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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE TEMA : TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE ( TDAH) ALUNA: MARIA DA CONCEIÇÃO RIBEIRO EUZÉBIO DA SILVA ORIENTADORA: MARIA ESTHER DE ARAÚJO OLIVEIRA RIO DE JANEIRO: 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

TEMA :

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE

ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE ( TDAH)

ALUNA:

MARIA DA CONCEIÇÃO RIBEIRO

EUZÉBIO DA SILVA

ORIENTADORA:

MARIA ESTHER DE ARAÚJO

OLIVEIRA

RIO DE JANEIRO: 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

TÍTULO :

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE

ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

TRABALHO MONOGRÁFICO DE

CONCLUSÃO DO CURSO DE PÓS-

GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”. DE

PSICOPEDAGOGIA APRESENTANDO A

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

(UCAM) COMO REQUISITO FINAL DE

OBTENÇÃO DO TÍTULO DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA.

ORIENTADORA:

MARIA ESTHER DE ARAÚJO

OLIVEIRA

RIO DE JANEIRO: 2003

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AGRADECIMENTOS

AGRADEÇO A DEUS e a irmã Amália pela

oportunidade do trabalho. Ao meu querido

esposo e filhos José Gustavo e Daniela

Cristina, que muito vieram a contribuir com

compreensão e carinho.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa Monografia aos portadores de

TDAH, que aprenderam a lidar com esse

transtorno.

Maria da Conceição R. Euzébio da Silva

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RESUMO

O transtorno do déficit de atenção reatividade (TDHA), somente nas

últimas décadas despertou o interesse da medicina, psicologia e educação.

O TDAH atinge de 3% a 5% das crianças em idade escolar. Manifesta-se

mais em meninos. As meninas podem manifestar-se mais comumente com

mais rendimento na escola, enquanto os meninos são encaminhados por

problemas comportamentais. O comportamento da criança não apenas

interferirá em sua própria atividade, mas também interferirá seriamente nos

outros. O seu não reconhecimento ou a abordagem inadequada levam a

desajustes graves das crianças, adolescentes ou adultos afetados, que

podem culminar com a criminalidade. Na escola cabe aos profissionais

envolvidos na educação, como o psicopedagogo diagnosticar tais crianças,

através da queixa inicial (professor), partindo para a observação, amamnese

e testes.

Sendo a família de grande importância para a solução do problema.

Caso seja diagnosticado o TDHA, a criança deverá ser encaminhada, para o

neurologista, pois tal profissional é que tem a capacitação para medicá-lo;

Caso não seja preciso o uso de medicamento o psicólogo ou psicopedagogo

poderá trabalhar com essa criança a nível de psicoterapia; Os fatores

responsáveis pelo déficit de aprendizagem nos portadores de TDAH são

hereditariedade, distúrbios clínicos, dieta alimentar, lesões cerebrais,

distúrbios convulsivos, intoxicação por chumbo. A hereditariedade é a causa

mais freqüente do TDAH.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

1- Análise teórica 9

1.1 – Traumas durante o parto 9

1.2 – Hereditariedade 10

1.3 – Distúrbio Clínicos 12

1.4 – Efeitos Colaterais de Medicamentos 13

1.5 – Dieta Alimentar 13

1.6 – Lesões Cerebrais 15

1.7 –Distúrbiosconvulsivos 17

1.8 – Intoxicação por chumbo 17

CONCLUSÃO 19

ANEXO I 21

ANEXO II 22

BIBLIOGRAFIA 23

FOLHA DE AVALIAÇÃO 25

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INTRODUÇÃO

Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

No curso das últimas décadas, o estudo do transtorno do déficit de

atenção e hiperatividade (TDAH) tem atraído o interesse de pesquisadores

de medicina, psicologia e educação. A investigação científica da doença

tem se concentrado em uma multiplicidade de aspectos, incluindo:

epidemiologia, etiologia, métodos de diagnose e processos de tratamento. É

provável que nenhum outro transtorno psicomédico da infância tenha sido

tão bem estudado quanto o TDAH. Um dos motivos para tão grande

interesse é que o TDAH é bastante generalizado em nossa sociedade,

atingindo de 3% a 5% das crianças em idade escolar manifesta-se mais em

meninos. Para muitas dessas crianças, os efeitos do TDAH serão visíveis

em grande parte de sua juventude e talvez em sua vida adulta. Seu efeito

sobre a qualidade de vida é marcante, não apenas para a criança TDAH,

como também para toda a sua família.

Apesar do importante impacto que o TDAH exerce sobre crianças,

adolescentes e adultos, por muito tempo o público teve pouco acesso a

informações corretas sobre o assunto. Os pais de crianças com TDAH

tinham de se valer basicamente de livros escritos para outras condições

similares, tais como a incapacidade para aprender ou insegurança

emocional. Isto derivava, em parte, das noções iniciais de que o TDAH não

era, em si e por si mesmo, uma doença distinta, mas apenas um subtipo de

outros problemas infantis, emocionais ou de aprendizados. Nos últimos

anos, pais de crianças TDAH começaram a buscar mais informações para

entender as dificuldades únicas e específicas de seus filhos. Acionado por

uma situação altamente emocional de amor, confusão, esperança e

desespero, teve início o movimento de pais TDAH. O movimento decolou

como um meteoro, e informações sobre TDAH começaram a aparecer.

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Essas informações rapidamente começaram a ser colocada à disposição

dos pais através de grupos de apoio comunitário, bibliotecas públicas e

livrarias locais.

As sugestões para ajudar a criança TDAH durante a adolescência dão

os pais de crianças mais novas um vislumbre do futuro e aos pais

adolescentes uma oportunidade de encarar, de um ponto de vista diferente,

o comportamento de seu adolescente. Uma seção sobre o adulto TDAH

oferece a todos os pais uma idéia sobre o que pode ser a luta e a esperança

futura de seu filho.

É importante colocar que o movimento TDAH está em rápido

crescimento e continuará a exercer um enorme efeito positivo sobre como

crianças, adolescentes e adultos com TDAH são tratados. Com a contínua

compreensão através da educação, o futuro das crianças TDAH se tornará

muito mais iluminado do que foi no passado.

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1- Análise Teórica

Através de estudos realizados com seres humanos e animais foram

selecionados alguns fatores responsáveis pelo déficit de aprendizagem

nos portadores TDAH. Todos os fatores tem uma base teórica

acompanhados de casos que nem a comprovar a veracidade de cada

causa.

1.1. Traumas durante o parto

Durante o trabalho de parto é o crânio que abre o caminho alargando

o canal de parto de modo que a cabeça e o restante do corpo possam vir à

luz, é fácil perceber os riscos de que ocorram lesões cerebrais durante o

parto. Vasos sanguíneos cerebrais, delicados e frágeis, ou até mesmo

delgadas fibras de conexão entre células nervosas, podem se romper em

conseqüência destes deslocamentos e compressões. Normalmente, o

cérebro não fica exposto a tal tipo de estresse físico em nenhum outro

momento da vida. Caso se identifique alguma anormalidade no cérebro de

uma criança, a primeira hipótese para justificá-la é a possibilidade de lesão

ocorrida durante o parto.

Nas décadas de 1960 e 1970, segundo pesquisas de Sam Goldstein e

Michael Goldstein, era de aceitação geral que hiperatividade (TDAH) das

maiorias das crianças devia-se a lesões ocorridas durante o parto. Como

justificativa, o trauma do parto veio trazer um alívio para os pais, ao mesmo

tempo em que satisfazia a curiosidade em entender porque seu filho tinha

problemas, também aliviava ambos da culpa sobre a formação (educação)

de seu filho como possível causa. Os eventos envolvendo o parto tornavam-

se objeto de profunda análise.

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Após estudos cuidadosos, concluiu-se que os problemas durante o

nascimento eram menos importantes do que se pensava. Como geradores

de hiperatividade (TDAH). Um das mais surpreendentes descobertas foi à

ineficácia do índice de Apgar (avaliação baseada no tônus, na cor, na

atividade, na freqüência cardíaca e na capacidade respiratória de um recém-

nascido) em prever problemas comportamentais e de aprendizado. Embora

pareça razoável supor que os bebês mais enfermos tenham maior

propensão a desenvolver tais problemas, estudos de grandes grupos de

crianças mostram que a probabilidade daquelas com problemas de

aprendizado e comportamento não é maior que daquelas sem esses

problemas. Inúmeras ocorrências durante o parto e a avaliação da saúde

dos bebês logo após o nascimento não ajudaram muito no esclarecimento

sobre quais crianças viriam a se tornar TDAH.

A gestação é um período crítico para o desenvolvimento do bebê. Se,

durante a gravidez, a saúde da mãe é frágil, sobretudo se ela apresentar

problemas clínicos associados com inchaço nos tornozelos e aumento de

pressão arterial (eclampsia) antes do parto, o bebê apresenta maior

tendência para desenvolver problemas de comportamento e aprendizado.

Mesmo que poucas crianças tenham TDAH por causa de distúrbios da

gestação, devemos reforçar a importância de uma boa assistência pré-natal.

1.2- Hereditariedade

Nas décadas de 1960 e 1970, segundo pesquisas de Sam Goldstein e

Michael Goldstein a relação entre hiperatividade e hereditariedade está

claramente estabelecida. A primeira ligação foi estabelecida pelo estudo dos

parentes de uma criança hiperativa. Sabe-se que uma criança TDAH tem

uma probabilidade quatro vezes maior de possuir outros membros da família

com o mesmo problema. Entretanto, o relacionamento entre a criança e sua

família engloba, também, fatores ambientais. Os problemas

comportamentais da criança podem ser causados pelo comportamento dos

pais, pois os mesmos têm grande influência sobre os filhos, o que

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ocasionam também a imitação por parte dos mesmos que vêm em seus pais

os seus ídolos. Além disso, uma criança com problemas de comportamento

poderia contribuir para criar um ambiente caótico, que, por sua vez, poderia

desencadear problemas comportamentais em outros membros da família.

Tornam-se necessários mais estudos para se estabelecer uma ligação

causal entre TDAH e hereditariedade.

Para demonstrar que a maior incidência de TDAH dentro de uma

família estava mais relacionado à hereditariedade que o ambiente, foi

necessário estudar situações nas quais a criança foi criada longe de sua

família biológica, isto é o meio, no geral a criança foi criada não foi

determinante do aparecimento do TDAH, na criança e sim a sua genética. O

vínculo hereditário da hiperatividade foi estabelecido quando se determinou

que os pais e outros parentes consangüíneos de crianças hiperativas

adotivas tem uma probabilidade quatro vezes maior de apresentar

comportamento hiperativo.

Outra maneira de se estudar o efeito da hereditariedade é

comparando o comportamento de dois tipos de gêmeos: aqueles

geneticamente idênticos, resultantes da divisão do mesmo óvulo após a

concepção; e os gêmeos geneticamente diferentes (fraternos), resultantes

da fecundação de dois óvulos. A maior incidência de hiperatividade

observada entre os gêmeos idênticos, em comparação com os gêmeos

fraternos, é a demonstração mais cabal do fator hereditário como causa

subjacente de hiperatividade.

As famílias com crianças afetadas apresentam uma ampla gama aos

sintomas; o comportamento de uma criança não pode ser previsto somente

pela história familiar. Alguns pais hiperativos não têm crianças hiperativas,

enquanto pais normais têm crianças com problemas sérios. Muitos são os

fatores que determinarão se a criança será hiperativa.

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1.3- Distúrbios Clínicos

A glândula tireóide, localizada na região inferior do pescoço nos dois

lados da traquéia, produz substâncias (hormônios tireoidianos)

indispensáveis ao desenvolvimento físico e mental. A maioria das crianças

cuja tireóide produz excesso de hormônios apresenta sintomas clínicos

específicos, tais como freqüência cardíaca aumentada, transpiração

excessiva e comportamento irrequieto, trêmulo, hiperativo, segundo Sam

Goldstein e Michael Goldstein. Para algumas crianças, entretanto, a

hiperatividade é a principal manifestação do hipertireoidismo. Neste caso, a

redução dos níveis de hormônios tireoidianos acarretará na amenização dos

sintomas de hiperatividade.

Para ajudar os leitores a entender a coréia (reumática) de

Sydenham, descreveremos uma criança tipicamente portadora deste

distúrbio. Dez dias depois de uma crise com dor de garganta e febre, a

criança passou a apresentar movimentos involuntários de face, ombros e

pernas. Na semana seguinte, estas contrações incontroláveis pioraram até

ficar incapaz de se alimentar sozinho e mal conseguir caminhar. Seis

semanas mais tarde, ele estava de volta à escola, mas seu professor e sua

família achavam que ele não tinha voltado completamente ao normal. O

comportamento involuntário tinha melhorado, mas não desaparecido, e ele

tinha dificuldade em permanecer sentado em sua cadeira. Apresentava

também dificuldade de concentração durante as aulas e freqüentemente se

esquecia de fazer suas lições de casa. Um ano mais tarde, estes problemas

diminuíram muito pouco. A família da criança foi informada de que ele era

uma criança hiperativa.

Há inúmeras diferenças entre o quadro citado acima (criança

que tem coréia de Sydeham) e muitas crianças hiperativas não era

hiperativa antes do surto repentino de sintomas graves. A coréia de

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Sydenham, uma forma de febre reumática, raramente é uma causa de

hiperatividade, porém uma criança que era normal se torna hiperativa

deverá ser cuidadosamente examinada para descartar a possibilidade de

uma enfermidade clínica subjacente.

1.4- Efeitos colaterais de medicamentos

O fenobarbital, medicamento comumente usado, é eficiente no

controle de algumas formas de epilepsia. Entretanto, algumas crianças

podem desenvolver sintomas sérios de hiperatividade quando tomam

fenobarbital. Assim, apresentarão redução destes sintomas caso a

medicação seja interrompida. Há um estudo sugerindo efeitos residuais

sobre o aprendizado seis meses após a interrupção da medicação. A maioria

dos médicos acredita que não há agravamento permanente da

hiperatividade após o uso do fenobarbital. Outros medicamentos que podem

agravar o quadro de hiperatividade são o Epelin ou o Hidantal, a efedrina e a

teofilina. Houve uma época em que os anticonvulsivos Epelin ou Hidantal era

recomendado para o tratamento da hiperatividade infantil, mas estudos

posteriores evidenciaram que a droga pode agravar o quadro. Os

medicamentos para o tratamento de asma, como a efedrina e a teofilina,

parecem reduzir o comportamento hiperativo em algumas crianças e agravá-

lo em outras, mas de um modo geral não se evidenciam grandes alterações.

Cada criança em particular pode apresentar maior ou menor reação ao

tratamento contra asma.

1.5- Dieta alimentar

Diariamente tomamos decisões sobre nossa alimentação. Somos

informados de que a ingestão dos alimentos errados nos levará a deficiência

vitamínicas e que a escolha correta dos alimentos garantirá nossa saúde.

Em nossa sociedade são propostas alterações na dieta para diminuir o risco

de câncer e de moléstias cardíacas. As crianças pequenas, geralmente,

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expressam a fome através do choro. Quando bem alimentadas, tornam-se

calmas, dormem bem e são amistosas. É razoável supor que alterações da

dieta alimentar possam intensificas as anormalidades comportamentais

como a hiperatividade.

Suspeita-se que muitas e distintas substâncias da dieta possam

causar ou piorar a hiperatividade e, conseqüentemente, são muitas as

discussões que defendem que uma ou outra mudança na dieta produziria

uma melhora considerável. O psicólogo dr. Keith Conners desenvolveu uma

escala de classificação (Conner’s parent’s and teacher’s questionary, multi-

health systems, 1988 – Questionário de Conner para pais e professores,

multi –sistemas de saúde) que tornou possível aos pais e professores

quantificar o que ele descreve como hipercinesia. Quando o comportamento

pode ser mensurado, pode-se comparar os efeitos de duas dietas diferentes.

Depois de avaliar o comportamento sob uma dieta normal, ele colocou todas

as crianças sob uma dieta livre de aditivos e corantes artificiais. Assim o dr.

Conners lançou mão de um “desafia culinário” para diferenciar as dietas

positivas das negativas. Todos os dias as crianças recebiam um biscoito

com exatamente o mesmo aspecto, sabor e cor. Algumas vezes as

substâncias suspeitas foram removidas dos biscoitos; outras vezes, os

biscoitos continham um suprimento diário completo destas substâncias.

Apesar de todas evidências contra a hipótese de a dieta ser causa de

hiperatividade, novas evidências mudaram a maneira de pensar dos

pesquisadores. Entre eles está o dr. Conners, autor de alguns dos estudos

pioneiros das dietas, que atualmente conclui que sob certas condições o

açúcar, ou mesmo o carboidrato (um tipo de molécula de açúcar), pode

agravar a hiperatividade. Conners chegou a sugerir que outras substâncias

da dieta, principalmente alimentos ricos em proteínas, podem neutralizar os

efeitos do açúcar. Outro grupo, com algum suporte científico acredita que se

o leite, o trigo e determinados alimentos forem eliminados juntamente com o

açúcar e os aditivos, algumas crianças responderiam com uma diminuição

da hiperatividade.

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1.6- Lesões Cerebrais

Estudos realizados com soldados da primeira e segunda Guerras

Mundiais, após terem sofrido ferimentos na cabeça, constituíram os

primeiros estudos das lesões cerebrais sobre o comportamento e o

pensamento humano. A partir daí foi observado que a capacidade de

concentração e de atenção se deteriora após uma lesão cerebral,

independentemente da área cerebral afetada, isto é, lesões em qualquer

parte do cérebro parecem ter algum efeito sobre a capacidade de

concentração e de atenção, prejudicial à aprendizagem.

Existem outras formas de lesão cerebral , provocados por derrame

(danos aos tecidos cerebrais por falta de irrigação), esclerose múltipla (perda

da capa protetora em torno de conexões nervosas) ou encefalites (ataques

às células cerebrais por infecção virótica) também poderiam provocar

alterações de atenção e concentração, idênticas àquelas causadas por

agressões diretas ao cérebro. Além disso, dano em quaisquer parte do

cérebro aparentemente, contribuem para algum decréscimo na atenção e na

concentração.

Experimentos com animais (ratos), foram realizados, chegando a uma

conclusão de como se desenvolve a função cerebral. Foram induzidas em

ratos sintomas que lembram TDAH; Tais ratos movimentavam-se mais tendo

dificuldade de enfrentar labirintos. Pioram quando tratados com fenobarbital

(sedativo) e melhoram quando tratados com anfetamina (estimulante)

idênticos às crianças TDAH.

O desenvolvimento do TDAH nesses ratos não for resultante da lesão

a uma área específica do cérebro, e sim da lesão a um sistema químico. A

dopomina e noradrenalina são substâncias químicas que são produzidas nas

células numa pequena área do tronco cerebral, distribuídas a todas as áreas

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do cérebro através de projeções nervosas chamadas cocônios. A

danificação das células do tronco cerebral não desenvolve nos ratos o

TDAH, mas quando existe um dano nas terminações nervosos que possuem

dopamina e noradrenalina, que estão localizadas em todo o cérebro longe

dos corpos celulares, impedindo as distribuições das substâncias químicas,

normalmente às outras células em todo o cérebro.

Tais estudos nos sugerem a importância dos sistemas químicos que

utilizam a dopamina e noradrenalina: esses sistemas intactos ajudam a

controlar o TDAH, e quando não estão funcionando bem, o resultado e o

TDAH.

O complexo funcionamento cerebral em sua relação com o TDAH,

seria como imaginarmos um centro de atenção composto por células

nervosas do tronco cerebral possivelmente utilizando a dopamina. Este

centro pode influenciar vários pontos de retransmissão em todo cérebro,

tornando-os mais ou menos sensíveis aos impulsos provenientes de outras

células. Sob o comando desse centro, as células do cérebro, e portanto a

criança, podem se tornar mais ou menos sensíveis a estímulos externos.

Podendo ser mais deliberativa ou mais impulsivo em suas ações,

dependendo do efeito que o centro de atenção tem sobre os pontos de

retransmissão.

Uma criança que não tem TDAH, é capaz de se concentrar, prestar

atenção e agir deliberadamente em algumas ocasiões , apesar de ser

impulsivo, ter raciocínio rápido e agir com rapidez em outras.

O centro de atenção do TDAH, não funciona bem. O seu desempenho

é prejudicial, levando a impulsividade, agindo rapidamente, quando

precisariam ser racionais. Sentem dificuldades de se concentrar e terminar

seu trabalho, a menos que seja interessante ou lhe ofereçam recompensas

externas.

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Os pais passaram a entender o TDAH a partir do modelo do centro de

atenção. Parece que os centros de atenção podem ser afetados por fatores

hereditários e ambientais. Os tratamentos para o TDAH (psicoterapia) como

por medicamentos, podem ser compreendidos na medida em que

influenciam o centro de atenção no interior do cérebro.

1.7- Distúrbios Convulsivos

Nos distúrbios convulsivos o TDAH, está presente, como uma

conseqüência desse mal. A desatenção, facilidade de se distrair, queda do

rendimento escolar, apresentando crises de olhar fixo, especialmente se

acompanhada de olhos que ficam piscando, às vezes deixa cair objetos,

devido os tremores das mãos.

A irritabilidade é a principal característica dos indivíduos epiléticos.

Eles apresentam variedade de humor que oscila entre a cólera e a

amabilidade. Muitas vezes são hiperativos. Costumam também ter

transtornos de atenção e certa impulsividade.

1.8- Intoxicação por Chumbo

O chumbo é um metal que não tem nenhum valor biológico

conhecido, porém sua ingestão pode envenenar o sistema energético

humano.

Sam Goldstein e Michael Goldstein, relatam que muitas crianças

morreram em conseqüência de edema cerebral provocado por

envenenamento proveniente de grandes quantidades de pedacinhos de

placas de tinta contendo chumbo das paredes das casas e apartamentos

mais antigos. Algumas crianças que sobreviveram desenvolveram

problemas de aprendizado e comportamento.

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Crianças que moravam perto de uma siderúrgica, expostas ao

chumbo virtude da localização de suas casas, provaram que mesmo níveis

baixos de exposição, podem provocas anormalidades, acarretando

problemas de aprendizado e comportamento.

Outro grupo de crianças ajudou a estabelecer uma nova relação entre

o chumbo e os problemas de aprendizado e comportamento. Foi feito um

estudo com os dentes de leite de milhares de crianças da região de Boston.

A análise desses dentes demonstrou que, na média, as crianças com QI

mais baixo, eram as que tinham maior quantidade de chumbo em seus

dentes relacionados com mais problemas de comportamentos e aprendizado

em relação à criança com menor quantidade de chumbo em seus dentes. As

diferenças entre o QI e os outros testes não eram muito grandes, mais

cientificamente confiáveis.

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CONCLUSÃO

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade a poucas décadas

era tido como doença, lesão cerebral ou disritmia, que deveriam ser tratadas

com drogas pesadas. Nos dias de hoje ainda usa-se medicamentos para

controlar essa falta de atenção, mas também usa-se a psicoterapia, que

torna-se eficaz para o controle TDAH.

O processo de aprendizagem torna-se muito prejudicado, devido à

falta de atenção e agitação dessas crianças.

O TDAH é encontrado em crianças, adolescentes e adultos. O TDAH

em adultos é um indício de que, quando em crianças já existia esse

transtorno e não foi diagnosticado. O professor em sala de aula deve estar

atento para esses casos, se orientando com o psicólogo ou o

psicopedagogo, ou qualquer outro profissional de educação envolvido no

processo de aprendizagem. O psicopedagogo seria o profissional mais

habilitado nesse processo no caso de um diagnóstico. A importância desse

olhar para essa criança é para que na fase adulta se torne um indivíduo

capaz de desenvolver as suas potencialidades. Uma criança não

diagnosticada e tratada gera um adulto descontrolado, podendo chegar à

delinqüência.

Vários são os fatores responsáveis pelo déficit de aprendizagem:

Traumas durante o parto; Distúrbios clínicos; Dieta alimentar;

Envenenamento por chumbo; Hereditariedade; Lesões cerebrais; Distúrbios

convulsivo; Efeitos colaterais de medicamentos;

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O papel do psicopedagogo enquanto parceiro da aprendizagem é o

de auxiliar o professor nos conflitos inerentes ao processo aluno-

aprendizagem. O TDAH é um dos fomentadores de conflito, a falta de

desatenção, impulsividade leva a criança a sentir-se isolada, perdida,

discriminada. O psicopedagogo deverá fazer uma análise consciente, dentro

dos parâmetros técnicos, despida de qualquer forma de preconceito, pois um

diagnóstico equivocado impedirá essa criança a desenvolver com toda a

potencialidade o seu cérebro hiperestimulado.

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ANEXO I

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ANEXO II

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BIBLIOGRAFIA DROUET, Ruth Caribe da Rocha . Distúrbio da Aprendizagem. Ática S/A –

São Paulo: 2001.

FONSECA, Vitor. Introdução às dificuldades de aprendizado. ICOBE, 1987.

GOLDSTEIN, Sam e GOLDSTEIN Michael. Hiperatividade. 7ª ed. São Paulo, PAPIRUS: 2001. HALLOWELL, Edward M. E RATEY John J.. Tendência à Distração. Rio de Janeiro: 1999. O GLOBO, Jornal. Caderno Jornal da Família, A Criança Índigo. 27 de Julho de 2003 TOPCZEWSKI, Celeram. Hiperatividade. SÃO PAULO; Casa do Psicólogo, 1999.

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ÍNDICE

BIBLIOGRAFIA 23

ÍNDICE 24

INTRODUÇÃO 7

1- ANÁLISES TEÓRICAS 9

1.1- Traumas durante o parto 9

1.2- Hereditariedade 10

1.3- Distúrbios Clínicos 12

1.4- Efeitos colaterais de medicamentos 13

1.5- Dieta Alimentar 13

1.6- Lesões Cerebrais 15

1.7- Distúrbios Convulsivos 17

1.8- Intoxicação por Chumbo 17

CONCLUSÃO 19

ANEXO I 21

ANEXO II 22

Page 25: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DA CONCEICAO RIBEIRO EUZEBIO DA... · comportamento involuntário tinha melhorado, mas não desaparecido, e ele tinha dificuldade

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós – Graduação “Lato Sensu”

Tema: Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Data da Entrega: 06 de setembro de 2003.

Auto Avaliação:

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Avaliada por: ______________________ Grau ______________ .

Rio de Janeiro, 06 de setembro de 2003.