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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU’’ AVM FACULDADE INTEGRADA UTILIZANDO A TEORIA DE VULNERABILIDADE DOS SISTEMAS COMO MEIO EFICAZ NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES E CONTENÇÃO DE DESPESAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Por : Eduardo Campos dos Santos Orientador Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU’’

AVM FACULDADE INTEGRADA

UTILIZANDO A TEORIA DE VULNERABILIDADE DOS

SISTEMAS COMO MEIO EFICAZ NA PREVENÇÃO DE

ACIDENTES E CONTENÇÃO DE DESPESAS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Por : Eduardo Campos dos Santos

Orientador

Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU’’

AVM FACULDADE INTEGRADA

UTILIZANDO A TEORIA DE VULNERABILIDADE DOS

SISTEMAS COMO MEIO EFICAZ NA PREVENÇÃO DE

ACIDENTES E CONTENÇÃO DE DESPESAS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de QSMS/SGI

(Qualidade segurança do trabalho meio ambiente

saúde ocupacional em sistemas de gestão

Integrados)

Por: Eduardo Campos dos Santos

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos colegas que me fizeram

companhia até a esse momento, a cada

mestre por sua dedicação em me ensinar.

Sou, em especial, grato ao prof Mauri

Gerhardt por ter feito uma ponte

necessária e aos engenheiros Nielson

Canova e José Cantisano por serem

acessíveis e sempre prontos a me

fornecer toda e qualquer informação.

A todos muito obrigado!

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DEDICATÓRIA

A Jesus que de tudo e de todos é o

Senhor à minha mãe Maria Inês e pai

Paulo Cezar que continuamente me

apóiam e à minha irmã Miliana e cunhado

Erick que acreditam sempre em mim.

Vocês fazem minha vida mais valiosa.

.

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RESUMO

Sabe-se que as questões referentes as perdas decorrentes dos

acidentes de trabalho atualmente são de grande relevância para o corpo diretor

de todos os seguimentos empresarias que querem manter-se competitivos. E,

nesse contexto, destacamos as empresas de construção civil, onde os ônus

vão além de prejuízos materiais e financeiros. Às vezes, as marcas

permanecem durante anos em meio aos trabalhadores que perderam um

amigo, ou ainda no trabalhador teve o corpo mutilado. Contudo, no tocante a

prejuizos financeiros, esses podem ser minimizados e sanados quando existe

uma compreensão mais profunda de como a política de QSMS (qualidade,

segurança meio ambiente e saúde ocupacional) pode ser utilizada como um

meio eficaz na contenção de despesas. E sob esse ângulo o estudo das teorias

da vulnerabilidade se mostra eficaz como uma ferramenta administrativa para a

contenção de despesas decorrentes de acidentes de trabalho.

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METODOLOGIA

Foi realizada pesquisa bibliografica em livros, artigos na internet e

ainda um estudo de caso numa empresa de construção civil.

Durante o estudo de caso foram levantadas as características do

sistema de QSMS da construtora Gotardo, ainda foram realizadas análises do

organograma e de documentos que denotam o envolvimento da empresa com

as questões de QSMS e melhoria contínua.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - BREVE HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 10

CAPITULO- II - ESTUDO DAS RAZÕES DOS ACIDENTES 15

CAPITULO-III- PREJUíZOS CAUSADOS POR ACIDENTES NA

CONSTRUÇÃO CIVIL 24

CAPITULO- IV- TEORIAS DA VULNERABILIDADE DOS SISTEMAS 35

CAPITULO-V- ESTUDO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO

DE UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL 44

CAPITULO -VI- ESTUDO DE CASO:

O SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA DA CONSTRUTORA GOTARDO 50

CONCLUSÃO 58

ANEXOS 59

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 68

ÍNDICE 71

FOLHA DE AVALIAÇÃO 74

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INTRODUÇÃO

Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com a pessoas e países, porque a crise traz progressos . A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos, e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar superado.

Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu

próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a de incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafio, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito.

É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise

é promovê-la, é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la (Albert Einstein 14 de março 1879 – 18 de abril 1955)

Sabe-se que as crises existem, e no tocante aos sistemas de gestão,

essas refletem a incapacidade de acompanhar as mudanças inerentes a

exigências dos diversos seguimentos de uma grande variedade de empresas.

Em se tratando de empresas de construção civil, uma crise interna pode retirar

suas chances de competir efetivamente nesse mercado que está a cada

instante mais agressivo. Por isso, existe a necessidade de adequação, de

utilização de novas técnicas de construção, novos equipamentos, e a falta de

um treinamento e de conhecimento adequado pode levar a atos impensados, e

daí surgem os desvios e como consequência os acidentes. O fato é que por

mais que se tenha a modernidade como tônica em atividades da construção

civil, isso não quer dizer que o sistema de gestão de SMS é infalível,

justamente por esse ser composto e dirigido às pessoas. O que não quer dizer

também que a ação pura e simples do trabalhador é a única razão da

ocorrência dos acidentes. Por isso, é necessário avaliar as causas que tornam

o sistema vulnerável. Conhecendo as vulnerabilidades teremos uma visão

dinâmica das engrenagens do processo produtivo. E assim será possível

formular estratégias mais adequadas em busca da minimização dos acidentes

de trabalho na construção civil.

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É sobre isso, sobre utilizar a teoria da vulnerabilidade dos sistemas

como meio eficaz na prevenção de acidentes e por conseqüência conter

despesas na construção civil, que se trata esse trabalho.

No primeiro capitulo ,Inicialmente é feita uma referência ao histórico da

legislação trabalhista, na seqüência, segundo capítulo é feito um estudo das

razões dos acidentes .Posteriormente, no terceiro capítulo é feito uma reflexão

sobre o prejuízo causados por acidentes na construção civil , com exemplos. E

feito também um estudo das teorias da vulnerabilidade mais conhecidas no

quarto capítulo. No quinto capitulo é levantado o modelo de um sistema de

gestão para uma empresa de construção civil e no sexto temos um estudo de

caso, onde podemos atestar a responsabilidade da direção da empresa

estudada com seus colaboradores .

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CAPÍTULO I

BREVE HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em

usufruir de uma boa e saudável qualidade de vida, na medida em que

não se pode dissociar os direitos humanos e a qualidade de vida,

verifica-se, gradativamente, a grande preocupação com as condições

do trabalho. A primazia dos meios de produção em detrimento da

própria saúde humana é fato que, infelizmente, vem sendo

experimentado ao longo da história da sociedade moderna . É

possível conciliar economia e saúde no trabalho. As doenças

aparentemente modernas (stress, neuroses e as lesões por esforços

repetitivos), já há séculos vêm sendo diagnosticadas. Os problemas

relacionados com a saúde intensificam-se a partir da Revolução

Industrial. As doenças do trabalho aumentam em mesma proporção à

evolução e à potencialização dos meios de produção, com as

deploráveis condições de trabalho e da vida das cidades.

A OIT - Organização Internacional do Trabalho, em 1919,

com o advento do Tratado de Versalhes, objetivando uniformizar as

questões trabalhistas, a superação das condições subumanas do

trabalho e o desenvolvimento econômico, adota seis convenções

destinadas à proteção da saúde e à integridade física dos

trabalhadores (limitação da jornada de trabalho, proteção à

maternidade, trabalho noturno para mulheres, idade mínima para

admissão de crianças e o trabalho noturno para menores). Até os

dias atuais diversas ações foram implementadas envolvendo a

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qualidade de vida do trabalho, buscando intervir diretamente nas

causas e não apenas nos efeitos a que estão expostos os

trabalhadores. Em 1919, por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de

15 de janeiro de 1919, implantaram-se serviços de medicina ocupacional, com a fiscalização das condições de trabalho nas

fábricas.

Com o advento da Segunda Guerra Mundial despertou-se

uma nova mentalidade humanitária, na busca de paz e estabilidade

social. Finda a Segunda Guerra Mundial, é assinada a Carta das

Nações Unidas, em São

Francisco, em 26 de junho de 1945, que estabelece nova ordem na

busca da preservação, progresso social e melhores condições de

vida das futuras gerações. Em 1948, com a criação da OMS -

Organização Mundial da Saúde, estabelece-se o conceito de que a

“saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, e não somente

a ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo do grau

máximo de saúde que se pode alcançar é um dos direitos

fundamentais de todo ser humano..”.

Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral das

Nações Unidas, aprova a Declaração Universal dos Direitos Humanos

do Homem, que se constitui uma fonte de princípios na aplicação das

normas jurídicas, que assegura ao trabalhador o direito ao trabalho, à

livre escolha de emprego, as condições justas e favoráveis de

trabalho e à proteção contra ao desemprego; o direito ao repouso e

ao lazer, limitação de horas de trabalho, férias periódicas

remuneradas, além de padrão de vida capaz de assegurar a si e a

sua família saúde e bem-estar. Contudo, a reconstrução pós-guerra

induz a sérios problemas de acidentes e doenças que repercutem nas

atividades empresariais, tanto no que se refere às indenizações

acidentárias, quanto ao custo pelo afastamento de empregados

doentes.

Impunha-se a criação de novos métodos de intervenção

nas causas de doenças e nos acidentes, recorrendo-se à participação

interprofissional. Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que

objetiva a organização do trabalho em vista da realidade do meio

ambiente laboral adequar-se ao homem.

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Em 1952, com a fundação da Comunidade Européia do

Carvão e do Aço - CECA, as questões voltaram-se para a segurança

e medicina do trabalho nos setores de carvão e aço, que até hoje

estimula e financia projetos no setor.

Na década de 60 inicia-se um movimento social renovado,

revigorado e redimensionado marcado pelo questionamento do

sentido da vida, o valor da liberdade, o significado do trabalho na

vida, o uso do corpo, notadamente nos países industrializados como

a Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e

Itália. Na Itália, a empresa Farmitália, iniciou um processo

de conscientização dos operários quanto à nocividade dos produtos

químicos e dos técnicos para a detecção dos problemas.

A FIAT reorganiza as condições de trabalho nas fábricas,

modificando as formas de participação da classe operária. Na

realidade o problema da saúde do trabalhador passa a ser outro,

desloca-se da atenção dos efeitos para as causas, o que envolve as

condições e questões do meio ambiente. No início da década de 70,

o Brasil é o detentor do título de campeão mundial de acidentes. E

em 1977, o legislador dedica no texto da CLT - Consolidação das Leis

do Trabalho, por sua reconhecida importância Social, capítulo

específico à Segurança e Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo

V, Título II, artigos 154 a 201, com redação da Lei nº 6.514/77.

O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria

de Segurança e Saúde no Trabalho, hoje denominado Departamento

de Segurança e Saúde no Trabalho, regulamenta os artigos contidos

na CLT por meio da Portaria nº 3.214/78, criando vinte e oito Normas

Regulamentadoras - NRs. Com a publicação da Portaria nº 3214/78

se estabelece a concepção de saúde ocupacional.

Em 1979, a Comissão Intersindical de Saúde do

Trabalhador, promove a Semana de Saúde do Trabalhador com

enorme sucesso e em 1980 essa comissão se transforma no

Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos

Ambientes do Trabalho.

Os eventos dos anos seguintes enfatizaram a eliminação do

risco de acidentes, da insalubridade ao lado do movimento das

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campanhas salariais. Os diversos Sindicatos dos Trabalhadores,

como o das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, tiveram fundamental

importância denunciando as condições inseguras e indignas

observadas no trabalho.

Com a Constituição de 1988 nasce o marco principal da

etapa de saúde do trabalhador no nosso ordenamento jurídico. Está

garantida a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de

normas de saúde, higiene e segurança. E, ratificadas as Convenções

155 e 161 da OIT, que também regulamentam ações para a

preservação da Saúde e dos Serviços de Saúde do Trabalhador. As

conquistas, pouco a pouco, vêm introduzindo novas mentalidades,

sedimentando bases sólidas para o pleno exercício do direito que

todos devem ter à saúde e ao trabalho protegido de riscos ou das

condições perigosas e insalubres que põem em risco a vida, a saúde

física e mental do trabalhador.

A proteção à saúde do trabalhador fundamenta-se,

constitucionalmente, na tutela “da vida com dignidade”, e tem como

objetivo primordial a redução do risco de doença, como exemplifica o

art. 7º, inciso XXII, e também o art. 200, inciso VIII, que protege o

meio ambiente do trabalho, além do art. 193, que determina que “a

ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo

o bem-estar e a justiça sociais”. Posteriormente, o Ministério do

Trabalho, por meio da Portaria nº 3.067, de 12.04.88, aprovou as

cinco Normas Regulamentadoras Rurais vigentes. A Portaria SSST nº

53, de 17.12.97, aprovou a NR 29 - Norma Regulamentadora de

Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. Atuando de forma

tripartite o Ministério do Trabalho e Emprego, divulga para consulta

pública a Portaria SIT/ SST nº 19 de 08.08.01, publicada no DOU de

13.08.01, para a criação da NR nº 30 - Norma Regulamentadora de

Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.

E, em 06.11.02 foi publicada no DOU a Portaria nº 30, de

22.10.02, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, do MTE,

divulgando para consulta pública proposta de texto de criação da

Norma Regulamentadora Nº 31 - Segurança e Saúde nos Trabalhos

em Espaços Confinados. Os problemas referentes à segurança, à

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saúde, ao meio ambiente e à qualidade de vida no trabalho vêm

ganhando importância no Governo, nas entidades empresariais, nas

centrais sindicais e na sociedade como um todo. O Ministério do

Trabalho e Emprego tem como meta a redução de 40% nos números

de acidentes do trabalho no País até 2003.

Propostas para construir um Brasil moderno e competitivo, com

menor número de acidentes e doenças de trabalho, com progresso

social na agricultura, na indústria, no comércio e nos serviços, devem

ser apoiadas. Para isso, deve haver a conjunção de esforços de

todos os setores da sociedade e a conscientização na aplicação de

programas de saúde e segurança no trabalho. Trabalhador saudável

e qualificado representa produtividade no mercado globalizado. (

LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA E MEDICINA NO TRABALHO

Manual Prático Atualizado até janeiro/03 FIESP / CIESP,p.8 -10)

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CAPÍTULO II

ESTUDO DAS RAZÕES DOS ACIDENTES

2.1 - Definições de acidente

Antes da realização de um estudo das causas de acidentes, faz-se

necessário o conhecimento prévio do que é um acidente.

Conforme o artigo 19 da Lei 8.123 de julho de 1991, “acidente do

trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou

pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou

perturbação funcional de caráter temporário ou permanente.”

É interessante ter desenvolvida a consciência de que um acidente não

é um evento isolado. Na verdade o evento acidente é resultado de toda a

interação de eventos anteriores ao fato, que são inerentes a partes de áreas

distintas do processo produtivo. É o que pode-se definir como desvio.

Desvio é qualquer ação ou condição, que tem potencial para conduzir,

direta ou indiretamente, danos a pessoas, ao patrimônio, ou impacto ao meio

ambiente, e que se encontra desconforme com as normas de trabalho,

procedimentos, requisitos legais ou normativos, requisitos do sistema de

gestão ou boas práticas.

Quando é utilizado o termo conformidade é feita a referência a uma

situação que atenda a um requisito estabelecido anteriormente, por uma norma

ou por um regimento interno de algum seguimento produtivo.

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Existem definições distintas para os tipos de acidentes e serão vistas a

seguir algumas:

O acidente sofrido no local e no horário de trabalho, em consequência

de:

► Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou

de companheiro de trabalho;

► Ato de pessoa privada do uso da razão (descontrole emocional);

► Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos

decorrentes de força maior;

► Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro

oucompanheiro de trabalho;

► Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de

disputarelacionada ao trabalho;

O acidente sofrido, fora do local e horário de trabalho:

►Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a

autoridade da empresa;

►Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe

evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

►Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando

financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação

da mão-de-obra;

►No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para

aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de

propriedade do segurado, desde que não haja interrupção ou

alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho; (OLIVEIRA,

2011, p27 - 28 )

Assim percebe-se que todo desvio é um possível gerador de acidente .

É a causa pré-existente para a manifestação dos acidentes.

Portanto, no cotidiano é o desvio que deve ser combatido para que se

tenha um processo produtivo mais seguro e conseqüentemente mais eficaz.

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‘Acidentes acontecem’... seria essa a verdade? Quando se avaliam as

causas e vislumbra-se o acidente, sim, como uma conseqüência dentro de uma

linha de tempo, afirma-se que: ‘Acidentes emergem’ , ou ‘ acidentes são filhos

de falhas’ . Não se deve culpar o acaso pelos acidentes de trabalho, ou ainda

o acidentado como se ele fosse a única causa do infortúnio ocorrido.

2.2 - A Árvore das diversas causas

Uma interessante metodologia defendida pelo Eng. Giovanni Moraes

(2009) é O Método da Árvore das Diferentes Causas. Consiste num método

investigativo onde o acidente de trabalho assim como seus posteriores

desdobramentos emergem como conseqüência final de uma série de eventos

que convergem do passado para o instante do fato ocorrido. Ou seja , trata-se,

de uma análise investigativa dentro de uma linha de tempo dos inúmeros

desvios que culminam em um acidente.

Podemos ver um exemplo de ADC ( árvore das diferentes causas ) a

seguir:

Figura 2.1 Arvore das diferentes causas (extraída de MORAES GIOVANNI,2011 ,p. 73)

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Essa árvore de causas ilustra os desvios que culminaram em um

acidente em uma manutenção elétrica rotineira. Fica bem claro na figura que o

acidente ocorrido (queda I2) assim com suas conseqüentes (lesões múltiplas),

devem ser analisados pelo enfoque de causas diferentes que convergiram no

tempo.

Na situação em questão, ilustrada na figura 2.1, a equipe era

composta por um assistente, um eletricista experiente e um supervisor que

deveria realizar uma ronda. O assistente faltou por motivo de doença e o

supervisor ordenou que se seguisse com cronograma da manutenção. Ficou

então estabelecido um cenário propício a um acidente devido aos inúmeros

desvios o corridos.

2.3 - Natureza dos desvios

Porque as pessoas não fazem o que se supõe que deveriam fazer ? (MORAES,

2011 , p. 49 )

Inúmeras são as respostas para essa questão. Variando desde motivos

comportamentais relacionados com a aceitação por um determinado grupo de

trabalhadores na construção civil até atitudes ligadas à contenção de

despesas da alta administração de mega corporações. Mas o fato é que os

desvios estão relacionados com o nível de desenvolvimento de cultura

organizacional e do quanto esse conceito é sólido paras as pessoas que

realizam as diversas tarefas relacionadas à conclusão de um empreendimento.

A cultura organizacional repousa sobre um sistema de

crenças e valores, tradições e hábitos, uma forma aceita e estável de

interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização não

é estática e permanente, mas sofre alterações ao longo do tempo,

dependendo das condições ou pressões externas e internas

(MORAES, 2009, p. 124).

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Entende-se os desvios como atos que vão contra a cultura

organizacional e contra toda sorte de boas práticas. Tais atos podem estar

relacionados com indivíduo (I), com a tarefa (T), material (M) ou meio de

trabalho (MT) conforme pudemos observar na figura 2.1 .

Tem-se uma breve descrição dos componentes da ADC das

variações mais comuns desses componentes :

Indivíduo (I) - Identifica o trabalhador em seu meio de trabalho, efeitos

e fatores extra-profissionais. Diz respeito a vítima ou pessoas próximas.

Ex.: Lesão ou fadiga durante o exercício do trabalho, não usar o EPI.

No caso de indivíduo(I) as variações mais comuns são:

►Efeito sofrido: lesão, escorregão, queda, tropeço.

►Modificações psicológicas: preocupação, baixa motivação.

►Modificações fisiológicas: fadiga, embriagues, sono, condição não habitual.

►Qualificação: ausência ou treinamento deficiente, pouca experiência.

►Ambiente moral: clima social no local de trabalho ou conflitos entre colegas

e/ou supervisores.

Tarefa (T) - Ações do indivíduo que participa da produção parcial ou

total de um bem ou serviço.

Ex.: método inadequado, movimento incontrolado, tarefa não habitual, não

previsto a proteção individual.

No caso da tarefa(T) as variações mais comuns são:

►Do modo operacional: tarefa não habitual, imprevista ou modificada,

precipitação ou alteração do ritmo de trabalho, neutralização ou alteração da

máquina ou produto, antecipação de manobra, interpretação errada na

execução da tarefa, postura não prevista para efetuar uma operação;

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►Utilização da máquina ou ferramenta: uso anormal de uma máquina,

utilização ou não de ferramenta não previsto, emprego de instrumento

adaptado, uso de ferramenta em mau estado;

►Equipamento de proteção: equipamento ausente ou com defeito, impróprio,

não habitual, falta do EPI.

Material (M) - Compreende os meios técnicos, matéria-prima e

produtos à disposição do indivíduo para executar a tarefa.

Ex.: equipamento ou ferramenta fora de controle, mau funcionamento, pane

parcial ou total, material não usual, omissão de etapas de operação.

No caso do material(M) as variações mais comuns são:

►Matéria prima: modificação em suas características (peso, dimensão,

temperatura), mudança no ritmo de alimentação de material, incompatibilidade.

►Máquinas e meio de produção: funcionamento inadequado, incidente técnico,

pane, incêndio, explosão, vazamento, parada parcial ou total da máquina, nova

instalação, falta de manutenção, falta de dispositivo de proteção.

►Energia: variação, interrupção, variação brusca ou não controlada.

Meio de Trabalho (MT) - Local de trabalho caracterizado pelo ambiente

físico e social no qual o indivíduo executa sua tarefa.

Ex.: falta de limpeza e organização, limpeza, presença de agentes ambientais

nocivos, ausência de procedimento.

No caso do meio de trabalho(MT) as variações mais comuns são:

►Ambiente físico: iluminação, ambiente ruidoso, temperatura, umidade,

aerodispersóides, névoa.

►Administração: falta de monitoramento e inspeção; desequilíbrio no trabalho-

descanso; pressão sob a produção; falta de análise crítica sobre o

procedimento; falta de adequação de pessoal; falta de procedimento ou

inadequado.

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►Gerenciamento: falta de supervisão para a tarefa; Insatisfação por ação de

terceiros; horas extras excessivas.

►Cultura de Segurança: Ignorar de forma habitual o procedimento, não utilizar

a PT ou seguir o procedimento .

Ainda a respeito do dia grama da ADC, quando observa-se os

antecedentes percebe-se que podem ser de dois tipos :

Antecedentes - estado: Fatos habituais, condições permanentes na situação de

trabalho (ausência de proteção em máquinas, ambiente ruidoso, postura

inadequada, etc).

Graficamente representados por quadrados :

Figura 2.2- Antecedentes de estados habituais (adaptado de MORAES GIOVANNI, 2011 ,p. 73)

Antecedentes-variações :Chamado apenas de variações, são condições não

habituais ou modificações que ocorrem durante o trabalho (não atender os

passos de um procedimento, uma mudança de veículo por conta de

manutenção por exemplo). Graficamente representados por círculos:

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Figura 2.3- Antecedentes de estados variados, ou variações (adaptado de MORAES GIOVANNI, 2011

,p.73)

O modo como a árvore se apresenta durante um processo de

investigação de causas de acidentes pode levar, sendo necessária, a

reformulação do sistema de gestão de SMS(segurança, meio ambiente e saúde

ocupacional) pelo fato de ser observada uma predominância de blocos

quadrados, porque esses blocos, como mencionado há pouco, tratam de

situações habituais, presentes durante a realização das atividades produtivas.

E à s vezes são difíceis de serem corrigidos. Por serem inerentes ao processo ,

é melhor modificar a concepção do processo. No caso de uma predominância

de blocos redondos, as correções são menos onerosas por se tratar de fatos

ocorridos eventualmente. Ou seja, que não estão atrelados ao modo operante

normal.

2.4-Consistência das informações:

Faz –se necessário o conhecimento a cerca dos blocos na ADC. Por

exemplo, linhas tracejadas antes de um bloco significam que há uma

probabilidade de um fato ter ocasionado o seguinte, como vemos a seguir:

Figura 2.4-Consistência das informações 1 (adaptado de MORAES GIOVANNI, 2011 ,p.129)

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Ainda sobre consistência das informações, podemos constatar que

fatos rotineiros não resultam em eventualidades e ainda que fatos eventuais

não podem originar elementos de uma rotina isoladamente, conforme podemos

ver na seqüência.

Figura 2.5-Consistência das informações-2 (extraído de MORAES, 2011 ,p.132)

A natureza desses fatos pode ser estimada e alterada ao longo da

investigação, contudo, a consistência entre os mesmos permanece.

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CAPITULO III

PREJUÍZOS CAUSADOS POR ACIDENTES NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

O acidente como todo evento indesejável traz prejuízos mensuráveis e

alguns até intangíveis. Isso no caso de haver uma morte. Porque, por mais que

se tenha uma tabela definindo o custo de uma lesão, definindo o quanto se

pagar pela minimização da capacidade de trabalho, nenhum preço pago

justifica o fim de uma vida. Mas, para efeitos administrativos e legais, será

abordado nessa seção os custos de um acidente, diretos e indiretos e ainda

serão vistos casos que envolvem valores de indenizações.

3.1 Ação de indenização por acidente de trabalho

Ação de Indenização por Acidente de Trabalho é a que tem

direito o empregado, seus descendentes ou herdeiros, à reparação

pecuniária, por danos corporais, perturbações funcionais, ou doença

provocada pelo exercício da atividade laboral, que resulte

incapacidade temporária, permanente ou morte. Esta ação é dirigida

contra a entidade previdenciária, por força do seguro obrigatório a

que estão vinculados todos os empregadores, cuja responsabilidade

solidária e subsidiária remanesce em casos especiais de acidentes

do trabalho.

Em casos de doenças ou acidentes do trabalho, serão

partes nas ações acidentárias o autor, o segurado, o trabalhador

abrangido pelo Regime Geral da Previdência Social, ou em caso de

morte do empregado, a viúva e os filhos; e como réu (requerido –

suplicado) o INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social. Nessas

ações, o acidente em si, não é a causa de pedir, porque a produção

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do efeito pretendido, obrigação de indenizar, não decorre

propriamente dele, mas sim de lesão sofrida pela vítima na esfera da

relação de trabalho

Confirmando essa linha de raciocínio, o professor José

Carlos Barbosa , assim salienta:

“Todo pedido tem uma causa. Identificar a causa petendi é

responder a pergunta: porque o autor pede tal providência? Ou, em

outras palavras, qual o fundamento de sua pretensão? Constitui-se a

causa pretendi do fato ou do conjunto de fatos a que o autor atribui a

produção do efeito jurídico por ela visado’’.

É de se lembrar, que o art. 64, do Código de Processo

Penal, dispõe que a ação de indenização, para ressarcimento do

dano pode ser proposta no juízo cível, contra o responsável civil.

Assim, na medida que o óbito e os acidentes típicos e doenças

ocupacionais, tratam-se respectivamente de homicídio culposo e

lesão corporal culposa, ou seja, ilícitos penais, aplica-se a estes o

dispositivo mencionado. Além do que, o art.63 do CPP, permite a

execução de sentença condenatória no juízo cível, como também o

art. 584, II, do Código de Processo Civil considera como título

executivo judicial a sentença penal condenatória transitada em

julgado.

Assim, supondo-se que, embora seja a responsabilidade penal

pessoal, o empregador venha ser condenado criminalmente por

homicídio culposo, poderá o trabalhador (ou familiares) promover a

execução no juízo cível. Ficaria a lei processual (civil e penal) inerte

para aqueles que defendem a competência da justiça do trabalho,

pelo menos no que tange a fiscalização quanto ao pagamento da

indenização civil a que tem direito o trabalhador, que por

desconhecimento ou desinformação não pleiteia, acreditando que lhe

caberia apenas a indenização previdenciária, ficando o empregador

omisso da obrigação de reparar o dano pela Indenização Civil.Fica

evidente, portanto, que o fundamento fático das ações de indenização por acidente do trabalho, está diretamente atrelado à

relação de trabalho, conforme orientação cediça de que “ação de

acidente de trabalho, por ser de natureza alimentar é compensatória

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e a responsabilidade civil é indenizatória visando restabelecer a

situação anterior ao dano (BELO , 2001, p.37-39)

3.2- Custo do acidente de trabalho

Quanto custa um acidente ? O cálculo em si não é difícil mas muito

trabalhoso. Para cada caso há diferentes variáveis envolvidas em em muitos

casos podem chegar a dezenas de variáveis, muitas vezes de difícil

identificação. Em linhas gerais pode-se dizer que o custo do acidente é o

somatório dos custos diretos e indiretos envolvidos.

C = CD + CI

3.2.1- Custo Direto:

É o custo mensal do seguro de acidentes do trabalho. Não

tem relação com o acidente em si. A contribuição é calculada a partir

do enquadramento da empresa em três níveis de risco de acidentes

do trabalho essa porcentagem é calculada em relação à folha de

salário de contribuição e é recolhida juntamente com as demais

contribuições arrecadadas pelo INSS.

►1% para a empresas de riscos de acidente considerado leve;

►2% para a empresa de risco médio,

►3% para a empresa de risco grave.

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3.2.2-Custo Indireto:

Não envolvem perda imediata de dinheiro. Relacionam-se

com o ambiente que envolvem o acidentado e com as consequências

do acidente. Entre os custos indiretos podemos citar:

1.Salário que deve ser pago ao acidentado no dia do acidente e nos

primeiros 15 dias de afastamento, sem que ele produza.

2. Multa contratual pelo não cumprimento de prazos

3. Perda de bônus na renovação do seguro patrimonial

4. Salário pagos aos colegas do acidentado

5. Despesas decorrentes da substituição ou manutenção de peça

danificada

6. Prejuízos decorrentes de danos causados ao produto no processo;

7.Gastos de contratação e treinamento de um substituto;

8.Pagamento de horas-extras para cobrir o prejuízo causado à

produção;

9.Gastos de energia elétrica e demais facilidades das instalações

(horas-extras);

10. Pagamento das horas de trabalho despendidas por supervisores

e outras pessoas e ou empresas:

►Na investigação das causas do acidente

►Na assistência médica para os socorros de urgência

►No transporte do acidentado

►Em providências necessárias para regularizar o local do acidente

►Em assistência jurídica

►Em propaganda para recuperar a imagem da empresa

Em caso de acidente com morte ou invalidez permanete ainda

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devemos considerar o custo da indenização que deve ser pago

mensalmente até que o empregado atinja a idade de 65 anos.

Pesquisa feita pela Fundacentro revelou a necessidade de

modificar os conceitos tradicionais de custos de acidentes e propôs

uma nova sistemática para a sua elaboração, com enfoque prático,

denominada Custo Efetivo dos Acidentes, como descreito a seguir:

Ce=C-i

Ce=Custo efetivo,do acidente C= Custo do acidente i= Indenizações e ressarcimento recebidos por meio de seguro ou de

terceiros(valor,líquido)

C=C1+C2+C3

C1= Custo correspondente ao tempo de afastamento (até os 15

primeiros dias) em consequência de acidente com lesão;

C2= Custo referente aos reparos e reposições de máquinas,

equipamentos e materiais danificados (acidentes com danos a

propriedade);

C3= Custo complementares relativos as lesões (assistência médica e

primeiro socorros) e os danos a propriedade (outros custos

operacionais, como os resultantes de paralisações, manutenções e

lucros interrompidos) (TAVARES , , 2009, p.74)

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3.3-Casos de indenização

Agora será evidenciado por meio de noticias do Tribunal Superior de

Justiça o quanto pode ser danoso um acidente. Inclusive por um caso de óbito.

É real a necessidade da prevenção. E o impacto para o empresáriado pode ser

bem oneroso, já as seqüelas sobre a vida do trabalhador e seus familiares são

imensuráveis.

24 de fevereiro de 2010

Trabalhador receberá mais de 600 mil de indenização por

acidente de trabalho

A Companhia Vale do Rio Doce deverá pagar mais de R$ 600 mil

de indenização por danos morais e materiais a ex-empregado da

empresa que perdeu a perna direita e ficou com sequelas na perna

esquerda depois de sofrer um acidente de trabalho.

A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou (não

conheceu) o recurso de revista da Vale que contestava a condenação

imposta pelo Tribunal do Trabalho mineiro (3ª Região) e pedia a

redução do valor das indenizações (R$ 600 mil de danos materiais e

R$ 85.932,52 de danos morais). Segundo o relator e presidente do

colegiado, ministro Barros Levenhagen, a conclusão do TRT foi

baseada em provas que não podem ser reexaminadas pelo TST. O relator esclareceu que cabe ao Tribunal analisar apenas se os fatos

lançados na decisão impugnada tiveram o correto enquadramento

jurídico. De acordo com o relator, o Regional responsabilizou a

empresa pelo dano sofrido pelo trabalhador com base no exame do

conjunto de provas, porque constatara a existência de nexo de

causalidade entre a ação/omissão da Vale e o dano. Para o TRT,

como o infortúnio teve origem nas más condições de trabalho a que o

empregado fora submetido, faltou à empresa o cumprimento das

normas de segurança do trabalho. No TST, a Vale alegou ausência

de culpa ou dolo a justificar sua condenação ao pagamento de

indenização por dano moral, uma vez que não ocorrera comprovação

de ofensa à intimidade, honra e imagem do empregado. Disse

também que não ficou provado o comprometimento da capacidade de

trabalho do empregado para justificar o pagamento de indenização

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por danos materiais. No mais, se mantida a condenação, a Vale pediu

a redução do valor. Mas o relator, ministro Barros Levenhagen,

explicou que a defesa não trouxera arestos (exemplos de julgados)

para confronto de tese quanto à redução do valor das indenizações,

nem fora cogitada violação de texto legal ou constitucional. Portanto,

apesar de reconhecer que seria interessante a análise da matéria,

pois o TRT reduzira o valor da indenização por dano material de

aproximadamente R$ 1 milhão e 200 mil para R$ 600 mil, o relator

constatou que o recurso estava desfundamentado. O relator

destacou que a indenização por dano moral deve observar o critério

estimativo, considerando a gravidade do dano causado, a capacidade

financeira do ofensor e o caráter educativo da medida, diferentemente

do dano material que tem critério aritmético. Nessas condições, o

ministro Levenhagen concluiu que o valor arbitrado de dano moral

(R$ 85.932,52) não era excessivo. Já o valor da indenização por dano

material, que fora reduzido para a quantia de R$ 600 mil pelo

Regional com base em provas que determinaram a intensidade do

prejuízo e da lesão sofrida pelo empregado, não poderia ser alterado

sem reexame do acervo probatório – o que não é permitido ao TST

fazê-lo. No mais, afirmou o ministro, quando se trata de infortúnio do

trabalho, é preciso provar que tenha ocorrido por dolo ou culpa do

empregador, cabendo ao Judiciário decidir se o dano daí decorrente

se enquadra ou não no conceito de dano moral previsto na

Constituição (artigo 5º, inciso X), isto é, quando há violação do direito

à dignidade da pessoa. Desse modo, o direito do empregado de

receber indenização por dano moral se caracteriza quando fica

constatada a lesão permanente provocada pelo acidente de trabalho

– na hipótese, o dano comprometeu a capacidade do empregado de

prestação de serviços na antiga função e do exercício das atividades

do cotidiano. (RR-130200-62.2007.5.03.0060) (FONSECA, 2010)

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- 05 de Outubro de 2010

Pedreiro será indenizado em R$ 30 mil por acidente de trabalho

Um pedreiro da Graça Junior Indústria da Construção Civil Ltda. que

após dois meses de trabalho na empresa foi vítima de um acidente de

trabalho que o deixou com incapacidade total e permanente para o

trabalho, receberá indenização de R$ 30 mil a título de dano moral,

acrescido de uma pensão mensal, até completar 70 anos, por dano

material no valor do salário que recebia à época do acidente. A

decisão foi da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, ao

julgar recurso da empresa contra decisão do Tribunal Regional do

Trabalho da 9ª Região (PR) que havia concedido as indenizações. A

turma entendeu que houve no acidente responsabilidade objetiva da

empresa.O acidente ocorreu em 2002, quando duas lajotas

despencaram de um andar superior na obra onde se encontrava

trabalhando, atingindo-o na cabeça e atrás do pescoço. Após o

acidente o empregado passou a sofrer de "tetraparesia espástica

dolorosa", doença que ocasionou a diminuição da força muscular de

seus quatro membros, incapacitando-o de forma definitiva para o

trabalho. O pedreiro propôs ação trabalhista contra a empresa

pedindo o pagamento de indenização por danos morais e materiais

decorrentes do acidente de trabalho. Segundo o pedreiro, a empresa

teria responsabilidade objetiva pelo ocorrido. O TRT, ao reformar

sentença da Vara do Trabalho, condenou a empresa ao pagamento

das indenizações. A empresa recorreu ao TST, alegando violação ao

artigo 7º, XXVIII, da Constituição Federal, que vincula o dever de

reparação à necessidade de prova da ação dolosa ou culposa do

empregador. Para a empresa, não se aplica ao caso a

responsabilidade objetiva do empregador derivada da "teoria do risco

criado" (teoria segundo a qual o dono da atividade responde pelos

eventos danosos que essa prática gera, independente de

imprudência ou erro de conduta do trabalhador). Segundo ela, ficou comprovado que o acidente de trabalho resultou de culpa exclusiva

da vítima, que teria, por sua conta e risco, entrado em local de acesso

restrito. O ministro Horácio de Senna Pires entendeu que, no caso, a

indenização devida decorre da atividade que era desempenhada pelo

pedreiro. Salientou que os trabalhadores da construção civil estão

sujeitos a acidente com maior probabilidade do que os trabalhadores

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em geral, e que segundo a perícia realizada, a empresa descumpria

normas e medidas relativas à prevenção de acidente dentro da sua

atividade, o que evidenciaria sua culpa e responsabilidade. Para o

relator, o art. 7º, XXVIII, da CF foi adequadamente interpretado pelo

TRT. Salientou que, segundo o acórdão regional, não houve por parte

do empregado nenhuma conduta culposa ou dolosa que excluísse a

responsabilidade civil da empresa. Ressaltou, ainda, que "somente

nas hipóteses em que ausente o nexo de causalidade entre o

trabalho executado pelo empregado e o evento danoso, é que se

pode admitir culpa exclusiva do trabalhador". (RR-9955300-

94.2005.5.09.0653)( ARCOVERDE, 2010)

- 07 de Outubro de 2011

Pais de empregado morto em acidente de trabalho receberão

indenização

Os pais de um trabalhador que morreu ao cair da escada durante o

serviço receberão indenização por danos morais e materiais. O juiz

Gláucio Eduardo Soares Xavier, titular da 2a Vara do Trabalho de

Sete Lagoas, constatou que o empregado estava sem cinto de

segurança e usava capacete sem alça jugular. Isso caracteriza culpa

grave da empregadora, que deixou de fornecer os equipamentos de

proteção corretos e também de fiscalizar o seu uso. O trabalhador era

empregado da Paranasa Engenharia e Comércio S/A e atuava como

feitor de turma. No dia do acidente ele estava prestando serviços nas dependências da Companhia Nacional De Cimento - CNC, em razão

de um contrato de empreitada para construção de uma fábrica,

firmado entre as duas empresas. Ao cair da escada, ele bateu a

cabeça na estrutura do silo de cimento e sofreu traumatismo

craniano, falecendo no próprio local. Segundo o magistrado, não há

dúvida de que estão presentes no caso os requisitos que geram o

dever de indenizar. De acordo com o laudo elaborado pelo Auditor

Fiscal do Trabalho, o empregado trabalhava em jornada excessiva,

não estava utilizando o cinto de segurança obrigatório e o capacete

não tinha a alça jugular. No exame pericial, realizado pela Autoridade

Policial, constou que o trabalhador não usava equipamentos de

segurança, os quais poderiam ter evitado a queda ou, pelo menos,

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atenuado as conseqüências. A conclusão do perito oficial do Juízo

não divergiu da que constou nos outros dois laudos. Houve culpa da

empresa, pela falta de fornecimento e exigência de uso dos

equipamentos de proteção individual, o que contraria a Norma

Regulamentadora nº 06 da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do

Trabalho. "A omissão atrai a responsabilidade civil subjetiva, em

consonância com os artigos 185 e 186 do Código Civil" , ressaltou o

julgador.

Fazendo referência ao artigo 5o, V, da Constituição da República e ao

disposto na Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal, que

estabelece ser devida a indenização decorrente de acidente do

trabalho quando o empregador agir com dolo ou culpa, o juiz

sentenciante declarou a responsabilidade civil subjetiva da

empregadora pela reparação dos danos decorrentes do acidente do

trabalho. No entanto, o magistrado registrou que, na fixação dos

valores, deve ser considerado que foram ministrados vários

treinamentos ao empregado sobre questões de segurança e

fornecidos alguns equipamentos, apesar de incompletos. Ou seja,

embora em menor grau, houve culpa concorrente do falecido. Assim,

levando em conta a dor causada aos pais pela perda precoce de seu

filho, aos 23 anos de idade, o julgador condenou a empregadora a

pagar danos morais, no valor de R$110.000,00, sendo R$55.000,00

para cada um deles. Com relação aos danos materiais, considerando

que o filho morava com os pais e participava das despesas da casa, o

magistrado determinou o pagamento de pensão mensal fixada em 2/3

da maior remuneração, desde o acidente até quando ele completaria

25 anos e, a partir dessa data, equivalente a 1/3, até quando ele

completaria 71 anos. Aplicando ao caso o teor da Súmula 331, IV, do

TST, o juiz declarou a responsabilidade subsidiária da Companhia

Nacional De Cimento CNC pelos créditos trabalhistas. As duas

empresas recorreram da decisão, mas os recursos ainda não foram

julgados.

( nº 01849-2010-503-03-00-4 )

Podemos observar que uma política de QSMS (qualidade, segurança

meio ambiente e saúde ocupacional) se faz necessária pelo benefício que ela

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traz em termos de prevenção. Principalmente quando são tratadas nessa

questão as perdas humanas. Os gastos com tempo , dinheiro, em programas

de conscientização e utilização de EPIs, em paletras , e em toda sorte de

medidas preventivas são um investimento que retorna com a diminuição do

número de acidentes e em alguns casos, o fim de ocorrências. Entretanto uma

única ocorrência, dependendo da proporção do acidente, pode prejudicar muito

a visibilidade da empresa além de causar prejuizos consideráveis, como foi

constatado anteriormente.

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CAPITULO IV

Teorias Da Vulnerabilidade Dos Sistemas

4.1 – Definições:

Antes de um estudo mais aprofundado sobre vulnerabilidade de

sistemas vamos a definição clássica do termo vulnerável:

vulnerável

vul.ne.rá.vel

adj m+f (lat vulnerabile) 1 Que se pode vulnerar. 2 Diz-se do lado

fraco de um assunto ou questão, e do ponto por onde alguém pode

ser atacado ou ofendido. 3 Que dá presa à censura, à crítica.

(MICHAELIS , 2011)

Segundo o mesmo dicionário vulnerabilidade é:

“caráter ou qualidade de vulnerável.”

O caráter passa a definir o sistema, o quanto ele é fraco, ou seja, o

quanto ele é sujeito as imperfeições que o constituem.

O termo caráter significa: “s.m. Conjunto de qualidades (boas ou más)

que distinguem (uma pessoa, um povo); traço distintivo: o caráter do

povo brasileiro. Gênio, índole, humor, temperamento. Formação

moral, honestidade: homem de caráter. Cunho, aparência, ar, feição:

obra com caráter de autenticidade, missão em caráter oficial, doença

de caráter grave. Psicologia Conjunto coerente de respostas dadas

por um indivíduo a uma série de testes e que permite, por

comparação estatística, situá-lo numa categoria determinada.(

Dicionário on-line de português , 2011)

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Diante do apresentado verificamos que a vulnerabilidade existe porque existem

falhas latentes no sistema ocasionadas por limitações humanas e

tecnológicas. Na seguinte ordem:

Limitações humanas relacionadas com memória,

percepção,concentração e raciocínio lógico. E as tecnológicas

relacionadas com confiabilidade dos equipamentos, desgastes

naturais, corrosões química , intempéries entre outras. (MORAES ,

,2011 , p.44 - 47)

4.2 Teorias da vulnerabilidade mais conhecidas

4.2.1 Teoria da Vulnerabilidade de Reason

A teoria da vulnerabilidade de Reason, idealizada por James Reason

em 1990, concebe a aeronáutica como um sistema de produção altamente

complexo, interativo e organizado e seu modelo tem como proposta a análise

de como os seres humanos contribuem para as falhas latentes desse sistema .

Ou seja, a teoria analisa os inúmeros desvios e a participação das pessoas

nesses desvios que culminam em ultima conseqüência em um acidente

aeronáutico. O modelo de Reason faz também menção ao modelo de Heinrich

(Teoria dos dominós), porque este também estuda a interação de Falhas

Latentes com as Falhas Ativas e como ambas geram os acidentes de trabalho.

Falhas ativas são cometidas com participantes diretos no sistema (pilotos,

mecânicos controladores de vôo). Já as falhas latentes são derivadas de

decisões oriundas da esfera gerencial e organizacional, pessoas que não

possuem contato direto com o sistema.

Para Reason as falhas latentes podem sim interagir e gerar acidentes

justamente porque as pessoas que detêm o poder decisório podem não ter o

comprometimento e a sensibilidade suficientes a respeito do sistema. Por

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exemplo, pode ser citado um fato de uma empresa num determinado momento,

realizar a troca de um certo equipamento sem fornecer o adequado

treinamento para quem vai utiliza-lo; baixa motivação por parte do pessoal

devido à política de salários defasados, os turnos longos dos pilotos com déficit

de sono devido a sobrecarga de trabalho. Estes são exemplos de como as

atitudes gerencias afetam diretamente a área operacional e como essas

mesmas decisões podem ocasionar acidentes.

Com relação as falhas ativas, estas são vistas como violações

realizadas pelo pessoal que está diretamente na operação, por isso, seus

efeitos são facilmente rastreados. Por exemplo, um piloto que aciona o trem de

pouso no lugar de flaps, por excesso de cansaço, ou distração, o que pode

ocasionar um acidente fatal.

Uma boa forma de compreendermos o modelo de Reason (chamado

também de queijo suíço) é vislumbrar cada parte constituinte como uma

espécie de barreira implementada pelo sistema de gestão contra os desvios.

Sendo assim, os pequenos buracos podem ser entendidos como falhas nesses

sistemas de barreiras, as quais podem ser de origem gerencial ou operacional

conforme o que foi dito antes na definição de falhas latentes ou ativas. O fato é

que a dinâmica dos eventos e a interação entre falhas nas barreiras, ou seja, a

ocorrência de desvios e a convergências de múltiplos desvios permitem a

ocorrência de acidentes. Conforme podemos verificar na figura abaixo

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Figura 4.1- Falhas latentes em sistemas complexos -(extraído de MORAES GIOVANNI, 2009, p.265)

4.2.2 Método Tripod

O método TRIPOD foi criado a partir de um programa de

pesquisa sobre fatores humanos, nas investigações de acidentes da

função exploração e produção em indústria de petróleo. Foi elaborado

para a empresa Shell International por pesquisadores das

universidades de Leiden e Manchester (Reason & Wagenaar, 1990) e

se transformou em uma teoria sobre acidentes e como eles

acontecem. Esta técnica consiste em identificar as fragilidades que

contribuem para que um acidente ocorra e expõe mecanismos de

falhas latentes que propiciariam o acontecimento do mesmo.

O TRIPOD é um novo desenvolvimento na área do

Gerenciamento Avançado de Segurança, tendo como alvo as causas

bastante enraizadas de acidentes e visando o estabelecimento de

uma base para implantação e manutenção de uma segurança

intrínseca nas organizações” (Shell, 1995a). Com a adoção do

TRIPOD, a empresa abandona a idéia de que os acidentes

acontecem ao acaso e têm sempre um único culpado e passa a

adotar uma postura de investigação das causas subjacentes dos

mesmos. Como conseqüência houve uma mudança na avaliação dos

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acidentes, deixando-se de considerar o fator humano (erro humano)

como o único culpado no processo que conduz aos acidentes.

O TRIPOD considera um acidente como o desfecho de uma

história que teve o seu início, muitas vezes, em local e data bem

distantes da ocorrência, corroborando a idéia levantada por Heinrich

(1966), em uma das obras clássicas da engenharia de segurança.

Demonstra também que os atos inseguros não ocorrem de forma

isolada, sendo influenciados por fatores externos (pré-condições).

Estas pré-condições se originam em falhas nos setores auxiliares ou

administrativos (falhas latentes) cujas atividades estão afastadas dos

setores diretamente ligados à produção - planejadores, projetistas e

gerentes. Por exemplo, um motorista que trafega em alta velocidade

(ato inseguro) sob condições meteorológicas adversas - chuva fina ou

neblina (pré-condições) foi submetido, muito provavelmente, a um

treinamento deficiente no sentido de despertar-lhe o perigo de tal

atitude (percepção deficiente do risco) e conscientizá-lo para um

comportamento mais seguro (falha latente de treinamento). O método

TRIPOD visa, então, a identificar as falhas latentes que permanecem

inativas no interior dos sistemas, tornando-se evidentes somente

quando uma combinação especial de fatores consegue vencer as

defesas do sistema (um acidente, por exemplo). Seu nome tem

origem nos três aspectos chaves da causalidade dos acidentes

(figura 4.2) que formam um tripé, por isso analisar-se-á cada uma

destas bases de sustentação do método de modo a propiciar um

melhor entendimento do mesmo.

Uma aplicação do método na análise de 119 acidentes de trânsito

fatais, envolvendo caminhões-tanque, foi realizada por Miranda

(1997), tendo confirmado o potencial da técnica na descoberta de

causas básicas dos acidentes e que ficariam ocultas em análises

mais superficiais. Em virtude da natureza desta aplicação, os

exemplos expressos no artigo referem-se muitas vezes a situações

presentes no ambiente de trânsito. (MORAES GIOVANNI, 2009, p. 263 -

264)

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A seguir temos uma visão do Método Tripod

Figura 4.2- Método Tripod -(extraído de MORAES GIOVANNI, 2009,p.267)

4.2.3 -Modelo Shell

O modelo SHELL, desenvolvido inicialmente por Edwards (1972) foi

publicado alguns anos depois em um trabalho da Comunidade Européia por

Hawkins em 1984. Representado por um diagrama de blocos , recebeu esse

nome devido as letras iniciais dos seus componentes:

Software (Suporte lógico)

Hardware (Equipamento)

Enviroment(Ambiente)

Liveware (Elemento Humano)

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O modelo propõem que deve haver uma profunda interação entre o

componente central “Liveware “e os demais componentes a fim de se promover

um processo investigativo.

4.2.3.1Tipos de Interface:

Liveware X Liveware (Elemento Humano vs Elemento Humano)

Esta interface abrange os relacionamentos interpessoais

estabelecidos entre os membros de uma equipe de trabalho.

Sabe-se que apenas a qualificação dos indivíduos não garante a

eficácia da equipe, porque muitos acidentes ocorrem por conta de

falhas presentes na coordenação e comunicação. Um caso bem

conhecido é o acidente da Piper Alfa (1988) onde falhas de

comunicação e coordenação foram determinantes para esse

acidente.

Liveware X Hardware ( Elemento Humano vs Equipamentos)

Essa interface trata das características físicas dos equipamentos e a

interação desses com as capacidades e limitações dos seres

humanos. Nessa interface , são considerados os seguintes aspectos :

a) Configurações do posto de trabalho;

b) Projetos ergonômicos ajustáveis

c) Projetos de indicadores que se ajustem às características

sensoriais e de processamento de informações de controles dotados

de movimentação e codificação adequadas.

Liveware X Software ( Elemento Humano vs Suporte Lógico)

Essa interface reflete a relação entre indivíduo e o sistema de apoio

disponíveis para o desempenho do trabalho. São inclusos nessa

interface regulamentos, manuais, listas de verificação

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publicações, procedimentos. Abrangendo aos seguintes

aspectos:

a)Requisitos normativos:

►Qualificação para o posto;

►Certificação;

►Habilitação

b)Procedimentos operacionais normativos

► Manuais dos fabricantes;

►Regulamentos de órgãos normativos entre outros.

c)Automação

O implemento de automação, por exemplo, na atividade

aérea diminuiu a carga de trabalho mental dos pilotos, no sentindo

de facilitar a gerência de informações; melhorando a tomada de

decisão do mesmo. Isso modificou as exigências relacionadas com o

desempenho dos pilotos, pois a atividade de monitoração foi

privilegiada. Entretanto, é de conhecimento da comunidade científica

e acadêmica que justamente é na atividade de monitoração que as

pessoas estão mais sujeitas as distrações, por conta de monotonia.

Esse é um aspecto crítico, em situações de emergência onde são

exigidas respostas eficazes. Deve ser considerada a possibilidade de

queda dos sistema (perda do piloto automático) e a ocorrência de vôo

sem esse recurso, ou seja, vôo manual.

Liveware X Environment ( Elemento Humano vs Meio Ambiente)

Sabemos que os seres humanos são dotados de

inteligência diferenciada, o que lhes permite raciocinar e tomar

decisões analíticas e ainda permite-lhes a adaptação ao meio

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apesar das limitações físicas e psicológicas inerentes ao gênero.

Esta interface trata justamente da interação existente entre o

individuo e o ambiente físico, interno, externo e organizacional. Os

quais podemos definir:

a) Ambiente físico interno: local de trabalho, incluindo as condições

de temperatura e pressão, iluminação, ruído, vibrações, umidade,

acelerações e outros.

b) Ambiente físico externo: são os aspectos de fora da área de

trabalho imediata, como condições meteorológicas, visibilidade,

instalações físicas e infra-estrutura.

c) Ambiente organizacional: inclui os aspectos envolvendo ética,

valores de SMSQRS, estresse, pressão sobre a produção

relacionamento entre colegas e gerência, transparência, entre

outros

Todos tomam decisões diariamente dentro de uma

empresa, sendo que as realizadas pela alta administração irão

nortear os rumos do negócio e os outros níveis hierárquicos . Por

isso, essas decisões precisam ser pautadas pelos princípios de

SMSQRS(saúde ocupacional,meio ambiente, segurança na trabalho,

qualidade e responsabilidade social) que regem os negócios da

organização.(MORAES GIOVANNI, 2009)

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CAPITULO V

ESTUDO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE UMA

EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL.

Após o conhecimento adquirido em pesquisa a respeito do sistema de

gestão de uma empresa de construção civil, (modelo proposto pelos autores

CONSENZA ORLANDO ; SOARES,CARLOS ALBERTO PEREIRA (anexo 1)),

pode ser realizado um estudo a cerda desse modelo de gestão e uma

comparação entre modo operante real de uma empresa sem utilização do

modelo estudado. Essa comparação fornece os contra pontos, ou seja as

falhas ou vulnerabilidades segundo a ótica da Teoria de Reason (1990).

Segundo o modelo encontrado os subsistemas identificados são:

Subsistema Escopo Funcional, Subsistema Gerencial, Subsistema

Operacional, Subsistema de Integração e Subsistema Humanismo-

Organizacional.

5.1-Subsistema escopo funcional

Em empresas que não possuem um sistema de gestão de qualidade

implementado a ausência de uma missão definida de um “porque existir” pode

levar a uma errada preocupação com lucros em detrimento da qualidade de

vida do trabalhador dessa empresa, isso já pode ser encarado como uma falha.

Um conceito de missão para uma empresa de construção civil pode ser por

exemplo:

Vislumbramos como missão básica das empresas de

construção de edificações, a de produzir e comercializar de maneira

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otimizada, edifícios ou partes destes, que atendam aos anseios e

necessidades dos seus empreendedores e clientes,

concomitantemente criando e desenvolvendo produtivamente os

recursos necessários, promovendo o progresso e a riqueza da

sociedade, atuando de maneira responsável quanto a segurança e

meio ambiente, e assegurando o crescimento e melhoria de

desempenho da empresa. (SOARES,CARLOS ALBERTO PEREIRA ;

COSENZA ORLANDO 2008)

Organização estruturada dos departamentos e interação existente

entre eles é o ideal buscado, seu contra-ponto seria a ausência de um

organograma estruturado, uma falha latente .

5.2- Subsistema gerencial

5. 2.1- Gerência e Planejamento

No modelo proposto pesquisado adota-se a visão do Planejamento

Estratégico, Tático e Operacional como sendo um processo integrado para

realização de atividades baseadas em objetivos precisamente definidos, que

permeiam toda a organização durante o seu processo de elaboração e

implantação (Ideal).

Sabe-se que o planejamento estratégico é um processo de

formulação de estratégias organizacionais no qual se busca a

inserção da organização e de sua missão no ambiente em que ela

está atuando. Para Drucker, planejamento estratégico é o processo

contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível

do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvem riscos;

organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução

dessas decisões e, através de uma retroalimentação organizada e

sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as

expectativas alimentadas.

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O planejamento estratégico está relacionado com os

objetivos estratégicos de médio e longo prazo que afetam a direção

ou a viabilidade da empresa. Mas, aplicado isoladamente, é

insuficiente, pois não se trabalha apenas com ações imediatas e

operacionais: é preciso que, no processo de planejamento

estratégico, sejam elaborados de maneira integrada e articulada

todos os planos táticos e operacionais da empresa .

O planejamento deve maximizar os resultados e minimizar

as deficiências utilizando princípios de maior eficiência, eficácia e

efetividade. Eles são os principais critérios de avaliação da gestão (

CHIAVENATO IDALBERTO ; SAPIRO ARÃO, 2004, p. 39)

O contraponto a essa integração entre o planejamento tático e o

operacional seria o não cumprimento dos prazos para clientes internos. (Uma

falha latente ou “buraco”).

5.2.2 Direção

O Autoritarismo e escolha de coordenadores mal preparados para as

funções inerentes ao processo produtivo por favoritismos, paternalismo ou

idéias semelhantes pode ocasionar problemas. Tais atitudes da direção podem

ser encaradas como falhas latentes. Da mesma forma que a não observação

das necessidades do trabalhador, como higiene. Por exemplo, imagine um

canteiro de obra sem banheiro porque a direção quer poupar, em vez de alugar

os sanitários químicos... (falha latente).

Outro fato por exemplo é a falta de mensuração do trabalho a ser

realizado ao se fechar um contrato, ou seja ,a falta de capabilidade que pode

vir a sobrecarregar os funcionários para que estes aumentem a produção

(outra falha latente). Com relação ao modelo estudado, existe uma

estruturação bem detalhada, onde os objetivos empresariais devem abranger

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tanto o meio externo quanto o interno à empresa, conforme as diretrizes do

planejamento estratégico estabelece.

5.3- Subsistema de integração:

Esse sistema é responsável por realizar a ambientação e a

comunicação entre todos os organismos dentro a empresa. A ineficiência

desse subsistema, a falta de integração e mesmo a falta de uma comunicação

adequada pode vir a interferir em alcançar os objetivos definidos na missão da

empresa.

5.4-Subsistema Operacional

Jornadas longas, pouco descanso, falta de pessoal, podem vir a ser

uma rotina em algumas empresas. A grande rotatividade e a falta de um perfil

padronizado de funcionário aliado a falta de capacitação por parte do

empregador também são vistos como falhas nesse subsistema. É comum o

fato dos novatos estarem envolvidos em desvios que culminarão em acidentes,

caso esses não sejam corrigidos.

Uma visão geral da aplicação da Teoria de Reason sob o sistema de

gerenciamento de uma empresa de construção civil resulta na concepção da

figura 5.1:

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Figura 5.1- Aplicação da Teoria de Reason sobre o sistema de gestão de uma empresa de construção

civil. Observação das falhas no sistema -(adaptado de MORAES GIOVANNI, 2009, p.269)

Diante dessa análise faz-se necessária a implementação de um

sistema de gestão de qualidade que incorpore princípios de segurança, com

intenção de se antecipar as consequências advindas dos desvios e os

prejuízos humanos e materiais, conforme o que foi visto, relacionados com

etapas distintas administrativas e operacionais pertencentes ao processo

produtivo em um sistema de gestão na construção civil.

O interessante de se utilizar um sistema de gestão está na

organização que esse promove na instituição. A integração entre os

departamentos e subsistemas em uma empresa por certo a torna muito mais

competitiva e lucrativa frente a concorrência que atualmente está por demais

agressiva. Por isso, a busca por melhoria contínua é hoje uma necessidade,

um pré-requisito para empresas que intentam buscar um espaço representativo

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no mercado. Nessa tônica, um sistema de gestão certificado é a comprovada

existência da conformidade legal.

O que usualmente se faz nesse sentido é iniciar a implementação de um

sistema de qualidade baseado na ISSO 9001 (International Organization for

Standardization, Organização Internacional para Padronização) e em seguida

se intregra a esse sistema princípios de SMS (segurança meio ambiente e

saúde ocupacional) que são encontrados na OSHAS 18001 (Occupational

Health and Safety Assessment Specification- Saúde Ocupacional e

Especificação de Avaliação de Segurança). Esses princípios são aplicáveis a

qualquer empresa. O que deve ser feito com relação a observância das

normas é uma questão de especificação destas inseridas no seguimento

desejado.

As normas são generalizadas e possuem alguns itens obrigatórios, e

a observação das especificidades se caracteriza em função do ramo de

negócio e tipos de produtos ou serviços oferecidos.

A Teoria da vulnerabilidade de Reason é o método que nos permite ter

o conhecimento das interações existentes entre os vários departamentos,

mapeando as falhas existentes nos mesmos. Com esse conhecimento é

possível realizar uma avaliação do desempenho do próprio sistema de gestão.

Em outras palavras, a aplicação dessa teoria gera uma imagem da dinâmica

existente no sistema de gestão; dos departamentos e das falhas latentes. O

que permite a busca por melhorias contínuas.

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CAPITULO VI

ESTUDO DE CASO: O SISTEMA DE GESTÃO

INTEGRADA DA CONSTRUTORA GOTARDO.

6.1 – Histórico:

A Gotardo Construtora Ltda, está presente no mercado

desde 1985 e ao longo dos anos vem se consolidando como empresa

prestadora de serviços junto a clientes de grande porte. Fundada na

capital Gaúcha, Porto Alegre, pelos irmãos Ademir José Gotardo,

engenheiro civil, e Gilso Gotardo, economista e administrador de

empresas. O foco era prestação de serviços de engenharia para a

Rede Ferroviária Federal – RFFSA – e para o metro de Porto Alegre

– TRENSURB. Em sua trajetória de conquista de mercado e

crescimento, passou por fases de sucesso e experimentou

insucessos, que muito contribuíram para fortalecer e agregar

conhecimento, pavimentando o caminho seguro para dar vida longa à

empresa.

À medida que a empresa crescia, expandiu sua área de

ação para fora do Rio

Grande do Sul, passando a prestar serviços ao setor

ferroviários em praticamente todo o Brasil. Porém em 1995, por

conveniências comerciais, teve sua sede transferida de Porto Alegre

para o Rio de Janeiro, onde pode ampliar e expandir com relativa

facilidade sua área de atuação. (CONSTRUTORA GOTARDO, 2010)

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6.2-Requisitos do sistema de gestão:

Requisito 4.1 – Normas ISSO 9.001:2008, 14.0001:2004,

OHSAS 18.001:2007)

A Gotardo Construtora por meio de sua Alta Direção

promove a estruturação do seu Sistema de Gestão Integrado de

Qualidade, Meio Ambiente, Saúde Ocupacional e Segurança no

Trabalho e Responsabilidade Social, documentado e implementado

segundo as normas referenciadas anteriormente, visando a sua

melhoria contínua. Os requisitos dessas normas foram atendidos

através da implementação da sistemática especificada no manual de

gestão anexo nessa monografia e nos procedimentos dele

decorrentes. Segundo o profissional responsável, dada a eficiência do

sistema de gestão integrada, o número de desvios vem sendo

reduzido continuamente desde o estabelecimento da sede da

empresa no Rio de Janeiro até os dias atuais . A Preocupação da

Alta direção da Gotardo com o quesito segurança do trabalho, se

manifesta por meio do treinamento regular do seu pessoal,

aperfeiçoamento do sistema de gestão e composição de

procedimentos e books com a finalidade de melhorar tanto as

condições de trabalho dos colaboradores como a metodologia do

mesmo, aprimorando a qualidade do serviço que é prestado,

tornando-se assim mais competitiva e rentável em suas atividades.

A seguir pode ser observado o organograma estrutural da empresa e

sua inter-relação departamental que permite uma análise de como as

ações ocorrem na empresa. A idéia é aplicar a teoria de Reason sob

os aspectos que envolvem as relações existentes entre esses

departamentos. (CONSTRUTORA GOTARDO, 2010)

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Organograma do sistema de gestão

Figura 6.1-Organograma da Construtora Gotardo (extraído de CONSTRUTORA GOTARDO,2010, p.28)

E então pode –se ordenar um modelo segundo a ótica da teoria da

vulnerabilidade de Reason para o organograma proposto. Este envolve as

principais ações durante a execução de um projeto. O que gera a figura abaixo,

com os devidos subsistemas e ações corretivas que funcionam como barreiras

aos desvios. Conforme visto no Capítulo V trata-se de uma aproximação

semelhante ao modelo de gestão estudado naquele capitulo.

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Figura 6.2-Aproximação do sistema de Gestão da Gotardo sob a ótica de Reason (adaptado de

MORAES GIOVANNI , 2009, p.269)

Se os desvios são solucionados em seus respectivos subsistemas não há o

alinhamentos de eventos como pôde ser observado na figura 5,1 e sem as pré

condições o acidente não emergirá do sistema produtivo.

O fato é que existem suficientes evidências de que a Gotardo investe

em seu SGI (sistema de gestão integrada). A tabela a seguir mostra os

books(manuais com procedimentos administrativos e operacionais) e

treinamentos realizados no último semestre (segundo semestre de 2011)

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Tabela 6.1- Treinamentos e books( extraído de CONSTRUTORA GOTARDO,2012)

Books Treinamentos Segurança do trabalho Treinamentos operacionais na

construção civil Medicina do Trabalho Seminários a níveis gerenciais mensais

Qualidade Treinamento de integração (apresentação da estrutura da empresa e conscientização sobre segurança do trabalho.

Meio Ambiente Administração

A Meta Zero no índice de acidentes de trabalho também é um importante

indicador de como a qualidade e segurança no trabalho andam juntos nessa

empresa isso vemos na matriz de objetivos do SGI.

Permanece a evidência de que as questões relacionadas com a

segurança do trabalhador são parte integrante da estrutura funcional da

empresa. Conforme pode ser observado na Matriz de Objetivos do SGI a

seguir:

Tabela 6.2- Matriz objetivos do SGI ( extraído de CONSTRUTORA GOTARDO, 2010,p. 29)

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Um outro bom exemplo é o gráfico dos investimentos realizados na

aquisição de EPIs referente ao mês de janeiro em algumas das obras

realizadas pela empresa. Mais uma vez e´ clara a responsabilidade que a

empresa possui com seus colaboradores, porque o consumo real vem sendo

maior que a estimativa dos gastos com esses matérias. Conforme podemos

observar a seguir.

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Figura 6.3 - Gráfico de controle do consumo de EPIs (extraído de GOTARDO CONSTRUTORA , 2012) Temos um total estimado de R$ 28.313,91 contra uma realidade de R$ 32.952,90.

A meta Zero, conforme a citação anterior, significa a minimização do

número de acidentes e isso já está ocorrendo porque num total de 55 homens

trabalhando no empreendimento da DFL, por exemplo, infelizmente 3 se

acidentaram. Contudo, esse número é baixo comparado com o universo total

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de trabalhadores atuantes no mês de janeiro de 2012, conforme pode-se

constatar analisando os gráficos das figuras 6.3 e 6.4 em conjunto.

Figura 6.4- Gráfico dos acidentes com afastamento (extraído de GOTARDO CONSTRUTORA , 2012)

Todas as informações sobre a construtora Gotardo, assim como os

gráficos e o manual foram concedidos pelo profissional Eng. José Cantisano

com autorização do RD (representante da direção) Eng. Nielson Canova, que

esteve pronto a fornecer todas as informações que seriam necessárias na

elaboração desse estudo de caso.

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CONCLUSÃO

Como pode ser observado, as questões referentes a acidentes de

trabalho permeiam a pauta da direção das empresas de construção civil,

inclusive na empresa Gotardo, citada como exemplo, pelo dano material , dano

social, e prejuízos financeiros advindos desse evento inoportuno e

desagradável. Não basta ter a tecnologia adequada. É preciso conhecer onde

falha o sistema, e saber o que fazer quando esse falhar. Para assim corrigir

falhas latentes e ativas. Segundo essa ótica, conhecer a dinâmica do sistema é

antes de qualquer prática, conhecer a vulnerabilidade inerente as atividades

das pessoas pertencentes aos diferentes seguimentos da empresa e como

essas falhas, ou desvios podem gerar desdobramentos e até em uma instância

mais externa, o acidente de trabalho.

Quando assim se faz, quando os acidentes são evitados, são evitados

os gastos decorrentes dos mesmos, e assim a análise da vulnerabilidade do

sistema passa ser uma importante ferramenta a nível administrativo na

contenção de despesas, o que torna o processo produtivo mais humano,

racional e sustentável. Assim, a empresa avança frente a seus competidores

diretos com uma compreensão abrangente do campo da construção civil, por

conseguir antever o problema, adequar suas estratégias e consequentemente

alcançar suas metas.

Acidentes vão continuar a acontecer? Por certo vão, enquanto as ações

e decisões foram tomadas por seres humanos. Contudo, o efeito pode ser

mitigado se o sistema de gestão for continuamente aprimorado.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1- Modelo de Sistema de Gestão Aplicado a Empresas de Construção

Civil

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ANEXO 1

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CHIAVENATO, Idalberto ; SAPIRO, Arão. Planejamento Estratégico

Fundamentos e Aplicações da intenção dos Resultados. Rio de Janeiro,

Elsevier, 2003.

GOTARDO, Construtora. Manual do Sistema de Gestão Integrada .Rio de

Janeiro, 2010.

MORAES, Giovanni. Elementos do Sistema de Gestão de SMSQRS Teoria da

Vulnerabilidade. Rio de Janeiro, Gerenciamento Verde, 2009

TAVARES, José da C. Tópicos de Administração aplicada à Segurança do

Trabalho, São Paulo, Senac, 2009.

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JUNIOR ,Abelardo da Silva Melo. Perfil dos Acidentes de Trabalho da Construção Civil na Cidade de João Pessoa – Pb . Disponível em: <http://www.cramif.fr/pdf/th4/Salvador/posters/bresil/melo_junior.pdf>. Consultado em :30/8/11 Legislação de Segurança e Medicina no Trabalho .Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/download/legislacao/medicina_trabalho.pdf> . Consultado em: 5/9/11 MICHAELIS ,Dicionário on-line .Disponível em : <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=vulner%E1vel)>. Disponível em: 25/9/2011 SILVA , Anna Rachel Pessanha da . Perfil dos Operários da Construção Civil na Cidade do Rio de Janeiro (Avaliação do Nível de Satisfação dos Operários). Disponível em: <http://www.latec.uff.br/cneg/documentos/anais_cneg4/T7_0049_0404.pdf > . Consultado em :30/8/11 SOARES, Carlos Alberto Pereira; COSENZA,Orlando . Modelo de Sistema de Gestão Aplicado a Empresas de Construção Civil. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1997_T3111.PDF >. Consultado em: 2 /10/ 2011

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - BREVE HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 10

CAPITULO- II - ESTUDO DAS RAZÕES DOS ACIDENTES 15

2.1 -DEFINIÇÕES DE ACIDENTE 15

2.2- A ÁRVORE DAS DIVERSAS CAUSAS 17

2.3- NATUREZA DOS DESVIOS

18

2.4- CONSISTÊNCIA DAS INFORMAÇÕES 22

CAPITULO-III- PREJUíZOS CAUSADOS POR ACIDENTES NA

CONSTRUÇÃO CIVIL 24

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3.1- AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRABALHO

24

3.2-CUSTO DO ACIDENTE DE TRABALHO

26

3.2.1- CUSTO DIRETO 26

3.2.2-CUSTO INDIRETO 27

3.3- CASOS DE INDENIZAÇÃO 29

CAPITULO- IV- TEORIAS DA VULNERABILIDADE DOS SISTEMAS 35

4.1- DEFINIÇÕES 35

4.2- TEORIAS DA VULNERABILIDADE MAIS CONHECIDAS 36

4.2.1- TEORIA DA VULNERABILIDADE DE REASON 36

4.2.2- MÉTODO TRIPOD 38

4.2.3- MODELO SHELL

40

4.2.3.1-TIPOS DE INTERFACE 41

CAPITULO-V- ESTUDO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

44

5.1-SUBSISTEMA ESCOPO FUNCIONAL

44

5.2- SUBSISTEMA GERENCIAL 45

5.2.1- GERÊNCIA E PLANEJAMENTO 45

5.2.2 DIREÇÃO

46

5.3- SUBSISTEMA DE INTEGRAÇÃO

47

5.4-SUBSISTEMA OPERACIONAL

47

CAPITULO -VI- ESTUDO DE CASO: O SISTEMA DE GESTÃO

INTEGRADA DA CONSTRUTORA GOTARDO 50

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6.1- HISTÓRICO 50

6.2- REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTÃO 51

CONCLUSÃO 58

ANEXOS 59

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 68

ÍNDICE 71

FOLHA DE AVALIAÇÃO 74

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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