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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM SISTEMA LOGÍSTICO E ARMAZENAGEM Por: Leandro Mançano de Oliveira Orientador Prof: Luciana Madeira RIO DE JANEIRO 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

SISTEMA LOGÍSTICO E ARMAZENAGEM

Por: Leandro Mançano de Oliveira

Orientador

Prof: Luciana Madeira

RIO DE JANEIRO

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

SISTEMA LOGÍSTICO E ARMAZENAGEM

Monografia apresentada a Universidade Candido Mendes como exigência do Curso de Logística Empresarial para obtenção do Grau de Especialista. Orientador: Prof Luciana Madeira

RIO DE JANEIRO

2011

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RESUMO

A logística empresarial está em um processo contínuo de evolução quando se fala em Tecnologia de Informação. Para tal processo utilizam-se cada vez mais sistemas integrados de gestão, desenvolvidos para integrar, gerenciar e controlar a cadeia de suprimentos com o objetivo final de melhor atender o cliente. Este é o objetivo deste trabalho, o de analisar o segmento logístico, estudando suas definições, vantagens e evolução. Além de discutir questões como a escolha adequada de um sistema integrado de gestão, ferramentas disponíveis para aplicação logística, e o benefício trazido pela decisão de aquisição dessa ferramenta bem como, benefícios de operacionalização e o que eles trazem de vantagem competitiva para a empresa.

Palavra- Chave: Logística, Armazenagem, Gestão e Tecnologia.

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ABSTRACT

The logistics business is a continuous process of evolution when it comes to Information Technology. For this process use is becoming more integrated management systems, developed to integrate, manage and control the supply chain with the ultimate goal to better serve the customer. This is the purpose of this study, to analyze the logistics sector, studying their definitions, advantages and evolution. Besides discussing issues like the right choice of an integrated management system, available tools for implementation logistics, and the benefit brought by the decision to purchase this tool as well as benefits for the deployment and what they bring competitive advantage to the company.

Word Key: Logistic, Storage, Management and Technology.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 08

METODOLOGIA ........................................................................................................09

1. PROCESSO LOGISTICO...................................................................................... 10

1.1. CONCEITOS DE LOGÍSTICA ............................................................................ 12

1.2. A LOGÍSTICA NO BRASIL ................................................................................. 14

1.3. CONDIÇÕES DE LOGÍSTICA ............................................................................ 15

1.4. GESTÃO LOGÍSTICA ........................................................................................ 17

1.5. LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE ................................................................... 19

2. ARMAZENAGEM .................................................................................................. 26

2.1. PLANO DE ESTOCAGEM ................................................................................. 32

2.2. ESTOCAGEM .................................................................................................... 33

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 35

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 38

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QUADROS E FIGURAS:

Figura( 1 ): GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTO..............................................11

Figura/Quadro( 2 ): DENOMINAÇÕES PARA LOGÍSTICA.......................................13

Figura( 3 ): ESTRUTURA DE ARMAZENAGEM........................................................26

Figura( 4 ): PROJETO TÍPICO DE DEPÓSITO.........................................................31

Figura( 5 ): PLANO DE ARMAZENAGEM BASEADO NA MOVIMENTAÇÃO DE

PRODUTOS...............................................................................................................33

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INTRODUÇÃO

Quais as vantagens e dificuldades logísticas encontradas por empresas

brasileiras quando decidem competir no mundo global?

A logística no Brasil está passando por um período de mudanças, tanto em

termos de práticas empresariais quanto de eficiência, qualidade e disponibilidade de

infra-estrutura de transportes e comunicações, elementos fundamentais para uma

logística moderna. É um período de riscos (devido às enormes mudanças que

precisam ser implementadas) e oportunidades (espaços significativos para melhorias

na qualidade do serviço e aumento de produtividade)1.

O assunto no qual se baseia este estudo aborda as vantagens e dificuldades

encontradas por empresas brasileiras quando decidem competir no mundo global.

Tendo como objetivo analisar a logística de armazenagem como instrumento

fundamental para o fortalecimento das empresas, bem como no aumento da

competitividade em um ambiente de acirrada concorrência mundial.

Serão consideradas também as motivações que levam uma empresa a optar

pelo sistema logístico, as oportunidades, dificuldades e vantagens deste processo.

O processo logístico é responsável pela movimentação de materiais e

produtos, através da utilização de equipamentos, mão-de-obra e instalações. Alguns

autores conceituam logística, como: “soma de atividades que visam maximizar o

resultado de uso de matérias, desde sua origem até sua oferta no ponto de vendas;

é a atividade que visa coordenar o fluxo de materiais, produtos e serviços.”2.

Nazário (2000), afirma que é a “arte de administrar o fluxo de materiais e

produtos, da fonte para o usuário.” Segundo Coouncil of Logistics Management “é o

processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a

armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados,

cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de

atender aos requisitos do consumidor.”

1 Fleury, P.F. Perspectivas para a logística Brasileira. publicações CEL, COPPEAD, UFRJ, abril de 2000. 2 Dias, S. R. Estratégia e Canais de Distribuição. SP: Atlas, 1993.

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Nas próximas etapas, definirão logística e identificam a importância da

mesma em relação a armazenagem, tendo em vista que por envolver muitos

componentes logísticos, a armazenagem não se enquadra em esquemas de

classificação específicos, como no caso de processamento de pedidos, estoque ou

transporte. Um depósito é considerado, geralmente, um lugar onde são guardados

estoques de materiais e de produtos. No entanto, em muitos projetos de sistemas

logísticos, o depósito é considerado mais uma instalação de processamento de que

um local de guarda de mercadorias.

Os capítulos seguintes procuram abordar a questão dos processos logísticos.

METODOLOGIA

Este trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica, tendo o objetivo definir logística,

identificar a importância da mesma em relação a armazenagem e apontar os

principais benefícios de sua utilização para as empresas. Os principais autores

utilizados na realização deste trabalho FLEURY, P.F.. Perspectivas para a Logística

Brasileira. Publicações CEL, COPPEAD, UFRJ, abril de 2000, BOWERSOX,

CLOSS, COOPER. Gestão Logística de Cadeia de Suprimentos, 2007, ACKERMAN,

Kenneth B. The changing role of warehousing. Warehousing Forum, 8:12, p. 1, Nov.

1993.

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1. PROCESSO LOGISTICO

Para compreender o processo logístico, é preciso entender o que envolve

este importante processo para as empresas, que para manterem-se competitivas,

cada vez mais buscam essa ferramenta e suas inovações tecnológicas.

Segundo o Dicionário Aurélio, a Logística é a área da administração que cuida

do transporte e armazenamento das mercadorias. Já o Council of Supply Chain

Management Professionals (2005), o conceito de Logística pode ser definido como

sendo o “processo de planejar, implementar e controlar a eficiência, o fluxo e

armazenagem de mercadorias, serviços e informações correlatas, do ponto de

origem ao ponto de consumo, com o objetivo de atender às exigências dos clientes.”

Como ilustrado na figura abaixo, a logística é tudo aquilo que envolve o

transporte de produtos e a localização de cada participante da cadeia logística ou

cadeia de suprimentos.

Hoje em dia a Logística Empresarial está ligada a relação entre a organização

e o cliente interagindo eficientemente com a cadeia produtiva conquistando o

objetivo final estar atuando competitivamente no mercado.

De acordo com Bowersox & Closs & Cooper (1992), “no inicio dos anos 90, o

tempo médio exigido para uma empresa processar e entregar mercadorias, do

estoque de um armazém até o cliente, variava de 15 a 30 dias, as vezes mais.” Até

mesmo para um leigo, colocando estes números, por si só parece algo

completamente fora da realidade atual, onde tudo acontece no meio do aqui e do

agora.

Segundo BALLOU (1999),

“a logística tem como um dos objetivos melhorar o nível de serviço oferecido, sendo o serviço logístico a qualidade do fluxo de produtos e serviços gerenciado. Portanto, a logística é um fator que pode ser usado como estratégia para a organização.”

Os tempos mudaram, e as empresas se adaptaram. A era digital do comércio

eletrônico, a realidade da conectividade B2B1 tornou possível uma nova ordem de

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relacionamento de negócios chamada gestão da cadeia de suprimentos, conforme

ilustrado no gráfico abaixo:

Figura 1: Gestão da Cadeia de Suprimentos

Fonte: Revista de Administração/USP, São Paulo

O setor de transporte e envio depende de uma logística eficiente, incluindo o

reconhecimento e a triagem de todo produto ou envio em tempo real. Os smart

labels(também chamado de etiqueta inteligente, é extremamente plana configurado Transponder sob um rótulo

de impressão com código convencional, que inclui chips , antenas e fios de ligação como um inlay so-called. Os

rótulos feitos de papel, tecido ou plástico são preparados como um rolo de papel com os inlays laminado entre o

transportador laminados e os meios de comunicação de etiquetas para uso em unidades de impressora

especialmente projetado,(http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://en.wikipeia...)), ou

o tags, devido à grande capacidade de armazenamento, podem conter, não só

informações do destinatário, como ainda inúmeros dados facilitando a identificação,

triagem e rastreabilidade dos envios.

Uma aplicação, ou investimento nesta tecnologia, significa segurança e

melhor acompanhamento de todo o processo que envolve qualquer tipo de

movimentação, seja de produtos, carga, e até mesmo a movimentação de bagagem

em aeroportos.

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A qualidade em T.I. presente neste processo permite a leitura simultânea de

vários envios ou mercadorias somente com uma operação de leitura, agilizando

assim todo o processo logístico.

Pode-se conceituar Tecnologia da Informação(T.I) como um conjunto

convergente de tecnologias microeletrônica, computação(hardware e software),

telecomunicações/radiodifusão e optoeletrônica ( Castells, 2000:49 ), formando um

aparato integrado que suporta a veiculação e o manuseio de informções.

O Brasil representa 47% do mercado de serviços de TI da América Latina, no

valor de 23 bilhões de dólares 1. Impulsionada por uma economia em expansão, o

mercado brasileiro de TI de serviços tem contado com a maior taxa de crescimento

na região nos últimos cinco anos, e o crescimento anual deve ser superior a 10% até

2014.(http://www.br.capgemini.com/quem_somos/noticias/capgemini_adquire_55_C

PMBraxis/)

1.1. CONCEITOS DE LOGÍSTICA

A Logística não é só um nome que foi dado ao transporte. Ao contrário é um

processo complexo que implica a tomada decisão sobre qual modal a utilizar para

um determinado produto e para um local de entrega e público consumidor.

Embora a logística que aqui se fala se refira à distribuição de produtos

destinados ao consumo, na última Guerra do Golfo, os Estados Unidos da América,

utilizou-se do termo “Logística de Guerra” para diferenciar e potencializar sua

estratégia bélica. Nesse caso, tratava-se do planejamento de distribuição, não só

dos equipamentos e armas de guerra, mas também dos próprios soldados e

suprimentos, como água, comida, papel higiênico etc.. Se, na Guerra do Golfo o fim

era esmagar o “inimigo”, nesse trabalho, trata-se de abastecer o mercado

consumidor.

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O General William Pagonis, que na Operação Tempestade no Deserto foi o

responsável pelo suporte logístico, observou:

Quando as coisas começam realmente a esquentar no Oriente Médio, pareceu uma época

adequada para consultar alguns livros de história sobre guerra no deserto dessa região. ...Nada havia

neles, no entanto, a respeito de logística. A logística não é Best seller. Em alguns dos seus diários,

Rommel falou a respeito de logística. Na opinião dele, os alemães perderam a guerra não pela falta

de bons soldados nem de equipamento – na verdade, os tanques dos alemães superaram os nossos

durante quase toda a Segunda Guerra Mundial – mas, sim, porque os britânicos tinham uma logística

superior.( Ronald H Ballou, 2004, pag.40 )

Em verdade a área militar, anteriormente às duas guerras do Golfo,

evidentemente, foi a primeira a se utilizar da logística para combinar eficientemente,

custo e recursos disponíveis para a mobilização e deslocamento das tropas, a fim de

supri-las com armamentos, munição e alimentação ao longo do trajeto sem

exposição em potencial ao inimigo.

O conceito de logística dado pelo CLM (Council of Logistics Management), e a

de Stone (1998), traduzido para a realidade brasileira é um conjunto de todas as

atividades de movimentação e armazenagem, de modo a facilitar o fluxo dos

produtos, desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de venda para o

consumidor final, assim como os fluxos de informação que colocam qualquer

produção em movimento, alcançando níveis de serviço adequados aos clientes, a

um custo plausível.

A medida que as economias foram se globalizando, o Brasil gradativamente

foi encontrando seu lugar no comércio externo, a logística passou a desempenhar

papel acentuado em termos de importância, vez que, comércio e indústria avaliam o

mercado mundial como fornecedores e clientes.

A Logística carrega diversos nomes, desde a sua criação até os dias atuais e

dependendo do setor de sua aplicação, conforme tabela (Fig. 2) a seguir:

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Figura 2 – Denominações para Logística

Português Inglês

Distribuição física physical distribution

Logística logistics

Logística empresarial business logistics

Gestão de materiais materials management

Oferta e procura procurement and supply

Fluxo de produtos product flow

Logística de marketing marketing logistics

Gestão de cadeias de suprimento supply chain management

Transportes transports

Elaborado pelo autor (Leandro Mançano de Oliveira,2011).

A Logística sempre esteve presente na vida de todos, mas a sua real

importância foi reconhecida apenas num passado relativamente recente.

1.2. A LOGÍSTICA NO BRASIL

Em nosso país a logística é um tema recente comparado aos outros com o

surgimento de fábricas e indústrias. Sendo mais falada e discutida desde meados da

década de 90, devido à conscientização política do custo Brasil e pela vantagem

competitiva percebida pelos empresários, sendo desde então pouco difundido o

conceito de Logística.

No Brasil, a Logística surgiu no inicio da década de 80, logo após a explosão da

Tecnologia da Informação. Surgiram algumas entidades dando enfoque a Logística como:

ASBRAS (Associação Brasileira de Supermercados), ASLOG (Associação Brasileira de

Logística), IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem)...

(http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/evolucao-logistica-no-brasil/13574)

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A logística no Brasil, ainda aparece em seus primórdios de inteligência, este

segmento ainda é confundido com uma área de projetos logísticos, limitada a

desenhar e dimensionar operações aos clientes. A inteligência logística já vem se

constituindo como diferencial competitivo entre as empresas de logísticas; é ela que

impedirá que serviços de valor não se transformem em commodities.

A maioria das empresas brasileiras ainda aplicam a logística de forma

embrionária, colocando-se em desvantagem diante dos concorrentes internacionais.

Poucos são os segmentos mais adiantados, que adotaram tais medidas. Empenhos

para mudar este cenário já estão acontecendo, permitindo mais otimismo na

aplicação da logística no aproveitamento de seus benefícios para o país,

melhorando e nivelando a competição com qualquer outro mercado externo.

Desde então a evolução aconteceu pelo crescente interesse de obter lucro

como conseqüência da diminuição de custos de localização; transporte e estocagem

de produtos.

O mercado existente na cadeia de suprimento no Brasil movimenta em torno

de 50 milhões de dólares por ano de acordo com a tecnologia de informação. O

Brasil atualmente representa 45% do mercado de tecnologia da América Latina

movimentando aproximadamente 125 milhões de dólares. Sendo ainda pouco

significativo comparando que os EUA representaram no mesmo período – 3,5

bilhões de dólares.( http://1alog.vilabol.uol.com.br/competitiva_log.pdf).

1.3. CONDIÇÕES DE LOGÍSTICA

Corriqueiramente pensa-se em logística como gerenciamento do fluxo de

materiais do seu ponto de aquisição até o seu ponto de consumo.

Todavia, há também um fluxo logístico reverso, do ponto de consumo até o

ponto de origem, que precisa ser gerenciado

Distribuição reversa: Processo pelo qual uma empresa coleta seus produtos

usados,danificados ou ultrapassados e/ou embalagens de usuários finais. Também

conhecida como Logística Reversa. (MARQUES, Wagner Luiz, pag 79).

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Tais fluxos logísticos reversos são comuns para uma grande parte das

empresas. Por exemplo, fábricas de bebidas têm que administrar todo o regresso

das embalagens (garrafas) dos pontos de venda até seus CDs.

As siderúrgicas usam como insumo de produção, em boa parte a sucata

gerada por seus clientes, usando para isso centros coletores de carga. A indústria de

latas de alumínio é notável no seu grande aproveitamento de matéria-prima

reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de latas descartadas.

Desta forma, a logística pode ser dividida atualmente em logística pura e

logística reversa.

A logística inversa, conhecida também por reversível ou reversa, é a área da

logística que trata, genericamente, do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros

materiais, desde o ponto de consumo até ao local de origem. (DIAS, 2005, p. 205).

Todavia, para o presente trabalho a espécie de logística que melhor atende

as necessidades é a logística pura, exatamente a que será objeto de estudo e

pesquisa.

Para aplicação da logística de treinamento ou de realização de eventos de

treinamento é preciso preparar bem os funcionários através de uma eficiente

distribuição de afazeres, a fim de conseguir o sucesso do evento.

Para tanto, deve-se estipular um treinamento estratégico, utilizando a análise

da estrutura da corporação, seus conflitos, métodos de negociação, atitude de seus

gestores, comportamento de seus funcionários, motivação ao trabalho, exposição

das reuniões, etc.

Segundo Thomas O. Jones e W. Earl Sasser, 1995, p.88-89, o Marketing de

Relacionamento se baseia na percepção de que em muitos setores é mais

importante manter os atuais clientes e ganhar mais participação em suas compras

do que sair e tentar atrair novos clientes.

Antigamente os comerciantes tratavam seus clientes como velhos amigos,

atendendo-os individualmente, conhecendo o perfil de cada um, sabendo os gostos

e preferência exclusiva dos consumidores, fabricavam seus produtos personalizados

para cada cliente, possuindo um banco de dados que ficava armazenado na cabeça

de cada comerciante. Porém com as revoluções que surgiram no mundo afora,

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fizeram com que tudo se acabasse, mas agora está de volta, claro que por

necessidade, lógico que não da mesma maneira que o sr Joaquim da padaria

utilizava para tratar diretamente com seus clientes e muito menos o recurso por ele

utilizado.

As empresas hoje gastam milhões por ano para saber o quê, por exemplo, o

vizinho do seu Joaquim gosta de fazer nos finais de semana, e não só dos vizinhos,

amigos, clientes, mas do bairro, da cidade, do estado e assim por diante.

“Ganharão o jogo da concorrência as empresas que têm como missa não só

satisfazer como exceder as expectativas de seus clientes” (ALMEIDA, Sérgio, 2001,

p. 18).

As empresas atualmente visam os clientes certos podendo manter

relacionamentos e aumentar a fidelidade, com a queda da segmentação de massa,

ficou mais fácil focalizar o alvo certo, através da segmentação de mercado “o

processo de dividir um mercado em pequenos grupos diferentes nos quais todos os

clientes compartilham características relevantes que os distinguem dos outros

clientes de outros segmentos” (CHRISTOPHER, & WRIGHT, 2001, p.129).

No século XXI, a logística de treinamento está sendo praticada como uma

ferramenta de suma importância contra a concorrência, tendo o intuito de

transformar clientes em clientes efetivamente satisfeitos, aumentando a parceria e

freqüência de participantes de eventos de treinamento.

1.4. GESTÃO LOGÍSTICA

Seguindo-se pelo conceito de logística apresentado por FERRAES NETO E

KUEHNE JR (2000), de que:

“logística é a junção de quatro atividades básicas: as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos até seu ponto de consumo, gestão de logística, então, seria o gerenciamento e/ou administração desses acontecimentos, desde sua concepção até sua destinação final, não desconsiderando, obviamente, o “durante” de toda essa ação.”

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Portanto quatro grandes grupos formam a cadeia logística: o fornecedor, o

fabricante, o distribuidor e o consumidor.

Os mesmos autores ainda afirmam que, para que essas atividades funcionem

tem que existir um planejamento e gerenciamento logístico, quer sejam de materiais

ou de processos, estando intimamente relacionados com as funções de manufaturas

e marketing.

Logística é considerada, hoje, como a chave de muitos negócios, por diversas

razões, entre as quais se pode incluir o alto custo de operação das cadeias de

abastecimento. Hoje, existe uma horizontalização dos negócios de grandes

empresas, ou seja, empresas de grande porte criam parcerias com empresas de

porte menor, aumentando o número de fontes de suprimento como também o

mercado de consumo.

Com essas parcerias, a dificuldade em se administrar o produto desde sua

idealização até a chegada final ao consumidor faz com que o setor de logística se

estabeleça, fazendo com que os investimentos feitos em gestão de logística numa

empresa apresentam, numa visão do todo, redução de custos. Este fato é

decorrente da globalização do mercado que exige maior eficiência, com curto prazo

e maior organização.

“(...) atualmente as organizações são desafiadas a operar de forma eficiente e eficaz para garantir a continuidade de suas atividades, o que as obriga a constantemente desenvolver vantagens em novas frentes de atuação. As demandas impostas pelo aumento da complexidade operacional e pela exigência de maiores níveis de serviço pelos clientes, mas que anseiam por preços declinantes, servem de exemplo aqui”.

A gestão neste caso entra na constante necessidade das empresas, que

queiram competir com paridade no mercado atual, de estar sempre se atualizando e

se desenvolvendo para apresentar maior eficácia e eficiência, como apresenta

(Ferraes Neto e Kuehne Jr. ,2000):

Por isso que a logística vem sendo utilizada, segundo estes mesmos autores

como o instrumento das empresas para se vencer estes desafio postos na citação

acima.

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A logística ainda está conceituada como o “gerenciamento do fluxo de

materiais do seu ponto de aquisição até o seu ponto de venda”. Todavia, o seu

conteúdo hoje, é muito mais que isso. A organização sabendo entender a logística,

não só como as atividades relacionadas a transportes, poderá tirar o melhor proveito

dela.

Hoje em relação a logística, cada empresa tem que conceituar internamente,

calcada em seus objetivos organizacionais, o que ela quer da logística e o que

realmente esta pode fazer pela organização.

1.5. LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE

Uma real situação que não se pode mais ignorar é a antiga frase “competir é

preciso”. Assim, todas as organizações buscam diferenciar-se de seus concorrentes

para conquistar novos clientes e mantê-los, em um ideal de não se ter uma clientela

flutuante, mas fixa. Só que isto está se tornando cada vez mais difícil.

Aumento da competitividade = Logística Enxuta

Logística enxuta é a habilidade superior de projetar e administrar sistemas

para controlar a movimentação e a localização geográficas de matérias-primas,

trabalhos em processos e inventários de produtos acabados ao menor custo total,

segundo:(Bowersox, Closs e Cooper,2006, p.43)

O aumento da competitividade, representado pelas possibilidades de

consumo e produções globalizadas, a necessidade de lançamentos freqüentes de

novos produtos, os quais, em geral, terão um curto ciclo de vida, talvez nem pela má

qualidade do produto, mas por uma questão de modismos e de vantagens

oferecidas pela concorrência, como é o caso dos aparelhos celulares, hoje. Também

há de se considerar a mudança de perfil do consumidor.

Talvez nem seja a mudança em si, baseada na exigência de produtos mais

sofisticados, mas pela própria adaptação de suas posses às suas necessidades.

Estas tendências estão fazendo com que as organizações ofereçam produtos com

mais qualidade, pelo menor preço e atentar sempre para uma palavra mágica “A

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confiabilidade”. Uma empresa quando perde a confiabilidade do cliente, jamais

retorna ao mercado. Nem por força de grandes campanhas de marketing. Sem

dúvida, toda esta problemática, está desafiando os executivos em todo o mundo e

exigindo maiores esforços.

Segundo Benedito Fonseca Moreira, Presidente da Associação de Comércio Exterior

no Brasil (AEB): Comércio Exterior Competitivo mostra que o Brasil, embora com elevada

vulnerabilidade externa, não está preparado para enfrentar os novos tempos de recente

competitividade com protecionismos sofisticados em barreiras técnicas e outra mais

similares.

Existem várias teorias sobre a aquisição de vantagem competitiva. Segundo

tais teorias, essa vantagem de competição deveria ser a maior duração possível e

tornar-se bem perceptível aos olhos dos clientes, colocando assim a organização

numa posição de destaque no mercado e diferenciando-se de seus concorrentes. O

ponto de convergência de todas essas abordagens consiste em projetos de

produção para obtenção de um custo menor para a fabricação de seus produtos, e

ainda oferecer vantagens sobre os produtos concorrentes, isto é, agregar valores

para atender a uma determinada parte do mercado. Idealmente, o objetivo seria

atingir estes alvos salvos simultaneamente, o que poderá apresentar alguns

conflitos. Pesquisas recentes mostram que os produtos, de modo geral, estão se

tornando cada vez mais parecidos na percepção dos clientes, como os automóveis e

os celulares.

O desafio enfrentado pela logística é diminuir o intervalo entre a produção e a

demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem,

e na condição física que desejarem( MARQUES, Wagner Luiz, pag 10).

O update tecnológico, a aplicação de processos produtivos mais

competentes e enxutos e o acesso a fontes de suprimentos, capazes de garantir

matérias-primas de qualidade são realidades que proporcionam o nivelamento dos

fabricantes de um mesmo produto. Além disso, percebe-se que as marcas estão

perdendo o seu poder de sedução, como exemplo podemos citar a própria marca

“Bombril” que hoje está sendo substituída nas prateleiras dos supermercados por

outras marcas de igual, ou talvez, de melhor qualidade, por um custo bem menor,

não só nas palhas de aço, mas em toda a sua produção ( Estudo de caso ).

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Outro exemplo que pode ser citado, é o caso do sabão em pó. O fabricante, a

mais conhecida a “Unilever” não consegue fazer inovações garantindo os mesmo

custos. Muda-se o nome do produto, dão-lhe nova embalagem, destacam-se suas

qualidades, mas o custo sobe. São comuns hoje, as donas de casa optarem por um

produto mais barato e complementá-lo com um branqueador vendido por

ambulantes e/ou nas feiras livres. Além é claro, ainda seguindo com o setor de

supermercados, hoje, encontra-se nas prateleiras produtos semelhantes, de

fabricação do próprio supermercado, e que, se não apresentam a mesma qualidade

de fabricantes famosos, quase chega lá. .

Em conseqüência disto os grandes fabricantes estão caindo numa vala

comum transformando os produtos em commodities. Esses fatos analisados

globalmente têm evidenciado que a diferenciação pode ser obtida pela prestação de

um maior e mais completa pacote de serviços. Isto representa um desafio, pois a

oferta dessas comodidades deve vir acompanhada da manutenção ou, mesmo, da

redução dos preços praticados.

E, ao se criar maiores expectativas para os clientes, também a qualidade das

operações passa a ser um atributo-chave. Se a empresa não for capaz de cumprir

as suas promessas de qualidade, o cliente ficará profundamente frustrado. Neste

momento, pode ser delineada a aplicação da logística para a obtenção de vantagem

competitiva. As metas da logística são as de disponibilizar o produto certo, na

quantidade certa, no local certo, no momento certo, nas condições adequadas

para o cliente certo ao preço justo(Just in time).

Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes.

O just in time é o principal pilar do Sistema Toyota de Produção ou produção enxuta.

Com este sistema, o produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados.

O conceito de just in time está relacionado ao de produção por demanda, onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo.( CHENG, T. C. E.; PODOLSKY, S. - Just-in-time manufacturing: an introduction [Em

linha]. 2ª ed. London: Chapman & Hall, 1996. [Consult. 3 Abr. 2008]. Disponível em Google Books ISBN 978-0-412-7354)

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Assim, fica evidente a intenção de se atingir, simultaneamente, a eficiência e

a eficácia nesse processo. A redução de custos se dará pela suavização e correta

execução do fluxo de materiais que passará a ser feito de forma sincronizada com o

fluxo de informações, possibilitando redução dos estoques, maior utilização dos

ativos envolvidos, eliminação dos desperdícios, otimização dos sistemas de

transporte e armazenagem, empregando racionalmente e otimizando todos os

fatores envolvidos e utilizáveis.

O que significa dizer que serão troca das incertezas por informações que

permitirão, através de um processo bem coordenado, minimizar os recursos

necessários para a realização das atividades, sem perda de qualidade no

atendimento ao cliente final. Ainda no segmento de supermercados, existe o fato de

que, muitas vezes acontece de um produto “bom e barato” ser encontrado na

prateleira apenas uma vez e “nunca mais”.

Conclui-se então que mesmo a um custo um pouco mais alto, mas com

freqüência nas prateleiras e com a devida qualidade que satisfaça as necessidades

do consumidor, isto invariavelmente será um fator diferencial que saltará aos olhos

do cliente, por isso, o fabricante ao lançar seu produto no mercado, não pode

inspirar-se somente no lançamento do produto, como muitos empresários fazem,

lançam a qualquer custo, sem nenhum projeto de custos reais, atende a primeira

demanda, na maioria das vezes com recursos próprios e depois não consegue

sustentar a marca no mercado, por inviabilidade de custos.

Na verdade, o início se dá na correta escolha e no estabelecimento de

parcerias com fornecedores, exigindo ademais que o canal de distribuição esteja

apto a atender plenamente às necessidades e expectativas do cliente final, mas de

maneira constante e não flutuante. Para citar um exemplo, um fabricante de barras

de chocolate só atingirá sucesso pleno quando o consumidor aprovar a qualidade de

seu produto e do serviço ofertado no momento da compra.

Isso reforça a idéia de que esse fabricante e o varejo devem se unir e focar

sua atenção na agregação de valor3 para o cliente final. Se isto não acontecer, toda

3 Como agregação de valor não podemos falar apenas em custos financeiros, mais valores como qualidade e assiduidade.

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a cadeia terá falhado e poderá ser substituída por outra mais apta, mas nesse

ínterim, o produto perde sua força de mercado. Esse fato mostra que a competição

está acontecendo entre cadeias.

Diante desse cenário, muitas empresas vêm empreendendo esforços para

organizar uma rede integrada e realizar de forma eficiente e ágil o fluxo de materiais,

que vai dos fornecedores e atinge os consumidores, garantindo a sincronização

com o fluxo de informações que acontece no sentido contrário. As empresas que

têm implementado o Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento estão

conseguindo significativas reduções de estoque, otimização dos transportes e

eliminação das perdas, principalmente aquelas que acontecem nos relacionamentos

entre as organizações e que são representadas pelas duplicidades de esforços.

O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ( SCM ), é o gerenciamento dos

relacionamentos e dos fluxos entre as séries de operações e processos que

produzem valor em forma de produtos e serviços para o cliente final. É uma

abordagem holística para gerenciar além das empresas e dos processos. (NIGEL

SLACK,STUART CHAMBERS...pag. 232)

Como agregação de valor está conseguindo maior confiabilidade e

flexibilidade, melhoram o desempenho de seus produtos e estão conseguindo lançar

novos produtos em menores intervalos de tempo, sem perda de sua imagem global.

Em suma, o Supply Chain Management consiste no estabelecimento de relações de

parceiras, de longo prazo, entre os componentes de uma cadeia produtiva, que

passarão a planejar estrategicamente suas atividades e partilhar informações de

modo a desenvolverem as suas atividades logísticas de forma integrada, através e

entre suas organizações, podendo também dividir os custos.

Com isso, melhoram o desempenho conjunto pela busca de oportunidades,

implementada em toda a cadeia, e pela redução de custos para agregar mais valor

ao cliente final. A noção de valor com serviço agregado é um desenvolvimento

significativo na evolução para o sucesso de clientes. Por definição, serviço com valor

agregado se refere a atividades únicas e específicas que empresas podem

desenvolver em conjunto visando a eficiência e/ou eficácia.(Bowersox & Closs &

Cooper (2006, pag.88).

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Apesar dos expressivos resultados obtidos, muitas dificuldades existem na

implementação desse conceito, pois se torna necessária uma profunda análise na

cultura das empresas que irão compor a cadeia. A visão funcional deve ser

abandonada, informações precisam ser compartilhadas, não existe mais informação

de um só, inclusive aquelas sobre os custos.

Os relacionamentos devem ser construídos com base em confiança mútua; o

horizonte de tempo desloca-se do curto para o longo prazo e um dos elos, chamado

de elo forte, será responsável pela coordenação do sistema e sua performance

neste cenário será fundamental para que o alvo seja atingido. Um outro desafio é

equacionar os diferentes tamanhos e objetivos dos componentes, e como isso exige

uma mudança de cultura e de conceitos, o estabelecimento da cadeia requer tempo

e esforço.

Dada a complexidade desse novo arranjo, que passa a ter dimensão

interorganizacional. Não se pode esquecer que deve existir compatibilidade entre os

sistemas de informação de todo o elenco, que muitas vezes se utilizam de

plataformas diferentes.

Por último, e muitas vezes esquecido, está o fato de que o elemento humano

é de suma importância e, portanto, deverá ser treinado e estar preparado para esta

nova realidade. Ainda existe uma escassez de profissionais nessa área, em

especial, aqueles com visão sistêmica e conhecedores de todas as atividades

logísticas.

Embora o conceito de Supply Chain Management ainda esteja sendo

desenvolvido e não exista uma metodologia única para a sua implementação, cada

empresa está procurando adaptar a logística às suas próprias necessidades, a sua

adoção poderá ser uma fonte potencial de obtenção de vantagem competitiva para

as organizações e mostra-se como um caminho a ser seguido pelas demais.

As vantagens competitivas emergem da criação de competências centrais que são

utilizadas para criar valor para os clientes e obter vantagens de custo e/ou diferenciação,

resultando numa boa performance em termos de cota de marcado e lucro.(Stank et al.2005).

No Brasil, a maioria das empresas ainda está aplicando a logística de forma

rudimentar e embrionária, o que as coloca em desvantagem diante dos concorrentes

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internacionais. Poucos são os segmentos mais adiantados, como os da indústria

automobilística e dos supermercados, que adotaram tais medidas.

Esforços para mudar este cenário já estão acontecendo, o que permite uma

visão mais otimista na aplicação da logística no aproveitamento de seus benefícios

para o país, melhorando e nivelando o nível de competição com qualquer outro

mercado externo.

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2. ARMAZENAGEM

Este capítulo descreve o papel da armazenagem em sistemas logísticos.

Trata inicialmente do papel e da importância da estocagem estratégica; embora,

para serem eficientes, os sistemas de distribuição não devam ser projetados com

vistas na manutenção de estoque por períodos excessivos, há ocasiões em que tais

períodos se justificam. Em seguida, são apresentadas as vantagens econômicas de

serviços de armazenagem, com seus princípios de operações.

Conceito de estocagem segundo BOWERSOX (2001):

“estratégica a estocagem sempre foi um aspecto importante do desenvolvimento econômico. Nos estágios iniciais de sua expansão, as residências dos EUA constituíam unidades econômicas auto-suficientes. Os consumidores faziam a estocagem e assumiam os riscos respectivos. A carne era mantida em instalações de defumação e os produtos eram guardados, protegidos, em abrigos subterrâneos construídos para esse fim.”

O desenvolvimento dos meios de transporte possibilitou a especialização das

atividades econômicas. A estocagem passou das residências para as instalações

varejistas, atacadistas e fabricantes. Publicações da época indicam que os depósitos

eram inicialmente para executar operações básicas de comercialização. Eram

unidades estáticas, localizadas ao longo do fluxo de materiais e de produtos,

necessárias para colocar os produtos ao alcance oportuno de consumidores.

Figura 3: Estrutura de armazenagem

Fonte: Revista de Administração/USP, São Paulo

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Essa visão criou o viés de se considerar o estoque um “mal necessário”, que

adicionava custos ao processo de distribuição ao gerar despesas operacionais, sem

a devida consideração de seu papel vital dentro do contexto mais amplo da logística

moderna. Dava-se pouca importância à atividade de armazenagem voltada para a

disponibilidade oportuna de sortimentos de produtos desejados pelos consumidores.

Questões relacionadas com o controle interno, bem como relacionadas com a

velocidade da rotação de estoque, recebiam pouca atenção gerencial.

As publicações antigas descreviam corretamente a situação. As empresas

procuravam ter operações eficientes entre locais de suprimento, fabricação e

consumo, mas davam pouca atenção às operações internas dos depósitos. A

abertura de depósitos era essencial à sobrevivência, porém pouca importância era

dada a aspectos como a melhoria da eficiência da estocagem e do manuseio. Os

esforços de engenharia concentravam-se em problemas pertinentes à produção.

As operações dos primeiros depósitos demonstravam a falta de atenção dada

a princípios de manuseio de materiais. Geralmente, os depósitos recebiam

mercadorias por ferrovia ou caminhão. As mercadorias eram levadas manualmente

para áreas de estocagem, onde eram, também manualmente, empilhadas no chão,

em blocados. Havia muitos extravios quando a mesma instalação armazenava

produtos diferentes. Pouca atenção era dada à rotação de estoque.

Quando eram recebidos pedidos de clientes, os produtos eram separados

manualmente. Colocados em carrinhos manuais, e estes eram empurrados até o

ponto de embarque, onde, mais uma vez, os produtos eram manualmente retirados

e carregados em caminhões de entrega.

Dentro do armazém, o manuseio de materiais é uma atividade importante. Os

produtos devem ser recebidos, movimentados, estocados, classificados e montados,

a fim de satisfazer as exigências do cliente.( BOWERSOX, pag. 51, 2007)

Como a mão-de-obra era relativamente barata, os recursos humanos eram

usados sem parcimônia. Dava-se pouca consideração ao uso eficiente de espaço,

métodos de trabalho e manuseio. A despeito de suas deficiências, esses primeiros

depósitos eram ponte entre produção e comercialização.

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Logo após a Segunda Guerra Mundial, a atenção gerencial voltou-se para o

aumento de eficiência dos depósitos. A necessidade de muitos depósitos começou a

ser questionada. A medida que melhoraram as técnicas de previsão e de

programação, foi reduzida a necessidade de formação de estoque excessivo. A

produção tornou-se mais coordenada, à medida que diminuíram os tempos dos

processos de fabricação. As produções sazonais ainda exigiam armazenagem, mas

a necessidade de estoque, para sustentar a fabricação, foi reduzida.

Para as empresas com múltiplos locais de produção, a armazenagem

eficiente ofereceu oportunidades de diminuição de estoque de materiais e de peças,

bem como redução de custos de manuseio, resultado na melhoria de produção. A

armazenagem tornou-se parte integrante do JIT (Just in time) e de outra estratégia

de produção baseada na eliminação de estoque. Como o objetivo básico do método

JIT é reduzir o estoque ele apóia-se em entregas altamente confiáveis.

Tal situação, numa nação geograficamente tão vasta como os EUA, só pode

ser atendida com depósitos estrategicamente localizados. Isso significa, por

exemplo, ter estoque básico de componentes num depósito central, para reduzir a

necessidade de estoque em cada unidade fabril de montagem. As compras são

efetuadas em cargas consolidadas, que são transportadas para o depósito e

distribuídas às fábricas na medida das necessidades. Quando adequadamente

integrado, o depósito é uma extensão vital da produção.

Nas décadas de 60 e 70, foi dada ênfase ao uso de novas tecnologias em

depósitos. A tecnologia afetou quase todas as áreas de operação de depósitos e

proporcionou novos e melhores procedimentos e técnicas de armazenagem e

manuseio. Na década de 80, os esforços concentraram-se em tecnologias de

manuseio e de aperfeiçoamento da configuração de sistemas de armazenagem.

De acordo com ACKERMAN (1993):

“Na década de 90, a atenção aos depósitos tem-se concentrado em flexibilidade e no uso de tecnologia de informação. A flexibilidade é necessária para responder às crescentes exigências de clientes quanto a produtos e características de entrega. Tecnologias de informação avançada atendem, em parte, à necessidade de flexibilidade, à medida que possibilitam os operadores de depósitos capacidade de resposta rápida às mudanças, e possibilitam a avaliação de desempenho sob uma ampla faixa de condições.”

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As vantagens da armazenagem são de natureza econômica e de serviço. Do

ponto conceitual, nenhum depósito deve fazer parte de sistemas logísticos, a não

ser que justificado por meio de custo-benefício. As vantagens econômicas relativas à

armazenagem advém da redução direta de custos logísticos, em função da

quantidade de instalações. Não é difícil quantificar o retorno do investimento do

ponto de vista econômico, porque ele é evidenciado por meio de análise de trade-off

entre os custos logísticos.

Quando, por exemplo, a adição de um depósito a um sistema logístico reduz

o custo de transporte num valor maior que os custos fixos e variáveis do depósito,

isso significa que haverá a redução do custo total. Sempre que haja possibilidade de

redução de custo total, o depósito justifica-se economicamente. As quatro vantagens

econômicas básicas advém de: consolidação de cargas, e cross-dock,

processamento/postergação e formação de estoque.

As vantagens de serviço para o sistema logístico, podendo ser obtidas com a

utilização de depósitos, não estão relacionadas a redução de custos. Quando a

existência de depósitos se justifica pela prestação de serviço, as vantagens ocorrem

de melhorias ligadas a tempo e localização muitas vezes é difícil quantificar o retorno

de investimento desses tipos de vantagens, porque se trata de analisar (trade-offs)

entre custo e capacidade de prestação de serviço.

Um trade-off se refere, geralmente, a perder uma qualidade ou aspecto de algo, mas ganhando em troca outra qualidade ou aspecto. Isso implica que uma decisão seja feita com completa compreensão tanto do lado bom, quanto do lado ruim de uma escolha em particular.

Um bom exemplo de trade-offs ocorre no caso do jogo de damas. Um jogador pode deixar o adversário "comer" uma peça do seu jogo. Contudo esta atitude permitirá que obtenha três peças do oponente na próxima jogada. Isto é, para conseguir um bom resultado ele precisou abrir mão de uma peça do seu lado.( http://pt.wikipedia.org/wiki/Trade-off)

A inclusão de depósitos em sistemas logísticos, para, por exemplo, servidor

determinado segmento de mercado, pode aumentar custo, mas pode também

aumentar a participação de mercado, as receitas de vendas e o lucro. Do ponto de

vista conceitual, a lógica para a existência de depósitos justificada pela prestação de

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serviço estaria condicionada a sua contribuição positiva para o lucro. Da questão

operacional, o problema está em avaliar o impacto sobre as receitas.

A economia clássica negligenciou a importância da localização da instalação

e o projeto total de rede para operações comerciais eficientes. Quando os

economistas discutiam, originalmente, as relações de oferta e demanda, os

diferenciais de custo de transporte e localização da instalação eram entendidos

como não existentes, ou iguais, entre os competidores.(WEBER, Alfed,

Cambridge,1972).

Princípios Operacionais da Armazenagem uma vez tomada a decisão de usar

os serviços de depósitos, o passo seguinte é projetar suas características. Seja o

depósito uma pequena instalação operada manualmente, ou uma grande instalação

automatizada, os três princípios apresentados a seguir são de grande relevância:

O projeto ideal de depósitos é de um só nível (ou andar), de forma que os

produtos não sejam movimentados verticalmente. Elevadores para o transporte de

um piso para o outro consomem tempo e energia. O elevador também constitui um

gargalo para o fluxo de produtos, quando vários encarregados competem pelo uso

de poucos elevadores. Embora nem sempre seja possível, sobretudo em zonas

centrais, onde os terrenos são raros e caros, os depósitos devem ter apenas um

piso.

Qualquer que seja o tamanho do depósito, o projeto deve enfatizar o uso do

espaço cúbico disponível, utilizando ao máximo a altura de cada pavimento. A

maioria dos depósitos tem pé-direito entre 6 e 9 metros. No entanto, os modernos

depósitos automatizados de alto pé-direito podem ter alturas de até 30 metros. Com

o uso de estantes e outros dispositivos, é possível armazenar produtos até o teto da

edificação.

A altura máxima de um depósito é limitada pela segurança dos equipamentos

de manuseio quanto à capacidade de elevação, como empilhadeira, e por limitações

outras, como regulamentos contra incêndios que impõem espaço livre para os

sistemas automáticos fixados em tetos.

Os projetos de depósitos devem também permitir a movimentação de

produtos em linha reta, quer eles estejam armazenados, quer não. Isso significa que

os produtos devem ser recebidos numa ponta do edifício, armazenados no meio e

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despachados pela outra ponta. O fluxo de produtos em linha reta evita

congestionamentos e confusão.

Esse segundo princípio prende-se à eficácia e à eficiência da tecnologia

adotada para o manuseio de material seus componentes são continuidade de

movimento e economia de escala na movimentação.

Continuidade de movimento é obtida por um movimento mais longo, feito por

um encarregado ou por um equipamento de manuseio, o qual é mais vantajoso do

que numerosos e curtos movimentos como parte desse mesmo movimento, feito por

vários encarregados. Quando o manuseio de um mesmo produto é feito por vários

encarregados ou por vários equipamentos, pode implicar perda de tempo e aumento

de risco de danos aos produtos.

Figura 4 – Projeto típico de depósito

Fonte:Projeto típico de depósito. (Bowersox, 2001)

Economia de escala na movimentação é obtida quando todas as atividades

são executadas com a maior quantidade possível de produtos. Em vez de

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movimentar caixa por caixa, as atividades de armazenagem devem ser programadas

para movimentar grupos de caixas, em paletes ou em contêineres. Essa unitização

exige que grande quantidade de produtos ou pedidos sejam movimentados ou

separados ao mesmo tempo. Embora isso possa aumentar a complexidade

operacional, já que envolvem vários produtos ou pedidos, esse recurso reduz a

quantidade total de atividades e o respectivo custo.

2.1. PLANO DE ESTOCAGEM

De conformidade com este terceiro princípio, o projeto de depósitos deve

considerar as características dos produtos, particularmente aquelas relativas a

volume, peso e acondicionamento na estocagem. O volume dos produtos é o

principal fator a ser levado em conta na definição de um plano de armazenagem.

Produtos de alta estação devem ser armazenados em locais onde as distâncias a

serem percorridas são menores, como perto de saídas, e em estantes ou porta-

paletes baixos. Assim, não só são diminuídas as distâncias dos percursos, como

também é reduzida a necessidade de movimentação vertical dos produtos. Por outro

lado, produtos de baixa rotação podem ser colocados em lugares distantes de

saídas ou em prateleiras ou porta-paletes mais altos.

O plano deve seguir uma estratégia adequada para produtos com

características especiais de peso e armazenagem. Itens relativamente pesados

devem ser colocados em locais baixos, para diminuir o esforço e o risco de elevar

grandes pesos. (BOWERSOX, pag. 323, 2007)

Produtos volumosos exigem maiores espaços para armazenagem. Espaços

livres no solo e estantes ou porta paletes altos podem ser usados para esses tipos

de produto. Itens menores podem ser guardados em estantes ou gavetas. Um plano

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integrado de armazenagem deve moldar-se às características específicas de cada

produto.

Figura 5 : Plano de armazenagem baseado na movimentação de produtos

Fonte: Plano de armazenagem baseado na movimentação de produtos. (Bowersox, 2001)

2.2. ESTOCAGEM

A estocagem é constituída por um conjunto de funções de recepção, descarga,

carregamento, arrumação e conservação de matérias-primas, produtos acabados ou semi-

acabados. Uma vez que este processo envolve mercadorias, este apenas produz resultados

quando é realizada uma operação, nas existências em trânsito, com o objectivo de lhes

acrescentar valor (Dias, 2005, p. 189). Pode-se definir a missão da armazenagem como o

compromisso entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática isto só é

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possível se tiver em conta todos os factores que influenciam os custos de armazenagem,

bem como a importância relativa dos mesmos (Casadevante, 1974, p. 26).

A função dos estoques no suprimento é agir como amortecedores entre

suprimento e as necessidades de produção. Os benefícios gerados no sistema são:

• Garantia de maior disponibilidade de componentes para a linha de

produção,

• Redução do tempo previsto pela administração para ter a

disponibilidade desejada, além de permitirem a redução dos custos de

transporte através de maiores embarques.

Se as demandas pelos produtos da empresa forem conhecidas com exatidão

e as mercadorias puderem ser fornecidas instantaneamente, (excluída a

manutenção de estoques de matéria prima como prevenção ao aumento de preços)

teoricamente não há necessidade de manter estoques. É verdade que as modernas

técnicas de gestão de estoques conseguiram reduzir sensivelmente os níveis, mas

não quanto a todos os itens, principalmente quando a sua gama é muito ampla.

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CONCLUSÃO

Nesta pesquisa, foram abordados assuntos sobre a logística no Brasil de forma simples e objetiva. Foram também explicados todo o processo logístico

envolvido por trás das empresas brasileiras, suas dificuldades logísticas e vantagens

por estarem localizadas no país.

No Brasil, a maior parte das empresas ainda aplica a logística de forma

simples e embrionária, as colocando em desvantagem diante dos concorrentes

internacionais. Já estão acontecendo esforços para mudar este cenário, permitindo

uma visão mais otimista na aplicação logística aproveitando seus benefícios para o

país, melhorando o nível de competição em qualquer outro mercado externo.

O sistema logístico brasileiro encontra-se em uma encruzilhada. Por um lado

verifica-se um forte esforço de modernização por parte do setor produtivo, com

vistas a reduzir custos e melhorar o nível de serviço para seus clientes. Por outro,

um conjunto de problemas estruturais, que distorcem nossa matriz de transporte e

contribuem para o comprometimento não só da qualidade da infra-estrutura e dos

serviços, mas também, e principalmente, do desenvolvimento econômico e social do

país. Tal quadro vem ocorrendo no momento em que o Brasil tem como uma de

suas prioridades aumentar sua participação no comércio internacional, onde a

logística é cada vez mais determinante para a geração de vantagem competitiva

sustentável.

Na origem dos problemas de infra-estrutura encontra-se uma série de fatores,

como prioridades equivocadas nos investimentos governamentais, falta de regulação

adequada, fiscalização inoperante e custo de capital elevado, que levaram o país a

uma dependência exagerada do modal rodoviário e, em conseqüência, a baixos

índices de produtividade, elevado níveis de insegurança nas estradas, baixa

eficiência energética e altos níveis de poluição ambiental. O transporte, a mais

importante entre as atividades logísticas, vem aumentando sua participação relativa

na economia. Em 30 anos, ou seja, entre 1970 e 2000, as despesas com transporte

cresceram 400%, enquanto o crescimento do PIB foi de 250%. Esse crescimento foi

fortemente influenciado pela desconcentração geográfica da economia brasileira nas

últimas décadas, na direção das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, assim

como o rápido crescimento internacional.

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Infelizmente, a trajetória de rápido crescimento das atividades logísticas não

foi acompanhada pelos investimentos necessários à manutenção e à expansão da

infra-estrutura correspondente. Pelo contrário, o que se observou foi uma redução

dos investimentos como percentual do PIB. Entre 1975 e 2003, os investimentos em

infra-estrutura de transportes caíram de um patamar de 1,80% do PIB para 0,15%.

Em consequência, o Brasil possui hoje uma oferta de infra-estrutura de transportes

insuficiente para suas necessidades e bem inferior a de outros países de dimensões

territoriais similares. Utilizando como medida de oferta e densidade das malhas de

transporte, ou seja, quilômetros de vias por quilômetros quadrados de área territorial,

verifica-se que o índice brasileiro de 26,4 é bastante inferior ao da China com 38,3,

do México, com 57,2, e dos EUA, com 447. Ou seja, a disponibilidade de infra-

estrutura de transporte no Brasil equivale a 69% da encontrada na China, 46% do

México e 6% dos EUA.

A implementação de novos arranjos operacionais como o cross-docking e

transit point implica em mudanças que extrapolam as fronteiras da empresa e são

extremamente dependentes de relacionamentos cooperativos entre os participantes

da operação. Além de uma nova mentalidade gerencial, estas mudanças exigem a

adoção de novas tecnologias de informação que permitem o compartilhamento de

dados que viabilizam a coordenação necessária para executar com eficiência os

novos processos.

As estruturas escalonadas tradicionais devem ser justificadas do ponto de

vista econômico. Muitas vezes, em função de paradigmas passados, as decisões de

abertura de armazéns simplesmente se baseiam na expectativa de que o

posicionamento dos estoques próximos aos pontos de demanda garantirá os níveis

de disponibilidade e de tempo de atendimento exigidos. Como vimos isto nem

sempre é verdade. E também podem existir formas alternativas de se atingir os

mesmos resultados com custos mais baixos.

Atualmente, esta missão tem sofrido transformações profundas, envolvendo

serviços além da tradicional estocagem de curto e médio prazo. Estas mudanças

estão relacionadas com as transformações por que passa a logística. As empresas

procuram agilisar o fluxo de materiais, diminuindo o tempo entre o recebimento e a

entrega dos pedidos para reduzir o estoque. Dessa forma, a armazenagem está

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voltada para fornecer resposta rápida e muitos dos serviços realizados visam reduzir

as necessidades de estoque.

No geral, o sucesso da implantação de sistemas logísticos nas empresas e as

vantagens ocorridas de sua aplicação dependem de um amadurecimento

empresarial.

Todo o processo logístico pode ser otimizado, permitindo mais eficácia nos

processos internos e de comunicação na cadeia de suprimentos. O segredo está em

usar as informações e elevar os recursos disponíveis para coordenar ações,

preferindo os fluxos de informações.

Toda tecnologia à disposição da solução da logística empresarial é capaz de

gerar soluções para satisfazer a necessidade de mercado. Conectando-se por meio

de um sistema integrado, ERP, aplicativo de código de barras que transmite

informações para o estoque onde tem informações atualizadas a qualquer tempo.

Buscou-se demonstrar dados que se relacionam com a complexidade natural

deste tema ligado as empresas, analisando os conceitos correlacionados aos

processos logísticos, analisando as formas de uso da logística na sua aplicação no

âmbito nacional e mundial.

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