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<> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA <> <> <> <> <> PROPOSTA PARA MINIMIZAR OS EFEITOS CAUSADOS POR ACIDENTES DE DERRAMAMENTO DE ÓLEO NO LITORAL FLUMINENSE. <> <> <> Por: Fabio Rodrigues Perali <> <> <> Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · de óleo, averiguar e agir os danos ambientais causados pelo mesmo. No Capítulo V, abordamos a legislação brasileira relacionada

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

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PROPOSTA PARA MINIMIZAR OS EFEITOS CAUSADOS POR ACIDENTES DE DERRAMAMENTO DE ÓLEO NO LITORAL

FLUMINENSE.

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<>

Por: Fabio Rodrigues Perali

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<>

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

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<>

PROPOSTA PARA MINIMIZAR OS EFEITOS CAUSADOS POR ACIDENTES DE DERRAMAMENTO DE ÓLEO NO LITORAL

FLUMINENSE. <>

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Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção de

pós-graduação em Gestão no Setor de Petróleo e

Gás.

Por: Fabio Rodrigues Perali

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos profissionais da área que

foram imprescindíveis neste trabalho,

pois sem eles não seria viável a

realização do mesmo.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus filhos Luciano e

Henrique e minha esposa pelo carinho.

Aos professores pelo incentivo.

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RESUMO

Os transportes marítimos e oleodutos, em decorrência das plataformas

petrolíferas na Bacia de Campos no litoral fluminense, ocasionam impactos

ambientais em função de possíveis derramamentos de óleo, provocados por

diversos tipos de acidentes. Esta monografia visa destacar as consequências

que o derramamento de óleo ocasiona ao meio ambiente, onde treinar,

capacitar, prevenir e conter os mesmos são aspectos primordiais para se

combater esses possíveis acidentes.

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METODOLOGIA

A metodologia para a elaboração desta monografia teve por base

pesquisas bibliográficas em livros especializados em petróleo, jornais, acesso

à rede mundial de computador e entrevistas com profissionais que trabalham

na área de proteção ambiental.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10

CAPÍTULO II 17

CAPÍTULO III 22

CAPÍTULO IV 32

CAPÍTULO V 40

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48

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INTRODUÇÃO

Existe inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém, a mais

aceita é que ele surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais

depositados no fundo de lagos e mares. Onde a premência do petróleo é uma

verdade desde que nossa comunidade se iniciou e se reforçou com a

Revolução Industrial. Com a Revolução Industrial houve um significativo

aumento do uso do petróleo e seus respectivos derivados, seja nas indústrias

e nos diversos combustíveis de veículos.

Com o começo dos transportes marítimos e oleodutos, vários danos

ambientais foram ocasionados nos últimos anos por causa do derramamento

de óleo. Quando derrama óleo no oceano, consequências drásticas ambientais

ocorrem, pois atingem os ecossistemas litorâneos, onde provoca inúmeras

mortes de peixes e diversos animais marítimos.

Com diversos números de estaleiros, navios petroleiros e oleodutos, há

um grande risco de vazamento de óleo no mar, onde prevenir acidentes são

aspectos primários para tais problemas.

Estão sendo utilizados métodos tecnológicos existentes para atividades

de contenção, a qual se mostra a relevância da prática de controle ao

derramamento de óleo provenientes de navios e oleodutos, onde serão

respeitadas as leis vigentes pelo órgãos reguladores.

No capítulo I, abordarmos teorias sobre a procedência geológica do

Petróleo, seu comportamento no meio ambiente e os principais subprodutos.

No capítulo II, abordamos alguns acidentes recentes ocorridos na Bacia

de Campos e as conseqüências causadas no meio ambiente, além dos

procedimentos tecnológicos atualmente utilizados para evitar tais ocorrências.

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No capítulo III, abordamos um plano para conter o derramamento de

óleo no litoral fluminense para prevenir tal problema.

No Capítulo IV, abordamos várias técnicas para conter o derramamento

de óleo, averiguar e agir os danos ambientais causados pelo mesmo.

No Capítulo V, abordamos a legislação brasileira relacionada com a

poluição causada pelo petróleo e seus derivados.

CAPÍTULO I

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FORMAÇÃO DO PETRÓLEO

1.1 Procedência geológica e características do petróleo

Existem diversas teorias sobre o descobrimento do petróleo, onde a

mais relevante se dá através de restos orgânicos de animais e vegetais

alocados no fundo dos oceanos, as quais sofreram diversas transformações

químicas como altas temperaturas, pressão pelas camadas de sedimentos no

decorrer de milhares de anos.

O petróleo está associado a grandes estruturas que comunicam a crosta

e o manto da terra, sobretudo nos limites entre placas tectônicas. Logo para

existir petróleo deve haver sedimentos ricos em matéria orgânica, rocha

reservatório e rocha base. As condições de temperatura e pressão são

favoráveis para que haja a maturação do petróleo.

1.2 Constituição da Bacia Sedimentar

As bacias sedimentares são depressões da superfície terrestre

formadas por abatimentos da litosfera, nas quais se depositam, ou

depositaram, sedimentos e, em alguns casos materiais vulcânicos. As bacias

sedimentares preservam um registro detalhado do ambiente e dos processos

tectônicos que deram forma à superfície da Terra através do tempo geológico.

Também servem como importante repositório de recursos naturais, tais como

água subterrânea, petróleo e recursos minerais diversos.

Dependendo das causas da sua formação as bacias sedimentares

podem ser de diversas variedades, tais como:

- Frontais, que se localizam à frente de uma cadeia montanhosa ou de

um arco de ilhas vulcânicas, que são o resultado da convergência de placas

que obriga à flexão e afundamento da litosfera.

- Retroarco localizam-se entre o arco de ilhas vulcânicas e o continente,

pois resultam da formação de cadeias montanhosas; as de estiramento

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resultam da distensão da litosfera devido à actuação de forças tectónicas

distensivas.

- Arrefecimento da litosfera, pois este provoca um aumento da

densidade das rochas e a sua subsidência.

A área de bacias sedimentares no Brasil totaliza 6.436.200 km² , dos

quais 4.898.050 (76%) km² estão em terra e 1.538.150 (24%) km² em

plataforma continental. Da área de bacias sedimentares em terra, 4.513.450

km² (70%) são interiores e 384 600 km² estão na costa. Da área de bacias

situadas no mar, há 776.460 km² com menos de 400m de lâmina d'água e

761.690 km², mais de 400m de lâmina d'água.

As bacias sedimentares do Brasil datam do Paleozóico, do Mesozóico e

do Cenozóico As maiores são a Amazônica, a do Parnaíba – também

chamada do Meio-Norte -, a do Paraná ou Paranaica e a Central. As de menor

extensão são a do Recôncavo, Tucano (produtoras de petróleo), do Pantanal

Mato-Grossense, do São Francisco ou Sanfranciscana, e a Litorânea.

As bacias do Pantanal Mato-Grossense, Litorânea, bem como alguns

trechos que margeiam os rios da bacia hidrográfica Amazônica, foram

formadas no Cenozóico. São do Mesozóico as bacias sedimentares Paranaica,

Sanfranciscana e a do Meio-Norte, sendo que a formação da Paranaica e da

Sanfranciscana, as mais antigas, já se inicia no Paleozóico.

Atualmente, nove das bacias sedimentares brasileiras (Campos, Espírito

Santo, Tucano, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas, Potiguar, Ceará e

Solimões), totalizando 1.645.330 km² (25,6% da área total), são produtoras de

petróleo.

1.3 Características do Petróleo

O petróleo bruto retirado das jazidas contém diversos hidrocarbonetos e

contaminantes presentes, necessitando de um refino que separe e purifique as

diversas frações obtidas através de um conjunto de operações unitárias e

conversões químicas. Nas refinarias o petróleo é submetido a diversos

processos físico-químicos pelos quais se obtém grande diversidade de

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compostos, tais como: GLP ou gás de cozinha, gasolina, naftas, óleo diesel,

gasóleos, querosenes de aviação e de iluminação, óleo combustível, asfalto,

lubrificantes, solventes, parafinas, coque de petróleo, resíduos, entre outros.

As parcelas dos derivados produzidos em determinada refinaria variam de

acordo com o tipo de petróleo processado.

De acordo com as características geológicas do local de onde é

extraído, o petróleo bruto pode variar quanto à sua composição química e ao

seu aspecto. Há aqueles que possuem alto teor de enxofre, outros apresentam

grandes concentrações de gás sulfídrico, por exemplo.

Quanto ao aspecto, há petróleos pesados e viscosos, e outros leves e

voláteis, segundo o número de átomos de carbono existentes em sua

composição. Da mesma forma, o petróleo pode ter uma ampla gama de cores,

desde o amarelo claro, semelhante á gasolina, chegando ao verde, ao marrom

e ao preto.

1.4 Características Físicas do Óleo

Os óleos são descritos, tipicamente, conforme suas propriedades

físicas. Estas, combinadas com diversos fatores ambientais, são usadas para

determinar como o óleo derramado na água reage sob condições ambientais.

Os derivados de petróleo apresentam, genericamente, propriedades

físicas semelhantes. Normalmente, não reagem quimicamente ou apresentam

dificuldades de reação com agentes oxidantes ou redutores, não apresentando

ação reativa ou corrosiva.

Como exemplo, podemos citar algumas propriedades físicas do óleo,

tais como: densidade específica, densidade API, ponto de inflamação, ponto

de fluidez, viscosidade, tensão superficial e solubilidade.

1.5 Classificação do Petróleo

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A amostragem de petróleo pode ser classificada de diversas formas,

dependendo do critério utilizado para tal, dentre os quais destacam-se: Grau

de Densidade API, do American Petroleum Institute, o teor de enxofre ou

segundo a razão dos componentes químicos presentes (parafínicos,

naftênicos, asfálticos, etc).

a) Grau API: o cálculo do grau API é realizado utilizando-se a seguinte

equação:

API = 141,50 / Densidade – 131,50

A densidade do óleo utilizada é a densidade específica calculada

tendo como referência a água. Observa-se que quanto maior o valor

de API, mais leve é o óleo ou o derivado, onde podemos citar como

exemplo: Asfalto 110 API, Óleo Bruto Pesado 180 API, Óleo Bruto

Leve 360 API, Nafta 500 API e Gasolina 600 API.

Dessa forma, segundo o grau de densidade API, temos:

- Petróleos Leves: acima de 300 API

- Petróleos Médios: entre 21 e 300 API

- Petróleos Pesados: abaixo de 210 API

Assim, petróleos mais leves dão maior quantidade de gasolina, GLP e

naftas, que são produtos leves. Já os petróleos pesados resultam em maiores

volumes de óleos combustíveis e asfalto. No meio da cadeia estão os

derivados médios, como o óleo diesel e o querosene.

b) Teor de Enxofre: segundo o teor de enxofre da amostra, tem-se a

seguinte classificação para o óleo bruto.

- Petróleos “Doces”: teor de enxofre < 0,5% em massa.

- Petróleos “Ácidos”: teor de enxofre > 0,5% em massa.

c) Razão entre Componentes Químicos: como foi dito, o petróleo

pode ser classificado ainda pelo tipo de hidrocarboneto

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predominante na sua composição. Se os hidrocarbonetos presentes

em maior quantidade forem saturados de cadeia aberta, diz-se que o

óleo é parafínico. Cadeias saturadas e cíclicas compõem os óleos

naftênicos.

Para predominância de compostos insaturados, temos as seguintes

classificações:

Aromáticas: cadeia fechada, apresentando ligações duplas e simples

alternada, ou seja, núcleo benzênico.

Olefínicos: cadeias com ligação dupla.

Acetilênicos: cadeias retilíneas com ligação tripla.

Depois de caracterizado, o petróleo é, então, submetido ao refino, que

pode ser dividido em três classes em função do seu objetivo:

1.5.1 Persistência do óleo no Ambiente

O fator persistência é baseado no tempo em que um produto permanece

em determinado meio. A persistência é definida como a quantidade do produto

original que permanece no solo, sedimento, e coluna d’água após um derrame.

São classificados como não persistentes os produtos refinados de

petróleo que tendem a evaporar e dissipar rápida e naturalmente e que

raramente requerem limpeza (ITOPF, 2003).

São classificados como Persistentes aqueles petróleos crus e produtos

refinados que tendem a se dissipar mais vagarosamente (CETESB, 2004).

Uma mistura de componentes de peso leve e intermediário e componente

pesado formam tais produtos. A composição dos produtos sofrem

modificações à medida que os componentes vão sendo removidos pelos

processos de intemperização.

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1.5.2 Comportamento no Meio Ambiente

Ao entrar em contato com o ambiente, o produto derramado começa a

sofrer contínuos processos físicos e químicos decorrentes das condições

ambientais locais como ventos, temperatura, intensidade luminosa, ondas e

correntes. Dependendo da natureza do produto derramado este tenderá a

desaparecer ao longo do tempo ou a persistir no ambiente.

As transformações sofridas pelo petróleo e seus refinados no ambiente,

chamadas de intemperização, são regidas por processos que podem ser

divididos em dois grupos:

- Evolução primária que afeta principalmente as características

físicas do produto (densidade, viscosidade, ponto de escoamento, solubilidade)

sem alterações na natureza química dos componentes. Nos processos de

espalhamento do produto derramado e evaporação dos componentes leves, à

dissolução das frações solúveis, à emulsificação decorrente do

hidrodinamismo e à sedimentação por aderência de partículas suspensas na

coluna d’água.

- Evolução secundária englobando processos mais lentos que

podem se estender de meses a anos atuando sobre o produto já

envelhecido. Os processos atuantes sobre as moléculas nesta fase são

a oxidação química ou fotoquímica microbiana.

As condições específicas locais, como por exemplo, condições de

tempo, profundidade, correntes, energia das ondas, habitats, alteram a

eficiência de cada um desses processos; contudo, as taxas relativas desses

processos são controladas pela natureza físico-química do material derramado.

1.5.3 Deslocamento de Mancha

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Quando derramado no ambiente, a mancha formada se desloca

perifericamente como resultado do processo de expansão e em uma

determinada direção que é a resultante da ação dos ventos e das correntes.

Uma vez apresentadas as características dos hidrocarbonetos e havendo o

entendimento do comportamento destes no meio ambiente, trataremos, a

seguir, dos impactos ambientais advindos de derrames acidentais ou

operacionais.

CAPÍTULO II

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DERRAMAMENTOS DO PETROLEO NO MAR

O petróleo é um produto da natureza de grande importância para a vida

de todos, e com a demanda cada vez maior pelo transporte marítimo,

juntamente ocorrem diversos acidentes por derramamento de óleo causando

um enorme dano quando adicionado ao meio ambiente, principalmente pelo

lançamento de efluentes, das emissões atmosféricas, da geração de resíduos,

e da transferência de espécies exóticas através da água de lastro. A região da

Baía de Guanabara é impactada principalmente por um fluxo de navios da

Transpetro e pela refinaria.

As fontes de contaminação do mar por petróleo podem ser classificadas

em: exsudação natural, extração e transporte.

- A exsudação natural tende a ocorrer em mar aberto, esporadicamente

e em baixas vazões.

- A extração de petróleo e gás podem provocar derramamentos

acidentais provenientes de erupções de poços, vazamentos superficiais de

plataformas ou desprendimento crônico associados com a disposição de águas

produzidas e cascalhos contaminados gerados no processo de perfuração.

- O transporte de petróleo e de produtos refinados e as atividades de

refino e de distribuição podem provocar vazamentos que não são classificados

como triviais, visto poderem ocorrer como grandes derramamentos e em todos

os locais de passagem de petroleiros ou onde oleodutos estejam instalados.

Os derrames de óleo podem causar danos à vida marinha e forte

impacto econômico nas atividades costeiras, afetando aqueles que exploram

os recursos marinhos. Áreas costeiras onde são exercidas atividades de

recreação e de turismo; indústrias que dependem do fornecimento de águas

limpas para sua operação; portos e estaleiros; áreas de exploração e criação

de recursos marinhos são exemplos de locais que, quando atingidos, podem

sofrer grandes prejuízos.

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2.1 Poluição por Derramamento de Petróleo no Mar

O petróleo é um produto da natureza de grande importância para a

nossa vida, logo um vazamento de óleo pode ganhar força por conta de um

fenômeno natural denominado Rotator de Corrente. Embora ele ocorra em

alto-mar, a mais de cem quilômetros da costa, sua força provoca uma espécie

de rodamoinhos, onde o que entra ali pode ser jogado para perto do litoral. Os

estragos estimulados pelo rotator teriam um efeito especialmente danoso ao

meio ambiente e aos animais marinhos.

A poluição do petróleo pode ser causada por qualquer derramamento de

petróleo bruto ou de seus produtos refinados. Os maiores e mais danosos

eventos poluidores usualmente envolvem derramamentos de petróleo ou

pesados combustíveis de tanques sem capacidade ou plataformas furadas no

mar, de navios ou embarcações ou explosões de poços ou de oleodutos

danificados na terra.

Um derramamento em terra pode ocorrer de muitas formas, mas os

maiores eventos envolvem geralmente ruptura de um oleoduto ou explosão de

poços. As causas de ruptura de oleodutos são diversas, elas incluem

equipamento de bombeamento danificado, terremotos, sabotagens,

derramamento de petróleo deliberado como ocorrido na Guerra do Golfo, entre

outras. A quantidade de petróleo total de óleo derramado de oleodutos não é

ainda quantificada em muitas partes do mundo. Por causa do grande

disseminado uso de sensores e mecanismos de interrupção de seções de

oleodutos, eventos individuais são muito menores que os que ocorrem

individualmente, derramados pelos super tanques oceânicos ou por explosões

de plataformas fora da costa. Porque a dispersão do óleo derramado na terra é

mais restrita na terra do que na água, derramamentos terrestre usualmente

afetam áreas localizadas (ao menos que o óleo derramado alcance um curso

de água).

É impossível prever a localização e magnitude de qualquer

derramamento acidental de petróleo. Como esperado derramamentos de

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tanques são mais frequentes em áreas costeiras do que em áreas do mar mais

viajadas.

É importante enfatizar que o tamanho do derramamento não

necessariamente nos mostra sobre o seu potencial de causar danos. Um

pequeno acidente pode causar sérios danos a um ambiente de grande

sensibilidade. Além disso, o tipo de produto do petróleo pode afetar a

gravidade do dano ecológico. As mais importantes considerações devem ser

feitas ao grau de toxicidade e a persistência ambiental dos materiais

derramados.

Descargas operacionais de lavagens de tanques de óleo também são uma

fonte frequente de derramamentos marinhos, embora a importância desta

fonte tenha decrescido. Esta fonte de poluição esta associada com a prática de

enchimento de tanques com água do mar após a entrega da carga de petróleo

ou de um produto refinado e a descarga do óleo no mar quando o navio viaja

para pegar sua próxima carga.

2.2 Principais Acidentes com Petróleo e Derivados

Em várias décadas foram ocorridos diversos acidentes por

derramamento de óleo, causando transtorno à população e ao meio ambiente.

Logo abaixo, segue os principais acidentes por derramamento de óleo

ocorridos no Brasil e no Mundo.

2.2.1 Principais acidentes internacionais

Em função das atividades de exploração, produção e transporte de

petróleo e seus derivados, muitos acidentes causaram e ainda vem causando

a poluição das regiões marinhas, costeiras e oceânicas, danos à vida marinha

e estuarina, prejuízos à pesca, à maricultura e ao turismo. O primeiro caso

conhecido ocorreu em 1967, devido ao encalhe do petroleiro Torrey Canyon

em recifes, próximos da costa da Inglaterra, liberando 123.000 ton. de petróleo.

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O maior vazamento internacionalmente, ocorreu em 2010 nos EUA na

Plataforma Deepwater Horizon causando um derramamento de 779 mil/m3

2.2.2 Principais acidentes no Brasil

O primeiro registro de um acidente envolvendo poluição por óleo no

Brasil encontra-se na revista International Oil Spill Statistics de 1977 e se

refere ao navio Sinclair Petrolore em 6.12.1960, com vazamento estimado em

66.530 m³ de petróleo para o mar, após ter explodido e afundado próximo da

Ilha de Trindade (ES). Um tripulante desapareceu e os outros 29 foram

resgatados no dia seguinte. Não há informações sobre o comportamento da

mancha de óleo nem sobre áreas afetadas.

Na década de 1970, foram registradas três ocorrências de grande

magnitude, tanto em volume vazado como em áreas atingidas, devido à colisão

de navios com rocha submersa. No litoral paulista, foram os petroleiros

Takimyia Maru (1974) e Brazilian Marina (1978) no Canal de São Sebastião e

no litoral fluminense, o petroleiro Tarik Ibn Zyiad (1975) na Baía da Guanabara.

Estima-se que em cada um destes episódios tenham vazado 6.000 toneladas.

A ocorrência de maior repercussão nos meios de comunicação foi o

rompimento do oleoduto na Baia da Guanabara (jan/2000), entre a Refinaria

Duque de Caxias e o Terminal da Ilha d´água, com vazamento de 1.300 m³ de

óleo combustível marítimo, causando a contaminação de praias, costões,

manguezais, unidades de conservação e patrimônio histórico. Houve

mortandade de aves aquáticas, crustáceos e impactos negativos às atividades

da pesca, do extrativismo e do turismo.

O acidente que causou, conjuntamente, grande impacto à vida humana

e à vida estuarino-marinha, foi à explosão seguida de incêndio do navio

químico Vicuña, no Porto de Paranaguá (PR), do qual vazaram 1.000 m³ litros

de metanol e 5.000 m³ de óleo combustível marítimo (MF 180). Quatro

tripulantes perderam a vida. Centenas de animais, incluindo crustáceos,

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golfinhos, tartarugas e aves aquáticas foram encontrados mortos e moribundos

ao longo da Baía de Paranaguá. Houve grave prejuízo à pesca, às unidades de

conservação, ao turismo e à atividade portuária.

Com relação à exploração e produção de petróleo em alto mar, o pior

cenário foi à explosão seguida do naufrágio da Plataforma P 36 na Bacia de

Campos (RJ), a 150 km da costa, em março de 2001, na qual faleceram onze

brigadistas. Vazaram 1.200 m³ de óleo diesel e 350 m³ de petróleo para o

oceano.

Analisando a relação do histórico dos principais incidentes envolvendo

poluição por óleo no Brasil, observa-se que os primeiros registros estão

relacionados com transporte marítimo, no litoral sudeste, entre 1960/1980 e

foram os que liberaram maiores volumes de petróleo ao mar (6.000 m³). Nos

anos seguintes, as ocorrências passaram a ocorrer também em oleodutos, em

terminais e refinarias de várias partes do país e com volumes menores.

E o mais recente ocorrido no Brasil, a 370 km a nordeste do Rio de

Janeiro, na Bacia de Santos onde operava 79 mil barris por dia, sendo o oitavo

maior campo produtor no Brasil, atrás apenas de Campos operados pela

Petrobrás. Oficialmente a Chevron calcula que a mancha de óleo localizada a

120 km da costa. Com base captada pela NASA, o vazamento é de 3.738

barris.

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CAPÍTULO III

Plano para conter vazamento de óleo no mar

A prevenção e preparação são aspectos fundamentais no contexto dos

vazamentos de óleo, devendo fazer parte integrante dos planos de

gerenciamento das atividades do setor de petróleo.

A prevenção relaciona-se mais diretamente com os estudos e ações que

são adotadas para gerenciar e minimizar os riscos de acidentes.

Preparação para resposta, no contexto dos vazamentos de óleo, é

consolidada através dos planos de emergência/contingência, nos seus

diversos níveis de organização, os instrumentos que organizam e otimizam as

ações de combate.

Os treinamentos, nas suas mais variadas formas são atividades

permanentes e constantes, cuja função é preparar as equipes para

atendimentos reais eficientes, bem como para consolidar os planos de

combate e identificar problemas e fragilidades que precisam ser melhor

trabalhadas.

3.1 Planos de contingência para vazamentos de óleo no mar

O Plano de Contingência (PC) define a estrutura organizacional, os

procedimentos e os recursos disponíveis para resposta a eventos de poluição

por óleo no mar, nos diversos níveis operacionais ou de ações requeridas seja

ela local, regional ou nacional.

Apesar dos significativos avanços tecnológicos nas atividades de

exploração, armazenamento e transporte de petróleo e de seus derivados,

existe a possibilidade de um acidente acontecer e de gerar poluição

ambiental.

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As consequências podem e devem ser reduzidas e, para tanto, o Plano

de Contingência é uma ferramenta fundamental. Assim, para otimizar a

capacidade de resposta e minimizar as consequências negativas destes

eventos, as instalações que manipulam substâncias perigosas devem possuir

um Plano de Contingência bem elaborado, isto é, simples, objetivo e funcional

com equipes bem capacitadas.

3.2 Ações de respostas

Ações de resposta referem-se ao conjunto de medidas adotadas para

minimizar os danos provocados pelos derrames de óleo ao meio ambiente.

Para que sejam adequadamente escolhidas e aplicadas, são necessárias

ações iniciais no sentido de se conhecer o cenário envolvido no acidente para

definir as estratégias de combate e dimensionar os recursos necessários para

uma efetiva resposta, informações estas obtidas através de uma avaliação

preliminar.

As ações de combate propriamente, permeiam a contenção e remoção

do produto do mar e a limpeza de ambientes costeiros atingidos através de

técnicas apropriadas. Sempre após a intervenção das equipes de remoção e

limpeza, há a geração de resíduos líquidos e sólidos que devem ser também

dispostos de forma adequada.

3.3 Mapeamento ambiental (Quanto a Abrangência)

O mapeamento da sensibilidade ambiental é um instrumento essencial

para adequar o planejamento e ação de resposta a derrames de óleo.

Através dessa abordagem pode indicar a localização de diferentes

recursos costeiros biológicos, recreacional e comercial como áreas de

maricultura, pontos de captação de água, portos, terminais, etc).

3.4 Treinamentos e Simulações

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Uma vez consolidados os planos de emergência individuais (das

empresas), ou mesmo os Planos de Contingência nos seus diferentes níveis

(local, regional, nacional), os exercícios simulados são fundamentais para

validá-los e para o treinamento e preparação dos elementos participantes. Por

isso mesmo, os simulados são itens obrigatórios nos capítulos referentes a

Treinamento e preparação dos planos de emergência/contingência.

Segundo IPIECA (1996), um programa de exercícios simulados precisa

preparar progressivamente as equipes de resposta para que desempenhem

efetivamente suas funções de acordo com todas as situações preconizadas no

plano de contingência. Logicamente, o principal teste da eficiência destes

planos é a sua aplicação em situação real.

Dentro deste contexto, é adequado reproduzir aqui os princípios

norteadores para o planejamento dos exercícios simulados, bem como as

considerações mais importantes apresentadas:

Princípios norteadores para a realização de exercícios simulados:

• Garanta que o manejo / gerenciamento em todos os níveis (topdown)

suporte as atividades do exercício.

• Estabeleça objetivos claros, realísticos e mensuráveis para o exercício;

• A meta do exercício é melhorar, não impressionar;

• Exercícios mais simples, e mais frequentes, levam inicialmente a

melhoras mais rápidas;

• Não enfrente exercícios complexos sem pessoal experiente e

competente;

• Muitas atividades, locações e participantes podem complicar ou

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mesmo desestruturar um exercício;

• Sucesso na avaliação é tão importante quanto o sucesso na condução

do simulado;

• Planejamento e condução de um exercício bem sucedido devem ser

reconhecidos como uma Significativa realização.

3.5 Exercícios de acionamento

Pratica-se os procedimentos de alerta e acionamento predefinidos no

Plano de Emergência. Pode testar o sistema de comunicação, o tempo de

resposta, a eficiência no repasse de informação, a disponibilidade dos

coordenadores e responsáveis, bem como dos substitutos (back-up personal).

Avalia também os procedimentos de levantamento preliminar de informações,

planilhas e questionários. Pode ser conduzido em qualquer dia ou hora,

programado ou não.

Exercícios.Tabletop

Exercícios com base teórica, envolvendo discussões sobre diferentes

cenários possíveis ou previstos nos estudos de análise de risco. Neste

importante exercício, após o informe do acidente, é desencadeado o

fluxograma de acionamento, e todas as etapas do exercício de notificação. São

também conduzidas as orientações das ações de resposta, liberação de

recursos, frentes de trabalho, estabelecimentos de prioridades. Todos os focos

do Plano de contingência são abordados.

Exercício.de.uso.de.Equipamentos

Nestes simulados, ocorre o treinamento prático das operações de

resposta, nas fases de contenção e remoção em mar, bem como proteção e

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limpeza da costa. É fundamental para o pessoal operacional estar familiarizado

e bem treinado para o lançamento de equipamentos e

Manejo dos mesmos durante a emergência.

Manejo.de.Acidentes

Este é um exercício mais completo e complexo, envolvendo todas as

atividades de um evento real, previstas no plano de contingência. Nesta fase,

os simulados realmente testam a habilidade do grupo de resposta em atender

adequadamente uma emergência. Envolve complexa estrutura, inclusive com a

participação de terceiros (meio ambiente, prefeituras, etc), todos assumindo

suas responsabilidades pré-definidas no plano.

Mapeamento.Ambiental

O mapeamento da sensibilidade ambiental é um instrumento essencial

para um adequado planejamento e ação de resposta a derrames de óleo.

Através dessa abordagem pode-se indicar a localização de diferentes recursos

costeiros biológicos (praias, costões, recifes de coral, áreas de nidificação,

etc), recreacional (áreas de turismo, marinas, áreas de balneabilidade, etc) e

comercial como áreas de maricultura, pontos de captação de água, portos,

terminais, etc.

3.6 Avaliação de impactos e monitoramento

A avaliação dos danos no ambiente marinho é parte fundamental dentro

das demandas geradas pelos derrames de óleo. Todos sabem da

periculosidade potencial do petróleo e seus derivados aos organismos vivos

sendo que uma grande variedade de efeitos já é conhecida. Logicamente, os

efeitos variam em intensidade, tipo e duração da resposta, de acordo com

vários fatores, podendo ocorrer desde situações onde nenhuma alteração

significativa é percebida, até a destruição total de um ecossistema.

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No entanto, a identificação e quantificação dos impactos de derrames de

óleo representa um grande desafio devido às dificuldades operacionais e

metodológicas existentes. Apesar disso, relativamente poucos programas

científicos foram ou estão sendo feitos com o objetivo de monitorar os

ambientes costeiros/marinhos e avaliar impactos das ações humanas como

vazamentos de óleo.

3.7 Conceitos e definições

Conceitos ligados a impacto ambiental.

Contaminante - Substância ou composto que afeta negativamente o

ecossistema, capaz de provocar alterações na estrutura e

funcionamento das comunidades.

Poluente - Qualquer substância ou energia que, lançado ao meio

ambiente, interfere no funcionamento de parte ou de todo o

ecossistema.

Contaminação - Introdução de um agente indesejável em um meio

previamente não contaminado; Segundo GESAMP, a contaminação

ambiental é definida como poluição quando atinge níveis que causam

efeitos deletérios na saúde humana, ou efeitos prejudiciais nos

organismos vivos.

Poluição Marinha - Introdução pelo homem, de substâncias no

ambiente (marinho) que resultam em efeitos deletérios, como prejuízo

aos recursos vivos, riscos à saúde humana, obstáculo às atividades

marítimas, incluindo pesca, depreciação da qualidade da água do mar e

redução das amenidades GESAMP (1969).

Poluição Crônica - Introdução freqüente de substâncias nocivas e

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tóxicas ao ambiente, mesmo em pequenas quantidades. Estas

perturbações persistentes e continuadas tendem a provocar efeitos

pronunciados e prolongados nas comunidades biológicas,

principalmente em se tratando de substâncias químicas (ODUM, 1983).

Poluição Aguda - É o lançamento isolado e pontual de um poluente no

ambiente, normalmente de grande porte e em local não contaminado.

Um episódio de poluição aguda pode ocorrer também em locais

contaminados cronicamente, como já ocorreu na Baia de Guanabara

(RJ) e no Estuário de Santos (SP).

Perturbação - Alteração ambiental que pode ou não causar alguma

resposta na população de interesse (UNDERWOOD, 1989). Pode ser

classificada em 3 grupos de resposta (Sutherland, 1981):

A) Perturbações tipo 1 - São as perturbações que, por não terem

intensidades suficientes, não causam resposta, ou seja, não interferem

nas características naturais das populações, as quais são capazes de

resistir ao tensor;

B) Perturbações tipo 2 - Neste caso ocorre efetivamente estresse nas

populações biológicas atingidas, com resposta temporária, seguida de

recuperação. O tempo de recuperação depende da capacidade de

retorno de cada espécie aos níveis normais de variabilidade (resiliência).

Neste caso o tensor não permanece no ambiente por longos períodos;

C) Perturbações tipo 3 - Estresse mais intenso, resultante de impacto

longo ou permanente, o qual impede / dificulta a recuperação das

populações devido à persistência dos agentes agressores (poluentes)

no ambiente.

Estresse - Alteração ambiental que causa alguma resposta na

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população de interesse.

Inércia / Resistência - Capacidade de uma população resistir a

perturbações. Pode ser medida como a máxima magnitude de um

tensor a qual não causa qualquer resposta.

Elasticidade - Capacidade de uma população retornar ao equilíbrio

após uma perturbação.

Resiliência - Máxima amplitude de resposta, a partir da qual ainda é

possível a recuperação da população.

3.8 Intemperismo do óleo

Uma vez derrramado no mar, o óleo imediatamente sofre alterações da

sua composição original, devido a uma combinação de processos físicos,

químicos e biológicos chamados conjuntamente de intemperismo. Este inicia-

se imediatamente após o derrame e se processa a taxas variáveis

dependendo do tipo de óleo e condições ambientais. A taxa do processo não

é constante, sendo mais efetiva nos primeiros períodos do derrame.

Espalhamento - Um dos mais significantes processos nas primeiras

horas do derrame. Depende da força gravitacional, do tipo de derrame,

viscosidade e tensão superficial do óleo e condições climáticas e oceânicas.

Evaporação - Depende principalmente da volatilidade do óleo (tipo de

óleo). Espalhamento e condições climáticas e oceânicas também interferem

na taxa de evaporação. É mais efetiva nos primeiros períodos do derrame.

Óleo residual pode ter d > 1. Sabe-se que 25% do volume de um óleo leve

pode se evaporar no primeiro dia de um derrame. Óleos combustíveis no.2,

no.4 e no.6 após 40 hs. a uma temperatura de 23°C podem perder 13,1%,

2,5% e 2,0% em volume, respectivamente, por evaporação.

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Dispersão - Mares agitados quebram a mancha de óleo em gotas de

diversos tamanhos. Aquelas menores permanecem em suspensão na coluna

d'água, sendo atacadas por processos como biodegradação e sedimentação.

O tipo de óleo, o grau de intemperismo em que se encontra e condições

oceanográficas alteram a taxa de dispersão.

Emulsificação - Processo em que um líquido é disperso em outro

líquido na forma de gotículas, A maioria dos óleos crus tendem a absorver

água formando emulsões água+óleo, aumentando o volume de poluentes em

até 4 vezes.

Dissolução - A taxa de dissolução do óleo depende de sua

composição, do espalhamento da mancha, temperatura e turbulência da água

e da taxa de dispersão. Componentes pesados do óleo cru não se

solubilizam, ao passo que os mais leves tem maior solubilidade (cerca de

5ppm) em água. Outros constituintes do óleo como compostos de enxofre e

sais minerais tem grande solubilidade. É um processo que se inicia logo após

o derrame e se perpetua ao longo do tempo, uma vez que oxidação e

biodegradação constantemente formam subprodutos solúveis.

Oxidação - É a combinação química dos hidrocarbonetos com o

oxigênio. Contribui para o intemperismo do óleo, uma vez que forma

compostos solúveis. Sais minerais dissolvidos em água aceleram a taxa de

oxidação. Metais traço agem como catalizadores da reação de oxidação, ao

passo que compostos de enxofre na mistura, faz decrescer essa taxa.

Radiação ultravioleta auxilia no processo de oxidação.

Sedimentação - Poucos óleos crus são suficientemente densos para

afundar. A sedimentação ocorre principalmente devido à adesão de partículas

de sedimento ou matéria orgânica ao óleo. A sedimentação depende do grau

de dispersão, sólidos suspensos na água e da contaminação de ambientes

costeiros, principalmente praias. Uma nova classe de óleo está sendo

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definida (Classe V), a qual agrega produtos que têm densidade maior que 1,

como alguns blends e produtos asfalticos. Estes produtos têm maior

tendência à sedimentação.

Biodegradação - Consiste na degradação do óleo por bactérias e

fungos naturalmente presentes no mar. A taxa de biodegradação é

influenciada pela temperatura e disponibilidade de nutrientes principalmente

nitrogênio e fósforo. Em águas bem oxigenadas com temperaturas variando

de 20 a 30°C, bactérias podem oxidar 2 g/m2 de óleo ao dia.

Em resumo, os processos de espalhamento, evaporação, dispersão,

emulsificação e dissolução são os mais importantes nos períodos iniciais de

um derrame, enquanto que oxidação, sedimentação e biodegradação

ocorrem a longo prazo. Com o passar do tempo, o óleo no ambiente mudará

suas características iniciais, ficando menos tóxico, mais denso e viscoso e

mais persistente.

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CAPÍTULO IV

TECOLOGIA PARA CONTENÇÕES E REMOÇÃO DE

DERRAMAMENTOS DE ÓLEO

Contenção e Remoção

A contenção do óleo sobrenadante e sua subsequente remoção requer o

uso de diversos tipos de barreiras de contenção e diferentes equipamentos de

remoção. A capacidade de resposta aos derrames permeia fatores como rapidez

e eficiência do acionamento das equipes; quantidade, disponibilidade e

aplicabilidade dos equipamentos de combate; quantidade e disponibilidade de

pessoal qualificado para o trabalho e condições meteorológicas e

oceanográficas na ocasião do acidente. A rápida contenção e remoção do óleo

derramado é vital para se evitar a contaminação de outra áreas

A contenção do óleo é normalmente realizada com a utilização de

barreiras de contenção que concentram o óleo para seu posterior

recolhimento.

Existem vários tipos e modelos de barreiras, manufaturadas com

diferentes tipos de material. A escolha do tipo de barreira está associada a

fatores como cenário acidental, tipo do óleo, condições ambientais, etc.

4.1 Lançamento de barreira de contenção

Existem tipos especiais de barreiras como barreiras absorventes,

barreiras anti-fogo, barreiras de bolha e barreiras de praia que têm utilização

em cenários mais específicos.

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Produtos com propriedades oleofílicas, orgânicos (turfa, palha de pinho),

sintéticos ou minerais. Podem se apresentar na forma granulada ou envolvidos

em tecidos porosos formando "salsichões" ou "almofadas", sendo aplicados

diretamente sobre o óleo. O uso de absorventes é um método bastante útil, do

ponto de vista ecológico, pois causa prejuízos mínimos ao ambiente. Diversos

produtos estão disponíveis no mercado, sendo que a escolha do melhor

absorvente deve ser feita criteriosamente, levando-se em conta as

características do óleo, do ambiente e do próprio absorvente. Turfa vegetal e

outros compostos naturais são os produtos mais utilizados nos vazamentos de

óleo

Há que se lembrar que geralmente a colocação e lançamento das

barreiras é realizada através de embarcações que devem apresentar

dimensões e motor com potência suficiente para deslocar o conjunto em certas

condições de mar.

Existem vários modos de configurar barreiras no mar como as

chamadas configurações em "J", "U" ou "V". A escolha de um ou outro

procedimento está associada à disponibilidade de recursos e condições

meteorológicas e oceanográficas.

Além da utilização para contenção do óleo, as barreiras podem também

ser úteis para defletir manchas e proteger locais. No primeiro caso as manchas

são desviadas para locais menos vulneráveis ou mais favoráveis à aplicação

de técnicas de remoção. No segundo caso, as barreiras são colocadas em

locais estratégicos a fim de evitar que manchas atinjam áreas de interesse

ecológico ou socioeconômico.

Na maioria das vezes a contenção do óleo é trabalhado conjuntamente

com ações de remoção do produto. Para tanto uma série de equipamentos ou

materiais podem ser utilizados como "skimmers", barcaças recolhedoras,

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cordas oleofílicas, caminhões vácuo, absorventes granulados, entre muitos

outros.

A aplicabilidade de cada um deles está associada a fatores como tipo

de óleo; extensão do derrame; locais atingidos; acessos e condições

meteorológicas e oceanográficas.

4.2 Definição dos procedimentos para contenção de óleo

Em relação a definições de contenção de derramamento de óleo

podemos destacar:

Descarga Pequena – Derramamento de óleo cru ou diesel marítimo em

quantidade inferior a 8m3, que esteja dentro da capacidade, considerando o

uso dos recursos disponíveis no local.

Descarga Média – Derramamento de óleo cru ou diesel marítimo em

quantidade entre 8m3 e 200m3, que esteja dentro da capacidade, considerando

o uso dos recursos disponíveis no local.

Em ambas as descargas acima citadas as ações de contenção da

mancha de óleo deverá ser executada pela embarcação de apoio,sob a

orientação do coordenador local.

A embarcação de apoio deverá lançar a barreira de varredura

navegando de forma a concentrar o óleo no seu interior para que seja possível

o recolhimento do óleo contido.

Descarga Grande - Derramamento de óleo cru ou diesel marítimo em

quantidade superior a 200m3, que esteja dentro da capacidade, considerando

o uso dos recursos disponíveis no local.

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Neste caso deverão ser utilizadas as barreiras de contenção oceânicas

infláveis, operadas por embarcações disponibilizadas pela empresa de apoio a

contenção de incidentes com derramamento de óleo.

Sob a orientação do Coordenador Local, as embarcações de apoio

deverão se posicionar adequadamente para que sua tripulação proceda ao

lançamento com o auxílio de outra embarcação, será formado um “J”, onde a

mancha deverá ser contida e acumulada para o recolhimento.

4.3 Procedimentos operacionais

Previstos para controle e limpeza de derramamento de óleo no mar,

provenientes da atividade de perfuração/produção marítima nos poços. Logo

todas as ações de resposta deverão ser avaliadas de forma a priorizar a

segurança do pessoal envolvido na execução e a minimização de impactos

ambientais.

É válido relembrar que o fato da plataforma ser ancorada reduz muito a

sua demanda por abastecimento de óleo, sendo este apenas necessário para

as funções de geração de energia a bordo. Logo, tanto a capacidade de

armazenamento a bordo quanto o número de operações de transferência são

reduzidos.

4.4 Procedimentos para Interromper a descarga de óleo

As ações a serem executadas para promover a interrupção da descarga

de óleo para os eventuais acidentes estão descritas no Shipboard Oil Pollution

Emergency Plan (SOPEP) da plataforma e das embarcações de apoio.

Caso a fonte do derramamento seja a bordo da embarcação de apoio, após

receber o alerta do derramamento de óleo,o Comandante deverá

imediatamente ativar o SOPEP desta embarcação.

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Caso a fonte do derramamento seja proveniente da plataforma ou do

FPSO após receber o alerta de derramamento de óleo, o OIM deve

imediatamente ativar o SOPEP.

4.4.1 Exemplos de procedimentos para interromper a descarga de

óleo

- Derramamento a partir de tanques das embarcações de Apoio por

ruputura do tanque devido a colisão ou encalhe: O Comandante da

embarcação de apoio deverá promover a transferência do óleo residual do

tanque afetado para um tanque intacto com capacidade disponível, devendo

ser buscado o isolamento do tanque afetado.

- Derramamento a partir de Tanques das Embarcações de Apoio devido

ao naufrágio da embarcação: Comandante da embarcação de apoio deverá

ordenar que sejam executados os procedimentos emergenciais de abandono

da embarcação previsto no SOPEP.

- Derramamento durante a Transferência de Óleo Diesel do Barco de

Apoio para a Plataforma ou FPSO por Furo, Ruptura ou Desconexão do

mangote de transferência: Os encarregados da observação da operação

deverão imediatamente ordenar ao operador da bomba que esta seja

desativada visando à paralisação do bombeio e a consequente interrupção da

descarga, logo o mangote deverá ser recolhido,sendo o óleo residual do seu

interior drenado para o tanque slop da embarcação.

- Derramamento a partir de tanques da plataforma ou do FPSO por

transbordamento: Caso o transbordamento ocorra durante o abastecimento da

plataforma ou do FPSO, os responsáveis pela observação da operação

deverão imediatamente ordenar ao operador da bomba,que esta seja

desativada, visando à paralisação do bombeio . O comandante da unidade

deverá promover que o óleo excedente seja transferido para outro tanque com

capacidade disponível. Caso o transbordamento ocorra em função de

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transferência interna de óleo, o comandante da unidade deverá ordenar que a

transferência seja paralisada e que o óleo excedente seja transferido para um

tanque com capacidade disponível.

- Derramamento a partir de Tanques do FPSO por Ruptura do Tanque

devido a colisão com outra embarcação: O comandante da unidade deverá

promover a transferência do óleo residual do tanque afetado para um tanque

intacto com capacidade disponível, devendo-se buscar o isolamento do tanque

afetado.

4.4.2 Procedimentos para contenção do derramamento de óleo

Os procedimentos previstos para contenção do derramamento e

limitação do espalhamento da mancha de óleo estão descritos a seguir. A

decisão quanto adoção destes procedimentos deverá ser avaliada em função

da sua eficiência e da segurança frente às condições meteorológicas e de mar

presentes.

4.5 Limpeza e remoção de ambientes costeiros

Comumente as ações realizadas em mar apresentam moderada

eficiência; apenas parte do óleo derramado é contida e removida do mar.

Dependendo do local do derrame, a chance de ambientes costeiros serem

atingidos é muito grande e quando isso ocorre, estratégias de limpeza devem

ser utilizadas. Cabe ressaltar que a grande maioria destes métodos causa

algum tipo de dano adicional, podendo gerar impactos maiores que os do

próprio petróleo. A escolha da(s) técnica(s) mais adequadas a serem utilizadas

é então crucial para a minimização dos danos ecológicos nos ambientes

atingidos.

É fundamental que qualquer procedimento de limpeza a ser aplicado se

faça após o óleo ter sido, pelo menos em grande parte, retirado das águas

próximas aos locais atingidos. De outra forma, ambientes recentemente limpos

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podem vir a ser novamente contaminados, sendo necessária a reutilização dos

procedimentos de limpeza, podendo acarretar danos à comunidade já

perturbada pelo óleo e pela manipulação de limpeza. Além disso, mais

resíduos são gerados desnecessariamente.

Retirada manual do óleo do ambiente com utensílios como rodos, pás,

latas, baldes, carrinhos de mão e tambores. Propicia o acesso e limpeza de

locais restritos como fendas, poças de marés, e conjunções de rochas, bem

como áreas mais extensas como praias de areia. É um método de limpeza

mais trabalhoso. No entanto, causa menos danos ao ambiente. Tem

comprovada eficiência em ambientes como praias e costões rochosos.

Mecanismo natural de limpeza e remoção do óleo como ondas,

correntes, marés, ventos, chuvas, biodegradação, volatilização, solubilização,

fotoxidação, dispersão, entre outros, atuando no ambiente atingido pelo óleo,

com eficiência variável, de acordo com as características físicas do ambiente e

do próprio óleo. Este procedimento é normalmente priorizado em muitos casos

uma vez que não causa danos adicionais à comunidade. No entanto,

normalmente, conjuga-se a este procedimento outros métodos de limpeza.

O bombeamento do óleo é aspirado com utilização de caminhões-

vácuos ou bombas-vácuas sendo que nesse caso o óleo é transferido para

recipientes como tambores, ‘’bags’’, etc.

Agentes químicos que dispersam o óleo na coluna d´água favorecendo

sua degradação natural. Técnica que pode evitar a chegada do óleo em locais

de maior relevância ecológica/econômica. Sua aplicação está associada à

anuência do órgão ambiental competente e deve se basear em legislação

vigente especifica.

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Técnicas normalmente citadas e internacionalmente aplicadas como por

exemplo jateamento a baixa e alta pressão são comprovadamente nocivas à

comunidade biológica devendo ser evitadas tanto quanto possível.

4.6 Utilização das Barreiras

A utilização de barreiras para contenção de derramamento de óleo

depende de vários fatores como podemos citar abaixo:

- Localizações

- Dimensões

- Direção de deslocamento

- Condições meteorológicas

- Proteção

- Recolhimento

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CAPÍTULO V LEGISLAÇÃO NACIONAL

Abaixo será abordadas, a legislação brasileira relacionada com a

poluição por petróleo e seus derivados:

5.1 Decreto Federal N° 79.437 de 28/03/71

Promulga a Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil de

Danos Causados por Poluição por Óleo (CLC 69).

5.2 Decreto Federal N° 83.540 de 04/06/79

Regulamenta a aplicação da Convenção Internacional sobre a

Responsabilidade Civil de Danos Causados por Poluição por Óleo (CLC 69) e

dá outras providências:

- Art. 2º: "o proprietário de um navio que transporte óleo a granel como

carga é civilmente responsável pelos danos causados por poluição por óleo no

território nacional, incluindo o mar territorial";

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- Art. 6º: "os órgãos estaduais de controle do meio ambiente que tenham

jurisdição na área onde ocorrer o incidente executarão, em articulação com o

IBAMA, as medidas preventivas e corretivas necessárias à redução dos danos

causados por poluição por óleo, bem como supervisionarão as medidas

adotadas pelo proprietário do navio, concernente a essa redução dos danos".

- Art. 8º §1º e §2° - Qualquer incidente deverá ser comunicado

imediatamente à Capitania dos Portos da área a qual deverá participar o fato

aos órgãos de meio ambiente, federais e estaduais, com urgência.

5.3 Lei Federal N° 6.938 de 31/08/81 (Política Nacional de Meio

Ambiente)

Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e

mecanismos de formulação de aplicação.

- Art. 14: Estabelece a responsabilidade civil objetiva por danos por

poluição, e as penalidades para os agentes poluidores, obrigando-os a

indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros

afetados, independentemente da existência de culpa. Podem também os

Ministérios Públicos da União e dos Estados proporem ações de

responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente.

5.4 Lei Federal N° 7.347 de 24/07/85 (Ação Civil Pública por Danos

Causados ao Meio Ambiente)

Institui a Ação Civil Pública de Responsabilidade por Danos Causados

ao Meio Ambiente, ao Consumidor, a Bens e Direitos de Valor Artístico,

Estético, Histórico e Paisagístico. Estas ações objetivam responsabilizar e

obrigar o poluidor a reparar o dano gerado. Disciplina as Ações Civis Públicas

que podem ser propostas pelo Ministério Público, pela União, Estados e

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Municípios ou por autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de

economia mista ou associações de defesa ao meio ambiente.

5.5 Resolução CONAMA N° 237 de 19/12/1997 (Licenciamento

Ambiental)

“Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental, estabelecidos

na Política Nacional de Meio Ambiente”.

Estão inseridas neste contexto, entre outras, atividades de perfuração

de poços e produção de petróleo e gás natural, fabricação e reparo de

embarcações e estruturas flutuantes, fabricação de produtos derivados do

processamento de petróleo, transporte de cargas perigosas, transporte por

dutos, marinas e portos, terminais de petróleo e derivados e de produtos

químicos.

Apesar da atividade de produção de petróleo ser licenciada, observa-se

na prática a não existência de licenciamento ambiental para atividades de

escoamento de petróleo por navios aliviadores. Esses navios são responsáveis

pela maioria do movimento do óleo na região da Bacia de Campos, sendo

potencial fonte de desastre. Ou seja, o transporte desse óleo não é incluído no

licenciamento da produção de petróleo e tampouco existe licenciamento

específico para a atividade.

5.6 Lei Federal N° 9.605 de 12/02/1998 (Lei de Crimes Ambientais)

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de

condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Esta

lei responsabiliza pessoas físicas e jurídicas, sendo que a punição poderá ser

extinta com apresentação de laudo que comprove a recuperação do dano

causado.

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Foram extraídos os itens pertinentes à questão da poluição por óleo:

- Cap. I. Disposições Gerais:

Parágrafo único - A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a

das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato;

- Cap. II. da Aplicação da Pena:

Art. 6º: Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade

competente observará a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da

infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;

Art.7º a 13°: As penas restritivas de direitos a que se refere são:

- Prestação de serviços à comunidade;

- Interdição temporária de direitos;

- Suspensão parcial ou total de atividades;

- Prestação Pecuniária, isto é, pagamento em dinheiro à vítima ou à

entidade pública ou privada com fim social, na importância fixada pelo Juiz. O

valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for

condenado o infrator;

- Recolhimento domiciliar.

Art. 14°: São circunstâncias que atenuam a pena:

II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação

do dano ou limitação significativa da degradação ambiental causada;

III - comunicação prévia pelo agente, do perigo iminente de degradação

ambiental;

IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do

controle ambiental;

Art. 15°: São circunstâncias que agravam a pena:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II - ter o agente cometido infração afetando ou expondo a perigo, de

maneira grave, a saúde pública e o meio ambiente, concorrendo para danos à

propriedade alheia; atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas

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sujeitas a regime especial de uso; em período de defeso à fauna; em domingos

ou feriados ou à noite;

Art. 19°: A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que

possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de

fiança e cálculo de multa; Art. 23°: A prestação de serviços à comunidade pela

pessoa jurídica consistirá em custeio de programas e de projetos ambientais,

execução de obras de recuperação de áreas degradadas, manutenção de

espaços públicos e contribuições às entidades ambientais ou culturais

públicas.

- Cap. V dos Crimes Contra o Meio Ambiente; Seção III- da Poluição e

de Outros Crimes Ambientais:

Art. 54°: Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que:

- resultem ou possam resultar em danos à saúde humana ou que

provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora;

- torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de

uma comunidade dificulte ou impeça o uso público das praias, ocorra por

lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou

substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis

ou regulamentos.

5.7 Decreto Legislativo N° 2.508 de 04/03/98

Promulga a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição

Causada por Navios (MARPOL), concluída em Londres, em 2 de novembro de

1973, seu Protocolo, concluído em Londres, em 17 de fevereiro de 1978, suas

Emendas de 1984 e seus Anexos Opcionais III, IV e V.

5.8 Decreto Legislativo N° 2.870 de 10/12/98

Promulga a Convenção Internacional sobre Reparo, Resposta e

Cooperação (OPCR 90) em caso de poluição pó óleo, assinada em Londres,

em 30 de novembro de 1990.

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Destaca-se o artigo:

Art. 6º: Cada parte deve estabelecer um sistema nacional para

responder pronta e efetivamente aos incidentes de poluição por óleo. Este

sistema incluirá, como um mínimo:

a) a designação de:

I. A(s) autoridade(s) nacional (is) competente(s) responsável (eis) pelo

preparo e resposta em caso de poluição por óleo;

II. O ponto ou pontos de contato operacionais, de âmbito nacional,

responsável pelo recebimento e pela transmissão de relatórios sobre poluição

por petróleo, como referido no artigo 4º;

III. Uma autoridade credenciada para agir em nome do Estado para

solicitar assistência ou tomar a decisão de prestar a assistência solicitada;

b) Um plano nacional de contingência, para preparo e resposta que

inclua a relação organizacional entre os diversos órgãos envolvidos, tanto

públicos quanto privados e, que leve em consideração as diretrizes elaboradas

pela Organização Marítima Internacional.

5.9 Decreto Lei 3.179/99 (Sanções às atividades lesivas ao meio

ambiente)

“Dispõe sobre especificações das sanções aplicáveis às condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências”.

5.10 Lei Federal N° 9.966 de 28/04/2000 (Lei do óleo)

“Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição

causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas

em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências”.

Substituiu a Lei Federal 5.357/67, que vigorou por trinta e três anos

estabelecia penalidades para embarcações e terminais marítimos ou fluviais de

qualquer natureza, estrangeiros ou nacionais, que lançassem detritos ou óleo

nas águas brasileiras.

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5.11 A Lei Federal N° 9.966 é composta de sete capítulos

apresentados a seguir:

- Capítulo I: Definições e classificações;

- Capítulo II: Dos Sistemas de Prevenção, Controle e Combate da

Poluição;

- Capítulo III: Do Transporte de Óleo e Substâncias Nocivas ou

Perigosas;

- Capítulo IV: Da Descarga de Óleo, Substâncias Nocivas ou Perigosas

e Lixo;

- Capítulo V: Das Infrações e das Sanções;

- Capítulo VI: Disposições Finais e Complementares.

5.12 Resolução CONAMA N° 269 de 14/09/00 (Dispersantes

Químicos)

“Regulamenta o uso de dispersantes químicos em derrames de óleo no

mar”. Os dispersantes precisam ser homologados pelo IBAMA e sua aplicação

está condicionada a uma série de quesitos ambientais.

5.13 Resolução CONAMA N° 293 de 12/12/2001 (Plano de

Emergência Individual)

“Dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual

para incidentes de poluição por óleos originados em portos organizados,

instalações portuárias ou terminais, dutos, plataformas, bem como suas

respectivas instalações de apoio, e orienta a sua elaboração”.

Foi publicada somente em 05 de fevereiro de 2002, encerrando-se o

prazo de adequação em 05 de fevereiro de 2004.

Art. 3º: A apresentação do Plano de Emergência Individual dar-se-á por

ocasião do licenciamento ambiental e sua aprovação quando da concessão da

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Licença de Operação (LO), da Licença Prévia de Perfuração (LPper) e da

Licença Prévia de Produção para Pesquisa (LPpro), quando couber.

ANEXO I - Conteúdo Mínimo do Plano de Emergência Individual;

ANEXO II - Informações Referenciais para Elaboração do Plano de

Emergência Individual;

ANEXO III - Critérios para o Dimensionamento da Capacidade Mínima

de Resposta.

5.14 Decreto Federal N° 4,136 de 20/02/2002 (Sanções às infrações

previstas na Lei do Óleo)

“Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às

regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por

lançamento do óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob

jurisdição nacional, prevista na Lei 9,966 de 28 de abril de 2000, e dá outras

providências”.

5.15 Decreto Federal 4.871 de 06/11/2003 (Planos de Áreas - PA)

“Dispõe sobre a instituição dos Planos de Áreas para o combate à

poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências”.

Tem propósito de integrar e consolidar os vários Planos de Emergência

Individual (PEI) (Resolução CONAMA 293/01) das instalações que manuseiam

óleo, situadas em uma mesma área:

Art. 3o

§ 4o Na elaboração dos Planos de Área deverão ser considerados, além

dos recursos previstos nos Planos de Emergência Individuais, as ações

conjuntas e outros elementos necessários para a resposta a quaisquer

incidentes de poluição por óleo.

§ 6o As instalações que desenvolverem atividades com duração máxima

de seis meses não terão seus Planos de Emergência Individuais consolidados

no Plano de Área.

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§ 7o O Coordenador do Plano de Área poderá requisitar recursos

materiais e humanos constantes do Plano de Emergência Individual das

instalações a que se refere o § 6º deste artigo.

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