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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE LOGÍSTICA REVERSA: OS SHOPPINGS CENTERS A FAVOR DO MEIO AMBIENTE Por: Ana Paula Pinho de Macedo Orientador Prof. Sérgio Majerowicz Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

LOGÍSTICA REVERSA: OS SHOPPINGS CENTERS A

FAVOR DO MEIO AMBIENTE

Por: Ana Paula Pinho de Macedo

Orientador

Prof. Sérgio Majerowicz

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

LOGÍSTICA REVERSA: OS SHOPPINGS CENTERS A

FAVOR DO MEIO AMBIENTE

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística

Empresarial.

Por: Ana Paula Pinho de Macedo

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AGRADECIMENTOS

Agradeço especialmente aos meus pais,

meu irmão e minha tia Marilúcia, que

sempre me apóiam e estão ao meu lado.

Aos meus amigos Thiago Mathos e Gisele

Carmo que sempre me incentivam e

escutam. Ao meu chefe e grande amigo,

Otávio Vieira, uma referencia, que

diariamente me ensina como conquistar e

se encantar com o mercado de Shopping

Center. A equipe do São Gonçalo

Shopping e a todos da rede Ancar Ivanhoe

que direto ou indiretamente me ajudaram

neste trabalho e contribuem para o meu

crescimento profissional.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todas as

pessoas relacionadas anteriormente:

meus pais, Marize e Felipe, meu irmão

Hallan, minha tia Marilúcia e aos meus

amigos Thiago, Gisele e Otávio.

Este último um exemplo de profissional

que com dedicação e paciente me faz

aprender e crescer profissionalmente e

pessoalmente.

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RESUMO

Com foco na Sustentabilidade e no Meio Ambiente, a Logística Reversa

torna-se um interesse crescente, uma excelente ferramenta empresarial que atua

de forma gerencial e operacional, contribuindo significativamente para o

reaproveitamento de produtos e materiais após seu uso. Ela ameniza os prejuízos

causados a natureza, além de incentivar a implantação de atitudes e estruturas

em centros de compras que visem causar menor impacto ambiental.

No mundo atual dos negócios, a Logística Reversa tornou-se extremamente

importante, sinônimo de competitividade empresarial, imagem corporativa,

relacionamento e fidelização de clientes, redução de custo, estratégias,

oportunidades e etc. E a indústria de shoppings centers também já percebeu isso.

Motivados pela conscientização ambiental e por estas vastas oportunidades

geradas, hoje em dia, não se pode pensar em mercado sem falar em Logística

Reversa, seja através do processo de reciclagem de lixo, da cogeração no sistema

de ar condicionado, da especialização de executivos focados na sustentabilidade

entre outros.

Esta discussão já esteve presente em várias revistas do segmento, e foi

tema do 10° Congresso Internacional do Shopping Centers e Conferência das

Américas, promovida pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce),

em parceria com o International Concil of Shopping Centers (ICSC), maior

entidade mundial de shopping centers. Neste evento, foi apontado possibilidades

na indústria da construção sustentável no País e utilização das forças de

mercados para a adoção de práticas em processos integrados de concepção,

implantação, construção e operação de shoppings com o conceito green building.

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METODOLOGIA

No desenvolvimento do projeto foram realizadas pesquisas de cunho

bibliográfico e metodológico contendo citações de alguns autores e informações

apresentadas em sites de empresas do ramo eletrônico e revistas especializadas

em Shopping Center. Para exemplificar melhor os conceitos e correlaciona-los

com os principais objetivos do trabalho, a visita a alguns sites tornou-se

fundamental para o enriquecimento do conteúdo e o acúmulo de experiências.

Na captação dos dados, sites de alguns Shoppings Centers, tais como

Iguatemi São Paulo, Shopping Palladiun, Shopping Cidade Jardim, Flamboyant

Shopping Center, Center Vale Shopping entre outros, foram visitados para

associar teoria e prática, tornando o tema mais atraente e compreensível.

Tendo como foco o Meio Ambiente e a Logística Reversa, o projeto aqui

proposto visa apontas praticas sustentáveis e estratégias operacionais e

gerenciais adotadas por centros de compras. Através do estudo será mais fácil

apresentar atitudes simples e eficientes, que possam ser adotadas em diferentes

segmentos empresariais, e estejam em prol da natureza e das questões

ambientais.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - A LOGISTICA REVERSA E A ONDA ECOLÓGICA DOS CENTROS

DE COMPRAS 10

CAPÍTULO II - LIXO: O QUE OS SHOPPINGS ESTÃO FAZENDO COM ELE? 22

CAPÍTULO III – PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS QUE FAZEM A DIFERENÇA 33

CONCLUSÂO 46

BIBLIOGRAFIA 48

SITES CONSULTADOS 51

ÍNDICE 52

FOLHA DE AVALIAÇÃO 54

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INTRODUÇÃO

As questões ambientais e a sustentabilidade chegaram à vida corporativa e

deixaram de ser apenas teoria para se tornarem decisão estratégias de empresas

importantes no mundo inteiro. Utilizando ferramentas como a certificação ISO

14000 e o Selo Verde, por exemplo, é possível aumentar o potencial competitivo,

a compreensão das exigências internacionais de produção e exportação e o

aperfeiçoamento dos processos decisórios quanto às condições ambientais. Entre

os objetivos da ISO 14000 citamos:

• Formular normas universais para a gestão ambiental;

• Estruturar o sistema de gestão ambiental nas organizações;

• Harmonizar iniciativas de normalização pelos países;

• Estabelecer padrões que levem a excelência ambiental;

• Servir de guia para a avaliação do desempenho ambiental;

• Simplificar exigências de registros e selos ambientais;

• Minimizar barreiras ambientais e etc.

Já integrada no contexto das empresas, a Gestão Ambiental é direcionada

para contribuir com empresários, investidores, gerentes e técnicos no atendimento

às exigências do mercado, no que diz respeito às questões ambientais e a

sustentabilidade. Esta contribuição pode ter como base discussões atualizada e

sistemas contendo exigências atuais para execução da gestão ambiental nas

empresas e/ou avaliação e vantagens frente ás demandas sugerias pela

globalização da economia e a imagem corporativa.

Tendo em vista as barreiras ambientais e a conscientização ecológica que

existente hoje em dia, há, por parte da Organização Mundial de Comércio (OMC),

um incentivo à homogeneização de padrões de produtos, de gestão empresarial e

de processos. Cabe às empresas olharem para as oportunidades, buscando se

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antecipar dos fatos, de forma que seus produtos sejam aceitos em todo mundo,

que seus os diferenciais competitivos sejam percebidos e explorados pelo

mercado, gerando reflexos positivos a imagem da organização e minimizando

custos.

O estudo aqui proposto visa explorar o mercado de shopping Center e os

inúmeros resíduos produzimos e gerados diariamente por ele. Seja nos

corredores, na praça de alimentação, nos estacionamento ou em qualquer dos

setores, a quantidade de pessoas circulando e o investimento necessário para

construir e manter este empreendimento exige uma estratégia extremamente

eficiente, todas atualmente focadas para o Meio Ambiente, a Sustentabilidade e a

Logística Reversa. Sendo assim o objetivo deste trabalho é:

§ Identificar como a Logística reversa e as questões ambientais podem

comprometer, ou ajudar, na atuação e no desenvolvimento de uma

empresa criando diferenciais competitivos;

§ Analisar o que o mercado esta oferecendo e o que os profissionais estão

fazendo, principalmente nos Shopping Centers, com foco nas questões

ambientais.

§ Investigar a importância da coleta seletiva e expor como os centros de

compras estão agindo sem a participação do poder público e dos

consumidores.

§ Apresentar práticas sustentáveis, estratégias e atitudes simples adotadas

pelos shoppings que reduziram as despesas operacionais, diminuindo

custos de energia, água e reaproveitando produtos.

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CAPÍTULO I

A LOGÍSTICA REVERSA E A ONDA ECOLÓGICA

DOS CENTROS DE COMPRAS

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A LOGÍSTICA REVERSA E A ONDA ECOLÓGICA

DOS CENTROS DE COMPRAS

Os ciclos de vida dos produtos em geral não terminam após serem

consumidos pelos clientes e descartados. Hoje em dia muito se discute sobre

reciclagem e reaproveitamento dos materiais utilizado. E este assunto tornou-se

foco no meio empresarial. Através da Logística reversa é possível recuperar

produtos, ou parte deles, alimentos, embalagens, insumos entre outros, e

estimular a responsabilidade da empresa sobre o fim da vida dos produtos com

menos risco ambiental possível.

“Com o aumento da consciência ambiental entre os consumidores, o

reforço do quadro jurídico para o cuidado ambiental e o desenvolvimento

de materiais recicláveis, a Logística Reversa se destaca como

oportunidade de sucesso para novos negócios” COELHO, L. Callegari

(2009-2010)

De acordo com LEITE (2009), empresas modernas utilizam-se da Logística

Reversa, diretamente ou por meio de terceirizações com empresas

especializadas, como forma de ganho de competitividade no mercado. Motivo

este apontado por 65% das cercas de 70 empresas pesquisas nos Estados

Unidos.

Já a Associação Brasileira de Logística (ASLOG) ressalta que a logística

tradicional integra duas ou mais áreas operacionais da organização. Que ela trata

do fluxo das informações dos produtos e serviços desde os fornecedores primários

até o consumidor final.

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Enquanto a logística tradicional trata do fluxo de saída e entrega do

produto, na quantidade, no tempo, no local certo, nas condições estabelecidas e

ao mínimo custo, a Logística Reversa tem que se preocupar com o retorno destes

produtos, materiais e peças ao processo de produção da empresa. Para NETTO

(2004), entre os benefícios que a logística reversa é capaz de proporcionar, os

ganhos financeiros são apenas um deles. Somam-se também os ganhos à

imagem institucional da companhia por adotar uma postura ecologicamente

correta, atraindo a atenção e preferência não só de clientes, mas dos

consumidores.

“... entendemos a logística reversa como a área da logística empresarial

que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas

correspondentes, do retorno dos bens de pós- vendas e de pós-consumo,

ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de

distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas:

econômico, de prestação de serviço, ecológico, legal, logístico, de

imagem corporativa, dentre outros.” LEITE, P. Roberto (2009)

A legislação ambiental exige cada vez mais respeito e cuidado com o meio

ambiente, o que gera uma maior preocupação ambiental. Diante deste cenário,

pressões públicas sejam local, nacional ou internacional, também impõe mais

responsabilidades por parte das empresas. Bancos, financiadores e seguradoras

dão privilégios a empresas ambientalmente sadias ou exigem taxas financeiras e

valores de apólices mais elevadas de firmas poluidoras.

De acordo com a Wikipedia, A Enciclopédia Livre, a Logística Reversa é o

processo de retirar produtos novos ou usados de seu ponto inicial na cadeia de

suprimento e redistribuí-los usando regras de gerenciamento dos materiais que

maximizem o valor dos itens no final de sua vida útil original.

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Para LEITE (2009), além das diversas oportunidades econômicas oriundas

de reaproveitamentos, reutilizações, reprocessamentos, reciclagens e etc.,

geradas través da Logística Reversa, a questão da sustentabilidade empresarial

dirige esforços das empresas em defesa de sua imagem corporativa e de seus

negócios. Segundo o autor, espertamente empresas e governantes também se

utilizam destas preocupações como forma de diferenciação estratégica para seus

produtos e interesse político, posicionando-se no mercado, verdadeira ou

enganosamente, como vantagens competitivas ligadas aos aspectos ecológicos.

Tendo como base as informações relacionadas acima, pode-se dizer que a

Logística Reversa é um novo recurso para a lucratividade. Ela aumenta a

responsabilidade do produtor e é classificada como uma visão contrária a

Logística Tradicional. No entanto, ambas exigem processo e planejamento. Na

Logística Reversa os produtos descartados são transformados em produtos

secundários, componentes e materiais reutilizáveis, enquanto na tradicional a

importância está na entregar e na disponibilidade do produto no momento que

consumidor deseja.

Para TRIGUEIRO (2003), o controle sobre o ciclo de vida do produto é a

novo passo que esta sendo inserido na gestão e isso se deve a dois aspectos

relevantes. No primeiro caso, a Legislação Ambiental está responsabilizando

legalmente as empresas, em controlar todo o ciclo de vida do produto e não

apenas entregá-los. E desta forma, o meio corporativo passa a ser responsável

pelo o impacto que seus produtos podem causar ao meio ambiente. Já o segundo

aspecto envolve o consumidor, que desperta para uma consciência ecológica,

exigindo uma maior responsabilidade dos seus fornecedores, e dando

credibilidade às empresas verdes. O que possibilita uma vantagem competitiva em

relação à concorrência.

TRIGUEIRO (2002) acrescenta que motivamos pelas Normas ISO 14000, a

Logística Reversa será o assunto dos próximos anos. Que ela andará de mãos

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dadas com a implementação das Normas de Gestão Ambiental e aumentará a

missão da Logística Empresarial para dispor a mercadoria ou serviço certo, no

tempo certo, no lugar certo e nas condições desejadas, garantindo o controle

sobre o seu ciclo de vida.

No momento que o mundo empresarial e industrial esta com a atenção

voltada para o meio ambiente e a sustentabilidade, a Logística Reversa torna-se

uma grande aliada nesta tarefa, agregando valor à marca, na medida em que ela

se torna ecologicamente correta. Desde processos produtivos mais adequados,

transporte eficiente, logística reversa no pós-uso e reciclagem, a chamada

logística verde é o conjunto de processos logísticos, e também gestões

empresariais, que visam diminuir o impacto ambiental das atividades da empresa.

Segundo LACERDA (2004), os processos de Logística Reversa têm trazido

consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a

economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada

vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos

processos de Logística Reversa.

“Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo

refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte,

reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de

resíduos, reforma, reparação e remanufatura....” STOCK (1992:73)

Sendo assim, este segmento da logística tornou-se evidente nos dias atuais

despertando interesse constante nas organizações. Com esta ferramenta torna-se

possível melhorar o desempenho e a competitividade. Mas este conceito ainda

esta em processo de evolução. Sua amplitude e a abrangência dependem da

estratégia, do setor, da referencia, do negócio enfim de diversos aspectos

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envolvido no mercado corporativo. Muito se tem a aprender e falar a respeito da

logística reversa.

“Ainda existe dúvida sobre a efetividade de ações de logística reversa e

práticas ambientalmente corretas: é difícil mensurar as oportunidades

criadas por aqueles que a adotaram, como a redução dos custos

operacionais ou aumento dos lucros, a manutenção (e o número de

novos) clientes, ou o aumento na competitividade. Mesmo sem os

números que dêem suporte a esta tomada de decisão, qualquer esforço

que vise melhorar a imagem da empresa, reduzir os custos e ganhar um

novo mercado são válidos. Nota-se uma preocupação crescente das

empresas para maximizar as vantagens que a logística reversa oferece,

sempre diminuindo os custos da mesma. COELHO, L. Callegari (2009-

20010)

Tanto por causa da mudança de comportamento do consumidor, quando

pela conquista de vantagens competitivas no mercado, muitos são os fatores que

levaram as empresas a se interessarem e executarem o processo reverso de

distribuição. A utilização desta estratégia como forma de diferencial tornou-se

essencial para o desenvolvimendo da empresa. No contexto social e econômico

sobre as questões ambientais provocou-se um impacto significativo no processo

logístico da maioria das empresas.

“... observa-se o crescimento de uma nítida consciência por parte dos

consumidores com relação aos impactos dos produtos no meio ambiente,

devido a um nível maior de informação ou a uma intensidade e

proximidade dos problemas advindos dessas agressões. Os acionistas

de empresas ou de fundo de investimentos em ações têm procurado

investir em empresas consideradas éticas em sua relação com a

sociedade e o meio ambiente”. LEITE, P. Roberto (2009)

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Percebe-se então, que há muito tempo os problemas ambientais e a

sustentabilidade deixaram de ser tema central apenas de especialistas, ou

ambientalista assim por dizer. Ele esta sendo inserido e citado em relatórios de

empresas de diferentes segmentos, deixando de ser “caridade corporativa” para

ser uma estratégia empresarial. A pressão dos consumidores aliado as imposições

da lei obriga cada empresário, ou profissional, a rever seus métodos e postura,

assumindo assim um importante papel na gestão da empresa.

1.1 – Profissionais Verdes

A onda ecológica é tão intensa no mundo corporativo, que até mesmo nos

enfeites de natal dos Shoppings, foram utilizados materiais reciclados. Em 2010, o

Papai Noel pode perceber que quem dita às regras do jogo a partir de agora são

os produtos ecologicamente corretos e que sua tradicional roupa vermelha, vai

precisar de um percentual maior de verde. Leonardo Molina, gestor comercial da

C+E, que enfeitou 65 shoppings para as festas de 2010 diz:

“Os projetos sustentáveis estão ganhando importância e atenção no

mercado de shopping centers. Aproximadamente 20% de nossas

produções atuais são total ou parcialmente sustentáveis” (Revista

Shopping Center – Número 159 - 2010, p. 24).

A diretora artística da Studio Cipolatti, Conceição Cipolatti, que há 30 anos

esta no mercado e realizou a decoração de natal de aproximadamente 130

shoppings afirma que o trabalho da empresa passa pelo conceito dos quatros Rs –

reciclar, reduzir, reutilizar e recuperar. Ela informa que as criações ainda não são

100% recicláveis, mas possuem um alto grau de sustentabilidade, onde tudo é

analisado e estudado para minimizar os riscos e garantir a função ecológica.

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O zelo pela Natureza tornou-se pré-requisito, competitividade empresarial

e exigência obrigatória por parte de muitos clientes. A preferência por esta ou

aquela agencia, muitas vezes acaba sendo feita com base a este conceito. E

muitas empresas já identificam isso, tanto que aos poucos estão incorporando

projetos sustentáveis em seus portfólios. Este é o novo comportamento que deve

ser adotado pelas empresas, para que continuem ativas e conquistem uma maior

fatia do mercado. De acordo com a diretora Conceição Cipolatti, atualmente a

sustentabilidade é um tema de destaque, e o cliente se envolve com as novas

exigências, identificando-se com empresas que buscam agregar suas atividades

às ações socioambientais.

Juan Terramagra, diretor da JIT Christmas, empresa de decoração com

sede em Buenos Aires, na Argentina que participou do 11° Congresso

Internacional de Shopping Centers e Convenção das Américas pela Abrase em

outubro de 2010, ressalta:

“Acredito que um projeto se torne sustentável não apenas pelo uso de

materiais recicláveis, mas principalmente quando o expositor, neste caso

o shopping incorpora e transmite a idéia de sustentabilidade. Assim o

resultado também fica educativo. Devemos passar esta mensagem para

as pessoas e o Natal é uma boa época para isso. Não é à toa que nosso

slogan é Redefinindo o Natal”. (Revista Shopping Center – Número 159 -

2010, p. 24).

Através das datas comemorativas mais importantes para o varejo, como o

Natal e o Dia das Mães, por exemplo, é possível aproveitar o grande fluxo dos

shoppings e realizar campanhas de conscientização ambiental, seja para

consumidores, lojistas e funcionários. Como as decorações, principalmente de

Natal, já despertam atenção e interesse do público, este seria o melhor momento

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para educá-los, ser criativo, sustentável e ainda atender as novas exigências do

mercado. O gerente comercial da C+E, Leonardo Molina, completa:

“Não só acredito que os projetos vão continuar a crescer

significativamente nos próximos anos como tenho certeza de que os

shoppings centers terão um papel fundamental na missão de informar e

conscientizar as pessoas sobre a questão da sustentabilidade”. (Revista

Shopping Center – Número 159 - 2010, p. 30).

Casas cenográficas do Papai Noel com reuso de água e energia eólica.

Madeiras certificadas e tintas a base de água. Lâmpadas Mega-Led, mais

duráveis, capazes de iluminar cinco vezes mais que a tradicional, com baixíssimo

índice de consumo de energia elétrica e etc. Estes foram alguns dos materiais

ecologicamente corretos, utilizados nas decorações de Natal de muitos Shoppings

Centers, tais como Shopping Eldorado (São Paulo), Riosul (Rio de Janeiro) e

inúmeros outros da rede Sonae (Sonae Sierre Brasil – uma das primeiras

empresas a obter a certificação ISSO 14001 no país).

Porém ser e se manter sustentável exige um investimento maior por parte

das empresas. Geralmente os produtos reciclados, com conceitos sustentáveis,

possuem um maior valor agregado o que lhes proporciona um preço mais alto em

relação aos outro. As lâmpadas LED, por exemplo, são mais cara que as

tradicionais, no entanto os benefícios oferecidos por elas são equiparadas a isso.

1.2 – O Ar Condicionado Ecologicamente Correto

O Ar-condicionado é um dos principais fatores que contribuem para o

sucesso de um Shopping Center. Pode-se dizer, segundo a alguns especialistas,

que, assim como o corpo humano, ele é o sangue que corre nas veias de um

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centro de compras e precisa chegar a todos os pontos de maneira equilibrada. Se

o ar-condicionado não funciona de maneira eficiente, o restante do corpo sofre e

os consumidores, lojistas e funcionários também, e logo se percebe o

desequilíbrio e desconforto provocado. Ele, inclusive, é um dos causadores de

quedas de vendas em muitos Shoppings Centers.

Mas a importância deste equipamento é proporcional ao desafio de reduzir

seu impacto nas despesas operacionais de manutenção e consumo de energia. O

gerente de cogeração e climatização da Comgás, Alexandre Breda, afirma:

“Quando se fala em redução no orçamento de shoppings é impossível

não falar em diminuir os valores pagos pela energia utilizada para

refrigerar o ar. Esta á a grande conta dentro do custo de manutenção”.

(Revista Shopping Center – Número 157 - 2010, p. 45).

Para diminuir este custo operacional, existe no mercado opções de

substituição do ar condicionado que funcionada por meio de energia elétrica, que

vão desde a utilização de diesel e querosene até a cogeração movida a gás

natural. No caso deste último, requer um investimento mais alto, mas segundo a

Comgás, é recuperado em aproximadamente quatro ou cinco anos.

De acordo com gerente Alexandre Breda, na cogeração aproveita-se do

combustível utilizado (seja gás natural, diesel, querosene ou etc.) a maior

quantidade de energia, evitando os desperdícios e, conseqüentemente, se ganha

maior eficiência no processo e economia financeira.

Na cogeração de energia por meio de gás natural, além da redução no

custo, o gás do equipamento é hibrido, gera energia elétrica (permitindo que

nunca falte luz no Shopping) e ainda contribui significativamente com o meio

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ambiente. Dentro do setor de Shopping atendido pela Comgás, o crescimento da

procura pela cogeração foi de 40% em 2009.

“É uma tendência dentro desse mercado, por sua sustentabilidade, pelo

baixo custo de investimento em curto prazo, e pela confiabilidade e auto-

suficiência. Sem falar que a estrutura de cogeração é feita para rodar o

dia inteiro e não apenas no período de geração de ponta. Ou seja, a

economia é feita em horário integral”. (Revista Shopping Center –

Número 157 - 2010, p. 46).

O sistema movido a gás natural é mais vantajoso que o elétrico e gera

grandes benefícios para o meio ambiente. Esta opção é mais atrativa e eficiente,

principalmente para os centros de compras, não somente pelo custo operacional,

mas também pelo aspecto ecológico ao deixar poucos resíduos na atmosfera.

Usado nos processo de climatização, a cogeração por meio de gás natural elimina

o uso de gases que danificam a camada de ozônio.

“Além de economia financeira, a utilização do gás natural para sistema de

geração traz um enorme ganho ambiental. O gerador movido por esse

combustível emite cerca de 30% menos gás carbônico (CO2), as

emissões de óxido de nitrogênio (NOx) são cerca de 40% menores e as

de monóxido de carbono (CO) e material particulado (MP) reduzem em

até 59% a 90%, respectivamente, na comparação com um gerador que

funciona a óleo diesel. Este método é mais indicado para grandes

empreendimentos pela eficiência e por seu apelo ambiental (baixa

emissão de resíduo)...” (Revista Shopping Center – Número 157 - 2010,

p. 46).

O crescimento do mercado e dos setores focado na cogeração de gás

natural acompanha o aquecimento dos empreendimentos comercias,

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principalmente os Shoppings Centers. Atualmente os centros de compras vêm

passando por readequações de layout e novas configurações que auxiliam na

demanda para o consumo apresentam novos conceitos, como Open Mall, que têm

luz natural e lojas abertas para ruas e jardins.

No Santana Parque Shopping o sistema de ar condicionado utiliza o “gás

ecológico”. Ivan Silva, coordenar da Hochtief Facility Management, empresa

responsável pelo Parque Shopping, informa que além de não afetar a Natureza, o

sistema funciona a partir da adequação à carga térmica. Se o clima tiver 30° de

manhã e á tarde cair para 15°, o ar-condicionado vai mudar automaticamente a

temperatura no interior do Shopping. E se ao contrario, o dia começa frio e depois

esquenta, o aparelho ajusta a temperatura de maneira a ficar confortável para o

cliente, funcionário e lojistas. Segundo ele, a economia do gás em relação à

energia elétrica é de aproximadamente 20% e a maior vantagem, além da redução

dos gastos, é o sistema ecologicamente correto, que vai ao encontro da proposta

da empresa.

Os Shoppings União de Osasco, e Bourbon Shopping Pompéia, na zona

oeste da capital paulista, também utilizam como fonte de energia o gás natural.

Em Osasco, o sistema permite uma economia de 20% sobre o custo operacional,

comparado ao convencional elétrico. Enquanto no Bourb Shopping a cogeração é

responsável por uma faixa de 52% a 55%, sobre o valor da energia elétrica

tradicional.

“O mercado tem oferecido componentes mais desenvolvidos, cuja maior

preocupação é a questão ambiental”. Segurança, aumento na qualidade,

confiabilidade no fornecimento de energia, redução de custo operacional, ajuste

automático de temperatura e, principalmente, foco na sustentabilidade e no Meio

Ambiente. Estes são os principais pontos que têm levado os shoppings a optar

pelo sistema de cogeração do ar condicionado com gás natural.

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CAPÍTULO II

LIXO: O QUE OS SHOPPINGS ESTÃO

FAZENDO COM ELE?

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LIXO: O QUE OS SHOPPINGS ESTÃO

FAZENDO COM ELE?

Além de milhões de pessoas morrerem por ano, vítimas de doenças

transmitidas pelo lixo. Estes resíduos são os maiores causadores da degradação

do meio ambiente, das enchentes mais devastadoras, da poluição das águas e do

solo e etc. Diariamente são produzidos toneladas de lixos no planeta e a previsão

é que, se uma atitude não for tomada imediatamente, esta quantidade dobre ou

triplique a cada ano, o que significa a multiplicação de todos os problemas acima

relacionados também. Hoje em dia, os chamados lixões e aterros sanitários não

são mais considerados os melhores destinos para estes resíduos, eles continuam

prejudicando agressivamente o meio ambiente e sendo motivo de várias

polemicas e discussões.

Mas agora é hora de falar de uma medida práticas e simples de fazer a

sustentabilidade se tornar realidade: a reciclagem do lixo. De acordo com LEITE

(2009) um dos indicadores do crescimento da “descartabilidade” dos produtos é o

aumento do lixo urbano em diversas partes do mundo. O autor acrescenta que o

lixo urbano, na cidade de São Paulo, por exemplo, cresceu de 4.450 toneladas por

dia em 1985 para aproximadamente 16 mil toneladas por dia em 2000, um

aumento muito superior ao crescimento da população da cidade. Ele ressalta que

isso se trará de um fenômeno ocorrido em todas as grandes metrópoles mundiais,

resultado de urbanização constante das últimas décadas e mudanças de hábitos

de consumo.

Para combater este fato, a empresa Tetrapak, define a reciclagem como

uma das alternativas para o tratamento do lixo que contribui diretamente para a

conservação do meio ambiente. Ela trata o lixo como matéria-prima que é

reaproveitada para fazer novos produtos e traz benefícios para todos, como a

diminuição da quantidade de lixo enviada para aterros sanitários, a diminuição da

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extração de recursos naturais, a melhoria da limpeza da cidade e o aumento da

conscientização dos cidadãos a respeito do destino do lixo.

Enquanto LEITE (2009) adiciona que qualquer coleta que contenha uma

prévia seleção do material a ser captado ou que seja dirigida a determinado

material pode ser considerada “seletiva”. BALLOU (1993), afirma que geralmente

é mais barato usar matéria-prima virgem do que material reciclado, em parte pelo

pouco desenvolvimento de canais de retorno, que ainda são menos eficientes do

que os canais de distribuição de produtos.

Mas este cenário tende a mudar. Com a nova vertence de preocupação,

principalmente corporativa (a ecológica) tem se convertido em um importante fator

de incentivo a estruturação e a organização de processos de reciclagens e coleta

seletiva. E os centros de compras já estão adiantados no que se refere a isso,

tanto que é um dos processos da logística reversa mais utilizada por eles.

“Nos corredores, os clientes circulam descartando nas lixeiras

embalagens de bala, lenços de papel usado e chicletes. Nas praças de

alimentação, o papel que protege a bandeja é jogado fora com um

cardápio de itens que inclui plásticos, recibos e restos de comida. Tão

múltiplo quanto os resíduos que os shopping Center são obrigados a

recolher diariamente, os fatores que determinam um bom processo de

reciclagem são variados e precisam ser analisados separadamente para

que o trabalho seja executado com êxito.” (Revista Shopping Center –

Número 153 - 2009, p. 23).

De acordo com o jornalista Artur Guimarães (Revista Shopping Centes – N°

153 – 2009), a coleta seletiva é uma prática que reduz custo e ajuda a preservar o

meio ambiente, principalmente em grandes emissoras de resíduos, como os

shoppings centers. Ele informa que este processo já esta sendo regulamentada

por lei em muitos Estados e cidades e possivelmente será alvo de uma política

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nacional que fará com que os centros de compras passem por mudanças para se

adaptar aos preceitos na nova legislação. No entanto, para Guimarães, ainda falta

clareza sobre as etapas do processo de coleta seletiva e problemas estruturais

dificultam o reuso do que é dispensado pelo público que freqüenta os shoppings.

Não bastam apenas lixeiras identificadas por cor para que a população faça

a seleção de materiais recicláveis. Problemas estruturais do poder público e falta

de conscientização do consumidor, são alguns dos fatores que também dificultam

o processo de coleta seletiva.

O consultor ambiental, Antonio Carlos Matarazzo, que já atuou no Iguatemi,

afirma que a seleção na fonte é mais funcional e que grande parte dos resíduos

que saem para os aterros orgânicos poderiam ser reciclados. Ele diz:

“O zelo pelo conforto do público faz com que boa parte dos shoppings

prefira separar o grosso dos resíduos somente nas docas, após o lixo

reciclável ser parcialmente contaminado por outros dejetos.” (Revista

Shopping Center – Número 153 - 2009, p. 24).

A mobilização do público com relação à importância da coleta seletiva, e a

seleção correta dos resíduos, podem gerar resultados significativos e econômicos

para o empreendimento. Principalmente se for possível transformá-lo em produto

secundário e reutilizado novamente em prol da empresa.

Edno de Medeiros Garcia, gerente operacional do Tambiá Shopping, em

João Pessoa (Paraíba), explica que apenas um modelo de lixeiras é utilizado para

receber todos os itens descartados no shopping. Que a separação do lixo é feita

por uma cooperativa e o que não for possível reutilizar é jogado fora.

No entanto apesar de positiva, o processo realizado acima não seria a

conduta ideal quando se fala em coleta seletiva. O procedimento mais correto

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seria a separação dos materiais diretamente na fonte, ou seja, nas lixeiras, não

permitindo assim que eles se misturem e se contaminem. Mas este procedimento

só seria possível com a colaboração dos consumidores. Ana Maria Domingues

Luz, ambientalista presidente do Instituto GEA, entidade que presta consultoria

para orientar condomínio e grandes empresas, explica:

“Quando falamos de coleta seletiva, temos que pensar no conceito

completo. Antes de tudo, é preciso que os shoppings façam campanha

de conscientização, orientem os clientes e os próprios vendedores sobre

os benefícios da reciclagem, com campanhas, descontos e até

organização de concursos.” (Revista Shopping Center – Número 153 -

2009, p. 24/25).

A especialista acrescenta que além da movimentação e postura dos

consumidores, o procedimento mais eficiente e rentável para o Shopping, é o

sistema de coleta em que os matérias são separados diretamente nas lixeiras.

Para ela isso sim é coleta seletiva. No primeiro momento o desperdício é reduzido.

E no segundo, não é necessário revirar restos de comida e elementos

desconhecidos para garimpar os recicláveis. Uma mínima divisão de cestos secos

e orgânicos já seria o suficiente, segundo Ana Maria Domingues Luz.

À medida que este processo ainda esta em face de expansão, inicialmente

parece ser difícil realizar um sistema de coleta seletiva extremamente eficiente nos

centros de compras. Mas isso é apenas uma questão de tempo e adaptação de

todos. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade, já geraram

iniciativas, talvez incorretas, ou nem tão eficientes, que permitem a reciclagem de

diversos produtos emitidos neste setor.

O jornalista Artur Guimarães (Revista Shopping Center -2009), informa que

mesmo com todas as recomendações, não existem cooperativas de reciclagem

suficiente para parcerias com os centros comercias. E quando existem os

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empresários se deparam em grupos nem sempre comprometidos com uma gestão

profissional, e com a destinação correta dos resíduos. A especialista, Ana Maria D.

Luz, argumenta:

“Falta instrução e apoio por parte das autoridades às organizações de

catadores. O poder público deveria ter uma administração mais

organizada, principalmente na questão da coleta seletiva, pois o lixo é um

dos principais gargalos ambientais dos grandes centros urbanos”

(Revista Shopping Center – Número 153 - 2009, p. 25).

Mesmo com limitações estruturais do poder público e a falta de mobilização

da sociedade, muitos centros de compras como Riviera Shopping, Shopping

Difusora, Shopping Iguatemi, São Gonçalo Shopping entre outros apresentados no

trabalho, já realizam os sistema de reciclagem nos lixos produzimos no

empreendimento. Uma iniciativa importante e simples a favor da natureza.

Elizabeth Grimberg, pesquisadora do Instituto Polis, instituição que promove

o debate de políticas públicas para grandes centros urbanos, afirma a premissa

básica da reciclagem, está em aproveitar os resíduos para fazer inclusão social, o

que seria uma ação muito nobre do setor. Segundo ela, para os empresários este

tipo de prática reverte em economias, e contribui para a boa imagem da marca,

pois é uma forma de preocupação com meio ambiente e com a redução da

desigualdade social.

Explicado mais detalhadamente no próximo capítulo, o Shopping Iguatemi,

em São Paulo, realiza exatamente esta prática. Tendo como foco a imagem

corporativa e a inclusão social, o Shopping doa os materiais recicláveis para

catadores, presídios e etc. Neste caso, através de produções manuais, é possível

dar um novo uso aos resíduos e ainda reduzir a desigualdade social.

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Óleos de cozinha reciclados, lâmpadas descontaminadas, recolhimento de

pilhas em outras ações. Segundo os administradores do Shopping Iguatemi,

estima-se ter diminuído, só no último ano, cerca de aproximadamente 180

toneladas de resíduos em um trabalho que poupou quadro mil arvores. Mas o

nível de reciclagem atual, segundo Artur Guimarães, ainda é de 44% de todos os

resíduos produzidos, o que permite um crescimento ainda maior.

2.1 Shopping Palladium

O Shopping Palladium, em Curitiba, é o primeiro e único do país a receber

um selo Estadual que certifica 100% da reciclagem do lixo: o Selo “EHCO LIXO

ZERO. Desenvolvido para certificar empresas ambientalmente responsáveis,

estimulando-as a se adequarem aos critérios e níveis estipulados pela entidade,

na preservação ambiental e reciclagem correta dos resíduos sólidos e orgânicos.

O gerente de operações do shopping, João Marcos Alves Costa, ressalta

que a maior dificuldade, não está no material reciclável (papel, papelão, vidros,

alumínios entre outros), mas sim na reciclagem do lixo orgânico. E se não existir

leis Municipais específicas para isso, as Estaduais ou Federais serão utilizadas no

embasamento do projeto.

Interessado em dar um destino adequado, que não o aterro sanitário, ao

lixo orgânico, o empreendimento buscou uma nova alternativa e implantou um

projeto capaz também de reciclá-lo. Foi o primeiro shopping do país a implantar o

programa Ehco Lixo Zero, criado em parceria com as empresas Roadimex e

Abdalla Ambiental, e aprovado pelo IAP – Instituto Ambiental do Paraná e SEMA –

Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Um processo inovador de reciclagem, que

transforma o material orgânico, como restos de comida e gordura, em ração

animal e composto orgânico para adubo, deixando assim de utilizar aterros.

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Para conscientizar os consumidores, foi realizada campanha através de

adesivagem de mall, hot site e exposição ilustrativa de todo o projeto. Porém

mesmo em Curitiba, onde já existe uma cultura de separação do lixo, a educação

do público foi à principal barreira. São raros os clientes que retiram suas bandejas

das mesas e levam o resto para a lixeira, afirma João Marcos. Ele acrescenta que

público estudantil (de faculdades e escolas particulares e públicas) é os que mais

gostam e valorizam o projeto. E que recebem muito incentivo desse pessoal.

O gerente operacional explica que na reciclagem do lixo seco é processada

a separação, destinada aos galpões e depois parte desse material é doado às

cooperativas de catadores de lixo. Os resíduos orgânicos são despejados num

tanque através de um funil e, a cada hora, um misturador faz circular os resíduos

ali depositados. Diariamente esse material é aspirado e levado ao processo de

pasteurização para virar e alimentação de suínos.

Quando perguntado a quantidade de lixo que os respectivos mal reciclam

no Shopping Palladium, João Marcos, gerente de operações afirma: De orgânico

são 183 toneladas que viram alimentação para suínos, plástico são 37,1

toneladas, papelão são 25 toneladas, alumínio são 2,32 toneladas, embalagens

plásticas 835 kgs e em resíduos são 3 toneladas. Tudo isso ao mês.

Somente entre os meses de junho de 2009 a janeiro de 2010, cerca de

duas mil toneladas de resíduo orgânico deixaram de ser depositadas em aterros

sanitários em Curitiba e foram transformadas em alimentos para 5.600 suínos.

Durante este mesmo período, o Palladium destinou para reciclagem 750 toneladas

de resíduos sólidos reciclados. Além de excelente para o meio ambiente, projetos

como estes se mostram economicamente vantajosos.

De acordo com o gerente de Operações do Palladium, João Marcos Alves

Costa, para a implantação do Echo Lixo Zero, foram investidos R$ 27 mil para

adequação do Centro de Triagem e Reciclagem – CTR, valor recuperado em

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menos de três meses de operação do sistema. Em uma comparação de custos,

cada tonelada de lixo orgânico custava ao shopping cerca de R$ 130. Com o Ehco

Lixo Zero, esse valor cai para R$ 55. Entre os meses de junho do ano passado e

janeiro deste ano, a economia ficou em R$ 158 mil.

2.2 - Floripa Shopping

O Floripa Shopping, em Santa Catarina foi o 1° centro de compras em 2009, a

conquistar a certificação ambiental ISO 14001. Joseane Ferrarezi, chefe Ambiental

do empreendimento, conta que possui um plano de gerenciamento de resíduos

implantado desde este período. Aspecto que é fortalecido com a Lei Municipal

Complementar número 113, de 24-04-2003 resíduos sólidos, praticada em

Florianópolis.

De acordo com o gerente operacional, Alexandre, o Shopping envia para a

reciclagem aproximadamente 12 toneladas de lixo ao mês. As ações de

conscientização em Floripa são divulgadas em informativos bimestrais, monitores

de planta do mall, cartas aos lojistas além de eventos com parceiros sobre o

assunto. Neste caso é necessário abranger também os funcionários e

terceirizados para que os resíduos gerados nas atividades operacionais de cada

área sejam gerenciados desde a fonte.

Joseane Ferrarezi acrescenta que esta sendo desenvolvido relatório anual

de gerenciamento de resíduos, para concentrarmos todas as informações

relacionadas aos resíduos gerados no empreendimento, bem como, garantir que

todo tipo de resíduos seja destinado de forma correta de acordo com as leis

vigentes. Para isso, rastreamos todos os resíduos gerados do seu ponto de

origem, triagem, acondicionamento, transporte e destinação final. Atualmente

contamos com mais de 10 empresas envolvidas no processo.

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Em 2008 o centro de compras disponibilizou ao público o programa de

coleta de pilhas e baterias, com ótima participação e bastante mídia espontânea.

Em um ano e meio de campanha foi captado mais de meia tonelada de pilhas e

baterias que receberam a destinação adequada. Segundo a especialista

ambiental, por ano são reciclados cerca de 9 mil litros de óleo vegetal usado,

através da conscientização constante dos lojistas da praça de alimentação. E

ainda existe uma central específica para resíduos perigosos e/ou potencialmente

perigosos, como tintas, solventes, lâmpadas, cilindros de gases refrigeração,

resíduos contaminados e outros.

2.3 Passeio Shopping

No Rio de Janeiro, o Passeio Shopping tem o projeto 'PASSEIO

SUSTENTÁVEL', lançado em outubro de 2008. O projeto tem como objetivo

trabalhar a coleta seletiva em todo o mall e repassar o lixo separado para a

Cooperativa de Catadores da Zona Oeste da cidade, onde todo o material

separado é transformado em renda para as famílias que lá trabalham.

O que se percebe é que no RJ ainda não existe leis específicas obrigando a

reciclagem de lixos. O que dificulta ainda mais a atitude das pessoas. No entanto,

o projeto “Passeio Sustentável” tem total apoio da Prefeitura do Estado,

justamente por que a COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana), que

faz todo o recolhimento do material já separado.

Em média, cerca de 1,2 toneladas de lixo são gerenciado no Passeio

Shopping. E de acordo com a gerente Juliana Viana, para a conscientização são

adotadas políticas de educação através de oficinas, distribuição de cartilha,

exposições, distribuições de mudas de árvores e ações interativas locais. A

comunicação interna no Shopping é permanente, e conta com adesivos, dicas e

instruções nos banheiros, no mall e nas partes administrativas. Além de lixeiras

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seletivas, segundo a gerente, devem-se instruir os lojistas e a equipe operacional

para que fomentem a ação de coleta seletiva nas praças e alimentação

2.4 Minas Shopping

O Minas Shopping têm parceria com uma associação de catadoras de

papel (Astemarp) e doa cerca de 50 toneladas de lixo por mês, onde a triagem e

recolhimento do lixo reutilizável e feito dentro do próprio. Projeto este, que rendeu

ao shopping o prêmio ICSC em 2009.

Aproximadamente 1,6 toneladas de lixo por dia são gerados neste

shopping. Lucy Jardim, gerente de marketing do empreendimento informa que

incentiva a coleta seletiva na praça de alimentação com a entrega de folders e

colocação de papel bandeja de forma a conscientizar os clientes. Ela acrescenta

que possui grande área aberta totalmente arborizada, onde as arvores dão

sombras para os carros no estacionamento.

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CAPÍTULO III

PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS QUE

FAZEM A DIFERENÇA

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PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS QUE

FAZEM A DIFERENÇA

Não importa o segmento da empresa, a regra agora é ser sustentável. E os

centros de compras já estão colocando em prática esta nova exigência do

mercado. Seja através de infra-estrutura, equipamentos, gestão e/ou processos

operacionais, o setor já está focado nesta realidade e em busca dos melhores

recursos para realizá-los. Segue cases e iniciativas sustentáveis de alguns

shoppings já implantados e com resultados positivos.

3.1 – Riviera Shopping: Limpeza verde.

De acordo com a Revista Infra Facility PropertY (2010/ 2011), a operação

de limpeza e conservação do Riviera Shopping, em Bertioga/ SP, foi certificado

em 2010 pela conclusão do Programa GreenClean. Concedido pelo GreenClean

Institute, o programa tem como foco reduzir o impacto ao meio ambiente e os

riscos á saúde das pessoas Para alcançar esta meta, foram homologados

produtos menos agressivos ao meio ambiente, utilizados equipamentos com

menor consumo além de aprimoramento e adequação dos processos e serviços.

Ao utilizar produtos sem perfume, contribuiu-se para a diminuição dos

casos relacionados a alergias e rinites. Optar por um aspirador, que impeça que o

pó escape para o ar e que ainda emita menor ruído, também não perdeu de vista

a saúde. Até mesmo os paninhos para limpar as mesas da praça de alimentação

contêm avanços benéficos: o tecido é composto de 80% de celulose proveniente

de madeira de reflorestamento. Sendo assim tecnologia e produtos utilizados

estão diretamente embutidas em processos de limpeza eficiente.

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A mudança de comportamento e o envolvido de clientes, lojas e

funcionários, também são importantes e está aliado a tudo isso. Aos funcionários,

foram apresentados conceitos de sustentabilidade e realizado treinamentos em

reciclagens, técnicas e procedimento de limpeza, higiene pessoal e postura

profissional, para interagir corretamente com os usuários do Shopping. A gerente

Adriana Oliveira ressalta:

“Demos inicio à implantação do programa sem informar aos usuários aos

usuários e lojistas, propositalmente. Colocamos pessoas para observar

as reações dos usuários do banheiro e explicar (quando necessário) o

programa Gren Clean. Alguns sentiram a mudança, principalmente

relacionada à falta de perfume. Acreditamos que esta seja uma das

barreiras mais difíceis a ser derrubada. Quando ao aspecto limpeza, não

tivemos reclamação, pelo contrário. Com os constantes treinamentos e

métodos, a equipe passou a desenvolver um trabalho primoroso, sendo

elogiado pelos lojistas e clientes desde o primeiro momento” (Revista

Facility Property – 2010/2011, p. 87).

Outras medidas adotadas pelo Rivieira Shopping refletem na redução do

consumo e recursos naturais e minerais. Na reforma dos banheiros, as torneiras

tradicionais foram substituídas por torneiras com fechamento automático da água

e as descargas ajustadas para não haver desperdícios. Também é realizado pré-

seleção do lixo comum do reciclável.

Para 2011, o sistema luminotécnico, que busca ampliar o tempo de

utilização da luz natural e o melhor direcionando da iluminação artificial a outros

recursos, adiciona os projetos desenvolvidos sob vertentes sustentáveis.

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3.2 – Shopping Difusora: Madrugada refrigerada.

Um dos ganhadores do 17° Prêmio Destaques do Ano da Associação

Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA)

e Sheet Metal Air Conditioning Contractor´s National Association (AMACNA),

tradicional no setor de Climatização e Tratamento de Ar, o Shopping Difusora, de

Caruaru/PE, provocou mudanças efetivas na sociedade, ao ser reconhecido

nacionalmente pela modernização na infraestrutura e nos equipamentos.

Com base a Revista Infra Facility PropertY (2010/ 2011), o sistema de

climatização do empreendimento tem como objetivo a redução de consumos de

energia, além dos cuidados com tratamento de ar em seu interior. A estratégia

operacional consiste num processo em que todas as noites armazenam-se

energia frigorífica ao invés de calor na massa da edificação. No dia seguinte o frio

armazenado varia de acordo com o clima da cidade.

O gerente de operações do Shopping, Cláudio Silva, informa que “Esse

ciclo economizador e de termoacumulação proporcionou 59% em ganhos para o

centro de compras” (Revista Facility Property – 2010/2011, p. 97). O profissional

explica que é o sistema é composto de centros de água gelada com condensação

e tanque de termoacumulação. Que a refrigeração tem três temperaturas- 4° C,

10° e 14°C - e as unidades de tratamento de água a consomem sob duas

temperaturas distintas que são 4° e 10°C. O sistema parece tão simples, que evita

o uso de ventiladores de retorno, aproveitando 100% do ar que entra na abertura

automática da porta de entrada do mall e dos acessos aos estacionamentos.

Cláudio Silva acrescenta:

“A economia de energia mensal é de 50% e de 90% do horário de pico

(de demanda) do shopping, de 17h às 21h. Tudo isso porque somo auto-

sustentáveis no armazenamento de energia e temos um sistema de ar

condicionado inteligente” (Revista Facility Property – 2010/2011, p. 87).

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A reciclagem é mais uma pratica sustentável adotada pelo Shopping

Difusora. A coleta seletiva gera um volume mensal de 4,6 toneladas de lixo

inorgânico, além de recolhimento e reaproveitamento de lixo orgânico. A próxima

ação do empreendimento é criar mais uma estação de reaproveitamento de água

fluvial e de consumo interno do shopping para gerar uma economia de 40%

mensal no consumo geral.

3.3 – Iguatemi Empresas de Shopping Center: Tratamento de

esgoto e outras ações exemplares.

O Shopping Iguatemi Campinas/ SP, possui uma das mais modernas

estações de esgoto da América Latina, segundo a pesquisa da Revista Infra

Facility PropertY (2010/ 2011). Através da micro filtragem dos dejetos, o sistema

trata 60% dos resíduos do empreendimento, e faz com que deixam de ser

lançado, mensalmente, 6 milhões de litros de esgoto no meio ambiente.

A água tratada depois é reutilizada para irrigação e sistema de ar

condicionado, gerando uma economia de gastos superior a 30% ou o proporcional

a 9 milhões de litros de água mensal. O projeto da construção foi iniciado em

2008, mas passou por diversas dificuldades e aprovações burocráticas, sendo

inaugurado somente em 2010.

Dentre os programas de sustentabilidade do Shopping, além do sistema

de tratamento de esgoto, podemos citar também a reciclagem e a contratação de

um gestor ambiental para ministrar palestras para sensibilização de todos os

colaboradores e empresas terceirizadas. Nos últimos 12 meses, o Shopping

Iguatemi Campinas coletou mais de 550 toneladas de materiais recicláveis, que

foram doados para cooperativas credenciadas na Prefeitura Municipal de

Campinas, gerando renda para diversas famílias carentes. Atitude corporativa que

conquistou um excelente resultado ao englobar simultaneamente imagem positiva

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para a empresa, ação social, logística reversa, diferencial competitivo e

preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade.

Para o gerente de operações do Shopping, Luciano Ramos:

“... se não houvesse a aderência de todos, não conseguiríamos atingir o

nível de ação que temos hoje. Mesmo estando há muito tempo

trabalhando e desenvolvendo projetos voltados para redução de impactos

ao meio ambiente, em 2010 tivemos um salto muito grande, seja em

tecnologia empregada ou resultados quantitativos” (Revista Facility

Property – 2010/2011, p. 99).

Todos os departamentos do shopping precisam estar engajados e

integrados nas ações e projetos sustentáveis. Cada setor é importante e possui

seu papel no processo, seja o jurídico focado em contratos e termos de

cooperação, o marketing divulgando e buscando eventos para funcionários e

clientes do shopping que tenham o mesmo objetivo, cada funcionário ou empresa

entendendo e realizando na prática a essência do programa, o departamento de

operações administrando a logística do processo de ações ecoeficientes, entre

outros. A colaboração de todos os departamentos significa novas oportunidades e

idéias de diferentes níveis hierárquicos.

Plano Estratégico de Sustentabilidade: Shoppings Iguatemi

Tendo como propósito, transformar a sustentabilidade em um processo

estruturado, dotado de visão, objetivos, metas, planos de ação e indicadores de

mensuração, foi implantado no Shopping Iguatemi um Plano Estratégico de

Sustentabilidade que resultou em mudanças e a explicitação de compromissos

nas diversas dimensões da sustentabilidade.

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As ações deste plano estratégico podem ser agrupadas em três

plataformas: avaliação e monitoramento de impactos ambientais, gerenciamento e

redução destes impactos e avaliação da redução de recursos naturais. Segue

abaixo projeto divulgado no site do Shopping:

• Controle de CO2 e CO: São utilizados periodicamente aparelhos

eletrônicos aferidos pelo IMETRO que medem o nível de emissão de CO2

nas garagens e CO nos corredores do mall, sendo possível vetar ou

controlar uma situação de emissão, que sempre é compensada através de

plantio de árvores.

• Plano de Gerenciamento de Riscos Ambientais (PGRAI): Consiste na

mitigação ao meio ambiente de todo e qualquer dano causado por

acidentes. Desta forma controla-se e evitamos emissões de resíduos.

• Plano de Gerenciamento de Resíduos Orgânicos e Inorgânicos –

PGROI: Com o apoio do lojista, realiza-se a coleta seletiva em vários níveis

(orgânicos, papelão, vidro, plástico, óleo, pilhas e lâmpadas).

• Triagem de resíduos recicláveis em presídio e cooperativas: Parceria

com estas instituições, para nova triagem dos resíduos, preparando-os

finalmente para a reciclagem e colaborando com o desenvolvimento da

comunidade.

• Coleta de óleo de cozinha / Papa pilhas / Papa lâmpadas:

O óleo de cozinha das operações de alimentação do Shopping é coletado e

doado para reaproveitamento. As lâmpadas são descontaminadas no

Shopping e depois enviado para reciclagem, evitando os riscos de

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contaminação de um deslocamento. Já as pilhas são devolvidas ao próprio

fabricante que faz o reuso, evitando assim uma nova demanda da natureza.

• Doações de resíduos para Instituições Não Governamentais:

Mencionado anteriormente, todo o volume de papel, vidro, plástico, metal e

óleo de cozinha coletado pelo shopping após sua correta triagem é doado a

instituições não governamentais que utilizam em prol de suas atividades de

reciclagem.

• Utilização de produtos de limpeza orgânicos: Total prioridade para

aquisição de produtos de limpeza e afins com propriedades biodegradáveis,

utilizando para a higienização do mall produtos orgânicos provenientes da

biotecnologia. O ionizador de água (transforma água em líquido

higienizador) e os tabs orgânicos (com propriedades naturais para eliminar

odores e eliminar gordura da caixa de gordura) são dois bons exemplos

destes produtos.

• Placas de Energia Fotovoltaicas – Energia Solar: Visando

substituir cada vez mais a energia elétrica pela chamada “energia limpa”, o

Iguatemi desenvolve projetos com produção de energia solar. Atualmente,

possuí algumas áreas alimentadas por este tipo de energia, em paralelo a

projetos e estudos em constante desenvolvimento para a futura aplicação

em grande escala e maior economia.

• Aparelhos que dispensam energia elétrica: Economia de energia em

todos os âmbitos. Utilização de aparelhos de pequeno porte movidos à

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bateria, como é o caso do aspirador utilizado para sugar as bitucas de

cigarro deixadas na calçada do Shopping.

• Sensor de Luminosidade – Estacionamento: Estacionamentos com

sensores de célula fotossensível que medem o nível de luminosidade do

ambiente e acendem as luzes somente em momentos de escuridão,

mesmo com pessoas na área, esta luz é acesa somente quando há

ausência de iluminação natural, o que resulta em uma economia constante

de energia.

• Estação Meteorológica: Administrado pelo setor de manutenção, a

estação meteorológica possui duas importantes funções:

1) Prever tempestades com duas horas de antecedência, para direcionar A

equipes de manutenção junto a calhas e telhados, evitando possíveis

incidentes decorrentes de fortes chuvas;

2) Medir temperatura, umidade, pressão e velocidade do vento para

controlar com maior precisão o funcionamento de equipamentos de ar

condicionado (torres de resfriamento), o que resulta em uma maior

economia de energia e redução de despesas.

• Estação de tratamento de água das chuvas e minas – Água de reuso:

Estação de tratamento exclusiva para captação e tratamento das águas das

chuvas e de minas. Este material não potável é utilizado posteriormente na

lavagem das garagens, calçada externa e principalmente nas descargas

dos sanitários, dispensando assim grande demanda de água tratada que

seria extraída do meio ambiente.

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• Reutilização de água de condensado de ar-condicionado: Toda a água

gerada pela condensação nas máquinas de ar condicionado é

reaproveitada dentro do próprio sistema. Ela é canalizada, resfriada e volta

para a tubulação com o trabalho de manter a baixa temperatura do ar. Ação

que resulta em mais uma enorme economia diária de água potável.

• Remanejamento de válvulas ar-condicionado: Através de estudo

realizado pelo setor de manutenção sobre a demanda de água potável para

o sistema de ar-condicionado versus à real necessidade das lojas, foi

possível um remanejamento geral das válvulas de abastecimento de modo

a ajustar este volume. Resultado: economia diária de 40% de toda a água

potável que antes era gasta nesta operação.

• Sistema Waterfree no mictório: Utilizando a tecnologia “Waterfree”:

mictórios masculinos possuem produto biodegradável acoplado ao ralo,

onde o odor da urina é eliminado, dispensando várias descargas para a

limpeza feita posteriormente pelo Shopping. Esta ferramenta ainda está em

fase de implantação, mas futuramente estará em todo o mall.

• Retrofit: Reciclagem feita dentro do universo de consumo. Sempre, antes

de uma nova aquisição, é feita a mensuração do nível de aproveitamento

de um maquinário ou de um simples móvel obsoleto, para evitar geração

desnecessária de resíduo. Como exemplo, os geradores de energia foram

reformados para obter tecnologia, sem a necessidade de uma nova

compra, evitando assim uma nova extração no meio ambiente.

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3.4 – Shopping Midway Mall: Edifícios verdes mais climatizados

Inaugurados em abril de 2005, o shopping Midway Mall vem imprimindo

novos hábitos de consumo na população do Rio Grande do Norte. Em 2009, o

empreendimento já realizou sua primeira expansão no terceiro piso,

incrementando este andar com mais 70 lojas e o chamado Espaço Gourmet, uma

área com mais de 2.500 metros quadrados e capacidade para receber mais de

700 pessoas simultaneamente.

Finalizando esta fase, o Midway Mall inaugura também o tão esperado

Teatro Riachuelo, que trata-se de um espaço multiuso, estrutura flexível que

comporta shows, peças de teatro, encontros empresariais, convenções,

seminários e grandes espetáculos musicas, em um área construída de

aproximadamente 6.000 metros quadrados, com capacidade para 1.400 pessoas.

No total, o shopping oferece três pisos com 270 lojas, sete salas de cinema,

hipermercado e 3,5 mil vagas gratuitas de estacionamento em seis pavimentos.

Para comportar toda esta infra-instrutora, o Shopping possui números e

sistemas prediais surpreendentes. Nas instalações elétricas 127 quilômetros de

fios, na parte hidráulica 280 quilômetros de tubos, entre outras grandezas. Mas o

que chama mais atenção mesmo é o sistema de ar condicionado, ganhador

segundo, a Revista Infra Facility PropertY (2010/ 2011), do 17° Prêmio Destaque

do Ano Smacna, reconhecida premiação do setor de tratamento de ar.

“Esta ampliação e retrofit do sistema inteligente de ar condicionado foram

feitos com acréscimo de novas tecnologias em produção de água gelada

e três temperaturas, o que levou o Coeficiente de Performance da

instalação a exceder o necessário para classificação para edifícios

verdes, conforme norma 90.1-2007 (Green building). A água é utilizada

nesta ampliação por serpentinas de hiper desumidificação, serpentinas

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de resfriamento sensível e vigas ainda vigas” (Revista Facility Property –

2010/2011, p. 101).

E os processos não param por ai, o Shopping conta ainda com tecnologias

de pontas sustentáveis, como chillers com compressores centrífugos instalados

em séries e condensação em contra-fluxo, sistema de água e ar com volume

variável, caixas VAV (Volume de Ar Variável), tanque de termo-acumulação, rodas

dissecantes, recuperadores de energia entálpico ERV e o próprio sistema de

automação, ressalta a Revista Infra Facility PropertY (2010/ 2011).

Segundo constatou o Prêmio Smacna, todas estas características juntas

fornecem excelência em conforto para os clientes, com um dos mais baixos custos

de energia para um empreendimento deste setor, e de forma sustentável.

3.5 – Center Vale Shopping: Varejo sustentável

Desde o inicio de 2000, o Center Vale esta preocupado com os destinos

dos resíduos gerados pelo shopping. Por esse motivo foi formalizado em 2007 o

sistema de gestão e política ambiental, que buscou o fomento das ações e

envolvimento de todos.

Com foco em ações sustentáveis relacionados abaixo, foi possível reduzir os

danos ecológicos gerados pelo centro de compras, além de conquistar em 2010

alguns prêmios em reconhecimento ao projeto ambiental, como Prêmio Newton

Rique de Responsabilidade social (Abrase), 5° Prêmio de Responsabilidade Social

e Sustentabilidade no Varejo promovido (Fundação Getúlio Varas) na categoria

Shopping Centers entre outros.

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Baseado no principio de Reduzir, Reutilizar e Reciclar, o SGA do Center

Vale Shopping abrange uma ampla gama de aspectos ambientais, atingindo com

sucesso seu objetivo:

• Reuso de água e tratamento de efluentes: Todo esgoto gerado é

direcionado para a estação de tratamento de efluentes passando por

processo químico. Esta água de reuso é reaproveitada para irrigação dos

jardins, limpeza de estacionamento, suprimento de lagos de peixe, vasos

sanitários e mictórios. Este trabalho permitiu reduzir em 35% o consumo de

água potável no empreendimento.

• Coleta seletiva: 100% dos resíduos orgânicos gerados são coletados,

separados e enviados para usinas de reciclagem.

• Descarte correto de Lâmpadas, Pilhas e Baterias: As lâmpadas

fluorescentes e de descarga são descontaminadas e recicladas. Pilhas e

baterias usadas são recolhidas através de recipientes localizados nas

portarias, possibilitando a descontaminação e reciclagem.

• Reciclagem de Óleo Comestível: 100% do óleo comestível recolhido dos

restaurantes do shopping é reciclado e transformado em sabão e distribuído

para os restaurantes, funcionários e entidades sociais da região.

• Qualidade do ar interior: Através do programa de manutenção, operação

e controle de qualidade do ar interior, o Center Vale Shopping proporciona

aos clientes um ar em condições padronizada de temperatura, umidade,

vazão e livre de elementos poluentes. Trabalho que se baseia na

Resolução RE 09 da ANVISA, adotando padrões de exigência superiores

aos da resolução;

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• Economia de energia elétrica: O projeto arquitetônico do Shopping conta

com vários Skylights, proporcionando iluminação natural durante o dia

inteiro, reduzindo o consumo de energia. Neste projeto foram utilizado

vidros laminados especiais, projetados para refletir os raios solares e

diminuir o efeito de aquecimento interno, evitando-se, assim, maior

consumo de energia do ar condicionado e desconforto térmico.

Paralelamente é feito um controle mensal do consumo de energia elétrica

em todas as áreas, para que este controle possa ser mais efetivo.

• Recuperação da Mata Ciliar: Em parceria com a Secretaria do Meio

Ambiente da PMSJC, o Center Vale Shopping adotou, em 2008, uma das

nascentes da cidade. Foi realizada toda limpeza e conservação do terreno

e o plantio de espécies nativas da região. O objetivo é recuperar a mata

ciliar e preservar as nascentes da área de 8.000 m² até dezembro de 2010.

• Mudança de cultura: O Shopping fornece aos colaboradores uma caneca

ecológica feita em ABS – plástico reciclado. Com essa ação foi eliminada o

consumo de 480.000 copos plásticos por ano. Junto com a caneca o

funcionário recebe uma ecobag como incentivo a não utilização de sacolas

plásticas;

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CONCLUSÃO

A logística reversa se transforma em uma estratégia corporativa de sucesso

ao mesmo tempo em que se recupera e preserva o meio ambiente. Esta

oportunidade de negócio apresenta-se quando as empresas transformam os

riscos ambientais em oportunidades. E o mercado de Shoppings Center já

percebeu isso, tanto que o tema esta sendo abordada há anos em diversas

revistas especializada do segmento, além de ser visto na prática através de

atitudes e sistemas adotados no setor.

Pode-se dizer que a sustentabilidade e o meio ambiente é uma realidade

implantada nas estratégias operacionais e comerciais dos centros de compras.

Sejam através de processos mais simples, como a reciclagem dos lixos gerados e

substituição de torneiras com sistema de fechamento automático, ou com recursos

mais sofisticados, como os sistemas de cogeração no ar condicionado,

recuperadores de energia e os demais apresentados no estudo. Apesar dos

produtos com conceito sustentável serem mais caros que os tradicionais, este

assunto não tende a sair de cena tão cedo tamanha é a preocupação ambiental de

todos com relação a este cenário.

Falando em coleta seletiva, esta é a ferramenta reversa mais utilizada nos

Shopping Centers. Talvez menos valorizado no passado e com foco totalmente

social, hoje a reciclagem é extremamente importante e já faz parte do

departamento operacional e estratégico do setor. Em praticamente todos os

shoppings citados no trabalho, este processo é realizado e apresenta excelentes

resultados ao empreendimento.

Ainda sem a eficiência e a rentabilidade desejada pelos especialistas, a

valorização desta iniciativa nos centros de compras é uma passo valioso em prol

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da sustentabilidade. O tamanho do Shopping Center, a quantidade de pessoas

que circulam e a tonelada de produtos consumidos e descartados neste

empreendimento podem ser equiparadas ao resultado positivo conquistado

através da reciclagem.

Utilizando como princípio a informação passada pelo gerente operacional

do Shopping Palladium, o público infantil pode ser o caminho para a

conscientização dos demais. Pois eles possuem um forte poder de influencia

sobre as atitudes e decisões de seus pais. Os consumidores precisam

compreender que mesmo o simples ato de levantar a bandeja das mesas e

depositar suas sobras nas lixeiras específicas, já significa que cada cliente esta

fazendo a sua parte dentro do centro de compras. Cada cliente somente não, cada

lojista, funcionário, empresa terceirizada, empreendedor e etc. Todos precisam se

dedicar e se envolver de corpo e alma neste objetivo.

Sendo assim, a preocupação com a natureza deixou de ter apenas foco

institucional, visando à imagem corporativa da empresa, para tornar-se referência

à infra-estrutura, em busca de edificações Green Building, redução de custos e

economia, seja de água, energia, produtos de limpeza ou qualquer outro recurso

utilizado para a manutenção deste empreendimento. Atualmente, não se pode

pensar em planejamento estratégico sem falar e incluir a sustentabilidade. Este é

o maior, se não mais importante, diferencial competitivo que vai ditar as regras e

apontar o desenvolvimento, ou não, dos shoppings no mercado corporativo.

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BIBLIOGRAFIA

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http://www.centervale.com.br/Site2010/

www.portaldoshopping.com.br

www.iguatemisaopaulo.com.br

www.ancar.com.br

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www.flamboyant.com.br/

http://www.tetrapak.com/br/meio_ambiente/ciclo_de_vida_da_embalagem/pa

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http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_250715.shtml

http://www.lixo.com.br/

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Logística Reversa e a Onda Ecológica dos Centros de Compras 10

1.1 – Profissionais Verdes 16

1.2 – O Ar condicionado ecologicamente correto 18

CAPÍTULO II

Lixo: O que os shoppings estão fazendo com ele? 22

2.1 – Shopping Palldium 28

2.2 – Floripa Shopping 30

2.3 – Passeio Shopping 31

2.4 – Minas Shopping 32

CAPÍTULO III

Práticas sustentáveis que fazem a diferença 33

3.1 – Riviera Shopping: Limpeza Verde 34

3.2 – Shopping Difusora: Madrugada refrigerada 36

3.3 – Iguatemi Empresas de Shopping 37

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3.4 – Shopping Mid Way Mall: Edifício Verde mais climatizado 43

3.5 – Center Vale Shopping: Varejo sustentável 44

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

SITES CONSULTADOS 52

ÍNDICE 53

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: LOGÍSTICA REVERSA: OS SHOPPINGS CENTERS A

FAVOR DO MEIO AMBIENTE

Autor: ANA PAULA PINHO DE MACEDO

Data da entrega: 28/Janeiro/2011

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

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Conceito Final: