universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo lato … · É notória a ausência de interesse nesse...

38
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Gestão Ambiental: Político Sócio Ambiental para obtenção de crédito Por: Valéria Amaro Caramuru Orientador Prof.ª Jacqueline Guerreiro Rio de Janeiro 2009

Upload: haphuc

Post on 18-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Gestão Ambiental:

Político Sócio Ambiental para obtenção de crédito

Por: Valéria Amaro Caramuru

Orientador

Prof.ª Jacqueline Guerreiro

Rio de Janeiro

2009

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Política Sócio Ambiental para Obtenção de Crédito

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Ambiental

Por: Valéria Amaro Caramuru

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço á toda a minha família, em

especial a minha filha Heloá pela ajuda

em diversas fases do curso, aos

amigos e professores pela parceria e o

total envolvimento dos mestres, em

especial Prof. Celso Sanches na nossa

capacitação e incentivo; á empresa em

que atuo que com certeza farei uso de

todo conhecimento adquirido, nas

atividades futuras.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

4

DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe – Francisca Amaro

Caramuru (in memorian), que com

certeza adoraria saber que conclui mais

esta etapa.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

5

RESUMO

Tanto a qualidade de vida quanto a própria continuidade da vida dependem

diretamente do equilíbrio ecológico do meio ambiente. Na constituição Federal

de 1988 consta que é obrigação de todos zelar pelo meio ambiente – dever

que inclui qualquer pessoa, desde os indivíduos até as empresas e o Estado.

De uma maneira geral os bancos tem passado ao largo disso, agindo como se

o assunto em nada dissesse respeito á atividade, para alguns bancos a

preocupação com meio ambiente se limita a atividade produtiva. Alguns

estudiosos entendem que o sistema financeiro também se submete á

legislação ambiental – vide protocolo Verde , pois não podem os bancos

contribuir para degradação, ao financiarem atividades degradantes. Os

bancos financiam a construção de grandes obras e centenas de atividades

industriais.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

6

METODOLOGIA

Dos meus 20 anos trabalhando no sistema financeiro, pude observar que o

assunto meio ambiente nunca foi relevante em algumas instituições, portanto

muito do que expomos nessa monografia foi o sentimento que se observava na

ocasião.

Pesquisamos sites de referência como FBDS (Fundação Brasileira para o

desenvolvimento sustentável, Súmula ambiental (FIRJAN), Finanças

Sustentáveis, Livros de Gestão ambiental, Glossário ambiental, leituras de

Jornais revistas e crônicas, participei também de algumas palestras, sobre

consciência ecológica, processos sócios ambientais e para melhor entender o

Site dos bancos, nesse movimento que é de grande envergadura.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10

CAPÍTULO II 12

CAPÍTULO III 15

CAPÍTULO IV 18 CAPÍTULO V 20 CAPÍTULO VI 24 CAPÍTULO VII 27 CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA 36

ANEXOS 32 - 35

ÍNDICE 37

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

8

INTRODUÇÃO

“Não há garantia de sobrevivência para as empresas sustentáveis, porém há

certeza de que as insustentáveis não estarão lá para contar a história” Rubens

Mazon (No livro Manual de Negócios Sustentáveis - Regina Scharf colaboração

Mário Monzoni).

Conservar o meio ambiente justifica-se pela sua capital importância para

o bem estar e a sobrevivência do homem, através da geração de inúmeros

benefícios ecológicos, sociais e econômicos, além de compreender a questão

ética do direito a vida da natureza.

É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os

cidadãos tem preocupação á respeito, pois é perceptível que as instituições

financeiras precisam ser mais participativas e compromissadas com o tema.

Aponta-se a necessidade dos bancos, em sua atividade de

financiadores, de internalizar os riscos de danos ao Meio Ambiente causado e

projetos por eles financiados.

O interesse em esmiuçar o assunto deve-se ao fato de que as

instituições financeiras tem o poder de financiar as empresas, seja na liberação

de crédito ou através de crédito pessoal, podendo inserir em seus critérios /

deveres / normas, cláusulas exigindo que os tomadores de crédito tenham

princípios básicos na gestão das empresas como, por exemplo, o item

sustentabilidade com três ( 3 ) resultados – econômico,ambiental e social.

A sustentabilidade empresarial é entendida como transparência e melhoria

contínua, com igual importância, nos resultados empresariais nas 3

dimensões acima informado.

A questão decisiva para implantação de uma gestão compromissada

com a sustentabilidade e com a responsabilidade social empresarial é traduzir

para a prática sua conceituação. O processo inicia-se com a atenção do

ambiente interno da organização. *

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

9

Descrevemos uma breve história sobre a economia e o meio ambiente, para

que possamos ter entendimento das fases atuais.

A Biodiversidade no Brasil também nos coloca á par da realidade

brasileira com respeito à Mata Atlântica, com as devidas posições da

legislação para gestão ambiental.

Quanto ao sistema financeiro e a questão ambiental, iremos abordar com

detalhes o Protocolo de intenções dos bancos pela responsabilidade

socioambiental, logo após falaremos sobre o ECO 92, que foi verdadeiramente

o palco escolhido para a aclamação do Desenvolvimento Sustentável.

Apresentaremos nos capítulos seguintes de que maneira o tema

obtenção crédito versus política socioambiental é tratada, bem como o que

deveria ser para que de fato tenhamos crescimento com sustentabilidade.

Nota: Informações extraídas de palestra ministrada LTDS ( Laboratório de Tecnologia e desenvolvimento social ) na FIRJAN. Rita de Cássia Monteiro Afonso Doutoranda em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ. Mestrado em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ (2006). Graduação em Comunicação Social pela Faculdade da Cidade (1987). Especialização em Pesquisa de Mercado e Opinião Pública pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ (1997). Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0953835537107990

CAPÍTULO I

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

10

���������������������� �

�A história do pensamento econômico passou por períodos de transição

no que se refere ao foco dado ao meio ambiente. Entre os economistas

clássicos, Thomas Malthus (1766- 1834) e David Ricardo (1772-1823) já

tinham uma visão pessimista quanto ao longo prazo do crescimento econômico

devido às limitações ambientais (Pearce e Turner 1990).�Para Malthus, a quantidade fixa de terra para agricultura seria um limite

para a produção de alimentos. Com o aumento da densidade populacional, a

produção per capita de alimento iria decair e os padrões de vida iriam diminuir

para níveis de subsistência, o que cessaria o crescimento da população.

Ricardo enxergava o mesmo problema, porém seria a decrescente

produtividade da terra, e não sua escassez absoluta, que iria reduzir a

produção per capita de alimentos.�A partir de 1870, já entre os economistas neoclássicos, a principal linha

de pensamento se baseava em um crescimento que poderia e deveria ser

sustentado indefinidamente, justificado por uma evolução tecnológica que

impediria a degradação dos recursos naturais. O que seria necessário para

corrigir os problemas vigentes, inclusive os ambientais, seria um sistema de

preços eficiente. Nessa visão, o meio ambiente é visto como uma

multiplicidade de ativos *, os quais desejaram prevenir sua depreciação para

que continuem nos fornecendo uma variedade de serviços, tais como:�Matérias - prima, que são transformadas em produtos; energia, que alimenta

essa transformação; receptação dos resíduos produzidos; o ar que respiramos;

a nutrição dos alimentos; a proteção dos abrigos e roupas; a visão do por do

sol e a canoagem em um rio (lazer), serviços estes pelos quais não existem

substitutos (Tietenberg 1996).

Porém, durante a década de 70, várias ciências absorveram o

ambientalismo, o que serviu de base paras as emergentes sub-disciplinas

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

11

ambientais da economia. Diferentes visões se destacavam, variando daquelas

que apoiavam um processo de crescimento do mercado e da tecnologia,

acarretando em degradação ambiental, passando por aquelas que defendiam

o manejo sustentável dos recursos e do crescimento, até os mais radicais que

rejeitavam totalmente o crescimento econômico. A ciência econômica absorvia

a questão ambiental, entrando no contexto global de uma nova visão.�

��������� ������ ������� �������������������������

CAPÍTULO II

���������������������

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

12

O vasto território brasileiro abrange climas desde o tropical até o

temperado, propiciando um dos ambientes mais múltiplos do mundo. Dentre os

17 países megadiversos, o Brasil é aquele que possui a maior variedade

biológica. O país abriga entre 15 e 20% de toda a biodiversidade mundial, e

possui cerca de 30% das Florestas Tropicais, as mais ricas em

heterogeneidade (MMA 2002; Santos e Câmara 2002).�De acordo com Santos e Câmara (2002), essa riqueza sempre gerou a

fantasia de que a abundante biodiversidade brasileira fosse inesgotável, e por

isso vem sendo explorada de forma desorganizada e predatória desde o tempo

colonial.�A Mata Atlântica, possuidora de grande diversidade biológica, está

reduzida a menos de 9% de sua área original e é o quinto bioma mais

ameaçado do mundo. O principal motivo para tal situação é que em sua

extensão residem 70% da população brasileira, gerando grande pressão

antrópica com ocupação e uso dos solos desordenados (Santos e Câmara

2002). �O bioma do Cerrado já perdeu mais de 50% de sua vegetação nativa, também

alvo de uma ocupação intensiva e desordenada, agravados por projetos

governamentais que visavam a expansão agrícola para exportação (Santos e

Câmara 2002).�Para a Caatinga ainda não existem ainda dados concretos, mas estudos

indicam que cerca de 45% desse bioma tenha sido alterada por atividades

agrícolas e por obras rodoviárias.�O frágil equilíbrio dos ecossistemas pantaneiros vem sendo ameaçado

pelas novas tendências de desenvolvimento. Os modelos tradicionais de pesca

e de pecuária estão sendo substituídos pela exploração intensiva

acompanhada de desmatamentos, que, juntamente com projetos agrícolas,

hidroviários e rodoviários, estão dizimando as áreas naturais. �

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

13

A Amazônia, em seu conjunto, é a maior reserva de biodiversidade do

planeta, além de conter cerca de 10% da água doce disponível no mundo.�Apesar de ser o bioma mais bem conservado do país, desmatamento e

queimadas (promovidos pelas madeireiras e expansão agropecuária) são os

seus principais problemas, além da exploração mineral e da caça ilegal. Só

entre 2000 e 2001, 18 mil hectares desta floresta foram perdidos (O Globo

2003a).�Por fim, a zona costeira brasileira, onde se estima residir grande parte

da biodiversidade do país, é constantemente ameaçada pelo avanço da

urbanização, pelas atividades pesqueiras e turísticas, pela poluição e pela

mineração (Santos e Câmara 2002).�Assim, no Brasil, o meio ambiente também sofre das mais diversas

formar de impactos: destruição de habitats (desmatamento, desertificação,

queimadas, erosão do solo, mineração, represamento, urbanização e vias de

transporte); comércio e caça ilegal; sobre exploração; introdução de espécies

exóticas; poluição; e mudanças climáticas globais.

Entre as causas socioeconômicas, comuns aos países em desenvolvimento,

pode- se destacar: a pobreza; o crescimento populacional acelerado; a

distribuição desigual da propriedade e dos benefícios advindos da

biodiversidade; políticas econômicas que não atribuem justo valor ao meio

ambiente; sistemas jurídicos e institucionais que promovem o uso insustentável

dos recursos; e a insuficiência de conhecimento na área ambiental.�Entre todos estes fatores, é a degradação de habitats a principal causa da

perda da biodiversidade brasileira. E, desde o tempo colonial, a conversão de

terras para a expansão agrícola é a principal causa dessa degradação. Entre

1978 e 1990, a área desmatada na Amazônia para agricultura cresceu 170%

(Rodrigues 2001). No Cerrado, a área colhida teve um aumento total de 6,5%

entre 1985 e 1990 (Rodrigues 2001).�Grandes empreendimentos também causam grandes danos à biodiversidade.

Muitos deles são infra - estruturais, planejados e implementados pelo Governo.

Um país em desenvolvimento, como o Brasil, precisa desses projetos para

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

14

crescer, com o desafio de conseguir equilibrar o desenvolvimento com a

preservação ambiental.�O nível dos impactos pode ser percebido pelo índice de espécies

ameaçadas de extinção. Entre as mais conhecidas estão: a Arara - Azul, a

Onça Pintada, o Lobo- guará, o Mico- leão, espécies de tartarugas marinhas e

o mogno. A recente lista vermelha de espécies ameaçadas do IUCN aponta

que o Brasil possui 282 animais e 381 plantas ameaçadas (O Globo 2003c),

sendo que, pelo menos, 10 já desapareceram. �A biodiversidade brasileira tem sofrido perdas significativas e só será

preservada através da proteção de grandes áreas que possibilitem a

manutenção de ecossistemas e dos processos evolutivos.�Percebendo esses problemas, a sociedade brasileira também vem, aos

poucos, se mobilizando no sentido de se transformar. Ela se organizou, e vem

buscando contornar o problema interno de seu sistema econômico- social

predatório ao meio ambiente. Preservar e conservar os recursos naturais

passou a ser um anseio, uma pretensão da população.

CAPÍTULO III

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

15

Legislação para Gestão Ambiental

Como reação aos problemas ambientais, passou-se a exigir uma grande

reciclagem em todas as ciências, inclusive nas áreas sociais. Sendo o Direito a

forma que as sociedades encontraram para transformar suas vontades em

regras e normas, surgiu a necessidade de reformulação da ordem jurídica,

baseada no tripé do desenvolvimento sustentável: eficiência econômica, justiça

social e preservação ambiental (Young e Young 1999). A criação de leis e

normas de conduta na área ambiental é o resultado das preocupações da

sociedade brasileira em relação ao meio ambiente.�No Brasil, a legislação ambiental recente vem progredindo de forma

rápida. Entre alguns dos principais marcos modernos da preocupação com a

conservação da natureza podemos destacar: o Código Florestal (de 1965), a

Política Nacional do Meio Ambiente (1981), a Constituição Federal (1988), a

Lei de Crimes Ambientais (1998), a Lei do Sistema Nacional de Unidades de

Conservação (2000), o Programa Nacional de Florestas (2000) e a Política

Nacional da Biodiversidade (2002).�A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938) de 1981 foi um

marco na legislação ambiental brasileira, objetivando a preservação, melhoria

e recuperação da qualidade ambiental, e assegurando condições ao

desenvolvimento sócio- econômico. Depois, a própria Constituição Federal, em

seu artigo 225, tratou de questões ambientais e adotou o conceito de

desenvolvimento sustentável, estabelecendo que todos os cidadãos têm direito

à conservação da natureza através de um meio ambiente ecologicamente

equilibrado, sendo bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade

de vida. Já em 1998 as normas brasileiras aprimoraram- se ainda mais ao se

criar a Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605). A partir daí, o dano ambiental

passou a ter caráter de crime. A Política Nacional da Biodiversidade (instituída

pelo Decreto nº 4.339), de 2002, tem como objetivo geral a promoção da

conservação da biodiversidade, com a repartição justa e eqüitativa dos

benefícios derivados de seu uso.�

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

16

Já em 2000, através Lei nº 9.985, se criou umas das principais armas

visando à conservação ambiental. Ela institui o Sistema Nacional de Unidades

de Conservação da Natureza (SNUC), estabelecendo critérios e normas para a

criação, implantação e gestão dessas unidades. A Lei ainda prevê um

mecanismo de compensação ecológica para empreendimentos de significativo

impacto ambiental, onde os recursos financeiros são destinados para as

unidades de conservação. A Lei do SNUC foi criada visando ser uma

importante ferramenta para conservar a biodiversidade brasileira, seja visando

a estruturação de um sistema e suas normas, ou pela possibilidade de

financiamento direto através do mecanismo de compensação.�

LEONARDO GELUDA – Monografia – Março 2003 UFRJ

CAPÍTULO IV

Como tudo começou...

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

17

ECO – 92: O Encontro entre o Neoliberalismo Econômico e o “Meio Ambiente”

A Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, conhecida simplesmente como ECO – 92, foi programada

durante convocação da ONU em 22 de dezembro de 1989, onde foi acertado

que o Brasil sediaria o gigantesco encontro. A cidade do Rio de Janeiro seria

então o palco perfeito para a transformação estratégica do desenvolvimento

capitalista.

O Desenvolvimento Sustentável configura-se como pensamento dominante de

nossa época.

O Brasil, em junho de 1992, foi um local estratégico para a realização da

ECO – 92.

Nesta conferência, o objetivo foi criar a aparência de um debate amplo e

democrático, entre todos os participantes de todas as nações do mundo, sobre

as possíveis soluções para os grandes problemas ambientais. A ECO – 92 foi

verdadeiramente o palco escolhido para a aclamação do Desenvolvimento

Sustentável enquanto mecanismo de transformação dos problemas ambientais

em lucros crescentes. Os eventos paralelos, que reuniram ONGs, movimentos

sociais e ativistas políticos, foram tratados de maneira geral pela mídia como

um prolongamento festivo do evento. A agenda internacional já estava

planejada, e faltava o de acordo dos países periféricos e dos próprios

movimentos de questionamento.

A ECO – 92 foi uma atividade cênica, com movimentos e decisões

coreografados, cujo objetivo era informar a platéia, de maneira célebre, acerca

do Desenvolvimento Sustentável. A assinatura da Agenda 21 foi o ato

simbólico, foi o ponto crucial mais enfático da efetivação deste modelo

enquanto nova ordem.

A ECO-92 frutificou a elaboração dos seguintes documentos oficiais:

• A Carta da Terra (Anexo)

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

18

• Três Convenções

o Biodiversidade (Anexo)

o Desertificação e

o Mudanças Climáticas

• Uma declaração de princípios sobre as Florestas

• A Declaração do Rio de janeiro sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento; e Agenda 21 (base para que cada país elabore seu

plano de preservação do meio ambiente).

CAPÍTULO V

O sistema financeiro e a questão ambiental

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

19

No dia 1º de agosto de 2008, foi assinado o Protocolo de Intenções dos

Bancos pela Responsabilidade Socioambiental.

As instituições financeiras são importantes atores para a orientação de

investimentos privados aliados a proteção ambiental, o documento baseia-se

em cinco princípios conforme cláusula segunda ( Protocolo Verde ) descrita

abaixo:

DOS COMPROMISSOS DOS BANCOS SIGNATÁRIOS

Os bancos signatários se comprometem a programar os seguintes princípios:

I - Financiar o desenvolvimento com sustentabilidade, por meio de linhas de

crédito e programas que promovam a qualidade de vida da população, o uso

sustentável dos recursos naturais e a proteção ambiental observada às

seguintes diretrizes:

a) Aprimorar continuamente o portfólio de produtos e serviços bancários

destinados ao financiamento de atividades e projetos com adicionalidades

socioambientais;

b) Oferecer condições diferenciadas de financiamento (taxa, prazo, carência,

critérios de elegibilidade, etc.) para projetos com adicionalidades

socioambientais; e

c) Orientar o tomador de crédito de forma a induzir a adoção de práticas de

produção e consumo sustentáveis.

II - Considerar os impactos e custos socioambientais na gestão de ativos

(próprios e de terceiros) e nas análises de risco de clientes e de projetos de

investimento, tendo por base a Política Nacional de Meio Ambiente observada

as seguintes diretrizes:

a) Condicionar o financiamento de empreendimentos e atividades, potencial ou

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

20

efetivamente poluidores ou que utilizem recursos naturais no processo

produtivo, ao Licenciamento Ambiental, conforme legislação ambiental vigente;

b) Incorporar critérios socioambientais ao processo de análise e concessão de

crédito para projetos de investimentos, considerando a magnitude de seus

impactos e riscos e a necessidade de medidas mitigadoras e compensatórias;

c) Efetuar a análise socioambiental de clientes cujas atividades exijam o

licenciamento ambiental e/ou que representem significativos impactos sociais

adversos;

d) Considerar nas análises de crédito as recomendações e restrições do

zoneamento agroecológico ou, preferencialmente, do zoneamento ecológico-

econômico, quando houver; e

e) Desenvolver e aplicar, compartilhadamente, padrões de desempenho

socioambiental por setor produtivo para apoiar a avaliação de projetos de

médio e alto impacto negativo.

III - Promover o consumo sustentável de recursos naturais, e de materiais

deles

derivados, nos processos internos, observadas as seguintes diretrizes:

a) Definir e contemplar critérios socioambientais nos processos de compras e

contratação de serviços;

b) Racionalizar procedimentos operacionais visando promover a máxima

eficiência no uso dos recursos naturais e de materiais deles derivados; e

c) Promover medidas de incentivo à redução, reutilização, reciclagem e

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

21

destinação adequada dos resíduos, buscando minimizar os potenciais

impactos ambientais negativos.

IV - Informar, sensibilizar e engajar continuamente as partes interessadas nas

políticas e práticas de sustentabilidade da instituição, observadas as seguintes

diretrizes:

a) Capacitar o público interno para desenvolver as competências necessárias à

implementação dos princípios e diretrizes deste Protocolo;

b) Desenvolver mecanismos de consulta e diálogo com as partes interessadas;

e

c) Comprometer-se a publicar anualmente os resultados da implementação dos

princípios e diretrizes estabelecidos neste Protocolo.

V - Promover a harmonização de procedimentos, cooperação e integração de

esforços entre as organizações signatárias na implementação destes

Princípios, observadas as seguintes diretrizes.

a) Implementar mecanismo de governança envolvendo os signatários para

compartilhar experiências, acompanhar a efetividade e propor melhorias no

processo de implementação dos princípio e diretrizes deste Protocolo, bem

como sua evolução; e

b) Desenvolver um modelo de abordagem padronizado para levantar

informações socioambientais junto aos clientes; e

c) Realizar, a cada dois anos, a revisão dos princípios e diretrizes para o

contínuo aperfeiçoamento deste Protocolo.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

22

CAPÍTULO VI

Como os bancos agem atualmente

Os bancos de um modo geral, tem se alinhado pelo viés da ética nos

negócios e na responsabilidade social corporativa. Matérias e propagandas

nessas áreas são abundantes em revistas, jornais e páginas na internet. Ainda

que o resultado prático dessa nova postura dos bancos seja pífio na área

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

23

ambiental e que existam poucas evidências de que os documentos, protocolos

e outros compromissos assumidos por essas entidades influenciem ainda

muito pouco suas decisões estratégias (Wood jr., 2005, p.35).

Ainda não me estar claro ou pelo menos não é público o

comprometimento dos bancos, em de fato se preocupar com a questão

ambiental.

Não há um devido acompanhamento (fiscalização) por parte das entidades

competentes nos contratos e obviamente in Loco.

Da responsabilidade ambiental então, poderíamos dizer que ao Estado

cabe regulamentar e fiscalizar o fiel cumprimento de seus ditames na defesa

do meio ambiente e promover e garantir o desenvolvimento sustentável. Para

este assunto necessário, impõe-se a todos os agentes da coletividade parcela

desta responsabilidade ambiental.

Lembramos que, em função da competência concorrente para legislar

sobre o meio ambiente, Distrito Federal, Estados e Municípios possuem

legislações ambientais próprias às quais os bancos devem obediência quando

da liberação de seus créditos. E como os citados entes federais tratam muitas

vezes de forma diferenciada a sujeição ao licenciamento ambiental das

mesmas atividades, isto é, possuem políticas estaduais próprias com

diferentes parâmetros de exigências para concessão de licença ambiental, os

bancos devem, então, observar os casos de exigência/dispensa de licença

ambiental para cada atividade nos diferentes Estados da federação. A título de

exemplo: atualmente, os bancos se vêem obrigados no Estado de Pernambuco

a exigir a licença ambiental do cliente da carteira de crédito rural, para

aprovação e concessão do referido crédito, quando o projeto contemplar

irrigação, para qualquer tamanho de área que seja. O mesmo não ocorre no

Estado da Bahia, cuja legislação ambiental dispensa o licenciamento para

atividades/empreendimentos de agricultura irrigada em áreas de até 50

hectares.

No campo processual, a legitimidade passiva dos bancos para

responder a ações de reparação por danos ambientais, em solidariedade com

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

24

o seu cliente tomador do crédito e causador direto do prejuízo à natureza,

ainda é, como visto, objeto de discussão doutrinária, em face dos diversos

ângulos com que se pode mirar a questão da responsabilidade civil ambiental.

Os nossos tribunais foram poucas vezes provocados a se manifestar em

relação a casos concretos de bancos no pólo passivo, como co-responsáveis,

juntamente com os seus clientes poluidores diretos.

Não se distingue bancos públicos dos privados, oficiais ou comerciais. Todos

são instituições financeiras e são responsáveis pela reparação dos danos

ambientais de forma objetiva e solidária.

Os bancos devem atuar conjuntamente com os órgãos ambientais de

fiscalização, uma vez que é responsável pela legalidade ambiental do projeto

que financia, respondendo solidariamente com o seu cliente pelos eventuais

danos causados ao meio ambiente no momento do financiamento. Por essa

forma, desempenha os bancos uma função de controle ambiental;

A responsabilidade ambiental do financiador é objetiva, mas deve ela

ter limitação temporal ajustada à duração do financiamento, com termo final

coincidente com o adimplemento do contrato de crédito, desde que este seja

lícito. Do contrário, a irresponsabilidade do banco que não observou os

ditames exigíveis pelo ordenamento ambiental se estende através do tempo.

É co-responsável o banco pelo dano provocado ao meio ambiente por seu

financiado desde que os recursos aportados tenham conexão causal com o

mesmo.

Os bancos cumprem uma importante função de gestores ambientais na

medida em que controlam recursos financeiros destinados a atividades que

resultam em impactos sobre os recursos naturais. A assunção de maior

responsabilidade socioambiental por parte dos bancos na atual fase do

sistema capitalista de mercado é resultante de uma também crescente

valorização da natureza, possível na medida em que ampliamos nossa

consciência sobre os erros cometidos no passado e os acertos que o futuro

demanda de todos nós.

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

25

CAPÍTULO VII

Como é possível ser...

A legalidade do financiamento, todavia, não exime o banco da

responsabilidade civil de reparar o dano ambiental eventualmente causado no

momento do financiamento, existe mecanismos á serem desenvolvidos para

que possamos ter acompanhamento, do cumprimento das leis ambientais para

que os órgãos financiadores contribuam bem como seja parte integrante do

crescimento com sustentabilidade.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

26

A responsabilidade em fiscalizar o cumprimento das normas ambientais

é do Estado, mas as instituições financeiras tem o dever em ser parte

integrante do processo á fim de ser co-responsável por possível danos

causados, bem como a sustentabilidade do investimento por ele financiado.

As instituições financeiras são agentes de transformação e devem estar

consciente de que, se a economia no mundo não for reestruturada, o

progresso econômico não se sustentará.

Temos que reconhecer de que a economia de mercado e a concorrência entre

empresas e países têm sido em grande parte as causas da degradação

humana e ambiental.

Os bancos, também são um dos veículos principais de fomento á

degradação ambiental, na medida em que são os financiadores dos sistemas

capitalistas de mercado. O crédito tem servido para expandir monoculturas,

levando á destruição em larga escala o espaço natural ( HAGEMANN, 1996, p.

43).

O peso dos pesticidas, a perda de fertilidade do solo, contaminação do

ar pela indústria... Quanto do dinheiro público e/ou privado não vem sendo

disponibilizado através dos bancos para financiar a destruição, e

consequentemente o desequilíbrio da terra.

É extremamente absurdo e espantoso que somente nesses últimos

anos a legislação ambiental surgiu para limitar essas conseqüências

desastrosas que é a produção capitalista desmesurada, do crescimento

selvagem.

É entendido que não há uma conscientização para o assunto, pois o tão já

falado “Capitalismo Selvagem” tem outra proposta, crescer, crescer, faturar,

faturar... sem parâmetros e/ou limites.

A proposta será para que os bancos ( leia-se : Diretoria Competente )

em parceria com órgãos ambientais se proponha ser um gestor do Meio

Ambiente de fato , com responsabilidade e compromisso que o poder de

financiar lhe concede.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

27

O BNDS ( Banco Nacional de desenvolvimento Social ) , solicita

Licenciamento Ambiental para concessão de empréstimos / Financiamento,

trata-se de uma prática, mas e quanto aos processos contínuos dos outros

órgãos financiadores? O empreendimento está todo em conformidade? Isto

certamente não é total responsabilidade do banco, como fazer esse

acompanhamento? Auditorias anuais ( administrada pelo BACEN* ) aos

bancos é uma possível solução, auditorias estas que dariam foco aos

financiamentos á Empresas ( Pessoa jurídica ) voltadas para investimento,

crescimento das empresas, efetivamente fazer leitura na íntegra dos contratos

vigentes ou não.

Medidas punitivas em caso de não conformidade com meio ambiente, bem

como parabenizando quando estiver de acordo com as normas pré

estabelecidas.

* BACEN – Banco Central

O ABN Amro Real merece destaque, pois criou uma área específica

para o desenvolvimento de produtos socioambientais, com condições de

financiamento vantajosas. O banco também não negocia com determinados

setores da economia que oferecem impactos sociais ou ambientais negativos,

como por exemplo, indústria de armas e amianto.

No Brasil, o ABN Amro Real criou, em julho de 2002, uma área específica para

análise de riscos socioambientais, por onde passa a maioria das operações de

crédito da instituição.

Segundo a diretoria da área o ABN quer fazer “um casamento não um

financiamento”, por isso não só analisa o balanço e CNPJ*.

O BNDES foi precursor do movimento, Meio ambiente sustentável com

boas práticas, no que tange sua atividade principal, mesmo porque

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

28

acreditamos que como Banco de desenvolvimento econômico e Social, seria

seu lema.

Abaixo falamos do cronograma do BNDES com respeito aos procedimentos

e seus processos de financiamento, que com certeza deveria ser cartilha (

Guia como o próprio BNDES titula ) para as instituições financeiras com suas

respectivas responsabilidades.

Em abril de 2003, o BNDES implementou os Guia de Procedimentos

Ambientais, com a finalidade de orientar e sistematizar os procedimentos

ambientais relativos ao Enquadramento, Análise, Avaliação de Risco Ambiental

e Acompanhamento das operações do BNDES. A estrutura metodológica do

Guia contém desde orientações sobre os aspectos ambientais a partir da

concepção do projeto até a verificação da regularidade ambiental do

empreendimento, conforme as Orientações Normativas do BNDES. A

consideração dos impactos ambientais na classificação dos riscos de

empreendimentos é uma iniciativa pioneira do BNDES entre os bancos oficiais

de crédito dos países em desenvolvimento.

*CNPJ- Cadastro Nacional de Pessoa jurídica “

Em 2005, com o objetivo de capacitar o corpo técnico da instituição em

relação às questões ambientais, foram realizados os Seminários Protocolo de

Quioto - Mudanças Climáticas e Créditos de Carbono, Meio Ambiente &

Desenvolvimento Sustentável e Bioeletricidade "A Segunda Revolução

Energética Da Cana-De-Açúcar".

Com o objetivo de reunir e divulgar conteúdo específico sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o BNDES desenvolveu para a sua

Intranet o site "Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável", publicado em

janeiro de 2006.

Essa iniciativa contribuirá com a permanente necessidade de

atualização/capacitação do corpo funcional do BNDES em relação às questões

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e com o

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

29

comprometimento dos funcionários com o posicionamento institucional do

BNDES em relação ao desenvolvimento sustentável;

Enfim, o BNDES, maior financiador em longo prazo da atividade econômica no

País, ciente da sua responsabilidade ambiental, deve estar preparado para

afirmar o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, em especial

como agente indutor de boas práticas que possam contribuir para uma

administração ambiental responsável.

Podemos contar as instituições que aderiram ao Protocolo Verde, que são elas

: o BNSDES, A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil S.A, O Banco da

Amazônia S.A e o BNB - Banco do Nordeste do Brasil, e porque não ou

outros? com excessão do Banco Real, no qual mencionamos acima a sua

atuação; hoje adquirido pelo SANTANDER que não temos informação da atual

atuação, após a compra.

Apenas gostaria de salientar que depende ( acreditamos ) dos órgãos

competentes que as demais instituições financeiras deveriam integrar o

protocolo bem como ser literalmente co-responsável do crescimento com

sustentabilidade, não somente informar a Mídia seu compromisso e sim

praticá-lo.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

30

CONCLUSÃO

O trabalho de pesquisa foi totalmente voltado para a importância /

responsabilidade que as instituições de crédito tem com respeito ao Meio

Ambiente; como apresentado, apenas algumas instituições tem em suas

diretrizes, como conceder crédito partindo de um princípio básico que são as

normas pré estabelecidas pelos órgãos competentes e fiscalizadores.

Expus também as boas práticas dessas instituições, que deveriam ser

seguidas e por que não; Leis á serem religiosamente cumpridas.

É visivelmente percebido que existe um gap* nas atribuições quanto ao

Meio ambiente para algumas instituições financeiras, que não se manifestam á

respeito do assunto.

Fizemos algumas sugestões de acompanhamento dessa possível

fiscalização, mas somos sabedores que somente teríamos sucesso se

houvesse Leis para as instituições financeiras bem como uma certa dose de

“boa vontade” quanto ao seu cumprimento.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

31

Acredito que precisaremos de uma crise de consciência dos nossos

governantes para que o fato do crescimento com Sustentabilidade seja

realmente levado á sério.

Gap - lacuna

ANEXO 1

A Carta da Terra

Carta da Terra consiste em um conjunto de princípios e valores

fundamentais, que nortearão pessoas e Estados no que se refere ao

desenvolvimento sustentável, a Carta da Terra servirá como um Código

ético planetário.

Uma vez aprovada pelas Nações Unidas por volta de 2002, a Carta da

Terra será o equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos,

no que concerne à sustentabilidade, à eqüidade e à justiça.

O projeto da Carta da Terra inspira-se em uma variedade de fontes,

incluindo a ecologia e outras ciências contemporâneas, as tradições

religiosas e as filosóficas do mundo, a literatura sobre ética global, o

meio ambiente e o desenvolvimento, a experiência prática dos povos que

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

32

vivem de maneira sustentada, além das declarações e dos tratados

intergovemamentais e não-governamentais relevantes.

Deverá constituir-se em um documento vivo, apropriado pela sociedade

planetária, e revisto periodicamente em amplas consultas globais.

Entre os valores que se afirmam na minuta de referência encontramos:

• Respeito à Terra e à sua existência.

• A proteção e a restauração da diversidade, da integridade e da

beleza dos ecossistemas da Terra.

• A produção, o consumo e a reprodução sustentáveis.

• Respeito aos direitos humanos, incluindo o direito a um meio

ambiente propício à dignidade e ao bem-estar dos humanos.

• A erradicação da pobreza.

• A paz e a solução não violenta dos conflitos.

• A distribuição eqüitativa dos recursos da Terra.

• A participação democrática nos processos de decisão.

• A igualdade de gênero.

• A responsabilidade e a transparência nos processos

administrativos.

• A promoção e aplicação dos conhecimentos e tecnologias que

facilitam o cuidado com a Terra.

• A educação universal para uma vida sustentada.

• Sentido da responsabilidade compartilhada, pelo bem-estar da

comunidade da Terra e das gerações futuras.

Consensualmente, entende-se que a Carta deve ser:

• Clara e significativa.

• Uma declaração de princípios fundamentais com significado

perdurável e que possa ser compartilhada amplamente pelos povos

da todas as raças, culturas e religiões.

• Um documento relativamente breve e conciso, escrito com

linguagem inspiradora.

• A articulação de uma visão que reflicta valores universais.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

33

• Uma chamada para a acção, que agregue novas dimensões

significativas de valores às que já se encontram expressas em

outros documentos relevantes.

• Uma Carta dos povos que sirva como um código universal de

conduta para pessoas, para instituições e para Estados. Uma

Declaração Universal Dos DEVERES Humanos, uma vez que o

Homem é o grande agente modificador do ecossistema terrestre

Biodiversidade

Biodiversidade ou diversidade biológica é a diversidade da natureza viva.

Desde 1986, o termo e conceito têm adquirido largo uso entre biólogos

ambientalistas, líderes políticos e cidadãos informados no mundo todo.

Este uso coincidiu com o aumento da preocupação com a extinção,

observado nas últimas décadas do Século XX.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

34

Pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente entre os

organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas

ocorrem. Ela pode ser entendida como uma associação de vários

componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies,

populações e genes em uma área definida. A biodiversidade varia com as

diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que

nos climas temperados.

Refere-se à variedade de vida no planeta, Terra incluindo a variedade

genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da

flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de microorganismo, a

variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos

ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas

formados pelos organismos.

A Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes

categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitatividade)

dessas categorias. E inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade),

complementaridade biológica entre habitat (beta diversidade) e

variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Ela inclui, assim, a

totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e

seus componentes.

A espécie humana depende da Biodiversidade para a sua sobrevivência.

Não há uma definição consensual de Biodiversidade. Uma definição é:

"medida da diversidade relativa entre organismos presentes em

diferentes ecossistemas". Esta definição inclui diversidade dentro da

espécie, entre espécies e diversidade comparativa entre ecossistemas.

Outra definição, mais desafiante, é "totalidade dos genes, espécies e

ecossistemas de uma região". Esta definição unifica os três níveis

tradicionais de diversidade entre seres vivos:

• diversidade genética - diversidade dos genes em uma espécie.

• diversidade de espécies - diversidade entre espécies.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

35

• diversidade de ecossistemas - diversidade em um nível mais alto

de organização, incluindo todos os níveis de variação desde o

genético.

A diversidade de espécies é a mais fácil de estudar, mas há uma

tendência da ciência oficial em reduzir toda a diversidade ao estudo dos

genes. Isto leva ao próximo tópico.

BIBLIOGRAFIA

CARVALHO, André. Ecologia. 7ª ed., Belo Horizonte, MG: Lê, 1987.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo: Autores Associados,

1987.

Do Senso Comum à Consciência Filosófica. 11ª ed., São Paulo: Autores

Associados, 1992,319 p.

WOLFF, Robert Poul. O Ideal da Universidade. São Paulo-SP: U. Estadual

Paulista, 1993.

Livro: Manual de Negócios Sustentáveis – Auior; Regina Scharf Colaboração

Mário Monzoni

Introdução: Roberto Smeraldi Caderno Acadêmico do professor Rubens Mazon

Da FGV EAESP

Monografia – Leonardo Geluda Marco 2003 UFRJ

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

36

Monografia – Apresentado no IPEA 2005

Pedro Jacobi - USP

Súmula Ambiental - Sistema FIRJAN

Inteligência competitiva para desenvolvimento Sustentável Autor: Sidarta

Ruthes Editora Petrópolis

Livro: Glossário de Gestão Ambiental editora DISAL

Autores: Maria da Graça Krieger / Anna Maria becker Maciel / Cleci Regina

Bevilacqua / Maria José Bocorny Finatto / Patrícia Chittoni Ramos Reuillard

SITES e Monografias conforme mencionado no conteúdo do trabalho.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

37

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1 - 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A Economia e o Meio Ambiente 10 – 11

CAPÍTULO II

Biodiversidade no Brasil 12 – 14

CAPÍTULO III

Legislação para Gestão Ambiental 15 – 16

CAPÍTULO IV

Como tudo começou 17 – 18

CAPÍTULO V

O Sistema Financeiro e a questão ambiental 19 – 22

CAPÍTULO VI

Como os bancos agem atualmente 23 – 25

CAPÍTULO VII

Como é possível ser 26 - 30

CONCLUSÃO 31

ANEXOS 32 - 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ÍNDICE 37

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · É notória a ausência de interesse nesse nicho, os ambientalistas e os cidadãos tem preocupação á ... instituições

38

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: