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1 <> <> <> <> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE <> <> <> <> <> SUSTENTABILIDADE OU DESENVOLVIMENTO Uma análise do uso das Estações Rádio Base. <> <> <> Por: Caroline Esteves de Senna <> <> <> Orientador Prof. ª Ana Paula <> <> <> Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

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SUSTENTABILIDADE OU DESENVOLVIMENTO Uma análise do uso das Estações Rádio Base.

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Por: Caroline Esteves de Senna

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Orientador

Prof. ª Ana Paula

<>

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Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

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SUSTENTABILIDADE OU DESENVOLVIMENTO Uma análise do uso das estações rádio-base.

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Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Ambiental.

Por: . Caroline Esteves de Senna

3

AGRADECIMENTOS

aos amigos, namorado e familiares

4

DEDICATÓRIA

....dedico este trabalho aos meus pais,

meu namorado, meu gato e amigos

queridos...

5

RESUMO

Com a crescente demanda de telefonia móvel no Brasil, cada vez mais se observa nas cidades a instalação de Estações Rádio Base (ERBs). Este trabalho visa apresentar informações, pouco difundidas, sobre o histórico da situação da telefonia, regulamentações existentes nos diversos países e no Brasil; as distâncias adequadas e o tipo de radiação emitida pelas antenas Rádio-Base; o sistema de gestão e o licenciamento ambiental que é uma exigência legal e uma ferramenta do poder público para o controle ambiental. Recomenda-se a realização de mais estudos a respeito dos impactos que as ERBs causam ao meio ambiente. Além disso, faz-se necessário a padronização dos parâmetros para instalação de ERBs em todo país.

A possível resposta ao problema virá do princípio da precaução (Princípio Constitucional), onde deve-se dar atenção as distâncias estabelecidas nas leis e utilizar medidas viáveis para prevenir a degradação ambiental.

No capítulo 1 será discutido um breve histórico do sistema de telefonia móvel celular, que tem despertado uma preocupação da população, pelo crescimento exagerado das antenas na cidade. No capítulo 2, serão analisados leis e decretos criados sobre o tema, levando em conta o processo de licenciamento ambiental. Para o uso adequado das Estações Rádio Base, deve-se ter um monitoramento, analisado no capítulo 3, onde será discutido o sistema de gestão, a quem é dada a competência de legislar, fiscalizar e verificar o cumprimento das condições técnico-operacionais estabelecidas para o funcionamento das ERB's, com o objetivo de proteger a comunidade da exposição humana ao campo eletromagnético. Palavras-chaves: Estações Rádio Base, licenciamento ambiental; Sistema de gestão.

6

METODOLOGIA

Os métodos de estudo foram livros, leis e sites da empresa ANATEL,

onde se pôde comparar as legislações existentes e o funcionamento do

sistema de gestão e licenciamento. Bem como analisar os efeitos da radiação

na população.

Com as preocupações dos efeitos a curto e longo prazo das radiações

emitidas pelas antenas, será analisado relatos de estudos nessa área;

resoluções e projetos de lei criados; agenda 21 e textos sobre

sustentabilidade.

7

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - SISTEMA DE TELEFONIA MÓVEL CELULAR: UM

BREVE HISTÓRICO.

10

CAPÍTULO II - ESTÁGIO DA REGULAMENTAÇÃO NO BRASIL 25

CAPÍTULO III – O SITEMA DE GESTÃO 33

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 45

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

8

LISTA DE SIGLAS

ANSI - Instituto Nacional Americano de Padrões CBT - Código Brasileiro de Telecomunicações CCC- Central de Comutação de Controle CEMRF-campos eletromagnéticos de radiofreqüência CONAMA-Conselho Nacional do Meio Ambiente CONTEL- Conselho Nacional de Telecomunicações CPQD - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações DENTEL- Departamento Nacional de Telecomunicações ECO – Ecologia - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento ERB – Estação Rádio Base FDTD- Diferenças Finitas no Domínio do Tempo ICNIRP- Comissão Internacional de Proteção contra as Radiações Não-ionizantes LGT - Lei Geral das Telecomunicações OMS – Organização Mundial da Saúde SAR - taxa de absorção específica

9

INTRODUÇÃO

Alguns pontos importantes em relação à radiação, saúde e meio

ambiente serão analisados neste trabalho. Tais como, o avanço na área de

telecomunicação e o uso de antenas de celular (radiações) em ambientes

inadequados, interferindo na qualidade de vida do meio ambiente e na saúde

da população.

É com base nesse estudo, que ainda está pouco difundido, que se

pretende apresentar informações da regulamentação existente sobre o

assunto, sistemas de telefonia móvel celular e sobre o tipo de radiação por

eles emitida. E, com isso, mostrar a importância de se promover a informação

e o desenvolvimento da promoção da saúde, que a partir de medidas eficazes,

apresentam-se como indispensáveis para a qualidade de vida da sociedade. E

estão estreitamente relacionados com as inovações na gestão pública para o

desenvolvimento local e sustentável, juntamente com as Agendas 21 locais.

Articulação com o conceito de sustentabilidade ligada ao tipo da

qualidade que existe nesses ambientes externos às residências, escolas,

hospitais, creches.

Importância da conscientização da população para exigir seus direitos e

políticas públicas para o cumprimento dos deveres.

Relato sobre estudos nessa área, resoluções, projetos de lei

criados e informações sobre o tema e os direitos que a população deve ter

para se conscientizar e exigir que sejam cumpridos no que diz respeito às

distâncias “seguras” que essas radiações precisam ter das construções. Bem

como, aspectos da legislação e do licenciamento ambiental visando à

quantificação e caracterização destas.

10

CAPÍTULO I

SISTEMA DE TELEFONIA MÓVEL CELULAR: UM

BREVE HISTÓRICO

Existem evidências científicas que mostram a contribuição da saúde

para a qualidade de vida das populações. É necessário mais do que o acesso

a serviços médico de qualidade, se torna essencial políticas públicas

saudáveis, a participação do poder público, mobilização, assim como a

participação efetiva da sociedade nos projetos relacionados à saúde e ao meio

ambiente.

O crescimento da indústria, da tecnologia e da população das

cidades tem despertado uma preocupação cada vez maior com questões

ligadas à sustentabilidade ambiental. Citando a área de telecomunicações, a

principal preocupação hoje está voltada para o impacto que a radiação não-

ionizante (gerada pelos campos eletromagnéticos ao redor das estações de

telefonia celular e das antenas de rádio e TV, onde são emitidas freqüências

inferiores 3,3 x 105 Hertz) pode provocar na saúde humana. E também na

degradação da paisagem, principalmente nos grandes centros urbanos, onde o

tráfego de comunicação é maior.

Os efeitos térmicos, como interferências de troca iônica

entre células, com alterações no metabolismo do íon cálcio, e até mesmo

mudanças na base genética, ainda não são oficialmente confirmadas pela

OMS.

1.1 - Caso Brasileiro

No início, o rádio foi utilizado principalmente como meio de comunicação

a longa distância, especialmente com navios. A radiotelegrafia - a

11

comunicação de telegramas através de técnicas de radiofrequência– foi o

primeiro serviço a utilizar comunicação sem fio, a partir da última década do

século XIX.

Em 1901, nos Estados Unidos, foi reconhecida a primeira patente para

radiotelefonia, ou seja, a transmissão de voz por meio de ondas

eletromagnéticas. Essa tecnologia permitiu o surgimento da radiodifusão, que

se iniciou em 1921 com a instalação de estações transmissoras em Pittsburgh

e Nova Iorque, seguida, dois anos depois, pela entrada em operação de

estações Brasileiras, em Recife e no Rio de Janeiro.

O primeiro instrumento normativo que regulou o uso das comunicações

via radio no Brasil foi o Decreto n.o 3.296, publicado em 10 de julho de 1917,

durante o governo do presidente Venceslau Bras (1914 - 1918). Este decreto

estabeleceu que fossem “da exclusiva competência do Governo Federal os

serviços radiotelegráficos e radiotelefônicos no território Brasileiro”.

Em 27 de maio de 1931 foi publicado o Decreto n.o 20.047,

estabelecendo normas para exploração dos serviços de radiocomunicação,

fixando a radiodifusão como de exclusiva competência e responsabilidade do

Estado, e definindo sua natureza e objetivos. Definia tambem o carater do

serviço de radiodifusão, que passava a ser considerado de interesse nacional e

finalidade educacional.

Em 1º de marco de 1932 foi expedido o Decreto n.o 21.111, que

regulamentou o Decreto n.o 20.047 e passou a ser a base principal para todos

os decretos seguintes. Bastante completo, definia detalhadamente a natureza

dos serviços de radiocomunicação, classificando-os quanto ao tipo de serviço

(interior, internacional, público, restrito etc); definia ainda os termos técnicos

utilizados e fixava as competências para cada tipo de serviço. Esse decreto

também estabeleceu o processo a ser seguido na outorga de concessões e

permissões de uso do espectro.

12

1.2 – Sobre as estações rádio-base

Toda comunicação é feita através do ar, considerado como meio de

ligação, utiliza-se de ondas eletromagnéticas para transmitir a informação ou

voz. Exemplos de aparelhos que utilizam este tipo de propagação são o radar,

as antenas de TV, as antenas de satélites, as emissoras de rádios, os

aparelhos celulares, dentre outros. Podemos destacar também que a energia

elétrica ao ser transmitida ou transformada, gera ondas eletromagnéticas que

acabam interferindo em nosso meio.

As estações radio-base, que trocam informações de voz e de dados de

controle por meio eletromagnético, é composta por um sistema de rádio, um

sistema de processamento e controle e da interface com a central. Ela se

responsabiliza pela monitoria do sinal.

Fonte:Anatel

13

O aparelho celular comunica, via ondas eletromagnéticas, com as

antenas que estão nos topos das torres (ERB – Estação Rádio Base). Em

alguns casos, as antenas das ERB’s são instaladas nos topos de edifícios ou

na fachada dos mesmos, sendo a torre substituída pelo edifício para a

sustentação das antenas. Em outros casos, são instalados em ambientes

fechados, dentro de shopping’s e edifícios, sendo chamados de ERB indoor.

Estas ERB’s são imprescindíveis para um telefone celular poder operar,

fazendo a intercomunicação com uma Central de Comutação de Controle

(CCC). É nesta central que ocorrerá a conexão entre os usuários com as

demais operadoras, celulares ou fixas, quando a ligação é completada.

As ERB’s são interligadas a central da operadora a qual ela pertença

que por sua vez, são conectados entre si e com a "Rede Nacional e

Internacional de Telefonia". As CCC’s são centros de comutação de rádio-

freqüência e interligação com o sistema telefônico convencional.

Para a implantação e otimização da telefonia móvel celular, é

necessário dividir uma área geográfica em pequenas células hexagonais, que

formam uma área de cobertura, cada uma dispondo de uma ERB e de

conjuntos de antenas para supervisão e controle das rádios freqüências

disponíveis, que serão responsáveis pela comunicação com o aparelho celular.

O tamanho de cada célula hexagonal é definido através da potência dos

transmissores das ERB’s, do telefone celular e pela atenuação do sinal. Por

isso que é necessária a instalação de um número maior de ERB’s a fim de

atender melhor o usuário. A única forma de prestar o serviço celular é através

de instalação de antenas de baixa potência, distribuídas em diversos locais da

cidade, onde se encontram as pessoas que vão utilizar o serviço. Aumentando-

se o número de antenas a potência de cada uma diminui.

Um sistema de telefonia móvel possui os seguintes componentes:

Estação Móvel – é o terminal móvel do usuário composto de monofone,

teclado, unidade de controle, bateria, unidade de rádio e antena. Sua função

principal é fazer a interface entre o usuário e o sistema. Esses equipamentos

podem ser do tipo portátil, veicular ou transportável, dependendo de suas

dimensões, potência e carga.

14

Central de Comutação e Controle – faz a interface entre o sistema

móvel e a rede pública. Possui estrutura semelhante à das centrais telefônicas

de comutação, embora exerça funções específicas de um sistema de

comunicação móvel celular, tais como: alocação de freqüências, supervisão

das ERB, encaminhamento de tráfego, controle do nível de potência das

estações móveis, localização de estações móveis, roaming de estações

móveis visitantes, entre outras.

As alturas típicas para as torres ou as estruturas de estação base são

15 – 60 metros. Uma Estação Rádio Base Celular pode utilizar várias antenas

que se parecem com postes e tem geralmente a dimensão de 3 a 6 m de

comprimento. Elas utilizam várias antenas de setor que se parece com painéis

retangulares. As dimensões de uma antena de setor são tipicamente 0,30 por

1,3 m.

Fonte:Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília,

sob a coordenação do Prof. Dr. Marco Antonio Brasil Terada.

Com o crescente uso dos celulares, vários organismos de padronização

estabeleceram parâmetros técnicos de segurança para a instalação dessas

antenas. Porém, com a falta de informação da população sobre os malefícios

causados por elas, houve um crescimento de estações sem a preocupação

dos locais a serem instaladas.

15

1.3 - Energias e Meio Ambiente

Com o aumento do número de usuários, o aumento de ERB’s que

atendem uma determinada região será proporcionalmente maior, sendo

necessária a instalação de um maior número de equipamentos transmissores,

impactando assim, num aumento de demanda de energia elétrica.

A Resolução n° 237/97, de 19/12/97, do Conselho Nacional do Meio

Ambiente – CONAMA, estabelece uma padronização nacional no que se refere

aos procedimentos de licenciamento ambiental (plano executivo ambiental).

Propor o uso racional de energia, utilizando fontes alternativas que minimizam

impactos, sejam eles na área social, econômica ou ambiental, são fatores a

serem analisados pelos representantes do governo.

1.4-Comentários da agenda 21 sobre Ciência e tecnologia:

A importância da qualidade de vida nas cidades, conforto ambiental,

equilíbrio urbano e ecológico começou a ganhar força a partir do Rio – 92 e da

Conferência Habitat II, com o objetivo de tornar as cidades mais sustentáveis.

Com isso pretende-se garantir a vida dos cidadãos e dos ecossistemas através

dasgerações.

Os gestores devem priorizar para o espaço urbano a reorganização do

sistema de gestão, projetos integrados e leis que regulem as inovações

tecnológicas a fim de causar menor impacto sócio ambiental. Os indicadores

ambientais são importantes para a melhoria da qualidade de vida e os

processos de avaliação serão úteis para monitoramento. Seguem alguns

comentários da agenda 21:

“A sustentabilidade significa uma reforma radical das noções clássicas de ciência, intimamente ligadas apenas à eficácia e à racionalidade econômica.” “O propósito do desenvolvimento sustentável é alcançar uma capacidade tecnológica, mediante uma ambiciosa política de ciência e tecnologia, comprometida com a construção das bases técnicas e científicas requeridas

16

pela sustentabilidade social, ecológica, econômica, espacial, política e cultural.” “A ciência brasileira terá ainda de construir as tecnologias limpas adequadas ao seu desenvolvimento; os indicadores ambientais apropriados para acompanhar sua evolução; um sistema de contabilidade ambiental abrangente, capaz de apontar os custos a serem apropriados em todas as atividades e projetos.” “É indispensável estabelecer regulações, normas técnicas e parâmetros na importação de tecnologias. Para tanto, devem ser criadas comissões no âmbito federal e estadual para avaliar técnica, econômica, social e ambientalmente as tecnologias importadas.”(1997: capítulo 35).

1.5 - Exposição Humana

1.5.1 –Indicadores científicos

É importante diferenciar as definicões de “efeito biológico” e de “risco a

saúde”, pois essas expressões são muitas vezes entendidas como sinônimos.

Efeito biológico, para o ser humano, é uma resposta a um estímulo

externo; no caso, a energia das ondas eletromagnéticas. Esta resposta pode

ou nao representar um perigo. Risco a saúde é uma medida do perigo

associado ao efeito biológico. Efeitos ocorrem em qualquer faixa de

frequências, mas só constituem preocupação quando a radiação excede os

limites de exposição.

No Brasil, até o fim da década de 1990, não havia um instrumento

normativo que estabelecesse as limitações da exposição à radiação

eletromagnética não-ionizante. Em 1999, o Conselho Diretor da Anatel aprovou

o documento Diretrizes para Limitação da Exposição a Campos Elétricos,

Magnéticos e Eletromagnéticos Variáveis no Tempo (até 300 GHz), adotando

na íntegra as orientações propostas pela ICNIRP.

A ICNIRP é uma organização não-governamental internacional que

analisa os impactos na saúde humana da exposição aos campos

17

eletromagnéticos. Ela definiu a quantidade de energia que o corpo humano

pode absorver sem trazer prejuízos à sua saúde, em efeitos em curto prazo

ou térmicos, como catarata ou degeneração dos neurônios. Este nível,

calculado em dois watts por quilograma de tecido, é chamado de SAR ou taxa

de absorção específica. Há outras que fazem levantamentos semelhantes,

nos locais onde estão instaladas várias antenas radio base, os limites

aplicam-se à radiação total por elas emitida.

Fonte: Anatel

Os limites da densidade de potência são mais rígidos para as

freqüências mais baixas, pois o corpo humano absorve mais radiação na faixa

de freqüência de 800 a 900 MHZ do que na faixa de 1800 a 2000 MHz. Tanto a

ANSI ( Instituto Nacional Americano de Padrões) como a ICNIRP e a NCRP(

Conselho Nacional em Proteção e Medidas de Radiação), concordam que a

exposição do público em geral deve ser mantida abaixo de uma SAR de 0,08

W/kg. Diversas pesquisas permitiram concluir que 4 W/kg é a intensidade de

SAR que pode ser considerada perigosa, isto é, capaz de elevar a temperatura

do tecido biológico humano em 1ºC.

A restrição básica para exposição humana a campos

eletromagnéticos, para média do corpo inteiro, é de 0,4 W/kg para exposição

ocupacional e de 0,08 W/kg para a população em geral. Esse valor é dividido

por um fator de segurança, que é igual a 10 para exposição ocupacional e 50

para população em geral, pelas recomendações da ICNIRP, adotadas no

Brasil.

Estudos de campo realizados nos Estados Unidos com antenas radio

base, localizadas em alturas compreendidas entre 4 e 8 metros, determinaram

que a densidade de potência máxima, a uma distância de 1,5 a 6 metros da

18

base das torres, é de 0.02 mW/cm2 (20 vezes menor que o padrão ICNIRP na

faixa de 800-900 MHz).

Segundo o professor Martin Blank¹, do Departamento de Fisiologia e

Biofísica Celular da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, já está

comprovado, que as células produzem proteínas relacionadas ao estresse

sempre que o corpo humano é exposto a campos eletromagnéticos.

O projeto - Reflex - estudo de quatro anos financiado pela União

Européia - detectou alteração no DNA e nos fibroblastos (uma das estruturas

celulares) mesmo quando a exposição ao campo magnético ocorre em níveis

menores do que os permitidos pela ICNIRP.

A conclusão foi que a radiação eletromagnética de baixa e alta

freqüência é capaz de gerar um efeito tóxico sobre alguns tipos de células e é

também capaz de alterar a função de certos genes, ativando-os ou

desativando-os.

O professor Álvaro Augusto Salles², da UFRGS, citou uma pesquisa

em 2006, realizada em Nayla, na Alemanha, que teria demonstrado uma

incidência de câncer três vezes maior entre a população que mora a até 400

metros de torres de transmissão de sinais de telefones celulares. Ele

mencionou outro estudo realizado na Netânia, em Israel, segundo o qual a

ocorrência da doença é 4,15 vezes maior para quem vive a uma distância de

até 350 metros dessas torres.

O que está ocorrendo ultimamente, é que antenas estão sendo

instaladas nos topos dos edifícios e não em torres – às vezes várias antenas

de diferentes empresas são instaladas no mesmo prédio (até mesmo sem que

os moradores tomem consciência do dano).

1 e 2. Jornal da Câmara – Brasília – 20 de abril de 2007- ANO 8 - Número 1815

19

Alguns níveis de exposição pública W/m² (Watts por metro quadrado) / Potência

Irradiada no exterior:

Suíça 4,2 W/m² (Porto Alegre)

China 6,6 W/m²

Rússia 10 W/m²

Itália 10 W/m² Nova Zelândia 50 W/m² Canadá 580 W/m² Estados Unidos 580 W/m²

Fonte: Anatel

1.5.2 - O Corpo Humano e as Radiações

Tanto os telefones celulares, como as estações são rádios e emitem

radiação eletromagnética quando operam. Esse tipo de radiação é absorvido

pelo corpo humano e existem razões para que haja preocupação com seus

possíveis efeitos sobre a saúde das pessoas. Dentre eles, está a exaustão,

choque térmico, estresse, queda no desempenho de tarefas, pressão cardíaca,

alterações em funções neurais e neuromusculares e ocorrência de catarata.

Embora ainda não exista consenso acerca do tema, vários estudos sugerem

que esta radiação possa interferir nas ondas cerebrais, alterando a pressão

sangüínea, reduzindo respostas imunológicas e provocando enxaqueca,

insônia, síndrome de fadiga com prejuízo da memória de curto prazo e

epilepsia.

Essa radiação é do tipo não- ionizante (Ultravioleta (UV), Visível (V),

Infravermelha (IV), Laser, Microondas e Radiofreqüências), e não possuem

energia capaz de produzir emissão de elétrons de átomos ou moléculas com

os quais integram. Seus efeitos são diversos daqueles provocados pela

radiação ionizante produzida, por exemplo, por aparelhos de raios-X, onde esta

contém energia eletromagnética suficiente para arrancar átomos e moléculas

do tecido e alterar reações químicas no organismo. A freqüência é que se torna

20

um diferencial entre as duas, a da telefonia é baixa, mas não significa que

devemos ficar despreocupados quanto ao seu efeito no corpo.

Estudos sobre esse assunto vêm sendo realizados. A Organização

Mundial de Saúde reconhece a poluição ambiental eletromagnética e vem

desenvolvendo o Projeto Internacional EMF (Eletromagnetic Field) cujo objetivo

é estudar os impactos das radiações, na saúde populacional.

Já existem aparelhos com novos tipos de antena e com menor nível de

radiação. Porém os consumidores não estão informados sobre isso e também

as empresas não disponibilizam um valor acessível.

Com respeito à absorçao da energia pelo corpo humano, os campos

eletromagnéticos de radiofrequência (CEMRF) podem ser divididos em quatro

faixas:

• frequências de aproximadamente 100 kHz a 20 MHz, nas quais a

absorção no tronco decresce rapidamente com a frequência e pode ocorrer

uma absorção significativa no pescoco e nas pernas;

• frequências de aproximadamente 20 MHz a 300 MHz, nas quais pode

ocorrer uma absorção relativamente alta no corpo todo, e até mesmo valores

muito altos, se forem consideradas ressonâncias em partes do corpo (por

exemplo, na cabeça);

• frequências de aproximadamente 300 MHz a 10 GHz, nas quais ocorre

absorção local significativa e não-uniforme; e

• frequências acima de 10 GHz, nas quais a absorção de energia ocorre

principalmente na superfície do corpo.

A SAR media e a distribuição da SAR podem ser verificadas a partir de

medidas em laboratório ou estimadas computacionalmente. Diversos

aplicativos com esse objetivo implementam o Método das Diferenças Finitas no

Domínio do Tempo (FDTD), uma técnica que tem sido largamente utilizada

para solução de problemas de eletromagnetismo que não possuem solução

analitica fechada.

Em tecidos, a SAR é proporcional ao quadrado da intensidade do

campo elétrico interno, e seu valor depende dos seguintes fatores:

21

• parâmetros do campo incidente: frequência, intensidade, polarização e

configuração fonte-objeto (campo próximo ou distante);

• características do corpo exposto: seu tamanho e geometria interna e

externa e as propriedades dielétricas dos varios tecidos; e

• efeitos de aterramento e reflexão de outros objetos na região de

campo próximo ao corpo exposto.

As recomendações de limites para exposição, em geral, estabelecem

valores diferentes para exposição ocupacional e exposição da população em

geral, sendo adotadas sempre restrições mais rigorosas para a exposição do

público em geral. A população ocupacionalmente exposta compreende adultos

que estao expostos a radiação eletromagnética em consequência de seu

trabalho, desde que estejam cientes do potencial de exposição e possam

exercer controle sobre sua permanência no local ou tomar medidas

preventivas. Em contraste, o público em geral consiste de pessoas de todas as

idades e estados de saúde e pode incluir grupos ou indivíduos particularmente

suscetíveis, como crianças, idosos e doentes, além das pessoas expostas em

função do seu trabalho, sem conhecimento dos riscos ou sem treinamento

para tomar medidas preventivas .

Diversas pesquisas permitiram concluir que 4 W/kg e a intensidade de

SAR que pode ser considerada perigosa, isto é, capaz de elevar a temperatura

do tecido biológico humano em 1°C. Para a determinação dos limites

recomendados de exposição, esse valor é dividido por um fator de segurança,

que e igual a 10 para exposição ocupacional e 50 para população em geral,

pelas recomendacoes da ICNIRP, adotadas no Brasil. Nesse caso, a restrição

básica para exposição humana a campos eletromagnéticos, para média do

corpo inteiro, é de 0,4 W/kg para exposição ocupacional e de 0,08 W/kg para a

população em geral. Para absorção localizada, como na cabeça ou nos

membros, os valores de limitação são distintos.

22

1.6- Atendimento aos Limites

O Regulamento de uso do Espectro de Radiofrequências, aprovado pela

Resolução n.o 259, de 19 de abril de 2002, estabelece que para uma estação

transmissora obter autorização de funcionamento, essa estação deve atender

aos limites de exposição ocupacional e da populaçãoo em geral a campos

eletromagnéticos. Em conformidade com isso, o Regulamento sobre Limitação

da Exposição, além de estabelecer os limites de exposição a campos

eletromagnéticos, determina os procedimentos para verificação do

atendimento a esses limites em estações transmissoras.

Em locais onde é permitido o acesso de pessoas, quando os valores

dos campos eletromagnéticos são obtidos por meio de cálculos teóricos forem

iguais ou superiores a 2/3 (dois tercos) dos limites de exposição estabelecidos

será obrigatoria a realização de medições. A avaliação deve ser efetuada por

profissional habilitado (reconhecido pelo CREA), o qual deve elaborar um

relatório de conformidade. Esse Relatório deve ser mantido na estação para

apresentação sempre que requisitado pela fiscalização da Anatel e conter a

memória de cálculo dos campos eletromagnéticos produzidos pelas estações.

Diversas leis municipais foram e estão sendo editadas buscando

estabelecer limites para intensidade de campo, densidade de potência ou

distância mínima entre as antenas e as regiões habitadas. A Constituição

Federal estabelece, em seu artigo 21, a competência da União para explorar

os serviços de telecomunicação ou delegar essa exploraçao através de

autorização, concessão ou permissão, controlando a prestação dos serviços

por meio da agencia reguladora, a Anatel. No artigo 22 da Constituição atribui

privativamente a União a competência para legislar sobre telecomunicações.

Os artigos 23 e 24 determinam que é competência comum da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde pública e legislar

sobre proteção e defesa da saúde.

A Anatel tem demonstrado grande preocupação com a questão da

exposição humana a campos eletromagnéticos nao-ionizantes. Para esse

proposito, acompanha o desenvolvimento das pesquisas cientificas

23

internacionais e, o andamento do Projeto EMF da Organizacao Mundial de

Saude, também se mantém informada sobre a normatização definida por

órgaos como a ICNIRP e o ANSI. E exige que os limites por ela determinados

sejam comprovadamente atendidos antes de autorizar o funcionamento de

uma estacao de radiocomunicação.

Com relação a fiscalização, a Anatel vem constantemente realizando

medidas em todo território nacional para verificação do atendimento aos limites

de exposição a campos eletromagnéticos.

1.7- Impactos e interferências das estações Rádio- Base

O meio ambiente é um sistema formado pelo homem, seu entorno e

suas inter-relações, entendendo-se como entorno a tudo aquilo que rodeia e

interage com o homem, seu meio físico, biológico, as condições sociais e

familiares, educação, legislações, tecnologias e costumes.

Quanto à localização não é permitida a instalação próxima a grandes

aglomerações humanas para evitar a exposição a altos níveis de radiação.

Além disso, não é permitido obstruir a visão de objetos, estruturas ou áreas

que possuam valor histórico, cultural, paisagístico, artístico ou ambiental.

Algumas operadoras têm buscado se inserir na paisagem local

buscando minimizar o impacto visual conforme apresentado nas figuras

abaixo.

Algumas ações estão sendo implementadas para a redução do impacto

paisagístico para reduzir o contraste ou a incompatibilidade. Técnicas como:

integração com a paisagem, camuflagem e ocultação de antenas.

24

Torre camuflada da UFMG

FONTE: Boletim Informativo da UFMG, n.º1.375, ano XIX de 21 nov. 2002.

Torres camufladas da empresa Larson Company

FONTE: Consulta a página http://www.larson-usa.com

A instalação em prédios é outro item importante a ser discutido, pois

grandes partes dessas ERBs estão instaladas nos topos dos edifícios. A

legislação não permite que as emissões de ondas estejam voltadas para o

interior da edificação e obriga também que haja sinalização e segurança no

acesso ao local de instalação.

Mas tudo isso deve ser pensado antes da colocação da antena, pois

algumas idéias podem interferir nos valores éticos e morais do cidadão.

25

CAPÍTULO II

ESTÁGIO DA REGULAMENTAÇÃO NO BRASIL

2.1 - O Código Brasileiro de Telecomunicações

Em 27 de agosto de 1962 foi aprovada a Lei n° 4.117, conhecida como

Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT), que marcou o início da fase

instuticionalizada das telecomunicações no Brasil. Entre outros avanços, essa

lei criou o Sistema Nacional de Telecomunicações, colocando sob jurisdição da

União os serviços de telégrafo, radiocomunicação e telefonia interestadual;

instituiu o Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel), e atribuiu-lhe a

responsabilidade pela administração e regulamentação do espectro, tendo o

Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel) como sua secretaria

executiva; e instituiu as bases para a criação da Telebrás e da Embratel.

§ 1º Na atribuição de freqüência para a execução dos serviços de

telecomunicações serão levadas em consideração:

a) o emprego ordenado e econômico do espectro eletromagnético;

b) as consignações de freqüências anteriormente feitas, objetivando

evitar interferência prejudicial.

§ 2º Considera-se interferência qualquer emissão, irradiação ou indução

que obstrua, total ou parcialmente, ou interrompa repetidamente serviços

radioelétricos.

A Lei Geral das Telecomunicações (LGT), Lei n.o 9.472, de 16 de julho

de 1997, foi o marco inicial do atual estado da regulamentação das

telecomunicações no Brasil. Foi aprovada como consequência da Emenda

Constitucional n.o 8, de 15 de agosto de 1995, que alterou a Constituicao

Federal quebrando o monopólio estatal sobre a exploração dos serviços de

telecomunicações. A LGT, além de prever a privatização das empresas

prestadoras de telefonia, determinou a criação da Anatel, inaugurando o

modelo regulatório atualmente vigente nos Pais. Significou profundas

alterações nas relações entre os agentes do mercado, determinando que a

26

exploração dos serviços passasse da condição de monopólio a de competição

e que o Estado passasse da função de provedor para a de regulador dos

serviços.

A LGT aprimorou significativamente a regulação do espectro. A

preocupação com esse recurso escasso pode ser verificada desde o artigo 1°

da LGT, reproduzido a seguir, o qual deixa claro que o disciplinamento e a

fiscalização da utilização do espectro cabem a Anatel:

Art. 1° Compete à União, por intermédio do órgão regulador e nos

termos das políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo,

organizar a exploração dos serviços de telecomunicações.

Parágrafo único. A organização inclui, entre outros aspectos, o

disciplinamento e a fiscalização da execução, comercialização e uso dos

serviços e da implantação e funcionamento de redes de telecomunicações,

bem como da utilização dos recursos de órbita e espectro de radiofreqüências.

A LGT tambem preve o uso eficiente do espectro como um dos objetivos do

disciplinamento da exploração dos serviços, como forma de viabilizar o

cumprimento das leis,em especial das relativas as telecomunicações, a ordem

econômica e aos direitos dos consumidores.

2.1.1 – Regulamentação no Brasil

No Brasil, até o fim da decada de 1990, não havia um instrumento

normativo que estabelecesse as limitações da exposição à radiação

eletromagnética não-ionizante. Apenas algumas normas do Ministério do

Trabalho se dedicavam a estabelecer padrões de segurança para pessoas

expostas à radiação em virtude de seu trabalho. Em 1999, o Conselho Diretor

da Anatel aprovou o documento Diretrizes para Limitação da Exposição a

Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos Variáveis no Tempo (até

300 GHz), como referência provisória para limitação da exposição humana a

campos elétricos provenientes de estações transmissoras de serviços de

telecomunicações, adotando na íntegra as orientações propostas pela ICNIRP.

27

A Resolução n.° 303 da Anatel, de 2 de julho de 2002, aprovou

posteriormente, o Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos

Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa de Radiofrêquencias entre 9

kHz e 3 GHz. Esse regulamento dispõe sobre o estabelecimento de limites de

exposição e a definição de métodos de avaliação e de procedimentos que

devem ser observados pelos prestadores de serviços de telecomunicação para

a instalação e licenciamento de suas estações de radiocomunicação

O projeto de lei 2.576 de 2000 dispõe sobre a instalação de fontes

emissoras de radiação eletromagnética, de autoria do Deputado Fernando

Gabeira. Esse projeto criou a Comissão Nacional de Bioletromagnetismo

(CNBem), que tem a finalidade de prestar apoio técnico e assessoramento na

formulação de políticas públicas relacionadas à localização, à construção, à

instalação, à ampliação, à modificação e à operação de equipamentos e

aparelhos que geram campos eletromagnéticos não ionizantes na faixa de

freqüências entre zero e 300 GHz, especialmente quanto aos aspectos

referentes à exposição humana e ambiental.

A Comissão é um órgão responsável pela implementação,

acompanhamento e atualização da Política Nacional de Bioeletromagnetismo

(PNBem) e o Conselho da Política Nacional de Bioeletromagnetismo (PNBem)

que engloba o disciplinamento da instalação e funcionamento de estações

transmissoras de radiocomunicação, de terminais de usuário, de sistemas de

energia elétrica e de infra-estruturas de suporte, especialmente quanto à

exposição humana aos campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos.

Poderão ser convidados a participar das reuniões do CNBem,

representantes do setor público, do setor privado e de entidades da sociedade

civil. Algumas definições adotadas na lei para o uso correto das antenas:

Art. 3º Para os fins desta Lei são adotadas as seguintes definições:

I – Área Crítica: área localizada até 50 (cinqüenta) metros de hospitais, clínicas, escolas, creches e asilos;

28

II- Campos elétricos, e magnéticos: campos de energia independentes um do outro, criados por voltagem ou diferença de potencial elétrico (campo elétrico) ou por corrente elétrica (campo magnético), associados à geração, transmissão, distribuição e uso de energia elétrica;

III - Campos eletromagnéticos: campo radiante onde as componentes de campo elétrico e magnético são dependentes entre si, capazes de percorrer grandes distâncias; para efeitos práticos são associados a sistemas de comunicação.

IV - Estação transmissora de radiocomunicação: conjunto de equipamentos ou aparelhos, dispositivos e demais meios necessários à realização de comunicação, seus acessórios e periféricos que emitem radiofreqüências e, quando for o caso, as instalações que os abrigam e complementam;

V – Sistema de energia elétrica: conjunto de estruturas, fios e cabos condutores de energia, isoladores, transformadores, subestações e seus equipamentos, aparelhos, dispositivos e demais meios e equipamentos destinados aos serviços de geração, transmissão, distribuição e ao uso de energia elétrica;

VI- Exposição: situação em que pessoas estão expostas a campos elétricos, magnéticos ou eletromagnéticos, ou estão sujeitas a correntes de contato ou induzidas, associadas a campos elétricos, magnéticos ou eletromagnéticos;

VII - Infra-estrutura de suporte: meios físicos fixos construídos para dar suporte a estações transmissoras de radiocomunicação, entre os quais postes, torres, mastros, armários, estruturas de superfície e estruturas suspensas;

VIII - Licença de funcionamento: autorização, expedida pelo órgão regulador federal de telecomunicações, para operação de estação transmissora de radiocomunicação.

29

IX - Local Multi-usuário: local em que estejam instaladas ou em que venham a ser instaladas mais de uma estação transmissora de radiocomunicação operando em radiofreqüências distintas;

X - Radiocomunicação: telecomunicação que utiliza freqüências radioelétricas não confinadas a fios, cabos ou outros meios físicos;

XI - Radiofreqüência (RF): freqüências de ondas eletromagnéticas, abaixo de 3000 GHz, que se propagam no espaço sem guia artificial e, para os fins desta Lei, situadas na faixa entre 9 kHz e 300 GHz;.

XII - Relatório de conformidade: documento elaborado e assinado por entidade competente, reconhecida pelo respectivo órgão regulador federal, contendo a memória de cálculo ou os resultados das medições utilizadas, com os métodos empregados, se for o caso, para demonstrar o atendimento aos limites de exposição;XIII – Taxa de Absorção Específica (SAR) - medida dosimétrica utilizada para estimar a absorção de energia pelos tecidos do corpo;

XIV – Terminal de usuário: estação transmissora de radiocomunicação destinada à prestação de serviço que pode operar quando em movimento ou estacionada em lugar não especificado;

XV – Torre: modalidade de infra-estrutura de suporte a estações transmissoras de radiocomunicação com configuração vertical.

Um projeto que entrou em vigor em 12 de dezembro de 2002 fala

sobre a instalação de antenas transmissoras de telefonia celular, no Município do

Rio de Janeiro, de autoria do Vereador Eliomar Coelho. O PL n° 1135/2002 é

destinado às concessionárias responsáveis pelas instalações de antenas

transmissoras no Município do Rio de Janeiro. A faixa de freqüência compreendidas

nesta lei é de 30 quilohertz a três gigahertz e emitem radiação não ionizante. Segue

alguns artigos importantes:

30

Art. 3º Toda instalação de antenas transmissoras deverá ser feita de modo que a densidade de potência total, considerada a soma da radiação preexistente com a da radiação adicional emitida pela nova antena, medida por equipamento que faça a integração de todas as freqüências na faixa prevista por esta lei, não ultrapasse quatrocentos e trinta e cinco micro watts por centímetro quadrado, em qualquer local passível de ocupação humana.

Art.4º O ponto de emissão de radiação da antena transmissora deverá estar, no mínimo, a trinta metros de distância da divisa do imóvel onde estiver instalada.

Art. 5º A base de sustentação de qualquer antena transmissora deverá estar, no mínimo, a quinze metros de distância das divisas do local em que estiver instalada, observando-se o disposto no artigo anterior.

Parágrafo único . Os imóveis construídos após a instalação da antena que estejam situados total ou parcialmente na área delimitada no caput serão objeto de medição radio métrica, não havendo objeção à permanência da antena se estiver sendo respeitado o limite máximo de radiação previsto no art. 3º.

Art. 6º Os parâmetros e exigências estabelecidos nesta Lei para a instalação de antenas transmissoras não prejudicam a validade de outros eventualmente estabelecidos na legislação de uso e ocupação do solo e em outras leis que possam aplicar-se a essas instalações.

Art. 7º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei, estabelecendo o órgão responsável pela fiscalização e as sanções pelo descumprimento desta Lei, no prazo máximo de noventa dias.

31

2.1.2 – Legislação Ambiental

O Estudo de Impacto de Vizinhança e o seu respectivo Relatório de

Impacto de Vizinhança são requeridos para o licenciamento ambiental,

conforme a referida instrução normativa, este estudo deve ser feito num raio de

100 metros a partir do eixo da torre. Estes elementos são de extrema

importância, pois avaliam as áreas de influência (direta ou indireta), diagnóstico

sócio-ambiental (caracterização social, econômica e cultural) e análise dos

impactos de vizinhança.

A realização do diagnóstico sócio-ambiental compreende a consulta à

população afetada pela instalação da referida fonte, levando-se em

consideração a qualidade ambiental e de vida destes indivíduos. Nesta

consulta deve-se obter uma aprovação de no mínimo 51%. O relatório constitui

um instrumento bastante válido, pois permite visualizar a atuação da operadora

frente à proposição de medidas compensatórias para possíveis danos

ambientais causados.

Outro aspecto importante que não é levantado na instrução normativa

vigente é a necessidade de se apresentar um Relatório de Controle Ambiental

para comprovar que todas as medidas propostas foram devidamente

executadas.

O Relatório de Conformidade é um estudo previsto na Resolução

303/2002 da ANATEL, que determina os limites de exposição a campos

elétricos, magnéticos e eletromagnéticos de radiofreqüências ao qual uma

pessoa pode ser exposta. Este estudo é de extrema importância, pois permite

identificar os níveis de radiação que a população está exposta.

Outro parâmetro para o licenciamento ambiental das ERBs é a

localização, visto que não é permitida a instalação próxima a lugares de

grandes aglomerações humanas. Evitando assim a exposição a um alto nível

de radiação, da mesma forma não é permitido a obstruir a visão de objetos,

estruturas ou áreas que possuam valor histórico, cultural, paisagístico, artístico

ou ambiental.

32

As emissões de ruídos pelo funcionamento da estação serão avaliados,

sempre que julgado necessário e devem estar de acordo com os valores

estabelecidos pela NBR 10151.

A compensação ambiental é referida na instrução normativa, e

determina que toda empresa que instalar uma estação deverá pagar um valor

mínimo de 0,5% do valor do empreendimento pelos danos causados ao meio

ambiente, este pagamento é previsto conforme o Art 2º, da Instrução

Normativa nº 007/2005. O pagamento dessa compensação é benéfico, pois

esta quantia pode ser revertida a benefícios ambientais.

33

CAPÍTULO III

O sistema de gestão

3.1 - O sistema de gestão da radiação das ERB’s

A exposição ocupacional a radiações em ERBs constitui em um risco

social emergente, pouco conhecido e complexo, e por apresentar divergências

de caráter econômico, necessita de adequadas gestões de políticas públicas.

É fundamental que fundos setoriais em telecomunicações financiem

estudos epidemiológicos sobre os efeitos adversos à saúde dos trabalhadores

e a população exposta, na tentativa de suprir as lacunas do conhecimento

científico.

O insuficiente número, de especialistas brasileiros na área de radiações

não-ionizantes e de fiscais, contribui para acobertar as exposições

ocupacionais a radiações. Três órgãos executivos possuem atribuições

explícitas ou implícitas para fiscalizar esses tipos de exposições: as Delegacias

Regionais do Trabalho/Ministério do Trabalho e Emprego, a

ANATEL/Ministérios das Comunicações (Resolução 303/2002), e o Sistema

Único de Saúde/Ministério da Saúde (Lei 8080/1990).

Mesmo sem excluir a competência dos municípios em legislar sobre

posturas municipais, a Anatel reconhece expressamente a sua competência

para fiscalizar e verificar o cumprimento das condições técnico-operacionais

estabelecidas para o funcionamento das ERB's (segundo ofício resposta

número 328/98 - SUE/PR, da Anatel ao Ofício n FEPAM/DT/885/98).

Isso nos leva a crer que tal entidade, ao reconhecer expressamente sua

competência para fiscalizar o funcionamento das ERB’s, protege a comunidade

controlando todos os aspectos envolvidos na exposição humana ao campo

eletromagnético.

Além disso, a Resolução 303, de 2 de julho de 2002 da Anatel, regula

sobre a instalação e o funcionamento das ERB’s, porém não consta a

obrigação do acompanhamento por parte da Anatel das constantes exposições

34

humanas aos campos eletromagnéticos, mesmo porque tal preceito legal se

aplica exclusivamente ao momento do licenciamento de ERB’s.

Assim, em meio a uma série de postulados legais, tanto a prefeitura

como a Anatel são competentes para fiscalizar e verificar o funcionamento

técnico das ERB’s. Ademais, existe preceito legal que prevê que, em locais

onde os limites de exposição ultrapassem os padrões recomendados, a

operadora deverá reduzir imediatamente os níveis de emissão de radiação.

Sobre a mesma matéria, a legislação dispõe que: “a concessão, permissão ou

autorização de serviços de telecomunicações não isenta a prestadora do

atendimento às normas de engenharia e às leis municipais.

Podemos concluir que não nos faltam leis que confiram competência de

fiscalização a mais de uma entidade. Assim, são desnecessários maiores

aprofundamentos sobre a quem caberia a responsabilidade máxima sobre o

gerenciamento das ERB’s e vale a pena tentar entender o que abrangeria um

sistema de gestão razoável.Ultimamente, só temos conhecimento de ERB’s

que são interditadas por medida judicial, porém nunca como resultado de

fiscalização.

Como resultado dos questionamentos sobre os sistemas de fiscalização

da Anatel, em 21 de outubro de 2005, a agência reguladora publicou em seu

site os procedimentos de fiscalização, como medida de “observação aos

princípios da publicidade e da transparência no serviço público”. E foi também

publicado o relatório gerencial da Superintendência de Radiofrequência e

Fiscalização. Onde constam que as 503,1 mil horas dispensadas para

fiscalização, 226 mil foram dirigidas para telefonia fixa e 231,5 mil para

serviços em regime privado. Dessas últimas, 85,6 mil foram ocupadas com

Serviço Móvel Pessoal e 145,9 para Serviços de Radiodifusão. À primeira

vista, parece uma carga horária bastante adequada, porém, esse percentual

de 17% dispensado para Serviço Móvel Pessoal não é voltado para a

fiscalização da potência da radiação não ionizante emitidas pelas ERB’s.

Com relação à radiação não ionizante, o citado relatório limita-se a

informar que a Anatel tem se pronunciado sobre o tema por meio de ofícios e

35

informes. Procedimentos de fiscalização da Anatel são disponibilizados ao

cidadão na Internet em seu site (www.anatel.gov.br).

Enfim, talvez o ideal seria os municípios se preocuparem em

desenvolver algum sistema capaz de monitorar as operações das ERB’s em

sua circunscrição.

3.1.1 – Um caso prático

Este caso foi escolhido para exemplificar um sistema de monitoramento

das ERB’S, pesquisado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em

Telecomunicações (CPqD), em Americana (SP). Ele monitora em tempo real a

radiação emitida pelas Estações Radiobase (ERB), as antenas instaladas

pelas operadoras de telefonia celular (Gazeta Mercantil - Caderno A14 -

Agnaldo Brito). Ao final do teste, previsto para durar um ano, o CPqD quer

oferecer uma solução capaz de avaliar com segurança os níveis de radiação

emitidos pelas antenas. Hoje, os controles são feitos pelas empresas

proprietárias das ERB e com freqüência irregular.

O projeto terá duas fases. Na primeira, pesquisadores irão fazer a coleta

de dados em campo. Na segunda, os dados sobre irradiação serão capturados

por sensores colocados nos pontos de medição. Todas as informações serão

levadas a num banco de dados central e analisadas por um software.

O sistema fará simulações teóricas de emissões eletromagnéticas das

antenas e indicará no mapa digital da cidade os pontos onde os níveis do

campo eletromagnético estão maiores. Estes locais terão monitoração

contínua. Além do software, o Laboratório de Infra-Estrutura de Rede do centro

de pesquisa coordena o desenvolvimento de outras partes do sistema.

Os sensores, responsáveis pela captura dos níveis de radiação e a

interface encarregada de transferir os dados para a central, também farão

parte do pacote de desenvolvimento. A transmissão dos dados para a central

será feita em redes de telefonia celular. "O custo de importação de sensores

36

para esta aplicação é alto. Por isso, o projeto contemplou o desenvolvimento

dos sensores", diz Sebastião Sahão Júnior, diretor do Laboratório de Infra-

Estrutura. A validação de todo o sistema poderá, afirma Sahão, gerar negócios

tanto no mercado brasileiro como fora do País.

4.1 – Certificação, homologação e licença

O licenciamento ambiental faz-se necessário para preservar o meio

ambiente dos impactos gerados pela instalação dos sítios de

telecomunicações, compostos das torres e outros artefatos tecnológicos

(antenas, geradores, bancos de baterias, transmissores, etc.). Toda esta infra-

estrutura pode modificar a paisagem, gerar ruídos, além de expor o meio

ambiente, e a população, a uma irradiação de ondas eletromagnéticas que não

possui segurança plenamente comprovada pela ciência.

No estudo da regulação de telecomunicação, uma questão eminente é a

Certificação. Esse procedimento permite verificar se os produtos

comercializados e utilizados no País atendem a legislação em vigor,

assegurando o cumprimento dos padrões de qualidade e dos requisitos de

segurança.

Além de estabelecer os requisitos técnicos, em carater provisório, e

iniciar estudos para a edição de novo regulamento, cabe a Anatel, nos termos

da Lei Geral da Telecomunicação, substituir gradativamente os regulamentos,

normas e demais regras em vigor por regulamentação editada pela Agência. A

Agência tem demonstrado a preocupação de editar normas e regulamentos

alinhados com as normativas internacionais, de forma a facilitar a integração

tecnológica do Brasil com outros países.

Com o objetivo de tornar a certificação e homologação dos produtos

para telecomunicação mais rápida e desobrigar a Agência a ter uma infra-

estrutura muito dispendiosa, a Anatel determinou que a condução dos

processos de certificação devesse ser efetuada por Organismos de

Certificação Designados. Esses organismos são responsáveis por acompanhar

os testes, realizados por laboratórios contratados pelos próprios organismos e

37

pelo solicitante (fabricante ou fornecedor), e emitir o Certificado de

Conformidade.

Assim, a participação da Agência na maioria dos casos restringe-se

apenas a etapa de homologação, em que o certificado de conformidade é

validado pela Anatel, autorizando a comercialização e a utilização do produto

no País.

Todos os equipamentos que fazem uso do espectro de rádio frequência

como emissores estão sujeitos a certificação e homologação para terem sua

comercialização e utilização autorizadas no Brasil. Esses equipamentos são os

únicos cuja exigência de certificação é prevista na Lei Geral de

Telecomunicações, no paragrafo 2º do artigo 162. O processo de certificação,

que é regido pelo Regulamento para Certificação e Homologação de Produtos

para Telecomunicação, tem como objetivos gerais:

- assegurar que os produtos comercializados ou utilizados no País estejam em

conformidade com os regulamentos editados ou com as normas adotadas pela

Anatel;

- assegurar que os fornecedores dos produtos atendam a requisitos mínimos

de qualidade para seus produtos;

- assegurar que os produtos para telecomunicação comercializados no País,

em particular aqueles ofertados pelo comércio diretamente ao público,

possuam um padrão mínimo de qualidade e adequação aos serviços a que se

destinam;

- assegurar o atendimento aos requisitos de segurança e de não agressão ao

ambiente;

- facilitar a inserção do Brasil em acordos internacionais de reconhecimento

mútuo.

4.1.1- Acordos de reconhecimento mútuo

O Regulamento para Certificação e Homologação de Produtos para

Telecomunicação preve que a Anatel podera firmar Acordos de

Reconhecimento Mútuo, em matéria de avaliação da conformidade de produto

38

de telecomunicação, tendo por objetivo o reconhecimento de organismos de

certificação e de laboratórios de ensaio, como partes integrantes do sistema de

avaliação da conformidade por ela adotado.

O Regulamento prevê ainda que os procedimentos de avaliação da

conformidade e os relatórios de ensaios expedidos, deverão ser conduzidos e

elaborados de acordo com os regulamentos editados pela Anatel ou normas

por ela adotadas, bem como deverão ser expressos preferencialmente em

língua portuguesa, podendo, facultativamente, ser expressos em língua inglesa

ou espanhola.

Até o momento não foi firmado nenhum Acordos de Reconhecimento

Mútuo. Entretanto, as diretrizes básicas e a concepção dele já estão aprovadas

no Brasil.

4.1.2- Avaliação da Conformidade

De acordo com a Anatel, a etapa inicial do processo de Certificação é

Homologação e a avaliação da conformidade. Para comprovação da

conformidade, o interessado deverá apresentar um dos seguintes documentos:

-Declaração de Conformidade.

-Declaração de Conformidade com relatorios de ensaio.

-Certificado de Conformidade com ensaios de tipo e avaliações periódicas do

produto.

-Certificado de Conformidade com avaliação do sistema de qualidade.

Os Certificados de Conformidade são emitidos a partir de relatórios de

ensaio elaborados pelo laboratório em que os testes foram realizados. Deve-se

dar preferência para laboratórios credenciados pelo Inmetro e caracterizados

como de terceira parte, isto é, que agem com total independência de

fabricantes, fornecedores, prestadoras de serviços de telecomunicação ou

potenciais compradores do produto.

A etapa de avaliação da conformidade é caracterizada pela

confrontação dos resultados obtidos nos ensaios e a regulamentação aplicável.

39

Ele é uma declaração de que todos os requisitos técnicos aplicáveis exigidos

pela regulamentação vigente são atendidos pelo produto.

4.1.3-Homologação

Uma vez avaliada a conformidade de um produto e emitido o Certificado

de Conformidade, deve-se proceder a homologação. São partes legítimas para

pleitear, junto a Anatel, a homologação de produtos, na condição de parte

interessada e responsável: o fabricante do produto; o fornecedor do produto no

País; e pessoa física ou jurídica que solicita a homologação de produto de

telecomunicação para uso próprio.

O requerimento de homologação deve ser instruido acompanhado de:

-Certificado ou Declaracao de Conformidade, demonstrando a

conformidade do produto;

-Comprovante de recolhimento dos emolumentos devidos;

-Manual do usuário do produto.

-Informações cadastrais do interessado;

-Comprovação de que a parte interessada esta regularmente

estabelecida segundo as leis brasileiras;

-Fotografias internas;

-Fotografias externas, mostrando nitidamente a etiqueta de identificação

do modelo e do fabricante, e o local em que será afixado o selo de

homologação da Anatel.

Atualmente, o requerimento de homologação é instruido junto a Anatel

através do Sistema de Gestão de Certificação e Homologação, acessível no

sítio da Agência na Internet.

Depois de ser analisado, o processo é aprovado pelo Gerente de

Certificação e é emitido o Certificado de Homologação. Este certificado

autoriza a comercialização do produto no Pais.

Seguem exemplos de certificações extraídas do site da Anatel:

40

41

42

CONCLUSÃO

As opiniões de cientistas e de médicos se dividem em relação à

quantidade de radiação absorvida pelo corpo humano e se a pessoa poderá

desenvolver doenças. Os riscos em longo prazo estão sendo um dos temas de

estudo por parte da OMS.

A preocupação está no fato das operadoras não levarem em

consideração a saúde da comunidade quantos aos riscos das emissões das

antenas, que vêm desrespeitando os direitos da população e promovendo a

depreciação das propriedades do entorno.

Com isso, acredita-se que algumas informações podem ajudar a

população a ter uma atitude preventiva. Com as empresas de telefonia e o

poder público prestando o suporte devido, com comerciais e matérias sobre os

assuntos para todos se conscientização sobre o tema, a população poderá ter

uma atitude preventiva e fiscalizadora.

Com a comunidade científica mundial alertando da possibilidade

de danos à saúde humana pela exposição prolongada, deve fazer com que o

Poder Público aja preventivamente, sob o Princípio da Precaução, consignado

na Convenção Internacional do Rio de Janeiro (ECO 92) e acolhido pela

legislação brasileira;

Princípio este descrito abaixo:

Com o fim de proteger o meio ambiente, o Princípio

da Precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com as suas capacidades. Quando houver ameaças de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.

43

A legislação brasileira contempla o princípio da precaução na própria

Constituição Federal (art. 225) e na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente

– Lei 6.938/81, onde se permite a aplicação de medidas preventivas diante da

falta de certeza científica absoluta de que possa haver dano irreversível ao

meio ambiente. Em outras legislações mais especificas, o princípio da

precaução é claramente evocado na proteção do meio ambiente e da saúde

das pessoas.

Assim, baseados no princípio da precaução, muitos juristas têm

atualmente se manifestado contra a instalação de ERB’s nas mais variadas

localidades do país. Mesmo que precedidas dos correspondentes alvarás, os

juizados alegam que “não existem estudos conclusivos que garantam a

inexistência de riscos para a saúde relacionada à exposição aos campos

eletromagnéticos na faixa não ionizante do espectro eletromagnético.

44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações. Regulamento sobre

Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos

na faixa de Radiofreqüência entre 9kHz e 300 GHz. Brasília 2002; anexo à

Resolução 303.

BOFF, Leonardo. Ecologia, Mundialização e Espiritualidade. São Paulo: Editora Ática, 1993.

BOFF, Leonardo. Nova Era: A Civilização Planetária. São Paulo: Editora Ática,

1994.

CADERNO JURÍDICO. São Paulo, v. 6 (jun.), n. 2, 2004.

CELLI JR., H.; GRUPI, L. D. O controle dos efeitos da radiação não-ionizante.

Revista dos Direitos Difusos, Poluição Eletromagnética, 2000.

Congresso Nacional. Projeto de Lei 2.576, DE 2000. Autor: Deputado

FERNANDO GABEIRA Relator: Deputado JULIO SEMEGHINI

Decreto de 24.08.2005 que Institui a Comissão Nacional de

Bioeletromagnetismo.

Ministério do Meio Ambiente. Documento base. Tema Cidades Sustentáveis -

Agenda 21 Brasileira.

Município do Rio de Janeiro. Projeto de Lei 1135/2002. Autores: Vereador

Eliomar Coelho

PESCI, Rubem . Cidade Sustentável: Enfoque Global do 2º PDDUA.São

Paulo:1994.

_______. Relatório Gerencial da SRF – período janeiro a setembro 2005.

Disponível em: http://www.anatel.gov.br.

45

ANEXO

NOTÌCIAS

• A Prefeitura de Campinas propõe uma nova legislação para regularizar as 135

antenas ilegais instaladas no município, principalmente de celulares, que

extingue a participação popular na decisão sobre o local de instalação dos

equipamentos. Fonte: Revista Paulínea News de 17/10/2007

• “Secretaria Estadual da Saúde de SP: Vigilância Sanitária quer relação das

antenas de telefonia celular para fiscalizar.” ABRADECEL (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE DEFESA DOS MORADORES E USUÁRIOS INTRANQUILOS

COM EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES CELULAR) As

concessionárias de telefonia celular têm prazo de 60 dias para apresentar a

relação das antenas de transmissão instaladas no Estado. As empresas

devem entregar ao Centro de Vigilância Sanitária documento constando

endereço completo e data da instalação. http://www.abradecel.org.br

• “Seminário esclarece dúvidas sobre radiação emitida por antenas de telefonia

celular”. Juiz de Fora- 24/8/2005: que contribuiu para o esclarecimento de

dúvidas da comunidade e de membros do Conselho Municipal do Meio

Ambiente (Comdema) sobre as conseqüências que a telefonia celular pode

causar à população e ao meio ambiente.

www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=4139

• “6ª Edição do Workshop Internacional sobre Radiações Não-Ionizantes” Com o

objetivo de apresentar uma visão atualizada dos avanços da ciência nas

diferentes áreas de radiação não-ionizante.

http://www2.unopar.br/pesquisa/informativo_30_08.pdf

46

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

LISTA DE SIGLAS 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - SISTEMA DE TELEFONIA MÓVEL 10

CELULAR: UM BREVE HISTÓRICO.

1.1 - Caso Brasileiro 10

1.2 – Sobre as estações rádio-base 12

1.3 - Energias e Meio Ambiente 15

1.4-Comentários da agenda 21 sobre Ciência e tecnologia 15

1.5 - Exposição Humana 16

1.5.2 - O Corpo Humano e as Radiações 19

1.6- Atendimento aos Limites 22

1.7- Impactos e interferências das estações Rádio- Base 23

CAPÍTULO II-ESTÁGIO DA REGULAMENTAÇÃO NO BRASIL

25

2.1 - O Código Brasileiro de Telecomunicações 25

2.1.1 – Regulamentação no Brasil 26

2.1.2 – Legislação Ambiental 31

CAPÍTULO III- O SISTEMA DE GESTÃO 33

3.1 - O sistema de gestão da radiação das ERB’s 33

3.1.1 – Um caso prático 35

4.1 – Certificação, homologação e licença 36

4.1.1- Acordos de reconhecimento mútuo 37

4.1.2- Avaliação da Conformidade 38

47

4.1.3-Homologação 39

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 45

ÍNDICE 46

48

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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