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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AFETIVIDADE COMO CONDUTOR PARA PRODUZIR CONHECIMENTO Por: Rosângela da Silva Pomodoro Duarte Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AFETIVIDADE COMO CONDUTOR PARA PRODUZIR

CONHECIMENTO

Por: Rosângela da Silva Pomodoro Duarte

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AFETIVIDADE COMO CONDUTOR PARA PRODUZIR

CONHECIMENTO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em....Psicopedagogia

Por: . Rosângela da Silva Pomodoro Duarte

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ser Grande e Único em

minha vida. Aos meus pais por me

ensinarem a ser uma pessoa melhor e

por sempre se empenharem para que

minha educação fosse aperfeiçoada,

ao meu marido, filhos e amigos, que

me proporcionaram o seu amor, me

fazendo uma pessoa melhor. Aos meus

professores que iluminaram meu trilhar

me permitindo a amplitude de meus

conhecimentos, sou grata.

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DEDICATÓRIA

.....dedico a Deus essas linhas, pois é Ele

que me faz amar e sentir raios de amor

saindo de meu coração.

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RESUMO

Este trabalho apresenta teorias e abordagens de alguns pedagogos,

mostrando-se que é imprescindível o afeto na construção de conhecimentos do

sujeito e que procedimentos deve-se adquirir para obter-se resultados

relevantes de aprendizagem quando o foco é o relacionamento professor /

aluno.

A relação afetiva é o princípio do processo ensino aprendizagem. É

através do afeto que conseguimos resultados esplêndidos.

Palavras-chave: Educação, Afetividade, professor, aluno, aprendizagem

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METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido depois da leitura do Livro do Eugênio

Cunha, Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e saber na prática

pedagógica, após as leituras dos livros de Augusto Cury, Filhos Brilhantes,

Alunos Fascinantes e Pais Brilhantes Professores Fascinantes e O Mestre da

Sensibilidade.

Essas literaturas me fizeram solidificar meu entendimento como

professor. O que devo fazer, como devo fazer. É tão complexa assim essa

tarefa? Creio que sim, mas o mestre dos mestres, nos coloca como

instrumento, e nos dá as devidas ferramentas.

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SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Afetividade como condutor para a produção 9

de conhecimento

1.1 – Origem da afetividade 10

1.2 – Aprendizagem e afetividade gerando 12

Mudanças

1.3 - As minúcias do afeto... 14

CAPITULO II

Como construir o conhecimento através da 17

afetividade?

1.1 – Conhecendo-se para conhecer 19

1.2 - Estilo de Aprendizagem 22

CAPÍTULO III

Educação 26

CONCLUSÃO 29

BIBLIOGRAFIA CITADA 30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32

ANEXOS 34

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INTRODUÇÃO

O que move o mundo são as indagações.

Os resultados nos apresentam indagações. Através de resultados sem

brilho, sem afinco, sem história, enfim sem passado que nos remetam ao

presente, e nos façam sólidos no futuro; através de todos esses resultados é

que buscamos as indagações.

Trabalhando em escolas e analisando professores e alunos, é que

resolvi apresentar um trabalho cujo enfoque é o relacionamento entre

professor e aluno.

A relação afetiva é o princípio do processo ensino aprendizagem. Pois

é óbvio que se não houver amor nada se constrói, ou pelo menos quando se

trata de relacionamentos saudáveis em qualquer esfera.

Ainda com base em inúmeras reclamações, ora de professores, ora de

alunos, quanto ao desleixo, à maneira de falar, o empenho que deveria ter e

não tem, enfim, relacionamento interpessoal debilitado. Visto a todo esse

quadro, foi - se abordado este assunto.

Como professor eu sei que é uma tarefa árdua e muitas vezes

exaustiva, porém, precisamos entender que há um incêndio na floresta e

somos os beija-flores.

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Capítulo ICapítulo ICapítulo ICapítulo I

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece.”

(Bíblia Sagrada)

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CAPÍTULO I

AFETIVIDADE O CONDUTOR

Podemos dar inúmeras definições para Afetividade. Uma delas, do

Dicionário Aurélio (2012), é a seguinte: “Conjunto dos fenômenos afetivos

(tendências, emoções, sentimentos, paixões etc.). / Força constituída por esses

fenômenos, no íntimo de um caráter individual”. Eugênio Cunha, em seu livro

Afeto e Aprendizagem, apresenta outra definição mais relacionada diretamente

ao amor. Ele diz: “Na educação, podemos chamar este amor de afeto”. O que

Cunha quer dizer de fato, é que o amor é bom e o amar faz bem ao ser

humano e é por isso que esse sentimento deve ser explorado com eficácia na

relação do corpo educacional. O professor é o educador da relação aluno-

professor, no entanto a relação é recíproca e o afeto deve ser incluso nesta

relação para que a mesma possa se tornar mais harmônica.

Segundo Freire: “não há educação sem amor. O amor implica luta

contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode

educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto.” (FREIRE,

1983).

1.1 – Origens da afetividade

Afetividade, Afecção, do Latim afficere ad actio, onde o sujeito se fixa,

onde o sujeito se liga. (Wikipédia, a enciclopédia livre.)

Se não houver afetividade não há fixação do sujeito. Quando fala-se

em origem da afetividade, entende-se que o sujeito se constroi, com base nas

suas afetividades adquiridas desde o ventre de sua mãe. São raizes

implantadas que solidificam o sujeito.

Segundo Wallon, “o processo de aprendizagem ocorre em decorrência

de interações sucessivas entre as pessoas, e é a partir daí que o indivíduo

adquire a sua forma de pensar e agir”.

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O individuo através de suas raízes e de pessoas que convivem com ele

na sociedade, constroi sua identidade. E não seria diferente com os alunos,

que estão em fase de desenvolvimento, construção. O professor tem carater

decisivo na história e aprendizado do aluno, fazendo parte da história atual e

futura de seus educandos.

Conforme Vygotsky, a afetividade que se manifesta na relação

professor / aluno, é um elemento preponderante na construção do

conhecimento, atrelado é claro, as interações pedagógicas implantadas de

acordo com o sujeito.

Sabemos que as relações humanas são complexas, no entanto

fundamentais para o crescimento do indivíduo. ........ Livro Nina relação

inetrpessoal.

Através da empatia, o professor tem como estabelecer um

relacionamento agradável com seu aluno. Com integridade e sabedoria o

mestre torna-se respeitado a partir do momento que o respeito é impelido a seu

pupilo.

O respeito que o aluno oferta a seu mestre é algo que lhe agrada no

entanto quando detectado mudanças, crescimento e virtudes desabrochadas

nos discentes devido ao respeito impelido pelo mestre. As atitudes e

procedimentos dos docentes são reflexos em seus discentes gerando

mudanças neles. Mudanças positivas ou negativas, que ficarão marcadas em

suas histórias. Adquirindo esta vertente como verdadeira, deve-se procurar

atingir o cerne da questão, que é a participação do professor no desabrochar

do aluno.

Relacionamento professor e aluno, envolve interesses e intenções.

Tem-se havido interesse do professor quanto profissonal em buscar um

relacionamento sadio com o aluno?.Qual o seu interesse quanto professor? E

quanto profissional? Conforme Augusto Cury (2007), o professor que fascina

educa para a vida. Sendo assim afirma:

“Os professores fascinantes são profissionais

revolucionários. Ninguém sabe avaliar o seu poder, nem

eles mesmos. Eles mudam paradigmas, transformam o

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destino de um povo e um sistema social sem armas, tão

somente por prepararem seus alunos para a vida através

do espetáculo de suas ideias. Os mestres fascinantes

podem ser desprezados e ameaçados, mas sua força é

imbatível. São incendiários que inflamam a sociedade

com o calor da sua inteligência, compaixão e singeleza.

São fascinantes porque são livres, são livres porque

pensam, pensam porque amam solenemente a vida. Seus

alunos adquirem um bem extraordinário: consciência

crítica. Por isso não são manipulados, controlados,

chantageados. Num mundo de incertezas, eles sabem o

que querem. Os professores fascinantes são promotores

de auto-estima.” (CURY, 2007)

Segundo Freire (1996), “o bom professor é o que consegue, enquanto

fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua

aula é um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não

dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento,

surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.”

O olhar de Paulo Freire é de um educador transformador, um homem

compromissado com a educação, que nos fala o quanto devemos ser

conscientes e ativos, com atitudes subjetivas e transformadoras. Lendos suas

falas, revendo os seus conceitos e o seu agir, percebe-se que a educação está

muito aquém de seus princípios.

1.2 – Aprendizagens e afetividades gerando mudanças

O dicionário Aurélio em seu acervo explicita um significado para

aprendizagem muito pertinente ao colocado em questão: “Ação de aprender;

aprendizado. Método que consiste em estabelecer conexões entre certos

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estímulos e determinadas respostas, cujo resultado é aumentar a adaptação do

ser vivo ao seu ambiente”.

Aprender é um verbo de ação, sendo assim a aprendizagem é

contínua, mutante e ambígua, pois para ser consistente deve ser uma espada

de dois gumes que atinge ambos, mestre e aprendiz.

Segundo Demo (2000),

“Aprendizagem é um processo de mudança de

comportamento obtido através da experiência construída

por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e

ambientais. Aprender é o resultado da interação entre

estruturas mentais e o meio ambiente. De acordo com a

nova ênfase educacional, centrada na aprendizagem, o

professor é co-autor do processo de aprendizagem dos

alunos. Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o

conhecimento é construído e reconstruído

continuamente”. (DEMO,2000)

Sabiamente Paulo Freire (1975), explicita: “Não basta saber ler

mecanicamente que ‘Eva viu a uva’. É necessário compreender qual a posição

que Eva ocupa no contexto social, quem trabalha para produzir uvas e quem

lucra com o trabalho”.

Realmente aprendizagem é essa mudança, é o crescimento, amplitude

do saber. Não apenas uma fixação maciça de pensamentos que podem se

perder com o tempo em meras memórias; mas a amplitude do amadurecimento

do pensar, saber e entender o que se pensa. É a coleta de situações

vivenciadas que cravam raízes e se transformam em aprendizado.

Demo (2000) expõe com clareza:

“A educação vista sobre o prisma da aprendizagem,

representa a vez da voz, o resgate da vez e a

oportunidade de ser levado em consideração. O

conhecimento como cooperação, criatividade e criticidade,

fomenta a liberdade e a coragem para transformar, sendo

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que o aprendiz se torna no sujeito ator como protagonista

da sua aprendizagem”.

Percebe-se uma clara relação entre a fala de Freire (1975) com a de

Demo (2000): “Porque nós estamos na educação formando o sujeito capaz de

ter história própria, e não história copiada, reproduzida, na sombra dos outros,

parasitária. Uma história que permita ao sujeito participar da sociedade.”

Realmente é esse aluno que se espera após obtenção de um

aprendizado integral, aprendizado extra, sem copiadoras mecânicas. Onde o

aluno se torna essencial nesse processo, deixando o processo passivo e

transformando-se em um protagonista ativo onde o professor é o seu diretor de

palco.

1.3 – As minúcias do afeto...

Conforme Pesce, Assis e Avanci (2008), “crianças agressivas e

transgressoras são vistas com restrições pelas famílias, escolas e na

localidade em que vivem.”

Sabe-se que demonstrar afeto a uma pessoa arredia, agressiva ou

irritante não é nada fácil, no entanto não é impossível. O afeto além de ser um

sentimento é uma ação, para ser efetivo o ser atuante deve se disponibilizar

em realizar tal tarefa, independente dos pré-supostos observados.

Pesce, Assis e Avanci (2008), ainda afirmam: “um fato importante a ser

observado pelos profissionais que lidam com crianças é que, comumente,

comportamentos agressivos e de oposição estão associados com outros

problemas de comportamento.”

No mundo atual muitas vezes o ‘ser’ está perdendo forças para o ‘ter’,

sendo assim a sociedade julga o individuo pela aparência que demonstra para

ela. Ou seja, inúmeras vezes julgam-se atitudes do cidadão sem analise previa

dos motivos que o levaram a tais decisões.

Não que atos sórdidos devam ser absolvidos, apenas é necessário um

conhecimento integral do ocorrido tratando-se assim do individuo de forma

holística. É com esse pensamento que o professor deve entrar na sala de aula,

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que por de trás de cada rispidez tem uma semente, que pode ter sido plantada

de inúmeras formas no coração daquele aluno.

Este afeto é trabalhoso, mas eficaz. É eficaz quando se analisa que o

objetivo foi atingido mesmo que parcialmente, ou seja, a aprendizagem está se

colocando em prática através do afeto oferecido.

Precisa-se estar atento as minúcias ofertadas pelo aluno: o seu falar,

suas atitudes com ele próprio e com os colegas; o linguajar, a agressividade,

auto-estima, autoconfiança, como se porta com pais e familiares. Todos esses

fatores devem ser observados pelo professor que irá utilizá-los como

instrumentos de serviço.

Esses instrumentos de serviço são de grande valia para o docente

estar sempre em constante transformação, analisando o seu aluno como um

todo, acreditando em suas capacidades e buscando sempre a essência

desvelada do mesmo.

A afetividade é necessária e o envolvimento se torna preciso. Porém o

docente deve estar sempre atento para que essa afetividade não se

sobreponha aos valores que devem ser empregados ao aluno.

Envolvendo-se com o aluno o professor está aberto a ajudá-lo, a

estimulá-lo e motivá-lo a seguir em frente. Ponderando as falhas do aluno para

serem corrigidas e incentivando e dando ênfases as suas virtudes e

qualidades.

O envolvimento é trabalhoso. Requer direcionar tempo para tal.

Envolver-se é agir com sabedoria, colocando em foco o alvo onde quer se

chegar, e trilhando caminhos para percorrê-lo. Muitas vezes não se consegue

atingir o alvo, mas no caminhar do percurso já se obtém mudanças, no aluno e

no professor.

Normalmente as pequenas mudanças não são límpidas aos olhos do

educador, não conseguindo contemplar transformações em si e no educando.

No entanto esse diagnóstico se dá ao analisar o antes e o depois do aluno e do

professor como um todo.

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O que Paulo Freire (2005) dialoga inteiramente com as linhas

anteriores: “Quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado

forma-se e forma-se ao ser formado”.

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Capítulo ICapítulo ICapítulo ICapítulo IIIII

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver

meninos sem escola, Mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.” (Carlos Drummond de Andrade)

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CAPÍTULO II

COMO CONSTRUIR O CONHECIMENTO ATRAVÉS DA

AFETIVIDADE?

Em seu livro Pais brilhantes Professores Fascinantes, Augusto Cury, a

todo o momento, nos ensina procedimentos que nos levam a fascinar nossos

alunos. Os fascinamos quando nos interessamos pela sua participação às

aulas, pelo seu desenvolvimento, quando os qualificamos, os tornando

importantes, quando o fazemos viajar junto ao conhecimento e viajar para

dentro de si, quando o olhamos individualmente, olho no olho, educando-os

através do olhar, gestos, e atitudes.

Mesmo com tudo isso é muito difícil trazer o aluno para dentro da sala

de aula, ou seja, os seus pensamentos vagueiam mundo afora e ele não vê a

hora de sair daquele tédio. Precisamos a todo o momento buscar novidades,

estímulos, motivação para conduzirmos uma aula prazerosa.

É através da afetividade que o professor pode se achegar ao grupo,

conhecendo o que mais lhe chama a atenção. E se efetivamente houve

aprendizagem daquela forma.

Cabe ao professor mudar suas estratégias de aula, pois a diversidade

é novidade e a novidade normalmente atrai.

Para alunos especiais, precisamos sim, manter a rotina, sendo assim,

cabe trabalhos diversificados na classe, mas isso é outra história, para outro

momento.

Experiências são sempre bem-vindas, no intuito de melhorias e de

conquistas. É necessário se adequar ao ano cronológico do aluno e assim

buscar e rebuscar, trazer novidades, experiências e movimentos, para que as

aulas sejam deleitosas.

A partida de qualquer trabalho pedagógico deve ser a afetividade, que

gera sentimentos e emoções gostosas.

1.1 Conhecendo-se para conhecer

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O educador deve conhecer a si, suas características e falhas para

poder a cada instante se tornar um profissional melhor, revendo sua didática a

cada novo desafio como mestre. Conforme Godotti (2005):

“Sócrates acreditava que o autoconhecimento é o início

do caminho para o verdadeiro saber. Não se aprende a

andar esse caminho com o recebimento passivo de

conteúdos oferecidos de fora, mas com a busca

trabalhosa que cada qual realiza dentro de si.” (GADOTTI,

2005).

Deve-se acreditar da mesma forma que Sócrates, no

autoconhecimento como peça chave para o verdadeiro saber, ou seja, não é

valido o conhecimento de outrem sem análise completa de si.

Segundo Cury (2006),

“É fácil reagirmos e pensarmos com lucidez quando o

sucesso bate à nossa porta, mas é difícil conservarmos a

serenidade quando as perdas e as dores da existência

nos invadem. Muitos, nessas situações, revelam

irritabilidade, intolerância e medo.

O educador não se resume a um profissional, que não possui outras

responsabilidades fora da escola. O individuo professor é um ser passível de

erros, doenças, desavenças familiares, contas para pagar, ou seja, várias

outras responsabilidades além da sala de aula. No entanto, o bom profissional

é aquele que sabe deixar as peculiaridades do seu cotidiano longe de sua

classe.

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Cury (2006), ainda revela: “Se quisermos observar a inteligência e a

maturidade de alguém, não devemos analisá-las nas primaveras, mas nos

invernos de sua existência.”

Infelizmente a vida possui inconstâncias, nem sempre o planejado se

tornam real e palpável, sendo assim, na vida do professor não será diferente.

Como qualquer outra pessoa, o educador, pode sofrer intercorrências

indesejáveis na vida, no entanto o que se torna essencial é que os seus

problemas não alterem o afeto ofertado ao seu aluno.

Conforme Cícero (1965):

“O mérito da virtude está na ação; mas há freqüentes

intervalos que permitem voltar aos estudos ou, ainda, à

atividade do espírito, que sempre nos impele, mesmo no

trabalho, a mantê-los continuadamente. Ora, toda a

atividade do espírito tem por objetivo resoluções honestas

a tomar sobre coisas que contribuem para a felicidade, ou

às pesquisas científicas. Eis o que se deve observar na

primeira fonte dos nossos deveres.” (CÍCERO, 1965)

Em resumo, a ação, a ato de agir, é o que impele ao crescimento, sair

do ponto de inércia e dirigir-se ao conhecimento. Todavia deve-se ter uma ação

coordenada pelos estudos (crescimento intelectual) e pelo espírito, reflexão do

individuo sobre seus conceitos e valores, exalando o amor e a afetividade em

suas atitudes.

De acordo com Whitehead (1969):

“O que deveríamos procurar produzir são homens que

possuam cultura e conhecimentos especializados em

algum ramo particular. Seus conhecimentos

especializados lhes darão um ponto de partida, e sua

cultura os levará até as profundidades da filosofia e às

alturas da arte. Precisamos lembrar-nos de que o

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desenvolvimento intelectual de valor é o desenvolvimento

próprio.” (WHITEHEAD, 1969)

O professor deve estar focado no propósito de ampliar seus saberes e

averiguar que a sua didática pode ser falha. A didática é mutante, se altera

conforme a necessidade da sala de aula. O que pode ser fácil para um aluno

pode conter um alto grau de dificuldade para outro. Cabe ao mestre

compreender essas interfaces, conhecer a si e suas limitações e trabalhar em

novos horizontes de ensino.

Whitehead (1969) ainda relata:

“Que as idéias teóricas deveriam sempre encontrar

aplicações importantes dentro do currículo do aluno. Esta

não é uma teoria fácil de aplicar, ao contrário muito difícil.

Contem em seu âmago o problema de conservar vivo o

conhecimento, de evitar que ele se torne inerte, o que

constitui o problema central de toda a educação.”

(WHITEHEAD, 1969)

Essa citação se aplica tanto para o aluno quanto para o professor, ao

passo que é necessário o educando procurar crescer e aprender novos

saberes, o educador tem a responsabilidade de ampliar seus conhecimentos,

conservar em si e no aluno o anseio do saber.

Segundo Godotti (2005), Aristóteles “acredita que o homem pode torna-

se a criatura mais nobre, como pode tornar-se a pior de todas, que

aprendemos fazendo, que nos tornamos justos agindo justamente.”

O homem, o ser, o professor deve manter-se em constante

aprendizado, equipando e dando manutenção a máquina do conhecimento.

Enfim, Freire (2005):

“Se, na experiência da minha formação, que deve ser

permanente, começo por aceitar que o formador é o

sujeito em relação a quem me considero objeto, que ele é

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o sujeito que me forma e eu, o objeto por ele formado,

me considero como um paciente que recebe os

conhecimentos-conteúdos-acumulados pelo sujeito que

sabe e que são a mim transferidos.” (FREIRE, 2005)

1.2 Estilo de aprendizagem

Regina Rubinstein, no livro Estilo de Aprendizagem e a queixa escolar

entre o saber e o conhecer, discorre sabiamente sobre a linha de como

construir o conhecimento através da afetividade; sendo de grande valia para a

construção desse subtítulo.

A autora considera o ensinar uma via de mão dupla, pois o ensinante

ao ensinar aprende também com o aprendente.

Rubistein (2006) diz:

”Em virtude da relação presente entre ensinar e aprender,

considero interessante para essa reflexão utilizar a

etimologia dessas palavras na língua hebraica. Ambas

tema mesma raiz. Ensinar, em hebraico, traduz-se pelo

significante LELAMED; aprender, pelo significante

LILMOD. As duas palavras têm como raiz as consoantes

LMD. Qual a razão para essa familiaridade entre os dois

significantes? Na cultura judaica, o mestre que ensina

também aprende com o seu discípulo, e o aluno, ao

aprender, ensino ao mestre.”

Então é fato, o aluno ao aprender que ensina o mestre, sendo assim o

mestre só aprende quando o aluno efetivamente assimila e não apenas quando

ele ensina.

Para que isso verdadeiramente ocorra, se faz necessário um ensino

voltado para o diálogo entre ambos, professor e aluno. Sendo necessária a

troca de informações entre os dois, há essa troca quando o professor se dispõe

em ensinar com qualidade e vontade, demonstrando em sala de aula que o

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aluno está apto a compartilhar das aulas sempre que desejar, com suas

opiniões.

Conforme Cunha (2010):

“Em qualquer das situações, o aprendente será sempre

um ser individual, humano, com sua estrutura pessoal

exposta pelas suas dificuldades de aprendizagem. Um

ser, sobre o qual, o olhar do professor deverá atentar

prioritariamente para suas necessidades afetivas. É

comum os alunos sentirem-se excluídos por não se

adaptarem ao modelo escolar que lhe é oferecido. Ao

contrário, a nossa prática pedagógica deve ter o aluno

como modelo na direção dos nossos esforços.”

Mediante esse envolvimento ocorrido entre educador e educando se

estabelece uma relação de empatia e afetividade, a qual proporciona uma

mudança à relação pré-estabelecida. Ocorre transformação no aprendizado

quando o aluno realmente percebe o afeto nos atos do professor, o que

impulsiona normalmente uma vontade maior de aprender por parte do discente.

Para compreender o estilo de aprendizagem do sujeito é importante

compreendê-lo no contexto social; pois o educar vai além do campo escolar, a

família, moradia e saúde afetam e muito o modo como esse aluno irá aprender.

Existem alguns operadores do discurso social escolar que expressam a

generalidade escolar entre eles está: o Método e Transmissão do Saber e do

Conhecer que é basicamente a Psicopedagogia do Sujeito. Rubistein (2006)

diz:

“Não é um fato incomum pessoas terem, em suas

lembranças, experiências ricas com mestres que os

contagiavam pelo seu entusiasmo e que também

valorizavam a manifestação dos interesses de seus

alunos, ou seja, situações de ensino-aprendizagem em

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que a troca e a interação social entre o adulto e a criança

estavam presentes. (RUBISTEIN, 2006)

O Método de transmissão de aprendizagem com enfoque psicanálitico

de Freud, observa que é necessário o controle dos instintos da criança, a qual

deve aprender a se controlar em meio a sociedade, no entanto esse controle

deve ser dosado para que a mesma não se torne muito reprimida o que pode

acarretar em desequilíbrios no psique.

Sendo assim Rubistein (2006), concorda ao dizer: “deve-se, manter um

equilíbrio entre a liberdade e a proibição”.

A transmissão do conhecimento não se deve apenas ao método

utilizado, pois cada aluno apresenta peculiaridades em seu aprendizado. O

aprender decorre do somatório de vários instrumentos utilizados pelo professor

para atingir o aluno. Entre eles estão os métodos citados, as ferramentas

educacionais (empatia, afetividade), didática entre outros.

Conforme Meirieu (2002) apud Rubistein (2006),

“O rosto é uma visão, ele não pode ser visto, ele não se

manifesta como uma imagem, mas como uma palavra. A

aflição do rosto é um apelo para mim e sua palavra chega

a mim antes que eu o identifique. Em outros termos, antes

de perceber o rosto, eu o ouço. Na verdade, o rosto do

outro sempre me fala, mesmo que ele não diga nada, ele

me fala sem palavras, apenas com sua presença.”

(MEIRIEU, 2002)

Rubistein (2006), traz a tona a importância da linguagem entre alunos e

professores:

“Outro entrave na transmissão do conhecimento é a

linguagem. A linguagem usada pelo professor, às vezes, é

também uma grande fonte de mal-entendidos. A falta de

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transparência é característica própria da linguagem.”

(RUBISTEIN, 2006)

Verifica-se através do dia-a-dia que quando ocorre alguma falha,

precisa-se achar um culpado e detoná-lo. No âmbito escolar também é a

mesma coisa. O aluno não aprendeu os pais dizem que a culpa é do professor

e os professores por sua vez dizem que é da família e do aluno.

Do mesmo modo o professor precisa diagnosticar o problema e tentar

soluções. Externar para o aluno o quanto almeja sanar seus problemas. E que

requer sua ajuda, pois ele é a peça mais importante no quebra cabeça da

educação.

O educador deve observar se há mais alguém que lhe possa ajudar

para atingir o alvo que deseja (pais, familiares). As peças fundamentais são o

professor e o aluno. Se o aluno não tem o interesse em aprender, a luta é

árdua, precisa-se primeiro fazê-lo entender o quanto é importante que ele

aprenda.

É necessário um mínimo possível de interesse do aluno e o resto vem

do mestre. Através de falas, “encantamentos”, tarefas motivadoras e outras

coisas mais que o mestre dos mestres coloca em nossas mentes e que vêm na

medida exata trazendo a construção do conhecimento.

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Capítulo ICapítulo ICapítulo ICapítulo IIIIIIIII

“O que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas são meios para obtê-la,”

(Ralph Emerson)

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CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO

Conforme Anísio Teixeira 1978:

“A escola tem que dar ouvidos a todos e a todos servir. O

professor de hoje tem que usar a legenda do filosofo:

“Nada que é humano me é estranho”. Tem de ser um

estudioso dos mais embaraçosos problemas modernos,

tem que ser estudioso da civilização, tem que ser

estudioso da sociedade e tem que ser estudioso do

homem; tem que ser, enfim, filósofo...”

O educador deve se mostrar interessado no aluno, demonstrando para

o educando que está apto em ouvi-lo e satisfazer suas curiosidades

educacionais.

Segundo Freire, 2005:

“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina

ao aprender. Quem ensina ensina alguma a alguém. Por

isso é que, do ponto de vista gramatical, o verbo ensinar é

um verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um objeto

direto – alguma coisa – e um objeto indireto – alguém.”

Concordando com Freire, o professor deve estar disposto a ensinar,

lembrando-se que possui limitações e que a todo o momento pode e deve

aprender com seu aluno. A educação bancária não deve ser imposta, ao

contrário, é necessário que o aluno explicite suas opiniões na sala de aula.

É fato que sem docentes não existe discentes, todavia o que se não

pode esquecer que o contrario também é inoperante, ou seja, qual é o valor do

professor se o mesmo não tiver alunos?

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O aluno é a base, é dele e para ele que procede a educação. A

educação bancaria não pode ser, ainda nos dias atuais, utilizada como padrão.

O ensinar não é meramente “cuspe e giz”, transpassa esse ideal é levar o

aluno a adquirir conhecimento.

Segundo Freire, 2005: “Saber que ensinar não é transferir

conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a

sua construção”. Em conformidade a Freire digo, ensinar é respeito aos

saberes dos educandos, exige criticidade, ética, exemplo, aceitação do novo, e

reflexão critica de pratica exercida pelo professor.

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CONCLUSÃO

Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem

outorgamos confiança e direito de ensinar” (Fernández, 1991, p. 47 e 52).

Para consentirmos esse direito a alguém; de certo que há algo mais do

que somente mero profissionalismo, é algo que entra no âmbito afetivo. É

imprescindível que haja troca, envolvimento, empatia, afetividade entre ambos.

Nessas linhas escritas, verificou-se a comprobabilidade da real

importância nesta relação inter-pessoal. Foi-se verificado instrumentos

apropriados para essa relação.

Para esse estudo, houve-se pesquisa bibliográficas realizações de

anexos, os quais corroboraram para o entendimento desse trabalho.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

BÍBLIA SAGRADA.

CÍCERO, Marco Túlio. Dos deveres. São Paulo, Saraiva, 1965.

CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem – Relação de amorosidade e

saber na prática pedagógica Wak 2ª Ed. 2008.

CURY, Augusto Filhos Brilhantes, alunos fascinantes. Planeta

Academia de Inteligência. 2006.

CURY, Augusto Pais Brilhantes, Professores fascinantes. Sextante.

2003.

CURY, Augusto O Mestre da Sensibilidade. GMT Editores. 2006.

DEMO, Pedro. Política Social do Conhecimento – Sobre futuros do

combate à pobreza. Vozes, Petrópolis, 2a ed. 2000.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomía: saberes necesarios à prática

educativa. Paz e Terra, 31ª ed. 2005.

GODOTTI, Moacir. História das ideáis pedagógicas. Editora Ática. 8ª

ed. 2004.

PESCE, Renata Pires; ASSIS, Simone Gonçalves de; AVANCI, Joviana

Quintes. Agressividade e transgressão em crianças: um olhar sobre

comportamentos externalizantes e violências na infância. – Rio de Janeiro:

FIOCRUZ/ENSP/CLAVES/CNPq, 2008.

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RUBINSTEIN, Regina Estilo de Aprendizagem e a queixa escolar entre

o saber e o conhecer. Casa do psicólogo Livraria e Editora Ltda. 2ª ed. 2006.

SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade e Inteligência . Wak 5ª ed. 2008.

TEIXEIRA, Anísio. Pequena introdução à filosofia da educação.

Nacional, 8ª ed. 1978.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. – São Paulo: Martins

Fontes, 1989.

WALLON, H. (1968) A evolução psicológica da criança. Lisboa:

Edições 70, 1968.

WHITEHEAD, Alfred North. Os fins da educação e outros ensaios. São

Paulo, Nacional, 1969.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BÍBLIA SAGRADA.

CÍCERO, Marco Túlio. Dos deveres. São Paulo, Saraiva, 1965.

CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem – Relação de amorosidade e

saber na prática pedagógica Wak 2ª Ed. 2008.

CURY, Augusto Filhos Brilhantes, alunos fascinantes. Planeta

Academia de Inteligência. 2006.

CURY, Augusto Pais Brilhantes, Professores fascinantes. Sextante.

2003.

CURY, Augusto O Mestre da Sensibilidade. GMT Editores. 2006.

DEMO, Pedro. Política Social do Conhecimento – Sobre futuros do

combate à pobreza. Vozes, Petrópolis, 2a ed. 2000.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomía: saberes necesarios à prática

educativa. Paz e Terra, 31ª ed. 2005.

GODOTTI, Moacir. História das ideáis pedagógicas. Editora Ática. 8ª

ed. 2004.

PESCE, Renata Pires; ASSIS, Simone Gonçalves de; AVANCI, Joviana

Quintes. Agressividade e transgressão em crianças: um olhar sobre

comportamentos externalizantes e violências na infância. – Rio de Janeiro:

FIOCRUZ/ENSP/CLAVES/CNPq, 2008.

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RUBINSTEIN, Regina Estilo de Aprendizagem e a queixa escolar entre

o saber e o conhecer. Casa do psicólogo Livraria e Editora Ltda. 2ª ed. 2006.

SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade e Inteligência . Wak 5ª ed. 2008.

TEIXEIRA, Anísio. Pequena introdução à filosofia da educação.

Nacional, 8ª ed. 1978.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. – São Paulo: Martins

Fontes, 1989.

WALLON, H. (1968) A evolução psicológica da criança. Lisboa:

Edições 70, 1968.

WHITEHEAD, Alfred North. Os fins da educação e outros ensaios. São

Paulo, Nacional, 1969.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> O conceito de afetividade de Henri Wallon;

Anexo 2 >> Reportagem Pestalozzi, o teórico que incorporou o afeto à

sala de aula.

Anexo 3 >> Charge

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ANEXO 1

O conceito de afetividade de Henri Wallon

Henri Wallon inovou ao colocar a afetividade como um dos aspectos

centrais do desenvolvimento

INTERAÇÃO E ESTÍMULO Com os braços abertos e as mãos

estendidas, o adulto encoraja o bebê a dar os primeiros passos e o ajuda a

aprender a caminhar

Quando uma mãe abre os braços para receber um bebê que dá seus

primeiros passos, expressa com gestos a intenção de acolhê-lo e ele reage

caminhando em sua direção. Com esse movimento, a criança amplia seu

conhecimento e é estimulada a aprender a andar. Assim como ela, toda pessoa

é afetada tanto por elementos externos - o olhar do outro, um objeto que

chama a atenção, uma informação que recebe do meio - quanto por sensações

internas - medo, alegria, fome - e responde a eles. Essa condição humana

recebe o nome de afetividade e é crucial para o desenvolvimento.

Diferentemente do que se pensa, o conceito não é sinônimo de carinho e amor

(leia o resumo no quadro abaixo). "Todo ser humano é afetado positiva e

negativamente e reage a esses estímulos", explica Abigail Alvarenga Mahoney,

pesquisadora convidada do Programa de Estudos Pós-Graduados em

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Educação: Psicologia da Educação, da Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo(PUC-SP).

Grandes estudiosos, como Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky

(1896-1934), já atribuíam importância à afetividade no processo evolutivo, mas

foi o educador francês Henri Wallon (1879-1962) que se aprofundou na

questão. Ao estudar a criança, ele não coloca a inteligência como o principal

componente do desenvolvimento, mas defende que a vida psíquica é formada

por três dimensões - motora, afetiva e cognitiva -, que coexistem e atuam de

forma integrada. "O que é conquistado em um plano atinge o outro mesmo que

não se tenha consciência disso", diz Laurinda Ramalho de Almeida, vice-

coordenadora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação, da

PUC-SP. No exemplo dado, ao andar, o bebê desenvolve suas dimensões

motora e cognitiva, com base em um estímulo afetivo. Um olhar repressor da

mãe poderia impedi-lo de aprender.

Wallon defende que o processo de evolução depende tanto da

capacidade biológica do sujeito quanto do ambiente, que o afeta de alguma

forma. Ele nasce com um equipamento orgânico, que lhe dá determinados

recursos, mas é o meio que vai permitir que essas potencialidades se

desenvolvam. "Uma criança com um aparelho fonador em perfeitas condições,

por exemplo, só vai desenvolver a fala se estiver em um ambiente que

desperte isso, com falantes que possam ser imitados e outros mecanismos de

aprendizagem", explica Laurinda (saiba mais no trecho de livro na página

seguinte).

Assim como Piaget, Wallon divide o desenvolvimento em etapas, que

para ele são cinco: impulsivo-emocional; sensório-motor e projetivo;

personalismo; categorial; e puberdade e adolescência. Ao longo desse

processo, a afetividade e a inteligência se alternam. No primeiro ano de vida, a

função que predomina é a afetividade. O bebê a usa para se expressar e

interagir com as pessoas, que reagem a essas manifestações e intermediam a

relação dele com o ambiente. Depois, na etapa sensório-motora e projetiva, a

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inteligência prepondera. É o momento em que a criança começa a andar, falar

e manipular objetos e está voltada para o exterior, ou seja, para o

conhecimento. Essas mudanças não significam, no entanto, que uma das

funções desaparece. Como explica Izabel Galvão no livro Henri Wallon: Uma

Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil, "apesar de alternarem a

dominância, afetividade e cognição não são funções exteriores uma à outra. Ao

reaparecer como atividade predominante, uma incorpora as conquistas da

anterior".

Eliana Lopes de Oliveira - Postado em 25/11/2011 17:14:33

Trabalhei como monitora em uma creche e constatei esse verdade de

Wallon , a respeito do conceito da afetividade. Como seria importante se os

professores entendessem esse conceito e o colocassem em prática! Talvez

hoje não teríamos tanta desmotivação para o ensino. As crianças não se

interessam por causa dos pais ou os problemas sociais. As vezes acontece nos

primeiros contatos com a escola, por profissionais que não estão tão

interessados no seu dever de mediador....(desculpem o desabafo!!!!!).Falta

amor à profissão !

susana braga sousa rangel - Postado em 10/11/2011 19:43:29

Aqui, na Escola Municipal Dr. Eraldo Tinoco-em Valença-Ba,

colocamos em prática a teoria de Wallon. Com afetividade estamos

conseguindo paulatinamente amenizar a violência. Os alunos precisam ser

valorizados e respeitados. Conheça as ações inovadoras da nossa escola que

é pública! Visite o blog: eraldotinoco-emet.blogspot.com

Monica Paiva de Sousa - Postado em 09/11/2011 17:50:31

Muito boa a matéria escrita pela Nova Escola. Isso nos revela a

importância da afetividade no cotidiano escolar.

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ANEXO 2

Pestalozzi, o teórico que incorporou o afeto à sala de aula

Para o educador suíço, os sentimentos tinham o poder de despertar o

processo de aprendizagem autônoma na criança

Pestalozzi

Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira

palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas

o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os

fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao

amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich

Pestalozzi (1746-1827).

Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só

surgiria na virada do século 19 para o 20, Pestalozzi afirmava que a função

principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais

e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a

escritora Dora Incontri, uma das poucas estudiosas de Pestalozzi no Brasil.

A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do

lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de

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segurança e afeto. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, o

pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana.

Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à

plena realização moral - isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a

essência divina que lhe dá liberdade. "Pestalozzi chega ao ponto de afirmar

que a religiosidade humana nasce da relação afetiva da criança com a mãe,

por meio da sensação de providência", diz Dora Incontri.

Nome não registrado - Postado em 20/06/2011 19:50:09

Todos sentimos e vemos,independente da idade,quando somos

queridos, valorizados,acreditados.*

Nome não registrado - Postado em 20/06/2011 19:47:52

Rita Pereira,curso de Pedagogia,UNASSELVI,PoA-A Teoria de

Pestalozzi é muito pertinente,não importa como o professor é tratado ou

considerado seja por quem for,ele é diferente. Somente o amor pode abrir

nossos olhos para ver as necessidades daqueles que estão sob nossas

responsabilidades de aprendizado. Somente o amor vai nos mover a elaborar

métodos,meios para sensibilizar e despertar o interesse do aluno para

melhorar. Todos sentimos e vemos,independente da idade,quando somos

queridos, valorizados,creditados.

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ANEXO 3

Paulo Freire faz uma crítica à educação bancária

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Afetividade como condutor para a produção 9

de conhecimento

1.3 – Origem da afetividade 10

1.4 – Aprendizagem e afetividade gerando 12

Mudanças

1.3 - As minúcias do afeto... 14

CAPITULO II

Como construir o conhecimento através da 17

afetividade?

1.1 – Conhecendo-se para conhecer 19

1.2 - Estilo de Aprendizagem 22

CAPÍTULO III

Educação 26

CONCLUSÃO 29

BIBLIOGRAFIA CITADA 30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32

ANEXOS 34