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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE MOTIVAÇÃO FAZ PARTE DO NEGÓCIO NA GERÊNCIA PARTICIPATIVA Por: Valéria Aguiar Dias Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

MOTIVAÇÃO FAZ PARTE DO NEGÓCIO

NA GERÊNCIA PARTICIPATIVA

Por: Valéria Aguiar Dias

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2008

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

MOTIVAÇÃO FAZ PARTE DO NEGÓCIO

NA GERÊNCIA PARTICIPATIVA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Comunicação

Empresarial.

Por: . Valéria Aguiar Dias

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me tornado

quem sou e a meus pais, Valdir e

Vanda, pelo incentivo diário e por terem

tido a coragem de me trazer ao mundo,

de me ensinar o valor da honestidade,

do caráter e da dignidade.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais e ao

meu esposo por estarem sempre

presentes me encorajando em cada etapa

da minha vida. Sem eles nada valeria a

pena.

5

RESUMO

Hoje, a comunicação empresarial vem sofrendo algumas alterações

devido às mudanças ocorridas na sociedade. Os desafios dos novos tempos

exigem novas realidades, nova empresa e um novo modelo de funcionário. Por

esse motivo a preocupação em simplificar as rotinas de trabalho a partir da

valorização do homem mantendo-o motivado, pois assim ele contribuirá

diretamente para o sucesso da Organização. Não há mais lugar para

burocratizações, organizações inflexíveis e para centralização administrativa.

Com isso, os líderes precisam entender que influenciam as pessoas

profundamente, que o seu otimismo e pessimismo são igualmente contagiosos.

6

METODOLOGIA

As pesquisas se deram através de informações recolhidas de livros,

artigos, Internet, entrevistas, etc. Após levantamento dos dados, foi realizada

uma análise dos mesmos, para que ao final da monografia o leitor pudesse

reconhecer claramente a importância que as pessoas devem dar a elas

mesmas não se deixando dominar pelo acelerado cotidiano. Hoje, os

executivos do país estão voltados para uma nova realidade. A preocupação

crescente deverá estar ligada ao indivíduo e a sua saúde. Pois, sete entre dez

trabalhadores sofrem de estresse e esse índice é devastador para as

empresas, onde esse grande mal dos novos tempos está gerando funcionários

apáticos e com baixa produtividade.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Empresa Motivada – Funcionário Feliz 10

CAPÍTULO II - Liderança. Uma Motivadora Motivacional 19

CAPÍTULO III – Trabalho, Estresse e Doenças 25

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

SITES UTILIZADOS PARA PESQUISA 39

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

8

INTRODUÇÃO

Sou funcionária da empresa há 17 anos e o objetivo desse trabalho é

relatar, através da minha vivência, as adversidades e verdades quanto aos

aspectos motivacionais que norteiam o relacionamento interno na empresa

Vanguarda.

Estamos vivendo numa era onde as mudanças são rápidas, abrangentes

e os desafios intensos. Por esse motivo, algumas empresas vêm realizando

notável esforço no sentido de simplificar suas rotinas e burocracias diárias

valorizando mais o homem e seu comportamento dentro da organização.

Afinal, pessoa motivada, valorizada e respeitada resulta na probabilidade de

sucesso mais garantido para a empresa.

“O ritmo de mudança em nossa época é tão rápido que

um indivíduo, ao longo de sua vida, é levado a enfrentar

novas situações jamais experimentadas. A pessoa com

crenças definitivas, dedicada a tarefas imutáveis, que era

anteriormente considerada, uma dádiva divina, será um

perigo público nos tempos que virão.”

Alfred North whitehead.

MATOS, 1980, p.33

É razoável supor que haverá numerosos motivos atuando ao mesmo

tempo. Também um dado motivo pode ser expresso em muitas espécies

diferentes de comportamento. Assim, as variadas experiências de

aprendizagem dos indivíduos podem produzir relações complexas entre motivo

e comportamento.

No capítulo 1 serão abordadas as necessidades necessárias para se

manter um funcionário motivado e conseqüentemente feliz. Esse ponto, hoje

em dia, é quase crucial para a sustentabilidade da empresa no mercado

9

competitivo uma vez que o empregado desmotivado não se empenha. Essas

necessidades serão levantadas considerando-se os desejos pessoais

atualmente desejadas que de vão desde a necessidade financeira até o mais

simples dos desejos: um ambiente de trabalho saudável e feliz.

O capítulo 2 apresentará a importância do líder, não apenas como o

indivíduo que manda, mas como aquele que se preocupa com o grupo, que

conhecendo cada membro conhece suas necessidades pessoais. Na

sociedade competitiva na qual vivemos não cabe mais o líder autocrata, que

percebe as coisas de cima, que não ouve e só determina. Cabe a liderança

participativa onde o líder gerencia e também executa no que recebe as idéias.

No capítulo 3 a exposição será em torno do indivíduo no ambiente de

trabalho onde a ausência de motivação, somada à velocidade de informações,

gera doenças, aparentemente banais como o estresse, que no decorrer do

tempo pode ser tornar um assassino licencioso excluindo o funcionário das

suas atividades profissionais.

O trabalho conclui que incentivos, motivos e aprendizagem são

conceitos inseparáveis. Motivação é uma das mais importantes condições de

que dependa aprendizagem. Para isso, o líder deve buscar sempre que seus

funcionários não sejam meros subordinados, mas sim seus colaboradores.

10

CAPÍTULO I

EMPRESA MOTIVADA – FUNCIONÁRIO FELIZ

“A motivação é um capítulo novo e empolgante em

administração e gerência. Seu interesse parece refletir um

momento de transição onde, de uma situação centrada na

valorização da estrutura, da tecnologia e do mercado,

passou-se a considerar o homem como fator primordial.”

MATOS, 1980, p.74.

A motivação tem sido uma preocupação permanente das empresas, pois

dela depende o desempenho e a felicidade dos profissionais e,

conseqüentemente, a obtenção de resultados e a superação de metas.

A busca freqüente pela motivação de seus funcionários tem sido foco de

muitas empresas em busca de melhorar seus resultados. Funcionários

motivados por um ambiente empresarial onde suas idéias possuem eco entre

os escalões mais altos da organização geram para empresa mais rendimentos

e promovem o crescimento. Exemplos de pessoas bem sucedidas que partiram

de funções localizadas na base hierárquica da pirâmide só foram possíveis em

organizações onde havia espaço para inovação e motivação dos empregados.

O mercado atual mostra que somente as empresas capazes de quebrar

paradigmas, saindo do tradicional esquema chefe – empregado tem alcançado

a competitividade necessária para ganhar novos mercados. As companhias

inovadoras não se definem mais pela capacidade de criar novos produtos e sim

por abrir suas portas e formas eficientes redes de colaboração incluindo seus

funcionários.

11

1.1 – Hierarquia das Necessidades Humanas

Para explicar o processo da motivação humana, o psicólogo Lagache

criou o conceito de homeostase, que pode ser definida como um estado ideal

de equilíbrio, em que o indivíduo, não sentindo quaisquer necessidades,

permanece em repouso; qualquer modificação neste estado ideal, que venha a

gerar desconforto criará um motivo que, por sua vez, desencadeará um

comportamento o qual visa restabelecer a condição de equilíbrio.

O corpo compara os padrões

de referência e o estado atual para determinar se existe a necessidade

Padrão

de referência

Motivo

Compor- tamento

Estado atual do

organismo

Não há necessidade

de mudança

Há necessidade

de mudança

12

Outro conhecido psicólogo social, A. H. Maslow, formulou outra idéia

sobre a motivação humana a partir de cinco categorias de necessidades, em

ordem hierárquica.

1. Necessidades fisiológicas: as que afetam todos os indivíduos da

espécie (fome, sede, repouso, sexo e etc.) sem as quais não haverá

motivação;

2. Necessidades de segurança: as que dizem respeito aos receios com

a manutenção da sobrevivência, manutenção do emprego,

segurança financeira, etc.;

3. Necessidades de amor e afeto: se inclui tanto dar quanto receber. A

carência dessas necessidades é a causa mais comum da falta de

adaptação;

4. Necessidades de auto-estima: as que se referem ao desejo de

avaliação, além do respeito das outras pessoas; e

5. Necessidades de auto-realização: tendência do indivíduo para realizar

plenamente seu próprio potencial; ou seja, é o momento em que o

homem age no sentido de efetivamente ser o que pode ser.

Para a maioria dos psicólogos sociais, os motivos têm origem nas

necessidades. O indivíduo estará em processo de auto-realização quando tiver

saciado suas necessidades fisiológicas sem as quais se acredita que o

indivíduo não buscará outra até que as alcance.

Podemos separar os motivos em dois grupos:

ü Grupo I – Primários (ou inatos)

a) A sobrevivência: fome, sede, sono, temperatura, ar, etc.

ü Grupo II – Secundários

a) Os sociais: reprodutivo, gregário, dominação, etc.

b) Os do EU: necessidades de realização, de auto-confiança,

reconhecimento, etc.

13

Os de sobrevivência se baseiam numa necessidade fisiológica ou outra

condição de um indivíduo que possa afetar diretamente a sobrevivência desse

indivíduo.

Os sociais requerem a participação de um outro indivíduo para que se

sejam instigados.

Os do EU contribuem para a manutenção do conceito do eu ou ego que

cada indivíduo desenvolveu pessoalmente.

1.2 – Motivação não é só dinheiro

Podemos definir motivo como uma condição interna que leva o indivíduo

a agir e persistir em um dado comportamento, visando um determinado

objetivo. Se o indivíduo não perceber que há uma chance de alcançar um

determinado desempenho ele não empregará esforços para tal. Por isso, a

quantidade de esforço que uma pessoa exerce em uma tarefa específica

depende da expectativa que ela tem de seu trabalho. Objetivos inalcançáveis

são desmotivadores.

O fator dinheiro não pode ser assumido como o mais importante

elemento motivador. Dados recentes relatam que em primeiro lugar o

funcionário busca os benefícios que a empresa pode oferecer, logo depois

verifica o plano de carreira. O salário entra no terceiro lugar das expectativas e

como quarto o empregado busca o seu bem-estar dentro da Organização.

Atualmente as empresas não podem aumentar ou promover constantemente

os seus funcionários. Por outro lado esses mesmos funcionários começam a

ter outros interesses. O estresse da vida está tão intenso, a falta de tempo com

a família e com os amigos é tão grande, que as pessoas estão preferindo um

pouco mais de tranqüilidade.

Hoje, a empresa deve ser estimulada e administrada como instrumento

inovador e que se adapta à realidade dos novos tempos. A valorização do

14

funcionário torna-o criativo e mais comprometido e leal com a Organização. O

resultado disso é a realização humana e profissional.

O grande desafio que se coloca neste momento às empresas é o de

tentar “descobrir” as motivações dos seus funcionários. A chave é encontrar o

que os motiva proporcionar-lhes condições para a sua satisfação. Muitos

colaboradores sentindo-se desmotivados fazem com que surja uma série de

problemas para o próprio indivíduo e para a empresa.

As pessoas gostam de sentir que são importantes para a Organização,

independentemente da posição que ocupem no organograma. Que podem

concretizar objetivos, que podem sobressair. Fazer parte de uma empresa não

é só ter seu nome na folha de pagamento, mas sim ser um membro

participativo através de suas idéias, de seu esforço e de seu próprio estímulo e

esses serem reconhecidos como uma mola propulsora para o futuro sucesso

organizacional.

O indivíduo deve ter que se sentir responsável pelo que faz, ter liberdade

de decidir como executar o seu trabalho, estabelecer seus próprios objetivos e

conseqüentemente lutar pelos da empresa. Esses fatores existem dentro de

cada pessoa e podemos assim chamá-los de fatores motivacionais. Se o

funcionário não acreditar que maiores esforços resultam em melhor

performace, não há motivação.

A motivação intrínseca ao ser humano é influenciada por fatores

externos (meio em que vivemos e pessoas com quem convivemos). Por isso,

nada mais natural que o princípio da motivação se encontre em nossos sonhos,

desejos e ambições. Motivos não faltam, basta dar um sentido a eles.

Freqüentemente, o termo motivo é confundido com incentivo. O incentivo

refere-se ao objetivo ao qual a atividade se dirija, à condição ou mudança de

condição que desperta ou satisfaz um motivo. Os incentivos são objetos,

condições ou significações externas para as quais os motivos se dirigem.

15

A motivação deverá ser uma preocupação permanente das empresas

modernas, pois dela depende o desempenho e a felicidade dos profissionais e,

conseqüentemente, a obtenção de resultados e a superação de metas.

v FRUSTRAÇÃO

É o estado resultante de um comportamento motivado em curso ou

de uma potencialidade de comportamento, que sofreu bloqueio ou distorção. O

indivíduo que se vê impedido enquanto motivado, de atingir determinado

objetivo, ou seja, alguma pessoa, objeto ou situação bloqueou o caminho que

leva o indivíduo ao objetivo desejado.

1.3 – A Comunicação no ambiente corporativo

A Comunicação é o processo por meio do qual fazemos as trocas de

mensagens - o que nos aproxima e nos distancia do outro. Pela maneira como

usamos nossos sentidos, conhecimentos, emoções, experiências e motivação

construímos uma ponte ou uma barreira entre nós e os outros. Hoje, a

comunicação ficou mais clara, os empregados possuem mais liberdade de

ação, os níveis hierárquicos estão simplificados e os funcionários chegam a

seus gerentes com mais facilidade.

A comunicação empresarial é uma ferramenta estratégica, suporte de

administração para todas as atividades da empresa. Ela é a maior aliada das

atividades de marketing e de recursos humanos quando trabalha

profissionalmente valores como missão, visão, valor, identidade, parceria,

cooperação inter-público e inter-empresa, e cidadania empresarial.

Nas empresas modernas o papel dos Recursos Humanos também é

fundamental para o desenvolvimento humano. Não há razão para esse

afastamento, pois as ações tomadas pelos gestores terão influência direta na

motivação dos funcionários.

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Hoje em dia existem várias estratégias que, bem empregadas, motivam

as pessoas e conseqüentemente o grupo. Gostaria de citar algumas premissas

que, aparentemente simples, são muito importantes para motivar funcionários

deixando-os satisfeitos.

• Criar mecanismos de reconhecimento: prêmio de qualidade, funcionários

do mês, melhor desempenho, etc.;

• Recompensar pelos verdadeiros feitos, para valorizar mais, e não a

qualquer momento;

• Selecionar as pessoas para o cargo conforme suas habilidades;

• Encorajar as pessoas a tomarem responsabilidades. Mostre-lhes que

aprecia quando alguém se encarrega de uma tarefa;

• Tolerar os erros das pessoas quando ainda não dominam totalmente

uma tarefa ou uma função;

• Encorajar as pessoas regularmente;

• Defender a sua equipe. Em caso de conflito, ouça sempre a versão dos

seus colaboradores antes de se pronunciar;

• Respeitar o indivíduo, respeitando assim suas características e seus

defeitos;

• Deixar as pessoas falarem sobre o que as motiva e escute-as com

atenção;

• Desenvolver um verdadeiro plano de comunicação. A comunicação

deverá fazer-se em todos os sentidos;

• Manter as pessoas informadas sempre que possível; e

• Ter tempo para uma pequena conversa em vez de se limitar a dar o

bom dia.

Os tópicos apresentam-se destacados acima, pois nunca se falou tanto

em comunicação. Por isso o endomarketing, ou marketing interno, está em alta.

A grande proposta é proporcionar aos funcionários alguns valores como

transparência, empatia, afetividade, comprometimento e cooperação. Esses

valores geram um crescimento e produtividade. De nada adianta não investir

no empregado se é ele quem vai impulsionar a empresa. Por conta dos novos

modelos de negócios, da crescente competitividade e da conseqüente

17

preocupação com o funcionário, as empresas precisam se comunicar. E, antes

que essa comunicação atue para fora da Organização ela deve primeiramente

focar no público interno. As empresas precisam despertar em seus funcionários

o interesse pelo trabalho que exercem. A horizontalização é necessária para

que o indivíduo, conhecedor da missão da empresa, participe mais ativamente

fornecendo novas idéias. Com isso, pode-se afirmar que o sucesso acontece

de dentro para fora. A comunicação direta e transparente fortalece a imagem

da empresa. Quando uma empresa não se comunica bem os problemas

aparecem: funcionários desmotivados e insatisfeitos.

Inúmeras são as organizações que não conseguem estabelecer um

bom canal de relacionamento com seus empregados e tão pouco se importam

com as premissas citadas. Isto, muitas vezes, gera resultados negativos como

a desmotivação e um conseqüente prejuízo para a Organização. Por isso, a

comunicação interna não pode ser descartada uma vez que ela permite que os

funcionários fiquem bem informados sobre os acontecimentos da empresa e,

dessa forma, se sintam valorizados fazendo parte do processo. Não é só o

simples fato de permitir que o empregado fale, mas, acima de tudo, fazer com

que esse seja compreendido. Essa troca, intelectual e emocional, tece a teia

infinitamente complexa da vida social. Comunica-se para dar expressão aos

sentimentos, à simpatia, à preocupação, ou ao aborrecimento, mas também

para transmitir conhecimentos, impressionar, convencer, influenciar.

Pode-se medir se a comunicação é boa quando a empresa vai bem,

quando o clima organizacional é agradável, quando as pessoas estão felizes e

participantes. A transparência e a liberdade de expressão são facilitadores

dessa comunicação interna permitindo que funcionários e gerência estejam

sintonizados. Isso permite que os gerentes percebam as características mais

particulares de seus funcionários.

Um dos métodos que dão certo é a coleta de dados. Uma vez um

gerente resolveu criar uma urna onde qualquer pessoa poderia fazer críticas,

dar sua opinião sobre algum fato e fornecer novas idéias. O feito foi um

sucesso, pois o chefe descobriu que seus subordinados eram inteligentes,

18

talentosos e cheios de boas idéias, que não eram aproveitadas porque

ninguém nunca lhes dera ouvidos. Afinal, o pessoal que executa o trabalho

muitas vezes vê coisas que o administrador, por força do cargo, não vê.

19

CAPÍTULO II

LIDERANÇA: UMA GERADORA MOTIVACIONAL

“Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que

lembrar às pessoas que você é, você não é”.

Margaret Thatcher HUNTER, 1980, p.16

Liderança, expressão das forças humanas livres e criativas, é a

habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando

atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum.

2.1 – Considerações gerais

Os princípios da liderança são muito velhos e, no entanto, são novos e

revigorantes a cada dia. Liderar é simples, basta fazermos com os outros tudo

o que gostaríamos que fizessem conosco: ouvir, aconselhar, compartilhar,

dialogar, respeitar, etc. Valorizar pessoas e suas atitudes é uma das principais

virtudes do líder moderno. Todos esses valores são algumas das necessidades

do ser humano. Exercer a liderança não é se impor com poder aos outros e sim

doar-se com autoridade aos mesmos e participar através de seu exemplo. É se

capaz de perceber um rumo errado, mudar a direção e retomar de onde partiu.

Muitos confundem poder e autoridade. Alguém pode estar num cargo de poder

e não ter autoridade sobre as pessoas. Porém, uma pessoa pode ter

autoridade sobre outras sem estar no poder e ser melhor respeitado, pois tudo

depende de como o fato é conduzido.

20

• Poder: É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua

vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a

pessoa preferisse não o fazer.

• Autoridade: É a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa

vontate o que você quer por causa de sua influência pessoal.

2.2 – Os Grupos Humanos

O grupo é um ser eminentemente coletivo, uma síntese ou reunião de

indivíduos, que possui uma unidade interna, e como tal é percebido por seus

membros. O grupo não é um simples aglomerado de pessoas; seus membros

estão em permanente interação. Considera-se que o estudo da personalidade

de um grupo, bem como a influência que este exerce sobre cada um de seus

membros, fazem parte integrante do domínio da Liderança. Tal influência se

exerce em dois sentidos: do grupo sobre o indivíduo e do indivíduo sobre o

grupo.

É fundamental o processo de comunicação no interior do grupo.

Importante ressaltar que comunicação não é simplesmente uma questão de

linguagem falada, de formas impressas ou audiovisuais capazes de transmitir

mensagens. Comunicação, no caso, relaciona-se intimamente com a estrutura

do grupo. Os grupos em geral buscam padrões que permitam a difusão de

informações; tais padrões acarretam diferentes resultados sobre o trabalho de

um grupo humano, bem como sobre o relacionamento de seus membros.

Para o líder é indispensável estar atento e capaz de perceber, logo que

possível, as características do grupo subordinado, diagnosticando-as e

buscando suas causas. Tal preocupação possibilitará tomar medidas no

sentido de preservar as características positivas e anular, ou minimizar,

aquelas consideradas indesejáveis. O diagnóstico do grupo é vital para a

condução mais eficaz dos líderes em todos os níveis, constituindo-se no mais

21

seguro indicador na escolha de métodos e na formulação do planejamento que

visa o cumprimento de sua missão.

2.3 – Necessidades Motivacionais

“Sigmund Freud uma vez afirmou: ‘Deixe alguém tentar

expor à fome diversas pessoas, de maneira uniforme.

Com o aumento da urgência imperativa da fome, todas as

diferenças individuais obscurecerão e em seu lugar

aparecerá a expressão uniforme do único desejo não-

silencioso’”

HUNTER, 2004, p. 119

Todo aquele que pretende exercer uma liderança efetiva necessita

conhecer seus liderados mantendo seus comportamentos, caso esses estejam

atingindo suas necessidades motivacionais, ou modificando-os, caso esses

estejam com deficiência em algumas delas. Geralmente, as pessoas funcionam

Auto-realização

Auto-estima

Amor, afeto

Segurança

Fisiológicas

Sentido da leitura

22

melhor quando estão lutando por um objetivo que a mesma necessite e que, ao

conquistá-lo, esse a satisfaça.

Através da liderança, o gerente deverá propiciar ao seu grupo a tão

necessária motivação, gerando com isso maior coesão grupal e iniciativa

individual. Pois, nos dias atuais, os funcionários lutam para conquistar mais

participação no estabelecimento das metas, mais liberdade para contribuir com

novas idéias, mais liberdade de decisão e assim poderem engajar no

planejamento e na execução das tarefas da empresa, mesmo que tenham que

assumir os riscos. Tudo isso traduz a nova empresa, bem como o novo

funcionário.

O trabalho em equipe libera a criatividade e leva os participantes a se

condicionarem positivamente à escolha das melhores alternativas, tendo em

vista, como motivação maior, o crescimento empresarial e conseqüentemente o

individual.

A Liderança Tradicional, onde o líder exerce meramente uma autoridade

passada pelo cargo, não se adéqua mais à sociedade em transformação dos

dias atuais. Já a Liderança Compartilhada projeta a empresa para o futuro,

onde o chefe é o agente de mudança, arregaça as mangas, compartilha nas

decisões e trabalha em equipe.

O que é ação desburocratizada? É quando gerente forma equipes,

delega competências e integra as lideranças conhecendo cada membro de seu

grupo, aproveitando os atributos pessoais de cada funcionário, de modo que

faça cada um multiplicar sua capacidade de desempenho.

O sucesso do líder – que será o da Organização – dependerá da

condução dos liderados e da cooperação maior ou menor destes na

consecução dos objetivos traçados.

23

2.4 – O Indivíduo na Organização Competitiva

As atitudes e métodos convencionais nas Organizações, toleráveis no

passado, já não se aplicam mais hoje e explicam a maioria dos insucessos

empresariais e, com isso, exigem um processo de mudança emergencial.

Esse processo deve valorizar o desenvolvimento do ser humano e da

empresa conforme os seguintes níveis:

Ø Nível de Recursos: É o corpo físico da empresa, tal como prédios, instalações, máquinas, ferramentas, equipamentos, recursos financeiros

e humanos;

Ø Nível de Processos: São os fluxos vitais da empresa, tais como fluxos de matéria-prima, peças semi-acabadas, peças prontas para montagem,

documentos, informações, pessoas, dinheiro etc.;

Ø Nível das Relações: É o que acontece entre pessoas, tais como as expectativas, esperanças, decepção, simpatia e antipatia, harmonia,

etc.; e

Ø Nível de Identidade: Inclui aspectos como a biografia da empresa, a sua cultura e os seus valores, a missão e o sentido de sua existência.

Para que a empresa se desenvolva, alcançando as exigências atuais do

mercado, deve haver um processo de mudança que contemple o

desenvolvimento do ser humano e da empresa em todos os níveis. A empresa

só se desenvolve se as pessoas que a compõem se desenvolverem, e vice-

versa. Para isso surgem as pontes que fazem a ligação entre funcionário e

empresa.

Ø Ponte da Identificação: O indivíduo identifica-se com os valores, a cultura ou o caráter da empresa;

Ø Ponte da Motivação: O indivíduo se sente bem na empresa, quando tem espaço para manifestar o seu sentir;

24

Ø Ponte da Dedicação: O indivíduo é possuir, no seu dia-a-dia, dos dois fatores acima. É o fazer ou o agir; e

Ø Ponte da Segurança: O indivíduo vai trabalhar apenas pelos benefícios que a empresa oferece no final do mês.

Pode-se assim dizer que um processo de mudança eficaz é o que

consegue colocar os níveis de recursos, processos, relações e identidade

sintonizados com a entidade maior, que são as necessidades do mercado.

Porém, nada disso será possível se a empresa não investir primeiramente

no ser humano porque ele é a origem de tudo. Esse é o verdadeiro

diferencial competitivo.

Contudo, é de líderes ativos, de funcionários abertos e motivados ao

auto-desenvolvimento, que se formam Organizações para enfrentar

situações de mudança.

“No nosso tempo, as organizações geralmente se tornam

complexas demais para que os seus líderes as conduzam

com eficácia. Alguns líderes atacados por todos os lados

tentam escapar da realidade ignorando os problemas

crônicos; outros lançam os seus subordinados uns contra

os outros numa suposta competição que acaba

subvertendo todos os objetivos comuns. O preço da

liderança incompetente é, obviamente, uma organização

incompetente.”

ABRASHOFF, 2006, p. 195

25

CAPÍTULO III

TRABALHO, ESTRESSE E DOENÇAS

“Homens e mulheres desejam fazer um bom trabalho. Se

lhes for dado o ambiente adequado, eles o farão.”

Bill Hewlett

HUNTER, 2004, p. 97

3.1 – Considerações gerais

Hoje em dia, a grande preocupação das pessoas é viver com qualidade

e ter qualidade de vida. Aprender a conciliar trabalho e vida pessoal ainda é um

dos maiores desafios das pessoas, e em particular dos executivos, em face às

muitas exigências do mundo moderno.

Na divisão entre obrigações e vida pessoal, muitos dos profissionais se

ressentem de não ter tempo para a família, lazer e saúde, e se apavoram

quando começam a perceber e sentir os sinais de estresse em seu corpo,

decorrente da agitação, pressões, cobranças, etc.

Doenças provocadas pelo estresse no trabalho são responsáveis por

60% das mortes no mundo. Segundo estudo realizado pela Organização

Mundial de Saúde (OMS). O estudo aponta ainda que o problema traz grande

impacto econômico para o país em virtude da baixa produtividade e o alto

índice de mortes.

As empresas corporativas dos dias atuais estimulam o funcionário a

alcançar metas, às vezes, impossíveis para um ser humano. O resultado disso

são as inúmeras doenças adquiridas que causam licenças médicas e longos

afastamentos.

26

3.2 – Os Wokaholics – Seus Fenômenos e Sintomas

São pessoas plenamente voltadas para o trabalho e para quem o

estresse é uma referência deixando-as com a sensação de que estão vivas,

ativas, em pleno vigor. Tudo isso reflete a sociedade competitiva e acelerada

na qual vivemos. O excesso de tensão também pode atrapalhar a comunicação

interna, quando as mensagens não são transmitidas integralmente.

Esse fenômeno gera vários sintomas que vai desde distúrbios do sono,

apatia, irritação, doenças coronarianas e até mesmo síndrome do pânico. Os

efeitos nocivos de todo esse processo são os mais variados.

Todos nós sofremos pressões diárias fruto dos desafios e competições

internas e externas que vivemos no dia-a-dia. Para tanto, o nível de estresse

não pode ser superior ao que podemos suportar, pois senão de nada adiantará.

Quando pararmos para observar, estaremos escravos de nós mesmos numa

cobrança sem fim e sem sucesso. Até que ponto devemos nos deixar conduzir

pelo estresse? Quem deve ditar essa regra não é a sociedade nem tão pouco a

empresa. Somos nós mesmos vigilantes da nossa capacidade física, mental e

emocional. Só devemos começar uma caminhada se sabemos aonde

queremos chegar e se tivermos condições para tal. Não podemos ter o trabalho

como único foco na vida. A família, o lazer e a saúde também são muito

importantes.

Nas fases mais adiantadas do estresse, ele pode até provocar morte

súbita, diz a Psicóloga do Trabalho, Ana Cristina Limongi França, da área de

Recursos Humanos da FEA/USP, e o médico psiquiatra e psicoterapeuta

Avelino Luiz Rodrigues. "É como um elástico, se fica muito tempo sob tensão,

chega uma hora que ele rompe e perde a capacidade de reação".

Com todas essas perdas as empresas têm se preocupado com a

qualidade do ambiente do trabalho, do dia a dia do funcionário e de suas

necessidades humanas. Porém, o método ainda não é eficaz. Não basta uma

27

preocupação com a saúde do funcionário, com suas licenças por enxaqueca

constante, com sua obesidade. O que se deseja é que tudo isso seja evitado

agindo na base do problema para que ele não ocorra e não oferecendo

medicamento para curá-lo depois de instalado.

Uma pesquisa realizada pelo International Stress Management (ISMA)

colocou o Brasil como líder do ranking de horas trabalhadas por semana: com

54 horas, contra a média mundial de 41. Os números apresentados na

pesquisa apresentam como o mercado corporativo brasileiro vem agindo.

Colocando o funcionário em estado de constante pressão, a empresa exige

demais, levando-o a um esgotamento físico e mental ao ponto de alcançar o

estresse.

3.2.1 – O Estresse: O Assassino Silencioso

O estresse gera conflitos e, hoje, tornou-se o ponto inicial para a falta de

motivação das pessoas. Não há uma definição específica para o estresse.

Talvez, possamos afirmar que é caracterizado pela impaciência dos indivíduos

em querer resolverem tudo de maneira rápida e ao mesmo tempo. Como não

conseguimos, pois o nosso cérebro é capaz de processar “zilhões” de

informações, todavia, ainda não conseguimos armazená-las e nem gerenciá-

las como gostaríamos. Todo esse processo nos faz gastar muito mais energia

e isso estressa. Um dos principais sintomas é a ansiedade.

“O estresse é o resultado do homem criar uma civilização,

que, ele, o próprio homem não mais consegue suportar.”

Dr. Vladimir Bernik

Congresso em Munique, 1988

28

v FASES DO ESTRESSE

A evolução do estresse se dá em três fases: alerta, resistência e

exaustão. É importante alertar que as formas pelas quais o estresse se

manifesta podem mudar muito de pessoa para pessoa.

Ø Fase de alerta

É a primeira fase e ocorre quando o indivíduo entra em contato

com o agente estressor e o seu corpo perde o seu equilíbrio.

• Mãos e/ou pés frios

• Boca seca

• Dor no estômago

• Aumento de sudorese

• Tensão e dor muscular, por exemplo, na região dos ombros

• Aperto na mandíbula/ranger os dentes ou roer unhas/ponta da caneta

• Diarréia passageira

• Insônia

• Taquicardia

• Respiração ofegante

• Hipertensão súbita e passageira

• Mudança de apetite

• Agitação

• Entusiasmo súbito

Ø Fase da resistência

Na segunda fase o corpo tenta voltar ao seu equilíbrio. O

organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo.

• Problemas com a memória

• Formigamento nas extremidades

• Sensação de desgaste físico constante

• Mudança de apetite

29

• Aparecimento de problemas dermatológicos

• Hipertensão arterial

• Cansaço constante

• Gastrite prolongada

• Tontura

• Sensibilidade emotiva excessiva

• Obsessão com o agente estressor

• Irritabilidade excessiva

• Desejo sexual diminuído

Ø Fase da Exaustão

Na terceira fase o organismo se vê esgotado não conseguindo

mais absorver o problema. O corpo reage de diversas maneiras a essa

agressão.

• Diarréias freqüentes

• Dificuldades sexuais

• Formigamentos nas extremidades

• Insônia

• Tiques nervosos

• Hipertensão arterial confirmada

• Problemas dermatológicos prolongados

• Mudança extrema de apetite

• Taquicardia

• Tontura freqüente

• Úlcera

• Impossibilidade de trabalhar

• Pesadelos

• Apatia

• Cansaço excessivo

• Irritabilidade

• Angústia

• Hipersensibilidade emotiva

• Perda do senso de humor

30

O indivíduo que apresenta alguns desses sintomas deverá procurar o

mais rápido possível ajuda para resolvê-lo. Hoje, existem os tratamentos

convencionais e os não convencionais.

v TRATAMENTOS CONVENCIONAIS

• Remédios

• Alimentação

• Atividade Física

v TRATAMENTOS NÃO CONVENCIONAIS

Onde entra a medicina alternativa, que consiste em tratamentos

não convencionais, ou seja, não há uso de remédios ou cirurgia. Entre estes

tratamentos alternativos podem ser citados:

• Fisioterapia

• Acupuntura

• Reike

• Massagem

• Dança Bioenergética

• Aromoterapia

• Cromoterapia

Nunca se ouviu falar tanto de estresse como nos dias de hoje.

Considerado o “Mal do Século”, ele ceifa pessoas ainda jovens e em idade

produtiva e geralmente ocupando cargo de responsabilidade. Esse fato gera

graves problemas sócio-econômicos para o Brasil, que, por ser um país ainda

jovem, vêem excluídas, das atividades profissionais, pessoas necessárias ao

seu desenvolvimento.

31

Para se entender melhor a conseqüência que o estresse provoca ao ser

humano segue abaixo os níveis do estresse e a influência que cada um pode

ter nas pessoas.

Ø Nível 0: É o mais raro. Existente em pessoas que estão com a

vida calma, realizando suas atividades sem nenhum nível de

exigência e ansiedade;

Ø Nível 1: Estão as pessoas que apesar de exercerem atividades

profissionais com certo nível de exigência, administram bem o

nível de estresse e ansiedade, não permitindo que este interfira

em sua qualidade de vida;

Ø Nível 2: É detectado uma fase inicial de estresse, onde as

pessoas encontram-se submetidas às exigências profissionais ou

indivíduos com comprometimento de sua qualidade de vida,

apresentando já alguns sintomas, como palpitações, irritabilidade,

insônia, dores de cabeça, dores no estômago. Esses profissionais

estão em "sinal de alerta";

Ø Nível 3: Há uma cristalização desses sintomas com sua

"cronificação": taquicardias, ou até mesmo o desenvolvimento de

hipertensão, gastrites, tendência a explosões, insônias

constantes, enxaquecas, sudorese aumentada e outros. Nesse

nível, afirma-se que são pessoas que se sentem preparadas para

guerra; e

Ø Nível 4: Ocorre o agravamento dos sintomas, mas com

características de exaustão: o organismo se sente derrotado,

apresentando tendências depressivas e autodestrutivas, como

tendência alcoolismo e ao uso de medicamentos, inibição afetiva

e sexual, insônias graves ou o inverso, "só pensa em dormir",

desânimo e baixa produtividade em geral.

Contudo, pode-se dizer que o estresse gera conflitos, falta de

comprometimento, falta de foco nos resultados, comunicação precária, perdas

e junto a essas o insucesso. É importante que as empresas corporativas

32

comecem a se preocupar com essa questão empregando nas empresas uma

nova mentalidade: tratar o estresse com inteligência. Pois, ele, pode sim, ser

um aliado para as conquistas, pois, impele os funcionários a mudar e a realizar

se tratado com transparência.

3.2.2 – A Síndrome de Burnout

O problema foi identificado em 1974, nos Estados Unidos, pelo

pesquisador Freunderberger. Não há dados sobre a incidência da Síndrome no

Brasil, mas os consultórios médicos e psicológicos já registram relatos de

sintomas da doença.

A Síndrome de Burnout, que se caracteriza pela exaustão do estado

emocional, depressão, perda de interesse pelo trabalho e pela vida em geral,

problemas no relacionamento com os chefes e com os colegas, conflito entre

trabalho e família, sentimento de desqualificação, fadiga emocional, física e

mental, sentimento de impotência e inutilidade e baixa auto-estima. Esta

Síndrome é sempre relativa ao mundo do trabalho e é considerada como uma

das mais marcantes do estresse profissional. Ela se dá a todos os profissionais

que interagem de forma ativa com pessoas, que cuidam ou solucionam

problemas de outras, fazendo parte de organizações onde o nível de exigência

é muito grande. Pode afetar executivos e até donas de casa.

Diferentemente da Síndrome de Burnout, o estresse é mais um

esgotamento pessoal com interferência na vida da pessoa e não

necessariamente na sua relação com o trabalho. Portanto, pode-se dizer que

Burnout seria a conseqüência mais depressiva do estresse desencadeado pelo

trabalho. Vale ressaltar, que a doença atinge pessoas sem antecedentes

psicopatológicos.

Existem algumas características individuais que podem incentivar o

início da Síndrome:

33

Ø Idealismo elevado;

Ø Excesso de dedicação;

Ø Alta motivação;

Ø Perfeccionismo; e

Ø Rigidez.

Embora a manifestação da Síndrome dependa mais da reação

individual de cada pessoa, o ambiente de trabalho e as condições

organizacionais são fundamentais para que a doença se desenvolva.

3.2.3 – Depressão é uma Doença

Essa doença se instala de forma lenta e as pessoas só se dão conta

quando estão num estágio elevado de risco. Há indivíduos que já possuem

predisposição para a doença devido à herança genética e há aqueles que

adquirem após viverem uma situação difícil, chamada de depressão reativa.

Contudo, a depressão é uma doença ainda muito discriminada. Uns dizem ser

bobagem, coisa passageira, coisa de mulher entre outras qualificações. Porém,

não percebem o quanto ela é lenta e nociva à vida do indivíduo fazendo até

com que ele seja levado ao suicídio. Muitos quando observam já é tarde

demais. Isso porque, na maioria das vezes, o indivíduo não percebe ou não

admite, que está sofrendo da doença.

v Causas e Conseqüências:

O número de pessoas com depressão aumenta a cada dia. Segundo a

Organização Mundial de Saúde (OMS) essa doença ocupará o segundo lugar

na lista de doenças que mais contribuem para a perda de vida. Suspeita-se que

um dos maiores motivos seja a pressão que as pessoas vivem dia a dia no

trabalho.

34

Pesquisas apontam que os funcionários desmotivados e pressionados,

mesmo não possuindo nenhum histórico de desordem psiquiátrica, podem

adquirir a doença. Muitas pessoas não percebem que estão com a doença,

pois as doenças psicossomáticas (problemas gástricos, dores de cabeça,

insônia, crises de alergia, etc.) mascaram a depressão. Médicos alertam que

até mesmo o câncer pode ter sua origem baseada em problemas emocionais.

A solução para isso é primeiramente evitar que a doença se instale

sabendo o que a empresa espera de você e aonde você pode chegar. Cada

um deve saber o seu limite e se moldar dentro das suas limitações. O que é

fácil para uns pode não ser para outros. Isso não é um problema, mas apenas

uma diferença que deve ser considerada e respeitada pelos próprios

indivíduos. Ficar buscando o inatingível, desconsiderando suas limitações, é

uma porta para o fracasso, que poderá gerar uma frustração.

35

CONCLUSÃO

“Há que relacionar a motivação, a eficácia, a participação

ao real teor de delegação existente na empresa. As

delegações meramente formais não ensejam o clima

propício à emersão da criatividade. Somente a efetiva

delegação ao gerente e o não menos relevante convite do

gerente a seus subordinados para uma consistente

participação bosquejarão o perfil de uma empresa sadia e

florescente.”

Tarciso Meirelles Padilha

MATOS, 1980, prefácio.

A motivação explica muito dos comportamentos que as pessoas

apresentam nas empresas. Há situações simples nas quais podemos identificar

claramente o motivo gerador, chamado de motivação consciente onde o sujeito

sabe exatamente qual o motivo que o fez realizar tal ação. Tal processo ocorre

devido ao grau de envolvimento emocional que estamos passando. E há a

motivação inconsciente, onde a pessoa crê em um motivo aparente, que não é

verdadeiro.

Hoje em dia pode-se observar que a satisfação do funcionário não está

apenas pautada no salário. Para a maioria das pessoas os fatores que as

motivam encontram-se nos desejos humanos mais simples como o apreço, o

reconhecimento, a satisfação de executar o que realmente faz sentido, a

valorização por parte dos encarregados, etc. Os colaboradores estão mais

preocupados com os benefícios e com a qualidade de vida que a empresa lhes

oferece. Não basta os altos salários se não há tempo para desfrutá-los com a

família e com os amigos. Portanto, a motivação de cada um deverá estar

voltada para dentro de si mesmo focando o que realmente trará a felicidade.

36

Por isso, um dos aspectos principais da liderança é a valorização

humana. Fazer despertar dentro da pessoa algo que faça com que ela se

motive, incentivando-a a alcançar suas metas, sua satisfação pessoal. O

verdadeiro líder é aquele que conscientiza o seu pessoal quanto ao seu papel

dentro da Organização motivando a exercê-lo com satisfação e

comprometimento, respeitando suas limitações e valorizando suas idéias. A

qualidade e a contribuição esperada, mesmo na mais simples função, garante

o sucesso organizacional e pessoal. Portanto, a Organização não pode sufocar

as lideranças, condicionando os talentos a uma situação rígida proveniente do

excesso de controle.

O que se vê hoje são empresas estimulando o funcionário a alcançar

metas, às vezes, impossíveis para um ser humano. Esse fato vem gerando

uma série de desconforto e até mesmo doenças, aparentemente simples e

silenciosas, que no decorrer do tempo trazem afastamento e até impossibilita a

pessoa. O mundo competitivo está tão acelerado que o ser humano acha tudo

isso natural e não se dá conta de que o estresse traz doenças muito graves. O

que se vê é uma conformidade, como se isso fizesse parte da vida do

indivíduo. Essa doença muitas vezes não tem diagnóstico clínico sendo apenas

resultado de fundo emocional, psicológico fruto de tanta pressão e ansiedade.

Contudo, devemos ser fiscais de nós mesmos, de nossas

necessidades e de nossos limites. Não podemos permitir que a Organização

nos ponha em situações que nos cause estresse em demasia, pois esse

causará progressão e severidade a outras doenças já citadas. O que é bom

para um pode não ser para o outro. Primeiramente as pessoas devem se

conhecer e então trilhar o seu próprio caminho, considerando suas limitações.

O certo é que o indivíduo só deve começar uma caminhada se puder chegar ao

final. Só deve estar aonde for possível se manter. Caso contrário, será escravo

da sociedade competitiva e de si mesmo com uma grande frustração e

infelicidade. Todos sofremos tensão diária, mas o que não pode acontecer é

ela crescer demais. Desta forma, o funcionário deve tentar lidar com os

problemas de uma maneira mais leve e ao mesmo tempo mais viva e

37

inteligente. Só assim poderá superar as dificuldades do cotidiano e amenizar as

possibilidades de adquirir as tão devastadoras doenças que norteiam o nosso

ambiente profissional.

.

38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABRASHOFF, D. Michael. Este barco também é seu. São Paulo: Cultrix,

2006.

BRANHAM, Leigh. Motivando as pessoas que fazem a diferença. Rio de

Janeiro: Campus, 2002.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração dos Novos Tempos: Rio de Janeiro:

Campos, 2006.

DE MASI, Domenico. O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000

HALL, Richard H. Organizações: estrutura e processos. Rio de Janeiro:

Prentice-Hall do Brasil, 1984.

HUNTER, James C. O Monge e o Executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.

MATOS, Francisco Gomes de. Gerência Participativa: como obter a

cooperação espontânea da equipe e desburocratizar a empresa. Rio de

Janeiro: Biblioteca do Exército, 1980.

MAXWELL, John C.. O Livro de ouro da liderança. Rio de Janeiro: Thomas

Nelson do Brasil, 2008.

39

SITES UTILIZADOS PARA PESQUISA

Conteúdo de Qualidade sobre Recursos Humanos http://www.rh.com.br O que Motiva as Pessoas http://www.geocities.com.br A Síndrome de Burnout http://www.wikipedia.org O Estresse http://www.cerebromente.org.br

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

EMPRESA MOTIVADA – FUNCIONÁRIO FELIZ 10

1.1 – Hierarquia das Necessidades Humanas 11

1.2 – Motivação não é só dinheiro 13

1.3 – A Comunicação no ambiente corporativo 15

CAPÍTULO II

LIDERANÇA: UMA GERADORA MOTIVACIONAL 19

2.1 – Considerações Gerais 19

2.2 – Os Grupos Humanos 20

2.3 – Necessidades Motivacionais 21

2.4 – O indivíduo na Organização Competitiva 23

CAPÍTULO III

TRABALHO, ESTRESSE E DOENÇAS 25

3.1 – Considerações Gerais 25

3.2 – Os Wokaholics – Seus Fenômenos e Sintomas 26

3.2.1 – O Estresse: O Assassino Silencioso 27

3.2.2 – A Síndrome de Burnout 32

3.2.3 – Depressão é uma doença 33

CONCLUSÃO 35

41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

SITES UTILIZADOS PARA PESQUISA 39

ÍNDICE 40

42

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: Motivação faz parte do Negócio na Gerência

Participativa

Autor: Valéria Aguiar Dias

Data da entrega: 21/07/2008

Avaliado por: Conceito:

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ATIVIDADES CULTURAIS