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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O RECRUDESCENTE PROBLEMA DA REGIÂO OCEÂNICA
DE NITERÓI
Por: LUIZ EDUARDO DIAS VASQUEZ
Orientador Prof. SÉRGIO MAJEROWICZ
NITERÓI 28/07/2007
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O RECRUDESCENTE PROBLEMA DA REGIÂO OCEÂNICA
DE NITERÓI
Apresentação da Monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito prévio para conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” no curso de Finanças e Gestão Corporativa.
Por: LUIZ EDUARDO DIAS VASQUEZ
Orientador Prof. SÉRGIO MAJEROWICZ
NITERÓI 28/07/2007
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AGRADECIMENTOS
“Agradeço prontamente a minha namorada Ingrid e minha avô Guiomar por serem meus dois pólos motivacionais nas circunstâncias atuais. Dedico essa monografia primeiramente a Deus, que me deu muita força e benção nos momento mais difíceis, duvidosos e infelizes da minha vida. Dedico de todo coração a todos que sempre acreditaram no meu verdadeiro potencial.”
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LUIZ EDUARDO DIAS VASQUEZ
O RECRUDESCENTE PROBLEMA DA REGIÂO OCEÂNICA
DE NITERÓI
Apresentação da Monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito prévio para conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” no curso de Finanças e Gestão Corporativa.
Banca Examinadora
__________________________________________________________________
Orientador Sergio Majerowicz
Niterói, 28 de Julho de 2007.
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DEDICATÓRIA
“Como todo ser humano precisa de um herói, e o mundo encontra-se numa escassez destes, dedico minha Monografia a todo ser humano combativo, todo ser humano que luta em prol dos seus direitos humanitários e contra as forças opressoras regentes neste mundo corrupto.”
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RESUMO
Todo projeto de pesquisa mostra-se um amontoado de dados, teorias e um
mero estudo investigativo formulador de propostas. Tudo isso demonstrado a
seguir tem como finalidade um complemento de informações, uma análise de
dados obtidos através de muita pesquisa e, ademais, transportei um pouco do
meu conhecimento empírico nas soluções suscitadas para os diversos problemas
da região supracitada. Estarão apresentadas metodologias aplicativas na melhoria
da gestão municipais, priorizando a resolução da problemática regional.
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METODOLOGIA
A metodologia incluirá pesquisa em arquivos das secretarias de Niterói,
livros sobre gestão e internet. Enfocarei mostras do irrevogável crescimento, com
o total despreparo do Estado para com seus cidadãos. Demonstrarei falhas
sucessivas de gestão estrutural, social, financeira, mostrando caminhos para seu
melhoramento. A metodologia aplicada no projeto apresentado destina-se
intrinsecamente a amostra dos problemas acompanhados com práticas de gestão
inerentes a solução. Percebe-se que a viabilidade sistemática dos problemas
inseridos no contexto do projeto é de fácil utilidade e bastante acessível a
Prefeitura.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................9
1.1. Apresentação do Tema.....................................................................................9
1.2. Considerações gerais, dados históricos e seu desenvolvimento......................9
2. ANALISANDO O PROBLEMA DA REGIÃO OCEÂNICA
2.1. Aspectos econômicos, sociais e demográficos analisados bairro a bairro
dentro da região pesquisada .................................................................................11
2.2. Tabelas baseadas nas últimas pesquisas.......................................................28
3. PRÁTICAS DE GESTÃO CORPORATIVAS PARA MELHORIAS
ADMINISTRATIVAS..................................................................................................37
3.1. Práticas de Gestão Corporativa.......................................................................38
3.2. Uma breve solução para as duas maiores atividades econômicas da Região
Oceânica de Niterói......................................................... ......................................41
4. A SOCIEDADE E A REGIÃO.................................................................................41
4.1. Problemas comumente divulgados pelos residentes dos bairros....................43
4.2. Concentração econômica dos bairros.............................................................43
4.3. Análise sobre alguns problemas combatidos pelos residentes..........................46
5. CONCLUSÃO E OBSERVAÇÃO RELATIVO AO TEMA..............................................52
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 55
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1. INTRODUÇÃO
1.1 - Apresentação do Tema
A Região Oceânica de Niterói teve um crescimento acentuado nas últimas
duas décadas, e com esse crescimento vem o desenvolvimento econômico e
social e seus inevitáveis intrínsecos imbróglios.. Com esse crescimento e
desenvolvimento, o Município, vem fazendo corretamente todo um marketing de
imagem, baseado nas belezas naturais existentes na região para torná-la mais
atrativa para que esta fique conhecida com um excelente local para viver e
trabalhar.
Com vista para o fato de ser uma região de grande potencial é preciso ter
uma imagem positiva da região para que se faça uma apresentação digna de suas
qualidades para o resto do Município, do Estado e até do Brasil. Entretanto para
que essa apresentação seja bastante destacada precisa-se amostrar como esse
crescimento está sendo feito, qual é a influência do crescimento na característica
da região (estrutural, ambiental), qual o papel do Município como gestor regional,
e por fim, se a imagem positiva inicial sobre essa região conseguiu um paradigma
de coordenação viável que crie confiança nos residentes e atraia futuros
moradores e investidores. Em suma, veremos se este aumento desproporcional
regional vem sendo acompanhado por investimentos maciços em infra-estrutura,
trabalhos sócio-educativos, um prioritário trabalho de educação ambiental e, o
principal, se o Município fez um bom planejamento.
Essa pesquisa pretendida proporcionará uma mostra fidedigna de dados
com o intuito educativo, preventivo e auxiliador. Teremos, com a pesquisa, totais
subsídios estatísticos e argumentativos para enaltecer ou questionar qualquer item
relacionado ao crescimento da região.
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A pesquisa será importantíssima para formação de opiniões, avaliações e
soluções de fatos inerentes aos moradores locais, e sugestões de temas
referentes à melhora dos problemas.
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1.2 DADOS HISTÓRICOS E SEU DESENVOLVIMENTO
A Região Oceânica limita-se com o município de Maricá e com as Regiões
de Planejamento Leste, Pendotiba e Praias da Baía. A região possui um trecho de
litoral banhado pelo Oceano Atlântico, onde se destacam quatro das principais
praias do município, não só pelas suas belezas naturais, mas principalmente, por
serem pouco afetadas pela poluição, atributo assegurado por estarem fora da Baía
de Guanabara. São elas as praias de Piratininga, Camboinhas, Itaipu e Itacoatiara.
Somente a partir de 1943 a Região Oceânica passou a integrar, em
definitivo, o município de Niterói constituindo-se no segundo distrito.
Até algum tempo atrás, a Região Oceânica esteve recoberta de vegetação
arbustiva e pela mata atlântica, da qual ainda há manchas remanescentes como a
que recobre a Serra Grande e a Serra da Tiririca. Drenada pelas bacias do rio
Jacaré e João Mendes entre outros, todos tributários do Sistema Lagunar
Piratininga - Itaipu, a região se caracteriza pela alternância de baixadas, restingas,
morros, costões rochosos e algumas escarpas.
Nos primórdios do povoamento da região foi ocupada para fins agrícolas
com o surgimento das fazendas do Engenho do Mato, da Piíba Grande, da Piíba
dos Malheiros, do Engenho Novo, da Itaocaia e a Fazenda Piratininga entre
muitas outras. A imprecisão de suas delimitações durante o processo de
ocupação, deu margem a muitas áreas de situação de titulação irregular, fonte de
multiplicação de posseiros e grileiros.
No decorrer do séc.XX, com o progresso econômico-social brasileiro essa
área que era integralmente rural começou a transformar-se em área urbana.
Ocorreu um intenso êxodo rural, como reflexo da situação nacional.
Com o enorme crescimento do município do Rio de Janeiro, Niterói
acompanhou seu crescimento. Entre os anos 70 e os anos 80, a Região Oceânica
viveu um intenso processo de ocupação em termos proporcionais. Entre 1980 e
1991, seguindo dados do IBGE, ocorreram nessa área os maiores índices de
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crescimento demográfico. Atraídas pelo mar e pelo verde, muitas famílias de
classe média de Niterói e dos municípios vizinhos tem demandado moradias na
região.
Em se tratando de uma área relativamente extensa (49,10Km2), com menor
densidade demográfica (relação entre população e superfície) se comparada ao
restante do município e apesar da intensificação recente de sua ocupação, a
Região Oceânica quase não dispõe de infra-estrutura tais como água encanada
(problema que já está sendo solucionado) e esgotamento sanitário (atualmente já
há mobilizações para sanar esse problema). É freqüente o recurso de fossas
sépticas, bem como a ocorrência de esgoto a céu aberto (valas), sendo esta
última forma forte poluidora das águas do sistema hídrico regional.
O abastecimento de água encanada é precário, sendo assim esse
abastecimento é feito por poços, por algumas nascentes, sendo que alguns
condomínios e o bairro de Camboinhas possuem sistema de abastecimento
próprio.
A iluminação elétrica é o serviço mais disseminado em toda a região,
embora existam alguns poucos logradouros ainda sem iluminação.
Na Região Oceânica encontram-se vários equipamentos públicos, dentre
estes: Delegacia de Polícia, Escolas Públicos (Estaduais e Municipais), Postos de
Saúde, além da Secretaria de Desenvolvimento da Região Oceânica, que
corporifica o princípio da descentralização administrativa, preconizado na Gestão
municipal dos últimos anos.
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2. ANALISANDO O PROBLEMA REGIONAL
2.1 - Aspectos econômicos, sociais e demográficos dos
bairros.
ITAIPU
Itaipu apresenta registros de ocupação ocorrida há 8 mil anos por
comunidades indígenas, fato comprovado através de estudos realizados no Sítio
Arqueológico da Duna Grande. Lá foram observados restos de ossos e de
utensílios primitivos, dos quais alguns compõem o acervo do museu arqueológico
que funciona nas ruínas do Recolhimento de Santa Teresa (1764), localizado nas
proximidades.
A propósito desse passado histórico, ressalta-se a construção em 1716 da
Igreja de São Sebastião de Itaipu, monumento histórico-arquitetônico do
município.
Os antigos habitantes tinham a pesca como uma de suas atividades
principais e foram expulsos pelos portugueses ainda no período colonial. A partir
de então, teve início a exploração da terra através da doação de sesmarias.
Mantendo a sua tradição pesqueira, além de ter presenciado o
desenvolvimento da atividade agrícola nas fazendas que aí foram instaladas,
Itaipu pertenceu ora ao município de Niterói, ora ao município de São Gonçalo.
Uma outra atividade registrada na região era o desembarque clandestino de
negros cativos para o abastecimento do mercado de escravos. Já na década de
40 deste século, o desmembramento de três fazendas deu origem aos
loteamentos que vieram a formar o bairro de Itaipu.
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A partir dos anos 70, como em toda a Região Oceânica, Itaipu foi palco de
um intenso movimento migratório proveniente de alguns bairros de Niterói, de
outros municípios do estado e da cidade do Rio de Janeiro - estimulado pela
construção da Ponte Rio - Niterói, que facilitou o acesso a Niterói.
Inicialmente predominavam as moradias de veraneio. Aos poucos, Itaipu foi
assumindo um perfil mais residencial, sendo hoje um dos bairros de maior
crescimento populacional do município.
O bairro foi constituído por uma população de estratificação social
diversificada, refletindo deste modo à realidade brasileira. Apesar desta
diversidade, predomina atualmente uma população de classe média que se
estabeleceu em praticamente todas as áreas do bairro.
Quanto à população de baixa renda, existem dois grupos bem distintos que
se estabeleceram em períodos e por motivos diferentes. Um destes grupos é
composto pelos pescadores da localidade conhecida como Canto de Itaipu, de
ocupação muito antiga. Suas atividades tiveram origem na herança cultural
deixada pelos indígenas do local. Hoje, porém, esse grupo enfrenta inúmeros
problemas sociais. O incremento populacional ocorrido a partir da década de 70 e
o fluxo de turistas trouxeram uma série de transformações no modo de vida da
comunidade de pescadores, o que resultou em sua descaracterização.
Entre suas modestas casas encontramos vários bares especializados em
frutos do mar, sendo que, dos 21 bares existentes, apenas 04 ainda pertencem a
pescadores locais segundo a ALPARI (Associação Livre dos Pescadores e
Amigos de Itaipu). Houve uma mudança radical de mentalidade na sociedade
local, influenciando jovens a não seguirem o ofício de seus pais.
O outro grupo que podemos ressaltar constitui a população que se instalou
muito recentemente em algumas áreas da orla da lagoa, iniciando, assim, um
incipiente processo de favelização.
Existe, também, uma população de classe média-alta instalada nos
diversos condomínios residenciais horizontais que proliferaram na região a partir
dos anos 80 e que ainda hoje se expandem ocupando, em algumas ocasiões,
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áreas de proteção ambiental, o que tem gerado alguns conflitos entre as
construtoras, os grupos ambientalistas e o poder público.
Itaipu possui 11.136 habitantes, de acordo com o Censo Demográfico de
1991, o que corresponde a 2,55% do total de Niterói. Como os demais bairros da
Região Oceânica apresentaram uma das maiores taxas de crescimento do
município na década de 80 chegando a atingir a taxa média de 10,39% ao ano,
sendo a quarta maior de Niterói, num universo de 48 bairros.
Os domicílios, em sua maioria, possuem padrão construtivo considerado
médio (PMN/SUMA), havendo em alguns condomínios residenciais horizontais,
casas de padrão construtivo mais elevado.
O Censo do IBGE 1991 não considerou o recente processo de favelização
visto que o mesmo só contabilizou 03 casas em aglomerada subnormal.
Itaipu apresenta a sua população distribuída quase igualitariamente no que
se refere ao sexo, dando apenas uma pequena vantagem de 1,56% aos homens:
eles representam 50,78% do total, enquanto as mulheres constituem 49,22% da
população.
Quanto à distribuição por faixas etárias, ocorre uma maior concentração
nas faixas de 5 a 14 anos e de 35 a 39 anos.
No que se refere ao rendimento do chefe de domicílio, Itaipu apresenta
certa heterogeneidade. No geral, predomina uma população de rendimento médio,
visto que 58,66% dos chefes possuem renda superior a 5 salários mínimos.
A água consumida pela população provém, na maior parte dos casos, de
poços artesianos ou semi-artesianos. Não existe no bairro rede geral de esgotos,
assim, a maioria dos moradores utiliza como alternativa, o sistema de fossa
séptica, além dos 419 domicílios em que são utilizadas outras formas de
escoadouro, onde: 247 utilizam a forra rudimentar, 101 utilizam a vala, 17 outras
formas não discriminadas e, em três domicílios, o entrevistado não soube
informar. Em 51 domicílios inexiste qualquer tipo de instalação sanitária.
A coleta de lixo já alcança praticamente todas as ruas, no entanto, alguns
moradores costumam queimar o lixo produzido.
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Itaipu apresenta elevada taxa de alfabetização, pouco superior ao índice
municipal (91,97%), estando entre os bairros de maior índice de alfabetização
(17º). Apenas as faixas acima de 64 anos apresentam taxas inferiores a 91%.
PIRATININGA
O bairro, originado em parte da sesmaria doada a Cristóvão Monteiro, tinha
na pesca a sua atividade mais marcante, tendo inclusive sediado uma colônia de
pescadores na localidade conhecida como Tibau. Com o surgimento das grandes
fazendas na região, como a denominada Piratininga, pertencente a Manuel de
Frias e Vasconcelos, a área passa a produzir açúcar, aguardente e café, além de
culturas de subsistência. Essa produção seguia, por terra ou mar, até a enseada
de Jurujuba.
Com o decorrer o interesse pela área aumentou consideravelmente e, a
partir dos anos 60, vários loteamentos irão surgir. Durante o processo de nova
configuração espacial do bairro, os posseiros sempre tiveram presença marcante
sendo até hoje motivo de impasse, envolvendo as empresas imobiliárias,
proprietários e o poder público. A área ao redor da lagoa de Piratininga é a de
maior conflito e também a que reúne o maior contingente de população de baixa
renda.
Desde a década de 70 o bairro vem sendo ocupado por população de
classe média, em virtude da melhoria das vias de acesso e da beleza do lugar: a
praia, a lagoa, as ilhas, os costões e vegetação de restinga. Destaca-se ainda em
seus limites a praia e o Forte de Imbuí, cuja entrada principal dá-se através do
bairro de Jurujuba e que fazia parte do sistema de defesa da entrada da Baía de
Guanabara.
Conforme dados obtidos através do Censo do IBGE/1991, o bairro de
Piratininga tem registrado nas últimas décadas uma das maiores taxas médias de
crescimento populacional de todo o município. As taxas registradas nos períodos
70/80 e 80/91 foram consideravelmente superiores à média do município para os
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mesmos períodos. Na década de 70, Piratininga ocupa a 26º posição no município
no que diz respeito à taxa de alfabetização, com 88,94% de seus moradores
alfabetizados. As faixas de idade mais jovens são as que apresentam as taxas
mais elevadas.
Na situação de chefe de domicílio, Piratininga apresenta 82,46% de
indivíduos do sexo masculino nesta categoria, enquanto 17,54% são do sexo
feminino, sendo este o maior percentual de participação feminina na chefia
domiciliar em toda a Região Oceânica.
No que se refere ao rendimento do chefe de domicílio, Piratininga
apresenta-se de forma bastante heterogênea, percebida pela distribuição do
rendimento médio, de forma mais significativa, nas seguintes classes: 31,98% do
total ganham até 2 salários mínimos; 28,73% entre 5 e 15 e 12,33% ganham mais
de 20 salários mínimos.
Os domicílios do bairro de Piratininga apresentam características que
seguem o padrão predominante da Região Oceânica. Com relação à instalação
sanitária, 73,28% dos domicílios possuem fossas sépticas enquanto 26,72%
utilizam outros tipos de escoamento. A coleta do lixo, realizada pela CLIN alcança
84,96% dos domicílios.
CAMBOINHAS
O nome do bairro originou-se de episódio envolvendo dois navios nas
águas oceânicas diferente à praia. Na década de 50, um deles encalhou na areia,
o Camboinhas, e para socorrê-lo foi enviado um outro navio que acabou
afundando em frente a praia no esforço de desencalhar o primeiro. Do
Camboinhas ainda resta enterrada na areia da praia, visível na maré baixa, a
espinha dorsal do casco.
Na parte em contato com o Oceano, o bairro possuía perfil geomorfológico
típico de beira-mar. Praia, dunas arenosas e vegetação de restinga. Mas no final
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dos anos setenta, a partir de 1978, verdadeiro furacão varreu Camboinhas - o
projeto de loteamento conduzido pela Veplan, empresa imobiliária sediada no Rio
de Janeiro.
A praia de Camboinhas foi cercada com arame farpado e a restinga e as
dunas, onde existiam sítios arqueológicos e sambaquis, foram aplainadas a trator
para facilitar o parcelamento e a demarcação dos lotes. As praias de Camboinhas
e de Itaipu, que formavam uma única paisagem, foram separadas com a
escavação de canal permanente, protegido por pedras, para acessar a marina que
seria construída ao lado do apart-hotel erguido na restinga. A marina nunca
existiu, mas o canal permanente quebrou o ciclo natural de lagoa de arrebentação
que Itaipu tinha - a de romper a sua barra arenosa, ligando-se ao mar, na época
das chuvas. Este processo, que se repetia anualmente, permitia que os cardumes
saíssem do mar, subissem a correnteza e desovassem no interior da lagoa, de
águas calmas e protegidas, perpetuando espécies.
Com o beneplácito dos governos municipal, estadual e federal da época -
final da ditadura militar - a Veplan não só rompeu o ciclo natural de renovação das
águas e das espécies da Lagoa de Itaipu, como também dragou o seu fundo -
acarretando conseqüências trágicas para a vizinha Lagoa de Piratininga.
A dragagem teve o objetivo de aumentar a faixa de areia próxima ao mar, a
mais valorizada do empreendimento imobiliário, e facilitar o acesso de barcos de
grande calado à marina do apart-hotel, marina que nunca saiu do papel.
A alteração do ecossistema continua a causar danos para as lagoas de
Itaipu e de Piratininga, esta ligada a de Itaipu pelo canal de Camboatá e que vive
permanente processo de assoreamento que se não for detido resultará na sua
completa extinção. Por causa do desnível provocado pela dragagem do funda da
Lagoa de Itaipu, as águas da lagoa de Piratininga sangram permanentemente
para a de Itaipu e, desta, para o mar. O processo só se inverte na maré alta,
insuficiente para renovar as águas da Lagoa de Piratininga que, pouco a pouco,
está desaparecendo e tendo as suas margens ocupadas por posseiros de todos
os níveis e classes sociais.
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A interrupção do ciclo natural das lagoas de Piratininga e de Itaipu devido a
ação da Veplan Imobiliária é um problema ainda a ser solucionado.
No outro extremo de Camboinhas, partindo do canal artificial, vamos
encontrar um costão quase abrupto, onde semi-oculta está a praia do Sossego
que devido ao difícil acesso, preservou durante muito tempo a sua vegetação
natural de restinga.
Da mesma forma que seus vizinhos, Camboinhas foi habitado por
comunidades indígenas praticantes de pesca. Somente muitos anos depois esta
região iniciou seu processo de urbanização, a princípio apenas através do
surgimento de residências de veraneio; posteriormente foi assumindo um padrão
mais residencial, caracterizado por construções de padrão médio e alto. Deste
modo, o bairro transformou-se num grande condomínio residencial horizontal.
Seus moradores organizaram-se com o objetivo de resguardar os equipamentos e
serviços do local, inclusive criando a SOPRECAM (Sociedade Pró-Preservação
Urbanística e Ecológica de Camboinhas), através da qual tomaram para si a tarefa
de gerenciamento do bairro. Esta entidade funciona de tal forma hoje, que sua
organização permite administrar e manter os serviços de abastecimento de água,
instalação sanitária, reforço de segurança interna e até mesmo, conservação das
vias públicas, praças e jardins, dentre outros serviços.
Este bairro apresentou o maior índice de crescimento anual de população,
14,84% no período entre 1980 e 1991. Porém este crescimento não influenciou
decisivamente sobre a população do município, já que corresponde à apenas
0,21% do total. A população masculina representa 51,07% do total dos moradores
superando a feminina.
Na distribuição por faixas etárias, as maiores concentrações são percebidas
entre as faixas de 10 a 19 anos de idade, representando 21,49% e de 25 a 39
anos, que representa 28,19% do total da população do bairro.
Camboinhas apresenta uma alta taxa de alfabetização (92,74%), cabendo
ressaltar essa ocorrência também nas faixas etárias da população adulta,
condizendo com o padrão econômico dos moradores e diferenciando-se
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substancialmente da realidade encontrada em bairros mais pobres, nos quais a
ocorrência de analfabetismo na população de mais de 60 anos, tende ao
crescimento.
O padrão econômico da população de Camboinhas é muito elevado,
registrando-se que 55,10% dos chefes de domicílio recebem mais de 10 salários
mínimos/mês. Trata-se de um bairro atípico mesmo para os padrões de Niterói.
Camboinhas possui um reservatório d’água exclusivo para o bairro, de
propriedade da SOPRECAM, mantido através da captação de águas
subterrâneas.
Somam-se, em números percentuais, 95,51% dos domicílios que possuem
canalização interna, sendo a maior parte conectada a esse sistema; entretanto
alguns moradores ainda utilizam a água de poços perfurados em suas próprias
residências. Dos 11 domicílios sem canalização interna, seis possuem poços
particulares e cinco utilizam-se de outras formas para o se abastecimento.
A SOPRECAM também é responsável pela instalação sanitária do bairro,
atendendo aos domicílios a ela associados. Essa rede de esgoto reúne o triângulo
central do bairro, conduzindo os dejetos a um sistema de tratamento que não
contempla a área próxima à Lagoa de Itaipu.
ITACOATIARA
Itacoatiara significa etimologicamente “pedra riscada”. A sua privilegiada
geomorfologia costeira, isto é, a praia, a enseada e os costões rochosos, além de
sua vegetação de restinga junto à praia, tornam o local um dos principais pontos
turísticos do município. O acesso à parte central do bairro se faz por uma única via
que recebe o nome de Mathias Sandri a partir do posto policial. Mathias Sandri e
Francisco Felício foram os proprietários da região e os responsáveis pelo
loteamento que deu origem ao bairro. As características naturais de Itacoatiara
atraíram os novos proprietários e as primeiras construções foram casas de
veraneio
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Hoje é bairro estritamente residencial, apresentando 995 habitantes e 306
domicílios (Censo Demográfico do IBGE/91) de padrão construtivo
predominantemente alto (PMN/SUMA), distribuídos por suas alamedas batizadas
com nomes de flores. O predomínio é de residências unifamiliares, algumas com a
função de veraneio.
Os moradores de Itacoatiara sempre lutaram pela preservação do lugar - da
vegetação, da praia, da tranqüilidade - e durante anos impediram que as ruas
fossem asfaltadas ou que estabelecimentos comerciais se instalassem no bairro.
Destas lutas originou-se a SOAMI (Sociedade dos Amigos e Moradores de
Itacoatiara) com área de abrangência a partir do posto policial.
A população de Itacoatiara representa, de acordo com o Censo de 1991,
apenas 0,23% do total de Niterói. Porém, apresentou taxa média de crescimento
anual elevada no período de 1980 a 1991 (3,62%), sendo inclusive muito superior
à média do município.
A população de Itacoatiara está distribuída de forma homogênea nas faixas
entre 10 e 44 anos, havendo uma discreta concentração entre as faixas de 25 a 34
anos. Nota-se também um equilíbrio quanto à distribuição por sexo.
Na composição familiar do bairro, há predomínio de homens na condição de
chefe de domicílio, correspondendo a 84,31% do total; sendo a participação das
mulheres nesta mesma condição de 15,69%.
A taxa de alfabetização é uma das mais elevadas do município, ocupando o
12º lugar entre os bairros e chegando a atingir em algumas faixas etárias 100%,
ou valores bem próximos a este.
O bairro de Itacoatiara é caracterizado por uma população de rendimento
médio alto, onde 56,78% dos chefes de domicílio possuem renda superior a 10
salários mínimos. Ressalta-se que 30,72% tem rendimentos acima de 20 salários
mínimos.
Em Itacoatiara 100% dos domicílios possuem canalização interna. Os
poços ou nascentes são responsáveis por 99,67% do abastecimento de água no
bairro.
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Quanto à instalação sanitária, quase todos 99,67% domicílios possuem
fossa séptica. A Coleta de lixo no bairro é eficiente já que 100% do lixo é recolhido
pela CLIN.
CAFUBÁ
Através de informações recolhidas de antigos moradores, a denominação
Cafubá tem origem na existência de uma fazenda na região onde se criava o gado
“Cafubá”, de cor cinzenta e origem africana, há pelo menos um século.
Seus limites territoriais são confundidos com o vizinho bairro de Piratininga,
o que traz para muitos a incerteza do bairro em que residem e, para as
associações de moradores. Este fato decorre, dentre vários motivos, pela sua
pequena extensão territorial que, oficialmente, encontra-se distribuída ao longo de
uma das vertentes do Morro da Viração.
A origem dessa indefinição de limites remonta à época da criação do bairro,
desmembrado de Piratininga pelo decreto nº 4895 de 1986. De qualquer forma, é
visível a divisão deste local em duas áreas distintas: a primeira, que restringe o
bairro às vertentes do Morro da Viração, caracterizada por ter uma ocupação
predominante de população de baixa renda; e a segunda, que se estende até à
lagoa, de ocupação mais recente e com predominância da população de
rendimentos médios.
A população de baixa renda se instalou no bairro, sobretudo na década de
70. Seus moradores estão empregados, sobretudo no setor terciário, destacando-
se as empregadas domésticas, jardineiros, pedreiros e carpinteiros entre outros,
cuja mão-de-obra atende, principalmente, ao mercado da Região Oceânica. As
construções existentes apresentam um padrão construtivo predominantemente
considerado precário (PMN/SUMA), porém, nos últimos cinco anos, uma série de
melhorias no seu sistema viário e na sua infra-estrutura urbana atraíram novos
loteamentos onde as casas apresentam padrão construtivo mais elevado.
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A população da chamada classe média se estabelece, principalmente, na
área situada entre a antiga estrada Celso Peçanha e a Lagoa de Piratininga, cuja
maior parte compreende o loteamento Mar Alegre. Esta é a região onde há uma
maior indefinição de limites, visto que, para as administradoras de imóveis e para
o capital especulativo em geral, a denominação Piratininga é mais conhecida e
possui maior aceitação no mercado imobiliário.
Nota-se ainda outros pequenos núcleos de baixa renda, como as
comunidades da Beira da Lagoa e da “Favelinha da Rua 57”, que são áreas tidas
como posse.
O bairro do Cafubá tem registrado nas últimas décadas um notável
crescimento populacional. Os índices obtidos nos últimos censos identificam no
bairro um crescimento bastante superior à média do município. Na década de 70,
o Cafubá apresentou o maior índice de crescimento dentre os bairros de Niterói,
registrando a taxa média de 12,97%, enquanto a média para o município era de
2,05%.
No período 80/91 o bairro é marcado por um processo de desaceleração
em seu crescimento, registrando a taxa de 3,77%, nona maior do município. Esta
taxa, muito embora em relação ao período anterior seja consideravelmente
inferior, quando comparada à taxa média do município para o mesmo período, que
foi de 0,85%, mostra que o Cafubá segue o padrão predominante da Região
Oceânica - crescendo acima da média da cidade.
O Cafubá possui, segundo o Censo de 1991, população de 2.417
habitantes, o que representa 0,55% do total do município. Esta população, no que
diz respeito à composição por sexo, encontra-se bastante equilibrada: 50,35% são
do sexo feminino e 49,65% são do sexo masculino.
Quanto à distribuição por grupos de idade, observa-se uma concentração
bastante significativa de crianças (entre 0 e 14 anos) correspondendo a 32,23% do
total da população. Já os adultos, com idade entre 25-39 anos, representam
26,38% dos habitantes; e os idosos (60 anos em diante) somam 6,87% da
população.
24
No Cafubá, 87,07% dos moradores são alfabetizados. O bairro ocupa a 32º
colocação entre os bairros de Niterói e situa-se um pouco abaixo da média geral
do município, 91,97%. Entretanto, as faixas entre 10 e 49 anos de idade registram
índices bem próximos, e por vezes superiores, ao do município.
O Cafubá, no que diz respeito ao rendimento médio mensal, apresenta
número bastante significativo de chefes de domicílio que recebem até 3 salários
mínimos - 53,57%. Outra faixa bastante expressiva é a situada entre 3 e 10
salários mínimos, 29,35% do total dos chefes.
O bairro possui um total de 603 domicílios, dos quais 85,90% constituem
domicílios próprios e 6,64% correspondem a domicílios alugados. Existem ainda
7,46% sob outras condições de ocupação.
Do total de residências do bairro, 78,61% possuem canalização interna de
abastecimento de água, porém um número bastante significativo não a possui
(21,39%). Quase todos os domicílios - 98,95% - conseguem água através de
poços ou nascentes devido à inexistência de rede geral de abastecimento.
Com relação à instalação sanitária, apenas 1,33% dos domiciliados estão
ligados à rede geral. Do total de domicílios, 44,61% utilizam-se de fossas sépticas,
45,27% usam a fossa rudimentar e 8,79% recorrem a valas e a outras formas de
escoadouro.
Quanto ao lixo, 77,78% dos domicílios são atendidos pela coleta realizada
pela CLIN e do restante, 12,77% são queimados e 9,45% recebem outros
destinos.
JACARÉ
O nome do bairro origina-se do rio Jacaré, onde, até a algum tempo,
segundo antigos moradores, tais animais eram vistos. Como toda Região
Oceânica, o bairro surge do parcelamento de uma grande fazenda, o que
favoreceu o processo de grilagem no local. Ainda hoje encontramos produtores
agrícolas e criadores de pequena monta.
25
A partir dos anos 60 a área passou a ser ocupada por posseiros oriundos
de diversos locais. Já na década de 80 o poder público municipal desapropriou
parte dos terrenos, dando posse definitiva aos que lá habitavam. Hoje podemos
notar a coexistência de alguns sitiantes com núcleos de uma população de baixa
renda, além de recente processo de favelização.
A ocupação espacial se desenvolveu em torno da principal via do bairro, a
Avenida Frei Orlando (antiga estrada do Jacaré), onde predomina a população de
baixa renda - com exceção do Condomínio Ubá que, margeando a estrada do
Jacaré, é um dos mais antigos da Região Oceânica. A favelização aparece,
sobretudo no Morro da Boa Esperança, situado entre as estradas do Jacaré e
Celso Peçanha. Outra área de favelização situa-se no Vale Verde, que derivou da
remoção de alguns moradores dos arredores da lagoa de Piratininga.
Segundo o Censo de 1991 o bairro possui 2.582 habitantes, o que
corresponde a 0,59% da população do município. No período de 1970 a 1980 foi o
9º bairro de maior crescimento, com uma taxa de 6,18%. No período de 1980 a
1991 esse processo continuou em ritmo acelerado, com uma taxa de 5,91% -
sendo o 5º bairro de maior crescimento.
Quanto à distribuição por faixa etária, o bairro se caracteriza por uma
expressiva população de crianças e jovens, pois 54,37% encontra-se nas faixas
de 0 a 24 anos. Quanto à distribuição por sexo, a população masculina apresenta
percentual de 51,04% enquanto o percentual da feminina é de 48,96%.
A taxa de alfabetização é uma das mais baixas do município (81,11%),
somente superior a dos bairros de Várzea das Moças e Cantagalo. Cabe ainda
ressaltar as taxas muito baixas observadas na população de mais de 60 anos.
A população de baixa renda, nas faixas até 2 salários mínimos, constitui
maioria neste bairro, perfazendo um total de 61,44%. Já na faixa de 15 a 20
salários temos apenas 1,81%; e acima de 20 salários encontramos 9,64% dos
chefes de domicílio.
Quase todos os domicílios são abastecidos por água de poço ou de
nascente, sendo que 62,202% possuem canalização interna e os que não a
26
possuem somam 37,80%, constituindo o maior percentual, nesta situação, dentre
os bairros da Região Oceânica.
Quanto às instalações sanitárias, em 45,78% dos domicílios são utilizadas
fossas sépticas e em 54,22% existem outras formas, assim discriminadas: fossa
rudimentar, 178 domicílios; vala, 29 domicílios; outros tipos de escoadouro, 75
domicílios; não souberam informe, 04 domicílios; e não possuem nenhum tipo, 74
domicílios.
ENGENHO DO MATO
O bairro surgiu da partilha da Fazenda Engenho do Mato, que tinha como
função principal à produção de banana prata e grande variedade de
hortifrutigranjeiros, destinados principalmente ao centro consumidor de Niterói. Na
área desta fazenda foram feitos dois loteamentos: o primeiro denominado “Jardim
Fazendinha de Itaipu” e o segundo “Parque da Colina”, ambos obedecendo ao
Decreto-Lei nº 3.079 de 15 de setembro de 1938.
A partir dos anos 50, a região passou a ser ocupada por posseiros que
desenvolviam atividades agrícolas e acabaram sofrendo ameaças de expulsão
com a venda dessas terras, o que só não ocorreu em função de uma ação
governamental que desapropriou a área visando à instalação do núcleo colonial da
Fazenda do Engenho do Mato, Decreto nº 7.577 de 2 de agosto de 1961. Tal ação
surgiu a partir da tentativa de evitar um possível êxodo dessa população para o
centro urbano e também para garantir a continuidade de uma produção agrícola
próxima à cidade de Niterói, além de evitar a derrubada da mata existente, rica em
madeira de lei. A área desapropriada alcançava aproximadamente 52 alqueires.
Posteriormente, nos anos 70, surgiram os loteamentos que foram
responsáveis pela configuração atual do bairro como: Maravista, Soter, Argeu,
Fazendinha, Vale Feliz e Jardim Fluminense.
Atualmente, grande parte da área plana é ocupada por residências de
moradores de classe média que, em sua maior parte, teve acesso a terra a partir
27
da compra direta aos posseiros mais pobres. A população de baixa renda localiza-
se principalmente no Jardim Fluminense e nas encostas da Serra da Tiririca.
As propriedades, antes destinadas a veraneio ou finais de semana, hoje se
apresentam como local de moradia permanente de uma população que tem como
remanescentes da vida rural a tranqüilidade e a paisagem, bem como a
proximidade com as praias oceânicas. Estes são os principais elementos atrativos
e de valorização dos terrenos do bairro. A entrada do capital imobiliário, somado
ao asfaltamento das principais vias de acesso ao Engenho do Mato, resultaram
nas altas taxas de crescimento anual da população a partir da década de 1970. Na
distribuição da população residente no bairro por faixa etária, encontramos
percentuais de concentração maiores nas faixas de 5 a 9 anos, 11,10%; e de 0 a 4
anos de idade, 10,18%; seguidas pela faixa de 10 a 14 anos que concentra 9,85%
da população total. Em contrapartida, a partir de 70 anos o percentual não chega a
1% dos residentes por faixa etária.Quanto à distribuição por sexo, a população
masculina é de 51,07% enquanto a feminina é de 48,93%.No que diz respeito à
classe de rendimentos dos chefes de domicílio, a maior concentração está nas
faixas até 2 salários mínimos, representada por 44,69% dos chefes. Na faixa de 5
a 10 salários mínimos estão 15,02% e apenas 7,23% se classificam na categoria
acima de 15 salários mínimos. No Engenho do Mato 81,02% dos domicílios
possuem abastecimento de água canalizada interna, em relação à instalação
sanitária 64,17% dos domicílios adotam o sistema de fossa séptica e os demais
35,83% utilizam outras formas identificadas (fossas rudimentares, valas, e outras
formas não discriminadas.). No que se diz respeito ao lixo, metade do volume
existente é coletado, 36,71% são queimados e 12,76% têm outros destinos.
28
2.2 Tabelas baseadas nas últimas pesquisas
POPULAÇÃO RESIDENTE E TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO ANUAL
- REGIÃO OCEÂNICA - (1980,1991,1996,2000)
População Residente Taxa de Crescimento Anual
Bairro 1991 1996 1980/1991 (%)
1991/1996 (%)
Itaipu 11136 14572 10,39 5,53 Piratininga 9268 11638 11,08 4,66 Camboinhas 926 1412 14,85 8,80 Itacoatiara 995 1146 3,62 2,87 Cafubá 2417 2633 3,77 1,73 Jacaré 2582 3468 5,92 6,08 Eng. do Mato 5921 8858 12,56 8,39
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996.
POPULAÇÃO POR GRUPO ETÁRIO, SEGUNDO BAIRROS - REGIÃO OCEÂNICA - 1996
Bairro
Crianças e Adolescentes (até 14)
Jovem (15/24)
Adulto (+65) Idoso
Itaipu 3329 2673 7708 837 Piratininga 2789 2200 5962 649 Camboinhas 303 280 742 76 Itacoatiara 192 192 619 140 Cafubá 745 452 1278 157 Jacaré 1012 704 1563 102 Eng. do Mato 2428 1580 4384 418
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996.
29
CHEFES DE DOMICÍLIOS COM RENDIMENTO MÉDIO MENSAL ATÉ 3 SALÁRIOS MÍNIMOS - REGIÃO OCEÂNICA - 1996
Bairro Absoluto Relativo (%) Total Itaipu 831 29,25 2841 Piratininga 968 41,09 2356 Camboinhas 69 29,36 235 Itacoatiara 81 26,82 302 Cafubá 323 55,21 585 Jacaré 469 71,49 656 Eng. do Mato 870 57,62 1510
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996.
CHEFES DE DOMICÍLIO COM RENDIMENTO MENSAL
SUPERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS - REGIÃO OCEÂNICA – 1996
Bairro Absoluto Relativo (%) Total Itaipu 1164 40,97 2841 Piratininga 733 31,11 2356 Camboinhas 135 57,45 235 Itacoatiara 173 57,48 302 Cafubá 85 14,53 585 Jacaré 95 14,48 656 Eng. do Mato 268 17,75 1510
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996.
30
TAXA DE CRESCIMENTO - REGIÃO OCEÂNICA - 1991 – 1996
População residente
Bairros 1991 1996
Tx de crescimento anual
Niterói 436.155 450.364 0,64 Itaipu 11.136 14.572 5,53 Piratininga 9.268 11.638 4,66 Camboinhas 926 1.412 8,8 Itacoatiara 995 1.146 2,87 Cafubá 2.417 2.633 1,73 Jacaré 2.582 3.468 6,08 Engenho do Mato 5.921 8.858 8,39
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1991 - 1996.
POPULAÇÃO, DOMICÍLIOS E MÉDIA DE MORADORES POR DOMICÍLIO - REGIÃO OCEÂNICA - 1996
Bairro População Domicílios Moradores p/domicílio
Itaipu 14572 4278 3,41 Piratininga 11638 3251 3,58 Camboinhas 1412 405 3,49 Itacoatiara 1146 363 3,16 Cafubá 2633 709 3,71 Jacaré 3648 1136 3,07 Eng. do Mato 8858 2512 3,53
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996.
31
DOMICÍLIOS POR TIPO
- REGIÃO OCEÂNICA - 1996
Bairro Total Particulares Particulares Permanentes
Particulares Improvisados
Itaipu 4278 3947 3930 17 Piratininga 3251 3210 3204 6 Camboinhas 405 405 405 - Itacoatiara 363 363 363 - Cafubá 709 695 695 - Jacaré 956 956 956 - Eng. do Mato 2512 2494 2475 19
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996.
DOMICÍLIOS, ÁREA E ÍNDICE DE DENSIDADE DOMICILIAR - REGIÃO OCEÂNICA - 1996
Bairro Nº domicílios
Área absoluta (Km2)
Índice densidade domiciliar
(nº domicílios/ Km2 x 1000)
Itaipu 4278 10,86 0,39 Piratininga 3251 9,49 0,34 Camboinhas 405 2,84 0,14 Itacoatiara 363 2,83 0,12 Cafubá 709 1,70 0,41 Jacaré 956 9,45 0,10 Eng. do Mato 2512 10,50 0,23
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996.
32
CRESCIMENTO PERCENTUAL DOS DOMICÍLIOS - REGIÃO OCEÂNICA – 2000
Domicílios particulares permanentes
Bairros 1996 2000 Crescimento Percentual
Niterói 128.086 143.924 12,37 Itaipu 3.201 4.862 51,89 Piratininga 2.435 4.114 68,95 Camboinhas 251 804 220,32 Itacoatiara 306 424 38,56 Cafubá 603 1.017 68,66 Jacaré 665 1.161 74,59 Eng. do Mato 1.614 3.750 132,34
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000.
POPULAÇÃO EM IDADE ESCOLAR – REGIÃO OCEÂNICA - 1996
Bairro Faixa etária 5 a 9 10 a 14 Itaipu 1138 1335 Piratininga 887 1047 Camboinhas 98 114 Itacoatiara 67 56 Cafubá 245 272 Jacaré 331 299 Eng. do Mato 808 866
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996.
33
POPULAÇÃO ALFABETIZADA DE 5 ANOS OU MAIS
– REGIÃO OCEÂNICA – 2000
Bairro Total Alfabetizada % Niterói 428 884 404 670 94,35% Itaipu 16 350 15 641 95,66% Piratininga 13 250 12 328 93,04% Camboinhas 2 660 2 545 95,68% Itacoatiara 1 269 1 235 97,32% Cafubá 3 259 2 944 90,33% Jacaré 3 718 3 240 87,14% Eng. do Mato 11 180 10 470 93,65%
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000.
POPULAÇÃO ALFABETIZADA DE 7 ANOS OU MAIS – REGIÃO OCEÂNICA – 2000
Bairro Total Alfabetizada % Niterói 416.282 400.504 96,21% Itaipu 15.922 15.477 97,21% Piratininga 12.840 12.200 95,02% Camboinhas 2.564 2.511 97,93% Itacoatiara 1.240 1.223 98,63% Cafubá 3.133 2.910 92,88% Jacaré 3.545 3.207 90,47% Eng. do Mato 10.781 10.322 95,74%
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000.
34
POPULAÇÃO ALFABETIZADA DE 10 ANOS OU MAIS
– REGIÃO OCEÂNICA – 2000
Bairro Total Alfabetizada % Niterói 397.760 384.149 96,58% Itaipu 15.209 14.830 97,51% Piratininga 12.272 11.721 95,51% Camboinhas 2.432 2.392 98,36% Itacoatiara 1.210 1.194 98,68% Cafubá 2.970 2.776 93,47% Jacaré 3.335 3.055 91,60% Eng. do Mato 10.159 9.767 96,14%
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000.
POPULAÇÃO ALFABETIZADA DE 15 ANOS OU MAIS – REGIÃO OCEÂNICA – 2000
Bairro Total Alfabetizada % Niterói 364.849 351.887 96,45% Itaipu 13.835 13.476 97,41% Piratininga 11.158 10.630 95,27% Camboinhas 2.241 2.204 98,35% Itacoatiara 1.126 1.110 98,58% Cafubá 2.665 2.480 93,06% Jacaré 2.959 2.693 91,01% Eng. do Mato 9.154 8.781 95,93%
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000.
35
DOMICÍLIOS SITUADOS EM FAVELAS - REGIÃO OCEÂNICA - 2000
Fonte: PMN Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000. Notas: (*) Na Contagem da População de 1996, não havia registro das referidas favelas pelo IBGE, portanto a taxa de crescimento dos domicílios em relação a 2000 não pode ser calculada.
POPULAÇÃO RESIDENTE – REGIÃO OCEÂNICA -1996 À 2000
Homens Mulheres 1996 2000 1996 2000
Bairros Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Niterói 210.854 46,82 213.984 46,57% 239.510 53,18 245.467 53,43% Itaipu 7.334 50,33 8.531 49,23% 7.238 49,67 8.799 50,77% Piratininga 5.717 49,12 6.983 48,84% 5.921 50,88 7.314 51,16% Camboinhas 695 49,22 1.392 48,62% 717 50,78 1.471 51,38% Itacoatiara 570 49,74 651 48,80% 576 50,26 683 51,20% Cafubá 1.316 49,98 1.825 50,79% 1.317 50,02 1.768 49,21% Jacaré 1.767 50,95 2.137 51,44% 1.701 49,05 2.017 48,56% Eng. Do Mato 4.422 49,92 6.052 49,53% 4.436 50,08 6.167 50,47%
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 1996 - 2000.
Favela Bairro Pop. Domicílios
Taxa de Crescimento Anual de Domicílios 1996-2000
Morro do Cafubá Cafubá 778 239 (*) Morro do Rato Molhado Itaipu 326 101 (*)
36
RENDIMENTO MENSAL DOS CHEFES DE DOMICÍLIO - REGIÃO OCEÂNICA – 2000
Bairro Em Reais (R$)
Em Salários Mínimos (*)
Valor do rendimento nominal mediano mensal
das pessoas com
rendimento, responsáveis
pelos domicílios particulares permanentes
(R$) Itaipu 2.588,48 17,14 1.800,00 Piratininga 1.777,97 11,77 950,00 Camboinhas 4.354,60 28,84 4.000,00 Itacoatiara 3.935,01 26,06 3.000,00 Cafubá 1.137,08 7,53 520,00 Jacaré 1.400,54 9,28 400,00 Eng. do Mato 1.318,86 8,73 800,00
Fonte: PMN/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000. (Salário Mínimo de R$ 151,00 em agosto de 2000)
37
3 – Práticas de Gestão corporativas para melhorias
administrativas
Primeiramente gostaria de fazer uma descrição sobre o que é em si uma
gestão corporativa, para em seguida descrever as suas partes mais importantes.
Gestão como é de conhecimento universal é uma ação de gerência. E o
gestor é a pessoa que irá gerir ou administrar bens que não necessariamente
serão dele. Obrigatoriamente este terá uma responsabilidade eminente. Tudo que
suceder será ou não sua culpa.
E o que é corporativo? O Corporativo - como a própria palavra já insinua
com seu apelo corpo, o negócio é entendido como ser vivo - comanda
organizações, unidades ou áreas em ambientes de instabilidades e obstáculos
constantes, que impõem, muitas vezes, mudanças radicais. Ele evidencia sua veia
empreendedora, movendo-se com estratégia e ação assertivas. Através dos seus
seguidores, aplica práticas de gestão corporativa, de valor oxigenado, por seu alto
teor de aprendizado contínuo. Está preparado para enfrentar as contingências,
riscos e loucuras do mundo dos negócios.
Entendido as partes desmembradas agora entenderemos seu todo. O
gestor corporativo será o indivíduo responsável pela manutenção, gestão,
planejamento de todos os bens coletivos de sua organização. No setor público, em
especial nas prefeituras, as secretarias administrativas servem para esse fim.
Seria muito temeroso uma única pessoa administrar todas as pastas de um
município, não só os densamente populosos, mas também os menos populosos.
Exemplificando o escrito acima temos a secretaria de fazenda, que uma das suas
obrigações e coordenar todos os recolhimentos tributários e fiscalizar suas
aplicações.
38
3.1 – Práticas de gestão corporativa
Uma das práticas mais utilizadas e que podemos melhor aplicar em uma
administração é a gestão estratégica.
A gestão estratégica de empresas refere-se a técnicas de gestão,
avaliação, e ferramentas respectivas concebidas para ajudar as empresas na
tomada de decisões estratégicas de alto nível. É considerada uma principais
ferramentas utilizadas para o aprimoramento na competitividade. É um processo e
deve ser de responsabilidade da alta administração. É um processo macro e
essencial para a condução de um negócio marcado nos dias de hoje pela
necessidade de mudanças muitas vezes radicais.
A gestão estratégica pode ser implementada, considerando-se as proporções e
necessidades, em administrações privadas e públicas.
Quando se decide aplicar a gestão estratégica tem que ser em seguida
elaborado um minucioso plano. É uma atividade que necessita de um alto grau de
investimento, portanto qualquer erro será uma perda irreparável. Exige, entre
outras coisas, informações consistentes, coerentes, relevantes e em sintonia com
o mercado, conhecimento teórico-prático da área de planejamento estratégico,
postura, firmeza de propósitos, seriedade e liderança. Na elaboração do plano,
deveremos atentar para a dimensão do tempo de abrangência e as etapas, já que
devemos ter plenos conhecimentos do ambiente interno e externo do seguimento
trabalhado.
Ao analisar o ambiente externo devemos atentar para os seguintes
componentes:
• Econômico
• Político
• Legal
• Demográfico
• Tecnológico
39
• Social
• Natural
Já no ambiente interno atentaremos para os seguintes aspectos:
• Marketing
• Finanças
• RH
• Produção
Essa análise interna tem como principal objetivo mostrar as deficiências, as
fraquezas das administrações presentes no contexto.
Após essas análises estabeleceremos a visão e missão a serem focados.
Tem que se ter em mente uma simplicidade e clareza desses dois pontos. Por
exemplo, uma secretaria de educação focará como visão “um aumento de 15% da
taxa de estudantes na rede municipal num período de 4 anos, um mandato.” E a
missão será nada mais que os artifícios para a consecução dessa visão.
Com essas premissas destacadas serão construídas as ações estratégicas
para que obtenha-se sucesso nessa programação.
Outra prática de gestão corporativa que gostaria de enfatizar, pelo
reconhecimento que o ser humano é o condutor social, é a gestão humana.
Também pode ser chamada de gestão estratégica do capital humano
organizacional, em suma, gerir bem, de forma estratégica, o ser humano. Essa é
uma tarefa elementar de qualquer organização que almeje o sucesso.
A gestão humana inicia-se como ação administrativa no final do século
XVIII, com o surgimento do posto de secretário do bem estar para ajudar os
empregados com problemas relacionados à instrução, habitação, necessidades
médicas, além de procurar melhorar as suas condições de trabalho.
Uma das envolvidas na gestão humana que gostaria de destacar da área
de gestão humana é o capital intelectual. O conceito de capital intelectual foi
40
desenvolvido a partir de uma abordagem empírica, que procurou analisar os
elementos intervenientes na geração de valor das organizações. Stewart
sentencia inicialmente que o capital intelectual constitui a matéria intelectual –
conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência – que pode ser
utilizada para gerar riqueza. É a capacidade mental coletiva. Todavia Stewart, no
seu livro Capital Intelectual, não considera esta definição suficiente para
caracterizar o termo e observa que o capital intelectual de uma organização
também é constituído pelo talento de seus funcionários, pela eficácia de seus
sistemas gerenciais e pelo caráter de seus relacionamentos com os clientes.
A outra se chama capital humano. O capital humano envolve capacidades,
conhecimentos, habilidades e experiência dos membros de uma organização,
assim como a criatividade e inovação que eles conjuntamente agregam a
organização.
O consultor Mário Enzio faz colocações sobre o capital humano brasileiro
que é formado, muitas vezes, pelo “jeitinho brasileiro de ser e realizar”. O que isso
quer dizer? Em um entendimento universal cada localidade vai apresentar suas
particularides, suas variáveis culturais, climáticas, territoriais - como ele coloca - e
se diferenciaram destacadamente. Ele acrescenta que para entender o lado
humano tem-se que estudar diversos aspectos do ambiente humano.
Entre eles posso destacar:
O social – como funcionam nesse ambiente as coletividades, núcleos,
famílias;
O educacional – como é a educação formal e informal; qual a
disponibilidade de educação;
O político – como se distribui o poder, como é o governo (sua ação, seu
poder, quem participa);
O cultural – qual a maneira coletiva de pensar;
41
Em suma, tudo citado acima tem o ser humano como o gerador do
movimento. Somente ele é capaz de fazer os sistemas funcionarem. Se ele
“emperrar” tudo para. Ele é o único que pode adquirir conhecimento para
solucionar problemas organizacionais (gestão do conhecimento), ele que pode
motivar seus parceiros, ele que pode aplicar e desenvolver técnicas para alcançar
seus objetivos.
3.2 – Uma breve solução para as duas maiores atividades
econômicas da Região Oceânica de Niterói
Creio ser muito prepotente achar que uma pessoa gerirá melhor do que um
coletivo imbuído num mesmo processo. Mas através de leituras e dados posso
afirmar que diversos setores, que poderiam ser muito melhor administrados e
aprimorados. Visto tudo pelo viés das obrigações municipais, que é oferecer
serviço público de qualidade; criar dispositivos para alimentar o desenvolvimento,
entre outros, vejo diversos motivos para entristecer o povo niteroiense.
As duas maiores atividades econômicas da Região Oceânica são a da
pesca, o turismo e a microempresa. A indústria pesqueira concentra-se em
comunidades de Piratininga e Itaipu chamada ALPAPI (Associação Livre de
Pescadores de Piratininga e Itaipu). A ALPAPI possui, em média, 600 associados
sendo que apenas 380 pescam regularmente produzindo 3TONELADAS por dia.
Esse produto é comercializado no Mercado São Pedro (na sua quase totalidade)
ou mesmo nas parais destacadas. Vamos refletir sobre alguns pontos. De 600
associados 220 não trabalham com a regularidade devida. Se colocarmos o custo
de movimentação do pescado, o custo da logística da pesca, a dificuldade atual
para viver da pesca. Isso tudo pesa, e muito. O pescador não suporta esse
dispêndio e abandona tal profissão, a colocando como “bico”, ou melhor, trabalho
42
acrescentador de renda. Uma região densamente populosa, com um poder
aquisitivo altíssimo e tendo o peixe como a carne mais saudável porque não se
ramificar o Mercado. Descentralizar o Mercado não indicaria perda, indicaria lucro
tributário e satisfação do consumidor. Vivemos em zonas, fazendo um estudo de
locação através de poder aquisitivo, densidade demográfica, aceitação no
mercado, consumo médio mensal, entre outras coisas, podemos perfeitamente
maximizar a satisfação geral. O município atentaria para o povo e o seu “bolso”.
Fomentaria e muito o crescimento dessa indústria e melhoraria a qualidade de
vida dos trabalhadores da pesca.
No turismo o caso é mais crítico. Lamento muito o fato de nos dois casos
ocorrer tamanho abandono. Em 1998, no município inteiro, Niterói abrigava na sua
totalidade 8 Hotéis. Uma população de 500.000 habitantes com uma arrecadação
(em 1998) de R$ 196,2 milhões, tendo sido colocada como a quarta melhor
qualidade de vida entre as 187 maiores cidades brasileiras, e de uma beleza
natural e arquitetônica fantásticas ter uma capacidade hoteleira tão irrisória, é uma
mediocridade. Apesar de não enxergamos melhoria sei das defasagens
municipais. Não tenho em mão dados pertinentes e contundentes, mas afirmo que
se o turismo fosse melhor explorado poderíamos crescer regionalmente e
obviamente municipalmente.
Sabendo das dificuldades construtivas na região, até no capítulo acima as
apresentando, é difícil o tratamento evolutivo na região. Conheço bem os
moradores locais e a repulsa que sentem quando a palavra crescimento aparece.
Em parte eles têm razão, em vista da deformidade ambiental apresentada sem
crescimento compatível. Mas como apresentado poderíamos elevar essas duas
forças econômicas regionais a níveis satisfatórios. Um mercado, que tenha uma
capacidade razoável para a demanda, que seja da prefeitura, mas administratado
pelos pescadores. No turismo, aumentar o atrativo cultural, fazer trabalhos
regulares sócio-ambientais, estimular com os moradores das unidades de
conservação o atrativo do ecoturismo sustentável. Solução existe pensar é o
problema.
43
4. A SOCIEDADE E A REGIÃO
4.1 - Problemas comumente divulgados pelos residentes
dos bairros
Um dos maiores problemas levantados pelos moradores é a questão do
transporte coletivo, pois há uma enorme carência na ligação com outros
municípios. Devido à falta, os transportes alternativos têm suprido a demanda
congestionada. Como boa parte da população utiliza a bicicleta como meio de
transporte, faz-se necessária à construção efetiva de uma ciclovia ao longo das
avenidas principais de modo a oferecer maior segurança aos usuários.
Os bairros carecem de um número maior de equipamentos como escolas,
postos de saúde, bancos, viaturas policiais e telefones públicos. Esse problema
ainda é agravado pela ausência desses equipamentos em bairros vizinhos, cujos
moradores suprem suas necessidades procurando pelos serviços existentes em
Itaipu. Alguns bairros como Itacoatiara e Camboinhas têm utilizado de serviços
terceirizados – em particular na área de segurança - para ordenar seus bairros.
Respectivamente irei citar a SOAMI e a SOPRECAM.
Diversas ruas encontram-se sem pavimentação, pois os serviços de infra-
estrutura não conseguem acompanhar o ritmo de crescimento acelerado do bairro.
As regiões mais afetadas são os bairros de Cafubá, Jacaré, Itaipu e Engenho do
Mato.
Problemas ambientais de proporção acentuada são presenciados. Entre os
mais graves estão: a poluição, colmatação, desmatamento, assoreamento das
lagoas e rios e processo de extinção do ecossistema original das lagoas. Em
alguns lugares a coleta de lixo tem mostrado-se insuficiente (Engenho do Mato e
Jacaré em especial).
44
Vale ressaltar que a população dos bairros nos finais de semana, feriados e
principalmente durante o verão aumenta consideravelmente, tendo como maior
atrativo à orla marítima.
Como podemos ver, quando o Estado não oferece condições básicas ao
suprimento das necessidades humanas os residentes se reúnem enquanto
coletivo e fazem uma autogestão. Essa demonstração de ordenamento através de
práticas básicas de gestão serve plenamente para a oferta das condições que os
governantes negam: esgoto, água encanada, segurança, lazer, entre outros. Os
moradores fazem o que quem deveria fazer não faz: Pensar e estruturar os fatos.
Só isso! É traçado um “plano diretor”, bem elaborado, com tentáculos dirigidos a
cada área estudada. Traçada essa missão (o “plano diretor”) os tentáculos servem
como objetivos. Prático e eficaz.
4.2 - Concentração econômica dos bairros
A maior concentração do micro empreendimento – na sua grandíssima
maioria familiar - está situado na estrada principal da região, a estrada Francisco
da Cruz Nunes. Encontram-se diversos segmentos diferenciados de serviços. Na
sua grande maioria podemos citar lojas de materiais de construção, locadoras de
DVDs, venda e revenda de automóveis, centros comercias ofertadores de serviços
múltiplos. Nos recantos praianos podemos evidenciar um enorme número de
quiosques e restaurantes que oferecem um abundante cardápio.
Em Itaipu encontra-se o Itaipu Multicenter que é o principal shopping da
Região Oceânica de Niterói. Inaugurado em setembro de 1999, o Itaipu
Multicenter conta com 188 lojas e três âncoras: Sendas, Casa e Vídeo e a
faculdade Universo. Além disso, o shopping conta com quatro salas de cinema e
um centro empresarial.
Com um público altamente qualificado e um fluxo médio de 230 mil pessoas
por mês, o Itaipu Multicenter oferece um estacionamento com 1.000 vagas para
45
seus consumidores. Um referencial de compras e lazer para toda região. A
empresa que gerencia o shopping chama-se EGEC – Empresa Gerenciadora de
Empreendimentos Comerciais. Abaixo encontra-se as especificações pertinentes
ao shopping.
Ficha Técnica do Itaipu Multicenter:
Área construída: 32.198,35m2
Níveis de lojas: 2 pisos
Estacionamento: 1000 vagas
Cinemas: 4 salas
Lojas âncoras: 3
Lojas satélites: 188
Praça de alimentação: duas, com 20 lojas.
Escadas rolantes: 2
Elevadores sociais: 4
Até pela estrutura construtiva e pela análise domiciliar feita nos capítulos
anteriores vemos claramente que a região é quase que na sua totalidade
domiciliar tendo poucos atributos para a sustentação de uma região de grande
poderio econômico.
Alguns fatores poderiam ser trabalhados de uma forma mais eficiente, a fim
de maximizar as preferências do município e de seus residentes, causando um
46
incentivo maior na região (enquadra-se aqui o turismo ecológico, ainda pouco
trabalhado).
4.3 - Análise sobre alguns problemas combatidos pelos
residentes
• A problemática do complexo lagunar
O sistema lagunar de Piratininga-Itaipu está localizado na Região Oceânica
do município de Niterói, RJ, Brasil.
Piratininga, do idioma tupi-guarani, significa "lagoa de peixe seco",
provavelmente porque devia apresentar, periodicamente, grande mortandade de
peixe, em suas margens.
A laguna de Piratininga apresenta área de 2.87 Km2, com profundidade
média de 0.50m, com bacia de drenagem de 23 Km2, sendo o rio Jacaré o seu
principal tributário. Atualmente, este rio, bem como os córregos de Arrozal, Santo
Antônio e valão de Cafubá estão totalmente degradados por aterros,
assoreamentos e lançamentos de esgotos.
A laguna de Itaipu é pequena e arredondada, com área de 1Km2 e
profundidade média de 1.00m, dragada artificialmente. Sua bacia hidrográfica
apresenta uma área total de 22.50 Km2, sendo seu principal contribuinte o rio
João Mendes.
A laguna de Piratininga era naturalmente mais elevada que a laguna de
Itaipu e ambas funcionavam como lagoas de transbordamento, que nas épocas de
grande precipitação pluviométrica atingiam níveis elevados, alagando o entorno e
vazando para o mar.
Em 1945 o DNOS abriu o canal de Camboatá, unindo as duas lagunas, que
se nivelaram e continuaram transbordando nas épocas de muita chuva, sendo que
a barra geralmente era aberta manualmente pelos pescadores locais. Nesse
47
período, além da renovação das águas, entravam várias espécies de peixes e
crustáceos, transformando as lagunas em berçários do mar, servindo como
reservas extrativistas de pescado. Nessa época iniciou-se o loteamento no
entorno da lagoa, surgindo uma voraz especulação imobiliária na região.
Na década de 70, a Veplan, empresa imobiliária, obteve judicialmente
autorização do governo, sendo apresentado o primeiro EIA – RIMA do país, e
abriu o canal permanente em Itaipu, nivelando as lagoas com as marés oceânicas.
Com isso, não houve mais retenção de água pluvial, inviabilizando a abertura
periódica da barra de Piratininga, e o único contato desta lagoa com o mar passou
a ser feito através de Itaipu. O nível da lagoa de Piratininga baixou mais de 1.50m.
Como parte da lagoa foi loteada, muitos lotes que antes eram submersos puderam
ser ocupados, e a margem foi indevidamente ocupada, não sendo respeitada a
faixa marginal e vegetação de proteção.
Em 1993, a prefeitura municipal de Niterói, junto com a SERLA
(Superintendência Estadual de Rios e Lagoas) delimitou a faixa marginal de
proteção da laguna de Piratininga, construindo uma autopista de saibro
(denominada de ciclovia), contribuindo para maior ocupação do entorno e
acelerando o assoreamento. Neste mesmo período foi construída uma comporta,
que funcionou por muito pouco tempo, no canal de Camboatá com estrutura de
concreto armado que previa o manejo hídrico deste sistema com auxílio de tábua
de maré.
O entorno da lagoa de Itaipu, sem definição da faixa marginal de proteção
tem sido invadido por construções e aterros nos loteamentos irregulares. Existe
atualmente uma tentativa de transformá-lo em área de mangue com projetos de
plantio de mudas. A lagoa de Itaipu se encontra descaracterizada, tendo sido
transformada em um braço de mar.
O processo de eutrofização natural vem se intensificando com o
lançamento de grande volume de esgotamento sanitário in natura, desmatamento
e desmonte das encostas e ocupação das margens, associado às alterações
hidrológicas, principalmente após a construção da barra permanente em Itaipu,
48
que alterou o tempo de permanência das águas em Piratininga, aumentando a
disponibilidade de nutrientes, o que acarretou aumento da produtividade biológica,
gerando crescimento excessivo de algas e bactérias anaeróbicas.
Os principais problemas referentes ao Sistema Lagunar são, em linhas
gerais causados pela ocupação humana do seu entorno, sem os cuidados
necessários à sua preservação. Em decorrência observamos:
• Poluição considerável, por esgotamento sanitário e por lixo sólido,
trazendo ameaça para a saúde da população, com a possível
ocorrência de epidemias.
• Desmatamento e erosão das encostas, assoreando a bacia de
sedimentação;
• Redução do espelho d’água, impedindo aberturas periódicas para o
mar.
• Invasão da faixa de proteção, por loteamentos, e clandestinos, o que
inviabiliza a elevação do espelho d’água, trazendo, ainda, como
conseqüência, problemas de segurança social para a área.
Como soluções para estes problemas que afeta a Região Oceânica
podemos citar:
• O tratamento secundário setorizado, do esgoto produzido nas
residências, no comércio e nas pequenas indústrias da região,
lançando-o fora do sistema lagunar.
• Coleta seletiva do lixo sólido, com projetos de reciclagem, incluindo
educação ambiental da comunidade.
As encostas do Sistema Lagunar já são legalmente consideradas áreas de
preservação permanente, por serem parte da Mata Atlântica. Através de
fiscalização dos órgãos competentes e reflorestamento das áreas degradadas,
evitar-se-iam agressões tais como: saibreiras, pedreiras, loteamentos nas
encostas e assoreamento das cabeceiras dos rios.
Possibilitando - se a revitalização do Sistema, com aberturas periódicas
para o mar. É fundamental o fechamento do Canal de Itaipu, responsável pelo
49
rebaixamento do espelho d’água, o que também contribuiria para a recuperação
da Laguna de Itaipu. É indispensável, também, que se faça dragagem.
Recuperação da faixa marginal de proteção das Lagoas, e anulação do
loteamento subaquático, de interesse de grupos imobiliários.
A Região Oceânica de Niterói , onde se situa este Sistema Lagunar, é
considerada uma área de expansão urbana do município, devido à sua
proximidade com o oceano e ao fato de possuir admirável beleza cênica. É
necessário que se faça, urgentemente, um projeto de revitalização que leve em
conta essas questões ecológicas, com importantes reflexos econômicos e sociais.
Ao assumir o cargo, em janeiro de 2003, o presidente da SERLA, Ícaro
Moreno Júnior, colocou a revitalização das lagoas da Região Oceânica de Niterói
entre suas prioridades. Para isso, conseguiu logo a liberação, com governadora
Rosinha Garotinho, dos R$ 500 mil da contrapartida estadual, para a liberação do
financiamento de R$ 2 milhões, do Governo Federal, através da ANA (Agência
Nacional de Águas). Esses recursos foram liberados no dia 4 de Janeiro de 2004,
e a SERLA marcou imediatamente a audiência pública que foi realizada no dia 4
de Fevereiro de2004, no Camboinhas Mall. Esse montante (R$ 2.500 milhões)
será utilizado para a realização da primeira fase da obra, que consiste na abertura
de um canal de 600 metros ligando a Lagoa de Piratininga ao mar. A abertura na
rocha ficará a 200 metros da Prainha, no Tibau. Além do canal sob a rocha, estão
incluídas na primeira fase da obra a construção de comporta para controle da
vazão das águas e a dragagem da ilha de assoreamento existente na lagoa. A
previsão é que as obras comecem em Março de 2004 e estendam-se por 10
meses, provavelmente até Fevereiro de 2005.
Podemos constatar, atualmente, que pouca coisa foi feita para melhoria das
lagoas. Muita falação e pouca ação.
• A problemática do Parque Estadual da Serra da Tiririca
50
O parque foi criado em 1991 através da Lei número 1.901 estabelecendo os
limites da unidade de conservação integral.
Atualmente ocorre uma dúvida quanto à veracidade desse limite. Se ele é
provisório ou não. Essa dúvida foi posta em discussão pelo Projeto de Lei nº
3538/06 (autoria do EX- Dep. Estadual Adroaldo Peixoto) que cria novos limites
para o parque. Mas a proposta dessa dúvida não é oriunda de uma demarcação
com propósitos ambientalistas e sim imobiliários.
A Região Oceânica de Niterói apresenta a nível Estadual um dos maiores
índices de crescimento urbano. Com isso o mercado imobiliário fica ouriçado
visando oferecer os melhores terrenos mediante um “módico” pagamento. Esse
pagamento é o desmatamento. Uma troca nada justa.
A área que seria retirada dos limites antigos do PEST (Parque Estadual da
Serra da Tiririca), em boa parte encontra-se nas mãos de imobiliárias que visam
exclusivamente lucros. Podemos conceber que as ações do Poder Público quanto
à preservação nada mais é que ser um mero intermediário da especulação
imobiliária.
Todos os moradores são a favor de uma resolução permanente e lutaremos
para que nada que degrade o meio ambiente ocorra.
• Acidentes e ocorrências policiais
Desde o “boom” populacional da Região Oceânica, em meados de 1970, os
índices supracitados aumentaram gradualmente. Mediante estes aumentos foram
discutidas políticas públicas preventivas, que inicialmente deram excelentes
resultados. Essas políticas resultaram num maior investimento na região nas
áreas de segurança, urbanismo, dentre outras essenciais para a urbanização e o
povoamento regional. Se esses cálculos feitos anteriormente fossem reciclados os
problemas seriam atualmente menos expressivos.
Em dados retirados do em 12 meses ocorreram 206 roubos a pedestre, 72
roubos a residência e 28 homicídios dolosos na Região Oceânica de Niterói. Um
51
número considerado muito acima da média dos anos anteriores. Em referência ao
número de roubo de veículos podemos constatar aumentos de até 400% como
mostra a tabela abaixo apresentando os dados dos 3 últimos meses dos anos de
2005 e 2006 .
2005 2006 81 DP Outubro Novembro Dezembro Outubro Novembro Dezembro
Roubo 6 5 10 13 20 18 Furto 19 8 22 8 18 17 Instituo de Segurança Pública
Em um pacote de reivindicações emitidas pelo Ccron (Conselho
Comunitário da Região Oceânica) constam reforços no policiamento, uma
Delegacia Legal e a implantação de uma nova unidade da PM na Região
Oceânica. Este pacote foi encaminhado ao Secretário de Segurança Pública do
Estado do Rio, José Mariano Beltrame e ao Comandante da Polícia Militar, coronel
Ubiratan Ângelo.
Em dados recentemente levantados acerca o tráfego em Niterói foram
evidenciados que 50% das colisões ocorrem justamente na Região Oceânica.
Esta constatação é baseada numa estatística do G-Mar (Grupamento Marítimo)
responsável pelo socorro em terra e mar na área. O levantamento mostra que de
Fevereiro de 2006 a Fevereiro de 2007 foram registrados 287 acidentes na região
número proporcionalmente maior do que o contabilizado pelo Corpo de Bombeiros
do Centro de Niterói que atende todo restante da Cidade. Até o presente
momento não foram discutidos nenhuma política sobre o assunto.
Uma aposta, ou melhor, sugestão, seria oferecer aos transeuntes e
motoristas trabalhos educativos sobre a importância de uma direção mais
cautelosa, sobre a redução do consumo de bebidas alcoólicas, tudo em prol do
coletivo que ele está incluído. Isto significaria um sumário abreviamento nestes
números.
52
5. CONCLUSÃO E OBSERVAÇÃO RELATIVA AO TEMA ABORDADO
A ocupação da Região Oceânica de Niterói, formada pelos bairros de
Piratininga, Camboinhas e Itaipu, foi feita por comunidades indígenas praticantes
da pesca, atividade também dos portugueses que, posteriormente, instalaram-se
na região.
Com o processo de urbanização, fixaram-se ali residências de veraneio,
que mais tarde foram substituídas por moradias permanentes. A partir da década
de 1970, a expansão urbana se intensificou, em decorrência da construção da
ponte Rio-Niterói. Com a alta densidade demográfica, alguns terrenos marginais
foram invadidos por posseiros e aterrados para loteamentos, o que gerou redução
no espelho d'água do complexo lagunar.
Observando e analisando dentro da realidade local, notamos que é uma
região de enorme potencial social e econômico onde depende apenas da boa
vontade e investimentos do setor público para acompanhar o grande crescimento
da região.
O desenvolvimento da Região Oceânica de Niterói vem evoluindo de uma
forma rápida e “positiva”. Observamos que é rápida porque precisa acompanhar
as necessidades da população local, onde equipes da prefeitura de Niterói
desenvolvem diversas obras visando melhorar o bem-estar de sua população.
É positiva porque tudo que beneficia o local traz mais progresso, pois se
são feitas obras para ampliar estradas, modernizar rede elétrica (iluminação
pública), desenvolver rede de água e esgoto (estão se iniciando as obras), etc.
Com isso irá se criando toda uma imagem, de uma região onde a população
encontrará uma boa qualidade de vida, sendo assim atrai também investimentos
comerciais e um grande aumento no setor de construção civil.
Tendo, uma visão geral da Região Oceânica de Niterói, pode-se notar que
se for analisada comparativamente com outras áreas do Estado do Rio, esta
53
região é um verdadeiro paraíso; bem desenvolvida, com uma beleza natural
estonteante, praias maravilhosas, muito verde e uma excepcional qualidade de
vida, o que atrai mais e mais pessoas a cada ano, para nela residirem.
É uma região muito valorizada, já que numa pesquisa feita pela ADEMI
(Associação de Dirigentes de Empresa do Mercado Imobiliário) mostrou um
crescimento de 15% a 20% no mercado imobiliário de Niterói, entretanto na
Região Oceânica esse crescimento chega a 30%. Não obstante isso, na mesma
pesquisa mostra uma alta nos preço dos imóveis acima dos 15% na Região
Oceânica.
Essa Região tem tudo para futuramente se tornar um dos principais lugares
do País, pois tem uma boa harmonia entre natureza e progresso, basta ter o
cuidado necessário para não estragar essa harmonia, porque assim sendo fica a
responsabilidade mútua entre sociedade e governo onde se cada setor fizer sua
parte, a Região Oceânica com belezas naturais, desenvolvidas economicamente e
um excepcional local para se viver.
O governo só pode estabelecer uma política de ordem pública eficaz para a
economia como um todo se baseando em informações precisas e atualizadas das
atividades do setor público. O orçamento deve servir como instrumento para
fixação dos objetivos em matéria de pleno emprego e de desenvolvimento. Em
suma, primar pelo desenvolvimento econômico.
As atividades dos governos estaduais e municipais podem revestir-se de
suma importância, não só na prestação dos serviços públicos tradicionais como
também no que se refere ao desenvolvimento econômico.
Um total problema político inexiste atualmente no Município de Niterói, em
vista que os governos estadual, municipal e federal hastearam a mesma flâmula
da base governista. A coordenação que tem de existir entre eles é, teoricamente,
total. Com essa união, é possível que o governo municipal consiga auxílios tanto
da esfera estadual quanto federal. Estas poíticas têm como base uma boa gestão
baseada em princípios de qualidade diferenciados. Diferenciadas pelo motivo que
cada área apresenta determinadas particularidades que precisam ser estudadas,
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analisadas, estruturadas e trabalhadas. Como já disse anteriormente só basta um
pouco de boa vontade, ou melhor, uma boa condução do dinheiro público. A arte
do pensar precisa ser imediatamente reeducada no país que vivemos.
55
BIBLIOGRAFIA
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problemática da Região Oceânica de Niterói. Ed. Niterói, 1992.
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Disponível em : <http:www.serla.rj.gov.br>
Acesso em: 25/09/2006
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cidade. Niterói.1999.
NITERÓI. Secretaria Municipal de Ciência e tecnologia. Niterói: A Região
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56