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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “ LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE ADMINISTRAÇÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Por: Carlos Alberto da Costa Orientador Doutor Clóvis Ricardo Montenegro de Lima Rio de Janeiro Dezembro de 2004

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “ LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

ADMINISTRAÇÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Por: Carlos Alberto da Costa

Orientador

Doutor Clóvis Ricardo Montenegro de Lima

Rio de Janeiro Dezembro de 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “ LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

ADMINISTRAÇÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação Latu

Sensu” em Administração em Saúde. São os

objetivos da monografia perante o curso .

Por: Carlos Alberto da Costa

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Dedicatória À minha família, particularmente a minha esposa e filhos pela motivação que me passaram durante todo o período do curso.

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Agradecimentos

À toda superintendência da CABERJ, em especial aos Drs. Haroldo Aquino

Filho e José Paulo Macedo, pela oportunidade que me concederam de

enriquecer meus conhecimentos e poder aplicá-los na empresa em que

trabalhamos juntos.

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RESUMO

A infecção hospitalar é concebida como um processo infeccioso que adquire-se

no decorrer da permanência do paciente no ambiente hospitalar. A mesma

pode ser causada por bactérias, fungos, protozoários e vírus. Entre os

principais fatores estão o grande número de pacientes hospitalizados com

pouca capacidade imunológica como recém nascidos e idosos, e uso crescente

de técnicas e de terapias e diagnóstico que favorecem a invasão, o

desenvolvimento e a disseminação de micróbios nos pacientes (como

cateterismo e cirurgia) outros motivos são a insuficiência de pessoal, a falta de

treinamento adequado das equipes hospitalares e o uso indiscriminado de

antimicrobianos

Neste contexto, o trabalho apresenta uma pesquisa sob a realidade da infecção

hospitalar em quatro hospitais, destaca o papel do profissional de enfermagem

e da gerência para prevenir a mesma.

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ABSTRACT The hospitals infection is conceived as an infectious process that is acquired

during of the patient’s permanence in the hospital ambient. The same can be

caused by bacteria, mushrooms, protozoa and virus. Among the main factors

they are the great number of patients hospitalized with little capacity protected

as newly born and senior, and the use of techniques and of therapies and

diagnosis that favor the invasion, the development and the dissemination of

microbes in the patients (as surgery) other reasons are personnel’s inadequacy,

the lack of adapted training of the teams in the hospital and the indiscriminate

use of macrobiotics. In this context, the work presents a research under the

reality of the hospital infection in four hospitals. it highlights the nursing

professionals paper and of the management lo prevent the same.

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SUMARIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................08

CAPÍTULO I: REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE INFECÇÕES

HOSPITALARES .........................................................................10

1.1 INFECÇÃO HOSPITALAR- VISÃO PANORÂMICA..... ........................10

1.2 INFECÇÃO HOSPITALAR E SEUS DETERMINANTES

ABORDAGEM CONCEITUAL.................................................................14

1.3 O CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

- PROCESSO EM EVOLUÇÃO............................................................17

CAPÍTULO II: O PACIENTE NO ÂMBITO HOSPITALAR.................................21

CAPÍTULO III: A IMPORTÂNCIA DA GERÊNCIA PARA DESENVOLVER

O PROGRAMA DE INFECÇÃO HOSPITALAR.........................34

CAPÍTULO IV: O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DE

INFECÇÃO HOSPITALAR...................................................... 37

CAPÍTULO V: A ARQUITETURA QUE GARANTE SAÚDE..............................42

CAPÍTULO VI: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DA PESQUISA

DE CAMPO........................................................................................................45

CONCLUSÃO……………………………………………………………….………..49

BIBLIOGRAFIA................................................................................................. 51

ANEXOS............................................................................................................53

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INTRODUÇÃO

O hospital é uma organização muito complexa e exige planejamento

total e gestão eficiente embora seja visto como instituição humanitária,

encontra-se os mesmos problemas econômicos dos demais setores produtivos.

Cabe destacar que o hospital deve proporcionar ao paciente qualidade

de serviço prestado ao mesmo. Uma vez que o estabelecimento hospitalar vive

em função de seus clientes.

É importante ressaltar que qualquer hospital é, por si só, um local que

está presente vários riscos que tanto pode afetar os profissionais da saúde

quanto a sua clientela e, especialmente o indivíduo hospitalizado.

Neste contexto, é relevante frisar que as infecções hospitalares estão

entre os principais riscos que atingem não apenas o paciente como também

funcionários da área de saúde em um hospital..

Vale mencionar que as infecções hospitalares são complicações de

uma condição clinica que compromete significativamente as defesas anti-

infecciosas do paciente.

O presente estudo tem como objetivo analisar a evolução do

desenvolvimento de infecção hospitalar, demonstrar a importância do

profissional de enfermagem para evitar ou controlar a Infecção Hospitalar.

Neste trabalho, é utilizado tanto a pesquisa bibliográfica quanto a

pesquisa de campo e ainda o método estatístico.

É necessário relatar que na pesquisa de campo será empregado como

recurso metodológico aplicação de questionários em quatro (04) hospitais.

O método estatístico será usado para tabular os dados obtidos com a

pesquisa de campo.

Este trabalho no primeiro instante apresenta reflexões teóricas sobre

infecções hospitalares apresentando uma visão panorâmica de infecção

hospitalar, analisa infecção hospitalar e seus determinantes - abordagem

conceitual e ainda enfatiza o Controle de Infecção Hospitalar - processo em

evolução.

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Por sua vez, o segundo momento aborda o paciente no âmbito

hospitalar

Já o terceiro instante, destaca a importância da gerência para

desenvolver o programa de infecção hospitalar.

O Quarto capítulo discorre sobre o papel do enfermeiro controle de

infecção hospitalar.

O Quinto capítulo mostrará a importância da arquitetura Hospitalar na

questão da IH.

Finalmente, o último instante faz uma apresentação e discussão da

pesquisa de campo.

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CAPITULO I: REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE

INFECÇÕES HOSPITALARES.

1.1 Infecção Hospitalar - Visão Panorâmica.

A problemática da infecção esteve presente em todos os séculos,

agravando-se com o agrupamento de pessoas doentes em hospitais. Os

médicos da idade antiga conheceram a ação deletéria da infecção que se

traduzia pela supuração dos tecidos feridos, cuja causa desconheciam.

Hipócrates (460-370 a. C.) já distinguia a cicatrização primária da

secundária e recomendava a limpeza das mãos e das unhas, antes da

operação, bem como, o uso de água fervida e vinho no cuidado das feridas

entretanto a supuração, naquela época, era considerada como ocorrência

louvável no processo de cicatrização.

Com a tendência do Império Romano, iniciou-se a estagnação da

medicina, surgindo crendices, bruxarias, astrologia com justificativa para as

doenças existentes, ficando esquecidos os parcos conhecidos adquiridos

(Ferraz, 1982).

Em 325 d. C. o Imperador Constantino instalou um hospital junto a

cada catedral das cidades, local onde os pacientes era agrupados,

independente de sua condição infecto-contagiosa; aqui as infecção cirúrgicas

eram evitáveis e a descontaminação de mãos ou instrumentos desconhecida.

Neste aspecto Lacerda (1988: 06), alerta que: “A ocorrência de

infecção hospitalar remota ao ano 325 d. C., quando o Imperados Constantino

convenceu os bispos do conselho de Nicasse a criar um hospital em cada

catedral

No século XVI, sem que se soubesse qual era o agente da infecção, já

se conhecia, por simples observação, a possibilidade de transmissão de certas

doenças e a propagação das epidemias. Há referências, também, sobre a

maior incidência de infecção, nos casos tratados por profissionais que

freqüentavam os laboratórios de anatomia.

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Em 1794, John Hunter desenvolveu um método experimental,

permitindo que se associasse às infecções instaladas nas feridas por arma de

fogo, com processo inflamatório.

James Voung Simpson, da Universidade de Edinburgh, comparou

amputações em pacientes hospitalizados com não hospitalizados, e encontrou

maior taxa de letalidade nos pacientes que permaneciam no hospitaL Para

caracterizar este fato, usou o termo “hospitalismo” sugerindo que o cuidado

hospitalar poderia conferir um risco aos pacientes.

Um importante trabalho foi publicado por Henle, médico alemão, em

1840, atribuindo aos microrganismos a causa das doenças.

Outro fato relevante se refere à obra “On the Contagiousness of

Perperal Fever” de Oliver W. Holmes, publicada em 1843, responsabilizando os

médicos pela infecção puerperal.

Cinco anos mais tarde, Ignaz Philipp Semmelweiss publica a primeira

observação experimental sobre a febre puerperal. Demonstra a associação

epidemiológica, entre contaminação das mãos do pessoal médico, com

partículas cadavéricas”, e transmissão de febre puerperal; constata, ainda,

redução da mortalidade materna, após a anti-sepsia das mãos com solução

clorada, antes do atendimento ao parto. Nesse sentido, Lacerda (1988:07)

argumenta que:

“A partir daí, as práticas de controle de transmissão de doenças infecciosas,

entre elas, a infecção hospitalar, passaram a ser eminentemente exógenas.

Uma variedade de técnicas de assepsia, esterilização, desinfecção e de

controle ambiental foram criadas, algumas delas sendo utilizadas até hoje,

constituindo uma série de procedimentos-rituais anacrônicos e ainda sem

comprovação científica. Curiosamente, a lavagem das mãos, recomendada por

Semmelweiss e cuja importância foi epidemologicamente comprovada nos

últimos anos, não foi adotada de maneira criteriosa e sistemática nos períodos

subseqüentes. Ao contrário, o procedimento de nebulização com produto

químico desinfetante nas salas de cirurgias contaminadas, apesar de

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largamente reconhecido como ritual desnecessário e tóxico, ainda encontra

resistência em ser abandonado pelos profissionais”.

Louis Pasteur. entre 1853 e 1967, destacou-se com o início do

desenvolvimento da bacteriologia No mesmo século, atribuiu-se a Robert Kock,

o estabelecimento do papel etiológico da bactéria na produção da infecção.

Coube a Joseph Lister, 1887 a 1875, estabelecer as bases da anti-sepsia em

cirurgia (Ferraz, 1982).

Florence Nightingale em 1863, visando diminuir o risco de infecção,

estabeleceu estratégias relacionadas ao cuidado do paciente e ao ambiente

hospitalar. Promoveu treinamento destinado a enfermeiras sobre limpeza e

desinfecção e orientou construção de hospitais que possibilitassem maior

separação entre pacientes.

No século XIX, Von Pettenkoffer sugere a existência da suscetibilidade

individual e da influência do ambiente, como fatores igualmente válidos na

origem das doenças, além da teoria microbiana. Descreveu, pois, a

necessidade da interação de três fatores: agente, hospedeiro e meio ambiente,

para que um processo infeccioso se desencadeie. Neste aspecto, Lacerda

(1988: 06), analisando Singer salienta que: “A verdadeira explosão de

conquistas no campo médico se verifica a partir da segunda metade do século

XIX, que podem ser explicadas pela transformações sócio-econômicas então

ocorridas”.

Grandes avanços no tratamento das doenças causadas por bactérias

foram registrados com a introdução dos quimioterápicos, por Domagk, em

1935. Outro importante acontecimento sucedeu graças à descoberta de

Alexander Fleming, em 1929, e aos estudos de Florey e Chain iniciados, em

1940 sobre a penicilina, cuja introdução na terapêutica das infecções se deu

em 1942.

O advento dos agentes antimicrobianos revolucionou o tratamento das

doenças infecciosas, entretanto, seu uso indiscriminado deu origem a

organismos resistentes que, ao lado do prolongamento da vida de indivíduos

doentes, alcançado pela tecnologia médica cada vez mais sofisticada,

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determinaram o aparecimento de grupos populacionais suscetíveis às

infecções hospitalares (IH).

A ocorrência de surtos de infecção por cepas de Staphylococcus

aureus resistentes, em vários continentes, em meados da década de 50 e início

de 60, o aparecimento das infecções por microorganismos Gram negativos em

70, em alguns países, somados ao aumento gradativo dos custos de

hospitalização, geraram interesse para medidas de controle de IH.

Nos dias atuais, face ao avanço científico-tecnológico e ao domínio

gradativo do conhecimento, em várias áreas, a principal preocupação dos

profissionais, ao nosso ver está direcionada para métodos de controle de IH e

sua operacionalização.

Conquanto se verifique a evolução dos hospitais, as IH são sérias

ameaças à segurança dos pacientes hospitalizados, constituindo-se nas mais

freqüentes e insidiosas complicações. Ademais, contribuem para elevar as

taxas de morbidade e mortalidade, aumentam os custos de hospitalização,

mediante o prolongamento da permanência e gastos com procedimentos

diagnósticos e terapêuticos, não negligenciando o tempo de afastamento do

paciente de seu trabalho.

Estudos relatam taxas de incidência de IH, em hospitais gerais dos

Estados Unidos em torno de 5,7 ou, ainda, 5 a 10%, Na Inglaterra e Bélgica as

taxas se situam, incluindo 14 países de quatro continentes, registrou taxas de

IH variando de 3 a 21%.

Essas taxas colocadas fora de seu contexto, não permitem

comparações entre si, face às diferentes características dos hospitais e suas

respectivas clientelas. Acrescenta-se, também, o uso de diferentes métodos de

vigilância e escolha estatística, para descrição da freqüência da infecção. O

fato a destacar é de que, nos países desenvolvidos, as estatísticas são mais

confiáveis, considerando a importância e seriedade com que as informações

são alcançadas e divulgadas, assim como, a existência de programas efetivos

de vigilância epidemiológica da IH.

No Brasil a real extensão das IH é desconhecida, em razão da

ausência de estudo a nível nacional sobre essa questão, estimando-se os

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dados obtidos através de estudos realizados em hospitais isolados; estes têm

revelado taxas de morbidade e mortalidade relacionadas à IH. Deste modo,

Lacerda (1988: 04), argumenta que:

“No Brasil, ainda não existe vigilância epidemiológica de infecção hospitalar na

maioria dos hospitais e, naqueles presentes, o sistema não é uniforme, o que

não possibilita o estabelecimento de taxas médias de incidência nacional ou

mesmo regional.”

Em levantamento feito por Pereira (1987: 127), não obstante a

existência de subnotificação de infecção nos hospitais estudados, a incidência

de IH variou entre 2 a 18%. Outros estudos desenvolvidos (Ferraz, 1984: e

Silva 1985) revelaram que entre 6,5 a 15% dos pacientes internados contraem

um ou mais episódios de infecção. Por depoimentos de alguns pesquisadores,

sabemos que a maioria dos hospitais brasileiros ignora sua taxa de infecção.

1.2 INFECÇÃO HOSPITALAR E SEUS DETERMINANTES - ABORDAGEM CONCEITUAL.

Emprega-se a expressão infecção hospitalar de forma genérica e

convencional, para designar infecções adquiridas, durante a hospitalização,

excluindo infecções já em período de incubação à admissão e que aparecem

no decorrer das primeiras 48 a 72 horas de internação. Infecções sobrevindas,

após a alta do paciente, relacionadas à internação, também são classificadas

como IH.

Essa expressão não implica, necessariamente, que o microorganismo

responsável seja de origem hospitalar, mas identifica o hospital como lugar

onde se contraiu a infecção (McGowan et al, 1986).

A IH compreende doenças infecciosas causadas por bactérias,

microbactérias, fungos, vírus, clamídias, rickéttsias, micoplasmas e organismos

parasitas. O microorganismo é necessário, porém não suficiente, nem mesmo

pode ser considerado como o maior determinante de uma infecção. Para que

uma infecção se instale, é necessária a interação de vários fatores causais.

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Nenhum deles, microorganismos, fatores ligados ao hospedeiro ou ao

ambiente, isoladamente, é suficiente para determinar a infecção.

A doença infecciosa é a manifestação clínica de um desequilíbrio no

sistema parasito-hospedeiro-ambiente, causado pelo aumento da

patogenicidade normal do parasito, em relação aos mecanismos de defesa

antiinfecciosa do hospedeiro, ou pela redução da capacidade normal de defesa

antiinfecciosa do hospedeiro com vistas à patogenicidade normal do parasito.

A capacidade de defesa antiinfecciosa é influenciada por múltiplas

causas, como por exemplo patrimônio genético, idade, sexo, estado nutricional-

metabólico, sistema imunológico, doenças degenerativas ou imunodepressivas.

O emprego de imunodepressores, cada vez mais difundido, a

sobrevivência mais prolongada de indivíduos com neoplasias, aterosclerose

grave e diabetes mellitus, as intervenções cirúrgicas mais agressivas, duração

prolongada do período pré-operatório e do ato cirúrgico, uso de aparelhos para

respiração assistida, venóclises, entubações, sondagens, manutenção de

drenos, nutrição parenteral prolongada, próteses cirúrgicas, traqueostomia,

infecções comunitárias, são algumas condições que contribuem para aumentar

a incidência das IH.

Pode-se dizer que a IH é determinada, sobretudo por condições que

refletem a susceptibilidade do individuo ou o grau com que microorganismos

têm acesso a órgãos vulneráveis devido a procedimentos diagnósticos e

terapêuticos a que são submetidos a internação,

É difícil identificar o modo exato de aquisição de IH. Sua fisiopatologia

se baseia em duas hipóteses epidemologicamente convergentes:

endógena oriunda da própria microbiota do paciente; alguns procedimentos

contribuem para a alteração do equilíbrio entre a microbiota e mecanismos de

defesa do hospedeiro; e exógena, oriunda de reservatórios e através de

vetores como o próprio paciente, equipe de saúde e artigos hospitalares.

A infecção exógena pode ser seguida da infecção endógena, onde o

hospedeiro adquire primeiro a microflora hospitalar, como parte de sua

microbiologia endógena e através de processos que suprimem seus

mecanismos de defesa, ocorrendo a IH endógena.

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Revela-se essa distinção, na medida em que consideramos existir IH

evitáveis e outras não. As infecções não previsíveis são, em especial,

causadas pela flora endógena, acometem, em geral, pacientes com

mecanismos de defesa alterados, instalando-se não obstante a adoção de

condutas e procedimentos adequados.

Quanto às IH preveníveis, em geral, estão relacionadas ao uso de

equipamentos e/ou procedimentos específicos, apresentando em sua origem,

algum evento possivelmente alterável. Logo atribui-se a falhas humanas, sendo

freqüentemente causadas por microorganismos adquiridos no hospital.

Haley & Garner In Pereira, aludem que as infecções preveníveis, cerca

de 30 a 50% do total das IH, estão entre aquelas geradas por falhas dos

cuidados dispensados ao paciente. Citam por exemplo, o uso e manutenção de

sondas nas vias urinárias, cateterismo venoso, terapia respiratória, imperícias

na técnica cirúrgica, bem como, ausência do hábito de lavar as mãos.

Estudos evidenciam a importância das mãos no contexto da IH.

Reybrouk e Steere & Mallison apontam a lavagem ou degermação das mãos

dos profissionais, como medida mais importante na prevenção das infecções

exógenas e de surtos. As mãos contaminadas do pessoal do hospital

constituem a principal via de transmissão de infecção não unidades de

tratamento intensivo, serviço de nutrição, ambulatórios, laboratórios clínicos e

nas enfermarias de doenças infecciosas.

Fatores relevantes estão relacionados à seleção de cepas ou espécies

bacterianas multirresistentes, provenientes do uso indiscriminado de

antibióticos.

1.3 O Controle de Infecção Hospitalar - Processo em Evolução.

Cabe destacar que a solução prática para o controle de IH estaria na

criação de controle de infecção hospitalar (CCIH), dotada de instrumentos e

responsabilidades para vigilância e controle. Comporiam esta comissão

diferentes categorias de profissionais da área de saúde, como: médico,

enfermeiro(a), farmacêutico(a), epidemiologista, microbiologista, entre outras.

Assim Silva (1998: 01) afiram que o controle de infecção hospitalar;

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“É o conjunto de ações desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com

vistas à redução máxima da incidência e da gravidade das infecções

hospitalares, devendo as unidades hospitalares constituir uma Comissão de

Controle de Infecções Hospitalares (CC com competências distintas e

atendendo a peculiaridades do Hospital abrangido. (Portaria 930, 27/08/92)”.

Na década de 50, surgiram na Inglaterra as primeiras enfermeiras

responsáveis exclusivamente por técnicas de controle de IH (infection control

sister). A coordenação dos programas, em geral, era delegada ao médico, cuja

função era manter o controle da septicemia, bem como, recomendar e avaliar

medidas preventivas.

Nos Estados Unidos, as CCIH foram recomendadas pela American

Hospital Association, em 1958, com o objetivo de prover os hospitais

americanos de um sistema que lhes permitisse apurar se as infecções

adquiridas decorriam ou não de negligência ou de desobediência aos

regulamentos de proteção ao paciente. Visava dotá-los de instrumentos

necessários contra possíveis ações liberais, impetradas pela clientela.

A vigilância epidemológica das IH foi recomendada pelo Centers for

Disease Control (CDC) nos Estados Unidos, em 1965. Em 1976, o Jaint

Comission on Accreditation of Hospitais (JCAH) estabeleceu a implantação de

programas de vigilância e controle de IH, como critério para licenciamento dos

hospitais.

Em 1970 o CDC, a Associação Americana de Hospitais e a Associação

Americana de Saúde Pública, realizaram a 1ª. Conferência Internacional de

Infecção Hospitalar, sendo reafirmada a necessidade e efetividade de

programas de controle de IH.

As décadas de 60 e 70 caracterizaram-se pela instalação de programas

de controle de IH em vários hospitais dos Estados Unidos e de outros países.

Diversos estudos demonstravam a diminuição das taxas de IH em instituições

individuais, após instalação de programas de controle.

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De acordo com a investigação realizada por Pereira (1987), o controle de IH

com implantação de CCIH, no Brasil teve início em 1963, no Hospital Ernesto

Dornelles, em Porto Alegre - RS.

Outras experiências isoladas podem ser citadas, como em São Paulo,

o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo, iniciando-se, em 1972, um grupo de trabalho com o objetivo de controlar

a IH; no Rio de Janeiro, em 1971, no Hospital de Ipanema do INAMPS. O

Instituto Nacional de Previdência Social determinou, através da Ordem de

Serviços de Assistência Médica, n.° 03924 de 20 de agosto de 1976, a criação

de CCIH, nos hospitais pertencentes à Previdência Social, como órgão de

assessoramento da direção.

O Ministério da Saúde (MS), em 24 de junho de 1983, publicou a

portaria n.° 196, estabelecendo que todos os hospitais do paÍs deveriam

instituir CCIH, implantar mecanismos de vigilância epidemológica e medidas de

controle.

A portaria n.° 196 não obteve o impacto desejado, face à precária

situação nacional a respeito do controle de IH. Medida complementar foi

tomada pelo MS, elaborando um plano de treinamento operacionalizado

mediante Cursos de Introdução ao Controle de IH. Implementados a nível

nacional, estes recursos tiveram inicio em 1984, visando a capacitar os

profissionais da área de saúde. Esta iniciativa contribuiu para a ampliação do

número de CCIH existentes no País, fundamentando pontos de discussão até

então dispersos.

Em 1987, foi criada uma Comissão Nacional de Controle de IH com

representantes de vários Estados, evoluindo para a instituição de um Programa

Nacional de Controle de IH, estabelecendo em 1988, pela Portaria N.° 232/88-

MS. Neste ano, 1990, este programa foi transformado em Divisão de Controle

de IH, continuando com sua sede na capital Federal.

A Portaria 196/83 representou um grande passo para o controle de IH.

Em estudo realizado por Pereira, dentre 183 CCIH pertencentes a hospitais de

vários Estados do Brasil, 127 CCIH (69%) surgiram após sua divulgação.

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O autor da pesquisa considera essencial frisar que a Portaria ri. 930 de

27 de agosto de 1992 do Ministério da Saúde revoga-se a Portaria n.° 196, de

24 de junho de 1983.,

Cabe destacar o fato de que as CCIH no Brasil são recentes e deparam

com dificuldades de toda natureza; ainda que façam parte do setor saúde, nem

sempre desfrutam da priorização político-econômica dos dirigentes (Pereira,

1987).

Em alguns centros mais organizados ou onde os esforços individuais

se sobressaem, os programas de IH vêm sendo implantados há mais de uma

década. Estes planos pioneiros têm acrescentado benefícios ás suas

instituições.

Não se pode esquecer de que a ausência de estudos de hospitais no

Brasil e até bem pouco tempo, a inexistência de um órgão centralizador de

informações e normatizações, a nível nacional, impediram registros das taxas

de IH, bem como, a tentativa de seu controle.

Há escassez de informações na literatura sobre IH em hospitais do

terceiro mundo, fato também presente em outras áreas.

O maior volume de informações vêm dos Estados Unidos da América,

onde os hospitais, por força da lei, mantém permanente controle de IH e

tentam, há mais de três décadas, valorizar esse trabalho.

Impõe-se, cada vez mais, uma conduta de efetiva conscientização a

respeito da importância do controle de IH, envolvendo o ensino Médico, de

enfermagem, como também, outros cursos da área de saúde. Desta maneira,

Zanon in Lacerda (1988:07), esclarece que lamentavelmente;

“...Muitos profissionais de saúde brasileiros consideram a infecção hospitalar

apenas uma conseqüência da falta de higiene e das mãos de quem atendem o

paciente, e das falhas da assepsia e anti-sepsia, que leva os profissionais de

saúde a ações cuja eficácia jamais foi comprovada experimentalmente:

enumeração de bactérias existentes no ar, uso indiscriminado, anti-econômico,

além de promover verdadeiras interações possibilitando a inativação dos

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mesmos e o desgaste dos materiais hospitalares, culminando com a

possibilidade de riscos ocupacionais por causa de sua toxicidade”

Neste contexto, não há como negar que a mudança de mentalidade da

comunidade hospitalar, no sentido de racionalizar procedimentos e obediência

às normas e rotinas dos diversos serviços, expressa condição indispensável ao

controle de IH. O desencadeamento deste processo torna-se viável, motivando

profissionais e estudantes, promovendo debates, treinamentos, divulgação de

informações e intercâmbios sobre IH.

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CAPITULO II

O Paciente no Âmbito Hospitalar.

É significativo salientar que todo o paciente na instituição hospitalar

precisa de cuidados especiais, devido os vários tipos de pacientes que se

internam em um hospital, que nesta pesquisa será destacado as necessidades

do paciente no que se refere à alimentação, pois esta constitui-se uma

necessidade primordial de qualquer paciente, ou seja, com problemas

respiratórios, com dificuldades no aparelho digestivo e outras.

É inegável que alimentação constitui-se em um fator fundamental na

recuperação do paciente, que quase sempre tem tanto o apetite quanto os

hábitos alimentares afetados pela doença.

Cabe destacar, que o paciente geralmente não adapta-se facilmente à

alimentação que é servida a ele no hospital. Em virtude principalmente do tipo

de dieta que é prescrita conforme as suas necessidades, que diversas vezes

são totalmente distintas de sua alimentação habitual. SOUZA (1995: 243)

argumenta que:

“Alguns pacientes são incapazes de alimentar-se sozinhos, precisando ser

ajudados durante as refeições, e outros necessitam que se leve os alimentos à

boca. Aos pacientes incapacitados de serem alimentados pela boca, são

empregados métodos especiais de alimentação”.

Pode-se afirmar que as responsabilidades do enfermeiro com o

paciente são várias, entre elas destacam as seguintes:

a) colaborar tanto com o médico quanto com o nutricionista no

atendimento às necessidades do paciente no que diz respeito à

alimentação;

b) supervisionar a distribuição dos alimentos, ao mesmo tempo,

averiguando se as dietas estão sendo aplicadas ou administradas

sem erros;

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c) caso o paciente recebe uma dieta especial, é fundamental explicar a

necessidade desta. Assim, quando ele entender melhor o porque de

tal dieta, passa a colaborar e conseqüentemente a aceitando melhor.

Além disso, deverá orientar também à família do paciente em relação

aos tipos de alimentos que a mesma poderá trazer e por fim a educação

alimentar terá de ser realizada sempre que consideram que haja necessidade.

Em outro aspecto, é oportuno destacar que o ambiente influencia no

apetite do paciente, assim pacientes que têm de fazer duas refeições no leito

precisam permanecer no mesmo. Desta forma qualquer coisa que possa

provocar mal-estar terá de ser afastado. Portanto, o paciente não poderá em

hipótese alguma ser perturbado tanto para tratamentos, quanto curativos, bem

como visitas médicas.

Cabe destacar, que ao preparar para realizar as refeições, é preciso

considerar se este é:

• Criança - caso for possível as refeições em mesinhas adequadas e

fora do recinto da enfermagem;

• Doente ambulante - de preferência poderia realizar as refeições

normais no refeitório;

• Doente acamado - que é capaz de realizar por si próprio sua

alimentação, precisa estar em posição confortável no leito e a

legumeira disposta sobre a mesa de refeição. A sua frente, desta

forma poderá visualizar os alimentos a fazer sua refeição sem

problema;

• Doente acamado, que necessita ser alimentado por outro indivíduo e

o incapacitado - assim o paciente como a pessoa que irá alimentá-lo

têm de estar em posição amplamente confortável.

SOUZA (1990: 245) entende que: “O estado emocional do paciente

influi muito em aceitar ou não a alimentação. O paciente deprimido, saudoso de

casa, preocupado, infeliz não pode sentir vontade de comer”.

É oportuno frisar que, sem dúvida alguma a apresentação do alimento

constitui-se em um instrumento importante para despertar o apetite, é preciso

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que os copos, os pratos e talheres estejam limpos, que os alimentos possuam

uma boa apresentação e que a temperatura dos alimentos esteja apropriada.

É preciso observar que tanto a quantidade de alimentos quanto os

intervalos das refeições, tendo como objetivo atender às necessidades do

paciente assim como atender a administração da dieta, de forma que o

paciente receba a cota de alimentos de que precisa, ou um determinado

espaço de tempo, com esta finalidade há o registro, que é preenchido

diariamente, depois da visita médica.

Por sua vez, os métodos de alimentação extra-oral:

• infusão nutritiva - tem como meta substituir à alimentação oral, o

mesmo é recomendado nos seguintes casos:

- doentes desnutridos;

-tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório das grandes cirurgias

e outros.

No entendimento de SOUZA (1990: 240): A infusão nutritiva consiste

em introduzir no organismo substâncias nutritivas (glicose; vitamina C, B1;

proteínas, sais minerais) por via parenteral (venosa ou subcutânea), a venosa a

mais comumente empregada

Já alimentação por sonda utiliza-se o método de gavagem, isto é, o

método de alimentar o paciente por meio da introdução de uma sonda até o

estômago, esta pode ser introduzida tanto por via oral quanto nasal. A última é

a mais recomendada, em virtude do paciente não mexer a sonda, pois

traumatiza e o incomoda bem menos e ainda é mais fácil de fixar a sonda. Tal

método é aconselhável em alguns casos, ou seja:

- no caso do paciente se recusar a alimentar;

- quando o paciente está inconsciente;

- em razão da mastigação e deglutição estar com problemas;

- em virtude de cirurgia na boca, quando é preciso conservá-la limpa,

seca e ativa;

- destina alimentar pacientes cujos músculos que são utilizados tanto

para a mastigação quanto deglutição estejam parcialmente

paralisados;

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- por fim objetiva administrar medicamentos nos casos referidos

anteriormente.

De acordo com SOUZA (1990: 247), o material necessário - bandeja -

deve conter:

“Copo ou cálice graduado, com a alimentação desejada. Em banho-maria (38°

a 40°). No caso de administrar medicamentos, 01 cálice com o medicamento

indicado; cuba rim com 01 pinça Pean ou Hoffman e 01 seringa de 20 ml

(Somente o corpo da seringa que vai funcionar como um funil) ou 01 funil; cuba

redonda com lubrificante (leite, de preferência); avental impermeável forrado;

cuba redonda contendo a sonda, a fim de lavá-la, após a administração do

alimento, para evitar a sua obstrução; cuba rim extra com gaze (quando se vai

introduzir a sonda), no caso do paciente acusar náuseas ou vômitos”

No que se refere a método, destaca os seguintes procedimentos:

É necessário preparar a bandeja com alimento recomendado, é

fundamental que o mesmo seja suficiente tanto moído quanto fino, somente

assim poderá passar por meio da sonsa. É necessário conter todos os

princípios nutritivos. Isto é, leite, ovos, suco de frutas e outros. A quantidade

tem de ser ampliada de forma graduada, considerando a tolerância do

paciente, e jamais, deve ultrapassar de 300 ml, preparar o paciente, explicar na

medida do possível, o que está sendo realizado.

Introduz a sonda tanto nasal ou oral, deve pinçá-la e aguardar passar minutos

antes de principiar a introduzir o alimento.

Cabe destacar, que ainda existe a alimentação que é realizada por

sondas nas gastrostomias e, em ambos casos deve utilizar-se a técnica

seguinte:

- adequar o funil ao tubo;

- coloca r o alimento no funil;

- remover a pinça que estava pinçando o tubo;

- introduzir todo o alimento, tendo a precaução de botar o funil e não

deixar que entre ar no estômago.

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“No final introduzir 20 mi de água destilada para lavar o tubo, evitando a

obstrução do mesmo pelo alimento e a seguir pinçar o tubo e prendê-lo no

paciente, pode-se passar uma atadura sem apertar” (SOUZA, 1990: 240).

Neste contexto, percebe-se que o cuidado com a alimentação do

paciente é primordial para promover sua recuperação.

É relevante ressaltar que o paciente em uma instituição hospitalar está

sujeito tanto acidente quanto adquirir uma doença. No entanto, isto somente

ocorre quando o hospital não proporciona condições apropriadas ao tratamento

do paciente.

SOUZA (1990: 17), alerta que: “atualmente a tendência é colocar os pacientes,

seja qual for o tipo clínico em Hospitais Gerais, construídos com unidades

adequadas a cada especialidade”

Neste contexto, constata-se que o hospital é incumbido de assegurar

ao paciente proteção a sua saúde. Uma vez que, no hospital o mesmo corre

vários riscos, entre estes ao adquirir infecção hospitalar. Uma vez que a

alimentação pode constituir-se em um instrumento de infecção hospitalar de

risco elevado, como exemplo os surtos de Salmonella. Assim, Silva (1998: 17)

explica que:

“Os surtos de Salmonella causados por intoxicação alimentar e outras

infecções entéricas em hospitais podem resultar em uma considerável

morbidade entre pacientes e funcionários e a conduta nestas infecções devem

ser apropriadas, de forma que os casos individuais sejam tratados e os surtos

sejam reconhecidos imediatamente”

Neste âmbito é importante analisar os tipos de infecção hospitalar que

está sujeito o paciente em qualquer hospital.

É de conhecimento de todos nós que os tipos de infecções hospitalares

são: a infecção de ferida cirúrgica, urinária, respiratória e septicemia.

Cabe destacar, que de todas as infecções hospitalares, a que ocorre

com mais freqüência é a infecção urinária. Observa-se que o trato urinário é o

local mais afetado, chegando a uma porcentagem de 41%. O significado maior

de tais infecções hospitalares em pacientes se deve ao risco de evolução para

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septicemia e constata-se que o conhecimento na atualidade se restringe as

conseqüências de bacteriúria crônica.

Silva (1994: 09), alerta que:

“Além disso, verifica-se que a maior parte das infecções urinárias hospitalares

se manifesta endêmica mente, na maioria das vezes auto infecção”.

De acordo com o CDC, pode-se afirmar que as infecções do trato

urinário são classificados e diagnosticados da seguinte forma: infecção

sintomática, assintomática e outras, infecções de trato urinário como bexiga,

uretra, etc.

Constata-se que, a infecção da ferida cirúrgica, apesar de todo o

desenvolvimento tecnológico ocupa a segunda posição entre as infecções

hospitalares que atingem o paciente.

Cabe destacar, que “Center of Disease Control” classificam as

infecções de ferida em dois tipos:

A - Infecção incisional, que ocorre normalmente depois da cirurgia,

abrange a pele, tecidos, etc. nas seguintes circunstâncias:

• Drenagem purulenta da incisão;

• Organismo isolado de cultura do fluido da ferida fechada;

• Abertura promovida de forma consciente pelo cirurgião, a única

exceção diz respeito quando a cultura da ferida é negativa;

• Finalmente, através do diagnóstico de infecção realizado pelo

cirurgião.

B - Infecção profunda, esta tanto pode ocorrer após 30 dias da cirurgia

e até 01 (um) anos depois caso tivesse realizado implante de matéria não

derivadas do organismo humano, ou seja, tecidos ou espaços adjacentes

situados tanto na camada física quanto abaixo da mesma, nas seguintes

circunstâncias:

• Drenagem purulenta por dreno situado abaixo da camada física;

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• “Deiscência espontânea ou abertura deliberada pelo cirurgião, quando

o paciente apresenta temperatura acima de 38° C e, ou dor localizada,

exceto por cultura negativa da ferida” (Lacerda, 1988. 26)

• Presença de abscesso quanto de qualquer outra evidência de

infecção através do exame direto durante a cirurgia e ainda através do

exame histopatológico.

É relevante explicar, que as infecções da ferida cirúrgica se manifesta,

com mais abrangência no local da incisão. No entanto, com tratamento

adequado, esta dificuldade acarretará complicações.

Finalmente vale mencionar que a maior parte das infecções

provenientes da ferida cirúrgica são de origem bacteriana.

Por sua vez, infecção respiratória hospitalar a sua incidência varia

bastante de uma unidade hospitalar para outra. No entanto, constitui-se sem

dúvida alguma a terceira causa da infecção hospitalar.

Cabe destacar, que nos EUA a maioria das mortes provocadas pela

infecção hospitalar são causadas pelas pneumonias hospitalares e deste

percentual 50% ocorre nas unidades de terapia intensiva

Neste contexto, é relevante explicar que na pneumonia pós-operatória

seu desenvolvimento principia dias depois da cirurgia, sendo esta a mais

comum em pacientes que se submetem a cirurgias torácicas ou abdominais

altas, sem incisões na proximidade do diafragma, bem como nos pacientes

com doenças pulmonares, com idade elevada, gordo, desnutrido e fumantes.

Por fim, observa-se que o diagnóstico de tal infecção não é fácil. Uma

vez que pacientes internados sobretudo os que acham na unidade de

tratamento intensivo, estes podem manifestar tanto doenças quanto condições

clínicas infectuosas. No entanto, a possibilidade de serem confundidas com

infecções bronco-pulmonares, o que demonstra que é preciso adotar critérios

distintos.

Finalmente, a infecção septicemia, de todas as que atingem um menor

número de pacientes hospitalizados nos EUA, já em nosso País infelizmente

não dispõe de dados para fazer uma estimativa do número de casos de

septicemia hospitalar.

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De acordo com Lacerda (1988: 31-32), salienta que existe dois tipos de

septicemias;

A - “Septicemias primárias: identificadas com hemocultura positiva e

ocorrerem na ausência de um foco infeccioso localizado nos tecidos do

paciente. É o caso das septicemias devidas a procedimentos invasivos ou

associados ou não a perfusão das soluções sem que haja evidência de

supuração ou de Flebite Local’

B - Septicemias secundárias: são conseqüências da invasão da

corrente pelos microorganismos oriundos de um foco infeccioso do paciente

como exemplo: a pele ou tecido subcutâneo.

Neste sentido, vale mencionar que a maior parte das septicemias

hospitalares, ou seja, 75% a 80%, é secundária como: a supuração da ferida

cirúrgica etc. Constata-se que tais septicemias tanto pode se apresentar de

forma endêmica quanto epidemicamente, as endêmicas predominam de

maneira absoluta. Isto é, 95%.

Deste modo vale frisar que os materiais hospitalares constituem sem

dúvida alguma é uma das causas responsáveis sobretudo pela transmissão da

infecção hospitalar.

Nesse sentido, é relevante explicitar que os materiais assim como os

equipamentos estes são classificados por “spauding”, de acordo como o risco

de transmissão de infecção nos seguintes artigos:

A - Artigos críticos: Se referem tanto aqueles que penetram tanto nos

tecidos superficiais quanto no sistema vascular etc, e ainda demais órgão

isentos da flora microbiana própria assim como nos demais que estão

diretamente ligados aos mesmos.

B - Artigos semi-críticos: Estes são os que entram em contato somente

com a mucosa íntegra que é capaz de evitar a invasão dos tecidos sub-

epiteliais.

C - Artigos não-críticos, estes são os que entram em contato só com a

pele integra e mesmo os que não entrar em contato direto com o paciente.

Por sua vez, é de conhecimento de todos nós que a limpeza constitui-

se em um instrumento de ação referente aos cuidados da higiene.

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Constata-se, que o primeiro passo objetivando realizar a limpeza sem

dúvida alguma é a descontaminação dos materiais. “Descontaminação precede

a limpeza e tem como objetivo a eliminação e redução do número de

microorganismos porventura presentes no artigo sujo e, assim diminuir o risco

de contaminação do funcionário durante a sua manipulação” (Laci 1988: 93).

Neste âmbito, é primordial frisar a esterilização é um imprescindível na

realização da limpeza dos materiais e equipamentos hospitalares. A mesma

que pode ser concebida destruidora de qualquer forma de vida microbiana até

mesmo os microorganismos esporulados. Assim, Silva (1998:10), concebe

que:

“É a destruição e remoção de todos os microorganismos e esporos, sendo

necessária para instrumentos, equipamentos, compressas etc. que serão

utilizados em procedimentos cirúrgicos ou que entrem em contato com feridas

abertas, ou locais estéreis do corpo. Os equipamentos a serem utilizados em

procedimentos envolvendo tecidos estéreis, ou particularmente suscetíveis,

devem ser esterilizados”

Cabe destacar, que a esterilização pode ser realizada pelo calor, óxido

de etileno e soluções químicas.

Por outro lado sabe-se que a organização de um censo é fundamental

para evitar que ocorra qualquer tipo de infecção hospitalar.

Assim, é oportuno deixar claro que para obter êxito na organização de

um centro cirúrgico, é preciso que exista a colaboração tanto de uma equipe de

anestesia, quanto de cirurgião, como de enfermagem. Nesta pesquisa será

ainda destacado a importância do profissional de enfermagem como agente de

prevenção de infecção hospitalar.

Cabe destacar que o planejamento constitui-se um instrumento

imprescindível em qualquer atividade humana. No caso especifico da Unidade

de Centro de Material (C.M.E) ganha uma importância ainda maior devido ser

um recurso eficaz na prevenção de todo tipo de infecção hospitalar.

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Observa-se que o planejamento da unidade de centro de material tem

de ser realizado por uma equipe multidisciplinar.

Fazer investigação das infecções hospitalares com proposições de

medidas de prevenção e controle.

Estabelecer vigilância sobre as técnicas e procedimentos de assepsia e

antiassepsia em todos os setores do hospital para proteção.

Trabalhar em conjunto com a administração do hospital para

estabelecer medidas de controle de infecção associada ao hospital.

Examinar e supervisionar o uso dos produtos adquiridos a fim de testar

sua concentração e seu uso adequado.

Examinar e supervisionar os processos de esterilização desinfecção

assepsia e anti-sepsia, principalmente quando as taxas de infecção em

cirurgias consideradas limpas ultrapassem o limite estabelecido.

Examinar e supervisionar os cateterismos vesicais e as drenagens

vesicais de demora, sempre que infecção urinária ultrapassar o índice

endêmico estabelecido pelo hospital, cateterização venosa e arteriais, assim

como a pacientes traqueostomizados.

Coordenar os programas educacionais, assim como elaborar rotinas

por escrito referentes a tratamentos que oferece possibilidade de infecção.

Reciclar periodicamente, e sempre que necessário o pessoal de

enfermagem, em relação às técnicas utilizadas.

Lavagem das mãos, a Portaria do Ministério da Saúde n.° 2.616, de 12

de maio de 1998 do Programa de Controle de Infecção Hospitalar, ressalta a

importância deste procedimento, como demonstra o Anexo (01).

Neste contexto, verificamos que os hospitais estudados, possuem uma

equipe de controle de infecção no Centra Cirúrgico(C.C.) e C.M.E., e que

consideramos importante desenvolver uma pesquisa de campo nos quatro

hospitais.

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.CAPÍTULO III

A importância da gerencia para desenvolver o Programa de Prevenção de Infecção Hospitalar

De acordo com Novaes (1992:63): “As principais normas para a

implementação e o gerenciamento de um programa de prevenção das

infecções hospitalares, como também para outros serviços de atenção à saúde,

incluem:

administração; treinamento em serviço; a monitorízação e avaliação e a

resolução de problemas”.

Neste contexto, entende-se porque o sucesso da implantação de um

programa prevenção de infecções, em um estabelecimento hospitalar que

possui serviços cirúrgicos, sem dúvida alguma, depende muito do

gerenciamento correto dos conhecimentos quanto criatividade como da

disposição de toda a equipe de saúde. Uma vez que, os recursos financeiros

disponíveis são sempre reduzidos. Deste modo, fica explícito que é

fundamental a realização de um planejamento cuidadoso e um sistema

logístico bem organizado, somente assim será possível assegurar o

fornecimento constante não apenas de insumos como também de materiais e

equipamentos primordiais.

É essencial identificar e reunir pessoas chaves, no hospital, para formar

a comissão que irá prevenir e controlar infecções, a finalidade de tal equipe é

de implementar e dar suporte ao uso de práticas de prevenção de infecções

sugeridas e, de analisar os problemas associados que por ventura apareçam.

Vale frisar que a equipe de comissão referida precisa ser composta de

representações dos diversos associados com os cuidados ao paciente ou com

o intuito de impedir a contaminação do pessoal, como exemplo centrais de

esterilização, laboratório, limpeza e outros. Em estabelecimento hospitalar de

pequeno porte assim como policlínicas, estas atividades podem ser

acumuladas, de modo que a equipe pode contar apenas com dois ou três

indivíduos.

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Nesse sentido, é oportuno nortear que alguns princípios básicos que

contribuirão para os gerentes implementarem as medidas de prevenção que

abrangem e estabelecem tanto rotinas operacionais quanto normas como

procedimentos destinados a monitorizar condições em que a pessoa e os

pacientes estão expostos ao risco de infecção. Neste aspecto, Novaes (1992:

64), concebe que:

“Todo o pessoal deve receber orientação sobre novos procedimentos ou

processos (rotinas operacionais) e treinamento contínuo para reforçar os

conceitos mais modernos ou complexos, de preferência administrativos em

ambientes ou salas de aula apropriadas, com avaliações regulares para

assegurar a adequação das práticas de prevenção de infecções recomendadas

às preocupações do pessoal sobre as mesmas, ou quaisquer outros aspectos

da prevenção de infecções”.

Vale mencionar que os gerentes precisam auxiliar a convencer o

pessoal a compreender que todos os pacientes e o pessoal do hospital, como

potencialmente infectados com patógenos sanguíneos como exemplos HBV e

HIV; e de entender que um indivíduo não pode detectar somente pela sua

aparência, se ele está ou não contaminado.

É significativo relatar que uma boa comunicação em todos os níveis de

uma equipe qualquer de saúde, é primordial para se desenvolver suporte

preciso para que o programa de prevenção de infecção obtenha sucesso.

Assim, é preciso que a gerência proporcione informação a equipe que está

realizando, trocar não apenas idéias, como também materiais com a equipe e

que ouça os indivíduos da mesma. Desta forma, tal programa terá êxito.

É relevante salientar que na prevenção de infecções, como nas demais

condições clinicas, existem com certeza um número de situações em que o

julgamento e decisões devem ser realizados, observando tanto as vantagens

como as desvantagens do procedimento, em virtude dos possíveis riscos para

o funcionário e para o paciente. Novaes (1992: 64), recomenda que:

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“Estas decisões precisam ser práticas e consistentes, e devem incluir a

seleção, compra e utilização apropriada, por exemplo, de luvas para várias

tarefas na atenção à saúde a seleção do desinfetante químico mais apropriado;

que seja economicamente conveniente e disponível localmente, as

recomendações para utilização de agulhas e seringas descartáveis na medida

do possível, nunca reutilizá-las”.

Constata-se que a escolha da esterilização ou desinfecção de elevado

nível para equipamento escolhido precisa considerar o combustível disponível,

seu custo e a capacidade de manutenção do equipamento.

Nesse âmbito, é essencial frisar que o fornecimento tanto de

equipamento quanto de roupa de proteção, sobretudo aventais e luvas

necessitam ser providenciados considerando os recursos disponíveis e devem

encontrar sempre disponíveis em todos os recantos do hospital que os

necessitam, nos locais onde forem solicitados e usados. Normalmente tais

decisões são quase sempre difíceis e devem ser tomadas pelos gerentes locais

que precisam encontrar um equilíbrio entre o equipamento apropriado e os

insumos disponíveis, ou seja, custo e níveis de segurança admissíveis, para

tarefas próprias de atenção à saúde.

É interessante verificar que as luvas são responsáveis pela maioria dos

custos relacionados com as barreiras protetoras. Como se vê, é fundamental o

uso adequado de luvas e seleção do tipo correto são instrumentos necessários

para evitar gastos desnecessários.

O autor da pesquisa, considera relevante explicitar que as ações do

pessoal de atenção à saúde são bastante influenciadas por sentimentos

individuais, atitudes, crenças e ainda pelo conhecimento. Observa-se com o

aparecimento da infecção pelo HIV, os trabalhadores da saúde

conscientizaram-se mais da necessidade de segurança, uma vez que os

mesmos exercem suas atividades em locais onde circulam milhares de

indivíduos, e esses profissionais por contato podem estar contaminados pelo

HIV. Portanto, trata-se de uma questão bastante complexa e difícil, contudo, o

risco para o pessoal da saúde é conseqüência do tipo de serviços prestados

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como exemplo, quando fazem analogia entre serviços médicos com os

cirúrgicos.

Neste contexto, é oportuno esclarecer que tais preocupações são

conseqüências de precauções desnecessárias e normalmente exageradas ou

ainda exposição a riscos sem nenhum motivo. Além disso, devido a convicção

errada de que para uma determinada condição específica, considerando que

há risco mínimo ou que nada pode ser realizado para diminuí-lo. Assim,

Novaes (1992: 65), concebe que:

“Exemplo do exagero de precauções incluem a lavagem das mãos depois de

cumprimentar pessoas suspeitas de serem infectadas pelo HIV e a utilização

desnecessária de luvas para a limpeza ambiental rotineira (lavagem das

paredes ou retirando a poeira de móveis) como conseqüência, suprimentos

adequados de equipamento valioso talvez não estejam disponíveis como água,

sabão e luvas, por exemplo, para situações onde são muito mais necessários,

tais como, para pequenos procedimentos cirúrgicos ou exames nos

ambulatórios. Por outro lado, quando as precauções necessárias não são

tomadas os funcionários colocam a si mesmos e seus pacientes em risco de

infecções. Isto pode ocorrer quando agulhas e seringas não são

descontaminadas, limpas e esterilizadas ou desinfetadas a nível suficiente,

entre cada utilização”.

Nesse sentido pode-se afirmar que a maneira mais eficiente para evitar

a propagação em hospitais e demais serviços de saúde ocorre através da

educação que resulta em transformações comportamentais positivas. Deste

modo, é preciso que os trabalhadores da saúde de todos os níveis têm de

entender os riscos tanto de infecção quanto das barreiras protetoras que

podem ser aplicadas visando impedir a transmissão de agentes infecciosos,

necessitando levar em conta abertamente suas preocupações individuais.

Pesquisas em diversos locais do mundo comprovaram que os trabalhadores da

saúde muitas vezes modificaram as suas atitudes e maneiras de exercerem

suas atividades associadas a prevenção de infecções com bastante boa

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vontade, na medida que entendam a finalidade e o significado de um

procedimento.

No principio, os empregados da saúde de todos os níveis, ou seja,

pessoal da limpeza, enfermeiras, médicos, auxiliares de enfermagem e

atendentes etc, necessitam ser orientados em relação à importância da

prevenção de infecções. Deste modo, alguns temas que precisam ser

debatidos abrangem segundo Novaes (1992:65):

• o ciclo de transmissão da doença e vias de infecção no ambiente

hospitalar;

• a importância do papel de cada membro da equipe na prevenção de

infecções;

• os métodos de reduzir ao mínimo a transmissão de doenças (isto é,

barreiras protetoras) incluindo a prática “comprovada” de certos

métodos (use uma lista de verificação para avaliar a prática)

Neste contexto, constituem-se exemplos significativos:

- Lavar as mãos;

- Descontaminar as luvas;

- Desinfecção de um instrumento qualquer

É importante, que realizem seguimento do treinamento inicial por meio

da educação continuada, voltada tanto à identificação quanto da solução

de problemas específicos como a introdução de técnicas inovadoras e ainda

com a lembrança do significado de conservar um ambiente totalmente livre de

infecções objetivando assegurar todos os trabalhadores em saúde segurança

aos serviços desempenhados pelos mesmos.

Assim, é fundamental que realize a monitorização freqüentemente dos

processos de prevenção de infecções, é essencial devido possibilitar a

avaliação de sua efetividade, como também para decidir sob todo os temas que

os funcionários em questão necessitam de treinamento adicional ou revisão.

Novaes (1992: 66), defende que:

“Para monitorizar a efetividade faça um levantamento aleatório de como os

procedimentos estão sendo aplicados. Avalie se as precauções recomendadas

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estão sendo seguidas. Verifique se os equipamentos e insumos estão

necessários, estão disponíveis e são utilizados”.

Como se vê, não há como menosprezar a contribuição da gerência

para desenvolver um programa de infecção hospitalar.

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CAPITULO IV

O papel do Enfermeiro no Controle de Infecção Hospitalar

É importante ressaltar que o enfermeiro sem dúvida alguma, tem um

papel imprescindível em qualquer serviço de controle de infecção hospitalar.

Neste contexto, cabe salientar que a maior parte dos estabelecimentos

hospitalares, em razão ao número de leitos, precisariam possuir no mínimo um

ou mais profissionais de enfermagem incumbidos de manter o controle de

infecção hospitalar, uma vez que é o mesmo que executa função mais

significativa, ou seja, é o enfermeiro que realiza tanto o contato diário da equipe

de controle de infecção quanto dos empregados de uma maneira geral, do

hospital. Silva (1998: 06), alerta que:

“Apesar de sabermos que esta norma muitas vezes não é seguida, seria muito

importante que assim fosse. Principalmente no Brasil, isto tem sido buscado

seguidas vezes alegando-se falta de recursos para manutenção de um

profissional especializado em tempo integral, junto a estas atividades”.

Nesse sentido, é relevante frisar que trata-se de uma atividade que

exige um perfil específico na instituição hospitalar, precisando-se tanto reportar

quanto permanecer primariamente junto não apenas ao laboratório como

também à microbiologia clínica e jamais à administração da enfermagem, já

que a maioria da vigilância epidemiológica e de controle de infecção,

englobando até mesmo a observação de pacientes, está de maneira explícita

associado ao laboratório. Entretanto, isto não significa que o enfermeiro não

tenha de responder de forma profissional à diretoria. Além disso, deve manter

contato estreito com a mesma.

Cabe destacar que geralmente o profissional de enfermagem nomeado

para esta função, possua experiência anterior no controle de infecção

hospitalar e que ainda tenha concluído o curso adequado de treinamento.

Neste aspecto, Silva (1998: 06) argumenta que:

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“Em alguns grandes hospitais, existe uma rede de profissionais de

enfermagem, que recebeu treinamento específico para o controle de infecção e

que têm interesse no desenvolvimento e implantação dos procedimentos e

padrões para o controle de infecção para a sua área, sendo o enfermeiro ligado

ao SCIH, que exerce papel central nessa rede”.

Infelizmente, a cultura atual do empresário do País não reconhece o

papel primordial de uma equipe de enfermagem altamente qualificada e ainda

bem remunerada.

É oportuno explicitar que os deveres primários do profissional em

questão são de proporcionar tanto assistência ao médico da comissão quanto o

controle de infecção no hospital, que é obtida através da implantação de

normas, de procedimentos de controle de infecção e ainda de treinamento do

pessoal no recinto do hospital e de fora do estabelecimento hospitalar.

Neste contexto, o autor da pesquisa considera imprescindível destacar tanto os

deveres quanto as responsabilidades do enfermeiro responsável pelo controle

de infecção hospitalar, nas seguintes áreas: clínica, administrativa, de ensino e

treinamento, pesquisa, comissões e nas principais condições de trabalho.

Constata-se que na área clínica cabe a esse profissional da

enfermagem;

- associar-se diretamente com os microbiologistas clínicos e

virologistas que trabalham no hospital ou instituição de ensino que

está vinculado tal estabelecimento;

- supervisionar e orientar em relação às técnicas de isolamento de

maneira geral e condições clinicas específicas;

- proporcionar tanto orientação clínica quanto suporte sob o controle

de infecção aos profissionais não apenas de enfermagem como

também a supervisores de áreas de saúde e ainda a empregados

de outros setores que não estão incluídos na área médica

- analisar relatórios microbiológicos para os enfermeiros da área;

- fornecer orientação clínica e suporte a outros profissionais da área de

saúde, pessoal de auxílio e órgãos externos que se ocupam de

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questões sociais que surgem a partir de fatores relacionados ao

controle de infecção;

- coletar informações em nome da equipe de controle de infecção;

- identificar riscos em potencial para as infecções e sugerir ações

terapêuticas apropriadas para o pessoal da área;

- colaborar com a equipe de controle de infecção e médicos, no que se

refere à monitorização rotineira da unidade, tais como as unidades

de terapia intensiva, berçário especial, centros de tratamento de

queimados e de hemorragias digestivas, que são particularmente

vulneráveis aos problemas de infecção (Silva, 1998: 07).

- trabalhar em conjunto com a equipe de controle de infecção

objetivando tanto identificar quanto pesquisar como controlar surtos

de infecção;

- por fim as funções de aconselhar e ensinar podem ser relevantes

para projetos hospitalares, ou seja, internos e externos que

constituem em um instrumento de geração de renda para a equipe

tanto de controle de infecção quanto para o departamento de

microbiologia e ainda para o hospital.

Já na área administrativa cabe ao profissional de enfermagem;

- participar não apenas do desenvolvimento como também da

elaboração, e ainda de sua implantação e ainda das normas

destinadas ao controle de infecção;

- monitorar a adesão das normas para o controle de infecção,

abrangendo atividade diretamente relacionado com a auditoria;

- dar tanto orientação quanto suporte aos administradores na instalação

de normas;

- proporcionar orientação ao quadro de funcionários no que refere aos

aspectos de controle de infecção conforme o estabelecido no

estatuto de saúde e segurança no trabalho;

- avaliação dos equipamentos relacionados ao perigo de infecção e

apresentar sugestões no que diz respeito a programas relativos;

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- proporcionar serviço especializado em condições de mudança ou

desenvolvimento de serviços.

Por sua vez, em relação a área de ensino e treinamento:

- participar de programas tanto de ensino formal quanto informal

destinado ao enfermeiro e para outros grupos adequados;

- conservar-se atualizado em relação aos novos avanços, isto é,

possível devido a leitura de literatura associada e em virtude da

participação tanto em cursos quanto reuniões como apresentações

relacionadas ao tema.

No que diz respeito a pesquisa é dever do enfermeiro:

- participar, em conjunto com o grupo da área clínica e microbiológica

de projetos de pesquisa associados à infecção hospitalar e como

também ao seu controle;

- avaliar a instalação de técnicas de controle de infecção hospitalar.

No que se refere à comissões, Silva (1998: 08) alerta que cabe ao

profissional de enfermagem:

- participar da comissão de controle de infecção hospitalar;

- participar de sub-grupos e grupos de trabalho para o controle de

infecção;

- participar de grupos de auditoria da equipe de controle de infecção

hospitalar

Neste aspecto, cabe destacar que o papel do enfermeiro em relação às

principais condições de trabalho são:

- necessita estar consciente que em caso de violação não autorizada

de confidencialidade do paciente está sujeito à ação disciplinar;

- precisa estar atento as responsabilidades gerais de todo o pessoal

conforme o estabelecido no estatuto de saúde e segurança do

trabalho;

- tem de observar tanto as regras anti-fumo e anti-álcool nas

dependências do hospitaL

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CAPITULO V

A arquitetura que garante Saúde

Planejamento arquitetônico melhora os ambientes e o atendimento em estabelecimentos de saúde

Uma boa infra-estrutura de recursos humanos e técnicos não basta

para um estabelecimento de saúde trabalhar adequadamente. Para garantir um

ambiente confortável e seguro é fundamental que o projeto arquitetônico

considere as características e circunstâncias de trabalho. Além de colaborar

para uma recuperação mais rápida, o planejamento da arquitetura hospitalar

pode reduzir possíveis complicações decorrentes de problemas associados às

próprias instalações, como a infecção hospitalar.

Facilidade de acesso, conforto, flexibilidade, assepsia e segurança

estão entre os critérios que devem ser obedecidos na construção, reforma ou

ampliação de estabelecimentos de saúde, e foram instituídos pela portaria n.

1884, publicada pelo Ministério da Saúde em 1994, que está atualmente sob

revisão. No entanto, embora a preocupação com a arquitetura seja crescente,

ainda existem projetos que são realizados sem o devido atendimento das

normas ou sem consulta prévia ao corpo clínico, resultando em barreiras

arquitetônicas que interferem na rotina diária como portas e elevadores

estreitos que dificultam a passagem de macas ou setores com instalações

inadequadas, como salas de pré-parto sem duchas ou sistema de água quente.

Além de observar os padrões e as normas, é importante que haja um

planejamento integrado entre as equipes técnica (arquitetos e engenheiros) e

clínica (médicos e enfermeiros). "Não pode ser uma coisa vinda do arquiteto ou

do engenheiro. Tem que ser um estudo em conjunto com os profissionais que

trabalham dentro das unidades. Mais com os enfermeiros até, já que estes

profissionais vivenciam a rotina dentro do hospital e é mais fácil para eles

colocarem as condições do que seria melhor", afirma a arquiteta Sylara

Mendes Nunes, presidente regional da Associação Brasileira para o

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Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH) e pesquisadora da Área de

Planejamento e Projetos de Engenharia Clínica (Aplan) do Instituto de

Engenharia Biomédica da UFSC.

Problemas e normas

Segundo Sylara, um problema, principalmente em unidades mais

antigas, é a adaptação física para a instalação de novos equipamentos. Como

foram construídos sob perspectivas que não consideravam a possibilidade de

expansão, vários hospitais não têm estrutura apropriada para receber novas

tecnologias. No caso das instalações elétricas, isso pode representar risco

sério para pacientes e operadores, além de prejudicar o uso e a operação dos

equipamentos. A quantidade insuficiente de tomadas elétricas em salas

cirúrgicas, explica a arquiteta, submete as equipes de saúde a utilizarem uma

única extensão para conectar vários aparelhos, o que pode interferir na

monitoração do paciente e causar um curto-circuito pelo excesso de carga. Em

outro exemplo, Sylara cita casos em que as extensões de tomadas

permanecem ao nível do piso (foto abaixo), quando as normas estipulam que o

correto é que fiquem a um metro e meio do chão.

Além de garantir segurança e melhorar a rotina das atividades, a

adoção de critérios, entre eles a facilidade de acesso, produz também um

ambiente mais confortável. Dessa forma, a especificação do espaço físico, dos

elevadores e das aberturas de portas deve considerar as características

próprias do atendimento à saúde. Segundo as normas, todos os corredores

destinados à circulação de pacientes devem possuir corrimão de apoio em,

pelo menos, uma das paredes laterais. A locomoção entre os andares, o

chamado trânsito vertical, deve ser feita por meio de rampas, com piso

antiderrapante, e de elevadores, que devem possuir mecanismo de retardo no

fechamento da porta, com possibilidade de interrupção, para facilitar a entrada

e a saída. Os elevadores também devem ser suficientemente amplos (no

mínimo, 1,20 m x 2,20 m) para propiciar o transporte da maca com acessórios

(tripé para soro e medicamentos) e dos acompanhantes. Para agilizar o

atendimento de emergência, os elevadores também devem ter dispositivos

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automáticos que interrompam a chamada dos andares e levem a cabine

diretamente ao pavimento desejado. De maneira geral, como medida de

precaução para realizar o socorro imediato em casos de desmaio, as portas

dos banheiros devem abrir para fora e as fechaduras têm que ser fáceis de

abrir.

Humanização do hospital

O trabalho de adequação dos projetos arquitetônicos às normas do

Ministério da Saúde é uma das funções da Aplan, que presta assessoria na

adaptação de espaços físicos hospitalares. Atualmente, a equipe está fazendo

o acompanhamento das obras do Hospital Infantil de Joinville (SC), que será

inaugurado em abril do próximo ano.

Seguindo o exemplo de hospitais dos Estados Unidos, a Aplan têm

considerado, nos projetos desenvolvidos, o aspecto de humanização,

reconhecidamente importante na recuperação dos pacientes. É a tentativa de

tornar o hospital mais semelhante ao ambiente doméstico para que as pessoas

sintam-se mais confortáveis e o processo de cura seja agilizado. Para tanto, a

engenheira Ana Cláudia Rubi Castro, coordenadora da Aplan, diz que existe a

idéia de implantar salas e quartos com vista para áreas verdes, criar locais para

leitura (bibliotecas) e para contato com o mundo externo, por meio de acesso a

computadores, onde os doentes possam se comunicar com outras pessoas, ler

notícias ou até mesmo pesquisar sobre a própria doença, amenizando o

isolamento causado pela internação. Na parte de apoio psicológico também

são recomendadas aulas de arte como atividade terapêutica. Colocar formas,

cores e desenhos nos pisos é uma iniciativa para trabalhar os espaços de

acordo com o campo visual, principalmente o da criança. O ponto mais

importante, segundo Sylara, é realizar "um layout lógico e racional do espaço

físico que permita otimização do tempo e, conseqüentemente, da produtividade

do atendimento".

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Recomendações técnicas

A Aplan também trabalha com a parte de educação tecnológica das

equipes de saúde, oferecendo treinamento e orientação sobre o uso de

determinados materiais e equipamentos. Uma recomendação importante é

evitar o uso de telefones celulares ou a instalação de lâmpadas fluorescentes

em alguns setores de monitoração de pacientes, como centro cirúrgico e ultra-

som, para que não ocorra interferência de ondas eletromagnéticas no uso dos

equipamentos.

Outra recomendação constante é o cuidado com a manutenção do

sistema de ar condicionado. A negligência na regulagem e na limpeza pode

favorecer a proliferação de bactérias, além de diminuir a eficiência dos

aparelhos para manter a temperatura adequada. Esse cuidado é essencial,

sobretudo para pacientes com queimaduras ou recém-operados que devem

ficar sob condições controladas de temperatura e umidade para evitar o risco

de contrair infecção.

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CAPITULO VI

Apresentação e discussão da pesquisa de campo.

A maior parte dos hospitais (A, B e D) possuem C.C.I.H. Apenas o

hospital C não dispõe de tal serviço, alega que quando é necessário solicita a

presença de um único especialista no assunto. Como o hospital C, ainda não

despertou e nem se conscientizou da importância de implantar C.C.I.H. com o

intuito de prevenir a infecção hospitalar. No entanto, observa-se que há um

técnico de vigilância epidemiológica que atua no hospital C, todavia seu

trabalho é muito difícil em razão de não ter um C.C.I.H.

No que se refere ao tempo de funcionamento, observou-se que

predomina o período de 04 a 06 anos, nos hospitais A e B, no D de 01 a 03

anos. No C, como já foi salientado não funciona C.C.IH. como mostra a Tabela

(01).

Tabela 01.

ANOS A B C D

01 A 03 anos - X

04 a 06 anos X X -

07 a 10 anos -

Outros -

Todos os hospitais, ou seja, A, B, C e D afirmaram que há dificuldade

para colocar em prática o controle de infecção em razão da burocracia, falta de

recursos sobretudo financeiro.

É importante salientar que os hospitais A, B, C e D dizem que fazem

testes, tanto físicos como biológicos.

Neste contexto, é relevante explicitar que os testes químicos e

biológicos na maioria dos hospitais são realizados semanalmente, como ilustra

a Tabela (02).

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Tabela 02.

PERÍODO A B C D

Diariamente.

Semanalmente. X X

Quinzenalmente X

Mensalmente X

Outros

Em todos os hospitais A, B, C e D, o controle biológico é feito e

avaliado pelo enfermeiro,

Cabe destacar, que o comitê de controle de infecção hospitalar trabalha

em conjunto com outros setores. No hospital C não é possível esta integração,

devido não existir tal comitê.

Nos hospitais A e B, os testes realizados tanto em C.C. quanto

C.M.E.,porém não são satisfatórios, no hospital D a realidade é inversa, e no C

somente há testes de C.M.E. e no D, C.C., não existe há mais de 03 anos; no

entanto, considera somente tal exame satisfatório.

Pelo trabalho de campo, pode-se dizer que somente no hospital B já

houve casos comprovados de infecção hospitalar dentro de C.C. e C.M.E.

Constata-se que caso houvesse casos de incidências, a maioria dos

hospitais (A, C e D) adotariam medidas rigorosas de prevenir qualquer tipo de

infecção hospitalar e o hospital B não tomaria nenhuma medida rigorosa e sim

medidas para evitar que voltasse ocorrer novas incidências.

Verifica-se pela pesquisa de campo, que os profissionais tanto de C.C.

quanto de C.M.E. são competentes, ou seja, eficiente em suas funções, no

hospital C tal fato se aplica apenas aos profissionais do C.C.

Não é de surpreender, que os funcionários dos serviços gerais do

hospital C, C.C, e C.M.E. não tenham noções de infecção hospitalar; o mesmo

não ocorre com funcionários de serviços gerais A, B e D.

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Pela pesquisa de campo, observa-se que apenas o C.C.I.H. do A e B

supervisiona e avalia os programas de educação continuada da CM.E. e C.C.,

do C.C.IH do D, que não realiza tal supervisão e no hospital C é impossível

realizar esta supervisão em virtude de não existir a mesma.

A maior parte dos hospitais, que há C.C.I.H. toma providência quando

diagnostica algum tipo de deficiência, isto é, A e B. No D não toma nenhuma

providência visando eliminar tal deficiência. No hospital C solicita a presença

do técnico de vigilância epidemiológica.

Cabe destacar que tanto o hospital A, B e D, os profissionais do C.C.

usam o banheiro utilizando roupa apropriada do C.C.

Vale frisar que as roupas tanto do C.M.E. quanto do C.C. vêm das

lavanderias em boas condições de uso dos hospitais A, B, C e D. Não abrange

as roupas do C.C. do hospital C.

Nos hospitais A, B, C e D, há salas apropriadas para realizar uma

cirurgia descontaminada e no hospital C não há, o que aumenta as chances do

paciente adquirir infecção hospitalar.

Constata-se que nos hospitais A, C e D o sistema de funcionamento da

C.M.E. é centralizado e no B tanto centralizado como semi-centralizado. (Não

abrange as roupas do C.C. do hospital C).

Verifica-se que somente no Hospital C a esterilização é feita com

autoclaves, estufas e produtos químicos, como mostra a Tabela (03).

Tabela 03

FORMAS DE ESTERILIZAÇÃO

A B C D

Autoclaves X X X X

Estufas X

Produtos químicos

X X X X

É relevante salientar que tanto as rotinas quanto os procedimentos de

infecção dentro do C.C. e C.M.E. são elaborados e supervisionados pelo

enfermeiro dos hospitais A, B, C* e D.

*Não se aplica ao controle de infecção dentro do C.C.. devido não

existir tal teste no hospital C.

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CONCLUSÃO Concluindo esta pesquisa pode-se dizer que a infecção hospitalar

constitui-se em um sério problema que coloca tanto em risco o paciente quanto

os trabalhadores da área de saúde.

Cabe destacar, que o primeiro instante da pesquisa abordou as

reflexões técnicas sobre infecções hospitalares, demonstrou que a mesma já

era conhecida pelos médicos da idade Antiga. Além disso, Hipócrates (ano

460-370 a. C.) já diferenciava a cicatrização primária da secundária e sugeria a

limpeza tanto das mãos quanto das unhas, antes de qualquer cirurgia. Em tal

capitulo salientou que utiliza-se do termo infecção hospitalar de modo genérico

convencional, ainda para referir as infecções adquiridas durante a

hospitalização e depois da alta do paciente. Além disso, salientou que é

imprescindível para resolver a problemática de tal infecção a criação de uma

comissão de controle hospitalar.

O segundo capítulo por sua vez, ressaltou que o paciente no âmbito

hospitalar necessita de cuidados especiais, como no caso da alimentação.

Neste aspecto, o hospital deve proporcionar a ele uma alimentação adequada

ao seu estado de saúde. O enfermeiro tem um papel primordial de assegurar

que esta alimentação vá contribuir na recuperação do paciente.

Por outro lado, o capitulo terceiro enfatizou que para implantar um

programa de prevenção de infecção hospitalar em um estabelecimento que tem

serviços cirúrgicos, o gerenciamento é essencial. Além disso, a gerencia é

fundamental para demonstrar que a aparência não constitui-se um instrumento

decisivo para afirmar que o indivíduo está contaminado ou não.

No quarto capitulo, destacou o papel do enfermeiro no controle de

infecção hospitalar, ele é imprescindível, não apenas na área clínica, na área

administrativa, na área de ensino e treinamento, na pesquisa, em comissões e

principais condições de trabalho.

No quinto capitulo, mostrou-se a importância da arquitetura hospitalar

na prevenção e controle da infecção hospitalar. Uma planta bem planejada

influencia sobremaneira nos trabalhos das equipes de saúde.

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O último capítulo, mostrou através da pesquisa de campo, que nem

todos os hospitais (ABCD), objeto de estudo, mantém uma equipe de comissão

de controle de infecção hospitalar, como é o caso do hospital C, e no mesmo

não há uma sala apropriada para realizar uma cirurgia em que não exista risco

de contaminação.

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ANEXOS 1 - LAVAGEM DAS MÃOS.

1 - Lavagem das mãos é a fricção manual de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-se sabão/detergente, seguida de enxágüe abundante em água corrente.

2 - A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares.

3 - O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue ou outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções.

4 - A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a um único paciente, sempre que envolver contato com diversos sítios corporais, entre cada uma das atividades.

4.1 - A lavagem e anti-sepsia cirúrgica das mãos é realizada sempre antes dos procedimentos cirúrgicos.

5 - A decisão para a lavagem das mãos com uso de anti-séptico deve considerar o tipo de contato o grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado.

5.1 - A lavagem das mãos com anti-séptico é recomendada em; • realização de procedimentos invasivos; • prestação de cuidados a pacientes críticos; • contato direto com feridas e/ou dispositivos invasivos, tais como

cateteres e drenos. 6 - Devem ser empregadas medidas e recursos com o objetivo de

incorporar a prática da lavagem das mãos em todos os níveis da assistência hospitalar.

6.1 - A distribuição e a localização de unidades ou pias para lavagem das mãos, de forma a atender a necessidade nas diversas áreas hospitalares, além da presença dos produtos, é fundamental para a obrigatoriedade da prática.

2 - QUESTIONÁRIO EMPREGADO NA PESQUISA DE CAMPO 1) Existe C.C.I.H. neste hospital. ( ) Sim ( ) Nâo 2) Há quanta tempo funciona a C.C.I;H. ( ) 1 a 3 anos ( ) 4 a 6 anos ( ) 7a 10 anos ( ) outros.

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3) Existe dificuldades para colocar em prática o controle de infecção hospitalar: ( ) Sim ( ) Não 4) É realizado testes químicos e/ou biológicos ( ) Sim ( ) Não 5) Qual o período de realização dos testes químicos e/ou biológicos ( ) diariamente ( ) semanalmente ( ) quinzenalmente ( ) mensalmente ( ) outros. 6) O controle biológico é feito e avaliado pelo enfermeira ( )Sim ( )Não 7) A C.C.I.H. trabalha em conjunto com outros setores ( ) Sim ( ) Não 8) Os testes realizados no C.C. e C.M.E. são satisfatórios ( ) Sim ( ) Não 9) Já fo comprovado casos de infecção hospitalar dentro de C.C. e C.M.E ( ) Sim ( ) Não 10) Houve casos de incidências em que a C.C.I.H.tomasse medidas rigorosas: ( ) Sim ( ) Não 11) Os profissionais do C.C. e C.M.E. cumprem as normas da C.C.I.H. ( ) Sim ( ) Não 12) Os funcionários de serviços gerais do C.C. e C.M.E. tem noções de infecção hospitalar ( ) Sim ( ) Não 13) A C.C.I.H. supervisiona e avalia os programas de educação continuada da C.M E e C.C. ( )Sim ( )Não

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14) Quando há deficiência, é tomada alguma providência: ( ) Sim ( ) Não 15) Os profissionais do C.C. usam o banheiro utilizando a roupa apropriada do C.C.: ( ) Sim ( ) Não 16) As roupas do C.C. e C.M.E. vêm da lavanderia em boas condições ( ) Sim ( ) Não 17) Existe sala apropriada para cirurgia contaminada: ( ) Sim ( ) Não 18) Qual o sistema de funcionamento da C.M.E: ( ) Centralizado. ( ) Semi-centralizado. ( ) Descentralizado. 19) A esterilização é feita em ( ) Autoclaves ( ) Estufa ( ) Produtos químicos 20) As rotinas e procedimentos de controle de infecção dentro do CC. e CME são elaborados e supervisionados pelo enfermeiro: ( ) Sim ( ) Não 21) O enfermeiro examina e supervisiona os processos de esterilização, desinfecção, assepsia e anti-sepsia, principalmente quando as taxas de infecção em cirurgias consideradas limpas ultrapassem o limite estabelecido: ( ) Sim ( ) Não 22) O enfermeiro estabelece vigilância sobre as técnicas e procedimentos de assepsia e anti-sepsia em outros setores do hospital para proteção: ( ) Sim ( ) Não