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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO COMO MEDIADOR DO AUTO- CONHECIMENTO PARA FORMAÇÃO DA COMPETENCIA EMOCIONAL NO TRABALHO Conceição Cristina da Cruz Alves Orientador Profª Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO COMO MEDIADOR DO AUTO-

CONHECIMENTO PARA FORMAÇÃO DA COMPETENCIA EMOCIONAL NO TRABALHO

Conceição Cristina da Cruz Alves

Orientador Profª Fabiane Muniz

Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO COMO MEDIADOR DO AUTO-CONHECIMENTO PARA FORMAÇÃO DA COMPETENCIA

EMOCIONAL NO TRABALHO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre

– Universidade Candido Mendes como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em

Psicopedagogia.

Por: Conceição Cristina da Cruz Alves.

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AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento não será generalizado,

quero aqui expressar minha gratidão a minha

fiel professora Magda Anachoreta Alves.

Quero direcionar meu agradecimento a você

que precisa, em minha opinião, ter o nome aqui

registrado como forma de excelência pelos

trabalhos realizados para comigo ao longo da

minha formação acadêmica.

Obrigada.

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DEDICATÓRIA

Primeiramente dedico a Deus toda a minha

vida, o meu ser e o meu existir;

Ao meu marido Sandro Araújo, a você dedico

todo o meu amor, sou grata pela grande

mulher que sou hoje e pelos extensos

momentos de felicidade;

A minha mãe Luiza Helena dedico a minha

“gula”, pelo trabalho,

A minha avó Lehyda Soares, todo o glamour

dos meus pensamentos;

Aos meus também pais, Francisco Luiz e Liana,

dedico todos os meus méritos;

Ao meu irmão, Franklin Luiz; o meu desejo de

seguir em frente

A minha irmã, Flávia Kelly; as minhas boas

notas,

Saibam que vocês são o alicerce do meu

castelo profissional e pessoal.

Sou “rica”, porque vocês são os meus tesouros.

Amo vocês!!!

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RESUMO

O presente trabalho monográfico, cujo título é “O papel do Psicopedagogo como

Mediador do auto-conhecimento para formação da competência emocional no

trabalho”, teve como eixo problematizador: em que medida o auto-conhecimento do

individuo pode vir a ser um facilitador na formação da sua competência emocional no

ambiente de trabalho? Constitui-se, então, objetivos específicos entre eles:

Caracterizar a competência emocional no ambiente de trabalho segundo o

desenvolvimento do auto-conhecimento do individuo numa visão psicopedagogica.

Buscou-se refletir sobre a importância do auto-conhecimento na instituição

empresarial para formação de uma competência emocional competitiva.

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METODOLOGIA

Este trabalho tem como delineamento a pesquisa do tipo qualitativa de caráter

bibliográfico desenvolvida a partir de conteúdo já elaborado em livros, textos,

revistas, sites e apostilas, com o objetivo de fornecer base teórica para o tema e

aprofundar as idéias sobre o objeto de estudo. Teve-se como marco teórico

referencial Chiavenato, Freud, Paulo Freire, Vygotsky, entre outros. Trata-se de uma

pesquisa do tipo qualitativa, de caráter bibliográfico.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – O Psicopedagogo nas Etapas do Desenvolvimento do Auto-Conhecimento

13

CAPÍTULO II – O Processo de Formação da Competência Emocional na Visão

Psicopedagogica

21

CAPÍTULO III – O Acompanhamento Psicopedagogico: Auto-Conhecimento e o

Interjogo com o RH

26

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA 35

FOLHA DE AVALIAÇÃO 37

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INTRODUÇÃO

É inevitável observar que, discutir sobre auto-conhecimento como

elemento de significação para competência emocional no ambiente de trabalho é

uma tarefa delicada. O tema é um tanto quanto questionador.

Para ultrapassar as margens da frustração o individuo precisa se permitir

errar primeiro para depois chegar a ponto de fazer o correto.

O Psicopedagogo é um profissional que atua em diversos campos

como, também nas empresas. A Psicopedagogia analisa e assinala os fatores

que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem seja

educacional ou em uma empresa. Propõe e ajuda o desenvolvimento dos

projetos favoráveis a mudanças e identificando os que apresentam

dificuldades.

A aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou

grupos humanos, que mediante a incorporação de informações e o

desenvolvimento de experiências, promovem modificações estáveis na

personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no manejo instrumental

da realidade.

Para tanto precisa estar com sua competência emocional bem

desenvolvida. Uma consideração importante é que: a competência emocional é uma

capacidade adquirida no potencial do individuo na aprendizagem das suas

habilidades praticas.

Atualmente precisamos clarificar em nossos pensamentos que o auto-

conhecimento esta ligado a resolução dos nossos próprios problemas para nossos

próprios propósitos, questionando, pensando e testando, até que a solução seja uma

nova parte de nossa vida.

A forma como o individuo se vê é vital para o seu equilíbrio psicológico. A

preocupação com o auto-conhecimento contribui para a construção de uma eficácia

pelo pessoal emocional dele.

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A escuta no trabalho Psicopedagogico é fundamental para que se possa

conhecer como e o que o sujeito aprende ou desenvolve sua função, e como diz

Nádia Bossa, “perceber o interjogo entre o desejo de conhecer e o de ignorar”.

O Psicopedagogo também deve estar preparado para lidar com possíveis

reações frente a algumas tarefas, tais como: resistências, bloqueios, sentimentos,

lapsos etc. E não parar de buscar, de conhecer, de estudar, para compreender de

forma mais completa.

A Psicopedagogia é uma área do conhecimento que busca encontrar a

resposta para essa questão por meio do método científico. Ao longo dos anos, a

observação sistemática do comportamento dos indivíduos tem demonstrado que as

pessoas conhecem pouco a respeito do seu próprio comportamento. As pessoas

acreditam que pelo fato de ter acesso privativo aos seus próprios pensamentos e

sentimentos, também possuiriam um conhecimento profundo dos porquês do seu

comportamento. Contudo, esse tipo de conclusão tem recebido pouco suporte dos

dados obtidos psicológicamente e nas observações cotidianas.

O Psicopedagogo tem mostrado que o quanto uma pessoa conhece a

respeito de si mesma é, em grande medida, fruto da interação com as demais

pessoas. Descobrimos que somos bonitos ou feios, simpáticos ou tímidos,

inteligentes, brilhantes ou não, pelo que as demais pessoas dizem a respeito do

nosso comportamento. É nesse reconhecimento pelo outro, é no questionar e pelo

olhar do outro que começamos a nos conhecer.

Entre outras questões se tentou compreender a importância do

Psicopedagogo no desenvolvimento do trabalho nas organizações.

Para atender a este objetivo criou-se objetos específicos.

• Conceituar auto-conhecimento na visão psicopedagogica.

• Caracterizar a competência emocional

Data a amplitude do tema delimitou-se a investigação respondendo as

seguintes questões de estudo.

• Quais as características do auto-conhecimento?

• Qual a visão Psicopedagogica para a competência emocional?

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• Qual a visão Psicopedagogica para com o futuro dos funcionários de uma

instituição?

Após um determinado período de convivência com o meio social o

individuo passa a ser sujeito da sua própria educação contemplando a capacidade da

sua auto-reflexão. Para compreensão dos seus objetivos, sentimentos e valores

através da analise da sua realidade.

É fundamental se abrir espaço para se compreender melhor as pessoas e

como são avaliadas pelo pessoal responsável de RH.

O interesse pelo auto-conhecimento surgiu quando na avaliação de um

processo seletivo para uma determinada cargo em minha empresa percebi que em

muitos candidatos faltava o auto conhecimento nas dinâmicas efetuadas com isso a

competência emocional ficava comprometida.

Nas reflexões e discurssões sobre o avanço do mercado e as exigências

para com o individuo podemos perceber que as dificuldades que afetam a empresa

são acúmulos de pequenos erros dos empregados que devido a falta de visão se

torna um grande problema que aparece tardiamente e muitas vezes falindo a

empresa.

De um lado, a auto-estima oscila de acordo com as situações e

principalmente em como nos sentimos em relação a cada um delas. De outro, temos

o autoconhecimento que faz com que alguns profissionais sejam mais seguros de si,

mais estáveis emocionalmente enquanto outros se perdem, se desesperam quando

algo acontece e o diferencial que faz com que cada um consiga ter controle sob suas

emoções em qualquer ambiente.

Por isso, o autoconhecimento é fundamental para desenvolver o amor por

si mesma e fortalecer a auto-estima. O importante também é desenvolver a

capacidade e ter a consciência de saber que o que faz é o reflexo de quem você é.

Ao reconhecer seus pontos negativos, poderá mudar um por um. E o profissional

reconhecendo seus pontos positivos se sentirá mais confiante em sua capacidade de

conseguir o que quer que deseje, independente das críticas ou opiniões que terão.

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Contudo, veremos que o conhecimento de si distingue-se do

conhecimento de outras coisas. Pode-se dizer que o autoconhecimento é fruto da

introspecção. O sujeito tem acesso privilegiado aos próprios pensamentos, isto é,

conhece os próprios pensamentos de uma maneira que os outros usualmente não

conhecem. A constante busca só se resolve momentaneamente em algumas

situações; contudo, para que o equilíbrio perdure deve-se fazer uma renovação de

conceitos, buscar quem somos, qual nossa potencialidade. Toda vez que somos

afrontados pelas pessoas ou situações da vida, com perdas e complicações, o nosso

medo aflora e perdemos o contato com a realidade.

O único caminho capaz de atingir o autoconhecimento é a profunda

reflexão das experiências obtidas na vida, pois podemos analisar nosso

comportamento e compreender nossas ações. Agindo dessa forma, tendemos a

evitar a repetição de erros, tais como, sempre brigarmos pela mesma coisa, termos

o mesmo desfecho em todos os relacionamentos ou no trabalho. Somente parando,

refletindo e analisando a nós mesmos é que poderemos encontrar. A saída será

sempre uma só: reconhecer as falhas, erros, potencialidades, qualidades; assim,

sabendo quais são os limites (bons e maus) é que poderemos iniciar o processo de

autoconhecimento. Por exemplo, se sou orgulhoso, tenho que desenvolver a

humildade; se sou egoísta, tenho que ser mais generoso; se sou reflexivo, tenho que

ser mais expansivo; se sou sonhador tenho que ser mais prático; se fui traído tenho

que aprender a perdoar; se sofro necessito buscar a harmonia.

De acordo com Carneiro (1994, p.21) o mundo muda, com isso mudam os

paradigmas. E quando aprendemos todas as respostas mudam as perguntas.

Precisamos sempre reposicionar o papel da empresa e portanto suas abordagens de

suas estruturas.

Mediante isso o individuo com uma capacidade de auto-conhecimento

conduz ao desenvolvimento da consciência critica permitindo a reorganização das

suas experiências pessoais segundo Paulo Freire (1996, p.52)

Vale ressaltar que numa visão Vygotskyana de relação, na qual o sujeito

constrói e reconstrói suas relações com a historia social e a si próprio que

enquadramos o referencial sócio-historico, o homem como ser social, histórico e

ativo.

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Elucidando este verbete Freire (Apud Caravele,2003, p.55) aponta que a

“... consciência critica permite a reorganização da experiência pessoal levando o

individuo a transformarem a sua própria realidade.”

Devido as mudanças ocorridas em todo momento sócio-historico nas

empresas e que se percebe a evolução e conseqüentemente as competências

gerenciais. Podendo compreender com mais precisão e êxito o que mudou, onde

mudou e se realmente mudou algumas coisas nestes últimos períodos ou esta

mudança esta só nos livros. No mundo onde a competitividade é o centro das

atenções a uma duvida que paira no ar. O que estamos querendo dos nossos

profissionais?

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CAPITULO I

O PSICOPEDAGOGO NAS ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO DO AUTO-CONHECIMENTO

Neste capitulo houve a necessidade de dividi-lo em duas partes, para que

houvesse melhor compreensão da caracterização e da etapa do auto-conhecimento.

Essa divisão se dará da seguinte forma: 1.1 – Definição do autoconhecimento

1.2 – Visão das pessoas sobre si.

1.1 - DEFINIÇÃO DO AUTOCONHECIMENTO

E notório a evolução do mundo a todo o momento. Não é diferente com

as pessoas no seu ambiente de trabalho. Da sua chegada ao local de trabalho a sua

saída, ocorrem notáveis mudanças no comportamento do individuo.

Vivemos em constante expectativa do futuro. O presente se torna espera,

ansiedade e sofrimento, transformando nossa essência em coisa morta. Quase

nunca conseguimos encarar o problema do desejo; ou é uma saudade corrosiva de

algo que perdemos, ou um desejo de segurança e retenção de algo que nos dá

prazer, mas ao mesmo tempo temos a sensação que irá cessar. Infelizmente

repetimos a todo tempo experiências negativas e desagradáveis, e nos tornamos

escravos de trabalhos mórbidos.

Na visão Psicopedagogica a busca pelo autoconhecimento ocorre por se

intuir que o mesmo poderá aplacar todas as conseqüências negativas do stress e

ansiedade.

Dificilmente o individuo consegue tirar proveito de sua intuição se não

conhecer como funciona sua mente. Sendo necessário que ele procure observar e

entender o que se passa dentro dele, depois compreender o que acontece ao seu

redor.

A ausência do conhecimento próprio muitas vezes é a base das

"doenças" sociais.

“A maioria das pessoas falam e fazem coisas sem consciência de como

isso pode estar atingindo a outros. Não por egocentrismo, mas porque vivemos num

mundo em que cada um tem que cuidar de si mesmo, nossa sociedade impõe essa

forma de sobrevivência”. (Bergamini, 1996)

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A escuta no trabalho de intervenção psicopedagogica é fundamental para

que se possa conhecer como e o que o sujeito aprende, e como diz Nádia Bossa,

“perceber o inter-relação entre o desejo de conhecer e o de ignorar”.

O psicopedagogo também deve estar preparado para lidar com possíveis reações

frente a algumas tarefas, tais como: resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos etc.

E não parar de buscar, de conhecer, de estudar, para compreender de forma mais

completa por não corresponderem às expectativas.

A definição do autoconhecimento para Skiner se da como uma ferramenta

individual com condições de se libertar dos controles impostos pela sociedade

tornando-se possível modificar o ambiente e trocar os controles coercitivos por

reforçamento positivos, atingindo melhor qualidade de vida.

Certamente, o controle coercitivo também promove autoconhecimento

mas tem seu lado negativo pelos produtos colaterais que o acompanham, como

comportamentos de fuga e esquiva que prejudicam o desenvolvimento de repertórios

no indivíduo (Berger, 1995, p. 14).

Na visão psicopedagogica o autoconhecimento, do ser humano pode

planejar sua vida. Não pode ser totalmente livre, mas pode manipular o ambiente,

trocando controles coercitivos por menos coercitivos. Esta mudança contribuiria para

um relacionamento interpessoal mais positivo.

Para Platão (1993, p.23) o conhecimento humano integral fica nitidamente

dividido, o homem está em contato permanente com dois graus de realidade: os

sensíveis (são todas as coisas que nos afetam os sentidos sabe que as coisas estão

assim, sem saber porque o estão) e os inteligíveis (que são realidades, mais

concretas, permanentes, imutáveis, iguais a si mesmas e o conhecimento das coisas

pelas causas.).

Segundo Freitas (1994, p.23) tudo no mundo é individual, contigente e

transitório, parte do princípio de que tudo é movimento, e que nada pode

permanecer estático o ser é a mudança, tudo está em constante movimento e é uma

ilusão a estaticidade não podemos entrar duas vezes no mesmo lugar com as

mesmas condições, porque, ao estarmos pela segunda vez, não serão os mesmos

climas o mesmo vento que estarão lá, partindo da concepção de que a propria

pessoa já será diferente. Da mesma forma entende-se que as celulas estão em

constante renovação, e isso é uma mudança.

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Os aspectos psicológicos de desenvolvimento não estão pré-

determinados, mas são adquiridos mediante a interação com o meio físico e social

que envolve o sujeito desde o seu nascimento

O conceito de desenvolvimento corresponde à formação progressiva das

funções humanas que decorre da menor capacidade para maior capacidade.

Por outra visão, percebe-se que as pessoas são diferentes em suas

peculiaridades psíquicas e físicas. Essa diversidade é uma característica humana.

De acordo com Vygotsky “[...] para que possa haver o autoconhecimento

é necessário que se produza uma série de aprendizagens” (1988, p.23). Isso ocorre

devido à função das estruturas psicológicas superiores do indivíduo se desenvolver

na interação com o outro ser, posto que a função maturacional do organismo (por

ser fisiológico) não tem condições de desempenhar essas funções, sozinha.

Skinner (1995,p.23) em outro momento relata que o conhecimento de si

está no campo da consciência como um comportamento encoberto e que não

apresentam natureza diferente dos eventos.

Compreendemos que ter consciência de si mesmo corresponde ao

comportamento de discriminar comportamentos próprios e variáveis que os

controlam. O autoconhecimento é autoconsciência, então, autoconhecimento é

autodiscriminação de comportamentos e estímulos a eles relacionados.

autoconhecimento é um comportamento verbal discriminativo; expressa um

conhecimento sobre o próprio comportamento (Skinner, 1993). Discriminação

corresponde a um processo de reforça mento diferencial, que torna uma dada

resposta mais provável diante de um estímulo específico (Catania, 1999; Skinner,

1993).

Ao conceituar a teoria de Skinner (1995, p.78), pode-se dizer que a

consciência corresponde a um comportamento verbal de autodescrição Trata-se da

capacidade de descrever ou relatar seus próprios comportamentos ou, mais

dificilmente, as variáveis que o controlam. Skinner (1995) afirma que a pessoa está

mais consciente quando está mais sensível ao controle do ambiente, ou seja,

aumenta sua capacidade de discriminar e assim descrever seus comportamentos.

O autoconhecimento se comporta como ferramenta auxiliar para mudança

de comportamento por meio do autocontrole, sendo uma condição necessária, mas

não suficiente, para a aquisição de autocontrole (Beckert & Rodrigues, 2002).

Ressalta-se que a probabilidade de modificação do meio é maior quando o

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autoconhecimento é mais elaborado, não sendo apenas a discriminação dos

próprios comportamentos, mas também a discriminação das condições nas quais faz

o que faz (Bergamine, 1996).

Piaget (apud CUNHA, 2000) fundamenta-se na concepção interacionista

que consiste “[...] em considerar que o conhecimento só é possível quando o sujeito

[...] e o objeto [...] relacionam-se” (p.74) . Neste caso, o sujeito precisa agir sobre o

objeto. Segundo ele, para que ocorra o conhecimento, o sujeito frete ao objeto, o

novo desequilibra-se. Para superar o desequilíbrio, que existe entre ele e o objeto,

ele precisa ir ao encontro deste objeto aprende-lo, conhece-los nas suas

particularidades assimilando-o. Na medida que houver a assimilação ou ele

incorporar o novo ele acrescenta o já sabido a esse objeto assimilado, acomodando-

o ao seu esquema mental. A partir desse movimento assimilação, adaptação ele

passará a seguir de uma forma equilibrada, adaptada à realidade. Com isso, ele

sofrerá mudanças internas, saindo assim, do estado atual de menor conhecimento,

passando para o de maior conhecimento, dominando o objeto.

Dizendo de outra maneira: a noção piagetiana sobre o processo de

conhecimento tem dois momentos: a) assimilação que “[...] é quando o sujeito age

sobre o objeto na tentativa de conhecê-lo por meio dos referenciais cognitivos que já

possui [...] ainda que esses sejam insuficientes para dominar toda a complexidade

do objeto” (Berger, 1995, p.76). Automaticamente, à medida em que o esquema

cognitivo do sujeito vai se alterando, na relação que mantém com o objeto, de forma

adaptativa, o individuo vai superando o desnível existente entre ele e objeto, e

processado no mundo interno do indivíduo a acomodação. (b) Neste estado, o

objeto de conhecimento entra em equilíbrio com as estruturas do conhecimento.

Para que o individuo tenha uma relação de equilíbrio próprio e pessoal e

preciso que aja a “[...] construção da identidade pessoal (personalidade) juntamente

com a capacidade de relacionar-se e comunicar-se com as outras pessoas” (Berger,

1995, p.43).

O processo de identidade das sujeito se da durante toda a evolução do

seu desenvolvimento. E fundamental entender que “[...] o eu e a personalidade não

são uma entidade que a sujeito tem incorporada ao nascer e que depois vai mostrar

na relação com as outras pessoas” (Berger, 1995, p.43).

Autoconhecimento é o conhecimento de si mesmo. Uma aplicação prática

bastante vazia em que o homem está bem distante de conhecer a si próprio, seja lá

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de que face ou ponto de visão. Em Suma é a aceitação e conhecimento dos próprios

sentimentos de caráter paradoxal, pois ao mesmo tempo em que se trata de uma

busca essencialmente individual, este conhecimento só será revelado nos

relacionamentos, na troca com as outras pessoas.

1.2 – VISÃO DAS PESSOAS SOBRE SI

Estamos tratando o autoconhecimento com a finalidade de uma busca de

natureza ética que busca a realização de algo que leva o individuo a ser o

conhecedor de si mesmo e consequentemente um ser humano melhor. Analisando

pelo controle coercivo aplicado pela sociedade através de valores e condutas.

Para aprender a controlar nossos comportamentos, desejos e ações,

temos que compreendê-los e analisá-los. Enquanto formos incapazes de exercer

algum controle sobre nossas emoções, seremos estranhos a nós mesmos,

incapazes de influir sobre o mundo que nos cerca porque não teremos contato com

nossa própria realidade interior. Evitamos entrar em contato com nossos

sentimentos mais profundos, até como forma de defesa, pois tememos nos

machucar.

Das leituras feitas até aqui e fazendo uma reflexão sobre o

autoconhecimento e seu processo de construção, considerou-se trazer o foco de

Piaget e Vygotsky e a maneira como esses teóricos elucidam o autor meio social na

construção da subjetividade. Assim com Piaget a transmissão social esta associada

“a aquisição pela do [sujeito] das representações coletivas de sua sociedade [...]

enquanto que a reconstrução é para ele uma função do engajamento na atividade

cognitiva” (Freitas, 1994, p.277). Isto significa dizer que Piaget assinala que o

desenvolvimento cognitivo é favorecido a medida em que a sujeito estabelece

relações com o meio sócio-cultural: as estruturas mentais são elas próprias produtos

sociais e culturais.

Em vários momentos a sociedades nos ensinou como sendo uma opção

segura o fato de não enxergarmos ou distorcermos a realidade. Aceitar o poder sem

crítica, a injustiça social ou qualquer meta estabelecida é um seguro contra a

angústia não apenas da incerteza, mas do preço dilacerante e solitário da

criatividade. Ser sempre foi muito mais do que ter ou qualquer tipo de posse, sendo

um carisma individual e apaixonante por tudo o que vive e reflete na pessoa, desde

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os mais dolorosos conflitos, passando por uma abertura e disposição de lidar com o

sofrimento e prazer.

Outro ponto crucial para o individuo com relação ao seu

autoconhecimento é entender a questão do tempo. Onde perdemos aos poucos

prazeres que obtemos na vida. Parece que as coisas que mais desejamos são as

que mais causam dor: apego, matrimônio, desejo de segurança, dinheiro, vício

dentre outros. A rotina nos dá um sentido de existência, mas também temos de

encarar o tédio que suga a satisfação nata.

Nos estudos Psicopedagogicos a raiva ou ódio jamais dá trégua para

nossa mente. O individuo muitas vezes se queixar de vários conceitos difusos

apresentados. O autoconhecimento é isso, um caldeirão inacabado de emoções

pulsantes, que na maioria das vezes não conseguimos lidar. A realidade atual nos

mostra que tanto o autoconhecimento como os processos de terapia são questões

que envolvem um grande esforço num determinado indivíduo.

Freitas (1994) define que “[...] a subjetividade é uma internalizarão das

relações sociais, uma internalizarão do nosso encontro com o outro, com suas

palavras e suas atitudes” (p.84).

Autoconhecimento é sem dúvida alguma nossa percepção diária acerca

das contradições;

Entende-se psicopedagogiamente que a construção do autoconhecimento

no que se refere Vygotsky, quando ele traz a tona a mediação dos instrumentos e

dos signos que o individuo vai internalizando progressivamente nas praticas

coletivas com os membros da comunidade (Berger, 1995).

Autoconhecimento é saber procurar ao menos em parte o lugar certo para

nossas aptidões ou anseios.

A conscientização sobre o saber viciado é fundamental para o

autoconhecimento na avaliação psicopedagogica. Um exemplo é a falácia do ser

humano ser eminentemente social. Isto ocorre apenas na competição e

agressividade citadas, sendo que no aspecto pessoal e sentimental o mesmo é

totalmente individualista e retraído; a timidez é a mais pura prova de tal afirmativa.

Não conseguimos fazer a avaliação se todo nosso esforço diário resulta na mesma

proporção de prazer ou satisfação, ou apenas mais tédio e falta de sentido na vida..

A situação principalmente momentânea de cada individuo, faz oscilar sua

auto-estima. Cada pessoa tem seu diferencial, e é por ele que os indivíduos são

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alguns mas seguros e estáveis emocionalmente que os outros. Com isso cada tem

condições de ter controle sob suas emoções é o autoconhecimento.

De acordo com Lemos (2000), [...] a formação da subjetividade não

acontece sob a forma de um determinismo linear. Ela se constitui no contato com o

outro sujeito, a internalizar as significações construídas nesses encontros ao

provocar um confronto entre os sentidos (p.72).

Para desenvolver o amor por si mesma O autoconhecimento é

fundamental alem de fortalecer a auto-estima. É muito difícil o individuo se conhecer

interiormente quando a busca está sempre no externo. Buscam cuidar da pele,

mudar o corte do cabelo, comprar roupas, carros, eliminar alguns quilinhos, mas

quase sempre esquecem que o caminho deve ser o contrário, de dentro para fora.

A maioria das pessoas sente mais facilidade em identificar as coisas

negativas. Aprendemos que dizer aquilo que gostamos em nós mesmas poderá ser

rotulado de presunção, esnobismo, egocentrismo. Nada disso! Para aumentar o

autoconhecimento é preciso ter consciência de quem se é de verdade, avaliando os

pontos positivos tanto quanto os negativos, pois só assim será capaz de mudar

aquilo que te incomoda ou te faz sofrer e valorizar o que tem de bom e que

geralmente mergulhada em tantas críticas e cobranças, acaba por esquecer.

Tanto em Piaget, quanto em Vygotsky, a força da interação/relações

sociais, ou seja tanto o “sujeito epistêmico” de Piaget, como o “sujeito cultural” de

Vygotsky estão implicados no entendimento sobre o processo de construção do

autoconhecimento.

Vivem apenas na busca da satisfação de necessidades básicas e

primárias, como dinheiro, comida, sexo e trabalho. Importam-se no que dizer, fazer

e/ou ter, mas raramente conseguem ser. Alguns vivem apenas para gastar o que

ganham, sem se preocupar com uma vida de significado mais amplo. São aquelas

pessoas que encontramos depois de anos e tudo permanece igual. Podem até ter

conquistado algum bem material, mas não houve evolução, transmutação ou

crescimento interior.

Os caminhos de alienação de si próprio são os mais diversos. Alguns

evitam encarar sua realidade trabalhando o tempo todo. Outros adoecem. Outros

ainda passam o tempo cuidando da vida alheia. Outros passam a comer tudo o que

vêem pela frente. Tudo isso para não ter tempo de olhar para si mesmo. As pessoas

que não refletem sobre sua própria vida, distanciam-se cada vez mais de seus reais

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sentimentos. Simplesmente vão agindo impulsivamente, caminhando sem saber

para onde.

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CAPITULO II

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA COMPETENCIA

EMOCIONAL NA VISÃO PSICOPEDAGOGICA

É fundamental compreender que atualmente a humanidade necessite de

uma evolução da humanidade em termos de educação .Um momento que traga para

a sociedade, uma educação que proporcione as condições necessárias de se lidar

com o conhecimento humano.

Pois vivemos uma crise de futuro e um presente angustiado, decorrência

do desenvolvimento científico e tecnológico. Onde a maior preocupação é

desenvolver máquinas para servir ao homem, além de colocar homens a serviço de

máquinas. Esse problema vem provocando a demissão do sujeito em termos morais

e ético, havendo conseqüentemente, o empobrecimento humano do individuo.

Muito se fala hoje em dia de Inteligência Emocional e das suas

capacidades, pelo que se torna relevante conhecer a percepção da população

acerca das suas competências nesta que resultam no desempenho destacado no

trabalho. No centro desta competência encontram-se duas aptidões: a empatia, que

envolve ler os sentimentos dos outros e habilidades sociais, que permitem lidar bem

com esses sentimentos. . No entanto a competência emocional esta cada vez mais

presentes no cotidiano de profissionais das mais diferentes áreas de atuação, onde

é a responsável direta pela conquista das metas e objetivos traçados.

Nossa sociedade, diante das grandes e aceleradas mudanças no conceito

de evolução e progresso do ser humano, exige e privilegia hoje pessoas e

comportamentos eficazes. Pressionados a buscar diariamente bons desempenhos,

soluções e alternativas fora de nós mesmos, ora nos sentimos aflitos, ora

deprimidos, ora incapazes de corresponder a tantas exigências, muitas vezes

fracassados como pais, filhos, profissionais, amigos, maridos ou esposas.

Muitos caminhos para que nos tornemos criativos, bem-sucedidos, inteligentes e

expoentes foram e são apontados por diversos autores e profissionais,

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principalmente através do imenso material que inundou o mercado, após a idéia de

Inteligência Emocional. Poucos, no entanto, conseguiram atingir as pessoas, seja

por sugerirem soluções , ou por analisarem tudo de maneira tão complexa, que

tornaram inviável o acesso ao conhecimento.

Na visão Psicopedagógica precisamos compreender que o sujeito não

apenas seja alfabetizado mas que sejam formados sujeitos críticos e criativos

capazes de comandar a ciência e tecnologia existente no momento e de dominar o

manejo do que ainda está por ser inventado. Para que isso se concretize é

necessário que os educadores consigam apropriar-se criticamente da realidade e

que detenham informações que os permitam transformá-las em conhecimentos.

É através da educação que os seres humanos ascendem à condição de

dialogar com a realidade e de nela se inserirem criativamente por meio da invenção

do conhecimento. A educação, portanto, tem que se constituir em sujeito histórico

dos tempos atuais.

O individuo precisa estar preparado para lidar com a diversidade de

inteligências, com as diferentes formas de aprender, considerando os

conhecimentos prévios dos alunos e que domine as várias modalidades de

comunicação. Tais exigências, freqüentemente geram ansiedade e como

decorrência, provoca resistência.

Podemos considerar segundo os dicionários que a Competência

emocional e a habilidade de conduzir a própria percepção é escolher suas atitudes

diante dos acontecimentos. De tal forma, que tudo possa ser utilizado para levar o

sujeito mais perto da realização de seus objetivos.

No centro desta competência encontram-se duas aptidões: a empatia,

que envolve ler os sentimentos dos outros e habilidades sociais, que permitem lidar

bem com esses sentimentos.

Para Goleman (1995) Competência Emocional, "é uma capacidade

adquirida, baseada na inteligência emocional, que resulta num desempenho

destacado no trabalho" p. 38.

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Com base em Goleman compreende-se que a Inteligência Emocional (IE)

determinará o potencial de um indivíduo. Neste assunto se torna marcante a idéia

que as aptidões necessárias para se ter bons resultados começam com a força

intelectual, porem o sujeito precisa também de competência emocional para

concretizar todo o seu potencial.

O que se deseja apontar é que emoções descontroladas (incompetência

emocional) podem fazer indivíduos inteligentes parecerem desprovidos de

inteligência.

Assim, não podemos assegurar que o indivíduo que possui um alto grau

de IE adquiriu as competências emocionais que tem importância para o trabalho.

Pode significar tão somente que ele possui um excelente potencial para adquirir

essas competências.

Na teoria de Goleman (1995) "um gênio preguiçoso ou reticente pode ter

todas as respostas em sua cabeça, mas de pouco valerão se ninguém as conhece

ou se ninguém se importar com ela!" p. 43.

Para ampliar a compreensão desde dado, faz-se necessário delinear as

habilidades práticas da competência emocional, que são:

• auto – percepção; Controlar os próprios estados interiores

(Percepção emocional: Reconhecer as próprias emoções; Auto-avaliação

Conhecer os próprios pontos fortes e limitações; Auto-confiança: Certeza do

próprio valor e capacidade)

• motivação; Tendências emocionais que guiam ou facilitam o

alcance das metas. (Dedicação: Alinhar-se com as metas do grupo ou

organização; Iniciativa: Estar pronto para agir diante das oportunidades;

Otimismo: Persistência na perseguição das metas e despeito de obstáculos e

reservas).

• auto – regulação; Lidar com os próprios estados interiores,

impulsos e recursos. (Autocontrole: lidar com emoções perturbadoras e

impulsos; Merecer confiança: Manter padrões de honestidade e integridade;

Ser consciencioso: Assumir a responsabilidade pelo desempenho pessoal

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Adaptabilidade: Flexibilidade para lidar com as mudanças; Inovação: Sentir-se

à vontade, e aberto diante de novas idéias, enfoques e novas informações).

As organizações de ponta estão se orientando pela gestão por

competências e algumas já falam em gestão por valores. Estas buscam em seus

profissionais virtudes que vão além da capacitação profissional, como equidade

emocional, autocontrole, autoconfiança, retidão. Estes valores e virtudes passam a

ser um diferencial para o destaque. Está claro que seu sucesso depende do

equilíbrio emocional. Quanto mais equilibrado, mais eficiente, melhor sua atuação

como gestor de informações e pessoas e, conseqüentemente, maior seu espaço de

crescimento e desenvolvimento. A competência emocional está valorizada nas

organizações, ainda mais em um ambiente altamente competitivo. É sob pressão

que o caráter aflora. Muitas vezes, ao ingressar na empresa, o profissional adota

uma postura arrogante, sem se dar conta de que esta atitude não se coaduna com

as expectativas atuais das organizações. O auto-conhecimento e a dosagem correta

entre autocontrole e confiança são essenciais para evitar que seja atingido o

indesejado patamar da arrogância

Na visão Pisicopedagogica para preservar a identidade e encontrar sua

marca registrada, é preciso desenvolver a capacidade de observar e entender o que

ocorre no entorno, realizar uma volta interior e então olhar novamente para fora. É

dessa forma, filtrando interiormente de acordo com seus valores, princípios, limites e

capacidade de tolerância, que poderá se aperfeiçoar e desenvolver. Para tanto,

precisa contar com um ambiente que possibilite esse movimento e que, mesmo

competitivo, não seja hostil. Muitas empresas desperdiçam grandes potenciais,

alocando-os em posições muito além de suas possibilidades. O desafio não pode ser

maior do que a capacidade de realização, sob pena do potencial não se realizar.

Nestas condições, o profissional que não pratica a volta interior e desconhece seu

valor acaba vivenciando a síndrome da incompetência. A intimidade com nossa

realidade interna permite compreender e interferir no externo. Ao desenvolver a

capacidade de observação e fortalecer a relação consigo mesmo, o profissional está

melhor equipado para compreender a realidade e atuar sobre ela de forma crítica,

ajudando a melhorá-la.

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Com base nos estudos Psicopedagógicos, entende-se que o

desenvolvimento da competência emocional é essencial para o desempenho e

excelência do individuo que necessita inspirar, orientar pessoas para garantir metas,

resultados organizacionais e a capacidade de usar as emoções com mais

Inteligência, que é a principal conclusão do sucesso na vida que deriva de aspectos

emocionais, tais como: motivação, determinação, compromisso, cooperação,

persistência, superação, ousadia, criatividade e atitudes vencedoras. Como um

bambu, ele deve ser firme na essência, mas flexível, levando em conta a realidade

do vento.

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CAPITULO III

O ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGOGICO: AUTO-

CONHECIMENTO E O INTERJOGO COM O RH

Antes de se iniciar com as teorias e idéias de grandes teóricos, faz-se

necessário observar-se o que o dicionário diz sobre auto-conhecimento. Segundo o

dicionário Michaelis (1998) auto-conhecimento é a “essência do equilíbrio” (p.264).

Michalis (1998) define auto-conhecimento como [...] a soma em nível de

identidade e crença, de todas as auto-imagens/auto-conceito que o individuo tem

sobre vários aspectos de si próprio” (p.2).

Já no Referencial Curricular a auto-estima é descrita como a “[...]

interiorização da estima que se tem por ela e da confiança da qual é alvo” (BRASIL,

2003, p.30).

Para o processo de Recursos humanos auto-conhecimento é descrito

como a interiorização da estima que se tem por ela e da confiança da qual o

individuo é alvo. As referências que o sujeito faz a seu respeito são lentas e

graduais. Essas referencias nascem principalmente de comentários a seu respeito.

“As reações emocionais do interlocutor e a própria entonação com que são ditas [..]

fazem aproximação do seu significado real [...] e o individuo vai internalizando tais

comentários” (MOYSES,2003, p.23).

Em Harter (apud BEE 1996) observa-se a relevância que o teórico dá a

duas influências que ocorrem no cotidiano, e que considera fortes na construção da

auto-conhecimento. A primeira influência refere-se às experiências “[...] com o grau

de discrepância entre aquilo que gostaria de ser (ou pensa que deveria ser) e aquilo

que acha que é” (p.295).

Quando outras pessoas, opinando a partir de uma perspectiva negativa

para os sujeitos, taxa-os de inúteis e incapazes, usando de zombarias e ironias,

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esse individuo irá interiorizar uma imagem "pequena" de seu valor entre seus amigos

e familiares. Tendo dificuldades para se auto-avaliar.

Nos trabalho que os departamentos de RH procuram fazer com

empregado um dos mais importante é ensinar ao individuo que ele pode fazer

algumas atividades muito bem, mas que pode ter problemas com outras, ou mesmo,

que nem sempre tudo dará certo, nem sempre conseguirá tudo o que quer. Isto a

ajuda a encarar a frustração, como uma instância própria do vivido.

Com auto-conhecimento adequado, o individuo terá mais facilidade em

fazer amigos, ter senso de humor, participar de atividades em grupos e ter uma

maior socialização, como também saberá lidar melhor com os seus erros, ao mesmo

tempo em que tenderá a ser mais feliz, confiante, alegre e afetiva.

O juízo que a pessoa faz de si mesma surge a partir do juízo dos outros.

Quanto mais a pessoa gosta de sua auto-imagem, maior se construirá seu

conhecimento. Uma identidade positiva depende de uma avaliação interior positiva.

Quando o sujeito não consegue fazer uma boa construção a respeito do próprio

respeito, pode criar disfarces para os sentimentos de inadequação conformar-se

aceitando sua inadequação como um fato e leva uma existência apagada ou retrair,

refugiando-se em fantasias, que compensam seu sentimento de inadequação.

Segundo Chiavenato(2000) “[...] o nível do [auto-conhecimento de cada

individuo] é um produto de duas avaliações ou julgamento interno.” (1996,p.295).

Ocorre uma estabilidade num curto prazo no auto-conhecimento do individuo e mais

tarde ela se tornará menos instável. Compreende-se que a pessoa com um auto-

conhecimento elevado apresenta maior probabilidade de ser uma estima própria

maior. Para Baktin (apud MOYSES, 2003) “[...] as palavras dos outros introduzem

sua própria expressividade, seu tom valorativo, que assimilamos, reestruturamos e

modificamos” (p.23)

O vínculo que o indivíduo tem um com o outro é importante para que ele

possa compreender dentro dos limites coletivo, que pode e deve ter seus hábitos,

ritmos e preferências pessoais respeitadas e, ao mesmo tempo, respeitar os dos

outros também. (BRASIL, 2002), além de fazer com que ele perceba que mesmo

estando no espaço coletivo isso não neutraliza sua identidade. Os amigos e os

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familiares são as principais pessoas que podem colaborar nesse processo de

desenvolvimento da identidade e progressão da autonomia.

O auto-conhecimento provém do auto-conceito, que possui um aspecto

avaliativo e se une em uma auto-avaliação global do próprio valor, que neste

momento é chamado de auto-estima (BEE, 1996).

No dizer de Moysés (2003) “[...] o auto-conceito é a percepção que a

pessoa tem de si mesma, ao passo que a auto estima é a percepção que ela tem do

seu próprio valor” (p.18). Por isso não podem ser tratadas de forma linear.

Através do desenvolvimento cognitivo se dá a formação do auto-conceito,

sendo afirmado por Vygotsky (apud MOYSÉS, 2003) que esse desenvolvimento

ocorre graças aos relacionamento que o sujeito estabelece com o mundo externo.

Trata-se de um processo interpessoal internalizado construído progressivamente no

interjogo mundo interno, mundo externo.

A formação da auto-estima pode se diferenciar em três fontes, que são:

fontes naturais – “[...] é a experiência direta [do sujeito] com o sucesso ou fracasso

em varias esferas” (Berger,1995, p.297). A segunda, é a fonte do valor, na qual o

sujeito se atribui possuidor de alguma habilidade ou qualidade e a terceira e última

se refere aos rótulos e os julgamentos dos outros sobre o sujeito e que

desempenham um papel significativo.

Harter (apud BEE, 1996) destaca que: “de todas essas fontes, individuo

cria suas idéias (seu modelo interno) sobre o que ele deveria ser e o que ele é”

(p.297).

Neste contexto, considera-se fundamental uma reflexão, para a

compreensão de diferencial que pode fazer em nossa maneira de ver, sentir e agir

diante dos desafios naturais que estão presentes em nosso dia-a-dia . O auto-

conhecimento engloba representações sobre as diferentes dimensões da pessoa.

Entre as mais destacadas são aquelas relativas às relações interpessoais – pais,

pessoas do sexo oposto, etc - a habilidade cognitiva geral, a estabilidade emocional,

a criatividade, a honestidade.

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O papel que o autoconceito desempenha no comportamento do individuo

sobre o auto-conhecimento é muito forte, tendo em vista que a interação dos

diferentes fatores contribui, de forma a beneficiar ou comprometer, a sua formação e

desenvolvimento e, conseqüentemente, todo o desenvolvimento e comportamento

pessoal e social. A formação do autoconceito é um processo lento, que se

desenvolve a partir das experiências pessoais da criança e da relação dos outros ao

seu comportamento inicial.

A atividade profissional também pode ser uma fonte de realização e

pode fortalecer. O ser humano está sempre sujeito a mudanças e desafios e só se

tem autoconfiança para se responder eficazmente "ao novo" quando se é capaz de

se libertar de hábitos irrelevantes. Não se trata de fazer mudanças sem nenhum tipo

de critério. A idéia é criar uma "mudança produtiva": mudar o que é necessário para

a adaptação a uma nova situação, ao mesmo tempo em que manter estáveis alguns

dos aspectos que se considera importantes

na vida. Segundo Bergamine (1996), o relacionamento que você constrói (seja com

seus clientes, com seu pessoal, amigos ou qualquer outra pessoa) não é “imutável”.

Se você não o cultivar, ele se perde (p. 75).

Para Bergamine (1996), quando o funcionário termina uma tarefa, ou

seu cliente compra um produto, para cultivar este relacionamento, é importante

considerar isto como o início de uma nova etapa, não descartando o cliente, mas

investindo nele (p.30).

Na visão psicopedagogica, o mundo corporativo do RH, deve ser o

facilitador, o organizador, o mediador e o articulador de mudanças comportamentais

e organizacionais que priorizam a produtividade, a flexibilidade, a integração, a

interação, o envolvimento dos profissionais, e,principalmente, o contínuo

desenvolvimento da inteligência nas empresas.

O RH proporciona e busca alternativas que propiciem a realização dos

funcionários onde devem administrar bem as dificuldades, superar os obstáculos e

as decepções que acontecerão inevitavelmente em suas vidas profissionais.

O acompanhamento psicopadagogico é uma atividade a respeito da qual

se tem a expectativa de ser também executada, contando com o apoio do setor de

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RH, com a finalidade de alcançar um desempenho que possa combinar com as

necessidades das organizações.

Contratar o profissional ideal não é fácil. Nem sempre uma seleção

realizada com todo carinho detecta o profissional que uma empresa gostaria de ter

como parceiro. Um perfil adequado pode ser observado naquele que, não apenas

veste a camisa da empresa mas sobretudo se compromete com o seu trabalho: é

fiel, leal, toma decisões, possui habilidade para se relacionar com todos os outros

colaboradores, antenado, visionário, dinâmico, disciplinado, livre de preconceitos.

Enfim, é aquele que briga pela empresa em todos os sentidos - se

atualiza, enfrenta a concorrência buscando a excelência. É aquele que aprende e

ensina, ensina e aprende.

Psicopedagogicamente a dedicação e a fidelidade devem estar juntas,

pelo menos, enquanto o empregado estiver atuando. Isso vale em qualquer empresa

em uma avaliação. O profissional fiel é honesto nos seus propósitos e, justamente

por isso, se torna dinâmico e livre para seu ir-e-vir quando não estiver satisfeito. No

entanto é a fidelidade no sentido de honestidade e democracia - como um respeito

mútuo. É a ética e a moral em exercício.

Compreende-se que auto-conhecimento deve se uma visão positiva de si

mesmo. Ela se constrói com o contato interpessoal, na capacidade de se superar

desafios e adversidades. É acreditar na própria capacidade e gostar de si mesmo

independente dos seus defeitos e qualidades. Acredita-se, portanto, que o caminho

para a produtividade dos funcionários deve ser aberto nas empresas por meio da

preocupação com motivar e incentivar a participação de todos e de cada um, por

meio do reconhecimento dos talentos e das competências pessoais / profissionais,

como forma de fortalecimento do auto-conhecimento e da auto-estima que geram, a

satisfação, a motivação e os sentimentos de auto valorização, todos imprescindíveis

para o crescimento dos que fazem uma organização.

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CONCLUSÃO

Pode-se perceber ao longo do trabalho, que o individuo é educado para

interagir com o próximo e essa interação, que é promovida no inicio da vida e depois

no trabalho, se efetivando com a mediação das atividades no trabalho.

Para que se possam ter pessoas estimuladas, confiantes em si mesma

é relevante que, haja sempre uma auto reflexão, e o auto-conhecimento seja repleta

de cuidados e estímulos.

Como o sujeito passa a maior parte do seu tempo na empresa, os

profissionais da área do recursos humanos se torna o principal protagonista da

constituição da subjetividade dele.

As pessoas carregam uma auto-imagem de si e valores que têm sua

origem nos contatos com os outros, no mundo e nas percepções de sua imagem. É

difícil encontrarmos indivíduos com essas percepções formadas por completo,

porém o mundo interno de cada um vai sendo povoado por vínculos positivos e

negativos, face aos objetos com os quais se relacionam. Essas imagens vão ao

longo do tempo se retificando, ratificando e/ou estereotipando e, conforme são

vividas, elas se refletem no agir, no pensar e no sentir de cada sujeito, interferindo

nas suas relações (contornos que vão sendo desenvolvidos desde os primeiros anos

de vida da criança).

No processo de troca entre profissionais, o responsável pelo RH tem a

finalidade de proporcionar avanços conceituais e a sua inclusão no meio

organizacional no sentido de promover o conhecimento e a sua formação

institucional como sujeito.

O sujeito precisa perceber a sua importância no âmbito social/coletivo

isto significa uma necessidade básica e demarcar seu espaço, como sujeito social.

Para isso, a empresa deve promover o seu desenvolvimento. Isso porque o grau de

aquisição de experiência que o individuo adquire do meio sociocultural dependerá

das inter-relações e das experiências que vivencia.

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A empresa deve desempenhar a função de mediadores na construção do

conhecimento dos seus funcionários, proporcionando-lhes uma base sólida na

estruturação do seu auto-conhecimento. Isso ocorrerá quando a instituição

descobrir o que há de bom no seu profissional para torna seus valores conscientes e

apreciá-los.

Pode-se perceber também, ao longo desta pesquisa, que é bastante

evidente o papel do Psicopedagogo como mediador do auto-conhecimento, da

competência emocional e da nossa subjetividade – eles se configuram valores

importantes para que se possa viver melhor, pessoal ou profissionalmente,

respondendo aos desafios e às oportunidades de maneira mais apropriada.

Percebemos o quanto a auto-estima é uma necessidade presente na nossa

vida e o quanto ela influi no modo como nós agimos no local de trabalho, como

lidamos com as pessoas e, sobretudo, como desenvolvemos uma atitude de respeito

e consideração para conosco mesmo.

Por outro lado, percebemos que o individuo com sua auto-estima elevada

e com bom autoconceito é capaz de sentir-se autoconfiante para superar momentos

difíceis de sua vida. Dessa forma, o individuo é capaz, também, de ter autoconfiança

para ser ele mesmo e ser capaz de se expressar de acordo com suas próprias

opiniões, no seu ambiente de trabalho, em suas relações interpessoais, em suas

relações consigo mesmo.

Um outro aspecto importante a ser destacado é a capacidade que a auto-

estima saudável confere ao sujeito de aprender a lidar com as criticas que venham a

surgir, sem sucumbir a elas, sem menosprezá-las, mas dando-lhes a devida

dimensão de feedback para auto-ajuste e crescimento.

Nos dias atuais, este é um dos grandes desafios dentro de organizações

competitivas, que solicitam pessoas capazes de se colocar de forma assertiva,

argumentativa, proativas e conscientes de sua potência pessoal. Nesse sentido, o

maior desafio das empresas é atrair pessoas com um perfil positivo, além de buscar

meios de valorizar seus funcionários, fortalecendo sua auto-estima, promovendo

situações de estimulação pessoal e funcional.

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Percebemos, ainda que para a Psicopedagogia a satisfação de

funcionários, é importante e fundamental que eles promovam o reconhecimento e a

importância que cada um tem. Para que isso aconteça, esses mesmos precisam

perceber que cada um tem, dentro de si, suas próprias motivações, sendo

necessário percebê-las para desenvolvê-las.

Acredita-se que para isso acontecer é necessário que estejam em

harmonia com a realidade que os cercam, estando disponível para todos os

acontecimentos favoráveis para o melhoramento da empresa. O líder deve preparar

seus funcionários para vencer desafios e estar aberto para o novo, mostrando que

eles são capazes e que precisam, continuamente, investir em seus próprios talentos.

Essas pessoas com reconhecimento e motivadas têm mais condições de dizer o que

realmente é importante para que a empresa cresça e produza melhor.

As investigações sobre os teóricos estudados, realizada no decorrer desta

pesquisa, demonstraram que o sucesso de uma empresa depende de um

acompanhamento psicopedagogico que estimule em seus funcionários, a força de

vontade, o auto-conhecimento, uma auto-estima elevada, criatividade e,

principalmente, o comprometimento e a participação de todos os trabalhadores.

Percebe-se a importância de contar com trabalhadores satisfeitos e

realizados no trabalho. Por meio da conciliação de interesses, a organização torna-

se produtiva e competitiva, enquanto a satisfação funcional promove a cooperação e

a interdependência de esforços.

É importante destacar, nestas considerações finais, que as investigações

realizadas apontam para a correlação positiva entre autoconceito, auto-estima,

motivação e produtividade funcional.

Nestas considerações finais, portanto, ficam registrados os ganhos

pessoais com este estudo e o sentimento de que as relações interpessoais são

fundamentais para o desenvolvimento humano. É por meio das relações com figuras

mediadoras significativas que o ser humano constrói sua subjetividade, direcionando

suas percepções sobre si próprio para caminhos que podem ser saudáveis.

Toda essa construção se reflete em sua estória pessoal e profissional, interferindo

em seus relacionamentos e direcionando suas ações. Na base do processo humano,

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dos êxitos ou fracassos, dos encontros ou desencontros, está a centelha inicial do

auto-conhecimento e da auto-estima.

O pedagogo, ao trabalhar em organizações não escolares, é um

profissional de relevância na estimulação da auto-estima dos funcionários. Seu

papel de facilitador de relações interpessoais deve lhe conferir possibilidades de

escuta, observação e ação efetivas, quando se observa um clima organizacional de

insatisfação ou descomprometimento.

Sua formação pedagógica e sua responsabilidade no planejamento,

acompanhamento e avaliação de projetos educacionais podem ser um poderoso

instrumento de acompanhamento da vida funcional dos empregados, promovendo

estratégias para seu desenvolvimento, quando percebê-lo inadequado em cargos ou

funções.

Muitas vezes, um bom programa de capacitação profissional abre

caminho para a autopercepção de competências pessoais nunca antes imaginadas.

A sensibilidade do pedagogo em “descobrir” talentos ocultos pode ser fundamental

para o resgate de um autoconceito em baixa e a instauração de uma auto-estima

saudável no ambiente organizacional.

Por isso, espera-se que este estudo possa vir a ser relevante para todos

os que trabalham com pessoas, acreditam no potencial de crescimento dos

indivíduos e se dispõem a investir nesta permanente construção.

Dos resultados alcançados neste estudo aponta-se para as contribuições

das escolas piagetiana e vygotskyana na compreensão do processo de

estruturação do auto-conhecimento, sabendo-se ser um sujeito do conhecimento -

sujeito epistêmico - como também um sujeito que estabelece relações

comunicacionais com o mundo que o cerca, relações essas muito marcadas pela

cultura a que pertence, significando dizer ser ele um sujeito histórico e cultural. Do

exposto, entendeu-se que competência emocional é formada no interjogo que ele

estabelece com o meio familiar e profissional, vinculando, em seu mundo interno

objetos referencias positivos, como também negativos, face à realidade, os quais

matizam seu sentir, pensar e agir.

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