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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A IMPORTÂNCIA SOCIAL DO ESPORTE E OS EFEITOS DOS MEGAEVENTOS Por: Martinho Neves de Miranda Orientador Prof. Wiliam L. Rocha Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA SOCIAL DO ESPORTE E OS EFEITOS DOS

MEGAEVENTOS

Por: Martinho Neves de Miranda

Orientador

Prof. Wiliam L. Rocha

Rio de Janeiro

2011

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA SOCIAL DO ESPORTE E OS EFEITOS DOS

MEGAEVENTOS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Direito

Desportivo.

3

AGRADECIMENTOS

....A Deus, aos amigos e parentes, em

especial a minha esposa Flávia e meus

filhos Camila e James e o que vai

nascer com a graça de Deus.

4

DEDICATÓRIA

.....dedico este trabalho a Meu Pai, meus

irmãos e a todos os meus sobrinhos para

que sirva de exemplo e estímulo para que

se empenhem nos estudos pois não

importa a idade para se atingir um

objetivo...

5

RESUMO

Em uma sociedade cujas diferenças sociais são bastante acentuadas,

o esporte é utilizado com ferramenta de inclusão social devido a sua

característica de reunir e congregar um grupo em prol de um objetivo cuja

finalidade, em muitos caos é simplesmente uma brincadeira e, posteriormente

um sonho de conquistas para os que conseguem se destacar em uma

determinada modalidade esportiva.

O esporte rompe as barreiras do preconceito e, principalmente,

aqueles cujos equipamentos utilizados são de baixo custo como o futebol, é

praticado por uma massa de pessoas em diversos locais e comunidades

carentes. Em muitos casos a prática desportiva torna-se uma porta de

salvamento para toda a família, onde o jovem com habilidade diferenciada

busca o caminho do profissionalismo para buscar uma “ascensão social”.

O esporte é sem dúvida uma forma saudável de promover a cidadania

e a inclusão dos indivíduos. Com a prática desportiva, podemos aliar a

educação quando alicerçada por pilares de respeito, doutrina e

companheirismo, também a melhora significativo na saúde dos praticantes,

gerando grande economia aos cofres públicos

Hoje, o Brasil vem se destacando no cenário esportivo mundial, não

somente pelo futebol, mas também em outras modalidades até então

consideradas restritas às grandes potências desportivas. Nossos atletas se

destacam na natação, na ginástica olímpica e em várias outras modalidades.

Nosso país diante da sua ascensão no cenário econômico mundial

buscou sediar eventos de grande magnitude no cenário internacional e a

chegada destes megaeventos inclui o Brasil em definitivo como sendo uma das

grandes potências esportivas. Espera-se que toda a logística envolvida na

realização destes megaeventos, venha se transformar em legados sociais para

as comunidades pobres e também traga desenvolvimento econômico,

principalmente para a Cidade do Rio de Janeiro que abre suas portas para o

Turismo internacional.

METODOLOGIA

6

O trabalho envolveu pesquisa bibliográfica sobre o tema abordado,

levantamentos e sistematização de informações obtidas através de leitura de

livros, jornais, revistas e pesquisas em documentos..A pesquisa bibliográfica

reúne um instrumento teórico que fornecerá subsídios para o entendimento

dos objetos de estudo, permitindo balizar as informações obtidas.

A pesquisa abrangerá obras que tratem do tema e traga consigo

informações sobre o tema e seu contexto social e também os abordados em

outros países.

Ao mesmo tempo foram realizados levantamentos de informações

sobre os objetos de estudo através da busca de material iconográfico e

documentos para análise já existentes como planilhas, informações sobre os

impactos dos novos desafios impostos a toda a sociedade local. Não foram

realizadas pesquisas de campo, apenas o levantamento já feito em pesquisa e

material disponível pelo próprio governo.

As informações foram estruturadas segundo o tema que norteiam os

objetivos da pesquisa, indicando as diferenças e semelhanças existentes entre

as diversas experiências.

É importante incluir os créditos às instituições que cederam o material

ou que foram o objeto de observação e estudo.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Importância Social do Esporte 10

CAPÍTULO II - Impacto Econômico do Esporte 24

CAPÍTULO III - O Legado dos Mega Eventos 27

CONCLUSÃO 42

ANEXOS 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

8

INTRODUÇÃO

É inegável a importância do esporte como veículo de transformação

social. Através dele os jovens se distanciam das drogas e do crime, e é um

caminho para que os indivíduos de baixa renda alcancem o sucesso e

melhorarem suas condições de vida. Quantos atletas têm surpreendido o

mundo com vitórias nos esportes que vieram das favelas ou da periferia das

grandes cidades? Quantos talentos saem de lugares miseráveis para se

sobressaírem em determinada modalidade esportiva. Muitos começaram a

treinar nas ruas com os colegas, ou em unidades mantidas por projetos

sociais, até que foram descobertos, receberam apoio e puderam mostrar ao

mundo suas habilidades, conseguindo atingir um “Status social” que

normalmente não conseguiria.

O esporte e a cidadania caminham juntos, em parceria. Estão nas

praticas de atividades físicas, muitos direitos dos indivíduos, além da

desenvoltura de algumas habilidades essenciais para a cidadania e a

hegemonia entre as pessoas. O esporte em geral, e principalmente aqueles

praticados em grupo, contribuem para que sejam desenvolvidos nas pessoas

valores, como a tolerância e respeito. Aprende-se a aceitar os erros alheios,

inscita a melhoria da qualidade de vida e fomenta uma convivência de

igualdade entre os indivíduos, visto que entre os atletas estão pessoas de

níveis sociais bastante diferenciados, fazendo com que classes sociais

diferentes, através do esporte possam estar reunidas numa situação de

igualdade.

A prática desportiva ajuda a desenvolver a melhoria de sua saúde

física e mental. O Esporte também registra grande impacto na economia

informal e formal além de promover a inclusão de pessoas deficientes

trazendo-as para uma vida ativa e mais digna

O ponto culminante do esporte no cenário mundial, sem dúvida e a

realização de eventos grandiosos que congregam atletas de todo o mundo os

chamados “MegaEventos Esportivos”, promovendo uma competição sadia e

promovendo o intercâmbio da Paz universal. Além de movimentar altas cifras

9

financeiras, trás também grandes modificações estruturais nas cidades sedes

das competições.

.

CAPÍTULO I

10

IMPORTÂNCIA SOCIALDO ESPORTE

CONCEITO

...O esporte favorece a inclusão social, a integração e a igualdade de

oportunidades.

Devido à importância que o esporte representa para o

desenvolvimento sócio-Econômico e cultural do país, cabe ao Estado produzir

elementos que visem integrar a prática desportiva, nos mais diversos níveis da

sociedade, neste sentido o texto constitucional em seu artigo 217 assegura

que:

“É dever do Estado, fomentar práticas desportivas

formais e não-formais, como direito de cada um,

observados.....”

1.1 – O Esporte na Educação

Pelo Papel que desempenha na educação formal e não formal, o

desporto reforça o capital humano gerando indivíduos educados e com

melhores perspectivas de vida. Os valores veiculados pelo esporte contribuem

para desenvolver os conhecimentos, a motivação, as competências e a

disponibilidade para fazer esforços pessoais para atingir metas.

Comprovadamente, o tempo consagrado às atividades esportivas na escola e

na universidade tem efeitos benéficos para a saúde e para a educação que

devem em muito ser valorizadas e apoiadas. Desta feita, o esporte e as

atividades físicas devem ser apoiadas, através de programas de aprendizagem

ao longo de toda vida, assim promover a participação em oportunidades

11

educativas através do desporto deveria ser uma prioridade para o governo,

incentivando parcerias escolares com os setores públicos e privados visando o

desenvolvimento pessoal e profissional através da prática esportiva.

A prática esportiva é um instrumento educacional que visa o

desenvolvimento integral das crianças e adolescentes, ensinando-os a lidar

melhor com suas necessidades, desejos e expectativas, fazendo com que os

jovens desenvolvam competências técnicas, sociais e comunicativas,

essenciais para o desenvolvimento individual e social. O esporte, como

instrumento pedagógico, precisa se integrar às finalidades gerais da educação,

de desenvolvimento das individualidades, de formação para a cidadania e de

orientação para a prática social. O campo pedagógico do Esporte é um campo

aberto para a exploração de novos sentidos/significados, ou seja, permite que

sejam explorados pela ação dos educandos envolvidos nas diferentes

situações. Além de ampliar o campo experimental do indivíduo, cria

obrigações, estimula a personalidade intelectual e física e oferece chances

reais de integração social. O esporte funciona como um diferencial na

formação do cidadão e na construção de uma sociedade mais saudável em

todos os sentidos. O corpo e a mente exercem influência mútua e sempre

devemos cuidar de um para mantermos o outro saudável

É sabido que vivemos numa sociedade complexa. A instituição família

encontra-se, hoje, de "mãos atadas" que, somado ao desaparecimento da

socialização primária, mergulha numa profunda crise de valores sociais. É

neste ponto que entendemos o papel decisivo do esporte, juntamente com a

educação, na busca por princípios e valores sociais, morais e éticos. É

necessário, portanto, buscarmos uma nova orientação a qual os valores do

esporte, do jogo e da brincadeira, não permaneçam apenas dentro das escolas

ou dos clubes, mas que transitem para além. Dessa forma, cabe ao professor

de Educação Física criar condições para que o esporte seja assumido como

um valor de referência na inclusão e no bem-estar, não apenas de crianças e

jovens, como também de adultos, idosos e deficientes físicos

12

1.1.1 – Pedagogia do Esporte

Antes de refletir sobre refletirmos sobre as questões concernentes à

pedagogia do esporte e sua implicação para a prática pedagógica em

Educação Física, é preciso refletir sobre o conceito de pedagogia, substrato

para pensarmos sua aplicação no esporte. De um modo geral, a pedagogia

não se refere unicamente ao modo como vamos ensinar nossos alunos - seja

no âmbito escolar ou acadêmico - mas, poderíamos dizer que:

A pedagogia seria uma reflexão sobre todo o contexto que envolve a ação

educativa, coadunando numa efetiva prática de intervenção. Uma intervenção

comprometida, intencional, dirigida, organizada e ciente de suas

responsabilidades educacionais (MINISTÉRIO DO ESPORTE, 2004, p. 9).

O professor de Educação Física pode ser visto como um pedagogo e,

como tal, este possui algumas responsabilidades no que tange a transmissão

de conhecimentos, dando um tratamento, uma direção pedagógica que pode

ser intencional, consciente ou organizada. Com efeito, é correto afirmar que

para se ensinar um determinado conteúdo não basta que o professor seja um

especialista em determinada área do conhecimento. Nas palavras de Libâneo

(2002, p. 35):

A educação visa fundamentalmente preparar o homem (crianças,

jovens e adultos) para a vida, construindo o seu tempo e o seu lugar no

mundo, procurando "inculcar os valores vigentes, o modo de viver do grupo,

seu sistema de crenças e convicções, seu saber e suas técnicas, bem como,

de sua perspectiva libertária, assegurar o pleno exercício da cidadania".

Não há dúvidas de que o esporte é um fenômeno sócio-cultural de

grande relevância em nossa sociedade; cada vez mais, diferentes grupos

sociais praticam esporte, nos parques, nas ruas, como forma de lazer,

distração e integração. Tal é a sua importância, enquanto fenômeno social e

cultural que o esporte hoje é praticado no mundo todo (FLORENTINO, 2006b).

13

Diante dos fatos, o professor, tendo consciência da ferramenta valiosa

(esporte) que possui em suas mãos, deve aprofundar o desenvolvimento de

atitudes afetivas e coletivas, fazendo com que seus alunos (não importando a

raça, o credo, o gênero) reconheçam e respeitem sem discriminação, as

características pessoais, físicas, sexuais e sociais do próximo. Em outros

termos, uma prática educativa que negue as desigualdades que acabam

inviabilizando o trabalho do professor com seus alunos

Segundo Bento (1991), o ensinar na Educação Física e no esporte,

não deve se caracterizar numa simples transmissão de conhecimento ou

imitação de gestos, mas, sim, deve ser entendido como uma prática

pedagógica que leve em conta o sujeito, o seu contexto. O educando deve ser

instigado a aprender esportes, por meio de uma pedagogia desafiante, que

possibilite uma busca pelo superar-se; o esporte há de ser uma atividade

instauradora e promotora de valores.

Hoje, há uma nova orientação, por assim dizer, na qual as áreas que

se relacionam com o movimento humano - incluindo o esporte - não podem

estar isoladas de seu contexto social, cultural e humanístico. De acordo com

Queirós (2004), não se pode mais ignorar as mudanças que ocorrem no

sistema social e no sistema tradicional do esporte, tendo em vista que o

mesmo está inserido em uma mudança de valores, tal como outros sistemas

parciais da sociedade contemporânea. Para tanto, devemos buscar

compreender quais os valores que regem o desenvolvimento do esporte na

atual conjuntura social; qual o seu paradigma norteador no processo de

mudanças axiológicas as quais estamos vivendo contemporaneamente.

Portanto, uma das formas de se alcançar este objetivo é pensarmos

numa prática educativa do esporte orientada por um viés inclusivo, que vise a

promoção de atividades recreativas, formativas e sociais. Uma prática que (re)

construa valores, tais como: responsabilidade, respeito ao próximo, respeito às

regras, desenvolvimento da personalidade, da tolerância, da integração e

conviviabilidade. E para que isso ocorra é preciso que o professor acredite na

mudança, zele por uma coerência total entre suas idéias e suas ações na

prática educacional; busque conteúdos e uma metodologia de ensino

14

dinâmica. Em suma, uma aprendizagem formativa que faça do seu aluno um

ser pensante, autônomo, criativo e crítico.

1.2 – O Esporte e a Saúde

Historicamente, a prática desportiva tem priorizado e enfatizado a

dimensão bio-fisiológica. Entretanto, a partir da década de 80, a presença de

outros ramos do saber, especialmente das Ciências Humanas tem participado

deste debate. Novas questões, advindas da percepção da complexidade das

ações humanas, tem sido trazidas por este outro campo científico. Passa-se a

estudar a prática desportiva em uma visão mais ampla, priorizando a

multidisciplinariedade, onde o homem, cada vez mais, deixa de ser percebido

como um ser essencialmente biológico para ser concebido segundo uma visão

mais abrangente, onde se considera os processos sociais, históricos e

culturais.

A par das evidências de que o homem contemporâneo utiliza-se cada

vez menos de suas potencialidades corporais e de que o baixo nível de

atividade física é fator decisivo no desenvolvimento de doenças degenerativas

sustenta-se a hipótese da necessidade de se promoverem mudanças no seu

estilo de vida, levando-o a incorporar a prática de atividades físicas ao seu

cotidiano. Nessa perspectiva, o interesse em conceitos como “ATIVIDADE

FÍSICA”, “ESTILO DE VIDA” e “QUALIDADE DE VIDA” vem adquirindo

relevância, ensejando a produção de trabalhos científicos vários e constituindo

um movimento no sentido de valorizar ações voltadas para a determinação e

operacionalização de variáveis que possam contribuir para a melhoria do bem-

estar do indivíduo por meio do incremento do nível de atividade física habitual

da população.

Da análise às justificativas presentes nas propostas de implementação

de programas de promoção da saúde e qualidade de vida por meio do

incremento da atividade física e práticas desportivas, depreende-se que o

principal argumento teórico utilizado está fundamentado no estilo de Vida

Ativa.

15

Tal estilo tem sido apontado, por vários setores da comunidade

científica, como um dos fatores mais importantes na elaboração das propostas

de promoção de saúde e da qualidade de vida da população. Este

entendimento fundamenta-se em pressupostos elaborados dentro de um

referencial teórico que associa o estilo de vida saudável ao hábito da prática de

atividades esportivas e, consequentemente, a melhores padrões de saúde e

qualidade de vida.

O pressuposto sustenta a necessidade de se proporcionar um maior

conhecimento, por parte da população, sobre os benefícios da atividade

esportiva e de se aumentar o seu envolvimento com atividades que resultem

em gasto energético acima do repouso, tornando os indivíduos mais ativos.

Neste cenário, entende-se que o incremento do nível de atividade esportiva

constitui um fator fundamental de melhoria da saúde pública.

Entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Esporte como a

Organização Mundial de Saúde (OMS), o Conselho Internacional de Ciências

do Esporte e Educação Física (ICSSPE), o Centro de Controle e Prevenção de

Doença - USA (CDC), o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), a

Federação Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), a Associação

Americana de Cardiologia e o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão

Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) preconizam que sessões de trinta

minutos de atividades físicas por dia, na maior parte dos dias da semana,

desenvolvidas continuamente ou mesmo em períodos cumulativos de 10 a 15

minutos, em intensidade moderada, já são suficientes para a promoção da

saúde (Matsudo,1999). Nesta mesma direção, encontram-se numerosos

trabalhos de abordagem epidemiológica assegurando que o baixo nível de

atividade física intervém decisivamente nos processos de desenvolvimento de

doenças degenerativas (Powell et al., 1985).

Dentre os estudos mais expressivos envolvendo esta linha de

pesquisa, tem-se o estudo de Paffenbarger (1993). Analisando ex-alunos da

Universidade de Harvard, o autor observou que, a prática de atividades

esportivas está relacionada a menores índices de mortalidade. Comparando

indivíduos ativos e moderadamente ativos com indivíduos menos ativos,

16

verificou que a expectativa de vida é maior para aqueles cujo nível de atividade

física é mais elevado. Com relação ao risco de morte por doenças

cardiovasculares, respiratórias e por câncer, o estudo sugere uma relação

inversa deste com o nível de atividade física.

Estudos experimentais sugerem que a prática de atividades esportivas

de intensidade moderada atua na redução de taxas de mortalidade e de risco

de desenvolvimento de doenças degenerativas como as enfermidades

cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, enfermidades

respiratórias, dentre outras. São relatados, ainda, efeitos positivos da atividade

física no processo de envelhecimento, no aumento da longevidade, no controle

da obesidade e em alguns tipos de câncer (Powell et al.,1985;

Gonsalves,1996; Matsudo & Matsudo,2000).

A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (1999), em

posicionamento oficial, sustenta que a saúde e qualidade de vida do homem

podem ser preservadas e aprimoradas pela prática regular de atividade

esportiva.

A prática esportiva é muito importante, tendo impacto positivo na

qualidade de vida e na saúde das pessoas, sobretudo na terceira idade, já que

favorece o equilíbrio físico e emocional dessa faixa etária. “No aspecto

funcional, destaca-se o aumento da força em até 200%, além do fortalecimento

dos ossos; aumento da mobilidade e flexibilidade nas articulações, melhora do

equilíbrio, manutenção da postura e aumento da capacidade de coordenar

melhor os movimentos. No aspecto psicológico, posso citar o aumento da

disposição, melhora da auto-estima e da sensação de bem estar. Esse

conjunto de benefícios colabora para que o idoso saia de um eventual estado

depressivo”,

Dentro do princípio de que cada Real investido em atividade física se

economiza três na área da Saúde, vários segmentos do governo tem

implementado projetos que incentivem a prática desportiva ou de simples

atividades físicas no dia a dia das pessoas e o resultado começa a aparecer

em curto prazo. Estes programas pretendem melhorar a qualidade de vida da

população e reduzir gastos consideráveis na área da saúde.

17

"A prática regular de atividade física sempre esteve ligada à imagem de

pessoas saudáveis. Antigamente, existiam duas idéias que tentavam explicar a

associação entre o exercício e a saúde: a primeira defendia que alguns

indivíduos apresentavam uma predisposição genética á prática de exercício

físico, já que possuíam boa saúde, vigor físico e disposição mental; a outra

proposta dizia que a atividade física, na verdade, representava um estímulo

ambiental responsável pela ausência de doenças, saúde mental e boa aptidão

física. Hoje em dia sabe-se que os dois conceitos são importantes e se

relacionam."

1.3 – O Futebol como fator de inclusão social

Diversas pessoas não sabem a importância da atividade física

principalmente a importância do futebol para o corpo e para a mente. Mas

diversos fatos devem ser analisados como: a perspectivas de inclusão e

ascensão social através do esporte, especificamente o futebol. Pensando nisso

e procurando reunir uma série de raciocínios sobre a história mundial do

futebol, caracterizada pelo início de um jogo com o uso da bola. É importante

identificar o quanto o esporte é usado como ferramenta de transformação e

inclusão social e como o futebol é preferido para a utilização em projetos

sociais e, ainda, comprovar o quanto o futebol já contribuiu para a formação de

profissionais de sucesso que saíram de uma vida humilde e hoje ostentam

riqueza e, ainda assim, investem em programas sociais envolvendo o futebol.

Podemos concluir que o esporte é uma ferramenta eficaz na inclusão

social, sendo ainda, uma possibilidade de ascensão sócio-financeira.

1.3.1 A inserção do futebol na cultura brasileira.

“Os padrões culturais de cada povo se refletem igualmente na modalidade

desportiva que se vai praticar. Por isso que foi necessário estudar as

18

perspectivas de inclusão e ascensão social através do esporte,

especificamente o futebol”.

Na sociedade atual, pode-se perceber que muitos pais incentivam seus

filhos a prática esportiva, com ênfase na competição. Principalmente naquela

que acarretará a vitória e a divulgação do feito: medalhas, comentários em

jornais e rádios locais, premiação pública na escola ou no clube. Segundo

Leyla muitos esportes proporcionam a inclusão e a facilidade de sua prática

sem muitos investimentos, mas nenhum supera o futebol. “É ao redor dos

campos de futebol que se formam as pequenas comunidades. Ele atrai os

olhares, aumenta a paixão e mais ainda, faz brotar sonhos de uma carreira rica

e famosa. Por isso deve ser mais bem avaliado pelos governos e instituições

sociais, como importante alternativa para projetos de inclusão”.

O Brasil possui um verdadeiro exército de pessoas capazes e

dispostas a trabalharem nesse processo. Muitos têm usado o esporte mais

atrativo e viável para as classes menos privilegiadas para inclusão na escola e

como cidadão ativo. O futebol é o esporte que requer menos custo em seus

equipamentos, comparados os outros esportes praticados no país. Muito antes

que apenas uma atividade esportiva, o futebol como inclusão social não tem

sido visto apenas como agente emancipador e transformador, mas como uma

promessa de realização de sonho para muitos. “Para utilizar o futebol como

agente de interação social, é necessário entre outras coisas, promover o

equilíbrio entre cooperação e competição, caso contrário corre-se o risco de

modificá-lo em sua essência, obstruindo a construção de uma nova concepção

de ensino em escolinhas de futebol”.

Deve-se ter em mente, que a responsabilidade social é participar

decisivamente do esforço de inclusão. “Incluir socialmente significa garantir a

participação do indivíduo em todo e qualquer ambiente social que o cerca.

Portanto, sendo as escolinhas de futebol um espaço contextual de ensino do

futebol, por exemplo, cria-se como uma possibilidade bastante interessante

para o exercício da inclusão, da oportunidade, da garantia dos direitos para

todos”.

19

1.4 – Inclusão de Deficientes Através do Esporte

O esporte adaptado para deficientes surgiu no começo do século XX,

com atividades esportivas para jovens com deficiências auditivas. Mais tarde,

em 1920, iniciaram-se atividades como natação e atletismo para deficientes

visuais. Para portadores de deficiências físicas, o esporte adaptado só

começou a ser utilizado após a Segunda Guerra Mundial, para reabilitação e

inserção social dos soldados que voltavam para casa mutilados. Inicialmente, a

intenção era oferecer uma alternativa de tratamento aos indivíduos que

sofreram traumas medulares durante o conflito. Entretanto, em 1944, por meio

de um convite do Governo Britânico, o neurologista e neurocirurgião alemão

Ludwig Guttmann, que escapara da perseguição aos judeus na Alemanha

nazista, inaugurou um centro de traumas medulares dentro do Hospital de

Stoke Mandeville. É neste ponto da história que o desenvolvimento e fomento

do esporte paraolímpico ganharia força.

Em 1948, Guttmann decidiu organizar competições esportivas

envolvendo veteranos da Segunda Guerra Mundial com ferimentos na medula

espinhal em Stoke Mandeville, England. Eram os primeiros jogos para atletas

com deficiência fisíca. No mesmo ano, no dia da cerimônia de abertura dos

Jogos Olímpicos de Londres, os jogos de Mandeville Stoke foram lançados e a

primeira competição para atletas em cadeira de rodas foi organizada.

Participaram 16 atletas veteranos de guerra, 14 homens e duas mulheres.

Quatro anos depois, atletas dos Países Baixos juntaram-se aos jogos; e assim

o evento internacional, hoje conhecido como Paraolimpíada, nasceu.

Os jogos olímpicos especiais para atletas com deficiência foram

organizados pela primeira vez em Roma em 1960, imediatamente após os

Jogos Olímpicos. Eles são considerados os primeiros jogos Paraolímpicos.

Cerca de 400 atletas vindos de 23 países competiram em 8 esportes, 6 deles

ainda inclusos no programa de competição Paraolímpica (tênis de mesa, arco

e flecha, basketball, natação, esgrima e atletismo). Desde então, os Jogos

Paraolímpicos são organizados a cada quatro anos, sempre no mesmo ano

20

dos Jogos Olímpicos. Fruto do crescimento do esporte adaptado, em 1964, foi

criada a Organização Internacional de Esportes para Deficientes (ISOD).

Os jogos Paraolímpicos evoluíram e hoje, depois apenas dos Jogos

Olímpicos, são o principal evento esportivo mundial.

O Esporte Adaptado no Brasil surgiu em 1958. Atualmente é

administrado por 6 grandes instituições: A ABDC (Associação Brasileira de

Desporto para Cegos), a ANDE (Associação Nacional de Desporto para

Excepcionais), a ABRADECAR (Associação Brasileira de Desportos em

Cadeira de Rodas), a ABDA (Associação Brasileira de Desportos para

Amputados), a ABDEM (Associação Brasileira de Desportos para Deficientes

Mentais) e a CBDS (Confederação Brasileira de Desportos para Surdos).

1.4.1 - Papel do Esporte na Vida do Deficiente Físico

O esporte é um veículo para a inclusão da pessoa com deficiência na

sociedade. Nos aspectos físicos e motores, o esporte melhora a condição

cardiovascular dos praticantes, aprimora a força, a agilidade, a coordenação

motora e o equilíbrio. No aspecto social, o esporte proporciona a oportunidade

de sociabilização com pessoas portadoras e não portadoras de deficiências,

torna o indivíduo mais independente para a realização de suas atividades

diárias e faz com que a sociedade conheça melhor as potencialidades dessas

pessoas especiais. No aspecto psicológico, o esporte melhora a autoconfiança

e a auto-estima das pessoas portadoras de deficiência, tornando-as mais

otimistas e seguras para alcançarem seus objetivos.

1.5 – Ascensão Social Através do Esporte

DENILSON - FUTEBOL

Na família de Denilson há casos de gente que não passou pela

peneira. Dois primos, que a parentela jura serem tão bons de bola quanto o

atacante do Real Betis, são hoje motoristas de lotação. Se não tivesse sido

descoberto por um olheiro do São Paulo aos 13 anos, Denilson provavelmente

21

estaria na mesma situação. Ele passou a morar no clube de segunda a sexta-

feira. Treinava seis horas por dia. Quando os outros iam para o chuveiro,

ficava sozinho no campo por mais meia hora, ensaiando dribles e embaixadas.

Com 16 anos, assinou seu primeiro contrato, com um salário de 700 reais. Era

quase a soma dos vencimentos do pai operário e da mãe empregada

doméstica. Com o dinheiro ajudou a reformar a casa em que a família vivia em

Diadema, na Grande São Paulo. Logo que começou a ganhar dinheiro de

verdade, realizou um sonho da mãe: revestiu a casa toda de mármore – pisos

e paredes. "Eu sempre limpava o mármore da casa das patroas e só

imaginava o dia em que ia ter isso na minha", diz a mãe, Amélia de Oliveira,

que atualmente mora com o filho em Sevilha, na Espanha. O salário mensal de

Denilson é hoje 910 vezes maior que a renda per capita de Diadema, cidade

onde nasceu (TEICH, 2002 p. 5).

ACELINO DE FREITAS – POPÓ – BOXE

Acelino Freitas nasceu numa família pobre, de um bairro da periferia

da capital baiana, a Cidade Nova, localizado na região da Baixa de Quintas,

filho de Niljalma Freitas e Zuleica (?). Recebeu da mãe o apelido com que

torno-se conhecido: Popó, por ter mamado até uma idade avançada.

Seu pai era também pugilista, assim como três dos seus irmãos, dos

quais Luís Cláudio foi quem mais o incentivou a também ingressar na

profissão, o que fez já aos catorze anos de idade.

Até o primeiro título mundial, morava com os pais e irmãos em um

casebre, de 6,75 m², que tinha panos como divisórias.

Seus treinamentos básicos são feitos na cidade natal, onde construiu

um ginásio, voltado para a preparação de novos talentos.

Se lançou candidato a deputado federal pela Bahia nas eleições de

2010 pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB)

JOAQUIM CRUZ - ATLETISMO

22

Atleta brasiliense (12/3/1963-). Campeão e recordista olímpico na

corrida de 800 metros, é o primeiro brasileiro a ganhar medalha de ouro em

prova de pista em Olimpíadas. Caçula dos seis filhos de um carpinteiro,

Joaquim Carvalho Cruz nasce em Taguatinga, no Distrito Federal.

Sonha ser jogador de basquete, mas, em maio de 1977, é inscrito, por

trote, nas provas de atletismo do Campeonato Brasiliense Estudantil. Participa

da competição e chama a atenção pelo desempenho nos 1 500 metros. No

início de 1978 começa a treinar e logo estréia em competições oficiais de

atletismo, ganhando duas medalhas de ouro (400 e 800 metros) no

Campeonato Brasileiro de Menores.

Em dois anos conquista sete medalhas de ouro internacionais e uma

de bronze. Em junho de 1981 bate o recorde mundial nos 800 metros da

categoria 18/19 anos, no 7º Troféu Brasil, no Rio de Janeiro, e recebe uma

bolsa de estudos da Bring Young University, em Utah, nos Estados Unidos

(EUA).

Nos 800 metros, leva o bronze no Mundial de Helsinque, na Finlândia,

em 1983, ganha o ouro nas Olimpíadas de Los Angeles (1984), ouro nos

Jogos Pan-Americanos de Indianápolis (1997) e prata em Seul (1998). Em

1995 obtém a medalha de ouro no Pan-Americano de Mar del Plata nos 1 500

metros. Abandona a carreira em 1997.

Formado em línguas românicas pela Universidade de Oregon (EUA)

em 1988 e em educação física na Point Loma Nazarene College (San Diego,

EUA) em 1995, atualmente é treinador pessoal de condicionamento físico e

técnico de atletismo.

23

CAPÍTULO II

IMPACTO ECONÔMICO DO ESPORTE

2.1 - Impacto Econômico do Esporte

O esporte de competição demonstra ser de grande importância para a

indústria do entretenimento. De fato, esta indústria, estima-se, apresentará as

maiores taxas de crescimento ao longo do século XXI, e o esporte está se

transformando no principal setor dessa indústria, considerando seu impacto

social e a importância econômica que esta atividade desempenhará na

economia dos países nos próximos anos.

O futebol possui cerca de um bilhão de praticantes em todo mundo,

Movimenta quase US$ 260 bilhões anualmente. Durante a Copa do Mundo de

24

1998 na França, atraiu uma audiência televisiva acumulada estimada em cerca

de 36 bilhões de pessoas (Fonte: Ministério dos Esportes)

2.2 - O Esporte Na Economia e Na Geração De Empregos

O Esporte Alavanca a Economia, desta forma, o setor de tem a

capacidade de alavancar a atividade econômica de forma direta e indireta nos

seguintes setores da Indústria têxtil, Indústria de Calcados, Indústria de

Equipamentos, Comunicação, Entretenimento, Comércios varejista e

atacadista, Indústria da construção civil, Internet, Serviços financeiros.

Medicina e Indústria farmacêutica.

Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas - FGV1, A indústria do

esporte movimenta R$ 25 bilhões, emprega 300 mil pessoas, apresenta taxa

de crescimento bem acima da média: enquanto o Produto Interno Bruto - PIB

cresceu à taxa média de 2,25% de 1996 a 2000. Esse segmento registrou

aumento médio anual de 12,34% no período.

Metade dos R$ 25 bilhões movimentados pelo setor é relativa à

indústria de artigos esportivos, como roupas, calçados e equipamentos. Dos

50% restantes, R$ 8,7 bilhões são relativos a serviços diretamente ligados ao

setor, como prática esportiva em clubes e academias, arrecadações em

estádios e quadras, marcas e direitos autorais, marketing, comunicação

esportiva (televisões, rádios etc). Os R$ 2,8 bilhões restantes correspondem ao

valor indireto gerado pelo esporte, como gastos com transporte, alimentação e

hospedagem de atletas e manutenção de equipamentos e de infra-estrutura

poliesportiva.

Alem dos R$ 25 bilhoes há uma parcela de R$ 18 bilhões anuais

relativa ao esporte nas instituições de ensino e aos investimentos das

empresas em ginástica laboral, subsídios e convênios com clubes e academias

de ginástica, e até mesmo a economia obtida por elas e pelo Instituto Nacional

de Seguro Social - INSS com a redução de dias não trabalhados em virtude de

adoecimento de funcionários.

25

Dessa forma, podemos dizer que esse setor, em sua plenitude, é

responsável por 3% do PIB ou R$ 60 Bilhões

2.3 - O Esporte Resistindo as Crises Econômicas

Uma das características mais importantes deste setor é a sua

capacidade de crescer mesmo em períodos de crise. Isso porque quando a

economia está em crescimento as pessoas têm mais dinheiro e gastam mais

com esporte. Quando a economia se encontra em retração, os desempregados

têm mais tempo livre para a prática do esporte.

E, ainda segundo a FGV, mesmo com o alto ritmo de crescimento

registrado nos últimos anos, o setor ainda tem potencial para crescer de forma

acelerada. De fato, apenas 1,1% da População Economicamente Ativa - PEA

do País pratica esporte pelo menos duas vezes por semana. Se comparado

com outros países, como os EUA, por exemplo, onde este percentual atinge

18% só com o fisiculturismo, fica claro o potencial de crescimento do setor no

Brasil.

O mercado de licenciamento no Brasil ainda e embrionário, nos EUA

cerca de US$ 14 bilhões são gerados no mercado de Royalties e, US$700

milhões (50%) são provenientes do setor de esportes .

No Brasil, US$100 milhões gerados mercado de royalties e apenas

US$6 milhões (6%) se referem ao esporte.

Certamente o Esporte tem um enorme potencial ainda não

devidamente explorado no Brasil.

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CAPÍTULO III

O LEGADO DOS MEGAEVENTOS

CONCEITO

As competições esportivas, os jogos que mobilizam as massas, que

alteram as nossas rotinas, têm sido nos tempos modernos verdadeiros

mecanismos, elos quase perfeitos de união entre importantes dimensões da

vida em sociedade. Apresentam claramente fragilidades e limites, certezas e

incertezas, estruturas para organizar e acontecimentos, para transformar. De

certo modo, transferimos para nossos atletas a responsabilidade de honrar a

pátria, as cores da nossa bandeira, de salvar a nação, através de uma vitória,

de uma medalha, de um gol que nos dê o título mundial, o ouro olímpico, o

lugar mais alto do pódio.

3.1 - O Legado Dos Megaeventos

27

Mas, e se mudássemos os atletas dessa “partida”? Saem os atletas, os

desportistas, entram em campo políticos, governantes e empresários? Esses

são personagens fundamentais deste ‘jogo’, onde nada é mais oportuno do

que uma grande mobilização em torno dos megaeventos esportivos que

acontecerão no Estado do Rio de Janeiro. Instituições governamentais,

políticas, acadêmicas e da sociedade em geral, discutindo, formulando

conceitos e fundamentos que dizem respeito aos legados desses futuros

eventos: Jogos Mundiais Militares, Copa das Confederações, Copa do Mundo

de 2014, Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016.

Esse processo ocorre em um tempo novo, em um momento

significativo e histórico em que as sociedades enfrentam mudanças profundas,

fundamentadas em um novo paradigma social e tecnológico segundo o qual a

informação e o conhecimento tornam-se fatores expressivos no

desenvolvimento dos estados.

Nossa reflexão vai além de ações e construções. Dela fazem parte os

objetivos, interesses e as propostas de uma sociedade justa, soberana e

democrática que garantam dignas condições de vida e direitos fundamentais a

todos os cidadãos.

Esta é uma ótima oportunidade para também falarmos sobre o - legado

que as Copas e Olimpíadas podem deixar para os países sede.

Se acompanharmos a história, veremos o quanto o espetáculo

cresceu, mas são poucos os relatos sobre seus legados, efetivamente, ou seja:

a primeira Copa do Mundo transmitida pela TV foi a de 1954, porém as

imagens eram em preto e branco e as partidas somente foram transmitidas,

por questões de logística, para a Europa. A cobertura do evento para o Brasil

foi feita por meio do rádio de 1954 a 1966 e, a primeira Copa transmitida ao

vivo, pela televisão para o Brasil, foi a de 1970, em preto e branco. A partir de

1974 com o advento da tecnologia, houve a possibilidade da transmissão ao

vivo e em cores para nosso país. Hoje escolhemos como queremos assistir as

transmissões, gravamos, reproduzimos, inclusive interagimos a qualquer

28

momento, utilizando as tecnologias digitais; mais recente surgiu o blue-ray e, o

3D também já é uma realidade.

Acompanhamos o mega crescimento do espetáculo e a grande

evolução do esporte, das organizações ligadas aos eventos, dos veículos de

comunicação e, das tecnologias que surgem a cada dia. Observando alguns

eventos esportivos como a Copa do Mundo: 2002 do Japão e 2006 da

Alemanha e, as Olimpíadas de Atenas em 2004; baseado no

acompanhamento e atuação efetiva nestes e outros eventos de grande porte,

diríamos até que sua produção não é uma missão demasiadamente difícil;

basta observar que vários outros países já realizaram, mesmo com pouca ou

nenhuma experiência no setor, pois contaram com o modelo de negócio FIFA

e a injeção de bilhões de dólares em suas economias, quer seja pública ou

privada antes e durante os eventos. Enfim, entendo que é preciso discutir e

levar esta preocupação urgentemente para seus organizadores, principalmente

quando falamos em Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, que hoje são

realidade para o Brasil.

Ainda não observamos um tratamento sério da questão do Legado dos

Eventos, por seus organizadores; que entendo deveriam se comprometer em

levar ao maior número possível de cidades brasileiras, motivação e

oportunidades ímpares, uma vez que somente 12, dos 5.565 municípios

brasileiros serão sedes da Copa do Mundo. Nestas ocasiões também teremos

oportunidade de ver quem são os bons administradores e políticos do nosso

país, independente da vocação das cidades: indústria, serviço, turismo, pois

também cabe ao Governo Federal criar oportunidades para o Pós Evento, mas

acompanhamos cotidianamente notícias sobre diversos Comitês Pro Copa,

direcionando seus planejamentos apenas para antes e durante os eventos,

como: construção de estádios, infra-estrutura urbana, transporte, aeroportos,

portos; o que certamente são muito bem-vindos, mas o ideal seria que esta

discussão sobre como o país ganhará dinheiro e prestígio, principalmente,

após a Copa 2014 e Olimpíada 2016 -, pois o que normalmente vemos depois

são dezenas de elefantes brancos pelo país, além de obras inacabadas ou

mesmo abandonadas, que poderiam ter sido pensadas para aproveitamento

29

pós evento como escolas, creches, centros de formação de atletas, parques

abertos ao público, corredores e sistemas de transporte realmente eficazes.

3.2 – Impactos Negativos Dos Megaeventos

“Em contraposição ao cenário de criação de empregos, investimentos

externos, obras de infra-estrutura, valorização de bairros e boom econômico

que têm sido divulgados, temos a possibilidade de sairmos desses eventos

numa situação pior do que aquela na qual entramos, com aumento da exclusão

social, remoção de famílias, desvios de dinheiro e perda de patrimônio

público.“

por Fernando Paganatto e Mateus Novaes(*), em 27/06/2011

Em abril deste ano, Raquel Rolnik, urbanista, professora da

Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações

Unidas para o Direito à Moradia Adequada, divulgou, pela Relatoria da ONU,

violações do Estado relativas às desapropriações para as obras para a Copa

do Mundo e Olimpíadas. Segundo Rolnik, as remoções têm sido feitas de

maneira forçada, sem diálogo com as populações afetadas e com

indenizações baixas, sem planejamento quanto ao futuro dos desapropriados.

A denúncia é extremamente oportuna em tempos nos quais o bom

legado dos Megaeventos tem sido alardeado. Em contraposição ao cenário de

criação de empregos, investimentos externos, obras de infra-estrutura,

valorização de bairros e boom econômico que têm sido divulgados. Temos a

possibilidade de sairmos desses eventos numa situação pior do que aquela na

qual entramos, com aumento da exclusão social, remoção de famílias, desvios

de dinheiro e perda de patrimônio público.

Os dados acerca das desapropriações são preocupantes. Só no

entorno do estádio a ser construído em São Paulo, por exemplo, para sediar os

jogos do mundial de futebol, 5.200 pessoas correm o risco de ser despejadas

de suas casas. No país todo, esta situação engloba 60 mil brasileiros. As

desculpas do poder público de serem áreas de risco são extremamente

inapropriadas, pois famílias vivem nos locais há décadas e nunca foram alvos

30

de políticas públicas. E mesmo hoje, o que se tem visto são remoções sem

planejamentos que garantam o direito à moradia decente, direito este garantido

pela Constituição Federal e por tratados internacionais assinados pelo país,

como a Declaração de Direitos Humanos da ONU.

Resta-nos concluir que está em jogo o famoso “preço do

desenvolvimento”, no qual algumas famílias têm de ser sacrificadas, sendo

deslocadas de seus habitats históricos para que a sociedade como um todo

obtenha progresso. Porém, ao analisarmos mais a fundo o processo e seus

resultados, nos indagamos se realmente é o progresso o que estamos

construindo.

Voltemos à denúncia realizada por Raquel Rolnik. Segundo a relatora,

as indenizações pagas às famílias são ínfimas se comparadas aos preços do

mercado imobiliário. Ainda mais dentro de um contexto de supervalorização

dos imóveis que as obras para a Copa têm trazido às regiões atingidas e

refletindo em áreas próximas, em “efeito cascata”. O resultado disso é uma

expulsão dos moradores de seus bairros, sendo levados a regiões distantes,

causando uma nova onda de urbanização descontrolada em bairros que hoje

são menos habitados. Ou seja, mais pessoas serão alocadas em locais com

dificuldades de infra-estrutura, transportes, atendimento hospitalar etc.,

causando um novo passivo social ao país e aumentando a exclusão.

junte-se a isso a intenção do poder público de não indenizar moradores

de áreas irregulares, ilustrada pela declaração da Agecopa (Agência Estadual

de Projetos da Copa 2014) de Mato Grosso, e teremos uma onda crescente de

favelização. Ou seja, moradores que hoje estão em situação precária em

bairros com algum atendimento público, como o caso de Itaquera, em São

Paulo, serão deslocados para regiões nas quais o Estado não chega. É como

se fizéssemos um “afastamento dos pobres” e a criação de guetos. O

problema da falta de garantias de direitos pelo poder público a essas pessoas

não será solucionado, porém a valorização imobiliária será garantida com mais

uma região de alto padrão.

Os resultados disso são alarmantes: intensificação da formação de

“bairros dormitórios”, aumento da lotação no sistema de transporte público, ao

31

deslocar mais trabalhadores para bairros periféricos distantes, aumento de

pessoas desatendidas pelo poder público e o conseqüente crescimento do

poder paralelo, representado pelo tráfico de drogas nas grandes cidades

brasileiras.

Mas há quem ganhe com isso. As empreiteiras e empresas de

construção civil estão contratando e fazendo negócios atrás de negócios. No

Brasil, até 2014, serão aplicados R$ 108 bilhões somente em infra-estrutura,

segundo cálculos da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de

Base (Abdib). Os empregos que essa onda de obras criará podem ser

apresentados como um dado a confirmar o bom legado da Copa.

Porém, são empregos em sua grande maioria temporários, que podem

ou não se sustentar, o que dependerá de outras ações relativas ao

planejamento macroeconômico.

Se pegarmos o exemplo da África do Sul, nação em desenvolvimento

que sofreu conseqüências da crise econômica mundial em 2009 e que

organizou o mais recente mundial em 2010, o cenário não é de euforia. De

acordo com o relatório sobre o índice de empregos da Adcorp de Emprego,

uma das mais respeitadas do país. Divulgado em 22 de junho de 2010, o nível

de emprego caiu 6,2% entre abril e maio daquele ano, justamente pela

conclusão das obras da Copa. O índice mostrou que o nível de desemprego no

país, que em 2008 era de 21,9%, continuou a aumentar mesmo com a

realização do megaevento, chegando a 25,2% no primeiro semestre de 2010.

Há, ainda, a preocupação com o retorno financeiro previsto. No caso da África

do Sul, os ganhos com a Copa eram estimados em 0,5% do PIB do país,

porém, os gastos já haviam passado dos 6,5% de seu Produto Interno Bruto.

Em compensação, a FIFA, entidade internacional que gerencia o futebol e o

mundial de seleções, obteve lucro de US$ 3,2 bilhões, livres de impostos, e

destinaria apenas 3% desse valor para auxílio em obras sociais no país.

Mesmo que as remoções fossem feitas em nome da certeza de um

desenvolvimento econômico e social, ainda assim teriam de acontecer com um

planejamento visando o bem-estar das comunidades atingidas, com um

32

indicativo de que as melhorias em condição de habitação e expectativa de vida

chegassem a elas também.

Nem um, nem outro. Tanto o desenvolvimento a partir dos

investimentos realizados para os megaeventos é incerto, como a preocupação

com a qualidade de vida das populações atingidas está fora de pauta.

O exemplo de São Paulo é emblemático. Favelas que historicamente

estão alojadas na região próxima ao estádio a ser construído serão

despejadas. Os projetos incluem avenidas de acesso à nova arena e a

construção de um parque linear como compensação ambiental para as obras

viárias. Nada tem se falado sobre o futuro dessas comunidades.

É óbvio que o desaparecimento de favelas é essencial para a

valorização imobiliária da região, que é o legado mais claro que a Copa deixará

para o bairro de Itaquera. Bem como a apresentação de uma cidade

desenvolvida, com condomínios de padrão elevado, avenidas bem

pavimentadas e uma grande área verde demonstram ao público turista que a

cidade vai muito bem.

3.2.1 - Os Gastos - Dinheiro público para uso privado

Conforme frisamos, se as desapropriações ao menos fossem parte de

um projeto de desenvolvimento econômico e social, num futuro próximo seu

passivo social seria compensado através do progresso do país todo, também

chegando àquelas comunidades deslocadas. Porém, não é esse o resultado

que virá, tampouco é o quadro que esperam os organizadores.

Na mais recente Copa do Mundo, a promessa de desenvolvimento

como legado à África do Sul esvaiu-se ao término do evento. Os estádios

construídos hoje têm um custo de manutenção anual de R$ 17 milhões, que

sai dos cofres públicos. Tornaram-se os famosos “elefantes brancos” em

regiões onde o futebol sozinho não consegue prover os custos das arenas.

É o que parece ser o futuro de alguns estádios no Brasil. No caso de

Manaus, por exemplo, nem todo o público do campeonato amazonense de

2011 seria capaz de lotar a nova arena a ser construída para a Copa. O

público dos 80 jogos da competição, somado, ficou em pouco abaixo de 38 mil

pessoas, bem aquém dos 47 mil lugares do novo estádio. Esse dado dá a

33

dimensão do legado da Copa: grandes obras que favorecem o mercado

imobiliário e aquecem o setor de construção civil, mas que serão inúteis à

população em médio prazo, e um custo ao erário em longo prazo.

Os investimentos em áreas sociais foram ínfimos dentro de um

universo catastrófico. O país que apresenta uma taxa de 18% dos adultos

infectados pelo HIV recebeu investimentos de escassos US$ 106 milhões –

apenas 2,5% do que foi gasto com a realização do evento. Na educação, os

investimentos relacionaram-se à capacitação de pessoal a ser empregado nas

obras e no atendimento ao público da Copa. Sem o planejamento sócio-

econômico adequado, a maior parte dessa mão-de-obra, agora qualificada,

voltou a fazer parte da estatística do desemprego, que, como já vimos, está em

torno de 25%.

O que devemos nos perguntar é se o dinheiro previsto para ser gasto

em eventos de tal envergadura não estaria sendo melhor aproveitado em

investimentos sociais. Por exemplo: o Brasil hoje perde cerca de US$ 15

bilhões (R$ 25 bilhões) por ano por conta de erros em projetos de engenharia,

só em obras públicas. Esse dado é ligado, segundo estudos apresentados no

Encontro Nacional de Engenheiros, em 2010, à má formação de nossos

engenheiros. Outro dado aponta que o país gasta, anualmente, cerca de R$

300 milhões com o tratamento de doenças relativas à falta de higiene, que

poderiam ser substancialmente reduzidas com um efetivo investimento em

saneamento básico, do qual carece metade da população brasileira. É um

investimento com retorno ambiental, social e econômico.

Por fim, temos o exemplo dos Jogos Pan-americanos de 2007, nos

quais R$ 7 bilhões foram gastos e hoje muitas obras, como o Velódromo e o

Parque Aquático Maria Lenk, têm sido pouco aproveitadas, com a população

afastada dos benefícios que os equipamentos poderiam trazer caso suas

utilizações tivessem sido planejadas na concepção. Obviamente, a população

carioca viu na época uma oportunidade de desenvolvimento da cidade, porém

suas expectativas hoje não vivem nem na memória. Os Jogos passaram e foi

como se não tivessem jamais acontecido, a não ser por conta das obras

portentosas em locais inabitados.

34

3.3 – Desafio Para Futuras Sedes

A preocupação é pertinente já que os Jogos Olímpicos são o evento

com maior poder de transformação na paisagem geográfica das cidades e os

equipamentos esportivos afetam diretamente a dinâmica urbana.

Devido a falta de metodologias específicas sobre legado de

megaeventos, se faz necessária, no país, a presença de estudiosos

estrangeiros no tema, que poderão contribuir de forma essencial para a

construção do conhecimento e, orientar os pesquisadores nacionais para quais

caminhos seguir, através de erros e acertos do passado, em cidades que

receberam os mesmos Megaeventos que o Brasil está por sediar.

3.3.1 - A experiência Inglesa

Os Jogos de Londres 2012 começaram em 2005, quando a capital

britânica foi escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para sediar a

olimpíada pela terceira vez na Era Moderna (as duas anteriores ocorreram em

1908 e 1948). Desde então, a cidade está se preparando para receber o

evento. O legado que os Jogos poderão deixar também está sendo discutido

há mais de três anos. Chris Gratton, da Sheffield Hallam University (Grã-

Bretanha), destacou que os Jogos Olímpicos já estão acontecendo em

Londres desde que a cidade foi escolhida pelo COI. “Existem programas

sociais que já estão em andamento em benefício de jovens em situação de

risco. Há muitos programas gerados pelos Jogos, mas que não fazem parte do

evento”. O britânico ressaltou ainda a regeneração que está sendo feita na

área de Stratford, local que abrigará a maior parte das instalações esportivas.

“Pequim estava mais preocupada em fazer uma olimpíada espetacular,

enquanto que Londres quer inspirar os jovens para o esporte”, destacou

Gratton. Iain McCury, da University of East London (Grã-Bretanha), também

falou sobre os impactos das obras em Stratford, destacando que apenas um

número pequeno de pessoas teve que ser deslocado de suas residências. “A

35

maior mudança em Londres será no sistema de transporte, pois os Jogos vão

proporcionar esta necessidade. A capital britânica estará conectada com a

Europa”, comemora McCury. “As pessoas estão apoiando os Jogos de

Londres, apesar das criticas da mídia. Ainda existe um receio da população

por uma característica típica inglesa”, completou Gratton. Os professores ainda

revelaram que Londres não está pronta no momento, mas com certeza estará

com todas as instalações finalizadas em 2012 apesar da crise mundial. “Pode

ser um problema, mas a crise também fará as pessoas pensarem em Jogos

mais focados em desenvolvimento de programas sociais e culturais e, menos

comerciais”. Deste modo os Jogos de Londres 2012 pretendem se aproximar

mais dos princípios da Carta Olímpica, que de forma resumida pregam a

construção de um mundo melhor e mais pacífico, educando a juventude por

meio do esporte (SANFELICE, 2007).

3.3.2 - O Brasil Condenado a Sediar os Megaeventos

Para os especialistas brasileiros, o país ainda não está devidamente

preparado para receber uma edição dos Jogos Olímpicos. No entanto a

maioria concorda que este é um processo inevitável, há inúmeros aspectos

que devem ser levados em consideração, como transporte, saúde, infra-

estrutura e comunicação. “Qualquer evento é muito bom para sua cidade e

país, mas precisa ser bem gerenciado para não trazer prejuízos sociais”,

Todas as obras deverão ser projetadas pensando na utilização das

mesmas no futuro, principalmente projetos viários projetos sociais.

Observamos exemplos semelhantes de países emergentes em décadas

passadas como Japão, Itália, Coréia do Sul e, atualmente a China. O momento

político atual condena o Brasil a ser sede dos Jogos Olímpicos. O evento serve

como lançamento de nações, para uma visão internacional. O Brasil está entre

os cinco maiores países emergentes do mundo e tem potencial para sediar os

megaeventos, juntamente com Rússia e Índia.

Ainda não conseguimos analisar o legado que o Pan nos deixou e, isso

coloca dúvidas sobre nossa capacidade de planejamento. O Rio de Janeiro é

36

“uma grande cidade com graves problemas sociais e ambientais, típicos do

subdesenvolvimento”. Seul (Coréia do Sul), sede dos Jogos em 1988, e

Barcelona (Espanha), que abrigou a maior competição esportiva em 1992, são

modelos urbanísticos a serem seguidos e observados devido ao êxito que

obtiveram, principalmente o exemplo coreano, de um país – na época –

emergente, caso do Rio de Janeiro e do Brasil no cenário mundial.

3.4 – Impacto Nas Leis do País “Em nome dos megaeventos, leis e direitos ficam no banco de reserva”

Este tema está no ponto alto dos debates pois a organização de

megaeventos amplia situações de estado de exceção, onde normas são

flexibilizadas e direitos são negados em nome da realização de grandes obras

de infra-estrura, da aquisição de altas quantias de recursos financeiros e

mudanças na estrutura urbana. A agilidade necessária para dar conta das

demandas e prazos exigidos por organismos internacionais como a FIFA leva

parcela das tarefas do poder público para as mãos do capital privado – e o

interesse coletivo fica no meio do caminho, escancarando a desigualdade na

distribuição de oportunidades e benefícios no processo. "Tudo se torna válido

porque os projetos têm um horizonte temporal de rapidez. Nesse contexto, o

estado de exceção passa ser quase regra, quase uma técnica de governo.

Das competições esportivas voltadas ao lazer, os megaeventos têm se

configurado em atividades econômicas de entretenimento, organizadas em um

circuito mundial e baseadas principalmente no turismo: "Os megaeventos são

atividades criadas para circulação de capital. São criados novos territórios de

investimentos e novas fronteiras para a expansão do capital. A cidade acaba

sendo apropriada como uma máquina de investimento". Esse processo teve

início entre os anos 70 e 80, como consequência da própria crise do sistema

capitalista.

Três anos antes da Copa de 2014, muitas capitais brasileiras já vivem

a supressão de leis e a violação de direitos humanos. Apontamos como um

exemplo de lei de exceção o convênio firmado entre o governo estadual, a

prefeitura de Curitiba e o Clube Atlético Paranaense, que possibilitou a

37

liberação de 90 milhões de reais em Potencial Construtivo para o Clube. "Os

termos do convênio são extremamente confusos, complexos e ilegais",

baseada em análises feitas por especialistas.. Trata-se, conforme se

evidenciou durante os debates, de toda uma engenharia jurídica para tentar

legitimar o que é, em essência, transferência de patrimônio público para

atividades particulares. O mesmo acontece em São Paulo com a prefeitura

doando em forma de redução de impostos e incentivos fiscias verdadeiras

fortunas para que o Corinthians possa realizar a grandiosa obra de seu tão

sonhado Estádio.

Em Fortaleza, casas estão sendo marcadas para demolição, sem

qualquer aviso anterior, para dar lugar à instalação de um trem de alta

velocidade. Novas obras para receber as Olimpíadas de 2016 são motivos de

ameaças de despejo na Vila Autódromo e de outras comunidades no Rio de

Janeiro. E a história se repete em Belo Horizonte e Porto Alegre, por conta de

obras para a Copa.

Dados referentes a megaeventos já realizados em outros países

demonstram a repetição do problema vivido no Brasil: em Seul, nas

Olimpíadas de 1988, 15% da população urbana foi expulsa e 48 mil edifícios

foram demolidos. Mil famílias foram desalojadas em Nova Deli, na Índia, em

decorrência dos Jogos da Commonwealth. A Copa do Mundo da África do Sul

resultou na remoção de 20 mil famílias para regiões empobrecidas da cidade e

na segregação forçada da população em situação de rua.

3.5 – Efeitos Positivos

A Copa 2014 se apresenta como uma excelente oportunidade na área

da promoção turística e para a fixação da imagem positiva do Brasil, com uma

vantagem sobre as experiências de outras Copas, como a dos Estados Unidos

ou da Alemanha. No caso norte-americano, o primeiro desafio era convencer a

população da importância do futebol; na Alemanha, apregoar aos alemães

sobre a necessidade de “bem receber”, fomentando o tema “O mundo entre

38

amigos”. A nossa Copa será a primeira em dimensões continentais em um país

que é realmente apaixonado por futebol.

A Copa Mundial a ser sediada pelo Brasil em 2014 constitui, sem

dúvida, o evento de maior espectro nos próximos dez anos, juntamente com os

Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Um megaevento que tem como

peculiaridade sua ampla abrangência. Mobilizará simultaneamente diversas

cidades brasileiras e envolverá todas as regiões. Será de fato a Copa de um

país inteiro, uma vez que as cidades-sedes escolhidas estão localizadas em

pontos estratégicos, diferentemente da Copa de 50, que foi disputada em

apenas seis cidades.

A expectativa é de que milhares de turistas estrangeiros estarão aqui

para assistir à Copa. Em função desta premissa inicia-se a reflexão sobre os

impactos do megaevento esportivo na infra-estrutura das cidades-sedes, assim

como sobre seus potenciais benefícios ao cotidiano e à qualidade de vida das

populações locais. Investimentos e projetos já estão na pauta do governo

federal para atendimento às demandas turísticas a serem geradas pelo

campeonato mundial.

A idéia é obter um desempenho considerável a exemplo da anfitriã

Alemanha, que registrou 2,5 milhões de pernoites com turistas estrangeiros, o

que representou um retorno de 20% de crescimento comparado ao ano

anterior. Foram arrecadados de 4,8 bilhões a 5,5 bilhões de euros só no setor

hoteleiro. Além disso, o crescimento não se limita apenas ao período da Copa,

mas também ao pré e pós-evento. Assim, o mercado de turismo alemão

acusou crescimento de visitantes vindos do Reino Unido (36%), dos EUA

(21%) e da Suécia (19%).

No Brasil, o segmento de eventos desfruta de uma fase peculiar. Está

devidamente reconhecido pela nova Lei Geral do Turismo e faz parte dos

setores econômicos na cadeia produtiva de turismo. Portanto, afirmar sobre a

intersecção entre estes dois fenômenos é seguramente uma verdade. Há

muito, a relação entre Turismo e evento é relatada com propriedade por alguns

estudiosos que atestam sua importância tanto para quem pratica como para

quem promove. Eventos bem organizados, aliados a uma programação

39

turística opcional, pré e pós-evento, podem ampliar o número de participantes

e acompanhantes.

Por outro lado, o evento em si gera turismo, pois, sendo também

atrativo turístico, cria fluxo turístico por ocasião do retorno do turista ou pela

propagação da imagem positiva do lugar, que pode gerar a vinda de outros

turistas. Pode-se dizer, então, que o turismo de eventos alavanca o turismo de

lazer e que o mercado de eventos está profundamente ligado à atividade

turística.

Em termos mundiais, a captação e a promoção de eventos vêm sendo

consideradas as atividades que mais retorno econômico e social oferecem ao

país e às cidades que os sediam.

Entre esses benefícios ocasionados pelo turismo de eventos,

destacam-se:

- ajuda a equilibrar oferta e demanda, minimizando problemas de sazonalidade

típicos da baixa estação turística,

- gera fluxos de pessoas e agrega valor à oferta turística;

- serve como instrumento de comunicação e marketing para a atração dos

participantes;

- o turista de eventos permanece mais tempo na cidade e gasta mais do que o

turista de lazer;

- valoriza os conteúdos locais, culturais, econômicos e sociais da região onde

se desenvolve, inserindo-se na programação ou ainda como pano de fundo do

próprio destino;

- favorece a atuação de todo o trade turístico da localidade receptora, bem

como das localidades emissoras;

- gera negócios e motiva políticas públicas;

40

- oportuniza ou gera a criação de empregos de investimentos, de distribuição

de renda e de captação de divisas;

- os eventos são espaços para a divulgação de destinos turísticos e

comercialização de produtos e serviços inerentes;

- proporciona prestigio à cidade/país-sede, que é alvo da imagem positiva na

mídia espontânea que o evento gera.

Por todos estes fatores, é visível a importância estratégica dos eventos para as

localidades e sua promoção turística.

Neste clima de festa e com propósitos bem definidos, que o próprio

megaevento desenhou, indivíduos de diferentes nações serão aqui recebidos.

Toda atividade turística carrega de forma implícita a hospitalidade, mas no

caso das cidades-sedes de um megaevento esportivo como a Copa do Mundo,

tal responsabilidade é ainda maior, pois ao ganhar o processo de candidatura

o país anfitrião ganha visibilidade e o mundo todo tem, por assim dizer, os

olhos voltados para a sede.

41

CONCLUSÃO

Com Base nos estudos realizados, concluímos a importância do

esporte na vida dos brasileiros e assim, percebemos que no esporte, assim

como na educação em geral, o desenvolvimento dos valores (sociais, morais e

éticos) também se faz importante e necessário quando o que está em jogo é a

formação humana. Numa época de profundas mudanças, em que há um

pluralismo de idéias e de culturas, as crianças e os jovens carecem de

encontrar na prática esportiva, um modelo de esporte que respeite a sua

identidade, suas diferenças e seus limites.

Portanto, uma das formas de se alcançar este objetivo é pensarmos

numa prática educativa do esporte orientada por um viés inclusivo, que vise a

promoção de atividades recreativas, formativas e sociais. Uma prática que

construa valores, tais como: responsabilidade, respeito ao próximo, respeito às

regras, desenvolvimento da personalidade, da tolerância, da integração e de

convivência.

Em relação aos grande eventos, a análise dos custos/benefícios de

sua realização, é uma tarefa complexa mas fundamental para decisões

envolvendo candidaturas para megaeventos desportivos. O custo cada vez

mais alto necessário para atender as exigências impostas pelas federações

internacionais e a necessidade de financiamento público, requerem bastante

responsabilidade na preparação destes cálculos. A maioria dos estudos que

dão suporte às candidaturas costuma apresentar super estimativas do impacto

que os eventos gerarão nas economias locais. Estudos realizados vários anos

após a realização de alguns destes eventos, não conseguiram confirmar as

previsões iniciais e encontraram resultados que deixaram a desejar. Com

relação ao crescimento do PIB, fluxo turístico, geração de novos empregos e a

futura utilização das estruturas construída para o evento.

A decisão sobre a organização de um megaevento, não deve se ater

apenas a valores econômicos, uma vez que estes eventos tem o potencial de

42

gerar uma série de benefícios sociais intangíveis. Uma delas que podemos

utilizar como exemplo será a metodologia de avaliação utilizada nos jogos

olímpicos de Londres em 2012.

Para garantir que eventos como a copa do mundo em 2014 e os jogos

olímpicos de 2016 trarão o retorno esperado para o Brasil, será preciso de

muita responsabilidade e transparência na aplicação dos recursos públicos, e

um bom plano inicial que considere o impacto possível e a futura aplicação da

infra-estrutura gerada com a passagem do evento.

Nesta linha pensamento, esperamos que as autoridades consigam

conduzir os megaeventos fazendo com que os ganhos esperados na área

social e econômica esteja dentro do planejado. O preço a pagar é muito alto,

vimos no contexto do estudo exemplos positivos e negativos e, de certo

devemos estar atentos para aprender com aqueles que já cometeram erros na

gestão destes eventos e também aproveitar os exemplos positivos daqueles

que fizeram da passagem de megaeventos um marco para a vida dos

cidadãos, da cidade e do país.

43

ANEXOS

Índice de anexos

O autor utiliza esse espaço para trazer conteúdos de apoio,

objetivando aprofundar a prática da pesquisa e suas diferentes formas de

produção. Assim, o educando recebe uma bibliografia de apoio na confecção

de questionários, entrevistas, mensuração dos resultados entre outros.

Anexo 1 >> Entrevista;

Anexo 2 >> Mapa indicativo dos Megaeventos.

44

ANEXO 1

PRODUZINDO O MATERIAL

Entrevista - 27/04/2011 16:46 ‘Não-legado’ dos megaeventos Por Marianna Araujo

“O torcedor não costuma pensar que ir ao estádio é um ato político, mas é”. A

frase é do geógrafo e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF),

Christopher Gaffney, que também é membro da Associação Nacional dos

Torcedores (ANT), entidade dedicada ao enfrentamento da exclusão do povo

brasileiro dos estádios de futebol, do desrespeito à cultura torcedora e da

retirada de comunidades de trabalhadores em nome da Copa do Mundo e das

Olimpíadas.

Para Gaffney, todas as etapas da realização dos megaeventos esportivos de

2016 e 2014 envolvem o estabelecimento de novas regras e novas formas de

governar com vistas a gerar um estado de exceção onde o autoritarismo vigora

cada vez mais livre de constrangimentos. Segundo o geógrafo, estas são

mudanças jurídicas seguidas por mudanças sócio-espaciais que contam com a

anuência da grande mídia. Confira.

Observatório de Favelas: Você fala em "democratizar a Copa do Mundo de

2014". O que essa expressão quer dizer?

Chris Gaffney: Ninguém vota por uma Copa acontecer. Não há referendo, não

há plebiscito, não existe opinião pública a respeito. Se o governador do estado,

o prefeito, o Ministério do Esporte, o Presidente da República, o Ricardo

Teixeira, o seu Sepp Blatter tivessem perguntado para o cidadão, podemos

fechar o Maracanã por quatro ou cinco anos, descaracterizá-lo, e gastar 1,5

bilhão para receber cinco jogos de futebol em 2014, e privatizar os lucros, o

que teríamos dito?

Depois de falar em 2007 que o governo federal não bancará a Copa, agora

estamos dispostos gastar de sete bilhões de dinheiro público em doze

estádios, em doze cidades, sem perguntar a ninguém, sem passar pelas

instituições democráticas. Que órgão do governo decidiu colocar um estádio

em Natal e não em Goiás, em Manaus e não em Belém? Ninguém toma

45

responsabilidade. Quem da CBF, do Ministério do Esporte, da Prefeitura

perguntou ao usuário, ao torcedor

– que tipo de estádio vocês querem, demandam, precisam? Por que não

podemos seguir um modelo que inclui mais a sociedade civil nesse processo?

Há uma falta de informação, uma falta de transparência, uma falta de

coordenação e planejamento, uma falta de inclusão social, grandes falhas de

gestão e um desrespeito total pelo senso comum.

O caminho que estamos seguindo é longe de ser o único. Dentro de todas as

possibilidades, estamos no caminho menos democrático, o menos

responsável, o mais autocrático com menos mecanismos de controle. O

modelo atual é que menos atende as demandas da sociedade e mais atende

as demandas de uma empresa Suíça. Pior, “eles” estão destruindo lugares

comuns, palcos públicos e espaços sagrados de memória coletiva para

reformulá-los em shoppings.

ANEXO 2

46

MAPA DE IMPACTO DOS MEGAEVENTOS

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

47

BENTO, Jorge Olímpio. Novas motivações, modelos e concepções para a

prática desportiva. In: BENTO, Jorge Olímpio (Org.). O desporto do século XXI:

os novos desafios. 1991, p. 17-34.

Desporto para crianças e jovens: das causas e dos fins. In: GAYA, Adroaldo;

MARQUES, António; TANI, Go. Desporto para crianças e jovens: razões e

finalidades. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p. 21-56.

Da pedagogia do desporto. In: TANI, Go; BENTO, Jorge Olímpio; PETERSEN,

Ricardo Demétrio de Souza (Orgs.). Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2006, p. 26-40.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio. Positivo,

2004.

FONSECA, M. A.; MAIA, R. A. J. A Motivação dos Jovens para a Prática

Desportiva Federada. Lisboa: Centro de Estudos e Formação Desportiva,

2000.

JUCHEM, Luciano. Motivação à prática regular de atividades físicas: um

estudo sobre tenistas brasileiros infanto-juvenis. 2006. 101f. Dissertação

(Mestrado em Ciências do Movimento Humano) - Escola de Educação Física,

UFRGS, Porto Alegre.

MINISTÉRIO DO ESPORTE. Dimensões pedagógicas do esporte. Brasília:

UnB/CEAD, 2004.

PAES, Roberto Rodrigues. A pedagogia do esporte e os jogos coletivos. In: DE

ROSE JR, Dante. Esporte e atividade física na infância e na adolescência.

Porto Alegre: Artmed, 2002.

_______. Pedagogia do esporte: contextos, evolução e perspectivas. Rev.

Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 20, n.5, p. 171.

Suplemento, set 2006.

48

TUBINO, Manoel. Educação Física e o Esporte do Ocidente no Século XX.

Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, Vol. 1, n. 2, p. 99-100.

julho/dezembro, 2005.

WEINBERG, Robert S.; GOULD, Daniel. Fundamentos da psicologia do

esporte e do exercício. Porto Alegre: Artmed, 2001.

Legados de Megaeventos Esportivos, Lamartine Da Costa, Dirce Correa,

Elaine Rizzuti Villano e Ana Miragava, Brasília, Ministério do Esporte, 2008

WWW.paue.com.br

(*) Fernando Paganatto e Mateus Novaes são membros da Associação Nacional dos Torcedores e Torcedoras (ANT) e do Tribunal Popular: O Estado Brasileiro no Banco dos Réus.

Fonte: http://copa2014curitiba.wordpress.com/2011/06/27/o-legado-dos-ou-exclusao-de-direitos/

Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira,

Editora Saraiva, 1988.

Congresso Nacional. Lei 9615. Brasília-DF, 1998.

http://www.efdeportes.com/efd128/legado-de-megaeventos-desafio-para-

futuras-sedes-olimpicas.htm

MASCARENHAS, Gilmar. A cidade e os grandes eventos olímpicos: uma

geografia para quem? Lecturas Educacion: Física y Deportes. Buenos Aires,

Ano 10, n° 78, novembro de 2004. http://www.efdeportes.com

SANFELICE, Gustavo Roese. Esporte contemporâneo e olimpismo na

cobertura dos Jogos Olímpicos. Lecturas: Educacion Física y Deportes.

Buenos Aires, Ano 12, n° 108, maio de 2007. http://www.efdeportes.com

ÍNDICE

49

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

1 - CAPÍTULO I

Importância Social do Esporte

1.1 – O Esporte Na Educação 10

1.1.1 – Pedagogia do Esporte 12

1.2 – O Esporte Na Saúde 14

1.3 – O Futebol e a Inclusão Social 17

1.3.1 – Inserção na Cultura Brasileira 18

1.4 – A Inclusão de Deficientes Através do Esporte 19

1.4.1 – Papel do Esporte Para o Deficiente 20

1.5 – A Ascensão Social Através do Esporte 21

2 - CAPÍTULO II

O Impacto Econômico do Esporte

2.1 – O Esporte Na Economia e Empregos 24

2.2 – O Esporte Resistindo às Crises Econômicas 24

3 - CAPÍTULO III

O Legado Dos Megaeventos

3.1 – Os Legados 27

3.2 – Impactos Negativos 29

3.2.1 – Os Gastos Dinheiro Público Para Privado 33

3.3 – Desafios Para Futuras Sedes 34

3.3.1 – A Experiência Inglesa 35

3.3.2 – O Brasil Como Sede 36

3.4 – Impacto Nas Leis Do País 37

3.5 – Efeitos Positivos 38

50

CONCLUSÃO 42

ANEXOS 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 49