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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO NO MERCADO ATUAL COMO FERRAMENTA DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Por: Amanda Alcantara de Souza Orientador Prof. Nelson José Veiga de Magalhães Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E

CONTROLE DA PRODUÇÃO NO MERCADO ATUAL COMO

FERRAMENTA DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Por: Amanda Alcantara de Souza

Orientador

Prof. Nelson José Veiga de Magalhães

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E

CONTROLE DA PRODUÇÃO NO MERCADO ATUAL COMO

FERRAMENTA DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Engenharia da Produção.

Por: Amanda Alcantara de Souza

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter tornado tudo isto

possível; aos meus pais por

demonstrarem seu apoio e incentivo;

ao meu marido por sua compreensão;

e as minhas amigas por sua garra,

encorajamento e força de vontade.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e ao meu marido,

por me ensinarem, da sua forma, o

valor do conhecimento e o que o

mesmo pode nos proporcionar.

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RESUMO

O trabalho tem como finalidade mostrar e apresentar informações e

estratégias relevantes em relação à adequação do planejamento e controle da

produção na difícil tarefa de atender altas demandas em tempo hábil.

Desta forma, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com a intenção de

mostrar as vantagens no uso das ferramentas adotadas no planejamento,

programação e controle da produção para o sucesso, desde os processos de

fabricação à satisfação dos clientes.

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METODOLOGIA

A metodologia aplicada ao trabalho resume-se em estudos bibliográficos

através de livros e trabalhos relacionados com as técnicas de planejamento,

programação e controle da produção e em assuntos que abordem a

implantação das técnicas citadas no objetivo específico (suas características,

delimitações, vantagens).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – Planejamento e Controle da Produção 9

CAPÍTULO II – Produção 17

CAPÍTULO III – Controle da Produção 50

CONCLUSÃO 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64

ÍNDICE 65

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INTRODUÇÃO

Diante das difíceis situações em que os gestores e líderes encontram

nas tomadas de decisões, que devem ser acompanhadas em conjunto com as

mudanças do mercado e as constantes variações da demanda em relação ao

programado, surge à necessidade de adequar tais necessidades com o que se

foi planejado. As inovações tecnológicas e as informações avançadas são

parceiras importantes na contribuição do plano estratégico.

O planejamento proporciona a elaboração das bases futuras de ação

como o momento certo para cada ação ocorrer, o controle e a organização

entra em sintonia para atingirem os objetivos. Surge então a necessidade do

PCP – Planejamento e Controle da Produção para as indústrias e setores de

serviços.

O PCP é indispensável em todo o processo produtivo, visto que o

cenário competitivo, erros e atrasos não são aceitáveis, para tanto se faz

necessário a utilização das ferramentas que o PCP emprega.

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CAPÍTULO I

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Atualmente as empresas encontram a necessidade de mesclar o ritmo

acelerado de produção (conforme a demanda) e garantir a qualidade do

produto final, aliando a competitividade de mercado com a prospecção do

consumidor. Surge então, o problema de como unir materiais, instrumentos de

trabalho (máquinas e equipamentos) e trabalho humano para atender a todos

esses requisitos, conforme a etapa de cada processo. Por isso a importância

de aplicar de forma contextualizada as técnicas de planejamento, controle e

programação da produção/operação, visando sempre a melhoria de cada

estágio de cada processo.

1.1- Planejamento, programação e controle da produção

O planejamento da produção é um conjunto de ações inter-relacionadas

que objetiva direcionar o processo produtivo da empresa e coordená-lo com os

objetivos do cliente, desta forma podemos dizer que o planejamento está

envolto por duas etapas importantes dentro do processo que são: a

programação e o controle da produção. O Planejamento Controle e

Programação - PCP é um sistema de transformações e informes entre

marketing, engenharia, fabricação e materiais, no qual são manuseadas as

informações a respeito de vendas, linhas de produto, capacidade produtiva,

potencial humano, estoques existentes e previsões para atender às

necessidades de vendas. Sua tarefa é transformar todos os planos em ordens

viáveis de fabricação.

O planejamento da produção é o principal elemento de coordenação das

atividades de vários departamentos de uma indústria. Essa coordenação é

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particularmente importante entre os departamentos de vendas, produção e

compras. Um planejamento feito sem os devidos cuidados impossibilita a

adequada coordenação das atividades afins.

A programação é a fase intermediária entre o setor de planejamento e o

setor de controle, sendo, portanto, o setor que de acordo com a demanda de

mercado, transforma os planos sob a forma de projeto do produto, roteiro da

manufatura, lista de materiais, entre outros em uma agenda de operações que

será base de emissão de ordens de fabricação. Essas funções colocam o

Planejamento em uma atuação dinâmica e de controle, para que a emissão das

ordens de fabricação atenda às necessidades de mercado e tenha uma

posição em relação aos outros órgãos da empresa, de dependência e

autoridade, possibilitando assim atingir os objetivos globais da organização.

Planejar a produção ou estabelecer uma agenda de produção é tarefa

que requer a consideração de uma multiplicidade de fatores que influem na

decisão, sobre o que, quanto e quando produzir. Supondo que estejam

disponíveis todas as informações no Planejamento para elaborar a

programação da produção é necessário considerar os fatores abaixo:

Fatores Externos: Demanda de mercado; Datas de entrega estabelecida;

Estoque em poder de intermediários; Tempo necessário para obtenção de

matéria-prima.

Fatores Internos: Estoque de produtos acabados; Equipamento disponível;

Pessoal disponível; Materiais e ferramentas disponíveis; Lotes econômicos de

produção; Regime de trabalho; Tempo necessário para a execução de

operações; Possibilidades de rejeições.

Sendo assim o PCP pode ser definido como um conjunto de funções

integradas que possuem como objetivo comandar e controlar todo o processo

produtivo, visto como um elemento central na estrutura administrativa de um

sistema de manufatura.

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Russomano (1995) considera o PCP um elemento decisivo na estratégia

das empresas para enfrentar as crescentes exigências dos consumidores por

melhor qualidade, maior variação de modelos, entregas mais confiáveis (p. 48).

Por isso, a necessidade de buscar uma maior eficiência nos sistemas de PCP.

Os principais fatores responsáveis por esta diferenciação são: tipo de

indústria, tamanho da empresa e diferenças entre estruturas administrativas.

Independente do sistema de manufatura e estrutura administrativa, um

conjunto básico de atividades de PCP deve ser realizado. Essas atividades são

necessárias para a consecução dos objetivos do PCP, mas não

necessariamente deverão estar todas sendo executadas numa área específica.

Isso dependerá da configuração organizacional adotada pelo sistema de

produção de cada organização.

As atividades devem ter uma hierarquia, ou seja, devem ser executadas

em ordem.

São estabelecidos três níveis hierárquicos para o PCP:

Nível Estratégico (longo prazo);

Nível Tático (médio prazo);

Nível Operacional (curto prazo).

1.2 - Estrutura do processo do PCP

A estrutura do processo do Planejamento e Controle da Produção

descreve-se cada etapa conforme a seguir.

1.2.1 - Previsão de demanda

As análises das futuras condições de mercado e previsão da demanda

futura são da maior importância para a elaboração do Planejamento de Longo

Prazo. Mesmo em indústrias que fabricam produtos sob encomenda, em que

não se faz nenhum estudo formal de previsão de demanda, a alta direção pode

fazer conjecturas sobre o estado da economia e o seu impacto nos negócios

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futuros da empresa.

As previsões de demanda podem ser classificadas em: longo prazo,

médio prazo e curto prazo.

Curto prazo: estão relacionadas com a Programação da Produção e decisões

relativas ao controle de estoque.

Médio prazo: o horizonte de planejamento varia aproximadamente de seis

meses a dois anos. Planos tais como: Plano Agregado de Produção e Plano

Mestre de Produção se baseiam nestas previsões.

Longo prazo: o horizonte de planejamento se estende aproximadamente há

cinco anos ou mais. Auxiliam decisões de natureza estratégica, como

ampliações de capacidade, alterações na linha de produtos, desenvolvimento

de novos produtos.

Previsões de demanda podem se basear em dados referentes ao que

foram observadas no passado (previsão estatística) ou em julgamentos de uma

ou mais pessoas (predição).

Um bom sistema de previsão deve ter boa acuidade, simplicidade de cálculo e

habilidade de rápidos ajustes frente às mudanças.

1.2.2 - Planejamento de recursos de longo prazo

As empresas devem se preparar elaborando planos de longo prazo para

dimensionamento de suas capacidades futuras, através de estudos de previsão

de demanda e objetivos formulados pelo planejamento estratégico feitos pela

alta administração, com a finalidade de se fazer a previsão dos recursos

necessários (equipamentos, mão-de-obra especializada, capital para

investimentos em estoque) que geralmente não são passíveis de aquisição no

curto prazo.

1.2.3 - Planejamento agregado de produção

É elaborado com base no Planejamento de Longo Prazo. O

Planejamento Agregado de Produção, cujo resultado é um plano de médio

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prazo que estabelece níveis de produção, dimensões da força de trabalho e

níveis de estoque. O horizonte do Plano Agregado de produção pode variar de 6

a 24 meses, dependendo da atividade industrial.

A atividade de planejamento agregado nem sempre é considerada de

forma isolada como nesta análise acadêmica. Particularidades de cada

indústria, tais como previsibilidade da demanda e alto nível de repetibilidade dos

produtos, fazem com que muitas vezes ela nem seja executada.

Neste caso, ela tende a ser absorvida pelo Planejamento Mestre da Produção

que é uma atividade subseqüente e mais detalhada.

1.2.4 - Plano mestre da produção

É o componente central da estrutura global. É gerado a partir do plano

agregado de produção, desagregando-o em produtos acabados, guiará as

ações do sistema de manufatura no curto prazo, estabelecendo quando e em

que quantidade cada produto deverá ser produzido dentro de certo horizonte de

planejamento. Este horizonte de planejamento pode variar de 4 a 12 meses,

sendo que quanto menor for o horizonte de tempo maior será a veracidade do

PMP.

Quando existem diversas combinações de componentes para se obter o

produto, pode ser preferível elaborar o PMP com base em produtos de níveis

intermediários.

1.2.5 - Planejamento de materiais

É a atividade através da qual é feito o levantamento completo das

necessidades de materiais para execução do plano de produção. A partir das

necessidades vindas da lista de materiais, das exigências impostas pelo PMP e

das informações vindas do controle de estoque (itens em estoque e itens em

processo de fabricação), procura determinar quando, quantos e quais materiais

devem ser fabricados e comprados.

O planejamento de materiais está intimamente ligado ao gerenciamento

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de estoques. Os principais tipos de estoques são: matérias-primas, produtos em

processo e produtos acabados.

Os estoques consomem capital de giro, exigem espaço para estocagem,

requerem transporte e manuseio, deterioram, tornam-se obsoletos e requerem

segurança. Por isso, a manutenção de estoques pode acarretar um custo muito

alto para um sistema de manufatura.

O Planejamento de Materiais deve, portanto ter como objetivo reduzir os

investimentos em estoques e maximizar os níveis de atendimento aos clientes e

produção da indústria.

1.2.6 - Planejamento e controle da capacidade

É a atividade que tem como objetivo calcular a carga de cada centro de

trabalho para cada período no futuro, visando prever se o chão de fábrica terá

capacidade para executar um determinado plano de produção para suprir uma

determinada demanda de produtos ou serviços.

O Planejamento da Capacidade fornece informações que possibilitam: a

viabilidade de planejamento de materiais; obter dados para futuros

planejamentos de capacidade mais precisos; identificação de gargalos;

estabelecer a programação de curto prazo e estimar prazos viáveis para futuras

encomendas.

O Controle da Capacidade tem a função de acompanhar o nível da

produção executada, compará-la com os níveis planejados e executar medidas

corretivas de curto prazo, caso estejam ocorrendo desvios significativos.

Os índices de eficiência, gerados pela comparação dos níveis de

produção executados com os níveis planejados, permitem determinar o

andamento do planejamento, o desempenho de cada centro produtivo e o

desempenho do sistema de manufatura.

1.2.7 - Programação e seqüenciamento da produção

A atividade de programação determina o prazo das atividades a serem

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cumpridas, ocorrendo em várias fases das atividades de planejamento da

produção. De posse de informações tais como: disponibilidade de

equipamentos, matérias-primas, operários, processo de produção, tempos de

processamento, prazos e prioridade das ordens de fabricação; as ordens de

fabricação poderão ser distribuídas aos centros produtivos onde será iniciada a

execução do PMP.

Os objetivos da programação e seqüenciamento da produção são:

Aumentar a utilização dos recursos;

Reduzir o estoque em processo;

Reduzir os atrasos no término dos trabalhos.

A programação também acontece em três níveis:

Programação no nível de planejamento da produção - é realizada na

elaboração do PMP, quando se procura encontrar as quantidades de cada tipo

de produto que devem ser fabricados em períodos de tempo sucessivos.

Programação no nível de Emissão de Ordens - acontece durante o

processo de planejamento de materiais, onde determinam, com base no PMP,

quais itens devem ser reabastecidos e suas datas associadas de término de

fabricação e chegada de fornecimento externo.

Programação no nível de Liberação da Produção - determina para cada

ordem de fabricação, quando é necessário iniciar a fabricação e quanto é

preciso trabalhar em cada uma das operações planejadas. Isso é possível pelo

conhecimento do tempo de passagem de cada componente, o qual contém o

tempo de processamento e de montagem de cada operação, os tempos de

movimentação e espera existentes entre cada operação.

1.2.8 - Controle da produção e materiais

Tem como objetivo acompanhar a fabricação e compra dos itens

planejados, com a finalidade de garantir que os prazos estabelecidos sejam

cumpridos.

A atividade de Controle da Produção e Materiais também recolhe dados

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importantes como: quantidade trabalhada, quantidade de refugos, quantidade

de material utilizado e as horas-máquina e/ou horas-homem gastas. Caso

algum desvio significativo ocorra, o Controle da Produção e Materiais deve

acionar as atividades de PMP e Planejamento de Materiais para o

replanejamento necessário ou acionar a atividade de Programação e

Seqüenciamento da Produção para reprogramação necessária.

A programação de produção é normalmente a base para estabelecer um

programa de compra de materiais, de controle orçamentário, de contratação de

pessoal, de comprar maquinas para evitar gargalos de produção. O sistema de

PCP deve permitir a retirada dessas informações da programação, para boa

integração entre os diversos departamentos da indústria. A programação deve

ser feita com base no tempo que provavelmente será necessário para cada

operação e não no tempo-padrão correspondente.

CAPÍTULO II

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PRODUÇÃO

A palavra Produção refere-se em transformar determinada coisa em

outra. Também pode ser visto como sendo a transformação de inputs em

outputs. Os inputs são recursos transformados (materiais, informações e

consumidores) e em recursos transformadores (instalações e funcionários). Já

os outputs correspondem aos bens e/ou serviços produzidos pelas empresas e

ofertados aos consumidores.

Pode-se assim, afirmar que a produção está relacionada com a

capacidade de interligar os diversos recursos empresariais, tais como: mão-de-

obra, matéria-prima, informações, entre outros, de modo a gerar um bem ou um

serviço. Essa transformação significa uma mudança em um insumo de um

estado inicial para um estado final desejado.

2.1 - Sistemas de produção

Os elementos que constituem os sistemas de produção são: insumos,

processos de conversão, produtos ou serviços e sistema de controle.

Os insumos são compostos pelos recursos de produção, que sofrerão um

processo de transformação gerando produtos acabados, como matéria prima, e

pelos recursos que serão utilizados para que a transformação ocorra: mão-de-

obra, capital, maquina equipamentos, instalações, energia e materiais

auxiliares.

Entende-se por produto, um bem tangível que pode ser tocado, como um

automóvel, ou uma TV, e por produtos intangíveis, como um transporte, aulas, e

serão denominados como serviços.

Já o sistema de controle se compara a um mecanismo de verificação

onde é possível analisar as atividades realizadas pela empresa estão de acordo

com as atividades programadas. Caso contrario, medidas corretivas são

efetuadas de modo a garantir um bom desempenho de sistema.

Desta forma sistema de produção é um processo planejado, pelo quais

elementos são transformados em produtos úteis, ou seja, um procedimento

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organizado para se conseguir a conversão de insumos em produtos acabados.

2.1.2 – Subsistemas de produção

Na consecução das atividades do Sistema de Produção torna-se necessário a

divisão em alguns subsistemas, que, relacionando-se entre si, são a

operacionalização dos planos de produção. São eles:

a) subsistemas de entrada;

b) subsistemas de saída;

c) subsistemas de planejamento;

d) subsistemas de controle;

Os subsistemas de entrada envolvem a mão-de-obra, os materiais, a

energia e o capital. A mão-de-obra é talvez a parte mais importante desse

subsistema, por ser capaz de fazer o diferencial dentro do sistema produtivo.

Portanto, o competente gerenciamento e dos recursos humanos é vital para o

sucesso de qualquer organização. Os materiais fornecem os suprimentos

operacionais para o processo de transformação. A energia é o recurso

necessário no processamento, e está envolvido neste conceito a energia

elétrica, a água e outros suprimentos.

Por fim, o último componente deste subsistema, o capital é o responsável

por viabilizar financeiramente a produção e relaciona-se com o sistema

financeiro da empresa.

O subsistema de saída é o responsável pela expedição e distribuição dos

bens e/ou serviços produzidos. É através desse subsistema que é obtido o

retorno financeiro pela produção da empresa.

Por sua vez, os subsistemas de planejamento e de controle estão mais

intimamente ligados.

Enquanto aquele diz respeito ao planejamento de quantidade, qualidade e

tempos de produção têm o objetivo de verificar a manutenção, custos,

processos e estoques, para assegurar conformidade aos objetivos e planos.

Conclui-se que os dois últimos subsistemas são vitais na

operacionalização da produção, pois ambos gerenciam a produção, e através

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deles obtêm-se o resultado desejado em termos de quantidade, qualidade e

tempo.

Os planos que servirão de guia na execução e no controle da produção

são comandados por um órgão auxiliar, conhecido como um staff. Esta

assessoria especializada ou órgão auxiliar é denominado planejamento e

controle da produção (PCP), que dita normas às linhas de fabricação, visando

um fluxo ordenado e contínuo do processo produtivo.

Isto decorre da utilização eficiente dos meios de produção, através dos

quais se atingem objetivos planejados, nos prazos determinados.

2.1.3 - Classificação dos sistemas de produção

Com o fim de facilitar a compreensão das características dos sistemas de

produção e sua relação com tais atividades, destacamos algumas classificações

de autores de acordo com o grau de padronização dos produtos, o tipo de

operações que sofrem os produtos e a natureza dos produtos.

Indústrias do tipo contínuo: onde os equipamentos executam as mesmas

operações de maneira contínua e o material se move com pequenas

interrupções entre eles até chegar a produto acabado.

Pode se subdividir em:

Contínuo puro: uma só linha de produção, os produtos finais são exatamente

iguais e toda a matéria-prima é processada da mesma forma e na mesma

seqüência;

Contínuo com montagem ou desmontagem: varias linhas de produção

contínua que convergem nos locais de montagem ou desmontagem;

Contínuo com diferenciação final: características de fluxo igual a um ou outro

dos subtipos anteriores, mas o produto final pode apresentar variações.

Indústrias do tipo intermitente: diversidade de produtos fabricados e tamanho

reduzido do lote de fabricação determina que os equipamentos apresentem

variações freqüentes no trabalho. Subdividem-se em:

Fabricação por encomenda de produtos diferentes: produto de acordo com as

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especificações do cliente e a fabricação se inicia após a venda do produto.

Fabricação repetitiva dos mesmos lotes de produtos: produtos padronizados

pelo fabricante, repetitividade dos lotes de fabricação, podem-se ter as mesmas

características de fluxo existente na fabricação sob encomenda.

Moreira (1998) define o que é um sistema de produção e descreve

brevemente seus elementos e suas interações (p. 8). Apresenta então duas

classificações de sistemas de produção, à primeira denomina Classificação

Tradicional e à segunda Classificação Cruzada de Schroeder.

A Classificação Tradicional, em função do fluxo do produto, agrupa os

sistemas de produção em três grandes categorias:

a) Sistemas de produção contínua ou de fluxo em linha: apresentam seqüência

linear de fluxo e trabalham com produtos padronizados

i) produção contínua propriamente dita: é o caso das indústrias de processo,

este tipo de produção tende a ter um alto grau de automatização e a produzir

produtos altamente padronizados;

(II) produção em massa: linhas de montagem em larga escala de poucos

produtos com grau de diferenciação relativamente pequeno.

b) Sistemas de produção intermitente (fluxo intermitente):

i) por lotes: ao término da fabricação de um produto outros produtos tomam seu

lugar nas máquinas, de maneira que o primeiro produto só voltará a ser

fabricado depois de algum tempo;

(II) por encomenda: o cliente apresenta seu próprio projeto do produto, devendo

ser seguidas essas especificações na fabricação.

c) Sistemas de produção de grandes projetos sem repetição: produto único, não

há rigorosamente um fluxo do produto, existe uma seqüência predeterminada

de atividades que deve ser seguida, com poucas ou nenhuma repetitividade.

A Classificação Cruzada de Schroeder considera duas dimensões. De

um lado, a dimensão tipo de fluxo de produto de maneira semelhante à

classificação tradicional. De outro, a dimensão tipo de atendimento ao

consumidor, onde existem duas classes:

Sistemas orientados para estoque: O produto é fabricado e estocado antes da

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demanda efetiva do consumidor. Este tipo de sistema oferece atendimento

rápido e a baixo custo, mas a flexibilidade de escolha do consumidor é reduzida.

Sistemas orientados para a encomenda: as operações são ligadas a um cliente

em particular, discutindo-se preço e prazo de entrega. Apresentam-se os três

tipos clássicos:

• Contínuo ou em linha;

• Intermitente (repetitiva ou não);

• Construção de projetos.

Acrescenta o tipo Misto, onde a fabricação de componentes é feita de

maneira intermitente nas seções de fabricação e a montagem do produto final é

feita de maneira contínua na linha de montagem.

Do ponto de vista gerencial a classificação mais útil é por tipo de

produção:

• Fabricado sob medida ou pedido (poucos de um tipo);

• Lote ou intermitente (muita variedade, volume reduzido);

• Processo ou contínuo (pouca variedade, grande volume);

• Repetitivo (pouca variedade, grande volume);

• Controlada – rigidamente regulamentada pelo governo (alimentos,

produtos

• (Farmacêuticos serviços públicos).

Tubino (1997) discute de maneira mais ampla as classificações dos

sistemas de produção, identifica o critério que serve de base para três delas (p.

27):

a) pelo grau de padronização: Sistemas que produzem produtos padronizados:

bens ou serviços que apresentam alto grau de uniformidade e são produzidos

em grande escala; Sistemas que produzem produtos sob medida: bens ou

serviços desenvolvidos para um cliente específico.

b) pelo tipo de operação: Processos contínuos: envolvem a produção de bens

ou serviços que não podem ser identificados individualmente; Processos

discretos: envolvem a produção de bens ou serviços que não podem ser

Isolados, em lotes ou unidades, e identificados em relação aos demais. Podem

ser subdivididos em:

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Processos repetitivos em massa: produção em grande escala de produtos

altamente padronizados; Processos repetitivos em lote: produção em lotes de

um volume médio de bens ou serviços padronizados; Processos por projeto:

atendimento de uma necessidade específica dos clientes, o produto concebido

em estreita ligação com o cliente tem uma data determinada para ser concluído.

Uma vez concluído, o sistema de produção se volta para um novo projeto.

c) pela natureza do produto: Manufatura de bens: quando o produto fabricado é

tangível; Prestador de serviços: quando o produto gerado é intangível;

Variáveis Repetitivo em massa Repetitivo em lotes Projetos

Volume da produção Alto Médio Baixo

Variedades do produto Médio Grande Pequena

Flexibilidade Médio Alto Alto

Qualificação da MO Médio Alto Alto

Layout Por produto Por processo Por processo

Capacidade ociosa Baixo Médio Alto

Lead times Baixo Médio Alto

Fluxo de informações Médio Alto Alto

Produtos Em lotes Em lotes Unitário Tabela 01 - Características do sistema de produção

Fonte: (TUBINO, 1997, p.27).

Embasando-se nos conceitos de produção e sistemas produtivos

definidos por diversos autores, pode-se deduzir que o objetivo de uma empresa

industrial é converter os recursos de produção em produtos terminados e torná-

los acessível aos consumidores. Mas a área de Produção por si só não é

suficiente. É importante, também, fazer com que os produtos acabados sejam

comercializados. Além disso, a troca de informações entre as áreas é

fundamental para tomadas de decisões e conseqüentemente para o bom

desempenho de todo o sistema, por isso, é necessário enxergar do ponto de

vista holístico, pois o sistema empresarial é composto de subsistemas.

2.2 Pré requisitos do PCP

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O PCP, para funcionar, necessita conhecer e lidar com as informações

fornecidas pelo departamento de vendas. Seu objetivo será tentar fazer com

que todos os departamentos se movimentem para cumprir determinada

solicitação de vendas.

O primeiro refere-se ao Roteiro da produção e o segundo é o

Planejamento da Capacidade.

2.2.1 - Roteiro da produção

O roteiro é considerado uma etapa fundamental, já que, sem ele, não

pode haver planejamento e controle da produção. O departamento responsável

pelo roteiro da produção é o da engenharia. Por um lado, a engenharia do

produto projeta o produto acabado, formalizando-o através de desenhos e

especificação. Por outro lado, o trabalho da engenharia industrial é

apresentado através da estrutura do fluxograma do produto acabado, relação

geral das peças, seqüências de operações. Ao PCP bastam os documentos

emitidos por este ultimo que contém as informações necessárias à tradução da

solicitação de vendas em instrumentos para a produção e compras. Dessa

forma, o roteiro da produção destina-se a determinar o melhor método de

produção das peças, dos subconjuntos e das montagens dos vários produtos

acabados que a fábrica produz, além de calcular o tempo-padrão de preparação

e de operação das maquinas. As principais Decisões baseadas no roteiro da

produção são apresentadas a seguir:

• Comprar ou fabricar;

• Fluxo de montagem;

• Forma e tamanho da matéria prima;

• Divisão do trabalho a ser feito em operações;

• Escolha da máquina na qual cada operação será executada;

• Seqüência de operações;

• Escolha do ferramental.

O roteiro determina como será feito o produto, isto é, quais as operações

elas quais o produto passará e, a seqüência destas operações. O roteiro

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24

também planeja os tipos de postos de trabalho nos quais as operações serão

feitas, bem como determina o tempo unitário de realização de cada uma das

operações.

2.2.2 - Planejamento da capacidade

Uma das variáveis do processo produtivo que deve ser administrada pelo

setor de PCP de uma empresa é a capacidade de fabricação. A capacidade

mede a aptidão de um sistema logístico de agir sobre um fluxo, resultando: Na

duração da disponibilidade dos recursos por período; Na escolha de uma

unidade de medida que permita adicionar o fluxo de produtos diferentes.

Existem ainda fatores dos quais depende a capacidade de uma unidade

produtiva. Se quisermos aumentar a capacidade de uma unidade, deveremos

alterar pelo um dos fatores determinantes dessa capacidade. Alguns dos fatores

mais importantes influentes na capacidade são os seguintes:

• Instalações: O tamanho da unidade produtiva é obviamente importante.

Sempre que possível, ao projetar a unidade, tenta-se deixar um espaço

vago para expansões futuras, de forma a adiar a mudança de local para

novas instalações. Dadas as dimensões gerais das instalações, o

arranjo físico do local ou dos locais de trabalho pode restringir a

capacidade ou favorecê-la. Certos fatores como aquecimento,

iluminação e ruído também exercem influencia positiva ou negativa,

dependendo de como atuam sobre os funcionários, de forma apropriada

ou não.

• Composição dos produtos ou serviços: Em geral, a diversidade reduz

a capacidade. Produtos uniformes (relativamente padronizados) dão

oportunidade para a padronização de métodos e materiais, reduzindo

tempos de operação e aumentando a capacidade. Produtos diferentes

podem exigir e geralmente o fazem, constantes preparações das

maquinas quando se passa de um produto a outro.

• O projeto do processo: Os processos de produção, em teoria, variam

desde aqueles totalmente manuais até os totalmente automatizados. É

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25

claro que na pratica existem graus de “manualização” ou de “automação”

que se situam numa dimensão contínua, sendo às vezes difícil distinguir

o grau em que um processo é mais fortemente manual que outro, por

exemplo. A partir de certa quantidade produzida, e supondo uma

instalação produtiva única, o processo manual força a deseconomias de

escala, exigindo o processo semi-automático, que por sua vez atingirá as

deseconomias de escalas com produções maiores e assim por diante.

• Fatores Humanos: Dada certa quantidade e composição de recursos

técnicos, o quadro e a habilidade dos funcionários pode aumentar a

capacidade. O capital humano, como é chamado o corpo de

funcionários, pode ser melhorado através de treinamento, aumento da

habilidade dos funcionários e a experiências. Em geral, programas

continuados de treinamento, com aplicações imediatas ao trabalho do

empregado, costumam ter uma influencia mais decisiva do que

programas esporádicos, ainda que custosos.

• Fatores operacionais: Os fatores operacionais, ou seja, aqueles ligados

mais perto à rotina de trabalho dos setores produtivos da empresa

podem ser organizados de forma a conduzir capacidades maiores ou

menores, ou pelo menos de maneira a facilitar ou dificultar o

aproveitamento da capacidade existente em potencial. Havendo

diferenças sensíveis na capacidade de processamento de um

equipamento para outro, observa-se que os equipamentos ou setores

mais lentos acabarão por determinar a velocidade dos demais.

• Fatores externos: Algumas vezes a capacidade pode se vir afetada por

fatores que nascem fora das fronteiras da própria empresa, mas que nem

por isso deixam de exercer sua influencia, às vezes até a forma mais

marcante que os fatores internos. Um bom exemplo são os padrões de

qualidade e desempenho exigidos dos produtos por parte dos clientes.

Tais exigências podem acabar se constituindo numa barreira ao aumento

da capacidade ou mesmo ao uso da capacidade atual. A legislação

antipoluição, sobre cuja necessidade não há discussão possível, pode,

entretanto provocar alguns problemas em curto prazo, até que haja

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adaptação da companhia. Assim, a legislação pode agir negativamente

de três formas: diretamente restringindo a produção ate que a empresa

se conforme as regras, desviando investimentos, de setores diretamente

produtivos para o combate à poluição e, finalmente, deslocando

temporariamente a atenção dos executivos dos problemas de produção

pra os problemas de atendimento à legislação.

2.2.3 - Medição da capacidade

O problema da medição da capacidade não é tanto sua incerteza, sua

complexidade. Somente quando a produção é altamente padronizada e

repetitiva é fácil definir a capacidade sem ambigüidade. Entretanto, quando um

sistema de produção opera com diversos tipos de produtos, com tempos

diferentes de processamento e passando por etapas diferentes, a dificuldade de

se chegar a um valor para a capacidade cresce.

Por esta razão existem dois parâmetros que são utilizados para realizar a

medição da capacidade: os produtos e os recursos. Nos processos mais

homogêneos, onde existe uma menor gama de produtos, não há maiores

problemas em realizar a medição da capacidade através da produção. Como

exemplo deste tipo de aplicação tem-se uma usina de álcool, uma montadora de

Automóveis, indústria de calçados, entre outros.

Por outro lado, quando a variação de produtos e/ou processos é grande,

torna-se mais conveniente medir a capacidade a partir dos insumos. Casos

típicos são dos hospitais, restaurantes e atividades de serviço de uma maneira

geral.

Uso de Medidas de Produção

Tipo de Negócio Medida de Capacidade

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Siderurgia Toneladas de aço/mês

Refinaria de Petróleo Litros de gasolina/dia

Montadora de Automóveis Nº de Carros/mês

Cia Elétrica Megawatts/hora

Fazenda (agricultura) Toneladas de Grão/ano

Uso de Medidas de Insumos

Cia. Aérea Número de Assentos/vôo

Restaurante Número de refeições/dia

Teatro (ou cinema) Número de Assentos

Hotel Número de Quartos (hóspedes)

Hospital Número de leitos

Escola Número de Vagas Tabela 2 - Medidas de Capacidade

Fonte: (MOREIRA, 1993, p.154).

2.2.4 - Políticas de gestão da capacidade

Para a realização do ajuste mútuo entre capacidade e demandam, os

dois valores devem ser conhecidos. As técnicas para a medição da demanda

foram objeto de uma parte anterior neste curso, por sua vez, a medição da

capacidade foi objetivo da parte introdutória deste capítulo.

Para efeito das políticas de gestão da capacidade é levada a efeito a

noção de capacidade agregada, que vem a ser a capacidade considerada a

médio e longo prazo, isto é, as decisões de capacidade são amplas e gerais,

não se preocupando com os detalhes dos produtos e serviços individuais

oferecidos. Logo, políticas agregadas assumem que o mix de diferentes

produtos e serviços permanecerá relativamente constante durante o período de

planejamento.

2.2.5 - Política de acompanhamento da demanda

Este tipo de política tenta ajustar a capacidade bem próxima dos níveis

variáveis da demanda prevista. Tal gerenciamento é mais difícil que uma

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política de capacidade fixa, levando a diversas decisões relacionadas a

pessoas, máquinas e equipamentos, diferentes para cada período.

Os autores sugerem que esta política é pouco adequada a manufaturas

de produtos-padrão não perecíveis, bem como a empresas com operações

intensivas em capital. E continuam, afirmando que acompanhamento da

demanda é mais adotado por operações que não podem estocar sua produção,

como as operações de processamento de clientes ou fabricantes de produtos

perecíveis. Entretanto, no caso em que a produção pode ser estocada, os

custos relativos ao armazenamento e eventuais obsolescências devem ser

considerados. Neste caso, o acompanhamento da demanda é recomendado a

fim de minimizar estes inconvenientes.

Para a realização deste ajuste da capacidade podem ser tomadas

diversas medidas, listadas a seguir:

• Horas extras e tempo ocioso Este é o método mais rápido para ajustar a

capacidade através da variação do número de horas produtivas trabalhadas

pelo pessoal, de modo a atender um excedente de demanda. Existem vários

custos associados a essa alternativa: primeiramente o pagamento das horas

trabalhadas a custo superior das horas normais, ou o uso de banco de horas, e,

os custos relativos a manter a operação funcionando por mais horas, tais como

as utilidades de pressão, vapor, água gelada e demais necessidades

específicas da tecnologia empregada;

• Variar o tamanho da força de trabalho Se a capacidade for fortemente

dependente do tamanho da força de trabalho, uma forma de ajustar a

capacidade é ajustar o número de pessoas. Isto é, feito contratando pessoal

extra durante os períodos de alta demanda e dispensando-os quando a

demanda diminui. Há, entretanto, implicações de custo, e possivelmente

também algumas éticas, para serem consideradas antes de adotar esse

Método;

Com relação aos custos de contratação devem ser considerados os

custos de recrutamento, treinamento e o tempo de produtividade mais baixa até

a adaptação na tarefa, e com relação ao custo de dispensa devem ser

considerados os encargos e questões de motivação.

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Usar pessoal em tempo parcial: Uma variação da estratégia anterior é recrutar

pessoal em tempo parcial, isto é, para trabalhar menos do que um dia normal.

Este método é muito usado em operações de serviços como supermercados e

restaurantes fast food, mas também é usado por alguns fabricantes para alocar

pessoal ao turno noturno depois do dia normal de trabalho. Se, entretanto, os

custos fixos do emprego de cada empregado, independentemente de quanto

tempo trabalhar, forem altos, então usar este método pode não valer a pena.

Subcontratação: Em períodos de alta demanda, uma operação pode adquirir

capacidade de outras organizações, capacitando-a a atender sua própria

demanda sem custos de investimento em capacidade, que não será necessária

depois que o pico de demanda tiver passado. Entretanto, há que se

considerarem os custos da subcontratação, que levará uma fatia da margem de

lucro, bem como eventuais problemas de qualidade e de prazo.

2.2.6 - Política de ajuste da demanda

Políticas de ajuste da demanda fogem da alçada da gestão da produção,

ficando mais a cargo de setores da empresa relacionados com os

consumidores. Duas atividades típicas de ajuste da demanda são: (1) a política

de preços, aumentando quando a demanda aumenta muito, e reduzindo para

estimular a demanda e períodos de baixa procura, e, (2) uso de campanhas

publicitárias e promoções.

2.2.7 - Rendimento

O rendimento do sistema de produção vai ser diretamente impactado

pela política de gestão da capacidade adotado, mas, sobretudo dos gargalos

existentes e da forma como os produtos fluem entre as operações. O conceito

de rendimento está associado à utilização da capacidade instalada, derivando

daí o conceito de utilização e de eficiência, onde:

Utilização = Volume de produção real / Capacidade de projeto

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Eficiência = Volume de produção real / Capacidade efetiva

As relações de políticas de gestão da capacidade devem ser

consideradas decisões de longo e médio prazo, e são geralmente restritas ao

nível gerencial da organização. Ao nível das atividades de chão-de-fábrica

devem ser consideradas atividades de gestão do fluxo de produção,

objetivando, entre outras coisas, o aumento da capacidade efetiva através de

melhorias realizadas na produção.

2.3- Sistemas de emissão de ordens

Sistema de emissão de ordens Conforme relata Zaccarelli (1987), ao

fazer o plano de produção, foi decidido produzir certa quantidade de produtos

para atender a um plano de vendas (p. 18). Esta foi uma decisão complexa

envolvendo a situação do mercado, a situação da fabrica e a política

administrativa da empresa. Feito o plano de produção, existe a necessidade de

decidir como comandar o processo produtivo e as aquisições de materiais para

atender o plano produtivo. É baseada na Estimativa de Vendas que se executa

a Emissão de Ordens, que consiste na preparação do Plano Mestre de

Produção, geralmente trimestral, e na tomada de providências para se ter a

tempo todos os itens necessários a esse programa através de Ordens de

Compras e Ordens de Fabricação.

As ordens de fabricação constituem uma das fazes do processo de

estabilidade dos trabalhos que devem ser feitas para produzir as quantidades

estabelecidas no plano de produção. As decisões sobre quais ordens emitir e

sobre as quantidades e datas especificadas nas ordens devem ser feitas

obedecendo a certas normas e procedimentos prefixados.

2.3.1 - Classificação de sistemas de emissão de ordens

O sistema de emissão de ordens é a parte fundamental, porque tem

relação direta com o conjunto de funções associadas e até mesmo sobre o

exercício da autoridade na administração da produção.

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O número de sistema é muito grande, assim, cada empresa pode

desenvolver o seu próprio sistema conforme sua necessidade. Mas há

características em comum em todos os sistemas, por serem fundamentais,

permitem fazer uma classificação dos sistemas de emissão de ordens de

Acordo com a ênfase ou afeição particular, dada a estas características

fundamentais.

Classificam-se características fundamentais de um sistema de emissão

de ordens:

a) tratamento de inter-relação entre as atividades necessárias para completar a

produção;

b) a carga de trabalho sobre os fatores de produção decorrentes do conjunto de

atividades a serem realizadas;

c) a regra de decisão para emitir ordens; emitir ordens após ter recebido um

pedido do cliente que demanda aquela ordem de produção ou compra;

d) emitir ordem após verificar qual é a quantidade existente em estoque;

e) emitir ordens após o cálculo da quantidade que se faz necessária, par

atender ao plano de produção, aprovado em face da produção de vendas;

f) a forma de manutenção dos estoques; reposição por lotes de quantidade

constante a intervalos de tempo variável entre um pedido e o próximo;

g) reposição a intervalos de tempos fixos e quantidades variáveis;

h) reposição na quantidade e na época em que surgir a necessidade em

decorrência do plano de produção aprovado;

i) o tipo de ordem a ser emitida; ordem individual, isto, é ordem com apenas um

item a ser comprado ou fabricado;

j) lista de ordens, isto é, ordem múltipla, onde em uma mesma folha de papel

escreve-se um conjunto de partes a serem compradas ou fabricadas.

2.3.2 - Premissas para programação

Verificam-se algumas premissas no sistema de PCP são satisfatórias

como:

O sistema de programação e controle de produção deve permitir a previsão de

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problemas futuros para possibilitar a solução ou prevenção dos mesmos.

A programação de produção é normalmente a base para estabelecer um

programa de compra de materiais, de controle orçamentário, de contratação de

pessoal, de comprar maquinas para evitar gargalos de produção. O sistema de

PCP deve permitir a retirada dessas informações da programação, para boa

integração entre os diversos departamentos da indústria.

Para ZACARELLI (1987) a programação deve ser feita com base no

tempo que provavelmente será necessário para cada operação e não no tempo-

padrão correspondente. O tempo-padrão corresponde ao tempo em que o ciclo

operativo pode ser executado com eficiência e torna-se útil para pagamento por

incentivo, avaliando a eficiência do projeto de linha de produção (p.18).

2.4 – Programação de ordem de fabricação

Ordem de Fabricação é o documento emitido pelo PCP, que determina

autoriza a quantidade de peças a ser fabricada bem como o tempo necessário a

Sua execução, isto é, o início e o término das operações.

Nota-se que a ordem de fabricação tem vários pontos em comum com a

seqüência de operações. Todavia, os dois documentos têm diferenças básicas.

Enquanto a seqüência de Operações estabelece a maneira pela qual a peça

deve ser fabricada, a ordem de Fabricação determina e autoriza a produção

de certa quantidade de peças dentro de determinado prazo.

Uma OF, depois de emitida, não segue às Seções de Fabricação sem a

certeza de que pode realmente ser executada, ela vai, portanto à programação

a fim de ser verificada a viabilidade de seu atendimento pelas Seções de

Fabricação na quantidade e prazos solicitados.

Além da disponibilidade de máquinas, deve-se verificar as

disponibilidades de matérias-primas e mão-de-obra.

2.4.1 - Tarefas preliminares

As tarefas preliminares são aquelas a serem realizadas antes do início da

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produção, tais como: Programação da OF, envio dessa à Movimentação de OF,

envio da Requisição de Matéria-Prima ao Almoxarifado, separação da matéria-

prima, envio da matéria-prima à Seção de Fabricação respectiva, envio da cópia

da Ordem de Fabricação à Seção de Fabricação respectiva e preparação da

maquinaria. O tempo necessário a essas tarefas varia consideravelmente de

fábrica para fábrica, situando-se normalmente entre três e cinco dias. Para o

nosso exemplo consideraremos cinco dias.

2.4.2 - Tarefas intermediárias e finais

O autor explica que estas tarefas dependerão do fato de a operação ser

seguida por outra dentro da mesma seção de fabricação ou em outra seção ou

num almoxarifado (caso de última operação). Esse tempo tem uma função de

folga para prever tarefas como transporte das peças em processamento ou

acabadas, contagem das quantidades produzidas, registro dessas quantidades

e, às vezes, limpeza e separação de peças. Varia de fábrica para fábrica,

porém, de uma maneira geral, é razoável destinar um dia quando a operação

seguinte é executada na mesma seção e dois dias quando em seção diferente

ou num almoxarifado.

Se a OF é emitida corretamente, provavelmente ter-se-á um prazo

disponível maior ou pelo menos igual ao Tempo de Reposição. Se o prazo

disponível for menor do que o Tempo de Reposição, com uma diferença igual

ou maior que 10%, a OF deve ser tratada como urgente.

Outra razão para destinar esses dias entre as operações é para termos

folga entre as mesmas e, portanto evitar que o Tempo de Reposição fique muito

rígido.

2.5 - Disponibilidades de máquinas

A verificação da disponibilidade de máquinas é feita com o auxílio da

Carga Dinâmica de Máquinas que nada mais é que um cronograma onde se

assinala o comprometimento de ocupação das máquinas da fábrica. Assim, à

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medida que se vai programando as OF, ela vão sendo lançadas na Carga

Dinâmica de Máquinas e passam a constituir os comprometimentos da

ocupação.

2.6 - Métodos de aceleração do tempo total

É evidente que dificilmente o programador, ao consultar a Carga de Máquinas,

encontre todas as máquinas livres como supusemos anteriormente. Algumas

máquinas, geralmente já estarão carregadas e, portanto, a programação terá

que ser feita utilizando os dias disponíveis.

Isto leva, às vezes, a necessidade de encurtamento do tempo total, sendo

necessário o apressamento, existindo alguns métodos para isso, o que veremos

a seguir:

2.6.1 - Corte dos intervalos

O primeiro recurso é o corte puro e simples dos intervalos entre as

operações. Não se recomenda a eliminação do tempo necessário às tarefas

preliminares, que devem ficar pelo menos em seu mínimo (um dia).

2.6.2 - Agrupamento das operações

Quando se necessita de uma redução maior no tempo, tem-se que

recorrer ao agrupamento das operações, que consiste em não se esperar que

todas as unidades da OF fiquem prontas para iniciar a operação seguinte.

Exemplo:

Loteamento: O loteamento consiste na divisão de toda a OF em lotes, o que

significa que em vez de produzir a quantidade toda de uma vez, fabrica-se

parte, interrompe-se e prossegue-se novamente, em ocasião mais oportuna.

Este recurso apresenta um grande inconveniente, de encarecer a produção,

porque as máquinas terão de ser preparadas mais de uma vez durante a

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execução de uma OF.

Outros: Existem outros recursos de apressamento como o de horas extras que,

entretanto são mais recomendáveis para ser usado pela própria Seção de

Fabricação. Turno adicional e subcontratação também podem ser utilizados

pelo Planejamento da Produção.

2.7 - PERT/ CPM

A base das técnicas de programação com redes (network scheduling

techniques) são os diagramas de rede do projeto (Project network diagram) com

seus dois tipos de representação associados a um grafo dirigido: as atividades

sendo representadas pelos nós e, alternativamente,

As atividades sendo representadas pelos arcos. Da mesma forma, os

diagramas de redes do projeto são a base da programação orientada pelo

tempo, constituídos entre outros, pelos tradicionais métodos PERT, CPM e

PDM. Estes métodos são chamados genericamente de Métodos do Caminho

Crítico, porque através do cálculo de suas variáveis, é possível diagnosticar o

caminho mais longo do grafo, denominado Caminho Crítico, formado pelas

denominadas Atividades Críticas.

As principais técnicas de programação através de redes são: o Gráfico

de Gantt, o PERT/CPM e o PDM. Estas técnicas possuem suas

particularidades, suas vantagens e desvantagens na aplicação, conforme pode

ser constatado na vasta bibliografia sobre o assunto.

Hoje, com o desenvolvimento de diferentes ferramentas computacionais

envolvendo as técnicas de programação através de redes, a maioria das

deficiências de um e de outro método são superadas. O que se apresenta são

sistemas que integram as diversas técnicas utilizando as vantagens de cada

uma delas, e resultando em rapidez e flexibilidade de dados com visualizações

de fácil compreensão, permitindo acompanhamento e controle de atividades

com extremo dinamismo.

2.7.1 - Atividade e evento

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A rede de planejamento é a representação gráfica de um conjunto de

tarefas, tendo por fim atingir um determinado objetivo. Para que se estabeleça

uma rede é necessário conhecer:

a) Atividades: são tarefas que serão executadas, ou a execução efetiva de uma

operação, consumindo tempo e/ou recursos. Ex.: torneamento, montagem,

datilografia.

b) Seqüência das atividades: determina a ordem de antecedência e

subseqüência entre as diversas atividades que serão executadas.

c) Duração de cada atividade: tempo de execução das tarefas, em uma única

unidade (horas, semanas, meses, anos).

d) Evento (ou Acontecimento): é constituído de marcos que caracterizam

determinados instantes de um planejamento. Não são consumidos nem tempo

nem recursos. Ex.: início da usinagem, fim da pintura.

Existem alguns tipos de atividades, a saber:

a) Atividades Paralelas: podem ser executadas paralelamente;

b) Atividades Dependentes: atividade que só pode ser executada depois da

realização da atividade que a precede;

c) Atividades Independentes: atividade que para ser realizada não depende de

atividades anteriores;

d) Atividades Condicionantes: atividades que só podem ser realizadas sob

certas condições ou datas.

Princípios: Com o intuito de facilitar a confecção de uma rede de atividades

através do PERT-CPM, é aconselhável observar alguns princípios

fundamentais:

1. Relatar as atividades com suas durações, através de experiência e

informações de todas as fontes disponíveis;

2. Economizar tempo verificando se há atividades que podem ser paralelas;

3. Observar que: atividade consome tempo e/ou recursos financeiros; eventos

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não consomem nem tempo nem recursos financeiros;

4. Evento atingido é o que tem concluído todas as atividades que a ele chegam;

5. Uma atividade somente pode ser executada desde que o evento inicial tenha

sido atingido;

6. Entre dois eventos sucessivos existe uma e somente uma atividade;

7. Tudo o que pode atrasar um planejamento e pode ser previsto é uma

atividade e não deve ser desprezado;

8. Não existe circuito em uma rede, pois se existisse teríamos o fato de que

uma atividade poderia dar origem a si mesma.

Métodos: Para o estabelecimento de redes de planejamento pode-se

utilizar dois métodos:

• Método de Regressão: este método parte do evento final e caminha para

o evento inicial. Segue-se da atividade final a atividade inicial do

processo;

• Método da Progressão: este método é mais fácil. Parte-se da “esquerda”

para a “direita”, ou seja, do “início” para o “fim”, seguindo a seqüência

natural das atividades. É de mais fácil compreensão e, portanto o mais

utilizado.

Existe uma série de convenções para construção de um diagrama de

rede, que são largamente difundidas na bibliografia existente sobre o assunto, e

que hoje se encontram incorporadas nas ferramentas computacionais

existentes, tornando instantânea a construção dos diagramas a partir das

informações de durações e precedência das atividades.

É evidente que um programador PERT/CPM não poderá conhecer a

seqüência de atividades de uma infinidade de projetos, assim, nesta etapa, o

programador deverá recorrer aos técnicos especialistas de cada projeto.

2.7.2 - Programação com CPM

Após o estabelecimento da rede de planejamento, a qual determina um

programa de trabalho onde são observadas todas as durações das atividades,

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conclui-se que a duração total para realização deste programa é a soma dos

tempos de duração de todas as atividades.

O caminho crítico corresponde à soma mais desfavorável, ou seja, a

seqüência de atividades em que a soma dos tempos é maior. Qualquer atraso,

em qualquer atividade do caminho crítico, determina um atraso correspondente

no projeto. Segundo a ABNT, caminho crítico “é todo caminho de maior

duração em um projeto, compondo-se, embora não necessariamente, de uma

seqüência de atividades críticas”. Onde a atividade crítica “é a atividade

compreendida entre eventos críticos e correspondendo à maior duração, entre

os mesmos, limitada pelos valores de datas mais cedo de início e fim.” O

caminho crítico é determinado através do cálculo das folgas das atividades,

correspondendo à seqüência de atividades com folgas totais iguais a zero. A

folga total de uma atividade é o tempo que esta pode atrasar sem que seu

atraso comprometa a data de término do projeto, e é dada por:

FOLGA = DTI – DCI, ou (1)

FOLGA = DTT – DCT. (2)

Onde:

• DCI - Data mais cede de início: é a data mais próxima em que uma

atividade pode começar;

• DCT - Data mais cede de término: é a data mais próxima para o término

de uma atividade;

• DTI - Data mais tarde de início: é a data mais atrasada em que uma

atividade pode começar, sem que atrase o projeto;

• DTT - Data mais tarde de término: é a última data em que uma atividade

pode terminar, sem que atrase o projeto [Moreira, 1999, p. 439].

O cálculo das datas é feito a partir das seguintes notações:

DCT = DCI + T. (3)

DCI (da atividade que deixa um nó) = à maior DCT dentre as atividades que

chegam ao nó.

DTI = DTT - T. (4)

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DTT (da atividade que entra em um nó) = à menor DTI das atividades que

deixam o nó.

T – Tempo de duração da atividade.

Através das ferramentas de informática atuais, podem-se originar redes de

planejamento com extrema facilidade, onde são incorporados pelos programas

todos os cálculos de datas, folgas e determinação do caminho crítico (Figuras 1

e 2).

Figura 1 - Representação de uma Rede PERT, utilizando MS-Project, onde o caminho crítico

está destacado em vermelho.

Fonte: (MS-Project, Microsoft Windows, 2003).

Figura 2 - Representação da mesma Rede PERT, em Gráfico de Gantt, no MS-Project.

Fonte: (MS-Project, Microsoft Windows, 2003).

2.7.3 - Programação com PERT

Partindo do ponto em que as estimativas de tempo estão sujeitas a

variações aleatórias, estas se tornam estimativas probabilísticas. As

estimativas probabilísticas devem incluir uma indicação do grau de variabilidade

2 1,5 dias 5 4 dias 6 2 dias

06.03.12 09.03.12 06.03.12 15.03.12 06.03.12 17.03.12

1 2 dias06.03.12 07.03.12

3 2,5 dias 4 2 dias

06.03.12 10.03.12 06.03.12 14.03.12

Tarefa 5 Tarefa 6

Tarefa 4

Tarefa 1

Tarefa 3

Tarefa 2

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das previsões. Por conveniência, emprega-se a distribuição Beta para

representar a aleatoriedade nos tempos. Esta distribuição tem a vantagem de

permitir o cálculo fácil da média e da variância (ou do desvio-padrão) dos

tempos probabilísticos de uma rede. O tempo médio esperado (t) de cada e

atividade são obtidos segundo a seguinte fórmula:

te = (tp + 4 . tm + to) / 6, onde:

tp = tempo pessimista: é o tempo em que se prevêem condições

desfavoráveis para a realização da atividade; tm = tempo mais provável: é

o tempo que a atividade levaria se tudo corresse normalmente; to = tempo

otimista: é o tempo em que se prevêem condições favoráveis para a realização

da atividade.

A variância (σ² ), que fornece o grau de incerteza associado à previsão, é

estimada 2 como o quadrado da sexta parte da diferença entre as previsões

otimistas e pessimistas, ou seja:

σ² = [(tp – to) / 6]2

De posse do tempo médio esperado e da variância de cada atividade,

pode-se montar a rede e proceder aos cálculos dos Seus, Tardes, Folgas e

Caminho Crítico. Considerando que o tempo médio esperado é o tempo da

atividade. Por outro lado, dado que a média da soma de variáveis aleatórias é

igual à soma das médias destas variáveis, pode-se considerar como a variância

total do projeto a soma das variâncias das atividades que compõem o caminho

crítico.

Caso ocorram dois ou mais caminhos críticos, adota-se como variância

total do projeto aquela que for menor. Também se considera que o tempo

esperado total (ttotal) do projeto é a soma dos totais tempos médios esperados

das atividades do caminho crítico.

Como os tempos de realização das atividades são probabilísticos, é

importante estimar qual a probabilidade que se tem do projeto ficar concluído

em determinado prazo. Para tanto, empregando o tempo esperado total e a

variância (ou o desvio padrão) do caminho crítico, pode-se obter um fator de

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probabilidade (z) associado a determinado tempo preestabelecido (t) que

corresponde em uma tabela da curva normal a uma probabilidade de conclusão

do projeto nesta data. A fórmula de obtenção do fator (z) é a seguinte;

Z = (t – ttotal) / σ

Assim, tendo como suporte o desenvolvimento da área de informática,

vê-se retornar à prática ferramentas criadas há 50 anos, como o PERT-CPM.

Bastante difundido na área de planejamento de projetos, o PERT-CPM começa

a ser aplicado também no planejamento da produção industrial, principalmente

onde se tem produção sob encomenda.

2.8 - Kanban

O sistema kanban foi desenvolvido na década de 60 pelos engenheiros

da Toyota Motors Cia, com objetivo de tornar simples e rápidas as atividades de

programação, controle e acompanhamento de sistemas de produção

intermitente repetitivas. Este sistema foi projetado para ser usado dentro do

contexto mais amplo da filosofia Just in Time para buscar e fornecer os itens

dentro da produção apenas nas quantidades necessárias e no momento

necessário.

Kanban é uma ferramenta para operacionalizar o sistema Just in

time de produção, possibilitando transformar a produção de "empurrada" em

"puxada". O kanban é um importante elemento do Sistema Toyota de Produção,

sistema este que visa à eliminação total das perdas, entretanto, não são

sinônimos, sendo o kanban uma técnica para ajudar a programar esses

princípios.

Nos sistemas convencionais de empurrar a produção, elabora-se

periodicamente, para atender ao PMP, um programa de produção completo, da

compra da matéria-prima à montagem do produto acabado, transmitindo-os aos

setores responsáveis por meio da emissão de ordens de compra, fabricação e

montagem .

A produção empurrada é representada pelo sistema tradicional de

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produção, onde são emitidas ordens em função de uma determinada

expectativa de demanda, que pode ou não ser efetivada. Assim, os lotes de

produção são transferidos da seção anterior para a posterior, independente de

esta ter ou não necessidade de recebê-los, ocasionando, entre outros fatores

negativos, uma elevação dos níveis de estoque.

No sistema kanban de puxar a produção não se produz nada até que o

cliente (interno ou externo) de seu processo solicite a produção de um

determinado item. Neste caso, o PPCP usa as informações do PMP para emitir

ordens apenas para o último estágio do processo produtivo, normalmente a

montagem final, assim como para dimensionar as quantidades de kanbans

dos estoques em processo para os demais setores. À medida que o cliente de

um processo necessita de itens, ele recorre aos kanbans em estoque neste

processo, acionando diretamente o processo para que os kanbans dos itens

consumidos sejam fabricados e repostos aos estoques.

2.8.1 - Tipos de Cartões Kanban

Dependendo de como a empresa estiver estruturada o seu sistema de

produção, diversos tipos de sistema kanban podem existir, como por exemplo:

kanban com dois cartões, kanban de um cartão e kanban do fornecedor.

O sistema kanban funciona baseado no uso de sinalizações para ativar a

produção e movimentação dos itens pela fábrica. Estas sinalizações podem ser

realizadas por diversos meios, entretanto a mais utilizada é baseada nos

cartões kanban e nos painéis porta- kanbans. Os cartões kanban

convencionais são confeccionados de material durável para suportar o

manuseio decorrente do giro constante entre os estoques do cliente e do

fornecedor do item.

Conforme a função que exercem, o cartão kanban divide-se em dois

grupos: cartões kanban de produção e cartões kanban de requisição ou

movimentação. Os cartões kanban de produção autorizam a fabricação ou

montagem de determinado lote de itens. Os de requisição autorizam a

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movimentação de lotes entre o cliente e o fornecedor de determinado item,

podendo, por sua vez, serem cartões kanban de requisição interna ou serem

cartões kanban de requisição externa à empresa ou de fornecedores.

2.8.2 - Funções executadas pelo Kanban

O sistema kanban, conforme definido inicialmente, é um sistema de

controle do fluxo de informações e produção de tipos de produção intermitente

repetitivos, garantindo uma produção puxada em um ambiente JIT. Contudo,

esta definição é muito simplista e não expõe todas as funções executadas e as

vantagens decorrentes da implantação adequada do sistema kanban.

O sistema kanban atua dentro do PCP no nível operacional de curto

prazo, ou seja, executa as atividades de programação, acompanhamento e

controle da produção, de forma simples e direta. Senão, veja-se:

As funções de administração de estoques estão contidas dentro do próprio

sistema de funcionamento do kanban, ou seja, a definição de quanto produzir,

quando produzir e que segurança empregar é inerente ao sistema;

O seqüenciamento do programa de produção segue as regras de prioridades

estabelecidas nos painéis porta- kanban, sem a interferência do PCP, refletindo

mais rapidamente as variações na demanda do posto cliente. Desta forma, ao

utilizar os recursos produtivos apenas para demandas reais, reduz os estoques

especulativos e acelera o lead times produtivos;

A emissão das ordens pelo PCP se dá em um único momento, quando da

confecção dos cartões kanban , sendo os mesmos reaproveitados dentro do

ciclo de reposição dos itens.

Conjugado a produção focalizada, os cartões kanban possuem um

conjunto mínimo de informações, suficientes para a produção e movimentação

dos itens no sistema, contribuindo para a simplicidade operacional. Assim como

para o seqüenciamento, a liberação das ordens aos postos de trabalho se dá

em nível de chão de fábrica, sem interferência do pessoal do PCP.

O sistema kanban permite, de forma simples, o acompanhamento e controle

visual e automático do programa de produção. O atendimento das regras de

funcionamento do sistema kanban garante que não serão formados estoques

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superiores, ou inferiores, aos projetados para atender a um programa de

produção. A gerência, recorrendo visualmente aos painéis porta kanban, sabe

de imediato quanto de trabalho é necessário para atender ao programa

predeterminado.

Além das vantagens obtidas nas atividades do PCP, o sistema kanban

desempenha uma série de funções adicionais, não menos importantes, que

fazem dele um sistema catalisador do incremento contínuo da produtividade e

da qualidade.

Por ser operacionalizado pelos próprios operários, o sistema kanban

estimula a iniciativa e o sentido de propriedade nos mesmos. Os operários

agem como, e sentem-se como, donos de processo em que trabalham,

seguindo suas próprias decisões;

Ao estabelecer uma cadeia clara entre o cliente e o fornecedor dos

itens, facilitam os trabalhos dos grupos de melhorias, como os Círculos de

Controle da qualidade, na identificação e eliminação de problemas;

Permite a identificação imediata de problemas que inibam o incremento

da produtividade, pela redução planejada do número de cartões kanban em

circulação no sistema. Esses problemas serão os temas a serem tratados pelos

grupos de melhoria;

Ao estimular o uso de pequenos lotes, reduz a necessidade de

equipamentos de movimentação e acusa imediatamente problemas de

qualidade nos itens;

Programa efetivamente os conceitos de organização, simplicidade,

padronização e limpeza nos estoques do sistema produtivo;

Dispensa a necessidade de inventários periódicos nos estoques; a

quantidade de cada item é definida por seu número de cartões kanban em

circulação no sistema;

Estimula o emprego do conceito de operador polivalente, pois nos

fomentam operadoras atividades de programação e controle da produção, antes

de responsabilidade do pessoal do PCP;

Por meio dos cartões kanban, fornece informações precisas e simples

aos operadores para execução de suas atividades, facilitando o cumprimento

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45

dos padrões de trabalho.

2.8.3 – Pré requisitos para o sistema kanban

A lista de vantagens ao sistema kanban, conforme vista anteriormente é

bastante grande, porém ela só é plenamente alcançada quando o sistema

produtivo está projetado para operar dentro da filosofia JIT/TQC. Desta forma,

pode-se dizer que os pré-requisitos de funcionamento do sistema kanban são

as próprias ferramentas que compõem essa filosofia, e que determinam quão

eficiente o sistema produtivo é, quais sejam:

Estabilidade de projeto de produtos, evitando-se mudanças bruscas de curto

prazo, portanto não planejadas, no roteiro de produção;

Estabilidade no programa mestre de produção empregado para projetar o

sistema kanban, obtidas com base no relacionamento de longo prazo com

clientes, evitando-se mudanças inesperadas de curto prazo nas quantidades a

serem produzidas;

Índices de qualidade altos, visto que lotes com defeitos causarão sérios danos

ao fluxo produtivo sob a ótica de puxar empregada no sistema kanban;

Fluxos produtivos bem definidos, de preferência com layout celular, permitindo

roteiros claros de circulação dos cartões kanban;

Lotes pequenos, viáveis com a implantação do setup rápido, possibilitando

resposta imediata às solicitações do cliente, sem a necessidade de estoques

excessivos;

Operários treinados e motivados com os objetivos do melhoramento contínuo,

cumprindo rigorosamente as regras de funcionamento do sistema kanban;

Equipamentos em perfeito estado de conservação, com ênfase na manutenção

preventiva, evitando-se paradas inesperadas não suportadas pelo nível mínimo

de estoques no sistema.

Logicamente, as empresas não esperam atingir plenamente todos esses

pré-requisitos para só então iniciar a implantação do sistema kanban. O sistema

kanban, devido a sua simplicidade, deve ser implantado já no início, em

conjunto com as demais técnicas da filosofia JIT/TQC, em setores onde seu

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potencial de sucesso seja maior.

O sistema kanban, conforme já colocado, é um sistema idealizado para

trabalhar em tipos de produção intermitentes repetitivas, porém empresas que

trabalham com produção intermitente sob encomenda, ou com produção

contínua, podem fazer uso de seus princípios para tratar itens, dentro de seus

sistemas produtivos, que tenham características de repetitividade. Internamente,

nos setores de apoio ao processo produtivo, como manutenção, ferramentaria,

pode-se fazer uso desse sistema para administrar seus estoques de peças

componentes.

2.9 - Movimentações das ordens de fabricação

A função essencial da Movimentação de Ordens de Fabricação é

controlar a execução das OF. Apesar de vários autores defenderem a

subordinação da Movimentação a Seção de Fabricação, defende-se a opinião

de que na produção empurrada a Movimentação deverá ser subordinada ao

PCP.

O PCP ficará com postos avançados de informação dentro das próprias

oficinas, o que lhe possibilita conhecer os problemas ocorridos de maneira

imediata e com precisão.

O movimentador ficará liberto da influência do encarregado de Seção

que, freqüentemente, está mais interessado em aperfeiçoar sua Seção em

particular e não a produção como um todo, Permite também, uma melhor

programação de Ordens. Possibilita o treinamento de funcionários do PCP em

tarefas mais simples e dentro do ambiente das Seções de Fabricação.

Quando a Fábrica for pequena e a produção muito simples, a

subordinação mais vantajosa seria ao Departamento de Produção.

A movimentação de matéria-prima, material em processamento e peças

é de responsabilidade da Movimentação. Geralmente é feito por operários

semiqualificados, sob as ordens do movimentador, que lhes informa o que

transportar e de onde para onde. Não há necessidade de instruções escritas. É

importante ressaltar o cuidado que deve existir no transporte das peças. Para

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isso é preciso utilizar para cada material o meio de transporte adequado.

Quando se adota o sistema de “empurrar” a produção, a Movimentação

da Fabricação e Montagem é a última etapa do processo de planejamento,

dizendo respeito à programação das operações nas Seções de Fabricação

individuais e a primeira do processo de controle.

Ela se responsabiliza por um grupo de tarefas que visam informar,

assessorar e controlar as Seções de Fabricação e as linhas de Montagem

possibilitando o atendimento das determinações dos estágios anteriores do

PCP.

Em pequenas Seções de fabricação, a Movimentação é normalmente

exercida, em tempo parcial, pelo próprio encarregado, embora ele tenha a

tendência de seguir sua própria programação. Nas grandes Seções, onde se

executa um grande número de operações diferentes em máquinas universais,

dispostas de maneira funcional, essas tarefas passam a ser exercida por um

especialista.

A Movimentação, que trata de assuntos muito internos às Seções de

fabricação, pode ser subordinada à Produção assim evitando que se reparta à

autoridade dentro da Seção. Entretanto, como ela faz parte do processo de

planejamento, também pode se subordinar ao PCP que passa a contar com

informações mais rápidas e precisas sobre a produção além de contar com

bons candidatos a programadores.

2.9.1 - Tipos de movimentação

A movimentação se distingue em três tipos:

Movimentação em seqüência de circulação

É a movimentação do material na seqüência do processo de fabricação,

isto é, desde a descarga da matéria-prima e componentes no armazém de

entrada até a embalagem e expedição, passando por todas as fases do

processo manufatureiro.

Movimentação secundaria

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Determinadas operações ou processos exigem a própria movimentação

do material através da maquina. Assim algumas máquinas dispõem de uma

esteira que a alimenta ou transporta o material à fase seguinte. Em certas

fábricas, o material para o abastecimento da produção é levado por

transportadores contínuos de circuito fechado, até os pontos de consumo. Se o

operador não retirar a peça, ele voltará a suas mãos após completar o circuito.

Esse sistema, aliás, economiza espaço, pois são eliminados os pontos de

estocagem junto às máquinas, sendo o estoque verdadeiramente “circulante”

pela fábrica.

Movimentação Operacional

Na operação de linha de montagem, por exemplo, existem, além da

seqüência de circulação, os movimentos referentes ao trabalho de montagem

propriamente dito. Esses movimentos dizem respeito ao transporte para a

conjugação dos componentes e dos movimentos manuais do operador, tais

como ajustar, soldar, aparafusar, dentre outras atividades. Tratando-se de

movimentos que integram os métodos de trabalho, o seu estudo e análise são

se competência da engenharia de métodos, que, com o auxílio da técnica do

estudo de tempos e movimentos, resolverá os problemas para a sua

racionalização.

2.9.2 - Tarefas da movimentação

Após o recebimento e conveniente arquivamento temporário dos

documentos da OF, a primeira tarefa da Movimentação consiste em separar por

seções e por data de início as várias cópias da Requisição de Matéria Prima e

as cópias da Ordem propriamente ditam.

Em seguida, oportunamente, três a cinco dias antes do início previsto

para a OF, e constatado que a máquina prevista estará de fato desocupada,

cabe à Movimentação enviar Requisição da Matéria-Prima ao Almoxarifado, que

enviará o material a primeira Seção de Fabricação, comunicando a

Movimentação. Se houver um atraso superior a 10 dias para a máquina ficar

disponível (a partir da data prevista) cabe a movimentação consultar a

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Programação. Em seguida, comunicada a entrega da Matéria Prima, deverá

a Movimentação liberar a cópia da OF respectiva, autorizando o início do

processamento.

Deve-se observar que todas as vezes que o material em processamento

mude de seção, a Movimentação deve contar o Material e Transportar para a

seção seguinte.

Finalmente, cabe a Movimentação a emissão da Guia de Remessa, que

deve acompanhar as peças prontas ao Almoxarifado.

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CAPÍTULO III

CONTROLE DA PRODUÇÃO

3.1 – Visão atual

O ritmo de mudança global solicita altos níveis de capacidade de reação

das organizações acompanharem e reagir a mudanças no ambiente externo.

Quanto mais rápida for à identificação dos problemas, mais eficientes serão as

ações do acompanhamento e controle da produção, menores serão os desvios

a corrigir, menor o tempo e as despesas com ações corretivas. Logo, quando

forças externas e os problemas organizacionais mudam, novos sistemas são

necessários e sistemas antigos devem ser modificados.

Além de informações de produção úteis ao PCP, o Acompanhamento e

Controle da Produção normalmente estão encarregados de coletar dados

(índices de defeitos, horas/máquinas e horas/homens consumidas, consumo de

materiais, índices de quebras de máquinas) para outros setores do sistema

produtivo.

Estas funções garantem o desempenho oportuno das atividades do

projeto dentro dos padrões de custo, prazo e qualidade. Para tanto, um

programa de produção deve ser realístico, as ordens emitidas devem ter

grandes possibilidades de serem executadas.

Entende-se por Acompanhamento (Controle) da Produção a função do

PCP responsável por fazer comparações rotineiras entre os resultados da

produção de bens ou serviços e as solicitações da programação, detectando

desvios assim como identificando causas e cobrando, dos responsáveis, suas

correções.

Cabe ao Acompanhamento da Produção verificar se todas as providências

solicitadas estão sendo executadas dentro dos prazos e quantidades previstos.

O Acompanhamento e Controle da Produção, por meio da coleta e

análise dos dados, busca garantir que o programa de produção emitido seja

executado a contento.

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Acompanhamento é a função que completa o PCP, fornecendo a

realimentação que o sistema necessita para funcionar adequadamente.

3.1.1 - Dificuldades encontradas pelo acompanhamento

As principais dificuldades encontradas pelo acompanhamento:

dificuldades na identificação das causas dos atrasos; e, problemas relativos as

Relações humanas.

Suponha-se que uma determinada OF esteja em atraso e que, ao

verificar a causa, o PCP descubra que uma determinada máquina está

apresentando, com freqüência, defeito de funcionamento. Qual o Departamento

responsável? O Departamento de Manutenção, que não estava mantendo

convenientemente a máquina; a Seção de Fabricação, onde o operário estaria

produzindo fora das especificações recomendadas; o Departamento de

Engenharia, que estabeleceu uma maneira inadequada de produzir a peça,

forçando a máquina e causando defeito; ou o Controle de Qualidade que deixou

passar matéria-prima fora das especificações, que estaria

Criando tensões extras na máquina.

Como para todo problema de atraso, aparece um responsável, a pessoa

que falhou, cabe ao PCP entrar em contato com essa pessoa pedindo-lhe que

passe a evitar o erro, ou seja, reclamando, cobrando. Por isso, a crítica tem que

ser feita com habilidade, para que seja eficiente, pois o objetivo não é reclamar

e sim conseguir a correção do erro.

O pessoal do Acompanhamento tem que ser escolhido entre os mais

habilidosos e categorizados do Departamento. Não é rara a situação em que o

próprio chefe do PCP fica com a responsabilidade de tomar decisões em

relação à identificação das causas dos atrasos e ao trato com o pessoal que

precisa ser alertado ou criticado.

3.2 - Métodos de acompanhamento

Define-se dois métodos de acompanhamento da produção;

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• Controle por exceção;

• Controle global.

Os controles por exceção são aqueles em que automaticamente, se

identificam os itens em desvio e, então, passa-se a acompanhá-los.

Os controles globais são aqueles em que todos os itens são controlados

independentemente do fato de estarem em atraso ou não.

Os instrumentos mais utilizados para acompanhar a produção, são o

Gráfico de Gantt e os dispositivos de controle nele baseados.

3.3 - MRP

A logística ganhou status de prioridade a ponto de os profissionais da

área atuar no primeiro escalão das empresas. As estratégias e mudanças

nesse novo segmentam agora são discutidas diretamente com a presidência

destas empresas.

A importância da logística está cada vez mais crescente dentro da

empresa. As decisões levam sempre em conta a logística. Ou seja, o desenho

de um novo parafuso de uma peça poderá ser modificado se for possível

aproveitar um já existente. Isso permite manter um mesmo fornecedor e

negociar uma escala maior de encomendas, portanto, a preços mais reduzidos.

Este texto reflete de forma significativa o quão grande é a necessidade de

planejar e pensar logística dentro de uma organização. É um exemplo claro de

que o estudo individual de cada atividade, de cada prioridade, de cada projeto,

deve ser estudado tendo em vista sempre a logística.

Neste contexto o MRP (planejamento das necessidades de materiais)

surge como uma grande questão a ser entendida, desenvolvida, adaptada e

implementada na empresa.

3.3.1 - Planejamento das necessidades de materiais

O MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais) é um sistema de

inventário que consiste em tentar minimizar o investimento em inventário. Em

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suma, o conceito de MRP é obter o material certo, no ponto certo, no momento

certo. Tudo isto através de um planejamento das prioridades e a Programação

Mestra de Produção.

Este sistema tem funções de planejamento empresarial, previsão de

vendas, planejamento dos recursos produtivos, planejamento da produção,

planejamento das necessidades de produção, controle e acompanhamento da

fabricação, compras e contabilização dos custos, e criação e manutenção da

infra-estrutura de informação industrial.

A criação e manutenção da infra-estrutura de informação industrial

passam pelo cadastro de materiais, estrutura de informação industrial, estrutura

do produto (lista de materiais), saldo de estoques, ordens em aberto, rotinas de

processo, capacidade do centro de trabalho, entre outras.

A grande vantagem da implantação de um sistema de planejamento das

necessidades de materiais é a de permitir ver, “rapidamente”, o impacto de

qualquer replanejamento. Assim podem-se tomar medidas corretivas, sobre o

estoque planejado em excesso, para cancelar ou reprogramar pedidos e manter

os estoques em níveis razoáveis.

3.3.2 - Objetivo do MRP

A administração de materiais deve procurar melhorar continuamente a

rotatividade de estoque, o atendimento ao cliente, a produtividade da mão de

obra, a utilização da capacidade, custo de material, o custo do transporte e o

custo do sistema. Ou seja, atender o cliente da melhor forma, com o menor

investimento em estoque. O objetivo do MRP é superar este desafio.

3.3.3 - Metas do MRP

A implantação de um sistema MRP visa:

• Diminuir custos de estocagem e movimentação.

• Tempo de vida e controle de validade em casos de produtos perecíveis.

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Além disto, o produto pode sofrer alterações de modelo, por exemplo,

atendimento ao cliente.

• Diminuir a improdutividade. A produtividade pode ser atingida e afetada

por falta de materiais, tempo de preparação, quebra de máquina, hora extra,

variação na equipe.

• Previsibilidade, incluindo a manutenção dos equipamentos, a previsão de

compras e produção.

• Capacidade da instalação para o atendimento, ou seja, a capacidade de

atendimento ao cliente.

• Diminuir o custo de materiais e transporte.

• Diminuição do custo de obtenção.

3.3.4 - Funções e atividades analisadas pelo MRP

Dentre as funções analisadas pelo MRP, podemos citar:

• Previsão de vendas: Prever e antecipar a necessidade do cliente.

Planejar e replanejar com vistas à previsibilidade constituem-se em uma

das funções do MRP. Através desta função do sistema MRP pode-se

programar compras e produção.

• Plano Mestre: Para este planejamento ou replanejamento, o

desenvolvimento de um plano mestre se faz necessário para planejar o

quanto será produzido esta semana, na semana seguinte, na outra, e

assim sucessivamente. A alta administração também deve perceber que

o fluxo de caixa está implícito no plano mestre, e chamá-lo de plano

global.

• Liberação de ordens: Esta atividade envolve compra, produção e a

definição, alteração ou revisão, ou seja, quando e quanto. São decisões

tomadas a todo o instante, independentemente do número de itens

envolvidos, se 1.000, 2.000 ou 50.000 itens. A liberação das ordens está

ligada ao plano mestre, sendo ele o responsável pelas decisões tomadas

para o produto final.

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• Follow-up ou planejamento de prioridade: Existem normalmente dois

tipos de seguimento, ambos consideram as ordens já liberadas para

compra ou produção. Eles são seguimento de compras, com as ordens

de compra, e o de controle de produção com as ordens de produção.

• Planejamento da capacidade: Podemos chamar de Planejamentos da

Capacidade a função do MRP que consiste em constatar se existem

altos e baixos ou ainda sobrecarga de capacidade, podendo se tomar às

ações necessárias.

• Manutenção dos registros: Além do controle do estoque é importante a

atualidade da lista de material. Através da contagem cíclica ou inventário

rotativo podemos conseguir proximidade à realidade do estoque.

• Estrutura do produto ou lista de material: A estrutura do produto é

baseada na emissão de ordens em uma demanda calculada a partir do

programa de montagens. Para que isto aconteça é necessário uma “Lista

de Material”, ou “Lista de Peças Estruturada”.

• Calculo das necessidades de materiais: Para o efetivo cálculo das

necessidades de materiais deve-se considerar a estrutura do produto

com os níveis de fabricação, a quantidade do lote de compra, o tempo de

reposição para cada componente (comprado ou fabricado internamente),

as necessidades das peças baseados no programa-mestre, o uso de

cada peça, atentando-se para a sua utilização também em outros

produtos, e o uso de cada peça, levando-se em conta que ela pode ser

usada no mesmo produto em diversos níveis. Para determinação da

quantidade a comprar podemos escolher diversos métodos de acordo

com as necessidades reais, tais como: Quantidade fixa, lote econômico,

lote a lote, ou reposição periódica.

3.3.5 - Abordagem geral

As empresas começam a movimentar e desprender grandes energias

para solucionar seus problemas de logística. Nestas empresas, diversos

profissionais adquirem status de prioridade. Ou seja, está se transformando em

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funções de planejamento empresarial.

A falta de profissionais especializados em logística, para aplicação deste

sistema, leva as empresas a investir nesta formação. São empresas que

montão centro de pesquisas e contratam professores da melhores

universidades federais para fazer esta formação.

E, este sistema, por apresentar funções de planejamento empresarial,

por trabalhar com a previsão de vendas, com o planejamento dos recursos

produtivos, por influenciar todo o planejamento da produção e das necessidades

de produção, e ainda, controlar e acompanhar a fabricação, desde compras,

passando pela respectiva contabilização dos custos, e a criação e manutenção

da infra-estrutura de informação industrial, é sinônimo de modernidade. É

cartilha que deve ser apreendida, sob pena de perder o bonde da história.

Bonde que todos nós, filhos da globalização, não podemos dispensar para

chegarmos a um porto seguro.

3.4 - MRP II

O MRP II ou planejamento de recursos para manufatura é uma técnica

aplicada nas grandes empresas desde os anos 80, é uma das técnicas

componentes dos Sistemas de Administração da Produção (SAP), e baseia-se

em diversas outras atividades que a compões, tal como o MRP e o MPS.

3.4.1 – Objetivos do MRP II

Os objetivos dos sistemas de cálculo de necessidades são permitir o

cumprimento dos prazos de entrega dos pedidos dos clientes com mínima

formação de estoques, planejando as compras e a produção de itens

componentes para que ocorram apenas nos momentos e nas quantidades

necessárias, nem mais, nem antes, nem depois. Isso se aplica a dois tópicos

que são o MRP e MRP II.

3.4.2 - Definição de MRP II

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Com a grande melhoria observada na produção proporcionada pelo

cálculo de necessidades de materiais diversas pesquisas se seguiram para

adaptar o MRP a situações práticas de produção, o que levou o uso da lógica

de ser utilizada para o planejamento de outros recursos de produção (como as

necessidades de mão-de-obra e de equipamentos), além dos materiais.

Com a extensão do conceito de cálculo de necessidades ao

planejamento dos demais recursos de manufatura e não mais apenas dos

recursos materiais e para que ficasse claro que se tratava apenas de uma

extensão do conceito do MRP original, o novo MRP passou a chamar-se MRP

II, com a sigla agora significando, de forma mais abrangente, manufacturing

resources planning, ou planejamento dos recursos de manufatura, que então

abrangeria desde as necessidades das quantidades de produtos em estoque,

como a necessidade fabricação de produtos finais, controla a alocação de chão-

de-fábrica, recursos humanos e máquinas para elaboração de produtos visando

melhorar a competitividade diminuindo o tempo de entrega e aumentado a

qualidade dos produtos, com gastos menores.

Com uso da nova técnica então, pode-se, por exemplo, determinar que,

por exemplo, que para se obter uma produção semanal X, serão necessários N

trabalhadores em outras N bancadas executando turnos de 40 horas para se

cumprir os prazos de produção. Daí pode notar uma maior abrangência dentro

da produção do método MRP II.

3.4.3 – Funcionamento do MRP II

O MRP II é um sistema hierárquico de administração da produção, em

que os planos de longo prazo de produção, agregados (que contemplam níveis

globais de produção e setores produtivos), são sucessivamente detalhados até

se chegar ao nível do planejamento de componentes e máquinas especificas.

Sistemas MRP II são, em geral, disponíveis no mercado na forma de

sofisticados pacotes para computador. Estes são em geral, divididos em

módulos, que têm diferentes funções e mantêm relações entre si.

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O MRP II possui cinco módulos principais:

• Módulo de planejamento da produção (production planning).

• Módulo de planejamento mestre de produção (master production

schedule ou MAS).

• Módulo de cálculo de necessidade de materiais (material requirements

planning ou MRP).

• Módulo de cálculo de necessidade de capacidade (capacity requirements

planning ou CRP).

• Módulo de controle de fábrica (shop floor control ou SFC).

Além destes, há os módulos de atualização dos dados cadastrais, que se

ocupam de alterações quanto aos dados de itens de estoque, estruturas de

produtos, centros produtivos, roteiros de produção, entre outros.

Como já foi abordado no capitulo anterior sobre os módulos do MRP,

abordaremos apenas sobre os módulos de cálculo da necessidade de

capacidade e o módulo de controle da fábrica.

3.4.3.1 - Cálculo das Necessidades de capacidade (CRP)

O planejamento da capacidade de produção é tão importante como o

planejamento dos próprios materiais. Sem identificar futuras necessidades de

capacidade com antecedência suficiente para se poder provê-la ou sem serem

capaz de identificar possíveis ociosidades futuras, os potenciais benefícios de

um sistema de administração da produção não serão atingidos.

Capacidade de produção insuficiente pode deteriorar o desempenho de

uma empresa em termos do cumprimento de prazos, um critério competitivo de

importância crescente no mercado competitivo atual. Também fica afetada a

quantidade de estoques em processo e o ânimo das pessoas que trabalham na

manufatura, além de proporcionar que se estabeleça uma mentalidade de

complacência da mão-de-obra e da administração com os atrasos freqüentes.

Por outro lado, capacidade de produção em excesso pode representar custos

desnecessários, que muitas vezes pode ser reduzido, caso a capacidade em

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excesso seja identificada a tempo.

Os sistemas de administração da produção do tipo MRP II têm o módulo

de planejamento das necessidades de capacidade atuando com mais de um

nível. É feita uma avaliação prévia, chamada de rough-cut capacity planninq,

cujo objetivo é localizar inviabilidades de determinado plano-mestre de

produção que sejam identificáveis a partir de cálculos simples e agregados.

O objetivo é não prosseguir com um plano-mestre que seja

evidentemente inviável (em termos de capacidade de produção) até os níveis

mais detalhados de planejamento (explodindo o MRP, por exemplo). Com isto,

pode-se encurtar o tempo para se chegar a um plano de produção viável. Não

encontrada uma inviabilidade evidente do plano-mestre de produção, este é

então explodido pelo módulo MRP em termos das necessidades de

componentes, gerando-se ordens de compra e de produção para os itens

particulares.

Com base na explosão detalhada e utilizando informações a respeito dos

roteiros de produção e do consumo de recursos produtivos por item, o módulo

CRP calcula, então, período a período, as necessidades de capacidade

produtiva, de forma detalhada, permitindo a identificação de ociosidades ou

excesso de capacidade (no caso de a necessidade calculada estar muito abaixo

da capacidade disponível) e possíveis insuficiências (no caso de as

necessidades calculadas estarem acima da capacidade disponível de

determinados recursos). Com base nesta identificação, medidas gerenciais

podem ser tomadas, no sentido de alterar as ordens de produção ou o plano-

mestre do plano que foi constatado inviável para que uma situação de

viabilidade em termos de disponibilidade de recursos produtivos seja atingida.

3.4.3.2 - Controle da fábrica (SFC)

O módulo de controle de fábrica é o responsável pela seqüenciação das

ordens, por centro de produção, dentro de um período de planejamento e pelo

controle da produção, no nível da fábrica. No MRP II clássico, é este o módulo

que busca garantir que o que foi planejado será executado da forma mais fiel

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possível aos planos.

Sistemas baseados no planejamento e seguimento de ordens de

produção, como o MRP II e, particularmente o módulo em questão, baseiam-se

no principio de que a produção é do tipo job shop, caracterizado como uma

produção com arranjo físico funcional (recursos agrupados por função), em que

os itens têm roteiros de produção variados, passando por diferentes partes da

fábrica onde sofrerão a seqüência de operações definida pela tecnologia

envolvida. Este tipo de produção causa longos lead-times (tempos de

ressuprimento), nível de material em processo alto e altos índices de utilização

de equipamentos (com presença de filas de ordens para processamento nos

recursos).

Se o módulo de controle de fábrica dos sistemas do tipo MRP II é

adequado a algum tipo de sistema produtivo, este tipo é o job-shop. Entretanto,

de maneira geral, o uso dos módulos de controle de fábrica dos sistemas MRP

II de forma estrita (sem que o sistema seja muito alterado para adequar-se ao

usuário) tem sido bastante limitado, tanto no Brasil como no exterior. O alto

volume de informações de apontamento necessário, informando ao sistema

detalhada, freqüente e precisamente o que ocorre na fábrica parece não ser

compatível com a moderna visão gerencial de se eliminarem, tanto quanto

possível, as atividades que não agregam valor aos produtos. Neste sentido,

parece haver uma tendência de as empresas tentarem fazer seus controles de

fábrica de forma menos formalizada e centralizada, para isso se utilizando de

ferramenta mais simples que permita decisões locais, como os sistemas do tipo

kanban, por exemplo.

No nível de controle de fábrica, se acham as funções que mais se

utilizarão dos roteiros pelos quais as ordens terão de passar. Os roteiros são as

seqüências de centros de produção ou máquinas pelas quais as especificas

ordens têm que passar. Além dos roteiros, também são necessárias

informações cadastrais sobre os diversos centros de produção e sua

capacidade.

Todas estas informações devem estar presentes na base de dados do

MRP II para permitir o uso do SFC.

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As atividades do módulo de controle de fábrica começam com a liberação

da ordem de produção. Um tipo de informação critica para o módulo de controle

de fábrica são as mudanças nos planos de materiais, como revisões de prazos

e quantidades a entregar das ordens já abertas.

Só de posse deste tipo de informação o estabelecimento de prioridades

locais na fábrica pode sei feito de forma precisa e eficaz.

A partir daí, a tarefa do módulo de controle de fábrica pode ser

comparada com aquela de um caçador de patos, tentando atingir um alvo

móvel: sistemas de controle e acompanhamento devem interagir, de forma a

buscar cumprir os prazos. Há importantes interações entre o módulo de controle

de fábrica e os módulos de planejamento das necessidades de materiais (MRP)

e planejamento das necessidades de capacidade (CRP). As realimentações

são de dois tipos:

Informações de status (posição do sistema) e sinais de alerta. Informações de

status incluem localização das ordens, contagens de verificação de

Quantidades, fechamento de ordens, entre outros. Os "sinais de alerta"

sinalizam para possíveis inviabilidades no plano de materiais, isto é, se é

possível, no nível detalhado, executar o que foi planejado de forma mais

agregada.

O módulo de controle de fábrica usa algoritmos de programação finita, com

base em regras de seqüenciação, para proceder ao carregamento detalhado

das ordens nos recursos dentro de um período de planejamento e definir

seqüências preferenciais para a execução das ordens nos centros produtivos.

3.4.4 - Vantagens e limitações do MRP II

Vantagens:

• Natureza dinâmica

• Boa reação às mudanças

• Tratamento apropriado aos itens de demanda dependente

• Sistema de informações integrado

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Limitações:

• Software complexo

• Custo elevado

• Aceitação de erros - sistema passivo (software)

• Treinamento de Pessoal

• Adaptação difícil do software às necessidades da empresa

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CONCLUSÃO

Conforme a proposta do trabalho, a metodologia utilizada gerou

informações que possibilitam a identificação e análise crítica dos sistemas de

PCP utilizados atualmente, abrangendo os horizontes de curto, médio e longo

prazo, com base nos principais conceitos teóricos de PCP.

Devido ao que as empresas vêm vivenciando atualmente, um aumento

crescente no grau de exigências do mercado consumidor e também no nível de

competitividade dos comércios interno e externo. Vive-se no momento um

processo de redescoberta da manufatura, como meio de se obter a vantagem

competitiva pretendida em relação aos concorrentes. Busca-se encontrar

sistemas de filosofias de fabricação que sejam adequadas a esta nova realidade

e garantam uma vantagem competitiva para as organizações.

Apontou-se que as técnicas para desenvolvimento do Planejamento e

Controle da Produção deverão ser utilizadas em consonância com as

estratégias globais da organização, interagindo com os demais sistemas da

empresa, na busca da realização das metas organizacionais.

Desta forma o planejamento, controle da produção é de fundamental

importância para o desenvolvimento e eficiência das empresas. Ele

desempenha o papel de coordenador das ações dos diversos setores

envolvidos com a produção. Além disso, ao fornecer informações para

comandar e controlar o sistema produtivo e proporcionar o feedback , o PCP

torna possível uma criteriosa análise, não somente do processo produtivo, mas

de toda a empresa, ao comparar o planejamento com o efetivamente realizado.

Sendo assim, a maneira de se investigar de que forma estes novos

sistemas de produção são aplicados e quais as suas principais características, é

estudá-los através das atividades de planejamento e controle da produção –

PCP, visando à adequação de todos os processos da organização de acordo

com as exigências existentes no mercado atual.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORREA, H.L.; GIANESI,I.G.N.; CAON, M. Planejamento, programação e

controle da produção . 2ed. Atlas, 1999.

CORRÊA, H. L.; GIANESI, I.G.N.;CAON, M. Planejamento, programação e

controle da produção: MRPII/ERP: conceitos e implantação. 4.ed. São Paulo:

Atlas, 2001.

DIAS, M.A.P. Administração de materiais: Uma abordagem logística.

São Paulo: Atlas, 1993.

MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações . São Paulo.

Pioneira 1993.

RUSSOMANO, Victor Henrique – Planejamento e Controle da Produção

– 5ª Edição - Livraria Editora Pioneira, 1995.

TUBINO, Dalvio Ferrari – Manual de Planejamento e Controle da Produção –

Editora Atlas, 1997.

ZACCARELLI, Sérgio B. – Programação e Controle da Produção – Livraria

Editora Pioneira, 1982.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO 9

1.1 – Planejamento, programação e controle da produção 9

1.2 – Estrutura do processo do PCP 11

1.2.1 – Previsão da demanda 11

1.2.2 – Planejamento de recursos a longo prazo 12

1.2.3 – Planejamento agregado da produção 12

1.2.4 – Plano mestre da produção 13

1.2.5 – Planejamento de materiais 13

1.2.6 – Planejamento e controle da capacidade 14

1.2.7 – Programação e seqüenciamento da produção 15

1.2.8 – Controle da produção e materiais 15

CAPÍTULO II

PRODUÇÃO 17

2.1 – Sistemas de produção 17

2.1.2 – Subsistemas 18

2.1.3 – Classificação dos sistemas de produção 19

2.2 – Pré requisitos do PCP 23

2.2.1 – Roteiro da produção 23

2.2.2 – Planejamento da capacidade 24

2.2.3 – Medição da capacidade 26

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2.2.4 – Políticas de gestão da capacidade 27

2.2.5 – Política de acompanhamento da demanda 27

2.2.6 – Política de ajuste da demanda 29

2.2.7 – Rendimento 29

2.3 – Sistemas de emissão de ordens 29

2.3.1 – Classificação de sistemas de emissão de ordens 30

2.3.2 – Premissas para programação 31

2.4 – Programação de ordem de fabricação 32

2.4.1 – Tarefas preliminares 33

2.4.2 – Tarefas intermediárias e finais 33

2.5 – Disponibilidade de máquinas 34

2.6 – Métodos de aceleração do tempo total 34

2.6.1 – Cortes dos intervalos 34

2.6.2 – Agrupamento das operações 34

2.7 – PERT/CPM 35

2.7.1 – Atividade e evento 36

2.7.2 – Programação com CPM 38

2.7.3 – Programação com PERT 40

2.8 – Kanban 41

2.8.1 – Tipos de cartões kanban 43

2.8.2 – Funções executadas pelo kanban 44

2.8.3 – Pré requisitos para o sistema kanban 45

2.9 – Movimentações das ordens de fabricação 46

2.9.1 – Tipos de movimentação 47

2.9.2 – Tarefas de movimentação 48

CAPÍTULO III

CONTROLE DA PRODUÇÃO 50

3.1 – Visão atual 50

3.1.1 – Dificuldades encontradas pelo acompanhamento 51

3.2 – Métodos de acompanhamento 51

3.3 – MRP 52

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3.3.1 – Planejamento das necessidades de materiais 52

3.3.2 – Objetivo do MRP 53

3.3.3 – Metas do MRP 53

3.3.4 – Funções e atividades analisadas pelo MRP 54

3.3.5 – Abordagem Geral 55

3.4 – MRP II 56

3.4.1 – Objetivos do MRP II 56

3.4.2 – Definição do MRP II 56

3.4.3 – Funcionamento do MRP II 57

3.4.3.1 – Cálculo nas necessidades de capacidade (CRP) 58

3.4.3.2 – Controle de fábrica (SFC) 59

3.4.4 – Vantagens e limitações do MRP II 61

CONCLUSÃO 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64

ÍNDICE 65