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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O ORIENTADOR EDUCACIONAL E SUA PRÁTICA NA COMUNIDADE ESCOLAR Por Alessandra de Mattos Orientador Prof. Edla Trocoli Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O ORIENTADOR EDUCACIONAL E SUA PRÁTICA NA

COMUNIDADE ESCOLAR

Por Alessandra de Mattos

Orientador

Prof. Edla Trocoli

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O ORIENTADOR EDUCACIONAL E SUA PRÁTICA NA

COMUNIDADE ESCOLAR

Apresentação de monografia à AVM

Faculdade Integrada como requisito

parcial para obtenção do grau de

especialista em Orientação Educacional

e Pedagógica.

Por: Alessandra de Mattos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela força concedida.

Aos meus pais e amigos, que

sempre incentivaram meus

sonhos e acreditaram em mim.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, mestres de minha vida.

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RESUMO

Entender a orientação educacional quando esta surge e como se

encontra atualmente, compreender a importância da mesma no

desenvolvimento humano e social. Assim, o objetivo desse estudo é

demonstrar a gênese da orientação educacional, enfatizando sua importância

na sociedade até os dias atuais. A verdadeira atuação desse especialista na

comunidade escolar será detalhada e apresentada no decorrer deste trabalho.

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METODOLOGIA

Desenvolver esse trabalho de forma objetiva. Destacando o profissional

da orientação educacional dentro de um contexto sociopolítico e científico,

proporcionando uma reflexão a respeito de sua prática, com embasamento em

pesquisas bibliográficas de autores relacionados ao tema. Para isso a

metodologia utilizada foi à revisão crítica de literatura em educação e

orientação educacional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – A Educação como formadora do ser humano 10

CAPÍTULO II - A Orientação Educacional 17

CAPÍTULO III – A Orientação Educacional e sua prática na comunidade escolar

22

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

ÍNDICE 36

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INTRODUÇÃO

A orientação educacional, que há pouco tempo na história brasileira,

esteve restrita à área educacional, vem se ampliando cada vez mais, por outras

áreas que antes não se pensava a necessidade da atuação de um orientador

educacional como hospitais, ONG`s, universidades, entre outros,

demonstrando a importância desse profissional e da orientação educacional em

si.

A função do orientador educacional ultimamente vem sendo discutida

como decorrência das transformações gradativas que ocorrem no âmago da

sociedade. O profissional desta área durante muito tempo atuou somente em

espaços escolares, onde ajustar o aluno à escola era sua tarefa. Atualmente,

com toda a transformação, a orientação volta-se à construção do cidadão,

ultrapassando os espaços educativos.

Desse modo, entender a orientação educacional desde seu surgimento e

como esta se configura hoje é de suma importância para compreender a

importância da mesma no desenvolvimento humano e social. Assim, o objetivo

é demonstrar a gênese da orientação educacional, demonstrando sua

importância na sociedade até os dias atuais. Através de uma metodologia com

embasamento em pesquisas bibliográficas, dentro de um contexto sócio -

político e científico, proporcionando uma reflexão a respeito de sua prática.

Esse estudo nos proporciona fazer uma análise da origem da educação,

entendendo, portanto, para que e para quem ela foi desenvolvida, a

importância da educação no desenvolvimento humano bem como no

desenvolvimento da sociedade. Assim, compreenderemos melhor a atuação do

orientador educacional dentro e fora da escola, a comunidade escolar. É de

suma importância esse resgate da gênese da orientação educacional para

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entendermos a mesma nos dias atuais.

É importante refletir sobre o papel deste educador, que mobiliza os

diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola visando o

cumprimento de uma função maior: o aprendizado dos alunos.

O advento da orientação educacional representa uma tomada de

consciência em relação à realidade do educando e à complexidade da vida

social. O educando não era levado em conta na execução do processo de

ensino. Os sucessos escolares, quase sempre, corriam por conta da eficiência

do professor, e os insucessos, por conta da inadequada aplicação do educando

nos estudos.

A vida social, também, não era levada em conta e a escola funcionava

alienadamente, não visando, objetivamente, a meio social algum. Os polos de

ensino, não

eram levados em conta, educando, professor e vida social.

O orientador educacional possui um vasto campo de mercado de

trabalho, ter consciência do seu papel, dos seus direitos e deveres é

fundamental para sua atuação. A preocupação com a identidade desse

profissional e a valorização deste, atuando na comunidade escolar,

desencadeou a importância desse estudo para compreendermos melhor a sua

prática. Afinal, o que faz o orientador educacional? Qual a sua contribuição na

comunidade escolar?

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CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO COMO FORMADORA DO SER HUMANO

Neste capítulo pretende-se entender como a educação surge, para

quem e para quê ela serve na formação do ser humano e da própria sociedade.

Sentiu-se a necessidade desse resgate sobre a educação para que se entende

mais facilmente o que é a Orientação Educacional e para que ela exista.

Segundo Severino (2006), na cultura ocidental, a educação sempre foi

“vista como processo de formação humana”. Essa formação, segundo o

mesmo autor significa:

A própria humanização do homem, que sempre foi concebido como um ente que nasce pronto, que tem necessidade de cuidar de si mesmo como que buscando um estágio de maior humanidade, uma condição de maior perfeição em seu modo de ser humano (SEVERINO, 2006, P.590).

A formação é processo do devir humano como devir humanizador,

mediante o qual o sujeito natural devém ser um ser cultural, uma pessoa.

Severino (2006) ainda afirma que é relevante observar que seu sentido mais

rico é aquele do verbo reflexivo, como que indicando que é uma ação cujo

agente só pode ser o próprio sujeito.

A ideia de formação é, pois “aquela do alcance de um modo de ser,

mediante um devir, modo de ser que se caracterizaria por uma qualidade

existencial marcada por um máximo possível de emancipação”, ou seja, pela

“condição de sujeito autônomo”. Uma situação de plena humanidade. A

educação não é – pelo menos não deveria ser – apenas um processo

institucional e instrucional, seu lado visível, mas fundamentalmente um

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investimento formativo do humano, seja na particularidade da relação

pedagogia pessoal, seja no âmbito da relação social coletiva. Por isso, a

interação docente é considerada mediação universal e insubstituível dessa

formação, tendo em vista a condição da educabilidade do homem.

Mesmo que isso não seja visível atualmente essa busca ainda continua

mesmo diante das condições atuais da civilização, por mais que estejam

marcadas pelo poder de degradação no mundo técnico e produtivo do trabalho:

de opressão na esfera da vida social; e de alienação no universo cultural.

O intensivo tecnicismo imposto pela sociedade capitalista em formar

homens para o mercado de trabalho, tendo na educação uma ferramenta de

ensino de técnicas e conhecimento para a finalidade laboral está diretamente

adversa ao que Severino (2006), defende como ser a formação, o que tem

levado, segundo o próprio autor, “a um crescente descrédito quanto ao papel e

à relevância da Educação”, como processo intencional e sistemático. No

entanto, essa situação degradada do atual momento histórico-social só faz

aumentar o desafio da formação humana, necessária pelas “carências ônticas

e pela contingência ontológica dos homens, mais possível pela educabilidade

humana”, conforme Severino (2006).

Observando –se trabalhos realizados na área da Educação, como o de

Mészáros (2005), é possível falar em educação para além de qualquer

processo de qualificação técnica- ou para além do capital-, evidenciando que o

que está em pauta é uma autêntica formação de uma personalidade integral.

Com efeito, constata-se – no âmbito da história da filosofia, no contexto do desenvolvimento da cultura ocidental que, num primeiro momento histórico- teórico, identificável como os períodos da Antiguidade grega e da Medievalidade latina – que a ética prevaleceu como matriz paradigmática da formação, ou seja, o ideal humano era o aprimoramento ético-pessoal e esta era a finalidade essencial da educação. Já num segundo momento, historicamente situado na Era Moderna, esse ideal se delineava como uma adequada inserção da pessoa na sociedade. A política era a grande matriz (SEVERINO, 2006, P.6).

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Já na era contemporânea, a reflexão passa por uma inflexão, sendo

concebida a própria ideia da formação humana transformando o modo de se

ver a educação. O que parece estar se delineando é uma dimensão do formar

que afirma nega e superam as perspectivas éticas e políticas da educação, tais

quais delineadas ao longo da tradição filosófica ocidental. Sem perder as

imprescindíveis referências éticas e políticas, mais que se afirmar como

processo de formação de um sujeito ético ou de um sujeito cidadão, o que está

em pauta é a própria construção do sujeito humano no tempo histórico e no

espaço social, como sujeito integralmente ético e político, pessoa- habitante de

um universo coletivo (SEVERINO, 2006, P.621).

Para o olhar da contemporânea filosofia da educação, o homem não tem

um ideal a ser buscado ou a ser realizado, mas “encontra-se condenado a

construir para si uma configuração própria não prevista nem previsível, como

se tivesse que dar a si mesmo um destino”. E assim tanto a ética como a

política perdem suas exarcebadas autonomia e preponderância como

referências básicas isoladas para a prática educacional. (GOERGEN, 2001)

Segundo Adorno (1995) o homem não se desenha como um ser

pessoal, desempenhando um modelo de ação, nem como puro ser social

membro devidamente adequado à sociedade, tal parece ser o significado que

vem tomando hoje, no campo da filosofia contemporânea, o próprio conceito de

formação, perspectiva articulada particularmente pela Teoria Critica da Escola

de Frankfurt, marco referencial da emergência do modo de atual de filosofar.

O testemunho da história da filosofia autoriza afirmar que a educação foi

primeiramente pensada como formação ética. De fato, o discurso filosófico da

Antiguidade e do período Medieval sempre concebeu a educação como

proposta de transformação aprimorada do sujeito humano. Essa proposta se

radica na pressuposta universalidade da natureza humana e a educação é

vista como formação ética.

A ideia predominante na filosofia da educação na Antiguidade é que a

dimensão política é inteiramente derivada da qualidade ética dos sujeitos

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pessoais. É por isso mesmo que, desde Sócrates, a ética é a força motriz de

todo o investimento pedagógico.

A educação identifica-se com o próprio método do conhecimento, com o

exercício da vivência da consciência, uma vez que educar-se é apreender-se

cada vez mais como sujeito, buscando agir com vistas a realizar-se cada vez

mais como tal. O ético predomina sobre o político, atuando o educacional como

mediação. Essa orientação enfatiza os aspectos antropológicos e éticos dos

processos do que suas mediações práticas ou suas implicações políticas.

Podemos afirmar que o Iluminismo, foi um amplo movimento

cultural e filosófico que aconteceu na Europa na era moderna, ao instaurar sua

proposta pedagógica, retoma as ideias da natureza humana, da autonomia

racional e moral do individuo e da perfeição humana. Por outro lado, essas

categorias tem seu sentido transformado. A constituição da moderna sociedade

burguesa e mercantil vai se distanciando cada vez mais do mundo feudal e

cristão, o pensamento iluminista se instaura sob o crescente impacto da

formação dos estados como entidades políticas autônomas.

Há um confronto entre a consciência ética e a realidade da vida política,

agora sendo forte e densa realidade, ditando e impondo regras e leis.

Recusando o modo metafísico de pensar, a filosofia moderna opõe-se também

a ética essencialista da vida puramente interior.

Na modernidade, a educação tem maior ênfase na formação humana,

sob o aspecto da formação política, a formação do cidadão, entendida esta à

luz de seus pressupostos antropológicos e epistemológicos do racionalismo

naturalista. Como bem define Lyotard,

(...) a educação tem uma finalidade explicita na modernidade do fim do século XVIII. É a do projecto geral das Luzes: libertar a humanidade do despotismo, do despotismo político, mas também da ignorância e da miséria (...). A educação tem, pois uma intenção fundamental: (...) fazer com que a nação, a comunidade de facto, se torne numa República de direito. (apud KECHKIAN, 1993)

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Para Kant (1996), “a educação prática e moral é aquela que diz respeito

à construção do homem, para que viver como ser livre (...) o qual pode bastar-

se a si mesmo, constituir-se membro da sociedade”. Ainda que trate de

aprimorar o homem como indivíduo, tal objetivo diz respeito ao seu viver em

sociedade.

Segundo Severino (2006) essa condição do homem viver em sociedade

modifica profundamente o seu processo de auto-aperfeiçoamento, pois seu

aprimoramento ou sua degradação não mais dependem apenas da lei interior

de sua vontade, mas também das determinações exteriores da vida social.

Severino (2006), ao se tratando de filosofia da educação, ainda mais na

sociedade capitalista, dos trabalhos desenvolvidos por Karl Marx (1818- 1883),

nas quais é possível encontrar que “o caráter determinante da essência

humana pelo social é mais assumido teoricamente e justificado”, questionando

qualquer referência metafísica de caráter essencialista. Marx e Engels (1997)

vê o homem se constituindo historicamente mediante seu agir prático coletivo.

Marx incorpora a dialeticidade do processo histórico real que se realiza na

história da sociedade humana. Por outro lado, à dura realidade histórica e

social de sua época, quando o modo de produção capitalista já se encontra em

pleno vigor. Marx, sob a perspectiva da ciência histórica, no estudo da

economia política, solos da efetiva realização dos seres humanos.

Sem razão, essa perspectiva marcou profundamente o modo de se

compreender a educação na virada do século XX e no início do século XX.

Ainda que a temática educacional não tenha recebido um tratamento explícito

nessas obras, que por decorrência intrínseca, a educação só tem sentido sob

as mesmas referências, como modalidade do próprio processo social. É o que

explica e justifica as ciências sociais vão passando a ocupar, no período, o

lugar das ciências psicológicas na explicação do fenômeno educacional. E não

se pode legitimar a intervenção pedagógica a não ser sob uma justificativa

política, de ordenação do social. (SEVERINO 2006).

Segundo Severino (2006), os antigos, os medievais, os pensadores

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modernos vão aproximar verdade e bem, aproximando o conhecimento

racional da prática educacional. Agora a razão é tomada na sua condição de

potência natural, atuando por conta própria sem qualquer intervenção de ordem

sobrenatural. O homem volta a ser a medida de todas as coisas e não mais de

Deus.

Para a formação do individuo, é preciso considerar a sociedade

estruturada como condição substantiva do existir humano. O homem não pode

ser eticamente bom, contando apenas com uma eventual coerência com os

valores de sua subjetividade e muito menos com a obediência a preceitos

divinos sobrenaturais. Antes, precisa integrar-se adequadamente à sociedade,

a polis. E antes, de mais nada cabe à educação propiciar, de modo sistemático,

as condições para essa integração (Severino 2006).

Segundo Severino (2006) a educação passa a assumir, ao longo da

Modernidade, o caráter de uma ação e de uma prestação pública, definindo-se

como mediação própria para a constituição da cidadania. E seu grande

instrumento é o conhecimento racional. Não mais o conhecimento metafísico

das essências das coisas, mas o conhecimento científico dos fenômenos

naturais, única e exclusiva manifestação do real.

Uma nova forma de se compreender a educação é vista, não há mais a

prevalência de uma teologia ética, nem mais sob a pespectivação política, pois,

tanto a ética como a política está sendo questionadas como referências

básicas da educação. Atualmente observa-se que a educação é tida como

instrumento de formação de pessoas ao mercado de trabalho, tendo isso como

seu fim. Também é possível analisar que existem vertentes contrárias que

estabelecem a educação como formativa do homem e a formação ao mercado

de trabalho é secundária, uma vez que o homem também necessita disso para

sobreviver na sociedade capitalista.

Freire (1983) considera que “o destino do homem deve ser criar e

transformar o mundo”, sendo ele o sujeito de sua ação. Para isso é importante

que indivíduo se aproprie do saber organizado e valorizado socialmente, que

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tenha a oportunidade de expressar o seu saber e vê-lo reconhecido.

Segundo Candau (1999, p. 112), educar para a cidadania exige educar

para a ação político-social e esta, para ser eficaz, não pode ser reduzida ao

âmbito individual. Educar para a cidadania é educar para a democracia que dê

provas de sua credibilidade de intervenção na questão social e cultural.

É incorporar a preocupação ética em todas as dimensões da vida

pessoal e social.

Assim, a orientação educacional se faz necessária na integração do

aluno não somente à escola, mas à educação como formadora do ser humano,

bem como à sociedade, principalmente à comunidade a qual está inserido.

Esperar do orientador educacional esta tarefa é plenamente justificável

desde que, há algum tempo, ele reconhece a importância e a influencia das

relações interpessoais na estrutura familiar e escolar. Este tema sempre foi

alvo de sua atenção, estudo, publicações especializadas e seminários, embora

muito mais ligado a uma base teórica psicossocial que propriamente política, o

que, muitas vezes, contribuiu para confundi-lo com atribuições de outros

especialistas. (TROTTA, 2003).

Grinspun (2003) nos afirma que a educação tem uma função social

muito grande quando por ela o individuo deve ter acesso – com a mesma

igualdade dos demais- aos códigos, normas e conhecimentos da sociedade em

que vive. Quando a escola trabalha como todo, não repetindo no seu interior as

diferenças encontradas no sistema social, a escola está exercendo seu real

pedagógico. Além desses aspectos, a educação tem que estar sempre

cotejando os seus objetivos com os objetivos da sociedade, para que possa

formar cidadãos críticos para nela atuar. Todas as questões sociais são

importantes para as questões educacionais.

No capítulo seguinte veremos como o orientador educacional se faz

presente nessa mediação e sua importância na formação do cidadão.

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CAPÍTULO II

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

A orientação educacional no nosso país percorreu um longo caminho,

mantendo durante esse processo estreita relação com as tendências

pedagógicas de acordo com cada contexto vigente.

No Brasil, a trajetória da orientação educacional inspira-se em dois

modelos, o americano e o francês que, embora divergentes em alguns

aspectos, estão alicerçados em um mesmo conceito de sociedade.

A orientação educacional foi criada para fazer parte de um contexto

educacional, visando à melhor qualidade de ensino e aprendizagem dos

alunos. O fazer é parte imprescindível da orientação educacional e, por esse

motivo, por muito tempo foi confundida com um conjunto de técnicas e

procedimentos que seriam utilizados para a resolução dos problemas dos

alunos, ao invés de percebê-la como parceira do projeto político pedagógico

desenvolvido na escola.

De acordo com o desenvolvimento da sociedade e a postura dos

próprios orientadores que, através de suas práticas, foram revertendo o

significado da orientação educacional, hoje, se percebe uma grande mudança

no seu desempenho dentro da escola.

Segundo Grinspun (2001) pela Reforma Capanema, com a lei orgânica

do ensino industrial em 1942 foi criado o SOE (Serviço de Orientação

Educacional), visando a correção e encaminhamento dos alunos- problemas e

a elevação das qualidades morais.

GRINSPUN (2002) reúne todos os artigos sobre o tema Orientação

Educacional, situando o profissional desta área em várias questões do

cotidiano escolar, seu histórico e como a legislação rege tal trabalho. Na

introdução do seu livro, ela situa seu histórico e como a legislação rege tal

trabalho.

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A autora relata a origem da Orientação Educacional, a qual se iniciou

com a Orientação Vocacional, nos Estados Unidos, em 1908, com um caráter

de aconselhador que marca toda sua trajetória.

Já a preocupação com a organização escolar surgiu apenas em 1912,

em Detroit, nos Estados Unidos, através de Jessé Davis, mas com a

particularidade básica de acolher a problemática vocacional e social dos alunos

de sua escola (ibid, 2002).

No Brasil, segundo GRINSPUN (2002), a Orientação Educacional teve início

em 1924, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, também com a função de

Orientação Vocacional. Já NÉRICI (1976) acredita que a primeira tentativa de

Orientação Educacional no Brasil deve-se à Lourenço Filho, que quando diretor

do Departamento de Educação do Estado de São Paulo criou o “Serviço de

Orientação Profissional e Educacional”, em 1931, o qual tinha como maior

objetivo, orientar o indivíduo na escolha de seu lugar social pela profissão.

Começaram a surgir, também, experiências isoladas nas escolas, nos

moldes americano e europeu, sendo a pioneira a de Aracy Muniz Freire e Maria

Junqueira Schimit, no Colégio Amaro Cavalcanti, no Rio de Janeiro, em 1934

(GRINSPUN, 2002).

Foram com as Leis Orgânicas de 1942, do ministro de Getúlio Vargas,

Gustavo Capanema, que pela primeira vez se encontraram referências

explicitas à Orientação Educacional.

A profissão também seria regulamentada, tendo o Orientador

Educacional que fazer um curso próprio de Orientação Educacional.

(GRINSPUN, 2002).

Mas ainda o curso principal da Orientação Educacional seria o ensino técnico,

em que ajudava na formação de uma mão de obra especializada e qualificada,

assumindo caráter terapêutico, preventivo, psicometrista, identificando

aptidões, dons e inclinações dos indivíduos.

Na Lei de Diretrizes e Bases da educação nº. 4024 de 1961 previa-se

que o ensino normal se encarregue da formação e Orientadores Educacionais

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para o primário, assim como prevê que as faculdades de Filosofia formem esse

profissional para o atendimento do Ensino Médio (ibid, 2002).

A referida lei fala mais sobre a formação do Orientador Educacional do

que sobre o Conceito da função deste profissional. Nesta lei, a Orientação

Educacional vem com a função de contribuir para a formação integral da

personalidade do adolescente, para seu ajustamento pessoal e social.

Suas principais áreas de abrangência seriam as orientações escolar,

psicológica, profissional, da saúde, recreativa e familiar (GRINSPUN, 2002).

Já na Lei de Diretrizes e Bases da educação nº. 5692 de 1971, a

Orientação Educacional assume um papel fundamental, sendo a área da

Orientação Vocacional a mais privilegiado para atender aos objetivos de ensino

da própria lei.

Podemos entender melhor as atividades desenvolvidas pelos

orientadores, compreendendo os diferentes períodos em que a orientação foi

desenvolvida.

Grinspun (2003) ao identificar esses períodos assinala como fio condutor

dos mesmos a história da educação brasileira, em especial a legislação que a

configura e onde, explicita e implicitamente, aparece a orientação educacional.

• Período implementador - de 1920 a 1941

A orientação surge no cenário educacional brasileiro associada à

orientação profissional, enfatizando a seleção de escolha profissional. A

questão do trabalho, na escola, remonta a esta década, como os projetos do

deputado Fidelis Reis, que desejava tornar o ensino profissional obrigatório em

todos os estabelecimentos de ensino.

• Período institucional – de 1942 a 1960

Grinspun (2003) subdivide nesse período em funcional e instrumental,

ocorre toda a exigência legal da orientação nas escolas, o esforço do Ministério

da Educação e Cultura para dinamizá-la e os cursos que cuidavam da

formação dos orientadores educacionais.

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• Período transformador – de 1961 a 1970

Traz uma orientação educacional caracterizada como educativa, na Lei

4024/61, até a profissionalização dos que atuam nesta área, através da Lei

5540/48. Neste período as questões psicológicas ganham maior dimensão nos

congressos brasileiros.

• Período disciplinador – de 1971 a 1980

A orientação está sujeita a obrigatoriedade da Lei n 5692/71, que

determina o aconselhamento vocacional. Trabalhando junto com o currículo da

escola, encontrando os seus orientadores discutindo a prática pedagógica. A

orientação é voltada para uma visão mais sociológica e coletiva, a legislação

dos profissionais da área compromete-os com atribuições e funções voltadas

para a Psicologia.

O Decreto n 72846/73, que regulamenta a lei que trata do exercício da

profissão de orientador educacional, vai disciplinar os passos que deverão ser

seguidos. A impressão que se tinha é de que a Orientação estava buscando

seu real papel, mas a lei acenava com a disciplina que deveria ser seguida.

(Grinspun 2003).

• Período questionador – década de 1980

Nesse período a orientação educacional é questionada, quanto em

termos de formação de seus profissionais, quanto da é prática realizada. Essa

década traz grandes transformações que irão se refletir na educação, na escola

e na orientação.

Período este que grandes teóricos vão se modificando para uma

dimensão crítica e consciente do momento político social que vivíamos.

Marcado pela realização de muitos cursos de reciclagem, de atividades que

deveriam ser integradas com os supervisores, de trabalhos voltados para o

currículo, onde a própria questão do trabalho era o eixo condutor da proposta

curricular. O orientador passa a ser protagonista de todos os processos

educacionais, passando desde o planejamento, estratégias, avaliação, e assim

como também na orientação. O orientador deseja trazer a realidade do aluno

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para dentro da escola e, portanto, começa a discutir suas práticas, seus

valores, a questão do aluno trabalhador, enfim, o seu “mundo lá de fora”.

(Grinspun 2003).

Na década de 1980, o orientador vai deixando as funções/denominações

de atender alunos-problema, de psicólogo e facilitador de aprendizagem e vai

com o tempo ostentando com mais autoridade técnica seu compromisso

político com e na escola.

A produção acadêmica na área da Orientação vai sendo ampliada numa

dimensão mais crítica e questionadora; assim como os orientadores adotam

uma função política comprometida com as causas sociais. (ibid, 2002).

Na década de 80, os orientadores pensam e discutem muito a sua

profissão e seu papel na educação, ficando somente na teoria, já que a prática

é o mesmo visto nas décadas anteriores.

• Período orientador – a partir de 1990

Segundo Grinspun (2003) denomina esse período como orientador, pois

se tem a Orientação educacional pretendida. Vários fatores nos revelam um

novo momento vivido por esta área: houve a extinção da Federação Nacional

de Orientação Educacional (FENOE); houve uma tentativa de unificação dos

trabalhadores de Educação, engajando-os em uma entidade nacional – a

Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE). Grinspun (

2003) nos afirma em seu entendimento que foi precipitada a extinção de um

órgão para o fortalecimento do outro, na sua visão,eles eram complementares.

Foram grandes os questionamentos sobre o novo rumo da orientação,

nesse período.

GRINSPUN (2002) trata a situação em que se encontra a Orientação

Educacional nos dias de hoje. Para ela, atualmente, a orientação possui papel

mediador junto aos demais educadores da escola, buscando assim o resgate

de uma educação de qualidade nas escolas.

Da ênfase ao individual de antes, passa-se, agora, a reforçar o aspecto

coletivo, sem deixar de levar em conta que este é formado por pessoas com

pensamentos e contextos sociais diferentes que as levam a pensar de maneira

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própria sobre as questões que lhes cercam, devendo elas chegar a realizações

bem sucedidas.

Essas novas mudanças começam a surgir no início da década de 1990,

quando muitos acontecimentos permitem tal processo, passando a educação e

a orientação a andarem juntas, sendo “os orientadores (...) os coadjuvantes na

prática docente” (ibid, 2002, p.27).

Hoje o Orientador Educacional, no discurso de GRINSPUN (2002), não

atua mais por ser uma profissão que deva existir pela “obrigação”, pois na Lei

9394/96 não há a obrigatoriedade da Orientação, “mas por efetiva consciência

profissional, o orientador tem espaço próprio junto aos demais protagonistas da

escola para um trabalho pedagógico integrado, compreendendo criticamente as

relações que se estabelecem no processo educacional.” (GRINSPUN, 2002,

p.28).

A autora relata a importância da interdisciplinaridade dentro da escola,

em que o trabalho de todos é realizado em conjunto, conectado, no qual todos

buscam os melhores processos e resultados (ibid, 2002).

A Orientação tem que servir para esse novo tempo, no qual a educação

lida com o real e suas perspectivas. “O principal papel da Orientação será

ajudar o aluno na formação de uma cidadania crítica e a escola na organização

e realização de seu projeto pedagógico”. Isso significa ajudar nosso aluno ‘por

inteiro’ (grifo da autora): com utopias, desejos e paixões. (...) a Orientação

trabalha na escola em favor da cidadania, não criando um serviço de

orientação (grifo da autora) para atender aos excluídos (...), mas para entendê-

lo, através das relações que ocorrem (“...) na instituição Escola.” (GRINSPUN,

2002, p. 29).

Segundo a autora, a Orientação está nomeada como fazendo parte da

educação e por esse motivo deve pensar hoje, nas dimensões sociais, culturais

políticas e econômicas na qual ela acontece. Por esse motivo, devem-se definir

as tarefas de um orientador engajado com as transformações sociais com a do

histórico em que está inserido.

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A orientação educacional, hoje, depois de observada dentro do contexto

em que se formaram nos sinaliza que chegamos ao momento histórico em que,

vistos como educadores, podemos viabilizar a articulação dos conhecimentos

para contribuir com uma educação verdadeiramente humanizadora.

A autora pontua alguns objetivos a que se destina o trabalho do

Orientador, nos cabe à construção de mecanismos que ajudem a formar um

sujeito mais crítico, mais participativo e mais consciente, ou seja, capaz de

relacionar os conhecimentos científicos acumulados historicamente pela

humanidade com a sua vida.

Atualmente, o papel do orientador educacional na dimensão

contextualizada é importante o coletivo. A prática não vem desvinculada de

uma teoria. As questões de autoestima, autoimagem e auto realização, dentre

outras, continuam como questões básicas da prática do orientador, só que

serão desenvolvidas e trabalhadas junto aos alunos, em uma realidade mais

concreta e objetiva.

A tomada de consciência do educando em si, e suas fases evolutivas

com a sua problemática própria, bem como a tomada de consciência do

educando como pessoa única, com seus aspectos positivos e negativos,

representa um grande passo para a educação ajustada e eficiente, como o

objetivo de formar cidadãos conscientes de suas possibilidades, de seus

deveres e direitos e de suas aspirações.

A orientação educacional deixou de ser um método, uma ação, um

trabalho cujos objetivos era resolver problemas dos alunos e assume hoje uma

posição mais crítica que se afina como os objetivos de educação crítica e

consciente que se deseja alcançar.

Visto antigamente, como o responsável por encaminhar os estudantes

considerados “problema” a psicólogos, o orientador educacional renomeado

hoje em uma nova função, trabalha para intermediar os conflitos escolares e

ajudar os professores a lidar com alunos com dificuldade de aprendizagem.

Regulamentado por decreto federal Lei n 5564, de 21 de dezembro de

1968, o orientador educacional pertence à classe que denominamos

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magistério, é um especialista da educação, mas tem compromisso com toda a

educação que ocorre na escola, tendo os mesmos direitos e deveres, que os

demais.

Cabe ao orientador educacional, manter o elo entre educadores, pais e

estudantes. Para alcançar o sucesso, precisa construir uma relação de

confiança que permita administrar os diferentes pontos de vista, ter habilidade

de negociar e prever ações.

Tecnicamente a orientação educacional vem a ser uma das

especialidades do pedagogo, sendo esta obtida através de cursos de

habilitação, incorporada ou não à licenciatura de pedagogia, ou através da

especialização, conforme Pacco (1998). O orientador educacional, portanto,

atua junto ao corpo discente, ou seja, aos alunos, das instituições de ensino,

acompanhando as atividades escolares, bem como o desempenho do

estudante, seja em termos de rendimento ou de comportamento.

Deve-se ressaltar que o orientador educacional também pode atuar fora

das instituições de ensino. Collares (2006) coloca que atualmente a orientação

educacional vem sendo utilizada em outros âmbitos que não o escolar.

Segundo Grinspun (2006) a orientação educacional pode ser entendida

como um processo dinâmico, contínuo e sistemático, sendo que a orientação

estará integrada em todo o currículo escolar sempre vendo o aluno como um

“ser global” que deve se desenvolver de forma harmoniosa e equilibrada em

todos os aspectos: “intelectual, físico, social, moral, estético, político,

educacional e vocacional”.

No capítulo a seguir, veremos como o orientador educacional interage

para que a comunidade escolar participe de forma a contribuir na formação de

nossos alunos.

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CAPÍTULO III

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A SUA PRÁTICA

NA COMUNIDADE ESCOLAR

A orientação educacional, conforme pode se ver nos trabalhos de Placco

(1998), trabalhando conjuntamente com a orientação pedagógica e com os

docentes, deverá desenvolver um processo cooperativo junto e à alunos,

professores e comunidade. A orientação poderá ser desenvolvida de maneira

diferenciada, ou melhor, adaptada conforme o nível de ensino, pois as

características de cada um deles são diferentes.

Conforme Placco (1998) cabe ao orientador educacional junto aos

alunos:

• Cooperar como o professor, de forma que esteja sempre em

contato como o mesmo, auxiliando-o na tarefa de compreender o

comportamento das classes e dos alunos;

• Demonstrar à família dos alunos para que e para quem serve a

orientação educacional, de modo que estes estejam inteiramente

informados dos organismos que podem ser utilizados pelo menos;

• Mobilizar a escola, a família e a criança para o entendimento da

realidade na qual estão inseridos, e fazer com que todos

entendam o que pode e deve ser mudado para que o processo de

ensino e aprendizado seja eficiente;

• Orientar os pais que participe da vida escolar dos filhos,

convocando-os à escola;

• Desenvolver atividades que integrem pais e escolas, pais e

professores, e também pais e filhos.

• Agir de forma preventiva em situações de dificuldades tanto do

aluno quanto da família, promovendo condições que favoreçam o

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desenvolvimento do educando;

• Pressupor que a educação não é maturação espontânea, mas

intervenção direta ou indireta que possibilita a conquista da

disciplina intelectual e moral;

• Organizar dados referentes aos alunos para que o

acompanhamento dos mesmos seja feito da melhor forma

possível;

• Ter confiança dos alunos, ouvindo-os com paciência e atenção,

demonstrando preocupação com suas necessidades e ou

problemas que venham apresentar.

• Criar um clima de cooperação na escola, demonstrando firmeza

nas atitudes mais simples.

• Integrar os assuntos atuais e interesses dos alunos junto às

diversas disciplinas.

Conforme Placco (1998), a orientação educacional junto aos

professores:

• Orientar sobre as causas de desajustamento e aproveitamento

baixo do aluno, tendo como ferramenta de análise a didática e

qualidade do trabalho do professor, bem como o conteúdo

ensinado;

• Assessorar o corpo discente no planejamento de experiências

diversificadas que permitem ao aluno descobrir através da

autoavaliação e da execução de atividades, suas dificuldades e

facilidades, descobrir sua metodologia de trabalho, observar sua

forma de relacionar-se com os colegas e profissionais da escola e

fazer escolhas.

• Deve inserir e treinar os professores a realizarem sua

autoavaliação estimulando os mesmos a realizarem a mesma

com os alunos.

• Obter recursos teóricos para interpretar os dados obtidos nas

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observações; desenvolvimento de acordo com a faixa etária dos

alunos;

• Pesquisas sobre as causas de desajustamento e aproveitamento

deficiente do aluno;

A orientação educacional conforme Grinspun (1998), não deve

somente trabalhar em cima das dificuldades dos alunos e professores. A

orientação serve também para auxiliar o corpo docente, no que diz

respeito à sua prática pedagógica, assim como no conhecimento do

aluno, auxiliando no processo ensino e aprendizagem. Dessa forma a

orientação educacional deve dar subsídios aos professores quanto a:

• Realizar e disponibilizar aos professores uma coleta e registro de

dados de alunos através de observações, questionários,

entrevistas, reuniões de alunos com pais, para que os professores

possam ter acesso às características principais da comunidade na

qual a escola está inserida, às problemáticas da mesma bem

como dos alunos e de sua família, influenciando diretamente o

trabalho da escola e do professor.

• Realizar um estudo sobre o rendimento dos alunos e atividades

educativas conjuntas que levem ao alcance dos objetivos

comuns.

• Desenvolver um trabalho de prevenção, em relação às

necessidades e problemas apresentados ao longo do processo de

ensino e aprendizagem anteriores ao que está sendo

desenvolvido ou se iniciará;

• Avaliar os resultados do processo de ensino e aprendizagem,

adequando-os aos objetivos educacionais, assessorando e

decidindo junto com o professor nas reuniões, os casos de

aprovação e reprovação dos alunos, tendo sempre em vista

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melhor decisão para o aluno. (Grinspun, 1998).

A orientação educacional não somente atuará com os atores de

dentro da escola, ou seja, alunos e professores. Atuará também, junto à

família desses alunos, uma vez que essa influencia diretamente na

qualidade do processo de ensino e aprendizagem. Segundo Placco

(1998), o orientador educacional deve:

• Para que haja uma coleta de dados é preciso entrevistar os

alunos.

• Propiciar aos pais o conhecimento de características do processo

de desenvolvimento bem como deixá-los ciente de tudo que

acontece com o filho e com seu processo de aprendizagem.

• Avaliar e informar aos pais o estado psicológico da criança, como

suas necessidades e condicionamentos sociais, fazendo o

encaminhamento necessário, mas sempre deixando os pais

cientes.

• Refletir em conjunto com os pais sobre o desempenho de seus

filhos na escola e informar as observações sobre a integração

social do aluno na instituição, verificando variáveis externas que

estejam interferindo no comportamento do aluno, para estudar

diretrizes comuns a serem adotadas.

Conforme Grinspun (2006), a orientação familiar deverá ser realizada

através de reuniões individuais com os pais, em pequenos grupos e nas

reuniões bimestrais programadas constantes do calendário escolar, dessa

forma, a participação da família se faça efetiva e de melhor qualidade para que

o processo de ensino e aprendizagem do aluno seja enriquecedor.

A orientação educacional, além de atuar junto à escola, aos professores

e aos pais dos alunos, a comunidade escolar, deverá sempre atuar junto aos

alunos de forma a entender suas dificuldades, características principais sempre

tendo em vista a melhoria do processo ensino aprendizagem e um melhor

relacionamento entre escola, aluno e família. Assim, o papel do orientador

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educacional segundo Collares (2006):

• Atender individualmente aos alunos, sempre que houver necessidade

para que se desenvolva uma análise e uma reflexão dos problemas

encontrados em situações de classe, intervalos, desempenho escolar,

cuidado com o material de uso comum, respeito aos professores e

funcionários, relacionamento com os colegas de classe;

• Atender em grupo, com outros alunos e/ou profissionais sempre que se

fizer necessário de forma que uma reflexão seja realizada em relação

aos problemas que ocorreram possam ser resolvidos em grupo.

• Esclarecer sobre as regras e normas no que diz respeito ao

cumprimento da escola.

O orientador educacional de acordo com cada nível de ensino sejam

eles ensino fundamental I, ensino fundamental II e ensino médio, deve

entender que existem peculiaridades de cada nível, pois correspondem

faixas etárias diferentes, características diferenciadas, participação dos

alunos e dos próprios pais de forma diferente e até mesmo como são vistos

os alunos, são diferentes de acordo com o nível de ensino observado.

De acordo com a observação realizada, o orientador educacional

aplicará as orientações necessárias e cabíveis para cada caso, respeitando

sempre as finalidades da educação.

Segundo Placco (1998), em relação aos pais, o interesse à vida escolar

dos alunos do ensino fundamental II e médio é ainda menor, se comparado

ao ensino fundamental I e, dessa forma o trabalho do orientador

educacional desse segmento de ensino com a família é ainda maior. Para a

autora os objetivos específicos da orientação educacional para o trabalho

dos pais são:

• Oferecer às famílias subsídios que as orientem e as faça

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compreender os princípios subjacentes à tarefa de educar os

filhos, para maior auto realização dos mesmos, bem como, que a

participação da família se faz necessária para o sucesso do

processo de ensino aprendizagem;

• Garantir o nível de informações a respeito da vida escolar dos

alunos;

• Interpretar e encaminhar dúvidas, questionamentos e qualquer

outro tipo de requerimento por parte da família à escola ou no

caminho inverso;

Segundo a autora, podem-se observar quais as atividades que

devem- ou deveriam – ser realizadas com os pais, pelo orientador

educacional;

• Entrevistas solicitadas pelas famílias;

• Entrevistas solicitadas pela escola;

• Palestras (junto à coordenação e associação de pais e mestres);

• Reuniões com todos os pais para discutir aspectos gerais do

ensino, da escola, de algum evento ou da própria comunidade.

O papel do orientador educacional na dimensão contextualizada diz

respeito, basicamente, ao estudo da realidade do aluno, trazendo-a para

dentro da escola, no sentido da melhor promoção do seu

desenvolvimento. A orientação educacional como abordamos, não existe

para padronizar os alunos nos paradigmas escolhidos como ajustados,

disciplinados ou responsáveis. O importante é a singularidade dentro da

pluralidade do coletivo. (Grinspun, 2003).

A prática não vem desvinculada da teoria. Precisa da construção do

conhecimento, do pensamento e da linguagem do nosso aluno. Cabe ao

orientador juntar aos demais profissionais da educação, e dentro das

suas especificidades, favorecer as relações entre o desenvolvimento e o

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aprendizado do aluno.

A orientação educacional, como integrante do sistema escolar, por

força da legislação oficial, observa, analisa, reflete e realimenta o

processo educacional que ocorre na turma, na escola e na comunidade

considerando os fatores psicológicos e sociais que envolvem, tendo

como ponto de referências o aluno como pessoa. (Grinspun, 2001).

Como estratégia que pode colaborar para o bom andamento do

trabalho educativo, podemos citar a abertura da escola à comunidade,

que nem sempre é feita de forma tranquila, com afirma Vasconcellos

(2002, p. 63):

Alguns diretores tratam os equipamentos da escola como se fossem objetos

pessoais, propriedades privadas; outros, ao contrário, estabelecem relações de

parceria com a comunidade e, com isto, não só passam a contar com ela como

elemento de apoio para as mudanças, como ainda obtêm diminuição do

vandalismo, da violência; os alunos se sentem acolhidos, experimentam a

escola como território aliado. Queremos deixar claro que estamos nos referindo

à abertura tanto no que diz respeito às instalações e equipamentos, quanto,

num sentido mais sutil, de se deixar sensibilizar pelas exigências colocadas

pela sociedade.

Segundo Villon (2003) na tarefa de aproximar a escola da

comunidade, a orientação educacional alcança em sua atuação instituições

como clubes, indústrias, firmas comerciais, associações de moradores e

escolas de samba e procura mostrar as possibilidades, os papéis e as

influências que essas instituições exercem na comunidade e que, muitas

vezes, elas mesmas desconhecem.

Sendo esse caminho do orientador educacional, comprometido com a

justiça e com o desenvolvimento da sociedade.

Paulo Freire (1985) afirma que:

O compromisso, próprio da existência humana, só existe no engajamento com

a realidade de cujas “águas” os homens verdadeiramente comprometidos ficam

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“molhados”, ensopados. Somente assim o compromisso é verdadeiro. Ao experenciá-

lo, num ato que necessariamente é corajoso, decidido e consciente, os homens já não

se dizem neutros. (p, 19).

Segundo Collares (2006), atualmente a orientação educacional se

caracteriza por um trabalho mais abrangente, na dimensão pedagógica,

possuindo caráter mediador junto aos demais educadores e atuando com todos

os protagonistas da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de uma

educação de qualidade. Busca conhecer a realidade e transformá-la, para que

seja mais justa e humana.

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CONCLUSÃO

Conforme observado neste estudo, a educação é algo essencialmente

humano desenvolvido por ele e para ele, atendendo sua emancipação,

tornando o homem um entendedor e transformador de sua realidade de

acordo com suas necessidades. Visto que ao longo do tempo, a educação

vem sofrendo modificações de acordo com as demandas sociais de cada

época, ou seja, a educação é uma ferramenta de formação humana sendo

que esta formação varia conforme as necessidades vigentes que surgem na

sociedade.

Paradigmas são desenvolvidos pela educação, e conforme a época é

moldada as práticas pedagógicas dos professores, assim como os

conteúdos selecionados para os alunos, tendo em vista o plano maior do

desenvolvimento social e econômico.

Assim como a educação é formatada conforme as demandas sociais, a

orientação educacional também terá seus objetivos e funções ajustados

conforme os paradigmas de cada época vigente.

A orientação passou por várias transformações em vários períodos, que

podem ser assim sintetizados: período implementar, período institucional,

período transformador, período disciplinador e período questionador.

Pode se dizer, portanto, que a orientação educacional tem como

objetivos gerais sejam eles no ensino fundamental I, II ou médio, atuar junto

aos alunos, ao corpo docente, à família, à comunidade e à escola como um

todo – direção, coordenação e outros setores- com o objetivo de maximizar

a qualidade do ensino, do processo de ensino e aprendizagem,

desenvolvendo atividades que estimulem os alunos, os professores e a

família, tendo em vista as dificuldades dos alunos e encaminhando-os de

forma a sanar as mesmas.

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Atualmente a educação pública brasileira passa por inúmeras

dificuldades de diversas ordens, como falta de recursos, políticas

educacionais ineficazes e quando são eficazes sofrem com a corrupção e

desvios dos recursos, má remuneração salarial dos professores, má

formação dos mesmos que acarreta na má qualidade de ensino.

A orientação educacional acaba de sair daquela utopia de objetivos

educacionais para virar uma ferramenta de solução de problemas que nem

sempre a escola consegue resolver e, dessa forma, essa função vai sendo

deixada de lado pela sobrecarga que gera em cima do orientador.

Hoje a orientação educacional perpassa os muros da escola, e vem

atuando em outros campos, como ONG`s, clubes, universidades, etc.,

enfatizando a importância desse profissional.

Pode-se concluir que a orientação educacional é de suma importância

para a melhoria da qualidade de ensino, mas o ensino público brasileiro

ainda necessita sanar seus obstáculos para que a orientação educacional

possa ser desenvolvida, uma forma de criar cidadãos, de trazer a família

para a vida escolar do aluno, melhorar a relação pai-aluno- professor,

professor-aluno e, dessa forma, tornar a educação algo que realmente

emancipe o ser humano.

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BIBLIOGRAFIA

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GRINSPUN, M.P.S. (Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 1998.

GRINSPUN, M.P.S. (Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 2003. .

GRINSPUN, M. A orientação educacional: conflitos, paradigmas e alternativas. São Paulo: Cortez, 2006.

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KECHIKIAN, A. Os filósofos e a educação. Lisboa: Edições Colibri, 1993.

MÉSZÁROS, I. Educação para além do capital. Rio de Janeiro: Bom tempo, 2005.

PLACCO, V. M. N. S. Formação e prática do educador e do orientador. Confrontos e questionamentos. Campinas, SP: Papirus, 1998.

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M.P.S. (Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez,

2003.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – A Educação como formadora do ser humano 10

CAPÍTULO II - A Orientação Educacional 17

CAPÍTULO III – A Orientação Educacional e sua prática na comunidade escolar

22

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

ÍNDICE 36

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