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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
Por: Sheila Maria Scolnik
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Sistemas
Integrados em QSMS/SGI
Por: Sheila Maria Scolnik
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela
saúde e perseverança, a meu amado
tio Jayme Shcolnik, que infelizmente se
foi antes que este trabalho fosse
concluído, pelo incentivo desde os
primeiros passos da minha formação
profissional, aos meus pais pela
amizade e confiança, à minha querida
filha Rachel pelo ensinamento do
verdadeiro amor , aos amigos que
torceram para que mais este sonho se
tornasse realidade e a meus
professores, capazes de me inspirar na
realização deste trabalho.
4
DEDICATÓRIA
.Á minha filha Rachel.
5
RESUMO
Este trabalho pretende demonstrar de uma maneira simplificada, as etapas de
implantação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos em Laboratórios de
Análises Clínicas e a importância da conscientização da equipe para o sucesso
do mesmo. Para isto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos
e sites da internet no ano de 2011. São apresentados alguns exemplos da
implantação e implementação já estabelecidos dando ênfase à fase de
treinamento e envolvimento da equipe. Ao final do trabalho, conclui-se que
somente através da participação ativa de todos os membros da organização,
pode-se obter sucesso na implantação.
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METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado através de levantamento bibliográfico em
livros, teses, artigos e pesquisa na internet sobre o tema Gerenciamento de
Resíduos em Laboratório de Análises Clínicas. A pesquisa foi realizada no ano
de 2011.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Histórico 10
CAPÍTULO II - Plano de Gerenciamento de Resíduos 17
CAPÍTULO III – Sistemas Integrados de Gestão 31
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 43
SIGLAS 45
8
INTRODUÇÃO
A preocupação com a questão ambiental torna o gerenciamento
de resíduos um processo de extrema importância na preservação da qualidade
da saúde e do meio ambiente. Este é um tema bastante estudado na
atualidade, devido aos impactos negativos gerados e ainda ao custo que
representa às organizações e à sociedade pela não segregação do mesmo na
fonte. No caso de estabelecimentos de serviços de saúde a atividade de
gerenciar tais resíduos torna-se imprescindível, dada à qualidade do resíduo
gerado e seus impactos ambientais. Segundo Perigo (2005): "..empresas
públicas e privadas, incluindo os prestadores de cuidados de saúde, são
convidadas a assumir uma postura socialmente responsável. Os laboratórios
Clínicos fazem parte deste cenário, pois suas atividades também podem
contribuir para agravar estes problemas. Assim, atitudes pró ativas para estas
questões também são esperadas a partir deles.”
“Entre os serviços de Saúde, o setor de análises Clínicas gera,
além de resíduos biológicos e infectantes característicos, diversos resíduos
químicos não devem ser descartados diretamente na rede de esgoto”
(Reynaldo, novembro de 2007) .
Os órgãos regulatórios e ambientais tornaram-se cada vez mais
exigentes e as organizações devem estar adequadas a estas exigências,
buscando a melhoria contínua dos processos e minimizando os custos do
descarte incorreto.
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Segundo o Manual de PGRSS da ANVISA (2006) das 149.000
toneladas de resíduos residenciais e comerciais geradas diariamente, apenas
uma fração inferior a 2% é composta por Resíduos de Serviços da Saúde e,
destes , apenas 10 a 25% necessitam de cuidados especiais e por isso deve-
se implantar sistemas de segregação na fonte destes resíduos e ainda ter em
mente que a gestão integrada de resíduos deve priorizar a não geração, a
minimização da geração e o reaproveitamento dos resíduos, a fim de evitar os
efeitos negativos sobre o meio ambiente e a saúde pública.
Embora o poder público tenha publicado manuais com o objetivo de
auxiliar no gerenciamento dos resíduos em conformidade com a legislação
vigente, este tema gera dúvidas e profundos questionamentos para os
gestores dos serviços de saúde.
O capítulo I deste trabalho faz um breve histórico da evolução do
pensamento e da legislação brasileira em relação ao tratamento de resíduos.
No Capítulo II há uma descrição resumida da elaboração do PGRSS,
enfocando a etapa de treinamento.
Finalmente no capítulo III há uma comparação da implantação do
PGRSS e de um Sistema de Gestão Integrado que abrange qualquer tipo de
atividade.
10
CAPÍTULO I
HISTÓRICO
1.1 Aspectos gerais
A evolução das atividades produtivas da humanidade propiciou
uma maior interferência na natureza, sendo a degradação ambiental pelo
descarte inadequado de resíduos destas atividades uma delas. No setor de
saúde observamos uma crescente quantidade de clínicas, hospitais e é claro
de laboratórios de análises clínicas. Em todo o mundo, movimentos
ambientalistas surgiram na tentativa de minimizar estes impactos nas décadas
de 60 e 70. O principal objetivo desses movimentos era demostrar a
possibilidade de melhorar o desempenho econômico ao mesmo tempo em que
se melhorava a qualidade ambiental.
Na década de 80 foi publicado relatório Nosso Futuro Comum, o qual
definia o desenvolvimento sustentável com “aquele que responde aa
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de responder as suas necessidades” .
A realização da Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente
e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992 teve como objetivo
conseguir um equilíbrio justo entre as necessidades econômicas, sociais e
ambientais das gerações presentes e futuras, atribuindo ao conceito de
desenvolvimento sustentável, além das preocupações ambientais, os pilares
econômico e social.
11
Desta forma chegamos ao conceito atual onde as organizações podem
ser economicamente viáveis e ao mesmo tempo ambientalmente corretas e
socialmente responsáveis.
1.2-Aspectos legais, normativos e técnicos
No Brasil, podemos perceber a seguinte evolução da legislação
ambiental, normas e guias ligados ao gerenciamento de resíduos em
Laboratórios Clínicos:
08/06/1978 - Ministério do Trabalho e Emprego - Portaria nº 3.214 –
Norma Reguladora - NR-7- Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional.
01/03/1979 - Portaria Minter nº 53 - orienta o controle de resíduos sólidos no
país, de natureza industrial, domiciliares, de serviços de saúde e demais
resíduos gerados pelas demais atividades humanas.
31/08/1981 – Lei nº 6938 – Política Nacional de Meio Ambiente – Dispõe
sobre a Política Nacional do meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação.
19/09/1990 – Lei Orgânica da Saúde nº 3080- Política Nacional de Saúde
19/09/1991- Resolução CONAMA n º6 – dispõe sobre a incineração de
Resíduos Sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e
aeroportos.
05/08/1993- Resolução CONAMA nº 5 – estabelece definições, classificação
e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos
oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais rodoviários e
ferroviários.
27/04/1994- Lei nº 9795 – Política Nacional de Educação Ambiental
06/06/1997 - Ministério da Ciência e Tecnologia - Instrução Normativa
CTNBio nº 7
08/01/1998- Lei nº 9605- Lei de Crimes Ambientais.
12
12/05/1998 - Portaria SVS/MS 344 de 12 de maio de 1998 - Aprova o
Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle
especial.
30/06/1999 – Resolução CONAMA nº 257 - Estabelece que pilhas e baterias
que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus
compostos, tenham os procedimentos de reutilização, reciclagem,
tratamento ou disposição final ambientalmente adequados.
25/04/2001 – Resolução CONANA nº 275 - Estabelece código de cores para
diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva.
12/06/2001 – Resolução CONAMA nº 283 - Dispõe sobre o tratamento e a
destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.
10/07/2001 – Lei 10257- Estatuto das Cidades
12/07/2001- Resolução CONAMA nº 283 – dispõe especificamente sobre o
tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde,
aprimorando e completando os procedimentos previstos na resolução nº 5.
21/02/2002 - RDC nº 50 ANVISA - Dispõe sobre o Regulamento Técnico
para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos
de estabelecimentos assistenciais de saúde.
29/10/2002 – Resolução CONAMA nº 316 - Dispõe sobre procedimentos
e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de
resíduos.
14/11/2002 - RDC nº 305 ANVISA - Ficam proibidos, em todo o território
nacional, enquanto persistirem as condições que configurem risco à saúde,
o ingresso e a comercialização de matéria-prima e produtos acabados,
semi-elaborados ou a granel para uso em seres humanos, cujo material de
partida seja obtido a partir de tecidos/fluidos de animais ruminantes,
relacionados às classes de medicamentos, cosméticos e produtos para a
saúde, conforme discriminado.
2003 – Resolução da Diretoria Colegiada – RDC ANVISA nº 33/03
2004 – Ministério da Saúde - Diretrizes gerais para o trabalho em contenção
com material biológico -
13
07/12/2004 – RDC ANVISA nº306 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico
para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
29/04/2005- Resolução CONAMA nº 358
13/10/2005 - RDC nº 302 – ANVISA - dispõe sobre o Regulamento
Técnico para o funcionamento de Laboratórios Clínicos
2006- Publicação do Manual ANVISA - Manual de gerenciamento de
resíduos de serviços de saúde
02/08/2010- Lei 12305- Política Nacional de Resíduos Sólidos- além de
regulamentar o setor, estabelece as diretrizes a serem adotadas pelos
serviços públicos de saneamento básico.
- ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
04/ 1992 - NBR 12235 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.
01/1993 - NBR 12810 - Coleta de resíduos de serviços de saúde
05/1997 - NBR 13853 - Coletores para resíduos de serviços de saúde
perfurantes ou cortantes - Requisitos e métodos de ensaio
03/2000 - NBR 7500 - Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e
Armazenamento de Material
07/2000- NBR 9191 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo -
Requisitos e métodos de ensaio
04/2001- NBR 14652 - Coletor-transportador rodoviário de resíduos de
serviços de saúde.
07/2001 - NBR 14725 - Ficha de informações de segurança de produtos
químicos - FISPQ
31/05/2004- NBR 10004 - Resíduos Sólidos - Classificação, segunda edição
- CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
NE-3.01 - Diretrizes Básicas de Radioproteção.
NN-3.03 - Certificação da qualificação de Supervisores de Radioproteção.
NE-3.05 - Requisitos de Radioproteção e Segurança para Serviços de
14
Medicina Nuclear.
NE- 6.01 - Requisitos para o registro de Pessoas Físicas para o preparo,
uso e manuseio de fontes radioativas.
NE-6.02 - Licenciamento de Instalações Radiativas.
NE-6.05 - Gerência de Rejeitos em Instalações Radiativas
Guias Internacionais
- OMS - Organização Mundial de Saúde
Safe management of waste from Health-care activities.
Emerging and other Communicable Diseases, Surveillance and Control -
1999.
- EPA - U.S. Environment Protection Agency
Guidance for Evaluating Medical Waste Treatment Technologies.
State and Territorial Association on Alternative Treatment Technologies,
April 1994.
1.3 – Aspectos Humanos
Como percebemos, a própria interferência negativa do ser humano no
meio ambiente propiciou a conscientização da necessidade de zelar pelo
mesmo, sem esquecer de que o homem é parte integrante dele.
Acidentes ambientais históricos tiveram grande importância no estudo
e na evolução de medidas preventivas. Podemos citar alguns deles:
Enseada de Prince Williams, Alaska, 1989
15
O petroleiro Exxon Valdez encalha nos recifes, derrama 40.000
toneladas de petróleo, destrói 50 km de frágeis reservas biológicas,
contamina 2.400 km da costa, custando para a Exxon um valor estimado até o
momento em US$16,5 bilhões.
Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, 2000
Acidente na Baía de Guanabara em janeiro de 2000 que provocou o
derramamento de 1,3 milhão de litros de óleo oriundos de um duto que liga a
refinaria Duque de Caxias ao Terminal da Ilha D’Água. A mancha negra se
estendeu por 40 quilômetros quadrados (...). Apenas seis meses depois,
mais um revés: quantidade ainda maior de petróleo, quatro milhões de litros,
foi despejada nos Rios Barigui e Iguaçu, este o principal do Estado do Paraná,
durante operação de bombeio na Refinaria Getúlio Vargas..
Em ambos os casos podemos verificar a ausência do pensamento
preventivo e a ausência de consciência ambiental.
Atualmente, “os valores, usos e costumes das sociedades do século XXI
não toleram o lucro a qualquer preço, sem considerar a manutenção de
condições dignas de segurança, saúde ocupacional, sustentabilidade
ambiental e responsabilidade social” (Moraes e Macedo, 2009). Segundos
estes autores, os atuais valores na cultura organizacional, foram repensados
após acidentes catastróficos.
Nesse contexto verifica-se a necessidade urgente da formação desta
consciência nos profissionais da área, através de um plano de treinamento
destes e das outras partes interessados (terceirizados) envolvidos no manejo
de resíduos. Pesquisas indicam que profissionais que trabalham em
laboratórios de análises clínicas carecem de informações sobre os reagentes
utilizados, a maneira de como se devem descartar os resíduos líquidos, e os
16
prováveis problemas que estes resíduos podem causar no meio ambiente.
(Reynaldo (2007).
17
CAPÍTULO II
PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
2.1- Definição dos RSS
Os resíduos de serviços de Saúde são aqueles resultantes das atividades
exercidas nos serviços definidos no artigo 1º da RDC ANVISA Nº 306, que por
suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo,
exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. (RDC 306
ANVISA,2004) A RDC nº 302, de 13/10/2005 da ANVISA, dispõe sobre o Regulamento
Técnico para o funcionamento de Laboratórios Clínicos prevê em seu requisito
5.6, as seguintes condições para o descarte de resíduos gerados por este
tipo de organização:
5.6 Descarte de Resíduos e Rejeitos
5.6.1 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem implantar o
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)
atendendo aos requisitos da RDC/ANVISA n° 306 de 07/12/2004, suas
atualizações, ou outro instrumento legal que venha substituí-la.
A RDC/ANVISA nº 306 define como PGRSS:
Documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos
sólidos, observadas suas características e riscos, no âmbito dos
estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração,
segregação, acondicionamento, coleta armazenamento, transporte, tratamento
e disposição final, bem como as ações de proteção à saúde pública e ao Meio
Ambiente (capítulo V- 4.1).
A fim de colaborar na elaboração e implantação do PGRSS a própria
ANVISA lançou em 2006 em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, um
instrumento operacional que orienta aos que lidam com serviços de saúde
geradores de resíduos sólidos. A responsabilidade pelo planejamento e
18
implementação do PGRSS é do responsável legal do estabelecimento gerador
. As diretrizes necessárias para garantir o gerenciamento e o manejo
apropriado dos RSS são apresentadas então nas recomendações ANVISA,
RDC 306 de 2004, e do CONAMA, resolução 358 , de 2005 (Gonçalves,2011) .
Observa-se que a implantação do PGRSS inclui ações de outros
sistemas de gestão, tais como Qualidade, Saúde Ocupacional e Segurança do
Trabalho, não se limitando às ações do Sistema de Gestão Ambiental. Trata-se
então de um Sistema Integrado de Gestão.
2.2 Etapas da elaboração e implementação do PGRSS
Diversos modelos de Sistemas de Gestão de Resíduos de Laboratórios
Clínicos estão disponíveis na literatura e na internet, devendo o interessado
adaptar as suas condições. As principais fases da implantação são:
Identificação do problema :
Fase preliminar onde deve-se pesquisar a legislação a nível municipal,
estadual e federal, bem como as recomendações institucionais e de órgãos
ligados à saúde e ao meio ambiente relacionados com RSS. Esta etapa deve
ser revista periodicamente a fim de acompanhar as possíveis alterações nas
legislações.
Definição da equipe de trabalho
Definir uma equipe responsável pela implantação e elaboração do plano.
Mobilização da Organização
19
Planejar treinamentos de colaboradores e outras partes interessadas
envolvidas no manejo de RSS, a fim de promover a conscientização,
percepção ambiental e a importância do PGRSS.
Diagnóstico da situação dos RSS
Identificação dos aspectos e impactos ambientais, calculando os níveis de
significância e divulgando os resultados.
Exemplos de aspectos e impactos ambientais aplicáveis aos laboratórios
clínicos podem ser vistos na tabela 1 (extraída de Perigo;Rabello, 2005):
ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL
Produção de resíduos infectantes Contaminação de pessoas
Produção de resíduos radioativos Contaminação do solo, da água e das
pessoas.
Uso de água e energia Esgotamento de recursos naturais
Produção de resíduos químicos Poluição do solo e da água
Derramamento de produtos químicos Poluição da água e do solo
Uso de CFC em freezers e aparelhos
de ar condicionado
Camada de ozonio.
Uso e descarte de lâmpadas
fluorescentes
Contaminação do ambiente com
mercúrio
Definição de metas, objetivos, períodos de implantação e ações básicas
Organização e sistematização de informações e ações que serão a base para
implantação contínua do PGRSS.
Baseado na avaliação de aspectos e impactos ambientais o laboratório pode
identificar as prioridades e tomar medidas para controlá-las. A sistematização
20
pode ser feita através da elaboração de procedimentos documentados seguida
de treinamento dos funcionários. Além disso, monitorar a quantidade e
qualidade dos resíduos colabora com a minimização dos impactos sobre o
meio ambiente. As metas a serem alcançadas podem ser a minimização de
resíduos, redução do custo de água e energia etc.
Elaboração do PGRSS
O PGRSS deve conter:
• Dados do estabelecimento
• Caracterização dos Aspectos Ambientais
• Abastecimento de água
• Efluentes líquidos
• Emissões gasosas
• Tipos e quantidades de resíduos gerados
• Segregação
• Tipo de acondicionamento
• Coleta e transporte Interno dos RSS
• Armazenamento Temporário dos RSS
• Armazenamento para coleta externa dos RSS
• Coleta e transporte externo dos RSS
• Tratamento dos RSS
• Disposição Final dos RSS
• Outras avaliações de risco
• Serviços especializados
• Recursos Humanos
• Capacitação
• Controle de insetos e roedores
• Situações de emergência e acidentes
• Identificação e locação em esquemas ou fluxogramas
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• Indicadores de execução e avaliação
• Validação
Implementação do PGRSS
Estabelecimento das ações, procedimentos e rotinas, plano de contingência,
execução de obras (caso necessário),acompanhamento das ações.
Avaliação do PGRSS
Verificação se os objetivos foram alcançados e se existirem diferenças, quais
as razões. Auditorias internas e acompanhamento dos indicadores são um
bom meio para avaliar a eficácia e eficiência do PGRSS.
2.3- Resíduos de Laboratórios de Análises Clínicas:
Os resíduos gerados no Laboratório de Análises Clínicas são classificados
de acordo com a RDC nº 306/ANVISA, 2004 como visto na figura 1.0:
Figura 1.0- Classificação dos Resíduos gerados em Laboratórios de Análises
Clínicas
22
CLASSIFICAÇÃO (GRUPOS)
DEFINIÇÃO
GRUPO A
(potencialmente infectantes)
Resíduos com a possível presença de agentes
biológicos que, por suas características,
podem apresentam risco de infecção.
GRUPO B
(químicos)
Resíduos contendo substâncias químicas que
apresentam risco á saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e
toxicidade);
GRUPO C
(rejeitos radioativos)
Quaisquer materiais resultantes de atividades
humanas que contenham radionucleotídeos
em quantidades superiores aos limites de
isenção especificados nas normas CNEN e
para os quais a reutilização é imprópria ou não
prevista.
GRUPO D
(resíduos comuns)
Resíduos que não apresentam risco biológico,
químico ou radiológico à saúde ou ao meio
ambiente.
GRUPO E
(perfuro cortantes)
Material perfuro cortantes ou escarificastes,
tais como : lâminas de barbear, agulhas,
escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas
endodônticas, pontas diamantadas, lâminas
de bisturi, lancetas, tubos capilares,
micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e
todos os utensílios de vidro quebrados no
laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea
e placas de Petri) e outros similares
Figura 1.0-Classificação de RSS (RDC /ANVISA nº 306)
23
De acordo com sua classificação, o resíduo deverá ser tratado na
fonte, antes da sua disposição final. Os resíduos recicláveis podem ser
encaminhados para tal destino (segregação na fonte). O material perfuro
cortante deve ser descartado em caixas de papelão de cor amarela, rígida,
própria para este tipo de resíduos (devidamente identificadas com símbolo de
infectante) . Material radioativo deverá seguir as normas da CNEN.
Todos estes resíduos deverão aguardar a coleta externa em abrigos
apropriados e esta coleta será feita por empresa especializada quando
aplicável. A disposição inadequada destes resíduos traz como consequências
a desvalorização de áreas, criadouro de vetores, lesões provocadas por
material perfuro cortantes, ingestão de alimentos contaminados e inalação de
material particulado.
FIGURA 2.0-SÍMBOLOS DOS TIPOS DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE COM BASE NA RESOLUÇÃO CONAMA 005/93
24
FONTE: http://enfermagemurgenciaemergencia.blogspot.com.br/2011/02/classificacao-
para-os-residuos-de.html
FIGURA 3.0-SÍMBOLOS QUÍMICOS
2.4- Biossegurança
A NR 32 DO Ministério do Trabalho trata dos tópicos de Segurança e
Saúde no Trabalho em Serviços de saúde e estabelece as diretrizes básicas
para implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
O Ministério da Saúde, através do documento Diretrizes gerais para o
Trabalho em Contenção com Material Biológico de 2004, também orienta
25
quanto às medidas de prevenção e proteção da Saúde dos trabalhadores
destes estabelecimentos e dos envolvidos no manejo dos resíduos.
A Biossegurança é um conjunto de ações voltadas para prevenção,
minimização e eliminação de riscos para a saúde, ajuda na proteção do meio
ambiente contra resíduos e conscientização do profissional da saúde (Zochio,
2009) . No Laboratório de Análises Clínicas os riscos são de atividade
moderada para a comunidade, ou seja os riscos associados aos resíduos se
bem gerenciados, não resultam em danos à saúde pública ou ao meio
ambiente e seu potencial aumenta quando os mesmos são manuseados de
forma inadequada ou não são apropriadamente acondicionados ou
descartados.
São riscos associados aos serviços de saúde (Chaib, 2005):
- Agentes Químicos: São aqueles que podem reagir com os tecidos humanos
ou afetar o organismo, causando alterações em sua estrutura e / ou
funcionamento. Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos.
- Sólidos: São as poeiras e fumos metálicos, podendo ser de origem mineral
(p. ex. jateamento de areia), vegetal (p. ex., de algodão) ou animal; os fumos
metálicos são decorrentes de operações com peças de aço (p. ex. solda,
corte).
- Líquidos: São os ácidos e solventes que, em forma de pequenas partículas
em suspensão no ar, podem causar danos ao sistema respiratório.
- Gasosos ou vapores: Exemplos: vapores de ácidos, óxido de nitrogênio,
monóxido de carbono, vapores metálicos de mercúrio, arsênio, manganês, etc.
Os agentes químicos podem causar diversos tipos de problemas pulmonares
(alterações na capacidade respiratória da pessoa), anemias, danos à medula e
ao cérebro, diversos tipos de intoxicações, leucemia, dentre outros.
26
Há três vias básicas de penetração no organismo, dentre elas a via respiratória
é a que oferece maior perigo, pois a maioria dos agentes químicos se encontra
sob a forma de gases, vapores e poeiras. A via cutânea ocorre em
decorrência, por exemplo, da manipulação de produtos químicos, que
penetram através dos poros e interstícios da pele. A via digestiva ocorre por
meio de ingestão involuntária.
- Agentes Biológicos: são os vírus, bactérias, parasitas, fungos, protozoários,
dentre outros; são microrganismos que invadem o organismo humano e
causam diversas doenças, como a tuberculose, o tétano, a malária, a febre
amarela, a febre tifoide, a leptospirose e micoses. Os profissionais mais
expostos a esses agentes são os profissionais da área de saúde (médicos,
bioquímicos, enfermeiros, etc.), funcionários de hospitais e de laboratórios,
lixeiros, açougueiros, trabalhadores rurais, trabalhadores de curtumes e de
estações de esgoto, dentre outros.
Agentes Ergonômicos: São riscos decorrentes da falta de adaptação do
trabalho ao homem. Trabalho, neste caso, envolve todo tipo de interação entre
o homem e a atividade de produção. Desta forma a Ergonomia é o conjunto de
parâmetros que devam se estudados e implantados de forma a permitir a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho.
Os procedimentos de segurança devem estar descritos e disponíveis a
todos. Também os equipamentos de proteção individuais e coletivos são
obrigatórios.
27
Tabela 2.0 –Equipamentos de proteção
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL ( EPI )
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
COLETIVA (EPC)
Jaleco Cabines de segurança
Luvas Capelas de exautão química
Máscaras Chuveiro de emergência
Óculos Lava olhos
Protetores faciais Kits de primeiros socorros
Protetores de ouvido Extintores de Incêndio
Máscaras contra gases
2.5 Treinamento
Esta etapa é fundamental para o sucesso da implementação do
PGRSS, pois a partir da informação bem intendida por parte da equipe, não
haverá problemas de contaminação individual ou coletiva e os resíduos serão
devidamente descartados, evitando custos desnecessários pelo descarte
inadequado.
Segundo o Manual de PGRSS da ANVISA (2006) , das 149.000
toneladas de resíduos residenciais e comerciais geradas diariamente, apenas
28
uma fração inferior a 2% é composta por Resíduos de Serviços da Saúde e,
destes, apenas 10 a 25% necessitam de cuidados especiais e por isso deve-se
implantar sistemas de segregação na fonte destes resíduos.
A equipe deve ser treinada no princípio básico dos três Rs:
redução (do uso de matérias-primas e energia, e do desperdício nas fontes
geradoras), reutilização direta dos produtos, e reciclagem de materiais
(ANVISA, 2006).
Treinamentos periódicos na prevenção de acidentes podem ser
feitos através de campanhas educativas, por meio de folders, mensagens
eletrônicas e avisos em murais.
Figura 4.0 – EXEMPLO DE SINALIZAÇÃO PARA INCENTIVO DO USO DE
EPI
FONTE: http://messnotrabalho.blogspot.com.br/
29
Em uma entrevista a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica,
dois gestores de Laboratórios de diferente porte falaram sobre a importância
da implantação de um programa de educação ambiental para profissionais
desta área. A preocupação com o dano ambiental causado pelo descarte
inadequado dos resíduos gerados pela atividade, a conscientização dos
aspectos e impactos ambientais, a garantia de um bom gerenciamento dos
resíduos e a redução do consumo dos recursos naturais, estimulando a
cidadania são algumas das razões para que planos de treinamento sejam
implantados. Sugerem atividades lúdicas uma vez que a mudança deve ser
comportamental. Além dos conceitos básicos de meio ambiente devem ser
abordados os temas relacionados ao gerenciamento dos resíduos. Na
entrevista foi abordada ainda a questão da acreditação, o que torna mais fácil
a implantação do programa de treinamento e também os custos que este
programa pode envolver dependendo do tipo de estratégia adotada pela
empresa: consultorias ou não etc. Necessidade de constante revisão, visto que
mudanças ocorrem em relação à legislação, e ainda de manutenção
permanente foram tópicos mencionados. A eficácia pode ser comprovada com
o uso de indicadores, auditorias internas e até mesmo pela quantidade de
energia consumida no mês. Enfocou-se ainda que a legislação prevê a
necessidade de educação ambiental para estes profissionais, porém pouco se
indica a respeito dos pontos a serem abordados.
Pontos importantes que não devem deixar de ser abordados no
treinamento:
• Legislação em vigor
• Definição, tipo e classificação dos resíduos e potencial risco do resíduo
• Sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento
• Formas de reduzir geração de resíduos
• Conhecimento da responsabilidade e tarefas
• Reconhecimento dos símbolos de identificação das classes de resíduos
• Orientação sobre uso de EPIs
• Orientação sobre biossegurança e higiene pessoal
30
• Providencias a serem tomadas em caso de acidentes e de situações
emergenciais.
31
CAPÍTULO III
SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO
O envolvimento de várias ferramentas no gerenciamento de
resíduos no Laboratório de análises Clínicas, demonstra claramente a
integração dos sistemas da Qualidade, Meio Ambiente, Saúde Ocupacional e
Segurança do Trabalho. Além disso, com a economia globalizada e
consumidores cada vez mais exigentes, este tipo de organização também
busca diferenciais no mercado como certificações incluindo neste caso as
próprias Sociedades da categoria como por exemplo, a Sociedade Brasileira
de Patologia Clínica e a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas.
Ao elaborar o PGRSS, além do cumprimento da legislação vigente,
os laboratórios exercitam seu sistema Integrado de gestão. Este tipo de
gestão propicia a vantagem de reunir processos, procedimentos e práticas
para implementar sua política de gestão.
A organização pratica a excelência gerencial, atua pro ativamente,
capacita e educa seu funcionários, minimiza acidentes e identifica
vulnerabilidades das práticas atuais.
As etapas de implantação e implementação do Plano de
Gerenciamento de Resíduos também seguem o ciclo do PDCA, conforme
visto abaixo:
Figura 5.0 - Esquema geral do ciclo PDCA
32
Fonte: Extraída de Chaib,2005, p11
Na implantação de qualquer sistema, o envolvimento das pessoas é
tão importante que a ISO está desenvolvendo uma norma orientativa para
tanto : ISO 10018- Quality management -- Guidelines on people involvement
and competence . A idéia é que ela venha a ser utilizada como forma de
induzir as empresas a tratarem as pessoas de uma maneira diferente, e não
como simples recursos geradores de resultados organizacionais desejados.
Será uma maneira de gerir pessoas como seres inteligentes e capazes de
contribuir não apenas com a sua competência e experiência, mas também e,
principalmente, com sua atitude para a obtenção dos objetivos da companhia.
P – Plan (Planejamento)
Definir as metas e os
métodos para atingir os
objetivos
D – Do (Execução)
Treinar e executar as
tarefas
A – Action (Ação)
Atuar corretivamente
C – Check (Controle)
Verificar os resultados da
tarefa executada
CICLO
PDCA
33
3.1 Etapas do gerenciamento dos resíduos
Minimização da geração
A geração de resíduos deve ser mantida a níveis mínimos praticáveis de
volume, pois além de diminuir os riscos, há redução de custos para o
gerenciamento.
Segurança no Manuseio
É obrigatório o uso de EPIs (NR-6 do Manual de Segurança e Medicina do
Trabalho e NR-32Segurança e Saúde no Trabalho e Serviços de Saúde).
Segregação na fonte
Separação dos resíduos no momento de sua geração de acordo com suas
características físicas, químicas, biológicas, seu estado físico e os riscos
envolvidos. Com isto reduz-se não somente a quantidade de resíduos, mas
também é criada uma cultura de segurança e não desperdício na organização.
Acondicionamento correto
Embalagem dos resíduos em recipientes seguros.
34
Identificação dos resíduos
Resíduos de Serviços de saúde devem estar embalados em recipientes
devidamente identificados com símbolos que permitam seu correto manuseio e
descarte.
Tratamento
Resíduos Sólidos- tratamento descontaminante por meios físicos ou químicos,
sempre realizados de forma segura e que comprovem sua eficácia.
Resíduos Líquidos- efluentes provenientes dos equipamentos analíticos podem
ser tratados através de cloração na concentração adequada. Alguns
laboratórios de grande porte possuem estações de tratamento mais elaboradas
dado o grande volume de efluentes gerados. Um exemplo deste tipo de
tratamento utiliza um reator de contato com a introdução automática do agente
desinfectante acoplado a um misturador que garanta o máximo contato do
efluente e desinfetante. Neste caso utilizou-se como desinfectante o peróxido
de hidrogênio a 0,3% que reduziu as unidades formadoras de colônias de 450
no efluente bruto para zero, verificados por testes de eficiência realizados
periodicamente (recomenda-se a cada três meses) .
Armazenamento temporário
O estabelecimento deve ter um abrigo externo temporário enquanto é
aguardada a coleta dos resíduos. Estes abrigos possuem especificações de
identificação.
35
Coleta e transporte externos
Deve ser feita em veículos inspecionados e capacitados de acordo com a NBR
7500 da ABNT e resoluções da ANTT ( 9420/2004, 701/2004, 1644/2006).
Disposição Final
Disposição dos resíduos de acordo com a resolução do CONAMA nº 237/97
em aterro controlado ou aterro sanitário. Segundo Nascentes (2012), aterro
controlado é uma fase intermediária entre o lixão e o aterro sanitário.
Normalmente é uma célula adjacente ao lixão que foi remediado, ou seja, que
recebeu cobertura de argila, e grama (idealmente selado com manta
impermeável para proteger a pilha da água de chuva) e captação de chorume
e gás. Esta célula adjacente é preparada para receber resíduos com uma
impermeabilização com manta e tem uma operação que procura dar conta dos
impactos negativos tais como a cobertura diária da pilha de lixo com terra ou
outro material disponível como forração ou saibro. Tem também recirculação
do chorume que é coletado e levado para cima da pilha de lixo, diminuindo a
sua absorção pela terra ou eventualmente outro tipo de tratamento para o
chorume como uma estação de tratamento para este efluente.
36
Figura 6.0-Esquema de aterro controlado (extraído de ambiental
sustentável.org).
A disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário que
antes de iniciar a disposição do lixo teve o terreno preparado previamente com
o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de
PVC, esta extremamente resistente. Desta forma, com essa impermeabilização
do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. Este é coletado
através de drenos de PEAD (POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE),
encaminhados para o poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses
de operação é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis
meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o
chorume acumulado será encaminhado para a estação de tratamento de
37
efluentes. A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado
prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo a proliferação de vetores, mau
cheiro e poluição visual.
Figura 7.0-Esquema de aterro sanitário (extraído de ambiental sustentável.org)
38
CONCLUSÃO
.
Da mesma forma que o homem interfere negativamente na
natureza esgotando seus recursos, transformando o clima e de tantas outras
maneiras, somente ele mesmo poderá atuar corrigindo e evitando que danos
maiores aconteçam. Em qualquer atividade humana o estudo antecipado das
consequências das ações que serão tomadas, pode prevenir danos que muitas
vezes podem ser irreversíveis. Segundo Silva (2008), a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária oferece uma contribuição de grande importância ao
elaborar o Manual de Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde, entretanto trata os resíduos de saúde de forma geral e
não específica para laboratórios de Análises Clínicas. A conscientização das
pessoas é fundamental para o sucesso de qualquer projeto a ser
implementado, sendo primordial o entendimento no que se refere a saúde,
segurança e meio ambiente.
Os estudos consultados neste trabalho demonstram ainda o pouco
conhecimento e envolvimento dos profissionais como atores principais deste
processo. Isto pode ocorrer a nível gerencial até o operacional, dependendo do
grau de maturidade dos valores da organização.
Nas conclusões destes estudos destaca-se também o fato de que a
segregação dos resíduos na fonte geradora contribui para uma redução de
resíduos infectantes e da incidência de acidentes ocupacionais.
Embora requisitos legais estejam ligados à implantação do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos nos Serviços de Saúde e ainda que a
nível de competitividade no mercado atual , diversas empresas estão adotando
práticas de sistemas de gestão a partir de Normas Internacionais , Regionais
39
ou Nacionais, o maior investimento deverá ser na educação e conscientização
do elemento humano.
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) nº 306 de 7 de dezembro de 2004. Publicada no DOU de 10/12/2004.
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saúde/Ministério da Saúde, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília:
ministério da Saúde, 2006.182p (Série A. Normas e manuais Técnicos) ISBN
85-334-1176-6.
Chaib, Erick B. D. Proposta para Implementação de Sistema de Gestão
Integrada de Meio ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho em empresas de
pequeno e médio porte: um estudo de caso da indústria Metal-Mecânica.
Tese submetida ao corpo docente da Coordenação de Programas de Pós-
graduação de Engenharia da universidade Federal do Rio de janeiro como
parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de mestre em Ciências
em Planejamento Energético. 2005
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13/04/2011.
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Implantação de plano de Gerenciamento de Resíduos de Laboratório Clínico.
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Jornal da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial
Nº20/ maio de 2006
41
Jr. Marques, Sérgio ; Carvalho, Aurean, P. Estudo sobre a percepção
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Silva, Claudia M. Gerenciamento de resíduos Sólidos gerados em laboratórios
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Dissertação de mestrado apresentada à Escola de enfermagem de Ribeirão
Preto/USP-Área de concentração: Enfermagem em Saúde Pública.
Silva, Dany G. K. C.; Jr Cavalcanti, Geraldo B., Jr Silva, Walter R. R. ;
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Unipinhal, vol 6 n1- janeiro de 2009- disponível em
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Zochio, Larissa B. Biossegurança em Laboratórios de Análises Clínicas. 2009
http://www.ciencianews.com.br/revistavirtual/trabzochio.pdf acesso em
21/02/2012.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
HISTÓRICO
1.1 – Aspectos Gerais 10
1.2 – Aspectos legais 11
1.3- Aspectos Humanos 14
CAPÍTULO II
PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
2.1- Definição dos RSS 17
2.2- Etapas da elaboração e implementação do PGRSS 18
2.3- Resíduos de Laboratórios de Análises Clínicas 21
2.4- Biossegurança 24
2.5- Treinamento 27
CAPÍTULO III
Sistema Integrado de Gestão 31
3.1-Etapas do gerenciamento de resíduos 33
44
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 43
SIGLAS 45
45
SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente
EPI - Equipamento de Proteção Individual
FISPQ - Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos
NBR - Norma Brasileira Registrada
NE - Norma Nuclear
NR - Norma Regulamentadora
PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Saúde
RDC - Resolução de Diretoria Colegiada
RSS - Resíduos de serviços de saúde