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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS:
CANAL PARA A EXPANSÃO DOS BANCOS
Por: Luciana Costa Reis Novaes
Orientador
Prof. Luciano Gerard
Rio de Janeiro
2009
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS:
CANAL PARA A EXPANSÃO DOS BANCOS
Apresentação de monografia ao Conjunto
Universitário Candido Mendes como condição
prévia para a conclusão do Curso de Pós-
Graduação “Lato Sensu” em Finanças e Gestão
Corporativa.
Por: Luciana Costa Reis Novaes
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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DEDICATÓRIA
Dedico a meu marido, sempre amigo,
compreensivo e incentivador, a meu filho
amado e amigos que me apoiaram
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus onipresente e a Janice,
amiga verdadeira e especial que contribuiu, e
muito me apoiou nesta conquista.
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RESUMO
A presente monografia tem por objeto de análise os correspondentes
bancários, expressão que designa a parceria entre bancos e varejo para a
instalação de pontos de serviço bancário localizados em estabelecimentos como
supermercados, farmácias, casas lotéricas, agências dos Correios, e diversos
outros tipos de lojas e postos de serviços particularmente voltados ao atendimento
varejista. Nesses locais, o cliente pode realizar depósitos, saques, pagamentos de
contas, recebimento de benefícios, além de outras operações, antes só executadas
nas agências bancárias. O objetivo do estudo é investigar a parceria banco e
correspondente bancário como estratégia de redução de custos e captação de
clientes, enfocando a atuação deste como canal alternativo de relacionamento com
o público de baixa renda, com conveniência e comodidade, e para atendimento ao
consumidor final dos serviços bancários.
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METODOLOGIA
A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a pesquisa
bibliográfica, utilizando-se como fonte de consulta livros, monografias, artigos e
publicações eletrônicas que abordam o tema em análise.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................... 08 CAPITULO I O SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO................................................................................. 10 CAPÍTULO II O CORRESPONDENTE BANCÁRIO NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL............... 22 CAPÍTULO III OS CORRESPONDENTES BANCÁRIOS..................................................................................... 25 CAPITULO IV ESTUDO DE CASO.............................................................................................................. 31 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 36 ANEXO............................................................................................................................... 38 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................... 40 ÍNDICE .............................................................................................................................. 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO.................................................................................................... 44
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INTRODUÇÃO
Correspondente Bancário designa a instalação de pontos de serviço
bancário localizados em estabelecimentos parceiros, tais como supermercados,
farmácias, casas lotéricas, agências do correio, e diversos outros tipos de lojas e
postos de serviços particularmente voltados ao atendimento varejista.
As instituições bancárias têm contratado empresas para a função de
correspondente bancário para execução de serviços de abertura e movimentação
de contas de depósitos, saques, recebimentos de benefícios, pagamentos de
contas, além de outras operações, antes só executados em suas próprias
dependências.
Esse tipo de prestação de serviços, seja através de agências de
Correios, casas lotéricas ou estabelecimentos comerciais, tem conseguido reduzir
filas nos guichês das agências, ampliar fortemente o número de correntistas,
reduzir custos, viabilizar escala de atendimento e levar o banco para mais perto do
público de baixa renda.
A prestação de serviços por intermédio de correspondentes bancários
alcança praças não assistidas diretamente por instituições financeiras. Praças
essas que, por não serem economicamente atrativas, não justificam a instalação de
dependências tradicionais por parte dessas instituições. Assim os correspondentes
bancários tornaram-se uma importante estratégia e forma de expansão para os
bancos.
Diante dessas considerações, o presente estudo busca investigar a
utilização dessa forma de prestação de serviço enquanto estratégia de
crescimento.
O objetivo do estudo é investigar a parceria banco e correspondente
bancário como estratégia de redução de custos e captação de clientes, enfocando
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a atuação deste como canal alternativo de relacionamento com o público de baixa
renda, com conveniência e comodidade, e para atendimento ao consumidor final
dos serviços bancários.
Para tanto, o trabalho encontra-se estruturado em quatro capítulos. O
Capítulo I apresenta as principais características do setor bancário brasileiro. O
capítulo II aborda a justificativa da ampliação do correspondente bancário no
Sistema Financeiro Nacional. O Capítulo III analisa as atividades dos
correspondentes bancários, apontando o seu conceito, suas características, as
atividades desempenhadas, as dimensões do mercado, os aspectos normativos e
os benefícios desta forma de prestação de serviços. O Capítulo IV apresenta
alguns cases de parceria entre banco e varejo que demonstram a expansão dos
serviços de correspondentes bancários como estratégia de crescimento dos
bancos e como acesso aos serviços financeiros pelo público de baixa renda.
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CAPÍTULO I
O SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO
1.1 Breve histórico
Os primeiros bancos surgiram no Brasil no século XIX, baseados no
modelo europeu, sob a forma de bancos comerciais, voltados às atividades
mercantis. Segundo publicações da Consultoria Ernst e Young (1996), naquela
época o sistema financeiro era altamente fragmentado e despadronizado.
Lopes e Rosseti (1992) colocam que a evolução do setor bancário no
Brasil comporta quatro fases: a primeira vai do fim do período colonial até os
primeiros anos da República; a segunda abrange o período das guerras e da
Grande Depressão; a terceira tem início em 1945, encerrando-se com as reformas
institucionais de 1964/65; e a quarta inicia-se com as reformas e estende-se até os
dias atuais.
Em 1808, quando foi decretada a abertura do Brasil ao comércio
exterior não existiam instituições monetárias no país e não havia nada que pudesse
chamar-se papel-moeda. Buscando uma reforma da estrutura monetária do país
foram tomadas diversas providências, entre elas a criação do Tesouro Real e do
Conselho Financeiro e a abertura de um banco no Rio de Janeiro para troca do
ouro em poder da população. No mesmo ano foi autorizada a emissão de
certificados de depósito de ouro em pó no Tesouro, os quais poderiam ser
utilizados para pagamento de transações com o governo, estes certificados foram a
primeira forma, embora rudimentar, de papel-moeda.
Segundo Peláez e Suzigan (1981), havia três razões oficiais para o
estabelecimento de um banco no país: a necessidade de financiamento para as
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despesas do governo; a necessidade de grandes saldos de capital líquido para
financiar o volume de comércio exterior; e, a necessidade de capital de giro
abundante para financiar as exportações de manufaturados nacional. Em função
disso, no dia 11 de dezembro de 1809 tiveram início as atividades do primeiro
banco público do país, o Banco do Brasil, que após período crítico teve sua
liquidação autorizada em 1829, porém encerrou suas atividades em 1835, após
inúmeras tentativas de manter seu funcionamento. No período subseqüente o país
ficou sem nenhuma instituição monetária.
Em 1836 foi fundado o primeiro banco comercial privado do país, o
Banco do Ceará que foi liquidado em1839 por falta de recursos para manter o
crédito de suas notas. Em 1838 um grupo de capitalistas estabeleceu o Banco
Comercial do Rio de Janeiro, considerado a primeira instituição bancária privada do
Brasil.
Em 1838 foi autorizado o funcionamento de um segundo Banco do
Brasil, porém, não conseguiu capital mínimo para sua instalação. Em 1851 iniciou
suas atividades o terceiro Banco do Brasil, que dois anos depois fundiu-se com
Banco Comercial do Rio de Janeiro, passando a funcionar com a denominação de
Banco do Brasil, considerado o quarto Banco do Brasil. Esta foi a primeira fusão
bancária do país. Em 1905, após grave crise este banco foi liquidado. O quinto
Banco do Brasil começou a funcionar em 1906.
No final da década de 1870, o Brasil possuía dezessete bancos, todos
voltados ao setor cafeeiro ou à implantação de projetos no setor de infra-estrutura.
Em 1910 o Brasil possuía 21 bancos comerciais, sendo cinco estrangeiros e
dezesseis nacionais.
Segundo Lopes e Rossetti (1992) no período de 1914 a 1945 houve a
expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio prazo no país,
passou a haver também mais segurança nas intermediações financeiras devido à
criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), a qual foi substituída em 1942 pela
Caixa de Mobilização e Fiscalização Bancária, em 1921 houve a instalação da
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Câmara de Compensação e a implantação da Carteira de Redescontos do Banco
do Brasil, foram elaborados projetos para ampliação e diversificação da estrutura
de intermediação financeira e também iniciaram-se os estudos e esforços para a
criação de um banco central no país. Em 1945 o país contava com um total de
2.074 agências bancárias, sendo 2.035 nacionais e 39 estrangeiras.
Segundo esses mesmos autores, o período de 1945 a 1964 é
considerado como de transição, estava entre a estrutura simples firmada na
primeira metade do século XX e a complexa estrutura que passou a existir depois
das reformas institucionais de 1964-65. Nesse período houve expansão no número
de agências bancárias nas diferentes regiões do país, houve a implantação da
Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) como primeiro passo para
implantação de um banco central, foram criadas instituições financeiras de apoio às
regiões carentes e também foram desenvolvidas companhias de crédito,
financiamento e investimento. Em 1952 houve a criação do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (LOPES; ROSSETTI, 1992).
No início dos anos 60, o setor financeiro passou por uma nova
reforma que, ao lado de outras, tinha por objetivo criar condições para o
desenvolvimento econômico do país. O modelo bancário europeu cedeu lugar ao
modelo americano, no qual predominava a especialização. Foram criados o Banco
Central para comandar o sistema bancário nacional, e o Banco Nacional da
Habitação para gerir o Sistema Financeiro da Habitação. Houve incentivo à
expansão da rede de agências pelo território nacional. Assim, os bancos, que até
então tinham funções de caixa e concessão de empréstimos, passaram a atuar, a
partir de 1965, na arrecadação de taxas de serviços públicos como água, luz,
telefone e gás e pagamento de benefícios. Passaram a ser intermediários entre o
órgão público e o contribuinte (CARDOSO, 2003).
Na década de 70, o sistema bancário brasileiro passa por uma grande
concentração. Segundo Lopes e Rossetti (1992), esse fato ocorreu em função das
fusões e aquisições que vinham acontecendo desde o pós-guerra. Em 1970 o país
contava com 170 bancos, em 1985 este número foi reduzido para 112. No mesmo
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período houve expansão no número de agências, que passaram de 9.336 em 1970
para 17.812 em 1985, resultado da penetração do sistema em regiões de
colonização recente.
A primeira metade dos anos 80 mostrou-se propícia à atividades
bancárias, dado aos altos ganhos conseguidos com o float financeiro num
ambiente inflacionário. A partir da segunda metade desta década, o país passou
por diversos planos econômicos, até que em 1994, com a implantação do Plano
Real, a inflação passou a ser controlada. Com a estabilização, o setor conheceu
seus verdadeiros custos e se viu forçado a adotar programas de reestruturação e
racionalização das atividades, iniciou-se o processo de relocalização das agências
(CARDOSO, 2003).
“Em 13 anos, de 1988 até 2000, houve um crescimento discreto do
número de agências no Brasil (de aproximadamente 13.500 para
15.600). Esse crescimento foi basicamente explicado pelo aumento
do número de agências nos estados de São Paulo e Rio de
Janeiro” (SICSÚ; CROCCO, 2003, p. 99).
Com a edição da Resolução 1524, de 21.09.1988, do Banco Central
do Brasil, houve uma alteração na configuração do Sistema Financeiro Nacional,
que passou a ser constituído pelas chamadas instituições universais ou bancos
múltiplos. Um banco múltiplo poderia ser composto por até quatro carteiras, sendo
que era obrigatória a atuação como Banco Comercial ou Banco de Investimento. O
objetivo da reforma era gerar uma economia de escopo na atividade bancária.
Houve também uma redução nos custos contábeis em função da unificação das
demonstrações financeiras, o que visava facilitar a fiscalização do Banco Central.
A partir deste ano vários bancos foram autorizados a funcionar, assim,
o que se viu nos anos seguintes foi a criação de 145 novos bancos múltiplos. As
instituições financeiras obtinham receitas elevadas em função das altas taxas de
inflação que vigoravam nesse período. A receita inflacionária levou à expansão de
agências. Este aumento no número de agências gerou um inchaço no setor
bancário.
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Na década de 90, com a implementação do Plano Real, em 1994,
houve redução dos índices de inflação e extinção da principal fonte de rentabilidade
do sistema bancário na época – o “floating”. Os principais impactos da
estabilização sobre o sistema bancário foram a necessidade de racionalizar custos,
o fechamento de agências bancárias, a demissão de empregados dos bancos e o
aumento de investimentos em automação bancária (CORRÊA, 2006; VILHENA;
SICSÚ, 2006).
A queda no número de estabelecimentos bancários nacionais se deu
através de fusões, aquisições e incorporações. O número de estabelecimentos
bancários estrangeiros aumentou, o que ocorreu de diversas formas: através da
aquisição de bancos domésticos com problemas de solvência, aquisição de bancos
públicos em leilões de privatização, aquisição de bancos domésticos saudáveis, e
associação com o capital nacional. Em função dessas operações, houve grande
mudança na estrutura do setor bancário.
“A esse propósito, cabe assinalar que, entre 1988 e 1994, o número
de bancos passou de 117 para 263. Nesse período, enquanto os
bancos públicos diminuíam, os bancos privados nacionais
passavam de 44 para 154, e os bancos estrangeiros, de 30 para
69. Entre 1994 e 2004, porém, a redução do número total de
bancos se acentua, passando de 263 para 163, sendo que os
bancos públicos se reduziram a apenas 13, os privados nacionais
passaram de 154 para 82, e o número de bancos estrangeiros
continuou aumentando, até o ano de 2000, quando chegou a 84,
mas a partir daí sofreram um enxugamento até chegar a 68 bancos,
em 2004” (CORAZZA; OLIVEIRA, 2009, p. 09).
Nos últimos anos intensificou-se o processo de fusão e incorporação
de bancos, inclusive de estabelecimentos estaduais, com o objetivo de obter
economias de escala e ampliar a eficiência de conglomerados para enfrentar uma
disputa de mercado cada vez mais acirrada, com a participação de grandes
instituições estrangeiras e nacionais. Campeão no processo de fusões e
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incorporações é o Banco Itaú, hoje o segundo maior conglomerado bancário
privado do Brasil.
Segundo Carvalho et al. (2002), o Sistema Financeiro Brasileiro atual
é caracterizado pelo predomínio de bancos múltiplos, um tipo de instituição
presente em vários segmentos do mercado financeiro, destacando-se a captação
de depósitos e a intermediação de crédito.
Segundo Relatório Anual do Banco Central do Brasil, atualmente, o
público tem acesso aos serviços bancários através das agências, postos
avançados de atendimento (PAA), postos de atendimento bancário (PAB), postos
de atendimento eletrônico (PAE) e correspondentes bancários.1
1.2 Os bancos no Brasil
A estrutura bancária brasileira possui algumas segmentações
relevantes que merecem destaque. A primeira segmentação é a de propriedade,
havendo bancos públicos e privados. Posteriormente, os privados dividem-se por
portes, enquanto os públicos estão praticamente concentrados nas três grandes
instituições federais, as quais têm missões distintas.
1.2.1 Bancos federais
1 PAA - Posto Avançado de Atendimento: dependência de banco múltiplo com carteira comercial. Somente pode ser instalado em praça desassistida de serviços bancários prestados por agências ou outro PAA daquelas instituições. PAB - Posto de Atendimento Bancário: dependência de banco múltiplo com carteira comercial. Instalada em recinto interno de entidade da administração pública ou de empresa privada, visando prestar serviços de exclusivo interesse: do Governo e de seus funcionários, da empresa, de seus empregados e administração. PAE - Posto de Atendimento Eletrônico: dependência automatizada de banco múltiplo com carteira comercial. Prestando diversos serviços: saques, depósito, pagamentos, saldos de contas, extratos, etc. Não está sujeito ao horário fixado para o funcionamento das instituições financeiras. Correspondente Bancário: é o estabelecimento comercial que presta serviços em nome de uma Instituição Financeira, conforme Res. BACEN 3.110/03.
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Os bancos federais brasileiros atuam como um tripé de instituições
financeiras, operando em segmentos de interesse estratégico para o
desenvolvimento econômico.
As diferenças destas instituições em relação às demais do sistema
financeiro são as condições de captação de recursos, tendo grande parte de seus
passivos formados por depósitos compulsórios com taxas administradas.
Estas instituições são responsáveis por prover crédito de longo prazo,
direcionando-os para determinados setores. Os agentes são o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal e o
Banco do Brasil (BB), sendo um banco de desenvolvimento, uma caixa econômica
e um banco comercial, respectivamente.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
é a principal instituição de fomento de longo prazo do país, atuando como
impulsionador do desenvolvimento de setores estratégicos e de interesse nacional.
Suas atividades estão concentradas no fortalecimento do setor exportador, porém
possui uma série de programas para diversas demandas por crédito, como
empresas com potencial de crescimento tecnológico, empresas pequenas e médias
com perspectivas de abertura de capital, entre outros. Sua principal fonte de
recursos é oriunda do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Fundo
PIS/PASEP e títulos e de bônus lançados no exterior. Um aspecto relevante é a
captação do banco: grande parte vence a longo prazo, o que permite à instituição
realizar operações com prazos maiores e com períodos de carência, sem que haja
descasamento entre o fluxo dos ativos e passivos, fator determinante da fragilidade
financeira (BNDES, 2009).
A Caixa Econômica Federal (CEF) é a principal instituição nacional
provedora de crédito para habitação e desenvolvimento urbano na área de
saneamento e infra-estrutura. Nos últimos anos, vem ampliando sua linha de
atuação para o crédito comercial e mercado de capitais, além da gestão de fundos.
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Uma outra atividade é a administração de loterias. Sua atuação assemelha-se com
a de bancos comerciais, pois pode captar depósitos à vista, porém sua principal
fonte de recursos não compulsória é a caderneta de poupança. No caso das fontes
de recursos compulsórias, a CEF atua como agente operador do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o que a habilita a gerenciar seus ativos
com maior facilidade para operações de longo prazo, pois os saques do fundo se
dão apenas em condições especiais. O perfil de atuação da instituição é o
fornecimento de recursos de longo prazo, basicamente para habitação e
infraestrutura urbana, com os vencimentos acima de um ano respondendo por mais
de 80% da carteira total e os superiores a cinco anos alcançando quase 56% da
mesma base (CEF, 2009).
O Banco do Brasil é o maior banco comercial brasileiro, seu ativo total
é 60% maior que o do segundo colocado, a CAIXA, e quase o dobro que o do
terceiro colocado, o Bradesco, maior banco privado brasileiro. É o maior
administrador de recursos de terceiros no Brasil, com R$ 65 bilhões em volume
gerenciado em 30 junho de 2002 (VALOR FINANCEIRO, 2002).
As fontes de captação de recursos do Banco do Brasil são
basicamente as vias normais de mercado, como depósitos e captações no
mercado aberto, porém faz a gestão dos recursos do FAT. Suas atividades de
crédito concentram-se na concessão de empréstimos ao setor privado, assumindo
o risco total pela gerência dos ativos, e ao setor público, normalmente dividindo o
risco com o Tesouro Nacional. No setor privado, a atuação situa-se nas áreas
industrial, comercial, varejo e rural, além de exercer a atividade como banco de
investimento, através de um BI (Banco de Investimento) e de uma DTVM
(Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários). O banco atua também como agente
do Tesouro Nacional para concessão de empréstimo, porém, como é apenas um
repassador, não contabiliza estes repasses em seu Balanço Patrimonial.
Sua política de crédito determina que o volume de recursos
emprestados a um único cliente não pode superar 5% do patrimônio líquido (PL)
consolidado e ajustado do banco e que os empréstimos a outros bancos não
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podem superar 15% da mesma base. A partir de outubro de 2001, outra medida foi
implementada, com clientes tomadores de recursos superiores a 2% do PL do
banco não podendo assumir posição de risco superior a 120% do seu patrimônio
líquido consolidado (BANCO DO BRASIL, 2009).
O sistema de crédito e controle de risco envolve a atuação de uma
diretoria especialmente designada para o assunto, estabelecendo níveis de alçada
e critérios para avaliação, como um sistema de pontuação de crédito com base nas
informações da companhia e seus proprietários, que estabelece cinco níveis de
classificação de A a E. Para o setor rural, a análise enfatiza o fluxo de caixa
esperado (BANCO DO BRASIL, 2009).
Existem também atuações no monitoramento e recuperação de
crédito, sendo que a primeira exige uma reavaliação do cliente pelo menos uma
vez ao ano e a segunda atua em processos litigiosos, através da Unidade de
Reestruturação de Ativos Operacionais. Esta unidade é acionada quando um
vencimento passa do 61º dia de sua data original (BANCO DO BRASIL, 2009).
No setor rural, o banco é ainda utilizado como um dos principais
instrumentos da política agrícola do governo federal, não só na para concessão de
empréstimos, mas também em programas de sustentação de preços mínimos. As
taxas de juros cobradas dos mutuários da dívida agrícola são notadamente
inferiores aos custos operacionais, o que é equalizado pelo governo federal.
1.2.2 Bancos públicos estaduais
Este é um segmento que sofreu uma enorme transformação durante
os anos 1990, principalmente por conta dos processos de privatização que levou
grande parte dos bancos estaduais para o poder do setor privado. O caso mais
notório foi o Banespa, privatizado em um leilão cujo vencedor foi o banco espanhol
Santander (BCHS – Banco Central Hispano Santander), no ano 2000. Outros
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grandes bancos estaduais privatizados foram o Banestado (PR), o Bemge (MG) e o
Banerj (RJ), que foram adquiridos pelo Itaú.
1.2.3 Bancos privados
Os bancos privados no Brasil dividem-se por porte e origem de
capital, além de suas especialidades, atuando como bancos múltiplos (os
universais) ou de nicho (os segmentados).
A divisão por porte compreende os grandes bancos varejistas, com
Bradesco, Itaú e Unibanco, além dos estrangeiros HSBC e Santander-ABN Amro.
Sua principal característica é a grande abrangência das agências e postos de
atendimento, permitindo a estas instituições angariar um grande volume de
depósitos de milhões de correntistas, tornando seu custo de captação baixo.
Apesar do viés varejista destas instituições, sua atuação é também
muito forte em outros segmentos, como atacado, private bank2 e o mercado de
pequenas e médias empresas. Além de atuar nos segmentos comerciais, estes
bancos notabilizam-se por liderar o ranking do mercado de capitais nacional, o que
nos permite classificá-los como bancos universais.
Os bancos de médio porte, que não têm condições de fazer frente aos
negócios ligados ao segmento varejista, elegem um nicho para se especializarem,
normalmente dentro do segmento atacadista ou no mercado de capitais, liderando
e, até mesmo, fazendo parte de operações estruturadas ou de lançamento de
títulos. Neste perfil, podemos destacar alguns como o Banco Pactual, o Banco
Santos, o Banco Fibra e o Banco Rural.
Os bancos de pequeno porte surgiram em grande em quantidade
após a reforma de 1988, que autorizou a atividade de banco múltiplo. Sua atuação
se dá em segmentos muito específicos, como financeiras, operando com crédito
direto ao consumidor, como bancos comerciais, em linhas de desconto e fomento
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mercantil, e também fazendo o papel de braço financeiro de grandes grupos,
fomentando as necessidades dos clientes e fornecedores e
gerindo as sobras de caixa do lado não financeiro do grupo.
Neste perfil, podemos destacar o Banco Industrial do Brasil, do grupo
Vigor (alimentos), o Banco Pão de Açúcar, pertencente ao maior varejista
brasileiro, a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), o Banco Lavra, liquidado
em 1999, porém oriundo de corretora de valores e braço financeiro do grupo Lavra,
que operava nos segmentos de distribuição de aço e concessionárias de veículos.
Os bancos estrangeiros, por sua vez, operam dentro dos segmentos
dos grandes varejistas, conforme mencionado no início desta seção, e como
bancos médios, porém com respaldo externo, o que os coloca muita vezes em
igualdade de condições ou até em vantagem em relação aos grandes bancos
privados nacionais.
Sua atuação principal, além dos grandes varejistas, é no segmento de
atacado, no mercado de derivativos e no suporte ao comércio exterior. Contam em
suas carteiras de clientes com as grandes empresas multinacionais de seu país de
origem, sendo suas atividades no Brasil uma extensão de suas atividades no
exterior.
Recentemente, estas instituições passaram a se interessar por um
outro nicho do mercado nacional, o middle market.3 Este é um segmento muito
explorado pelos bancos nacionais grandes e médios, e começou a despertar a
atenção dos estrangeiros pelo elevado spread e pelas garantias que podem ser
obtidas na concessão do crédito. Para tanto, alguns bancos como BankBoston,
Santander-ABN/Real e HSBC montaram áreas especializadas para viabilizar este
setor, porém seu sucesso exige muita agilidade e pouca burocracia, pois os
clientes classificados nesta faixa de negócios precisam de respostas rápidas, o que
2 Private Bank - segmento de algumas instituições financeiras dedicadas ao atendimento de correntistas pessoas físicas de alta e média alta renda.
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os leva a operar com um grande número de instituições financeiras ao mesmo
tempo.
3 middle market - nome que se dá à atividade bancária concentrada para pequenas e médias
22
CAPÍTULO II
OS CORRESPONDENTES BANCÁRIOS NO SISTEMA
FINANCEIRO NACIONAL
Os correspondentes bancários, são a forma menos onerosa e mais
versátil de disseminação de serviços financeiros pelo país. O aperfeiçoamento das
normas introduzidas pelo Banco Central com vistas a estimular a utilização desse
instrumento pelo sistema financeiro surtiu o efeito desejado ao longo dos anos.
Em resposta a esse esforço de ajuste normativo, o sistema ampliou,
por esse canal, a rede de atendimento. De fato, o número de pontos de
atendimento de correspondentes bancários no país tem sido superior ao número de
agências.
De acordo com o Banco Central, os correspondentes foram criados
com o objetivo de ocupar os espaços deixados pelos “ ajustes de mercado”, ou
seja, os locais onde não é financeiramente interessante para os bancos manter
uma agência em funcionamento. Com o tempo, e por liberalidade do Banco
Central, passaram a conviver lado a lado com grandes agências bancárias.
Num país de dimensões continentais como o Brasil, é fundamental a
existência de mecanismos que facilitem a remessa de recursos para as mais
diversas regiões, principalmente para aquelas cuja realidade sócio-econômica
torna viável a existência de entidades financeiras. Os correspondentes bancários
representam talvez a mais promissora forma de melhorar a oferta de serviços
financeiros para as populações com baixo IDH, e estão amparados por normativos
do Banco Central desde 1973 visando a adequação de seu funcionamento às
normas exigidas ao bom atencimento da população. Desde então, seis resoluções
do Bacen possibilitaram a expansão do leque de atuação dos correspondentes
bancários. Atualmente, eles podem oferecer atendimento a diversos produtos,
realizando assim diversas operações, dentre as quais podemos citar : pagamentos,
recebimentos de contas diversas, recepção e encaminhamento de proposta de
empresas, é o nível intermediário entre o varejo e o corporate.
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abertura de contas e depósitos, pedidos e análises de empréstimo e financiamento
de cadastro, proposta de emissão de cartão de crédito, seguros, títulos de
capitalização. Em um primeiro momento , surgiram em locais onde não haviam
instituição bancária. Mas, a partir de 2000, com o crescente aumento do número
de pontos de correspondentes bancários, o Banco Central acabou com a limitação
que previa a instalação dos correspondentes bancários somente em praças
desassistidas por agências bancárias.
Aliados às cooperativas de crédito e ao microcrédito, os
correspondentes bancários são importantes instrumentos de acesso dos cidadãos
aos programas de transferência de renda, como exemplo, o bolsa –família.
Em 2000, um terço dos municípios brasileiros não tinha sequer um
ponto de acesso a bancos. Sua população era obrigada a percorrer grandes
distâncias para efetuar transações bancárias elementares, como pagar uma
simples conta ou receber uma aposentadoria. Adaptações na regulamentação do
mercado financeiro, principalmente visando à expansão do programa Bolsa Escola,
permitiram à Caixa Econômica Federal utilizar sua interligação com a rede de
lotéricas para o pagamento desse benefício à população mais carente em um
número muito maior de localidades.
Paralelamente, aproveitando a brecha criada por essa nova
regulamentação, redes arrecadadoras de contas no Nordeste, região com baixa
cobertura de atendimento bancário, integraram-se aos bancos tradicionais via
sistemas de terminais eletrônicos, transformando farmácias, pequenos mercados e
outros pontos varejistas em pontos de serviço bancário. Estava criado o modelo de
correspondentes que alavancou a expansão dos serviços financeiros no Brasil para
regiões carentes e para as populações de baixa renda. Existe inúmeros casos de
pesquisadores internacionais, principalmente àqueles voltados para o estudo das
microfinanças, que estudam o vitorioso caso dos correspondentes bancários
implantados no País.
Em 2003, não havia mais nenhuma localidade no Brasil sem acesso a
serviços financeiros. Já em 2008, com cerca de 100 mil pontos, os
correspondentes representaram mais de cinco vezes o número de agências
bancárias. Graças à sofisticada tecnologia de rede em que se baseia sua infra
estrutura, os correspondentes já são o principal canal bancário da baixa renda no
24
país. É por meio dele que a população paga a maioria de suas contas, recebe
benefícios governamentais etc. Notável ainda é o expressivo número de abertura
de contas correntes simplificadas feita nos correspondentes, sem que os usuários
freqüentem agências tradicionais.
As pesquisas realizadas até o momento indicam haver grande espaço
para a ampliação ainda mais oferta de serviços financeiros para os mais
desasistidos através do canal dos correspondentes. Vários estudos salientam que
a utilização do correspondente como infra estrutura tecnológica de apoio a
atividades de competência específica das instituições de microfinanças ( IMFs)-
seleção, distribuição e acompanhamento de credito- tem se mostrado promissora.
Além disso, embora seja permitido às IMFs e também as cooperativas de crédito
tornarem-se correspondentes, poucas instituições deste tipo têm adotado esse
papel.
O foco predominante nos correspondentes tem sido em serviços de
pagamento e recebimento. A evolução desse canal no país, entretanto, mostra uma
gradual mas consistente desconcentração regional e um aumento na diversidade
nos serviços oferecidos, o que pode atrair o interesse de outras instituições do
sistema financeiro, além de uma exploração mais efetiva de todo o seu potencial
por parte dos bancos tradicionais.
25
CAPÍTULO III
OS CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
3.1 Conceito e aspectos gerais
O Banco Central do Brasil define o correspondente bancário como
“acordo ou contrato feito entre instituições financeiras e pessoas jurídicas para a
execução de serviços em seu nome” (BACEN, 2009).
O primeiro normativo a denominar de correspondentes empresas
prestadoras de serviços bancários, foi a Circular n. 220/1973, do Banco Central,
que permitiu aos Bancos comerciais firmar contratos para o desempenho das
funções de correspondente, limitando, porém, à contratação daqueles serviços à
cobrança de títulos e execução, ativa ou passiva, de ordem de pagamento em
nome do contratante.
Posteriormente, vários outros instrumentos legais e regulamentares
normatizaram a atuação dos Correspondentes Bancários, concentrando-se em
locais de baixa bancarização e, inicialmente, apenas aceitavam pagamento de
concessionárias de serviços públicos, como fornecimento de água e luz. Esse
modelo vem se desenvolvendo desde 2000, quando a Caixa Econômica Federal
obteve permissão para oferecer serviços de pagamento por intermédio da ampla
rede nacional de casas lotéricas.
Nos últimos anos, a legislação permitiu a ampliação do leque de
serviços através da Resolução nº 3.110, de 31 de julho de 2003, do Banco Central
do Brasil (BACEN), que regulou a contratação dos correspondentes bancários,
assim entendidas as empresas, integrantes ou não do Sistema Financeiro
26
Nacional, que prestam serviços a instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo BACEN.
Os serviços prestados pelos correspondentes bancários são
relacionados no art. 1º da mencionada Resolução, a saber:
“I - recepção e encaminhamento de propostas de abertura de
contas de depósitos à vista, a prazo e de poupança;
II - recebimentos e pagamentos relativos a contas de depósitos à
vista, a prazo e de poupança, bem como a aplicações e resgates
em fundos de investimento;
III - recebimentos, pagamentos e outras atividades decorrentes de
convênios de prestação de serviços mantidos pelo contratante na
forma da regulamentação em vigor;
IV - execução ativa ou passiva de ordens de pagamento em nome
do contratante;
V - recepção e encaminhamento de pedidos de empréstimos e de
financiamentos;
VI - análise de crédito e cadastro;
VII - execução de serviços de cobrança;
VIII - recepção e encaminhamento de propostas de emissão de
cartões de crédito;
IX - outros serviços de controle, inclusive processamento de dados,
das operações pactuadas;
X - outras atividades, a critério do Banco Central do Brasil.”
Percebe-se que são atividades típicas de uma agência bancária
comum, tais como abertura de contas correntes e de poupança, recebimento de
pagamentos, execução de ordens de pagamento, análise de crédito, entre outras.
Inicialmente instaladas em nas grandes redes de varejo, como
grandes magazines e supermercados, para oferecer crédito, vender seguros,
poupanças, títulos de capitalização para seus clientes, etc., hoje, os
27
correspondentes bancários cada vez mais ocupam espaço no comércio de menor
porte, como o Lemon Bank.
Assim, praticamente qualquer ponto de vendas que trabalhe com
valores em espécie e esteja localizado próximo aos clientes pode ser convertido
em um correspondente bancário, quais sejam, supermercados de bairro, farmácias,
açougues, etc. Enfim, pequenos comércios que procuram através do banco
aumentar o faturamento.
3.2 As dimensões do mercado
No ano de 2000, 1.600 dos 5.800 municípios brasileiros — mais de
um quarto — não tinham acesso aos serviços bancários formais. Em 2003, todos
os municípios já dispunham de acesso a esses serviços por intermédio de
correspondentes bancários. No final de 2005, mais de 69.000 correspondentes
bancários estavam em operação, segundo o Banco Central do Brasil.
A Tabela 1 mostra a evolução dos correspondentes de 2000 a 2005.
Em 2000 existiam 13.731 correspondentes bancários. Em 2005, por sua vez, esse
número aumentou cerca de 406%, saltou para 69.546, enquanto as agências
bancárias saltaram de 16.396 para 17.515 (6,8% a mais) e os pontos de
atendimento, em geral, cresceram 129%, de 54.075 para 123.993.
Ou seja, esses números mostram que os correspondentes bancários
tornaram-se uma importante estratégia e forma de expansão para os bancos. É
importante ressaltar na Tabela 1 a expansão dos correspondentes bancários de
2001 para 2002. Em 2001, eram 18.653. Já em 2002, o Banco Central registrou
35.511 correspondentes bancários, representando um crescimento de cerca de
90%. Esse crescimento pode ser explicado pela criação do Caixa Aqui e do Banco
Postal. O primeiro surgiu de uma parceria entre a Caixa Econômica Federal, e o
segundo é uma parceria entre os Correios e o Banco Bradesco.
28
Tabela 1 - Evolução do número de agências, pontos de atendimento e
correspondentes eletrônicos (2000/2005)
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Número de agências 16.396 16.841 17.049 16.829 17.260 17.515
Postos tradicionais 9.495 10.241 10.140 10.045 9.837 9.527
Postos eletrônicos 14.453 16.748 22.428 24.367 25.595 27.405
Correspondentes 13.731 18.653 35.511 36.474 46.035 69.546
Total de dependências 54.075 62.483 85.128 87.715 98.727 123.993
Fonte: BACEN.
Entre as principais instituições que operam essa modalidade de
atendimento destacam-se a Caixa Econômica Federal (14.441 pontos de
atendimentos), Lemon Bank (7.284 pontos de atendimento), Banco do Brasil (4.999
pontos de atendimento), Bradesco (4.276 pontos de atendimento) e Banco ABN
AMRO Real (3.516 pontos de atendimento).
3.3 Vantagens da parceria Banco e Correspondente Bancário
Vários são os exemplos de redes de correspondentes bancários: a) o
convênio entre o Bradesco e os Correios, nomeado de Banco Postal; b) os
correspondentes do Lemon Bank; c) o Programa Caixa Aqui, da Caixa Econômica
Federal com lotéricas e outros estabelecimentos; d) A rede PagPerto, formada pelo
Santander Banespa e comércios em geral.
Essas associações entre varejo e banco têm um alvo estratégico bem
definido: o público de baixa renda, uma camada da população que no Brasil reúne
cerca de 40 milhões de pessoas, as quais não possuem nenhum tipo de
relacionamento bancário. Isto porque, pesquisas indicam que o consumidor de
baixa renda fica constrangido ao entrar numa agência bancária, mas se sente
29
muito bem recebido nos estabelecimentos comerciais que fazem parte de seu dia-
a-dia. Dessa forma, os bancos visualizam os correspondentes bancários como a
“nova fronteira e principal canal de expansão dos serviços financeiros” (COELHO,
2005, p. 01).
Com a contratação dos correspondentes bancários, as instituições
financeiras põem em prática uma eficaz estratégia de expansão, em busca de
novas alternativas no mercado financeiro. São milhões de clientes a serem
conquistados, com investimentos e gastos operacionais incomparavelmente
inferiores aos decorrentes da tradicional implantação de agências bancárias. Ao
contratar um correspondente bancário, a instituição financeira dispensa-se de
investimento em instalações, contratação e treinamento de funcionários. Aproveita,
além disso, a estrutura já existente na empresa contratada, reduzindo
consideravelmente as despesas operacionais.
Dessa forma, podem-se apontar como vantagens dessa parceria
relação ao de agências bancárias, além do descongestionamento do atendimento
nas agências, as seguintes:
• Capilaridade: atendimento às regiões mais distantes dos grandes centros e às
periferias das metrópoles. Possibilidade de atuar com um número
consideravelmente maior de pontos de atendimento numa mesma região quando
comparado ao modelo de rede própria de agências.
• Abrangência: o modelo permite a aderência de público não atendido pelo modelo
de agências.
• Baixo custo de implantação e manutenção: todos os custos, com exceção
daqueles relativos à marketing, são de responsabilidade do correspondente, que é
remunerado através de um sistema de comissões sobre os volumes produzidos.
Esse valor gasto com comissionamento é menor se comparado ao que seria
despendido na manutenção de uma loja própria, o que deriva do fato de os salários
pagos pelos correspondentes aos seus funcionários ser menor que aquele devido à
30
um bancário. Gladilone (2002) aponta que o custo de cada ponto de
correspondente bancário equivale a apenas 8% do custo de implantação de uma
agência.
A Caixa Econômica Federal, cuja parceria com o varejo é realizada
pelo Caixa Aqui, contabiliza as vantagens de operar no setor:
“Tirou de dentro das suas agências um grande fluxo de clientes,
possibilitando focar na prospecção de novos negócios e está
inovando a contratar imobiliárias como correspondentes bancários
para alavancar a concessão de crédito imobiliário e de outros
serviços bancários” (OLIVEIRA, 2007, p. 01).
Os correspondentes bancários, por sua parte, além de serem
remunerados pelos serviços prestados, são beneficiadas pelo aumento do fluxo de
pessoas nos respectivos estabelecimentos, favorecendo a conquista de novos
clientes e de novas vendas.
Para os usuários, os serviços de pagamento e recebimento de contas
nestes estabelecimentos são muito mais simples e cômodos. O ponto de venda fica
perto de casa, não há fila, porta-giratória e nem a atmosfera sisuda das agências
bancárias.
31
CAPÍTULO IV
ESTUDO DE CASO
4.1 Banco Postal
O Banco Postal, parceria do Banco Bradesco com a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos foi criado em 2001, tendo, ao longo de sua
existência, apresentado resultados expressivos tanto para o setor financeiro quanto
de cunho tecnológico.
O projeto teve início em março de 2002, em São Francisco de Paula,
no Estado de Minas Gerais. Naquele ano, 2.500 agências dos Correios já
passaram a funcionar como Banco Postal. Hoje, são mais de 1.700 municípios
atendidos e mais de 4.000 pontos de atendimento, que atendem mais de 13
milhões de pessoas que antes precisavam se deslocar para fazer um simples
saque (EFINANCE, 2004).
Os Correios já abriu 6,8 milhões de contas por meio do Banco Postal,
já emprestou R$ 2,1 bilhões e realiza quase um milhão de operações por dia, esse
segmento já participa com 2,05% das suas receitas. O perfil de seus correntistas é
o seguinte: 36,6% até um salário mínimo; 46,6% entre um e três salários mínimos e
17% acima de três salários mínimos (OLIVEIRA, 2007).
Entre as operações de crédito no Banco Postal, o grande destaque
entre outras linhas de financiamento é o micro crédito, que possui 138 mil contratos
em carteira, com mais de R$ 162 milhões emprestados, a uma taxa de juros de 2%
ao mês (EFINANCE, 2004).
Outra vantagem do Banco Postal está no atendimento às pessoas de
baixa renda de grandes centros urbanos. As classes C e D, que hoje são o
32
principal foco de projetos como esse, representam 67% da população (EFINANCE,
2004).
O que levou o Bradesco a entrar neste projeto foi, primeiramente, uma
série de casos bem sucedidos no mundo inteiro de bancos postais. O banco postal
japonês, por exemplo, possui mais de 24 mil pontos de atendimento e já
ultrapassou a cifra de US$ 2 trilhões em depósitos. Outro fator importante foi a
confiabilidade do parceiro nesse negócio.
Os Correios possuem uma grande imagem de confiabilidade junto à
população. Do ponto de vista estrutural, a parceria garante presença em todos os
municípios do Brasil - inclusive naqueles que não justificariam o investimento de
implantação de uma agência -, através de um dos maiores empregadores do País
e que possui também a maior rede logística, com presença em todos os
municípios.
Os Correios entram com a infra-estrutura e os funcionários para
realizar os serviços de abertura de contas, saques, depósitos, extratos e
empréstimos.
A tecnologia empregada para o Banco Postal está suportada numa
mesma plataforma, com todas as operações realizadas on-line em tempo real e
todas as agências postais ligadas operacionalmente a uma agência do Bradesco.
Ou seja, uma conta corrente aberta em determinada agência dos Correios, na
verdade está sendo aberta numa agência Bradesco de relacionamento.
O resultado desse projeto é que o cliente do Banco Postal, seja ele de
uma aldeia, de uma vila ou de um pequeno município, é na verdade um correntista
do Bradesco e tem acesso aos produtos da instituição e todos os canais de
atendimento, com tarifas reduzidas. Assim, Bradesco e os Correios passaram a
prover serviços financeiros básicos à população de baixa renda, integrando
municípios desprovidos de agências bancárias, ampliando oportunidades
econômicas através da oferta de crédito para a população.
33
4.2 Lemon Bank
Diferenciado dos modelos tradicionais, o Lemon Bank iniciou suas
operações com o slogan "O Banco de todo brasileiro", mas atualmente já é
reconhecido como "O Banco dos sem-Bancos".
Um dos primeiros passos foi formalizar parcerias com redes presentes
em lojas, farmácias, papelarias, padarias, postos de gasolina, supermercados,
shopping centers e outros estabelecimentos comerciais de grande circulação de
público, além da implantação de quiosques próprios. Ao se buscar essas redes foi
desenvolvida toda uma política de marketing de vizinhança para que elas
nascessem de uma forma consistente. As lojas também passaram por um processo
de padronização visual, os correspondentes, por treinamento, e foi desenvolvida
toda uma tecnologia própria e eficiente para que os pontos pudessem operar.
A estratégia de marketing comportou, ainda, a realização de
campanhas promocionais cooperadas com o próprio ponto, como a mini promoção
de bicicletas, e, posteriormente, a promoção "Aqui se paga, aqui se ganha", que
gerou um aumento de 20% no volume de transações e a elaboração de um
database de todos os clientes que será trabalhado para que o banco possa,
através de outras ações, estender um verdadeiro tapete vermelho de
conveniências para sua clientela.
Após identificar exatamente a necessidade do brasileiro de ter um
banco disponível onde quer que se encontre, contar com serviços realizados de
forma fácil e prática, o Lemon Bank compôs seu portfólio com outros produtos
dirigidos à população de baixa renda.
O Lemon Bank lançou um cartão de crédito para pessoas que jamais
tiveram acesso a esse instrumento. Sem similar no mercado, o Lemon Bank Visa é
um cartão vinculado a um título de capitalização. Funciona como um cartão
tradicional para compras em mais de 700 mil estabelecimentos credenciados com a
Visa do Brasil. Além disso, oferece a vantagem de os clientes participarem de
34
sorteios de prêmios em dinheiro, podendo ganhar 50 mil reais em sorteios
semanais ou até 500 mil reais trimestrais. No ato da aquisição não é exigida
comprovação de renda, não são feitas consultas ao SPC ou ao Serasa. O cartão
possui anuidade e juros com valores abaixo dos outros cartões.
Com foco nos excluídos do sistema bancário tradicional,
principalmente, no trabalhador da economia informal, o Lemon Bank também
lançou, a sua conta corrente, a "Conta Brasil de todo brasileiro", que apresenta
diferenciais importantes no sentido de minimizar o problema da exclusão de grande
parte da população dos serviços bancários.
Outro produto lançado pelo Lemon e que se destina à população de
baixa renda é o Seguro Premiado Lemon Bank. Trata-se de um seguro de
acidentes pessoais que garante ao proprietário, em caso de necessidade, uma
indenização de R$ 3 mil. Ele também dá direito à participação em sorteios mensais
e oferece como prêmio R$ 5.000,00 durante um ano.
Segundo o ranking de atividade bancária assistida por
correspondentes, o Lemon Bank encontra-se em segundo lugar, com mais de 7 mil
pontos de atendimento.
O crescimento do Lemon Bank na quantidade de pontos de
atendimento, de transações efetuadas e do valor arrecadado, também merece
destaque. No que diz respeito à quantidade de pontos de atendimento, o salto foi
brutal, pulando de 18 pontos, em agosto de 2002, para 1.335 pontos, em dezembro
do mesmo ano. Em janeiro de 2003, já eram 1.886 pontos, atingindo 3.111 pontos
em junho, 3.557 pontos em agosto, e, mais precisamente, 5.400 pontos em
dezembro 2003.
Mais do que números, porém, o maior banco popular do país no
segmento de correspondentes bancários tem a certeza de ter lançado o mais
original sistema bancário do Brasil, capaz de atender um público nunca antes
percebido pelo mercado, e que já o percebe como sendo "O banco dos sem-
35
banco"; reduzindo drasticamente os problemas e os efeitos da exclusão de enorme
parte da população dos serviços bancários, pela ausência de Carteira profissional
ou esta sem anotação de emprego.
36
CONCLUSÃO
O correspondente bancário é um novo canal de distribuição utilizado
por bancos no Brasil para dar acesso aos serviços financeiros a populações de
baixa renda, particularmente aquelas situadas em localidades de difícil acesso e
em pequenas comunidades.
A atividade foi regulamentada em 2000 pelo Banco Central,
permitindo a outras organizações, tais como casas lotéricas, supermercados,
farmácias, bancas de jornal, padarias e outros tipos de comércio, tornarem-se
correspondentes bancários. A partir de então, em todo o Brasil, pequenos
estabelecimentos comerciais têm sido contratados como correspondentes
bancários. Essas empresas funcionam como verdadeiras “mini-agências”
bancárias, proporcionando ampla capilaridade às instituições financeiras e
permitindo a inclusão social da população de menor poder aquisitivo.
Na parceria banco e varejo, no formato de correspondentes
bancários, os bancos beneficiam-se de economias de custos e de ampliação de
mercado, pois utilizam estruturas já montadas e alcançam um número muito maior
de pontos de oferta de produtos, bem como de municípios que não dispõem de
serviços bancários, atingindo, assim, a população não bancarizada. Além disso, os
bancos de varejo passam a contar com a vantagem de distribuir e desconcentrar
parte do contingente de usuários de suas agências bancárias.
A parceria banco e correspondente bancário demanda, ainda, a
necessidade do desenvolvimento de um forte canal de relacionamento entre eles.
O correspondente deve ser visto como o canal de distribuição de todos os produtos
financeiros. O nível de satisfação do correspondente reflete sua disposição em
trabalhar com todo o portfólio de produtos oferecidos pelo banco. Essa sensação
de satisfação demanda um canal de relacionamento eficiente que possibilite a
criação de uma relação de parceria com o correspondente. Esse fato leva à
37
conclusão de que um bom relacionamento com a rede de correspondentes permite
ao banco operar com a totalidade de seu portfólio de produtos, dando margem,
inclusive, para a atuação em novos produtos que venham a ser desenvolvidos.
38
ANEXO
DIAGRAMA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
39
40
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Relatório de Estabilidade Financeira – Elaborado pelo Banco Centra do Brasil –
Novembro/2008.
Diagrama extraído do material do professor Luciano Gerard
Site – www.ipea.gov.br acesso em 28 de julho de 2009.
43
ÍNDICE
DEDICATÓRIA................................................................................................................... 03 AGRADECIMENTOS......................................................................................................... 04 RESUMO........................................................................................................................... 05 METODOLOGIA................................................................................................................ 06 SUMÁRIO.......................................................................................................................... 07 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 08 CAPITULO I O SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO................................................................................. 10 1.1 Breve histórico........................................................................................................ 10 1.2 Os bancos no Brasil................................................................................................ 16 1.2.1 Bancos federais.............................................................................................. 16 1.2.2 Bancos públicos estaduais............................................................................. 19 1.2.3 Bancos privados............................................................................................. 19 CAPÍTULO II O CORRESPONDENTE BANCÁRIO NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL....... 22 CAPÍTULO III OS CORRESPONDENTES BANCÁRIOS.............................................................................. 25 3.1 Conceito e aspectos gerais..................................................................................... 25 3.2 As dimensões do mercado..................................................................................... 27 3.3 Vantagens da parceria Banco e Correspondente Bancário.................................... 28 CAPITULO IV ESTUDO DE CASO.............................................................................................................. 31 4.1 Banco Postal................................................................................................................ 31 4.2 Lemon Bank................................................................................................................. 33 CONCLUSÃO.................................................................................................................... 36 ANEXO............................................................................................................................... 38 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................. 40 ÍNDICE.............................................................................................................................. 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO.................................................................................................... 44
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Projeto A Vez do Mestre
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Título da Monografia:
“Correspondentes bancários: canal para a expansão dos bancos”
Data da entrega: 29 de Julho de 2009
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
______________________________________________________
Avaliado por: Luciano Gerard Grau: ______________.
Rio de Janeiro, 29 de Julho de 2009.