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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE LOGÍSTICA E A INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS Por: Mauricio Fontenelle Ribeiro Orientador Prof. Jorge Tadeu Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

LOGÍSTICA E A INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS

Por: Mauricio Fontenelle Ribeiro

Orientador

Prof. Jorge Tadeu

Rio de Janeiro

2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

LOGÍSTICA E A INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Logística Empresarial.

Por: . Mauricio Fontenelle Ribeiro.

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AGRADECIMENTOS

....a família, aos amigos e parentes, a

empresa onde trabalho, etc......

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DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia ao meu pai.

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RESUMO

As empresas nunca deveriam dar-se por satisfeitas com seus sistemas

de planejamento e controle da produção e controle de estoque. Os sistemas

“informais” – caracterizados principalmente pela falta de coordenação, não

deveriam predominar mais, principalmente nas empresas que querem crescer

e querem acompanhar a Globalização. A Logística vem surgindo e crescendo

cada vez mais para demonstrar que problemas desse tipo podem ser

resolvidos.

O primeiro passo para melhorar a integração entre os sistemas de

planejamento e controle da produção e estoque de matéria prima é introduzir

um sistema de planejamento das necessidades de material (MRP). Isso

permite à empresa saber se consegue ou não alcançar determinados objetivos.

As empresas no início utilizavam software próprio, mas hoje em dia utilizam-se

predominantemente os pacotes de software. Um dos aperfeiçoamentos

fundamentais dos sistemas básicos do MRP é ajudar a produzir e comprar

apenas o necessário no momento certo, visando eliminar estoques, gerando

uma série de “encontros marcados” entre componentes de um mesmo nível,

para operações de fabricação ou montagem.

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METODOLOGIA Esta monografia foi elaborada através de pesquisas, consultas e

citações de autores com grande conhecimento no assunto, anexando material

retirados da Internet, onde exemplifica uma das possíveis soluções para

melhoria do problema de integração entre áreas de Planejamento e Estoque. O

tema abordado foi escolhido por saber que várias empresas ainda vivem

problemas deste tipo, muitas das vezes por questões financeiras, o que as

levam a improvisarem com seus sistemas conhecidos como “colcha de

retalho”. A formatação do trabalho e disposição dos capítulos seguem

conforme orientação do professor orientador.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Logística 10 CAPÍTULO II - As Gestões 19 CAPÍTULO III – A falta de coordenação 28 CAPÍTULO IV – A solução: MRP 32 CONCLUSÃO 38 ANEXOS 40 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48 BIBLIOGRAFIA CITADA 49 ÍNDICE 50 FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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INTRODUÇÃO

A logística, no Brasil , passou por extraordinárias mudanças. Pode-se

mesmo afirmar que passou por um processo revolucionário, tanto em termos

das práticas empresariais, quanto da eficiência, qualidade e disponibilidade da

infra-estrutura de transportes e comunicações, elementos fundamentais para a

existência de uma logística moderna. Para as empresas é um período de

riscos e oportunidades. Riscos devido às enormes mudanças que precisam

ser implementadas e oportunidades devido aos enormes espaços para

melhorias de qualidade do serviço e aumento de produtividade, fundamentais

para o aumento da competitividade empresarial.

A logística é um verdadeiro paradoxo. É, ao mesmo tempo, uma das

atividades econômicas mais antigas e um dos conceitos gerenciais mais

modernos. Desde que o homem abandonou a economia extrativista, e deu

início as atividades produtivas organizadas, com produção especializada e

troca dos excedentes com outros produtores, surgiram três das mais

importantes funções logísticas, ou seja, estoque, armazenagem e transporte.

A produção em excesso, ainda não consumida, vira estoque. Para garantir sua

integridade, o estoque necessita de armazenagem. E para que a troca possa

ser efetivada, é necessário transportá-lo do local de produção ao local de

consumo. Portanto, a função logística é muito antiga, e seu surgimento se

confunde com a origem da atividade econômica organizada.

O que vem fazendo da logística um dos conceitos gerenciais mais

modernos são dois conjuntos de mudanças, o primeiro de ordem econômico, e

o segundo de ordem tecnológica. As mudanças econômicas criam novas

exigências competitivas, enquanto as mudanças tecnológicas tornam possível

o gerenciamento eficiente e eficaz de operações logísticas cada dia mais

complexas e demandantes.

Com objetivo de entender melhor a importância da Logística para as

gestões de Planejamento da Produção e Estoque, está sendo descrito nos

capítulos a seguir o que é a Logística, o que é Planejamento e Controle, o que

é Estoque e principalmente no que acarreta a falta de coordenação, ou melhor,

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a falta de integração entre estas gestões, sendo prejudicial para toda empresa,

sistemas informais prejudicam tomadas de decisões imediatas, aumentando o

custo das empresas, consequentemente prejudicando toda cadeia logística.

A predominância da situação de desorganização nos sistemas

informais das empresas é um fator decisivo para implantar um sistema de

Planejamento da necessidades de material – MRP (Material Requeriment

Planning), como uma das possíveis soluções para melhorar a integração.

Permitindo um melhor planejamento e servindo como um excelente instrumento

para a tomada de decisões gerências, reduzindo a influência dos sistemas

informais, muitos usuais nas fábricas ainda.

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CAPÍTULO I

LOGÍSTICA

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1.1 - Conceituando Logística

O conceito de logística é coordenar todas as atividades relacionadas à

aquisição, movimentação e estocagem de materiais, peças e produtos

acabados. Esta abordagem considera o fluxo inteiro de materiais e peças,

desde os fornecedores até o estabelecimento de manufatura, com seus

depósitos e linhas de produção, e também depois da manufatura, no fluxo de

peças e produtos, através dos armazéns e centros de distribuição até os

clientes, este fluxo é controlado e planejado como um sistema integrado, de

modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do

atendimento dos pedidos a baixo custo.

Existem muitas maneiras de definir o conceito de logística, alguns

autores definem como: “A logística consiste em fazer chegar a quantidade certa

das mercadorias certas ao ponto certo, no tempo certo, nas condições e ao

mínimo custo: a logística constitui-se num sistema global, formado pelo inter-

relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compõem.

Compreende a embalagem e a armazenagem, o manuseio, a movimentação e

o transporte de um modo geral, a estocagem em trânsito e todo o transporte

necessário, a recepção, o acondicionamento e a manipulação final, isto é, até o

local de utilização do produto pelo cliente” (Moura,1998).

“A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de

todo o fluxo de mercadorias e informações desde a fonte fornecedora até o

consumidor” (ALT; MARTINS, 2000).

“A logística empresarial é o processo de planejamento, implementação e

o controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias-

primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas,

desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender

aos requisitos do cliente” (BALLOU, 1993).

1.2 – Histórico

Segundo Ballou (1993), o desenvolvimento histórico da logística

empresarial desmembra-se em três eras: antes de 1950, 1950-1970, e após

1970.

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1.2.1 - Antes de 1950: os anos adormecidos

Até cerca de 1950, o campo permanecia em estado de dormência. Não

existia nenhuma filosofia dominante para guiá-lo. As empresas fragmentavam a

administração de atividades – chave em logística ou seja, o transporte era

encontrado freqüentemente sob o comando gerencial da produção; e o

processamento de pedidos era controlado por finanças ou vendas. Isto

resultava no conflito de objetivos e de responsabilidades para as atividades

logísticas.

Entretanto, existiram alguns pioneiros que identificaram a natureza da

distribuição física e como ela diferia da criação de demanda no marketing. A

atividade logística militar na Segunda Guerra Mundial foi um início para muitos

dos conceitos logísticos utilizados atualmente. Infelizmente, o exemplo militar

somente influenciou as atividades logísticas das firmas comerciais alguns anos

depois. Por volta de 1945, algumas empresas já haviam colocado transporte e

armazenagem de produtos acabados sob um único gerente. As indústrias

alimentícias foram pioneiras neste aspecto.

A maior parte dos aperfeiçoamentos gerenciais das atividades

logísticas surgiu do reagrupamento destas atividades tradicionais dentro da

firma. Antes de 1950, poucas empresas realmente exploravam os benefícios

destes rearranjos.

Olhando-se em retrospectiva, nem o ambiente econômico nem a teoria

estavam aptos para a criação do clima necessário a uma mudança de atitudes.

A área de administração de marketing estava crescendo em importância, assim

como a administração estava mudando seu foco da produção (como influência

dominante) para uma orientação para marketing (consumidor). Esta foi uma

mudança natural, pois a economia americana no geral alterou-se de escassez

da capacidade industrial para uma situação de capacidade adequada e

competição crescente. Após a Segunda Guerra Mundial, a economia dos EUA

experimentou rápido crescimento, devido parcialmente à demanda reprimida

dos anos de depressão e à posição dominante da indústria americana no

mercado mundial. O clima era para vender e produzir. Os lucros eram altos.

Certa ineficiência na distribuição de produtos podia ser tolerada.

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1.2.2 - 1950 a 1970: o período de desenvolvimento

O período entre o início dos anos 50 até a década de 60 representa a

época de decolagem para a teoria e a prática da logística. O ambiente era

propício para novidades no pensamento administrativo. O marketing estava

bem estabelecido em muitas instituições educacionais e orientava muitas

empresas. Entretanto, professores de marketing e administração não estavam

totalmente satisfeitos com o que havia sido criado, pois as companhias

prestavam muito mais atenção a compra e venda do que a distribuição física. A

distribuição física era muitas vezes submetida e colocada de lado como algo de

pouca importância.

Posteriormente, reconheceu-se que um evento chave para o

desenvolvimento da logística empresarial como disciplina foi um estudo

conduzido para determinar o papel que o transporte aéreo poderia

desempenhar na distribuição física. Esse estudo mostrou que o alto custo do

transporte aéreo não necessariamente deteria o uso deste serviço, mas que a

chave para sua aceitação deveria ser o seu menor custo total, decorrente da

soma das taxas do frete aéreo e do menor custo devido à diminuição de

estoques, conseguido pela maior velocidade da movimentação por via aérea.

Esta compensação de um tipo de custo por outro ficou conhecida como o

conceito do custo total. Ele tornou-se importante argumento para um

reagrupamento lógico de atividades dentro das firmas e também auxiliou a

explicar a reorganização em torno das atividades de distribuição que estava

ocorrendo em algumas poucas empresas pioneiras. O conceito do custo total é

um princípio muito importante para logística empresarial.

As condições econômicas e tecnológicas eram tais que também

encorajam o desenvolvimento da logística. Quatro condições chaves foram

identificadas:

(1) alteração nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores,

(2) pressão por custos nas indústrias,

(3) avanços na tecnologia de computadores e

(4) influências do trato com a logística militar.

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1.2.3 - 1970 e além: os anos do crescimento

A logística empresarial, como campo da administração de empresas,

entrou na década de 70 em estado descrito como de semi-maturidade. Os

princípios básicos estavam estabelecidos e algumas firmas estavam

começando a colher os benefícios de seu uso. Retrospectivamente, a

aceitação do campo transcorria vagarosamente, pois as empresas pareciam

estar mais preocupadas com a geração de lucros, do que com o controle de

custos. Expansão de mercado muitas vezes mascara ineficiência tanto na

produção como na distribuição. Entretanto, forças de mudanças se

acumulavam pouco antes desta década. A competição mundial nos bens

manufaturados começou a crescer, ao mesmo tempo que falta de matérias-

primas de boa qualidade passou a ocorrer. Os Estados Unidos passaram a

gastar pesadamente na guerra do Vietnã.

Eventos fundamentais para mudança foram o embargo petrolífero e a

súbita elevação do preço do petróleo realizado pelos países da OPEP em

1973. À medida que os preços do petróleo quadruplicaram nos sete anos

seguintes e o crescimento de mercado começou a diminuir, a inflação começou

a aumentar ao mesmo tempo que a produtividade crescia mais devagar. O

termo geralmente empregado para descrever esta época foi estagflação. A

filosofia econômica dominante passou de estímulo da demanda para melhor

administração dos suprimentos. Controle de custos, produtividade e controle de

qualidade passaram a ser áreas de interesse, à medida que as empresas

tentavam enfrentar o fluxo de mercadorias importadas. As funções logísticas

foram mais afetadas do que as outras áreas das empresas. Os preços do

petróleo afetaram diretamente os custos de transporte, ao mesmo tempo que

inflação e forças competitivas impulsionaram os custos de capital para cima e,

portanto, os custos de manutenção de estoques. Com custos de combustíveis

crescendo de 2 a 4% acima do custo de vida e juros preferenciais variando

entre 10 e 20%, os assuntos logísticos tornaram-se relevantes para a alta

administração. Os princípios e conceitos formulados durante anos de

desenvolvimento passaram a ser utilizados com grande sucesso.

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O alto grau de interesse acabou levando à logística integrada. Apesar

de a distribuição física ter sido o tema dominante nas décadas de 50 e 60, um

tema similar estava sendo desenvolvido em torno de compras. Esta começava

a ser entendida dentro do contexto mais amplo da administração de materiais.

Hoje, a logística é entendida como a integração tanto da administração de

materiais como a distribuição física. Entretanto, esta integração leva a ligações

muito mais estreitas com a função de produção/operação em muitas firmas, de

modo que se pode esperar no futuro que produção e logística se aproximarão

muito mais em conceito e prática.

A evolução da logística empresarial têm início à partir de 1980, com as

demandas decorrentes da globalização, alteração estrutural da economia

mundial e desenvolvimento tecnológico, tendo como conseqüência a

segmentação da logística em três grandes áreas:

A) Administração de materiais: que é o conjunto de operações

associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte de matéria-

prima até a entrada na fábrica; em resumo é “disponibilizar para produção”;

sendo que participam desta área os setores de: Suprimentos, Transportes,

armazenagem e Planejamento e Controle de estoques.

B) Movimentação de Materiais: transporte eficiente de produtos

acabados do final de linha de produção até o consumidor; sendo que fazem

parte o PCP (Planejamento e Controle da Produção), Estocagem em processo

e Embalagem.

C) Distribuição física: que é o conjunto de operações associadas á

transferencia dos bens objeto de uma transação desde o local de sua produção

até o local designado no destino e no fluxo de informação associado, devendo

garantir que os bens cheguem ao destino em boas condições comerciais,

oportunamente e a preços competitivos; em resumo é “tirar da produção e fazer

chegar ao cliente”. Participam os setores de Planejamento dos Recursos da

Distribuição, Armazenagem, Transportes e Processamento de Pedido.

Dentro dessa evolução podemos dividir a logística empresarial em duas

atividades:

A) Atividades Primárias:

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A definição anterior identifica aquelas atividades que são de

importância primária para o atingir os objetivos logísticos de custo e nível de

serviço. Estas atividades chaves são:

- Transportes: Atividade essencial, pois nenhuma empresa moderna

pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de

seus produtos acabados de alguma forma. Além disso, ela absorve, em média,

de um a dois terços dos custos logísticos. Transporte, refere-se aos vários

métodos para se movimentar os produtos, podendo ser por modos aereoviário,

rodoviário, marítimo e ferroviário.

- Manutenção de Estoques: Para se atingir um grau razoável de

disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como

“amortecedores” entre a oferta e a demanda. É uma atividade de suma

importância já que o uso extensivo de estoques é responsável por

aproximadamente uma dois terços dos custos logísticos. A administração de

estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo

tempo que prevê a disponibilidade desejada pelos clientes;

- Processamento de Pedidos: É a atividade que inicializa a

movimentação de produtos e a entrega de serviços. Sua importância deve-se

ao fato de ser um elemento crítico em termos de tempo necessário para levar

bens e serviços aos clientes.

B) Atividades Secundárias ou atividade de Apoio

São as atividades de apoio às atividades primárias na obtenção dos

níveis de bens e serviços requisitados pelos clientes. Estas atividades são:

- Armazenagem: é a administração do espaço necessário para manter

estoques. Envolve problemas como localização, desenvolvimento de área,

arranjo físico, entre outros;

- Manuseio de Materiais: Associada com a armazenagem e também dá

apoio a manutenção de estoques. Refere-se a movimentação do produto no

local de estocagem. Trata de problemas como seleção do equipamento de

movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento da

carga de trabalho;

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- Embalagem de Proteção: Auxilia a garantir a movimentação do

produto sem quebras, já que um dos objetivos de logística é movimentar bens

sem danificá-los;

- Obtenção: Trata da seleção das fontes de suprimento das

quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela

qual o produto é comprado, ou seja, é atividade que deixa o produto disponível

para o sistema logístico;

- Programação de Produtos: Lida com a distribuição. Refere-se às

quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser

fabricadas;

- Manutenção de Informação: Mantém uma base de dados com

informações importantes, que são essenciais para o correto planejamento e

controle logístico.

1.3 - A função da logística na Organização

A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e

armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da

matéria prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de

informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de

providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.

1.4 - Vantagem competitiva através da logística

Podemos afirmar que uma empresa pode alcançar uma posição de

superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferência do

cliente, através da logística.

As bases do sucesso no mercado são muitas, mas um modelo simples

é baseado na trilogia: companhia, seus clientes e seus concorrentes.

A fonte de vantagem competitiva é encontrada primeiramente, na

capacidade de a empresa diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do

cliente e, em segundo lugar, pela capacidade de operar a baixo custo e,

portanto, com lucro maior.

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A procura de uma vantagem competitiva sustentável e defensável tem

se tornado a preocupação de todo gerente alerta para as realidades do

mercado, não se pode mais pressupor que os produtos bons sempre vendem,

nem é aceitável imaginar que o sucesso de hoje continuará no futuro.

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CAPÍTULO II

AS GESTÕES

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2.1 – Atividades de Planejamento e Controle da Produção

Em um sistema de manufatura, toda vez que são formulados objetivos,

é necessário formular planos de como atingi-lo, organizar recursos humanos e

físicos necessários para ação, dirigir a ação dos recursos humanos sobre os

recursos físicos e controlar esta ação para a correção de eventuais desvios.

No âmbito da administração da produção, este processo é realizado pela

função de Planejamento e Controle da Produção (PCP).

Para atingir os objetivos o PCP reúne informações vindas de diversas

áreas do sistema de manufatura, sendo assim, pode-se considerar o PCP

como um elemento central na estrutura administrativa de um sistema de

manufatura, passando a ser um elemento decisivo à integração da manufatura.

A função de planejamento e controle concilia o fornecimento dos

produtos e serviços de uma operação com sua demanda.

As atividades de projeto determinam a forma e natureza do sistema e

os recursos que contém um produto, mas não se preocupam com o andar do

sistema no dia-a-dia. Esse é o propósito do planejamento e controle,

garantindo que a produção ocorra eficazmente e produza produtos e serviços

como deve. Isto requer que os recursos produtivos estejam disponíveis:

- na quantidade adequada;

- no momento adequado; e - no nível de qualidade adequado.

2.1.1 - Diferença entre Planejamento e Controle

Há algumas características gerais que ajudam a distinguir um

planejamento do controle.

Um plano é uma formalização de o que se pretende que aconteça em

determinado momento no futuro. Um plano não garante que um evento vá

realmente acontecer; é uma declaração de intenção de que aconteça. Os

planos são baseados em expectativas, contudo, expectativas são apenas

esperanças relativas ao futuro. Quando operações tentam implementar planos,

as coisas nem sempre acontecem como esperado. Os consumidores mudam

de idéia de quanto ao que eles querem e quando querem. Os fornecedores

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podem nem sempre entregar pontualmente, máquinas podem quebrar,

funcionários podem faltar por doença. Qualquer dessas razões significa que o

plano não pode ser levado avante. Há muitas diferentes variáveis, qualquer

uma das quais pode contribuir para que um plano torne-se não executável.

Controle é o processo de lidar com essas variáveis. Pode significar

que os planos precisem ser redesenhados a curto prazo. Também pode

significar que será preciso fazer uma “intervenção” na operação para trazê-la

de volta aos “trilhos”. Por exemplo encontrar um novo fornecedor que pode

entregar rapidamente, consertar a máquina que quebrou, ou mover o pessoal

de uma parte da operação para outra, para cobrir ausências. O controle faz os

ajustes que permitem que a operação atinja os objetivos que o plano

estabeleceu, mesmo que as suposições feitas pelo plano não se confirmem.

Pode-se definir o plano como um conjunto de intenções e o controle

como um conjunto de ações que visam o direcionamento do plano. O controle

inclui o monitoramento do que aconteceu na realidade, a comparação com o

que fora planejado e as ações para providenciar as mudanças necessárias de

realinhamento do plano. O controle pretende reduzir o potencial de

insatisfação do consumidor, que pode surgir devido ao plano não estar sendo

cumprido, assim como minimizar o efeito de interrupções na operação.

2.1.2 - Planejamento e Controle da Produção

O planejamento e controle da produção é responsável pelo

planejamento e controle do fluxo de materiais através do processo de

produção. As principais atividades desempenhadas são:

A) Planejamento da produção – a produção deve ser capaz de atender

à demanda do mercado. Encontrar a maneira mais produtiva de se fazer isso é

responsabilidade do planejamento da produção. Devem–se estabelecer

prioridades corretas (o que é necessário e quando) e certificar-se de que a

capacidade produtiva está adequada a atender a essas prioridades. Isso

envolve:

– Previsão;

– Plano Mestre;

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– Planejamento de necessidades de material;

– Planejamento de capacidade;

B) Implementação e controle – Responsáveis por colocar em ação e

alcançar os planos realizados pelo planejamento da produção. Essas

responsabilidades são atingidas por meio do controle da atividade produtiva

(comumente chamado de controle de chão de fábrica) e compras.

C) Administração do estoque – Estoques são materiais e suprimentos

disponíveis tanto para venda quanto para o processo produtivo. São parte do

processo de planejamento e fornecem uma reserva intermediária para dar

conta de diferenças nas taxas de demanda e produção.

2.1.3 - Insumos do sistema de PCP

Há cinco insumos básicos para o planejamento e controle de produção:

A) A descrição do produto mostra como ele deverá aparecer em cada

estágio da produção. Desenhos e especificações de engenharia são métodos

para se descrever o produto. O mais importante método para o planejamento e

controle de produção é a lista de material. Da maneira como é utilizado em

administração de materiais, esse documento faz duas coisas:

- Descreve os componentes utilizados para se fabricar o produto.

- Descreve as submontagens durante os vários estágios de fabricação.

B) As especificações do processo descrevem os passos necessários

para se fabricar o produto final. É um conjunto de instruções detalhadas que

descrevem como o produto é feito. Essas informações normalmente são

registradas em uma folha ou arquivo de instruções. Esses documentos ou

arquivos de computador fornecem informações como as que se seguem sobre

a fabricação de um produto:

- Operações requeridas para fabricar os produtos.

- Seqüência de operações.

- Equipamentos e acessórios exigidos.

- Tempo padrão necessário para desempenhar cada operação.

C) O tempo necessário para realizar as operações, expresso no tempo-

padrão, constitui o período de tempo utilizado por um trabalhador mediano, que

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trabalha em um ritmo normal para realizar uma tarefa. É necessário, para

distribuir o trabalho pela planta, abastecer a fábrica, fazer agendamento de

entregas e chegar ao custo do produto. Normalmente, os tempos padrão para

operações são obtidos dos arquivos de instruções.

D) Equipamentos disponíveis. O planejamento e controle de produção

deve saber qual planta, equipamentos e força de trabalho estarão disponíveis

para se processar o trabalho. Essa informação normalmente é encontrada no

arquivo central de trabalho.

E) Quantidades necessárias. Essa informação virá de previsões, de

encomendas de clientes, de encomendas para repor estoques e do plano de

reposição de materiais.

2.1.4 - Sistema de Planejamento de Produção

Produzir é algo complexo. Algumas empresas fabricam poucos

produtos diferentes, enquanto outras fabricam muitos produtos. Entretanto,

cada uma utiliza diversos processos, maquinários, equipamentos, habilidades

de trabalho e materiais. Para ser lucrativa, uma empresa deve organizar todos

esses fatores para fabricar os produtos certos no tempo certo com o mais alto

nível de qualidade e fazê-lo tão economicamente quanto possível. Isso

constitui um problema complexo, sendo essencial ter-se um bom planejamento

e controle de produção.

Um bom sistema de planejamento deve responder a quatro questões:

a – O que se pretende fabricar?

b – O que é necessário para fabricar o que se pretende?

c – O que a empresa possui?

d – de que a empresa precisa?

Essas são questões de prioridade e de capacidade.

Uma prioridade está relacionada a quais produtos, quantos e quando

eles são necessários. O mercado estabelece suas prioridades. A produção é

responsável por elaborar planos para satisfazer à demanda de mercado se for

possível.

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Já a capacidade é a competência necessária para produzir bens e

serviços. Às vezes, depende dos recursos da empresa – maquinário, força de

trabalho, recursos financeiros e da disponibilidade de material nos

fornecedores. A curto prazo, capacidade é a quantidade de trabalho que a

força de trabalho e os equipamentos podem desempenhar em certo período.

O planejamento de produção constitui o primeiro passo em sistema de

planejamento e controle de produção. O horizonte de planejamento mínimo

depende dos lead times relativos à compra de material até a feitura do produto.

O nível de detalhe não é muito alto. Normalmente, o plano é feito para famílias

de produtos com base em semelhanças no processo de fabricação ou em

alguma unidade comum.

Uma vez que o plano de produção preliminar esteja estabelecido, deve-

se compará-lo aos recursos existentes na empresa. Esse passo é chamado de

Planejamento e Controle de Estoque. O planejamento da produção, a

implementação, o controle e a administração do estoque são atividades

conjuntas. Estoques na produção são utilizados para apoiá-la ou são resultado

da produção.

2.2 - Planejamento e Controle de Estoque

Os gerentes de produção usualmente têm uma atitude ambivalente em

relação a estoques. Por um lado, eles são custosos, e algumas vezes

empatam considerável quantidade de capital. Mantê-los também representa

risco porque itens em estoque podem deteriorar, tornar-se obsoletos ou perder-

se, e, além disso, ocupam espaço valioso. Por outro lado, proporcionam certo

nível de segurança em ambientes complexos e incertos. Sabendo disso,

mantêm-se itens em estoque, para o caso de consumidores ou programas de

produção os demandarem; são uma espécie de garantia contra o inesperado.

Certamente, quando um cliente procura um fornecedor concorrente só porque

um item está em falta no estoque, ou quando um grande projeto está parado

esperando por uma pequena peça, o valor do estoque parece inquestionável.

Esse é o dilema do gerenciamento de estoques: apesar dos custos e de outras

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desvantagens associadas a sua manutenção eles facilitam a conciliação entre

fornecimento e demanda. De fato, eles somente existem porque o

fornecimento e a demanda não estão em harmonia um com o outro.

2.2.1 - Conceito de gestão de Estoques

Um dos principais conceitos dentro dos sistemas de administração da

produção é o conceito de estoques. Trata-se de um elemento gerencial

essencial na administração de hoje e do futuro. Hoje, entendemos de forma

mais clara que o que devemos buscar incessantemente é não ter um grama a

mais de estoques do que a quantidade estritamente necessária

estrategicamente.

2.2.2 - Função dos estoques

Estoques são, para efeito das discussões, acúmulos de recursos

materiais entre fases específicas de processos de transformação. Esses

acúmulos de materiais têm uma propriedade fundamental que é uma arma no

sentido de que pode ser usada para “o bem” e para “o mal”: esses acúmulos,

ou estoques, proporcionam independência às fases dos processos de

transformação entre as quais se encontram. Quanto maiores os estoques

entre duas fases de um processo de transformação, mais independente entre si

essas fases são, no sentido de que interrupções de uma não acarretam

interrupção na outra.

Considerada por muitos a base para o gerenciamento da cadeia de

suprimento, a gestão de estoques sob uma perspectiva integrada com outras

atividades do processo logístico ainda é um tema pouco explorado na literatura.

A definição de uma política de estoques depende de definições claras para

quatro questões: (1) quanto pedir, (2) quando pedir, (3) quanto manter em

estoques de segurança e (4) onde localizar. A resposta para cada uma dessas

questões passa por diversas análises, relativas ao valor agregado do produto,

à previsibilidade de sua demanda e às exigências dos consumidores finais em

termos de prazo de entrega e disponibilidade de produto. Na realidade, a

decisão pela redução contínua dos níveis de estoque na cadeia de suprimentos

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depende necessariamente do aumento da eficiência operacional de diversas

atividades, como transporte, armazenagem e processamento de pedidos.

Em um ambiente de operações produtivas, pode-se pensar em vários

tipos de estoques “reguladores”:

Estoques de matérias-primas

Para regular diferentes taxas de suprimento – pelo fornecedor – e

demanda – pelo processo de transformação. As taxas diferentes ocorrem por

vários motivos: o fornecedor pode ser pouco confiável e não entregar ou no

prazo ou nas quantidades esperadas; o fornecedor pode entregar em

quantidades maiores do que as necessárias, fazendo crescer os estoques; a

taxa de consumo pelo processo produtivo pode sofrer um crescimento

temporário inesperado.

Estoques de material semi-acabado

Para regular possíveis diferentes taxas de produção entre dois

equipamentos subsequentes, seja por questões de especificações (os

equipamentos têm velocidades diferentes) ou por questões temporárias (um

deles pode ter sofrido quebra).

Estoques de produtos acabados

Para regular diferenças entre as taxas de produção do processo

produtivo (suprimento) e de demanda do mercado. Essas diferenças podem

decorrer de decisões gerenciais ou por ocorrências inesperadas, que

chamamos de incertezas do processo ou da demanda.

2.2.3 - Fundamentos de Administração de Estoques

Os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa ou

instituição mantém, seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos

para o processo de produção. Todas as empresas e instituições precisam

manter estoques. Freqüentemente, os estoques constituem uma parte

substancial dos ativos totais.

Em termos financeiros, os estoques são muito importantes para as

empresas de manufatura. À medida que os estoques vão sendo utilizados, seu

valor se converte em dinheiro, o que melhora o fluxo de caixa e o retorno sobre

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o investimento. Existe um custo de estocagem dos estoques, que aumenta os

custos operacionais e diminui os lucros. A boa administração dos estoques é

essencial.

A administração de estoques é responsável pelo planejamento e

controle de estoque, desde o estágio de matéria-prima até o produto acabado

entregue aos clientes. Como o estoque resulta da produção ou a apoia, os

dois não podem ser administrados separadamente e, portanto devem ser

coordenados. O estoque deve ser considerado em cada um dos níveis de

planejamento e por isso faz parte do planejamento da produção.

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CAPÍTULO III

A FALTA DE COORDENAÇÃO

Falta de coordenação entre fases de um processo de transformação:

pode ser impossível ou inviável coordenar as fases do processo de

transformação de forma a alterar suas curvas de suprimento e consumo para

que estas sejam iguais, dispensando a necessidade de estoques entre elas. O

do processo de transformação que transforma água de chuva em água potável

disponível para a população. É impossível, pelo menos no nível de

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desenvolvimento tecnológico de hoje, alterar substancialmente as curvas de

chuvas sobre os mananciais de uma cidade de forma que as chuvas

ocorressem, regularmente, toda madrugada, em uma quantidade equivalente

ao consumo do dia seguinte. Se isso fosse possível, não seria necessária

nenhuma grande represa, mas esta alternativa, infelizmente, é impossível. Não

só impossível, mas inviável também, alterar substancialmente a curva de

consumo de água pela população para que se conformasse com a curva das

chuvas; as pessoas só usariam água na proporção da ocorrência de chuvas.

Quando chove muito, a população pode tomar vários banhos por dia, lavar

seus carros etc. Entretanto, em período de estiagem, os banhos deveriam

rarear os carros permaneceriam sujos.

Claro que o exemplo é irreal, mas através dele pode-se ver que a falta

de coordenação é impossível ou inviável coordenar perfeitamente as fases de

um processo de transformação industrial. Imagine, por exemplo, determinado

fornecedor que, por inflexibilidade de seu processo, só forneça lotes maiores

do que uma tonelada de determinada matéria-prima. Se o consumo mensal do

processo produtivo que utiliza esta matéria-prima é de 500 quilos, as duas

fases suprimento e consumo estão descoordenadas. A cada compra de

matéria-prima, algum estoque será formado, até que a taxa de consumo de 500

quilos por mês o consuma e justifique uma nova compra. É claro que hoje

sabe-se que esforços devem sempre ser colocados nos processos de forma

que devemos coordenar, sempre que possível, suprimento e consumo;

entretanto, as vezes, principalmente no curto prazo, é necessário convivermos

com certo nível de falta de coordenação e, em muitos casos, isso inclui o

estabelecimento e a gestão de determinado nível de estoques reguladores.

Este tipo de falta de coordenação pode ocorrer entre várias etapas dos

processos logísticos fabris. Pode ser muito caro, por exemplo, fazer as taxas

de produção de determinada fábrica acompanharem as variações sazonais de

consumo do mercado a que serve. A gerência pode, neste caso, decidir que é

mais compensador, economicamente, manter as taxas de produção estáveis e

atender às variações de taxas de consumo do mercado com base no estoque

de produtos acabados.

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Altos tempos de preparação de máquina, ou set-up, quando da troca

de um produto para outro na produção, também levam a decisões de lotes de

produção maiores do que a necessidade do momento, com o objetivo de

aproveitar o custo da troca, que independente da quantidade a ser produzida.

Esses lotes grandes geram estoques que são atribuídos ao custo de obtenção

do item, fazendo com que seja economicamente inviável coordenar com

perfeição a demanda e o fornecimento. Problema similar ocorre quando os

custos do processo de compra, sejam administrativos, sejam de frete, sejam do

processo de cotação e negociação, são muito altos, fazendo com que sejam

comprados lotes maiores do que a necessidade, também com intuito de

amortizar o custo de obtenção do material.

Outro problema importante de coordenação que pode ocorrer é

referente à coordenação informacional. Mesmo que não haja diferenças de

taxas de suprimento e demanda dadas por questões relacionadas a restrições

de máquinas, pode haver falta de coordenação das informações de demanda

com as informações sobre as necessidades de suprimentos para atender a

esta demanda. Para que não haja falta dos componentes para conclusão dos

produtos a solução é comprar mais que o necessário ou antes do necessário,

isso significa estoques; estoques estes que surgem em função da falta de

coordenação informacional.

Um problema maior ainda, existe quando o processo é controlado por

sistemas diferentes, ou como dizem por uma “colcha de retalho”. O sistema de

planejamento é diferente do sistema que controla o Almoxarifado, que por sua

vez não interage com o pacote comprado pela Contabilidade e por aí vai.

Essas empresas com certeza nos dias de hoje, estão correndo para mudar

seus sistemas, ou estão sempre super estocadas para garantir sua demanda

ou então o pior, deixam faltar o produto no cliente porque o funcionário

esqueceu de avisar que estava acabando determinada matéria prima e não

acionou o departamento de compras. Este por sua vez já eleva a quantidade

para compra tentando não deixar isto acontecer novamente, não confiando na

cadeia logística. Casos como estes ainda existem em várias empresas, até

porque pessoas com conhecimento em logística, consultores e sistemas

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integrados que podem solucionar problemas deste tipo, nem sempre são

viáveis de se pagar.

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CAPÍTULO IV

A SOLUÇÃO: MRP

Como uma das possíveis soluções, com objetivo de resolver problemas

de integração ou melhorar a coordenação o MRP (MATERIAL REQUERIMENT

PLANNING) – PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS, está

sendo apresentado a seguir:

O MRP é um sistema de inventário que consiste em tentar minimizar o

investimento em inventário. Em suma, o conceito de MRP é obter o material

certo, no ponto certo, no momento certo. Tudo isto através de um

planejamento das prioridades e a programação de Produção.

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Este sistema tem função de planejamento empresarial, previsão de

vendas, planejamento dos recursos produtivos, planejamento da produção,

planejamento das necessidades de produção, controle e acompanhamento da

fabricação, compras e contabilização dos custos, e criação e manutenção da

infra-estrutura de informação industrial.

A criação e manutenção da infra-estrutura de informação industrial

passa pelo cadastro de materiais, estrutura de informação industrial, estrutura

do produto (lista de materiais), saldo de estoques, ordens em aberto, rotinas de

processo, capacidade do centro de trabalho, entre outras.

A grande vantagem da implantação de um sistema de planejamento

das necessidades de materiais é a de permitir ver, “rapidamente”, o impacto de

qualquer replanejamento. Assim pode-se tomar medidas corretivas, sobre o

estoque planejado em excesso, para cancelar ou reprogramar pedidos e

manter os estoques em níveis razoáveis.

4.1 - Objetivo

A administração de materiais deve procurar melhorar continuamente a

rotatividade de estoque, o atendimento ao cliente, a produtividade da mão de

obra, a utilização da capacidade, custo de material, o custo do transporte e o

custo do sistema. Ou seja, atender o cliente da melhor forma, com o menor

investimento em estoque. O objetivo do MRP é superar este desafio.

4.2 – Metas do MRP

De modo geral, a implantação de um sistema MRP visa:

• Diminuir custos de estocagem e movimentação.

• Tempo de vida e controle de validade em casos de produtos

perecíveis. Além disto, o produto pode sofrer alterações de modelo,

por exemplo.

• Atendimento ao cliente.

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• Diminuir a improdutividade. A produtividade pode ser atingida e

afetada por falta de materiais, tempo de preparação, quebra de

máquina, hora extra, variação na equipe, etc.

• Previsibilidade, incluindo a manutenção dos equipamentos, a

previsão de compras e produção.

• Capacidade da instalação para atendimento, ou seja, a capacidade

de atendimento ao cliente.

• Diminuir o custo de materiais e transporte.

• Diminuição do custo de obtenção.

4.3 – Funções e atividades que devem ser analisadas pelo

sistema MRP

Previsão de vendas – prever e antecipar a necessidade do cliente.

Planejar e replanejar com vistas à previsibilidade constituem-se em uma das

funções do MRP. Através desta função do sistema MRP pode-se programar

compras e produção.

Plano mestre – para este planejamento ou replanejamento, o

desenvolvimento de um plano mestre se faz necessário para planejar o quanto

será produzido esta semana, na semana seguinte, na outra, etc. no entanto

não é porque planejamos vender 100 unidades que iremos produzir 100. Nem

sempre o planejado corresponde a necessidade das vendas. Se há

sazonalidade , por exemplo, podemos produzir a mais por um certo período,

para atender as necessidades do pico de vendas.

A alta administração também deve perceber que o fluxo de caixa está

implícito no plano mestre, e chamá-lo de plano global.

Liberação de ordens – esta atividade envolve compra, produção e a

definição, alteração ou revisão, ou seja, quando e quanto.

São decisões tomadas a todo o instante, independente do número de

itens envolvidos, se 1.000, 2.000 ou 50.000 itens.

A liberação das ordens está ligada ao plano mestre, sendo ele o

responsável pelas decisões tomadas para o produto final.

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Follow-up ou planejamento de prioridade – existem normalmente 2

tipos de seguimento, ambos consideram as ordens já liberadas para compra ou

produção. Eles são seguimento de compras, com as ordens de compra, e o de

controle de produção com as ordens de produção.

Planejamento da capacidade – Podemos chamar de Planejamento da

Capacidade a função do MRP que consiste em constatar se existem altos e

baixos ou ainda sobrecarga de capacidade, podendo se tomar às ações

necessárias. Exemplo: Vendas quer um pedido novo. É possível verificar se

ele pode ser atendido sem afetar os já existentes.

Manutenção dos registros – além do controle do estoque é importante

a atualidade da lista de material. Através da contagem cíclica ou inventário

rotativo podemos conseguir a proximidade à realidade do estoque.

Demonstração

Para evitar falta ou excesso dos materiais envolvidos, a explosão

líquida total por produto finalizado, pode ser demonstrada da seguinte forma:

Partindo da previsão líquida de vendas, podemos dar origem ao

programa-mestre de produção.

Previsão de vendas – Estoque de produto acabado = Previsão líquida de vendas

Programa mestre de produção X Lista de materiais = Demanda de materiais

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4.4 – Natureza da Demanda para o MRP

Independente: Quando não está relacionada com nenhum outro item.

Neste caso deve ser prevista e projetada através de técnicas específicas de

previsões.

Dependente: quando está relacionada ou depende de outro item. Esta

demanda deve ser calculada.

4.5 – Estrutura do Produto ou Lista de Material

O Anexo I ilustra a estrutura de um produto explodida e o cálculo das

necessidades de materiais.

Esta estrutura do produto é baseado na emissão de ordens em uma

demanda calculada a partir do programa de montagens. Para que isto aconteça

é necessário uma “Lista de Material”, ou “Lista de Peças Estruturadas”.

Para o efetivo cálculo das necessidades de materiais deve-se

considerar a estrutura do produto com níveis de fabricação, a quantidade do

lote de compra, o tempo de reposição para cada componente (comprado ou

fabricado internamente), as necessidades das peças baseados no programa-

mestre, o uso de cada peça, atentando-se para a sua utilização também em

outros produtos, e o uso de cada peça, levando-se em conta que ela pode ser

usada no mesmo produto em diversos níveis.

Para determinação da quantidade a comprar podemos escolher

diversos métodos de acordo com as necessidades reais, tais como: quantidade

fixa, lote econômico, lote a lote, ou reposição periódica.

No anexo I, além da estrutura de um produto, exemplifica também:

Tópicos relevantes do MRP; Representação dos tempos de obtenção;

Explosão de necessidades brutas e líquidas; Registro básico do MRP; Os

parâmetros fundamentais do MRP; A definição dos lead times; Considerações

Demanda de materiais + Estoque físico – saldo de pedidos = Necessidades de

materiais

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sobre lead-times; Definição das políticas e dos tamanhos de lotes; Definição

dos estoques de segurança; Efeito das distribuições estatísticas dos tempos de

fornecimento sobre os estoques; Relação entre incertezas de demanda e níveis

de estoque de segurança e por último uma demonstração do enfoque evolutivo

para definição de estoques de segurança.

CONCLUSÃO

No atual ambiente econômico, caraterizado pelos fenômenos da

globalização e da inovação tecnológica, a logística vem se transformando num

dos principais instrumentos para o aumento da competitividade empresarial. A

cada dia surgem novas tecnologias e abordagens gerenciais que impulsionam

e tornam mais importante a logística empresarial. Tal dinâmica impõe às

empresas a necessidade de revisão contínua de suas práticas gerenciais e

operacionais, com o objetivo de expandir as fronteiras da produtividade e

atingir a excelência no atendimento aos clientes. Acompanhar estas mudanças

e liderar o processo de transformação necessário para aperfeiçoamento da

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capacitação logística é um dos maiores desafios dos executivos de topo das

organizações vencedoras.

Podemos afirmar que em tempos de globalização e de alta

competitividade empresarial, a logística, hoje em dia, é sem sombra de dúvida

o grande diferencial em termos de gestão administrativa.

Em outros tempos, havia uma forma diversa de se administrar, bem

mais empírica, com a qual as empresas sequer tomavam conhecimento de

pontos que hoje são de vital importância e imprescindíveis, tais como, prazos a

cumprir, qualidade, inovação tecnológica e a apuração real de seus custos

logísticos.

As empresas começam a movimentar e desprender grandes energias

para solucionar seus problemas de logística. Nestas empresas para melhorar

a coordenação diversos profissionais adquirem status de prioridade, ou seja,

estão se transformando em funções de planejamento empresarial.

Com o passar do tempo, e em função do crescimento da sociedade de

consumo, as empresas descobriram que os consumidores tornaram-se cada

vez mais exigentes em relação aos pontos já citados, e principalmente com os

preços com que os produtos chegam aos pontos de venda.

E, é com esse objetivo de se poder atender cada vez melhor essa

massa de consumidores, que as empresas passaram a dar maior valor à

logística, tentando resolver problemas como o citado no capítulo III, sobre a

falta de coordenação entre as gestões de forma a alterar suas curvas de

suprimento e consumo para que estas sejam iguais, dispensando a

necessidade de grandes estoques decorrentes da falta de confiança entre elas.

A importância que se tem atribuído à área da logística, deve-se ao fato

das empresas estarem investindo cada vez mais em sistemas, alternativa

mencionada no capítulo IV, permitindo uma melhor integração entre as gestões

com objetivo de tornarem as empresas altamente competitivas, com baixos

custos e uma maior lucratividade.

Com o mundo cada vez mais exigente, as empresas passaram a dar

um valor bem maior à logística, pois ela é a responsável pela permanência no

seu mercado de atuação, em virtude de poderem administrar melhor os seus

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custos de matérias-primas ou produtos, transportes, produção e estocagem

bem como de seus prazos de entrega.

E, este sistema, por apresentar funções de planejamento empresarial,

por trabalhar com a previsão de vendas, com o planejamento dos recursos

produtivos, por influenciar todo o planejamento da produção e das

necessidades de produção, e ainda, controlar e acompanhar a fabricação,

desde compras, passando pela respectiva contabilização dos custos, e a

criação e manutenção da infra-estrutura de informação industrial, é sinônimo de

modernidade.

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Internet - Site desenvolvido para ser utilizado como complemento

ao ensino de Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) por

escolas que utilizam o livro dos autores Corrêa, Gianesi e Caon.

O material apresenta-se na seguinte ordem:

1. Cálculo de necessidades de materiais MRP;

2. Estrutura de produtos de uma lapiseira;

3. MRP – Tópicos Relevantes;

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4. Representação dos tempos de obtenção de todos os itens da lapiseira,

respeitando as relações “pai-filho” entre itens;

5. Explosão de necessidades brutas e líquidas para alguns itens da lapiseira;

6. Registro básico do MRP;

7. Os parâmetros fundamentais do MRP;

8. A definição dos lead times;

9. Componentes do lead time de produção com erros de sub e

superdimensionamento;

10. Definição dos estoques de segurança;

11. Efeito das distribuições estatísticas dos tempos de fornecimento sobre os

estoques de segurança;

12. Relação entre incertezas de demanda e níveis de estoque de segurança; e

13. Enfoque evolutivo para definição de estoques de segurança.

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ANEXO 1 – INTERNET

http://www.salaviva.com.br/livro/ppcp/pages/home/como.htm

Cálculo denecessidades demateriais MRP

LapiseiraP207

Corpoexterno 207

PlásticoABS

Coranteazul

Presilhade bolso

Miolo207

Corpo daponteira

Guia daponteira

Tampa

Tira.1 mm

Borracha Capa daborracha

Grafite0.7 mm

Miolointerno 207

Tira.1 mm

Mola GarrasCorpo domiolo

Suporteda garra

Capada garra

PlásticoABS

Corantepreto

Fio deborracha

10g

7g

.01g

.05g

4x

3x2 cm

2g

2g

Itens pais, itens filhos e estrutura de produto

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M ioloCorpo do m io lo

G rafite (4)

Borracha

Capa daborracha

F io deborracha

(2cm )

T ira.1 m m (2g)

M iolo interno

PlásticoAB S (7g)

C orante pre to(.05g)

M ola

G arra (3)

S uporte da garra

C apa da garra

LT = 1

LT = 2

LT = 3

LT = 1

LT = 1 LT = 1

LT = 1 LT = 1

LT = 3

LT = 1

LT = 1

LT = 2

LT = 2

O C corante0,05 kg

O P m io lo1000 O P lap ise ira

1000

O P borracha1000

O P capa1000

O P m iolo in t.1000

O C fio20 m

O C tira2 kg

O C grafite4000

O C m ola1000

O C garra3000

O P corpo1000

O C suporte1000

O C capa da garra1000

O C A B S7 kg

LT = 2

201918171615141312

LT = 1 LT = 1

T ira.1 m m (2g) Tam pa

21

Corante azul(.01g)

LT = 2LT = 1

LT = 1

LT = 2P lásticoAB S (10g)

LT = 2

LT = 1

Lap iseira

Corpo externo

Corpo ponte ira

G uia pont

Presilha

O C tam pa1000O C corpo

1000

O P guia1000

O C presilha1000

LT = 1

Pedidolap ise ira

1000

O C A B S10 kg

O C corante0,01 kg

O C tira2 kg

Incluindo aconsideraçãodos lead-times

• Itens pais e itens filhos• Estrutura do produto• Lista de materiais “indentada”• Explosão de necessidades bruta de

materiais• A importância das previsões de vendas

para o bom funcionamento do MRP• Cálculo ou “explosão”de necessidades

líquidas de materiais

MRP - Tópicos Relevantes

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MioloCorpo do miolo

Grafite (4)

Borracha

Capa daborracha

Fio deborracha

(2cm)

Tira.1 mm(2g)

Miolo interno

PlásticoABS (7g)

Corante preto(.05g)

Mola

Garra (3)

Suporte da garra

Capa da garra

LT = 1

LT = 2

LT = 3

LT = 1

LT = 1 LT = 1

LT = 1 LT = 1

LT = 3

LT = 1

LT = 1

LT = 2

LT = 2

OP miolo600

OP lapiseira1000

OP miolo int.350

OC grafite900

OC garra0

OC suporte200

LT = 2

201918171615141312

estoque projetadopara a semana 16

garra = 1100suporte = 150

estoque projetadopara a semana 16

garra = 1100suporte = 150

estoque projetadopara a semana 19:

miolo int. = 250grafite = 1500

estoque projetadopara a semana 19:

miolo int. = 250grafite = 1500

estoque projetadopara a semana 20:

miolo = 400

estoque projetadopara a semana 20:

miolo = 400

Necessidades brutas e líquidas

Registro básico do MRP

Lote=1

LT = 3

ES 200

Períodos

Necessidades brutas

Recebimentos program

Estoque projetado

Recebimento ordens plan

liberação ordens planej

1 2 3 4 5 6 7 8

380

100 230 400 380 600

280 380 380 200 0

250 380

Miolointerno

(mínimo)

HOJE

0 0 0

600

250 380 600

100Lote 1

LT 3

ES 200

Períodos

Necessidades brutas

Recebimento programado

Estoque projetado

Recebimento ordens plan

Liberação ordens planej

1 2 3 4 5 6 7 8

380

100 230 400 380 600

280 380 380 200 200

Miolointerno

(mínimo)

HOJE

400 380 600

100

50

400 380 600 50

200 200 200

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A definição dos lead times

1) Componentes do lead times de produção:• tempo de emissão física da ordem• tempo de transmissão da ordem• tempo de formação do kit de componentes do almoxarifado• tempos de transporte de materiais• tempos de fila, aguardando o processamento• tempos de preparação dos equipamentos• tempos de processamento• tempos gastos com possíveis inspeções

2) Estimar e monitorar os componentes do lead time

3) Os componentes do lead times de compras

4) Vantagens de reduzir os lead times de produção e compras

Os parâmetros fundamentais doMRP

1) Políticas e tamanho do lote:

• política de lotes mínimos

• política de lotes máximos

• política de períodos fixos

2) Estoques de Segurança

3) Lead times

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Emissão daordem

Espera emFila Setup Processamento

Movimen-tação

Emissão dopedido

Tempo de entregado fornecedor Inspeção

Necessidade NecessidadeOrdem

LT estimado

Recebimento

LT real

Ordem

LT estimado

Recebimento

LT real

RecebimentoantecipadoESTOQUE

RecebimentoantecipadoESTOQUEESTOQUE

RecebimentotardioFALTA

RecebimentotardioFALTAFALTA

Considerações sobre lead-times

Definição das políticas e dostamanhos de lotes

• Fatores que influenciam os tamanhos do lote de

produção e compras

• Vantagens da redução dos custos fixos de

produzir um lote ( set up )

• Determinação do tamanho dos lotes de compra

• Vantagens da redução de custos fixos de

aquisição e lotes mínimos dos fornecedores

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Definição dos estoques desegurança

• Razões para o uso de estoques de segurança

• Incerteza de fornecimento para itens de matérias-

primas, semi-acabados e produtos acabados

• Incerteza de demanda para itens de matérias-primas,

semi-acabados e produtos acabados

• Uso de estoques de segurança e tempos de

segurança

• Abordagem evolutiva na determinação dos estoques

de segurança

• Vantagens de reduzir as incertezas

PR

Estoque de segurança para fazer frente a variações“incertas” do “lead time”

Nível dosestoques

tempo

Tanm

anho do lote

“Lead time” médio

“Lead time” máximo esperado

Efeito das distribuições estatísticas dostempos de fornecimento sobre os estoques

de segurança

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PR

dméd

dmax

variação“esperada”com certaprobabilidade

Estoque de segurança para fazer frente avariações “incertas” da demanda

Nível dosestoques

tempo

Tanm

anho do lote

“Lead time”(tempo de ressuprimento)

Relação entre incertezas de demanda eníveis de estoque de segurança

Estoque de segurança (ES)estimado

Nível dosestoques

tempo

curva de variação histórica real dosníveis de estoques

uso máximo no períododo ES

estoque de segurança “sem uso”no período: oportunidade de redução?

Enfoque evolutivo para definição deestoques de segurança

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALVARENGA, Antônio Carlos; NOVAES, Antônio Galvão. Logística Aplicada

Suprimentos e Distribuição Física. São Paulo: Pioneira.

ARNOLD, J.R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 1998.

CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos: estratégias para redução de custos e melhoria dos serviços. São

Paulo: Pioneira, 1997.

DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais, Uma Abordagem

Logística. São Paulo: Atlas, 1996.

LITTERER, Joseph H. Análise das Organizações. São Paulo: Atlas, 1977.

MERLI, G.; Comakership. A Nova Estratégia para os Suprimentos. Rio de

Janeiro: Quality Mark Editora, 1994.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; HARLAND, Chistine; HARRISON, Alan;

JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997,

1ªed.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1 - ALT, Paulo R. & MARTINS, Petrônio G. Administração de Materiais e

Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000.

2 - BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transportes, Administração

de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993.

3 - MOURA, Reinaldo A. Sistemas e Técnicas de Movimentação e

Armazenagem de Materiais. São Paulo: IMAM, 1998, série Manual de

Logística, vol 1 à 5, 4ª ed.

4 - CORRÊA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G. N.; CAON, Mauro.

Planejamento, Programação e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2001.

Disponível em: http://www.salaviva.com.br/livro/ppcp/pages/home/como.htm

Consultado em: 15/09/2003.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

LOGÍSTICA 10

1.1 – Conceituando Logística 11

1.2 – Histórico 11

1.2.1 – Antes de 1950: os anos adormecidos 12

1.2.2 – 1950 a 1970: o período de desenvolvimento 13

1.2.3 – 1970 e além: os anos do crescimento 14

1.3 – A função da Logística na Organização 17

1.4 – Vantagem competitiva através da Logística 17

CAPÍTULO II

AS GESTÕES 19

2.1 – Atividades de Planejamento e controle da Produção 20

2.1.1 – Diferença entre Planejamento e Controle 20

2.1.2 – Planejamento e Controle de Produção 21

2.1.3 – Insumos do sistema de PCP 22

2.1.4 – Sistema de Planejamento de Produção 23

2.2 – Planejamento e Controle de Estoque 24

2.2.1 – Conceito de gestão de Estoques 25

2.2.2 – Função dos Estoques 25

2.2.3 – Fundamentos de Administração de Estoques 26

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CAPÍTULO III

A FALTA DE COORDENAÇÃO 28

CAPÍTULO IV

A SOLUÇÃO: MRP 32

4.1 – Objetivo 33

4.2 – Metas do MRP 34

4.3 – Funções e atividades que devem ser analisadas pelo

sistema MRP 34

4.4 – Natureza da Demanda para o MRP 36

4.5 – Estrutura do Produto ou Lista de Material 36

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

BIBLIOGRAFIA CITADA 49

ÍNDICE 50

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: LOGÍSTICA E A INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS

Autor: Mauricio Fontenelle Ribeiro

Data da entrega: 29/09/2003

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

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COMPROVANTES CULTURAIS