidade de ferramentas e justificativas com o propósito de realçar a

primazia dos interesses do acionista da empresa. Considerando essa

colocação o acionista é visto como um observador de fora da empresa, tendo

que decidir se deve retirar ou manter seus investimentos na empresa,

dependendo dos resultados apresentados. (ANDREASSI, 2012)

De acordo com Dornellas:

Outra técnica pela qual a empresa conecta-se à lógica do mercado financeiro é por meio da governança corporativa. Esta se baseia na ideia do reinado dos acionistas, mas também leva em consideração os interesses das diversas partes envolvidas que são os stakeholders. A ideia de democratização, que perpassa as boas práticas de governança corporativa, faz lembrar a existência e a importância dos diversos atores que ajudam a empresa a conseguir bons resultados e que devem ser remunerados por isso e cujos interesses devem ser levados em conta nos seus processos decisórios (DORNELLAS, 2014, p.122).

. Há de se considerar que não são apenas os acionistas que investem

na empresa, mas também seus empregados, que atualmente são chamados

de "colaboradores". A ideia é de ser funcionário de uma empresa e também

investidor da mesma empresa, ou no mínimo investir em si mesmo,

acumulando rede de contatos e conhecimento.

As teorias da administração e economia anunciam que a empresa

hierárquica mudou e, com ela, toda a sociedade. Individualmente, as

ferramentas organizacionais substituem os esquemas coletivos ou novos

esquemas individualizados de segurança financeira, profissional, de saúde e

mesmo emocionais. Prescreve-se que o indivíduo que está ou quer entrar no

mundo moderno deve desvencilhar-se das ideias antigas, associadas ao

coletivismo nas organizações. Agora, o que conta é o indivíduo suas

realizações, seu capital social bem ampliado, pronto para ser usado

profissionalmente, tanto no próprio trabalho, quanto para arrumar outros,

sabendo que a era do emprego vitalício acabou. Se antes as empresas

cuidavam de todos os aspectos da vida de seus profissionais, elas também não

davam espaço, como agora, para o desenvolvimento das potencialidades

presentes nos indivíduos (MENDES, 2009, p.102).

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Segundo a literatura sobre organizações, a sociedade atual evolui para

superar as formas burocráticas tradicionais que impunham muitas barreiras à

criatividade, à conectividade e, de maneira geral, à busca da felicidade dos

indivíduos (LEITE, 2012). Enquanto os críticos da financeirização enxergam a

sombria precarização do trabalho e as tensões pessoais e sociais que ela

provocaria, os adeptos da ideia de sociedade em rede vêem a promessa da

flexibilidade dos indivíduos em processo de auto-desenvolvimento (GRÜN,

2003).

Segundo Martinelli (1994, p.476), “a primeira referência ao termo ocorreu

no século XVI e definia o capitão que contratava soldados mercenários para

servir ao rei”. Leite (2012) diz que somente por volta do século XVIII é que essa

denominação foi adotada pelos profissionais de economia: entrepreneurs eram

aqueles que trouxeram novas técnicas agrícolas ou, até mesmo, arriscavam

seu capital na indústria.

Analisando o tema sob a ótica brasileira, observa-se certo interesse

acadêmico na realização de pesquisas em diversas áreas do conhecimento,

como Economia, Administração, Sociologia e educação. Leite (2012) comenta

estas pesquisas relatando que o interesse está em identificar o perfil do

empreendedor dos empresários, sempre buscando seguir a abordagem

comportamentalista.

Segundo Oliveira (2003) existe outras pesquisas preocupadas em relatar

o interesse das micro e pequenas empresas pela tecnologia, entendendo que

seu uso é fundamental para obter competitividade do mercado atual. Existem

grupos que pesquisam também sobre o conjunto de estratégias usadas pelos

empreendedores para garantir o crescimento das micro e pequenas empresas.

Observa-se também a preocupação com a introdução da disciplina

empreendedorismo no currículo de diversos cursos universitários. Leite e Melo

(2014) colocam que a disciplina empreendedorismo deveria ser obrigatória em

qualquer currículo, inclusive nos cursos de nível técnico, pois qualquer

profissional pode ter como meta montar seu próprio negócio, devendo portanto,

conhecer as técnicas que colaboram para o sucesso empresarial, de qualquer

que seja o porte. É uma forma de investimento na formação do profissional

empreendedor.

Para Schumpeter citado por Leite e Melo:

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Surgiu, a metáfora do indivíduo enquanto empresa, na qual cada pessoa deve, portanto e isso é uma obrigação moral, aumentar suas habilidades e competências, ou seja, investir em si próprio, gerir seu próprio capital. Nesse contexto que a figura do empreendedor é retomada. Porém, se em épocas anteriores a iniciativa econômica era o atributo de uma minoria, hoje todos devem ter e perseguir constantemente esse atributo (SCHUMPETER, 1982 apud LEITE; MELO, 2014, p.3).

O mencionado autor Schumpeter (1982 apud LEITE; MELO, 2014)

também constata que os executivos das transnacionais sentem-se, hoje, como

capitalistas e não como trabalhadores e justificam isso com o argumento de

que estão na empresa para capitalizar seu próprio capital.

O estudo do empreendedorismo no Brasil foi muito motivado pela

constante busca por novos empregos, especialmente, pelo desejo de tornar-se

o patrão, isto é dono de sua própria empresa. Assim, estabelece-se a relação

de empreendedorismo com abertura de novos negócios, principalmente pelas

micro e pequenas empresas.

Nos dias atuais, conforme colocam Cerizza; Vilpoux (2006), o

empreendedorismo não se limita somente ao mercado, pois envolve as

relações políticas e sociais, voltando-se para ações de cidadania. Sob esta

perspectiva surge o empreendedor social. Profissional preocupado também em

investir em ações para o desenvolvimento da comunidade à qual faz parte,

usado solidariedade, parceria e cooperação.

Fazendo um levantamento histórico observa-se que o

empreendedorismo já era preocupação de pensadores dos séculos XVIII e XIX

que defendiam o liberalismo econômico (laissaz-faire), pois entendiam que era

uma forma de promover o desenvolvimento econômico (ARAÚJO FILHO,

2007). Continua o autor dizendo que uma das ideias mais importantes sobre

empreendedorismo com foco nas ciências sociais foi defendida por Max

Weber, que associava o empreendedorismo com a Teoria do Carisma, onde o

empreendedor é uma pessoa com poder de fazer outras pessoas de seus

seguidores.

Chiavenato (2012) explica que Weber no seu livro de nome “A ética

protestante e o espírito do capitalismo” abordou o tema empreendedorismo

deixando duas contribuições: na primeira ele observa a mudança decisiva

ocorrida na atitude em direção ao empreendedorismo que toma lugar depois da

Reforma no mundo ocidental; na segunda, Weber analisa como a orientação

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14 da religião ajudou a desenvolver uma atitude positiva em direção à forma de

ganhar dinheiro e ao trabalho, o que facilitou a mudança geral de atitude em

direção ao empreendedorismo.

Araújo Filho (2007) diz que atualmente os negócios são muito variados

e os tipos de empreendedor também, com perfil que difere de acordo com as

habilidades (busca de oportunidades, motivação, orientação de tempo e risco,

competências sociais, etc.). Essa abordagem é chamada de construtivista. A

análise psicológica da teoria construtivista tem sido bem aceita dentro do

campo do empreendedorismo.

Dornellas (2014) diz que é muito comum os empresários sofrerem

influência direta de empreendedores que fazem parte de seu círculo social,

como família e amigos. Entretanto, sempre pairam dúvidas, por exemplo, saber

como uma pessoa se transforma em empreendedor, se é uma habilidade nata

ou pode ser adquirida com aprendizagem.

1.1 Empreendedorismo e economia

A situação de desemprego e as constantes mudanças da economia no

Brasil e no mundo têm causado preocupação na sociedade.

No entendimento de Leite:

A questão de gerar empregos e renda nos dias de hoje exige trabalhar-se em um consenso social capaz de suportar a percepção, o entendimento e a visão de articular a aplicação de alternativas criativas (pensar coisas novas) e inovadoras (fazer coisas novas), que sejam capazes de representar soluções eficientes e eficazes fundamentadas nos princípios do empreendedorismo (LEITE, 2013, p. 2).

Conforme coloca Andreassi (2012) a criatividade e a vontade de inovar

unidas à visão de oportunidades é a base do empreendedor. Atualmente visto

como jovens saídos ou não de instituições de ensino que pretendem investir na

abertura de novos negócios sempre aproveitando as oportunidades do

momento e futuras, marcando assim uma nova fase no mercado empresarial

brasileiro. Para ser empreendedor nem sempre é preciso abrir um novo

negócio, pode-se investir em criar novos procedimentos visando aperfeiçoar e

melhorar os serviços e produtos oferecidos aos clientes.

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Continua o autor explicando que para conseguir a otimização desejada

através de padrões de excelência é preciso fazer mudanças e, estas, sofrem

muita resistência por parte dos colaboradores. Existe sempre a preocupação

de que a mudanças são perigosas no sentido de que podem representar

demissões. Assim, o empreendedor deve possuir também um grande pode de

carisma como disse Max Weber citado anteriormente, pois somente assim

conseguirá que seus funcionários sejam seus seguidores. As possíveis

resistências devem ser revestidas em cooperação, interesse e desejo de

mudar. (ANDREASSI, 2012)

Na visão de Dornellas (2014) o empreendedor é aquele que cria novos

mercados por meio de algo único. Entretanto, a maioria dos empreendedores

cria negócios em mercados já existentes apesar do sucesso na atuação de

segmentos já estabelecidos. A diferença do gerente para os empreendedor é

que o primeiro faz as coisas bem, e o segundo, faz o que deve ser feito. Este

pensamento é fundamental para os empreendedores, já que estes devem atuar

nesta direção. É preciso repensar o futuro do trabalho e das organizações, pois

se vive a era dos 5I’s - ideias, informação, inteligência, integração e inovação.

Pensando em uma economia empreendedora, o processo educativo,

familiar, empresarial e as políticas públicas, os meios de comunicação e os

recursos humanos, materiais precisam ser canalizados com o objetivo de que a

sociedade seja marcadamente empreendedora para que todos os seus

membros possam desfrutar de qualidade de vida. O desenvolvimento

econômico depende da presença cada vez maior de empreendedores e da

competitividade de suas empresas, que são o motor da economia de mercado

(BORGES; HASHIMOTO, 2014).

As microempresas continuarão sendo a principal fonte de emprego,

renda, e sustentáculo do crescimento das economias locais, elemento

fundamental no processo de difusão de inovação tecnológica, introdução de

novos produtos/serviços e novas atividades empresariais. O

empreendedorismo pode ser um excelente instrumento para o alcance deste

objetivo, através do apoio ao desenvolvimento de uma cultura empreendedora

que propicia a criação de oportunidades de surgimento de novos

empreendimentos de elevado valor agregado, o fomento ao processo criativo e

inovador de produtos/serviços melhores, mais econômicos e as atividades que

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16 permitem a geração de empregos e renda para a sociedade (BORGES;

HASHIMOTO, 2014).

De acordo com Leite (2013), os princípios da criação de oportunidades

para a geração de um novo empreendimento são:

a) a oportunidade raramente é identificada tem que ser criada, conquistada; b) o receio de criar um novo negócio dificulta a percepção da oportunidade; c) o medo de perder uma oportunidade pode inibir e paralisar o empreendedor; d) ter atitude pró-ativa permite a indivíduos com espírito empreendedor serem capazes de superar a tensão entre a paralisia provocada pelo medo de errar e acertar na hora aproveitando a oportunidade; e) todo o processo inovador envolve um ciclo vicioso: nenhum produto e serviço implica nenhum cliente; f) é algo fora do comum um empreendedor avaliar seus recursos com imparcialidade capital humano, intelectual, social, etc) que ele tem para quebrar o ciclo vicioso do receio de empreender; g) promover ou desenvolver uma oportunidade através de iniciativa própria com um mínimo de auxílio externo é uma situação ideal para a quebra de receio de iniciar um start-up; h) o fluxo de caixa positivo é fundamental na sobrevivência de um start-up, é muito caro quando o empreendedor precisa dele; i) a criação um start-up pressupõe a focalização de um nicho de mercado (LEITE, 2013, p. 1).

Existem três componentes cruciais para o sucesso de um novo

empreendimento: a oportunidade, o empreendedor (e a equipe) e os recursos

necessários para iniciar o empreendimento e fazer com que ele se desenvolva.

Empreendedor (comportamento e atitudes empreendedoras),

empreendedorismo (prática e disciplina) e espírito empreendedor (processo de

criação do empreendimento) devem marcar presença em todas as sociedades

que sejam regidas pela livre iniciativa. São os fatores chaves para o

empreendedorismo (LEITE, 2013).

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CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO NO MERCADO ECONÔMICO DO BRASIL

Segundo Dornellas (2014) o empreendedorismo é tema de interesse das

políticas em todos os países. O interesse pelo tema surgiu na década de 1990,

entretanto a partir de 2000 tomou vulto de grande proporção.

Conforme as colocações de Dornellas (2014), alguns exemplos do

empreendedorismo são:

Programas de incubação de empresas e parques tecnológicos; desenvolvimento de currículos integrados que estimulem o empreendedorismo em todos os níveis, da educação fundamental à pós-secundária; programas e incentivos governamentais para promover a inovação e transferência de tecnologia; subsídios governamentais para criação e desenvolvimento de novas empresas; criação de agências de suporte ao empreendedorismo e à criação de negócios; programas de desburocratização e acesso ao crédito para pequenas empresas; desenvolvimento de instrumentos para fortalecer o reconhecimento da propriedade intelectual, entre outros (2014, p. 157).

O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma

na década de 1990, quando entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para

Exportação de Software) foram criadas (DORNELLAS, 2014). Antes disso,

praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas

empresas. Os ambientes político e econômico do país não eram propícios, e o

empreendedor praticamente não encontrava informações para auxiliá-lo na

jornada empreendedora.

O SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário

brasileiro, que busca junto a essa entidade todo o suporte de que precisa para

iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos problemas

pontuais de seu negócio. O histórico da entidade Softex pode ser confundido

com o histórico do empreendedorismo no Brasil na década de 1990. A entidade

foi criada com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado

externo, por meio de várias ações que proporcionavam ao empresário de

informática a capacitação em gestão e tecnologia (DORNELLAS, 2014).

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Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo o país e

divulgados em associações empresariais e em universidades, cursos de

ciências da computação e informática, que o tema empreendedorismo

começou a despertar na sociedade brasileira. Até então, palavras como plano

de negócios (business plan) eram praticamente desconhecidas e até

ridicularizadas pelos pequenos empresários (DORNELLAS, 2014).

Um fato que chamou a atenção dos envolvidos com o movimento de

empreendedorismo no mundo e, principalmente, no Brasil foi o resultado do

primeiro relatório executivo do Global Entrepreneurship Monitor - GEM 2000,

onde o Brasil apareceu como o país que possuía a melhor relação entre o

número de habitantes adultos que começam um novo negócio e o total dessa

população (DORNELLAS, 2014).

Segundo DORNELLAS (2014) O desenvolvimento econômico direciona

o país para a criação de empresas que estejam focando oportunidades no

mercado. Para Dornellas existem etapas para essa criação:

A primeira seria o empreendedorismo de oportunidade, em que o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa e visa à geração de lucros, empregos e riqueza. Está totalmente ligado ao desenvolvimento econômico, com forte correlação entre os dois fatores. A segunda definição seria o empreendedorismo de necessidade, em que o candidato a empreendedor se aventura na jornada empreendedora mais por falta de opção, por estar desempregado e não ter alternativas de trabalho (2014, p. 201).

Nesse caso, normalmente esses negócios costumam ser criados

informalmente, não são planejados de forma adequada e muitos fracassam

rapidamente, não gerando desenvolvimento econômico e agravando as

estatísticas de criação e mortalidade dos negócios. Esse tipo de

empreendedorismo é mais comum em países em desenvolvimento, como

ocorre com o Brasil, e também influencia na atividade empreendedora total

desses países.

Um último fator, de acordo com Dornellas (2014) dependerá:

Apenas dos brasileiros para ser desmitificado, é a quebra de um paradigma cultural de não valorização de homens e mulheres de sucesso que têm construído esse país e gerado riquezas, sendo eles os grandes empreendedores, que dificilmente são reconhecidos e admirados. Pelo contrário,

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muitas vezes são vistos como pessoas de sorte ou que venceram por outros meios alheios à sua competência (2014, p. 152).

Para desenvolver uma equipe coesa e altamente eficiente, o

empreendedor precisa conhecer os itens a seguir: “formar a equipe; preparar a

equipe; remunerar a equipe; desenvolver o clima e cultura”. (DORNELLAS,

2014, p.156). São pontos considerados fundamentais, a busca pela equipe

certa permite que os objetivos sejam realizados, essa equipe deve ser

preparada adequadamente, sempre buscando adequações com os propósitos

do negócio. Possuindo uma equipe adequada e preparada é o momento de

discutir sobre a remuneração justa, em seguida o empreendedor tem a

responsabilidade de mostrar na prática para essa equipe quais as crenças e

cultura do negócio proposto.

O empreendedor nato é aquele que possui aguçada sensibilidade

econômica para identificar oportunidades de mercado, buscando tanto atender

ao consumidor em seus desejos de novos produtos e/ou serviços, quanto

satisfazer às suas necessidades de auto-realização profissional (ANDREASSI,

2012). Um bom negócio é aquele que satisfaz aos desejos do consumidor e do

empreendedor completamente. Somente homens de iniciativa e garra terão a

capacidade de produzir em quantidade e qualidade bens e serviços

necessários ao bem-estar e preencher as necessidades do ser humano.

Na verdade, conforme coloca Araújo Filho (2007) o empreendedor é a

pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de

sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar

oportunidades. Com esse arsenal, transforma idéias em realidade, para

benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto

nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança,

aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma

ideia simples e mal-estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado.

De acordo com Chiavenato (2012, p.133), o tema é complexo, mas três

características básicas identificam o espírito empreendedor que são elas:

“necessidade de realização; disposição para assumir riscos; autoconfiança”.

No caso da necessidade de realização, as pessoas apresentam

diferenças individuais quanto à necessidade de realização. Existem aquelas

com pouca necessidade de realização e que se contentam com o status que

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20 alcançaram. Contudo, as pessoas com alta necessidade de realização gostam

de competir com certo padrão de excelência e preferem ser pessoalmente

responsáveis por tarefas e objetivos que atribuíram a si próprias. Os

empreendedores apresentam elevada necessidade de realização em relação

às pessoas da população em geral. A mesma característica foi encontrada em

executivos que alcançam sucesso nas organizações e corporações

(CHIAVENATO, 2012).

O impulso para a realização reflete-se nas pessoas ambiciosas que

iniciam novas empresas e orientam o seu crescimento. Em muitos casos, o

impulso empreendedor torna-se evidente desde cedo, até mesmo na infância.

Entretanto, no caso da disposição para assumir riscos, o empreendedor

assume variados riscos ao iniciar seu próprio negócio: riscos financeiros

decorrentes do investimento do próprio dinheiro e do abandono de empregos

seguros e de carreiras definidas; riscos familiares ao envolver a família no

negócio; riscos psicológicos pela possibilidade de fracassar em negócios

arriscados (CHIAVENATO, 2012).

Contudo, McClelland (apud CHIAVENATO, 2012) verificou que as

pessoas com alta necessidade de realização também têm moderadas

propensões para assumir riscos. Isso significa que elas preferem situações

arriscadas até o ponto em que podem exercer determinado controle pessoal

sobre o resultado, em contraste com situações de jogo em que o resultado

depende apenas de sorte. A preferência pelo risco moderado reflete a

autoconfiança do empreendedor (CHIAVENATO, 2012).

O empreendedor que possui autoconfiança sente que pode enfrentar os

desafios que existem ao seu redor e tem domínio sobre os problemas que

enfrenta (CHIAVENATO, 2012). Rotter (apud CHIAVENATO, 2012) salienta

que existem dois tipos de crença no sucesso. Para ele, as pessoas que sentem

que seu sucesso depende de seus próprios esforços e habilidades têm um foco

interno de controle.

Em contrapartida, as pessoas que sentem ter a vida controlada muito

mais pela sorte ou pelo acaso têm um foco externo de controle. As pesquisas

revelam que os empreendedores têm um foco interno de controle mais elevado

que aquele que se verifica na população em geral. Todavia, nem todo

empreendedor busca um novo objetivo ou meta na sua vida. Existem pessoas

que entram em negócios para escapar de algum fator ambiental.

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O segredo está em desenvolver todas essas características no seu

conjunto, pois elas constituem a matéria-prima básica do homem/mulher de

negócios, a essência do espírito empreendedor (DORNELLAS, 2014). Para

tanto, uma constante e profunda auto-avaliação para verificar se você e sua

equipe de trabalho estão utilizando pessoalmente tais características pode

ajudar muito.

Na visão de Chiavenato (2012), o empreendedor precisa fazer com que

a preocupação e a resistência das pessoas com relação às mudanças sejam

totalmente substituídas por cooperação, interesse e desejo para mudar. Para

tanto, deve transformar uma mudança, que possa ser encarada como um risco

pessoal, em algo que significa que realmente uma oportunidade pessoal de

melhoria e de desenvolvimento.

A administração participativa exige três aspectos fundamentais

(CHIAVENATO, 2012, p.136): “a) envolvimento mental e emocional das

pessoas; b) motivação para contribuir; c) aceitação da responsabilidade”.

A participação é um processo compartilhado entre o empreendedor e

sua equipe de trabalho. O empreendedor deve incentivar continuamente a

participação do pessoal por meio dos três aspectos fundamentais

anteriormente citados (DORNELLAS, 2014).

A administração participativa, baseada nas pessoas, tem sido apontada

como a alavanca para o crescimento da empresa. Ela representa o

envolvimento das pessoas na gestão do negócio, além de uma evolução do

processo democrático. É importante ressaltar que ela não se baseia

simplesmente na democracia da maioria tão utilizada na vida política e na

atividade sindical, mas na democracia do consenso.

Na democracia da maioria prevalece a vontade da parcela que for maior

em detrimento da parte que tiver o menor número de pessoas: quando a

maioria ganha, a minoria perde. Na democracia por consenso prevalece o

resultado das negociações entre todas as partes, incluindo também a vontade

das minorias e de todas as partes envolvidas (DORNELLAS, 2014).

A imaginação e a criatividade irão torná-lo um empreendedor, desde que

a sua vontade de realizar sonhos e pôr em prática ideias novas seja mais forte

que as dificuldades encontradas pelo caminho. Desta forma, o empreendedor é

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22 um líder e, em síntese, é aquele que faz as coisas acontecerem, desde uma

ideia intangível, transformando-a em produto tangível (DORNELLAS, 2014).

A tecnologia da informação e o manuseio da informação tornam-se cada

vez mais a chave para o êxito da empresa. Mas a informação pode ser uma

armadilha para os gerentes. Hoje, o cenário busca profissionais que investem

no conhecimento contínuo, ou seja, que se aperfeiçoam, procuram novas

habilidades, e através do autoconhecimento, aperfeiçoar seus resultados,

transformando suas ações em vantagens para a organização (DORNELLAS,

2014).

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23

CAPÍTULO III

EMPREENDEDORES: TIPOS E ATUAÇÃO NA EMPRESA

Conforme as colocações de Dornellas (2014) o empreendedor precisa

de atitudes que sustentem seus objetivos de fazer o negócio prosperar. São

elas: criatividade; liderança; visão sistêmica; proatividade; aprender a aprender;

transparência; perseverança; risco; emoções; ambição; desafio.

A criatividade deve estar sempre voltada para as necessidades dos

clientes, sempre focando a inovação no relacionamento com os clientes

externos e internos. A criatividade flexibiliza o pensamento, une a lógica e

facilita a interpretação dos processos e o trabalho. A empresa inovadora

sempre sai à frente em um cenário tão instável e as pessoas são as peças

chave para implantar essa inovação (DORNELLAS, 2014).

Essa habilidade vai permitir fazer o marketing de relacionamento com os

clientes e consumidores em geral, de seus produtos e serviços. A busca de

colaboração interna na sua empresa e a convivência pacífica com a

comunidade cria atitudes simpáticas ao seu negócio. Se não ajudarem muito,

certamente não irão atrapalhar o seu desenvolvimento (DORNELLAS, 2014).

Seguramente, segundo Araujo Filho (2007), se a pessoa utilizar-se da

empatia com seus interlocutores, a sua sensibilidade aos problemas

comportamentais será aumentada, permitindo desenvolver profícuas relações

com as pessoas. Hoje perceber-se que o marketing de relacionamento

desenvolvido com fornecedores de produtos e de serviços, com os clientes

intermediários e consumidores finais são condição de sucesso para os

negócios.

No caso da liderança, explicam Kiyosaki; Lechter (2005) que é

importante abordar que a liderança é a arte de saber delegar, transmitindo uma

visão clara de objetivos e metas, sabendo motivar os colaboradores a alcançar

a excelência no desempenho individual e da equipe. É o processo interpessoal

por meio do qual o responsável por resultados identifica recursos, processos e

prazos, para o alcance de resultados. Qualquer colaborador deve estar

preparado para consumir o papel de líder, desenvolvendo habilidades como a

comunicação, relacionamento interpessoal, visão sistêmica, foco nos

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24 resultados, entre outras. Assim o líder vai conseguir formar o time através da

sua postura persuasiva, empática, motivadora e persistente.

Para conseguir a confiança das pessoas, a prática da liderança na

atitude empreendedora necessita do seguinte perfil: ser fiel a sua filosofia de

vida, buscar a melhoria, delegar decisões, considerar que cada pessoa está em

um nível de aprendizado, valorizar problemas e fatos inesperados e

transformá-los em oportunidades (DORNELLAS, 2014).

Araujo Filho (2007) diz que a característica de liderança em um país

moderno está baseada em ideias claras e benéficas para o conjunto da

sociedade. Já se foi o tempo de lideranças carismáticas em que quase tudo era

permitido às pessoas que possuíam somente o dom da palavra, mas que não

geravam consequências positivas em benefício de seus liderados. Não se deve

confundir liderança política com liderança empresarial, e muito menos liderança

eficaz com administração eficiente.

A capacidade de liderança deve ser a mais flexível possível, uma vez

que o líder certamente irá trabalhar com várias pessoas de idade, sexo e

preparo diferentes. No perfil do empreendedor, as qualidades de liderança são

essenciais para o sucesso de uma empresa. A liderança eficaz é aquela que

consegue, através de meios convincentes, mas não coercitivos, atrair,

desenvolver, manter e motivar pessoas ao seu redor, em um ambiente de

grande intensidade competitiva (DORNELLAS, 2014)

No caso da visão sistêmica o desenvolvimento de um plano de ação ou

de um projeto é essencial entender cada ação estabelecida e principalmente se

ela se relaciona com o objetivo final. É como se estivesse a cada dia

finalizando uma parte do todo. A visão sistêmica é um conjunto de

conhecimentos e instrumentos desenvolvidos que têm como objetivo tornar

mais claro todo o conjunto e mostrar as modificações necessárias para

melhorá-lo. Questões como processos, estratégia, fluxo de informações e

processos de trabalho devem ser gerenciadas para produzir output (saída) e

imput (entrada) de forma eficaz. Aponta um direcionamento claro, facilitando

decisões e propiciando o desenvolvimento de pessoas. É uma das principais

características do empreendedor (apud DORNELLAS, 2014).

A proatividade é a força propulsora da atitude empreendedora. Mas para

a prática desta, é necessária muita leitura, bom relacionamento, atenção às

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25 necessidades e trabalhar bastante com a intuição e a empatia. Proatividade é

gerar oportunidades e aproveitá-las, ou seja, antecipar-se aos fatos.

As pessoas estão em constante interação com o meio e este em

profundas mudanças. O que tem valor hoje pode não ter mais amanhã e vice-

versa. Consequentemente é importante reavaliar as atitudes e valores para

adaptar-se aos acontecimentos e dar segmento aos processos, e o

conhecimento é a chave para o desenvolvimento desta atitude (DORNELLAS,

2014).

Saber ouvir significa estar aberto a novos aprendizados, demonstrando

assim flexibilidade de comportamento. É imprescindível valorizar a aquisição do

conhecimento e ter foco nas ações, tomando cuidados com a perda de tempo.

Hoje, a sociedade moderna exige clareza em seus negócios. Suas atividades

terão de demonstrar limpidez e ordenamento lógico para a sua adequada

consecução, pois, caso contrário, se instalará um clima de insatisfação, além

de trazer dúvidas sobre os métodos e procedimentos adotados (DORNELLAS,

2014).

Segundo Borges; Hasimoto (2014), os objetivos e metas a serem

atingidos precisam estar transparentes a todos os seus colaboradores,

fornecedores e clientes, pois isto lhe dará a credibilidade de que necessita.

Uma postura correta e um competente curriculum de suas realizações lhe

darão a dimensão de integridade de seu caráter. A bandeira do empresário

somente o levará ao sucesso se as suas boas intenções estiverem claramente

definidas e forem comunicadas a todos e comprovadas pelos seus atos. Para

avançar progressivamente é necessário ao empreendedor ordenar

primeiramente seu raciocínio e depois esclarecer seus subordinados para

caminharem juntos para o harmônico desenvolvimento de suas atividades.

A perseverança é a qualidade de caráter, sem dúvida, levará o

empreendedor a atingir os seus fins, pois de tanto insistir algum dia ele chegará

lá. O difícil da questão é ter certeza de que a pessoa está no caminho certo. É

o caráter obstinado do empreendedor que fará com que não haja desistência

no meio do caminho (BORGES; HASIMOTO, 2014).

Modernamente não se corre risco à toa, mas se montam cenários

através de exercícios, aplicando modelos econométricos e projeções de toda

ordem, para correr o que se chama risco calculado, buscando proteger as

atividades empresariais no futuro. Os imponderáveis num país como o Brasil

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26 são muitos, mas não invalidam o raciocínio lógico, apesar do comportamento

da sociedade ser ainda mais emocional do que racional (DORNELLAS, 2014).

A credibilidade está na razão direta das suas emoções, pois a pessoa

será mais receptivo se o seu plano emocional estiver sob controle. As emoções

fortes não são boas conselheiras para as horas de dificuldades; podem levar a

uma turbulência incontrolável, não beneficiando ninguém no final da contenda

(DORNELLAS, 2014). Assim, o equilíbrio só existirá se houver supremacia da

razão sobre a emoção. Espera-se do empreendedor um comportamento

tranquilo em resposta às situações de turbulência interna ou externa à sua

empresa, demonstrando calma e segurança no comportamento profissional. A

sabedoria está em deixar passar aquele momento, refletir sobre as causas e

consequências e, em seguida, tomar uma decisão correta, em tempo hábil,

para contornar situações desagradáveis (DORNELLAS, 2014).

A ambição é a característica da personalidade do empreendedor é

essencial para impulsionar o homem econômico na busca do prazer

hedonístico de sucesso empresarial. Esse composto de vida, representado por

um ideal maior que tiram as pessoas do imobilismo garantido, para tentar

alcançar patamares superiores de satisfação pessoal, representa, em síntese,

um sonho de vida (DORNELLAS, 2014). A ambição pecuniária excessiva o

transformará num usurário, se ela não for bem administrada em doses

homeopáticas e constantes.

Araujo Filho (2997) diz que ao deixar transparecer somente o espírito

milionário, o empresário não conseguirá motivar o desejo saudável em seu

público interno e externo, que vai muito além de ter mais bens materiais. A

ambição do empreendedor está muito mais relacionada com o ser, isto é, com

a sua necessidade de realização pessoal na satisfação e no orgulho

profissional do que simplesmente com o amor desenfreado ao dinheiro para a

satisfação de necessidades materiais.

O empreendedor identifica erros, problemas, faz avaliação de ideias e

questionamentos, sempre inova e consequentemente administra os riscos.

Elabora plano de ação para vender, está aberto a mudanças, adaptações, são

pessoas que estão sempre prontas a implantar realizações e solução. Decisão

é escolher o melhor caminho para a melhor solução do processo

(DORNELLAS, 2014).

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De acordo com Bom Ângelo (2003, p.120):

Empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para programar uma ideia por meio da aplicação da criatividade, capacidade de transformação e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco. O empreendedor e a empresa empreendedora necessitam de um alto grau de criatividade, domínio das tendências do cenário para sair à frente.

A ousadia é a marca dessa atitude que busca e captura as

oportunidades rentáveis de negócios; disposição de correr riscos calculados

para atingir os objetivos da organização. De acordo com Dornellas (2014) um

profissional que demonstra a característica da ousadia tem em sua

personalidade:

a) Identifica e aproveita oportunidades rentáveis de negócios; b) Conhece profundamente o negócio, setor e mercado que possam revelar oportunidades no mercado; c) Demonstra disposição em assumir riscos calculados para atingir resultados; d) Busca maximização da relação custo X benefício para clientes, fornecedores e parceiros; e) Estimula e dá apoio ao comportamento empreendedor de outras pessoas (2014, p. 139).

No passado as empresas estavam orientadas para a produção, o

mercado era amplo, e a concorrência era fraca e negociada. O foco era

produzir o maior volume possível e repassar custos aos preços, sem qualquer

esforço de otimização, em benefício do consumidor (DORNELLAS, 2014).

As estruturas eram hierarquizadas e as pessoas podiam se “esconder”

atrás do tecnicismo, do paternalismo e das fórmulas prontas para resolver os

problemas que surgissem. A economia crescia vegetativamente, inchava, mas

não evoluía. Quase sem intenção, os resultados apareciam e, assim, gerenciar

podia ser, simplesmente, dar-se bem com os outros, tomar conta da equipe e

resolver os problemas rotineiros, por vezes incendiários (DORNELLAS, 2014).

Hoje, a globalização, faz o mundo competir de verdade, trazendo a

disputa pelo consumidor exigente. Inúmeras mudanças já ocorreram no cenário

brasileiro e muitas ainda estão por vir. A constante instabilidade do meio

ambiente e o aumento da interação de seus fatores fazem com que a

organização passe a estar muito mais sensível e aberta às influências

externas, se ela pretende sobreviver. Na economia em rede, tanto a

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28 propriedade física quanto a intelectual tem mais probabilidade de serem

acessadas pelas empresas do que serem adquiridas (DORNELLAS, 2014).

Outra força desta realidade é o capital intelectual, por isso algumas

organizações estão apostando em diferentes formas de motivação,

reconhecimento e gerenciamento. O momento atual exige ampla transformação

e uma nova filosofia de gestão. A capacidade de posicionar-se

estrategicamente, diante dos desafios proporcionados por um ambiente em

contínua transformação, requer flexibilidade em todas as áreas e da própria

organização. Torna-se fundamental ao gestor aprender a criar novas formas

organizacionais em torno de equipes e processos (DORNELLAS, 2014).

Para Dornellas (2014, p. 140) dentre os tipos de empreendedores pode-

se citar: “empreendedor corporativo; empreendedor externo; empreendedor

social”.

Para melhor ser compreendido este tema sobre o empreendedorismo,

pode-se observar que o empreendedor corporativo é aquele que a partir de

uma ideia, dedica-se entusiasticamente em transformá-la em um produto de

sucesso. São desbravadores que investem no seu desenvolvimento dentro da

organização. São pessoas dotadas de iniciativa, visão de futuro e que

favorecem o destaque no mercado de trabalho, da empresa, dos produtos e de

si mesmo. Respaldado pela cultura e política organizacional (DORNELLAS,

2014).

No caso do empreendedor externo, este tipo de empreendedor

desenvolve e administra um projeto com foco nas tendências e necessidades

do mercado, visando satisfazer determinado público. É um profissional

independente que gerencia suas ações sem um vínculo específico com uma

organização, ditando sua política, cultura e administrando seus riscos de forma

livre (DORNELLAS, 2014).

Já o empreendedor social são aqueles que assumem uma atitude pró-

ativa no que diz respeito ao desenvolvimento integrado da sua comunidade, da

sua cidade ou do seu país. Ele está voltado ao terceiro setor e a projetos

ligados à sociedade e qualidade de vida (DORNELLAS, 2014).

É necessário entender que o empreendedor não é somente um fundador

de novas empresas ou o construtor de novos negócios. Ele é a energia da

economia, a alavanca de recursos, o impulso de talentos, a dinâmica de ideias.

O termo empreendedor do francês entrepreneur significa aquele que assume

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29 riscos e começa algo novo (ARAUJO FILHO, 2007). Esse espírito

empreendedor está também presente em todas as pessoas que mesmo sem

fundarem uma empresa ou iniciarem seus próprios negócios estão

preocupadas e focalizadas em assumir riscos e inovar continuamente (apud

ARAÚJO FILHO, 2007).

Segundo Chiavenato (2012), os empreendedores são heróis populares

do mundo dos negócios. Fornecem empregos, introduzem inovações e

incentivam o crescimento econômico. Não são simplesmente provedores de

mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem riscos em

uma economia em mudança, transformação e crescimento.

Continuamente, milhares de pessoas com esse perfil desde jovens a

pessoas adultas e de todas as classes sociais inauguram novos negócios por

conta própria e agregam a liderança dinâmica que conduz ao desenvolvimento

econômico e ao progresso das nações (DORNELLAS, 2014). É essa força vital

que faz pulsar o coração da economia.

O que pode tornar a pessoa bem-sucedida em um negócio é a

conjunção de duas coisas: o negócio oportuno e apropriado e o espírito

empreendedor bem-dotado que o leva adiante (ARAÚJO FILHO, 2007). Trata-

se de um casamento entre a oportunidade e o oportunista que pretende

aproveitá-la.

O processo empreendedor abrange todas as atividades, as funções e as

ações relacionadas com a criação de uma nova empresa. Primeiro lugar, o

empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, que tenha

valor e seja valorizado pelo mercado. Em segundo lugar, o empreendedorismo

exige devoção, comprometimento de tempo e esforço para que o novo negócio

possa transformar-se em realidade e crescer. Em terceiro lugar, o

empreendedorismo requer ousadia, assunção de riscos calculados e decisões

críticas, além de tolerância com possíveis tropeços, erros ou insucessos

(ARAÚJO FILHO, 2007).

Dentre todos os assuntos tratados a liderança é um dos mais

importantes, daí discutir mais um pouco sobre ela. A liderança é, sobretudo, um

relacionamento, um processo mútuo de ligação entre líder e seguidor. Tal

processo envolve um relacionamento de influência em duplo sentido, orientado

principalmente para o atendimento de objetivos e expectativas mútuas. Nesses

termos, não se pode dizer que a liderança fica somente a cargo do líder. O

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30 processo de influência não está unicamente assegurado pela vontade do líder,

mas, sobretudo pela conjunção desta vontade com as imagens, desejos e

crenças compartilhados pelo grupo. Não é o líder que ilustra a relação, mas é a

relação que ilumina o líder, requerendo esforços de cooperação, consentimento

e reconhecimento por parte da coletividade. Assim, o poder do líder depende

desta congruência e está atrelado à ressonância que se estabelece entre a

problemática pessoal do líder e as necessidades do grupo que se reconhece

naquele durante o processo de identificação que se desenrola entre ambas as

partes - líderes e liderados. A habilidade de ordenamento significativo da

realidade e suas ressonâncias no imaginário coletivo é o que constitui a força

do líder e fundamenta o exercício legítimo da sua influência (BERGAMINI,

2009)

Além das características importantes para um líder, este precisa de ter

metodologia para orientar, treinar e motivar seus funcionários. Para alcançar os

melhores resultados a empresa necessita que seus funcionários tenham um

alto desempenho em suas atividades. Para isto estes precisam ser orientados

sobre o que se espera deles, desenvolvidos e treinados para estarem

capacitados para o desenvolvimento das várias atividades dentro da empresa,

sejam constantemente motivados e levados a comprometerem-se com os

objetivos organizacionais.

De acordo com Gil (1994), um fator importante para se obter o

desempenho é o correto estabelecimento de qual o desempenho esperado

deles. Desta forma tira-se a subjetividade dos tipos de comportamentos

esperados e do que deve ser feito. Este estabelecimento consiste em

comportamentos e resultados. Dentro desse processo do estabelecimento dos

objetivos o ponto crítico é que estes sejam expostos de forma clara para o

entendimento de todos.

Uma forma de estabelecer estes objetivos, principalmente os de

desempenho, é mensurá-los e deixá-los expostos para que todos possam

visualizá-los. Mensurar é importante para que as pessoas possam visualizar

como está indo o seu desempenho ou o do grupo. Isto também permite ao líder

saber qual atitude ele deve tomar, seja para os desempenhos que não atingem

os objetivos ou para reforçar os que foram atingidos.

Muitas são as atividades que existem dentro de uma empresa e que as

pessoas de uma equipe de trabalho precisam executar. Para que o grupo

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31 consiga desempenhá-las sempre no mesmo padrão, os membros que o

compõem precisam estar treinados em mais de uma atividade/função.

Conforme coloca Chiavenato (2009), nem todos os funcionários têm a

mesma habilidade. Alguns têm mais aptidão que outros para determinadas

funções / atividades. O líder precisa saber identificar quais são as dificuldades

que os funcionários têm e quais suas facilidades. Para isto é necessário que

ele esteja próximo a eles, sinta o que é preciso ser desenvolvido e encaminhe-

os para um programa de treinamento adequado ou para uma atividade / função

que este se encaixe melhor com sua capacidade.

Antes de julgar se o funcionário não tem habilidade para a tarefa,

primeiro o líder deve verificar se este tem todos os recursos necessários para o

desenvolvimento da tarefa de forma satisfatória.

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CONCLUSÃO

Atualmente, o termo Empreendedorismo é abrangente, pois decorre

diretamente de novos padrões de relações sociais e políticas que incluem o

mercado, mas não se limita a ele. Os estudos recentes introduzem as noções

de ação política e ação de cidadania, desenvolvendo a imagem do

empreendedor social. O interesse pelo empreendedorismo baseia-se no estudo

de um ícone capaz de promover alternativas viáveis às mudanças de

comportamento, formação de uma classe diferenciada, com visão sistêmica

das situações econômicas, ambientais e sociais.

O indivíduo, no contexto do empreendedorismo social, protagoniza

seus ideais assume a responsabilidade pela construção de seu próprio destino,

bem como ações para o desenvolvimento da comunidade à qual pertence, no

exercício de novas formas de solidariedade, parceria e cooperação.

A chamada nova economia, a era da Internet, mostrou recentemente e

ainda tem mostrado que boas ideias inovadoras, know-how, um bom

planejamento e, principalmente, uma equipe competente e motivada são

ingredientes poderosos que, quando somados no momento adequado,

acrescidos do combustível indispensável à criação de novos negócios o capital

podem gerar negócios grandiosos em curto espaço de tempo. Isso era algo

inconcebível há alguns anos.

O contexto atual é propício para o surgimento de um número cada vez

maior de empreendedores. Por esse motivo, a capacitação dos candidatos a

empreendedor está sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil,

haja vista a crescente preocupação das escolas e universidades a respeito do

assunto, por meio da criação de cursos e matérias especificas de

empreendedorismo, como uma alternativa aos jovens profissionais que se

graduam anualmente nos ensinos técnico e universitário brasileiros.

Atualmente, as organizações possuem uma grande necessidade de

buscar e desenvolver profissionais com perfil empreendedor, devido ao fato de

estes, serem os responsáveis pelas modificações, criações e visões inovadoras

para se obter um destaque maior e uma diferenciação positiva frente à

concorrência.

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Os empreendedores são visionários, dotados de ideias realistas e

inovadoras, baseados no planejamento de uma organização, intervêm no

planejado e propõem mudanças.

O empreendedor desenvolve um papel otimista dentro da organização,

capaz de enfrentar obstáculos internos e externos, sabendo olhar além das

dificuldades, com foco no melhor resultado. No entanto, como se trata de um

ser social, influenciado pelo meio que em que vive, a formação empreendedora

pode acontecer por influência familiar, estudo, formação e prática.

Este profissional deve utilizar o que existe de mais importante em cada

pessoa: o seu cérebro, a sua inteligência, as suas competências, a sua

participação emocional. Saber gerenciar pessoas é saber extrair delas o que

cada uma tem de melhor para fazer um trabalho excelente, ser uma extensão

do empreendedor na melhoria contínua do trabalho e na excelência do produto,

serviço e no ótimo atendimento ao cliente.

Desta forma, percebe-se que os empreendedores são pessoas

diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem,

não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e

admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado. Uma vez que

os empreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento e o

próprio processo empreendedor devem ser estudados e entendidos.

A economia e os meios de produção e serviços também se sofisticaram,

de forma que hoje existe a necessidade de se formalizarem conhecimentos,

que eram apenas obtidos empiricamente no passado. Portanto, a ênfase em

empreendedorismo surge muito mais como conseqüência das mudanças

tecnológicas e sua rapidez, e não é apenas um modismo. A competição na

economia também força novos empresários a adotar paradigmas diferentes.

Por isso, o momento atual pode ser chamado de a era do

empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando

barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e

renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e

novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.

Portanto, empreendedor é o diferencial numa organização.

Diferencial este que fazendo uma analogia a uma peça automotiva pode

representar uma peça que une, como as engrenagens do motor às rodas, ou

seja, é ela que faz com que todo o conjunto se movimente dando às rodas a

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34 força e assumindo todos os riscos previamente calculados, impactos que serão

causados pelo caminho a ser tomado.

A diferença entre o diferencial mecânico e diferencial empreendedor é

que, o mecânico tem um lugar específico e o empreendedor não, mesmo assim

continua ser uma peça importante para o sucesso de uma organização.

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REFERÊNCIAS

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INDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO 1. ORIGEM E CONCEITO DO EMPREENDEDORISMO 10 1.1Empreendedorismo e economia 14 CAPÍTULO 2. A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO NO MERCADO ECONÔMICO DO BRASIL

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CAPÍTULO 3. EMPREENDEDORISMO: TIPOS DE ATUAÇÃO NA EMPRESA 23 CONCLUSÃO 32 REFERÊNCIAS 35 ÍNDICE 37

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes A importância do empreendedorismo no mercado econômico do Brasil Michelle Bustamante Santa Rosa Ramos Data da entrega: Avaliado por: Conceito: