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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL INDUSTRIAL
Por: Luiz Antonio Gonçalves de Albuquerque Brandão
Orientador
Prof. Nelsom Magalhães
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL INDUSTRIAL
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes
como requisito parcial para obtenção do grau de especialista
em Engenharia de Produção.
Por: Luiz Antonio Gonçalves de Albuquerque Brandão
3
AGRADECIMENTOS
....a essa respeitável instituição, aos meus
professores, colegas de classe, e a minha
família a quem tanto amo.
4
DEDICATÓRIA
.....dedica-se a Deus e aos meus pais.
5
RESUMO
Esse trabalho monográfico apresenta a Educação Ambiental em
meio industrial, para tanto discorre sobre a sua evolução histórica, conceitual e
de sua inserção no Brasil, a descreve na atualidade, pontuando em meio
empresarial. Traça um viés de sua atuação como ferramenta ao Programa de
Gestão Ambiental e da sua importância no Sistema de Gestão Ambiental
Industrial atual, por meio da norma NBR ISO 14000. Adverte quanto o emprego
da norma como apenas um diferencial econômico e aponta a forma consciente
de utilização associada à Educação Ambiental.
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METODOLOGIA
O signatário optou por uma profunda busca teórica à apresentação
de seu estudo monográfico. Desta forma, apoiou-se nos levantamentos
bibliográficos e documentais de reconhecimento acadêmico, para tanto buscou
livros, artigos, além da ferramenta internet. Esta preocupação teve como intuito
conhecer e poder proporcionar descrições ricas sobre o assunto pautado.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I: Breve historicidade da Educação Ambiental 11
CAPÍTULO II: A Inserção da Educação Ambiental no Brasil 19
CAPÍTULO III: O Sistema Gestão Ambiental Industrial 24
CONCLUSÃO 39
ANEXOS 41
BIBLIOGRAFIA 46
WEBGRAFIA 50
ÍNDICE 51
8
INTRODUÇÃO
A ecologia como ciência global trouxe a preocupação com os
problemas ambientais, seguindo a necessidade de se educar no sentido de
preservar o meio ambiente (Sato, 2004, p. 26).
Em sua concepção a Educação Ambiental (EA) não deve ser neutra,
mas ideológica, baseada nos valores para a transformação social. Deve
estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos,
valendo-se de estratégias democráticas e interação entre as culturas,
potencializando o poder das diversas populações, promover oportunidades
para as mudanças democráticas de base que estimulem os setores populares
da sociedade.
Deve buscar a eterna recriação, avaliando seu próprio caminhar na
direção da conveniência coletiva e da relação da sociedade diante do mundo.
Significa avaliar a si próprio, na busca da identidade individual, buscando uma
área de aprendizagem coletiva da alteridade e, desta justaposição, construir
uma relação com o mundo. Isso significa que devemos observar na EA um
conjunto de ralações sociais que determinam a dinâmica do mundo.
O principal objetivo da EA é contribuir para as mudanças de atitudes
humanas em relação ao ambiente. Diante da degradação contínua dos
ecossistemas por meio das atividades antrópicas1 e de seus efeitos na
qualidade ambiental e na sobrevivência dos homens no planeta. Bem como da
preocupação com a efetiva incorporação da dimensão social à dimensão
ecológica no tratamento da questão ambiental. O objetivo é possibilitar ou
iniciar um processo de sensibilização, mudança de atitude e participação na
resolução dos problemas ambientais por parte dos grupos sócio-culturais
específicos a eles relacionados (Buarque, 1996, p.86).
1 Relativo à humanidade, à sociedade humana, à ação do homem. Termo de criação recente Termo de criação recente, empregado por alguns autores para qualificar um dos setores do meio ambiente (Grün, 1996, p.25).
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Todavia, é após a efervescência da Rio Eco-922, que a EA surgiu
como a possibilidade de ser inserida na educação formal e informal brasileira.
Diante das inúmeras orientações foi necessário conhecer as representações
dos indivíduos ou grupos sociais sobre o ambiente, pois, as representações
poderão direcionar as práticas pedagógicas da EA em vários setores da
sociedade (Brundtland,1988, p.98).
É um trabalho de longa duração, de formação de hábitos e de
recuperação de valores como a solidariedade e a responsabilidade social.
Cabe ao Homem a administração da sociedade com a visão de assegurar
equidade do futuro.
Ao contextualizar o sistema industrial nos deparamos com uma série
de processos decorridos de uma sociedade industrializada com perspectiva
cada vez maior, decorrentes de uma sociedade consumista que tenta inserir
programas (inserção de normas como a NBR ISO 14000 e programas de
Educação Ambiental) que venham minimizar as situações impactantes.
Esses impactos seriam resultado de uma imperfeição do mercado, e
consequentemente poderiam ser equacionados através de mecanismos
econômicos, como o de imputar aos poluidores os custos ambientais indiretos
decorrentes de suas atividades, o que se denomina de princípio pagador/
poluidor. Esse ponto de vista se concentra excessivamente nos efeitos de uma
atividade inadequada, nos custos da despoluição, induzindo à falsa ideia de
que a responsabilidade ambiental se traduz por um custo adicional.
Nesse caso o grande desafio seria a implementação de mecanismos
macroeconômicos que assegurem o mesmo grau de exigência às diferentes
atividades econômicas, para evitar os desequilíbrios competitivos e, no plano
macroeconômico, arbitrar um termo entre o crescimento selvagem e o
equilíbrio ambiental.
Justamente a responsabilidade ética de empresários e políticos mais
arrojados, foram capazes de comprovar na prática que há vantagens em
ultrapassar essa visão unilateral do meio ambiente como um custo e considerá-
2 Termo utilizado para designar o encontro de chefes de Estados, ocorrido na Cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992 e, que viabilizava a ampliação e o incremento de discussões sobre os problemas ambientais, num contexto atual e futuro (Brundtland, 1988, p.97).
10
lo uma oportunidade. A iniciativa de adotar os princípios da gestão ambiental,
numa economia que se caracteriza pelo elevado desperdício de recursos,
determina uma importante diferencial competitivo.
O desafio é ultrapassar essa visão reducionista para alcançar
soluções capazes de harmonizar o plano econômico, ambiental e social. Ao
longo prazo, mais do que a economia e vantagens competitivas, a preservação
ambiental È um desafio indispensável à manutenção das condições de
sobrevivência da própria humanidade.
Dessa forma, a inserção de Sistema de Gestão Ambiental na forma
da norma NBR ISO 14000 em consonância a programas de Educação
Ambiental tem sido uma saída no âmbito industrial.
Diante dessa perspectiva, o discente do curso de pós-graduação em
Engenharia de Produção traz a discussão à sua monografia, dividindo-a em
três capítulos, da seguinte forma:
• No primeiro capítulo, uma pequena historicidade do sobre a
Educação Ambiental, seus conceitos, principais conferências e
objetivos;
• No segundo capítulo, pontua a inserção da Educação
Ambiental no Brasil e como se processa na atualidade sua
inserção na indústria; e
• No terceiro capítulo, define a Gestão Ambiental e traz uma
ferramenta desse sistema de gestão; a norma NBR ISO
14000, como ferramenta do Sistema de Gestão Ambiental e
da importância do entendimento de ter consonância com a
Educação Ambiental.
11
CAPÍTULO I- BREVE HISTORICIDADE DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
A da crise ambiental da década de 70 foi manifestada por um
somatório de episódios, podendo citar os ocorridos nas décadas de 50 e 60,
diante de episódios como: a contaminação do ar em Nova Iorque e Londres,
entre 52 e 60; os casos fatais de intoxicação com mercúrio em Minamata e
Niigata, entre 53 e 65; a diminuição da vida aquática em alguns dos grandes
lagos norte-americanos; a morte de aves provocada pelos efeitos secundários
imprevistos do DDT3 e outros pesticidas e a contaminação do mar em grande
escala, causada pelo naufrágio do petroleiro Torrei Canyon, em 1966
(Brundtland, 1988, p.63).
Esses acontecimentos receberam ampla publicidade, fazendo com
que países desenvolvidos temessem que a contaminação já estivesse pondo
em perigo o futuro do homem.
O processo de consolidação do capitalismo internacional, não
conseguia dar respostas aos novos problemas, caracterizados pela
complexidade e interdisciplinaridade, no contexto de uma racionalidade
meramente instrumental e de uma ética antropocêntrica (Ribeiro, 2001, p.48).
Em paralelo, processavam-se críticas a educação tradicional e às
teorias tecnicistas4 que visavam à formação de indivíduos eficientes e eficazes
para o mundo do trabalho, surgindo movimentos de renovação em educação.
Apesar deste contexto ainda não se falava em Educação Ambiental,
pois esse termo foi usado pela primeira vez em 1965, na Grã-Bretanha, por
ocasião da Conferência em Educação, realizada em Keele, aonde se chegou à
conclusão de que a Educação Ambiental deveria se tornar parte essencial da
educação de todos os cidadãos e que posteriormente em 1970, os EUA
3 Sigla usada para representar a substância diclorodifeniltricloretano (Loureiro, 2004, p.73). 4 É uma linha de ensino, adotada por volta de 1970, que privilegiava excessivamente a tecnologia educacional e transformava professores e alunos em meros executores e receptores de projetos elaborados de forma autoritária e sem qualquer vínculo com o contexto social a que se destinavam (Menezes, 2002, p.58).
12
(Estados Unidos da América) aprovaram a primeira lei sobre Educação
Ambiental (Ribeiro, 2001, p.57).
A Educação Ambiental pode ser considerada como tendo seus
primórdios também no programa internacional da UNESCO (Organização das
Nações Unidas para a Educação, á Ciência e a Cultura ) sobre o Homem e a
Biosfera MAB (Man and Biosphere) de 1971, o qual lançou as bases científicas
para a utilização de recursos naturais, introduzindo a importância da biosfera, e
dos problemas globais, promovendo a conscientização do problema,
apresentando ainda alternativas para a solução (Ribeiro, 2001, p.36).
Todavia, foi na Conferência da ONU (Organização das Nações
Unidas) sobre o Ambiente Humano, realizada de 5 a 16 de junho de 1972, em
Estocolmo, Suécia, surgiu em âmbito mundial à preocupação com os
problemas ambientais reconhecendo-se a necessidade do desenvolvimento de
uma concepção educativa.
Dessa forma, surgiu a Educação Ambiental como uma nova ciência
preocupada principalmente em apresentar soluções aos problemas ambientais
mundiais. Em 1975, a UNESCO, em colaboração com o PNUMA (Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente), em resposta a recomendação 96
da conferência de Estocolmo, cria o PIEA (Programa Internacional de
Educação Ambiental), destinado a promover, nos países membros, reflexão, a
ação e a cooperação internacional nesse campo.
Em seu primeiro período, em 1973, o PNUMA destacou-se como
alta prioridade os temas referentes ao meio ambiente e ao desenvolvimento, o
que constituiu um conceito fundamental de seu pensamento.
Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a
transformação humana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula a
formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que
conservem entre si relação de interdependência e diversidade. Isto requer
responsabilidade individual e coletiva em nível local, nacional e planetário
(Ribeiro, 2001, p.38).
13
1.1 - As principais conferências:
A Conferência de Estocolmo inspirou em interesse renovado na
Educação Ambiental na década de 70, tendo sido estabelecida uma série de
princípios norteadores para o programa internacional e planejado um seminário
internacional sobre o tema, que se realizou em Belgrado em 1975 (Sorrentino,
1991, p.65).
Dois anos mais tarde, celebrou-se em Tbilise, na antiga URSS
(União das Repúblicas Soviéticas), a Conferência Intergovernamental sobre
Educação Ambiental, que constitui até hoje o ponto culminante do programa
internacional de Educação Ambiental. Nessa Conferência foram definidos os
objetivos e as estratégias pertinentes ao nível Nacional e Internacional.
Postulou-se que a Educação Ambiental é um elemento fundamental
para uma educação global orientada para a resolução de problemas por meio
da participação ativa dos educandos na educação formal e não-formal, em
favor do bem estar da comunidade humana (Sato, 2004, p.76).
Acrescentou-se aos princípios básicos, dessa Conferência, a
importância que é dada às relações natureza-sociedade, que, posteriormente,
na década de 80, dar a origem à vertente sócio-ambiental da EA.
No Brasil, em 1973 cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente
(SEMA), que se preocupa em definir seu papel no contexto nacional.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (UNECED), a Rio-92 em sua agenda 21, capítulo 36, reforçou
as recomendações de Tbilise, propondo, a reorientação do ensino no sentido
do desenvolvimento sustentável; aumento da consciência pública e a promoção
do treinamento.
De acordo com as recomendações da Conferência de Tbilise, a
Educação Ambiental é importante para todas as áreas de ensino, não somente
nas ciências ecológicas, mas em todas as áreas sociais, naturais e de
educação. Isto porque, a relação entre a natureza, tecnologia e sociedade
marcam e determinam o desenvolvimento de qualquer sociedade. Os alunos
devem ser familiarizados com os problemas ambientais complexos, sempre na
perspectiva interdisciplinar, conduzindo-os ao diálogo (Sorrentino, 1991, p.78).
14
Para melhor entendimento, segue abaixo a cronologia dos eventos
(Simonds, 2004, p.46):
• 1974 - Seminário de Educação Ambiental em Jammi;
Finlândia reconhece a Educação Ambiental como educação
integral e permanente.
• 1975 – Em resposta as recomendações de Estocolmo, a
UNESCO promoveu em Belgrado, Iugoslávia, um Encontro
Internacional em Educação Ambiental, que congregou
especialistas de 65 países, e culminou com a formulação de
princípios e orientações para um programa internacional, que
deveria ser contínua, multidisciplinar, integrando ás diferenças
regionais, e voltada aos interesses nacionais. Foi conhecida como
a “Carta Belgrado”. Com atividade celebrada na África, Estados
Unidos, Ásia, Europa e América Latina, contribuindo para precisar
a natureza da Educação Ambiental, definindo seus objetivos e
características, assim como as estratégias nos planos nacionais e
internacionais.
• 1976 – A América Latina enfatiza que a questão Ambiental
está ligada às necessidades elementares de sobrevivência do
homem aos direitos humanos, nesse período acontece:
Ø Convênio entre a SEMA (Secretaria Especial do Meio Ambiente)
e a Fundação Educacional do Distrito Federal e a Fundação Universidade de
Brasília, realizou-se o Curso de Extensão para Profissionais de Ensino do 1º
Grau (não foi à frente);
Firmado o Protocolo de Intenções entre o MEC (Ministério da
Educação e Cultura) e o MINTER (Ministério do Interior) com o objetivo de
incluir temas ecológicos nas escolas de 1º e 2º Graus; e
Ø Conferências Habitat I e II – com o objetivo de mostrar a
importância da fixação da população no campo.
• 1977 – SEMA constitui um grupo de trabalho para a elaboração
de um documento sobre Educação Ambiental com o objetivo de
15
definir seu papel na realidade sócio-econômico-educacional
brasileira (Simonds, 2004, p.47).
Ø A disciplina Ciências Ambientais passa ser obrigatória nos cursos
de engenharia nas Universidades brasileiras; e
Ø De 14 a 26/10, em Tbilisi realizou-se a primeira Conferência
Intergovernamental sobre Educação Ambiental organizada pela UNESCO,
ficando conhecida como a “Conferência de Tbilisi”. Ela constituiu-se em um
ponto de partida de um programa internacional de Educação Ambiental seus
objetivos, suas características e estratégias pertinentes no plano nacional e
internacional. É considerado o evento mais decisivo para reinos da Educação
Ambiental em todo o mundo.
• 1979 – Realizou-se em Julho a primeira Conferência de todas
as nações da União Soviética sobre Educação Ambiental.
• 1980 – Seminário Regional Europeu sobre Educação Ambiental
para a Europa e América do Norte, com a participação de países,
onde se conclui que seria necessária uma intensificação de
intercâmbio de informações e experiências entre os países.
• 1987 – Em 11/03 o Plenário do Conselho Federal de Educação
(MEC) aprovou que era necessária a inclusão da Educação
Ambiental no conteúdo curricular das escolas de 1º e 2º Grau. É a
consolidação das bases conceituais da Educação Ambiental no
Brasil, em consonância:
A ONU elabora o Relatório Brundtland, coordenado pela primeira
Ministra da Noruega, que serviu de base á realização da Conferência
Ambiental da Rio- Eco 92; tendo sido publicado no Brasil com o título “Nosso
Futuro Comum” pela Fundação Getúlio Vargas em 1988. Buscava unificar a
compreensão e o desejo sobre as lutas ambientalistas travadas em todo o
planeta (Sato, 2004, p. 65).
Outro pronto pertinente na História da Educação Ambiental foi à
declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades
16
Básicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação
para Todos, realizada em Jontiem, Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990.
Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, celebrada no Rio de Janeiro em junho de 1992, outro marco
da História Ambientalista Mundial, lançou os desafios fundamentais para as
políticas dos governos e nações para o próximo milênio. Emana ainda, da
Conferência do Rio, como ficou conhecida, a Carta Brasileira para a Educação
Ambiental para Sociedade Sustentável e Responsabilidade Global, de caráter
não oficial, celebrado por diversas Organizações da Sociedade Civil, que
reconhece a educação ambiental como um processo dinâmico em permanente
construção (Simonds, 2004, p.50).
Segundo este documento a educação ambiental deve, portanto
propiciar reflexão, o debate e a sua própria modificação. Reconhece ainda que
a educação ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um processo de
aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida.
17
1.2 – Princípios da Educação Ambiental:
Vive-se em momento especial da história da Educação Ambiental.
Todavia, para que se possa, de fato, contribuir na condução de uma sociedade
sustentável, há necessidade de serem incorporados novas posturas, novos
valores e novos paradigmas do conhecimento na formação de atores da
Educação Ambiental, tais como (Leff, 2001, p.87):
1 – A educação é um direito de todos, somos todos aprendizes e
educadores;
2 – A EA deve ter como base o pensamento critico e inovador, em
qualquer tempo ou lugar, em seus modos: formal, não formal e informal,
promovendo a transformação e a construção da sociedade;
3 – A EA é individual e coletiva. Tem o propósito de formar cidadãos
com consciência local e planetária, que respeitem a autodeterminação dos
povos e a soberania das nações;
4 – A EA não é neutra, mas ideológica. É um ato político, baseado
em valores para a transformação social;
5 – A EA deve envolver uma perspectiva holística, enfocando a
relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar;
6 – A EA deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito
aos direitos humanos, valendo-se de estratégias democráticas e interação
entre as culturas;
7 – A EA deve promover a cooperação e o dialogo entre indivíduos
e instituições, com a finalidade de criar novos modos de vida, baseados em
atender às necessidades básicas de todos, sem distinções étnicas, físicas, de
gênero, idade, religião, classe ou mentais; e
8 – A EA deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e
ações. Deve converter cada oportunidade em experiências educativas de
sociedades sustentáveis.
18
1.3 – Objetivos da EA
A consecução das finalidades implica necessariamente em que o
processo educativo propague conhecimentos, valores, aptidões e
comportamentos que possam favorecer a compreensão e a solução dos
problemas ambientais (Dias, 1992, p.42).
Ao que corresponde aos conhecimentos, incumbirá à educação
facilitar, com a profundidade a que se destina:
• Consciência – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a
adquirirem consciência do meio ambiente global e ajudá-los a se
sensibilizarem para essas questões;
• Conhecimento – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a
adquirirem diversidade de experiências e compreensão
fundamental do meio ambiente e dos problemas anexos;
• Comportamento – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a
comprometerem-se com uma serie de valores e a sentirem
interesse e preocupação pelo meio ambiente, motivando-os de tal
modo que possam participar ativamente da melhoria e da
proteção do meio ambiente;
• Habilidades – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a
adquirirem as habilidades necessárias para determinar e resolver
os problemas ambientais; e
• Participação – proporcionar aos grupos sociais e aos
indivíduos a possibilidade de participarem ativamente das tarefas
que têm por objetivo resolver problemas ambientais.
19
CAPÍTULO II – A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NO BRASIL
Sancionada pelo presidente Fernando Henrique, em 27 de abril de
1999, a Lei 9795 "Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências." O Projeto de
Lei, proposto pelo Deputado Federal Fábio Feldmann, reconhece, enfim, a
Educação Ambiental (EA) como um componente urgente, essencial e
permanente em todo processo educativo, formal e/ou não-formal, como
orientam os Artigos 205 e 225 da Constituição Federal (Brasil, 1999, p.186).
A Política Nacional de Educação Ambiental é uma proposta
programática de promoção da educação ambiental em todos os setores da
sociedade. Diferente de outras leis, não estabelece regras ou sanções, mas
estabelece responsabilidades e obrigações.
Ao definir responsabilidades e inserir na pauta dos diversos setores
da sociedade, a Política Nacional de Educação Ambiental institucionaliza a EA,
legaliza seus princípios, e a transforma em objeto de políticas públicas, além de
fornecer à sociedade um instrumento de cobrança para a sua promoção.
A responsabilidade, individual e coletiva, da sociedade na
implementação e prática da EA já estava expressa no artigo 225, inciso VI, da
Constituição Federal de 1988: “Cabe ao Poder Público promover a Educação
Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente”. O caput do mesmo artigo constitucional
incorpora o papel da sociedade para a manutenção do ambiente equilibrado:
cabe ao “Poder Público e á coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações”. A lei que institui a Política Nacional de
Educação Ambiental reflete este princípio constitucional quando envolve e
chama a atenção de toda a sociedade para a sua responsabilidade e o seu
comprometimento de promover a educação ambiental.
Além da presença já significativa no universo escolar formal, pelo
esforço de muitos professores, pela ação de muitas entidades e, ainda, por
aquilo que representa enquanto tema essencial de nossa contemporaneidade,
a chamada questão ambiental, nesse momento, está sendo reforçada sua
20
importância no ensino formal por dois caminhos que se harmonizam (Brasil2,
1999, p.268):
1. A introdução da Política Nacional de Educação Ambiental,
oficializada por meio da Lei n.º 9.795 de 27 de abril de 1999,
que, entre outras coisas, legisla sobre a introdução da
Educação Ambiental no ensino;
2. A reorientação curricular produzida pelo MEC, em especial na
Secretaria de Ensino Fundamental, que por meio dos
Parâmetros Curriculares Nacionais introduziu o tema Meio
Ambiente como um dos Temas Transversais (TTs).
21
2.1 - A Educação Ambiental na Atualidade:
A Agenda 215 tomou novos rumos, consagrando-se em espaços
políticos governamentais e buscando sua chancela em 2002, em Cape Town,
África do Sul, dez anos após a Conferência Mundial de Desenvolvimento e
Meio Ambiente (Rio-92). Apesar de sua importância, ela também continua
desconhecida por muitos e o compromisso das nações ainda está longe de ser
viabilizado. Junto com esse movimento, queremos trazer os princípios da Carta
da Terra, que foi criada numa ótica bastante espiritualizada, mas que
conseguiu espaços políticos bem mais progressistas do que a própria Agenda
21 (Sato, 2004, p.87).
Outro ponto importante é A Carta da Terra6, pautada na agenda das
discussões oficiais das Nações Unidas durante o grande evento da Eco - 92 e,
gradualmente, tornou-se um processo de consulta mundial integrando também
os resultados das reuniões de cúpula realizadas na última década. Nesse
contexto, a Carta da Terra une as principais resoluções já discutidas nas
Nações Unidas através de um democrático processo de consulta e pesquisa
mundial. Ela representa um marco ético comum para o desenvolvimento da
humanidade.
Nesse contexto, a tarefa da Educação Ambiental é reconstruir uma
nova ética capaz de comportar a tenacidade e o diálogo, recuperando o
movimento das mãos e das mentes de cada sujeito ecológico. Nesta ciranda o
movimento terá início quando realmente compreendermos que esta educação
exige um esforço multissetorial para poder cumprir pelo menos em parte, os
desafios da humanidade tão discutidos nas conferências supracitadas
(Bursztyn,1993, p.54).
Na atualidade a aplicação da EA está sendo feita através de projetos
multidisciplinares elaborados em espaços formais (pelas escolas) e não formais
(indústrias por exemplo), que se fazem agentes desse processo educacional de
conscientização ambiental ou por ONG`s (Layrargues, 2004, p.84).
5 Nome dado ao conjunto de intenções criadas para diminuir a degradação ambiental e melhorar a qualidade de vida para todo planeta (Sorrentino, 1991, p.38). 6 Teve sua origem no relatório “Nosso Futuro Comum”, elaborado pela comissão Mundial para o meio Ambiente e Desenvolvimento (ou simplesmente Comissão de Brundtland) (Layrargues, 2004, p.97).
22
Ao contextualizar a atuação dos Agentes dessa construção observa-
se que estes profissionais vivenciam atualmente uma crise multidimensional
que abrange aspectos formativos, funcionais, afetivos, tecnológicos, sociais,
econômicos e culturais que afetam seu desempenho de modo preocupante e
que representa, também, uma questão de EA (Grün, 1996, p.43).
No contexto industrial a EA se apresenta como instrumento da
Gestão Ambiental, todavia uma das ferramentas utilizadas pelas indústrias
como forma de conscientização, aos problemas ambientais, é a Norma ISO
NBR 14000, não fala de Educação Ambiental e sim de Educação, esse modelo
de Educação tem o intuito de melhoria nos aspectos empresariais.
O autor Vilela Júnior (2002, p.76) chama atenção a observação
anterior, apontando os seguintes princípios:
• O processo de Educação envolve não só as ações
concebidas e direcionadas especialmente para este fim, mas
também as práticas vigentes na organização de forma geral.
De nada adianta um grande esforço de conscientização de
funcionários se a postura gerencial dá exemplos cotidianos no
sentido contrário. Coerência é fundamental, pois a
consciência do meio é fundamental (grifo nosso);
• O processo da educação deve despertar curiosidade,
provocar reflexão, abrir espaços para o debate e agregar
conhecimento. Para tanto é importante que as diferenças
iniciativas de EA tratem das questões específicas da
organização, mas que estabeleçam uma interface destas com
as questões concretas e cotidianas de seus funcionários,
familiares e da sociedade de forma mais ampla. Trata-se
menos de se estabelecer um esforço associado e mais de se
ter o cuidado de não segmentar artificialmente a temática
ambiental, o que só serve para distanciar os objetivos
ambientais da organização da realidade de seus membros;
23
• Poucos temas têm a oportunidade de várias abordagens.
Reduzir um programa de EA em uma sequência de palestras
torna enfadonho e a motivação torna-se apática;
• Criar espaços e possibilidade de participação de funcionários
e colaboradores seja na apresentação de críticas e sugestões
ou ainda no planejamento e execução de ações é uma boa
forma de motivar e, acima de tudo, aproveitar e valorizar o
conhecimento e a criatividade dos mesmos; e
• Ressaltar, nos processos de educação ambiental, a sua
interface com questões como ética, cidadania e
responsabilidade social é fundamental.
Neste contexto fica evidenciado a importância da EA no processo da
Gestão Ambiental.
24
CAPÍTULO III – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
INDUSTRIAL
O século XX, marcado na história da humanidade pela iminência de
abrigar a maior catástrofe ecológica de origem antropogênica, parece ter
chegado, no limiar do século XXI, a uma grande solução de seus problemas. O
ambientalismo empresarial, sobressaindo-se desde o início da década de 90 na
comunidade ambientalista como o promotor do desenvolvimento sustentável,
apresenta o que finalmente parece ser a solução do impasse ecológico: a ISO
14000, o grande avanço em direção à produção industrial limpa e,
conseqüentemente, ao equacionamento da problemática industrial relativa ao
ambiente (Layrargues, 2000, p.14).
A tônica do discurso empresarial verde sustenta que a incorporação
da ISO 14000 nas indústrias freqüentemente exige a concomitante instalação
de tecnologias limpas, e, como estas se configuram no instrumento privilegiado
de competitividade empresarial, ocorrerá naturalmente – independentemente
da coerção governamental por meio de instrumentos de controle da poluição
tradicionais – uma paulatina adesão empresarial para efeitos de incremento de
competitividade, até que todas as empresas completem a transição em direção
à sustentabilidade.
Há um elevado nível de otimismo perante as expectativas do
Sistema de Gestão Ambiental – SGA que vem sendo representado pela ISO
14000, considerando que, apesar do caráter voluntário, virtualmente, todas as
corporações empresariais de qualquer porte serão envolvidas nesse processo,
simplesmente por se considerar a tecnologia limpa como a vantagem
competitiva no cenário comercial contemporâneo.
Neste contexto, é definido que o Sistema de Gestão Ambiental um
instrumento organizacional que possibilita às instituições alocação de recursos,
definição e responsabilidades; bem como também a avaliação contínua de
práticas, procedimentos e processos, buscando a melhoria permanente do seu
desempenho ambiental. A gestão ambiental integra o sistema de gestão global
de uma organização, que inclui, entre outros, estrutura organizacional,
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos,
25
processos e recursos para implementar e manter uma política ambiental
(Figura nº 1, Anexo 1 p.40).
Vários autores (ex.: Reis, 1995) afirmam que o componente
ambiental chegou para ficar e que a empresa moderna, indistintamente de seu
porte, estrutura ou setor, tem de adaptar-se aplicando os princípios de
gerenciamento ambiental para não perder espaço na competitividade
empresarial. Caso contrário, a saída do mercado ou a própria falência parece
ser o destino mais provável para quem ficar de fora do processo. Uma nota
divulgada no periódico SENAC e Educação Ambiental (Senac, 1996, p.31)
afirma que: “de acordo com o Comitê Técnico 207, a certificação ambiental terá
um caráter voluntário, mas, sem dúvida alguma, todas as empresas deverão
procurar responder às exigências do sistema de qualidade ambiental, já que
elas serão determinantes na competitividade dos produtos e serviços nacionais
no mercado mundial.”
Dessa forma, como exposto anteriormente pode-se nortear como
consequência uma nova possibilidade sedutora à ISO 14000, transformando-se
no elemento de vantagem competitiva atual, levando ao mercado uma corrida à
sua implementação.
26
3.1 Gestão Ambiental Empresarial
O crescente protagonismo das questões ambientais tem despontado
fortes alterações na forma como os agentes socioeconômicos encaram as suas
estratégias de desenvolvimentos, desencadeando, uma modificação das
prioridades estabelecidas no âmbito dos seus processos internos de gestão, o
que resulta na introdução significativa da temática ambiental neste contexto
(Ferrão, 1998, p.68).
A proteção do ambiente assume, portanto uma progressiva
importância, especialmente quando se interioriza a noção de que o mundo está
cada vez mais industrializado e a qualidade de vida se encontra
intrinsecamente ligada à qualidade ambiental. Assim, a sensibilização para as
questões ambientais tem origens muito diversas, nomeadamente pelo fato de,
a par de uma maior consciência ecológica, reforçada pelas crescentes
necessidades da sociedade e do mercado, coexistirem imperativos da
legislação vigente, do crescimento generalizado das preocupações das partes
interessadas nas questões de foro ambiental, na possibilidade de ganhos
produtivos associados à poupança de matérias-primas e energia, nas
vantagens inerentes a uma imagem de um bom desempenho ambiental e
mesmo do eventual acesso aos sistemas de apoio financeiro (Santos e Videira,
2002, p.11).
Com a crescente divulgação destes conceitos, as organizações
tornam-se cada vez mais conscientes do impacto ambiental causado pelas
suas atividades, deparando-se com a necessidade crescente de integrar os
aspectos ambientais na gestão global de toda a sua organização, surgindo,
assim, o conceito de gestão ambiental.
Cabe ressaltar que a sistematização do estado da arte conduz à
identificação de aproximadamente uma dezena de definições conceituais para
gestão ambiental, como exposto na tabela 1 (Anexo 2, p.41), com destaque
para os pressupostos essenciais apresentados em cada um desses conceitos.
Tais definições não apresentam diferenças significativas entre si, portanto não
suscitam contradições conceituais (Jabour, Santos e Nagano, 2009, p.3).
27
Dessa forma, pautando-se nos principais pressupostos de cada
definição, considera-se gestão ambiental empresarial como o conjunto
consistente de adaptações ou ações isoladas, levado a cabo no contexto
organizacional, que altera estrutura, responsabilidades, diretrizes, práticas
administrativas e aspectos operacionais, para fazer frente à complexidade
inerente à inserção da variável ambiental, atingindo expectativas e metas
previamente estabelecidas, por meio da mitigação dos efeitos negativos
gerados pelas atividades empresariais – principalmente em termos de
desenvolvimento de produto e de processos.
O avanço do conhecimento teórico-empírico em gestão ambiental
desenvolve-se com enfoque predominantemente evolutivo da inclusão das
questões ambientais no contexto empresarial (Anexo II, tabela 2, p.42).
No processo de Gestão Ambiental adota-se programas de EA, sendo
assim, frequentemente, educadores de órgãos ambientais e das chamadas
organizações não-governamentais, são procurados para formularem,
orientarem ou desenvolverem programas a partir de várias temáticas (Quintas,
2000).
Esses trabalhos estão relacionados com vários temas, por exemplo:
lixo, recursos hídricos, licenciamento ambiental e muitos outros. Além da
variedade de temas é comum também se encontrar uma grande variedade de
abordagens. O modo como um determinado tema é abordado em projeto de
Educação Ambiental, define tanto a concepção pedagógica quanto o
entendimento sobre a questão ambiental assumidos na proposta.
A questão do lixo, por exemplo, pode ser trabalhada em programas
de Educação Ambiental, desde a perspectiva do Lixo que não é lixo, em que o
eixo central de abordagem está na contestação do consumismo e do
desperdício, com ênfase na ação individual por meio dos três R (reduzir,
reutilizar e reciclar), até aquela que toma esta problemática como
consequência de um determinado tipo de relação sociedade – natureza,
histórica e socialmente construída, analisa desde as causas da sua existência
até a destinação final do resíduo e, ainda, busca a construção coletiva de
modos de compreendê-la e superá-la (a problemática).
28
Para quem se identifica com a primeira perspectiva, está implícita a
ideia de que a prevenção e a solução dos problemas ambientais dependeriam,
basicamente, de “cada um fazer sua parte”. Assim, se cada pessoa passasse a
consumir apenas o necessário (aquelas que podem), a reaproveitar ao máximo
os produtos utilizados e a transformar os rejeitos em coisas úteis, em princípio
estariam economizando recursos naturais e energia e, desta forma,
minimizando a ocorrência de impactos ambientais negativos (Quintas, 2000).
Os detentores desta conduta também tenderiam a consumir produtos
ecologicamente corretos e, assim, estimulariam as empresas a adotarem
práticas sustentáveis em seus processos produtivos. Neste quadro, à
Educação Ambiental caberia, principalmente, promover a mudança de
comportamento do sujeito em sua relação cotidiana e individualizada com o
meio ambiente e com os recursos naturais, objetivando a formação de hábitos
ambientalmente responsáveis no meio social.
Esta abordagem evidencia uma leitura acrítica e ingênua da
problemática ambiental e aponta para uma prática pedagógica prescritiva e
reprodutiva. Assim, a transformação da sociedade seria o resultado da
transformação individual dos seus integrantes. E a sustentabilidade seria
atingida quando todos adotassem práticas sustentáveis, cotidianamente, na
sua esfera de ação.
Na outra perspectiva, assume-se que o fato de “cada um fazer sua
parte”, por si só, não garante, necessariamente, a prevenção e a superação
dos problemas ambientais.
Numa sociedade massificada e complexa, assumir no dia-a-dia
condutas coerentes com as práticas de proteção ambiental pode estar além
das possibilidades da grande maioria das pessoas. Muitas vezes o indivíduo é
obrigado, por circunstâncias que estão fora do seu controle, a consumir
produtos que usam embalagens descartáveis em lugar das retornáveis; a
alimentar-se com frutas e verduras cultivadas com agrotóxicos; a utilizar o
transporte individual em vez do coletivo, apesar dos engarrafamentos; a
cumprir escala de rodízio de veículos; a trabalhar em indústrias poluentes; a
aceitar a existência de lixões no seu bairro; a desenvolver atividades com alto
29
custo energético; a morar ao lado de indústrias poluentes; a adquirir bens com
obsolescência programada, ou seja, a conviver ou a praticar atos que repudia
pessoalmente, cujas razões na maioria dos casos são ignorados.
De acordo com esta visão, as decisões envolvendo aspectos
econômicos, políticos, sociais e culturais são as que condicionam a existência
ou inexistência de agressões ao meio ambiente.
Nesta concepção, o esforço da Educação Ambiental deveria ser
direcionado para a compreensão e busca de superação das causas estruturais
dos problemas ambientais por meio da ação coletiva e organizada. Segundo
esta percepção, a leitura da problemática ambiental se realiza sob a ótica da
complexidade do meio social e o processo educativo deve pautar-se por uma
postura dialógica, problematizadora e comprometida com transformações
estruturais da sociedade, de cunho emancipatório (Quintas, 2000, p.46).
Segundo o autor supracitado, acredita-se que, ao participar do
processo coletivo de transformação da sociedade, a pessoa, também, estará
se transformando. Nesta perspectiva a sustentabilidade decorreria de um
processo de construção coletiva de “um outro mundo” que seja socialmente
justo, democrático e ambientalmente seguro.
Nesta perspectiva, a prática de uma Educação Ambiental
emancipatória e transformadora (Quintas e Gualda 1995, p.18) comprometida
com a construção de um futuro sustentável, deve se fundamentar nos
seguintes pressupostos:
1. O meio ambiente ecologicamente equilibrado é:
• direito de todos;
• bem de uso comum;
• essencial à sadia qualidade de vida;
2. Preservar e defender o meio ambiente ecologicamente
equilibrado para presentes e futuras gerações é dever:
• do poder público;
• da coletividade.
30
3. Preservar e defender o meio ambiente ecologicamente
equilibrado antes de ser um dever é um compromisso ético com
as presentes e futuras gerações.
4. No caso do Brasil, o compromisso ético de preservar e
defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as
presentes e futuras gerações implica:
• construir um estilo de desenvolvimento socialmente justo e
ambientalmente seguro, num contexto de dependência
econômica e exclusão social;
• praticar uma Gestão Ambiental democrática, fundada no
princípio de que todas as espécies têm direito a viver no
planeta, enfrentando os desafios de um contexto de
privilégios para poucos e obrigações para muitos.
5. A gestão ambiental é um processo de mediação de
interesses e conflitos entre atores sociais que disputam acesso e
uso dos recursos ambientais.
6. A gestão ambiental não é neutra. O Estado, ao assumir
determinada postura diante de um problema ambiental, está de
fato definindo quem ficará, na sociedade e no país, com os
custos, e quem ficará com os benefícios advindos da ação
antrópica sobre o meio, seja ele físico-natural ou construído.
7. Ao praticar a gestão ambiental, o Estado distribui custos e
benefícios de modo assimétrico na sociedade. (no tempo e no
espaço).
8. A sociedade não é o lugar da harmonia, mas, sobretudo, de
conflitos e dos confrontos que ocorrem em suas diferentes
esferas (da política, da economia, das relações sociais, dos
valores etc.).
9. Apesar de sermos todos seres humanos, quando se trata
de transformar, decidir ou influenciar sobre a transformação do
meio ambiente, há na sociedade uns que podem mais do que
outros.
31
10. O modo de perceber determinado problema ambiental, ou
mesmo a aceitação de sua existência, não é meramente uma
questão cognitiva, mas é mediado por interesses econômicos,
políticos, posição ideológica e ocorre em determinado contexto
social, político, espacial e temporal.
11. A Educação no Processo de Gestão Ambiental deve
proporcionar condições para produção e aquisição de
conhecimentos e habilidades, e o desenvolvimento de atitudes
visando à participação individual e coletiva:
• na gestão do uso dos recursos ambientais;
• na concepção e aplicação das decisões que afetam a
qualidade dos meios físico, natural e sociocultural.
12. Os sujeitos da ação educativa devem ser, prioritariamente,
segmentos sociais que são afetados e onerados, de forma direta,
pelo ato de gestão ambiental e dispõem de menos condições
para intervirem no processo decisório (Quintas, 2000, p.36).
13. O processo educativo deve ser estruturado no sentido de:
• superar a visão fragmentada da realidade através da
construção e reconstrução do conhecimento sobre ela,
num processo de ação e reflexão, de modo dialógico com
os sujeitos envolvidos;
• respeitar a pluralidade e diversidade cultural, fortalecer a
ação coletiva e organizada, articular os aportes de
diferentes saberes e fazeres e proporcionar a
compreensão da problemática ambiental em toda a sua
complexidade;
• possibilitar a ação em conjunto com a sociedade civil
organizada e sobretudo com os movimentos sociais, numa
visão de educação ambiental como processo instituíste de
novas relações dos seres humanos entre si deles com a
natureza; e
32
• proporcionar condições para o diálogo com as áreas
disciplinares e com os diferentes atores sociais envolvidos
com a gestão ambiental.
Portanto, está se propondo uma Educação Ambiental crítica,
transformadora e emancipatória. Critica na medida em que discute e explicita
as contradições do atual modelo de civilização, da relação sociedade-natureza
e das relações sociais que ele institui. Transformadora, porque ao pôr em
discussão o caráter do processo civilizatório em curso, acredita na capacidade
da humanidade construir um outro futuro a partir da construção de um outro
presente e, assim, instituindo novas relações dos seres humanos entre si e
com a natureza (Layrargues, 2002, p.89).
É também emancipatória, por tomar a liberdade como valor
fundamental e buscar a produção da autonomia dos grupos subalternos,
oprimidos e excluídos.
33
3.2 Sistema de Gestão Ambiental – SGA:
O processo de globalização das relações econômicas impulsionou o
comprometimento das empresas com a questão ambiental, atingindo
principalmente aquelas inseridas no mercado internacional: empresas
transnacionais e empresas exportadoras. As empresas transnacionais, por
determinação de seus acionistas, vêm adotando os padrões ambientais
definidos em seus países de origem, onde os padrões e normas legais são
mais rigorosos (Andreoli, 2009, p.18).
As empresas exportadoras enfrentam um novo protecionismo: a
discriminação de produtos e serviços que não comprovem a estrita
observância das normas ambientais (grifo nosso). Essas empresas estão
influenciando o entorno das negociações, por exemplo, fornecedores, partindo
desta premissa; começam a explorar o diferencial ambiental também no
mercado interno, o que está impulsionando a adoção do Sistema de Gestão
Ambiental – SGA.
Este sistema vem ao encontro da necessidade das empresas em
adotarem práticas gerenciais adequadas às exigências do mercado,
universalizando os princípios e procedimentos que expressão a qualidade
ambiental.
Dadas as similaridades dos sistemas de gestão da qualidade e
ambiental, muitas empresas que implementaram programas de qualidade
também estão na vanguarda da certificação ambiental.
Os procedimentos de gestão ambiental foram padronizados em nível
mundial, com objetivo de definir critérios e exigências semelhantes. A garantia
de que a empresa atende a esses critérios é a certificação ambiental, segundo
as normas ISO 14.000. Essas normas foram definidas pela International
Organization for Standardization (ISO), fundada em1947, com sede em
Genebra, na Suíça. Trata-se de uma organização não governamental que
congrega mais de 100 países, representando 95%da produção industrial do
mundo. O objetivo principal da ISO é criar normas internacionais de
padronização que representem e traduzam o consenso dos diferentes países.
34
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) representa a ISO no
Brasil.
Dentre as diversas áreas de atuação da ISO estão às normas de
certificação ambiental, como segue (Andreoli, 2009, p.19):
• ISO 14.001 - define os requisitos para certificação ambiental;
• ISO 14.004 - é uma norma orientativa, que exemplifica e
detalha as informações necessárias à implementação de um
SGA;
• ISO 14.010, 14.011 e 14.012- referem-se ao processo de
auditoria ambiental;
• ISO 14.032 - define a integração entra as normas de
qualidade e de meio ambiente.
A implementação de um SGA constitui uma ferramenta para que o
empresário identifique oportunidades de melhorias que reduzam os impactos
das atividades de sua empresa sobre o meio ambiente, orientando de forma
otimizada os investimentos para implementação de uma política ambiental
eficaz, capaz de gerar novas receitas e oportunidades de negócio.
As principais vantagens do SGAs são:
• a minimização de custos de riscos; e
• a melhoria organizacional e a criação de um diferencial
competitivo.
Os custos são reduzidos pela eliminação de desperdícios,
racionalização de recursos humanos, físicos e financeiros e pela conquista da
conformidade ambiental ao menor custo. A implementação do SGA possibilita
também a precisa identificação dos passivos ambientais e fornece subsídios ao
seu gerenciamento. Esses procedimentos promovem a segurança legal, a
minimização de acidentes, passivos e riscos através de uma gestão ambiental
sistematizada que permite a sua integração à gestão dos negócios. Essa
atitude melhora a imagem da empresa, aumenta a produtividade, promove
novos mercados e ainda melhora o relacionamento com fornecedores, clientes
e comunidade.
35
O SGA representa um ciclo contínuo de planejamento,
implementação revisão e melhoria das ações da organização para que possam
ser cumpridas as obrigações ambientais.
Para melhorar o desempenho ambiental, a organização tem que
avaliar não apenas quais são as ocorrências que podem prejudicar o
desempenho ambiental, mas também por que elas ocorrem e implementar
medidas para corrigir os problemas observados e para evitar que ocorram
novamente (Andreoli, 2009, p.21).
A maioria dos modelos de gerenciamento baseia-se no princípio de
melhoria contínua, no conhecido ciclo da qualidade ou PDCA: planejar, fazer,
checar e agir, conforme mostra a Figura 2 (Anexo I, p. 40).
Os principais estágios do SGA definidos pela NBR ISO 14.001 são:
• Comprometimento e política - a administração estabelece a
política ambiental da empresa, que deve ser apropriada à
natureza e escala dos impactos; comprometer-se com a
melhoria contínua e com o atendimento à legislação; garantir
o monitoramento e a comunicação com empregados e
fornecedores e que esteja disponível ao público;
• Planejamento - a empresa define as atividades necessárias
para a adequação ambiental através da identificação dos
aspectos e impactos ambientais em relação aos requisitos
legais; estabelece os objetivos; avalia alternativas; define as
metas e elabora os Programas de Gestão Ambiental (PGA),
que são necessários para o alcance dos objetivos e metas
ambientais que visam apoiar o cumprimento;
• Implementação - a empresa inicia o desenvolvimento do
plano de ação, estabelecendo responsabilidades,
procedimentos operacionais; desenvolvendo treinamentos;
comunicação documentação, controles operacionais e um
plano de emergência.
• Avaliação - a empresa avalia através do monitoramento e
medição dos indicadores ambientais que evidenciem se as
36
metas estão sendo alcançadas. Deve ainda ser estabelecido
um procedimento para registros das não-conformidades e das
respectivas ações corretivas e preventivas. Todo esse
processo deve ser avaliado através de um programa de
auditorias capaz de identificar se o SGA encontra-se em
conformidade com o planejado para propor as readequações
necessárias e melhorias necessárias e para informar a
administração (Andreoli, 2009, p. 23);
• Revisão - a alta administração da empresa deve analisar
criticamente o SGA, definindo as modificações necessárias à
sua otimização e efetividade verificando se as metas
ambientais propostas estão sendo alcançadas e se os PGAs
estão sendo efetivamente implementados. O estágio de
revisão conclui o ciclo de melhoria contínua.
O SGA deve ser dinâmico, permitindo a rápida adaptação às
mudanças nos negócios ambientais. Desta forma o SGA tem que ser flexível e
simples. Isto auxilia o SGA a ser compreendido e incorporado pelas pessoas
que trabalham na implementação.
Em algumas organizações a implementação do SGA pode sofrer
resistência por parte de algumas pessoas, por considerarem que ele
representa burocracia, custos e aumento na jornada de trabalho.
Podem ocorrer resistências devido às mudanças e às novas
responsabilidades. Para conseguir vencer esses obstáculos, é preciso ter
certeza de que todos entendem por que a organização necessita do SGA
efetivo e como ele pode ajudar no controle dos impactos ambientais e
consequentemente dos custos.
Manter as pessoas envolvidas no projeto e implementação do SGA
demonstra o comprometimento da organização com o meio ambiente e ajuda a
verificar que é realista, prático e que agrega valor. Implementando ou
melhorando o SGA, a organização vai entender como gerenciar os
compromissos ambientais e como encontrar melhores soluções.
37
Para avaliar a adequação do SGA, a organização deve realizar um
programa de auditorias ambientais, que podem ser:
• Auditoria interna ou de primeira parte, que é realizada pela
própria organização para auto-avaliação do SGA;
• Auditoria externa ou de segunda parte, realizada por um
cliente em seus fornecedores; e
• Auditoria de terceira parte, realizada por terceiros por força
legal ou para a obtenção de certificação.
Nos processos de auditorias são avaliadas as não conformidades,
que são caracterizadas pelo não atendimento a um requisito específico da
norma (Andreoli, 2009, p. 26).
As não conformidades são geralmente classificadas em dois grupos:
1) Não conformidade maior ou sistêmica, que apresenta um
nível de abrangência e importância significativa; e
2) Não conformidade menor ou pontual, que apresenta um nível
de abrangência pontual e de pequena importância.
Sempre que for detectada uma não conformidade È necessária a
implementação de uma ação corretiva, que tem por objetivo eliminar a causa
da não conformidade, para evitar sua repetição.
Para que uma organização obtenha o certificado ISO 14.000, é
necessário que esta seja submetida a um processo de auditoria de uma
certificadora.
As certificadoras são empresas que realizam as auditorias de
terceira parte, tais como: ABS, BSI, Loyds Register, BVQI, Fundação Vanzolini,
DNV, SGA etc.
Essas empresas devem ter sido reconhecidas e credenciadas pela
ISO, através das acreditadoras, que têm a função de acreditar as
certificadoras. No Brasil o INMETRO é cadastrado pela ISO para desempenhar
esse papel.
O Processo de certificação somente pode ser solicitado após um
ciclo PDCA e segue os seguintes passos:
38
1. Contratação de certificadora;
2. Pré-auditoria (sem validade de certificação);
3. Auditoria de certificação;
4. Emissão de certificado (validade 3 anos);
5. Auditorias de monitoramento (semestrais ou anuais);
6. Resultados possíveis: apto, não apto ou apto com ações
corretivas.
Os resultados possíveis de uma auditoria de certificação podem ser:
• Recomendada para a Certificação, quando não existem não
conformidades;
• Recomendada para a Certificação, após Verificação e Ações
Corretivas, quando existem uma ou mais não-conformidades
que devem ser verificadas e corrigidas. Neste caso não ser
realizada nova auditoria completa;
• Recomendada para nova Avaliação do SGA, quando forem
observadas várias não-conformidades que indicam falhas no
SGA implementado. Neste caso, necessária nova auditoria
completa.
39
CONCLUSÃO
O processo educativo deve ser estruturado no sentido de: superar a
visão fragmentada da realidade através da construção e reconstrução do
conhecimento sobre ela, num processo de ação e reflexão, de modo dialógico
com os sujeitos envolvidos; respeitar a pluralidade e diversidade cultural,
fortalecer a ação coletiva e organizada, articular os aportes de diferentes
saberes e fazeres e proporcionar a compreensão da problemática ambiental
em toda a sua complexidade; e proporcionar condições para o diálogo com as
áreas disciplinares e com os diferentes atores sociais envolvidos com a gestão
ambiental.
Deve-se ter em mente que a NBR ISO 14000 é um instrumento para
se alcançar a Gestão Ambiental e não a solução da problemática ambiental, a
norma traz um diferencial econômico dos ditos produtores conscientes e dos
não conscientes, o que tem feito o mercado diferenciar a sua aceitação a um
determinado produto, essa tem sido uma grande crítica dos ambientalistas.
Dessa forma a certificação ambiental, interpretada pelos defensores
do meio ambiente, simplesmente vem legitimar o mesmo modus operandi da
produção industrial, apenas revestido de uma nova roupagem sem um
mudança paradigmática em direção à sustentabilidade.
O principal fator que deve orientar uma ação ambiental responsável
por parte dos empreendedores é a responsabilidade ética de alterar o quadro
de degradação ambiental que pode incidir as suas atividades. Uma forma de
contornar essa situação é a adoção de instrumentos de gestão ambiental,
como o Sistema de Gestão Ambiental; demonstrando não só a viabilidade
econômica, mas transformar o risco ambiental em oportunidades de redução
de custos, proteção das bases de sustentabilidade do negócio, proteção da
imagem corporativa, o que resulta na diminuição de perdas e valorização dos
recursos de todos os envolvidos dentro e fora da empresa, dentro de uma
concepção de sustentabilidade apoiada pela educação ambiental.
Para finalizar, cabe ressaltar que a certificação, dentro de uma
preocupação legítima como o meio em que se vive e a preocupação em
preservá-lo, não é o foco principal de um Sistema de Gestão Ambiental.
40
Comportamentos assim poderiam acarretar de uma não mudança de
comportamento, de não desenvolver uma cultura de respeito pelo o meio
ambiente, de não agregar valores aos indivíduos e à organização, esse tipo de
abordagem, com muita frequência tem efeito contrário de na melhor das
hipóteses, apenas arrumar a casa.
41
ANEXOS
Anexos I: Figuras
Figura nº 1: Apresentação da unidade do SGA. Fonte: www.botanic.com.br/portal/index, 2011.
42
Figura nº 2: Ciclo do PDCA. Fonte: http://ultraconcurseiros.blogspot.com/2011/01/ciclo-pdca.html, 2011.
43
Anexos II: Tabelas
Tabela 1: Conceituações sobre Gestão Ambiental.
Fonte: Jabour, Sntos e Nagano, 2009, p. 3.
44
Tabela 2: Paradigmas da Gestão Ambiental.
Fonte: Polizelli, Petroni e Kruglianskas, 2005, p.316.
45
Continuação da tabela 2.
Fonte: Polizelli, Petroni e Kruglianskas, 2005., p.317
46
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www.botanic.com.br/portal/index, p.1-1, acessado em 05 de outubro de 2011.
51
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I: Breve historicidade da Educação Ambiental 11
1.1 As principais conferências 13
1.2 Princípios da Educação Ambiental 17
1.3 Objetivos da Educação Ambiental 18
CAPÍTULO II: A Inserção da Educação Ambiental no Brasil 19
2.1 A Educação Ambiental no Brasil 21
CAPÍTULO III: A Educação Ambiental na Atualidade 24
3.1 Gestão Ambiental Empresarial 26
3.2 Sistema de Gestão Ambiental – SGA 33
CONCLUSÃO 39
ANEXOS 41
Anexo I: Figuras 41
Figura nº 1: Apresentação da unidade do SGA 42
Figura nº 2: Ciclo do PDCA 43
52
Anexo II: Tabelas 43 Tabela 1: Conceituações sobre Gestão Ambiental 43
Tabela 2: Paradigmas da Gestão Ambiental 44
BIBLIOGRAFIA 46
WEBGRAFIA 50