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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A AÇÃO DA LUDICIDADE PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO DAS
SINAPSES NEURAIS DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Por: Rita de Cassia da Silva Estabill
Orientadora
Prof.ª Marta Pires Relvas
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A AÇÃO DA LUDICIDADE PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO DAS
SINAPSES NEURAIS DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em neurociência pedagógica
Por: Rita de Cassia da Silva Estabill
3
AGRADECIMENTOS
Aos amigos e parentes que acreditam no
meu potencial.
4
DEDICATÓRIA
Dedico a minha mãe, a minha irmã, as minhas
amigas Jurema, Katia, Rosemere, Lidiane,
Adriana, Cinthia, Simone, à psicóloga Ivana
Alves e à professora Marta
5
RESUMO
O presente trabalho monográfico apresenta uma abordagem que articula conceitos-
chaves pertinentes à neurociência e à pedagogia. Para isso, o ponto de partida que
inspirou essa produção foi a seguinte problematização: “A ludicidade pedagógica
estimula o potencial de ação do neurônio e a formação das sinapses neurais,
promovendo aprendizagem? Assim, ao longo do texto, há importantes considerações a
respeito das brincadeiras no tocante ao desenvolvimento da criança, e a utilização das
tais como alternativas de intervenção na educação infantil , identificando também, as
estruturas anatômicas corticais potencializadas durante o envolvimento do aluno com
o lúdico, e buscando compreender a fisiologia do sistema límbico de recompensas
relacionado ao prazer proporcionado pelo brincar. Enfim, há o estudo aprofundado das
conexões neuronais formadas, e verificou-se que a ludicidade pedagógica estimula o
potencial de ação do neurônio, contribuindo para a formação das sinapses neurais da
aprendizagem escolar.
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METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica foi realizada através da análise de doze livros, além das
publicações de trabalhos divulgados em duas revistas (Nós da Escola e Psique), da
leitura de um fascículo da Multieducação (SME), e de um artigo disponível em site da
psiquiatria geral, durante um período de quatro meses. Em cada mês, um capítulo da
monografia ia sendo escrito, buscando-se pontos divergentes e/ou convergentes em
relação às abordagens apresentadas por diferentes autores, os quais tratam com
unanimidade a importância da ludicidade para o desenvolvimento infantil. Alguns deles
expõem de forma aprofundada a neurobiologia e a fisiologia das sinapses neurais, sendo
que somente a bióloga Marta Pires Relvas e a pesquisadora do desenvolvimento
humano Elvira Souza Lima, articulam os conhecimentos da pedagogia à neurociêcia,
pois em seus livros, tal proposta é evidente. Decisivamente, o texto monográfico
produzido contou com excelentes contribuições das referências bibliográficas
analisadas. Assim, a questão central elaborada alcançou a resposta requerida, após a
leitura das fontes disponiveis já citadas, e o estudo definiu que a ludicidade pedagógica
ativa o potencial de ação neuronal, bem como a formação das sinapses neurais da
aprendizagem escolar, entendendo-se que as atividades lúdicas servem de estímulo,
proporcionando “o prazer de aprender” e o desenvolvimento das habilidades planejadas
intencionalmente pelo professor.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................9
CAPÍTULO I - A potencialização das estruturas anatômicas do cérebro da criança
durante as atividades lúdicas, e o desenvolvimento das habilidades intencionalmente
planejadas........................................................................................................................11
1.1- A importância do lúdico para o desenvolvimento infantil normal...........................11
1.2- Estruturas e áreas anatômicas do cérebro potencializadas durante as brincadeiras 12
1.2.1- Córtex pré-frontal.................................................................................................14
1.2.2- Cíngulo anterior....................................................................................................15
1.2.3- Cerebelo................................................................................................................15
1.2.4- Lobo Parietal.........................................................................................................15
1.2.5- Córtex auditivo.....................................................................................................16
1.2.6- Córtex visual.........................................................................................................16
1.2.7- Hipocampo............................................................................................................17
1.2.8- Hemisfério direito do cérebro...............................................................................17
1.2.9- A área de Broca e a área de Wernicke..................................................................18
1.2.10- Córtex motor.......................................................................................................18
1.3 - A intencionalidade da ação pedagógica, e as ações executadas com as habilidades
desenvolvidas pela criança durante as brincadeiras........................................................19
CAPÍTULO II
As diversas modalidades lúdicas vivenciadas com prazer durante a infância: estímulos
que acionam o sistema límbico e a relação deste sistema com a aprendizagem e o
rendimento escolar...........................................................................................................21
2.1- A anatomofisiologia do Sistema Límbico................................................................22
2.1.1- Estruturas relacionadas no circuito límbico de recompensas, e as atividades
lúdicas..............................................................................................................................24
2.2- Avaliações dos níveis de aprendizagem e de rendimento escolar decorrentes do
prazer de aprender...........................................................................................................27
CAPÍTULO III – A ação da ludicidade pedagógica na formação das sinapses neurais da
aprendizagem
escolar..............................................................................................................................31
8
3.1- As sinapses neurais...................................................................................................33
3.2- Contribuições da neurociência para a pedagogia.....................................................35
3.2.1- Neurociência, atividades lúdicas e aprendizagem.................................................37
3.2.2- Memória e imaginação..........................................................................................37
3.3- Outras considerações sobre o cérebro......................................................................39
CONCLUSÃO.....................................................................................................41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..................................................................43
ÍNDICE.......................................................................................................44
9
Introdução
A AÇÃO DA LUDICIDADE PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO
DAS SINAPSES NEURAIS DA APRENDIZAGEM ESCOLAR A ludicidade pedagógica estimula o potencial de ação do neurônio e a formação
das sinapses neurais, promovendo aprendizagem?
Estruturas anatômicas do cérebro são potencializadas durante as atividades
lúdicas, desenvolvendo habilidades intencionalmente planejadas?
As diversas modalidades lúdicas vivenciadas durante a infância proporcionam o
prazer de aprender liberado no cérebro pelo sistema límbico de recompensa, resultando
em aprendizagem com produtividade e altos índices de rendimento escolar?
A proposta de estudo desse trabalho parte da necessidade de fornecer aos
educadores conhecimentos da neurociência articulados aos processos de aprendizagem,
que é concebida com prazer na infância através das atividades lúdicas, sendo o assunto
de extrema relevância para a educação, uma vez que muito já se tem discutido a respeito
da relação entre a brincadeira e o desenvolvimento infantil, considerando-se nessa
relação a “ação dos comandos neurológicos” em vias de estruturação sobre o corpo em
movimento, e a efetiva concretização da aprendizagem como resultado das sinapses
neurais.
Esse trabalho pressupõe que a ludicidade pedagógica ative o potencial de ação
neuronal e a formação das sinapses neurais da aprendizagem escolar, entendendo-se que
as atividades lúdicas sirvam de estímulo que proporciona “o prazer de aprender”,
desenvolvendo habilidades planejadas intencionalmente pelo professor.
O estudo em questão dispõe de fonte de pesquisa bibliográfica que inclui livros
de autores nacionais e internacionais, artigo publicado em site, e revistas de origens
confiáveis.
Os autores citados nesse trabalho inspiram credibilidade, pois uns atuam em
áreas de pesquisa voltadas às neurociências; outros apresentam experência na área
médica. As autoras que se destacam em estudos na área pedagógica como Marta Pires
10
Relvas e Elvira Souza Lima, além de serem as mais conhecidas, ousam com muita
propriedade articular a neurociência à pedagogia, apresentando uma abordagem que
muito importa à aprendizagem escolar.
Assim, esse trabalho destina-se aos educadores da infância em atividade, e
requer estudos investigativos e aprofundados sobre a ação da ludicidade pedagógica na
formação das sinapses neurais da aprendizagem escolar, sem ignorar a relevância com a
qual esse assunto tem sido tratado na atualidade, enfatizando as descobertas da
neurociência e a sua contribuição para a educação infantil.
11
Capítulo 1- A potencialização das estruturas anatômicas do cérebro da criança durante as atividades lúdicas, e o desenvolvimento das habilidades intencionalmente planejadas
O cérebro é o órgão do sistema nervoso central que executa o comando de todos
os sistemas do organismo. Sem esse comando, nada absolutamente, funcionaria no
corpo humano.
Esse órgão é a sede da aprendizagem pedagógica, concretizada a partir de um
planejamento elaborado com base na seleção de conteúdos, organizados nas aulas dadas
pelo educador; é também, o cérebro, o responsável pela aprendizagem desenvolvida
através das experiências vividas pela criança fora do ambiente sistemático da instituição
escolar. É nele, portanto, que as habilidades são potencializadas por intermédio dos
processos de aprendizagem.
Cada estrutura cerebral organizada funciona especificamente: acolhendo os
estímulos do ambiente captados pelos canais sensoriais, processando as informações
através dos impulsos nervosos, decodificando-as, consolidando-as e armazenando-as na
memória; formando o pensamento abstrato, imagens mentais e idéias, fertilizando a
criatividade em suas diversas expressões; planejando as ações, assim como todas as
atividades cognitivas; liberando emoções, sentimentos, sensações, intuições...
Este capítulo destina-se à relevância das atividades lúdicas como estratégias de
ensino que norteiam as ações pedagógicas, e apresenta essa abordagem em três seções,
destacando-se os aspectos pertinentes ao assunto em estudo, com o intuito de articular a
intrínseca relação entre o cérebro e a aprendizagem das habilidades.
1.1- A importância do lúdico para o desenvolvimento infantil normal
A liberdade de brincar manifesta a liberação do imaginário, uma vez que ao
brincar, “as crianças criam para si (...), o mundo próprio.” (Walter Benjamin, em
Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação, Pg. 85, ano 2009)
No ato de brincar, o “conteúdo imaginário do brinquedo” sofre transformações,
pois a criança pode alterar a representação simbólica do brinquedo, sendo inspirada pelo
livre curso de sua criatividade.
Como ação imprescindível para o desenvolvimento humano específico da
infância, o brincar assume uma função de extrema importância à criatividade e à
fantasia infantil, pois ao encenar uma dramatização, por exemplo, a realidade da vida
12
em suas inúmeras possibilidades de representação aparece contextualizada e
emoldurada, com evidências nítidas do ato criador da brincadeira.
Walter Benjamin, em seu livro intitulado Reflexões sobre a criança, o brinquedo
e a brincadeira, página 117, ano2009, assinala que “de maneira lúdica, os conteúdos e
símbolos podem encontrar lugar no espaço escolar, mas sem assumir um domínio
formal sobre as crianças”, pelo que defende a libertação das tais, cuja infância se realiza
através do jogo.
É precisamente nesse mérito que se caracteriza o trabalho do educador infantil:
pela proposta da maneira lúdica de ensinar a prática diária de hábitos relacionados ao
cuidado pessoal com o corpo, e a aprendizagem do comportamento social, fazendo uso
da música e outras modalidades.
As manifestações das modalidades lúdicas podem ser expressas por meio das
dramatizações, dos jogos, da dança, da música, das artes pictóricas e icnográficas, da
construção de brinquedos e artefatos...
E nesse universo de possibilidades de realização da infância, repleto de
significados que se desvendam ao olhar do observador atento, a criança manifesta a sua
identidade em formação, pois “aproveita a oportunidade de ser ela mesma, com suas
atitudes, sua expressão corporal, seus gestos, seus diálogos com os objetos ou com
outras crianças, seu movimento, a história criada e inventada, as frases criadas e outras
imitadas”. ( Fabio Aranha, Em cada época, uma nova concepção do que é brincar -
Revista Nós da Escola, número 36/2006, pg. 32)
Também, nessa ação de olhar atenta e curiosamente a criança que se dá a
conhecer enquanto brinca, o educador assume uma postura ativa, mesmo sem intervir no
espaço criado durante a dinâmica de interação social, na qual as fantasias, a criatividade
e, sobretudo, a autonomia, estão sendo desenvolvidas ao longo da brincadeira livre em
questão.
O desenvolvimento normal da criança ocorre muito rapidamente tanto em
relação ao crescimento do corpo, como em relação ao desenvolvimento das funções
cognitivas de reconhecer as pessoas, interagir com elas e com o mundo que as cerca.
Em decorrência disso, o psiquiatra infantil, Fábio Barbirato, em seu livro A
mente de seu filho, página 26, sinaliza que “durante os três primeiros anos de vida, o
cérebro se desenvolve e cresce bastante, e esse período é crucial na vida da criança, no
sentido de ajudá-la a crescer física, social e cognitivamente”.
13
O mesmo autor citado anteriormente afirma a importância das brincadeiras nessa
fase, uma vez que as crianças as utilizam no intuito de “testar a sua capacidade mental”.
Esse período da vida apresenta um ritmo de desenvolvimento acelerado, que
naturalmente deve ser aproveitado, pois se verificam competências inerentes a
determinada faixa etária durante a experiência de vida da criança na pré-escola e em
casa. Essa experiência é adquirida pelas brincadeiras de faz de conta, pela montagem de
quebra-cabeças simples , pela utilização de brinquedos mecânicos, pela separação de
objetos de acordo com critérios menos elaborados.
O desenvolvimento infantil normal inclui um rápido crescimento físico e maior
controle motor.
A criança em desenvolvimento normal expressa seus sentimentos, pensamentos
e emoções através do corpo em movimento, enquanto a linguagem oral evolui
progressivamente.
Os interesses da criança são demonstrados pelo ato de poder brincar com jogos
estruturados e com a bola, conseguindo jogá-la, chutá-la ou agarrá-la; sobe e desce
escadas sem apoio; pula e brinca de esconder-se.
Por meio das brincadeiras, ela desenvolve as habilidades sociais e, favorecida
pelo imaginário, aprende a lidar com as emoções, porquanto que as emoções da criança
são muito intensas.
A possibilidade de aprendizagem da criança é bastante significativa em idade
pré-escolar. Ela testa seus limites relacionados aos movimentos com o corpo, ao
comportamento, à expressividade das emoções e às habilidades cognitivas.
Assim, importa ao educador das infâncias analisar o processo de aprendizagem
sob o ponto de vista do desenvolvimento infantil normal e conceber na sua prática
pedagógica um conceito de aprendizagem mais abrangente visando à identificação das
competências e das habilidades da criança em ação, considerando-se o indivíduo como
um todo: ser social, psicológico, biológico.
Ao educador das infâncias, cumpre conhecer o desenvolvimento humano
integral, avaliar de forma global o desempenho escolar, elaborar instrumentos e planejar
propostas de intervenção pedagógicas com base nas atividades lúdicas, que estimulem o
potencial cerebral das crianças de acordo com a fase de desenvolvimento infantil e a
idade de formação correspondente.
1.2- Estruturas e áreas anatômicas do cérebro potencializadas durante as brincadeiras
14
As atividades lúdicas integram o desenvolvimento global da criança e
possibilitam a formação de estruturas internas próprias aos vários aspectos do
desenvolvimento infantil adequado.
Além de ampliarem as capacidades de aprendizagem, as atividades lúdicas
oferecem a base para a aquisição de aprendizagens, as quais servirão como pré-
requisitos para outras aprendizagens no âmbito escolar. Segundo Elvira Souza Lima no
livro “Brincar para quê?”, pg. 10:
“O brincar oferece situações de desenvolvimento para a criança que dão suporte para aprendizagens de conhecimentos sistematizados. O brincar envolve várias capacidades que podemos considerar como suporte ao currículo. As aprendizagens escolares dependem não somente das atividades de ensino dos conteúdos escolares, como também das atividades que promovem o desenvolvimento infantil.”
Em virtude dessas considerações, a proposta de escrita dessa seção se deterá no
estudo das estruturas e áreas anatômicas do cérebro potencializadas ao longo das
atividades lúdicas, pois cada brincadeira ativa áreas específicas encefálicas que
interagem, possibilitando o aprender no cérebro, o qual precisa de organização e
roteirização.
E, qual ambiente é o mais apropriado para que a atividade cerebral da
aprendizagem aconteça de forma contextualizada e sistematizada, senão o espaço
escolar?
1.2.1 – Córtex pré-frontal
De acordo com o psiquiatra infantil Fábio Barbirato, em seu livro “A mente de
seu filho”, pg. 93, “A última área do cérebro a se desenvolver é a pré-frontal, o
neocórtex, relacionada à capacidade de pensar, estabelecer relações e controlar
impulsos”.
O córtex pré-frontal é uma das áreas associativas como também o são o córtex
parietal superior e o córtex temporal inferior.
Quando devidamente estimulado, amadurece e passa a apresentar ampla
capacidade de planejamento, solução de problemas e possibilidade de autoconsciência.
Imagina-se que entre as suas funções, algumas estejam relacionadas à memória de
trabalho e ao aprendizado, utilizadas na resolução de problemas e no planejamento do
comportamento, uma vez que, sem memória não há aprendizagem.
15
Cerca de seis áreas do córtex pré-frontal estão envolvidas com a memória de
trabalho, e, quando acionadas, encarregam-se da identidade facial, da localização e
memória espacial.
“A memória de trabalho não é apenas a manutenção ativa das informações relevantes das tarefas; é também a manipulação da informação para que os objetivos comportamentais sejam atingidos.” (Petrides 2000, APUD por Gazzaniga, Ivry, Mangun em Neurociência cognitiva, pg. 536)
O córtex pré-frontal corresponde à área do encéfalo responsável pelas escolhas,
pelas decisões, pelo pensamento, pelo raciocínio, pelo comportamento socialmente
adequado, pela aprendizagem das regras sociais e valores morais, pela definição da
identidade do ser, pelo senso de responsabilidade, pela intencionalidade, pela
capacidade de liderança, pela geração de hipóteses, pela abstração, avaliação crítica das
ações praticadas, pela seleção de respostas etc.
1.2.2 – Cíngulo anterior
O cíngulo anterior é a porção anterior do córtex cingulado. Essa porção
encontrada abaixo do lobo frontal atua em funções executivas bem interessantes, entre
as quais estão o monitoramento de respostas, a identificação de erro e a atenção.
Fonte: Neurociência Cognitiva, pg.548, ano 2006
1.2.3- Cerebelo
O cerebelo é uma estrutura localizada na parte dorsal do tronco encefálico.
Formado por muitas convoluções, estabelece interconecções diretas e indiretas com
áreas corticais, subcorticais, com o tronco encefálico e com a medula espinhal.
Basicamente, o cerebelo desempenha funções específicas relacionadas aos
movimentos voluntários complexos, ao equilíbrio e á locomoção do corpo.
1.2.4- Lobo Parietal
Essa área do cérebr
variedade de neurônios reali
representação no espaço, in
múltiplas modalidades se
somatossensorial.
As áreas somatossens
sensações de dor, temperatu
membros.
O lobo parietal pode
córtex occipital e na parte su
1.2.5- Córtex auditivo
O córtex auditivo p
resposta neuronal estão esp
duração e a localização do so
1.2.6- Córtex visual
As áreas de processamento
identificando as característi
luminosidade, a freqüência
espaço visual, discriminação
como via de projeção para d
projeções corticais e subcor
visual. No córtex visual enc
córtex visual primário e área
livro Desvendando o Sistema
cérebro apresenta complexidade de funções ent
s realiza para promover a atenção, a localização v
ço, incluindo as demais relacionadas ao córtex a
es sensório-motoras), ao córtex gustativo
ossensoriais do lobo parietal desempenham funçõe
peratura, e tato do corpo, e de representação d
l pode ser identificado após o sulco central, an
rte superior ao lobo temporal posterior.
tivo pertence à área do lobo temporal. Suas pr
especializadas para determinar a frequencia, a
do som.
ento visual do lobo occipital funcionam de form
terísticas visuais no que diz respeito a cor, a
ência espacial, a orientação, a movimento, a
inação e identificação de objetos, e conta com o co
para determinar os movimentos oculares, e també
subcorticais que assumem o papel no desempen
al encontra-se o córtex estriado, termo usado par
e área 17 de Brodmann, como na imagem a segu
istema Nervoso, pg. 210, ano 2008.
16
es entre as quais a
ção visuomotora e a
rtex associativo (das
tivo e ao córtex
unções no tocante às
ação da posição dos
al, anteriormente ao
uas propriedades de
cia, a intensidade, a
e forma organizada,
or, a intensidade da
, a localização do
m o colículo superior
também com outras
empenho da atenção
do para se referir ao
a seguir, extraída do
17
1.2.7- Hipocampo
O hipocampo é uma estrutura localizada no lobo temporal medial que pode
exercer importante ação no processo de formação da memória e da conseqüente
aprendizagem garantida por ela. Participa na elaboração da memória episódica.
Essa estrutura recebe as aferências ou estímulos sensoriais do tato, do paladar,
do olfato, da gustação e da visão, e assume relevante papel na seleção ou na exclusão
das informações processadas nas vias neurais, indicando pelo valor afetivo contido
nelas, qual será armazenada em forma de memória, e qual será descartada.
Sobre a importância da afetividade, da emoção e do prazer no processo de
aprendizagem por meio da ludicidade pedagógica, o presente estudo se detém também
na compreensão da anatomofisiologia do sistema límbico de recompensa, e do circuito
que nele perpassa denominado Circuito de Papez, constante no capítulo 2 desse
trabalho.
1.2.8- Hemisfério direito do cérebro
Nesse trecho, o estudo da especialidade do hemisfério direito do cérebro adquiri
maior curiosidade em comparação às outras áreas já estudadas, devido ao trabalho de
produção artística e de ação da criatividade exercidas nesse lado do cérebro, tendo em
vista que a criatividade mencionada no início e ao longo do texto monográfico assinala
o fazer pedagógico na educação infantil, bem como as artes plásticas, as artes visuais e
as artes cênicas que compõem o rol das várias modalidades lúdicas citadas.
Fonte: Desvendando o Sistema Nervoso, pg. 207, ano 2008
Entretanto, é necessário entender que especialidade da lateralização cerebral não
significa funcionalidade isolada do hemisfério direito em relação ao hemisfério
esquerdo, pois segundo Marta Relvas em Fundamentos Biológicos da Educação, pg. 35,
18
ano 2009, “Não existe nada que seja unicamente regulado por um dos hemisférios”,
sendo a comunicação inter-hemisférica realizada pelo corpo caloso.
O que acontece é uma ativação hemisférica maior para certas funções. Por
exemplo, o lado direito do cérebro parece mais hábil à percepção para faces,
semelhanças, e imagens.
Enquanto o lado esquerdo destaca-se pela produção e compreensão da fala, entre
outras funções, e o hemisfério direito faz as modulações referentes à entonação e à
prosódia. Tais modulações são imprescindíveis ao trabalho de encenação com narrativas
e de interpretação expressiva dos personagens criados para dramatização com crianças
na escola e de criação de desenhos, pinturas etc
1.2.9- A área de Broca e a área de Wernicke
A área de Broca no lobo frontal esquerdo produz a fala e ativa músculos faciais
para a produção das sentenças orais.
A área de Wernicke situada no lobo temporal esquerdo possibilita a
compreensão da fala articulada pela área de Broca, haja visto que:
“O modelo neurolinguístico de Wernicke considera que a área de Broca conteria os programas motores da fala, ou seja, as memórias dos movimentos necessários para expressar os fonemas, compô-los em palavras e estas em frases. A área de Wernicke, por outro lado, conteria as memórias dos sons que compõem as palavras, possibilitando a compreensão”. (Roberto Lent em “Cem bilhões de Neurônios, pg. 637, ano 2002, Apud Marta Pires Relvas em Fundamentos Biológicos da Educação, pg 86, ano 2009 )
1.2.10- Córtex motor
Engloba as áreas 4 e 6 de Brodmann ( córtex motor primário e área motora
suplementar) que controlam os movimentos voluntários.
A área motora suplementar produz movimentos seqüenciados desenvolvidos
através de aprendizagem bem-sucedida.
Fonte: Desvendando o Sistema Nervoso, pg. 210, ano 2008
19
1.3- A intencionalidade da ação pedagógica, e as ações executadas com as habilidades desenvolvidas pela criança durante as brincadeiras
O brincar possibilita a formação de estruturas internas que estão relacionadas a
vários aspectos do desenvolvimento infantil; amplia as possibilidades de aprendizagem
das crianças; exercita a imaginação e a memória; e funciona como processo de
desenvolvimento da função simbólica, que estrutura acervos disponíveis na memória a
serem evocados ao longo da vida.
Quando se apropria de roteiros da seqüência de uma brincadeira, a criança
desenvolve a memória operacional, e aprende a organizar o comportamento segundo as
regras.
As brincadeiras acompanhadas de cantigas têm, por exemplo, a função de
desenvolver a rima, a sintaxe, a cadência de movimentos de acordo com ritmos
estabelecidos e de conformidade com as melodias.
Como a música atua diretamente no cérebro, desenvolvendo áreas para ritmo e
melodia, funcionais e necessárias à aprendizagem da leitura e da escrita, assim
também as atividades lúdicas desenvolvem certas faculdades mentais, a saber: a
faculdade de concentração, pois o jogo e a brincadeira levam ao desenvolvimento da
atenção voluntária estabelecida pela motivação, sendo a atenção fator indispensável
para que a criança prossiga pela vida escolar.
Da atenção depende a concentração e a formação das memórias de longa
duração relacionadas ao conhecimento do qual a criança precisa se apropriar. Aqui,
já se observa a ação do hipocampo, uma estrutura que participa nos processos de
armazenamento da informação, na memória de longa duração.
Há também nesse processo o desenvolvimento de formação do pensamento, do
desenvolvimento geral das relações causais, das capacidades de discriminação, de
julgamento, de análise, de síntese, de imaginação e de expressão, e o desenvolvimento
das faculdades criativas, sendo especificamente potencializadas no hemisfério direito
do cérebro, como já foram citadas na seção anterior.
A brincadeira com narrativa, cantiga e dramatização, como “A linda Rosa
Juvenil”, sugerida pela professora Elvira Souza Lima em seu livro “Brincar para quê?”,
fornece muitos elementos para o exercício da função simbólica, que segundo a autora,
corresponde “o eixo fundamental do desenvolvimento da infância”.
A brincadeira em questão utiliza a imitação (estratégia principal de
aprendizagem nesse período), desenvolve a memória operacional (pela seqüência de
20
quadros por ser uma brincadeira com coreografia), a memória auditiva, e contribui
para o desenvolvimento da fala.
Além dessas habilidades, outras também são desenvolvidas como o movimento
de circularidade, a percepção de si mesmo e do outro no espaço, bem como da
lateralidade.
Essa atividade lúdica possibilita a formação das sinapses neuronais que dão
suporte à apropriação dos sistemas simbólicos, como a escrita, a linguagem
matemática, e a escrita musical. A ação da ludicidade pedagógica na formação das
sinapses neurais da aprendizagem escolar apresenta-se mais detalhadamente examinada
no capítulo 3 desse presente estudo.
Assim sendo, é necessário entender que as atividades lúdicas não servem apenas
como entretenimento, ou como atividade ocupacional sem propósito na educação
infantil, e tampouco essa deve ser a intenção pedagógica, uma vez que as teorias
defendidas por autores reconhecidos citados nesse trabalho, eliminam qualquer
confusão ou distorção a respeito disso, especialmente quando o profissional da educação
das infâncias elabora objetivos, com vistas ao desenvolvimento das habilidades
cognitivas e psicomotoras e ao desenvolvimento global da criança.
21
Capítulo 2 – As diversas modalidades lúdicas vivenciadas com prazer
durante a infância: estímulos que acionam o sistema límbico e a relação
deste sistema com a aprendizagem e o rendimento escolar
O brinquedo usado pela criança oferece-lhe a oportunidade de conhecer-se e de
constituir-se. É devido a isso, que, além de proporcionar prazer, o lúdico atende às
necessidades próprias da infância. Então, fica clara a idéia de que a criança necessita
satisfazer os seus desejos, e quando isso não ocorre, ela busca realizá-los através da
imaginação, com o faz-de-conta.
Sendo assim, a criação de situações imaginárias no contexto escolar desenvolve
potencialidades, considerando-se que o brincar envolve a criança nos aspectos
psicomotores e emocionais, até ao ponto de ampliar as possibilidades de aprendizagens
mais avançadas nas áreas do conhecimento, como linguagem oral e escrita, ciências
sociais e naturais, e matemática. Nessas situações, o manuseio de objetos e brinquedos
permite que a criança reproduza os papéis sociais:
“As salas de atividades da creche e da pré-escola podem e devem ter cantinhos para a brincadeira de faz-de-conta, com bonecos, roupas e acessórios, fantasias, utensílios domésticos, objetos do mundo do trabalho, miniaturas e tudo aquilo que educadores e crianças acharem importante. Kits temáticos (...) contendo objetos relacionados a um tema específico, como escritório, consultório médico, feira, escola, circo, contribuindo para o desenvolvimento de situações imaginárias.” (Multieducação – Educação Infantil – pg. 10)
Por intermédio das situações imaginárias, da criatividade, e das descobertas, a
criança satisfaz os seus desejos. Interagindo com os colegas na hora de brincar, ela
adquire a noção básica de convivência social afetiva, internalizando regras e
respeitando o espaço do outro. Enfim, trabalha o cérebro social e o comportamento
emocional.
Durante esse processo de desenvolvimento, a criança levanta dúvidas, projeta
sonhos e elabora o pensamento abstrato.
Ao observar esse ou outro nível de desenvolvimento, o educador o aproveita
como suporte para definir a sua proposta de trabalho pedagógico, lançando desafios
através de atividades, questões e sugestões, com o objetivo de favorecer o avanço do
desenvolvimento infantil integral. Isso é estimular o potencial de ação do neurônio
analisado no capítulo 3 desse estudo.
22
É imprescindível também para o educador refletir sobre a natureza de sua
intervenção durante o processo das brincadeiras interativas, avaliando se essa
intervenção é instigante ou invasiva. Ao agir com ética, e ao assumir uma postura de
sujeito mediador que valoriza a conversa e a troca coletiva, o professor direciona a sua
ação em busca de alternativas efetivas que solucionem ou minimizem os inevitáveis
conflitos nas relações sociais das crianças.
Sob esse aspecto, importa ao educador “repensar a sua ação no uso de
recompensas e castigos” (Multieducação – Educação Infantil – pg. 13). Aqui já se nota
a necessidade de se compreender a anatomia e a fisiologia do sistema límbico e as
estruturas relacionadas de recompensa.
Como educador das infâncias, o mediador atua propondo e participando do jogo
como integrante dessa atividade lúdica, aproximando-se mais dos pequenos, quebrando
resistências, rompendo paradigmas de uma educação rígida e engessada, permitindo a si
mesmo o jogar, uma vez que “saber jogar... é sentir prazer”. (Multieducação –
Educação Infantil – pg. 14)
Portanto, esse texto introduz um preparo para a compreensão da
anatomofisiologia do sistema límbico, das estruturas relacionadas no circuito das
recompensas e das sensações de prazer, apresentadas no texto que se segue.
2.1- A anatomofisiologia do Sistema Límbico
O Sistema Límbico é a área do cérebro encarregada das emoções.
Localizado no diencéfalo, parte média do cérebro, o lobo límbico regula o
comportamento emocional, assinalando que a emoção, orgânica e involuntária, é o
impulso primitivo da sobrevivência.
Além disso, o Sistema Límbico participa da regulação do sistema endócrino e do
SNA (sistema nervoso autônomo). Sendo considerado o nosso cérebro emocional, um
centro sensível, o Sistema Límbico é a sede responsável pelas sensações de prazer e
desprazer, afetos e desafetos, bom e mau humor, também chamado de sistema
límbico de recompensa, pois libera satisfação de desejos e de interesses.
Nele, também, são guardados os traumas emocionais e os medos adquiridos e
construídos que paralisam o indivíduo, bem como o medo responsável que serve como
mecanismo de defesa.
23
O Sistema Límbico age no mecanismo da memória e aprendizagem, pois a
assimilação e acomodação do conteúdo acontecem por memorização e passam pelo
Circuito de Papez, em que o aprender ocorre com prazer e motivação, quando a
curiosidade e o interesse são despertados no educando, sendo a memória um arquivo
no qual os conteúdos de significado emocional são guardados.
Considerar o sistema límbico bem como as estruturas relacionadas de
recompensa que o integram, permite o entendimento do processo de ensino e
aprendizagem dos “conteúdos emoldurados pela emoção”, e o ressignificado do papel
do professor atuante na ação de incentivar o aprender, possibilitado pelos variados
percursos sinápticos estimulados pelo prazer, pelo interesse e, sobretudo, pela
afetividade, oferecendo caminhos alternativos para uma efetiva intervenção
pedagógica que acompanhe o ritmo de aprendizagem de cada um. Assim, segundo
Marta Relvas em Revista Psique, número 64, pg. 45, a abordagem neuropedagógica
apresentada até agora é sustentada pela seguinte citação: “Quando se fala que
aprendizagem é o ritmo de cada um, isto tem a ver com as sinapses neurais que
perpassam pelo interesse do cérebro de recompensa e o desejo do sistema límbico e
cognitivo.”
Entendendo-se que há caminhos alternativos para a aprendizagem de cada
estudante, importa que no planejamento da ação pedagógica haja objetivos
específicos a alcançar, através das estratégias de ensino que excitem os canais
sensoriais dos sentidos biológicos, uma vez que “os objetivos educacionais e as
práticas pedagógicas precisam ser repensados, a fim de valorizar a aprendizagem
biológica ou sináptica, mas também a subjetiva, a afetiva, a emocional, a social...”
(Revista Psique, número 64, pg. 45 ano 2011)
Não somente isso, mas também é indispensável ampliar o acesso dos educando
a outros ambientes fora da sala de aula, e neles propor desafios, pesquisas,
experiências, atividades livres ou dirigidas do corpo em movimento referidas nesse
estudo da ludicidade pedagógica, entrevistas, visitas e passeios, observação,
exploração e aproveitamento dos outros espaços disponíveis para acesso dos alunos
na escola, como a sala de leitura, o laboratório de informática, a brinquedoteca etc.
Em virtude dessas considerações, a educação assume perspectivas mais
abrangentes e define uma concepção integral de sujeito aprendiz como o sujeito
24
cerebral em sua totalidade que inclui a percepção, a cognição, a psicomotricidade, a
afetividade e a emoção, sendo, portanto, necessário redimensionar o conceito de
aprendizagem não fragmentada, mas concisa, interativa e prazerosa.
A imagem anterior extraída do artigo científico intitulado “Áreas encefálicas
relacionadas com as emoções”, publicado no site da Psiquiatria Geral, mostra o
processamento da informação emocional em movimento, denominado Circuito de
Papez, a ser analisado com mais precisão no item a seguir.
2.1.1- Estruturas relacionadas no circuito límbico de recompensas, e as atividades lúdicas O sistema límbico é o responsável pela experiência emocional. Composto por
estruturas que formam um anel ou uma borda que circunda o tronco encefálico, na
parede medial do encéfalo.
As estruturas interconectadas anatomicamente desse sistema desempenham ação
no processamento da informação emocional, originada no hipotálamo e conduzida até
ao neocórtex, e deste, ao hipotálamo.
Acredita-se que a função do hipotálamo seja decisiva no comando da
experiência emocional, e que o neocórtex atue racionalizando as emoções.
Basicamente, os estudiosos e pesquisadores apontam resultados de experimentos
realizados que sugerem a participação do hipotálamo e da amígdala cerebral na
expressão de diversos tipos de emoção, e que o lobo límbico assuma importante papel
no aprendizado e na memória.
25
A experiência das emoções envolve estruturas que se estendem desde o sistema
nervoso central até ao sistema neurovegetativo, e essas emoções reagem como resultado
da interação dos estímulos sensoriais captados do ambiente, do processamento da
informação emocional através do Circuito de Papez, da memória emocional de
experiências passadas, e da ação dos sistemas modulatórios difusos localizados no
encéfalo em que são liberados os neurotransmissores inibitórios e excitatórios.
Assim, as estruturas anatômicas apontadas como integrantes do sistema límbico
são: giro do cíngulo, hipocampo, hipotálamo, os núcleos anteriores talâmicos, amígdala
cerebral, o córtex orbitofrontal, partes dos núcleos da base, e o núcleo medial dorsal do
tálamo, os quais de fundamental importância regulam o comportamento emocional
humano.
Uma observação de extrema relevância a ser feita nesse texto é que as emoções
ou um evento significativo intensificam a formação das memórias de longa duração,
devido ao forte componente emocional do evento que envolve o indivíduo.
Essa observação traz á luz a íntima relação entre memória, emoção e
aprendizagem escolar, no tocante às ações pedagógicas desenvolvidas, que promovam
boas interações neuroquímicas, gerando bom humor, diversão, prazer, alegria, e, por
conseguinte, a segurança no educando de sentir-se capaz de aprender, e
desbloqueando as possíveis resistências ao novo, apresentadas pelas crianças com baixa
autoestima.
Sob esse aspecto, as vivências escolares das atividades lúdicas modulam o
sistema límbico e as estruturas interconectadas de recompensa.
As emoções experimentadas ao longo das brincadeiras propiciam a
expressividade corporal através do comportamento motor voluntário, e das expressões
faciais de alegria infantil extravasada, que evidenciam as intrínsecas emoções
processadas em movimento interno no sistema nervoso central.
As vivências das atividades lúdicas na infância são fundamentais para
desenvolver a ação do corpo em movimento, como resposta aos comandos neurológicos
em vias de maturação no cérebro da criança, e contribuem para que o educador
identifique possíveis problemas ou dificuldades de aprendizagem das habilidades
motoras, e oferecem amplas oportunidades de observação do comportamento, e de
intervenções alternativas que auxiliem o aluno com dificuldade.
O comportamento emocional do educando sinaliza os seus interesses, gostos,
preferências, desejos, ímpetos, que servem como ponto crucial para o investimento da
26
ação pedagógica, porquanto a aprendizagem das habilidades perceptivas, cognitivas, e
psicomotoras perpassa pelo vínculo afetivo, e o cérebro emocional armazena na
memória de longa duração somente o que promove impacto emocional.
Daí, os educadores usarem de cautela na organização e na seleção dos
conteúdos, na elaboração dos objetivos e na qualidade da interação afetiva que
vivenciam com os educandos, pois as substâncias químicas produzidas pelo sistema
límbico podem servir como bloqueadores ou estimuladores da aprendizagem.
O excesso de cortisol e de adrenalina liberados na corrente sanguínea servem
como bloqueadores do potencial de aprendizagem do educando, pois ativam as funções
do sistema nervoso autônomo simpático, que aceleram os batimentos cardíacos,
produzem a sudorese e acionam a dilatação das pupilas dos olhos, entre outras. Toda
essa reação do organismo que entra em estado de alerta para a “fuga” por conta do
medo, é controlada pelas ações homeostásicas combinadas entre a glândula hipófise e o
hipotálamo.
Assim, o que se pode esperar em termos de aprendizagem de um educando com
“medo de aprender”, “recalcado”, “reprimido”, que foi condicionado pelo medo dos
gritos, através de uma educação baseada em ameaças, em ações autoritárias e
arbitrárias, a apresentar um comportamento emocional moldado por valores sociais
distorcidos? Muito não se pode esperar, principalmente quando esse tipo de
comportamento é ignorado; entretanto, muito investimento pode ser feito no cérebro
desse educando, com a intenção de reverter esse quadro.
Sabe-se que as memórias emocionais são armazenadas de forma instantânea,
sejam positivas, ou negativas. Eliminar as recordações dos traumas vividos que
perpetuam o sofrimento seria difícil, mas é necessário investir, a fim de que o cérebro
emocional do sistema límbico libere neurotransmissores envolvidos numa
aprendizagem construtiva, que promova a transformação do comportamento.
Quando o sistema límbico emocional torna-se excitado ou estimulado, há
produção de neurotransmissores como catecolamina, assim como noradrenalina. A
ação dos neurotransmissores no processo de aprendizagem e no estado afetivo está
relacionada ao circuito de recompensa do sistema límbico; sendo, portanto, relevante
mencioná-la aqui, mesmo que de forma sucinta, pois esse assunto será retomado no
capítulo 3 desse trabalho, que abordará a ação das sinapses neurais eletroquímicas.
27
Portanto, cabe aqui citar as ondas eletromagnéticas que permeiam a
membrana plasmática dos neurônios e fazem com que os circuitos cerebrais fiquem
mais rápidos, facilitando a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica. Essas
substâncias químicas são responsáveis pelos estados emocionais, e atuam na
aprendizagem.
O glutamato, por exemplo, acessa uma rede inteira de neurônios, reunindo as
memórias e promovendo a aprendizagem, sendo vital para estabelecer as conexões
entre os neurônios, que são células nervosas funcionais da aprendizagem no cérebro.
A dopamina controla os níveis de estimulação e de controle motor em muitas
áreas do cérebro. A serotonina, responsável pelas sensações de bem-estar, pelo
humor, pelas sensações de prazer, está diretamente relacionada à motivação, sem a
qual não acontece a aprendizagem.
A acetilcolina controla as atividades cerebrais relacionadas à atenção,
aprendizagem e memória. Já a noradrenalina induz á excitação física e mental, pois
atua sobre as taxas de conversão de glicogênio em energia para o organismo.
Assim, em vista de todas essas considerações, percebe-se que a
anatomofisiologia do sistema límbico está envolvida em muitas ações cerebrais, entre as
quais, na aprendizagem escolar, que é o objeto de interesse desse trabalho monográfico.
2.2- Avaliações dos níveis de aprendizagem e de rendimento escolar decorrentes do prazer de aprender Segundo a professora Elvira Souza Lima em seu livro Desenvolvimento e a
Aprendizagem na Escola, pg. 25, ano 1998, a emoção exerce influência no
desenvolvimento do aluno, sob a perspectiva da psicologia, com respaldo nas
neurociências, e apresenta esse argumento usando das seguintes palavras:
“Ao entender que a emoção é constituinte do desenvolvimento humano, a psicologia propõe um modelo que extrapola a noção de que o indivíduo que aprende na escola é um ser cognitivo. (...) O funcionamento do cérebro mobiliza em toda a ação as áreas cerebrais da emoção.”
Esse argumento permite considerar a seriedade do trabalho pedagógico que
utiliza como instrumento o lúdico, através do qual a criança é mobilizada pela sua
28
motivação, demonstrada em ações intencionais de livre escolha das brincadeiras que
resultam em satisfação e sorriso.
Também, cabe ressaltar aqui a pesquisa da autora Tizuko Kichimoto Morshida
apresentada no capítulo intitulado “O jogo e a educação infantil” do livro “Jogo,
brinquedo, brincadeira e a educação, no qual alguns pontos importantes são assinalados
sobre a flexibilidade do ato de brincar, quando acontece sem a interferência de alguma
pressão do meio, favorecendo a exploração e a investigação que instiga a busca de
alternativas que solucionem problemas, uma vez que para isso ocorrer, é necessário que
as crianças usem de iniciativa e liberdade de ação.
Essa teoria parte do fundamento inquestionável de que o jogo infantil
proporciona recreação, além de contribuir para a educação, pois favorece o ensino de
conteúdos escolares da matemática, da geografia e da história, possibilita o
conhecimento da personalidade infantil, e acima de tudo, pode servir como recurso que
relacione o ensino ás necessidades das crianças, criando situações de desenvolvimento
da inteligência e da construção do conhecimento:
“Entendido como recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa, o brinquedo educativo materializa-se no quebra-cabeça, destinado a ensinar formas ou cores, nos brinquedos de tabuleiro que exigem a compreensão do número e das operações matemáticas, nos brinquedos de encaixe, que trabalham noções de sequência, de tamanho e de forma, (...) móbiles destinados à percepção visual, sonora ou motora; carrinhos munidos de pinos que se encaixam para desenvolver a coordenação motora; parlendas para a expressão da linguagem; brincadeiras envolvendo músicas, danças, expressão motora, gráfica e simbólica. (Tizuko Morchida Kishimoto em Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação, pg. 40, ano 2011)
O jogo infantil proporciona espontaneidade e liberdade á criança que desenvolve
a linguagem, a recriação e a expressão das suas qualidades naturais.
Portanto, todas as argumentações até aqui apresentadas relacionam o lúdico ao
interesse e necessidades da criança, o que ratifica a abordagem de Leonor Rizzi e de
Regina Célia Haydt referida no livro “Atividades lúdicas na educação da criança”, ano
2007.
Essas autoras sugerem o jogo como recurso pedagógico no processo de ensino-
aprendizagem, e o apontam como suporte indispensável ao trabalho docente, baseando-
se em quatro razões.
29
Na primeira, o jogo como impulso natural da criança, atende ás suas
necessidades de desenvolvimento, e esse argumento conta com a unanimidade dos
autores mencionados nesse trabalho.
Na segunda, o jogo comporta características que o definem enquanto atividade
lúdica e tais características envolvem o prazer e o esforço espontâneo, pois o prazer
surte em emoção que gera principalmente a motivação, evidenciada pelos estados de
euforia, de vibração e entusiasmo.
Na terceira razão, a prática do jogo aciona os esquemas mentais com suas
funções psiconeurológicas, como as operações mentais de ordenação e de formação do
pensamento, porquanto o jogo é uma maneira de organizar o tempo, o espaço e os
movimentos. Essa organização é fixada pelas regras, é claro.
E finalmente, a quarta razão remonta às anteriores, e expõe uma abrangência
integral do jogo em várias dimensões da personalidade do ser, a saber: a afetiva, a
cognitiva e a motora, já apontadas nesse trabalho.
Assim, há muitos jogos sugeridos pelas autoras no sentido de investir no
desenvolvimento infantil. Tais jogos estão classificados de acordo com as suas
especificidades. Por exemplo, os jogos sensório-motores são atividades de exploração e
de movimentos com o corpo. Envolvem as seguintes funções psiconeurológicas: a
coordenação motora ampla, a orientação espacial, a discriminação visual e auditiva, a
coordenação visomotora, a orientação temporal-ritmica, a coordenação motora fina, e a
noção de ritmo.
Já os jogos de representação simbólica desenvolvem a formação das imagens
mentais a partir da imitação, da imaginação e da linguagem. As funções
psiconeurológicas acionadas durante esses jogos são: a linguagem oral, a memória, a
observação, a memória visual e auditiva, o esquema corporal, a orientação espacial e
temporal, a coordenação motora, a atenção, a coordenação visomotora, a análise e a
síntese, a classificação e a seriação.
Há também os jogos de regras que apresentam a combinação entre os jogos
sensório-motores e os de representação simbólica ou os intelectuais, que são
regulamentados por regras e que incluem as mesmas funções psiconeurológicas escritas
anteriormente.
Entre as obras analisadas dos autores citados até o presente momento, nenhuma
delas determinou resultados estatísticos de pesquisas realizadas sobre os índices de
rendimento escolar decorrentes do prazer de aprender. Contudo, todas as abordagens
30
apresentadas nos livros lidos partem do mesmo fundamento que relaciona a importância
da atividade lúdica ao prazer e á motivação, para a aprendizagem escolar na classe de
educação infantil.
Assim sendo, não resta nenhuma dúvida sobre o enfoque principal do trabalho
docente na educação infantil, baseado em atividades que promovam diversão e alegria,
excitando o sistema nervoso central a desempenhar as funções psiconeurológicas de
extrema relevância ás crianças em fase de desenvolvimento afetivo, cognitivo, motor, e
de aquisição da leitura e da escrita.
Fonte: Atividades lúdicas na educação da criança, pg. 64, ano 2007
31
Capítulo 3- A ação da ludicidade pedagógica na formação das sinapses neurais da aprendizagem escolar
Para que ocorra a aprendizagem, a atividade cerebral a cargo das conexões
neurais precisa acontecer. Então, se as sinapses não forem consolidadas,
consequentemente, o sujeito integrante do processo ensino-aprendizagem deixará de
construir o conhecimento.
Sendo assim, com o objetivo de fundamentar essa afirmação, é necessário
analisar as definições inter-relacionadas no que tange à aprendizagem e às conexões
neurais.
Em princípio, o conceito de aprendizagem diz respeito à “construção do saber,
à retenção de informações, à aquisição de habilidades, e a uma concepção mais ampla:
“aprendizagem é transformação de atitudes.”
Até aqui essas definições expõem apenas os resultados obtidos no ato de
aprender. Mas, onde se dá o aprendizado? Como ocorre esse processo? Quais fatores
servem como facilitadores e mediadores da aprendizagem?
Em resposta às perguntas imediatamente anteriores, a aprendizagem se dá no
SNC, em especial no cérebro, que contém cerca de 100 bilhões de neurônios, as
principais células do aprendizado. Por quê?
Os neurônios ou células nervosas possuem “forma estrelada e alongada”, têm a
propriedade de “receber e transmitir informações, permitindo ao organismo
responder a alterações do meio”.
Os canais sensoriais absorvem e enviam através dos nervos os estímulos do
meio ambiente aos neurônios aferentes localizados em áreas especializadas do
cérebro para recebê-los.
Já aqui, nasce a importância do uso variado de recursos pedagógicos que sejam
funcionais em sala de aula e explorados durante o processo de ensino e aprendizagem;
pois o aluno, com a personalidade assinalada por características subjetivas, e inserido
num contexto sócio-cultural onde adquire saberes constituintes de seus pré-requisitos
de conhecimentos, resultantes de experiências vividas na sua própria realidade,
necessita de estímulos que sejam coerentes com sua história de vida.
32
O uso dos recursos com dinamismo, exploração das riquezas de detalhes e
significados, “despertam a curiosidade, estabelecem a interação afetiva, estimulam a
liberação de neuroquímica” (Relvas) e proporcionam o prazer de aprender liberado
pelo sistema límbico, analisado no capítulo 2 desse trabalho.
Apesar disso, o olhar atento do (a) professor (a) consciente avalia o ritmo de
aprendizagem individual, uma vez que, segundo Relvas,
“cada estudante é único, e que mesmo o seu tempo de aprendizagem é diferente, tanto na elaboração quanto na compreensão das informações que passam pelos sentidos biológicos e chegam até o cérebro”. (Neurociência e Educação pg.61, ano 2009)
Essa sinalização muito importante feita pela professora Marta desperta a
necessidade de o professor entender que para o neurônio impulsionar a informação
através das ondas de despolarização, é preciso que o estímulo a ser recebido esteja
“acima do limiar”. Chama-se a isso de “lei do tudo ou nada”: se o estímulo absorvido
estiver abaixo do limiar, o neurônio não efetuará a transmissão dos impulsos nervosos
e tampouco assimilará a informação.
Entretanto, quando o estímulo acima do limiar de excitação no SN é recebido
pelo neurônio, então começa o processo de estruturação da informação transformada
em elétrons. A culminância desse processo resultará em conexões neurais ou sinapses,
que promovem a comunicação entre os neurônios.
O sistema nervoso central gerencia as atividades cognitivas, afetivas e motoras.
A aprendizagem se dá nesses aspectos, e especialmente pela afetividade, pois o
estímulo afetivo também ativa a propriedade de irritabilidade do neurônio e favorece
a realização de mais sinapses, através das quais a informação passa de um neurônio a
outro, formando uma rede de conexões neurais reforçadas pelas células gliais.
Uma vez consolidada a informação na forma de um novo conhecimento, o
objeto da aprendizagem será armazenado na memória, que varia de acordo com a
durabilidade e o grau de motivação.
A fim de que novas conexões, reconexões neurais e aprendizagens sejam
efetuadas, é indispensável que o professor aproveite os conhecimentos prévios dos
alunos, estabeleça “ganchos” a partir dos quais o SNC possa acessar na memória a
informação solicitada. Assim, será possível propor e expor o “novo”, pois o processo
do aprendizado eficiente é
proposta de ensino a inten
esperadas (habilidades) men
Portanto, o cérebro
apenas os neurônios sensit
responsáveis pelas associaç
sons etc, uma vez que a ap
graças ás conexões neurais e
Sem atividade neur
das sinapses é, sem dúv
conhecimento.
3.1- As sinapses neurais O processamento da
fala, acontece através de pe
ao longo da membrana neur
A membrana neuron
por proteínas que bombeiam
para dentro, a fim de que
Essa descrição está ilustrad
Sistema Nervoso, pg. 83, ano
te é progressivo e contínuo. E justamente a
intencionalidade da ação pedagógica (objetivo
mencionadas no capítulo 1 desse trabalho.
bro apto a receber o novo durante o aprendiza
nsitivos e motores, mas também as funções
ciações que se encarregam das projeções das
a aprendizagem se dá por associação. Tudo isso
ais e à capacidade de plasticidade cerebral.
eural não haverá aprendizagem, porquanto
dúvida, decisiva e fundamental para a c
o da informação sensorial, perceptiva, motora, e
e percursos ou circuitos movidos por ondas ele
neuronal.
uronal delimita o citoplasma no interior da célul
beiam substâncias de dentro para fora do neurô
ue aconteçam os eventos bioquímicos no inte
strada na imagem abaixo, extraída do livro D
, ano 2008
Além disso, a
confere ao neurônio a
transportar os sinais
função de sua permeab
pelo potencial de ação
que permite a entrada e
cátions e ânions, possib
os impulsos nervosos.
O impulso nerv
pelas ondas elétricas pe
33
te aqui, nasce na
etivos) e as ações
dizado ativará não
ões dos neurônios
das imagens, dos
isso só é possível
to a contribuição
a construção do
ra, emocional, e da
s eletromagnéticas
célula e é revestida
eurônio, e de fora
interior da célula.
ro Desvendando o
, a membrana
o a capacidade de
ais elétricos, em
eabilidade ativada
ção do neurônio,
a e a saída de íons
ssibilitando assim,
nervoso acionado
s percorre todo o
neurônio até chegar ao ter
quais estão armazenados os
fenda sináptica (o espaço en
A esse processo de transmis
nome de sinapse eletroquím
Fonte: Des
Aqui, interessa saber
pré-sináptico, há um recapta
Os neurotransmissor
“divergente” ou “convergen
como acetilcolina, noradren
Fonte: Des
terminal sináptico, que contem as vesículas
s os neurotransmissores ou substâncias química
o entre um neurônio e outro) e recebidas por o
smissão da informação de uma célula nervosa a
uímica.
Desvendando o sistema nervoso, pg. 134, ano 2008
aber que, para cada neurotransmissor liberado
aptador ou neuroreceptor no neurônio pós-siná
issores produzem efeitos diversos, dependend
rgente”, e os mais conhecidos já foram citados n
renalina, glutamato, dopamina, serotonina, e ca
: Desvendando o Sistema Nervoso, pg. 26, ano 2008
34
las sinápticas, nas
micas, liberadas na
or outro neurônio.
sa a outra se dá o
ado pelo neurônio
sináptico.
endo da sua ação
os nesse trabalho,
e catecolamina.
35
Assim, como é possível perceber na imagem acima, os neurônios comunicam as
informações ou sensações recebidas no seu corpo celular a outros neurônios, e acionam
as respostas somáticas transportadas pelo axônio: filamento neuronal que pode variar de
espessura de acordo com a camada de proteína e de gordura que o reveste denominada
bainha de mielina, intercalada pelos nódulos de Ranvier, sem os quais não ocorreria a
condução saltatória da informação.
Como já se sabe, para ocorrerem os impulsos nervosos, os neurônios operam
graças à neurotransmissão elétrica, pois metaforicamente, “o cérebro é um hardware
onde vários softwares são “rodados” por meio das ondas eletromagnéticas.”
(Neurociência e Educação pg. 60, ano 2009)
Portanto, basicamente, o neurônio apresenta duas partes: o soma ou corpo
celular de onde partem os dendritos (pequenas ramificações receptoras da informação) e
o axônio, que pode variar tanto em espessura quanto em comprimento.
A fisiologia neuronal é apoiada pelas células gliais, cuja função, entre outras, é a
de oferecer suporte ao neurônio para que permaneça suspenso no seu lugar. Sem a glia,
o encéfalo não funciona adequadamente.
As células gliais existentes no encéfalo são os astrócitos e os oligodentrócitos.
Os astrócitos preenchem os espaços entre os neurônios, e esse preenchimento é
de conteúdo químico. Também, regulam a concentração de íons potássio no fluído
extracelular.
Já os oligodentrócitos e as células de Schuann formam a camada isotérmica do
axônio chamada bainha de mielina citada anteriormente, sendo que os oligodentrócitos
estão presentes apenas no sistema nervoso central, e as células de Shuann somente no
sistema nervoso periférico.
3.2- Contribuições da neurociência para a pedagogia
A neurociência ampliou de forma significativa o conhecimento de como o ser
humano se desenvolve e aprende.
O alcance desse conhecimento é fornecido pela tecnologia, através da qual as
áreas do cérebro podem ser visualizadas a cada tarefa que a pessoa realizar.
Hoje, a neurociência dispõe conhecimentos a respeito dos processos internos de
modificação cerebral quando ocorre aprendizagem, como o cérebro funciona e reage ás
mudanças do ambiente, e á mudanças na relação entre a pessoa e o contexto em que está
inserida.
36
Além disso, há a íntima associação entre aprendizagem e a formação de
memórias, pois o objetivo da educação é formar memórias dos conhecimentos novos e
de metodologias de estudo, como pesquisa e análise.
“O processo de aprender conhecimentos organizados em sistema (como é o caso de todas as áreas das ciências, como as das artes) tem como resultado uma mente acostumada a observar, categorizar, analisar. Estas capacidades vão ser utilizadas na vida cotidiana, por exemplo, nos processos de tomada de decisão: a pessoa disporá da possibilidade de considerar um evento de vários pontos de vista, refletir, estabelecer relações entre os fatos, hierarquizá-los, antes de tomar uma decisão.” (Neurociência e aprendizagem, pg. 6, 2007)
O cérebro é constituído por células neurais apoiadas pela glia. Apresenta divisão
anatômica em lobos com funções determinadas; também, conta com os componentes
químicos, já mencionados nesse trabalho.
Aqui, portanto, cumpre assinalar a formação das redes neuronais criadas pelas
sinapses entre os neurônios.
Essas redes neuronais são estabelecidas em função da experiência pessoal de
cada indivíduo. Assim, entende-se que “cada ser humano é único, pois as redes
neuronais formadas são próprias e específicas da história de vida de cada pessoa.”
(Neurociência e aprendizagem, pg. 7)
Embora cada área cortical assuma diferentes funções, o cérebro funciona
integradamente, porquanto, várias áreas do cérebro se articulam a fim de elaborar uma
resposta ás informações aferentes, como por exemplo, a produção da fala.
O cérebro apresenta uma propriedade denominada plasticidade cerebral já
citada nesse trabalho.
A plasticidade cerebral é a ampla possibilidade de formação das sinapses
neurais. Isso significa que o cérebro apresenta a ampla capacidade de realizar
aprendizagens nas várias áreas do conhecimento.
O cérebro aprende, se organiza e se reorganiza em decorrência das experiências
de vida de cada um.
É a experiência de vida individual responsável pela modulação cerebral que vai
apontar alternativas de atividades lúdicas pedagógicas para provocar o potencial de
ação do neurônio, a fim de que posteriormente a aprendizagem seja sistematizada, com
o objetivo de exercitar a mente dos educandos a partir da observação, da categorização e
da análise.
37
Assim como já foi abordada, a aprendizagem se concretiza através da formação
das novas memórias guardadas pela redes neuronais ampliadas.
Portanto, o conhecimento sobre o cérebro auxilia e esclarece ao professor quanto
a elaborar propostas pedagógicas que se ajustem aos processos mentais, de acordo com
o período de desenvolvimento dos educandos. No caso do presente estudo, o período de
desenvolvimento refere-se ao infantil, que requer o exercício de atividade lúdicas, que
atendam ás necessidades da criança, como já tem sido exposto nesse trabalho
monográfico.
3.2.1- Neurociência, atividades lúdicas e aprendizagem
Quando brinca, a criança estimula áreas do cérebro que funcionam
integradamente para favorecer a aquisição dos conhecimentos formais escolares.
Quando a criança brinca se movimentando com o corpo, as sinapses neurais são
formadas no córtex motor, devido aos movimentos repetitivos.
Esses exercícios criam a perícia de certos movimentos a serem utilizados no ato
de escrever.
Além dessas considerações, as brincadeiras acionam a atenção das crianças, que
aprendem a ouvir, a esperar a sua vez, a aguardar a outra criança a concluir o
movimento para começar o seu.
Algumas brincadeiras requerem agilidade e concentração. Basta propô-las,
levando-se em conta os objetivos elaborados a elas relacionados. E em seguida, importa
consolidar as memórias formadas durante as brincadeiras, através de atividades que
organizem e sistematizem o conhecimento adquirido. Isso no sistema nervoso central
significa reforçar os percursos sinápticos formados pelas comunicações e trocas de
componentes químicos entre os neurônios, evocando a lembrança desse conhecimento.
Portanto, a aprendizagem corresponde a uma mudança biológica na conexão
entre os neurônios, que formam percursos sinápticos interligados que podem ser
evocados e lembrados .
3.2.2- Memória e imaginação
A memória e a imaginação são bastante importantes ao desenvolvimento da
aprendizagem do ser humano.
A imaginação é a capacidade de criação, que amplia as múltiplas oportunidades
de aprendizagem, e a memória é a própria possibilidade de aprender.
38
Sabe-se que a aprendizagem acontece a partir da formação de novas memórias e
da ampliação daquelas existentes.
É interessante observar que a imaginação utiliza elementos guardados na
memória para criar, inventar, e que essas habilidades cognitivas estão vividamente
presentes nos cérebros das crianças, quando representam personagens em peças teatrais,
em outras dramatizações, nas artes plásticas e nas artes visuais.
“Para Elvira Souza Lima em seu livro “Memória e imaginação” pg. 6, ano 2007,
imaginar implica promover outras conexões a partir dos elementos percebidos e retidos,
re-utilizando esses elementos em outras configurações.”
Nessa definição, percebe-se a importância da imaginação no processo de
aprendizagem, uma vez que o aprender requer o estabelecimento de conexões das
informações, conciliando-as, formando uma configuração de significados para a vida do
educando. Portanto, importa que a imaginação da criança seja desenvolvida.
Como no capítulo 2 do presente trabalho monográfico foi tratada a importância
da memória para a aprendizagem escolar e a sua relação com as emoções, aqui, nesse
texto, o enfoque maior é dado à imaginação, uma função psicológica indiscutivelmente
inerente ao processo de desenvolvimento natural da criança, e também muito importante
ao estabelecimento das sinapses neuronais, pois é a imaginação que, além de criar o
novo, conecta os conhecimentos dantes fragmentados, e os integra entre si na forma de
significados correlacionados, graças às ações das áreas associativas do cérebro.
A criatividade, estado mental resultante da imaginação, ocorre em cérebros com
redes complexas de formações neuronais, fornecendo amplas possibilidades de novas
combinações, porquanto a plasticidade cerebral garante a modificação dessas redes.
A imaginação infantil, que importa a esse trabalho, está presente nas
brincadeiras de faz-de-conta, nas narrativas que as crianças produzem, nas idéias e
explicações que formulam no cotidiano de suas vidas. As idéias criadas pelas crianças
aproximam-se da fantasia. Isso significa que a imaginação delas é bem fértil.
Entretanto, busca-se uma definição de imaginação mais apropriada ao
desenvolvimento humano e da aprendizagem, principalmente da aprendizagem escolar,
considerando que a imaginação difere de acordo com a fase de desenvolvimento.
Assim sendo, a criança pequena usa o corpo, a voz, os movimentos, os objetos e
materiais de apoio para exercer a sua imaginação. Quando for maior, depois da
maturação do corpo caloso ( estrutura formada por fibras nervosas que une o hemisfério
direito ao hemisfério esquerdo do cérebro, garantindo a comunicação entre as áreas
39
corticais situadas em cada um deles) e da modificação do funcionamento da memória,
ela será capaz de mentalmente, exercitar a imaginação, mesclando as estruturas mentais
e os objetos de suporte usados nesse exercício.
Portanto, após verificar a importância da imaginação no processo de
aprendizagem, há três dimensões da imaginação a considerar: a imaginação está na
origem da construção do conhecimento a ser ensinado, está na origem da construção do
conhecimento que o aluno realizará, e está na origem do conhecimento futuro.
A imaginação está na origem da construção do conhecimento a ser ensinado
justamente devido ás possibilidades de criação registradas em vários períodos da
história do desenvolvimento do homem. Esses registros comportam conhecimentos
formais que no currículo estão adaptados às diferentes etapas de escolarização.
A imaginação está na origem da construção do conhecimento que o aluno
realizará, se estiver motivado, interessado e envolvido com a aprendizagem, e do ponto
de vista pedagógico, a imaginação se relaciona com a motivação. E um exemplo disso
diz respeito à mobilização da imaginação através da problematização, a partir de um
levantamento de hipóteses e da elaboração de inferências sobre o conhecimento a ser
gerado. Essa atividade, na certa, desenvolve a liberdade de pensamento e a capacidade
de organização das informações.
A imaginação está na origem do conhecimento futuro, levando-se em conta que
parte do conhecimento futuro vem do presente e das idéias do passado. Sob esse
aspecto, a imaginação pode ser entendida como parte do conhecimento do pensamento,
da integração das informações e da construção de categorias.
A importância da imaginação é óbvia. No entanto, em relação às demais funções
psicológicas superiores, vem sendo ignorada no processo de ensino e aprendizagem da
escola, limitando-se a atividades bem específicas.
É necessário afirmar que a imaginação desempenha uma função muito
importante para as aprendizagens escolares. Por isso, é preciso que a imaginação seja
considerada no planejamento, na administração do tempo de todas as atividades a serem
realizadas dentro e fora da sala de aula, e o desenvolvimento dessa função psicológica
deve ter lugar entre os objetivos pedagógicos.
3.3- Outras considerações sobre o cérebro
40
O cérebro, capaz de “alta flexibilidade, adaptabilidade e aprendizagem”, se
mostra fisiologicamente preparado para aumentar ao máximo a sua potencialidade,
sendo devidamente estimulado a isso.
“Antigamente pensava-se que o cérebro de um adulto era semelhante a um computador, permanecendo estável e imutável, com memória e capacidade fixa. Atualmente, os estudos da Neurociência descobriram que o cérebro muda durante a vida e que esta mudança é benéfica.” (Neurociência e Educação pg. 39 ano 2009)
O cérebro, devido à neuroplasticidade, pode expandir capacidades, adquirir e
aprimorar habilidades, e se reorganizar quando alguma área cortical sofrer lesão.
Também, possui faculdades mentais superiores, e ainda promove sensações,
percepções, formação de imagens, simbolização e conceituação.
41
CONCLUSÃO Em virtude de todas as considerações realizadas, o presente estudo apresenta
questões pertinentes à ação da ludicidade pedagógica na formação das sinapses neurais
da aprendizagem escolar. Assim, no capítulo 1, são identificadas as estruturas
anatômicas do cérebro potencializadas durante as atividades lúdicas. Também, há
referências sobre o desenvolvimento das habilidades intencionalmente planejadas pelo
professor. No capítulo 2, buscou-se compreender a anatomofisiologia do sistema
límbico de recompensa relacionado á vivência das diversas modalidades lúdicas, e a
avaliação dos níveis de produtividade e de rendimento escolar decorrentes do prazer de
aprender. Finalmente, o capítulo 3 expõe a análise do potencial de ação do neurônio
estimulado pela ludicidade pedagógica.
Assim, é certo que as estruturas anatômicas do cérebro são potencializadas
durante as atividades lúdicas, e as habilidades intencionalmente planejadas pelo
professor se desenvolvem através da ludicidade pedagógica. No capítulo 1 desse
trabalho, cada estrutura cortical é identificada com a sua respectiva função definida.
Já no capítulo 2, a abordagem está voltada às diversas modalidades lúdicas
vivenciadas durante a infância, e o estudo comprovou que as tais proporcionam o prazer
de aprender, liberado no cérebro pelo sistema límbico de recompensa, resultando em
aprendizagem com produtividade e amplas alternativas de intervenção pedagógica.
Infelizmente, não foram encontrados dados estatísticos a respeito dos altos índices de
rendimento escolar, nas fontes bibliográficas referidas nessa monografia.
E, no capítulo 3, o estudo pormenorizado e aprofundado do neurônio definiu a
resolução da questão central sobre as conexões neuronais, estabelecidas a partir de
estímulos relacionados ás brincadeiras.
Esta conclusão declara que a hipótese elaborada no plano de pesquisa é
verdadeira, a saber: que a ludicidade pedagógica estimula o potencial de ação
neuronal, e que contribui para a formação das sinapses neurais, promovendo a
aprendizagem escolar, favorecida pelo prazer inerente às atividades lúdicas, uma
vez que o brincar atende ás necessidades da criança e ao desenvolvimento pleno durante
a infância, e serve como excelente estímulo ao cérebro do aluno na educação infantil.
Entende-se que sem atividade neural, não há aprendizagem, porquanto as
sinapses são, sem dúvida, decisivas e fundamentais para a construção do conhecimento
a ser proposto pelo educador.
42
Portanto, já não resta dúvida alguma em relação às questões levantadas nesse
trabalho monográfico.
43
Bibliografia consultada
ARANHA, FÁBIO. Em cada época, uma nova concepção do que é brincar. N 36/2006,
pg. 26 da revista Nós da Escola
BARBIRATO, FABIO; DIAS, GABRIELA. A Mente do seu Filho. Rio de Janeiro, Ed
Agir, 2009
BEAR, MARK F.; CONNOR, BARRY W.; PARADISO, MICHAEL A. Tradução
Carla Dalmaz… [et al.].. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso 3 ed. Porto
Alegre: Artmed, 2008
BENJAMIN, WALTER. Reflexões sobre a Criança, o Brinquedo e a Educação. Ed.2,
São Paulo, Duas cidades, editora 34, 2009
GAZZANIGA, MICHAEL S. Neurociência Cognitiva: A Biologia da Mente. Tradução
Angelica Rosat Conseglio...[ et AL.] 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006
HAYDT, REGINA CÉLIA; RIZZI, LEONOR. Atividades Lúdicas na Educação da
Criança. 7 ed. São Paulo Ática, 2007
KISHIMOTO, TIZUKO MORCHIDA. (org) Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a
Educação. 14 ed. São Paulo: Cortez, 2011
LIMA, ELVIRA SOUZA. Brincar para que? São Paulo: Inter Alia
_____________________. Desenvolvimento e Aprendizagem na Escola: aspectos
culturais, neurológicos e psicológicos. São Paulo: Sobradinho 1998, 2001, 2002
_____________________. Memória e Imaginação. São Paulo: inter Alia: 2007
_____________________. Neurociência e Aprendizagem. São Paulo: Inter Alia: 2007
MULTIEDUCAÇÃO: TEMAS EM DEBATES. Educação Infantil. Revendo Percursos
no diálogo com educadores. Secretaria Municipal de Educação
RELVAS, MARTA PIRES. Neurociência e Educação: potencialidades dos gêneros
humanos na sala de aula. Rio de Janeiro: Wak, 2009
_______________________. Fundamentos Biológicos da Educação: despertando
inteligências e afetividade no processo de aprendizagem. 4 ed. Rio de Janeiro: Wak,
2009
_______________________. Neuropedagogia e a Complexidade Cerebral na sala de
aula. São Paulo, ed Escala, ano VI, edição 64 – Abril /2011, pg. 40 da revista Psique
WEBGRAFIA: MACHADO, ÂNGELO. Áreas Encefálicas Relacionadas às Emoções.
O Sistema Límbico. URL: http://www.psiquiatriageral.com.br
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO...............................................................................................2 AGRADECIMENTO...............................................................................................3DEDICATÓRIA......................................................................................................4RESUMO……………………………………………………………………………...5METODOLOGIA……………………………………………………………………..6SUMÁRIO..............................................................................................................7 INTRODUÇÃO......................................................................................................9
CAPÍTULO I - A potencialização das estruturas anatômicas do cérebro da criança
durante as atividades lúdicas, e o desenvolvimento das habilidades intencionalmente
planejadas.......................................................................................................................11
1.1- A importância do lúdico para o desenvolvimento infantil normal..........................11
1.2- Estruturas e áreas anatômicas do cérebro potencializadas durante as brincadeiras 12
1.2.1 – Córtex pré-frontal...............................................................................................14
1.2.2 – Cíngulo anterior..................................................................................................15
1.2.3- Cerebelo................................................................................................................15
1.2.4- Lobo Parietal........................................................................................................15
1.2.5- Córtex auditivo....................................................................................................16
1.2.6- Córtex visual........................................................................................................16
1.2.7- Hipocampo...........................................................................................................17
1.2.8- Hemisfério direito do cérebro...............................................................................17
1.2.9- A área de Broca e a área de Wernicke..................................................................18
1.2.10- Córtex motor.......................................................................................................18
1.3 - A intencionalidade da ação pedagógica, e as ações executadas com as habilidades
desenvolvidas pela criança durante as brincadeiras........................................................19
45
CAPÍTULO II - As diversas modalidades lúdicas vivenciadas com prazer durante a
infância: estímulos que acionam o sistema límbico e a relação deste sistema com a
aprendizagem e o rendimento escolar.............................................................................21
2.1- A anatomofisiologia do Sistema Límbico................................................................22
2.1.1- Estruturas relacionadas no circuito límbico de recompensas, e as atividades
lúdicas.............................................................................................................................24
2.2- Avaliações dos níveis de aprendizagem e de rendimento escolar decorrentes do
prazer de aprender...........................................................................................................27
Capítulo III - A ação da ludicidade pedagógica na formação das sinapses neurais da
aprendizagem escolar......................................................................................................31
3.1- As sinapses neurais..................................................................................................33
3.2- Contribuições da neurociência para a pedagogia....................................................35
3.2.1- Neurociência, atividades lúdicas e aprendizagem...............................................37
3.2.2- Memória e imaginação........................................................................................37
3.3- Outras considerações sobre o cérebro....................................................................39
CONCLUSÃO...................................................................................................41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.......................................................................43
ÍNDICE.............................................................................................................44