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0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE CAPTAÇÃO E GESTÃO NO TERCEIRO SETOR Por: Liane Gonçalves Boente Orientador Profª. Aleksandra Sliwowska Bartsch Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CAPTAÇÃO E GESTÃO NO TERCEIRO SETOR

Por: Liane Gonçalves Boente

Orientador

Profª. Aleksandra Sliwowska Bartsch

Rio de Janeiro

2011

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CAPTAÇÃO E GESTÃO NO TERCEIRO SETOR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Empresarial.

Por: Liane Gonçalves Boente.

2

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que sempre me

incentivaram a estudar, me apoiaram

nas minhas investidas e vibraram com

minhas conquistas.

3

DEDICATÓRIA

Dedico aos meus filhos, Eduardo e Yan.

4

RESUMO

Diante da falta de preparo dos profissionais para administrar o Terceiro

Setor, com todas as suas especificidades e constatando a desordem

operacional, administrativa, financeira e a falta de sustentabilidade que assola

estas organizações, esta monografia busca relatar sobre este segmento de

mercado, mostrando possibilidades que poderão auxiliar gestores e líderes

destas organizações a desenvolverem um trabalho com mais embasamento e

fluição.

Falaremos sobre gestão, liderança, captação de recursos e a importância

dos veículos da comunicação no Setor. Mais informados, gestores poderão

refletir sobre como podem melhorar os resultados de suas organizações, seja

criando métodos novos de trabalho, revendo ou implementando procedimentos

operacionais, passando a usar novas ferramentas e tecnologias, tornando sua

gestão mais eficiente a consequentemente melhorando seus resultados, não só

no campo administrativo, financeiro e operacional como também dando mais

credibilidade aos seus patrocinadores e com isto ampliando a realização de

sua proposta social.

5

METODOLOGIA

A metodologia usada está baseada em pesquisa bibliográfica, de alguns

autores especializados em Terceiro Setor, outros que falam sobre métodos

contemporâneos de trabalho, usando tecnologia e outros artifícios, publicação

escrita com base nas experiências vividas por oito organizações do Terceiro

Setor, bibliografia sobre comunicação e marketing, além de revistas e artigos

sobre o assunto.

Também contei com minha experiência profissional, ao longo de vários

anos trabalhando como administradora financeira de projetos sociais e culturais

de organizações do terceiro Setor.

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I – A Realidade do Terceiro Setor 11

CAPÍTULO II- Gestão e Liderança 19

CAPÍTULO III- Captação de Recursos 26

CAPÍTULO IV- Importância da Comunicação 36

CONCLUSÃO 53

ANEXOS 56

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57

ÍNDICE 59

7

INTRODUÇÃO

A partir dos anos 90, no Brasil, com a consolidação de conceitos como

responsabilidade social das empresas e o fortalecimento de um senso de

cidadania, as organizações do Terceiro setor apresentaram uma grande

expansão. Inicialmente tinham um conceito bem limitado, de organizações

ligadas à caridade e a filantropia. Com o passar do tempo, a quantidade de

ONGs (Organizações Não Governamentais), como são chamadas, vem

crescendo assustadoramente. São impulsionadas também pela demanda da

população para solução de questões sociais, ligadas as áreas de saúde,

educação, cultura, direito civil, moradia, preservação do meio ambiente,

desenvolvimento de pessoas e outras que deveriam estas dentro das

prioridades dos governos, mas nem sempre estão.

Estas organizações vêm ganhando espaço e multiplicando suas

atividades de forma desordenada e sem a preocupação com uma gestão

eficiente, já que em sua maioria seus gestores acreditam que se não há lucro

não é necessário se preocupar tanto com a gestão.

Embora de natureza privada e finalidade pública, consideradas como

agentes de mudança humana, continuam sendo empresas, que precisam ter

uma “gerência” competente, embora não visem lucro, precisam ser eficientes

em sua gestão e também precisam ser competentes e eficazes na arrecadação

de recursos, só assim serão capazes de realizar suas missões com êxito.

Existem vários desafios para que o sucesso destas instituições seja

confirmado. Elas precisam encontrar um equilíbrio financeiro, gerar

credibilidade junto aos seus possíveis patrocinadores e doadores. É preciso

fazer com que o poder público perceba que estas organizações são

8

fundamentais para o desenvolvimento do país e que é preciso colaborar com a

saúde destas organizações.

No primeiro capítulo, falaremos sobre a realidade do Terceiro Setor,

seus objetivos, como são constituídos, levando-se em consideração suas

particularidades e desafios, o perfil de seus gestores e os recursos envolvidos.

Este capítulo está dividido em quatro tópicos:

No primeiro tópico: Definição- vamos explicar o que chamamos de

Terceiro Setor e como atuam estas instituições.

No segundo tópico: Legislação- Comentaremos as principais leis que

regulamentam o Terceiro Setor e como as empresas deste setor podem ter

tratamento diferenciado dependendo de sua qualificação. Apresentaremos Leis

que permitem parceiras com governos, objetivando a captação de recursos.

Todas as Leis comentadas farão parte do anexo deste trabalho.

No terceiro tópico: Os Desfios- Falaremos sobre o perfil de suas

lideranças e apresentaremos as dificuldades encontradas por estes líderes,

que muitas vezes, tão envolvidos com a missão da organização negligenciam

como gestores.

No quarto e último tópico: Recursos do Setor- Comentaremos sobre o

volume de recursos no setor e a participação da iniciativa privada e dos

governos para viabilizar a captação.

No capítulo II abordaremos fatores que envolvem diretamente a gestão

da organização. Vamos falar sobre o perfil dos gestores, suas qualidades,

responsabilidades e obrigações. Apresentaremos procedimentos que podem

ajudar as lideranças a desempenhar melhor sua função. Descreveremos

alguns cuidados que precisam ter para manter organizado e eficiente seu

9

trabalho. É preciso entender o que significa dirigir, administrar, ser um líder de

uma instituição que não visa lucro, mas que precisa sobreviver e desempenhar

sua missão com êxito.

Como não é possível pensarmos em sustentabilidade do setor sem

falarmos em captação de recursos, no capítulo III trataremos deste tema.

A grande maioria das organizações deste setor acaba tendo uma única

fonte para captação dos recursos, ou por falta de conhecimento sobre outras

possibilidades de captação ou pela inexperiência em formatar seus projetos

adequadamente e torná-los atrativos e aptos a serem apresentados aos

possíveis patrocinadores, o que gera uma enorme fragilidade para

sustentabilidade da Instituição.

Buscando auxiliar os gestores na preparação dos projetos, vamos

apresentar modelos de formulários para montagem do conteúdo e do

orçamento de projetos. Indicaremos também modelo de planilha para gestão

financeira e prestação de contas. Falaremos sobre a captação de recursos no

setor e apresentaremos algumas opções para ampliar as possibilidades de

captação.

No capítulo IV falaremos sobre a importância da comunicação, tanto

interna quanto externa, para o sucesso das empreitadas da organização.

Mesmo se tratando de uma organização sem fins lucrativos, precisamos nos

valer de todos os recursos disponíveis na área da comunicação, eles não

podem ficar esquecidos, são fundamentais para divulgar as ações da

instituição e dar credibilidade aos processos e projetos nela desenvolvidos.

Com o trabalho mais divulgado é muito mais fácil conquistar novos parcerias e

abrir novas portas para futuros patrocinadores.

10

Vamos apresentar várias formas de comunicação que poderão ser

usadas tanto para divulgar a instituição e seus resultados como também para

buscar novos fundos.

De maneira geral a proposta deste trabalho é abordar questões que

possam ser úteis a lideranças de organizações do terceiro setor, dando-lhes

opções e dicas para que possam estruturar melhor suas atividades dentro das

organizações que estão ligados, utilizando métodos eficientes e

contemporâneos, visando melhorar a gestão, aumentar suas possibilidades na

captação de recursos e consequentemente, assegurar sua sustentabilidade.

11

CAPITULO I - A REALIDADE DO TERCEIRO SETOR

1.1 - Definição

Terceiro Setor é uma terminologia usada para as iniciativas privadas de

utilidade pública com origem na sociedade civil. Usamos este termo para fazer

referência ao conjunto de sociedades privadas ou associações que atuam no

país sem finalidade lucrativa.

Entre as organizações que fazem parte do Terceiro Setor, podemos citar

principalmente as ONGs (Organizações Não Governamentais) e OSCIPs

(Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público).

Estas organizações possuem gerenciamento próprio, sem interferências

externas, muitas vezes contam com uma grande quantidade de mão-de-obra

voluntária (que não recebem remuneração pelo trabalho).

O Terceiro Setor é mantido com recursos de doações de empresas e

pessoas físicas, com repasse de verbas públicas ou através de patrocínios da

iniciativa privada, vinculados a projetos apoiados pelas Leis de incentivo à

cultura.

As associações do Terceiro setor têm como objetivo principal a melhoria

da qualidade de vida das pessoas necessitadas. Portanto, atuam nas áreas de

educação, saúde, esportes, lazer, orientação vocacional, qualificação

profissional, cultura, etc.

São formalmente constituídas, tem uma estrutura básica não

governamental: são privadas, ou seja, não são ligadas institucionalmente a

governos, não tem fins lucrativos, o que não quer dizer que não gerem lucro,

12

apenas os lucros ou excedentes financeiros deve ser reinvestido integralmente

na organização. Estas entidades não podem distribuir dividendos de lucros aos

seus dirigentes.

Dentro das organizações que fazem o Terceiro setor estão as ONGs

(Organizações não Governamentais), entidades filantrópicas, OSCIP

(Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, organizações sem fins

lucrativos e outras formas de associações civis sem fins lucrativos.

Em 2002 foram identificadas, no Brasil, mais de 500 mil instituições no

Terceiro Setor.

1.2- Legislação

No Brasil, o Terceiro Setor é regulamentado pela Lei 9.790/99,

decretada pelo Congresso Nacional em 23/03/99. Esta lei simplificou os

procedimentos para o reconhecimento institucional das entidades da sociedade

civil como OSCIP, reduzindo os custos operacionais, agilizando os

procedimentos para reconhecimento institucional e facilitando as parcerias com

os governos.

Como as organizações que integram o Terceiro Setor são bem

heterogêneas, não foi aplicada uma legislação uniforme para todas as

organizações, pois trataria da mesma forma entidades com características

muito diferentes.

A qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público/OSCIP diferencia, no universo do Terceiro Setor, as organizações que

efetivamente têm finalidade pública. Desse modo, a qualificação de OSCIP

acolhe e reconhece legalmente as organizações da sociedade civil cuja

atuação se dá no espaço público não estatal.

13

Para efetuar a transferência de recursos públicos para as organizações

da sociedade civil, a legislação anterior à Lei 9.790/99 adota os convênios

como principal forma de operacionalização, sendo obrigatório o registro no

Conselho de Assistência Social. Outra alternativa são os contratos, que devem

obedecer às determinações da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei das

Licitações).

A agilidade operacional para firmar parcerias, tanto como convênio ou

como contrato não eram adequadas para atender às especificidades das

organizações privadas com fins públicos, assim, com a Lei 9.790/99, o Termo

de Parceria - novo instrumento jurídico de fomento e gestão das relações de

parceria entre as OSCIPs e o Estado, ganhou maior agilidade gerencial aos

projetos, maior controle dos resultados, com garantias de que os recursos

estatais sejam utilizados de acordo com os fins públicos. O Termo de Parceria

permite a escolha do parceiro mais adequado e favorece a publicidade e a

transparência.

A Lei 9.790/99 foi regulamentada pelo Decreto 3.100, de 30 de junho de

1999. Os procedimentos para a obtenção da qualificação das entidades como

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público foram disciplinados pelo

Ministério da Justiça por meio da Portaria 361, de 27 de julho de 1999.

Não podemos deixar de lembrar que esta Lei estimula o investimento

em capital social, sem o qual nenhuma nação conseguirá lograr

desenvolvimento social. Ressalta-se também que a nova Lei 9.790/99 traz uma

novidade importante: pela primeira vez, o Estado reconhece a existência de

uma esfera pública em emersão, que é pública não pela sua origem, mas pela

sua finalidade, ou seja, é pública mesmo não sendo estatal.

14

Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 - Altera a legislação do

imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social

sobre o lucro líquido, e dá outras providências.

Medida Provisória nº 2.113-32, de 21 de junho de 2001 - Estende o

benefício da lei nº 9.249/95 às entidades qualificadas como OSCIP -

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

Medida provisória nº 2.143-33, de 31 de maio de 2001 - Assegura até

cinco anos contados da data da vigência da lei 9.790/99 à manutenção

simultânea das qualificações de OSCIPs e outros diplomas legais das pessoas

jurídicas de direito privado sem fins lucrativos

Lei 9.790, de 23 de Março de 1999 - Dispõe sobre a qualificação de

pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e

dá outras providências

Decreto 3.100, de 30 de Junho de 1999 - Regulamenta a Lei no 9.790,

de 23 de março de 1999.

Portaria 361, de 27 de julho de 1999, Ministério da Justiça - regulamenta

os procedimentos para a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado,

sem fins lucrativos, como Organização da Sociedade Civil de Interesse público.

A Lei Nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 - Restabelece princípios da

Lei n° 7.505, de 02 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio a

Cultura – PRONAC e dá outras providências. Atualizada (nova redação dada

pela Lei nº 11.646, de 10 de março de 2008.

15

Instrução Normativa nº 1, de 05 de outubro de 2010, estabelece

procedimentos para apresentação, recebimento, análise, aprovação, execução,

acompanhamento e prestação de contas de propostas culturais, relativos ao

mecanismo de Incentivos Fiscais do Programa Nacional de Apoio à Cultura –

PRONAC, e dá outras providências.

Conhecida como Lei Rouanet, instituiu o Programa Nacional de Apoio à

Cultura (PRONAC), que canaliza recursos para o desenvolvimento do setor

cultural, com as finalidades de: estimular a produção, a distribuição e o acesso

aos produtos culturais (CDs, DVDs, espetáculos musicais, teatrais, de dança,

filmes e outras produções na área Audiovisual, exposições, livros nas áreas de

Ciências Humanas, Artes, jornais, revistas, cursos e oficinas na área cultural,

etc.); proteger e conservar o patrimônio histórico e artístico; estimular a difusão

da cultura brasileira e a diversidade regional e étnico-cultural, entre outras.

Além de ler com atenção a Lei nº. 8.313/1991, para entender melhor o

funcionamento do PRONAC, é importante também consultar os atos legais que

a regulamentaram. São eles a Portaria nº 46 do MINC de 1998 e o Decreto nº

5.761 de 2006 e a Instrução Normativa nº 1, de 05 de outubro de 2010.

As organizações do Terceiro setor podem se valer desta Lei para

conseguir recursos para realização de seus projetos, desde que sejam projetos

culturais.

1.3- Os Desafios

As Instituições sem fins lucrativos precisam vencer o desafio de manter

uma estrutura de gestão eficiente e ainda encontrar equilíbrio financeiro capaz

de tornar viável a realização de sua missão e assim gerar credibilidade junto

aos seus possíveis patrocinadores e doadores.

16

Isso não é tão fácil, já que a maioria dos lideres destas instituições não

tem formação como gestores, são pessoas envolvidas, diretamente, com a

missão da instituição, sem nenhum preparo profissional para liderar e

administrar todas as demandas que existem neste tipo de organização.

Além disto, a grande maioria dos Editais lançados pelas empresas

patrocinadoras de projetos sociais e culturais exclui das rubricas aceitáveis,

itens como pagamento de funcionários, inclusive os administrativos /

financeiros além de despesas com infra-estrutura.

Estas organizações vivem numa busca incessante pela sobrevivência e

pela realização de sua missão. Manter sua sede e seus funcionários,

administrar os recursos e ainda buscar patrocinadores para viabilizar tudo isso

é o grande desafio.

Sem recursos também não é possível avançar na realização dos

objetivos da organização, mas sem organização e competência não se

consegue captar.

Para que se consiga um patrocinador/doador, sejam pessoas físicas ou

jurídicas, é preciso que estes estejam envolvidos diretamente com a missão

social da instituição, que tenham interesse que sua marca esteja, de alguma

forma, lincada aquela causa, já que isto pode trazer uma visão positiva aos

seus negócios ou a sua imagem, mas acima de tudo, é preciso que a

organização esteja em dia com suas obrigações, mantenha todas as certidões

negativas em ordem e que tenham transparência na sua gestão e na

informação sobre seus resultados.

Se for verba do governo, recebida através dos Editais públicos

destinados a patrocinar projetos sociais, além dos vários documentos exigidos

que comprovem a legalização da organização e das certidões negativas

17

necessárias, que provem que a organização está apta a receber recursos

públicos, seja na modalidade de Convênio ou Termo de Parceria, os cuidados

precisam ser ainda maiores, já as normas para gestão de recursos públicos

são bem específicas e o gestor da instituição precisa seguir rigorosamente

estas regras.

1.4- Recursos no setor

Segundo uma pesquisa do Gife - Grupo de Institutos, Fundações e

Empresas, o comportamento das empresas brasileiras em relação ao uso de

incentivos fiscais para doações para a área social apresenta dois resultados

surpreendentes. O primeiro deles mostra que os incentivos fiscais são

utilizados por menos de 6% das empresas brasileiras que podem deduzir

doações para as áreas sociais e culturais. O segundo que, ao mesmo tempo,

nos últimos anos, houve um aumento de 4.400% nas doações de pessoas

físicas para o Fundo de Direitos da Criança e do Adolescente. O relatório foi

apresentado durante o 7º Encontro Ibero-Americano do Terceiro Setor, que

reuniu em São Paulo 800 profissionais e lideranças ibero-americanas ligadas a

institutos e fundações empresariais, ONGs e órgãos governamentais.

É possível aumentar o volume de recursos destinados ao terceiro setor

de forma significativa, mas para isto é necessário também que o setor

empresarial tenha mais informações sobre como aplicar recursos neste

segmento.

O preciso que o poder público perceber que estas organizações são

fundamentais para o desenvolvimento do país.

Abastecer as Instituições do terceiro setor de informações para que

possam aprimorar sua gestão e assim aumentar a capacidade de arrecadação

18

dos seus projetos, junto aos patrocinadores/apoiadores deve ser uma meta

também para os governos.

É indispensável definir as fragilidades do setor para captação dos

recursos e apontar possibilidades de melhoria da gestão, visando aprimorar a

concepção, elaboração, execução e avaliação dos projetos, desta forma

estaremos contribuindo para a profissionalização do setor, para a eficiência na

utilização e na obtenção de recursos.

Com o exercício da Responsabilidade Social, poderemos criar mais

condições para incentivar o Investimento Social Privado e melhorar o acesso

das organizações não-governamentais aos Fundos Públicos. Com isso

estaremos direcionando esforços para o crescimento do país de forma

responsável, consciente e eficiente.

Se não contarmos com a iniciativa privada, principalmente com os

segmentos que trabalham ligados a educação e a cultura, não seremos

capazes de avançar com estas questões e criar alternativas para o

fortalecimento do setor.

19

CAPÍTULO II – GESTÃO E LIDERANÇA

Temos uma infinidade de possibilidades para avançar na preparação

dos gestores, mas em primeiro lugar, para que se possa obter uma gestão

eficiente é preciso estar aberto para as inovações e as possibilidades. É

necessário buscar estas oportunidades internas e externas, somente assim é

possível inovar. E para que esta demanda pela inovação possa contagiar todos

os membros da equipe, é importante que o Líder inicie este processo.

Segundo Theunis, Sjef (org.), Non-Governmental Development

Organizationa od Developing Coutries: And the South Smiles0Dordrech:

Martinius Nighoff, 1922 “Em geral, liderança é um ponto muito fraco nas ONGs.

Isto ocorre porque muitos daqueles que criam ONGs não se identificam com

os conceitos e práticas tradicionais de management e administração.

Management é uma forma de controlar pessoas ou manipulá-las.

Administração tem um mau nome. Pessoas nas ONGs tendem a ser mais

boêmias ou mais individualistas no caráter. Elas tendem a ter uma atitude anti-

management, e isto ocasiona problemas”

A força necessária para alavancar as atitudes que nos levarão as

mudanças deve ocorrer de dentro para fora, tanto quando falamos de

indivíduos como de instituições. É preciso questionar, se sentir insatisfeito para

constatar a necessidade de que algo precisa mudar, somente a partir daí

partiremos para busca de novos caminhos e de novas possibilidades para

nossas demandas. Neste momento estaremos rompendo a inércia, saindo do

comodismo e começando a busca por alternativas, neste momento seremos

capazes de enxergar novas possibilidades.

20

Como disse Drucker, Peter (1909), “organize-se para ver a

oportunidade. Se não olhar para fora da janela, você não poderá vê-la.”

O caminho das mudanças não está disponível e de fácil acesso, como

esperamos. As informações que necessitamos para começar o processo de

inovação só podem ser alcançadas quando estamos dispostos a buscar mais

informações, além do que está disponível nos sistemas tradicionais. Como já

falamos a fórmula para conseguirmos romper esta barreira está no interesse

do gestor em querer, em buscar e arriscar, se despindo do medo e abrindo

mão do excesso de segurança que exigimos quando pretendemos partir para

algo inovador.

Em organizações sem fins lucrativos o administrador ou gestor pode e

deve seguir alguns fundamentos do administrador de empresa e usá-los como

ponto de partida, sem perder a caracterização das atividades fim.

Independente do modelo que o líder vai seguir é importante avaliar a

qualidade das pessoas na organização e as expectativas que terá com relação

a cada uma destas pessoas.

O desenvolvimento das entidades está diretamente ligado ao

desenvolvimento das pessoas que dela fazem parte. O crescimento e a

consolidação das organizações dependem diretamente da evolução,

transformação e aprendizado dos indivíduos que a compõem, por isso saber

lidar com as pessoas também é uma condição para evolução e o sucesso da

instituição.

Um trabalho que é pensado em equipe e desenvolvido pela equipe tem

uma possibilidade de sucesso maior, o que não quer dizer que a figura do líder

seja dispensável. O líder eficiente é aquele que une o grupo, estimula,

21

administra opiniões diversas e consegue fazer da voz de todos um consenso,

para que as forças na execução das ações sejam únicas.

O Gestor além de precisar estar antenado com as inovações,

estabelecer uma união forte e sólida entre seu grupo de trabalho (interno), ele

precisa ser um administrador, cuidar do pagamento de contas, contratar gente,

cuidar dos projetos em curso, visitar patrocinadores, cuidar de

desentendimentos, fazer a interface entre o contador a ainda fazer uma

comunicação eficiente com os diversos públicos a qual ele ser relaciona, tudo

isso sem se descuidar da atividade fim.

Além de todas as atribuições já citadas, ele também precisa ter uma

visão global da sociedade, ficar atento as mídias e a todas as informações que

envolvem seu público. Informações colhidas são dados importantes, que num

futuro próximo, poderão ser usadas para montar e direcionar seus projetos,

solicitar patrocínios, aproveitar incentivos dos governos para área que a

organização trabalha ou seja, poderá abrir novas possibilidades.

Como vimos, a função do gestor é ampla, ele precisa se organizar para

não se perder diante de tantas atribuições. É necessário pensar em etapas,

traçar cuidadosamente seus passos, planejar, preparar ações e determinar

padrões de desempenho e procedimentos.

Inicialmente ele precisa avaliar a organização, por que ela existe e

como irá fazer a diferença, isto é fundamental.

Segundo Peter Drucker, uma das maiores autoridades em gestão e

administração de empresas, cinco questões precisam ser respondidas

prioritariamente:

22

Qual é nossa missão?

Quem são nossos clientes?

O que eles valorizam?

Quais são os nossos resultados?

Qual é o nosso plano?

É importante ressaltar que para todas estas questões é necessário que

exista um manual que oriente o processo. A importância de analisar as

oportunidades, as ameaças, os pontos fortes e de melhoria, a preocupação

com a comunicação e o monitoramento do plano e outros fatores relevantes

podem fazer muita diferença na tomada de decisões.

A liderança precisa saber, sempre, quanto tem como vai gastar, onde, o

que priorizar, quando custa, como divulgar? Não deixando de pensar, sempre,

em novas opções para captação de recursos.

Abaixo relaciono algumas questões que precisam estar presentes na

vida dos gestores:

Planejamento estratégico: Fazer um planejamento é ter uma visão de

como e onde desejamos que a instituição esteja no futuro. O planejamento

deverá servir de inspiração e mobilização para orientar o que deverá ser feito

num determinado período de tempo. Neste momento é importante não ficar

ligado apenas ao que já foi realizado e abrir espaço para novas tendências.

Não pensar apenas numa projeção de curto prazo, estimando onde quer

chegar no próximo trimestre, é preciso pensar um pouco mais a frente e

projetar as expectativas para um período um pouco maior, pelo menos 01 (um)

ano.

23

O planejamento deve ser uma construção coletiva, que conta com o

envolvimento de todos que integram a equipe de liderança e, se possível, um

especialista no assunto. Não pode esperar que o planejamento siga uma

receita pré-estabelecida, é preciso considerar a cultura da organização, suas

características, necessidades e ambições.

Estratégias de ação: Elas focalizam as ações, de nada adianta termos

um belo planejamento, montar uma belíssima pasta e colocá-la na estante. A

estratégia de ação é a lista com as etapas e metas que farão com que o seu

planejamento aconteça. É bom lembrar que a estratégia deve ser trabalhada e

ajustada ao longo do tempo, se for preciso. Ninguém pode prever exatamente

tudo que vai acontecer durante a realização das etapas, elas podem e

precisam ser ajustadas, só não pode perder a força para alcançar o que foi

planejado. A transformação do planejamento em trabalho real é que torna

possível que tudo aconteça.

Recursos do marketing: Só porque estamos tratando de Terceiro setor

não significa que devemos deixar de lado esta “arma” valiosa, o marketing.

Embora o marketing que é feito no setor sem fins lucrativos seja diferente do

setor privado, ele é fundamental para o sucesso da Organização. O

produto/serviço, se assim podemos chamar, que uma instituição sem fins

lucrativos vende é intangível, na verdade vendemos alguma coisa que é

transformada em valor para nosso o cliente. Nas organizações sem fins

lucrativos o marketing eficiente é aquele que você direciona para o cliente,

após saber exatamente o que ele espera de sua instituição. De qualquer forma

é preciso ficar atento para que este item (marketing) esteja sempre embutido

na composição dos custos.

Aperfeiçoamento: Aperfeiçoar aquilo que já é feito parece algo comum

e que acontece naturalmente, mas na verdade aperfeiçoar significa muito mais.

Buscar novas alternativas para melhorar os processos, métodos, práticas

24

operacionais da instituição é uma tarefa que precisa estar dentro das

prioridades do líder. Aperfeiçoar significa estar aberto a novas formas, critérios,

técnicas e possibilidades que facilitem, agilizem e reduzam custos dentro de

todo processo.

Pessoal: No Terceiro Setor contamos com dois tipos de mão de obra

efetiva, as que trabalham apenas pela causa, sem remuneração, são os

chamados voluntários e as pessoas que são contratadas, como prestadores de

serviço temporário ou com carteira assinada pelo regime CLT, e recebem pelo

serviço.

Para Fischer, C. James e Cole, Kathleen, Leadership and a

Management of Volunteer Programs: A Guide for Volunteer Administrators, São

Francisco, 1993.. “O gestor precisa ter a capacidade de recrutar e capacitar

estas pessoas para atuar como voluntárias, compartilhar com estas os valores

da organização, definir cuidadosos planos de trabalho e acompanhar a sua

atuação para que o trabalho seja efetivamente cumprido, sem deixar espaço

para o amadorismo que, muitas vezes, caracteriza o voluntariado”.

É muito comum que pessoas que colaboram como voluntários tenham

limitação de tempo, incluindo aí aquelas que integram o conselho da

organização. Mas, independente do tempo dedicado e do tipo de serviço que

desenvolvam, é necessário que o horário de trabalho e as tarefas que irão

desenvolver estejam bem definidas e que, tanto quanto um profissional

remunerado, cumpra todas as regras e normas da organização, pois não é

possível planejar, traçar metas, desempenhar tarefas e provisionar verbas

orçamentárias se não sabemos exatamente quem é nossa equipe, quanto

tempo cada um dedica a fazer o que e quanto cada um vai ganhar.

25

No caso dos conselheiros o caso mais subjetivo, no passado, eram

pessoas que simpatizavam com a instituição e participavam ativamente do

desenvolvimento de sua missão. Hoje, os conselheiros estão cada vez mais

assumindo o papel de captadores de recursos, que ajudam a instituição na

captação de verbas para realização de seus projetos.

Recursos: As instituições sem fins lucrativos precisam de uma

estratégia para o levantamento de fundos. As empresam levantam dinheiro

vendendo aos seus clientes, o governo cobrando impostos e o terceiro setor

precisa desenvolver um Grupo de Colaboradores influentes e comprometidos,

que ajude o líder destas organizações a manter sua sustentabilidade financeira.

Seja como patrocinador de um projeto cultural/social ou simplesmente

como doador de uma instituição, ninguém dá dinheiro (substancial) para quem

não se conhece, para quem não se confia ou a quem não faz parte de seu

círculo de relacionamento. É normal que os líderes, no terceiro setor, acreditem

que apenas “a causa” é suficiente para convencer a sociedade que deve

participar, o que nem sempre é verdade.

Segundo Falconer, Andrés- A Promessa do Terceiro Setor (1999), (...)

existe o risco de a administração ser idealizada como capaz de operar milagres

para as organizações do Terceiro Setor e de ser chamada para situações que

estão muito além de sua capacidade de resolução de problemas.

26

CAPITULO III – CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Tudo é importante, mas de nada adianta se não existirem recursos.

Recursos significa equipamentos, carros, computadores, dinheiro, doações,

insumos, material didático e tudo aquilo que será utilizado, consumido ou

repassado para a sociedade. O gestor eficiente compreende que precisa

controlar os recursos existentes, aplicá-los no trabalho e continuar buscando

recursos.

Segundo o Diagnóstico do Terceiro Setor, desenvolvido pelo CAOTS

(Centro de Apoio ao Terceiro Setor), entre 2000 e 2005, a maior parte das

organizações não governamentais sobrevive através de doações, patrocínios,

venda de produtos ou serviços e recursos de origem governamental. A falta

desses recursos leva muitas instituições a sofrerem um processo de

descontinuidade em suas atividades, com quebra dos compromissos com o

público-alvo e as comunidades beneficiadas.

No Brasil, já existem empresas que trabalham na captação de recursos,

algumas voltadas ao Terceiro Setor, mas na prática os resultados não são

muito satisfatórios.

Hoje, as organizações não-governamentais passam por crises de

financiamento e sustentabilidade, repensam seus papéis políticos e suas

relações com governos e empresas, questões sobre fortalecimento institucional

ainda constituem um desafio para muitas entidades, tudo que puder agregar

valores para construir melhor a organização é válido.

27

Os doadores escolhem as organizações que tenham missão compatível

com a causa na qual acreditam, são transparentes e idôneas em seus

processos administrativos e na informação dos seus resultados, tenham um

trabalho responsável junto a seus funcionários e sua equipe de trabalho,

divulgam seus resultados de forma qualitativa e quantitativa e ainda atinjam

seus objetivos.

Também é indispensável ser visto como uma instituição sólida e capaz.

É indispensável que todas as prestações de contas para os doadores e

governo, sejam exemplares, com documentos comprobatórios e informações

que respaldem um trabalho sério.

Inúmeras dúvidas surgem como necessidades de desencadear

processos internos, com vistas à melhoria das intervenções políticas e

pedagógicas das ONGs, sentimento de frustração das organizações em não

poder atender a tudo, busca por um modelo eficaz de gestão, entre outras, tudo

isso afeta diretamente na captação dos recursos.

Se fortalecermos estas Instituições, abastecendo de informações

relevantes sobre o setor, dando-lhes subsídios para que possam desenvolver

uma gestão mais eficiente, poderemos melhorar sua capacidade para

Mobilização de Recursos, divulgação e incentivo ao Setor empresarial para

prática dos patrocínios.

Sabemos que planejar é uma tarefa difícil, pois a maior parte dos

gestores está envolvida na prestação de serviços e acaba não conseguindo

dedicar-se às tarefas administrativas que, normalmente, são vistas como

“chatas”.

28

A falta de tempo dos gestores muitas vezes faz com que o planejamento

estratégico seja visto como “perda de tempo” e que acabe sendo prorrogado e

esquecido.

Mas, se não sabemos direito que objetivos nossos projetos têm, que

estratégias de atuação são mais adequadas, acabamos desperdiçando tempo

e recursos, fazendo várias tentativas diferentes, sem sucesso.

Como opções de captação de recursos, podemos considerar as verbas

liberadas diretamente pelo governo para atender programas sociais. Estas

verbas normalmente são solicitadas através de Editais públicos, que resultam

em convênios ou Termos de Parceria, firmados entre as organizações e o

governo.

Outra forma de captação de recursos é através das leis de incentivos

(Municipal, Estadual ou Federal), como por exemplo, a Lei Rouanet, já citada

no capítulo I, o único problema é que está direcionada apenas para projetos

culturais.

Em todos os casos, para que a captação seja bem sucedida é

indispensável que a organização esteja em dia com suas obrigações legais e

fiscais, que tenha um gestor eficiente para administrar e prestar contas dos

recursos recebidos.

Mas, sem conhecimento do que é possível ser patrocinado e quais as

formas existentes para que esta busca seja bem sucedida os gestores não

conseguem montar e direcionar seus projetos aos possíveis patrocinadores, de

forma eficaz.

29

Hoje, uma das maiores dificuldades encontradas pelos gestores do

terceiro setor é que os vários Editais, do próprio governo, não permitem que

projetos contemplem, em seus orçamentos, rubricas ligadas a infra-estrutura,

gestão e serviços administrativo/financeira das organizações, eles

simplesmente excluem ou limitam a verba para tais serviços, tão essenciais.

Mesmo sem mudar a legislação, é possível melhorar os resultados e

aumentar o volume de recursos captados pelo Terceiro Setor, mas para que

isto aconteça será necessário que os dirigentes destas organizações estejam

melhores preparados como líderes e gestores, mais bem informados sobre

como liderar, principalmente com o setor empresarial, construindo assim

possibilidades para captação.

O ideal é tornar a captação de recursos uma atividade simples, fazendo

um planejamento estratégico do seu projeto social ou cultural, ou seja, é

preciso fazer um levantamento organizado de informações que ajudarão a

orientar os passos a serem desenvolvidos.

A forma de apresentação e de organização das idéias e do orçamento

que compõem um projeto é fundamental para o sucesso da captação de

recursos.

A apresentação precisa ser personalizada - feita uma a uma – com o

nome completo da pessoa abordada. Se a carta for dirigida a uma empresa,

não esqueça de colocar o cargo do contato e o nome completo da organização.

As instituições não conseguem avançar na captação de recursos sem

que o projeto seja claro, objetivo e que tenha resultados bem definidos.

Algumas informações são fundamentais e deverão compor a

apresentação do projeto. É importante identificar o Proponente, informando o

30

nome da organização, CNPJ, endereço, telefone, e-mail e dados de quem

assina pela organização (neste caso informar CPF, RG, Endereço e telefone).

Fazer um breve histórico, tempo de fundação, missão, região de atuação,

particularidades do trabalho, número de beneficiários atendidos e resultados já

alcançados.

Falar também sobre quem já apóia a entidade, citar os financiadores,

outras instituições nacionais e internacionais, citar parcerias com governos,

doadores e parceiros em capacitação. Depois de detalhar sobre a instituição e

sua intenção, é preciso especificar melhor sobre o projeto que está sendo

apresentado.

Nome do Projeto (de preferência use um nome fácil de assimilar, não

deve ser colocado um nome muito grande);

Objetivos (identifique os objetivos do projeto, isto é, o que deseja

realizar);

Justificativa do projeto (informe porque propôs o projeto, qual sua

relevância)

Etapas do projeto (enumere e descreva as atividades necessárias para

atingir os objetivos desejados e explique como pretende desenvolvê-las).

Público alvo (especifique o perfil e a quantidade do público que vai

atingir);

Plano de Distribuição (se houver um produto, especifique como

pretende distribuir este produto, qual será o valor de venda, se alguma parte

deste produto será distribuída gratuitamente ou se terá preço promocional);

31

Especificações: (se for um produto: livro, revista, periódico, etc.,

especifique tecnicamente este produto, definindo tamanho, tipo de papel que

será usado, quantidade de cores, etc., se for um projeto pedagógico,

encaminhe o plano de execução detalhado, com especificações de cursos ou

workshops, se houver);

Período de realização: (este período deve englobar todas as etapas

previstas, não esquecendo de incluir o período destinado a prestação de

contas (técnica e financeira);

Resultados esperados (defina claramente o que espera conseguir

após realizar o projeto, se existir algum método previsto para avaliação de

resultados este deverá ser citado);

Divulgação (defina como pretende divulgar o projeto, quais as peças de

divulgação serão usadas (banner, cartaz, filipetas e outras) não esqueça de

indicar onde entrará a logomarca do apoiador ou patrocinador);

Ficha Técnica (Encaminhe um breve currículo dos principais

participantes do projeto, inclusive currículo da Instituição, isto poderá dar mais

credibilidade ao seu projeto);

Contrapartida: (informar se alguma outra instituição, pública ou privada,

irá aportar recursos no projeto. Informar se o patrocinador receberá algum

benefício por ser patrocinador. Exemplo: se o projeto prevê a publicação de um

livro, informar quantos exemplares serão entregues ao patrocinador, se o

patrocínio for para a realização de um evento fechado, informar se o

patrocinador receberá convites);

32

Alguns patrocínios, principalmente aqueles através de Editais, podem

exigir detalhamentos específicos sobre seu projeto, é preciso ler atentamente

todas as exigências de cada Edital.

Se for um projeto cultural, por exemplo, para ser apresentado para Lei

Rouanet, será preciso falar sobre as medidas que serão adotadas para garantir

acessibilidade do público beneficiário, ou seja: o que pretende adotar para

garantir que pessoas portadoras de necessidades especiais possam ter acesso

ao projeto. Também deverá esclarecer quais as medidas que serão tomadas

para democratizar o acesso do público. O que pretende fazer para garantir a

ampliação do projeto às massas, permitindo que um número maior de pessoas

tenha acesso ao produto que está sendo proposto?

Além do detalhamento da parte técnica, também temos que apresentar

um orçamento, claro e detalhado, que seja coerente com a proposta técnica.

Em anexo apresentaremos um modelo de planilha para facilitar a montagem

do orçamento do projeto.

Sugestão para organizar um orçamento

1- Preparação/Pré-Produção: (exemplo: pesquisas, levantamentos,

traduções, projetos, elaboração de orçamentos, contratos e afins. Neste grupo

deverá ser colocado todas as despesas necessárias para iniciar projeto);

2- Produção/Execução: (exemplo: produção de textos, revisão, locação

de equipamentos, confecção de painéis explicativos, editor, monitores,

figurinos, cenários, produtores, assistentes, produção de imagens, ilustrações,

digitalização, impressão, instalações, alugueis, técnicos, montagem,

desmontagem, materiais, embalagens, iluminação, segurança, limpeza e outros

itens indispensáveis para execução (produção) do seu projeto);

33

3- Divulgação/Comercialização: (exemplo: assessoria de imprensa,

cartazes, banners, folders, catálogos, convites, faixas e outras peças de

divulgação/Mídia, Outdoors, fotógrafo e tudo que for destinado a divulgar seu

projeto);

4- Custos Administrativo/Operacionais: (exemplo: remuneração do

coordenador do projeto, contador, secretária, auxiliar administrativo, telefone,

correios, material de consumo e afins);

5- Impostos e Encargos: (tarifas bancárias, contribuição previdenciária,

seguros (pessoas, obras ou equipamentos);

6- Agenciamento: (exemplo: pagamento para uma empresa ou

profissional que cuida da venda do projeto a um patrocinador. Este item não é

aceito por muitos patrocinadores, mas ainda é bastante utilizado para projetos

culturais, inclusive os apoiados pela Lei Rouanet).

Além do cuidado com a montagem do conteúdo e do orçamento do

projeto, precisamos cuidar da apresentação, do visual, do projeto. Se possível,

apresente o projeto numa pasta, bem formatado, acompanhado de folder

institucional, se houver, envie materiais de divulgação que comprovem a

execução de outros projetos, encaminhe algum produto (livro, revista, vídeo,

etc.) que a organização já tenha realizado, isto dará mais credibilidade ao

projeto que está sendo proposto.

Mas, convencer o patrocinador a apoiar seu projeto é apenas a primeira

etapa que precisa ser vencida. Alguns documentos e certidões são exigidos

para que seu projeto seja efetivamente patrocinado e a verba liberada.

34

Normalmente, antes da liberação dos recursos, tanto as empresas

privadas quanto as empresas públicas, exigem:

Documentos da instituição: Estatuto social, ata de eleição da atual

diretoria e último balanço, dentre outros;

Documentos do representante legal da organização: CPF, identidade

e comprovante de residência;

Certidões: Listamos as mais solicitadas e para aquelas que podem ser

tiradas pela Internet, indicamos os respectivos sites.

Algumas certidões só podem ser solicitadas junto aos respectivos

órgãos.

• Certidão Quanto à Dívida Ativa da União

www.pgfn.fazenda.gov.br

• Certidão de Quitação de Tributos Federais

www.receita.fazenda.gov.br

• Certidão de Quitação de Tributos Municipais

Prefeitura (ISS)

Dar entrada na solicitação através do site www.rio.rj.gov.br e

providenciar : livros de apuração, contrato social da instituição, cartão de

inscrição municipal e uma procuração autorizando a pessoa que vai dar

entrada no processo, caso não seja o representante legal da empresa. Estes

documentos serão apresentados na prefeitura.

35

• Certidão negativa de Débito com o INSS – CND

• Certidão Negativa de Débito COM o INSS - CND

www.mpas.gov.br

• Certidão de Regularidade do Fundo de Garantia – FGTS

www.caixa.com.br

• Certidão de Quitação de Tributos Estaduais

Se já tiver inscrição estadual deverá ir à Secretaria Estadual de

Fazenda, na jurisdição do endereço da empresa e dar entrada.

Se a empresa não possuir inscrição Estadual, pode ir a qualquer

jurisdição do Estado – acessar o site www.fazenda.rj.gov.br, gerar um boleto

para pagamento de taxa de serviço Estadual (cod. 2003) e gerar pedido de

Certidão de Regularidade. No site será marcado um dia para entrega dos

documentos (contrato social, CNPJ, livros de entrada e saída (se houver), taxa,

etc.), posteriormente será entregue a certidão, não é entregue no ato. Esta

certidão só tem valor se apresentada junto com a Certidão da Dívida Ativa

(Certidão de Regularidade Fiscal) que é gerada no site

www.pgfn.fazenda.gov.br.

Tanto para o setor público quanto para o setor privado, a confiabilidade

na estrutura operacional de uma organização é determinante para aplicação

dos seus valiosos recursos, seja por intermédio das Leis de Incentivo, dos

programas dos governos direcionados a ações culturais e sociais ou por meio

de aportes, oriundos de grandes empresas privadas, que destinam,

anualmente, recursos para programas sociais, que no final do ano constarão de

seus balanços sociais.

36

CAPÍTULO IV – IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

O que fazemos, o que pretendemos, onde desejamos chegar,

precisamos tornar público e transparente estas informações e através de uma

comunicação eficiente e profissional ficará mais fácil divulgar, conquistar nosso

público alvo, fidelizar patrocinadores e doadores, dar credibilidade e

transparência aos trabalhos desenvolvidos. Os recursos da comunicação são

tão importantes e quase não são usados neste Setor.

Muitas organizações consideram a comunicação como um luxo, outras

já despertaram e estão se beneficiando deste instrumento e se tornando cada

vez mais sólidas e atuantes.

Podemos ter um projeto maravilhoso, mas isto não basta, é preciso que

a instituição tenha credibilidade junto a seus possíveis patrocinadores e

doadores para que este projeto possa se realizar e a comunicação poderá

facilitar as coisas.

Poucas pessoas tiram dinheiro do bolso para doar a quem não conhece

e as empresas não têm nenhuma emoção quando fazem uma doação ou um

patrocínio, é preciso divulgar o projeto e seus resultados, certamente isto será

importante não só para instituição como também para empresa que investiu no

projeto.

Se existir um bom trabalho de comunicação, certamente a instituição

estará à frente das demais organizações. A notoriedade e credibilidade se

constroem com um bom projeto e com um esforço de comunicação.

37

Para conquistar a simpatia do público e ter suas portas abertas é preciso

deixá-lo convicto de sua seriedade e de seus resultados. Esse trabalho é

constante e não está preso a uma única ação e sim a um conjunto de ações

com comunicação de resultados.

Não podemos falar de comunicação e suas possibilidades como

ferramenta estratégica para gestão do terceiro Setor sem falar do Marketing.

Há alguns anos atrás, falar em Marketing para os dirigentes de instituições

sociais era catastrófico. Hoje, dirigentes destas organizações já admitem que,

embora o Marketing seja um instrumento típico do universo das empresas

privadas, ele pode contribuir bastante para a área social.

Se comunicação de marketing não fosse importante, empresas não

gastariam bilhões de dólares nisso.

E nessa hora o gestor social, mesmo que não “transforme” seu projeto

em produto, tem que mudar seus paradigmas e enxergar que marketing não é

venda, e comunicação é fundamental.

A comunicação é uma das ferramentas mais importante em um

planejamento completo de Marketing, que podem ter as seguintes etapas:

1. Análise de ambientes interno e externo, com base nos pontos fracos

e fortes da instituição e nas ameaças e oportunidades apresentadas para a sua

causa;

2. Desenvolvimento do produto social com base em uma leitura da

missão e da formatação dos serviços prestados em sintonia com as

necessidades dos públicos de interesse da instituição;

3. Estabelecimento de objetivos claros e específicos, organizados por

ordem de prioridade, mensuráveis e adequados ao porte, à estrutura e aos

recursos disponíveis;

38

4. Definição de Estratégias (ações, programas e campanhas) para

atingir os objetivos propostos, que podem incluir desde a ampliação de um

serviço até o aumento de fontes de captação de recursos;

5. Monitoração para avaliar se os resultados reais estão sendo atingidos

conforme o esperado no planejamento e se há necessidade de corrigir ações e

caminhos;

Como fazer para que a Comunicação transforme-se em uma ferramenta

estratégica para gestão de uma instituição social?

A Comunicação deve estar dentro do planejamento estratégico da

Instituição e precisa ser usada com profissionalismo. Não estamos falando

apenas em contratar um bom profissional para cuidar da Comunicação, mas

em incluir a Comunicação como uma peça fundamental no planejamento da

organização.

Abaixo relacionamos etapas de uma proposta de comunicação:

1. Escolher um posicionamento adequado à missão

A instituição precisa criar uma imagem que se identifique com sua

missão, não se esquecendo do diferencial que possa identificá-la claramente

na cabeça do público que ela atende, dos parceiros e também da sociedade

em geral.

Ela deve pensar de que forma deseja ser vista.

A forma para construir a imagem não pode estar ligada a vontade de

seus dirigentes e colaboradores, precisa estar diretamente ligada ao resultado

que se espera para atender as necessidades sociais, ou seja, precisa estar

ligado a missão da instituição e também aos resultados que se pretende atingir.

Cabe a instituição escolher entre suas características mais marcantes e

os pontos fortes de sua atuação atributos pelos quais deseja ser percebida

junto aos seus públicos de interesse.

39

Como disse Thais Aiello, Edição nº: 972 da Revista exame/2010 “Em

tempos de redes sociais, a construção da marca corporativa adquire contornos

de grande complexidade. A relação com os diferentes públicos exige esforço

redobrado para ligar os pontos de forma coerente e orquestrar uma

comunicação que faça sentido dentro e fora dos limites da empresa”.

Da mesma forma que acontece nas empresas privadas, as

organizações do Terceiro Setor também precisam acompanhar os novos

tempos e ter muito cuidado com os múltiplos públicos, nunca desconsiderar

que a integração de todas as sua propostas e metas precisam estar

cuidadosamente organizadas, de forma coerente, para que sua comunicação

seja eficiente, tanto para seu público interno quanto externo.

Vencer o desafio de criar uma marca forte, que permaneça na cabeça

das pessoas como um link direto com a realização da missão da organização

precisa ser relevante dentro das prioridades das organizações do terceiro

Setor.

Não podemos esquecer que o público interno ajuda a fortalecer uma marca. Se

os colaboradores não estão envolvidos e não vivem seus valores ela se perde.

Todo processo de construção da reputação da organização vinculado a marca

precisa ter a participação ativa de todos.

Existem várias organizações no Brasil que defendem causas

importantíssimas, mas que não significam marcas fortes. Uma marca é o que

se diz e o que se pensa a respeito da sua organização. As instituições que

conseguirem desenvolver uma identidade e uma personalidade própria vão se

destacar no novo contexto de profissionalização do Terceiro Setor.

40

2. Identificar os públicos com quem se deseja comunicar

É preciso compreender o que precisam, esperam e querem os

diferentes públicos com os quais uma instituição se relaciona. Do contrário ela

não se legitima na defesa da causa, não encontram ressonância para seus

serviços e, portanto, não obtém êxito no seu esforço de sustentabilidade. A

comunicação tem um papel relevante nesse processo.

São vários os públicos de interesse de uma instituição social:

Público beneficiário: São as pessoas atendidas diretamente pelos

serviços da instituição – crianças, jovens, deficientes físicos, meninas de rua,

idosos.

Beneficiários indiretos: São as pessoas que mantêm relação direta

com as atendidas pelos serviços da instituição - pais, familiares, responsáveis

legais, educadores.

Funcionários: Pessoas que trabalham na instituição, de forma

remunerada.

Voluntários: É o conjunto de colaboradores que doam seu tempo e seu

conhecimento para instituição, sem receber remuneração. Podemos incluir

neste grupo os representantes do Conselho.

Doadores: Pessoas que doam recursos financeiros e materiais para

instituição.

Empresas financiadoras: É o público formado pelas empresas que

doam recursos financeiros e materiais para sustentação das atividades da

instituição.

41

Comunidade: É constituído de pessoas que moram próximas ao local

onde a instituição realiza suas atividades.

Governo: É o público formado pelos órgãos públicos ligados às esferas

municipal, estadual e federal, pelas empresas estatais ou de economia mista.

Imprensa: São os jornalistas ligados a jornais, revistas, rádios e

emissoras de televisão.

Primeiramente é preciso entender o que cada desses públicos pensa a

respeito do trabalho da instituição. Que imagem cada público tem da causa,

dos serviços, dos dirigentes e da atuação já que a forma como ela é percebida

condiciona sensivelmente as atitudes e o comportamento das pessoas.

Somente se perguntarmos é possível saber o que os públicos de

interesse querem, quais as suas expectativas e qual a imagem que tem da

instituição. É preciso estar disponível para ouvir com atenção, com atitude de

quem está disposto a mudar e a rever a partir da crítica, dos comentários e das

sugestões.

Um produto, um serviço ou uma causa social nunca são tão bons que

não possam ser melhorados em virtude do que pensam os beneficiários, os

parceiros e a sociedade em geral, esta é uma lição importante do Marketing.

É de vital importância saber dos beneficiários diretos e indiretos se estão

satisfeitos com os serviços, aos doadores se estão orgulhosos de financiar os

projetos e aos funcionários e voluntários se estão comprometidos com a causa

e a comunidade sobre os projetos sociais nos quais ela se envolveria.

42

Estes procedimentos são fundamentais para a melhoria da qualidade

dos serviços e dos resultados, para eficiência do trabalho e para legitimação da

instituição.

3. Elaborar a mensagem da comunicação.

A mensagem de comunicação deverá ter uma forma específica para

cada público a qual se deseja comunicar. Os conteúdos, as estruturas e os

formatos de suas mensagens deverão ser adaptados de acordo com o seu

público.

Precisamos analisar:

Como dizer: São os conteúdos que definem a linguagem e os

argumentos que serão utilizados para atingir seu objetivo. Os conteúdos de um

anúncio de propaganda, de um folheto, de um site na internet, de um boletim

ou de uma entrevista para um jornal dependem, é claro, do tipo de canal ou

meio que se escolhe para atingir as pessoas.

Embora as formas sejam diferentes e possam ser adaptadas em função do tipo

de público, seu objetivo e valores deverão refletir os valores e atributos aos

quais a instituição deseja ter.

Para que sua mensagem tenha um destaque, é preciso que ela tenha

bons apelos, são eles:

Racional: apresenta benefícios concretos que uma causa pode

oferecer, enfatizando qualidade, eficácia e desempenho. Nesta categoria

podemos enquadrar os folhetos institucionais, boletins, periódicos, balanços de

atividades e documentos de prestação de contas.

Emocional: procura provocar emoção positiva capaz de motivar os

públicos de interesse a engajar-se na causa ou decidir por seu apoio a ela.

43

Enquadram-se nesta categoria de apelo as campanhas para captação de

doações e trabalho voluntário. Normalmente são produzidas com pouco texto,

as peças de comunicação são mais sintéticas e utilizam, com maior

criatividade, imagens, símbolos e slogans fortes que tem a finalidade de

sensibilizar e gerar afeição pela causa.

Moral: apresenta a causa como uma solução possível para

problemática social. Este apelo poderá ser combinado com o racional ou com o

emocional. O sucesso de sua utilização nos conteúdos da mensagem está no

equilíbrio, é preciso ter cuidado para não exagerar, as pessoas não reagem

bem quando a comunicação só fala do problema. Quanto mais positiva for a

mensagem, melhor o resultado.

4. Selecionar os meios que se quer utilizar para a comunicação

Existem dois tipos de canais de comunicação, o pessoal e o impessoal.

Na atividade social, mais do que na empresarial, a comunicação pessoal

deve ser privilegiada, pois permitem obter respostas mais consistentes de

adesão às causas.

O corpo-a-corpo, uma das marcas do trabalho do Terceiro Setor,

constitui uma estratégia eficiente e indicada principalmente para aquelas

instituições que tem atuação restrita a uma comunidade ou região. Este

formato demanda pouco investimento financeiro e tem alto retorno.

Os canais de comunicação impessoal são mais indicados para

instituições que tenham atuação com causas universais e com grande apelo,

que deseja se comunicar com público maior não circunscrito e a uma

comunidade. Incluem-se nestes canais, ferramentas promocionais,

propaganda e as chamadas mídias de massa, como jornais, revistas, rádio e

44

TV, que funcionam muito bem porque influenciam atitudes pessoais e

comportamentos em grande escala.

5. Definir os recursos necessários

Todas as ações de comunicação custam, as que utilizam canais impessoais

são as mais caras.

Existem dois modelos recomendáveis para definir o orçamento das

ações de comunicação.

O Primeiro modelo estabelece um percentual sobre a receita da

instituição, sua vantagem é que não tem imposição quanto a valores, o valor

será determinado em função da captação de recursos. Por outro lado, tem uma

desvantagem, desencoraja investimentos maiores, que poderiam ser feitos em

oportunidade específica, para gerar maior projeção da marca e maior retorno

de doações ou parcerias.

O segundo modelo e bem interessante é estabelecer um orçamento de

comunicação no planejamento de trabalho do ano, com base em objetivos

definidos pelos gestores. Esses objetivos podem variar, desde divulgar mais a

marca da instituição até divulgar eventos que atrairão maior aporte de fundos

captados entre doadores/patrocinadores.

6. Estabelecer um Composto de Comunicação

Quanto mais rico e variado o composto de comunicação, maiores as

possibilidades de obter os resultados desejados. O segredo está no equilíbrio e

na integração, ou seja, usar várias ferramentas.

A seguir algumas ferramentas que poderão ser usadas:

45

Propaganda- a propaganda é uma ferramenta muito indicada para criar

uma boa imagem em longo prazo. Atinge muitas pessoas geograficamente

dispersas. Porém, é uma ferramenta muito cara. Para fazer propaganda é

recomendado atrair como voluntário, o trabalho de uma agência de publicidade,

de publicitários e de estudantes de publicidade, para criação de peças e ações;

e conseguir a cessão de espaço comercial em jornais, revistas rádios e TVs.

Assessoria de Imprensa: A assessoria de imprensa é um

instrumento dentro da comunicação. Sua principal tarefa é tratar da gestão do

relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa ou órgão público e

a imprensa.

Muitos dirigentes de instituições sociais sonham que, se seus projetos

ou serviços se transformarem em notícia e se tornarem públicos, todos os seus

problemas estarão resolvidos.

Mas, na verdade não é o que acontece, os jornalistas publicam o que

consideram importante do ponto de vista da notícia e não o que é importante

para Instituição.

Uma matéria no jornal, revista, numa rádio ou até mesmo na TV não

significa que haverá um aumento dos patrocínios ou doações.

Para que a relação com a imprensa seja eficaz, vale ficar atento a

alguns pontos:

1. Antes de convocar um jornalista, esteja certo de que sua informação

vai atingir um grande número de pessoas, é desta forma que sua notícia passa

a ser interessante para ele;

46

2. Tenha dentro de seu quadro de voluntários um estudante de

jornalismo, ele estará mais preparado para entender a lógica da imprensa e isto

facilitará a relação da instituição com a imprensa;

3. Busque uma boa relação com os veículos de comunicação, não

esquecendo que seu bairro ou comunidade deve estar sempre nas suas

prioridades e não esqueça de manter atualizado os nomes, telefones dos

principais jornalistas;

4. Sempre que receber um jornalista para uma entrevista, procure

escrever de forma organizada todos os pontos que deseja abordar e esteja

preparado para responder as possíveis perguntas;

5. Sempre que possível convide jornalistas para visitar sua instituição,

de preferência em ocasiões como lançamentos de uma nova unidade, um

projeto ou um serviço;

6. Nunca contate um jornalista depois, para perguntar sobre a matéria e

sua publicação;

Marketing direto: Desenvolve ações cada dia mais comuns no Terceiro

Setor, como mala direta e telemarketing. Exige a manutenção permanente de

um banco de dados.

Mala direta: A principal característica da mala direta é sua extrema

direcionalidade com a mídia. Ela é dirigida a pessoas em particular e permite

obter imediatamente uma resposta.

Por exemplo, podemos distribuir pelo correio, um folheto contendo

mensagem. Na área social é muito usada para ampliar doações. Quando bem

planejada, ou seja; com texto, imagem e mensagem criativa e extremamente

47

adequada a um público segmentado, costuma gerar entre 1% e 4% de

respostas;

Telemarketing: Embora muito usado no Terceiro Setor é visto como um

instrumento de marketing invasivo. As pessoas costumam reagir com irritação

quando contatadas em casa, normalmente à noite, por jovens solicitando

recursos.

Internet: É um veículo que democratiza a informação. Tendo um

computador com modem, uma linha telefônica e um provedor de acesso,

qualquer instituição pode se comunicar com o mundo, enviando e recebendo

informações, a um custo relativamente baixo. Com uma Home Page (site)-

página na rede mundial de computadores, qualquer pessoa em qualquer lugar

do planeta pode acessar os dados da instituição, manifestar apoio à causa,

fazer pedidos de informações ou serviços, sugerir, criticar e até mesmo fazer

doações, mesmo que seja simplório é uma ferramenta importante.

Algumas informações que não podem faltar no site:

O que é a Instituição;

Qual a causa que defende:

Quais os serviços que oferece;

Quais os seus programas sociais ou culturais;

Quem faz parte do conselho, se possível colocar breve currículo;

Quem são os públicos beneficiários;

Quais são as empresas financiadoras e os parceiros, ver possibilidade

de colocar logomarcas (ver autorizações para uso logomarcas com os

parceiros e patrocinadores);

Como são investidos os recursos que arrecada;

48

Quais os resultados de seu trabalho;

Notícias sobre a instituição;

Canal de contato para críticas, pedidos de informação e sugestões;

Balanço e relatório de auditoria;

Rádio: O rádio é o meio que mais atinge a população brasileira, estando

presente em mais de 90% dos lares do país. Ao mesmo tempo em que é o

grande veículo brasileiro de massa, devido à sua maior cobertura, o rádio

também representa uma excelente opção como mídia dirigida, uma vez que a

grande quantidade de emissoras em operação por todo o território nacional faz

com que a segmentação de seus ouvintes seja considerável, devido às

condições geográficas de distribuição dos sinais de conteúdo da programação

do rádio.

Se a atuação de sua organização for nacional, a comunicação através

do rádio poderá ser de grande valia.

Outras opções que aumentam a comunicação da instituição com seu

público;

Eventos e experiências: Envolve o público alvo (doadores e

patrocinadores) sem de uma forma suave, mas não deixa de colocar o

potencial doador/patrocinador em contato pessoal com a causa em questão.

Em alguns países, como no Estados Unidos, é largamente utilizado para

captação de recursos, no Brasil nem tanto.

Construir uma imagem positiva ou simplesmente relacionar a instituição

à causa é bem interessante;

49

Venda pessoal

O contato entre as partes e a capacidade de observar a reação e as respostas

do interlocutor e a partir daí poder argumentar torna esta ferramenta muito

eficaz.

É muito utilizada por instituições sem fins lucrativos para captação de

recursos. É uma ferramenta fundamental para transmitir credibilidade e

desconstruir obstáculos à doação;

Materiais sobre a organização: Mesmo que seja num folder bem

simples, é importante munir esforços para conseguir produzir algum material

sobre a Instituição. Neste material deve constar um breve histórico, a missão,

projetos realizados e seus resultados, não esquecendo de colocar os contatos

da organização;

Relatório de atividades:

Muito importante para demonstrar para o seu público o grau de

transparência da instituição. É preciso tomar cuidado para que não tenha uma

linguagem “pesada” e com informações irrelevantes.

Algumas instituições, de pequeno porte, podem disponibilizá-los na internet;

Vídeo institucional

É preciso ter cuidado porque apesar de demandar uma produção cara

pode ficar extenso e cansativo, ele precisa ser bem objetivo e de cura duração;

Boletim;

Pode ser eletrônico ou impresso, é eficiente para desenvolver

relacionamento e prestação de contas;

50

Material de divulgação: Camisetas, faixas, placas, cartões de visita,

etc., todos são muito importantes para divulgar a marca e ou os eventos

realizados pela instituição, mas é preciso ficar atento para que sejam feitos por

profissionais a fim de garantir a qualidade dos materiais.

O indicado é que uma agência de publicidade cuide deste assunto, pois a

comunicação é fundamental para a sobrevivência da organização e deve ser

levada a sério.

O ideal é construir a parceria com uma agência que esteja interessada em dar

um tratamento profissional ao trabalho.

4- Avaliar os resultados: É preciso saber se as ações de comunicação

estão sendo eficientes.

A avaliação precisa ser algo dinâmico e permanente, nunca pontual. As

ações precisam ser avaliadas individualmente para que seja possível

identificar, com maior precisão, eventuais problemas de percurso, corrigindo-

os, aperfeiçoando e readequando medidas e procedimentos.

Os itens que poderão ser usados para verificar a eficácia na

comunicação:

1) Estabeleça objetivos claros, específicos e transformá-los em metas,

quantificando-os. Definir por exemplo: aumentar para XX o nº de doadores

pessoas físicas e para XX de pessoas jurídicas. Lembre-se que quanto mais

específico os objetivos e metas, mais fácil será de mensurá-los;

2) Defina as pessoas que ficarão responsáveis pela implantação das

ações, determine atribuições, estabeleça prazos, acompanhe o

51

desenvolvimento das atividades, monitore e redefina peças e ações se julgar

necessário;

3) Avaliar os tópicos abaixo sempre que as ações de comunicação não

gerarem resultados satisfatórios:

Proposição de valor – Distingue a instituição de outras instituições que

atuam com a mesma causa? Isto está claro?

Públicos de interesse- Será que eles foram corretamente

identificados? A instituição sabe que resposta quer deles?

Mensagem- Os conteúdos estão adequados?Tem o apelo correto? Está

objetiva?

Meios e canais- São os mais adequados ao tipo de público que

pretende atingir?

Composto de comunicação- Foi desenvolvida uma única ação de

comunicação? Quantas ações foram combinadas para poder atinge o

resultado esperado?

Como diz Ricardo Voltorini, Terceiro Setor- Planejamento e

Gestão/2003, “No campo social, posicionar significa que uma organização deve

“criar” uma imagem muito afinada com sua missão e claramente diferenciada

para assegurar um “domínio” na mente dos beneficiários, dos doadores, dos

financiadores, da comunidade e, por último, da sociedade em geral”

Independentemente dos potenciais patrocinadores/doadores (pessoas

físicas, organizações públicas, privadas, do terceiro setor ou agências

multilaterais), a importância na comunicação que estabelece com cada um

52

desses públicos, o que pode ser facilitado quando se elabora um plano de

comunicação adequado facilita a Instituição na captação de recursos.

Os esforços de comunicação da organização devem ter o propósito de

aumentar a consciência dos potenciais doadores sobre a organização, suas

atividades e, o que é fundamental, os problemas que a entidade procura

solucionar através de suas ações.

53

CONCLUSÃO

Embora cada dia mais as organizações do Terceiro Setor estejam sendo

reconhecidas como geradoras de mudanças sociais e desenvolvimento, ainda

existe muito a conquistar até que sejam reconhecidas como necessárias para o

desenvolvimento humano, social e econômico.

A receptividade da sociedade em apoiar e incentivar empreendedores

facilita a geração de inovações sociais importantes. Os empreendedores

sociais não tiveram a sorte de contar com o apoio de uma sociedade preparada

para cuidar das questões sociais, mas eles precisam estar aptos a lidar com

seus diversos públicos, tanto interno como externo, precisam ter

conhecimentos básicos das legislações pertinentes que envolvem o setor, seja

na área fiscal, trabalhista e outras, precisam conhecer as áreas administrativa e

financeira, sem estes conhecimentos básicos eles não são capazes de realizar

seu trabalho com tranqüilidade, sem colocar em risco os resultados.

O conhecimento de técnicas operacionais de gestão e da tecnologia

específica de seu processo de trabalho é indispensável para o sucesso das

organizações que pretendem buscar a solidez e a sustentabilidade.

Infelizmente, a maioria dos gestores do Terceiro Setor não está

preparado para gerenciar as organizações, eles são guerreiros da causa e

tornam-se lideres gestores pela necessidade. Mas, mesmo diante de tantas

dificuldades, as organizações se adaptam rapidamente, o que não elimina o

fato de que precisam estar mais bem preparadas para formular seus planos de

curto, médio e longo prazo, reconhecendo seus pontos fracos e suas

vantagens comparativas, já que este universo está cada vez mais competitivo.

54

Mesmo sem muito preparo, os gestores destas organizações vem

ultrapassando barreiras, vencendo bravamente desafios, mobilizando governos

e sociedade pelo bem da causa.

Os resultados, as inovações e a produtividade no campo social, tanto na

área de educação, direitos humanos ou até mesmo na área cultural, cresceram

em muito menos escala se comparadas com os serviços e produtos do setor

privado, mas já demandam uma atenção das autoridades para este segmento.

Nas últimas décadas, a rápida emergência da sociedade civil está

começando a diminuir essa lacuna. Muitas organizações já estão sob a

liderança de empreendedores preparados e treinados para administrar,

diferindo as organizações sociais tradicionais.

Além da gestão, a sustentabilidade também é o maior desfio destas

organizações. A busca pela diversificação dos recursos financeiros de

diferentes fontes demanda, necessariamente, conhecimento e interação com

os diversos atores - Estado, cidadãos, empresa, etc. – a partir dos quais será

possível planejar as ações para captação mais adequada a sua organização.

Ainda existe muito a avançar, tanto no preparo dos profissionais

gestores como na consciência das pessoas para a necessidade de contribuição

com as mudanças demandadas pelo Terceiro Setor.

Vimos crescer aos quatro cantos do país uma grande oferta de cursos,

não mais só para área acadêmica e para as empresas, mas também voltados

para entidades do Terceiro Setor. São cursos livres, de capacitação em gestão,

planejamento estratégico, elaboração de projetos e outros, muito úteis aos

gestores de empresas, das instituições públicas e também das ONG’s.

55

É preciso avançar. A expansão da democracia propiciou a consciência

de que é importante o crescimento da sociedade civil e o desenvolvimento do

empreendedorismo social.

O comportamento do Estado e de outros segmentos da sociedade deve

estar alinhado e voltado para busca do desenvolvimento de bases sólidas que

possam contribuir com o crescimento e a sustentabilidade destas

organizações, permitindo assim a proteção das capacidades humanas.

O levantamento dos problemas, análise e a busca de soluções viáveis

para os impasses vividos hoje pelo terceiro setor, precisam e devem ser uma

responsabilidade de todos, principalmente do Estado e daqueles que tem

acesso a informação e a formação de indivíduos.

56

ANEXOS

Índice de Anexos

Anexo I- Lei 9790 de 28/05/2010 61

Anexo II- Lei 8313 de 23/12/1991 66

Anexo III- Lei 8666 de 21/06/1993 80

Anexo IV- Instrução Normativa nº 1 de 05/10/2010 141

Anexo V- Modelo Planilha- Orçamento de Projeto 172

57

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Drucker, Peter F. Administração de Organizações Sem Fins Lucrativos-

Princípios e Práticas. SP: Pioneira Thomson Learning, 2006.

Benicio, João Carlos. Gestão Financeira Para Organizações da

Sociedade Civil. SP: Global, 2000.

Voltolini, Ricardo. Terceiro Setor- Planejamento e Gestão. SP:SENAC,

2003.

Trope, Alberto. Organização Virtual: Impactos de Teletrabalho nas

Organizações. RJ: Qualitymark, 1999.

Falconer, Andrés Pablo- A Promessa do Terceiro Setor- dissertação de

Mestrado. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de São

Paulo, 1999.

Aiello, Thais. Edição nº: 972 da Revista exame. 2010

Aliança Interage. Fio da Meada- A Experiência de Fortalecimento

Institucional. Recife/PE: Aliança Interage, 2006.

Sampaio, Rafael. Propaganda de A a Z. RJ: Elsevier, 2003.

Theunis, Sjef (org.), Non-Governmental Development Organizational od

Developing Coutries: And the South Smiles...Dordrech: Martinius Nighoff, 1922

58

Ethos, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

Responsabilidade Social das Empresas. SP: Peirópolis, 2002.

Etho. Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

Responsabilidade Social das Empresas Vol. 2. SP: Peirópolis, 2003.

Fischer, C. James e Cole, Kathleen, Leadership and a Management of

Volunteer Programs: A Guide for Volunteer Administrators. São Francisco,

1993.

59

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 01

AGRADECIMENTO 02

DEDICATÓRIA 03

RESUMO 04

METODOLOGIA 05

SUMÁRIO 06

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I - 11

A REALIDADE DO TERCEIRO SETOR

1.1 - Definição 11

1.2 – Legislação 12

1.3 – Os Desafios 15

1.4 – Recursos no Setor 17

CAPÍTULO II 19

GESTÃO E LIDERANÇA

CAPÍTULO III 26

CAPTAÇÃO DE RECURSOS

CAPÍTULO IV 36

IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

CONCLUSÃO 53

ANEXOS 56

60

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57

ÍNDICE 59

61

ANEXO I

Lei 9.790/99 28/05/2008 O Marco Legal do Terceiro Setor no Brasil e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Social José Eduardo Sabo Paes Mestre em direito pela Universidade Complutense de Madri, é Promotor de Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e autor do livro "Fundações e Entidades de Interesse Social: Aspectos Jurídicos, Adminsitrativos, Contábeis e Tributário. É ínsito ao homem reunir-se em sociedade. O direito brasileiro admite, já de mito, a existência de entes coletivos, pessoas jurídicas de direito privado, configurados como sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, associação de utilidade pública e fundações. Todas elas têm um ponto em comum: são destinadas a uma finalidade social, ou seja, apresentam em seus atos constitutivos - escritura e/ou estatuto - objetivos ou finalidades voltadas para o interesse social. As associações diferem das fundações de direito privado. Aquelas apresentam criação livre (de índole constitucional), tendo como objetivo uma destinação social, têm associados e uma grande liberdade de ação. As fundações, de igual forma, apresentam destinação social, mas não se constituem de sócios, não têm donos e são criadas por pessoas físicas ou jurídicas que pretendem altruisticamente destinar bens e serviços para servir à comunidade. Algumas das fundações de direito privado e sociedades, ou associações civis, podem ser declaradas pelo poder público (federal, estadual, municipal e do distrito federal) como de utilidade pública ou como instituição filantrópica. De posse de tais títulos, podem fazer jus a uma série de benefícios fiscais, como, por exemplo, o não pagamento de Imposto de Renda, de impostos sobre o patrimônio, transmissão ou doação de bens imóveis, do Imposto sobre Serviços, da CPMF, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Enfim, uma série de benefícios, entre os quais a isenção da contribuição a cargo das empresas destinadas à seguridade social, que é calculada sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer

62

título, aos segurados, empregados, empresários, trabalhadores avulsos e autônomos que lhes prestem serviços. Está claro que a quantia que o Estado deixa de arrecadar com essas instituições é muito significativa. A renúncia fiscal, segundo dados do governo, custa aos cofres públicos mais de R$2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) por ano. O que tem sido motivo e preocupação dos poderes legislativo e Executivo. Exemplo é a mudança dos critérios de isenção das entidades filantrópicas vigente ao partir de 1º de abril, por força da Lei 9.732;98 com a criação do "princípio da proporcionalidade" que é o de condicionar o montante da isenção ao número ou valor de atendimentos gratuitos realizados pela entidade. Evidentemente que são medidas que colaboram na solução dos problemas prementes e angustiantes porque passam muitos brasileiros, que a despeito de direito constitucional, não tem garantidos os direitos sociais compatíveis com a dignidade de cidadãos que são. Agora pergunta-se: estão sendo reconhecidas como de utilidade pública ou como instituição filantrópica, entidades que efetivamente atuam na assistência social dos necessitados? Não. A prova é que o Ministério da Justiça está revendo, um por um, os mais de 7.100 títulos de Utilidade Pública que concedeu e o Conselho Nacional de Assistência social, regulamentou, neste ano de 1999, os critérios para a concessão do registro e do certificado de entidade filantrópica a nível nacional. A questão começa a ser tratada com mais profundidade. O Ministério Público brasileiro, no âmbito dos Estados e do distrito Federal, tem procurado nos últimos anos, mormente após a Constituição de 1988, no cumprimento de sua função institucional de proteger o patrimônio público e social e os interesses sociais e individuais indisponíveis, fiscalizar o funcionamento das fundações e entidades de interesse social. O Estado incumbiu, já de muito, ao Ministério Público o dever de velar, de acompanhar o funcionamento das fundações de direito privado. E de acompanhar e até de dissolver as entidades de interesse social. Tem sido preocupação de todos os Procuradores-Gerais de Justiça efetivar e aprimorar a atuação do Ministério Público por suas Promotorias especializadas, as quais têm atribuição de examinar e aprovar atos de constituição das fundações e acompanhá-las - bem como as sociedades civis e associações - nas suas prestações de contas e inclusive, na visita in loco a essas entidades, tudo para poder atestar seu regular funcionamento de forma segura e confiável. Com certeza a ação conjunta do Poder Executivo, do próprio Poder Legislativo com o Ministério Público, dará, primeiro, uma maior segurança àquelas autoridades que concedem os títulos de utilidade pública e de instituição filantrópica; segundo, uma certeza de que os benefícios fiscais concedidos pelo Estado estão direcionados às verdadeiras instituições filantrópicas; e terceiro, uma manutenção ou mesmo uma aumento nas doações ou contribuições de populares às entidades filantrópicas sérias, tudo para que possam as entidades efetivamente atender à sociedade civil. Exemplo também é a recente lei que cria as Organizações da sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, já denominada de "Marco Legal do Terceiro Setor no Brasil", que cria a possibilidade concreta de que as entidades não

63

governamentais sejam qualificadas de OSCIP e possam, como pessoas jurídicas de direito privado que são, autônomas e organizadas, atuar como parceiras do Estado ajustando com ele meios mais eficazes, rápidos e econômicos e dar solução a problemas prementes e angustiantes por que passam aqueles brasileiros que, a despeito da previsão constitucional, não têm garantidos direitos sociais plenamente compatíveis com a dignidade da condição de cidadão. Oriunda de um projeto de lei de autoria do Poder Executivo, precedida de prévia e criteriosa oitiva de vários segmentes representativos da sociedade civil por trabalho da Comunidade Solidária, mereceu a proposta, no seio do Parlamento, pronta acolhida das lideranças do governo e da oposição. Todos, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal, foram unânimes na compreensão de que o Terceiro Setor é mais do que uma definição de caráter institucional que abarca o conjunto das organizações não governamentais - ONG's-, é uma realidade social representada por todas as instituições: associações, sociedades civis ou fundações de direito privado que apresentam como escopo maior o bem comum através de ações concretas e objetivas. Na verdade, foi instituído um primeiro marco legal englobando todas as entidades que formam o Terceiro Setor e que apresentem em seus estatutos objetivos ou finalidades sociais voltadas para a execução de atividades de interesse público nos campos da assistência social, cultura, educação, saúde, voluntariado, desenvolvimento econômico e social, da ética, da paz, da cidadania e dos direitos humanos, da democracia e de outros valores fundamentais, além da defesa, preservação e conservação do meio ambiente. Essas entidades poderão relacionar-se com o Poder Público federal, estadual, do Distrito Federal ou dos municípios, visando à execução de atividades de interesse publico por meio de um vínculo de cooperação entre as partes, que a lei denominou de termo de parceria. A Lei 9.790/99, começa por estabelecer que apenas poderão ser qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado - portanto, as sociedades civis, associações civis e fundações-, sem fins lucrativos, que tiverem seus estatutos, finalidades e objetivos em conformidade com os requisitos agora determinados legalmente. Para efeitos da Lei 9.790/99, preferiu o legislador, já no § 1º do artigo 1º, adotar critério extensivo para definir que considera como pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, "entidade que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos, mediante o exercício de suas atividades , e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social". A lei, em seu art. 2º, estabeleceu um critério negativo ou uma classificação negativa de instituições que não poderão ser qualificadas como de interesse público. Nessa relação que é de numerus clausus, ou seja, fechada, porque não comporta a inclusão de mais nenhuma entidade, estão elencadas as instituições privadas de caráter comercial ou não assistencial e as entidades públicas ou entidades

64

privadas criadas pelo Poder Público, tais como: as sociedades comerciais; os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens e serviços a um circulo restrito de associados ou sócios; as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; as Organizações Sociais; as cooperativas; as fundações públicas; as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. Tudo dentro da filosofia que balizou o projeto e as discussões parlamentares, no sentido de estabelecer, como premissa, que entidades vinculadas ao Poder Público ou a organismos do Estado não poderão ser qualificadas como OSCIP. O que a lei agora faz, já não sem tempo, é diferenciar entidades da sociedade civil que prestam de forma universal e sem fins lucrativos os seus serviços dos organismos do Estado e do mercado. Exige a lei das OSCIP's, sabiamente, requisitos jurídicos por que tenham as referidas organizações gestão e administração transparente e eficiente (inc. I a V do artigo 4º) e requisitos contábeis para que suas prestações de contas sejam estruturadas em conformidade com os princípios fundamentais de contabilidade e demais Normas Brasileiras de Contabilidade, tornando-as acessíveis a qualquer pessoa que tenha o mínimo de conhecimento nessa área. De forma inovadora, o referido diploma legal, no inciso VI do art. 4º, abriu a possibilidade expressa de remunerar-se os dirigentes das entidades sem fins lucrativos (todavia sem o estabelecimento de um valor máximo), tanto aqueles que atuem efetivamente na gestão executiva (diretores-gerais, diretores executivos, administrativos, financeiros e outros) como também aqueles que prestem serviços específicos à entidade (profissionais liberais, consultores, empregados administrativos, prestadores de serviços, etc...). O termo de parceria é definido no artigo 9º da lei como instrumento destinado à formação de vínculo de cooperação entre o Poder Público e as entidades qualificadas como OSCIP para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no já referido art. 3º da lei. É uma das grandes inovações da lei. Permitirá a formação de parcerias entre o Poder Público, em suas várias esferas, e as entidades integrantes do Terceiro Setor, tendo como tônica os princípios da transparência, da competição, da cooperação e da parceria propriamente dita. Na execução do termo de parceria haverá um controle tripartite, ou seja: do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, dos Conselhos de Políticas Públicas em cada nível de governo e da própria entidade. Sendo certo que qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização dos recursos ou bens de origem pública serão objeto de ação fiscalizatória dos Tribunais de Contas respectivos e do Ministério

65

Público (arts. 12 e 13). A lei em comento, que estabelece um novo marco legal no Terceiro Setor, também institui um novo marco legal nos limites da renúncia fiscal oferecida pelo Estado, pois apenas permite a acumulação dos títulos de Utilidade Pública e Certificado de Entidade Filantrópica pela entidade qualificada como OSCIP, pelo prazo máximo de 2 (dois) anos, contados a partir de 24 de março de 1999 - data da publicação e vigência da Lei 9.790/99. Findo estes dois anos, a entidade que desejar manter a qualificação de OSCIP deverá fazer expressa opção nesse sentido, renunciando automaticamente às qualificações anteriores (art. 18 caput e §1º). Portanto, de agora em diante, há, no direito brasileiro - e haverá mais claramente daqui a dois anos -, uma clara diferenciação nas finalidades das OSCIP (pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, integrantes do denominado Terceiro Setor, que têm fins comunitários ou fomentam e executam atividades de interesse público) e daquelas que, criadas ou não pelo poder público, apresentam fins mútuos ou destinados a um círculo restrito de beneficiários, sócios ou associados: as detentoras dos títulos de Utilidade Pública e do Certificado de Entidade Filantrópica. MPDFT http://www.mpdft.gov.br/joomla Fornecido por Joomla! Produzido em: 23 December, 2008, 15:26

Fonte:Internet

66

ANEXO II

Lei n° 8.313, de 23.12.91 Restabelece princípios da Lei n° 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio a Cultura - PRONAC e dá outras providências. O Presidente da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I Disposições Preliminares Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, com a finalidade de captar e canalizar recursos para o setor de modo a: I - contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno exercício dos direitos culturais; II - promover e estimular a regionalização da produção cultural e artística brasileira, com valorização de recursos humanos e conteúdos locais; III - apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifestações culturais e seus respectivos criadores; IV - proteger as expressões culturais dos grupos formadores da sociedade brasileira e responsáveis pelo pluralismo da cultura nacional; V - salvaguardar a sobrevivência e o florescimento dos modos de criar, fazer e viver da sociedade brasileira; VI - preservar os bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e histórico brasileiro; VII - desenvolver a consciência internacional e o respeito aos valores culturais de outros povos ou nações; VIII - estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal formadores e informadores de conhecimento, cultura e memória; IX - priorizar o produto cultural originário do País. Art. 2º O PRONAC será implementado através dos seguintes mecanismos: I - Fundo Nacional da Cultura - FNC; II - Fundos de Investimento Cultural e Artístico - FICART;2 III - Incentivo a projetos culturais.3 Parágrafo Único. Os incentivos criados pela presente Lei somente serão concedidos a projetos culturais que visem a exibição, utilização e circulação públicas dos bens culturais deles resultantes, vedada a concessão de incentivo a obras, produtos, eventos ou outros decorrentes, destinados ou circunscritos a circuitos privados ou a coleções particulares. Art. 3º Para cumprimento das finalidades expressas no artigo 1º desta Lei, os projetos culturais em cujo favor serão captados e canalizados os recursos do PRONAC atenderão, pelo menos, a um dos seguintes objetivos: I - Incentivo à formação artística e cultural, mediante:

67

a) concessão de bolsas de estudo, pesquisa e trabalho, no Brasil ou no exterior, a autores, artistas e técnicos brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil; b) concessão de prêmios a criadores, autores, artistas, técnicos e suas obras, filmes, espetáculos musicais e de artes cênicas em concursos e festivais realizados no Brasil; c) instalação e manutenção de cursos de caráter cultural ou artístico, destinados à formação, especialização e aperfeiçoamento de pessoal da área da cultura, em estabelecimentos de ensino sem fins lucrativos. II - fomento à produção cultural e artística, mediante: a) produção de discos, vídeos, filmes e outras formas de reprodução fonovideográfica de caráter cultural; b) edição de obras relativas às ciências humanas, às letras e às artes; c) realização de exposições, festivais de arte, espetáculos de artes cênicas, de música e de folclore; d) cobertura de despesas com transporte e seguro de objetos de valor cultural destinados a exposições públicas no País e no exterior; e) realização de exposições, festivais de arte e espetáculos de artes cênicas ou congêneres. III - preservação e difusão do patrimônio artístico, cultural e histórico, mediante: a) construção, formação, organização, manutenção, ampliação e equipamento de museus, bibliotecas, arquivos e outras organizações culturais, bem como de suas coleções e acervos; b) conservação e restauração de prédios, monumentos, logradouros, sítios e demais espaços, inclusive naturais, tombados pelos Poderes Públicos; c) restauração de obras de arte e bens móveis e imóveis de reconhecido valor cultural; d) proteção do folclore, do artesanato e das tradições populares nacionais. IV - estímulo ao conhecimento dos bens e valores culturais, mediante: a) distribuição gratuita e pública de ingressos para espetáculos culturais e artísticos; b) levantamentos, estudos e pesquisas na área da cultura e da arte e de seus vários segmentos; c) fornecimento de recursos para o FNC e para as fundações culturais com fins específicos ou para museus, bibliotecas, arquivos ou outras entidades de caráter cultural. V - apoio a outras atividades culturais e artísticas, mediante: a) realização de missões culturais no País e no exterior, inclusive através do fornecimento de passagens; b) contratação de serviços para elaboração de projetos culturais; c) ações não previstas nos incisos anteriores e consideradas relevantes pelo Ministro de Estado da Cultura, consultada a Comissão Nacional de Apoio à Cultura4. CAPÍTULO II Do Fundo Nacional da Cultura - FNC

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Art. 4º Fica ratificado o Fundo de Promoção Cultural, criado pela Lei nº 7.5055, de 2 de julho de 1986, que passará a denominar-se Fundo Nacional da Cultura - FNC, com o objetivo de captar e destinar recursos para projetos culturais compatíveis com as finalidades do PRONAC e de: I - estimular a distribuição regional eqüitativa dos recursos a serem aplicados na execução de projetos culturais e artísticos; II - favorecer a visão interestadual, estimulando projetos que explorem propostas culturais conjuntas, de enfoque regional; III - apoiar projetos dotados de conteúdo cultural que enfatizem o aperfeiçoamento profissional e artístico dos recursos humanos na área da cultura, a criatividade e a diversidade cultural brasileira; IV - contribuir para a preservação e proteção do patrimônio cultural e histórico brasileiro; V - favorecer projetos que atendam às necessidades da produção cultural e aos interesses da coletividade, aí considerados os níveis qualitativos e quantitativos de atendimentos às demandas culturais existentes, o caráter multiplicador dos projetos através de seus aspectos sócio-culturais e a priorização de projetos em áreas artísticas e culturais com menos possibilidade de desenvolvimento com recursos próprios. § 1° O FNC será administrado pelo Ministério da Cul tura e gerido por seu titular, para cumprimento do Programa de Trabalho Anual, segundo os princípios estabelecidos nos artigos 1º e 3º6. § 2° Os recursos do FNC somente serão aplicados em projetos culturais após aprovados, com parecer órgão técnico competente, pelo Ministro de Estado da Cultura7. § 3º Os projetos aprovados serão acompanhados e avaliados tecnicamente pelas entidades supervisionadas, cabendo a execução financeira à SEC/PR. § 4º Sempre que necessário, as entidades supervisionadas utilizarão peritos para análise e parecer sobre os projetos, permitida a indenização de despesas com o deslocamento, quando houver, e respectivos "pró labore" e ajuda de custos, conforme ficar definido no regulamento. § 5º O Secretário da Cultura da Presidência da República designará a unidade da estrutura básica da SEC/PR que funcionará como secretaria executiva do FNC. § 6º Os recursos do FNC não poderão ser utilizados para despesas de manutenção administrativa do Ministério da Cultura, exceto para a aquisição ou locação de equipamentos e bens necessários ao cumprimento das finalidades do Fundo8. § 7º Ao término do projeto, a SEC/PR efetuará uma avaliação final de forma a verificar a fiel aplicação dos recursos, observando as normas e procedimentos a serem definidos no regulamento desta Lei, bem como a legislação em vigor. § 8º As instituições públicas ou privadas recebedoras de recursos do FNC e executoras de projetos culturais, cuja avaliação final não for aprovada pela SEC/PR, nos termos do parágrafo anterior, ficarão inabilitadas pelo prazo de três anos ao recebimento de novos recursos, ou enquanto a SEC/PR não proceder a reavaliação do parecer inicial.

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Art. 5º O FNC é um fundo de natureza contábil, com prazo indeterminado de duração, que funcionará sob as formas de apoio a fundo perdido ou de empréstimos reembolsáveis, conforme estabelecer o regulamento, e constituído dos seguintes recursos: I - recursos do Tesouro Nacional; II - doações, nos termos da legislação vigente; III - legados; IV - subvenções e auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive de organismos internacionais; V - saldos não utilizados na execução dos projetos a que se referem o Capítulo IV e o presente Capítulo desta Lei; VI - devolução de recursos de projetos previstos no Capítulo IV e no presente Capítulo desta Lei, e não iniciados ou interrompidos, com ou sem justa causa; VII - um por cento da arrecadação dos Fundos de Investimentos Regionais a que se refere a Lei nº 8.1679, de 16 de janeiro de 1991, obedecida na aplicação a respectiva origem geográfica regional; VIII – três por cento da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se este valor do montante destinado aos prêmios10; IX - reembolso das operações de empréstimos realizadas através do Fundo, a título de financiamento reembolsável, observados critérios de remuneração que, no mínimo, lhes preserve o valor real; X - resultado das aplicações em títulos públicos federais, obedecida a legislação vigente sobre a matéria; XI - conversão da dívida externa com entidades e órgãos estrangeiros, unicamente mediante doações, no limite a ser fixado pelo Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento11, observadas as normas e procedimentos do Banco Central do Brasil; XII - saldo de exercícios anteriores; XIII - recursos de outras fontes. Art. 6º O FNC financiará até oitenta por cento do custo total de cada projeto, mediante comprovação, por parte do proponente, ainda que pessoa jurídica de direito público, da circunstância de dispor do montante remanescente ou estar habilitado à obtenção do respectivo financiamento, através de outra fonte devidamente identificada, exceto quanto aos recursos com destinação especificada na origem. § 1º (vetado). § 2º Poderão ser considerados, para efeito de totalização do valor restante, bens e serviços oferecidos pelo proponente para implementação do projeto, a serem devidamente avaliados pela SEC/PR. Art. 7º A SEC/PR estimulará, através do FNC, a composição, por parte de instituições financeiras, de carteiras para financiamento de projetos culturais, que levem em conta o caráter social da iniciativa, mediante critérios, normas, garantias e taxas de juros especiais a serem aprovados pelo Banco Central do Brasil. CAPÍTULO III

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Dos Fundos de Investimento Cultural e Artístico - FICART12 Art. 8º Fica autorizada a constituição de Fundos de Investimento Cultural e Artístico - FICART, sob a forma de condomínio, sem personalidade jurídica, caracterizando comunhão de recursos destinados à aplicação em projetos culturais e artísticos. Art. 9° São considerados projetos culturais e artís ticos, para fins de aplicação de recursos do FICART, além de outros que venham a ser declarados pelo Ministério da Cultura13: I - a produção comercial de instrumentos musicais, bem como de discos, fitas, vídeos, filmes e outras formas de reprodução fonovideográficas; II - a produção comercial de espetáculos teatrais, de dança, música, canto, circo e demais atividades congêneres; III - a edição comercial de obras relativas às ciências, às letras e às artes, bem como de obras de referência e outras de cunho cultural; IV - construção, restauração, reparação ou equipamento de salas e outros ambientes destinados a atividades com objetivos culturais, de propriedade de entidades com fins lucrativos; V - outras atividades comerciais ou industriais, de interesse cultural, assim consideradas pelo Ministério da Cultura14. Art. 10. Compete à Comissão de Valores Mobiliários15, ouvida a SEC/PR, disciplinar a constituição, o funcionamento e a administração dos FICART, observadas as disposições desta Lei e as normas gerais aplicáveis aos fundos de investimento. Art. 11. As quotas dos FICART, emitidas sempre sob a forma nominativa ou escritural, constituem valores mobiliários sujeitos ao regime da Lei nº 6.38516, de 7 de dezembro de 1976. Art. 12. O titular das quotas de FICART: I - não poderá exercer qualquer direito real sobre os bens e direitos integrantes do Patrimônio do Fundo; II - não responde pessoalmente por qualquer obrigação legal ou contratual, relativamente aos empreendimentos do Fundo ou da instituição administradora, salvo quanto à obrigação de pagamento do valor integral das quotas subscritas. Art. 13. À instituição administradora de FICART compete: I - representá-lo ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; II - responder pessoalmente pela evicção de direito, na eventualidade da liquidação deste. Art. 14. Os rendimentos e ganhos de capital auferidos pelos FICART ficam isentos do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, assim como do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza17. Art. 15. Os rendimentos e ganhos de capital distribuídos pelos FICART, sob qualquer forma, sujeitam-se à incidência do Imposto sobre a Renda na fonte à alíquota de vinte e cinco por cento18. Parágrafo Único. Ficam excluídos da incidência na fonte de que trata este artigo, os rendimentos distribuídos a beneficiário pessoa jurídica tributada com

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base no lucro real, os quais deverão ser computados na declaração anual de rendimentos. Art. 16. Os ganhos de capital auferidos por pessoas físicas ou jurídicas não tributadas com base no lucro real, inclusive isentas, decorrentes da alienação ou resgate de quotas dos FICART, sujeitam-se à incidência do Imposto sobre a Renda, à mesma alíquota prevista para a tributação de rendimentos obtidos na alienação ou resgate de quotas de Fundos Mútuos de Ações19. § 1º Consideram-se ganho de capital a diferença positiva entre o valor de cessão ou regaste da quota e o custo médio atualizado da aplicação, observadas as datas de aplicação, resgate ou cessão, nos termos da legislação pertinente. § 2º O ganho de capital será apurado em relação a cada resgate ou cessão, sendo permitida a compensação do prejuízo havido em uma operação com o lucro obtido em outra, da mesma ou diferente espécie, desde que de renda variável, dentro do mesmo exercício fiscal. § 3º O imposto será pago até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente àquele em que o ganho de capital foi auferido. § 4º Os rendimentos e ganhos de capital a que se referem o "caput" deste artigo e o artigo anterior, quando auferidos por investidores residentes ou domiciliados no exterior, sujeitam-se à tributação pelo Imposto sobre a Renda, nos termos da legislação aplicável a esta classe de contribuinte. Art. 17. O tratamento fiscal previsto nos artigos precedentes somente incide sobre os rendimentos decorrentes de aplicações em FICART que atendam a todos os requisitos previstos na presente Lei e na respectiva regulamentação a ser baixada pela Comissão de Valores Mobiliários20. Parágrafo Único. Os rendimentos e ganhos de capital auferidos por FICART, que deixem de atender os requisitos específicos desse tipo de Fundo, sujeitar-se-ão à tributação prevista no artigo 4321 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988. CAPÍTULO IV Do Incentivo a Projetos Culturais Art. 18. Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a União facultará às pessoas físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de parcelas do Imposto sobre a Renda, a título de doações ou patrocínios, tanto no apoio direto a projetos culturais apresentados por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas de natureza cultural, como através de contribuições ao FNC, nos termos do artigo 5°, inciso II desta Le i, desde que os projetos atendam aos critérios estabelecidos no artigo 1º desta Lei22. § 1° Os contribuintes poderão deduzir do imposto de renda devido as quantias efetivamente despendidas nos projetos elencados no § 3°, previamente aprovados pelo Minis tério da Cultura, nos limites e condições estabelecidos na legislação do imposto de renda vigente, na forma de: a) doações; e, b) patrocínios.

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§ 2° As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real não poderão deduzir o valor da doação e/ou do patrocínio como despesa operacional. § 3° As doações e os patrocínios na produção cultural, a que se refere o § 1°, atenderão exclusivamente e os seguintes segmentos23: a) artes cênicas; b) livros de valor artístico, literário ou humanístico; c) música erudita ou instrumental; d) circulação de exposições de artes visuais24; e) doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos25; f) produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual26; g) preservação do patrimônio cultural material e imaterial27. Art. 19. Os projetos culturais previstos nesta Lei serão apresentados ao Ministério da Cultura, ou a quem este delegar atribuição, acompanhados do orçamento analítico, para aprovação de seu enquadramento nos objetivos do PRONAC28. § 1° O proponente será notificado dos motivos da de cisão que não tenha aprovado o projeto, no prazo máximo de cinco dias29. § 2° Da notificação a que se refere o parágrafo ant erior, caberá pedido de reconsideração ao Ministro de Estado da Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias30. § 3º (vetado). § 4º (vetado). § 5º (vetado). § 6º A aprovação somente terá eficácia após publicação de ato oficial contendo o título do projeto aprovado e a instituição por ele responsável, o valor autorizado para obtenção de doação ou patrocínio e o prazo de validade da autorização. § 7° O Ministério da Cultura publicará anualmente, até 28 de fevereiro, o montante dos recursos autorizados pelo Ministério da Fazenda para a renúncia fiscal no exercício anterior, devidamente discriminados por beneficiário31. § 8° Para a aprovação dos projetos será observado o princípio da não concentração por segmento e por beneficiário, a ser aferido pelo montante de recursos, pela quantidade de projetos, pela respectiva capacidade executiva e pela disponibilidade do valor absoluto anual de renúncia fiscal32. Art. 20. Os projetos aprovados na forma do artigo anterior serão, durante a sua execução, acompanhados e avaliados pela SEC/PR ou por quem receber a delegação destas atribuições. § 1º A SEC/PR, após o término da execução dos projetos previstos neste artigo, deverá, no prazo de seis meses, fazer uma avaliação final da aplicação correta dos recursos recebidos, podendo inabilitar seus responsáveis pelo prazo de até três anos.

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§ 2º Da decisão a que se refere o parágrafo anterior, caberá pedido de reconsideração ao Ministro do Estado da Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias33. § 3º O Tribunal de Contas da União incluirá em seu parecer prévio sobre as contas do Presidente da República análise relativa à avaliação de que trata este artigo. Art. 21. As entidades incentivadoras e captadoras de que trata este Capítulo deverão comunicar, na forma que venha a ser estipulada pelo Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento34, e SEC/PR, os aportes financeiros realizados e recebidos, bem como as entidades captadoras efetuar a comprovação de sua aplicação. Art. 22. Os projetos enquadrados nos objetivos desta Lei não poderão ser objeto de apreciação subjetiva quanto ao seu valor artístico ou cultural. Art. 23. Para os fins desta Lei, considera-se: I - (vetado). II - patrocínio: a transferência de numerário, com finalidade promocional ou a cobertura pelo contribuinte do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, de gastos ou a utilização de bem móvel ou imóvel do seu patrimônio, sem a transferência de domínio, para a realização, por outra pessoa física ou jurídica de atividade cultural com ou sem finalidade lucrativa prevista no artigo 3º desta Lei. § 1º Constitui infração a esta Lei o recebimento pelo patrocinador, de qualquer vantagem financeira ou material em decorrência do patrocínio que efetuar. § 2º As transferências definidas neste artigo não estão sujeitas ao recolhimento do Imposto sobre a Renda na Fonte. Art. 24. Para os fins deste Capítulo, equiparam-se a doações, nos termos do regulamento: I - distribuições gratuitas de ingressos para eventos de caráter artístico-cultural por pessoas jurídicas a seus empregados e dependentes legais; II - despesas efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas com o objetivo de conservar, preservar ou restaurar bens de sua propriedade ou sob sua posse legítima, tombados pelo Governo Federal, desde que atendidas as seguintes disposições: a) preliminar definição, pelo Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC35, das normas e critérios técnicos que deverão reger os projetos e orçamentos de que trata este inciso; b) aprovação prévia, pelo IBPC, dos projetos e respectivos orçamentos de execução das obras; c) posterior certificação, pelo referido órgão, das despesas efetivamente realizadas e das circunstâncias de terem sido as obras executadas de acordo com os projetos aprovados. Art. 25. Os projetos a serem apresentados por pessoas físicas ou pessoas jurídicas, de natureza cultural para fins e incentivo, objetivarão desenvolver as formas de expressão, os modos de criar e fazer, os processos de preservação e proteção do patrimônio cultural brasileiro, e os estudos e métodos de interpretação da realidade cultural, bem como contribuir para propiciar meios, à

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população em geral, que permitam o conhecimento dos bens e valores artísticos e culturais, compreendendo entre outros, os seguintes segmentos: I - teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres; II - produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e congêneres; III - literatura, inclusive obras de referência; IV - música; V - artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras congêneres; VI - folclore e artesanato; VII - patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueológico, bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos; VIII - humanidades; e IX - rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial. Parágrafo Único. Os projetos culturais relacionados com os segmentos do inciso II deste artigo deverão beneficiar exclusivamente as produções independentes, bem como as produções culturais-educativas de caráter não-comercial, realizadas por empresas de rádio e televisão36. Art. 26. O doador ou patrocinador poderá deduzir do imposto devido na declaração do Imposto sobre a Renda os valores efetivamente contribuídos em favor de projetos culturais aprovados de acordo com os dispositivos desta Lei, tendo como base os seguintes percentuais: I - no caso das pessoas físicas, oitenta por cento das doações e sessenta por cento dos patrocínios; II - no caso das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, quarenta por cento das doações e trinta por cento dos patrocínios. § 1º A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá abater as doações e patrocínios como despesa operacional. § 2º O valor máximo das deduções de que trata o "caput" deste artigo será fixado anualmente pelo Presidente da República, com base em um percentual da renda tributável das pessoas físicas e do imposto devido por pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real. § 3º Os benefícios de que trata este artigo não excluem ou reduzem outros benefícios, abatimentos e deduções em vigor, em especial as doações a entidades de utilidade pública efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas. § 4º (vetado). § 5º O Poder Executivo estabelecerá mecanismo de preservação do valor real das contribuições em favor dos projetos culturais, relativamente a este Capítulo37. Art. 27. A doação ou o patrocínio não poderá ser efetuada a pessoa ou instituição vinculada ao agente. § 1º Consideram-se vinculados ao doador ou patrocinador: a) a pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja titular, administrador, gerente, acionista ou sócio, na data da operação, ou nos doze meses anteriores;

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b) o cônjuge, os parentes até terceiro grau, inclusive os afins, e os dependentes do doador ou patrocinador ou dos titulares, administradores, acionistas ou sócios de pessoa jurídica vinculada ao doador ou patrocinador, nos termos da alínea anterior; c) outra pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja sócio. § 2° Não se consideram vinculadas as instituições c ulturais sem fins lucrativos, criadas pelo doador ou patrocinador, desde que devidamente constituídas e em funcionamento, na forma da legislação em vigor38. Art. 28. Nenhuma aplicação dos recursos previstos nesta Lei poderá ser feita através de qualquer tipo de intermediação. Parágrafo Único. A contratação de serviços necessários à elaboração de projetos para a obtenção de doação, patrocínio ou investimento, bem como a captação de recursos ou a sua execução por pessoa jurídica de natureza cultural, não configura a intermediação referida neste artigo39. Art. 29. Os recursos provenientes de doações ou patrocínios deverão ser depositados e movimentados, em conta bancária específica, em nome do beneficiário, e a respectiva prestação de contas deverá ser feita nos termos do regulamento da presente Lei40. Parágrafo Único. Não serão consideradas, para fins de comprovação do incentivo, as contribuições em relação às quais não se observe esta determinação. Art. 30. As infrações aos dispositivos deste Capítulo, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, sujeitarão o doador ou patrocinador ao pagamento do valor atualizado do Imposto sobre a Renda devido em relação a cada exercício financeiro, além das penalidades e demais acréscimos previstos na legislação que rege a espécie. § 1° Para os efeitos deste artigo, considera-se sol idariamente responsável por inadimplência ou irregularidade verificada a pessoa física ou jurídica propositora do projeto41. § 2° A existência de pendências ou irregularidades na execução de projetos da proponente junto ao Ministério da Cultura suspenderá a análise ou concessão de novos incentivos, até a efetiva regularização42. § 3° Sem prejuízo do parágrafo anterior, aplica-se, no que couber, cumulativamente, o disposto nos arts. 38 e seguintes desta Lei43. CAPÍTULO V Das Disposições Gerais e Transitórias Art. 31. Com a finalidade de garantir a participação comunitária, a representação de artistas e criadores no trato oficial dos assuntos da cultura e a organização nacional sistêmica da área, o Governo Federal estimulará a institucionalização de Conselhos de Cultura no Distrito Federal, nos Estados e nos Municípios. Art. 32. Fica instituída a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura - CNIC, com a seguinte composição: I - Secretário da Cultura da Presidência da República; II - os Presidentes das entidades supervisionadas pela SEC/PR;

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III - o Presidente da entidade nacional que congregar os Secretários de Cultura das Unidades Federadas; IV - um representante do empresariado brasileiro; V - seis representantes de entidades associativas dos setores culturais e artísticos de âmbito nacional. § 1º A CNIC será presidida pela autoridade referida no inciso I deste artigo que, para fins de desempate terá voto de qualidade. § 2º Os mandatos, a indicação e a escolha dos representantes a que se referem os incisos IV e V deste artigo, assim como a competência da CNIC, serão estipulados e definidos pelo regulamento desta Lei. Art. 33. A SEC/PR, com a finalidade de estimular e valorizar a arte e a cultura, estabelecerá um sistema de premiação anual que reconheça as contribuições mais significativas para a área44: I - de artistas ou grupos de artistas brasileiros ou residente no Brasil, pelo conjunto de sua obra ou por obras individuais; II - de profissionais de área do patrimônio cultural; III - de estudiosos e autores na interpretação crítica da cultura nacional, através de ensaios, estudos e pesquisas. Art. 34. Fica instituída a Ordem do Mérito Cultural, cujo estatuto será aprovado por decreto do Poder Executivo, sendo que as distinções serão concedidas pelo Presidente da República, em ato solene, a pessoas que, por sua atuação profissional ou como incentivadoras das artes e da cultura, mereçam reconhecimento45. Art. 35. Os recursos destinados ao então Fundo de Promoção Cultural, nos termos do artigo 1º, § 6º, da Lei nº 7.505, de 2 de julho de 1986, serão recolhidos ao Tesouro Nacional para aplicação pelo FNC, observada a sua finalidade. Art. 36. O Departamento da Receita Federal46, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, no exercício de suas atribuições específicas, fiscalizará a efetiva execução desta Lei, no que se refere à aplicação de incentivos fiscais nela previstos. Art. 37. O Poder Executivo a fim de atender o disposto no artigo 26, § 2º desta Lei, adequando-o às disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias, enviará, no prazo de trinta dias, Mensagem ao Congresso Nacional, estabelecendo o total da renúncia fiscal e correspondente cancelamento de despesas orçamentárias. Art. 38. Na hipótese de dolo, fraude ou simulação, inclusive no caso de desvio de objeto, será aplicada, ao doador e ao beneficiário, a multa correspondente a duas vezes o valor da vantagem recebida indevidamente. Art. 39. Constitui crime, punível com a reclusão de dois a seis meses e multa de vinte por cento do valor do projeto, qualquer discriminação de natureza política que atente contra a liberdade de expressão, de atividade intelectual e artística, de consciência ou crença, no andamento dos projetos a que se referem esta Lei.

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Art. 40. Constitui crime, punível com reclusão de dois a seis meses e multa de vinte por cento do valor do projeto, obter redução do Imposto sobre a Renda utilizando-se fraudulentamente de qualquer benefício desta Lei. § 1º No caso de pessoa jurídica respondem pelo crime o acionista controlador e os administradores que para ele tenham concorrido. § 2º Na mesma pena incorre aquele que, recebendo recursos, bens ou valores em função desta Lei, deixe de promover, sem justa causa, atividade cultural objeto do incentivo. Art. 41. O Poder Executivo, no prazo de sessenta dias, regulamentará a presente Lei47. Art. 42. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 43. Revogam-se as disposições em contrário. FERNANDO COLLOR Jarbas Passarinho 1 Esta Lei foi alterada originariamente pela Medida Provisória n° 1.589, de 24 de setembro de 1997, que e após sucessivas reedições foi transformada na Lei nº 9.874, de 23 de novembro de 1999. 2 Ver Instrução Normativa CVM n° 186, de 17 de março de 1992. 3 Ver Instrução Normativa Conjunta nº 1, de 13 de junho de 1995, da Secretaria Executiva do Ministério da Cultura e Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda. 4 A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura - CNIC é órgão consultivo do Ministério da Cultura, vinculada ao Gabinete do Ministro de Estado da Cultura. Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999 5 Revogada. A Lei 8.034, de 12 de abril de 1990, revogou os incentivos às pessoas jurídicas previstos nessa lei. A Lei n° 8.313/91 restabeleceu seus princípios e incentivos a partir do exercício de 1991. 6 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 7 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 8 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 9 "Altera a legislação do Imposto sobre a Renda relativa a incentivos fiscais, estabelece novas condições operacionais dos Fundos de Investimentos Regionais, e dá outras providências". 10 Com a redação dada pela Lei nº 9.999, de 30 de agosto de 2000. Vide também PORTARIA Nº 1.285, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997, do Ministério da Justiça e Decreto n° 2.290, de 4 de agosto de 1997. 11 Leia-se: Ministério da Fazenda. O Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, por transformação (art. 20 da Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992, alterada pela Medida Provisória n° 1.549-34, de 11 de setembro de 1997) passou para Ministério da Fazenda. Ver Portaria MF n° 202, de 19 de agosto de 199 6, e Portaria MinC n° 184, de 25 de novembro de 1996. 12 Na área cinematográfica ver também o art. 6° do Decreto n° 575, de 23 de junho de 1992. 13 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 14 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999.

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15 Entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda (Decreto nº 1.361, de 1º de janeiro de 1995). Ver Instrução Normativa CVM n° 186, de 17 de março de 1992. 16 Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários". 17 Artigo revogado pela Medida Provisória nº 401, de 29 de dezembro de 1993, reeditada até 29 de abril de 1994, e transformada na Lei nº 8.894, de 21 de junho de 1994, que "Dispõe sobre o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários, e dá outras providências." 18 A Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, em seu art.14, reduz a alíquota de 25% para 10%. 19 Ver Leis: 8.383, de 30 de dezembro de 1991, 8.849, de 28 de janeiro de 1994, 1981, de 20 de janeiro de 1995, 9.064 e 9.065, de 20 de junho de 1995, 9.249 e 9.250, de 26 de dezembro de 1995, e Medida Provisória nº 1.559, de 19 de dezembro de 1996, e Instruções Normativas complementares da Secretaria da Receita Federal. 20 Ver Instrução Normativa CVM nº 186, de 17 de março de 1992. 21 A Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, no art. 14, estabelece que os rendimentos e ganhos de capital distribuídos, a partir de 1º de julho de 1995, pelo Fundo de Investimento Cultural e Artístico - FICART, sob qualquer forma e qualquer que seja o beneficiário, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de dez por cento. 22 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 23 O art. 25 da Lei n° 8.313/91 relaciona os segmentos culturais beneficiados pelo incentivo fiscal previsto no art. 26 da mesma lei, não são excepcionados por este parágrafo, portanto, prevalecem na sua forma original. 24 Com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.228, de 6 de setembro de 2001. 25 Com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.228, de 6 de setembro de 2001. 26 Com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.228, de 6 de setembro de 2001. 27 Com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.228, de 6 de setembro de 2001. 28 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 29 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 30 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 31 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 32 Acrescido pela Lei nº 9.874, de 1999. 33 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 34 Idem 12. 35 A denominação Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC foi alterada para Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN pela Medida Provisória nº 752, de 6 de dezembro de 1994, que é convalidada mensalmente, sendo a última a Medida Provisória n° 1.549-34, de 11 de setembro de 1997.

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36 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 37 Prejudicado em razão da estabilização da moeda. 38 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 39 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 40 Ver Decreto nº 1.494, de 17 de maio de 1995, e Instrução Normativa MINC/MF nº 1, de 13 de junho de 1995. 41 Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999. 42 Acrescido pela Lei nº 9.874, de 1999. 43 Acrescido pela Lei nº 9.874, de 1999. 44 Ver as Portarias MinC 45 Ver Decreto nº 1.711, de 22 de novembro de 1995, que aprova o Regulamento da Ordem do Mérito Cultural. 46 Atualmente: Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda. 47 Ver Decreto nº 1.494, de 17 de maio de 1995. publicado por SPC

Ministério da Cultura

Fonte: Internet

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ANEXO III

BANCO CENTRAL DO BRASIL Banco Central do Brasil Lei 8666/93 LEI Nº 8.666 DE 21 DE JUNHO DE 1993 Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. O presidente da república faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Seção I Dos Princípios Art. 1º - Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. 2º - As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. Art. 3º - A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. § 1º É vedado aos agentes públicos:

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I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato; II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991. (1) § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: (1) I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura; § 4º (VETADO). (1) - EC 6/95 DOU 16/08/1995 pág. 12353 - conferir dispositivos. Obs: A EC 6/95 revogou o artigo 171 da CF de 1988. Art. 4º - Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta Lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. Art. 5º - Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada. § 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor. (1) § 2º A correção de que trata o parágrafo anterior, cujo pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem. (2) § 3º Observado o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem

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prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (3) (1) - Decreto 1054/94 DOU 08/02//1994 pág. 1908 - Regulamentação - § 1º. (2) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. (3) - § 3 incluído pela MP 1531-11/97 DOU 18/10/1997 pág. 23549. (Vide MP 1531-12/97 DOU 14/11/1997 pág. 26229 - reedição). (Vide MP 1531-13/97 DOU 12/12/1997 pág. 29513 - reedição). (Vide MP 1531-14/98 DOU 09/01/1998 pág. 00001 - reedição). (Vide MP 1531-15/98 DOU 06/02/1998 pág. 00001 - reedição). (Vide MP 1531-16/98 DOU 06/03/1998 pág. 00002 - reedição). (Vide MP 1531-17/98 DOU 03/04/1998 pág. 00006 - reedição). (Vide MP 1531-18/98 DOU 30/04/1998 pág. 00002 - reedição). (Vide Lei 9648/98 - conversão) (3) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: Inclusão §3º. Texto original: "Art.5 .................................................................................................................... §1º.......................................................................................................................... §2º- A correção de que trata o parágrafo anterior correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se refere." Seção II Das Definições Art. 6º - Para os fins desta Lei, considera-se: I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente; IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros; V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei; VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos; VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios; VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (1) a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;

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b) empreitada por preço unitário - quando se contrata, a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; c) (VETADO) d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada; IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados; X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas; XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;

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XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; (1) XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública; XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.6- ............................................................................................................. VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros, sob qualquer das seguintes modalidades. XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública;" Seção III Das Obras e Serviços Art. 7º - As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência: I - projeto básico; II - projeto executivo; III - execução das obras e serviços. § 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração. § 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório; II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executados no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma; IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso. § 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica. § 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

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§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório. § 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa. § 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório. (1) § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada. § 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação. (1) - Decreto 1054/94 DOU 08/02/1994 pág. 1908 - Regulamentação. Art. 8º - A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução. Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. (1) (1) - Parágrafo único incluído pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Art. 9º - Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado; III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. § 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada. § 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração. § 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o

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licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários. § 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação. Art. 10 - As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas: I - execução direta; II - execução indireta, nos seguintes regimes: (1) a) empreitada por preço global; b) empreitada por preço unitário; c) VETADO; d) tarefa; e) empreitada integral. Parágrafo único. (VETADO) I - justificação tecnicamente com a demonstração da vantagem para a administração em relação aos demais regimes; (1) II - os valores não ultrapassarem os limites máximos estabelecidos para a modalidade de tomada de preços, constantes no art. 23 desta lei; (1) III - previamente aprovado pela autoridade competente. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: parágrafo único - (Inclusão: incisos I, II e III). Texto original: "Art.10 .................................................................................................................. II - execução indireta, nas seguintes modalidades:" Art. 11 - As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento. Art. 12 - Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisitos: I - segurança; II - funcionalidade e adequação ao interesse público; III - economia na execução, conservação e operação; IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação; V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço; VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas; (1) VII - impacto ambiental. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.12 - ................................................................................................................ VI - adoção das normas técnicas adequadas;" Seção IV Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

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Art. 13 - Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; (1) IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico; VIII - (VETADO). § 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração. § 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. § 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.13 - ................................................................................................................ III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras." Seção V Das Compras Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa. Art. 15 - As compras, sempre que possível, deverão: (1) I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, e assistência técnica e garantia oferecidas; II - ser processadas através de sistema de registro de preços; III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhante às do setor privado; IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade; V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública. § 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado. § 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial.

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§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições: I - seleção feita mediante concorrência; II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados; III - validade do registro não superior a um ano. § 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições. § 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser informatizado. § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado. § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda: I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca; II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação; III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material. § 8º O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23 desta Lei para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros. (1) - Decreto 2743/98 DOU 24/08/1998 pág. 1 - Regulamentação. Art. 16 - Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela Administração direta ou indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (1) Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: (Inclusão: parágrafo único). Texto original: "Art. 16 - Fechado o negócio será publicada a relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou Indireta de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação." Seção VI Das Alienações Art. 17 - A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

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I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo; c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo; (1) f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de interesse social, por órgãos ou entidades da Administração Pública especificamente criados para esse fim; (1) II - quando móveis dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos: a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; (2) d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. § 1º Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário. § 2º A Administração Pública poderá conceder direito real de uso de bens imóveis, dispensada a licitação, quando o uso se destinar a outro órgão ou entidade da Administração Pública. § 3º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei: I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei. (3) II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de

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operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (3) § 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado. (4) § 5º Na hipótese do parágrafo anterior caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em 2º grau em favor do doador. (4) § 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (4) (1) - Alíneas e e f incluídas pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. _______________________________________________________________ (2) - Decreto 905/93 DOU 27/08/1993 pág. 12681 - Regulamentação. _______________________________________________________________ (3) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 – Alteração: §3º inciso I inciso II. _______________________________________________________________ (4) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: §4º (Inclusão: §5ºe §6º). Texto original: "Art.17 - ............................................................................................................... §3º- Entende-se por investidura, para os fins desta Lei, a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei. §4º- A doação com encargo poderá ser licitada, e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato." Art. 18 - Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação. Parágrafo único. (REVOGADO) (1) (1) - Parágrafo único revogado pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.18 - .............................................................................................................. Parágrafo único. Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão." Art. 19 - Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis;

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II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original. "Art.19 - ................................................................................................................ III - adoção do procedimento licitatório." CAPÍTULO II DA LICITAÇÃO Seção I Das Modalidades, Limites e Dispensa Art. 20 - As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado. Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais. Art. 21 - Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (1) I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. § 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação. § 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: I - quarenta e cinco dias para: a) concurso; b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; II - trinta dias para: a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

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III - quinze dias para tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; IV - cinco dias úteis para convite. § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: incisos I, II e III; §2º, incisos I, II, III e IV ; §3º). Texto original. "Art. 21 - Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências e tomadas de preços, embora realizadas no local de repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, durante 3 (três) dias consecutivos, obrigatória e contemporaneamente: I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão da Administração Pública Federal ou do Distrito Federal e, ainda, quando se tratar de obras, compras e serviços financiados parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidos por instituições federais: II - no Diário Oficial do Estado onde será realizada a obra ou serviço, quando se tratar de licitação de órgãos da Administração Estadual ou Municipal; III - em pelo menos um jornal diário de grande circulação no Estado ou, se houver, no Município onde será realizada a obra ou serviço, podendo ainda a Administração, para ambos os casos, conforme o vulto da concorrência, utilizar- se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. §2º- O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: I - 30 (trinta)dias para a concorrência; II - 45 (quarenta e cinco) dias para o concurso; III - 15 (quinze) dias para a tomada de preços ou leilão; IV - 45 (quarenta e cinco) dias para a licitação do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço", ou quando o contrato a ser celebrado contemplar a modalidade de empreitada integral; §3º- Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da primeira publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. Art. 22 - São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite;

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IV - concurso; V - leilão; § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. § 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 vinte e quatro horas da apresentação das propostas. § 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. § 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (1) § 6º Na hipótese do §3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite realizado para objeto idêntico ou assemelhado é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. § 7º Quando por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no §3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. § 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo. § 9º Na hipótese do §2º deste artigo, a Administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos artigos 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: §5º (Inclusão: §9º). Texto original. "Art.22 ............................................................................................................... §5º- Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos

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legalmente apreendidos ou penhorados a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação." Art. 23 - As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia:(1) a) convite - até R$150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); b) tomada de preços - até R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais ); c) concorrência - acima de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(1) a) convite - até R$80.000,00 (oitenta mil reais); b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); c) concorrência - acima de R$650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais). § 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala. (2) § 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (2) § 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores, ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (2) § 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. § 5º É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (2) § 6º As organizações industriais da Administração Federal direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (2) § 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, e permitida a cotação de quantidade inferior a

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demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala. (1) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: Inciso I al/a al/b al/c; Inciso II al/a al/b al/c; (Inclusão: §7º). Texto original: "Art.23 - As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: §1º - Para os Municípios, bem como para os órgãos e entidades a eles subordinados, aplicam-se os seguintes limites em relação aos valores indicados no "caput" deste artigo e nos incisos I e II do art. 24 desta Lei: §2º- Para os fins do parágrafo anterior, adotar-se-á como parâmetro o número de habitantes em cada município segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. §3º- A concorrência é a modalidade de licitação cabível, quaisquer que seja o valor do seu objeto, na compra ou alienação de bens imóveis, nas concessões de direito real de uso, bem como nas licitações internacionais, admitida, neste último caso, a tomada de preços, desde que o órgão ou entidade disponha de cadastro internacional de fornecedores e sejam observados os limites deste artigo. §5º- É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras ou serviços da mesma natureza que possam ser realizados simultânea ou sucessivamente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza especifica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço." _______________________________________________________________ (2) - Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração. Art. 24 - É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a" do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (1) II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a" do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou

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comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (1) IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (3) X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (1) XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros, perecíveis no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (1) XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; (1) XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (1) XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de

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autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade; XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da Administração e de edições técnicas oficiais, bem como para a prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; (1) XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (1) XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei; (1) XIX - para as compras de materiais de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (1) XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (1) XXI - para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa cientifica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. (2) XXII - na contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica. (2) XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (2) XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (2) Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II deste artigo serão 20% ( vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por

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sociedade de economia mista e empresa pública, bem assim por autarquia e fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (2) (1) - Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: incisos I, VIII, X, XII, XIII, XIV; (inclusão: incisos XVI, XVII, XVIII, XIX e XX) . (2) - Inciso XXI incluído pela MP 1452/96 DOU 11/05/1996 pág. 8143. (Vide MP 1500/96 DOU 10/06/1996 pág. 10132 - reedição). (Vide MP 1500-12/96 DOU 10/07/1996 pág. 12676 - reedição). (Vide MP 1500-13/96 DOU 09/08/1996 pág. 15054 - reedição). (Vide MP 1500-14/96 DOU 06/09/1996 pág. 17554 - reedição) . (Vide MP 1500-15/96 DOU 04/10/1996 pág. 19818 - reedição). (Vide pela MP 1500-16/96 DOU 01/11/1996 pág. 22454- reedição). (Vide MP 1500-17/96 DOU 30/11/1996 pág. 25434 - reedição). (Revogada pela MP 1531/96) (2) - MP 1531/96 DOU 03/12/1996 pág. 25577 - Alteração. (Vide MP 1531-1/96 DOU 02/01/1997 pág. 1 - reedição) . (Vide MP 1531-2/97 DOU 31/01/1997 pág. 1865 - reedição) . (Vide MP 1531-3/97 DOU 28/02/1997 pág. 3728 - reedição). (Vide MP 1531-4/97 DOU 27/03/1997 pág. 6049 - reedição). (2) - Inciso XXII incluído pela MP 1531-4/97 DOU 27/03/1997 pág. 6049. (Vide MP 1531-5/96 DOU 25/04/1997 pág. 8125 - reedição) . (Vide MP 1531-6/97 DOU 24/05/1997 pág. 10817 - reedição) . (Vide MP 1531-7/97 DOU 23/06/1997 pág. 12877 - reedição). (Vide MP 1531-8/97 DOU 23/07/1997 pág. 15825 - reedição). (Vide MP 1531-9/97 DOU 22/08/1997 pág. 18237 - reedição). (Vide MP 1531-10/97 DOU 19/09/1997 pág. 20739 - reedição). (Vide MP 1531-11/97 DOU 18/10/1997 pág. 23549 - reedição). (Vide MP 1531-12/97 – reedição parcial). (2) - Inciso XXIII incluído pela MP 1531-12/97 DOU 14/11/1997 pág. 26229. (Vide MP 1531-13/97 – reedição parcial). (2) - Inciso XXIV e parágrafo único incluídos pela MP 1531-13/97 DOU 12/12/1997 pág. 29513. (Vide MP 1531-14/98 DOU 09/01/1998 pág. 0001 - Reedição). (Vide MP 1531-15/98 DOU 06/02/1998 pág. 00001 - Reedição). (Vide MP 1531-16/98 DOU 06/03/1998 pág. 00002 - reedição). (Vide MP 1531-17/98 DOU 03/04/1998 pág. 00006 - reedição). (Vide MP 1531-18/98 DOU 30/04/1998 pág. 00002 - reedição). (Vide Lei 9648/98 - conversão). (2) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: incisos I, II; (Inclusão: incisos XXI, XXII; XXIV parágrafo único). Texto original: "Art.24 -................................................................................................................ I - para as obras e serviços de engenharia de valor até 5% (cinco por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda de obras e serviços da mesma natureza que possam ser realizados

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simultaneamente ou sucessivamente; VIII - quando a operação envolver exclusivamente pessoas jurídicas de direito público interno, exceto se houver empresas privadas ou de economia mista que possam prestar ou fornecer os mesmos bens ou serviços, hipótese em que ficarão sujeitas à licitação; X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao serviço público, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; XII - nas compras eventuais de gêneros alimentícios perecíveis, em centro de abastecimento ou similar, realizadas diretamente com base no preço do dia; XIII- na contratação de instituição nacional sem fins lucrativos, incumbida regimentalmente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, científico ou tecnológico, desde que a pretensa contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional; XIV - para a aquisição de bens ou serviços por intermédio de organização internacional, desde que o Brasil seja membro e nos termos de acordo específico, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;" (3) - Decreto 2295/97 DOU 05/08/1997 pág. 16698 - Regulamentação; inciso IX. Art. 25 - É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. § 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado

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à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. Art. 26 - As dispensas previstas nos parágrafos 2º e 4º do art. 17 e nos incisos III a XXIV do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º, deverão ser comunicados dentro de três dias à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos atos. (1) (2) Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço; IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. (2) (1) - Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração. (2) - MP 1452/96 DOU 11/05/1996 pág. 8143 - (Alteração: caput, inclusão inciso IV). (Vide MP 1500/96 DOU 10/06/1996 pág. 10132 - reedição). (Vide MP 1500-12/06 DOU 10/07/1996 pág. 12676 - reedição). (Vide MP 1500-13/96 DOU 09/08/1996 pág. 15054 - reedição). (Vide MP 1500-14/96 DOU 06/09/1996 pág. 17554 - reedição). (Vide MP 1500-15/96 DOU 04/10/1996 pág. 19818 - reedição). (Vide MP 1500-16/96 DOU 01/11/1996 pág. 22454 - reedição). (Vide M P 1500-17/96 DOU 30/11/1996 pág. 25434 - reedição). (Revogada pela MP 1531/96) (2) - MP 1531/96 DOU 03/12/1996 pág. 25577 - Alteração: caput; inclusão: inciso IV. Vide MP 1531-1/96 DOU 02/01/1997 pág. 1 - reedição). Vide MP 1531-2/97 DOU 31/01/1997 pág. 1865 - reedição). (Vide MP 1531-3/97 DOU 28/02/1997 pág. 3728 - reedição). (Vide MP 1531-4/97 DOU 27/03/1997 pág. 6049 - reedição). (Vide MP 1531-5/97 DOU 25/04/1997 pág. 8125 - reedição). (Vide MP 1531-6/97 DOU 24/05/1997 pág. 10817- reedição). (Vide MP 1531-7/97 DOU 23/06/1997 pág. 12877 - reedição). (Vide MP 1531-8/97 DOU 23/07/1997 pág. 15825 - reedição). (Vide MP 1531-9/97 DOU 22/08/1997 pág. 18237- reedição). (Vide MP 1531-10/97 DOU 19/09/1997 pág. 20739 - reedição). (Vide MP 1531-11/97 DOU 18/10/1997 pág. 23549 - reedição). (Vide MP 1531-12/97 DOU 14/11/1997 pág. 26229 - reedição). (Vide MP 1531-13/97 DOU 12/12/1997 pág. 29513 - reedição). (Vide MP 1531-14/98 DOU 09/01/1998 pág. 00001 - reedição). (Vide MP 1531-15/98 DOU 06/02/1998 pág. 00001 - reedição). (Vide MP 1531-16/98 DOU 06/03/1998 pág. 00002 - reedição).

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(Vide MP 1531-17/98 DOU 03/04/1998 pág. 00006 - reedição). (Vide MP 1531-18/98 DOU 30/04/1998 pág. 00002 - reedição). (Vide Lei 9648/98 - conversão) (2) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: caput; inclusão: inciso IV . Texto original: Art. 26 - As dispensas previstas nos incisos III a XV do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do § 2º do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados dentro de 3 (três) dias à autoridade superior para ratificação e publicação na imprensa oficial no prazo de 5 (cinco) dias, como condição de eficácia dos atos." Seção II Da Habilitação Art. 27 - Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a: I - habilitação jurídica; II - qualificação técnica; III - qualificação econômica-financeira; IV - regularidade fiscal. V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art.7º da Constituição Federal. (1) (1) - Inciso V incluído pela Lei 9854/99 DOU 28/10/1999 pág. 1. Art. 28 - A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em: I - cédula de identidade; II - registro comercial, no caso de empresa individual; III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos da eleição de seus administradores; IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício; V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir. Art. 29 - A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em: I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

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IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.29- ................................................................................................................. IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social, demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei." Art. 30 - A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação; IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso. § 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: (1) I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; II - (VETADO); a) - (VETADO); b) - (VETADO). § 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (1) § 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.

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§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado. § 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação. § 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia. § 7º (VETADO) I - (VETADO); II - (VETADO). § 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos. § 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica, aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais. § 10 Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do §1º deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração. (1) § 11 (VETADO); § 12 (VETADO). (1) - Redação dada pela lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: §1º, §2º (Inclusão: §10). Texto original: "Art.30- ................................................................................................................. §1º- A comprovação de aptidão referida no inciso II deste artigo, no caso de licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente certificados pela entidade profissional competente, limitadas as exigências a: a) quanto à capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data da licitação, profissional de nível superior detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;

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b) VETADO §2º- As parcelas de maior relevância técnica ou de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão prévia e objetivamente definidas no instrumento convocatório." Art. 31 - A documentação relativa à qualificação econômica-financeira limitar-se-á a: I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrados há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta; II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e §1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação. § 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (1) § 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no §1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. § 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior, não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais. § 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação. § 5º A comprovação da boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para a correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (1) § 6º - vetado nos parágrafos 2º e 3º deste artigo. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.31- ................................................................................................................

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§1º- A exigência de indicadores limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato. §5º- A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo que tenha dado início ao processo licitatório." Art. 32 - Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da Administração ou publicação em órgão da imprensa oficial. (1) § 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. § 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o §1º do art. 36, substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação. (2) § 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei. § 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente. § 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida. § 6º O disposto no §4º deste artigo, no §1º do art. 33 e no §2º do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior. (1) - Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: Caput. (2) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: §2º. Texto original:

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"Art.32 - Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por tabelião de notas ou por funcionário da unidade que realiza a licitação, ou publicação em órgão de imprensa oficial. §2º- O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 e 29, exclusive aqueles de que tratam os incisos III e IV do art. 29, obrigada a parte a declarar, sob as penalidades cabíveis, a superveniência de fato impeditivo da habilitação, e a apresentar o restante da documentação prevista nos arts. 30 e 31 desta Lei. Art. 33 - Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas: I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital; III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei; IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente; V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quando na de execução do contrato. § 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo. § 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo. Seção III Dos Registros Cadastrais Art. 34 - Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (1) § 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.

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§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública. (1) – Decreto 3722/2001 DOU 10/01/2001 pág. 1 (e) – Regulamentação. Art. 35 - Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei. Art. 36 - Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 3l desta Lei. § 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o registro. § 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral. Art. 37 - A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral. Seção IV Do Procedimento e Julgamento Art. 38 - O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente: I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite; III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem; V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação; VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões; IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente; X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso; XI - outros comprovantes de publicações; XII - demais documentos relativos à licitação. Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.38- .................................................................................................................

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Parágrafo único - As minutas dos editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas pelo órgão de assessoria jurídica da unidade responsável pela licitação." Art. 39 - Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.39 - ............................................................................................................... Parágrafo único - Para os fins deste artigo, bem como para os do § 5º do art. 23 e do inciso I do art. 24 desta lei, consideram-se licitações simultâneas ou sucessivas aquelas com objeto semelhante, sendo licitações simultâneas aquelas com realização prevista para intervalos não superiores a 30 (trinta) dias e licitações sucessivas aquelas em que o edital subseqüente tenha uma data anterior a 120 (cento e vinte) dias após o término das obrigações previstas na licitação antecedente." Art. 40 - O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação; III - sanções para o caso de inadimplemento; IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico; V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido; VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas; VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

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VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para tendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto; IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no casos de licitações internacionais; X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (1) XII - (VETADO); XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstas em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas; XIV - condições de pagamento, prevendo: a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela; (1) b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros; c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; (1) d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos; e) exigência de seguros, quando for o caso; XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação. § 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados. § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros complementos; II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (1) III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor; IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação. § 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do

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bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança. § 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensados: (1) I - o disposto no inciso XI deste artigo; II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. (1) - Decreto 1054/94 DOU 08/02/1994 pág. 1908 - Regulamentação: incisos XI, XIV. (1) - Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: Inciso X , XI; Inciso XIV alínea a, alínea c; §2ºInciso II; (Inclusão: §4º). (1) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: inciso X. Texto original: "Art.40 - ................................................................................................................ X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso; XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção admitida a adoção de índices específicos ou setoriais desde a data da proposta ou do orçamento a que esta se referir até a data do adimplemento de cada parcela. XIV - .................................................................................................................... a) prazo de pagamento em relação à data final a cada período de aferição não superior a 30 (trinta) dias; c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data a ser definida nos termos da alínea "a" deste inciso até a data do efetivo pagamento; §2º- ....................................................................................................................... II - demonstrativo do orçamento estimado em planilhas de quantitativos e custos unitários;" Art. 41 - A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no §1º do art. 113. § 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a Administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a

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realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (1) § 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. § 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subsequentes. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.41 - ................................................................................................................ §2º- Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a Administração o licitante que, tendo-os aceito sem objeção, venha a apontar, depois da abertura dos envelopes de habilitação, falhas ou irregularidades que o viciariam, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. Art. 42 - Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes. § 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro. § 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. (1) § 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro. § 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda. § 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior. (1) § 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285.

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Texto original: "Art.42 - ................................................................................................................ §2º- O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira à taxa de câmbio vigente na data do efetivo pagamento. §5º- Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas na respectiva licitação, mantidos os princípios basilares desta Lei, as normas e procedimentos daquelas entidades e as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais, aprovados pelo Congresso Nacional." Art. 43 - A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos: I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação; III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamentos dos recursos interpostos; IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis; V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital; VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação. § 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão. § 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão. § 3º É facultada à comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta. § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (1)

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§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. § 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.43 - ................................................................................................................ §4º- O disposto neste artigo aplica-se á concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite, facultada, quanto a este último, a publicação na imprensa oficial." Art. 44 - No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. § 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado, que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. § 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes. § 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (1) § 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.44 - ................................................................................................................ §3º- Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos. §4º- O disposto no parágrafo anterior se aplica também a propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importação de insumos de qualquer natureza, adotando-se, como referência, os mercados nos países de origem." Art. 45 - O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a

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possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. § 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (1) I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II - a de melhor técnica; III - a de técnica e preço. IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. (1) § 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no §2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo. § 3º No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (1) § 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a Administração observará o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu §2º e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em Decreto do Poder Executivo. (1) § 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo. § 6º Na hipótese prevista no art. 23, §7º, serão selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação. (2) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: §1º (Inclusão: inciso IV); §3º; §4º). (2) - § 6 incluído pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1. Texto original: "Art.45 - ................................................................................................................ §1º- Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação para obras, serviços e compras, exceto nas modalidades de concurso e leilão: §3º- No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se fará pela ordem crescente dos preços propostos e aceitáveis, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. §4º- Para contratação de bens e serviços de informática, a Administração Pública observará o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta com a adoção da licitação de "técnica e preço", os fatores especificados em seu § 2º." Art. 46 - Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente

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intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no §4º do artigo anterior. (1) § 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar: I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução; II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima; III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para a contratação; IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica. § 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório: I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório; II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório. § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente

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mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório. §4º (VETADO) (1) - Redação dada pela lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.46 - Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral, e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos." Art. 47 - Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação. Art. 48 - Serão desclassificadas: I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação; II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüíveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. (1) § 1º - Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (2) a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela Administração, ou b) valor orçado pela administração. § 2º - Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem às alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no §1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. (2) § 3º - Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (2)

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(1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: inciso II. (2) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: Transformação: parágrafo único para §3; (inclusão: §1º§2). Texto original: "Art.48 - ................................................................................................................ II - as propostas com preços excessivos ou manifestamente inexeqüíveis. Parágrafo único - Quando todas as propostas forem desclassificadas, a Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8 (oito) dias úteis para a apresentação de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo." Art. 49 - A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. § 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. § 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. § 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa. § 4º O disposto neste artigo e em seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação. Art. 50 - Administração não poderá celebrar o contrato, com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros, estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade. Art. 51 - A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação. § 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente. § 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos. § 3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

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§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente. § 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não. Art. 52 - O concurso a que se refere o §4º do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital. § 1º o regulamento deverá indicar: I - a qualificação exigida dos participantes; II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos. § 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-lo quando julgar conveniente. Art. 53 - O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente. § 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação. § 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento), e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido. § 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (1) § 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: §3º (Inclusão: §4º). Texto original: "Art.53 - ................................................................................................................ §3º- O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se vai realizar." CAPÍTULO III DOS CONTRATOS Seção I Disposições Preliminares Art. 54 - Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. § 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e

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responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam. § 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta. Art. 55 - São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: I - o objeto e seus elementos característicos; II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; (1) IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; VIII - os casos de rescisão; IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. § 1º (VETADO) § 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no §6º do art. 32 desta Lei. § 3º No ato da liquidação da despesa os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. (1) - Decreto 1054/94 DOU 08/02/1994 pág. 1908 - Regulamentação. Art. 56 - A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

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§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: (1) I - caução em dinheiro ou títulos da dívida pública; II - seguro-garantia; III - fiança bancária. § 2º A garantia a que se refere o "caput" deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no §3º deste artigo. (1) § 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. (1) § 4º A garantia prestada pelo contratado, será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. § 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: §1º, §2º, §3º. Texto original: "Art.56 - ................................................................................................................ §1º- São modalidades de garantia. §2º- As garantias a que se referem os incisos I e III do parágrafo anterior, quando exigidas não excederão a 5% (cinco por cento) do valor do contrato. §3º- (VETADO)." Art. 57 - A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; II - a prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas a obtenção de preços e condições mais vantajosas para a Administração, limitada a sessenta meses; (1) (2) III - (VETADO) IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. § 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

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II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei; V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência; VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. § 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. § 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. § 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado em até doze meses. (2) (1) - Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - alteração. (2) - Redação dada pela MP 1081/95 DOU 31/07/1995 pág. 11414. (Alteração: inciso II, inclusão § 4º). (Vide MP 1108/95 DOU 30/08/1995 pág. 13298). (Vide MP 1140/95 DOU 29/09/1995 pág. 15195). (Vide MP 1173/95 DOU 28/10/1995 pág. 17110). (Vide MP 1207/95 DOU 27/11/1995 pág. 19274). (Vide MP 1242/95 DOU 15/12/1995 pág. 21089). (Vide MP 1279/96 DOU 13/01/1996 pág. 552). (Vide MP 1318/96 DOU 12/02/1996 pág. 2324). (Vide MP 1358/96 DOU 13/03/1996 pág. 4168). (Vide MP 1400/96 DOU 12/04/1996 pág. 6074). (VIde MP 1452/96 DOU 11/05/1996 pág. 8143). (Vide MP 1500/96 DOU 10/06/1996 pág. 10132). (Vide MP 1500-12/96 DOU 10/07/1996 pág. 12676). (Vide MP 1500-13/96 DOU 09/08/1996 pág. 15054). (Vide MP 1500-14/96 DOU 06/09/1996 pág. 17554). (Vide MP 1500-15/96 DOU 04/10/1996 pág. 19818). (Vide MP 1500-16/96 DOU 01/11/1996 pág. 22454). (Vide MP 1500-17/96 DOU 30/11/1996 pág. 25434). (Revogada pela MP 1531/96) (2) - MP 1531/96 DOU 03/12/1996 pág. 25577. (Alteração: inciso II, inclusão § 4). (Vide MP 1531-1/96 DOU 02/01/1997 pág. 1). (Vide MP 1531-2/97 DOU 31/01/1997 pág. 1865). (Vide MP 1531-3/97 DOU 28/02/1997 pág. 3728). (Vide MP 1531-4/97 DOU 27/03/1997 pág. 6049).

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(Vide MP 1531-5/97 DOU 25/04/1997 pág. 8125). (Vide MP 1531-6/97 DOU 24/05/1997 pág. 10817). (Vide MP 1531-7/97 DOU 23/06/1997 pág. 12887). (Vide MP 1531-8/97 DOU 23/07/1997 pág. 15825). (Vide MP 1531-9/97 DOU 22/08/1997 pág. 18237). (Vide MP 1531-10/97 DOU 19/09/1997 pág. 20739). (Vide MP 1531-11/97 DOU 18/10/1997 pág. 23549). (Vide MP 1531-12/97 DOU 14/11/1997 pág. 26229). (Vide MP 1531-13/97 DOU 12/12/1997 pág. 29513). (Vide MP 1531-14/98 DOU 09/01/1998 pág. 00001). (Vide MP 1531-15/98 DOU 06/02/1998 pág. 00001). (Vide MP 1531-16/98 DOU 06/03/1998 pág. 00002). (Vide MP 1531-17/98 DOU 03/04/1998 pág. 00006). (Vide MP 1531-18/98 DOU 30/04/1998 pág. 00002). (Vide Lei 9648/98 - conversão) (2) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: inciso II (Inclusão: §4º). Texto original: "Art.57 - ................................................................................................................ II - a prestação de serviços a serem executados de forma contínua, os quais poderão ter a sua duração estendida por igual período." Art. 58 - O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; III - fiscalizar-lhes a execução; IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. § 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. § 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual. Art. 59 - A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos. Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

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Seção II Da Formalização dos Contratos Art. 60 - Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento. Art. 61 - Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: transformação: §1º para parágrafo único. Texto original: "Art.61 - ............................................................................................................... §1º- A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração na mesma data de sua assinatura para ocorrer no prazo de 20 (vinte) dias, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus." Art. 62 - O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. § 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação. § 2º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (1) § 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:

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I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado; II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público. § 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.62 - ................................................................................................................ §2º- Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço "ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 56 desta Lei." Art. 63 - É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos. Art. 64 - A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. § 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração. § 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente, no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei. § 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos. Seção III Da Alteração dos Contratos Art. 65 - Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

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II - por acordo das partes: a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (1) § 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma do edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. § 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: I - (VETADO) II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (2) § 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no §1º deste artigo. § 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados. § 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. § 6º Em havendo alteração unilateral do contrato, que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. § 7º (VETADO)

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§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. (1) - Alínea d incluída pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. (2) - Redação dada pela MP 1531-15/98 DOU 06/02/1998 pág. 1. (Vide MP 1531-16/98 DOU 06/03/1998 pág. 00002). (Vide MP 1531-17/98 DOU 03/04/1998 pág. 00006). (Vide MP 1531-18/98 DOU 30/04/1998 pág. 00002). (Lei 9648/98 - conversão) (2) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1 - Alteração: §2º; (Inclusão: Inciso II). Texto original: "Art.65 § 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior. Seção IV Da Execução dos Contratos Art. 66 - O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial. Art. 67 - A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. § 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. § 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. Art. 68 - O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato. Art. 69 - O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados. Art. 70 - O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado. Art. 71 - O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais, resultantes da execução do contrato.

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§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (1) § 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei n.º 8.212, de 24 de julho de 1991. (1) (1) - Redação dada pela Lei 9032/95 DOU 29/04/1995 pág. 6033 – ed. Extra. Texto original: “Art.71 .................................................................................................................. §1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos estabelecidos neste artigo, não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderar onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de imóveis. §2º A Administração poderá exigir, também, seguro para garantia de pessoas e bens devendo essa exigência constar do edital da licitação ou do convite. § 3º (VETADO) Art. 72 - O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração. Art. 73 - Executado o contrato, o seu objeto será recebido: I - em se tratando de obras e serviços: a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado; b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observando o disposto no art. 69 desta Lei; II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos: a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação; b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e conseqüente aceitação. § 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo. § 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

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§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital. § 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos. Art. 74 - Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos: I - gêneros perecíveis e alimentação preparada; II - serviços profissionais; III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade. Parágrafo único Nos casos deste artigo o recebimento será feito mediante recibo. Art. 75 - Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado. Art. 76 - A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento, executado em desacordo com o contrato. Seção V Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos Art. 77 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamento. Art. 78 - Constituem motivo para rescisão do contrato: I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos; II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos; III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados; IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento; V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração; VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato. VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores; VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do §1º do art. 67 desta Lei; IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

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X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que refere o contrato; XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no §1º do art. 65 desta Lei; XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação; XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto; XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (1) Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa. (1) – Inciso XVIII incluído pela Lei 9854/99 DOU 28/10/1999 pág. 1. Art. 79 - A rescisão do contrato poderá ser: I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior; II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração; III - judicial, nos termos da legislação; IV - (VETADO) § 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente. § 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:

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I - devolução de garantia; II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; III - pagamento do custo de desmobilização. § 3º (VETADO) § 4º (VETADO) § 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo. Art. 80 - A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei: I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração; II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei; III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos; IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração. § 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta. § 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais. § 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso. § 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo. CAPÍTULO IV DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL Seção I Disposições Gerais Art. 81 - A recusa injustificada do adjudicatório em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do art. 64, Parágrafo 2º desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço. Art. 82 - Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.

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Art. 83 - Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo. Art. 84 - Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, função ou emprego público. § 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público. § 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público. Art. 85 - As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto. Seção II Das Sanções Administrativas Art. 86 - O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato. § 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei. § 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado. § 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente. Art. 87 - Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I - advertência; II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. § 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada

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dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente. § 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. § 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. Art. 88 - As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei: I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação; III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados. Seção III Dos Crimes e das Penas Art. 89 - Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. Art. 90 - Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 91 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 92 - Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei. (1) Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

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(1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.92 - Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua apresentação." Art. 93 - Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 94 - Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. Art. 95 - Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. Art. 96 - Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente: I - elevando arbitrariamente os preços; II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; III - entregando uma mercadoria por outra; IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida; V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato: Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 97 - Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração. Art. 98 - Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 99 - A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.

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§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação. § 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. Seção IV Do Processo e do Procedimento Judicial Art. 100 - Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la. Art. 101 - Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência. Parágrafo Único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas. Art. 102 - Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. Art. 103 - Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal. Art. 104 - Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir. Art. 105 - Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais. Art. 106 - Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença. Art. 107 - Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 108 - No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal. Capítulo V Dos Recursos Administrativos Art. 109 - Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem: I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: a) habilitação ou inabilitação do licitante; b) julgamento das propostas;

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c) anulação ou revogação da licitação; d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (1) f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa; II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico; III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do Parágrafo 4º (3º) do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato. § 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e" deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata. § 2º O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos. § 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis. § 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade. § 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado. § 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no §3º deste artigo serão de dois dias úteis. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - Alteração: inciso I al.e; (Inclusão: §6º). Texto original: "Art.109................................................................................................................. I - ........................................................................................................................... e - rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 78 desta Lei;" CAPÍTULO VI DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 110 - Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.

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Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade. Art. 111 - A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração. Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra. Art. 112 - Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento. Parágrafo único. Fica facultado à entidade interessada o acompanhamento da execução do contrato. Art. 113 - O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto. § 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. § 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia do edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. (1) (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art.113 - .............................................................................................................. §2º- Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, antes da abertura das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção das medidas corretivas que, em função desse exame, lhes forem determinadas." Art. 114 - O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados. § 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior. § 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à

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concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à análise da documentação. Art. 115 - Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei. Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial. Art. 116 - Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração. Parágrafo 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: I - identificação do objeto a ser executado; II - metas a serem atingidas; III - etapas ou fases de execução; IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; V - cronograma de desembolso; VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas; VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. § 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva. § 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes: I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública; II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas; III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno. § 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a

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previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês. § 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste. § 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena de imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos. Art. 117 - As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas. Art. 118 - Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei. Art. 119 - As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei. Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial. Art. 120 - Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período. (1) Parágrafo único. O Poder Executivo Federal fará publicar no Diário Oficial da União os novos valores oficialmente vigentes por ocasião de cada evento citado no "caput" deste artigo, desprezando-se as frações inferiores a Cr$ 1,00 (hum cruzeiro real). (1) - Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285 - alteração. (1) - MP 1531-3/97 DOU 28/02/1997 pág. 3728 - alteração. (Vide MP 1531-4/97 DOU 27/03/1997 pág. 6049 - reedição). (Vide MP 1531-5/97 DOU 25/04/1997 pág. 8125 - reedição). (Vide MP 1531-6/97 DOU 24/05/1997 pág. 10817 - reedição). (Vide MP 1531-7/97 DOU 23/06/1997 pág. 12877). (Vide MP 1531-8/97 DOU 23/07/1997 pág. 15825). (Vide MP 1531-9/97 DOU 22/08/1997 pág. 18237). (Vide MP 1531-10/97 DOU 19/09/1997 pág. 20739).

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(Vide MP 1531-11/97 DOU 18/10/1997 pág. 23549). (Vide MP 1531-12/97 DOU 14/11/1997 pág. 26229). (Vide MP 1531-13/97 DOU 12/12/1997 pág. 29513). (Vide MP 1531-14/98 DOU 09/01/1998 pág. 00001). (Vide MP 1531-15/98 DOU 06/02/1998 pág. 00001). (Vide MP 1531-16/98 DOU 06/03/1998 pág. 00002). (Vide MP 1531-17/98 DOU 03/04/1998 pág. 00006). (Vide MP 1531-18/98 DOU 30/04/1998 pág. 00002). (Vide Lei 9648/98 - conversão) (1) - Redação dada pela Lei 9648/98 DOU 28/05/1998 pág. 1. Texto original: "Art.120 - Os valores fixados por esta Lei serão automaticamente corrigidos na mesma periodicidade e proporção da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), com base no índice do mês de dezembro de 1991." Parágrafo único. O Poder Executivo Federal fará publicar no Diário Oficial da União os novos valores oficialmente vigentes por ocasião de cada evento citado no caput deste artigo, desprezando-se as frações inferiores a Cr$ 1.000,00 (um mil cruzeiros). Art. 121 - O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do art. 5º, com relação ao pagamento das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. (1) Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber. (1) - Redação dada pela Lei 8883/94 DOU de 09/06/1994 pág. 8285. Texto original: "Art. 121 - O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência." Art. 122 - Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica. Art. 123 - Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica. Art. 124 - Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o assunto. (1)

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Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do §2º do art. 7º serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em que não foram previstos desembolsos por parte da Administração Pública concedente. (1) - Artigo incluído pela Lei 8883/94 DOU 09/06/1994 pág. 8285. Art. 125 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 126 - Revogam-se as disposições em contrário especialmente os Decretos Leis nº 2.300 de 21 de novembro de 1986; 2.348, de 24 de julho de 1987; 2.360, de 16 de setembro de 1987; a Lei 8.220, de 4 de setembro de 1991; e o art. 83 da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Brasília, 21 de junho de 1993 172º da Independência e 105º da República. ITAMAR FRANCO Rubens Ricupero Romildo Canhim Esta versão atualizada e consolidada não se reveste da legalidade jurídica conferida ao texto original publicado no DOU DE 22/22/1993 pág. 8269, (REP: 06/07/1994 pág. 10149).

Fonte: Internet

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ANEXO IV

INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 1, de 05 de outubro de 2010. Estabelece procedimentos para apresentação, recebimento, análise, aprovação, execução, acompanhamento e prestação de contas de propostas culturais, relativos ao mecanismo de Incentivos Fiscais do Programa Nacional de Apoio à Cultura – Pronac, e dá outras providências. O MINISTRO DE ESTADO DA CULTURA, no uso da atribuição prevista no inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, e com base nas disposições da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, e do art. 6º do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006, resolve: Capítulo I DOS PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E DEFINIÇÕES Art. 1º Esta Instrução Normativa regula os procedimentos de apresentação, recebimento, análise, aprovação, execução, acompanhamento, prestação de contas e avaliação de resultados das propostas culturais apresentadas com vistas à autorização para captação de recursos por meio do mecanismo de incentivo fiscal do Programa Nacional de Apoio à Cultura – Pronac – previsto na Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Art. 2º Os procedimentos regulados nesta Instrução Normativa devem observar os princípios e atender às finalidades da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Art. 3º Para aplicação desta Instrução Normativa, serão consideradas as seguintes definições: I – proposta cultural: requerimento apresentado por pessoa física ou jurídica de natureza cultural visando à obtenção dos benefícios do mecanismo de incentivo fiscal da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991; II – projeto cultural: programas, planos, ações ou conjunto de ações interrelacionadas para alcançar objetivos específicos, dentro dos limites de um orçamento e tempo delimitados, admitidos pelo Ministério da Cultura – MinC após análise de admissibilidade de proposta cultural; III – plano de execução de proposta cultural: detalhamento de proposta cultural, contendo a definição de objetivos, metas, justificativa, etapas de trabalho, orçamento, cronograma de execução e produtos resultantes, elaborado em formulário próprio disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério da Cultura; IV – SalicWeb: sistema informatizado do Ministério da Cultura destinado à apresentação, ao recebimento, à análise e à aprovação de propostas culturais, bem como à execução, ao acompanhamento e à prestação de contas de projetos culturais por pessoas físicas e jurídicas de natureza cultural; V – usuário do SalicWeb: pessoa física que é detentora de chave de validação para inserção e edição de propostas e projetos culturais, podendo ser o próprio

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proponente ou pessoa por esse designada; VI – proponente: pessoa que apresenta propostas culturais no âmbito do Pronac, podendo ser pessoa física com atuação na área cultural ou pessoa jurídica de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, cujo ato constitutivo ou instrumento congênere disponha expressamente sobre sua finalidade cultural; VII – espaços culturais: espaços ou sistemas destinados ao uso coletivo e de freqüência pública, geridos por instituições públicas ou particulares, orientados prioritariamente para acolhimento, prática, criação, produção, difusão e fruição de bens, produtos e serviços culturais; VIII – medidas de acessibilidade: intervenções que objetivem priorizar e/ou facilitar o livre acesso de idosos e pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, assim definidos em legislação específica, de modo a possibilitar-lhes o pleno exercício de seus direitos culturais, por meio da disponibilização ou adaptação de espaços, equipamentos, transporte, comunicação e quaisquer bens ou serviços às suas limitações físicas, sensoriais ou cognitivas de forma segura, seja autônoma ou acompanhada, de acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, promulgada pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009; IX – democratização do acesso: medidas que promovam acesso e fruição de bens, produtos e serviços culturais, bem como ao exercício de atividades profissionais, visando à atenção às camadas da população menos assistidas ou excluídas do exercício de seus direitos culturais por sua condição sócioeconômica, etnia, deficiência, gênero, faixa etária, domicílio, ocupação, para cumprimento do disposto no art. 215 da Constituição Federal; X – produtor majoritário: aquele que, em coproduções, tiver participação em mais de 50% do orçamento total; XI – produção cultural independente: aquela cujo produtor majoritário não seja empresa concessionária de serviço de radiodifusão e cabo-difusão de som ou imagem, em qualquer tipo de transmissão, ou entidade a esta vinculada, e que: a) na área da produção audiovisual, não seja vinculada a empresa estrangeira nem detenha, cumulativamente, as funções de distribuição ou comercialização de obra audiovisual, bem como a de fabricação de qualquer material destinado à sua produção; b) na área de produção fonográfica, não seja vinculada a empresa estrangeira nem detenha, cumulativamente, as funções de fabricação ou distribuição de qualquer suporte fonográfico; c) na área da produção de imagem não detenha, cumulativamente, as funções de fabricação, distribuição ou comercialização de material destinado à fotografia ou às demais artes visuais, ou que não seja empresa jornalística ou editorial; XII – execução compartilhada: aquela em que dois ou mais proponentes firmam entre si contrato, convênio ou acordo de cooperação técnica, para executar a proposta cultural; XIII – Plano Anual do Pronac: planejamento anual das atividades a serem implementadas no âmbito do Pronac pela Secretaria de Fomento e Incentivo à

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Cultura – Sefic, ouvida a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura – CNIC – e a Comissão do Fundo Nacional da Cultura – CFNC, e composto pelos planos de trabalho anuais do Fundo Nacional da Cultura – FNC – e do mecanismo de incentivo fiscal; XIV – Plano Anual de Atividades: proposta cultural apresentada por pessoa jurídica que contemple, por um período de um ano, a manutenção da instituição e suas atividades culturais de caráter permanente e continuado, bem como os projetos e ações constantes do seu planejamento, nos termos do art. 24 do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006; XV – projeto pedagógico: documento apresentado por proponentes de propostas voltadas para formação, capacitação, especialização e aperfeiçoamento na área da cultura, que contenha, pelo menos, os objetivos gerais e específicos da proposta, sua justificativa, carga horária completa, público-alvo, metodologias de ensino, material didático a ser utilizado, conteúdos a serem ministrados e profissionais envolvidos; XVI – plano de distribuição: detalhamento da forma como serão doados ou vendidos os ingressos e quaisquer outros produtos resultantes do projeto, com descrição detalhada do público alvo, dos preços, dos critérios, das estratégias e etapas do processo de distribuição, dos resultados esperados com o acesso do público e, quando houver, da distribuição gratuita de ingressos ou produtos; XVII – patrimônio cultural imaterial: saberes, celebrações, formas de expressão e lugares que grupos sociais reconhecem como referências culturais organizadoras de sua identidade, por transmissão de tradições entre gerações, com especial destaque aos bens culturais registrados na forma do art. 1º do Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000; e XVIII – patrimônio cultural material: conjunto de bens culturais classificados como patrimônio histórico e artístico nacional nos termos do Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, compreendidos como bens móveis e imóveis, construídos ou naturais, representativos da diversidade cultural brasileira em todo o período histórico ou pré-histórico. Capítulo II DAS PROPOSTAS CULTURAIS Seção I Da Apresentação Art. 4º As propostas culturais serão preenchidas e enviadas pelo sistema SalicWeb, disponível no portal do MinC na internet, juntamente com a documentação correspondente, em meio eletrônico. § 1º Para efetivação da inscrição no cadastro do sistema, o usuário do SalicWeb deverá dar o aceite na tela referente à "Declaração de Responsabilidade". § 2º No ato de inscrição, o proponente deverá comprovar sua natureza cultural anexando ao formulário preenchido a documentação exigida nesta Instrução, conforme sua natureza jurídica. § 3º No caso de pessoa jurídica, a inscrição será feita por seu representante

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legal e a comprovação da finalidade cultural do proponente dar-se-á por meio das informações contidas nos atos constitutivos, no contrato social, no estatuto, na ata ou em instrumento congênere, além de elementos materiais comprobatórios de sua atuação na área cultural nos últimos 2 (dois) anos. § 4º O representante legal da pessoa jurídica deverá indicar o ato que lhe confere poderes de representação. Art 5º As propostas culturais devem ser apresentadas entre 1º de fevereiro e 30 de novembro de cada ano. § 1º Serão arquivadas as propostas culturais apresentadas fora do período previsto no caput, bem como, caso haja impossibilidade de análise, quando apresentadas em prazo inferior a noventa dias da data prevista para o início de sua execução. § 2º O número do protocolo e do registro da proposta cultural na base de dados do MinC será único e definitivo. § 3º Caso o proponente opte pelo encaminhamento dos documentos complementares via correio, a data de postagem deverá obedecer ao prazo previsto no caput deste artigo. Art. 6º São obrigações do proponente: I – manter seus dados devidamente atualizados, prestando informações tempestivamente e enviando a documentação solicitada pelo Ministério da Cultura e por suas unidades vinculadas; II – enviar informações eletronicamente pelo sistema SalicWeb, de modo a viabilizar a análise técnica; III – cumprir a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, e obter a autorização de que trata o art. 20 do Código Civil, caso necessária, responsabilizando-se civil e criminalmente por qualquer violação de direitos de imagem, de autor e conexos, assegurado o direito de regresso do Estado por eventuais demandas judiciais propostas em seu desfavor; IV – fazer uso adequado da identidade visual do MinC, segundo o disposto no art. 47, parágrafo único, do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006, e no Manual de Identidade Visual do MinC; V – declarar ao MinC todo e qualquer tipo de fontes de financiamento do projeto inscrito no Pronac; e VI – prestar contas da execução física e financeira dos projetos financiados no âmbito do Pronac. § 1º O material de divulgação e o leiaute de produtos serão submetidos à Sefic, que terá 10 (dez) dias para avaliar o cumprimento da obrigação prevista no inciso IV deste artigo. § 2º A Sefic poderá, no prazo do parágrafo anterior, indicar alterações no material de divulgação e/ou no leiaute de produtos ou aprová-los expressa ou tacitamente, caso não se manifeste. Art. 7º No momento do cadastramento da proposta cultural, no campo correspondente do SalicWeb, serão anexados os seguintes documentos em meio digital e prestadas as seguintes informações, relativas ao proponente e à sua proposta: I – apenas para pessoa física:

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a) currículo ou portfólio, com destaque para as atividades na área cultural; b) cópia de documento legal de identificação que contenha foto e assinatura, número da Carteira de Identidade e do CPF; e c) cédula de identidade de estrangeiro emitida pela República Federativa do Brasil, se for o caso; II - apenas para pessoa jurídica de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos: a) relatório das ações de natureza cultural realizadas pela instituição; b) no caso de a instituição ter menos de dois anos de constituição, anexar, no SalicWeb, a versão atualizada do currículo ou portfólio, comprovando as atividades culturais de seus dirigentes; c) cópia atualizada do estatuto ou contrato social e respectivas alterações posteriores devidamente registradas no órgão competente ou do ato legal de sua constituição, conforme o caso; d) cópia da ata de eleição da atual diretoria, do termo de posse de seus dirigentes, devidamente registrado, ou do ato de nomeação de seus dirigentes, conforme for o caso; e e) cópia de documento legal de identificação do dirigente da instituição que contenha: foto, assinatura, número da Carteira de Identidade e do CPF. III – para pessoas físicas e jurídicas: a) no caso de outorga de poderes a terceiros: procuração que traga firma reconhecida, acompanhada de cópia autenticada dos documentos de identificação dos procuradores, e que contenha poderes que não configurem qualquer tipo de intermediação, vedada pelo art. 28 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991; e b) no caso de proposta que preveja execução compartilhada: contrato ou acordo de cooperação técnica correspondente; IV – Informações relacionadas a qualquer proposta cultural: a) plano básico de divulgação, conforme modelo disponível no SalicWeb; b) plano de distribuição, inclusive com descrição dos produtos eventualmente distribuídos, com a especificação do seu valor ao consumidor final; c) projeto pedagógico com currículo do responsável, no caso de proposta que preveja a instalação e manutenção de cursos de caráter cultural ou artístico, destinados à formação, à capacitação, à especialização e ao aperfeiçoamento de pessoal da área da cultura; d) plano de execução contendo carga horária e conteúdo programático, no caso de oficinas, de workshops e de outras atividades de curta duração; e) outras fontes pretendidas para a arrecadação de recursos, inclusive aqueles solicitados a outros órgãos e esferas da Administração Pública, discriminando-os no campo específico do formulário de apresentação de propostas; f) declaração de que obterá a autorização dos titulares dos direitos autorais, conexos e de imagem em relação aos acervos, às obras e imagens de terceiros como condição para utilizá-los no projeto; g) declaração de que obterá alvará ou autorização equivalente emitida pelo

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órgão público competente, no caso de eventos ou intervenções artísticoculturais em espaços públicos; e h) declaração, firmada pelo proponente, sobre a destinação que será dada, após a finalização do projeto, ao bem ou material permanente a ser adquirido ou produzido, conforme exigido no art. 24, § 3º, desta Instrução Normativa; V – informações relacionadas a propostas nas áreas de artes cênicas e música, para espetáculos, shows ou gravação de CD, DVD e mídias congêneres: a) currículo da equipe técnica principal, especificando a função que cada integrante irá exercer no projeto; e b) sinopse ou roteiro do espetáculo de circo, da peça teatral, do espetáculo de dança ou de performance de outra natureza; ou listagem detalhada do conteúdo a ser gravado, conforme o caso; VI – Informações relacionadas a propostas que contemplem exposições de arte temporárias e de acervos: a) proposta museográfica da exposição; b) ficha técnica, com currículo dos curadores e dos artistas, quando for o caso; c) relatório das obras que serão expostas; e d) indicação do curador, quando houver; VII – Informações relacionadas a propostas para a área de humanidades, para edição de obra literária: a) especificações técnicas das peças gráficas, tais como livros, revistas, jornais, dentre outros; e b) sinopse da obra literária; VIII – Informações relacionadas a propostas na área de patrimônio cultural material, conforme o caso: a) definição prévia dos bens em caso de proposta que vise à identificação, à documentação e ao inventário de bem material histórico; b) propostas de pesquisa, levantamento de informação, organização e formação de acervo e criação de banco de dados; c) termo de compromisso atestando que o resultado será integrado, sem ônus, ao banco de dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan; e d) inventário do acervo e parecer ou laudo técnico sobre o acervo, em caso de proposta que vise à restauração de acervos documentais. IX – informações relacionadas especificamente a propostas na área arquivística, em caso de tratamento físico, organização, acondicionamento e guarda: a) diagnóstico situacional com informações sobre: 1. dimensão do acervo, respeitando regras de mensuração praticadas para cada conjunto específico de gêneros e suportes documentais; 2. estado de conservação e guarda de cada conjunto de suportes documentais; 3. estado de organização de cada conjunto de suportes documentais; 4. ambientes de armazenamento; 5. existência de instrumentos de pesquisa e bases de dados; e

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6. histórico de intervenções anteriores. X – informações relacionadas especificamente a propostas na área arquivística, em caso de reprodução (digitalização, microfilmagem e afins) de acervo: a) comprovação de que os documentos originais estejam devidamente identificados, descritos, acondicionados, armazenados e referenciados em base de dados, ou, não tendo sido ainda cumprida esta etapa, declaração de que ela será concluída antes ou concomitantemente aos processos de reprodução, sob pena de inabilitação; e b) declaração de que os documentos originais não serão eliminados após sua digitalização ou microfilmagem e de que permanecerão em boas condições de preservação e armazenamento, sob pena de inabilitação; XI – informações relacionadas especificamente a propostas na área arquivística, em caso de desenvolvimento de bases de dados: a) comprovação de que os documentos originais estejam devidamente identificados, descritos, acondicionados e armazenados, ou, não tendo sido ainda cumprida esta etapa, declaração de que ela será concluída antes ou concomitantemente à elaboração das bases de dados, sob pena de inabilitação; XII – informações relacionadas especificamente a propostas na área arquivística, em caso de aquisição de acervo: a) inventário do acervo a ser adquirido; b) diagnóstico situacional do acervo na forma da alínea “a”, do inciso IX, deste artigo; c) justificativa para a aquisição; d) histórico de procedência e de propriedade dos itens a serem adquiridos, acompanhado de declaração de intenção de venda do proprietário ou do detentor dos direitos; e) laudo técnico com avaliação de pelo menos dois especialistas sobre o valor de mercado do acervo; f) parecer de autenticidade do acervo; e g) declaração da instituição recebedora de que o acervo adquirido será incorporado ao seu acervo permanente; XIII – informações relacionadas especificamente a propostas na área arquivística, em caso de desenvolvimento de pesquisa histórica sobre os acervos: a) projetos de pesquisa com metodologia adequada ao desenvolvimento de seus objetivos; b) levantamento preliminar de fontes que embasem o projeto e revisão da literatura sobre o seu objeto; c) delimitação do grupo de entrevistados e de sua relevância para o projeto, em caso de utilização de entrevistas orais; d) demonstração da relevância social e cultural do projeto a ser desenvolvido; e) descrição das equipes e da exeqüibilidade do cronograma; e f) comprovação da qualificação técnica do proponente e de outros profissionais envolvidos;

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XIV – informações relacionadas a propostas na área de patrimônio cultural imaterial: a) lista de bens, em caso de propostas que visem à identificação, à documentação ou ao inventário de bem imaterial; b) proposta de pesquisa, levantamento de informação, organização e formação de acervo e criação de bancos de dados; c) termo de compromisso atestando que o resultado será integrado, sem ônus, ao banco de dados do Iphan; e d) no caso de propostas que contemplem a utilização ou a divulgação de expressões originais e referências culturais de artistas, grupos, povos e comunidades representativas da diversidade cultural brasileira serão ainda exigidos: 1. consentimento prévio do artista, do grupo ou da comunidade sobre a proposta no que tange à utilização de suas expressões culturais; 2. declaração acerca da contrapartida aos artistas, aos grupos ou às comunidades, em virtude dos benefícios materiais decorrentes da execução do projeto; e 3. declaração da forma como será dado o crédito à expressão cultural em que os produtos do projeto têm origem; XV – informações relacionadas a propostas na área de audiovisual: a) currículo da equipe técnica, especificando a função que irá exercer no projeto; b) termo de compromisso de entrega de um master, para preservação, na Cinemateca Brasileira, devidamente assinado pelos titulares da proposta e dos direitos sobre a obra, no caso de projetos na área de audiovisual; c) para projetos que contemplem restauração ou preservação de acervo audiovisual, laudo técnico do estado das obras a serem restauradas; d) para produção de obra audiovisual de curta ou média metragem, no caso de documentário, apresentar argumento contendo abordagem ou ações investigativas, identificação das locações, dos depoentes ou personagens e, quando for o caso, material de arquivo e locuções; e) para produção de obra audiovisual de curta ou média metragem, no caso de ficção, apresentar roteiro dividido por sequências, contendo o desenvolvimento dos diálogos e com o respectivo certificado de registro de roteiro na Fundação Biblioteca Nacional; f) para produção de obra audiovisual de curta ou média metragem, no caso de animação, apresentar storyboard; g) para produção de programas de Rádio e TV, apresentar estrutura e formato do programa, contendo sua duração, periodicidade e número de programas, sendo que as propostas não contemplarão a aquisição de espaços para a sua veiculação; bem como manifestação de interesse de emissoras em veicular o programa; e h) para propostas de audiovisual que contemplem mostras, festivais, oficinas e workshops, apresentar relação dos títulos a serem exibidos; XVI - informações relacionadas a propostas que contemplem mostras, festivais competitivos, oficinas e workshops:

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a) beneficiários do produto da proposta e forma de seleção; b) justificação acerca do conteúdo ou acervo indicado para o segmento de público a ser atingido, no caso de mostra; c) detalhamento dos objetivos, das atividades e do formato do evento; e d) indicação do curador, dos componentes de júri, da comissão julgadora ou congênere, quando houver; XVII - informações relacionadas a propostas que contemplem multimídias, sítio eletrônico ou portal: a) estrutura do sítio eletrônico ou portal, quando for o caso; b) descrição das fontes de alimentação de conteúdo; e c) definição de conteúdos, incluindo pesquisa e sua organização e roteiros; XVIII - informações relacionadas a propostas que contemplem artes plásticas: a) relatório fotográfico das obras que serão expostas, no caso do material já ter sido selecionado; e b) indicação do curador, quando houver; XIX - informações relacionadas a propostas que contemplem construção ou intervenção em espaços culturais: a) projetos arquitetônicos e complementares detalhados da intervenção ou construção pretendida, contendo o endereço da edificação e o nome, a assinatura e o número de inscrição do responsável técnico no Crea, bem como a assinatura do proprietário ou detentor do direito de uso; b) memorial descritivo detalhado, assinado pelo responsável; c) caderno de encargos ou registro documental equivalente das especificações técnicas dos materiais e equipamentos utilizados, assinado pelo autor da proposta cultural e pelo responsável técnico do projeto arquitetônico; d) cópia da escritura do imóvel ou de documento comprobatório de sua situação fundiária, quando a proposta envolver intervenção em bens imóveis; e) autorização do proprietário do imóvel ou comprovação da posse do imóvel, por interesse público ou social, condicionadas à garantia subjacente de uso pelo prazo mínimo de vinte anos; f) registro documental fotográfico ou videográfico da situação atual dos bens a receberem a intervenção; g) alvará e demais autorizações para realização da obra, pelas autoridades competentes; h) cópia do ato de tombamento ou de outra forma de acautelamento, quando se tratar de bens protegidos por lei; i) proposta de intervenção aprovada pelo órgão responsável pelo tombamento, quando for o caso; e j) levantamento arquitetônico completo, inclusive do terreno, devidamente cotado, especificando os possíveis danos existentes quando se tratar de bens tombados ou protegidos por legislação que vise sua preservação; XX – informações relacionadas especificamente a propostas que contemplem restauração de bens imóveis tombados pelos poderes públicos ou protegidos por lei mediante outras formas de acautelamento: a) levantamento cadastral do edifício;

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b) pesquisa histórica; c) levantamento fotográfico do estado atual do bem; d) diagnóstico sobre o estado atual do imóvel contendo informações das causas dos danos, devidamente cotadas; e) planta de situação do imóvel; f) projetos arquitetônico e complementares detalhados da intervenção pretendida, aprovado pelo órgão responsável pelo tombamento, contendo nome, assinatura e número de inscrição do autor no CREA; endereço da edificação; memorial descritivo; especificações técnicas; e levantamento completo dos danos existentes; e g) cópia do ato de tombamento ou de outra forma de acautelamento; XXI – informações relacionadas a propostas na área museológica: a) em caso de restauração: 1. listagem com os itens a serem restaurados; 2. justificativa técnica para a restauração, incluindo laudo de especialista atestando o estado de conservação da obra, do acervo, do objeto ou do documento; 3. currículo do restaurador; e 4. orçamento específico por obra; b) em caso de aquisição de acervo: 1. lista dos itens a serem adquiridos, acompanhada de ficha técnica completa; 2. justificativa para a aquisição, atestando a pertinência e a relevância da incorporação dos itens ao acervo da instituição; 3. histórico de procedência e de propriedade dos itens a serem adquiridos, acompanhado de declaração de intenção de venda do proprietário ou detentor dos direitos; 4. laudo técnico com avaliação de pelo menos 2 (dois) especialistas sobre o valor de mercado dos itens; 5. parecer de autenticidade das obras; e 6. declaração de que o item adquirido será incorporado ao acervo permanente da instituição; c) em caso de exposição com acervo da própria instituição: 1. listagem com os itens de acervo que irão compor a exposição; 2. ficha técnica dos itens do acervo (título, data, técnica, dimensões, crédito de propriedade); 3. projeto museográfico, com proposta conceitual, local e período da exposição, planta baixa, mobiliário, projeto luminotécnico, disposição dos itens no espaço expositivo etc., ou, caso o projeto ainda não esteja definido, descrição de como se dará tal proposta, incluindo o conceito básico da exposição, os itens, textos e objetos que serão expostos, local e período da exposição; 4. currículo do(s) curador(es) e do(s) artista(s), quando for o caso; e 5. proposta para ações educativas, se for o caso; d) em caso de exposição com obras emprestadas de outras instituições ou coleções particulares: 1. todos os documentos listados na alínea “c” deste inciso;

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2. declaração da instituição ou pessoa física que emprestará o acervo atestando a intenção de empréstimo no prazo estipulado; 3. proposta de seguro para os itens; e 4. número previsto e exemplos de possíveis obras que integrarão a mostra, quando não for possível a apresentação de lista definitiva; e) em caso de exposição itinerante: 1. todos os documentos listados nas alíneas ‘c’ e ‘d’ deste inciso; 2. lista das localidades atendidas, com menção dos espaços expositivos; e 3. declaração das instituições que irão receber a exposição atestando estarem de acordo e terem as condições necessárias para a realização da mostra em seu espaço. § 1º Os incisos deste artigo não são excludentes, podendo a proposta cultural enquadrar-se em mais de uma categoria descrita, hipótese em que serão exigidos todos os documentos pertinentes ao enquadramento da proposta. § 2º Os documentos descritos neste artigo, quando encaminhados em idioma estrangeiro, deverão ser acompanhados de tradução contendo a assinatura, o número do CPF e do RG do tradutor. § 3º A SEFIC poderá permitir, excepcionalmente, a apresentação de quaisquer dos documentos exigidos neste artigo em momento posterior, desde que o proponente apresente justificativa razoável. § 4º As exigências previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘g’ e ‘i’ do inciso XIX poderão ser excepcionadas quando se tratar de bem tombado ou de projeto meramente arquitetônico. § 5º No caso de realização de eventos com data certa, o cronograma de execução do projeto deverá prever um prazo final de execução não superior a trinta dias. § 6º Nos casos do inciso XXI deste artigo, quando o proponente não for a própria instituição museológica, deverá ser apresentada declaração do representante da instituição atestando sua concordância com a realização do projeto. Art. 8º O orçamento analítico deverá conter a especificação de todos os itens necessários para a realização da proposta cultural, da qual constarão o detalhamento das metas, das etapas ou das fases, o cronograma de execução e os custos financeiros individualizados. Parágrafo único. Quando o proponente for ente público, a elaboração do cronograma de execução deverá prever o prazo necessário para os procedimentos licitatórios determinados na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Art. 9º O MinC somente dará seguimento às propostas culturais, transformando as em projetos, quando contiverem o conjunto integral de documentos requeridos neste capítulo, ou aqueles estipulados em edital específico, observada a ressalva do § 3º do art. 7º desta Instrução Normativa. Art. 10. Propostas que não estejam de acordo com as exigências da presente Instrução Normativa poderão ser devolvidas ao respectivo proponente, para que promova as adequações necessárias à sua formalização, quando for o caso.

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Parágrafo único. É vedado o fracionamento de propostas culturais que resulte em prejuízo para o alcance dos objetivos do projeto como um todo. Seção II Das Condições e Limites Art. 11. A execução do Plano de Trabalho Anual de Incentivos Fiscais obedecerá às normas, diretrizes e metas estabelecidas no Plano Anual do Pronac, em consonância com o plano plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Parágrafo único. O Plano Anual do Pronac será elaborado pela SEFIC e publicado até o dia 30 de novembro do ano anterior àquele em que vigorará, observadas as diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, devendo ser ouvida a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura – CNIC. Art. 12. As instituições culturais sem fins lucrativos que apresentarem propostas culturais visando o custeio de atividades permanentes deverão apresentar Plano Anual de Atividades. Parágrafo único. No caso de aprovação de Plano Anual de Atividades, não serão admitidas novas propostas do proponente para o mesmo ano fiscal. Art. 13. Não será admitida a utilização de diferentes mecanismos de financiamento da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, para cobertura de um mesmo item de despesa. Art. 14. As propostas que simultaneamente contenham ações que se enquadrem nos artigos 18 e 26 da Lei nº 8.313, de 1991, serão enquadradas em apenas um dos dispositivos, de acordo com as ações principais da proposta, desconsideradas as ações meramente acessórias. § 1º Consideram-se acessórias as ações cuja existência dependa das ações principais contempladas no projeto, não interferindo no seu resultado final, mas agregando-lhe valor cultural. § 2º Havendo alguma ação principal que não se enquadre em quaisquer das hipóteses específicas do § 3º do art. 18 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, a proposta deverá ser necessariamente enquadrada no art. 26 da referida lei. Art. 15. As despesas referentes aos serviços de captação de recursos serão detalhadas na planilha de custos, destacadas dos demais itens orçamentários, e consideradas despesas administrativas do projeto. § 1º A captação de recursos será realizada por profissionais contratados para este fim ou pelo próprio proponente, sendo, neste último caso, respeitada a regra do art. 16. § 2º O limite de valor permitido para custeio dos serviços de captação será 7,5% do valor previsto para o projeto, até o teto de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais). Art. 16. O proponente será remunerado com recursos decorrentes de renúncia fiscal, desde que preste serviços ao projeto, discriminados no orçamento analítico previsto no art. 8º desta Instrução Normativa, com custo limitado a 10% do total aprovado, até o teto de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Seção III Da Acessibilidade e Democratização do Acesso

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Art. 17. Em observância ao estipulado no art. 1º, inciso I da Lei nº 8.313, de 1991, e no art. 27 do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006, as propostas culturais apresentadas ao mecanismo de incentivos fiscais do Pronac deverão conter medidas de acessibilidade compatíveis com as características do objeto, e de democratização do acesso da sociedade aos produtos, bens e serviços resultantes do apoio recebido. Art. 18. As propostas culturais deverão contemplar medidas que garantam o acesso às pessoas com deficiência e às pessoas idosas, em locais onde se realizam atividades culturais ou espetáculos artísticos, sem prejuízo de outras garantias previstas em legislação específica. Art. 19. Para fins de cumprimento das medidas de acessibilidade determinadas pelo art. 27 do Decreto nº 5.761, 27 de abril de 2006, pelo art. 47 do Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999 e pelo art. 2º do Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, toda proposta cultural apresentada ao Ministério da Cultura, com vistas ao financiamento do Pronac, deverá incluir tais custos nos respectivos orçamentos. Art. 20. Toda proposta cultural apresentada ao mecanismo de incentivos fiscais do Pronac em que haja previsão de público pagante ou comercialização de produtos deverá conter em seu plano de distribuição: I – o quantitativo de ingressos ou produtos culturais; II – o custo unitário dos ingressos ou produtos culturais; e III – a previsão da receita a ser arrecadada. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, os preços de comercialização de obras ou de ingressos serão estipulados com vistas à democratização de acesso. Art. 21. As propostas culturais relativas à circulação de espetáculos e exposições deverão prever a contratação de profissionais locais ou regionais na proporção de, no mínimo, 20% (vinte por cento) do custo relativo à contratação de mão de obra necessária à produção na respectiva localidade. Parágrafo único. A comprovação do cumprimento da obrigação prevista no caput deverá ocorrer na prestação de contas. Art. 22. Além das medidas descritas nos artigos anteriores, o proponente deverá prever a adoção de, pelo menos, uma das seguintes medidas de democratização de acesso às atividades, aos produtos, serviços e bens culturais: I – promover a participação de pessoas com deficiência e de idosos em concursos de prêmios no campo das artes e das letras; II – doar, no mínimo, 20% dos produtos materiais resultantes da execução do projeto a escolas públicas, bibliotecas, museus ou equipamentos culturais de acesso franqueado ao público, devidamente identificados, sem prejuízo do disposto no art. 44 do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006; III – desenvolver atividades em locais remotos ou próximos a populações urbanas periféricas; IV – oferecer transporte gratuito ao público, prevendo acessibilidade à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida e aos idosos; V – disponibilizar na internet a íntegra dos registros audiovisuais existentes dos

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espetáculos, exposições, atividades de ensino e outros eventos de caráter presencial; VI – permitir a captação de imagens das atividades e de espetáculos e autorizar sua veiculação por redes públicas de televisão; VII – realizar, gratuitamente, atividades paralelas aos projetos, tais como ensaios abertos, estágios, cursos, treinamentos, palestras, exposições, mostras e oficinas; VIII – oferecer bolsas de estudo ou estágio a estudantes da rede pública de ensino em atividades educacionais ou profissionais desenvolvidas na proposta cultural; IX – estabelecer parceria visando à capacitação de agentes culturais em iniciativas financiadas pelo Poder Público; ou X – outras medidas sugeridas pelo proponente a serem apreciadas pelo Ministério da Cultura. Art. 23. O Ministério da Cultura, observada a legislação em vigor, considerará as medidas de acessibilidade e democratização de acesso apresentadas como quesito de avaliação da proposta cultural e exigirá a comprovação de seu cumprimento quando da prestação de contas, sendo este item indispensável para a aprovação das respectivas contas. Seção IV Das Vedações Art. 24. É vedada a previsão de despesas: I – a título de elaboração de proposta cultural, taxa de administração, de gerência ou similar; II – em benefício de servidor ou empregado público, integrante de quadro de pessoal de órgão ou entidade pública da administração direta ou indireta, por serviços de consultoria ou assistência técnica, salvo nas hipóteses previstas em leis específicas e na Lei de Diretrizes Orçamentárias; III – em favor de clubes e associações de servidores públicos ou entidades congêneres; IV – que resultarem em vantagem financeira ou material para o patrocinador, salvo nas hipóteses previstas no art. 24, incisos I e II, da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, e no art. 31 do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006; V – de natureza administrativa que suplantem o limite de 15% (quinze por cento) instituído pelo art. 26 do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006, ou que sejam estranhos à execução da proposta cultural; VI – com recepções, festas, coquetéis, serviços de bufê ou similares, excetuados os gastos com refeições dos profissionais ou com ações educativas, quando necessário à consecução dos objetivos da proposta; VII – referentes à compra de passagens em primeira classe ou classe executiva, salvo em caso de necessidade justificada por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; VIII – com serviços de captação, nos casos de proposta cultural selecionada por edital, apresentada por instituição cultural criada pelo patrocinador, ou com patrocínio vinculado, na acepção do art. 27 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro 1991.

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IX – com taxas bancárias, multas, juros ou correção monetária, inclusive referentes a pagamentos ou recolhimentos fora dos prazos; e X – com a aquisição de espaço para veiculação de programas de rádio e TV, no caso de propostas na área de audiovisual; § 1º A execução de itens orçamentários com recursos incentivados será desconcentrada, somente sendo permitida a aquisição de mais de dois produtos ou serviços do mesmo fornecedor quando previamente autorizado pelo MinC, desde que se demonstre ser a opção de maior economicidade. § 2º A aquisição de material permanente somente será permitida quando comprovadamente representar a opção de maior economicidade ou constituir item indispensável à execução do objeto da proposta cultural, em detrimento da locação, devendo o proponente, em qualquer caso, realizar cotação prévia de preços no mercado, observados os princípios da impessoalidade e da moralidade. § 3º O proponente, no caso de aquisição de material permanente, deverá apresentar Termo de Compromisso declarando a destinação cultural do bem, após a finalização do projeto ou dissolução da instituição e, se direcionar esse bem a outra entidade de natureza cultural, apresentar o seu aceite. § 4º A previsão de custeio, com recursos captados, dos direitos autorais decorrentes de execução pública recolhidos a entidades de gestão coletiva destes direitos, somente será autorizada quando não houver cobrança de ingressos. Art. 25. É vedada a apresentação de proposta por pessoa física ou pessoa jurídica de direito privado que, respectivamente, seja ou tenha como dirigentes, proprietários ou controladores: I - agente político de Poder ou do Ministério Público, tanto quanto dirigente de órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau; e II – servidor público do Ministério da Cultura ou de suas entidades vinculadas, bem como seus respectivos cônjuges, companheiros e parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau. Art. 26. É vedada a contratação de pessoa física ou jurídica para apresentar-se como proponente junto ao Pronac, fato que configura intermediação (art. 28 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991). Art. 27. São admitidas como despesas administrativas, para os fins do parágrafo único do art. 26 do Decreto nº 5.761, 27 de abril de 2006: I – material de consumo para escritório; II – locação de imóvel para sede da instituição cultural sem fins lucrativos aberta ao público, durante a execução do projeto; III – serviços de postagem e correios; IV – transporte e deslocamento de pessoal administrativo; V – conta de telefone, de água, de luz ou de Internet de instituição cultural sem fins lucrativos aberta ao público; VI – honorários de pessoal administrativo, serviços contábeis e advocatícios

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contratados para a execução da proposta cultural e respectivos encargos sociais perante o INSS e o FGTS; VII – captação de recursos, respeitado o disposto nos arts. 15 e 16 desta Instrução Normativa; e VIII – outras despesas administrativas restritas ao funcionamento de instituição cultural sem fins lucrativos aberta ao público, ou indispensáveis à execução da proposta cultural assim consideradas pelo MinC. Parágrafo único. São de responsabilidade do proponente as retenções e os recolhimentos relativos a impostos, tributos e contribuições que incidirem sobre os valores pagos pelos serviços contratados para a execução do projeto cultural, observada a legislação específica vigente. Capítulo III DA ANÁLISE DAS PROPOSTAS CULTURAIS Art. 28. A análise da proposta cultural será realizada inicialmente pela Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, que promoverá a verificação documental e o exame preliminar de admissibilidade da proposta. § 1º Aprovado o prosseguimento da proposta cultural, esta será transformada em projeto e seguirá para a unidade técnica de análise correspondente ao segmento cultural do produto principal, conforme definido pela SEFIC. § 2º Caso a proposta não ultrapasse o exame de admissibilidade, adotar-se-á o procedimento previsto nos arts. 10 e 93, §§ 1º e 4º desta Instrução Normativa, exceto quando for o caso de arquivamento imediato. § 3º Será imediatamente arquivada pela SEFIC, importando em não aprovação, a proposta que: I – contrarie súmula administrativa da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura – CNIC – aprovada na forma de seu regimento; II – contrarie parecer normativo expedido pela Consultoria Jurídica do Ministério da Cultura, regularmente aprovado pelo Ministro da Cultura na forma do art. 42 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; III – tenha objeto e cronograma idênticos a outra proposta já apresentada no mesmo ano fiscal, mesmo que por proponente diverso; ou IV – caracterize reapresentação de proposta já analisada e indeferida pelo MinC, no mesmo ano fiscal. Art. 29. Comporão a análise documental e o exame de admissibilidade: I – verificação do completo e correto preenchimento do formulário de apresentação da proposta cultural; II – análise quanto ao enquadramento do proponente e da proposta cultural à Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, e aos regulamentos, particularmente quanto à finalidade cultural de ambos; III – verificação da adequação do perfil da proposta e do proponente ao mecanismo pleiteado; IV – verificação das planilhas orçamentárias e dos documentos técnicos exigidos do proponente; e V – verificação de duplicidade da proposta apresentada a qualquer modalidade de financiamento no âmbito do MinC.

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Art. 30. Recebido o projeto pela unidade de análise técnica, esta deverá apreciá-lo no prazo de até 30 (trinta) dias contados do seu recebimento, sem prejuízo das eventuais suspensões ou interrupções previstas no art. 93, §§ 2º e 3º desta Instrução Normativa. Art. 31. O parecer técnico, a ser aprovado pelo dirigente da unidade responsável pela análise do projeto cultural, abordará, no mínimo, os seguintes quesitos: I – aferição da capacidade técnico-financeira do proponente para execução do projeto apresentado; II – suficiência das informações prestadas; III – enquadramento do projeto nos objetivos e fins da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, e no Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006; IV – adequação entre o objeto a ser executado e os produtos resultantes, mediante indicadores para avaliação final do projeto; V – adequação das estratégias de ação aos objetivos, assinalando-se, claramente, no parecer, se as etapas previstas são necessárias ou suficientes à sua realização e se são compatíveis com os prazos e custos previstos; VI – adequação do projeto de medidas de acessibilidade e democratização de acesso ao público às características do projeto cultural. VII – contribuição para o alcance dos objetivos descritos no art. 1º da Lei 8.313, de 23 de dezembro de 1991; VIII – repercussão local, regional, nacional e internacional do projeto, conforme o caso; IX – impactos e desdobramentos positivos ou negativos do projeto, seja no âmbito cultural, ambiental, econômico, social ou outro considerado relevante; X – contribuição para o desenvolvimento da área ou segmento cultural em que se insere o projeto cultural analisado; XI – compatibilidade dos custos previstos com os preços praticados no mercado regional da produção, destacando-se o que se mostrar inadequado, com a justificação dos cortes efetuados, quando for o caso; XII – relação custo/benefício do projeto no âmbito cultural, incluindo o impacto da utilização do mecanismo de incentivo fiscal na redução do preço final de produtos ou serviços culturais com público pagante, podendo a análise técnica propor redução nos preços solicitados; XIII – atendimento aos critérios e limites de custos estabelecidos pelo Ministério da Cultura; e XIV – quando se tratar de projetos que prevejam chamamento público, será examinada a impessoalidade dos editais. § 1º O parecer técnico será redigido de forma clara, concisa, tecnicamente coerente, devendo manifestar-se quanto à adequação das fases, dos preços a serem praticados e dos orçamentos do projeto, de acordo com as políticas do MinC, e será conclusivo, com recomendação de aprovação total, parcial ou indeferimento, devidamente fundamentada. § 2º Nos casos de projetos culturais que tenham como objeto a preservação de bens culturais tombados ou registrados pelos Poderes Públicos, em âmbito federal, estadual ou municipal, será obrigatória, também, a apreciação pelo

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órgão responsável pelo respectivo tombamento ou registro, cabendo ao proponente diligenciar neste sentido previamente à apresentação da proposta no MinC. § 3º É dispensável o prévio tombamento do bem para fins de enquadramento do projeto no art. 18, § 3º, alínea g, da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, desde que haja prévia manifestação técnica quanto ao seu valor cultural e artístico. Art. 32. O projeto cultural devidamente instruído e com parecer técnico, após anuência da SEFIC, será encaminhado à CNIC, para análise e parecer na forma de seu regimento interno. Parágrafo único. O encaminhamento à CNIC independe da recomendação técnica ser de aprovação total, parcial ou de indeferimento, exceto, neste último caso, se a recomendação de indeferimento estiver fundamentada em súmula administrativa da CNIC, aprovada na forma de seu regimento. Art. 33. A pedido do proponente interessado, e desde que justificadamente caracterizada a inviabilidade da apreciação do projeto cultural pela CNIC em tempo hábil, o Ministro da Cultura poderá aprovar projetos e autorizar a captação de recursos em regime de urgência, sem a prévia manifestação da CNIC (art. 38, § 1º, do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006). § 1º O pedido de urgência será dirigido ao titular da SEFIC, que poderá rejeitá-lo prontamente se verificar que a inclusão na pauta da CNIC não interferirá na execução do projeto. § 2º O pedido de urgência será analisado em até 10 (dez) dias pela autoridade descrita no § 1º deste artigo, ainda que o projeto já tenha sido distribuído a membro da CNIC, recomendando a avocação do processo ao Ministro da Cultura se julgar cabível o pedido. § 3º Para análise do projeto em regime de urgência, o Ministro da Cultura poderá solicitar manifestação individual de membro da CNIC ou da Consultoria Jurídica do Ministério. § 4º O Ministro de Estado da Cultura poderá, de ofício, em caráter excepcional e por motivos relevantes, avocar os processos na fase em que se encontram. Capítulo IV DA APROVAÇÃO DOS PROJETOS Seção I Da Autorização para Executar o Projeto Art. 34. Após a manifestação da CNIC, os projetos culturais serão submetidos à decisão do Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, a qual será publicada por meio de portaria no Diário Oficial da União. Parágrafo único. O interessado também será informado da decisão em até cinco dias, por meio de registro no SalicWeb. Art. 35. A decisão de não aprovação ou aprovação parcial do projeto cultural deverá indicar as razões do indeferimento, sendo cabível recurso ao Ministro de Estado da Cultura, no prazo de 10 (dez) dias corridos, a contar da publicação da portaria no Diário Oficial da União. Parágrafo único. Em caso de aprovação parcial, a ausência de recurso implica

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aceitação tácita da decisão, devendo o proponente, no prazo do recurso, manifestar-se expressamente pela desistência do projeto caso não deseje realizá-lo nas condições estabelecidas pelo MinC, sob pena de sujeitar-se às sanções decorrentes da sua não execução. Art. 36. O recurso será dirigido ao Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, para eventual reconsideração em 5 (cinco) dias ou encaminhamento ao Ministro, para apreciação no prazo de 60 (sessenta) dias, sendo irrecorrível a decisão proferida em grau de recurso. Parágrafo único. Caso o Ministro entenda oportuna a manifestação da CNIC ou de unidades técnicas, poderá solicitar-lhes informações, a serem prestadas em até 20 (vinte dias). Art. 37. Os proponentes, pessoas físicas e jurídicas, deverão manter regulares suas situações fiscais, o que se verificará antes da publicação da portaria de aprovação por meio de: I – consulta da Certidão de Quitação de Tributos Federais (CQTF) e da Dívida Ativa da União (DAU), quando se tratar de pessoa física; ou II – consulta do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), da Certidão de Quitação de Tributos Federais (CQTF), da Dívida Ativa da União (DAU), quando se tratar de pessoa jurídica. Parágrafo único. Na impossibilidade de o Ministério da Cultura obter as certidões de que trata este artigo, será solicitado seu envio pelo proponente. Art. 38. A portaria de aprovação será publicada no Diário Oficial da União até o quinto dia útil seguinte ao da aprovação, e conterá, pelo menos: I – o número de registro do projeto no SalicWeb; II – o título do projeto; III – o nome do proponente e respectivo CPF ou CNPJ; V – o valor autorizado para captação de doações ou patrocínios; V – os prazos de execução e de captação; VI – enquadramento legal; VII – extrato do projeto aprovado; e VIII – prazo para apresentação da prestação de contas, observado o art. 65, §§ 1º e 2º desta Instrução Normativa. Parágrafo único. O projeto aprovado em portaria vincula as partes, não sendo cabível a alteração de seus termos e condições por parte do Ministério da Cultura, salvo em caso de ocorrência de fato novo ou constatação de erro material, dentro do prazo de cinco anos, ou, a qualquer tempo, na hipótese de má-fé do proponente, devidamente comprovada, nos termos do art. 54 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Art. 39. Os projetos culturais poderão ter autorização para captação parcelada de recursos, condicionando-se as novas autorizações à apresentação de relatório circunstanciado da execução da etapa anterior, acompanhado de cronograma físico-financeiro e, quando for o caso, de documentação comprobatória. Parágrafo único. O presente artigo se aplica a projetos culturais que possuam execução modular.

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Art. 40. O proponente não poderá ressarcir-se de despesas efetuadas em data anterior à publicação da portaria de autorização para captação de recursos. § 1º. É possível o ressarcimento das despesas realizadas depois da data prevista no caput. § 2º Correm por conta e risco do proponente, as despesas realizadas antes da liberação da movimentação dos recursos prevista na Seção II deste capítulo. Tais despesas somente serão ressarcidas caso sejam captados recursos suficientes e a sua movimentação seja liberada. Art. 41. É vedada a captação de recursos de entidades vinculadas ao beneficiário, exceto na hipótese prevista no art. 27, § 2º, da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Art. 42. Serão indeferidos os projetos culturais que tiverem recomendação técnica de cortes orçamentários iguais ou superiores a 50% (cinqüenta por cento) do orçamento proposto, motivados por inadequação aos preços de mercado, incompatibilidade com a natureza do projeto, vedação legal ou limites de valores definidos pelo Ministério da Cultura, sem prejuízo da análise de outras restrições recomendadas pela CNIC. Art. 43. Os recursos captados não serão aplicados em atividades não integrantes de projeto cultural aprovado. Seção II Da Liberação e Movimentação dos Recursos Art. 44. Os recursos captados serão depositados e geridos em conta bancária bloqueada, denominada Conta Captação, destinada especificamente para o projeto cultural, a ser aberta pelo MinC logo após a publicação da portaria de aprovação, exclusivamente em instituições financeiras controladas pela União. Parágrafo único. Não serão depositados na Conta Captação recursos oriundos de outras fontes não relacionadas ao mecanismo de incentivo fiscal. Art. 45. Os recursos oriundos de patrocínio ou doação somente serão captados, após a devida publicação da portaria de aprovação prevista no art. 34, bem como somente serão movimentados depois de atingidos 20% (vinte por cento) do orçamento global do projeto, seja no saldo da conta ou mediante garantia idônea, real ou fidejussória. § 1º Os recursos serão depositados na Conta Captação por meio de depósito identificado, com a informação obrigatória do CPF ou do CNPJ dos depositantes, ou, alternativamente, por Transferência Eletrônica Disponível – TED, ou Documento de Operação de Crédito – DOC, desde que, da mesma forma, tenham sido identificados os depositantes. § 2º A liberação da movimentação dos recursos captados dar-se-á automaticamente pela instituição financeira por meio de transferência para conta de livre movimentação, denominada Conta Movimento, ao se atingir o limite previsto no caput deste artigo. § 3º O proponente terá direito a saques para pagamentos de despesas iguais ou inferiores a R$ 100,00 (cem reais), devendo as demais despesas ser realizadas por meio de transferência bancária identificada, cheque nominal ou qualquer outro meio eletrônico de pagamento que assegure a identificação do fornecedor de bem ou serviço.

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§ 4º As captações não autorizadas, ou realizadas em prazos ou valores divergentes dos constantes da portaria de autorização, serão desconsideradas para efeito de incentivo fiscal, serão revertidas ao Fundo Nacional de Cultura – FNC. § 5º Os limites previstos no caput e no § 6º poderão ser reduzidos: I – na hipótese de urgente restauração de bem imóvel, a critério do Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, desde que os recursos captados sejam suficientes para sustar os motivos da urgência; e II – em caso de alteração do projeto, mediante justificativa apresentada pelo proponente à SEFIC, desde que observados os procedimentos da Seção IV do Capítulo IV desta Instrução Normativa. § 6º No caso de projeto que preveja Plano Anual de Atividades nos termos do art. 12, os recursos captados poderão ser transferidos para a Conta Movimento quando atingido 1/12 (um doze avos) do orçamento global aprovado. Art. 46. As contas Captação e Movimento, isentas de tarifas bancárias, serão vinculadas ao CPF ou ao CNPJ do proponente para o qual o projeto tenha sido aprovado. § 1º As contas somente poderão ser operadas após a regularização, pelos respectivos titulares, na agência bancária da instituição financeira oficial federal onde tenham sido abertas, de acordo com as normas vigentes do Banco Central, para que, em caráter irrevogável e irretratável, a instituição financeira cumpra as determinações do MinC para movimentá-las. § 2º Os recursos depositados nas contas serão obrigatoriamente aplicados em caderneta de poupança enquanto não empregados em sua finalidade, mediante solicitação expressa do titular junto à sua Agência de Relacionamento, no ato da regularização das contas. § 3º Os rendimentos da aplicação financeira serão obrigatoriamente aplicados no próprio projeto cultural, dentro dos parâmetros já aprovados pelo ministério, estando sujeitos às mesmas condições de prestação de contas dos recursos captados. Art. 47. Ao término da execução do projeto cultural, os saldos remanescentes das contas Captação e Movimento serão recolhidos ao Fundo Nacional da Cultura – FNC, nos moldes do art. 5º, V, da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro 1991. Seção III Dos Prazos de Execução e Captação Art. 48. O prazo de execução do projeto será estabelecido pela Portaria de Aprovação, não estando adstrito ao exercício fiscal corrente. Art. 49. O período para captação de recursos coincidirá com o término do exercício fiscal em que foi aprovado o projeto cultural, podendo ser renovado pela SEFIC, a pedido, diretamente no SalicWeb, quando o prazo de execução ultrapassar o ano fiscal corrente, mediante nova verificação da regularidade fiscal do proponente. § 1º O término do prazo para captação não poderá ser posterior ao último dia do prazo de execução do projeto. § 2º No caso de realização de eventos, o prazo de execução máximo será de

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trinta dias após o término do evento. Art. 50. A prorrogação do prazo de execução do projeto cultural poderá ser feita por até dois exercícios fiscais posteriores ao ano do término da execução inicialmente previsto, a pedido do proponente diretamente no SalicWeb, observadas as seguintes condições: I – formalização do pedido de prorrogação com antecedência de, no mínimo, 30 dias da data prevista para o encerramento da execução; II – informação das metas e dos itens do orçamento já realizados, com seus respectivos valores, bem como os que serão realizados durante o novo período solicitado; e III – apresentação de justificativa da necessidade da prorrogação para conclusão do projeto, juntamente com novo cronograma de execução físico-financeira. § 1º O prazo previsto no caput deste artigo poderá ser acrescido de mais um exercício fiscal para os projetos que tiverem sua aprovação publicada no último trimestre do ano. § 2º Não se aplica o limite instituído neste artigo em caso de ocorrência de caso fortuito ou força maior, devidamente comprovado. Art. 51. O pedido de prorrogação de prazo de execução ou captação será analisado e decidido pelo Diretor de Incentivo à Cultura da SEFIC. Art. 52. Quando não autorizada a prorrogação do prazo, caberá recurso ao Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura no prazo de 10 (dez) dias. Art. 53. É vedada a captação de recursos entre a data de vencimento do prazo de captação e a data de publicação da portaria de prorrogação. Seção IV Das Alterações Art. 54. O projeto cultural será alterado apenas durante sua execução, mediante solicitação do proponente à SEFIC, devidamente justificada e formalizada, no mínimo, 30 (trinta) dias antes do término de sua vigência. Art. 55. Serão permitidos remanejamentos de despesas entre os itens de orçamento do projeto cultural, após autorização da SEFIC. § 1º Os remanejamentos de que trata este artigo não poderão implicar aumento de despesa nos itens relativos a despesas administrativas, mídia, publicidade e captação, sob pena de não aprovação das contas. § 2º Os remanejamentos não poderão recair sobre itens do orçamento que tenham sido retirados ou reduzidos pela área técnica do MinC nas fases de análise e aprovação do projeto. § 3º Somente poderão ser remanejados valores referentes a itens orçamentários previstos nos projetos culturais aprovados. § 4º Respeitadas as regras dos §§ anteriores deste artigo, prescindirão da prévia autorização da SEFIC as alterações de valores de itens orçamentários do projeto, dentro do limite de 10% (dez por cento) do valor do item, para mais ou para menos, para fins de remanejamento, desde que não altere o valor total da planilha de custos aprovada. Art. 56. O proponente poderá solicitar complementação de valor autorizado para captação, desde que comprovada sua necessidade, que tenha captado

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pelo menos 50% (cinquenta por cento) do valor total inicialmente autorizado e que não exceda 25% (vinte e cinco por cento) do valor já aprovado, apresentando: I – justificativa da complementação; II – detalhamento das etapas a serem complementadas; e III – detalhamento dos custos referentes às etapas a serem complementadas. Art. 57. O proponente poderá solicitar a redução do valor do projeto, desde que tal providência não comprometa a execução do objeto nem represente redução superior a 40% (quarenta por cento) do valor total autorizado, apresentando: I – justificativa da necessidade de redução do valor do projeto; II – detalhamento dos itens a serem retirados ou reduzidos, com seus respectivos valores; e III – redimensionamento do escopo do projeto. Parágrafo Único. Os pedidos de redução do valor do projeto serão decididos pela SEFIC. Art. 58. Conforme sua complexidade, os pedidos de alteração, complementação, remanejamento ou redução da autorização de captação poderão ser submetidos a parecer técnico da unidade de análise e encaminhados à CNIC, para análise na forma do art. 32 desta Instrução Normativa, antes da decisão final do Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura. Art. 59. A alteração de proponente poderá ser autorizada, exclusivamente em hipóteses de caso fortuito ou força maior, mediante requerimento escrito do substituto que contenha a anuência formal do substituído, desde que: I – não caracterize a intermediação de que trata o art. 28 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro 1991; II – não decorra de inadimplência do titular; e III – seja o pedido submetido à análise técnica quanto ao preenchimento dos requisitos subjetivos previstos na Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Parágrafo único. Quando já houver ocorrido captação de recursos, a alteração do proponente dependerá, ainda, da anuência dos patrocinadores ou doadores. Art. 60. Não será permitida a alteração de objeto ou de objetivos do projeto cultural aprovado. Art. 61. As alterações da mesma natureza não serão concedidas mais de uma vez, e somente poderão ser solicitadas após a publicação da portaria de aprovação. Art. 62. É vedada a transferência de saldos não utilizados para outros projetos aprovados pelo Ministério da Cultura, ainda que idênticos ao original. Art. 63. Quando não autorizadas as alterações previstas nesta Seção, caberá recurso ao Ministro de Estado no prazo de 10 (dez) dias, sem efeito suspensivo. Capítulo V DO ACOMPANHAMENTO, DA AVALIAÇÃO TÉCNICA E DA PRESTAÇÃO DE CONTAS Art. 64. As doações e os patrocínios captados pelos proponentes em razão do mecanismo de incentivo, decorrentes de renúncia fiscal, são considerados

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recursos públicos, e as propostas culturais estão sujeitas a acompanhamento, avaliação técnica e prestação de contas. Parágrafo único. A não aplicação ou aplicação incorreta dos recursos públicos descritos neste artigo ensejam a instauração de Tomada de Contas Especial, observado o disposto no Capítulo VIII do Título V da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 127, de 29 de maio de 2008. Seção I Do Acompanhamento das Propostas Culturais e da Apresentação da Prestação de Contas Art. 65. Os projetos culturais de que trata esta Instrução Normativa terão sua execução acompanhada pela SEFIC, de forma a assegurar a consecução dos seus objetos e seus objetivos, permitida a delegação, conforme previsto no art. 8º do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006. § 1º O acompanhamento previsto no caput será realizado por meio de monitoramento à distância, mediante o registro trimestral de relatórios pelo proponente no sistema SalicWeb, contemplando as etapas de execução do objeto, de acordo com o que foi estabelecido no Plano de Execução, devendo o último relatório conter a consolidação das informações, inclusive quanto à conclusão do projeto, sendo apresentado no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o término da execução do projeto. § 2º Para cumprimento do disposto no § 1º deste artigo, o relatório final consolidado no SalicWeb deverá estar acompanhado dos seguintes documentos: I – cópia dos despachos adjudicatórios e homologações das licitações realizadas ou justificativa para sua dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal, quando o proponente pertencer à Administração Pública; II – relatório da execução física do projeto com avaliação dos resultados; III – relatório de bens móveis adquiridos, produzidos ou construídos, juntamente com comprovante de realização da cotação de preços prevista no § 2º do art. 24 desta Instrução Normativa; IV – relatório de bens imóveis adquiridos, produzidos ou construídos; V – comprovação da distribuição dos produtos obtidos na execução do projeto, conforme previsto no plano básico de distribuição do projeto aprovado, devendo a cota do Ministério da Cultura ser distribuída na forma por este definida (identificação de CNPJ e/ou CPF dos beneficiários); VI – exemplar de produto, comprovação fotográfica ou outro registro do cumprimento do plano básico de divulgação do projeto (arquivos digitais, livro, CD, registro audiovisual etc.); VII – comprovação das medidas adotadas pelo proponente para garantir a acessibilidade e democratização do acesso, nos termos aprovados pelo Ministério da Cultura; VIII – comprovante do recolhimento ao Fundo Nacional da Cultura - FNC, de eventual saldo não utilizado na execução do projeto; IX – cópia do termo de aceitação definitiva da obra, quando o projeto objetivar a execução de obra ou serviço de engenharia; e

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X – comprovação da destinação cultural dos bens adquiridos, produzidos ou construídos. Art. 66. O proponente poderá ainda ser chamado a apresentar relatório parcial ou final de execução em meio físico, na forma a ser definida pela SEFIC. Art. 67. A execução do projeto será fiscalizada por meio de auditorias, vistorias e demais diligências de acompanhamento, que serão realizadas diretamente pelo Ministério da Cultura, por suas entidades vinculadas, ou mediante parceria com órgãos federais, estaduais e municipais. Parágrafo único. As diligências previstas no caput serão lavradas em relatório de fiscalização circunstanciado, que deverá integrar os autos. Art. 68. Encerrado o prazo do § 1º do art. 65 desta Instrução Normativa, a SEFIC elaborará parecer de avaliação técnica quanto à execução do objeto e dos objetivos do projeto, conforme art. 7º do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006. Art. 69. O parecer de avaliação técnica abordará, no mínimo, os seguintes aspectos: I – confirmação da apresentação dos documentos do art. 65, § 2º desta Instrução Normativa referentes à análise da execução do objeto e dos objetivos do projeto; II – consistência das informações prestadas quanto à execução do objeto e dos objetivos do projeto; III – comparação entre os resultados esperados e os atingidos pelo projeto cultural; IV – avaliação de economicidade entre os custos estimados e os efetivamente realizados; V – aferimento da repercussão do projeto junto à sociedade; VI – cumprimento das medidas de acessibilidade e democratização do acesso, nos termos da portaria de aprovação; VII – cumprimento do previsto no Plano Básico de Divulgação e no Plano Básico de Distribuição dos produtos resultantes do projeto cultural; e VIII – outros aspectos considerados relevantes pelo analista. § 1º O parecer técnico deverá ser elaborado no prazo de até 60 (sessenta) dias, a contar do recebimento do último relatório de execução física, e opinará conclusivamente quanto ao cumprimento dos requisitos deste artigo, de modo a constatar se o objeto do projeto foi cumprido, devendo, em seguida, ser encaminhado à instância responsável pela análise das contas. § 2º Caso o parecer conclua pelo descumprimento dos requisitos deste artigo, será instaurada Tomada de Contas Especial, sem prejuízo da continuidade da análise das contas. § 3º Todos os projetos que obtiverem a aprovação quanto ao cumprimento do objeto serão publicados no Diário Oficial da União. Art. 70. Quando as contas e demais documentos comprobatórios do cumprimento do objeto do projeto não forem apresentados no prazo estipulado no § 1º do art. 65 desta Instrução Normativa, a SEFIC notificará o proponente para que os apresente em 30 (trinta) dias, sob pena de registro de inadimplência no sistema SalicWeb e no Sistema Integrado de Administração

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Financeira do Governo Federal – SIAFI, além de instauração de Tomada de Contas Especial.Art. 71. Em qualquer fase da execução do projeto, caso detectadas irregularidades, a SEFIC poderá determinar, conforme a gravidade, a inabilitação do proponente e a suspensão ou o cancelamento do projeto cultural, adotando as demais medidas necessárias para, junto com os órgãos competentes, efetuar a apuração de responsabilidades com vistas ao ressarcimento dos prejuízos ao erário e a devolução dos recursos pelos responsáveis. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, será assegurada ampla defesa ao proponente beneficiário, que poderá recorrer, ao Ministro de Estado da Cultura, sem efeito suspensivo. Seção II Da Análise da Prestação de Contas Art. 72. É responsabilidade do proponente efetuar a retenção e os recolhimentos de impostos e contribuições que incidirem sobre os recursos movimentados, serviços contratados, ou obrigações decorrentes de relações de trabalho. Art. 73. Cabe ao proponente emitir comprovantes em favor dos doadores ou patrocinadores, bem como manter o controle documental das receitas e despesas do projeto pelo prazo decadencial de cinco anos, contados da aprovação da prestação de contas, à disposição do MinC e dos órgãos de controle e fiscalização, caso seja instado a apresentá-las, conforme previsto no art. 25 da Instrução Normativa SRF nº 258, de 17 de dezembro de 2002. § 1º As faturas, os recibos, as notas fiscais, os cheques emitidos e quaisquer outros documentos de que trata este artigo deverão conter a discriminação dos serviços contratados ou dos produtos adquiridos. § 2º O proponente deve manter os documentos fiscais originais e cópias de todos os cheques emitidos, frente e verso, de forma que os beneficiários possam ser identificados, pelo prazo mínimo de dez anos. Art. 74. Após o parecer de avaliação técnica previsto no art. 68 desta Instrução Normativa, caberá à SEFIC realizar a análise das contas apresentadas pelo proponente, no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias a partir do término da execução do projeto, por meio de parecer conclusivo quanto à regularidade contábil e financeira do projeto. § 1º Para elaboração do parecer a que se refere este artigo, poderá a SEFIC: I – valer-se de informações, documentos ou outros elementos obtidos junto a autoridades públicas; II – solicitar a qualquer pessoa física ou jurídica informações, documentos ou outros elementos que julgar necessários; e III – diligenciar ao proponente ou aos seus sócios para que apresentem informações, documentos e outros esclarecimentos que julgar necessários para que possa avaliar a prestação de contas, assinalando o prazo do art. 93, § 1º, para cumprimento da notificação. § 2º A análise contábil e financeira a que se refere este artigo será feita quando identificados indícios de irregularidades e por amostragem percentual,

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abrangendo, proporcionalmente, os diferentes tipos de proponentes, segmentos culturais, faixas de valores e distribuição geográfica dos projetos. Art. 75. O servidor encarregado das diligências previstas no art. 67 não poderá participar da elaboração dos pareceres de avaliação técnica e contábil referidos nos arts. 68 e 74 desta Instrução Normativa. Seção III Da Aprovação, Aprovação Com Ressalva e Reprovação Art. 76. Os pareceres de que tratam os arts. 68 e 74 desta Instrução Normativa comporão Laudo Final de Avaliação do projeto cultural, que será submetido ao titular da SEFIC, para decisão de aprovação, reprovação ou aprovação com ressalva, do qual o proponente beneficiário será cientificado, juntamente com o teor do laudo, sem prejuízo da publicação no Diário Oficial da União. Art. 77. Aprovado integralmente o projeto, com base no Laudo Final, a decisão de que trata o art. 76 desta Instrução Normativa fará constar que os recursos tiveram aplicação regular e que o projeto teve avaliação técnica satisfatória, determinando o registro da decisão no sistema SalicWeb, bem como no Cadastro de Convênios do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI. Art. 78. O projeto será aprovado com ressalvas quando, apesar de regulares as contas, tiver obtido avaliação técnica insatisfatória com fundamento nos aspectos do art. 69 desta Instrução Normativa, desde que não resulte em prejuízo ao erário ou descumprimento do objeto, devendo ser registrada a aprovação com ressalva nos bancos de dados mencionados no art. 77 desta Instrução Normativa. Art. 79. Será reprovado o projeto cuja prestação de contas não seja considerada regular, independentemente do resultado do parecer técnico presente no Laudo Final, devendo ser registrada como tal nos bancos de dados mencionados no art. 77 desta Instrução Normativa. Parágrafo único. Também será reprovado o projeto que, apesar de regular nas contas, incorrer em dano ao erário ou descumprimento do objeto. Art. 80. Quando a decisão for pela reprovação da prestação de contas, a decisão de que trata o art. 76 desta Instrução Normativa assinalará prazo de 30 (trinta) dias ao proponente beneficiário para recolhimento dos recursos irregularmente aplicados ou ressarcimento do dano, incluídos os rendimentos da aplicação no mercado financeiro, corrigidos pela taxa Selic a partir da data da ciência da decisão. §1º As notificações para o recolhimento de que trata este artigo serão expedidas com aviso de recebimento ou outra forma que assegure a ciência do interessado, sem prejuízo de notificação por correspondência eletrônica. § 2º Esgotado o prazo sem o cumprimento das exigências, estará caracterizado dano ao erário, cabendo à SEFIC providenciar a comunicação do órgão de controle interno para instauração de Tomada de Contas Especial, comunicando ainda a Secretaria da Receita Federal para que esta proceda à fiscalização de que trata o art. 36 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, e o art. 12 da Instrução Normativa Conjunta MINC/MF n° 1, de 13 de junho de 1995.

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§ 3º Quando comprovada a prática de ato ilícito, a recomposição do valor devido se dará na forma da Instrução Normativa nº 56, de 5 de dezembro de 2007, do Tribunal de Contas da União. Art. 81. O ato de aprovação, reprovação ou aprovação com ressalva pode ser revisto de ofício pelo titular da SEFIC, a qualquer tempo, de forma justificada. Art. 82. Da decisão do Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura caberá recurso, no prazo de 10 (dez) dias, ao Ministro de Estado da Cultura, que proferirá decisão em 60 (sessenta) dias, a contar da data da interposição do recurso. § 1º Exceto nos casos dispensados regimentalmente ou em virtude de súmula administrativa da CNIC, o recurso será submetido à referida comissão antes de ser encaminhado ao Ministro de Estado da Cultura, nos termos do art. 38, inciso VI, do Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006, para que aquela se manifeste sobre a prestação de contas ou a avaliação técnica, conforme as razões recursais. § 2º A interposição de recurso não obsta as providências decorrentes de eventual Tomada de Contas Especial. § 3º As decisões e pareceres proferidos em grau de recurso serão registrados na base de dados do SalicWeb. Art. 83. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) anos, contados da apresentação dos documentos previstos no art. 65, § 2º desta Instrução Normativa fica caracterizada a prescrição para aplicação das sanções previstas nesta Instrução Normativa, ressalvada a imprescritibilidade do ressarcimento dos danos ao erário, conforme art. 37, § 5º, da Constituição Federal. Capítulo VI DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL Art. 84. A instauração do processo de Tomada de Contas Especial se fará, no que couber, conforme a Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 127/2008 e regulamentação específica do Tribunal de Contas da União, particularmente a Instrução Normativa nº 56, de 5 dezembro de 2007, visando à apuração dos fatos, identificação dos responsáveis, quantificação do dano e obtenção do ressarcimento, sendo levada a efeito pelo órgão competente do Ministério da Cultura ou, na sua omissão, por determinação do Tribunal de Contas da União. Art. 85. Havendo instauração de Tomada de Contas Especial, o registro de seus atos será realizado no Cadastro de Convênios do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, para consulta pública, sem prejuízo do registro no SalicWeb. Art. 86. A instauração do processo de Tomada de Contas Especial não suspende a sanção de inabilitação aplicada em caso de reprovação de prestação de contas ou sua aprovação com ressalvas. Capítulo VII DA INABILITAÇÃO DOS PROPONENTES Art. 87. Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se inabilitação a sanção administrativa a que estão sujeitas as pessoas responsáveis por projetos culturais, como proponentes ou executoras, na forma do art. 20, § 1º, da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991.

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Parágrafo único. Aplica-se, também, a inabilitação a todos os que tenham concorrido para a não execução do projeto ou outras irregularidades descritas neste capítulo, inclusive sócios, diretores e procuradores de pessoa jurídica responsável. Art. 88. Após o Laudo Final de Avaliação, serão inabilitados os responsáveis por projetos culturais que forem reprovados ou aprovados com ressalvas, nas seguintes proporções: I – por um ano: a) aqueles que deixarem de informar o recebimento de recursos de outras fontes para o mesmo projeto; b) aqueles cuja prestação de contas tenha sido apresentada fora do prazo; ou c) aqueles que tiverem prestação de contas aprovadas com ressalvas em virtude da inobservância das normas aplicáveis à execução e à prestação de contas de projeto; II – por dois anos: a) aqueles que tiverem prestação de contas reprovada, independentemente da posterior devolução dos recursos; ou b) aqueles que reincidirem nas condutas previstas no inciso I deste artigo; III – por três anos: a) aqueles que, na execução do projeto ou na prestação de contas, tenham agido de má fé, incorrendo em desvio de recursos ou improbidade administrativa; ou b) aqueles que, na execução de projeto cultural, tenham incorrido em violações de direitos autorais, humanos, ambientais ou outras garantias constitucionais; § 1º As sanções previstas neste artigo poderão ser aplicadas cumulativamente até o limite de três anos. § 2º As sanções de inabilitação serão aplicadas pelo Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura após o decurso do prazo do recurso de que trata o art. 82 desta Instrução Normativa, podendo suspender sua aplicação durante o julgamento do recurso. § 3º Aplicada a sanção de inabilitação, caberá ainda recurso ao Ministro de Estado da Cultura a ser apreciado nos termos do art. 20, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, que deverá ater-se exclusivamente aos motivos da inabilitação, sendo defeso ao proponente rediscutir os motivos da aprovação com ressalva ou da reprovação da prestação de contas do projeto cultural. § 4º A decisão proferida no recurso do parágrafo anterior é irrecorrível, sendo registrada na base de dados do SalicWeb pela SEFIC, que se incumbirá de comunicar a decisão ao proponente. Art. 89. A sanção de inabilitação será publicada no Diário Oficial da União, até o quinto dia útil após sua aplicação, e surtirá efeitos a partir de sua publicação. Parágrafo único. A portaria que aplicar a penalidade conterá, no mínimo: I – identificação do projeto e número Pronac; II – identificação dos inabilitados e respectivos registros no CNPJ ou no CPF; III – identificação da entidade proponente, se for o caso; IV – descrição do objeto do projeto;

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V – período da inabilitação; e VI – fundamento legal. Art. 90. Sem prejuízo de outras restrições ou sanções administrativas, a inabilitação do proponente resultará em impossibilidade de: I – cadastramento de novas propostas na base de dados do Ministério da Cultura; II – prosseguimento da análise documental e de admissibilidade das propostas já apresentadas; III – encaminhamento de propostas para análise técnica; IV – inclusão de projeto na pauta da reunião da CNIC; V – publicação da portaria de aprovação; VI – prorrogação do prazo de execução do projeto; VII – movimentação dos recursos captados abaixo do percentual previsto no art. 45 desta Instrução Normativa; e VIII – recebimento de recursos decorrentes de outros mecanismos do Pronac previstos no art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Art. 91. A inabilitação será registrada na base de dados do SalicWeb e servirá de parâmetro de consulta da regularidade do proponente junto ao Programa Nacional de Incentivo à Cultura – Pronac. Art. 92. A pesquisa quanto à habilitação ou não do proponente é obrigatória antes: I – do cadastramento de novas propostas na base de dados do Ministério da Cultura; II – da análise de admissibilidade das propostas; III – do parecer técnico; IV – da inclusão de projetos na pauta da reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura; V – da decisão do art. 34 desta Instrução Normativa; VI – da prorrogação do prazo de execução de projeto; e VII – da abertura e liberação de movimentação de contas vinculadas. Capítulo VIII DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 93. Aplicam-se aos procedimentos previstos nesta Instrução Normativa as disposições da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, em especial quanto aos prazos, recursos e comunicação de atos e decisões. § 1º As áreas técnicas do MinC poderão solicitar documentos ou informações complementares, destinadas a subsidiar a análise da proposta ou do projeto cultural, devendo, para tanto, comunicar o proponente, informando o prazo de 20 (vinte) dias para resposta. § 2º O prazo a que se refere o parágrafo anterior suspenderá o prazo de análise do MinC, podendo ser prorrogado pela área técnica uma única vez, por igual período, a pedido do proponente. § 3º Caso a resposta à diligência seja insuficiente, o proponente poderá ser diligenciado novamente, uma única vez, sendo interrompida a contagem do prazo de análise, reiniciando-se a partir da data de cumprimento das exigências.

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§ 4º O não cumprimento da diligência no prazo estabelecido implicará o cancelamento automático das propostas pela internet e o arquivamento da proposta cultural em meio físico. § 5º A prorrogação de prazo de resposta a que se refere o § 2º deste artigo somente será concedida se for solicitada pelo proponente durante a vigência do primeiro prazo. Art. 94. As disposições desta Instrução relativas a acompanhamento e prestação de contas aplicam-se aos projetos em andamento, a partir de sua entrada em vigor. Art. 95. A Secretaria Executiva consolidará em relatório o comprometimento da renúncia fiscal, com informações: I – do valor total das captações por modalidade de incentivo (doação/patrocínio ou investimento) e tipo de incentivador (pessoa física ou jurídica); II – do número de projetos em tramitação, individualizados por segmento. Art. 96. O Ministro de Estado da Cultura, com base nos relatórios consolidados pela Secretaria Executiva, poderá, a qualquer tempo, definir novas diretrizes em razão da demanda e da política cultural, artística ou audiovisual. Art. 97. Fica dispensado o uso de processos físicos nos casos dos procedimentos administrativos em que for utilizada a tecnologia de certificação digital prevista na Medida Provisória 2.200-2, de 24 de agosto de 2001. § 1º Nas hipóteses dos processos físicos com etapas virtuais, aplica-se o art. 7º do Decreto 3.714, 3 de janeiro de 2001, devendo o servidor reproduzir os documentos eletrônicos em meio físico com certificação de autenticidade da cópia ou reprodução. § 2º As informações e os documentos que, por sua natureza, não possam ser inseridos no SalicWeb pelo proponente, serão enviadas em meio papel, para digitalização no Ministério da Cultura, mediante entrega no protocolo central, em Brasília ou nas representações estaduais, com a devida identificação da proposta ou projeto. Art. 98. As competências fixadas para a SEFIC nos dispositivos antecedentes serão transitoriamente exercidas pela Secretaria do Audiovisual – SAV, até 31 de dezembro de 2010, em relação aos projetos culturais cujas ações principais envolvam obra cinematográfica ou videofonográfica de média ou curta metragem. Art. 99. A SEFIC instituirá manuais de serviços para detalhar os procedimentos operacionais previstos nesta Instrução, no prazo de até 120 (cento e vinte) dias a partir de sua publicação. Art. 100. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. Art. 101. Ficam revogadas a Portaria n° 219, de 4 de dezembro de 1997; a Portaria n° 46, de 13 de março 1998; a Portaria nº 180, de 04 de junho de 1998; a Portaria nº 500, de 18 de dezembro de 1998; a Instrução Normativa nº 1, de 26 de novembro de 2002; a Portaria nº 4, de 26 de fevereiro de 2008; a Portaria nº 54, de 04 de setembro de 2008; e a Portaria nº 30, de 26 de maio de 2009; do Ministério da Cultura. JOÃO LUIZ SILVA FERREIRA Fonte: Internet

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ANEXO V