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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ARQUITETURA CONSCIENTE SE FAZ HOJE E PENSA-SE NO AMANHÃ. Por: Ariane Braga Do Amor Divino Orientador Prof.ª Maria Esther de Araújo Oliveira Niterói 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

ARQUITETURA CONSCIENTE SE FAZ HOJE E PENSA-SE NO AMANHÃ.

Por: Ariane Braga Do Amor Divino

Orientador

Prof.ª Maria Esther de Araújo Oliveira

Niterói

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

ARQUITETURA CONSCIENTE SE FAZ HOJE E PENSA-SE NO AMANHÃ.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Ambiental

Por: . Ariane Braga do Amor Divino.

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AGRADECIMENTOS

...Agradeço a Deus que me deu forças

para chegar até aqui, ao meu noivo

que me apoiou e me estimulou todas

das manhãs de sábado, a meus pais,

aos meu amigos que me apoiaram, a

todos os parceiros que conquistei

durante toda essa caminhada , aos

docentes e colaborado que me deram

todo o suporte necessário...

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DEDICATÓRIA

... Dedico a meu noivo, a meus pais e a

meus amigos e familiares que

entenderam que para se chegar ao fim,

há de se começar...

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RESUMO

Pensar no manhã é simplesmente mudar hábitos, é escolher materiais

que diminua os impactos hoje e no futuro, utilizando a arquitetura bioclimática ,

o projetista não se detém em apenas projetar, e sim projetar com consciência e

conhecimento de causa, o que garantirá que a construção será um espaço

mais saudável.

Os 3Rs, reduzir, reutilizar e reciclar, princípios básicos da

sustentabilidade servem como ponto de partida para se pensar em edificação

para o hoje sem afetar o amanhã.

Com a tomada de atitudes corretas e a utilização de materiais certos ,

os gestores de opiniões e criadores de tendências , podem introduzir a cada

dia mais essas iniciativas aos novos construtores , projetistas, fornecedores e

executores, enfim toda indústria da construção civil pode trabalhar a favor do

meio ambiente.

A redução da utilização de materiais que possam ser êxitos do meio,

bem como a utilização de materiais de fácil reciclagem, alteração de cores dos

telhados para a diminuição de calor e a utilização de técnicas construtivas

alternativas e menos lesivas ao meio ambiente, que fazem com que a

construção seja menos impactante ao meio.

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METODOLOGIA

Após todo um levantamento de problemas e muitas reflexões sobre o

título escolhido, uma pesquisa para dar consistência as informações começou

a ser realizada.

E foram utilizados para a elaboração deste trabalho informações

retiradas de livros didáticos, revistas, sites, legislação vigente e publicações

científicas.

Através destes obtivemos a real necessidade da implementabilidade

urgente dessa educação ambiental em nossos provedores da construção civil,

há de se repensar o tripé da sustentabilidade integrando-os as novas

edificações.

A pesquisa buscou a todo o momento solucionar os problemas

apresentados comprometendo-se em beneficiar ambientalmente,

economicamente e socialmente essa nova fase da construção civil.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A BIOARQUITETURA E SUA APLICAÇÃO 10

CAPÍTULO II - MITIGANDO OS IMPACTOS 15

CAPÍTULO III – EDIFICANDO PARA O AMANHÃ 19

CONCLUSÃO 26

ANEXOS 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS 48

ÍNDICE 49

FOLHA DE AVALIAÇÃO 50

INTRODUÇÃO

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O tema principal dessa pesquisa é Arquitetura bioclimática. Nosso

principal questionamento será “Há como construir sem agredir o meio

ambiente? Como mitigar os impactos já causados?”.

O tema foi escolhido pela observação de que apesar do “boom” da

sustentabilidade as empresas de construção civil ainda estão bem atrás nessa

corrida pela qualidade e sustentabilidade. Como não há uma maneira de parar

o crescimento da humanidade e das cidades, o ideal que comecemos a refletir

novas maneiras de mitigar tais impactos, a cada novo edifício que se ergue

centenas de novos carros começam a freqüentar vias onde antes quase não

se havia movimento ou tráfego intenso e então na primeira chuva as cidades

ficam totalmente obstruídas.

Esse crescimento imobiliário desordenado e a especulação vêm

diminuindo cada vez mais o pé direito, os tamanhos das janelas e os tamanhos

dos cômodos dos apartamentos e casas, tornando-os cada vez mais

dependentes de equipamentos para se manterem confortáveis.

A arquitetura bioclimática ou bioarquitetura busca a utilização dos

benefícios naturais em favor do conforto humano sem a necessidade do uso

contínuo de equipamentos principalmente de refrigeração. A percepção das

características climáticas locais e sua utilização em favor das soluções

arquitetônicas diminuem os impactos normalmente causados.

Deve-se levar em conta todo o entorno da área onde serão analisados,

os relevos do terreno, sua vegetação as edificações vizinhas, as incidências de

sol e vento entre outros fatores, possíveis facilitadores ou potenciais barreiras.

Resumidamente a arquitetura bioclimática tem em vista o bem-estar de

seus ocupantes vivendo em harmonia com o meio ambiente integrando-o e

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respeitando-o, encontrando a melhor adequação entre o clima, o edifício e

seus ocupantes.

Desta forma nos objetivos serão a busca de parâmetros, construtivos e

metodológicos de conscientização dos profissionais da construção civil e suas

ramificações.

Outro objetivo é o de encontrar maneiras de minimizar os impactos

atuais sem parar o desenvolvimento. Somente conseguiremos alcançar esse

propósito somente através da conscientização dos idealizadores de projetos e

formadores de opiniões, em seguida vem à conscientização dos usuários

dessas edificações, que será de suma importância para a vida útil e perfeito

funcionamento dos projetos após sua execução.

Com a informação disseminada na sociedade, o meio ambiente passará

a ser um aliado e não mais um empecilho para as pessoas, temos que pensar

o meio ambiente como solução e não como problema. O conhecimento

reduzirá o “pré-conceito” e trará consciência a todos que se beneficiarem com

ele.

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CAPÍTULO I

A BIOARQUITETURA E SUA APLICAÇÃO

Segundo o IDHEA, Instituto para desenvolvimento da habitação

ecológica as descorçoes sobre construir causando um menor impacto

ambiental teve seu início após a 1ª crise do petróleo em 1973, quando os

países exploradores subiram os valores de seus produtos abruptamente,

forçando assim ao Ocidente a buscarem novas opções para abastecimento.

Essa crise fez com que o Ocidente desenvolvesse novas ferramentas

de gestão e análise de processos, que teve como resultado a alteração na

arquitetura e na construção civil.

Muito se fala sobre esse real início, porém o que é de acordo de todos

os que abordam esse tema é que o mesmo teve seu “estopim” após a Rio 92

(2ª Conferência Mundial para o Desenvolvimento e Meio Ambiente) onde

houve um remanejamento na gestão de projetos e nascia o termo construção

sustentável. E o que vem a ser essa construção sustentável?

De acordo com o IDHEA uma construção sustentável vem a ser aquela

que assume um compromisso de respeito e bom convívio com o meio

ambiente , reduzindo os impactos ambientais causados pelos processos

construtivos. Ainda segundo o IDHEA esse sistema mesmo que promova

alterações em seu entorno, para assim atender as necessidades do homem

moderno, preserva-se o meio ambiente e seus recursos naturais garantindo

assim qualidade de vida para as gerações atuais e futuras.

“ Não devemos deixar que as comunidades crescessem

sem nenhuma área verde. Quando não houver um lugar

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de belezas naturais, deve-se deixar alguns terrenos para

que os habitantes tenham um parque no futuro. ”

(van Lengen 2004, p.133).

Com o aprofundamento dos estudos sobre as construções sustentáveis

origina-se a arquitetura bioclimática . Que segundo Adonis Arantes de

Souza (2007), do Laboratório De Fontes Alternativas de Energia da UFRJ, a

definição de Arquitetura Bioclimática é a seguinte:

“...A Arquitetura Bioclimática é o estudo que busca a

harmonização das construções ao clima e características

locais. Manipula o desenho e elementos arquitetônicos a

fim de otimizar as relações entre homem e natureza, tanto

no que diz respeito à redução de impactos ambientais

quanto à melhoria das condições de vida humana,

conforto e racionalização do consumo energético...”

Associando a Arquitetura Bioclimática ao desenvolvimento sustentável

estabelece uma relação que reduz os custos e os impactos ambientais de uma

construção por meio de projetos arquitetônicos que se voltem para adaptar-se

as características climáticas locais e com isso realizar uma melhor analise da

implantação do projeto no terreno , dos relevos do terreno , do entorno do

terreno utilizando-se dos melhores recursos para uma melhor utilização ou

proteção dos ventos e dos raios solares.

1.1 – Arquitetura Bioclimática e o Meio Ambiente

Conforme relatório Planeta Vivo 2002, elaborado pelo WWF (World

Wildlife Fund) e divulgado em Genebra no dia 10 de julho de 2002, o consumo

de recursos naturais já supera em 20% por ano a capacidade do planeta de

regenerá-los. Desta forma não há como ignorar tal fato, tendo em vista que a

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construção civil é a responsável por cerca de 15% a 50% do consumo desses

recursos naturais.

Cerca de 2/3 de madeira extraía é para esse fim , sendo que a maioria

desse madeiramento não possui o manejamento adequado, indústria do

cimento responde por cerca de 7% da emissão anual de gás carbônico (CO2)

na atmosfera (3º maior no setor industrial). Na produção de cada tonelada de

cimento (200 sacos) são lançadas 0,6 tonelada de CO2 no ar. Somente o

Brasil, com uma produção anual de 38 milhões de toneladas de cimento

Portland (comum) libera para a atmosfera aproximadamente 22,8 milhões de

toneladas/ano de gás carbônico.

A Arquitetura Bioclimática, por sua vez, ao optar pela utilização de uma

técnica e um material construtivo, considera não apenas seus aspectos

técnicos e estéticos finais, mas analisa toda a cadeia produtiva ao qual

perpassam, desde a extração e manejo da matéria-prima até as distâncias

percorridas em seu trajeto, os processos de transformação e incorporação de

substâncias e, para além disto, a durabilidade, degradação e sua reintegração

à natureza. Analisando o ciclo de vida dos materiais, obtêm-se dados sobre os

impactos que causam à natureza e à saúde humana, sendo possível tomar

decisões conscientes e comprometidas com o meio-ambiente e com as

gerações atuais e futuras.

Segundo Márcio Augusto Araújo (2008) as diretrizes gerais para

edificações sustentáveis podem ser resumidas em nove passos principais, que

estão conformes ao que recomendam os melhores sistemas de certificação no

mundo, a saber, BREEAM (Inglaterra), Green Star (Austrália), LEED (Estados

Unidos) e HQE (França). Os Nove Passos para a Obra Sustentável são:

1. Planejamento Sustentável da obra

2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais

3. Eficiência energética

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4. Gestão e economia da água

5. Gestão dos resíduos na edificação

6. Qualidade do ar e do ambiente interior

7. Conforto termo-acústico

8. Uso racional de materiais

9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis

Cada um destes passos é imprescindível para se chegar a uma obra

sustentável e à auto-sustentável.

1.2 – Técnicas da Arquitetura Bioclimática

O principal fator que nos leva a uma construção de um projeto

bioarquitetonico é o aparecimento de um sentimento que nos leva a harmonia

com a natureza utilizando-se de materiais e meios ecologicamentes

sustentáveis.

Nessa forma de arquitetura o clima é um fator determinante para a

forma do projeto . essa arquitetura reflete a compreensão e a reflexão sobre as

condições locais, antes de construir e habitar.

Consiste em aplicações e tradições ancestrais melhoradas com o

decorrer do tempo e das necessidades da época, a arquitetura chamada

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moderna apresentava, desde sua criação, um pensamento e ação que marcou

e condicionou o nosso ambiente e o mau uso dos elementos naturais foi

compensado pelo uso do ar condicionado e da iluminação artificial, deixando

assim em desuso recursos naturais como a iluminação e ventilação.

Novas pesquisas vem sendo realizadas e assim estão produzindo novas

relações com a natureza e as buscas nesse sentido são muito necessárias

devido ao estado de devastação e tragédias naturais, que a cada dia ocorrem

com mais freqüências. A arquitetura bioclimática passa a fazer parte dos

programas dos Ministérios de Energia em alguns países desenvolvidos.

O clima é um elemento crítico na concepção de uma arquitetura

bioclimática, a evolução do sol e das temperaturas, a direção dos ventos, tudo

contribui e determina um ambiente físico ao qual o arquiteto deve se

preocupar, o clima constitui um fator importante o qual se agrega a outros

fatores como os culturais, sociais e econômicos.

Mas não adiantava ser ecológico e não ser viável economicamente, hoje

após muito estudos encontramos muitas maneiras de aproveitamento dos

recursos naturais em beneficio da sociedade.

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CAPÍTULO II

MITIGANDO OS IMPACTOS

Com o aumento indiscriminado da população, foram aos poucos

perdendo o controle do uso dos recursos naturais. No século XX as atividades

humanas tiveram uma atuação capaz de mudar a composição da atmosfera

principalmente por causa das indústrias. Através do rápido processo de

urbanização a partir do ano de 1950, podemos observar um item que

acompanhou esse processo acelerado, os combustíveis fósseis, que tiveram

um aumento de 30 vezes desde o ano de 1900, sendo sua que maioria foram

utilizados após o ano de 1950.

Estudar o clima tem sido o alvo de interesse de muitos, através desses

estudos tem sido cada vez mais comprovado que as alterações no clima tem

ligação com o processo de urbanização do espaço. O inglês Luke Howard

assinalou isso pela primeira vez em 1818, quando percebeu que a temperatura

noturna no centro de Londres , era maior 2,2°C do que em seus arredores.

Muitos outros estudos também apontam que essas variações entre

cidade e campo , são significativas e apresentam variações, em geral, nos

valores de insolação umidade relativa do ar, nebulosidade e velocidade do

vento.

Segundo Oke (1980, p237-254) “ a urbanização é um processo de

conversão do meio físico”, o que ele quer dizer com essa frase, é que qualquer

mínima forma de urbanizar um espaço , as alterações nos meios naturais são

enormes, algumas chegam a ser drásticas ou irreversíveis.

As principais causas da formação de ilhas de calor são, estocagem de

calor durante o dia e maior emissão de radiação noturna, produção artificial de

calor, redução de áreas verdes, barreiras urbanas (edifícios), entre outros,

enfim fatores que andam em ligação direta com o processo de urbanização .

O meio ambiente urbano, é um espaço onde o homem e a natureza

trabalham inter-relacionadas, obtendo assim resultados bons e ruins, que são

frutos de tal união . sistemas urbano-industrializados se caracterizam pela

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inserção capacidade de transformação (ex: energia hidrelétrica, combustíveis

fósseis, etc.) , essas transformações sem planejamento podem interferir na

qualidade de vida , que hoje podemos notar principalmente com a poluição do

ar, que causa extrema situação desconforto ambiental.

A cada dia mais as pessoas estão se importando com a questão

ambiental, e cada vez mais tentam solucionar os problemas ecológicos, nesse

propósito começa-se a optar por um desenvolvimento sustentável, essa

situação engloba variáveis físicas, sociais, econômicas e políticas.

Devemos compreender que os desastres naturais tem sido resultado do

“ajustamento humano, a ocupação de áreas de risco ou áreas que deveriam

ser preservadas, tem uma relação direta com tais desastres. Secas e

inundações representam cerca de 40% dos desastres naturais, sendo

responsável pelo maior numero de vitimas. Essas mudanças climáticas são

resultados de desmatamento e dessas ocupações indevidas.

O crescimento desordenado da cidade do Rio de Janeiro, acentuando-

se a partir dos anos 40, certamente contribuíram para o aumento dos

temporais e de anomalias climáticas.

2.1 – Construção civil em respeito ao meio ambiente

Na indústria da construção civil preocupar-se com o meio ambiente era

uma coisa impossível de se imaginar a pouco tempo atrás, a mesma, que se

utiliza de recursos não renováveis em toda sua cadeia produtiva de concepção

de suas construções, também não havia preocupação com os custos e

prejuízos causado pelos desperdícios e destino dados aos rejeitos produzidos

nesta atividade.

Em particular no Brasil a falta de uma consciência ecológica na indústria

da construção civil resultou em estragos ambientais irreparáveis, que agravou-

se a partir da senda metade do século passado devido a necessidade de

novas construções por conta da grande demanda pela inversão de relações de

habitantes entre o campo e as cidades que antes eram de 75 para 25%.

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Devido a tal fato hoje começa-se a pensar em uma maneira de construir

sem agredir o meio em que vivemos, essa mitigação inicial dá-se através de

novas maneiras de se realizar métodos construtivos comuns de outra maneira

para que o meio ambiente não recebesse tantos impactos negativos.

Junto com os discursos sobre a “Agenda 21”, nasce o termos

“Construção Sustentável” que foi pensada para aumentar as oportunidades

ambientais para as gerações futuras e que consistia em uma estratégia

ambiental com visão holística que visava mudar toda a cadeia produtiva,

iniciando-se pela utilização de matérias primas, de fontes renováveis. Que se

comprometesse com a redução da poluição, com a economia de água e

energia, na minimalização de dispendimento de materiais poluentes e danosos

ao meio ambiente, na diminuição do consumo de matérias- primas naturais ,

no zelo tanto na saúde quanto na segurança de seus funcionários e não

podendo deixar de atender a questão a viabilidade de aquisição pelos usuários

finais.

Outro ponto que não pode deixar de abordar são as questões

relacionadas aos resíduos gerados pela indústria da construção civil. Seu

rejeitos que outrora eram descartados em qualquer local, hoje não podem mais

ocorres desta maneira, alem de ser de responsabilidade de seu gerador como

aborda a resolução Conama nº 307, de 5 de julho de 2002, que define as

responsabilidades de cada município em licenciar áreas para a disposição final

de resíduos provenientes da indústria da construção civil. Para tal , cabem aos

municípios a criação de um Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos

da Construção Civil, o mesmo deverá ser semelhante ao Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). A referida resolução dispões

meios para que os setores público e privado possam através de parcerias

encontrar e promover meios adequados para o manejo e disposição desses

resíduos.

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Estima-se que a indústria da construção civil seja a responsável por até

50% do uso de recursos naturais na sociedade, dependo da tecnologia que se

é utilizada,

Esse correto gerenciamento se realizado, propicia a indústria da

construção civil a possibilidade da reutilização, reinserção e a reciclagem, isso

através do processo de desenvolvimento e a preservação ambiental.

Independente do tamanho ou destino o que sabemos é que qualquer

obra gera um impacto ambiental e o mais importante nos dias atuais é que

conscientizemos da importância de mitigar esses impactos. Nesse contexto, o

processo de reversão ou logística reversa, torna-se uma ferramenta para evitar

a degradação do meio ambiente e para construir um modelo de

desenvolvimento mais adequado, e isso é o que se tem denominado de

desenvolvimento sustentável.

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CAPÍTULO III

EDIFICANDO PARA O AMANHÃ

Hoje é o ponto chave no conceito de desenvolvimento é a

sustentabilidade , esse desenvolvimento sustentável assegura que sejam

supridas as necessidades presentes, sem porém comprometer a possibilidade

de futuras gerações satisfazerem as necessidades de seu tempo. A realização

de uma arquitetura com esses princípios a ela atribui-se o temo de Arquitetura

Sustentável.

Esse termos está intimamente ligado a dois conceitos: energia e meio

ambiente; e apóia-se sobre o tripé da sustentabilidade: devendo ser

socialmente justo, economicamente viável e atuar em unidade com o meio-

ambiente. Na arquitetura sustentável destacam-se a eficiência energética do

edifício, a correta especificação dos materiais, a proteção da paisagem natural

e o planejamento territorial, e o reaproveitamento de edifícios existentes.

Segundo Romero (1998 p.): “Arquitetura e clima são conceitos

inseparáveis. Porém, produziu-se em tão larga escala uma arquitetura

dissociada do clima que foi necessário criar uma segunda arquitetura e batizá-

la de bioclimática.”.

Devido aos grandes problemas gerados por esta conjuntura atual, fez –

se necessário uma reavaliação da relação do indivíduo com o meio que o

cerca. Estamos em meio a uma crise civilizatória e não simplesmente uma

crise ambiental. Á medida que aumenta o poder aquisitivo, desejamos mais

coisas e consumimos cada vez mais. Com o consumo, cresce o uso de

recursos naturais , a geração de resíduos e a produção de CO2. Por

conseqüência disso ocorrem tempestades, inundações, secas prolongadas e

alterações climáticas sem precedentes, estamos comprometendo o equilíbrio

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do oxigênio e do dióxido de carbono em nosso planeta, pela derrubada de

florestas e queimadas sem limites.

3.1 – As estratégias de uma Arquitetura Sustentável

Através dos acordos da Eco-92 , conferência onde mais de 160

governos assinaram a Convenção Marco Sobre Mudanças Climática, as

Nações Unidas (UNCHS, 1993, p. 25), mostra as estratégias sustentáveis para

a indústria da construção civil.

- o uso de menos materiais, especialmente aqueles de alta energia, nos

edifícios, buscando maneiras de reduzir a espessura de paredes,

acabamentos, e pé direito, onde estes fatores não comprometam outros

aspectos do desempenho do edifício;

- optar por materiais de baixa energia onde estes forem disponíveis, como por

exemplo: o uso de madeira ao invés de aço ou concreto para vigas e treliças,

uso de argamassa de cal ao invés de argamassa de cimento, uso de terra e

tijolos de terra estabilizada ao invés de tijolos queimados, uso de blocos de

concreto celular ao invés de blocos/painéis densos de concreto; optar por

sistemas estruturais de baixa energia, como alvenaria auto-portante, em lugar

de concreto armado ou estrutura metálica;

- projetar edifícios de baixa altura ao invés de edifícios de grande altura, onde

as possibilidades permitam; - optar, onde possível, por materiais de descarte

ou reciclados, ou materiais que incorporem qualquer destes, como por

exemplo, cimento aditivado com escória de alto-forno, mantas de

impermeabilização asfáltica que incorporam papel reciclado, e materiais de

demolição;

- projetar edifícios com longa durabilidade, porém facilmente adaptáveis a

novas necessidades e requerimentos;

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- projetar edifícios levando em conta a reciclagem de seus materiais, utilizando,

por exemplo, argamassas “moles”, de modo a facilitar o reaproveitamento de

tijolos e evitar onde possível o uso de concreto armado;

- especificar materiais que possam ser encontrados em locais próximos à obra

e que tenham baixo custo de transporte. Além destes, podemos destacar:

- o uso de sistemas de energia mais eficientes e menos poluentes,

privilegiando as formas passivas de energia (inércia térmica, ventilação natural,

iluminação natural, etc.) pela correta implantação do edifício.

- o uso de sistemas de coleta e tratamento de água para reduzir a demanda

do sistema publico e proporcionar o uso racional da água.

- o uso de sistemas de automação e monitoramento inteligentes visando a

otimização e a eficiência das instalações.

- o uso de sistemas para redução da formação de lixo e a correta separação e

destinação do mesmo para reciclagem ou compostagem .

- o desenho funcional do edifício, reduzindo deslocamentos e equipamentos e

permitindo a acessibilidade física de todos os ocupantes de forma autônoma e

segura.

- o cuidado na preservação do local e seu entorno durante as obras civis e

após.

- a otimização e racionalização do processo de construção, de modo a reduzir

o desperdício e descarte de materiais durante a construção.

3.2– Arquitetura Sustentável e seus benefícios

Os benefícios de uma construção sustentável vão alem de apenas

contribuir com o meio ambiente.

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Alem da redução imediata do impacto ambiental, preservação e

conservação dos recursos naturais. Através da utilização da ventilação e da

iluminação natural conseguiremos reduzir gastos com refrigeração mecânica

(ar-condicionado), essa renovação do ar também traz benefícios voltados ao

conforto ambiental e a saúde de seus habitantes.

A renovação periódica do ar elimina grande parte dos poluentes

provenientes dos granitos, tintas , colas ar-concionado entre outros. Segundo

Helrtz (1998,p.82): “ A quantidade do ar que ingressa no cômodo depende não

só da quantidade e do tamanho das aberturas nas paredes, como também da

arquitetura do edifício, que pode propiciar boa ventilação com o uso de

montantes, brises e pestanas projetadas”. Com isso agregamos um elemento

arquitetônico em prol da captação e direcionamento dos ventos.

A utilização gratuita da iluminação natural reduz o custo anual de gastos

com energia elétrica trazendo melhor qualidade da luz natural para o interior

das edificações bem como outros confortos como o visual, o psicológico e de

qualidade ao ambiente, pois há a redução de fungos, bactérias e umidades,

elementos que outrora tornar-se-iam nocivos a saúde de seus ocupantes. E

segundo Lamberts (1997,p49): “... o jogo de intensidade diferenciado de luz,

sombra e de reprodução da cores constitui informações espaços-temporais

que a luz natural fornece ao homem, fundamentais ao funcionamento do seu

relógio biológico.

Sistemas de captação de águas pluviais que possibilitam a utilização

das águas de chuva na áreas menos nobres como tanques de limpeza ,

torneiras de rega e bacias sanitárias. Essa medida por si representa uma

economia de significativa de água potável que normalmente seria

desperdiçada. Outra maneira de economizar é a utilização da energia solar, o

aquecimento através nos mesmos podem significar um beneficio enorme não

somente para o meio ambiente mais também uma grande economia durante o

ano. Tornado assim sustentável o uso da água quente.

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Racionalizar a obra é reduzir o desperdício dos materiais utilizando-se

de tecnologias construtivas modulares que permitem ainda maior agilidade na

construção, através da redução do tempo de obra reduz-se os gastos que

envolvem a mesma tanto com matérias quanto com mão-de-obra.

3.3– Soluções arquitetônicas sustentáveis.

Dentre as diversas formas de se construir de uma forma menos

impactante ao meio ambiente, desta maneira garantindo que o mesmo seja

aproveitado pelas gerações futuras que habitaram esse planeta, selecionamos

algumas soluções mais conhecidas e usuais na construção civil.

3.3.1 - Tijolo Ecológico

Bloco composto de terra, cimento e água prensados, os tijolos de solo-

cimento constituem uma alternativa mais sustentável para a construção em

alvenaria. Esses elementos, após pequeno período de cura,garantem

resistência à compressão simples similar à dos tijolos maciços e blocos

cerâmicos.

Em relação a um tijolo convencional apresenta uma série de vantagens:

• Fabricado sem a queima, evita a emissão de CO²;

• Redução na duração da obra;

• O custo final da obra pode ser reduzido cerca de 20%;

• Podem, em geral, ser produzidos com o próprio solo local e no canteiro

de obras, reduzindo ou evitando o custo de transporte;

• A regularidade de suas formas requer argamassa de assentamento de

espessura mínima e uniforme;

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• Podem dispensar o uso de revestimento, desde que protegidos da ação

direta da água, sendo, portando, recomendáveis para paredes com

tijolos à vista;

• Aceita aplicação de reboco, pintura, gesso, etc, diretamente sobre o

tijolo;

• Utilizam basicamente mão-de-obra não especializada.

• Devido aos furos internos possui propriedades termo acústicas;

• Permite o embutimento de tubulações elétrica e hidráulicas, evitando a

quebra de paradas e desperdício de material.

3.3.2 - Taipa de Pilão

Um legado do Oriente Médio, a taipa de pilão caracterizou a arquitetura

de São Paulo até a segunda metade do século 19, quando caiu em desuso

com a chegada dos imigrantes, adeptos da alvenaria. Recebe esta

denominação por ser socada (apiloada) com o auxílio de uma mão de pilão. A

forma que sustenta o material durante sua secagem é denominada de taipal,

que até hoje significa componentes laterais de formas de madeira. A taipa

encontrada no período colonial brasileiro é executada com terra retirada de

local próximo à construção devido às dificuldades de transporte e ao volume

grande de material.

Dentro do conceito de desenvolvimento sustentável, essa técnica não

pode ser esquecida porque utiliza um recurso abundante, de grande

resistência e qualidade térmica, a terra.

Antes de iniciar a obra, verifica-se o tipo de solo. Nesta construção, a

fundação de pedras recolhidas do terreno apóia a parede de 30 cm de

espessura composta de uma mistura de terra, areia e cimento. A composição é

despejada entre fôrmas de madeira tipo sanduíche, em camadas de 15 a 20

cm, e socada com um pilão até o recheio se reduzir a 10 cm.

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A parede desenformada fica pronta imediatamente, tornando-se um

bloco monolítico e auto-portante que serve de sistema estrutural dentro de uma

construção, por sua alta resistência à compressão.

3.3.3 - Madeira de Manejo Sustentável e de Reflorestamento

A madeira contribui efetivamente para um ambiente mais sustentável.

Tem propriedades únicas de absorção de dióxido de carbono que ajudam a

diminuir o CO2 na atmosfera. De todos os materiais de construção disponíveis,

a madeira é o único que tem um saldo de carbono positivo: absorve carbono

da atmosfera, ao contrário de todos os outros, que o libertam. Uma árvore

absorve quase uma tonelada de CO2 por cada metro cúbico de seu

crescimento. Este CO2, retido na madeira, continua afastado da atmosfera

mesmo quando a madeira é transformada em produto acabado. E é ainda

importante salientar que se trata de um produto passível de ser reutilizado e

reciclado.

Não existe outro material utilizado na construção que necessite de tão pouca

energia na sua produção: terra, água e energia solar são suficientes. Em

suma, trata-se de um material de baixo valor de energia incorporada.

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CONCLUSÃO

Diante do atual quadro, os sinais de irresponsabilidade por parte da

indústria da construção civil, os danos ao meio ambiente tem sido aumentado

de forma assustadora, para que não chegue a um quadro de irreversibilidade,

torna-se indispensável a busca por alternativas firmadas em bases

sustentáveis.

Mesmo que se faça alterações do entorno, para atender as atuais

necessidades da sociedade moderna, deve-se fazê-lo consciente, de forma a

preservar o meio ambiente e seus recursos naturais para as futuras gerações.

As habitações da população mundial, é a principal responsável pela destruição

de grande parte do da ecologia global, tendo por base esse fato, não temos

dúvida de que para solucionar os problemas ambientais devemos começar a

solucionar os problemas urbanos e os princípios da arquitetura bioclimática

bem associada ao projeto, terá uma grande responsabilidade para a

diminuição desses dados.

A Constituição Federal cita no Art. 225 : “ Todos tem direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial

à sadia qualidade de vida , impondo-se ao pode público e a coletividade o

dever de defendê-lo para as presentes e futuras gerações .” atentando para o

fato de que todos somos responsáveis pelo equilíbrio de nosso meio ambiente.

Considerando a arquitetura bioclimática, como uma arquitetura que

atende as necessidades do homem aliando-se ao meio ambiente, trazendo

beneficios com base na tríade da sustentabilidade, ser economicamente viável,

não apenas no momento de sua edificação , mas também durante sua

utilização e através da economia que o meio ambiente fornece quando nos

aliamos a ele, esse fornecimento de recursos inesgotáveis com a luz natural e

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o reaproveitamento de outros recursos, tornam essa habitação um espaço

social e ambiental, completando assim a tríade.

A reeducação da sociedade é outro ponto a ser firmado, pois as duas

principais bases para se manter uma edificação sustentável é a substituição de

energia não renováveis por fontes renováveis e a diminuição da geração e do

desperdício de resíduos, muitos que deveriam ser encaminhados para a

reciclagem.

O objetivo principal de uma construção bioclimática , alem de ser uma

edificação que respeita os princípios de uma construção sustentável é a de

promover um conforto climático , saúde e bem-estar de seus usuários, se

utiliza de materiais que não comprometem o meio ambiente. Estar aberto a

novas tecnologias , principalmente as que se voltam a reciclagem, os produtos

ecologicamente corretos como por exemplo as telha e tubos feitos a partir do

reaproveitamento de garrafas PET.

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ANEXOS

1 – http://super.abril.com.br/superarquivo/1989/conteudo_111814.shtml

Natureza mestre-de-obras

Segundo a bioarquitetura, o homem se inspira nas idéias dos bichos para edificar suas criações; boxe

sobre materiais resistentes e porosos.

O modo pelo qual os bichos constroem seus abrigos pode ter inspirado as

edificações humanas. É o que diz uma instigante teoria - a Bioarquitetura.

Em igrejas e outros prédios ricamente ornamentados, cheios de reentrâncias,

dezenas de pombos se aninham em cada cavidade. No forro do telhado de

certas casas, famílias de gambás e morcegos disputam um espaço. Estes são

exemplos de como os animais sabem tirar proveito da arquitetura humana.

Mas o contrário talvez ocorra também: a arquitetura animal inspiraria o

talento humano. De fato, há quem diga até que ao longo da história essa

situação se manifeste com tanto maior freqüência quanto maior o grau de

progresso das sociedades humanas. A tal ponto que isso daria ensejo a uma

nova especialidade científica, dedicada a investigar as idéias que o homem

supostamente toma emprestado dos bichos na hora de fazer sua casa - a

Bioarquitetura.

Para os defensores dessa idéia, bastaria examinar o caso mais trivial de todos

- uma parede. Antigamente, a função de uma parede era sustentar o teto. Daí

ser uma estrutura compacta, pesada. No entanto, depois que o homem

aprendeu a erguer pilares para desempenhar essa função, as paredes viraram

apenas elementos de separação entre ambientes, sólidos, mas leves. E nada

mais resistente e leve do que os favos de abelhas, compostos de uma sucessão

de compartimentos hexagonais ocos. A solução proporcionada pelas abelhas

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resolve também o problema de levantar paredes que devem deixar passar a

luz. Outra aplicação ainda do que se poderia chamar de apiarquitetura estaria

nas adegas, onde a estrutura dos suportes de garrafas lembra inevitavelmente

o design interno das colméias.

Às adegas se chega descendo os degraus de uma escada - freqüentemente

uma construção helicoidal ou em caracol, que comunica diferentes alturas em

um mínimo espaço. Seria suficiente observar uma concha cortada na

transversal para descobrir a semelhança - um braço ou eixo central, em torno

do qual se dispõe um corredor de acesso. O próprio símbolo por excelência da

habitação humana - o telhado - trairia sua verdadeira origem. Com a

finalidade básica de proteger da chuva o interior das casas, seu desenho

parece associado à disposição das escamas dos peixes e das asas das

mariposas. Delas seriam cópias fiéis as ricas placas de ardósia ou as comuns

telhas de barro cozido. No passado mais remoto, especulam os técnicos da

Bioarquitetura, a imitação devia ser a regra. O homem, segundo eles,

procurava reproduzir à sua maneira a natureza circundante. Naquele estágio

de primitivismo absoluto, ele se limitava a resolver seus problemas de

habitação adotando recursos do reino animal. O objetivo, antes de mais nada,

era conseguir uma morada segura e, quando possível, confortável. E foi nos

buracos que o homem teria encontrado pela primeira vez esses atributos.

À falta de cavidades naturais, construiu seus lares picando ou escavando a

rocha, tal como fazem os pássaros abelheiros e, na terra roedores como o

texugo. Os antropólogos descobriram cavernas escavadas pela mão humana

um tipo de túnel de entrada com ligeira inclinação ascendente. Trata-se,

originalmente, de uma especialidade do martim-pescador. Esse pequeno

pássaro aprendeu a construir na beira dos rios galerias inclinadas o suficiente

para evitar que no período das cheias a água invadisse o quarto das crianças,

quer dizer, a câmara de filhotes.

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Como acontece com as cavernas naturais, onde uma infinidade de estalactites

e estalagmites contribui para sustentar o teto, as construções humanas -

muitos milênios depois que o homem se mudou das cavernas - recorrem a

colunas e pilares, repartidos de forma regular para distribuir por igual o peso.

Nesse caso, portanto, o professor de Arquitetura teria sido o reino mineral,

não o animal. Atualmente já se sabe construir abóbadas sem aquele tipo de

suporte, como na estação de telecomunicações espaciais de Pleumeur-Bodou,

na Bretanha, França.

Especialistas afirmam que a obra segue os princípios físicos de uma bolha - o

frágil envoltório permanece estável graças ao equilíbrio entre a pressão do ar

interno e a tensão superficial. Nessa enorme bolha se conseguiu uma

economia de 90 por cento do peso calculado, algo impossível de ser obtido

pelos métodos convencionais. Já os partidários da Bioarquitetura compararam

aquela estação à estrutura de um ovo, capaz de suportar grandes pressões

sobre seus pólos. Para eles, o que supõem ser a imitação dos padrões naturais

se justifica pela premissa de que tudo o que a natureza exibe é produto da

evolução, portanto fruto de uma adequação milenar às circunstâncias do

ambiente.

O castor, por exemplo, para represar as águas, prende nas margens dos rios

galhos e troncos, que ele mesmo corta com seus dentes desenvolvidos. O

resultado, por incrível que pareça, pode ser ainda mais sólido que as réplicas

humanas em concreto armado. O segredo está na elasticidade dos troncos,

capazes de suportar o impacto das cheias sem rachar, como ocorria com as

primeiras represas de cimento. Depois, os engenheiros tornaram -

deliberadamente ou não - a imitar os bichos ao construir represas que, como

as barragens dos castores, apresentam poros para a passagem permanente de

pequenas quantidades de água, mantendo o nível da superfície. Muitas vezes,

quando as construções dos castores perturbam o homem, o único remédio é

queimá-las, tamanha a sua solidez.

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O que temos, explica o engenheiro civil paulista Augusto Vasconcelos, uma

das poucas autoridades brasileiras em Bioarquitetura, são seres que

aprenderam a construir boas casas e foram preservados pela seleção natural.

Ele observa que os animais bem adaptados criaram estruturas de abrigo,

armazenamento e aprisionamento sem dispor de nenhum instrumento de

medida. Já o que o homem arquiteto fez foi não criação, mas manipulação

daquilo que a natureza ensinou. Vasconcelos, que intercala em sua biblioteca

de Engenharia livros de Biologia, identifica-se apenas como um apreciador

apaixonado do assunto.

Ma sua invejável capacidade de discorrer sobre comportamento animal, com

muita riqueza de exemplos, costuma valer-lhe seguidos convites para

palestras. Só vemos aquilo que sabemos, por isso temos de estudar a natureza

para ver o que ela pode nos ensinar, pontifica. Mas esse é apenas o primeiro

passo. Antes de aplicar um recurso copiado, mesmo os construtores ou

arquitetos ditos naturalistas têm de levá-lo aos laboratórios de ensaio a fim

de submetê-lo as situações piores que as reais. Mais do que o conteúdo

estético e demais considerações do gênero em arquitetura o principal é a

segurança e o bem-estar dos moradores - e, nesse sentido, a natureza ainda é

o melhor banco de provas já criado. O pioneiro da Bioarquitetura, como

matéria de pesquisa e estudo, foi o austríaco, apesar do nome, Raoul H.

France, que, no século XIX, aventurou-se a construir diversas teorias sobre a

aplicação de superfícies de estrutura oca ou flutuante.

Naqueles tempos se praticava em toda a Europa - e, por imitação, nas

Américas - uma arquitetura tradicionalista, e as inovações revolucionárias,

excessivamente teóricas e pouco experimentadas, eram vistas com muita

desconfiança. Em outras palavras, os profissionais limitavam- se a encolher os

ombros e esperar que novos acontecimentos certificassem a valia da

inovação. E precisou passar um século para que o assunto ganhasse atenção. A

universidade alemã de Stuttgart foi a pioneira nesse terreno, com a fundação

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do Instituto para Estruturas de Suporte de Superfícies, com pesquisadores

encarregados de investigar tudo o que se relacionasse como novos materiais

ou com desenhos que aliviassem o peso das construções, sem torná-las menos

resistentes. A partir daí, procurou-se a resposta na natureza.

Em pouco tempo, estudiosos dessa área tornaram-se ávidos investigadores das

relações entre os elementos naturais e os edifícios construídos, idealizando

ainda novos procedimentos de execução. Eles afirmaram, por exemplo, que a

configuração de pórticos monumentais é aparentada às cavernas, sobretudo

as de rocha calcária ou quartzita, que resolvem sua fragilidade superior com

um pontal no meio do vão.

Os bioarquitetos comparam-nas visualmente aos edifícios religiosos, como

catedrais, igrejas e abadias. Eles trataram de estabelecer parentesco entre a

paisagem natural e a paisagem humana a partir de uma multiplicidade de

pontos de vista, levando em conta estruturas, funções e formas externas. Daí

surgiu, entre outras, a chamada teoria do abeto, que pretende resolver na

prancheta os eventuais problemas causados pelo choque do vento nas

edificações com base nessa árvore típica dos climas temperados. Fincada no

alto das montanhas, sua situação a qualifica como verdadeiro modelo de

adaptação às ventanias.

Podendo chegar aos 45 metros de altura, o abeto tem uma forma cônica ou

piramidal, com a copa um tanto esvaziada e galhos com ramos finos - um

conjunto que deixa passar o ar sem arquear-se.

Sua réplica em construções poderá ser encontrada principalmente em

companários e outros arremates de cúpulas e telhados dos edifícios religiosos.

Mas os estudos localizaram um campo ainda mais interessante no produto do

trabalho daqueles animais tipicamente construtores. Existem aí, de fato,

técnicas para todos os gostos, algumas tão complexas e refinadas como as do

homem. O mundo animal tem, por exemplo, arquitetos que privilegiam as

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cavidades esculpidas, como os pássaros carpinteiros; ou as clássicas

enramadas, como as cegonhas, águias e abutres; ou as moradas semi-

esféricas, como os confortáveis ninhos de pêlo, lã ou musgo dos pintassilgos,

tentilhões e rouxinóis; ou de barro, como o do conhecido joão-de-barro; ou,

ainda, os labirintos de peças rigorosamente idênticas entre si, admiráveis

obras das abelhas e cupins.

Observando as proezas arquitetônicas que desempenham papel essencial na

sobrevivência das espécies, o homem resolveu pelo menos um problema que

durante muito tempo desafiou as melhores réguas e compassos. Décadas a

fio, os desenhistas perderam o jogo para a questão de como projetar estádios

com tetos, por causa da grande superfície que haveriam de cobrir. Hoje,

porém, os estádios cobertos já são comuns. Tomando como referência a teia

de aranha, arquitetos desenharam a gigantesca cobertura do Estádio Olímpico

de Munique. Ao vê-la de longe, percebe-se que existem dezenas de fios que

sustentam a teia propriamente dita com total segurança.

O campo de comparações se alarga ainda mais quando se levam em conta as

espécies menores, usualmente fora de alcance visual humano. Desde

pequenas aranhas, que fazem sua casa como falsos frutos dos carvalhos (as

galhas), os caranguejos ermitões, que pegam uma concha qualquer e a

seguram durante toda a vida sobre o corpo, até as vespas e pulgões, que

vivem dentro de bolhas que eles mesmo fabricam, todos desenvolveram

técnicas próprias que os habilitam a multiplicar-se e competir pela

sobrevivência em condições favoráveis.

A Bioarquitetura definitivamente supõe uma certa inovação no conceito de

construção das sociedades civilizadas. Arquitetos futuristas asseguram que é

possível erguer grandes cidades com edifícios que tenham personalidade

própria, sem por isso deixar de serem atraentes e seguros. De seu lado,

porém, arquitetos naturalistas, como o paulista Fábio Canteiro, criticam o

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que consideram tendência exibicionista da arquitetura contemporânea. As

grandes cidades são catástrofes em potencial e as pessoas são cúmplices disso

sem perceber, acusa. Para viver o que diz, ele construiu sua casa na periferia

de São Paulo, integrando-a com a criação de cães, gatos, aves, coelhos,

abelhas, peixes e vários tipos de plantas. O homem brigou com a terra e a

cobriu de cimento, teoriza ele. Nós somos parte da terra e devemos nos sentir

em casa, apenas convivendo com a natureza. Ou, quando isso não for

possível, pode-se acrescentar, sabendo tirar partido de sua rica diversidade

na busca de soluções tipicamente humanas para problemas tipicamente

humanos.

Para saber mais:

Abelhas de aluguel

(SUPER número 9, ano 6)

Boxes da reportagem

Raízes, ossos e chifres

Também no caso dos materiais, a Bioarquitetura justifica a aplicação de seus

postulados na construção de uma residência. Por exemplo: como as raízes das

árvores, que se prendem à terra e às rochas, as modernas placas de fundação

exercem efeito semelhante integradas ao cimento, ao suportarem o peso dos

pilares, autênticos troncos recheados de ferro que, por sua vez, sustentam

pisos superiores ou o teto. A grande vantagem das estruturas naturais aparece

aqui claramente. Se os troncos por algum motivo se inclinam, as raízes

passam a crescer do lado oposto para compensar o peso e evitar a queda da

árvore. Uma casa nessas condições, simplesmente ruiria.

Em países sujeitos a terremotos, os bioarquitetos sugerem trocar o concreto

armado tradicional por outro à base de materiais porosos, a fim de aumentar

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a resistência dos edifícios. A exemplo do osso fêmur humano, cuja estrutura

reticulada é capaz de suportar o peso de mais de quinze pessoas, ou dos

chifres dos cervos, que, com a mesma estrutura, resistem a fortíssimos golpes

e tensões transversais, o concreto armado feito de pedras porosas, como a

fonolita (perlita), deverá pesar menos e permitir que a superfície das pedras

mantenha perfeita aderência.

2 - A TEIA DA VIDA

UMA NOVA COMPREENSÃO CIENTÍFICA DOS SISTEMAS VIVOS

Fritjof Capra

Tradução: Newton Roberval Eichemberg

Editora Cultrix – São Paulo – 1996

Epílogo: Alfabetização Ecológica

Reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar

comunidades sustentáveis, nas quais podemos satisfazer nossas aspirações e

nossas necessidades sem diminuir as chances das gerações futuras. Para

realizar essa tarefa, podemos aprender valiosas lições extraídas do estudo de

ecossistemas, que são comunidades sustentáveis de plantas, de animais e de

microorganismos. Para compreender essas lições, precisamos aprender os

princípios básicos da ecologia. Precisamos nos tornar, por assim dizer,

ecologicamente alfabetizados 1 . Ser ecologicamente alfabetizado, ou "eco-

alfabetizado", significa entender os princípios de organização das

comunidades ecológicas (ecossistemas) e usar esses princípios para criar

comunidades humanas sustentáveis. Precisamos revitalizar nossas

comunidades — inclusive nossas comunidades educativas, comerciais e

políticas — de modo que os princípios da ecologia se manifestem nelas como

princípios de educação, de administração e de política.

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A teoria dos sistemas vivos discutida neste livro fornece um arcabouço

conceitual para o elo entre comunidades ecológicas e comunidades

humanas. Ambas são sistemas vivos que exibem os mesmos princípios

básicos de organização. Trata-se de redes que são organizacionalmente

fechadas, mas abertas aos fluxos de energia e de recursos; suas estruturas

são determinadas por suas histórias de mudanças estruturais, são

inteligentes devido às dimensões cognitivas inerentes aos processos da

vida.

Naturalmente, há muitas diferenças entre ecossistemas e comunidades

humanas. Nos ecossistemas não existe autopercepção, nem linguagem,

nem consciência e nem cultura; portanto, neles não há justiça nem

democracia; mas também não há cobiça nem desonestidade. Não podemos

aprender algo sobre valores e fraquezas humanas a partir de ecossistemas.

Mas o que podemos aprender, e devemos aprender com eles é como viver

de maneira sustentável. Durante mais de três bilhões de anos de evolução,

os ecossistemas do planeta têm se organizado de maneiras sutis e

complexas, a fim de maximizar a sustentabilidade. Essa sabedoria da

natureza é a essência da eco-alfabetização.

Baseando-nos no entendimento dos ecossistemas como redes autopoiéticas

e como estruturas dissipativas, podemos formular um conjunto de princípios

de organização que podem ser identificados como os princípios básicos da

ecologia e utilizá-los como diretrizes para construir comunidades humanas

sustentáveis.

O primeiro desses princípios é a interdependência. Todos os membros

de uma comunidade ecológica estão interligados numa vasta e intrincada rede

de relações, a teia da vida. Eles derivam suas propriedades essenciais, e, na

verdade, sua própria existência, de suas relações com outras coisas. A

interdependência — a dependência mútua de todos os processos vitais dos

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organismos — é a natureza de todas as relações ecológicas. O

comportamento de cada membro vivo do ecossistema depende do

comportamento de muitos outros. O sucesso da comunidade toda depende do

sucesso de cada um de seus membros, enquanto que o sucesso de cada

membro depende do sucesso da comunidade como um todo.

Entender a interdependência ecológica significa entender relações. Isso

determina as mudanças de percepção que são características do

pensamento sistêmico — das partes para o todo, de objetos para relações,

de conteúdo para padrão. Uma comunidade humana sustentável está ciente

das múltiplas relações entre seus membros. Nutrir a comunidade significa

nutrir essas relações.

O fato de que o padrão básico da vida é um padrão de rede significa que as

relações entre os membros de uma comunidade ecológica são não-lineares,

envolvendo múltiplos laços de realimentação. Cadeias lineares de causa e

efeito existem muito raramente nos ecossistemas. Desse modo, uma

perturbação não estará limitada a um único efeito, mas tem probabilidade de

se espalhar em padrões cada vez mais amplos. Ela pode até mesmo ser

amplificada por laços de realimentação interdependentes, capazes de

obscurecer a fonte original da perturbação.

A natureza cíclica dos processos ecológicos é um importante princípio da

ecologia. Os laços de realimentação dos ecossistemas são as vias ao longo

das quais os nutrientes são continuamente reciclados. Sendo sistemas

abertos, todos os organismos de um ecossistema produzem resíduos, mas

o que é resíduo para uma espécie é alimento para outra, de modo que o

ecossistema como um todo permanece livre de resíduos. As comunidades

de organismos têm evoluído dessa maneira ao longo de bilhões de anos,

usando e reciclando continuamente as mesmas moléculas de minerais, de

água e de ar.

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Aqui, a lição para as comunidades humanas é óbvia. Um dos principais

desacordos entre a economia e a ecologia deriva do fato de que a natureza

é cíclica, enquanto que nossos sistemas industriais são lineares. Nossas

atividades comerciais extraem recursos, transformam-nos em produtos e em

resíduos, e vendem os produtos a consumidores, que descartam ainda mais

resíduos depois de ter consumido os produtos. Os padrões sustentáveis de

produção e de consumo precisam ser cíclicos, imitando os processos

cíclicos da natureza. Para conseguir esses padrões cíclicos, precisamos

replanejar num nível fundamental nossas atividades comerciais e nossa

economia.

Os ecossistemas diferem dos organismos individuais pelo fato de que são,

em grande medida (mas não completamente), sistemas fechados com

relação ao fluxo de matéria, embora sejam abertos com relação ao fluxo de

energia. A fonte básica desse fluxo de energia é o Sol. A energia solar,

transformada em energia química pela fotossíntese das plantas verdes,

aciona a maioria dos ciclos ecológicos.

As implicações para a manutenção de comunidades humanas sustentáveis

são, mais uma vez, óbvias. A energia solar, em suas muitas formas — a luz

do Sol para o aquecimento solar e para a obtenção de eletricidade

fotovoltaica, o vento e a energia hidráulica, a biomassa, e assim por diante

— é o único tipo de energia que é renovável, economicamente eficiente e

ambientalmente benigna. Negligenciando esse fato ecológico, nossos

líderes políticos e empresariais repetidas vezes ameaçam a saúde e o bem-

estar de milhões de pessoas em todo o mundo. Por exemplo, a guerra de

1991 no Golfo Pérsico, que matou centenas de milhares de pessoas,

empobreceu milhões e causou desastres ambientais sem precedentes, teve

suas raízes, em grande medida, nas mal direcionadas ações políticas sobre

questões de energia efetuadas pelas administrações Reagan e Bush.

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A descrição da energia solar como economicamente eficiente presume que

os custos da produção de energia sejam computados com honestidade. Não

é esse o caso na maioria das economias de mercado da atualidade. O

chamado mercado livre não fornece aos consumidores informações

adequadas, pois os custos sociais e ambientais de produção não participam

dos atuais modelos econômicos. Esses custos são rotulados de variáveis

"externas" pelos economistas do governo e das corporações, pois não se

encaixam nos seus arcabouços teóricos.

Os economistas corporativos tratam como bens gratuitos não somente o

ar, a água e o solo mas também a delicada teia das relações sociais, que é

seriamente afetada pela expansão econômica contínua. Os lucros privados

estão sendo obtidos com os custos públicos em detrimento do meio ambiente

e da qualidade geral da vida, e às expensas das gerações futuras. O mercado,

simplesmente, nos dá a informação errada. Há uma falta de realimentação, e a

alfabetização ecológica básica nos ensina que esse sistema não é sustentável.

Uma das maneiras mais eficientes para se mudar essa situação seria

uma reforma

ecológica dos impostos. Essa reforma seria estritamente neutra do ponto de

vista da renda, deslocando o fardo das taxas dos impostos de renda para os

"eco-impostos". Isso significa que seriam acrescentados impostos aos

produtos, às formas de energia, aos serviços e aos materiais existentes, de

maneira que os preços refletissem melhor os custos reais. Para ser bem-

sucedida, uma reforma ecológica dos impostos precisaria ser um processo

lento e a longo prazo para proporcionar às novas tecnologias e aos novos

padrões de consumo tempo suficiente para se adaptar, e os eco-impostos

precisam ser aplicados com previsibilidade para encorajar inovações

industriais.

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Essa reforma ecológica dos impostos, lenta e a longo prazo, empurraria

gradualmente para fora do mercado tecnologias e padrões de consumo

nocivas e geradoras de desperdício. À medida que os preços da energia

aumentarem, com correspondentes reduções no imposto de renda para

compensar o aumento, as pessoas, cada vez mais, trocarão carros por

bicicletas, e recorrerão ao transporte público e às "lotações" na sua rotina

diária para os locais de trabalho. À medida que os impostos sobre os produtos

petroquímicos e sobre o combustível aumentarem, mais uma vez com

reduções contrabalanceadoras nos impostos de renda, a agricultura orgânica

se tornará não só um meio de produção de alimentos mais saudável como

também mais barato.

Na atualidade, os eco-impostos estão sendo seriamente discutidos em vários

países da Europa, e é provável que, mais cedo ou mais tarde, venham a ser

adotados em todos os países. Para manter a competitividade nesse novo

sistema, administradores e empresários precisarão tornar-se ecologicamente

alfabetizados. Em particular, será essencial um conhecimento detalhado do

fluxo de energia e de matéria que atravessa uma empresa, e é por isso que a

prática recém desenvolvida da "eco-fiscalização" será de suprema importância.

A um eco-fiscal interessam as conseqüências ambientais dos fluxos de

materiais, de energia e de pessoas através de uma empresa e, portanto, os

custos reais da produção.

A parceria é uma característica essencial das comunidades

sustentáveis. Num ecossistema, os intercâmbios cíclicos de energia e de

recursos são sustentados por uma cooperação generalizada. Na verdade,

vimos que, desde a criação das primeiras células nucleadas há mais de dois

bilhões de anos, a vida na Terra tem prosseguido por intermédio de arranjos

cada vez mais intrincados de cooperação e de co-evolução. A parceria — a

tendência para formar associações, para estabelecer ligações, para viver

dentro de outro organismo e para cooperar — é um dos "certificados de

qualidade" da vida.

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Nas comunidades humanas, parceria significa democracia e poder

pessoal, pois cada membro da comunidade desempenha um papel importante.

Combinando o princípio da parceria com a dinâmica da mudança e do

desenvolvimento, também podemos utilizar o termo "co-evolução" de maneira

metafórica nas comunidades humanas. À medida que uma parceria se

processa, cada parceiro passa a entender melhor as necessidades dos outros.

Numa parceria verdadeira, confiante, ambos os parceiros aprendem e mudam

eles co-evoluem. Aqui, mais uma vez, notamos a tensão básica entre o desafio

da sustentabilidade ecológica e a maneira pela qual nossas sociedades atuais

são estruturadas, a tensão entre economia e a ecologia. A economia enfatiza a

competição, a expansão e a dominação; ecologia enfatiza a cooperação, a

conservação e a parceria.

Os princípios da ecologia mencionados até agora — a interdependência,

o fluxo cíclico de recursos, a cooperação e a parceria — são, todos eles,

diferentes aspectos do mesmo padrão de organização. É desse modo que os

ecossistemas se organizam para maximizar a sustentabilidade. Uma vez que

entendemos esse padrão, podemos fazer perguntas mais detalhadas. Por

exemplo, qual é a elasticidade dessas comunidades ecológicas? Como reagem

a perturbações externas? Essas questões nos levam a mais dois princípios da

ecologia — flexibilidade e diversidade — que permitem que os ecossistemas

sobrevivam a perturbações e se adaptem a condições mutáveis.

A flexibilidade de um ecossistema é uma conseqüência de seus

múltiplos laços de

realimentação, que tendem a levar o sistema de volta ao equilíbrio sempre que

houver um desvio com relação à norma, devido a condições ambientais

mutáveis. Por exemplo, se um verão inusitadamente quente resultar num

aumento de crescimento de algas num lago, algumas espécies de peixes que

se alimentam dessas algas podem prosperar e se proliferar mais, de modo que

seu número aumente e eles comecem a exaurir a população das algas.

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Quando sua principal fonte de alimentos for reduzida, os peixes começarão a

desaparecer. Com a queda da população dos peixes, as algas se recuperarão

e voltarão a se expandir. Desse modo, a perturbação original gera uma

flutuação em torno de um laço de realimentação, o qual, finalmente, levará o

sistema peixes/algas de volta ao equilíbrio.

Perturbações desse tipo acontecem durante o tempo todo, pois coisas

no meio ambientem mudam durante o tempo todo, e, desse modo, o efeito

resultante é a transformação contínua. Todas as variáveis que podemos

observar num ecossistema — densidade populacional, disponibilidade de

nutrientes, padrões meteorológicos, e assim por diante — sempre flutuam. É

dessa maneira que os ecossistemas se mantêm num estado flexível, pronto

para se adaptar a condições mutáveis. A teia da vida é uma rede flexível e

sempre flutuante. Quanto mais variáveis forem mantidas flutuando, mais

dinâmico será o sistema, maior será a sua flexibilidade e maior será sua

capacidade para se adaptar a condições mutáveis.

Todas as flutuações ecológicas ocorrem entre limites de tolerância. Há

sempre o perigo de que todo o sistema entre em colapso quando uma

flutuação ultrapassar esses limites e o sistema não consiga mais compensá-la.

O mesmo é verdadeiro para as comunidades humanas. A falta de flexibilidade

se manifesta como tensão. Em particular, haverá tensão quando uma ou mais

variáveis do sistema forem empurradas até seus valores extremos, o que

induzirá uma rigidez intensificada em todo o sistema. A tensão temporária é

um aspecto essencial da vida, mas a tensão prolongada é nociva e destrutiva

para o sistema. Essas considerações levam à importante compreensão de que

administrar um sistema social — uma empresa, uma cidade ou uma economia

— significa encontrar os valores ideais para as variáveis do sistema. Se

tentarmos maximizar qualquer variável isolada em vez de otimizá-la, isso

levará, invariavelmente, à destruição do sistema como um todo.

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O princípio da flexibilidade também sugere uma estratégia

correspondente para a

resolução de conflitos. Em toda comunidade haverá, invariavelmente,

contradições e conflitos, que não podem ser resolvidos em favor de um ou do

outro lado. Por exemplo, a comunidade precisará de estabilidade e de

mudança, de ordem e de liberdade, de tradição e de inovação. Esses conflitos

inevitáveis são muito mais bem-resolvidos estabelecendo-se um equilíbrio

dinâmico, em vez de sê-lo por meio de decisões rígidas. A alfabetização

ecológica inclui o conhecimento de que ambos os lados de um conflito podem

ser importantes, dependendo do contexto, e que as contradições no âmbito de

uma comunidade são sinais de sua diversidade e de sua vitalidade e, desse

modo, contribuem para a viabilidade do sistema.

Nos ecossistemas, o papel da diversidade está estreitamente ligado com a

estrutura de rede do sistema. Um ecossistema diversificado também será

flexível, pois contém muitas espécies com funções ecológicas sobrepostas que

podem, parcialmente, substituir umas às outras. Quando uma determinada

espécie é destruída por uma perturbação séria, de modo que um elo da rede

seja quebrado, uma comunidade diversificada será capaz de sobreviver e de

se reorganizar, pois outros elos da rede podem, pelo menos parcialmente,

preencher a função da espécie destruída. Em outras palavras, quanto mais

complexa for a rede, quanto mais complexo for o seu padrão de interconexões,

mais elástica ela será.

Nos ecossistemas, a complexidade da rede é uma conseqüência da sua

biodiversidade e, desse modo, uma comunidade ecológica diversificada é uma

comunidade elástica. Nas comunidades humanas, a diversidade étnica e

cultural pode desempenhar o mesmo papel. Diversidade significa muitas

relações diferentes, muitas abordagens diferentes do mesmo problema. Uma

comunidade diversificada é uma comunidade elástica, capaz de se adaptar a

situações mutáveis.

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No entanto, a diversidade só será uma vantagem estratégica se houver uma

comunidade realmente vibrante, sustentada por uma teia de relações. Se a

comunidade estiver fragmentada em grupos e em indivíduos isolados, a

diversidade poderá, facilmente, tornar-se uma fonte de preconceitos e de atrito.

Porém, se a comunidade estiver ciente da interdependência de todos os seus

membros, a diversidade enriquecerá todas as relações e, desse modo,

enriquecerá a comunidade como um todo, bem como cada um dos seus

membros. Nessa comunidade, as informações e as idéias fluem livremente por

toda a rede, e a diversidade de interpretações e de estilos de aprendizagem —

até mesmo a diversidade de erros — enriquecerá toda a comunidade.

São estes, então, alguns dos princípios básicos da ecologia —

interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade, diversidade e, como

conseqüência de todos estes, sustentabilidade. À medida que o nosso século

se aproxima do seu término, e que nos aproximamos de um novo milênio, a

sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica, da

nossa capacidade para entender esses princípios da ecologia e viver em

conformidade com eles.

3 – www.clareando.com

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS - CONSULTADAS

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UFRJ. Universidade Federal do Rio de Janeiro – Disponível em:

http://www.dee.ufrj.br/lafae/txt_bioclim.html. Acesso em: 05 maio. 2011.

BIOARQUITETURA MEIO AMBIENTE - Disponível em :

http://www.espiralando.com.br/pagina/links/bioarquitetura_arquivos/tecadobe.htm .

Acesso em: 15 maio. 2011.

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http://www.dee.ufrj.br/lafae/txt_bioclim.html Acesso em: 23 maio. 2011.

TIBÁ ROSE

Disponível em: http://www.idhea.com.br

Acesso em: 01 maio. 2011.

IBAMA

Disponível em: http://www.ibama.com.br

Acesso em: 01 maio. 2011.

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Disponível em: http://www.mma.gov.com.br

Acesso em: 25 maio. 2011.

INSTITUTO ESATADUAL DO AMBIENTE

Disponível em: http://www.inea.gov.com.br

Acesso em: 25 maio. 2011.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS - CITADAS

IDHEA - Instituto Para Ao Desenvolvimento Da Habitação Ecológica –

Disponível em: http://www.idhea.com.br

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OKE, T. R. (1980) Canyon geometry and the nocturnal urban heat island: comparison of cale model and field observations. Journal of Climatology, v. 1, p. 237-254.

ARAÚJO, Márcio Augusto. “Uma visão moderna da construção sustentável”.

Revista Eco 21 , Edição 108, www.eco21.com.br/textos.asp?ID=1233 .

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HERTZ, J. Ecotécnicas em arquitetura: Como Projetar nos Trópicos Úmidos no

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LAMBERTS, R. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo: PW Editores.

1997.

ROMERO, Marcelo A. O Peso das Decisões Arquitetônicas no Consumo de

Energia Elétrica em Edifícios de Escritórios. In: NUTAU’98 - Arquitetura e

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de 1998. Anais. FAU-USP, 1998.

UNCHS - United Nations Centre for Human Settlements (Habitat). Promoting

Sustainable Construction Industry Activities. (Issue Paper II) In: First

Consultation on the Construction Industry. Tunis, 3-7 maio 1993. Documento

não publicado, distribuição limitada

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A BIOARQUITETURA E SUA APLICAÇÃO 10

1.1 - ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA E O MEIO AMBIENTE 11

1.2 - TÉCNICAS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA 13 CAPÍTULO II - MITIGANDO OS IMPACTOS 15

2.1 - CONSTRUÇÃO CIVIL EM RESPEITO AO MEIO AMBIENTE 16 CAPÍTULO III – EDIFICANDO PARA O AMANHÃ 19

3.1 - AS ESTRATÉGIAS DE UMA ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 20

3.2 - ARQUITETURA SUSTENTÁVEL E SEUS BENEFÍCIOS 21

3.3 - SOLUÇÕES ARQUITETÔNICAS SUSTENTÁVEIS 23

3.3.1 - TIJOLO ECOLÓGICO 23

3.3.2 - TAIPA DE PILÃO 24

3.3.3 - MADEIRA DE MANEJO SUSTENTÁVEL E DE

REFLORESTAMENTO 25

CONCLUSÃO 26

ANEXOS 28

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS 46

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS CITADAS 48

ÍNDICE 49

FOLHA DE AVALIAÇÃO 50

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da instituição : Universidade Cândido Mendes - Niterói

Título da Monografia : Arquitetura consciente se faz hoje e pensa-se no amanhã.

Autor : Ariane Braga do Amor Divino

Data da entrega : 30/07/2011

Avaliado por: Conceito: