gerenciamento de estoques

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC CAMPUS VIDEIRA ÁREA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LUCIANO VARGAS BOGO GERENCIAMENTO DE ESTOQUES

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Ferramentas e formas de controle de estoques visando maior lucratividade da organização.

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Page 1: Gerenciamento de estoques

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC CAMPUS VIDEIRA

ÁREA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADASCURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LUCIANO VARGAS BOGO

GERENCIAMENTO DE ESTOQUES

Videira (SC), 2006

Page 2: Gerenciamento de estoques

LUCIANO VARGAS BOGO

GERENCIAMENTO DE ESTOQUES

Monografia apresentada à Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOES como um dos pré-requisitos para a obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Professor Claudio Marcio Balestieri

Videira (SC), 2006

Page 3: Gerenciamento de estoques

LUCIANO VARGAS BOGO

GERENCIAMENTO DE ESTOQUES

Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão do curso de Ciências

Contábeis da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC, e foi examinada pela

banca examinadora integrada pelos professores abaixo nomeados.

Videira 10 de Novembro de 2006

Claudio Marcio Balestieri

Orientador da Monografia - UNOESC

Professores que compuseram a banca examinadora:

.....................................................................................

Professor Claudio Marcio Balestieri

Orientador

.....................................................................................

Professor Jairo Adriano Justi Casagrande

Examinador

.....................................................................................

Professor Edvino Fabian

Examinador

Videira (SC), 2006

Page 4: Gerenciamento de estoques

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha

família, principalmente esposa e filho

pois tudo que faço, faço por eles.

Page 5: Gerenciamento de estoques

AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS por ter me auxiliado nesta jornada,

por ter me proporcionado o dom da sabedoria, por ter me dado

forças nos momentos de dificuldade.

A meu Filho Douglas Henrique, e minha Esposa Daiane

por terem me apoiado e por serem meu ponto de referência não

só neste momento mas por todos os dias de minha vida.

Aos meus Pais Onorieves e Juleide pela força, pelo

incentivo, pelo amor e carinho que sempre recebi desde

criança.

A todos os Professores do curso de Ciências Contábeis

da UNOESC, especialmente ao Professor Orientador Claudio

Marcio Balestieri e o Coordenador de Curso Ildo Fabris que

me auxiliaram para a conclusão deste trabalho

E finalmente a todos que não somente neste curso, mas

todos que tive o prazer de conhecer e poder chamar de amigo.

Page 6: Gerenciamento de estoques

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................8

LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................9

LISTA DE QUADROS...........................................................................................................10

LISTA DE TABELAS............................................................................................................11

LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................................12

RESUMO.................................................................................................................................14

1 INTRODUÇÃO E METODOLOGIA................................................................................15

1.1 APRESENTAÇÃO.................................................................................................................15

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA...................................................................................................16

1.3 OBJETIVOS..........................................................................................................................16

1.3.1 Objetivo geral..................................................................................................................16

1.3.2 Objetivos específicos........................................................................................................16

1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO...............................................................................................17

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................................17

1.5.1 Metodologia da monografia............................................................................................18

1.5.2 Metodologia aplicada......................................................................................................18

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO..........................................................................................19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................20

2.1 CONCEITOS DE ESTOQUE..................................................................................................20

2.2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS........................................................................................23

2.2.1 Envolvidos com a gestão de materiais.............................................................................24

2.2.2 Gestor de Materiais.........................................................................................................25

2.2.3 Dilema da gestão de materiais........................................................................................26

2.3 TIPOS DE ESTOQUES...........................................................................................................27

2.4 A IMPORTÂNCIA DOS ESTOQUES.......................................................................................28

2.5 RAZÕES PARA MANTER ESTOQUES...................................................................................29

2.6 CONTROLES DE ESTOQUES................................................................................................31

Page 7: Gerenciamento de estoques

2.6.1 Planejamento estratégico.................................................................................................32

2.6.2 Diferença entre compras e suprimentos..........................................................................33

2.7 A INFORMÁTICA NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUES.....................................................34

2.8 INVENTÁRIO FÍSICO...........................................................................................................34

2.9 AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES..............................................................................................35

2.9.1 Custo médio.....................................................................................................................36

2.9.2 Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS)......................................................................36

2.9.3 Último a entrar, primeiro a sair (UEPS).........................................................................37

2.10 OUTROS MÉTODOS...........................................................................................................38

2.11 CURVA ABC.....................................................................................................................39

2.12 A IMPORTÂNCIA DOS ESTOQUES PARA O GERENCIAMENTO.........................................44

2.13 O SISTEMA JUST IN TIME.................................................................................................45

2.13.1 Conceitos gerais.............................................................................................................45

2.13.2 Os objetivos da manufatura JIT.....................................................................................47

2.13.3 O JIT e os desperdícios da produção............................................................................50

2.13.4 Depósito de produtos acabados.....................................................................................52

2.13.5 O papel dos estoques.....................................................................................................52

2.14 COMO DEFINIR E PREVER ESTOQUES..............................................................................53

2.15 A MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SUA INFLUENCIA NOS ESTOQUES.....................53

2.16 OS ESTOQUES NO E-COMMERCE......................................................................................55

3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.........................................................................56

3.1 VANTAGENS DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUES............................................................56

3.2 A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES..................................................................................57

3.3 O JUST IN TIME..................................................................................................................57

3.4 RESULTADO DA APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO..............................................................58

FINALIZAÇÃO DO TRABALHO.......................................................................................61

CONCLUSÃO.........................................................................................................................62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................63

ANEXOS..................................................................................................................................64

Page 8: Gerenciamento de estoques

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Recursos à disposição da empresa ........................................................................... 23

Figura 2 Ciclo da administração de materiais ........................................................................ 24

Figura 3 Princípios do Just in Time ....................................................................................... 48

Figura 4 Os custos ocultos do depósito de produtos acabados .............................................. 52

Page 9: Gerenciamento de estoques

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Gráfico da Curva ABC .......................................................................................... 42

Page 10: Gerenciamento de estoques

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Dilema da gestão de materiais ............................................................................... 26

Quadro 2 Fases do planejamento estratégico ........................................................................ 32

Page 11: Gerenciamento de estoques

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Ficha de estoques – custo médio ............................................................................. 36

Tabela 2 Ficha de estoques – primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) ............................... 37

Tabela 3 Ficha de estoques – último a entrar, primeiro a sair (UEPS) .................................. 38

Tabela 4 Movimentação de estoques ..................................................................................... 40

Tabela 5 Cálculo do valor monetário consumido no período ................................................ 40

Tabela 6 Cálculo do custo total de cada item ........................................................................ 41

Tabela 7 Calcular os percentuais de cada um dos itens em relação ao total ......................... 41

Tabela 8 Grau de importância dos itens ................................................................................ 43

Page 12: Gerenciamento de estoques

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

JIT Just in time

PCP Planejamento e Controle de Produção

Page 13: Gerenciamento de estoques

“Lamentar aquilo que não temos é

desperdiçar aquilo que já

possuímos “

Provérbio chinês

Page 14: Gerenciamento de estoques

RESUMO

BOGO, Luciano Vargas. Gerenciamento de Estoques, 2006, 62 p. Ciências Contábeis. UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina, Videira SC.

Com o crescente aumento nas exigências e na busca pela excelência as empresas de modo

geral se vêem obrigadas a rever seus conceitos voltando sua atenção para as questões relativas

ao gerenciamento. Dessa forma a busca pela otimização de seus processos torna-se a missão

não somente do administrador, mas um processo que envolve todos os departamentos das

empresas seja ela qual for. Assim as informações precisam a cada dia ser mais confiáveis e

transmitidas de forma on line, para que as decisões sejam tomadas de forma correta. Pensando

nisso a gestão de materiais torna-se indispensável para toda e qualquer organização que deseje

suprir suas necessidades de forma a reduzir seus custos, otimizando assim o retorno sobre

seus investimentos. A formação de uma equipe de trabalho que saiba depurar as informações,

estabelecer e fazer-se cumprir metas, que trabalhe de forma coerente objetivando e

promovendo o crescimento de toda a organização. Por representar uma grande parte dos

investimentos das empresas em ativos a gestão de materiais não pode passar desapercebida

sendo necessária à formação de uma equipe que consiga trazer os resultados esperados a

empresa. A utilização de ferramentas como o just in time podem auxiliar nessa difícil jornada.

Servindo como um indicador do desempenho e do comprometimento dos administradores e

colaboradores para com a organização e para consigo mesmos. No desenvolvimento do tema

foram abordados assuntos relacionados ao Gerenciamento de Estoques e as suas ramificações.

Palavras –chaves: estoque, gerenciamento, custos.

Page 15: Gerenciamento de estoques

1 INTRODUÇÃO E METODOLOGIA

Nesta seção, serão feitas considerações iniciais acerca do estudo do gerenciamento

de estoques, envolvendo o objeto do estudo que são as vantagens em se manter um controle

de estoques. Na seqüência, serão definidos os problemas, os objetivos e a organização do

presente trabalho.

1.1 Apresentação

Este trabalho será elaborado através de pesquisa bibliográfica em livros especializados

em assuntos relacionados ao gerenciamento de estoques e questionário aplicado a empresas da

região. Como abordagem principal se buscará estabelecer a importância do controle de

estoques e sua contribuição para a maximização do retorno do capital investido em indústrias

manufatureiras.

Neste projeto abordaremos os principais conceitos, os tipos e a importância dos

estoques. Também se pretende mostrar os principais controles que devem ser adotados pela

empresa que visam alcançar o melhor resultado.

Também serão levados em consideração os métodos de avaliação dos estoques

permitidos pela legislação brasileira e quais não são autorizados. Não deixando de ser

importante, também será abordado a importância dos indicadores econômicos relacionados à

rotatividade de estoques, e qual sua influência no resultado da empresa.

A metodologia Just in Time será levada em consideração como uma ferramenta para a

manutenção dos estoques sendo uma opção adotada por certas empresas como forma de se

tirar maior proveito de seus setores produtivos através da redução dos estoques.

Para finalizar serão expostas dicas de como se definir e prever os estoques. A

importância de um bom sistema de controle dos estoques no comércio eletrônico como forma

de se poder atender a demanda vendendo seus produtos pela web sem correr riscos de não

estar capacitado a atender as necessidades dos consumidores.

Page 16: Gerenciamento de estoques

1.2 Problema de pesquisa

O aumento da concorrência devido à abertura dos mercados, através da globalização,

força as empresas a se reestruturarem e repesarem suas estratégias de gerenciamento. Dessa

forma a redução de custos de produção sem que se perca em qualidade de produto se torna

cada vez mais difícil, porém sem sombra de dúvida indispensável. Assim sendo este estudo

deseja revelar: quais as razões que levam as empresas a estabelecer um sistema de

gerenciamento de estoques?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Avaliar a importância do gerenciamento de estoques estabelecendo as vantagens

competitivas agregadas à empresa em relação à concorrência.

1.3.2 Objetivos específicos

Avaliar quais as vantagens que se pode obter com a utilização do gerenciamento

de estoques.

Identificar quais os índices e indicadores voltados ao gerenciamento dos estoques

e sua importância na tomada de decisão.

Estabelecer a importância da ferramenta Just in Time no processo de

gerenciamento de estoques.

Page 17: Gerenciamento de estoques

1.4 Justificativa do estudo

Este trabalho foi elaborado com o intuito de esclarecer a importância do

gerenciamento dos estoques em empresas manufatureiras e tem objetivo de estabelecer a real

necessidade de um bom gerenciamento dos estoques, levando-se em conta que nem sempre as

empresas dedicam à devida importância a esse item de extrema importância para o sucesso

nos negócios. Desde o início da produção artesanal até a criação das primeiras fábricas

sempre se tornou necessária à existência de estoques para que se possa dar continuidade ao

processo produtivo. Com a revolução industrial, a produção em série, se faz necessário que as

empresas ampliem seus investimentos em tecnologia sempre voltando sua visão para a

redução dos custos de produção buscando redução do preço final do produto objetivando

aumentar suas vendas, obtendo uma maior rotatividade de seus estoques, e conseqüentemente,

o retorno sobre seus investimentos.

O gerenciamento dos estoques deve ter um papel de destaque por parte dos

administradores que desejam obter o máximo de proveito e maior vantagem competitiva sobre

a concorrência.

Sendo de origem bibliográfica procuramos demonstrar idéias básicas das dificuldades

enfrentadas dentro das empresas. Mais do que nunca as empresas procuram investir seu

capital de forma que não permaneça inativo. Assim é possível perceber que a conta estoque

que representa uma boa parte dos ativos da empresa, merece que todos os itens componentes

sejam avaliados de forma adequada. Não se pode dar ao luxo de deixar os estoques da

empresa a mercê de pessoas desqualificadas que não tenham o devido preparo para controlar

estes itens de forma adequada.

1.5 Metodologia da pesquisa

Esta seção será subdivida em três partes, de forma a facilitar o entendimento do

estudo.

Na primeira seção será realizado um breve comentário a respeito do que é monografia.

Com este conceito pode-se elaborar uma dissertação munida de regras e padrões. Em seguida

Page 18: Gerenciamento de estoques

será evidenciada a metodologia a ser utilizada no presente estudo, procurando seguir as

normas que a Associação Brasileira de Normas Técnicas possuem.

Na última parte, serão apresentadas as limitações impostas à pesquisa bibliográfica,

sendo que existe uma grande diversidade de ideologias relacionadas com o tema estudado.

1.5.1 Metodologia da monografia

São inúmeros os conceitos sobre monografia.

Segundo Marconi e Lakatos (1996, p.204), et al Asti Vera, define monografia como

sendo o “tratamento escrito de um tema específico”.

Para Medeiros (2000, p. 189), “monografia é uma dissertação que trata de um assunto

particular, de forma sistemática e completa. Esta é sua característica essencial”.

Conclui-se que monografia é um tipo especializado de dissertação, usando-se uma

metodologia munida de regras e estruturada de forma padronizada, reduzindo a focalizar um

estudo de um problema particular.

Finalmente, o trabalho de conclusão do curso exigido no curso de graduação em

Ciências Contábeis da Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC, constitui-se em

um estudo sobre um tema delimitado, que contribui para a ampliação do conhecimento de um

tema específico.

1.5.2 Metodologia aplicada

O presente trabalho tem por finalidade a exploração de conceitos teóricos relacionados

com ao gerenciamento de estoques, visando estabelecer a importância em se manter tal

controle.

Aborda-se juntamente com gerenciamento, as vantagens que podem ser obtidas com a

implantação desta ferramenta, é uma estratégia muito poderosa para a aplicação nas empresas

e para a tomada de decisão, relacionada à obtenção de vantagens competitivas sobre a

concorrência.

Page 19: Gerenciamento de estoques

Fez-se a coleta e seleção criteriosa das bibliografias que deram base ao estudo

aplicando-se rigorosamente os conceitos, normas e procedimento que regem a ABNT –

Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Após esta etapa, dar-se-á o início do desenvolvimento da monografia.

1.6 Organização do trabalho

O presente estudo, apresenta a seguinte estruturação:

No primeiro capítulo - Introdução conterá a apresentação, o problema de pesquisa, os

objetivo geral e específicos, a justificativa e a estrutura do trabalho;

No segundo capítulo – constará a fundamentação teórica que dará embasamento ao

presente estudo;

No terceiro capítulo – se destinará a descrever, analisar e interpretar os dados

coletados.

No quarto capítulo – procede-se a finalização do trabalho.

Logo após será exposta a conclusão, as referências bibliográficas e os anexos.

Page 20: Gerenciamento de estoques

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo contém a fundamentação teórica que abordará fatores relacionados ao

gerenciamento de estoques de forma a auxiliar a tomada de decisão dentro das organizações.

2.1 Conceitos de Estoque

Um conceito de estoque pode ser definido como sendo certas quantidades de itens

mantidos a disponibilidade e renovados constantemente, que visam atender as necessidades da

empresa bem como de seus clientes, produzindo lucros ou serviços. Entende-se, por tanto, que

o estoque é o ativo da empresa que se encontra na eminência de ser transformado em lucro.

Qualquer quantidade, em qualquer lugar das mais diversas empresas, disponível para trazer

rentabilidade para a organização é estoque.

O termo estoque designa o "conjunto" dos itens materiais de propriedade da empresa

que:

São mantidos para venda futura;

Encontra-se em processo de produção; ou,

São correntemente consumidos no processo de produção de produtos ou serviços a

serem vendidos.

Nas organizações convencionais de manufatura e serviços, as categorias de materiais

mais usuais que encontramos são as seguintes:

Matérias-primas (MP);

Materiais complementares;

Componentes;

Insumos;

Material em elaboração (“work-in-process”, WIP);

Conjuntos (e sub-conjuntos);

Material de embalagens;

Produtos acabados (PA);

Equipamentos produtivos;

Veículos (e peças para veículos);

Materiais de manutenção; e

Page 21: Gerenciamento de estoques

Materiais auxiliares.

O conceito de estoque não é mais importante do que o de seu gerenciamento. A

administração de estoque é fator determinante em empresas que desejem suprir outras de

materiais futuros. O gerenciamento no suprimento destas necessidades é objeto de valor nas

organizações e, principalmente, uma questão de estratégia logística.

Ativos considerados estoques:

Mercadorias para comércio ou produtos acabados (matéria-prima e mercadorias

mantidas para venda);

Materiais para produção (materiais comprados com a intenção de incorporá-los ao

produto final através do processo produtivo);

Materiais em estoque não destinados à produção normal, chamados também de

indiretos, auxiliares ou não produtivos (itens fisicamente não incorporados ao produto final,

como ferramentas, material de limpeza e segurança);

Produtos em processo de fabricação ou elaboração (que inclui material direto,

mão-de-obra direta e custos gerais de fabricação) – devem refletir o custo atual dos produtos

em processo;

Custo das importações em andamento referente a itens de estoque.

Em termos financeiros, os estoques são muito importantes para todas as empresas. No

balanço patrimonial, eles representam de 20% a 60% dos ativos totais. À medida que os

estoques são utilizados, seu valor se converte em dinheiro, o que melhora o fluxo de caixa e o

retorno sobre o investimento. Existe um custo de estocagem, que aumentam os custos

operacionais e diminuem os lucros. A boa administração dos estoques é essencial como

vantagem competitiva e seus desenvolvimentos diante concorrentes da empresa.

Por ter um papel de fundamental importância o estudo dos estoques nas empresas é tão

antigo quanto o estudo da própria administração. Como elemento regulador do fluxo de

produção, como no caso das indústrias manufatureiras, quanto do fluxo de vendas, no

processo comercial, os estoques sempre foram um ponto de fundamental importância,

despertando a atenção dos administradores. As empresas na atualidade procuram de uma

forma ou de outra, obter o máximo de vantagens competitivas sobre a concorrência, e a

oportunidade de atendê-los prontamente perante a quantidade e qualidade desejada. Não se

pode manter uma linha de produção robusta e avançada tecnologicamente se não se tem um

Page 22: Gerenciamento de estoques

sistema de gerenciamento de estoques apropriado para suprir cada necessidade da empresa,

além de uma excelente programação de compras e de manutenção de maquinários. O

gerenciamento de uma empresa pode ser comparado a um organismo vivo, se uma das partes

componentes não está funcionando de forma correta todo o organismo pode perecer.

Apesar do grande progresso que vem se aplicando com o auxílio da informática sendo

adotada de forma maciça por todas as empresas como ferramenta de auxílio tanto no processo

produtivo como administrativo, é comum ouvirmos falar em sistema de gestão integrada,

porém ainda se podem notar informações desencontradas ou imprecisas. Que causam

dificuldade na tomada de decisão por parte dos administradores. Hoje a velocidade da

informação é impressionante, com o advento da Internet e em algumas empresas a intranet se

observa à possibilidade de evolução e constante aprendizagem. É fundamental que nem só a

administração tenha acesso à informação, mesmo porque o administrador, apesar da exigência

em ser eficiente, não pode controlar todos os fatores relacionados à gestão dos processos

sozinhos e sem informações confiáveis. O fundamental é investir na formação de uma equipe

de trabalho que traga segurança e que torne possível um gerenciamento de forma a se obter o

máximo de retorno do capital investido.

A contabilidade gerencial vem se destacando e cada vez mais deixando de ser apenas

opcional e passando a ser elementar para complementar a funcionalidade do sistema

operacional das organizações. Dessa forma seria praticamente impossível gerenciar os

estoques de uma empresa com alguns milhares de itens, tanto matérias-primas, materiais

secundários, peças destinadas à reposição e a manutenção de maquinários da empresa. Para se

obter o máximo de proveito visando aumentar os lucros da empresa é preciso se dar à devida

atenção a todos os fatos por mais insignificantes que possam parecer.

2.2 Administração de recursos

Page 23: Gerenciamento de estoques

RECURSOS

Materiais Patrimoniais Capital Humanos Tecnológicos

Administrar recursos escassos tem sido um dos grandes desafios dos administradores,

gerentes e engenheiros e todas as pessoas ligadas direta ou indiretamente ao processo

produtivo de uma empresa. Tanto para a produção de bens materiais quanto à prestação de

serviços.

Existe toda uma gana de recursos administráveis podendo desdobrar-se em uma

infinidade de disciplinas, cada qual com características bem peculiares que necessitam de

profissionais especialmente treinados nas mais diversas áreas. Uma única unidade fabril pode

abranger várias células de produção com dezenas, centenas ou até milhares de itens ou

funcionários, para tanto se faz necessária à aplicação de um gerenciamento de recursos à

altura das necessidades desta entidade.

Os recursos da empresa podem ser divididos em cinco categorias, materiais,

patrimoniais, de capital, humanos e tecnológicos, como podem ser observados na Figura 1,

em nosso estudo abordaremos apenas os recursos materiais, que compõem os estoques físicos

da empresa.

Figura 1 - Recursos à disposição da empresa.

Os recursos materiais serão nosso objeto de estudo e devem obedecer a um ciclo que

se inicia com a seleção de um fornecedor, na compra do bem, seu recebimento, transporte

interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua

armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final.

A Figura 2 ilustra esse ciclo.

Page 24: Gerenciamento de estoques

Cliente Transporte

Sinal de demanda

Identificação do fornecedor

Comprar materiais

Transportar Recebimento e armazenagem

Expedição

Armazenagem do produto acabado

Movimentação interna

Figura 2 - Ciclo da Administração de Materiais.

2.2.1 Envolvidos com a gestão de materiais

Neste item serão identificados os principais interessados na gestão dos materiais

dentro de uma empresa. De fato, o propósito dos estoques é beneficiar alguém, sejam pessoas

ou organizações. Recomenda-se que o responsável pela gestão de materiais identifique

preliminarmente todos os envolvidos, buscando conhecer suas necessidades e expectativas

específicas, para daí procurar atendê-las adequadamente, sem esquecer de elaborar um plano

de comunicação (que informações distribuir, para quem e quando). A seguir relacionamos as

mais usuais entidades envolvidas, independente do seu nível hierárquico (diretores, gerentes,

analistas, consultores ou pessoal operacional):

Acionistas;

Matriz;

Alta administração (presidência, diretoria, entre outros);

Clientes e usuários finais;

Áreas de marketing;

Área de vendas (vendedores internos e externos, representantes e

distribuidores);

Page 25: Gerenciamento de estoques

Área de logística: planejamento (PCP), materiais, aquisição (compras),

operação, distribuição, inventário, atendimento ao cliente, assistência ao cliente;

Área de produção (ou operações);

Área de manutenção (técnicos de campo inclusive);

Área de sistemas (tecnologia da informação);

Área financeira;

Área contábil;

Auditoria (interna e externa);

Consultores;

Fornecedores;

Parceiros;

Fisco;

Seguro;

Agentes financeiros (bancos, financiadores);

Filiais; e

Colaboradores.

2.2.2 Gestor de Materiais

Entre os diversos envolvidos com a gestão de materiais, diversos dos quais usuários

dos materiais ou das informações geradas nas suas transações, neste trabalho o destaque será

para o gestor de materiais, aquele que analisa e decide o que colocar e o que não colocar nos

estoques da empresa. Usualmente, sua responsabilidade é muito grande, pois as verbas

mobilizadas são elevadas e limitadas. Da mesma forma que empresas estabelecem suas

missões, julgamos fundamental que esse profissional conheça e reflita sobre sua própria

missão:

Missão do profissional gestor de materiais

Assegurar um satisfatório padrão de qualidade no atendimento das necessidades

de seus clientes (externos e internos);

Assegurar e elevar a produtividade da empresa, administrando os materiais,

recursos e as informações relacionadas.

Page 26: Gerenciamento de estoques

2.2.3 Dilema da gestão de materiais

Naturalmente existem boas razões para mantermos e para reduzirmos os estoques:

Por um lado desejamos reduzir estoques, pois...Por outro lado, precisamos manter os

estoques, pois...

Crescente diversificação de produtos

exige utilizar recursos de forma mais

produtiva;

Desejamos maior liquidez. Itens parados

no estoque não agregam valor para os

clientes.

Alguém sempre paga pelo custo do

financiamento do capital de giro

investido em materiais;

Estoque reduzido agiliza o “feedback”

que melhora a qualidade, e permite

resposta rápida na mudança de linha;

Reduzimos os custos de manutenção,

tais como espaço para armazenagem,

seguros e perdas por manuseio;

Manter estoques provoca também perdas

por obsolência.

Existem restrições na cadeia de

abastecimento entre a capacidade

produtiva instalada e demanda de

mercado;

Persistem as causas das incertezas

flutuações na oferta e na demanda;

A falta de materiais pode

comprometer o atendimento,

reduzindo o faturamento e

permitindo que o cliente procure

alternativas na concorrência.

Quando 1 - Dilema da gestão de materiais.

Essa situação é conhecida como um dilema, isto é, uma encruzilhada onde ao

optarmos por um caminho temos que abrir mão das vantagens do outro caminho. Estas são as

decisões diárias que cabem aos gestores de materiais, enquanto procuram executar sua

desafiadora missão. Para efetivamente administrar este dilema, é necessário dispor de

instrumentos gerenciais, que demonstrem os acertos e desvios de nossas decisões e ações.

Page 27: Gerenciamento de estoques

2.3 Tipos de estoques

Segundo Martins e Alt (2003, p.134), “os estoques tem a função de funcionar como

reguladores do fluxo de negócios”, dessa forma podem-se compreender a importância que se

deve dar ao seu gerenciamento. Pode-se comparar o funcionamento dos estoques a uma ‘caixa

d’água’, deve haver sempre coerência entre as entradas e saídas, ou seja, se a saída é maior

que a entrada a caixa não permanecerá cheia, pelo contrário pode ocorrer falta, se a entrada é

maior que a saída à caixa pode transbordar. Dessa forma é possível entender a razão de se

dizer que os estoques são reguladores do fluxo de negócios, se a empresa vende mais que sua

capacidade de produção haverá atraso nas entregas, pode haver perdas consideráveis quanto à

qualidade dentre outras conseqüências que enfraquecem a estrutura do negócio. Pelo contrário

se a empresa produz muito bem, mas não tem possibilidade de vender sua produção ela pode

deixar de ser atrativa para o mercado e até mesmo para seus proprietários ou acionistas.

Por constituírem parcela considerável dos ativos da empresa os estoques recebem um

tratamento contábil minucioso, são classificados, principalmente para efeitos contábeis, em

cinco grandes categorias.

Estoques de matérias-primas: são todos os itens utilizados no processo produtivo

operacional da empresa;

Estoques de produtos em processo: constituídos por todos os itens que já

entraram no processo produtivo, mas que não são produtos acabados;

Estoques de produtos acabados: são todos os itens que já estão prontos para

serem entregues ao consumidor final;

Estoques em trânsito: correspondem a todos os itens que já foram despachados

de uma unidade fabril para outra, normalmente da mesma empresa e que não chegaram ao seu

destino final;

Estoques em consignação: produtos que continuam sendo de propriedade do

fornecedor até serem vendidos, casos contrários são devolvidos sem ônus algum.

Page 28: Gerenciamento de estoques

Quanto aos materiais podem ser utilizadas duas denominações:

Materiais diretos: são aqueles agregados ao produto final, matérias-primas. Em

uma montadora, os pneus do automóvel, por exemplo.

Materiais indiretos: aqueles que não saem juntamente com o produto final. Por

exemplo, peças utilizadas na manutenção das máquinas.

2.4 A importância dos estoques

Toda a movimentação dos estoques que ocorre dentro da empresa inicia com a

necessidade de produção de determinado produto ou serviço, a partir deste ponto observa-se a

necessidade da aquisição de determinados itens destinados a atender a produção ou prestação

de serviço. Por esse motivo para se ter um controle de entradas e saídas visando tirar o

máximo de proveito do capital investido se faz obrigatório um planejamento de compras. É

importantes que haja um sistema de parceria entre a empresa, fornecedores externos e internos

bem como dos clientes internos e externos. Em uma linha de produção uma função depende

do sucesso da outra visando à melhoria continua do processo sem penalizar a etapa seguinte.

Dessa forma é possível perceber a importância do papel dos estoques. Alguns pontos

são fundamentais e devem ser observados pelos administradores para que se possa obter

sucesso nos negócios da organização. Pequenos descuidos nas aplicações, controles ou

programação dos estoques podem levar a diminuição do lucro. A aplicação indevida em

estoque de mercadorias, pode não render o que deveria, principalmente quando a quantidade

ultrapassa o necessário, descapitalizando a empresa e comprometendo assim outras áreas da

organização.

Algumas das causas da má aplicação dos Estoques:

A falta de uma política de controle de estoque;

A falta de pessoal qualificado;

Compras indevidas (especulação);

Desconhecimento das reais necessidades de consumo;

Armazenagem inadequada;

Dependência de um único fornecedor;

Falta de inspeção rigorosa no recebimento de materiais.

Page 29: Gerenciamento de estoques

Como é possível perceber fatores simples, que muitas vezes passam despercebidos

podem causar resultados desagradáveis para a organização, e pior ainda quando nenhuma

atitude estiver sendo tomada para correção destes problemas.

O atendimento aos clientes na hora, na quantidade e na qualidade certa requerida, tem

sido o objetivo principal de qualquer empresa que busque obter uma vantagem competitiva

duradoura.

Fatores estratégicos fazem parte dessas funções. Reduzir os lead times produtivos (é o

tempo decorrido entre a entrega da matéria-prima ao setor de fabricação e a saída do produto

acabado na linha de montagem/teste final, pronto para ser embalado e entregue ao cliente),

utilizar os estoques como fator de segurança e obter vantagens nos preços são ações possíveis

dentro de um mercado global. Inicialmente, podem-se manter estoques intermediários dentro

de sistemas produtivos, permitindo que os prazos de entrega sejam reduzidos. A segurança

dos estoques é gerada pelas variações aleatórias na demanda de mercado que são

minimizadas. A quebra de máquinas ou o absenteísmo também são administrados com a

colocação de estoques de controle. Já a prevenção dos possíveis aumentos de preços é

objetivo menor frente à grande quantidade de material comprado ou produzido, por vezes,

maiores que a necessidade real.

2.5 Razões para manter estoques

De acordo com Ballou (1993, p. 204), “devemos sempre ter o produto que você

necessita, mas nunca podemos ser pegos com algum estoque”, esta frase representa o dilema

enfrentado pela administração dos estoques. O controle de estoques é considerado parte vital

do composto logístico, pois representa de 25 a 40% dos custos totais, representando parte

substancial do capital da empresa. É por esse motivo que se deve dar a devida atenção ao seu

papel e seu correto gerenciamento.

Toda a armazenagem de produtos tanto de matéria-prima quanto materiais destinados

ou não, a produção exigem investimento por parte da empresa, necessita de espaço físico,

estão sujeitos a obsolência, furtos, desastres naturais, dentre outras inúmeras causas que

podem vir a trazer perdas para a empresa. Entretanto é praticamente impossível se prever a

demanda futura, e nem sempre os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, os

estoques existem para assegurar a estabilidade do processo produtivo.

Page 30: Gerenciamento de estoques

Os estoques podem ser úteis para uma série de finalidades, entre elas:

Melhorar o nível de serviços: o marketing pode beneficiar-se da disponibilidade de

estoques de produtos constantes para vender os produtos da empresa mesmo em épocas de

sazonalidades;

Incentivar economias na produção: através da produção de lotes maiores e

constantes podem-se reduzir custos unitários, já que os custos fixos se diluem com a

fabricação de maiores lotes do mesmo produto. Os estoques agem como amortecedores entre

oferta e demanda, possibilitando uma produção mais constante, que não oscila com as

flutuações de vendas;

Permitir economias em escala nas compras e no transporte: quando se adquirem

grandes lotes de produtos para manufatura se tem a possibilidade de obter descontos no frete,

diferente da compra de pequenos volumes. Também há a possibilidade de negociação de

preços relacionados a produtos quando se negocia com grandes lotes de produtos.

Proteção contra alterações de preços: quando se faz necessária à compra de bens em

mercados abertos que tem seus preços definidos através da curva de oferta e demanda. Podem

ser citados como exemplo produtos agrícolas, minérios, petróleo, são os mais comuns. Podem

ser realizadas compras antecipadas em função de aumento de preços já previstos. Esse fato

acaba por gerar estoques.

Proteção contra oscilações na demanda ou no tempo de ressuprimento: por mais

bem planejado que sejam as atividades da empresa são praticamente impossíveis de se prever

as sazonalidades do mercado, por esse motivo é necessário manter estoques de segurança, não

correndo o risco de não poder atender aos pedidos dos clientes. Correndo o risco de perder

clientes e mercado para a concorrência.

Proteção contra contingências: a empresa deve estar preparada para contingências

que possam vira a ocorrer, greves, incêndios e inundações são apenas alguns dos exemplos

que podem ser citados. Manter estoques reserva é uma maneira de garantir o fornecimento

normal nessas ocasiões.

Avaliando dessa forma parece que manter estoque oferece muitos benefícios, porém

seus custos são elevados. Para o gerente de estoques resta o desafio de minimizar o

investimento em estoques ao mesmo tempo em que balanceia a eficiência da produção e da

logística com necessidades de marketing. O alto custo do capital investido tornou este

problema vital para a empresa.

Page 31: Gerenciamento de estoques

2.6 Controles de estoques

Gurgel (2000, p. 67), nos diz que: “o controle dos estoques envolve as tarefas de

coordenação dos fornecedores, condições físicas, armazenamento, distribuição e registro das

existências de todas as mercadorias”. Como se pode perceber o autor aborda todos os itens de

fundamental importância para se manter os controles dos estoques.

O fator de talvez maior importância para a manutenção de estoques é o planejamento.

A existência de um estoque mínimo e de um estoque regulador é fundamental para que não

existam estoques parados por muito tempo, e não ocorra a falta de itens que podem ser de

fundamental importância. Quando não se tem um controle funcional dos estoques sempre a

um risco das compras de emergência, esse fato pode causar atrasos na produção, parada de

máquinas por falta de peças para manutenção, dentre uma infinidade de situações que podem

vir a ocorrer. A empresa corre o risco de não cumprir seus compromissos perante seus

clientes.

Como forma de minimizar os problemas de compras urgentes pode-se elaborar um

sistema como segue:

Estoque padrão: estabelecer uma listagem de itens que sejam de essencial

importância para o perfeito funcionamento da organização e sempre procurar manter em

estoque um número adequado destes itens.

Listagem básica: referente a itens básicos, determina a quantidade que deve ser

mantida em estoque e as quantidades que deverão ser compradas, quando os estoques

atingirem o mínimo determinado. Tais itens nunca devem faltar nos estoques.

Lista crítica: uma listagem especialmente criada para controle de itens que

tenham maior saída, tanto no campo das vendas quanto no controle de processos internos.

Controles que devem ser utilizados para se manter um bom controle de estoques:

Requisição de materiais: deve ser apresentada pelos departamentos da empresa que

necessitam fazer a retirada dos materiais do Almoxarifado para o andamento da produção;

Ficha de controle de estoque, item de fundamental importância, através da ficha de

estoques procede-se o controle das entradas, saídas e dos saldos que permanecem em estoque.

Page 32: Gerenciamento de estoques

Em geral a ficha de estoques contém quantidades, valores e a data de ocorrência dos fatos que

alteram a situação dos estoques;

Relatórios mensais de estoques, através dos relatórios se podem ter os históricos de

todas as movimentações ocorridas no período. Tem grande validade para a programação de

compras, de vendas, tanto para a contabilidade quanto para os administradores que precisam

tomar decisões de forma precisa;

Solicitação de compra, que começa com a necessidade de aquisição de um item, a

solicitação deverá ser encaminhada para o departamento responsável pelas compras. Este por

sua vez deverá gerar um pedido de compra junto ao fornecedor através de uma cotação de

preços.

Pedido de compra, torna-se de fundamental importância para que se tenha o

controle dos itens já solicitados e que por ventura não tenham sido entregues pelo fornecedor.

Além de auxiliar nos controles internos dos estoques, possibilitar periodicamente se fazer à

avaliação da qualidade dos serviços prestados pelos fornecedores, dentre muitos outros fatores

que poderiam ser expostos como uma vantagem quando se opta por esse tipo de controle.

2.6.1 Planejamento estratégico

Cabe ainda neste item abordarmos uma ferramenta que poderá ser utilizada para ser

obter uma vantagem ainda maior no gerenciamento de estoque, o planejamento estratégico.

Este processo é composto por uma série de fases, sendo que cada fase procura responder a

uma pergunta lógica. É uma maneira de explorar os assuntos obtendo resposta específica para

cada fase. Podemos dizer que estaremos aplicando uma técnica de resolução de problemas.

FASES RESPONDE1. Coleta de dados Quem somos?2. Análise da situação atual Como estamos?3. Diagnóstico da situação atual Onde estamos?4. Metas a alcançar Onde queremos chegar?5. Estratégias Quais meios usaremos para chegar lá?6. Plano de ação O que faremos para chegar lá?7. Avaliação do desempenho Chegamos? E o que falta para chegarmos lá?

Quadro 2 - Fases do planejamento estratégico

Page 33: Gerenciamento de estoques

A fase da coleta de dados é uma das mais importantes do processo de planejamento.

Nesta fase devemos expor sem temor tos os nossos pontos fortes e fracos. Deve-se propor

uma metodologia organizada de avaliação podem-se dividir as atividades em áreas de análise.

E em cada uma delas promover a coleta de dados e análise da situação atual, posteriormente

às outras fases do planejamento.

2.6.2 Diferença entre compras e suprimentos

Embora haja uma certa confusão em se distinguir compras e suprimentos, algumas

vezes até mesmo entendidas como sinônimos, há uma enorme diferença entre este itens. A

missão é bem diferente para cada situação. Enquanto a responsabilidade de compras é

comprar o começo da atividade de suprimentos é o planejamento.

De acordo com Campos (1994, p.15), uma das missões de suprimentos é: “garantir o

fluxo contínuo dos materiais em atendimento aos programas de produção, a custos otimizados

e compatíveis com as planilhas e políticas pré-definidas sobre gestão de materiais”. Dessa

forma pode-se entender que o responsável pelo controle tanto das atividades internas (lead

times de produção), e externas (lead times do mercado fornecedor), é o departamento de

suprimentos.

Dessa forma pode-se entender que quando os departamentos são responsabilizados por

missões de maneira equivocada geralmente não conseguem administrar resultados favoráveis.

E quando a nomenclatura está errada a missão conseqüentemente estará errada. Ficando a

cargo do departamento de compras administrar as desculpas por não poder alcançar as metas

que lhe foram estabelecidas, e não o resultado.

Este tema trata de um assunto muito sério quando se volta esse fato para o

gerenciamento de estoque, pois se o departamento responsável pelo abastecimento não

funciona de forma correta todos os outros processos são penalizados. Neste caso podem ser

acrescidos aos produtos os custos da ineficiência que não agregam valor ao produto e sim

diminuem a vantagem que a empresa poderia obter frente sua concorrência. Reduzindo a

margem de lucro que empresa poderia obter ao final de seu exercício.

Page 34: Gerenciamento de estoques

2.7 A informática no gerenciamento de estoques

Como já esteve exposto anteriormente à informática é um grande auxiliar para facilitar

o processo de gerenciamento dos estoques. Nas grandes empresas são utilizados Sistemas

Informatizados de Gestão Integrada, que possibilitam acesso a informações de forma rápida e

precisa. Porém nas empresas de pequeno porte e com baixa rotatividade estoques podem ser

utilizados desde controles manuais até planilhas que podem ser criadas no em Microsoft

Excel®, dependendo das necessidades e habilidades do gestor.

Geralmente o determinante da forma em que serão tratados os estoque é o tamanho e o

nível de expressividade dos estoques frente ao resultado da empresa. A idéia de “dinheiro

parado” não agrada ninguém. Dessa forma é possível perceber que até mesmo como pessoa

física e não somente empresa sente a necessidade de controlar seus estoques, seja de forma

complexa através de sistema informatizado ou até mesmo anotações manual. O fundamental é

que este controle exista e que independente da forma que seja feito, seja elaborado de forma

funcional e que tenha a possibilidade de auxiliar na tomada de decisão.

2.8 Inventário Físico

O inventário físico consiste na contagem física dos itens em estoque. Em casos de

diferença entre o inventário físico e os registros constantes nos relatórios de estoques, devem

ser feitos ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias.

De acordo com Martins e Alt (2003, p.156), “o inventário físico é geralmente efetuado

de dois modos: periódico ou rotativo” que serão expostos abaixo.

É chamado de periódico quando em determinado período – normalmente no

encerramento dos exercícios fiscais, ou duas vezes por ano – faz-se a contagem física de todos

os itens do estoque. Nestas ocasiões pode ser colocado um número maior de pessoas para

auxiliar na contagem, já este procedimento deve ser concluído no menor espaço de tempo

possível.

Nos casos de inventário rotativo quando permanentemente se contam os itens em

estoque, elabora-se um programa em que os estoques sejam contados pelo menos uma vez

Page 35: Gerenciamento de estoques

dentro do exercício fiscal (normalmente um ano). Essa política exigirá certo número de

pessoas dedicadas à contagem dos itens em período integral durante o ano todo.

Um critério usual é contar a cada três meses 100% dos itens de classe A, 50% dos

itens de classe B e 5 % dos itens de classe C.

Porém nada impede a própria empresa de definir uma política interna de controle de

seus estoques que se encaixe em suas necessidades. Podem ser feitas conferência por

amostragem de itens, pelos itens mais significativos, com maiores valores, sempre atentando

para o custo do processo e a finalidade de tal controle.

2.9 Avaliação dos estoques

O princípio contábil de Custo de Aquisição determina que se incluam no custo dos

materiais, além do preço, todos os outros custos decorrentes da compra, e que se deduzam

todos os descontos e bonificações eventuais recebidas.

O método de avaliação escolhido afetará o total do lucro a ser reportado para um

determinado período contábil. Permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o

estoque final avaliado, maior será o lucro reportado, ou menor será o prejuízo. Quanto menor

o estoque final, menor será o lucro reportado, ou maior será o prejuízo.

Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos materiais

entre duas ou mais compras (inflação, custo do transporte, procura de mercado, outro

fornecedor, etc.), surge o problema de selecionar o método que se deve adotar para avaliar os

estoques.

Os métodos mais comuns são:

Custo médio;

Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS);

Último a entrar, primeiro a sair (UEPS).

Page 36: Gerenciamento de estoques

2.9.1 Custo médio

Este método, também chamado de método da média ponderada ou média móvel,

baseia-se na aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos. O método de avaliação

do estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco e usado amplamente.

Ficha de Estoques

Produto: Exemplo 01 Método de Avaliação: Custo médio

Data

Entradas Saídas Saldo

QtdeCusto

Unitário

Custo

TotalQtde

Custo

Unitário

Custo

TotalQtde

Custo

Unitário

Custo

Total

02/01/2006 10 1,00 10,00 10 1,00 10,00

15/01/2006 10 1,20 12,00 20 1,10 22,00

20/01/2006 5 1,10 5,50 15 1,10 16,50

Tabela 1 - Ficha de estoque – custo médio.

2.9.2 Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS)

Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro que

entra é o primeiro que sai (PEPS). À medida que ocorrem as vendas, vamos dando baixas no

estoque a partir das primeiras compras, o que equivaleria ao raciocínio de que

vendemos/compramos primeiro as primeiras unidades compradas/produzidas, ou seja, a

primeira unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada no processo de produção ou a

ser vendida.

Dentro desse procedimento, o estoque é representado pelos mais recentes preços pagos

apresentando, dessa forma, uma relação bastante significativa com o custo de reposição.

Obviamente, com a adoção desse método, o efeito da flutuação dos preços sobre os resultados

é significativo, as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das

Page 37: Gerenciamento de estoques

principais razões pelas quais alguns contadores mostram-se contrários a esse método.

Entretanto, não é objeto do procedimento em si, e sim o conceito do resultado (lucro).

As vantagens do método são:

Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles de maneira

lógica e sistemática;

O resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas saídas;

O movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e ordenada,

representa uma condição necessária para o perfeito controle dos materiais, especialmente

quando estes estão sujeitos a deterioração, decomposição, mudança de qualidade, etc.

Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS).

Ficha de EstoquesProduto: Exemplo 01 Método de Avaliação: Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS)

DataEntradas Saídas Saldo

Qtde Custo

Unitário

Custo

TotalQtde Custo

Unitário

Custo

TotalQtde Custo

Unitário

Custo

Total02/01/2006 10 1,00 10,00 10 1,00 10,00

15/01/2006 10 1,20 12,00 10 1,20 12,00

20/01/2006 5 1,00 5,00 15 - 17,00

Tabela 2 - Ficha de Estoque – primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS).

2.9.3 Último a entrar, primeiro a sair (UEPS)

O UEPS (último a entrar, primeiro a sair) é um método de avaliar estoque muito

discutido. O custo do estoque é determinado como se as unidades mais recentes adicionadas

ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas) (primeiro a sair).

Supõe-se, portanto, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao

custo destas unidades. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos itens

vendidos/saídos tende a refletir o custo dos itens mais recentemente comprados (comprados

ou produzidos, e assim, os preços mais recentes). Também permite reduzir os lucros líquidos

Page 38: Gerenciamento de estoques

relatados por uma importância que, se colocada à disposição dos acionistas, poderia

prejudicar as operações futuras da empresa.

O método UEPS não alcança a realização do objetivo básico, porque são debitados

contra a receita os custos mais recentes de aquisições e não o custo total de reposição de todos

os itens utilizados.

As vantagens e desvantagens do método UEPS são:

É uma forma de se custear os itens consumidos de maneira sistemática e realista;

Nas indústrias sujeitas a flutuações de preços, o método tende a minimizar os

lucros das operações;

Em períodos de alta de preços, os preços maiores das compras mais recentes são

apropriados mais rapidamente às produções reduzindo o lucro;

O argumento mais generalizado em favor do UEPS é o de que procura determinar

se a empresa apurou, ou não, adequadamente, seus custos correntes em face da sua receita

corrente. De acordo com o UEPS, o estoque é avaliado em termos do nível de preço da época,

em que o UEPS foi introduzido.

Ficha de Estoques

Produto: Exemplo 01 Método de Avaliação: Último a entrar, primeiro a sair (UEPS).

Data

Entradas Saídas Saldo

QtdeCusto

Unitário

Custo

TotalQtde

Custo

Unitário

Custo

TotalQtde

Custo

Unitário

Custo

Total

02/01/2006 10 1,00 10,00 10 1,00 10,00

15/01/2006 10 1,20 12,00 10 1,20 12,00

20/01/2006 5 1,20 6,00 15 - 16,00

Tabela 3 - Ficha de estoques – último a entrar, primeiro a sair (UEPS).

2.10 Outros métodos

Custo de mercado na data de entrega para consumo – itens de estoque

padronizados e comercializados em Bolsas de Mercadorias, tais como algodão, café, trigo crú,

Page 39: Gerenciamento de estoques

etc., são, às vezes, apropriados à produção pelo preço de cotação na Bolsa na data de entrega

para consumo. Este procedimento substitui o custo de compra pelo custo de reposição e tem a

virtude de apropriar os itens pelo custo corrente, que é, sem dúvida, mais significativo.

Custo de mercado ou reposição – através de um sistema pelo qual os ganhos ou

perdas, na avaliação de estoques, sejam registrados separadamente dos lucros operacionais, a

administração será informada sobre os efeitos da variação dos preços nos lucros da empresa e

sobre o valor de mercado corrente, útil na área de planejamento e na de tomada de decisão.

Um elemento-chave desse sistema é o valor de mercado (custo de reposição) dos itens de

estoque. O objetivo principal do custo de reposição é determinar o custo da compra atual de

um bem que pode estar no estoque há diversos meses, devendo prevalecer para fins de

determinação inicial do preço de venda.

2.11 Curva ABC

A curva ABC é um importante instrumento para se examinar estoques, permitindo a

identificação daqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto a sua

administração. Ela consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses

ou 1 ano), do consumo em valor monetário ou quantidade dos itens de estoque, para que eles

possam ser classificados em ordem decrescente de importância.

Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou da quantidade, dá-se

à denominação de itens da classe A, aos intermediários, itens da classe B, e aos menos

importantes, itens da classe C.

Não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do total dos itens que

pertencem à classe A, B ou C. Os itens de classe A pode representar entre 35% e 70%, sendo

os mais significativos, os de classe B variam entre 10% e 45%, e os itens de classe C

representam o restante dos valores movimentados no período.

A experiência demonstra que poucos itens, de 10% a 20% do total, são da classe A, a

classe B representa entre 30% a 40%, enquanto uma grande quantidade, em torno de 50%,

pertence à classe C. A curva ABC é muito usada para a administração de estoques, para a

definição de políticas de vendas, para estabelecimento de prioridades, para a programação da

produção, etc.

Page 40: Gerenciamento de estoques

A seguir podemos construir a curva ABC do estoque sabendo-se que, durante um

determinado ano-base, a empresa “X” apresentou a seguinte movimentação de seu estoque de

15 itens.

Item Consumo (unidades/ano) Custo ($/unidade)1001 2.460 12,001002 12.025 2,051003 23.590 0,451004 3.480 2,601005 9.870 0,751006 6.540 0,801007 1.890 2,751008 25 150,001009 680 3,901010 670 3,601011 345 6,801012 4.020 0,501013 5.680 0,351014 450 2,351015 1.250 0,08

Tabela 4 - Movimentação de estoques.

Item Consumo (unidades/ano) Custo ($/unidade) Custo Total ($/unidade)1001 2.460 12,00 $ 29.520,001002 12.025 2,05 $ 24.651,251003 23.590 0,45 $ 10.615,501004 3.480 2,60 $ 9.048,001005 9.870 0,75 $ 7.402,501006 6.540 0,80 $ 5.232,001007 1.890 2,75 $ 5.197,501008 25 150,00 $ 3.750,001009 680 3,90 $ 2.652,001010 670 3,60 $ 2.412,001011 345 6,80 $ 2.346,001012 4.020 0,50 $ 2.010,001013 5.680 0,35 $ 1.988,001014 450 2,35 $ 1.057,50

Page 41: Gerenciamento de estoques

1015 1.250 0,08 $ 100,00

Tabela 5 - Cálculo do valor monetário consumido no período.

Item Custo Total ($/unidade)1001 $ 29.520,001002 $ 24.651,251003 $ 10.615,501004 $ 9.048,001005 $ 7.402,501006 $ 5.232,001007 $ 5.197,501008 $ 3.750,001009 $ 2.652,001010 $ 2.412,001011 $ 2.346,001012 $ 2.010,001013 $ 1.988,001014 $ 1.057,501015 $ 100,00

TOTAL $ 107.982,25

Tabela 6 - Cálculo do custo total de cada item.

Item Custo Total ($/unidade) Percentual Percentual Acumulado1001 $ 29.520,00 27,34 27,341002 $ 24.651,25 22,83 50,171003 $ 10.615,50 9,83 60,001004 $ 9.048,00 8,38 68,381005 $ 7.402,50 6,86 75,231006 $ 5.232,00 4,85 80,081007 $ 5.197,50 4,81 84,891008 $ 3.750,00 3,47 88,361009 $ 2.652,00 2,46 90,821010 $ 2.412,00 2,23 93,051011 $ 2.346,00 2,17 95,231012 $ 2.010,00 1,86 97,091013 $ 1.988,00 1,84 98,931014 $ 1.057,50 0,98 99,91

Page 42: Gerenciamento de estoques

1015 $ 100,00 0,09 100,00

Tabela 7 - Calcular os percentuais de cada um dos itens em relação ao total.

Analisando a tabela acima é possível perceber que os três primeiros itens representam

60% do total de gastos com material de estoques no período, portanto representam os itens

tipicamente de classe A. Os quatro itens seguintes representam 25% dos gastos com materiais,

sendo classificados como itens de classe B. Os oito itens restantes representam 15% dos

gastos, e serão classificados como itens de classe C.

Baseados nos dados da Tabela 7 podem-se criar o gráfico da curva ABC. Na figura 3

observa-se que 20% dos itens (classe A), representam 60% dos gastos, 26,7% dos itens (classe

B) correspondem a 25% dos gastos, e 53,33% dos itens (classe C) respondem por apenas 15%

dos gastos.

Gráfico 1 - Gráfico da Curva ABC.

Fazendo a análise ABC dos estoques, que multiplica o custo unitário com volume

comprado, permite que cada classe (A, B ou C) tenha um tratamento diferenciado. É possível

Page 43: Gerenciamento de estoques

perceber que os itens de classe A são os que merecem maior atenção por parte do

administrados de materiais. Pois uma economia de 10% nestes itens, por exemplo,

representaria uma economia real de 6% no total dos gastos com materiais.

Por outro lado, uma análise exclusiva da relação pode levar a distorções perigosas para

a empresa, pois ela não considera a importância do item em relação à operação do sistema

como um todo. O exemplo que pode ser exposto é o de itens de manutenção de baixo custo

unitário e comprado em pequenas quantidades que podem afetar o funcionamento de todo um

sistema produtivo e a segurança da fábrica. Um simples parafuso de baixo custo e consumo,

que geralmente é um item de classe C, pode interromper todo o funcionamento de um

equipamento ou instalação essencial à produção de bens e serviços.

Mas então o que se deve fazer para não cometer erros no sistema de gerenciamento de

estoque? Essa é sem dúvida a grande questão que o administrador de materiais deve levar em

conta para estabelecer seu plano de controle dos estoques.

Para resolver essa deficiência da análise custo unitário vazes volume, muitas empresas utilizam um conceito chamado criticidade dos itens de estoque. Criticidade é a avaliação dos itens quanto ao impacto que sua falta causará na operação da empresa perante os clientes, na facilidade de sua substituição do item por um outro e na velocidade de obsolência (MARTINS e ALT 2003, p.165).

Com base nesse conceito de criticidade abordado pelo autor, é possível criar uma

tabela com as seguintes classificações; itens de classe A (cuja falta causa interrupção da

produção dos bens e serviços e cuja substituição é difícil e sem fornecedor alternativo), classe

B (itens cuja falta não provoca efeitos na produção de bens e/ou serviços no curto prazo) e

classe C (os demais itens).

Classe Grau de importância dos itens

A imprescindíveis (sua falta interrompe a produção)

B importantes (sua falta não impacta a produção no curto prazo)

C demais itens

Tabela 8 - Grau de importância dos itens.

Com tudo que foi exposto até o momento é possível concluir que uma análise detalha

dos estoques é uma obrigação de todo o administrador de materiais. Não somente em

decorrência dos volumes de capital envolvidos, mas, principalmente pela vantagem

competitiva que a empresa pode obter, dispondo de mais rapidez e precisão no atendimento

aos clientes.

Page 44: Gerenciamento de estoques

2.12 A importância dos estoques para o gerenciamento

A aplicação de recursos em estoques reduz a disponibilidade da empresa em cumprir

com as obrigações ou mesmo de investir em financiamento de vendas, renovação de

maquinários, conservação do parque fabril, dentre outros investimentos que poderiam estar

sendo feitos visando à melhoria do processo produtivo. Se isso ocorre, a empresa será

obrigada a buscar outras formas de captar recursos, recorrer ao mercado financeiro por

exemplo. Mas uma desvantagem muito grande já que bancos e instituições financeiras cobram

uma pesada taxa de juros, além disso, a dificuldade em se obter financiamentos desestimula

esse tipo de operação.

O controle de estoques exerce influência muito grande na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras. Portanto o inventário desvia fundos de outros usos potenciais e tem o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da companhia. Aumentar a rotatividade do estoque auxilia a liberar ativo e economiza o custo de manutenção de investimento de inventário (normalmente em torno de 20% do seu valor médio (BALLOU, 1993, p. 208)).

As demonstrações financeiras nos fornecem uma série de dados que possibilitam gerar

informações de extrema importância para o gerenciamento do empreendimento. Temos os

índices de liquidez, de endividamento ou solvência, índices de atividade ou eficiência

operacional e os índices de lucratividade e rentabilidade, que são os mais conceituados para a

análise das operações da empresa. Através da análise minuciosa destes itens podemos gerar as

informações necessárias para a correta tomada de decisões.

Além disso, não pode passar despercebidos os custos com a armazenagem de

materiais. No caso do gerenciamento dos estoques alguns dos índices de maior importância

são os quocientes de rotação ou de atividade.

Os quocientes de rotação, também conhecidos por quocientes de atividade, obtidos pelo confronto dos elementos da demonstração do Resultado do exercício com elementos do Balanço Patrimonial, evidenciam o tempo necessário para que os elementos do Ativo se renovem (RIBEIRO, 2002, p. 167).

Page 45: Gerenciamento de estoques

Dessa forma é possível perceber que a empresa que tem como objetivo a maior

vantagem competitiva possível sobre a concorrência deve valorizar a análise dos indicadores

que vão apontar as deficiências e também os pontos fortes do negócio. No caso específico dos

estoques pode-se utilizar o Índice de Rotação de Estoques sua fórmula é dada da seguinte

forma:

No caso de empresas comerciais:

RE = Custo das Mercadorias Vendidas

Estoque Médio de Mercadorias

Em empresas industriais substitui-se o Custo das Mercadorias Vendidas, pelo Custo

dos Produtos Vendidos. Sendo o Estoque Médio obtido somando-se os respectivos estoques

inicial e final dividindo-se o total por 2.

De acordo com Ribeiro (2002, p. 168), “este quociente evidência quantas vezes

ocorreu renovação dos estoques de mercadorias ou produtos, em função das vendas”, este

indicador revela quantas vezes o estoque da empresa foi vendido ou consumido internamente

e reposto através das compras.

Por se tratar de uma conta do Ativo que tem fundamental importância os estoques

também influenciam nos Índices de Liquidez, que mede a capacidade da empresa em honrar

seus compromissos perante os fornecedores e clientes. A conta estoques tem uma grande

influência também no resultado final da empresa, caso este não seja controlado de forma

correta pode acarretar uma má interpretação deste.

2.13 O sistema Just in Time

Por ser uma ferramenta amplamente utilizada para auxiliar na perfeita utilização dos

estoques o sistema Jus in time terá destaque especial nesta parte da pesquisa.

2.13.1 Conceitos gerais

Page 46: Gerenciamento de estoques

É um termo utilizado para indicar que um processo é capaz de responder

instantaneamente a demanda, sem a necessidade de qualquer estoque adicional, seja na

expectativa de demanda futura, seja como resultado de ineficiência no processo.

O sistema Just In Time é uma filosofia de administração da manufatura, surgida no

Japão, nos meados da década de 60, tendo a sua idéia básica e seu desenvolvimento creditados

a Toyota Motor Company, por isso também conhecido como o “Sistema Toyota de

Produção”. O idealista desse sistema foi o vice-presidente da empresa Taiichi Ohno.

Este novo enfoque na administração da manufatura surgiu de uma visão estratégica,

buscando vantagem competitiva através da otimização do processo produtivo. Os conceitos da

filosofia JIT foram extraídos da experiência mundial em manufatura e combinados dentro de

uma visão holística do empreendimento. Os principais conceitos são independentes da

tecnologia, embora possam ser aplicados diferentemente com os avanços técnicos.

O sistema visa administrar a manufatura de forma simples e eficiente, otimizando o

uso dos recursos de capital, equipamento e mão-de-obra. O resultado é um sistema de

manufatura capaz de atender as exigências de qualidade e entrega de um cliente, ao menor

custo possível.

Just in time é um neologismo, expressão que em português significa bem na hora,

define um método de produção. É um sistema de produção em que o produto ou matéria

prima chega ao local necessário, para seu uso ou venda, sob demanda, no momento exato em

que for necessário. A principal meta do sistema JIT é a total eliminação de estoque, em todos

os estágios do processo.

Este sistema tende a reduzir os custos operacionais, já que diminui a necessidade da

mobilização e manutenção de espaço físico, principalmente na estocagem de matéria-prima

ou de mercadoria a ser vendida.

Existem três idéias básicas sobre as quais se desenvolve o sistema Just In Time:

A primeira é a integração e otimização de todo o processo de manufatura. Aqui

entra o conceito amplo, total, dado ao valor do produto, ou seja, tudo o que não agrega valor

ao produto é desnecessário e precisa ser eliminado. O JIT visa reduzir ou eliminar funções e

sistemas desnecessários ao processo global da manufatura. No processo produtivo, o JIT visa

eliminar atividades como inspeção, retrabalho, estoque etc. Muitas das funções improdutivas

que existem em uma empresa foram criadas devido à ineficiência ou incapacidade das funções

Page 47: Gerenciamento de estoques

iniciais. Assim, o conceito de integração e otimização começa na concepção e projeto de um

novo produto.

A segunda idéia é a melhoria contínua. O JIT fomenta o desenvolvimento de

sistemas internos que encorajam a melhoria constante, não apenas dos processos e

procedimentos, mas também do homem, dentro da empresa. A atitude gerencial postulada

pelo JIT é : “nossa missão é a melhoria contínua”. Isto significa uma mentalidade de trabalho

em grupo, de visão compartilhada, de revalorização do homem, em todos os níveis, dentro da

empresa. Esta mentalidade permite o desenvolvimento das potencialidades humanas,

conseguindo o comprometimento de todos pela descentralização do poder. O JIT precisa e

fomenta o desenvolvimento de uma base de confiança, obtida pela transparência e

honestidade das ações. Isto é fundamental para ganhar e manter vantagem competitiva.

A terceira idéia básica do JIT é entender e responder às necessidades dos clientes.

Isto significa a responsabilidade de atender o cliente nos requisitos de qualidade do produto,

prazo de entrega e custo. O JIT enxerga o custo do cliente numa visão maior, isto é, a empresa

JIT deve assumir a responsabilidade de reduzir o custo total do cliente na aquisição e uso do

produto. Desta forma, os fornecedores devem também estar comprometidos com os mesmos

requisitos, já que a empresa fabricante é cliente dos seus fornecedores. Clientes e

fornecedores formam, então, uma extensão do processo de manufatura da empresa.

2.13.2 Os objetivos da manufatura JIT

O planejamento de um sistema de manufatura JIT requer o entendimento dos objetivos

e metas nos quais o JIT está baseado (isto ocorre em paralelo com o processo de elaboração

da estratégia competitiva). Após o estabelecimento dos objetivos, o processo de planejamento

torna-se o de determinar o que é necessário para atender a esses objetivos.

A meta do JIT é desenvolver um sistema que permita a um fabricante ter somente os

materiais, equipamentos e pessoas necessários a cada tarefa. Para se conseguir esta meta, é

preciso, na maioria dos casos, trabalhar sobre seis objetivos básicos:

Integrar e otimizar cada etapa do processo de manufatura;

Produzir produtos de qualidade;

Reduzir os custos de produção;

Page 48: Gerenciamento de estoques

Armazém de recebimento

Estoque em processo

Armazém de produtos acabados

Sem estoques de segurança

Produzir somente em função da demanda;

Desenvolver flexibilidade de produção;

Manter os compromissos assumidos com clientes e fornecedores.

Na verdade, esses objetivos são aspirações normais para qualquer empresa, porém,

nem sempre exeqüíveis, devido ao desconhecimento dos meios para alcançá-los. Entretanto, a

filosofia de administração da manufatura Just In Time proporciona ferramentas gerenciais que

possibilitam o atendimento desses objetivos.

O que diferencia as empresas de sucesso com a implantação do JIT das demais é o fato

de que não há estoques. É necessário que se pense em todos os setores da empresa em que

normalmente há estoque e que se responda a seguinte questão: por quê? Por que há estoques

de matérias primas, ferramentas, peças, combustível, lubrificantes e estoques de papelaria,

etc?

As razões obvias serão discutidas a seguir:

Entregas imprevisíveis ou não confiáveis: quanto menos confiáveis ao as entregas,

maior a necessidade de estoques de segurança.

Figura 3 - Princípios do Just in Time.

Para se manter estes estoques comprometemos o capital da empresa no sentido de nos

resguardarmos de problemas que deveriam ser resolvidos às custas de nossos fornecedores e

não as custas da empresa. Geralmente são duas as razões principais para que ocorra esse tipo

de evento:

Page 49: Gerenciamento de estoques

1) Inconscientemente se aceita o fato de que nenhum fornecedor é perfeito e por motivo

de seus problemas, deve-se fazer concessões, criando salvaguardas internas, ou seja, os custos

da fragilidade dos fornecedores estão sendo suportados, pela simples razão de que “as coisas

são como são”;

2) Instintivamente porque a conseqüência da falta de material poderia ser catastrófica, a

responsabilidade e as conseqüências seriam, normalmente atribuída ao departamento de

compras, aquele sofrerá as críticas, por não haver providenciado níveis seguros de estoque,

nunca os fornecedores que faltaram com seus compromissos.

De acordo com o que foi exposta até o momento a imprevisibilidade de um fornecedor

deveria se tida como resultado da política do fornecedor e do comprador. Devido as estes

fatos o que acabar por ocorrer é um aumento exagerado nos níveis de estoque visando

estabelecer um padrão de segurança para o andamento dos processos, assim há dois eventos

mutuamente exclusivos possíveis:

Excessivo custo com estoques de segurança;

Custos conseqüentes de falta repentina de material.

Baseando-se nestas afirmativas é possível se estabelecer à necessidade de um plano de

ação que embora dificilmente seja de todo certeiro pode em curto prazo resolver a maior parte

dos problemas relacionados aos estoques. Esse plano de ação consiste na identificação dos

principais problemas encontrados e assegurar-se que tais eventos não tornem, o planejamento

é essencial. Também é possível se aprender muito com as próprias experiências, as causas

devem ser identificadas, não basta apenas constatar sua existência é preciso agir.

A má qualidade dos fornecedores: enquanto no Japão se desenvolveu um sistema de

relacionamentos colaborativo de longo prazo com os fornecedores, baseado no mútuo

interesse na quantidade das vendas do produto final. Enquanto isso nas empresas ocidentais

desenvolve-se um relacionamento adversarial no sentido de se reduzir este problema.

Estoque da fábrica: Diversas são as razões pela existência de estoques nas fábricas,

algumas vezes eles surgem simplesmente por alguma falha no processo á frente na linha

causando um congestionamento. Estes estoques aumentam ou diminuem constantemente sem

que sejam documentadas suas causas, já que não há requisições envolvidas.

Obviamente a qualquer momento haverá materiais, componentes, produtos químicos

ou ingredientes sendo processados, mas se forem estimados e sua quantidade determinada for

subtraída do valor total do “material em processo”, o resultado representará o grau de

oportunidade de melhoramento através do JIT. Numa fábrica JIT ideal, esse número deverá

ser zero.

Page 50: Gerenciamento de estoques

Embora a responsabilidade pelo material em processo pareça estar sob

responsabilidade da administração da linha de produção muitas das causas do alto nível de

material em processo está fora de seu controle.

Essas causas podem incluir:

Quebras de máquina;

Absenteísmo;

Preparação de máquina;

Capacidade da máquina;

Habilidade do operador;

Programação;

Planejamento do processo;

Mix de produtos;

Variações do material;

Modificações no produto;

Padrões por turno;

Apoio especializado.

As afirmações expostas neste item são apenas algumas das razões levantadas pelo

sistema JIT como motivo para não se manter estoques. Embora existam várias outras as quais

não serão abordadas neste estudo, pois o objetivo principal é apenas demonstra a existência e

metodologia deste sistema. A total eliminação dos estoques é apenas um dos objetivos do JIT.

Cabe ao gerente de materiais escolher o melhor caminho a ser seguido como forma de melhor

estabelecer parâmetros para melhor administrar seus estoques.

2.13.3 O JIT e os desperdícios da produção

O objetivo da eliminação do desperdício é o que caracteriza uma manufatura que

acrescenta valor, característica essencial do Just In Time. Para uma redução efetiva dos custos

Page 51: Gerenciamento de estoques

da produção, os desperdícios devem ser todos analisados e ponderados porque estão inter-

relacionados estão facilmente encobertos pela complexidade de uma grande organização. As

sete categorias de desperdícios na produção são :

1) Desperdício de Superprodução - É o desperdício de se produzir antecipadamente à

demanda, para o caso de os produtos serem requisitados no futuro.

2) Desperdício de Espera - Trata-se do material que está esperando para ser

processado, formando filas que visam garantir altas taxas de utilização dos equipamentos.

3) Desperdício de Transporte - O transporte e a movimentação de materiais são

atividades que não agregam valor ao produto produzido e são necessárias devido às restrições

do processo e das instalações, que impõem grandes distâncias a serem percorridas pelo

material ao longo do processamento.

4) Desperdício de Processamento - Trata-se do desperdício inerente a um processo não

otimizado, ou seja, a realização de funções ou etapas do processo que não agregam valor ao

produto.

5) Desperdício de Movimento - São os desperdícios presentes nas mais variadas

operações do processo produtivo, decorrentes da interação entre o operador, máquina,

ferramenta e o material em processo.

6) Desperdício de Produzir Produtos Defeituosos - São os desperdícios gerados pelos

problemas da qualidade. Produto defeituoso significa desperdiçar materiais, mão-de-obra, uso

de equipamentos, além da movimentação e armazenagem de materiais defeituosos, inspeção

de produtos, etc..

7) Desperdício de Estoques - O desperdício de estoque interage fortemente com todos

os outros desperdícios.

Na abordagem tradicional, os estoques têm sido utilizados para evitar

descontinuidades do processo produtivo frente aos problemas de produção, que podem ser

agrupados em três grandes grupos:

- Problemas de Qualidade

- Problemas de Quebra de Máquina

- Problemas de Preparação de Máquina (Setup)

Nível de defeitos é a relação (expressa em percentual ou em partes por milhão - ppm)

entre os itens não conformes e o total de itens gerados pelo processo produtivo.

Page 52: Gerenciamento de estoques

Capital Parado

Erros de separação

Danos na armazenagem

Degradação

Danos por roedores

Custos Ocultos

2.13.4 Depósito de produtos acabados

Hutchins (1993, p. 58), nos diz que: “uma das metas do JIT é a total eliminação dessas

instalações”, mesmo as empresas de pequeno porte mantém enormes quantidades de produtos

acabados por todo o país. Mesmo não levando em conta os custos das instalações incorrem-se

custos adicionais pela deterioração, aquecimento, manutenção, manuseio, danificações e de

escolha (picking – termo utilizado para designar seleção errada de itens do estoque).

Nestas fábricas constantemente há a questão das diferenças de inventário, termo usado

para designar “perdas inexplicáveis” de produtos do depósito. Na figura 4 dá um exemplo

desta situação

Figura 4 - Os custos ocultos do depósito de produtos acabados.

2.13.5 O papel dos estoques

Page 53: Gerenciamento de estoques

Em uma abordagem tradicional os estoques são considerados úteis para proteger o

sistema produtivo de problemas que podem causar interrupção do fluxo de produção (falta de

peças para manutenção, falta de matéria prima, etc.). Estoque tem o papel de dar

independência a cada fase de produção sem que nenhuma delas seja prejudicada. No sistema

JIT os estoques são tidos como nocivos, por ocuparem espaço e representarem elevados

investimentos em estrutura física, e principalmente por esconderem os problemas da produção

que resultam de baixa qualidade e produtividade. A presença dos estoques dificulta a

identificação deste tipo de problema.

As empresas que empregam o sistema JIT reconhecem que há a necessidade de

alguma quantidade de estoques em processo para que se possa dar continuidade à produção,

contudo argumentam que a necessidade é menor do que se considera. Porém, manter uma

linha de produção com pouco estoque em processo passa a ser uma tarefa de certa forma

difícil. É necessário exigir mais dos trabalhadores para que produzam, sistematicamente e

consistentemente, segundo as taxas de produção e os níveis de qualidade desejados, e que

nenhuma etapa do processo seja interrompida por falta de material.

2.14 Como definir e prever estoques

Para a correta definição dos estoques, devem ser levados em consideração esses dois

fatores: Quanto menor o estoque menor a necessidade de capital imobilizado e nunca deve

faltar produto para venda. Ou seja, se a empresa buscar o menor estoque, corre o risco de

perder uma venda por falta de produto. Além disso, produtos diferentes possuem giros

diferentes e sazonalidades ocorrem em vários negócios.

Para equilibrar esses dois aspectos, um dos caminhos é a utilização intensa da

informação. A partir de históricos de vendas (giro das mercadorias), por produto, por época

do ano, etc., é possível ter uma aproximação dos estoques mínimos necessários para atender

as demandas.

Outro fator importante é o prazo de entrega dos fornecedores, quanto menores eles

forem menores também podem ser os estoques. Apesar de todo esforço ainda não existe

solução para grandes oscilações de demanda, como as causadas por ondas de calor ou frio

inesperadas, por exemplo.

Page 54: Gerenciamento de estoques

2.15 A manutenção de equipamentos e sua influencia nos estoques

Um fato que passa muitas vezes desapercebido, mas que pode trazer uma grande “dor

de cabeça” para o gerente de materiais é a manutenção dos equipamentos. Toda a indústria

manufatureira necessita de máquinas e equipamentos para realização de suas tarefas, para a

fabricação dos produtos. Mais cedo ou mais tarde essas máquinas/equipamentos vão

apresentar desgaste e acabar parando, necessitando de manutenção. Neste momento começa

um novo dilema para gestor dos estoques, manter ou não itens de manutenção em estoque? Se

a resposta for sim, que quantidade de itens de cada peça, cada componente deve ser mantido?

Se a resposta é não, quem se responsabilizará em uma eventual parada de máquina em que as

peças ou componentes não estejam à disposição para sua substituição?

Trata-se sem dúvida de um assunto de extrema delicadeza, de solução um tanto quanto

complicada porém se pode estabelecer um plano de ação que geralmente é eficiente. A

elaboração de planos de manutenção podem não somente auxiliar o pessoal de manutenção,

também é eficaz quando se volta a visão para os gastos com estocagem de peças e

componentes.

Geralmente são itens pertencentes à classe C (exposto no item 2.11), seus valores

podem variar desde alguns poucos centavos até alguns milhares de reais. Toda uma linha de

produção pode ser parada por falta de um simples parafuso que custa apenas alguns centavos.

Esse fato pode causa perdas no processo produtivo, atraso em entregas, congestionamento na

linha de produção, dentre inúmeras outras ocorrências que podem ser registradas.

Existem vários tipos de planos de manutenção que podem ser:

Manutenção Corretiva Não Planejada;

Manutenção Corretiva Planejada;

Manutenção Preventiva;

Manutenção Preditiva;

Manutenção Detectiva;

Engenharia de Manutenção.

Cabe ao administrador escolher qual plano será adotado e que melhor se encaixe de ao

processo da empresa.

Não nos cabe aqui expor detalhes sobre planos de manutenção, já que o estudo baseia

no gerenciamento de estoques, porém como foi exposto é um fator que influência na tomada

Page 55: Gerenciamento de estoques

de decisão quanto à política de estoques. Sem sombra de dúvida quando há planejamento de

manutenção podem ser reduzidos os gastos com estoques deste tipo de materiais. Assim pode-

se investir em outros itens que tenham maior relevância levando-se em conta que peças ou

componentes parados nos estoques da empresa não agregam valor ao produto.

2.16 Os estoques no e-commerce

No e-commerce, é muito importante à administração racional do estoque, pois ela

contribui para a redução dos custos das operações logísticas. Além disso, a empresa que não

tiver o produto disponível para entrega imediata perde mercado. A partir da estimativa de

demanda, do tempo de reabastecimento e de outros fatores, é possível se estabelecer o nível

de estoque ótimo.

A administração de estoques envolve o uso de eficientes técnicas de armazenagem,

além de sistemas adequados para controle gerencial dos depósitos de estocagem,

principalmente quando se trabalha com um grande número de itens. Uma questão crítica se

refere à determinação do nível de estoque que a própria empresa deve possuir, e aquele em

que ela pode contar com o estoque do fornecedor. Essa questão é ligada ao questionamento

sobre até que ponto a eficiência da logística pode substituir o estoque.

Em alguns casos, podem-se vender produtos sem tê-los em estoque, abastecendo-se no

fornecedor para entrega direta ao consumidor. Nesse caso, o fornecedor precisa ser ágil e

atender ao pedido em um prazo mínimo. Essa estratégia, em geral, é mais econômica, pois se

fazem os pedidos diretamente ao fornecedor, sem incorrer custos de estocagem. Os maiores

problemas se referem aos varejistas que trabalham com muitos fornecedores. No caso do

próprio fabricante vender para o consumidor, não há esse problema, devendo a empresa se

preocupar apenas com a entrega ao consumidor.

Outro aspecto a ser destacado refere-se ao gerenciamento de estoques on-line, que

pode aprimorar a relação da empresa com o fornecedor e o sistema de entregas. Pela web, o

fornecedor pode programar, de forma automática, o estoque do cliente. O diferencial dessa

logística, com auxílio da rede eletrônica, baseia-se no gerenciamento dos estoques e na

integração da cadeia de operação, desde o fornecedor até ao consumidor.

Como se pode perceber, há empresas de logística que procuram suprir a falta de

estrutura de lojas virtuais, não só controlando a carga, mas, também, gerenciando os estoques.

Page 56: Gerenciamento de estoques

3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

O presente capítulo abordará a descrição e análise dos dados que foram abordados

durante a e pesquisa, visando elucidar a importância deste estudo. Este pode ser considerado

como uma parte de fundamental importância para o entendimento da metodologia adotada

neste trabalho.

3.1 Vantagens do gerenciamento de estoques

Como foi exposto neste trabalho é possível através de um de um sistema de

gerenciamento de estoques estabelecer uma série de vantagens competitivas perante a

concorrência. Toda e qualquer empresa manufatureira independente de seu ramo de atividade

tem como princípio a obtenção de retorno sobre seus investimentos. Durante todo o processo

seja ele operacional ou administrativo visa-se principalmente a redução dos custos.

Pode-se perceber que os estoques geralmente representam uma parte significativa dos

ativos das empresas, que por sua vez devem dedicar especial atenção ao processo de

gerenciamento. Seja pelo processo de compras, vendas, armazenagem, dentre outros fatores

que necessitam de todo um planejamento. Como estabelecido na pesquisa através dos

questionários aplicados a empresas que industrializam tipos específicos de produtos, há um

grande interesse na obtenção de retorno sobre seu capital investido em estoques.

Porém é possível perceber que existem ainda falhas neste processo, como por exemplo

o fato de compras emergenciais que ocorrem com uma certa freqüência na maior parte das

empresas pesquisadas. Também pode ser apontada como uma falha à falta de um programa de

manutenção de maquinários em conjunto com um programa de gerenciamento de estoques.

Como foi exposto anteriormente na fundamentação teórica pode-se ocasionar a parada de todo

um sistema produção de uma fábrica pela simples falta de um item de um valor pouco

Page 57: Gerenciamento de estoques

expressivo como um parafuso, por exemplo. Embora também existam caso em que os

estoques de peças para manutenção representem um valor estrondoso que represente boa parte

dos investimentos em estoques e que esse capital permaneça inativo por vários dias, meses ou

até anos.

3.2 A importância dos indicadores

A questão dos indicadores é um dos itens que vai auxiliar o gerente de estoques a

tomara as decisões corretas objetivando o perfeito enquadramento da empresa em um

diferencial que estabeleça vantagens sobre a concorrência. Através destes indicadores será

estabelecida toda uma política de gerenciamento.

Como principal indicador para a tomada de decisão pode ser apontado o índice de

rotatividade de estoques. Este índice mostra a quantidade de vezes em que os estoque foi

consumido, vendido e posteriormente reposto. Esse índice pode ser adotado para a definição

dos estoques mínimos, máximos e de reposição.

A curva ABC é um indicador que pode auxiliar na decisão de quais itens são

imprescindíveis nos estoque e quais tem menor importância em termos econômicos. Porém

esse indicador deve ser utilizado com extremo cuidado estabelecendo-se que um item de

baixo custo e pouca rotatividade pode vir a ocasionar sérios problemas se por ventura ocorrer

sua falta.

Em fim os índices e indicadores devem ser estabelecidos e utilizados com certa cautela

tendo em vista que cada caso é um caso. Cada empresa deve analisar todo seu processo de

gerenciamento de materiais e verificar qual será o impacto tanto imediato quanto em longo

prazo do estabelecimento de uma política de gerenciamento de estoques.

3.3 O Just in Time

O princípio fundamental da filosofia JIT é a total eliminação dos estoques. Este é sem

dúvida o “sonho” de qualquer administrador de empresa, produzir e comercializar toda sua

produção a custo zero de manutenção de estoques.

Page 58: Gerenciamento de estoques

Em nosso país, apesar de uma grande melhoria em termos de manufatura, o processo

do JIT ainda é um processo bastante complicado e de difícil implantação. Em sua grande

parte esse processo é utilizado apenas por grandes empresas que conseguem negociar com

seus fornecedores e estabelecer todo um processo logístico que implica em redução total ou

parcial de seus estoques. Embora seja pareça praticamente impossível produzir itens com

essa redução de estoque países como o Japão, responsável pela criação do sistema JIT, nos

mostra que é uma forma eficaz e que traz bons resultados.

Na maior parte das vezes as empresas são obrigadas a suportar os elevados custos de

investimento em estoques pela falta de eficiência dos fornecedores, transportadores e pela

instabilidade de um mercado globalizado. Apesar de grandes melhorias que podem ser

observados nos sistemas logísticos de atendimento a clientes ainda não se podem prever com

100% de certeza as sazonalidades dos mercados.

Por se tratar de um país de dimensões continentais e por ainda ter um sistema de

transportes deficiente torna-se uma difícil missão gerenciar estoque e prever atrasos de

entrega de matérias-prima e insumos que são essenciais para a produção. Esse é um dos

principais fatores que levam as empresas à não se arriscarem com a implantação de sistemas

mais complexos como o Jus in Time.

3.4 Resultado da aplicação do questionário

A aplicação de questionário de nove questões objetivas ocorreu em duas empresas de

médio porte da região, com finalidade de obter informações sobre a existência de sistemas de

controle de estoques.

Inicialmente questionou-se sobre a representatividade do estoque em relação ao total

dos recursos disponíveis na empresa.

A resposta foi de que esta representatividade chega a um percentual em torno de 30%

dos recursos.

Page 59: Gerenciamento de estoques

Na seqüência a procurou-se saber se a empresa possui um sistema informatizado de

controle de estoques.

Nesta questão a resposta foi de que as empresas possuem um sistema que atende

parcialmente suas necessidades.

A terceira questão abordou-se como assunto se a empresa possui uma política de

gerenciamento de materiais.

A resposta foi afirmativa para ambos os casos.

Procurou-se na quarta questão saber se as empresas possuem uma determinação de

quantidade de estoques de reposição, mínima ou máximo e como são definidas estas

quantidades.

Novamente a resposta foi afirmativa e que tais quantidades são definidas de acordo

com a rotatividade de cada item.

O quinto questionamento foi abordado o tema a respeito das compras de reposição se

estas seguem algum critério de planejamento ou aprovação.

A resposta foi Sim em ambos os casos.

Quanto à freqüência das compras emergenciais, assuntos da sexta questão, a resposta

foi de que acontecem com uma certa freqüência.

Na sétima questão o interesse era saber se há um plano de manutenção preventiva

funcional que objetive controle dos itens em estoque destinados a esta finalidade.

Em ambos os casos a resposta foi negativa.

No oitavo item questionou-se a existência de um tratamento diferenciado para os

diferentes tipos de materiais (matérias-primas, material de expediente, itens de

manutenção...)? Estes itens estão alocados de forma correta e devidamente identificados?

A resposta foi de que existe o controle de tipos de materiais e de alocação.

Page 60: Gerenciamento de estoques

Por finalizar a pergunta foi de quê se todos os colaboradores ligados ao processo de

gerenciamento de estoque receberam o devido treinamento e estão conscientes do grau de

suas responsabilidades.

Novamente a resposta em ambos os casos foi afirmativa.

Avaliando as respostas das questões acima é possível perceber que as empresas em

questão têm uma visão voltada para seus estoques como um item que deve ser

cautelosamente tratado. Apesar de haverem algumas divergências em suas afirmações. A

implantação de um sistema de gerenciamento que atenda totalmente as necessidades ainda

não é uma absoluta realidade.

Esse assunto relembra a complexidade de todo esse processo que deve iniciar-se com

um levantamento minucioso de todas as situações possíveis, levando assim a um aprendizado

contínuo baseado em suas próprias experiências. Procurando estabelecer uma política voltada

à maximização do retorno sobre o capital investido. Porém é notório expor que muitas

empresas procuram esconder a sete chaves sua realidade evitando expor dados referentes ao

seu processo de gerenciamento. Caracterizando-se como forma de se proteger de possíveis

falhas que possam ser reveladas tirando assim a credibilidade da empresa.

É sem dúvida necessário investir para que se tenha maior retorno, para que a empresa

seja um exemplo a ser seguido e não apenas mais um número nas estatísticas.

Page 61: Gerenciamento de estoques

FINALIZAÇÃO DO TRABALHO

Pode-se concluir que o quadro evolutivo do gerenciamento de materiais vem se

ampliando rapidamente. Desde os primeiros indícios de manufatura através até mesmo da

produção artesanal os estoques sempre estiveram presentes. Mesmo sem se saber que

futuramente este fator se tornaria vital para qualquer empresa que deseje obter o máximo de

retorno de seus investimentos.

Técnicas revolucionárias como o Just in Time têm sido adotadas por várias

empresas que investem pesado no que diz respeito ao modelo que o mundo contemporâneo

necessita. Este novo sistema surgiu de uma visão estratégica, buscando vantagem competitiva

através da otimização do processo produtivo.

O surgimento da Internet veio para trazer uma nova preocupação com a gestão de

materiais o e-commerce que hoje já responde por um percentual considerável das vendas tanto

no atacado como no varejo. É necessário que as empresas que optam por este sistema de

comércio estejam preparadas para atender a demanda, ou correr o risco de enfrentar o

fracasso.

Os processos logísticos vem se firmando a cada dia com maior ênfase sendo de

fundamenta importância. Deve haver a preocupação com seu produto desde a produção até a

entrega ao consumidor final. Seja este uma pessoa física ou uma indústria que depende da

eficiência de seus fornecedores para continuar seus processos produtivos.

O sistema que assegura a qualidade total não fica atrás, sendo que a excelência

empresarial busca constantemente alcançar o máximo de qualidade nos produtos e serviços

destinados aos consumidores em geral.

O nível de qualidade em uma empresa assegurará o seu reflexo que terá frente aos

concorrentes.

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O uso dos tipos de gerenciamento de custo em se manter estoques fez com que os

empresários atingissem uma consciência que todos têm o acesso a esse tipo de ferramenta

estratégica para a tomada de decisão, mas somente será eficaz quem usá-la de forma correta.

Isso se dará se toda a organização estiver envolvida no processo, desde os cargos mais

humildes até os de notória relevância como os gerentes e diretores.

Finalmente pode-se entender a importância deste estudo como forma de se relatar

fatos que se levados em consideração podem aumentar as chances da empresa em se manter

na atividade progredindo cada vez mais.

CONCLUSÃO

A pesquisa elaborada para a confecção deste trabalho, em que se procurou mostrar

técnicas de gestão eficientes, conclui-se sem esgotar o assunto que a própria busca pela

melhor forma de gerenciar matérias faz com que se repense e quê se de a real importância a

esses fatos. Realizado com o intuito de se mudar o modo de pensar dos gestores obrigando-os

a sair de seu escritório e indo a campo elaborar pesquisas e relatórios diretamente na empresa

para uma tomada de decisão concisa e eficiente.

A implantação de uma política de gerenciamento de recursos materiais tem um papel

importante sendo necessária para que se possa reduzir os custos com armazenagem de

matérias que não agregam valor ao produto. São diversos os passos a serem seguidos porém

só se pode dar um passo de cada vez o mais importante é saber por onde começar.

O papel do gestor de materiais em uma empresa a cada dia que passa se torna de

fundamental importância. A competência e a ética em qualquer profissão é fundamental para

que a organização tenha sucesso no ramo em que atua.

As empresas do Brasil aos poucos estão adquirindo consciência quanto ao uso de

métodos para tomar decisões. Elaboram-se indicadores quanto ao nível de produção, gastos

ocorridos na produção, prejuízos decorrentes de vendas mal feitas e outros fatores.

Analisando esses indicadores, pode-se elaborar uma gestão consciente e eficaz.

Finalmente, se pode concluir que a gestão de materiais envolve compras, vendas,

estoques, produção, administração, dessa forma é possível compreender sua importância. Os

investimentos em estoques são relativamente altos e nem sempre são contabilizados de forma

correta. É sempre bom lembra que quanto maior o volume de estoque mais fácil será esconder

falhas operacionais e gastos indevidos que podem trazer prejuízos à organização.

Page 63: Gerenciamento de estoques

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALLOU, Ronald H.; Logística Empresarial: transportes, administração de materiais distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

CORRÊA, Henrique L. GIANESI, Irineu G. N. Just in time, MRPT II e OPT: um enfoque estratégico. São Paulo: Atlas, 1993.

DMITRUK, Hilda Beatriz. Cadernos Metodológicos: diretrizes de metodologia cientifica. 5. ed. Chapecó: Argos, 2001.

GURGEL, Floriano do Amaral. Administração dos Fluxos de Materiais e de Produtos. São Paulo: Atlas, 1996.

GURGEL, Floriano do Amaral. Logística Industrial. São Paulo: Atlas, 2000.

HUTCHINS, David. Just in Time. São Paulo: Atlas, 1993.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José. Contabilidade Comercial. São Paulo: Atlas.

MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragem e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

MARTINS, Garcia Petrônio; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2001.

Page 64: Gerenciamento de estoques

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços Fácil. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

ANEXOS

Page 65: Gerenciamento de estoques

Anexo 1

Questionário Gerenciamento de Estoques

Acadêmico: Luciano Vargas BogoCurso: Ciências Contábeis - 8ª FaseInstituição: Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC – Videira

Dados da EmpresaRazão Social: __________________________________________________________Ramo de

Atividade:______________________________________________________N° de colaboradores:_________

Dados do ColaboradorNome:Cargo/Função:Tempo de empresa:

Questionário:

01) Aproximadamente, qual a representatividade do estoque em relação ao total dos recursos disponíveis na empresa ?

( ) Até 20%( ) Até 30%( ) Mais de 30%

02) A empresa possui um sistema de controle de estoques ?( ) Sim, atende totalmente as necessidades( ) Sim, atende parcialmente as necessidades( ) Não

03) A empresa possui uma política de gerenciamento de materiais?( ) Sim( ) Não

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04) Há uma determinação de quantidade de estoque de reposição, mínimo ou máximo? Como são definidas estas quantidades?

( ) Sim( ) Não

05) As compras de reposição seguem algum critério de planejamento ou aprovação?( ) Sim( ) Não

06) Qual a freqüência das compras emergenciais na empresa( ) Não existem( ) Raramente acontecem( ) Acontecem com uma certa freqüência

07) Há um plano de manutenção preventiva funcional que objetive controle dos itens em estoque destinados a esta finalidade?

( ) Sim( ) Não

08) Existe um tratamento diferenciado para os diferentes tipos de materiais (matérias-primas, material de expediente, itens de manutenção...)? Estes itens estão alocados de forma correta e devidamente identificados?

( ) Não existe este tipo de controle( ) Existe o controle de tipos de materiais e não de alocação( ) Existe o controle de tipos de materiais e de alocação

09) Os colaboradores ligados ao processo de gerenciamento de estoques receberam o devido treinamento e estão conscientes do grau de suas responsabilidades?

( ) Sim( ) Não

Page 67: Gerenciamento de estoques

Anexo 2

Tela do Microsoft Excel

Page 68: Gerenciamento de estoques

Anexo 3

Ficha de Estoques – Modelo Simplificado

Ficha de EstoquesProduto: Método de Avaliação:

DataEntradas Saídas Saldo

Qtd.Valor

UnitárioValor Total

Qtd.Valor

UnitárioValor Total

Qtd.Valor

UnitárioValor Total