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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFLUÊNCIA DO ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO
Por: Érica Ferreira Savarege
Orientador
Prof. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2008
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFLUÊNCIA DO ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial no curso de
Gestão de Pequenas e Médias Empresas, para
obtenção do título de Pós-Graduação.
Por: Érica Ferreira Savarege
AGRADECIMENTOS
A todos os autores, livros, revistas e
sites, ao professor Marcelo Saldanha
pela revisão dos textos e auxílio na
formatação. Aos meus patrões e a
todas as pessoas que, direta e
indiretamente, contribuíram para a
confecção deste trabalho acadêmico.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho monográfico
primeiramente a Deus, ao meu marido e
meu filho, que tanto confiaram e
apostaram em mim. Também aos meus
pais e a minha família que sempre se
orgulharam de mim.
RESUMO
Com o passar dos séculos o ser humano foi evoluindo e se adaptando a
várias tecnologias, com isso, a globalização se tornou um problema. Devido
tanta concorrência no ambiente de trabalho o funcionário passou a dedicar-se
mais e querer ser o melhor, assim, foi desenvolvendo doenças como o
estresse e a Síndrome de Burnout, que são conseqüências de vários distúrbios
físicos e mentais.
Estas doenças estão prejudicando o desenvolvimento de algumas
empresas fazendo com que o funcionário diminua a produção e aumente o
número de faltas por atestados médicos.
É por isso que algumas empresas estão de olhos abertos para o futuro
prevenindo seus funcionários de doenças como estas com alguns métodos
disponíveis no mercado e adaptando seus horários de expediente a Ginástica
Laboral para obter bons resultados.
METODOLOGIA
Para a realização desta Monografia foram utilizados alguns métodos
como: leitura de livros, revistas, consultas pela Internet e pesquisas
bibliográficas. Após serem coletados os dados, foram analisados e
selecionados várias vezes até chegar ao conteúdo desejado.
Passando esta etapa de seleção, foi preparada toda a configuração e a
finalização para o término da Monografia.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O Crescimento da empresa e a
Saúde de seus funcionários 09
CAPÍTULO II - O Estresse 11
CAPÍTULO III – Síndrome de Burnout 19
CAPÍTULO IV – Métodos de prevenção de doenças
Relacionadas ao ambiente de trabalho 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS 27
ANEXOS 28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 33
BIBLIOGRAFIA CITADA 34 ÍNDICE 35
FOLHA DE AVALIAÇÃO 37
8
INTRODUÇÃO
Hoje em dia no mundo em que vivemos em constante agitação, foram
apontados alguns fatores como fontes inevitáveis do Estresse: a insegurança
devido à violência urbana, engarrafamentos no trânsito, orçamentos apertados,
dívidas e ambiente de trabalho altamente competitivo, que se destaca como o
principal fator.
Este principal fator está relacionado a uma carga excessiva de trabalho,
ao grau razoável e necessário de exigências para com compromissos
assumidos, cumprimento de prazos, horários e metas, portanto, estas são
causas que contribuem para o aparecimento de sintomas do Estresse ou até o
desenvolvimento da Síndrome de Burnout.
Através deste trabalho monográfico vão ser apresentados em alguns
capítulos o que significa Estresse e Síndrome de Burnout, como o Estresse do
funcionário prejudica no desenvolvimento de uma empresa, como algumas
empresas estão tratando e prevenindo síndromes e por último, acrescentado
recursos que contribuem para a melhoria na qualidade de vida dos
funcionários.
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CAPÍTULO I
O CRESCIMENTO DA EMPRESA E A SAÚDE DE SEUS
FUNCIONÁRIOS
Para alcançar o crescimento e o sucesso de uma empresa é preciso
adaptar-se a processos de mudanças como a tecnologia, isso exige um grau
emergencial de comunicação, diretrizes e novas estratégias ditadas pelo
mercado. Motivar as pessoas e fazer com que todas olhem na mesma direção
passa a ser uma tarefa de sobrevivência fazendo com que o bom desempenho
de uma empresa seja diretamente relacionada à mobilização de seus
funcionários e o grau de importância que a eles são atribuídos.
O que vem mudando a visão do mercado de pequenas, médias e
grandes empresas no seu posicionamento como empresa de sucesso, é
justamente isso: todas estão voltando sua atenção para seus funcionários
tornando-os parte integrante e essencial da empresa. Algumas delas estão
contando com ajuda de seus colaboradores para a importância no processo de
qualidade e produtividade, investindo diretamente em programas de
treinamento específicos, incrementos salariais ou outros benefícios, como
recompensa de ganhos relacionados ao aumento de produtividade.
Para obter o desempenho máximo de seus funcionários não é somente
informar, preparar, valorizar e satisfazer suas necessidades, é também zelar
pela sua saúde e investir em técnicas de prevenção de doenças relacionadas
ao seu dia-a-dia. Este desempenho fica comprometido quando o funcionário
passa a exercer o cargo de funcionário multifuncional dentro da empresa,
desenvolvendo alguns sintomas pelo desgaste profissional que podem gerar
danos psicológicos futuros.
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Notadamente, entende-se que um funcionário produz menos quando
está em equilíbrio harmônico entre seu desempenho profissional e estabilidade
físico-mental.
1.1 – Diagnóstico psíquico
Para que um funcionário tenha um bom equilíbrio harmônico depende
de realizações de atividades prazerosas e saudáveis durante a maior parte do
seu tampo, como a maioria permanece a maior parte do tempo no seu local de
trabalho, é nele que é encontrado o mais alto nível de estresse.
Nos diversos locais de trabalho os funcionários são submetidos
diariamente a pressões de competição, lucros, produtividade e eficácia se
sentindo angustiados a ponto de não conseguirem acompanhar, através de
sua energia física e mental.
Quando o local de trabalho deixa de ser prazeroso, satisfatório e
de bem-estar para ser um local de dor, sofrimento e cansaço, fica claro que o
funcionário está sofrendo algum tipo de quadro clínico psíquico. Alguns
funcionários passam a não se desempenhar mais devido a ansiedade, falta de
concentração, queda de rendimento, diminuição da memória, confusão,
ansiedade, depressão, frustração, medo e impaciência.
Esse quadro psíquico está relacionado a sintomas “mentais” e
“emocionais”.
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CAPÍTULO II
O ESTRESSE
Até o dia de hoje, ainda não há uma definição para o contexto de
patologia médica. É o nosso dicionário Aurélio da língua portuguesa que nos
diz que o significado da palavra estresse é: “o conjunto de reações do
organismo e agressões de origem diversas, capazes de perturbar-lhe o
equilíbrio interno”.
Foi nos anos 30 que um Austríaco, endocrinólogo, canadense
chamado Hans Selye publicou pela primeira vez na revista científica Nature
que:
“o estresse é um processo vital e fundamental onde
pode ser dividido em dois tipos, ou seja, quando
passamos por mudanças boas, temos o estresse
positivo e quando atravessamos alguma fase
negativa estamos vivenciando o estresse negativo”.
Hans Selye submeteu cobaias a estímulos estressores e observou um
padrão específico na resposta comportamental e física dos animais. Selye
descreveu os sintomas do estresse sob o nome “Síndrome Geral de
Adaptação”, composto de três fases sucessivas: alarme; resistência e
esgotamento.
Após a fase de esgotamento era observado o surgimento de diversas
doenças sérias como úlcera, hipertensão arterial e lesões miocárdios.
O estresse pode ser dividido em dois tipos básicos: o estresse crônico
e o agudo. O estresse crônico é aquele que afeta a maioria das pessoas,
sendo constante no dia a dia, mais de uma forma mais suave. O estresse
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agudo é mais intenso e curto, sendo causado normalmente por situações
traumáticas mais passageiras como a depressão na morte de um parente.
Também podemos dizer que o estresse trata-se de uma relação entre o
indivíduo e o meio e que há um sério problema social econômico e uma grande
preocupação de saúde pública, pois atinge pessoas ainda jovens, em idade
produtiva que normalmente ocupam cargos de responsabilidade nas
empresas.
Há uma certa preocupação com o futuro num tempo de incertezas, de
um país que cada dia aumenta mais o número de desempregados e no mesmo
tempo que a qualidade de vida piora, o medo do envelhecimento em péssimas
condições, empobrecimento, falta de lazer e alimentação inadequada. Todos
são fatores pessoais, familiares, sociais, econômicos e profissionais, que
originam o desenvolvimento do estresse e seu conseqüente desencadeamento
de doenças mais graves como infecções e até neoplasias.
Segundo o Dr. Vladimir Bernik, médico psiquiatra (pela AMB/ABP e pelo
CFM) relatou em um congresso realizado em Munique em 1988;
“o estresse é um resultado do homem criar uma
civilização, que ele, o próprio homem, não mais
consegue suportar”.
2.1 – Causas do estresse
São diversos fatores e situações em nossas vidas que de modo agudo
ou crônico podem nos causar o estresse, os mais comuns são: atitude em
relação ao si; estado financeiro; movimentar-se; tráfego; testes escolares;
provas e concursos; conhecer pessoas novas; situações novas;
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relacionamento e educação dos filhos; demandas no ambiente de trabalho ou
familiar; desafios na carreira e no trabalho; promoção ou perda de cargo;
desafios emocionais; relacionamentos pessoais; medo; raiva; solidão;
mudanças familiares; desafios físicos; desafios de saúde e muitos outros.
Estas situações em si, não constituem o estresse, mais sim a maneira
de como nos esforçamos para reagirmos a elas. Quando este esforço atinge o
limite que o indivíduo poderia suportar e quando fatores e as situações
estressantes são contínuos e de longa duração, elas podem se transformar
em doenças, das mais diversas, dessa forma o corpo apresenta sintomas para
que a pessoa modifique a sua rotina.
2.2 – Principais sintomas do estresse
• Nó na garganta;
• Tristeza;
• Bruxismo (ranger dos dentes);
• Diarréia;
• Pânico;
• Sentimento de medo e agressividade constante;
• Afastamento de suas atividades de trabalho;
• Incapacidade de domínio sobre as emoções;
• Impotência na resolução de problemas;
• Alteração de desempenho de suas funções normais;
• Fixação num determinado problema do trabalho;
• Diminuição da produtividade e eficiência;
• Sudorese intensa (suor, transpiração intensa);
• Manchas roxas;
• Fala desordenada;
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• Isolamento;
• Mau humor;
• Pigarro;
• Medo;
• Esgotamento;
• Roer unhas;
2.2.1 – Sintomas mais comuns
• Dores de cabeça ao final do dia, privilegiando a nuca e
posterior da cabeça, que se somam freqüentemente a dores nas
costas;
• Dificuldades de concentração e memória;
• Tonturas, sensação de desmaio ou perda de sentidos iminente,
o que é freqüentemente confundido com labirintites. Sensação
de estar “pisando em nuvens” ou de anestesia, como que
distante emocionalmente das pessoas, dificuldade em entender
sentimentos alheios;
• Insônia, dificuldades em iniciar ou manter o sono, com
sonolência durante o dia;
• Dores no peito, com uma sensação de opressão no Precórdio,
que é a região do tórax do meio para a esquerda, anterior, onde
está o coração. Essa sensação de opressão dá ao sujeito uma
sensação de respiração encurtada, como se os pulmões
estivessem amarrados, impedidos de se expandir e receber ar;
• Coração acelerado, sensação de que o coração vai sair pulando
de dentro do Precórdio. Variações abruptas de pressão arterial.
Hipertensão Arterial;
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• Problemas digestivos, com sensação de queimação na região
do estômago, azias, digestão difícil após as refeições, como se
a comida ficasse parada no trato digestivo, dores abdominais e
dificuldades de evacuação;
• Obesidade;
• Dificuldades na vida sexual;
• Dores musculares, câimbras musculares, dores cervicais
(pescoço), região lombar (coluna), sensações de formigamento
pelo rosto e membros;
2.3 – Como o organismo reage aos principais sintomas
O estresse é o estado do organismo submetido à tensão. Veja como o
estresse atua sobre o seu corpo.
O cérebro produz uma família de substâncias conhecidas como
apiáceos, responsável pela sensação de bem-estar, e seretonina, que faz o
corpo relaxar. Submetido ao estresse, o cérebro diminui a produção das duas.
Assim a pessoa torna-se irritável e, às vezes, insone.
As glândulas supra-renais fabricam adrenalina, que mantém o corpo
alerta, e cortisol, que energiza os músculos. Em excesso o cortisol reduz a
resistência às infecções, pode causar morte de neurônios, envelhecimento
cerebral e perda de memória.
A noradrenalina, produzida nas supra-renais, acelera os batimentos
cardíacos, provoca a alta de pressão arterial e, quando produzida durante
longos períodos, sobrecarrega o músculo cardíaco.
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Sob o estresse, os vasos sangüíneos periféricos mais próximos da pele,
contraem-se e são menos irrigados. Se o estresse é constante, o
envelhecimento é mais rápido.
O cérebro ordena ao estômago que produza os ácidos de suco gástrico.
O excesso de acidez, unido à queda de resistência a infecções, pode provocar
úlceras e gastrite.
2.4 – Tratamentos
Além de o estresse ser uma doença que poucas vezes pode ser evitada,
existem dois tipos de tratamento: tratamentos convencionais e tratamentos não
convencionais.
a) Tratamentos convencionais:
• Remédios
(podem ser indicados por um profissional da área)
• Alimentação
(repor vitaminas e nutrientes através de verduras, frutas e
derivados do leite)
• Atividade física
(qualquer atividade física é benéfica ao organismo)
b) Tratamentos não convencionais:
• Fitoterapia
(tratamento feito com plantas)
• Acupuntura
(tratamento feito com aplicações de agulhas que consiste em uma
técnica chinesa)
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• Reike
(tratamento que consiste em reequilibrar a energia do corpo
através das mãos e pontos energéticos (chácara), que consiste em uma
técnica japonesa.
• Massagem
(várias técnicas de massagens tentam promover o equilíbrio físico
e mental)
• Dança bioenergética
(movimentos de expressão corporal)
• Aroma terapia
(tratamento através de odores)
• Cromoterapia
(tratamento feito com cores que ativam a imaginação, trazendo
alguma reação positiva para o organismo)
2.5 – Como diminuir o estresse
Devemos levar em conta algumas considerações antes de tratarmos de
estratégias de como diminuir o estresse: nenhum método isolado é infalível e o
que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra.
Uma dieta saudável é essencial para qualquer programa de redução do
estresse. O exercício físico é uma ótima maneira de se distrair dos eventos
estressantes, procure uma atividade que proporcione prazer, algumas
sugestões como: ginásticas aeróbicas, caminhadas, natação ou yoga.
Relaxe através de técnicas específicas, como exercícios de respiração
profunda, relaxamento muscular, meditação e massagem. Considere todas as
possíveis opções: escutar música; tirar férias, se a fonte do estresse for em
casa, fique um tempo à toa, substitua o tempo desnecessário com o trabalho
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por atividades interessantes e agradáveis; tenha tempo para o lazer ou tenha
um animal de estimação.
O estresse quando evoluído e não tratado pode ser causador de várias
doenças sérias como: fadiga, distúrbio do sono, depressão, alcoolismo e a
principal, uma doença chamada Síndrome de Burnout. É por isso, que muitas
empresas ao observarem que seus funcionários começavam a apresentar os
mesmos sintomas, concluíram que estas doenças (Estresse e Síndrome de
Burnout), são doenças ocasionadas pelo ritmo constante do ambiente
profissional.
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CAPÍTULO III
SÍNDROME DE BURNOUT
A Síndrome de Burnout é um distúrbio pouco conhecido da população,
mais cada vez mais freqüente no ambiente de trabalho.
Esta Síndrome foi descoberta nos EUA em 1974 pelo psicólogo Herbert
Freudenberger quando observou o desgaste no humor e na motivação dos
profissionais com os quais trabalhava. O termo Síndrome de Burnout é a
junção de duas palavras burn (queima) e out (externa) que podemos entender
como “queima externa” ou “queimar para o exterior”, que compreende em um
estresse mais avançado no qual o funcionário torna-se bastante alterado em
seu comportamento, pelo qual se define como esgotamento profissional e
psicológico decorrente a tensão emocional crônica do trabalho.
Conforme pesquisa realizada no Brasil pela International Stress
Management Association do Brasil (Isma-BR) três em cada dez trabalhadores
apresentam um quadro crônico de estresse, que caracteriza a Síndrome de
Burnout.
Podemos identificar um funcionário com a Síndrome de Burnout quando
ele altera momentos de agressividade, depressão, se irrita com facilidade, vive
reclamando da vida, exausto e prestes a explodir. Segundo exemplifica o chefe
de departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp): “ O funcionário com Síndrome de Burnout é semelhante a uma vela:
ao mesmo tempo em que ilumina o ambiente, acaba se desgastando até
apagar ”.
20
3.1 – Causas da Síndrome de Burnout
Os sintomas e as causas podem variar de acordo com as características
de cada pessoa e das circunstâncias em que se encontra, sendo que os graus
de manifestações podem apresentar-se de formas diferentes.
Na maioria das vezes esta Síndrome é confundida com um simples
estresse, devido demonstrar algumas semelhanças. A Síndrome é um
problema relativo ao mundo do trabalho e atinge pessoas sem antecedentes
psicopatológicos. Os sintomas de exaustão e comportamento agressivo que se
mostram por atitudes grosseiras dos funcionários com a Síndrome pode se
expandir desde o ambiente profissional até aos amigos e familiares.
A Síndrome de Burnout está caracterizada por cansaço emocional, física
e mental, fraqueza e inutilidade, desinteresse pelo trabalho e vida pessoal,
baixa estima, esgotamento nervoso e despersonalização devido a relação
diária cultivada com pessoas que se integram no ambiente de trabalho.
Pode-se dizer que funcionários com idealismo elevado, excesso de
dedicação, alta motivação, perfeccionismo e rigidez estão mais propensos a
desenvolver a Síndrome de Burnout. Em geral, são funcionários que gostam de
se envolver com o que fazem, não medindo esforços para atingir seus próprios
objetivos e os da empresa em que atuam.
Quando as relações interpessoais são pesadas, conflituosas e adiadas,
tem-se a disposição de adicionar os anseios da Síndrome de Burnout que
acontece de maneira vagarosa e gradual, acometendo o indivíduo
progressivamente.
Na fase mais aguda da Síndrome o indivíduo desenvolve táticas, que
consiste em modificações de atitudes e condutas que abrangem a apatia e
distanciamento emocional do trabalho.
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3.2 – Sintomas da Síndrome de Burnout
Para Lautert (1997), a instalação da Síndrome de Burnout ocorre de
maneira lenta e gradual, acometendo o indivíduo progressivamente que
distinguem três momentos para a manifestação da síndrome. Num primeiro
momento, as demandas de trabalho são maiores que os recursos materiais e
humanos, o que gera um estresse laboral no indivíduo. Neste momento, o que
é característico é a percepção de uma sobrecarga de trabalho, tanto qualitativa
quanto quantitativa. No segundo momento, evidencia-se um esforço do
indivíduo em adaptar-se e produzir uma resposta emocional ao desajuste
percebido. Aparecem então, sinais de fadiga, tensão, irritabilidade e até
mesmo, ansiedade. Assim, essa etapa, exige uma adaptação psicológica do
sujeito, a qual reflete no seu trabalho, reduzindo o seu interesse e a
responsabilidade pela sua função. E, finalmente, num terceiro momento,
ocorre o enfrentamento defensivo, ou seja, o sujeito produz uma troca de
atitudes e condutas com a finalidade de defender-se das tensões
experimentadas, ocasionado comportamentos de distanciamento emocional,
retirada, cinismo e rigidez.
A Síndrome de Burnout não escolhe homens ou mulheres para
desenvolver-se e sim profissionais das mais diversas áreas que estão
diretamente ligadas a bens e pessoas, ou seja, pessoas que são críticas, muito
exigentes consigo mesmas e com outros que possuem a maior dificuldade de
lidar com situações difíceis. Nesse caso citamos como principais sintomas:
• Depressão;
• Incapacidade de concentração;
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• Ímpeto de abandonar o trabalho;
• Frustração;
• Comportamento paranóico;
• Fadiga crônica;
• Dores de cabeça;
• Insônia;
• Úlceras;
• Hipertensão arterial;
• Taquicardia;
• Arritmias;
• Perda de peso;
• Dores musculares e coluna;
• Alergias;
• Lapsos de memórias;
• Impaciência;
3.3 – Tratamentos para Síndrome de Burnout
O tratamento da Síndrome de Burnout pode ser fototerápico,
intervenções psicossociais, como licenças, afastamentos, readaptações e
essencialmente psicoterapêutico. Mas em alguns casos, pode-se lançar mão
de medicamentos como os ansiolíticos ou antidepressivos para atenuar a
ansiedade e a tensão, sendo sempre necessária a avaliação, e no caso de
medicamentos, a prescrição deve ser feita por um médico especialista.
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No processo psicoterapêutico, além do enfoque individual para o alívio
das dificuldades sentidas, é necessário a reflexão e um redimensionamento
das atitudes relativas à atitude profissional, objetivos de vida e cuidados com a
auto-estima e com sentimentos mais profundos com a aceitação.
Essas pequenas ações podem melhorar a qualidade de vida de muitos,
tratando a Síndrome de Burnout.
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CAPÍTULO IV
MÉTODOS DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS
RELACIONADAS AO AMBIENTE DE TRABALHO
“A saúde, primeira dádiva do ser humano ao
nascer, é posteriormente o primeiro bem a
ser abandonado, enquanto escala de
valores”. (VIEIRA, 1996)
Algumas empresas já convencidas de que o estresse e a Síndrome de
Burnout são doenças ligadas ao ambiente de trabalho, estão se adaptando a
novos métodos de prevenção como a Ginástica Laboral.
A Ginástica Laboral ou Ginástica de pausa, como é chamada,
destina-se a práticas de atividades físicas no local de trabalho e no horário de
expediente que visam benefícios pessoais e profissionais.
Além de trazer benefícios para os funcionários, a Ginástica Laboral
também traz benefícios para a empresa, ela visa diminuir os efeitos negativos
do trabalho, físicos e psicológicos como: conflitos inter pessoais, estresse,
baixa concentração, além de aumentar a produtividade, com isso, há uma
grande diminuição de faltas por motivos médicos e também a redução de
acidentes no ambiente de trabalho.
4.1 – Tipos de Ginástica Laboral
Existem três tipos de Ginástica Laboral que são praticadas atualmente:
(ZILLI, 2002, p.58-60)
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• Ginástica Preparatória
(visa preparar o funcionário para a sua jornada de trabalho,
normalmente realizada no início do expediente)
• Ginástica de Compensação
(visa aumentar o poder de concentração do funcionário, normalmente
realizada entre o horário de expediente)
• Ginástica de Relaxamento
(visa recuperar o funcionário diminuindo seu desgaste físico e
psicológico para retornar ao seu convívio pessoal, normalmente realizada ao
final do expediente).
É preciso deixar claro que a Ginástica Laboral, faz parte de um projeto
de qualidade de vida no trabalho com seus objetivos voltados à saúde do
trabalhador e tal projeto tem parâmetros orgânicos que não se restringem
somente á prática de atividade física. (ZILLI, 2002, p.69)
Deste modo é necessária a utilização de complementos como:
reeducação alimentar, orientações orgânicas e estruturais, acompanhamento
médico preventivo e mudanças para hábitos saudáveis, dentro e fora do
ambiente de trabalho.
4.2 – Benefícios obtidos através da Ginástica Laboral
4.2.1- Benefícios Fisiológicos
• Provoca o aumento da circulação sanguínea ao nível da estrutura muscular, melhorando a oxigenação dos músculos e tendões e diminuindo o
acúmulo de ácido lático;
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• Melhora a mobilidade e flexibilidade músculo articular;
• Diminui as inflamações e traumas;
• Diminui a tensão muscular desnecessária;
• Melhora a postura;
• Diminui o esforço na execução das tarefas diárias;
• Facilita a adaptação ao posto de trabalho;
• Melhora a condição do estado de saúde geral;
4.2.2- Benefícios Psicológicos
• Favorece a mudança da rotina e promove um clima motivacional favorável no trabalho;
• Reforça a auto-estima;
• Mostra a preocupação da empresa com seus funcionários;
• Melhora a capacidade de concentração no trabalho e convívios sociais;
4.2.3- Benefícios Sociais
• Desperta o surgimento de novas lideranças;
• Favorece o contato pessoal;
• Promove a integração social;
• Favorece o sentido de grupo;
• Melhora o relacionamento;
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em função de sua maneira de serem, as pessoas podem vivenciar
seus próprios conhecimentos de trabalho. Dentro de uma organização de
trabalho o indivíduo tende a aprender que não dispõe de expedientes
suficientes para afinar-se, surgindo assim o estado de estresse.
O estresse e suas complicações crônicas atingem diretamente o
cumprimento de ocupação e desenvolvimento do trabalho e muitas vezes
oprime a pessoa, levando-a a situações de doenças, de desagrado e
desinteresse. Existe uma preocupação com a saúde do funcionário nesta
conjuntura, pois desencadeia conseqüências, na produtividade da organização
de trabalho, podendo desenvolver outros tipos de doenças como a Síndrome
de Burnout.
Para vencer o Burnout, a saúde é buscar ajuda de um terapeuta e
encontrar novas estratégias para lidar com o excesso de demandas, já que
nem sempre é possível trocar de emprego.
A prevenção do Estresse e da Síndrome de Burnout envolve uma
mudança profunda nos ambientes de trabalho, com iniciativas que vão muito
além dos programas anti-estresse e Ginástica Laboral. Não adianta abrir uma
academia ou uma sala de descompressão na empresa, se não houver
abordagem individual adaptada à cultura de cada organização e funcionário.
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ANEXO 1
INTERNET
WWW.enfato.com.br/entrevistas_det.php?cod=19
Diretor executivo da Goolsby Leadership Academy e professor de Comportamento Organizacional da University of Texas, em Arlington
Redução do estresse nas empresas inclui um ambiente de trabalho onde as pessoas trabalham ajudando umas às outras
James Campbell Quick, americano, é pioneiro no estudo do gerenciamento preventivo do estresse. Ele é o diretor executivo da Goolsby Leadership Academy e professor de Comportamento Organizacional da University of Texas, em Arlington. Quick também integra a sétima edição da lista Who's Who in the World. Na entrevista a seguir, ele fala sobre a questão do estresse no trabalho, suas causas, os problemas que pode trazer tanto para o indivíduo como para a empresa, além de apontar algumas soluções para o gerenciamento do estresse de forma positiva.
Equipe Editorial: Quais são as principais causas do estresse no trabalho? James Quick: Existem quatro categorias para as causas de estresse no trabalho que estão relacionadas com o próprio trabalho, como as mudanças no ambiente ou a sobrecarga de tarefas. A segunda categoria envolve o papel social das pessoas. Uma terceira categoria maior de estresse seriam as causas pessoais, como uma personalidade desagradável em líderes abusivos. A causa final seriam as físicas, como um ambiente de trabalho muito quente, muito frio ou perigoso. Equipe Editorial: Quem tem mais estresse, os líderes ou os trabalhadores? James Quick: Isso depende das circunstâncias. Líderes e supervisores diretamente envolvidos com a linha de produção geralmente têm mais estresse que líderes superiores ou funcionários. Isso, porque eles são como o elo entre os líderes superiores e os funcionários. Em alguns ambientes de trabalho, onde há uma enorme pressão, são os funcionários que têm mais estresse. Equipe Editorial: O que os líderes podem fazer para evitar o estresse em suas companhias? James Quick: Existem muitas coisas que são possíveis de fazer para evitar o estresse nas companhias. Elas incluem uma empresa com um ambiente de trabalho em equipe planejado no qual as pessoas trabalham juntas e ajudam umas às outras em vez de se prejudicarem. A competição bem administrada
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pode ser saudável e positiva, mas precisa ser uma competição vencer vs. vencer e não vencer vs. perder. Equipe Editorial: Como é o ambiente ideal de trabalho? James Quick: O ambiente mais favorável é uma cultura de trabalho aberta onde as pessoas sentem-se confortáveis para falar o que pensam e como se sentem, sem medo de serem prejudicadas ou punidas. Equipe Editorial: Quais problemas o estresse pode trazer para as empresas e para a vida das pessoas? James Quick: O estresse pode causar grandes problemas para um país e para os indivíduos quando não é bem administrado. Fisicamente, pode causar problemas cardiovasculares e dores na lombar; psicologicamente, depressão e esgotamento nervoso; em termos de comportamento, pode levar ao abuso de drogas e a acidentes de trabalho. Para as companhias, o problema é que as pessoas não aparecem para trabalhar se estão doentes ou sentem-se prejudicadas. Existem várias maneiras de os trabalhadores inconsciente ou conscientemente prejudicarem a empresa interrompendo o processo de trabalho. Equipe Editorial: Existe uma maneira saudável de administrar o estresse nas empresas? Ele pode ser usado como um fator positivo? James Quick: O estresse pode ser utilizado como um fator positivo apenas até um ponto. Ele é bom quando sua energia é utilizada para propósitos produtivos, mas, para cada consumo de estresse e energia durante um período de tempo, é importante dar uma pausa no processo de trabalho e recuperar a energia, relaxar, tomar um fôlego e depois voltar às atividades. Então, o equilíbrio entre o trabalhar e o não trabalhar é muito importante. Quando as pessoas trabalham o tempo inteiro e nunca pausam, elas se tornam muito ineficientes. Equipe Editorial: O que caracteriza um bom líder e um mau líder? James Quick: Um bom líder é alguém que está apto a ouvir com atenção e a falar abertamente, comunicando-se efetivamente com as pessoas que trabalham para ele. São também caracterizados por perguntarem e persuadirem e não ditarem ou dizerem aos funcionários o que fazer. Um bom líder entende o trabalho dos funcionários sob a perspectiva dos funcionários e não sob a perspectiva do líder. Um mau líder nunca escuta, sempre fala, não recolhendo boas informações, não entendendo o trabalho dos funcionários, além de não serem competentes naquilo que deveriam fazer. Equipe Editorial: Quem é mais estressado, o trabalhador americano ou brasileiro?
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James Quick: Os trabalhadores americanos e brasileiros são ambos estressados e por razões diferentes. Na América do Norte, o estresse no trabalho aumentou durante as duas últimas décadas devido à crescente competição e pressão no trabalho, gerando uma crescente carga de trabalho. No Brasil, penso que a incerteza quanto a ter um emprego é uma grande fonte de estresse, diferente, mas igualmente importante. Equipe Editorial: Trace algumas relações entre competitividade e estresse? James Quick: Competição e estresse andam de mãos dadas, na medida em que a competição também aumenta o estresse. Mas isso não é inteiramente ruim. Nós fomos projetados para ter uma resposta ao estresse, faz parte de nosso sistema de mente e corpo. O que é um bom mecanismo de sobrevivência para ser utilizado em emergências legítimas e para estimular o desempenho das pessoas. O problema é quando a competição e estresse ficam muito altos, desgastando as pessoas e desafiando suas habilidades, tornando-se destrutivos. Equipe Editorial: O mundo dos negócios de hoje é mais estressante do que era no passado? James Quick: Eu penso que os negócios são mais estressantes do que eram no passado, mesmo não tendo informações estatísticas para validar essa afirmação. Tenho a impressão de que foi causada pelo segundo grande período de globalização em que o mundo agora se encontra. Depois que a Guerra Fria acabou e o muro de Berlim foi derrubado, todo o sistema mundial começou a globalizar-se dramaticamente, como no período logo antes da 1ª Guerra Mundial. A competição mudou e nós não mais estávamos competindo com as pessoas próximas a nós, mas com pessoas de outros países.
Entrevista realizada pela equipe editorial da Enfato Comunicação Empresarial para o PortalQualidade.com.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e trabalho: guia prático com abordagem psicossomática, Atlas, São Paulo, 1997.
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VII Encontro Regional Sul da ABRAPSO. Curitiba, 18-20 de setembro, p. 69,
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KANAANE, R.,Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao
Século XXI, Atlas, São Paulo, SP, 1994.
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SILVIA, M.; Marchi, R. , Saúde e qualidade de vida no trabalho, Best Séller,
São Paulo, SP, 1997.
SPINELLI, M. A., Plantão Médico: Stress, Biologia e Saúde, Rio de Janeiro,RJ,
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LOROSA, M.A.; ARDUINI AYRES, F.,Como produzir uma monografia, 6ª ed.,
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REVISTA ELETRÔNICA INTERAÇÃO PSY, O Estado da Arte do Burnout no Brasil. PEREIRA B., Ano 1, nº 1, 2003, 4-11.
RIBEIRO, A. E. A. Pedagogia Empresarial: atuação do pedagogo na empresa, Wak, Rio de Janeiro, RJ, 2003.
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BIBLIOGRAFIA CITADA
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ZILLI, C.M. Manual de Cinesioterapia / Ginástica Laboral: uma tarefa
interdisciplinar com ação multiprofissional, LOVISE, São Paulo, SP, 2002.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O crescimento da empresa e saúde de seus
funcionários 9
CAPÍTULO II
O estresse 11
2.1 – Causas do estresse 12
2.2 – Principais sintomas do estresse 13
2.2.1 – Sintomas mais comuns 14
2.3 – Como o organismo reage aos principais sintomas 15
2.4 – Tratamentos 16
2.3 – Como diminuir o estresse 17
CAPÍTULO III
Síndrome de Burnout 19
3.1 – Causas da Síndrome de Burnout 20
3.2 – Sintomas da Síndrome de Burnout 21
3.2 – Tratamentos para a Síndrome de Burnout 22
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CAPÍTULO IV
Métodos de prevenção de doenças relacionadas ao
ambiente de trabalho 24
4.1 – Tipos de Ginástica Laboral 24
4.2 – Benefícios obtidos através da Ginástica Laboral 25
4.2.1 – Benefícios Fisiológicos 25
4.2.2 – Benefícios Psicológicos 26
4.2.3 – Benefícios Sociais 26
CONSIDERAÇÕES FINAIS 27
ANEXOS 28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 33
BIBLIOGRAFIA CITADA 34
ÍNDICE 35