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LAÍSE NASCIMENTO COSTA ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE SAPOTIZEIRO MOSSORÓ-RN 2012

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Page 1: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

LLAAÍÍSSEE NNAASSCCIIMMEENNTTOO CCOOSSTTAA

ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA QUALIDADE E

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE SAPOTIZEIRO

MOSSORÓ-RN

2012

Page 2: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

LAÍSE NASCIMENTO COSTA

ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA QUALIDADE E

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE SAPOTIZEIRO

Dissertação apresentada à Universidade Federal

Rural do Semi-Árido, como parte das exigências

para obtenção do título de Mestre em Agronomia:

Fitotecnia.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Sc. PATRÍCIA LÍGIA DANTAS

DE MORAIS

MOSSORÓ-RN

2012

Page 3: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação

e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da

UFERSA

Bibliotecária:

Vanessa de

Oliveira

Pessoa

CRB15/453

C837a Costa, Laíse Nascimento

Adubação e estádio de maturação na qualidade e atividade

antioxidante do fruto de sapotizeiro. / Laíse Nascimento Costa. -

- Mossoró, 2012.

110 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Área de concentração

em Fruticultura – Universidade Federal Rural do Semi-Árido.

Orientador: Dra. Patrícia Lígia Dantas de Morais.

1. Nutrição de plantas. 2. Sapotizeiro. 3. Compostos bioativos.

I.Título.

CDD: 572.46

Page 4: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE SAPOTIZEIRO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Fitotecnia da

Universidade Federal Rural do Semi-

Árido, como parte dos requisitos para

obtenção do Grau de Mestre em

Fitotecnia.

APROVADA EM: 17 de Agosto de 2012

Page 5: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

A Deus e aos meus exemplos de

vida: minha avó (Maria José

Nascimento), meus pais (Maria

Edinete Nascimento e Paulo

Costa) e meu irmão (Isaías

Costa).

Dedico

Page 6: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, aos meus pais (Paulo Costa e Maria Edinete Nascimento), à

minha avó (Maria José Nascimento) e ao meu irmão (Isaías Costa):

responsáveis pelo que sou e por tudo que conquistei;

Ao programa de pós-graduação em fitotecnia e a CAPES pela concessão da

bolsa de estudo;

À Dra. Patrícia Lígia Dantas de Morais, minha orientadora, que tornou possível

a concretização deste trabalho. Muito obrigada por sua paciência, atenção e por

ser sempre acessível e disposta a me ajudar no que fosse preciso;

À Dra. Raquel Miranda, por permitir que eu realizasse algumas análises em seu

laboratório na UFC e por me receber tão bem;

Ao Dr. Vander Mendonça, pela coorientação e ao pessoal do grupo de

fruticultura, especialmente a Grazianny Andrade, uma das pessoas que mais me

ajudaram na realização desse trabalho;

Ao Dr. Glauber, por sempre estar disposto a tirar minhas dúvidas e à Dra.

Jailma Suerda, por me auxiliar e esclarecer minhas inúmeras dúvidas de

estatística;

Aos meus amados tios Edna, Marlene, Terezinha, Carminha, Helenice, José

Idelfonso e aos meus primos-irmãos que eu tanto amo (Alex, Alessandra,

Gabriel, Gabriela, Marcelo, Márcio, Cristiane, José Waldson, Thiago, Walter,

Cristiano);

Ao meu afilhado Pedro Antônio, à minha cunhada Tatiana Fontana e a Nicole;

Um agradecimento especial às minhas amigas-irmãs de outras e dessa vida:

Sharacely Farias, Diana Bispo, Catrine Moura, Rosely Albuquerque, Manuela

Page 7: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

Machado, Fernanda Machado e aos amigos que mesmo distante ainda são

presentes e torceram por mim: Wagner Paixão, Luiz Eduardo, Anderson

Linhares, Débora Plácido, Zilná Brito, Lucas Gomes, Maíra Nunes, Maísa

Nunes, Susi Alves, Patrícia Dias, Mariana Costa, Juliana, Thaís Siqueira,

Adriano Dal Molin, Adalberto Santos, José Roberto Raposo;

Ao meu namorado, Thiago Vieira, que mesmo distante se faz presente.

Obrigada por toda a paciência, carinho, compreensão, companheirismo, por

sempre me acalmar e me fazer muito feliz.

Agradeço ao pessoal que fez e faz parte do laboratório de fisiologia pós-colheita

de frutos: Maria Lucilânia Almeida, Graça, Wallace Edelky Freitas, Paula

Lidiane Fernandes, Irael, José Dárcio Abrantes, Divanovina Morais, Hozano

Neto. Vocês são muito mais que meros colegas de trabalhos, são amigos que

estiveram ao meu lado durante esses dois anos.

Agradeço ao meu amigo Ivanaldo Júnior. Obrigada por sua amizade, por me

apoiar e me acolher no momento em que mais precisei.

Ao Cristiano Silva por me brindar com sua amizade e às meninas da casa 10

(Dinara Aires, Carina Loiola e Laiane Torres): amigas que levarei para a

eternidade;

Aos amigos Andréia Amariz, Irinaldo Nascimento, Ana Carolina Dantas,

Katherine, Ageu Azevedo, Edgledson Viana, por tornarem meus dias em

Mossoró mais agradáveis e à dona Lúcia, que vai muito além da sua função de

funcionária. Obrigada pelos seus cuidados;

A Kellina Oliveira e Luciana Oliveira, pela ajuda no período que passei em

Fortaleza;

E por fim agradeço a todos meus amigos e colegas pelo incentivo e apoio que

sempre me deram.

Page 8: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

RESUMO

COSTA, Laíse Nascimento. ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA

QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE

SAPOTIZEIRO. 2012. 97f. Dissertação (Mestrado em agronomia: Fitotecnia) –

Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Mossoró-RN, 2012.

Esse trabalho consiste em avaliar a influência da adubação e estádio de

maturação na qualidade e atividade antioxidante do sapoti. Os experimentos foram

conduzidos na fazenda Norfruit situada em Pau Branco - Mossoró/RN. Os frutos foram

avaliados no Laboratório de Pós-colheita da UFERSA – Mossoró/RN. Cada

experimento foi composto de cinco doses de nitrogênio (0; 300; 600; 900; 1200

g/planta) ou cinco de potássio (0; 200; 400; 600; 800 g/planta), em 5 estádios de

maturação mais o armazenamento, em esquema fatorial 5x6 com parcelas perdidas, 5

repetições, 3 plantas centrais como parcela útil, usando para avaliação dois frutos por

repetição de cada tratamento. Os frutos foram marcados com 10 a 15 mm de

comprimento na planta; sendo colhidos e avaliados quanto a sua qualidade e

composição química após 90, 120, 150, 180 e 200 dias de sua marcação. Os frutos

foram armazenados (25 °C ± 2 °C e UR 58% ±1%) até completamente maduros e

avaliados. As variáveis avaliadas foram: diâmetro transversal e longitudinal, massa do

fruto, sólidos solúveis, pH, vitamina C, firmeza. Os frutos do tratamento controle, das

doses de 600 g de N/planta e 400 g de K/planta nos estádios de maturação de 120, 180

e 208 dias foram avaliados ainda quanto aos teores de açúcares totais e redutores,

flavonóides, antocianinas, pectina total e solúvel, polifenóis extraíveis totais e

atividade antioxidante. Os resultados obtidos mostraram que a qualidade e composição

química dos frutos foram influenciadas pela adubação e pelos estádios de maturação. A

dose de 400 g de K/planta gerou frutos de maior massa, conteúdo de polifenóis e

atividade antioxidante; a dose de 600 g de N/planta gerou frutos de maior massa e

maiores teores de açucares. Nos estádios finais de maturação, os frutos estavam

maiores, menos firmes, mais palatáveis, no entanto, com um menor conteúdo de

compostos bioativos e atividade antioxidante, estando esta mais correlacionada ao

conteúdo de polifenóis extraíveis totais.

Palavras-chaves: nutrição de plantas, sapotizeiro, compostos bioativos.

Page 9: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

ABSTRACT

COSTA, Laíse Nascimento. FERTILIZATION AND STAGE OF MATURITY ON

QUALITY AND ANTIOXIDANT ACTIVITY OF SAPODILLA FRUIT. 2012.

97p. Dissertation (M. Sc. in Agronomy: Phytotechny) - Federal University Rural of

Semi Arid, Mossoro-RN, 2012.

This study consists of an evaluation of the influence of fertilization and stage

of maturity on quality and antioxidant activity of the sapodilla. The experiments were

established on the Norfruit farm located in Pau Branco – Mossoró/RN. The fruits were

appraised in the laboratory of postharvest of the UFERSA – Mossoró/RN. Each

experiment consisted of five doses of nitrogen (0; 300; 600; 900; 1200 g/plant) or five

of potassium (0; 200; 400; 600; 800 g/plant), 5 stages of maturation plus the storage in

a factorial scheme 5 x 6 with parts missing, 5 repetitions, 3 central plants as useful plot,

using two fruits per replicate of each treatment. The fruits were marked with 10 to 15

mm in length in the plant, being collected and evaluated for their quality and chemical

composition after 90, 120, 150, 180 and 200 days of their appointment. The fruits were

stored (25 ± 2 0C and RH 58% ± 1) until it was mature and then they were evaluated.

The variables assessed were: transverse and longitudinal diameter, fruit weight, soluble

solids, pH, vitamin C, firmness. The fruit of control treatment, of the doses of 600 g N

/ plant and 400 g K / plant in the maturity stages 120, 180 and 208 days were evaluated

according to: total and reducing sugars content, flavonoids, anthocyanins, total and

soluble pectin, total extractable polyphenols and antioxidant activity. The results

showed that the quality and chemical composition of the fruits were affected by

fertilization and the maturation stages. The dose of 400 g of K/plant originated fruits of

greater weight, content of polyphenols and antioxidant content, the dose of 600 g of

N/plant fruits generated greater mass and more sweet. In the final stages of maturation

(mature fruit), fruit were larger, less firm, more palatable, however, with a lower

content of bioactive compounds and antioxidant activity. The antioxidant activity is

more correlated to the total extractable polyphenol content.

Keywords: plant nutrition, Sapodilla, bioactive compounds.

Page 10: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados climáticos da região de Mossoró – RN (umidade relativa,

temperatura média anual e precipitação) de agosto de 2010 a julho de

2011............................................................................................................. 44

Tabela 2:

Firmeza (N) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de

maturação e submetido a adubação nitrogenada (N)........................... 57

Tabela 3:

Conteúdo de açúcares solúveis totais (%), açúcares redutores (%),

pectina solúvel, antocianina, atividade antioxidante total (mg/100 g) dos

frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e submetido a

adubação com duas doses de nitrogênio (N) .............................................. 62

Tabela 4:

Conteúdo de pectina total, flavonóides amarelos e polifenóis extraíveis

totais (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de

maturação e submetido a adubação com duas doses de nitrogênio (N)...... 63

Tabela 5:

Correlação de Pearson entre as variáveis: vitamina C (Vit. C),

flavonóides amarelos (Flav.), antocianinas (Antoc.) e polifenóis

extraíveis total (PET) com atividade antioxidante de sapoti em diferentes

estádios de maturação submetido a adubação com duas doses de

nitrogênio (N)................................. ............................................................ 66

Tabela 6:

Firmeza (N) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de

maturação e submetido a adubação potássica (K)....................................... 90

Tabela 7:

Conteúdo de açúcares solúveis totais (%), pectina total e polifenóis

extraíveis totais (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em diferentes

estádios de maturação e submetido a adubação com duas doses de

potássio (K)................................................................................................. 96

Tabela 8:

Teor de açúcares redutores (%), conteúdo de pectina solúvel, flavonóides

amarelos, antocianina e atividade antioxidante (mg/100 g) dos frutos de

sapotizeiro em diferentes estádios de maturação submetido a adubação

com duas doses de potássio (K).................................................................. 97

Tabela 9:

Correlação de Pearson entre as variáveis: vitamina C (Vit. C),

flavonóides (Flav.), antocianinas (Antoc.) e polifenóis extraíveis total

(PET) com atividade antioxidante de sapoti em diferentes estádios de

maturação submetido à adubação com duas doses de potássio (K)............

102

Page 11: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sapotizeiro Comercial (Sapota Tropical)................................................. 17

Figura 2:

Sementes, flores e frutos de Manilkara zapota........................................ 18

Figura 3:

Massa fresca (g) (A e B), tamanho (cm) (C e D) e firmeza (N) (E) dos

frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e submetido

a adubação com cinco doses de nitrogênio (N)........................................ 55

Figura 4:

pH (A e B) e acidez titulável (%) (C e D) dos frutos de sapotizeiro em

diferentes estádios de maturação e submetido a adubação com cinco

doses de nitrogênio (N)............................................................................ 58

Figura 5:

Conteúdo de Sólidos solúveis (°Brix) (A e B) e relação SS/AT (C e D)

dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e

submetido a adubação com cinco doses de nitrogênio (N)...................... 60

Figura 6:

Conteúdo de vitamina C dos frutos de sapotizeiro em diferentes

estádios de maturação (A) e submetido a adubação com cinco doses

de nitrogênio (N) (B)............................................................................. 64

Figura 7:

Massa fresca (g) (A e B), tamanho (cm) (C e D), firmeza (N) (E) dos

frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e

submetido a adubação com cinco doses de potássio (K)....................... 88

Figura 8:

pH (A e B), acidez titulável (%) (C e D) dos frutos de sapotizeiro em

diferentes estádios de maturação e submetido a adubação com cinco

doses de potássio (K)............................................................................. 91

Figura 9:

Conteúdo de Sólidos solúveis (°Brix) (A e B), relação SS/AT (C e D)

dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e

submetido a adubação com cinco doses de potássio (K)....................... 93

Figura 10:

Conteúdo de vitamina C dos frutos de sapotizeiro em diferentes

estádios de maturação (A) e submetido a adubação com cinco doses

potássio (K) (B)...................................................................................... 99

Page 12: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 14

1. INTRODUÇÃO GERAL ..................................................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 16

2.1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS ............................................................................ 16

2.2 ATRIBUTOS DE QUALIDADE DURANTE A MATURAÇÃO DO SAPOTI ................. 21

2.3. INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO NOS ATRIBUTOS DE QUALIDADE ........................ 31

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 33

CAPÍTULO 2 - ADUBAÇÃO NITROGENADA E O ESTÁDIO DE

MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO

SAPOTI ..................................................................................................................................... 40

RESUMO ................................................................................................................................... 40

ABSTRACT ............................................................................................................................... 41

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 42

2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 44

2.1 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA ................................................. 44

2.2 MÉTODOS USADOS PARA AS VARIÁVEIS ANALISADAS ........................................ 46

2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................... 53

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 54

3.1 ATRIBUTOS FÍSICOS ........................................................................................................ 54

3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS ...................................................................................... 57

3.3 ATRIBUTOS QUÍMICOS.................................................................................................... 61

3.4 COMPOSTOS BIOATIVOS ................................................................................................ 64

4. CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 67

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 68

Page 13: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

CAPÍTULO 3 - ADUBAÇÃO POTÁSSICA E O ESTÁDIO DE MATURAÇÃO

NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO SAPOTI ................................... 73

RESUMO ................................................................................................................................... 73

ABSTRACT ............................................................................................................................... 74

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 755

2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 77

2.1 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA ................................................. 77

2.2 MÉTODOS USADOS PARA AS VARIÁVEIS ANALISADAS ........................................ 79

2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................... 86

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 87

3.1 ATRIBUTOS FÍSICOS ........................................................................................................ 87

3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS .............................................................................. 9090

3.3 ATRIBUTOS QUÍMICOS.................................................................................................... 95

3.4 COMPOSTOS BIOATIVOS ................................................................................................ 98

4. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 103

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 104

APÊNDICE .............................................................................................................................. 108

Page 14: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

14

1 INTRODUÇÃO GERAL

Originário da América Central, o sapotizeiro (Manilkara zapota) pertence à

família das sapotáceas e pode ser consumido na forma in natura ou ser usado para

produzir geleias, compotas e sucos. O látex extraído da casca da planta é levemente

aromático e utilizado em alguns países para a fabricação de goma de mascar

(SALUNKHE; DESAI, 1980).

O sapotizeiro é uma espécie frutífera exótica, que encontra no Nordeste

brasileiro excelentes condições para seu desenvolvimento e produção. O sapoti,

além de se adaptar bem à região Nordeste, tem uma boa aceitabilidade pelo

consumidor, sendo uma cultura bastante rentável. As sapotáceas adaptam-se a uma

ampla variedade de solos. Embora se desenvolvam e cresçam em solos muito

pobres, têm preferência por solos profundos, ricos em matéria orgânica, levemente

argilosos e bem aerados (BANDEIRA et al., 2005). Esses autores ainda afirmam

que esta cultura precisa de uma boa drenagem para o perfeito desenvolvimento de

suas raízes. Além de ela não produzir bem em solos encharcados, tem uma leve

tolerância à seca e a solos salinos. Devido à elevada quantidade de nutrientes

extraída pelas plantas e à baixa fertilidade natural, o sapotizeiro necessita de

razoável quantidade de fertilizantes minerais para que se obtenha produtividade

satisfatória. Além disso, uma dada adubação pode proporcionar diferentes

respostas fisiológicas na composição química dos frutos entre espécies frutíferas

distintas.

A maioria das substâncias encontradas nos frutos é essencial para a

alimentação humana, devendo fazer parte de uma dieta balanceada. Estudos

realizados por Banerjee, Dasgupta e De (2005), mostram que alimentos que contêm

substâncias antioxidantes podem prevenir inflamações e problemas causados por

envelhecimento cutâneo, doenças cardiovasculares, câncer e doenças

neurodegenerativas, como o Mal de Parkinson e o Mal de Alzheimer, pois as

substâncias antioxidantes combatem os radicais livres.

Page 15: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

15

O sapoti contém as vitaminas A, B1, B2, B5 e C. Ainda contém minerais,

como o cálcio, fósforo e ferro; e 96 calorias em cada 100 g da fruta (COSTA et al.,

2000).

Durante o desenvolvimento do fruto, ocorrem diversas reações químicas e

bioquímicas que alteram sua composição e estrutura, pois a composição química do

fruto se altera conforme o estádio de maturação e a nutrição da planta mãe.

No Brasil, existem poucos estudos sobre adubação do sapotizeiro e estes

estão voltados à produção, não havendo conhecimento de como a adubação pode

afetar a qualidade e composição nutricional dos frutos. Ocorrendo assim a

necessidade da realização de pesquisas sobre a fertilização do sapotizeiro e sua

influência tanto na produção quanto na qualidade e composição nutricional dos

frutos.

Desta forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da adubação

nitrogenada e potássica e do estádio de maturação na qualidade e atividade

antioxidante dos frutos do sapotizeiro.

Page 16: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

O sapotizeiro pertence à família Sapotácea, gênero Manilkara e espécie

Manilkara zapota (Linnaeus) Van Royen (FILHO, 2002). Esta planta é originária

das regiões quentes e úmidas da América Tropical, provavelmente do Sul do

México e das Américas Central e do Sul, onde em algumas dessas regiões, ainda é

possível encontrar áreas com grande diversidade de material selvagem (MOURA;

JÚNIOR, 1999). O sapotizeiro possui uma grande variabilidade que pode ser

facilmente observada em seus frutos, os quais apresentam diferenças nas formas e

tamanhos, cor da polpa, sabor, aroma e número de sementes (MIRANDA et al.,

2008).

De acordo com Barroso (2004), o cultivo do sapoti tem despertado o

interesse de produtores e consumidores em diversos países. O maior produtor

mundial é a Índia, que mantém ativo programa de pesquisa no país para melhorar

técnicas de armazenamento, transporte e estratégias de marketing, aumentando sua

produção. Os maiores produtores estão distribuídos pela faixa intertropical do

globo, com destaque para a América Central, países asiáticos e Brasil, apesar de

não existirem dados estatísticos mundiais relacionados à produção e

comercialização de sapoti.

No Brasil, a maior parte da produção é originária do Nordeste, sendo o

estado de Pernambuco o maior produtor nacional com média de 97 mil frutos/ha;

outros estados como a Bahia, Ceará, Pará e Paraíba se destacam em produtividade

de sapoti (BRITO et al., 2007).

A árvore é de médio a grande porte (figura 1), perene, atingindo 12-18 m

nos trópicos, apesar de algumas árvores poderem alcançar 40 m. A copa é densa,

muitas vezes arredondada, mas pode ter uma forma mais piramidal. Ela é composta

de numerosos ramos horizontais com folhagem verde brilhante (MICKELBART,

1996). O tronco é reto, cilíndrico, com ranhuras na parte inferior. As folhas são

Page 17: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

17

simples, reunidas nas pontas dos galhos, elípticas a oblongas, 5,5 a 18 cm de

comprimento, e de 2 a 7 cm de largura (ROCAS, 2002).

Figura 1- Sapotizeiro Comercial (Sapota Tropical)

Ainda segundo Rocas (2002), as sementes são elípticas a obovadas,

achatadas lateralmente, 16 a 24 mm de comprimento, de 8 a 16 mm de largura, e 4

a 6 mm de espessura. O tegumento varia de marrom claro ao escuro, liso e

brilhante. A árvore começa a produzir flores e frutos entre 4 e 5 anos de idade. As

flores são brancas, em forma de taça ou sino e isoladas. Conforme Moura e Junior

(1999), o sapoti tem uma substância gelatinosa que lhe confere um aroma especial.

Sua polpa é tenra e extremamente doce e sua casca é fina (Figura 2).

Segundo Bandeira et al. (2005), os frutos de sapoti podem ser

classificados de acordo com sua forma e tamanho em sapoti e sapota, apesar de não

ser possível caracterizar as diferenças como variedades botânicas, pois as

características das plantas e dos frutos não foram perpetuadas através da

reprodução sexuada. As sapotas, muito utilizadas como padrão comercial, são

Page 18: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

18

frutos arredondados e de tamanho maior que os sapotis, que são mais ovalados e

menores.

Figura 2 - Sementes, flores e frutos de Manilkara zapota

No Brasil, de acordo com Bandeira et al. (2005), o sapotizeiro adapta-se a

uma ampla faixa de latitude, podendo ser cultivado desde o estado de São Paulo até

o extremo Norte do Brasil. Entretanto, seu desenvolvimento e sua produção são

favorecidos pelo clima da região Nordeste, comportando-se melhor em

temperaturas em torno de 28°C. Adapta-se bem aos ventos fortes, por ter ramos

muito flexíveis. Ele pode ser encontrado em lugares com temperatura próxima de

0°C, por algumas horas, sem que a planta seja danificada seriamente. Contudo, há

uma redução em sua produtividade em ambientes de baixas temperaturas.

O sapotizeiro, sendo árvore estritamente tropical, é limitado nos Estados

Unidos para a região costeira do sul da Flórida e, possivelmente, algumas áreas

costeiras do sul da Califórnia. As árvores jovens sofrem danos ou morrem em

temperaturas de -1 a 0°C, ao passo que as árvores maduras podem resistir a

temperaturas tão baixas como -2 a -3 °C, com ligeiros danos. Temperaturas acima

Page 19: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

19

de 41°C durante a floração ou frutificação podem causar aborto de flores

(MICKELBART, 1996).

No sapoti, o aborto das flores ou a queda de frutos ainda em

desenvolvimento é muito comum. O maior período de queda de frutos ocorre nas

primeiras cinco semanas após a frutificação. Geralmente, apenas 1,6% das flores

produzidas por uma árvore pode desenvolver-se em fruto (RELEKAR et al. 1991).

Gonzalez e Feliciano (1953) relataram que pode haver uma relação entre o vigor

das árvores com a produção de flores e pegamento de frutos. Quanto à propagação,

ela pode ser sexuada (via sementes) ou assexuada (propagação vegetativa). Plantas

propagadas via sementes são utilizadas na enxertia.

No Brasil, a primeira cultivar foi desenvolvida em 1983, a cultivar

‘Itapirema-31’ seguida pela ‘Chocolate’ em 1999, ambas estabelecidas por

pesquisadores da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA. Em

2003, a Embrapa Agroindústria Tropical lançou as cultivares ‘BRS 228-Sapota

Tropical’ e ‘BRS-227-Sapoti IPA-Curu’ (MIRANDA et al., 2008).

De acordo com Bandeira et al. (2005), devido à sua boa adaptação em

praticamente todo o Brasil, o sapotizeiro foi plantado desde o sul do estado de São

Paulo até a região amazônica. No Nordeste, seu cultivo iniciou-se nas serra úmidas,

onde o clima favorece seu desenvolvimento e produção, expandindo-se depois para

outros ecossistemas. Pode-se encontrar a planta em produção desde o nível do mar

até altitudes de 2.500 m, onde as precipitações pluviais ultrapassam 1.000 mm

anuais.

Sendo variedades estritamente tropicais, os frutos são tolerantes à seca e se

adaptam a uma grande variedade de solos. No Brasil, a região Nordeste é

responsável pela maior parte da produção. Um dos fortes atrativos do cultivo do

sapoti é sua alta rentabilidade (BARROSO, 2004).

De acordo com Bhuva et al. (1990), apesar de árvores com quatro anos de

idade ou mais geralmente conseguirem lidar com longos períodos de seca, a

irrigação pode aumentar a produção de frutos e o volume da copa; entretanto, a

eficiência da utilização de água tende a diminuir com o aumento da irrigação,

Page 20: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

20

podendo ser esta uma prática economicamente desfavorável em áreas que recebem

precipitação suficiente.

Em trabalhos realizados por Bandeira et al. (2005), tanto os sapotis quanto

as sapotas tiveram um aumento na produção ao receberem maiores níveis de

irrigação, sendo a maior produção obtida quando aplicados em média 80 litros de

água por planta, em dias alternados.

O aumento da produtividade está claramente associado aos níveis de

irrigação empregados, tanto para o sapoti como para a sapota. Produtividades

inferiores a 2.000 kg por hectare foram obtidas no tratamento sem irrigação

sistemática, ao passo que níveis próximos a 8.000/ha foram obtidos em tratamentos

com maior dotação de água (BANDEIRA et al., 2003).

Alguns indicadores físicos são usados de modo arbitrário na identificação

do estádio de maturação dos frutos na planta, como a queda do estigma da

extremidade do fruto, a perda da granulosidade da casca (que se torna lisa) e o fato

de não ocorrer exsudação de látex ao se arranhar levemente a casca, exibindo-se o

tecido de coloração amarelada (ARAÚJO-NETO et al., 2001).

No sapotizeiro, podem-se encontrar frutos em diferentes estádios de

maturação em uma mesma planta. A identificação do estádio de maturação

adequado para colheita é muito importante, pois os frutos colhidos antes de

atingirem a maturidade fisiológica não desenvolvem todas as suas características de

forma apropriada. Por outro lado, frutos colhidos em estádio avançado de

maturação tornam-se difíceis de serem manuseados, transportados e

comercializados.

O sapoti é um fruto climatérico (MORAIS et al., 2004), sendo o etileno o

responsável pelo desencadeamento inicial e pela coordenação do processo de

amadurecimento. Todas as mudanças envolvidas no amadurecimento, como

amaciamento, cor da polpa e sabor, assim como outras características físicas e

químicas coincidem com o pico climatérico (BAEZ et al., 1997).

A maturação dos frutos ocorre de 4 a 10 meses após a formação dos frutos,

dependendo da variedade, clima e condições do solo (MICKELBART, 1996). Um

trabalho realizado por Miranda et al. (2008) demonstra que o sapoti atinge sua

Page 21: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

21

maturidade fisiológica aos 180 dias e amadurece em torno do sétimo dia quando

armazenado em condição ambiente (28ºC e 60% U.R.). Já trabalhos realizados por

Morais et al. (2006) revelam que as cultivares BRS-228 e BRS-227 apresentaram

picos respiratórios de 64,14 mg kg-1

h-1

aos dez dias, e 62,49 mg kg-1

h-1

aos oito

dias, depois da colheita e armazenados sob temperatura ambiente, respectivamente.

2.2 ATRIBUTOS DE QUALIDADE DURANTE A MATURAÇÃO DO SAPOTI

2.2.1 Atributos físicos

A qualidade pode ser definida como o conjunto de características que irão

influenciar na aceitabilidade de um alimento (TREVISAN et al., 2006). Sette

(1994) relaciona a qualidade de um produto agropecuário com um produto com

boas características fitossanitárias, com sabor e aroma agradáveis, com teores de

proteínas, vitaminas, amido, gorduras, entre outros, maximizados ou minimizados

de acordo com a função, o tamanho, a cor, a forma e consistência ideais,

padronizados puros, com umidade ideal.

As determinações das características físicas dos frutos, como massa, forma,

rendimento e coloração, entre outras, não só auxiliam no estabelecimento do grau

de maturação e do ponto ideal de colheita, como refletem nos padrões de qualidade

de aceitação do produto pelo consumidor (CHITARRA; CHITARRA, 2005). A

aparência é o fator de qualidade mais importante, sendo avaliada por diferentes

atributos, tais como tamanho, forma e cor (TREVISAN et al., 2006).

Os produtos com características de tamanho e peso padronizados são mais

fáceis de serem manuseados em grandes quantidades, pois apresentam perdas

menores, produção mais rápida e melhor qualidade. Portanto, deve-se selecionar

com rigor de acordo com o grau de maturidade, o tamanho e a forma. Deve-se dar

atenção à quantidade e uniformidade dos frutos (CENCI, 2006).

A massa do fruto está relacionada linearmente ao seu grau de

desenvolvimento e/ou maturação, exceto no estádio em que o fruto se encontra em

estado avançado de maturação. O aumento gradativo do peso durante o

Page 22: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

22

desenvolvimento ocorre devido à maior quantidade de fotoassimilados, açúcares e

carboidratos acumulados (COSTA et al., 2004).

No Campo Experimental da Embrapa Agroindústria Tropical, em

Paraipaba, Estado do Ceará, os sapotis tiveram massa média de 124 g, ao passo que

as sapotas tiveram em torno de 196 g/fruto (BANDEIRA et al., 2003). Os sapotis

“Itapirema-31” são grandes e de massa média de 187 g, podendo atingir até 450 g,

comprimento de 6,1 cm e diâmetro de 7,2 cm (MOURA; JÚNIOR, 1999).

Costa et al. (2000), ao estudar o desenvolvimento do sapoti, registraram

comprimento e diâmetro médios de 6,2 cm e 6,5 cm, respectivamente, em frutos

maduros. Onde o diâmetro transversal foi maior do que o comprimento, sendo sua

relação igual a 0,96.

A coloração é o atributo de qualidade mais atrativo para o consumidor,

pois é associada à maturação, frescor e sabor. O estádio de maturação é uma opção

do consumidor, pois há quem prefira frutas na maturação fisiológica, a fim de

prolongar o período de vida útil pós-colheita (TREVISAN et al., 2006).

Estudo realizado por Miranda et al. (2008) em sapoti mostra que a

coloração externa do fruto não sofre alteração durante seu desenvolvimento, o que

impede que a cor seja usada como índice de maturação. No entanto, a coloração

interna sofre modificações, mudando de verde para verde amarelado no sexto mês

(180 dias) de desenvolvimento e marrom com tons avermelhados, na polpa dos

frutos maduros pós-climatéricos (190 dias) (MIRANDA et al., 2008).

Conway et al. (1995) relatam que a textura é um atributo importante, pois

influencia na resistência ao transporte e ao ataque de micro-organismos, além de

definir a qualidade do fruto para o consumo in natura e para o processamento,

contribuindo para sua vida útil pós-colheita. Andrews e Li (1994) afirmam que a

redução na firmeza durante o amadurecimento é resultante principalmente da

degradação dos componentes da parede celular.

Costa et al. (2000), analisando o desenvolvimento do sapoti, observaram

drástica redução da firmeza do fruto armazenado em condições ambientes pelo

período de dez dias. Ao longo do período e armazenamento, os sapotis

apresentaram redução significativa de firmeza. Não foi possível, porém, identificar

Page 23: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

23

a textura correspondente ao exato momento da maturação por causa da pouca

estratificação dos períodos de armazenamento.

Para Miranda et al. (2008), a redução em firmeza é a alteração mais óbvia

que ocorre na maturação do sapoti, que pode ser evidenciada ao nível microscópico

como uma evidente desorganização estrutural do tecido. Os mesmos autores

observaram que a firmeza do sapoti começa a decrescer no quinto mês, alcançando

81,9 N no sexto mês, a partir do qual decresce rapidamente até após o climatério

chegando a 9,2 N.

2.2.2 Atributos Físico-químicos

Os dois métodos mais comumente usados para medir a acidez de frutos são

a acidez total titulável (AT) e o potencial hidrogeniônico (pH), sendo que o

primeiro representa todos os grupamentos ácidos encontrados (ácidos orgânicos

livres, na forma de sais e compostos fenólicos), ao passo que o segundo determina

a concentração hidrogeniônica da solução (LUCENA, 2006).

Os ácidos orgânicos encontram-se dissolvidos nos vacúolos de forma livre

ou combinados, como sais, ésteres, glicosídeos ou outros compostos. Os mais

abundantes são os ácidos cítricos e málico (em uma grande variedade de frutos), o

tartárico (uvas e abacate) e o oxálico (espinafre) (CHITARRA; CHITARRA,

2005). No sapoti, o principal ácido orgânico usado nos processos respiratórios é o

málico (MIRANDA, 2002).

Em estudo realizado por Oliveira et al. (2010), os valores do pH do sapoti

foram suavemente reduzidos, contudo, não houve alteração significativa durante o

desenvolvimento. Já Costa et al. (2000) verificaram que em sapoti o pH sofreu

decréscimo ao longo do armazenamento, seguindo um efeito linear, o que pode ser

explicado pelo efeito tamponante comum em frutos e hortaliças.

Morais et al. (2006), trabalhando com sapoti, observaram pequena redução

do pH ao longo do armazenamento. No entanto, Costa et al. (2000) identificaram

acréscimo na acidez total titulável do sapoti aos cinco dias de armazenamento,

apresentando efeito quadrático significativo. Já o decréscimo verificado no décimo

Page 24: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

24

dia do armazenamento indicou a utilização dos ácidos orgânicos no processo

respiratório, sendo que esse processo possivelmente se tornou mais ativo a partir do

quinto dia do armazenamento.

Oliveira et al. (2010) verificaram que durante o desenvolvimento do sapoti,

a acidez titulável nos frutos foi significativamente reduzida variando de 0,31 a 0,12

% ácido málico. Contudo, não houve variação significativa entre os 150 e 180 dias.

Morais et al. (2006), ao avaliar diferentes cultivares de sapoti, constataram que o

valor médio de acidez titulável para a cultivar BRS-228 (0,23%) foi maior do que

para a cultivar BRS-227 (0,21%).

De acordo com Costa et al. (2000), a porcentagem do conteúdo de sólidos

solúveis pode servir como critério para agrupar cultivares de sapoti. As cultivares

Sapota Tropical e o Sapoti Ipacuru, lançadas pela Embrapa Agroindústria Tropical,

possuem o mesmo teor de sólidos solúveis, em torno de 25 ºBrix (BANDEIRA et

al., 2005).

Entretanto, Miranda et al. (2002) observaram uma redução nos conteúdos

sólidos solúveis totais do sapoti no final do armazenamento de 26 para 21 °Brix.

Morais et al. (2006) também verificaram que durante o armazenamento foi

pequena a variação nos conteúdos de SS do sapoti, tendo-se observado, no geral,

um pequeno aumento seguido de um decréscimo depois do climatérico. Segundo

Huertas et al. (1999), a redução pode indicar que estes sólidos estão sendo mais

usados na respiração do que produzidos, ou seja, é o início da senescência.

A relação SS/AT é uma das formas mais utilizadas para avaliação do sabor,

sendo mais representativa do que a medição isolada de açúcares ou da acidez, pois

dá uma boa ideia do equilíbrio entre esses dois componentes. Quanto maior for

essa relação, maior será o grau de doçura (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

Segundo Oliveira et al. (2010), a relação SS/AT está diretamente relacionada à

qualidade dos frutos quanto ao atributo sabor, sendo observado um aumento

durante o desenvolvimento dos frutos de sapoti.

Page 25: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

25

2.2.3 Atributos químicos

Os açúcares solúveis presentes nas frutas de forma livre ou combinada são

responsáveis pela doçura e sabor (por meio de balanço com os ácidos), pela cor

atrativa, como derivados de antocianidinas (glicosídeos); e pela textura, quando

combinados adequadamente compondo os polissacarídeos estruturais

(CHITARRA; CHITARRA, 2005).

Quando os frutos ainda estão ligados à planta, esse aumento deve-se em

grande parte à importação, pelos frutos, desses açúcares assimilados pela planta

através de fotossíntese (MIRANDA et al., 2003).

Miranda et al. (2008) observaram que os sapotis iniciaram o acúmulo de

açúcar nas formas solúveis a partir do quarto mês, atingindo no sexto mês 21,3%

de açúcares totais, decaindo para 12,9% após o climatério. Esse aumento observado

no sexto mês corresponde ao maior aumento em massa fresca. A redução desses

açúcares durante o amadurecimento pode ser o resultado de sua utilização como

substrato na respiração. Deste modo, nesse período, o consumo de açúcares na

respiração é maior do que sua síntese a partir do látex ou da solubilização dos

componentes da parede celular. Em frutos com alto teor de açúcares, como o

sapoti, registra-se alta correlação entre o aumento no conteúdo de açúcares solúveis

e de sólidos solúveis (ALVES et al., 2000).

Dentre os açúcares solúveis totais, os redutores apresentaram aumento

gradual em seu conteúdo durante o desenvolvimento do sapoti. O aumento pós-

climatérico observado em açúcares redutores, embora pequeno quando comparado

com outras variedades de sapoti, pode ser atribuído à hidrólise de sacarose em

glicose e frutose, que foi maior do que seu consumo pela respiração (MIRANDA et

al., 2003).

As pectinas são polímeros do ácido 1,4-b-D galacturônico que se

encontram principalmente na lamela média e parede primária da célula vegetal,

atuando como elemento “cimentante” entre membranas (ARRUDA et al., 2003).

Para Chitarra e Chitarra (2005), a textura ou consistência do produto pode

ser indicada pelos conteúdos de pectina associados a testes físicos de firmeza. É

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26

muito importante avaliar o conteúdo de pectina na matéria prima destinada à

indústria, por ser um dos constituintes responsáveis pela geleificação no preparo de

doces, ou ainda devido à sua atuação como substância estabilizadora de sucos.

Pectinas com alto teor de metoxilas (acima de 50%) são frequentemente

denominadas apenas “pectinas” e têm poder de geleificação na presença de

açúcares e ácidos, ao passo que a geleificação de pectinas com baixo teor de

metoxilação é possível na ausência de açúcares e na presença de alguns íons

metálicos (UENOJO; PASTORE, 2007).

Morais (2005), estudando o sapoti “Itapirema-31”, verificou que durante o

amadurecimento do fruto os conteúdos de pectina solúvel aumentaram de 100 a

200 mg/100 g na maturidade fisiológica para 300 a 400 mg/100 g aos oito dias de

armazenamento, ao passo que a redução dos conteúdos de pectina total foi mais

acentuada a partir do décimo quarto dia de armazenamento.

2.2.4 Compostos bioativos

O consumo de frutas tropicais aumenta ano após ano devido ao valor

nutritivo e a seus efeitos terapêuticos (KUSKOSKI et al., 2006). Sá (2008) relata

que uma dieta constituída de nutrientes essenciais e acrescida de substâncias

nutracêuticas tem um papel preponderante na prevenção e/ou cura de enfermidades

crônico-degenerativas como as doenças cardiovasculares e diferentes tipos de

câncer. Os alimentos com essas propriedades de prevenir e/ou minimizar doenças

receberam o nome de alimentos funcionais e os princípios ativos são chamados de

substâncias bioativas. Embora não se saiba completamente quais os mecanismos

associados à diminuição da incidência dessas doenças, sabe-se que essas dietas são

normalmente pobres em gorduras saturadas e ricas em fibras e diversas vitaminas e

minerais, dentre esses alguns com potencial antioxidante.

Alguns fatores que conferem boa qualidade aos frutos são o elevado valor

de vitamina C, a presença de carotenóides (β-caroteno) e flavonóides

(antocianinas). Estes compostos têm despertado interesse devido às suas

importantes funções e ações para a saúde humana, principalmente por atuarem

Page 27: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

27

como antioxidantes e sequestrantes de radicais livres; sendo, portanto, capazes de

ajudar a reduzir o risco de enfermidades como o câncer e doenças cardiovasculares

(AGUIAR, 2001).

O consumo de frutas na alimentação humana tem deixado de ser somente

um prazer para converter-se em uma necessidade, em função das características

que elas proporcionam à saúde e bem-estar do homem. As frutas são fontes muito

boas de energia, carboidratos, vitaminas, minerais e produtos com propriedades

bioativas, além de proporcionarem variedade e sabor à dieta, constituindo parte

importante desta (ALVES et al., 2006).

As necessidades vitamínicas de um indivíduo variam de acordo com

fatores como idade, clima, atividade que desenvolve e estresse a que é submetido.

A quantidade de vitaminas presente nos alimentos também não é constante: varia

de acordo com a estação do ano em que a planta foi cultivada, o tipo de solo ou a

forma de cozimento do alimento (a maior parte das vitaminas se altera quando

submetida ao calor, à luz, ao passar pela água ou quando na presença de

determinadas substâncias conservantes ou soporíferas) (PINHEIRO et al., 2005).

A vitamina C age como um antioxidante, reduzindo o risco de

arteriosclerose, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer (HARRIS,

1996). O conteúdo de vitamina C tende a diminuir com a maturação e com o

armazenamento de muitas hortícolas, devido à atuação da enzima ácido ascórbico

oxidase (ascorbinase), ou graças à ação de enzimas oxidantes como a peroxidase. A

vitamina C é um excelente antioxidante e atua nas reações redox como

transportador de elétrons para a cadeia respiratória, bem como regenerando

diferentes substratos de sua forma oxidada para a forma reduzida (CHITARRA;

CHITARRA, 2005). Oliveira et al. (2012) observaram diminuição do conteúdo de

ácido ascórbico da polpa de sapoti ao longo do desenvolvimento, variando de 25,23

mg/100 g aos 90 dias a 12, 16 mg/100 g fruto maduro.

Os compostos fenólicos correspondem a uma ampla faixa de substância,

desde fenóis simples, ácidos fenólicos e flavonóides até polímeros complexos

como a lignina. São normalmente encontrados em folhas, sementes, e frutos, em

Page 28: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

28

concentrações variáveis de acordo com o órgão, cultivares e espécies

(CHITARRA; CHITARRA, 2005).

Os compostos fenólicos são produtos secundários do metabolismo das

plantas, exercendo função essencial na reprodução e crescimento das plantas,

agindo como mecanismo de defesa contra patógenos, parasitas e predadores, alem

de contribuir para a coloração das plantas. Em adição à sua função nas plantas, os

compostos fenólicos na dieta podem trazer benefícios à saúde associados ao risco

reduzido de doenças crônicas. Possuem um ou mais anéis aromáticos com um ou

mais grupos hidroxilas, destacando-se os ácidos fenólicos, flavonóides, cumarinas

e taninos (SILVEIRA, 2008).

Os polifenóis podem ser classificados em dois grupos: extraíveis e não

extraíveis. Os extraíveis são compostos de baixo ou médio peso molecular que

podem ser extraídos empregando diferentes solventes aquosos e aquoso-orgânicos.

Os não extraíveis são compostos de elevado peso molecular ou polifenóis unidos à

fibra dietética ou a proteínas que podem ser encontrados nos resíduos das extrações

(RUFINO, 2008).

Os polifenóis são compostos do metabolismo secundário das plantas que

desempenham nestas várias funções, tais como proteger do ataque de patógenos ou

herbívoros ou na pigmentação que ajuda a atrair os polinizadores, além de

apresentar papel essencial na qualidade de fruto, tais como o desenvolvimento de

cor, o sabor e na adstringência (CHAMKHA et al., 2003).

Os flavonóides, taninos, antocianinas e outros constituintes fenólicos

possuem potencial antioxidante, impedindo o efeito danoso dos radicais livres.

Sendo o consumo dessas substâncias de suma importância para a prevenção de

várias doenças (PLAZA, 2007).

Esses compostos são de considerável importância fisiológica e morfológica

em plantas, participando do crescimento e reprodução dos vegetais, promovendo

proteção contra patógenos e predadores, além de contribuírem para a qualidade

sensorial de frutos e vegetais (cor, adstringência e aroma) e seu equilíbrio oxidativo

(BALASUNDRAM et al., 2006; ANGELO; JORGE, 2007).

Page 29: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

29

Os flavonóides são pigmentos naturais amplamente distribuídos no reino

vegetal e já foi detectada a ocorrência de mais de 8000 compostos fenólicos em

plantas. Protegem o organismo do dano produzido por agentes oxidantes como os

raios ultravioletas, poluição ambiental, substâncias químicas presentes nos

alimentos, estresses, dentre outros (VOLP et al., 2008).

Os principais flavonóides incluem as antocianinas, flavonas, isoflavonas,

flavanonas, flavonóis (catequinas) e as proantocianidinas (CHITARRA;

CHITARRA, 2005). Oliveira (2012) percebeu que o sapoti apresentava conteúdos

de flavonóides de 6,91 mg/100 g aos 90 dias, reduzindo para 3,16 mg/100 g

quando completamente maduros.

As antocianinas são componentes do grupo dos flavonóides e estão

amplamente distribuídos na natureza. Constituem uma fração não energética da

dieta do ser humano e estão relacionadas a importantes atividades biológicas. Seus

efeitos benéficos em relação à nutrição e saúde estão relacionados às suas

propriedades antioxidantes, pois são carreadores diretos de radicais livres,

desempenhando, desta forma, importante papel na prevenção de doenças

cardiovasculares, modulação da inflamação, inibição da agregação plaquetária,

prevenção do câncer e de sua progressão (VOLP et al., 2008).

As antocianinas, por exemplo, são consideradas excelentes antioxidantes

porque doam hidrogênio aos radicais livres altamente reativos, prevenindo a

formação de novos radicais. Além dos compostos flavonóides, numerosas outras

substâncias têm sido avaliadas quanto ao seu papel funcional, principalmente

quanto à sua ação anticancerígena (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

De acordo com Fernández et al. (2011), as antocianinas presentes nos

sapotis maduros e a senescência na polpa da fruta contribuem para a sua cor

característica. Com o amadurecimento do sapoti, há uma redução das antocianinas,

que podem estar sendo utilizadas como substrato pela enzima polifenoloxidase

(PPO) para a formação de quinonas.

O sapoti, quando imaturo, possui uma alta adstringência devido à presença

de compostos fenólicos. Durante o amadurecimento do sapoti, há predominância

Page 30: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

30

das formas poliméricas, justificando a redução parcial da adstringência observada

nesses frutos (MIRANDA et al., 2008).

O organismo animal, assim como o vegetal, apresenta diferentes

mecanismos enzimáticos e não enzimáticos que atuam como antioxidantes

poderosos, retardando ou evitando a oxidação de substratos ou inibindo a toxidade

dos radicais livres. Desta forma, proporcionam proteção ao meio celular. Alguns

antioxidantes encontram-se presentes no próprio organismo, tais como a glutationa,

ácido úrico, ubiquinona e bilirrubina. Outros são ingeridos através da alimentação

(CHITARRA; CHITARRA, 2005).

Os radicais livres são átomos com elétrons livres e altamente instáveis, que

podem se estabilizar em biomoléculas, como aquelas presentes nas membranas

celulares e até mesmo ácidos nucleicos, podendo desencadear mutações,

ocasionando doenças como o câncer. A capacidade antioxidante de frutos e

hortaliças está associada à presença de compostos que possuem capacidade de

inativar radicais livres (SEVERO, 2009).

O desenvolvimento de radicais livres é desencadeado por diversas

atividades essenciais para a vida, como a respiração, alimentação ou qualquer

atividade que cause algum tipo de estresse. Além disso, fatores ambientais, como

poluição do ar, presença de fumaça ou alimentos inadequados também são fatores

que predispõem o aparecimento desses radicais (SÁ, 2008).

Os frutos são considerados boas fontes de antioxidantes, os quais podem

ser mais eficientes e menos onerosos do que os suplementos sintéticos para

proteger o corpo contra danos oxidativos sob diferentes condições. A capacidade

antioxidante de um fruto difere consideravelmente de outro (LEONG e SHUI,

2002).

A correlação entre a atividade antioxidante e os compostos bioativos pode

ser estabelecida por meio da correlação de Pearson. Conforme Landim (2003), o

coeficiente de correlação rxy linear é um número puro que varia de –1 a +1 e sua

interpretação dependerá do valor numérico e do sinal. Quanto mais próximo de –1

a +1 estiver o valor de r maior será o grau de relação entre as variáveis em estudo.

Quando os valores de r são muito próximos de zero, não existe relação.

Page 31: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

31

Batista (2010) verificou que a atividade antioxidante de alguns frutos está

associada especificamente aos polifenóis extraíveis totais. Esse fato foi observado

também em sapoti por Shui (2004), quando houve súbita queda da capacidade

antioxidante e do conteúdo de fenólicos totais com o armazenamento, indicando

que a atividade antioxidante pode estar associada aos conteúdos de fenólicos.

O DPPH está entre os métodos mais utilizados para a determinação destes

compostos antioxidantes em frutas e hortaliças (ABREU, 2007). O método está

baseado na capacidade do DPPH (radical 2,2 - difenil-1-picrilhidrazila) em reagir

com doadores de hidrogênio. Na presença de substâncias antioxidantes o mesmo

recebe H+

sendo então reduzido. Pode ser facilmente detectado por espectroscopia

devido à sua intensa absorção na região visível. O ensaio é iniciado pela adição do

DPPH e a amostra, em solução. A capacidade da amostra de reduzir o DPPH, ou

seja, sua capacidade de evitar a oxidação é evidenciada pela porcentagem de DPPH

restante no sistema. Então, a porcentagem de DPPH restante é proporcional à

concentração de antioxidante (TOMEI; SALVADOR, 2007).

A atividade do antirradical expressa pelo parâmetro EC50

é definida como a

quantidade do antioxidante necessário para diminuir 50% da concentração do

DPPH● inicial. Algumas modificações nesse método são necessárias no sentido de

adaptá-lo às frutas, porque o mecanismo da reação entre o antioxidante e o DPPH●

depende da conformação estrutural de cada antioxidante avaliado (ALVES et al.,

2006).

2.3. INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO NOS ATRIBUTOS DE QUALIDADE

A adubação pode afetar a qualidade dos frutos, sendo o estudo da nutrição

mineral de suma importância para o devido planejamento e ajustes da dosagem de

fertilização, maximizando a produção, produzindo frutos de boa qualidade com o

menor custo possível.

Page 32: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

32

O desenvolvimento dos frutos depende da fotossíntese e da absorção de

água e nutrientes, assim como de hormônios fornecidos pela planta

(LAKSHMINARAYANA; SUBRAMANYAN, 1966; ALI; LIN, 1996).

Estudos realizados por Durrani et al. (1982) mostram um efeito favorável

da fertilização em características de qualidade, tais como sólidos solúveis totais e

celulose. Já Bhuva et al. (1991) afirmam que a produção de frutos também é

favorecida pela fertilização. A adubação potássica beneficia a frutificação, sendo o

potássio o nutriente requerido em maior quantidade no sapoti (MICKELBART,

1996).

A importância crucial do potássio na formação da qualidade baseia-se na

sua função de promotor da síntese de fotossintatos e seu transporte para frutos,

grãos, tubérculos e órgãos de armazenamento da planta, aumentando a conversão

daqueles em amido, proteína, vitaminas, óleos, etc. (MENGEL; KIRKBY, 1987).

Segundo Marodin et al. (2010), o potássio causa aumento do conteúdos de

sólidos solúveis em morango. Conforme Taiz e Zeiger (2004), isso pode ser

explicado devido à sua atuação na regulação da abertura estomática, a qual está

relacionada diretamente à fotossíntese e, consequentmente, à síntese de

fotoassimilados, melhorando a qualidade dos frutos. Silveira (2000) afirma que

altas concentrações de potássio nos tecidos favorecem a síntese e o acúmulo de

compostos fenólicos, aumentando a capacidade antioxidante.

A deficiência de N pode causar diminuição da síntese de aminoácidos e,

consequentemente, de proteínas, resultando em redução do crescimento e no

acúmulo de metabólitos não nitrogenados. As células são menores, e as paredes

celulares tornam-se mais espessas (MARSCHNER, 1995). Nessas condições, os

tecidos são mais diferenciados e mais firmes (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Lemos et al. (2008) relatam que a deficiência de nitrogênio reduz a

concentração dos açúcares. Estes autores afirmam existir uma interação próxima

entre o metabolismo do nitrogênio e a fotossíntese, proporcionando aos organismos

fotossintetizantes melhor produção de fotoassimilados na presença do nitrogênio.

Page 33: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

33

REFERÊNCIAS

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clones comerciais de cajueiro anão precoce. 2007. 111f. Dissertação (Mestrado

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Page 40: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

40

CAPÍTULO 2 - ADUBAÇÃO NITROGENADA E O ESTÁDIO DE

MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO

SAPOTI

RESUMO

COSTA, Laíse Nascimento. ADUBAÇÃO NITROGENADA E ESTÁDIO DE

MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO

FRUTO DE SAPOTIZEIRO. 2012. 69 p. Dissertação (Mestrado em agronomia:

Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Mossoró-RN,

2012.

O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da adubação nitrogenada

e estádio de maturação na qualidade e atividade antioxidante do sapoti. O

experimento foi instalado na fazenda Norfruit situada em Pau Branco –

Mossoró/RN. Os frutos foram avaliados no Laboratório de Pós-colheita da

UFERSA – Mossoró/RN. Foram utilizadas cinco doses de nitrogênio (0; 300; 600;

900; 1200 g/planta), em cinco estádios de maturação mais o armazenamento, em

esquema fatorial 5x6 com parcelas perdidas, cinco repetições, três plantas centrais

como parcela útil, usando para avaliação dois frutos por repetição de cada

tratamento. Os frutos foram marcados com 10 a 15 mm de comprimento na planta;

sendo colhidos e avaliados quanto à sua qualidade e composição química após 90,

120, 150, 180 e 200 dias de sua marcação e após seu armazenamento (25ºC ± 2 e

UR 58% ±1), quando completamente maduros (208 dias). As variáveis avaliadas

foram: diâmetro transversal e longitudinal, massa do fruto, sólidos solúveis, pH,

vitamina C, firmeza. Os frutos do tratamento controle e das doses de 600 g de

N/planta nos estádios de maturação de 120, 180 dias da marcação e maduro foram

avaliados quanto aos teores de açúcares totais e redutores, flavonóides,

antocianinas, pectina total e solúvel, polifenóis extraíveis totais e atividade

antioxidante. Os resultados obtidos mostraram que a qualidade e composição

química dos frutos foram influenciadas pela adubação e pelos estádios de

maturação. A dose de 600 g de N/planta gerou frutos de maior massa e maior teor

de açúcar. Nos estádios finais de maturação, os frutos estavam maiores, com mais

açúcares, menos firmes, com menor conteúdo de compostos bioativos e atividade

antioxidante. A atividade antioxidante do sapoti está mais correlacionada ao

conteúdo de polifenóis extraíveis totais.

Palavras-chaves: Fertilização, composição química dos frutos,

desenvolvimento.

Page 41: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

41

ABSTRACT

COSTA, Laíse Nascimento. NITROGEN FERTILIZATION AND STAGE OF

MATURITY ON QUALITY AND ANTIOXIDANT ACTIVITY OF

SAPODILLA fruit. 2012. 69 p. Dissertation (M. Sc. in Agronomy: Phytotechny) -

Federal University Rural of Semi Arid, Mossoro-RN, 2012.

This study aimed at evaluating the nitrogen fertilization and stage of

maturity on quality and antioxidant activity of the sapodilla. The experiment was

accomplished on the Norfruit farm located in Pau Branco – Mossoró/RN. The

fruits were appraised in the laboratory of postharvest of the UFERSA – Mossoró/

RN. The experiment consisted of five doses of nitrogen (0; 300; 600; 900;1200

g/plant), 5 stages of maturation plus the storage in a factorial scheme 5x6 with

parts missing, 5 repetitions, 3 central plants as useful plot, using two fruits per

replicate of each treatment. The fruits were marked with 10 to 15 mm in length in

the plant, being collected and evaluated with respect to their quality and chemical

composition after 90, 120, 150, 180 and 200 days of his appointment. The fruits

were stored (25 ± 20ºC and RH 58% ± 1) until they were mature and then they

were evaluated. The variables assessed: transverse and longitudinal diameter, fruit

weight, soluble solids, pH, vitamin C, firmness. The fruits of control treatment and

of the doses of 600 g of N/plant in the maturity stages with 120, 180 and 208 days

were evaluated according to their total and reducing sugars content, flavonoids,

anthocyanins, total and soluble pectin, total extractable polyphenols and

antioxidant activity. The results showed that the quality and chemical composition

of the fruits were affected by fertilization and the maturation stages. The dose of

600 g of N/plant generated fruits with greater mass and more sugars content. In the

final stages of maturation (mature fruit), fruit were larger, whit more sugars

content, less firm, more palatable, however, with a lower content of bioactive

compounds and antioxidant activity. The antioxidant activity is more correlated to

the total extractable polyphenol content.

Keywords: Fertilization, Chemical composition of the fruits, development

Page 42: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

42

1 INTRODUÇÃO

A cultura do sapoti demanda quantidade razoável de fertilizantes minerais

para atingir uma produtividade satisfatória, em decorrência das elevadas

quantidades de nutrientes que as plantas extraem do solo e pela baixa fertilidade

natural dos solos do Nordeste, os quais, em sua maioria, apresentam elevada

acidez, raramente neutralizada pelas práticas de calagem e adubação (BANDEIRA

et al., 2005).

A adubação nitrogenada deve considerar o fornecimento de nitrogênio do

solo, as exigências da cultura em função da colheita esperada, os períodos de maior

necessidade da cultura, o processo de contato entre o nitrogênio e a raiz, as

características do adubo nitrogenado utilizado e suas transformações e reações

químicas e bioquímicas no solo (MALAVOLTA, 2006).

O Nitrogênio, nutriente extremamente exigido pelas culturas, tem função

estrutural no vegetal, fazendo parte de inúmeros componentes celulares, como

proteínas, bases nitrogenadas, ácidos nucleicos, enzimas (rubisco), coenzimas

(NADH, FAD), vitaminas e pigmentos como a clorofila. Além disso, o nitrogênio

também participa de processos como absorção iônica, fotossíntese, respiração,

multiplicação e diferenciação celular (CASTRO, 2007).

Resultados de pesquisa têm verificado que a adubação nitrogenada

influencia na produção, composição química e na qualidade dos frutos. Estudos

realizados por Silva e Júnior (2010) revelam que a qualidade do abacaxi foi afetada

pela adubação com nitrogênio nas seguintes variáveis: comprimento, diâmetro,

acidez titulável (AT), pH, sólidos solúveis (SS) e relação SS/AT. Lederman et al.

(2001) determinaram que para o sapotizeiro a partir de quatros anos de idade, a

dosagem mais adequada de nitrogênio é de 600 g de N/planta.

O estádio de maturação também influencia na composição química do

fruto. Oliveira (2012) verificou que sapoti aos 90 dias apresentam maior atividade

antioxidante e maior conteúdo de polifenóis extraíveis, conteúdo de vitamina C e

flavonóides amarelos.

Page 43: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

43

No entanto, trabalhos que expliquem a relação do estádio de maturação e

da adubação nitrogenada com a composição química e a atividade antioxidante dos

sapotis são escassos. Desta forma, o objetivo desse trabalho consiste em avaliar o

efeito da adubação nitrogenada e estádio de maturação na qualidade e atividade

antioxidante do sapoti.

Page 44: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

44

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA

O experimento com sapoti cultivar “Itapirema-31” foi conduzido em um

plantio comercial da Fazenda Norfruit, situada na comunidade de Pau Branco, zona

rural de Mossoró/RN. Foram testadas cinco doses de nitrogênio (N).

Os dados climáticos da região de Mossoró/RN (umidade relativa,

temperatura média anual e precipitação) referentes ao tempo de realização do

experimento no campo estão representados na tabela abaixo:

Tabela 1: Dados climáticos da região de Mossoró – RN (umidade relativa,

temperatura média anual e precipitação) de agosto de 2010 a julho de 2011.

Fator Climático

Meses Ano UR (%) TMA (ºC) Precip. (mm)

Ago 2010 52,55 27,8 0

Set 2010 51,66 28,17 1,02

Out 2010 60,36 28,12 12,7

Nov 2010 58,61 28,49 0

Dez 2010 64,8 27,98 11,94

Jan 2011 70,23 27,33 36,89

Fev 2011 73,23 27,16 33,14

Mar 2011 78,77 26,61 32,82

Abr 2011 81,89 26,09 56,82

Maio 2011 81,65 25,86 49,19

Jun 2011 74,52 25,87 14,48

Jul 2011 71,89 25,51 87,4

Fonte: Estação meteorológica de Mossoró/RN

Page 45: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

45

O experimento foi conduzido em um pomar com média de oito anos de

idade de plantas enxertadas. Foi utilizado o esquema fatorial 5 x 6 com parcelas

perdidas, composto por cinco doses de nitrogênio e seis estádios de maturação com

cinco repetições. Foram avaliados dois frutos por repetição, totalizando 10 frutos

por tratamento. No campo, cada parcela foi composta por cinco plantas, sendo

utilizadas na parcela útil três plantas centrais. Isolaram-se as parcelas uma das

outras através de uma linha de plantio paralela em seus dois lados. As plantas

utilizadas nesta pesquisa tinham espaçamento de 7 x 7 m, com 225 plantas por

hectare e apresentavam um bom aspecto fitossanitário. Antes da aplicação dos

tratamentos, as plantas receberam poda de frutificação. Utilizou-se o sistema de

irrigação por microaspersão com um aspersor por planta.

As plantas receberam cinco diferentes dosagens de nitrogênio na forma de

ureia (45% de N): 0; 300; 600; 900 e 1200 g de N planta-1

, parceladas em três vezes

em intervalos de 30, 60 e 90 dias. As plantas ainda receberam para todos os

tratamentos a mesma dose de potássio e fósforo, utilizando 890 g de cloreto de

potássio e 682 g de fosfato monoamônico granulado por planta parcelando em duas

vezes. A escolha das dosagens de adubação foi feita com base no trabalhado

realizado por Lederman et al. (2001) com adubação para o sapotizeiro.

Após a adubação e identificação da floração plena, os frutos foram

marcados no campo em dezembro de 2010, logo no estádio inicial, com 10 a 15

mm de diâmetro transversal, a fim de que houvesse homogeneidade de frutos no

mesmo estádio de maturação. A colheita dos frutos foi realizada aos 90, 120, 150,

180 e 200 dias após sua marcação no campo; em seguida eles foram

cuidadosamente acondicionados em caixas de papelão com divisórias e

devidamente transportados para o Laboratório de Pós-colheita da UFERSA –

Mossoró/RN.

Aos 200 dias, foi colhido o dobro do número de frutos, em que metade foi

analisada no dia da colheita e a outra metade armazenada em temperatura ambiente

(25ºC ± 2 e UR 58% ±1) e analisados após oito dias de armazenamento, quando os

frutos estavam completamente maduros. Em seguida, no laboratório, procedeu-se à

lavagem e secagem dos frutos e análise das características físicas, tais como:

Page 46: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

46

diâmetro transversal e longitudinal, massa do fruto fresco, cor da polpa,

consistência da semente e firmeza. Os frutos foram processados e avaliados quanto

ao pH, sólidos solúveis, acidez total titulável e vitamina C.

Os frutos dos tratamentos controle e de 600g de N/planta nos estádios de

120, 180 dias da marcação e completamente maduro também foram avaliados

quantos às seguintes variáveis químicas: açúcares solúveis totais (AST), açúcares

redutores (AR), pectinas total e solúvel, atividade antioxidante (AAT), antocianinas

totais e flavonóides amarelos, polifenóis extraíveis totais (PET).

2.2 MÉTODOS USADOS PARA AS VARIÁVEIS ANALISADAS

2.2.1 Massa total

Foi determinada através da pesagem individual dos frutos em balança

analítica, com resultados expressos em gramas (g).

2.2.2 Coloração

Com o decorrer do desenvolvimento do fruto, a coloração da polpa foi

determinada através da avaliação visual, conforme Miranda (2002).

2.2.3 Diâmetro transversal e longitudinal

Através do uso de um paquímetro manual, foram realizadas as medidas

individuais do diâmetro e comprimento, sendo expressas em centímetro (cm).

2.2.4 Firmeza da Polpa

Para análise da firmeza da polpa, foram usados frutos intactos, sem

nenhum corte ou dano, antes do processamento. A determinação foi feita com o

penetrômetro tipo Fruit Pressure Tester. Foram realizadas duas leituras por fruto,

Page 47: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

47

em lados opostos da porção equatorial, obtendo-se a média. As leituras, em lbf,

foram multiplicadas por 4,482 para expressar o resultado da força necessária para

romper a resistência da polpa em Newtons (N).

2.2.5 pH

O pH foi determinado diretamente na polpa, utilizando-se um pHmetro de

bancada (TECNOPON mPA 210) com membrana de vidro, de acordo com a

recomendação da AOAC (2005), utilizando os tampões 4,0 e 7,0.

2.2.6 Acidez Titulável (AT)

A acidez titulável foi determinada de acordo com a metodologia da

Association of Official Analytical Chemistry (2005), na qual se fez a diluição de 1

g de polpa em 50 mL de água destilada e adicionaram-se duas gotas de

fenolftaleína 1%, usada como indicador do ponto de viragem. Em seguida, fez a

titulação com a solução de NaOH 0,1N até a mudança de cor de incolor para róseo

claro permanente. Os resultados foram expressos em percentagem de ácido málico.

2.2.7 Sólidos Solúveis (SS)

A polpa foi processada e filtrada em tecido de organza. Posteriormente, o

conteúdo de sólidos solúveis foi obtido por meio de um refratômetro digital (Atago

palette PR 101) com correção automática de temperatura (escala de 0 a 45%),

conforme metodologia recomendada pela Association of Official Analytical

Chemistry (2005), em que o resultado foi expresso em °Brix.

2.2.8 Relação SS/AT

A relação SS/AT foi obtida por meio do quociente entre os sólidos solúveis

e a acidez titulável da polpa do fruto.

Page 48: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

48

2.2.9 Açúcares solúveis totais (AST)

Os açúcares solúveis totais foram doseados pelo método da antrona,

segundo metodologia descrita por Yemn e Willis (1954). O extrato foi obtido da

diluição de 1,0 g de polpa em um balão de 50 mL com álcool etílico a 80%,

filtrando em seguida. Uma alíquota de 10 mL foi retirada e transferida para um

balão de 100 mL aferido com água destilada. Tubos de ensaio contendo as

alíquotas do extrato (1 mL entre o extrato e água) foram postos no banho de gelo

para a adição de 2 mL do reativo antrona, sendo logo em seguida agitados e

aquecidos em “Banho-Maria” a 100°C por 8 minutos e imediatamente resfriados

em banho de gelo. A leitura foi realizada em espectrofotômetro com comprimento

de onda igual a 620 nm, sendo os resultados expressos em g.100 g-1

, usando-se

uma curva padrão de glicose.

2.2.10 Açúcares redutores (AR)

Para análise dos açúcares redutores (AR), a extração foi feita em água

destilada e a determinação foi feita segundo Miller (1959). A partir de 1 g de

amostra de polpa diluída para 100 mL de água destilada e filtrada em papel

Wathman qualitativo nº 1. Em duplicata, tomou-se uma alíquota de 1,5 mL (entre o

extrato e água). A este volume adicionou-se 1 mL de ácido dinitrosalicílico (DNS)

a 1%, procedendo-se a reação em “Banho-Maria”, a 100ºC por 5 minutos. Após

resfriadas em banho de gelo, o volume das amostras foi completado para 10 mL.

As leituras foram feitas em espectrofotômetro a 540 nm. Os resultados foram

expressos em g.100 g-1

da massa fresca, usando uma curva padrão de glicose.

2.2.11 Pectina total

Foi realizado através de metodologia descrita por McReady e MacComb

(1952). Foram utilizadas 5 g de polpa homogeneizada em 25 mL de etanol 95%

(Turrax). Em seguida, as amostras repousaram por 30 minutos na geladeira. Após o

repouso, utilizando um erlenmeyer 500 mL, um funil e pequenos pedaços de

Page 49: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

49

organza, cada amostra foi filtrada e lavada com 10 mL de álcool a 75% por duas

vezes. Depois de seca com a ajuda de uma espátula, transferiu-se todo o conteúdo

da organza para um erlenmeyer 250 mL com 50 mL de água destilada. Logo

depois, utilizando um pHmetro, ajustou-se o pH para 11,5 com solução de NaOH 1

N para posterior repouso por 30 minutos na geladeira. A seguir, o pH foi ajustado

para 5,0-5,5 com ácido acético glacial diluído (15 mL / 50 mL) para permitir as

condições ideais de hidrólise por meio da pectinase (E. C. 3.2.1.15) de Aspergillus

niger, 1,0 U/mg (Merck). Foram adicionados 10 µl de pectinase e levou-se para

agitação por 60 minutos em agitador (shaker). As amostras foram filtradas e

transferidas para balões de 100 mL aferidos com água destilada. As leituras foram

feitas em duplicata, por colorimetria, a 520 nm, mediante a reação de condensação

com m-hidroxidifenil, segundo Blumenkrantz e Asboe-Hansen (1973), sendo os

resultados expressos em mg de pectina por 100 g da massa fresca da polpa, usando

uma curva padrão de ácido galacturônico.

2.2.12 Pectina solúvel

Conforme o procedimento descrito por McReady e MacComb (1952),

utilizaram-se 5 g de polpa homogeneizada em 25 mL de etanol 95% (Turrax). Em

seguida, as amostras repousaram por 30 minutos na geladeira. Após o repouso,

utilizando um erlenmeyer 500 mL, um funil e pequenos pedaços de organza, cada

amostra foi filtrada e lavada com 10 mL de álcool a 75% por duas vezes. Depois de

seca, com a ajuda de uma espátula, transferiu-se todo conteúdo da organza para um

erlenmeyer 250 mL com 20 mL de água destilada e levou-se para agitação por 60

minutos em agitador (shaker). Cada amostra foi filtrada e de cada uma retirou-se

uma alíquota de 10 mL e diluiu-se com água destilada no balão de 100 mL

(proporção 1:10). As leituras foram feitas em duplicata, por colorimetria, a 520 nm,

mediante a reação de condensação com m-hidroxidifenil, segundo Blumenkrantz e

Asboe-Hansen (1973), sendo os resultados expressos em mg de pectina por 100 g

da massa fresca da polpa, usando uma curva padrão de ácido galacturônico.

Page 50: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

50

2.2.13 Vitamina C

Foi obtido através de titulometria, usando a solução de DFI (2,6 dicloro-

fenolindofenol a 0,02 %) até coloração rósea clara permanente. A análise foi feita

segundo a metodologia descrita por Strohecker e Henning (1967), utilizando 5 g de

polpa diluída em 100 mL de ácido oxálico 0,5 %, e do filtrado retiraram-se 5 mL,

em duplicata, completando o volume para 50 mL com água destilada. Em seguida,

fez-se a titulação, sendo os resultados expressos em mg de ácido ascórbico.100 g-1

de polpa.

2.2.14 Antocianinas totais e Flavonóides amarelos

As antocianinas totais e os flavonóides amarelos foram doseados segundo

Francis (1982). Em ambiente escuro, pesou-se 1,0 g de polpa em duplicata. Em

seguida, adicionaram-se 30 mL da solução extratora etanol (95%) - HCl (1,5N) na

proporção 85:15. As amostras foram homogeneizadas em um homogeneizador

manual de tecidos tipo “Turrax” por dois minutos. Logo após, o conteúdo foi

transferido diretamente para um balão volumétrico de 50 mL ao abrigo da luz,

aferido com a solução extratora, homogeneizado e armazenado em frasco âmbar, o

qual ficou em repouso por uma noite na geladeira. No dia seguinte, o material foi

filtrado em um béquer de 50 mL protegido da luz. As leituras foram realizadas em

espectrofotômetro, no comprimento de onda igual a 535 nm para antocianinas e

374 nm para flavonóides amarelos. Os resultados foram expressos em mg.100 g-1

,

por meio das seguintes fórmulas:

Antocianinas totais = Absorbância x fator de diluição/98,2

Flavonóides amarelos = Absorbância x fator de diluição/76,6

2.2.15 Polifenóis extraíveis totais (PET)

Os polifenóis extraíveis totais foram determinados de acordo com

metodologia descrita por Larrauri et al. (1997), por meio do reagente de Folin-

Page 51: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

51

Ciocalteu. Na extração, pesou-se 2 g de polpa e adicionou-se 20 mL de solução de

metanol 50% (primeira solução extratora). A mistura foi homogeneizada

(homogeneizador ‘ Turrax’), ficou em repouso por 1 hora para extração e foi

centrifugada a 10.000 rpm por 20 minutos. Após a centrifugação, o sobrenadante

obtido foi filtrado e colocado em um balão de 50 mL protegido da luz. Foi

adicionado, no precipitado, 20 mL da solução de acetona 70% (segunda solução

extratora). A mistura repousou por mais 1 hora e foi centrifugada a 10.000 rpm por

20 minutos. O segundo sobrenadante obtido foi misturado ao primeiro no mesmo

balão de 50 mL, aferindo com água destilada, obtendo assim o extrato. A

determinação foi realizada em duplicata, usando alíquotas de 0,1, 0,3, 0,4 mL de

extrato, completando o volume para 1 mL com água destilada, 1 mL do reagente

Folin-Ciocalteu, 2 mL de NaCO3 20% e 2 mL de água destilada em tubos de

ensaio. Logo após, os tubos foram agitados (Vórtex) e deixados em repouso por 30

minutos. Depois de decorrido o tempo, a leitura foi realizada em

espectrofotômetro, usando a curva padrão de ácido gálico e os resultados expressos

em mg de ácido gálico.100 g-1

de polpa.

2.2.16 Atividade antioxidante total (AAT)

2.2.16.1 DPPH

O ensaio é baseado no sequestro do radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-

hidrazil) por antioxidantes, produzindo um decréscimo da absorbância a 515 nm. O

método adotado foi o descrito por Brands-Williams et al. (1995) e modificado por

Sánchez-Moreno et al. (1998) para medir os parâmetros cinéticos.

A partir da solução inicial de DPPH (60 M), prepararam-se em balões

volumétricos de 10 mL, soluções variando a concentração de 10 a 50 M.

Posteriormente, utilizou todas as contrações para gerar uma curva, adotando o

metanol como branco. O extrato utilizado foi o que do procedimento dos polifenóis

extraíveis totais. A leitura foi realizada em duplicata, a 515 nm.

Page 52: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

52

Primeiramente, foi gerada uma cinética para determinar o tempo de

estabilização da absorbância de cada tratamento. Nesse processo, foram preparadas

em tubos de ensaio três diluições diferentes de cada extrato (10, 20, 40). Em

ambiente escuro, transferiu-se uma alíquota de 8 µL de cada diluição do extrato,

em duplicata, para microplacas com 295 µL do radical DPPH (item solução de

DPPH 0,06 mM).

Utilizou-se também 8 µL da solução controle (item solução controle de

álcool metílico, acetona e água ) com 295 µL do radical DPPH e metanol, como

branco, para calibrar a leitora de microplacas.

As amostras foram agitadas e a leitura foi realizada dentro de dois minutos,

após a adição da solução de DPPH na primeira amostra. As leituras (515 nm)

foram monitoradas de dois em dois minutos; e, após dez minutos, a cada cinco

minutos, quando se observou a redução da absorbância até sua estabilização.

Depois da determinação do tempo de estabilização, foram realizadas as

leituras das três diluições de cada extrato, após cinquenta e cinco minutos da adição

da solução do DPPH.

A leitura da absorbância final para o cálculo do EC50 foi feita após a

estabilização da absorbância (tempo EC50). Após a leitura, substituiu-se (Eq. 1) o

valor correspondente à metade da absorbância inicial do controle pelo y da equação

da curva do DPPH para encontrar o consumo em μM DPPH e, em seguida,

transformou-se para g DPPH, através da transformação: g DPPH = (μM DPPH /

1.000.000) * 394,3 (peso molecular do DPPH). A partir das absorbâncias obtidas

das diferentes diluições dos extratos, foi possível plotar a absorbância no eixo Y e

diluição (mg/L) no eixo X e determinar a equação da reta (Eq. 2). Para calcular a

AAT, deve-se substituir a absorbância equivalente a 50% da concentração do

DPPH pelo y (Eq. 2) e encontrar o resultado que corresponde à amostra necessária

para reduzir em 50% a concentração inicial do radical DPPH (EC50).

A partir do resultado (mg/L) encontrado na equação 2, deve-se dividir por

1.000 para se ter o valor em g e, em seguida, dividir pelo valor encontrado em g

DPPH (Eq. 1) para obter o resultado final (Eq. 3), que é expresso em g fruta

(porção comestível)/g DPPH.

Page 53: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

53

2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foi feita uma análise de variância para testar os tratamentos e uma análise

com ajustamento de curvas para os dados quantitativos. Para a análise dos dados,

foram utilizados os programas SAS (Statistical Analysis System) e Microsoft

Office Excel; as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a p 0,01 e p

0,05. A relação da atividade antioxidante e compostos bioativos foi obtida através

da correlação de Pearson, segundo Landim (2003).

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54

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 ATRIBUTOS FÍSICOS

Alguns atributos de qualidades servem para agregar valor ao produto. A

massa é um atributo extremamente importante na comercialização dos frutos. Ela

pode ser usada como parâmetro de preço do produto, pois o consumidor não paga

pela unidade, mas pelo Kg de um determinado produto.

Houve interação significativa entre dose e tempo de desenvolvimento do

fruto a p ≤ 0,05 pelo teste F (Apêndice 1). O tratamento controle foi inferior aos

demais durante todo o desenvolvimento. A dosagem de 600 g de nitrogênio por

planta apresentou massa superior às demais dosagens. Essa influência da adubação

sobre a massa do fruto também foi observada por Araújo et al. (2009) na adubação

nitrogenada do pimentão. A massa fresca do fruto aumentou até os 200 dias em

todas as dosagens testadas, tendo o controle a menor massa (174,93 g) e a dose de

600 g de nitrogênio por planta a maior (204,75 g) (Figura 3 A e B).

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55

Figura 3 - Massa fresca (A e B), Tamanho (C e D) e firmeza (E) dos frutos de sapotizeiro em função dos diferentes estádios de maturação

e em função a adubação com cinco doses de nitrogênio (N).

Page 56: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

56

Filho (2002), estudando sapoti, verificou que o sapoti de forma

arredondada possui uma massa média de 105,2 g, sendo esta inferior à massa

encontrada neste trabalho. Após o armazenamento (8 dias em 25 0C ± 2

0C e 58%

±1% UR), houve redução da massa. Isso provavelmente foi causado pela

transpiração do fruto, que, depois de colhido, pode ter sofrido uma perda de água.

Os diâmetros longitudinais e transversais do sapoti foram influenciados

apenas pelo estádio de maturação (Apêndice 1). Observa-se na figura 4 que os

frutos atingiram seu tamanho máximo aos 200 dias, com diâmetro longitudinal

médio de 6,89 cm e o transversal de 6,98 cm. Durante todo o desenvolvimento, a

relação diâmetro transversal e longitudinal foi maior do que 1, indicando um

formato arredondado do fruto (Figura 3 C e D).

O tamanho dos frutos deste trabalho foi maior do que o dos frutos

avaliados por Costa et al. (2000), que também verificaram uma tendência ao

formato arredondado do sapoti “Itapirema-31”, com um diâmetro transversal

(6,5cm) superior ao longitudinal (6,2cm).

A coloração é o atributo de qualidade mais atrativo para o consumidor,

pois está associada à maturação, frescor e sabor. O nível de maturação é uma opção

do consumidor, pois há quem prefira frutas “de vez”, para prolongar o período de

durabilidade (BADENES et al., 1998).

Com o avanço do estádio de maturação, a cor da polpa passou de creme

com bordas esverdeadas aos 90 dias para marrom escuro aos 208 dias. A coloração

bege escura com bordas marrons da polpa com 180 dias mudou para marrom aos

200 dias. Uma mudança na coloração da polpa do sapoti também foi detectada por

Miranda et al. (2008). A polpa que aos 90 dias se encontrava verde, ficou verde-

amarelada aos 180 dias de desenvolvimento e marrom com tons avermelhados nos

frutos maduros pós-climatéricos (190 dias).

Os sapotis, nos estádios iniciais de desenvolvimento, estavam

extremamente firmes, o que impossibilitou a sua determinação antes dos 180 dias.

Os tempos diferiram a p≥ 0,1 e as doses a p≥0,5 pelo teste F. Contudo, não houve

interação entre o tempo e as doses testadas (Apêndice 1).

Page 57: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

57

A firmeza dos frutos caiu com o avanço do estádio de maturação, passando

de 107,83 para 33,54 N (Tabela 2). Os valores da firmeza encontrados nesse

trabalho foram superiores aos observados por Miranda (2002), em que a firmeza do

sapoti Itapirema-31 reduziu de 81,9 N para 9,2 N ao longo do desenvolvimento.

O amadurecimento é o primeiro passo irreversível da senescência e uma

das alterações mais marcante que as frutas sofrem durante o amadurecimento é a

perda de firmeza da polpa, causada pela degradação da parede celular por diversas

enzimas hidrolíticas (MORAIS et al., 2008).

Tabela 2: Firmeza (N) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de

maturação e submetido a adubação nitrogenada (N).

Nitrogênio (N)

Tempo (dias) Firmeza (N)

180 107,83 a

200 97,49 b

208 33,54 c

Letras minúsculas representam diferença estatística entre as

doses testadas a p ≤ 0,05 pelo teste de Tukey.

Os valores médios da firmeza se reduziram com o aumento das doses

aplicadas, havendo redução mais acentuada entre as doses de 300 g de nitrogênio

por planta (80, 58 N) e 600 g de nitrogênio por planta (68,45 N) (Figura 3 E).

Chitarra e Chitarra (2005) relatam que em frutas o nitrogênio em excesso reduz a

firmeza, possivelmente devido ao maior crescimento, com efeito na diluição de

minerais nos tecidos.

3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS

Para o pH, houve diferença significativa, apenas para o tempo de

desenvolvimento apresentou significância a probabilidade de 1% pelo teste F

(Apêndice 1). O Ph aumentou até os 150 dias, reduzindo aos 180 dias e

permanecendo constante até os 208 dias, com uma variação de 5,71 a 5,25 (Figuras

4A e 4B).

Page 58: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

58

Figura 4 – pH (A e B) e acidez titulável (C e D) dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes estádios de maturação e em função a

adubação com cinco doses de nitrogênio (N).

Page 59: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

59

Brito et al. (2002) também observaram acréscimo dos valores de pH nos

estádios iniciais de maturação e redução no estádio final, com maior variação dos

valores de pH (5,89 a 4,95).

Para acidez, a interação tempo e doses de adubação foi significativa a p ≤

0,01 pelo teste F (Apêndice 1). A acidez titulável foi maior aos 90 dias, depois se

reduziu até os 180 dias, aumentando em seguida até o estádio completamente

maduro. Após o amadurecimento, os sapotis apresentaram acidez média de 0,18 a

0,20 % (Figura 4 C e D). Menores valores de acidez foram encontrados por Alves

et al. (2000), ao verificarem que após o amadurecimento os sapotis apresentaram

acidez de 0,12 %. Aos 90 dias, o tratamento controle apresentou acidez inferior às

demais doses, sendo que nos frutos completamente maduros as dosagens pouco se

diferenciaram (Figura 4 C e D).

Os conteúdos de sólidos solúveis foram influenciados tanto pelo tempo de

desenvolvimento a p≤ 0,01 quanto pelas dosagens testadas a p≤ 0,05 pelo teste de F

(Apêndice 1). Os dados para sólidos solúveis durante o desenvolvimento do sapoti

são lineares. O conteúdo de sólidos solúveis aumentou de 15,03° para 18,36° Brix

aos 150 dias. Essa foi a maior variação constatada do aumento do conteúdo de

sólidos solúveis ao longo do desenvolvimento. Após esse período, o valor dos

sólidos solúveis teve um pequeno aumento, atingindo 19,48 °Brix quando

completamente maduro (Figura 5 A e B).

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60

Figura 5 - Conteúdo de sólidos solúveis (A e B) e relação SS/AT (C e D) dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes estádios de

maturação e em função da adubação com cinco doses de nitrogênio (N).

Page 61: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

61

No entanto, esse valor ainda é baixo, pois segundo Bandeira et al. (2005) o

conteúdo de sólidos solúveis do sapoti pode chegar a 25 ºBrix. Doudement et al.

(2011), avaliando sapoti, encontraram conteúdo de sólidos solúveis de 20,33 ºBrix.

Dentre as doses testadas, o tratamento controle apresentou o maior valor de sólidos

solúveis (18,30 ºBrix).

O tempo de desenvolvimento e as dosagens testadas tiveram efeito sobre a

relação SS/AT, sendo a diferença significativa a 1% de probabilidade pelo teste F

(Apêndice 1). A relação SS/AT aumentou até os 180 dias, onde atingiu seu valor

máximo, reduzindo-se aos 200 dias (Figura 5C e 5D).

Ainda nas figuras 5C e 5D, observa-se que a relação SS/AT variou de 54,2

a 72,77 aos 90 dias para 96,5 a 106,94 aos 208 dias. O tratamento controle obteve a

maior relação SS/AT nos estádios iniciais e a menor no estádio maduro. Oliveira et

al. (2010) verificaram que a relação SS/AT da Sapota Tropical aumentou durante o

desenvolvimento, variando de 27,89 a 96,70. Aos 180 (150,83) e 200 (105,53) dias,

a dosagem de 600 g de N/planta apresentou maior relação SS/AT ao passo que a

maior relação dos frutos completamente maduros foi alcançada com a dosagem de

900 g de N/planta (106,94).

3.3 ATRIBUTOS QUÍMICOS

Os teores de açúcares totais das doses de nitrogênio foram significativos a

1% de probabilidade e os teores de açúcares redutores a p ≤ 0,05 pelo teste F

(Apêndice 1).

Não houve diferença significativa entre os teores de açúcares solúveis

totais nos estádios de maturação aos 180 e 208 dias. Os menores teores de açúcares

solúveis totais foram identificados aos 120 dias, atingindo os valores máximos aos

208 dias (15,20%) (Tabela 3). Estes valores foram inferiores aos apresentados por

Araújo-Neto et al. (2001), que observaram acréscimo dos açúcares solúveis do

sapoti Itapirema-31 durante o desenvolvimento, atingindo um valor máximo de

20,93%.

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62

Tabela 3: Conteúdo de açúcares solúveis totais (%), açúcares redutores (%),

pectina solúvel, antocianina, atividade antioxidante total (mg/100 g) dos frutos de

sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e submetido a adubação nitrogênio

(N).

Letras maiúsculas representam diferença estatística entre os estádios de maturação

e letras minúsculas representam diferença estatística entre as doses testadas a p ≤

0,05 pelo teste de Tukey.

Apenas os teores de açúcares redutores aos 120 dias diferiram dos demais.

O teor de açúcares redutores aumentou até os 208 dias (11,04% a 12,87%) (Tabela

3). Vargas et al. (2005), avaliando sapoti, observaram um teor de açúcares

redutores de 6,27% na maturidade fisiológica, passando para 16,87% após o

armazenamento.

Os valores de açúcares solúveis totais e redutores para os tratamentos

controle foram inferiores ao tratamento de 600 g /planta de N, para todos os

estádios de maturação. Lemos et al. (2008) relatam a existência de uma interação

entre o metabolismo do nitrogênio e a fotossíntese, proporcionando aos organismos

fotossintetizantes uma melhor produção de fotoassimilados na presença do

nitrogênio, aumentando os teores de açúcares.

Para a pectina total e solúvel o tempo de desenvolvimento e as doses de

nitrogênio foram significativos a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 1). O conteúdo de

pectina total decresceu ao longo do desenvolvimento, sendo que todos os tempos e

doses diferiram entre si (tabela 4). Ao passo que o conteúdo da pectina solúvel

Nitrogênio (N)

Variável Doses

Tempo

120 dias 180 dias 208 dias

Açúcares Solúveis (%) 0 g 6,69 Bb 11,76 Ab 12,72 Ab

600 g 6,89 Ba 13,75 Aa 15,20 Aa

Açúcares Redutores (%) 0 g 5,23 Bb 8,42 Ab 11,04 Ab

600 g 6,39 Ba 10,9 Aa 12,87 Aa

Pectina Solúvel (%) 0 g 81 Cb 167 Bb 198 Ab

600 g 143 Ca 178 Ba 210 Aa

Antocianina (mg/100 g) 0 g 8,93 Aa 3,93 Ba 3,43 Ca

600 g 4,95 Ab 3,23 Bb 2,19 Cb

AAT (mg/100 g) 0 g 1367,86 Aa 919,82 Ba 559,63 Ca

600 g 1109,55 Aa 943,45 Ba 749,18 Ca

Page 63: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

63

aumentou, tendo diferença entre todos os tempos de desenvolvimento e entre as

doses (Tabela 3).

Tabela 4: Conteúdo de pectina total, flavonóides amarelos e polifenóis extraíveis

totais (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e

submetido a adubação com duas doses de nitrogênio (N).

Nitrogênio (N)

Tempo (dias) P. T. mg/100 g Flavonóides mg/100 g PET mg/100 g

180 373,5 a 34,22 a 976,35 a

200 322,5 b 23,16 b 792,42 b

208 244,5 c 11,52 c 110,11 c

Doses

(g/planta) P. T. mg/100 g Flavonóides mg/100 g

PET mg/100 g

0 334 a 25,01 a 612,02 a

600 293 b 20,93 b 640,57 a

Letras minúsculas representam diferença estatística entre as doses testadas a p ≤

0,05 pelo teste de Tukey.

O conteúdo de pectina solúvel e total está relacionado à firmeza do fruto.

Silva et al. (2009) afirmam que no decorrer do amadurecimento, há transformação

da protopectina em pectina total, a qual sofre, por ação enzimática, desmetilação e

simplificação das cadeias, causando a solubilização até a degradação total, quando

a fruta está muito madura. Esses autores ainda relacionam o aumento do conteúdo

de pectina solúvel ao aumento das atividades das enzimas PME e PG. Desta forma,

ao longo do desenvolvimento do fruto há um aumento do conteúdo de pectina

solúvel e redução da pectina total, com a perda de firmeza.

Uma redução do conteúdo de pectina total do sapoti, à medida em a

pectina solúvel aumentava, também foi registrada por Miranda et al. (2001), ao

passo que Alves et al. (2000), analisando sapoti, encontraram teor de pectina total

de 0,74% e de pectina solúvel de 0,60%. O tratamento controle apresentou

conteúdo de pectina solúvel menor e de pectina total maior do que o tratamento de

600 g/planta de nitrogênio (Tabela 3 e 4).

Page 64: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

64

3.4 COMPOSTOS BIOATIVOS

Para a vitamina C, as dosagens aplicadas não apresentaram diferença

significativa, mas o tempo de desenvolvimento apresentou significância à

probabilidade de 1% pelo teste F (Apêndice 1). Aos 90 dias, os sapotis continham

um maior conteúdo de vitamina C (15,90 mg/100g), chegando ao final do

armazenamento com valores em torno de 10,38 mg/100 g (Figura 6 A).

Figura 6 – Conteúdo de vitamina C dos frutos de sapotizeiro em função de

diferentes estádios de maturação (A) e em função de cinco doses de nitrogênio (B).

(A) e submetido a adubação com cinco doses de nitrogênio (N) (B).

Conforme Smirnoff (2000), a vitamina C é mais sensível à degradação

quando o produto é submetido a diferentes tratamentos e condições de

Page 65: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

65

armazenamento. Os métodos de processamento e procedimentos de conservação

podem resultar em significativas perdas de vitamina C.

Isabelle et al. (2010) verificaram que a vitamina C do sapoti é responsável

por apenas 1,1% da atividade antioxidante, com conteúdos de vitamina C em torno

de 10,14 mg/100 g.

Houve interação entre as doses e os estádios de maturação apenas para as

antocianinas, não havendo interação para o conteúdo de flavonóides amarelos. No

entanto, os conteúdos de flavonóides amarelos e de antocianinas foram

significativos a p ≤ 0,01 pelo teste de F (Apêndice 1).

O conteúdo de antocianinas e flavonóides decresceu ao longo do

desenvolvimento, passando de 34,22 mg/100 g aos 180 dias para 11,52 mg/100 g

ao final do armazenamento. Tanto os tempos quanto as dosagens testadas diferiram

entre si (Tabela 3 e 4). Oliveira (2012) também registrou decréscimo do conteúdo

de flavonóides amarelos do sapoti (3,24 a 6,91 mg/100 g de polpa) com o avanço

da maturação. O tratamento de 600 g/planta de nitrogênio apresentou menores

conteúdos de antocianinas totais e flavonóides do que o seu controle (Tabela 3 e 4).

Menores valores de antocianinas foram registrados por Fernández et al. (2011), em

que o conteúdo de antocianinas do sapoti diminuiu ao longo do amadurecimento

(1,22 a 0,35 mg/100 g).

A atividade antioxidante (AAT) e o conteúdo de polifenóis extraíveis totais

(PET) foram afetados apenas pelo tempo de desenvolvimento (Apêndice 1). A

atividade antioxidante (AAT) e os conteúdos de polifenóis extraíveis totais (PET)

decresceram ao longo do desenvolvimento (Tabela 3 e 4).

Oliveira (2012) mostrou que o conteúdo de polifenóis e a atividade

antioxidante do sapoti diminuíram com o avanço da maturação, registrando valores

superiores aos deste trabalho. Apesar de no presente trabalho não ter havido

diferença significativa entre as dosagens de nitrogênio para o conteúdo de

polifenóis extraíveis totais (PET), Brunneto et al. (2007), trabalhando com

adubação nitrogenada em uva, observaram que a aplicação de nitrogênio provocou

aumento do conteúdo de polifenóis.

Page 66: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

66

A atividade antioxidante serve para identificar o poder antioxidante dos

compostos bioativos, que, no presente trabalho, foi observada uma correlação

positiva entre a atividade antioxidante e os compostos bioativos avaliados. Dentre

os compostos bioativos analisados, a vitamina C foi o que apresentou menor

correlação com a atividade antioxidante, ao passo que o conteúdo de polifenóis

extraíveis totais apresenta a maior correlação com a atividade antioxidante.

Tabela 5: Correlação de Pearson entre as variáveis: vitamina C (Vit. C),

flavonóides amarelos (Flav.), antocianinas (Antoc.) e polifenóis extraíveis total

(PET) com atividade antioxidante de sapoti em diferentes estádios de maturação

submetido a adubação com nitrogênio (N).

Nitrogênio (N)

Tempo Doses Atividade antioxidante

Vit. C Flav. Antoc. PET

120 0 0,37 0,60 0,63 0,90

120 600 0,35 0,69 0,65 0,87

180 0 0,30 0,65 0,63 0,83

180 600 0,31 0,68 0,62 0,88

208 0 0,33 0,61 0,70 0,85

208 600 0,31 0,64 0,69 0,88

Batista (2010) relata que a atividade antioxidante de alguns frutos está

associada especificamente aos polifenóis extraíveis totais. Lamperi et al. (2008),

avaliando maçã, observaram que a atividade antioxidante teve maior correlação

com o conteúdo de polifenóis do que com o conteúdo de vitamina C. Shui (2004),

avaliando sapoti, observou súbita queda da capacidade antioxidante e do conteúdo

de fenólicos totais por volta do terceiro ao quarto dia de armazenamento, indicando

que a atividade antioxidante pode estar associada ao conteúdo de fenólicos. O

melhor período para consumir os sapotis foi entre o terceiro e quarto dia de

armazenamento, quando os frutos amadureceram, melhorando sua qualidade e

apresentando ainda alta atividade antioxidante e conteúdo de fenólicos totais.

Page 67: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

67

4 CONCLUSÕES

A qualidade e composição química dos frutos foram influenciadas pela

adubação e pelos estádios de maturação. A atividade antioxidante está mais

correlacionada ao conteúdo de polifenóis extraíveis totais.

Dentre as doses testadas, o tratamento controle apresentou frutos mais

firmes, com maior valor de sólidos solúveis, maior relação SS/AT nos estádios

iniciais e menor no estádio maduro, maior conteúdos de flavonóides e antocianinas

totais, ao passo que a dose de 600 g de N/planta gerou frutos de maior massa e teor

de açúcares.

Nos estádios finais de maturação (fruto maduro), os frutos estavam maiores

e menos firmes e com maior teor de açúcares, apresentando, no entanto, menor

conteúdo de compostos bioativos e atividade antioxidante.

Page 68: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

68

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73

CAPÍTULO 3 - ADUBAÇÃO POTÁSSICA E O ESTÁDIO DE

MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO

SAPOTI

RESUMO

COSTA, Laíse Nascimento. ADUBAÇÃO POTÁSSICA E ESTÁDIO DE

MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO

FRUTO DE SAPOTIZEIRO. 2012. 69 p. Dissertação (Mestrado em agronomia:

Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Mossoró-RN,

2012.

A finalidade desse trabalho foi avaliar a adubação potássica e estádio de

maturação na qualidade e atividade antioxidante do sapoti. O experimento foi

conduzido na fazenda Norfruit situada em Pau Branco - Mossoró/RN. Os frutos

foram avaliados no Laboratório de Pós-colheita da UFERSA - Mossoró/RN. Foram

testadas cinco doses de potássio (0; 200; 400; 600; 800 g/planta), em 5 estádios de

maturação mais o armazenamento, em esquema fatorial 5x6 com parcelas perdidas,

5 repetições, 3 plantas centrais como parcela útil. Os frutos foram marcados com

10 a 15 mm de comprimento na planta; sendo colhidos e avaliados quanto a sua

qualidade e composição química após 90, 120, 150, 180 e 200 dias de sua

marcação. Os frutos foram armazenados (25ºC ± 2 e UR 58% ±1) até o completo

amadurecimento e avaliados. As variáveis avaliadas foram: diâmetro transversal e

longitudinal, massa do fruto, sólidos solúveis, pH, vitamina C, firmeza. Os frutos

das dosagens de 400 g de K/planta e de 0 g de K/planta (controle) nos estádios de

maturação de 120, 180 dias e maduro também foram avaliadas quanto aos açúcares

totais e redutores, flavonóides, antocianinas, pectina total e solúvel, polifenóis

extraíveis totais e atividade antioxidante. Os resultados obtidos mostraram que a

qualidade e composição química dos frutos foram influenciadas pela adubação e

pelos estádios de maturação. A dose de 400 g de k/planta gerou frutos de maior

massa, conteúdo de polifenóis e atividade antioxidante. Nos estádios finais de

maturação, os frutos estavam maiores, com maior teor de açúcares, menos firmes.

No entanto, com um menor conteúdo de compostos bioativos e atividade

antioxidante. A atividade antioxidante do sapoti está mais correlacionada ao

conteúdo de polifenóis extraíveis totais.

Palavras-chaves: Manilkara zapota (L.), composição dos frutos, nutrição

potássica.

Page 74: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

74

ABSTRACT

COSTA, Laíse Nascimento. POTASSIUM FERTILIZATION AND STAGE

OF MATURITY ON QUALITY AND ANTIOXIDANT ACTIVITY OF

SAPODILLA FRUIT. 2012. 69 p. Dissertation (M. Sc. in Agronomy:

Phytotechny) - Federal University Rural of Semi Arid, Mossoro-RN, 2012.

This study aimed at evaluating the potassium fertilization and stage of

maturity on quality and antioxidant activity of the sapodilla. The experiment was

accomplished on the Norfruit farm located in Pau Branco – Mossoró/RN. The

fruits were appraised in the laboratory of postharvest of the UFERSA – Mossoró/

RN. The experiment consisted of five doses of potassium (0; 200;400;600;800

g/plant), 5 stages of maturation plus storage in a factorial scheme 5 x 6 with parts

missing, 5 repetitions, 3 central plants as useful plot. The fruits were marked with

10 to 15 mm in length in the plant , being collected and evaluated with respect to

their quality and chemical composition after 90, 120, 150, 180 and 200 days of

their appointment. The fruits were stored (25 ± 20ºC and RH 58% ± 1) until they

were mature and then they were evaluated. The variables assessed were: transverse

and longitudinal diameter, fruit weight, soluble solids, pH, vitamin C, firmness.

The fruits of control treatment and the 400 g of K/plant in the maturity stages after

120, 180 and 208 days were evaluated according to their total and reducing sugars

content, flavonoids, anthocyanins, total and soluble pectin, total extractable

polyphenols and antioxidant activity. The results showed that the quality and

chemical composition of the fruits were affected by fertilization and the maturation

stages. The dose of 400 g of k/plant generated fruits of greater weight content of

polyphenols and antioxidant activity. In the final stages of maturation (mature

fruit), fruit were larger, less firm, whit more sugars content, however, with a lower

content of bioactive compounds and antioxidant activity. The antioxidant activity is

more correlated to the total extractable polyphenol content.

Keywords: Manilkara zapota (L.), fruits composition, potassium nutrition.

Page 75: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

75

1 INTRODUÇÃO

A importância crucial do potássio na formação da qualidade relaciona-se à

sua função de promotor da síntese de fotossintatos e seu transporte para frutos,

grãos, tubérculos e órgãos de armazenamento da planta, aumentando a conversão

daqueles em amido, proteína, vitaminas, óleos, etc. (MENGEL e KIRKBY, 1987).

Na planta, dentro da célula, o elemento potássio (K) exerce muitas funções

essenciais à sobrevivência das plantas: abertura e fechamento dos estômatos,

fotossíntese, transporte de carboidratos, síntese de amido e proteínas, transpiração e

ativação enzimática. A absorção do elemento potássio pelas plantas dá-se na forma

iônica (K+) através das raízes (ou folhas), tendo como mecanismo de contato

íon/raiz pelos processos de difusão, fluxo de massa e intercepção radicular

(CRESTE, 2005).

A adubação ou calagem do solo do sapotizeiro deve ser feita com base na

análise de solo. Para um sapotizeiro a partir de quatros anos de idade, a dosagem

mais adequada de potássio é de 400 g/planta (LEDERMAN et al., 2001). No

entanto, a adubação é influenciada pelas condições edafoclimáticas específicas de

cada região, sendo que para algumas regiões ainda não há recomendação de

adubação potássica para o sapotizeiro.

A composição química e qualidade dos frutos podem ser afetadas pela

adubação potássica. Castellane (1989), trabalhando com morango, observou que a

adubação potássica promove alteração na composição do fruto e em sua qualidade

pós-colheita, aumentando os teores de sólidos solúveis, vitamina C, mantendo a

firmeza e melhorando o sabor e aroma. A deficiência de potássio no solo resulta

em frutos pequenos, mais firmes, com menor teor de ácidos e menor coloração

vermelha na colheita em comparação aos frutos oriundos de plantas bem supridas

de potássio (HUNSCHE; BRACKMANN; ERMANI, 2003).

Além da adubação potássica, o estádio de maturação também afeta a

composição química e atividade antioxidante do fruto. Sua composição se

diferencia conforme o estádio de maturação em que o fruto se encontre. O estudo

Page 76: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

76

da relação entre a composição química e o estádio de maturação é de suma

importância, pois a depender da finalidade a que o fruto se destina esses fatores

podem interferir no seu ponto de colheita. Por exemplo, para fabricação de um

suplemento, o qual exige alto conteúdo de polifenóis e capacidade antioxidante, um

fruto imaturo seria o mais recomendado. Contudo, ainda não se sabe como a

adubação potássica e do estádio de maturação afetam a composição química e

atividade antioxidante do sapoti. Por isso este trabalho tem como objetivo avaliar a

adubação potássica e do estádio de maturação na composição química e na

atividade antioxidante do sapoti.

Page 77: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

77

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA

O experimento com sapoti cultivar “Itapirema-31”, foi realizado em um

plantio comercial da Fazenda Norfruit, situada na comunidade de Pau Branco, zona

rural de Mossoró/RN.

Os dados climáticos da região de Mossoró/RN (umidade relativa,

temperatura média anual e precipitação) referentes ao período de realização do

experimento no campo estão representados na tabela abaixo:

Tabela 1: Dados climáticos da região de Mossoró/RN (umidade relativa,

temperatura média anual e precipitação) de agosto de 2010 a julho de 2011.

Fator Climático

Meses Ano UR (%) TMA (ºC) Precip. (mm)

Ago 2010 52,55 27,8 0

Set 2010 51,66 28,17 1,02

Out 2010 60,36 28,12 12,7

Nov 2010 58,61 28,49 0

Dez 2010 64,8 27,98 11,94

Jan 2011 70,23 27,33 36,89

Fev 2011 73,23 27,16 33,14

Mar 2011 78,77 26,61 32,82

Abr 2011 81,89 26,09 56,82

Maio 2011 81,65 25,86 49,19

Jun 2011 74,52 25,87 14,48

Jul 2011 71,89 25,51 87,4

Fonte: Estação meteorológica de Mossoró/RN

Page 78: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

78

O experimento foi conduzido em um pomar com em média oito anos de

idade de plantas enxertadas. Foi utilizado o esquema fatorial 5 x 6, composto por

cinco doses de potássio e seis estádios de maturação com cinco repetições. Foram

avaliados dois frutos por repetição, totalizando 10 frutos por tratamento. No

campo, cada parcela foi composta por cinco plantas, sendo utilizadas na parcela útil

três plantas centrais. Isolaram-se as parcelas uma das outras através de uma linha

de plantio paralela em seus dois lados. As plantas utilizadas nesta pesquisa tinham

espaçamento de 7 x 7 m, com 225 plantas por hectare e apresentavam bom aspecto

fitossanitário. Antes da aplicação dos tratamentos, as plantas receberam poda de

frutificação. Utilizou-se o sistema de irrigação por microaspersão com um aspersor

por planta.

Aplicaram-se nas plantas cinco doses de potássio: 0; 200; 400; 600 e 800 g

de K planta-1

, parceladas em duas vezes em intervalos de 60 dias na forma de

cloreto de potássio (58% de K2O). Foi aplicada ainda a mesma dosagem de

nitrogênio e fósforo para todos os tratamentos, utilizando 1620 g/planta de ureia e

682 g/planta de fosfato monoamônico granulado parcelados em três vezes.

A escolha das dosagens de adubação foi feita com base no trabalho

realizado por Lederman et al. (2001). Esses autores determinaram que para o

sapotizeiro a partir de quatro anos de idade a dosagem mais adequada de potássio é

de 400 g/planta. A partir desses dados, foram selecionadas duas dosagens inferiores

e duas superiores, variando de 200 em 200 g.

Após a adubação e identificação da floração plena, os frutos foram

marcados no campo em dezembro de 2010, logo no estádio inicial, com 10 a 15

mm de diâmetro transversal para que houvesse uma homogeneidade de frutos com

o mesmo estádio de maturação. A colheita dos frutos foi realizada aos 90, 120,

150, 180 e 200 dias após sua marcação no campo, em seguida eles foram

cuidadosamente acondicionados em caixas de papelão com divisórias e

devidamente transportados para o Laboratório de Pós-colheita da UFERSA –

Mossoró/RN

Aos 200 dias, foi colhido o dobro de frutos, em que metade foi analisada

no dia da colheita e a outra metade armazenada a temperatura ambiente (25ºC ±

Page 79: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

79

2°C e 58% ±1% UR) e analisados após oito dias de armazenamento, quando os

frutos estavam completamente maduros. Em seguida, no laboratório, procedeu-se à

lavagem e secagem dos frutos e análise das características físicas, tais como:

diâmetro transversal e longitudinal, massa do fruto fresco, cor da polpa,

consistência da semente e firmeza. Os frutos foram processados e avaliados quanto

ao pH, sólidos solúveis, acidez total titulável e vitamina C.

O tratamento controle e o tratamento de 400g de K/planta aos 120, 180 dias

da marcação e completamente maduro também foram avaliados quantos às

seguintes variáveis químicas: açúcares solúveis totais (AST), açúcares redutores

(AR), pectinas total e solúvel, atividade antioxidante (AAT), antocianinas totais e

flavonóides amarelos, polifenóis extraíveis totais (PET).

2.2 MÉTODOS USADOS PARA AS VARIÁVEIS ANALISADAS

2.2.1 Massa total

Foi determinada pela pesagem individual dos frutos em balança analítica,

com resultados expressos em gramas (g).

2.2.2 Coloração

Com decorrer do desenvolvimento do fruto, a coloração da polpa foi

determinada através da avaliação visual, conforme Miranda (2002).

2.2.3 Diâmetro transversal e longitudinal

Com uso de um paquímetro manual, foram realizadas as medidas

individuais do diâmetro e comprimento, sendo expressas em centímetro (cm).

2.2.4 Firmeza da Polpa

Page 80: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

80

Para análise da firmeza da polpa, foram usados frutos intactos, sem

nenhum corte ou dano, antes do processamento. A determinação foi feita com o

penetrômetro tipo Fruit Pressure Tester. Foram realizadas duas leituras por fruto,

em lados opostos da porção equatorial, obtendo-se a média. As leituras, em lbf,

foram multiplicadas por 4,482 para expressar o resultado da força necessária para

romper a resistência da polpa em Newtons (N).

2.2.5 pH

O pH foi determinado diretamente na polpa, utilizando-se um pHmetro de

bancada (TECNOPON mPA 210) com membrana de vidro, de acordo com a

recomendação da AOAC (2005), utilizando os tampões 4,0 e 7,0.

2.2.6 Acidez Titulável (AT)

A acidez titulável foi determinada de acordo com a metodologia da

Association of Official Analytical Chemistry (2005), em que se fez a diluição de 1

g de polpa em 50 mL de água destilada e adicionaram-se duas gotas fenolftaleína

1%, usada como indicador do ponto de viragem. Em seguida, fez-se a titulação

com a solução de NaOH 0,1N até a mudança de cor de incolor para rósea clara

permanente. Os resultados foram expressos em percentagem de ácido málico.

2.2.7 Sólidos Solúveis (SS)

A polpa foi processada e filtrada em tecido de organza. Posteriormente, o

conteúdo de sólidos solúveis foi obtido por meio de um refratômetro digital (Atago

palette PR 101) com correção automática de temperatura (escala de 0 a 45%),

conforme metodologia recomendada pela Association of Official Analytical

Chemistry (2005), em que o resultado foi expresso em °Brix.

Page 81: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

81

2.2.8 Relação SS/AT

A relação SS/AT foi obtida por meio do quociente entre os sólidos solúveis

e a acidez titulável da polpa do fruto.

2.2.9 Açúcares solúveis totais (AST)

Os açúcares solúveis totais foram doseados pelo método da antrona,

segundo metodologia descrita por Yemn e Willis (1954). O extrato foi obtido da

diluição de 1 g de polpa em um balão de 50 mL com álcool etílico a 80%, filtrando

em seguida. Uma alíquota de 10 mL foi retirada e transferida para um balão de 100

mL aferido com água destilada. Tubos de ensaio contendo as alíquotas do extrato

(1 mL entre o extrato e água) foram postos no banho de gelo para a adição de 2 mL

o reativo antrona, sendo, logo em seguida, agitados e aquecidos em “Banho-Maria”

a 100ºC por 8 minutos e imediatamente resfriados em banho de gelo. A leitura foi

realizada em espectrofotômetro com comprimento de onda igual a 620 nm, sendo

os resultados expressos em g.100 g-1

, usando-se uma curva padrão de glicose.

2.2.10 Açúcares redutores (AR)

Para análise dos açúcares redutores (AR), a extração foi feita em água

destilada e a determinação foi feita segundo Miller (1959), a partir de 1 g de

amostra de polpa diluída para 100 mL de água destilada e filtrada em papel

Wathman qualitativo nº 1. Em duplicata, tomou-se uma alíquota de 1,5 mL (entre o

extrato e água). A este volume adicionou-se 1 mL de ácido dinitrosalicílico (DNS)

a 1%, procedendo-se à reação em “Banho-Maria”, a 100ºC por 5 minutos. Após

resfriadas em banho de gelo, o volume das amostras foi completado para 10 mL.

As leituras foram feitas em espectrofotômetro a 540 nm. Os resultados foram

expressos em g.100 g-1

da massa fresca, usando-se uma curva padrão de glicose.

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82

2.2.11 Pectina total

Foi realizada pela metodologia descrita por McReady e MacComb (1952),

usando-se 5 g de polpa homogeneizada em 25 mL de etanol 95% (Turrax). As

amostras repousaram por 30 minutos na geladeira. Após o repouso, utilizando-se

um erlenmeyer 500 mL, um funil e pequenos pedaços de organza, cada amostra foi

filtrada e lavada com 10 mL de álcool a 75% por duas vezes. Depois de seca, com

a ajuda de uma espátula, transferiu-se todo o conteúdo da organza para um

erlenmeyer 250 mL com 50 mL de água destilada. Logo depois, utilizando um

pHmetro, ajustou-se o pH para 11,5 com solução de NaOH 1 N para posterior

repouso por 30 minutos na geladeira. A seguir, o pH foi ajustado para 5,0-5,5 com

ácido acético glacial diluído (15 mL / 50 mL) para permitir as condições ideais de

hidrólise por meio da pectinase (E.C. 3.2.1.15) de Aspergillus niger, 1 U/mg

(Merck). Foram adicionados 10 µl de pectinase e levou-se para agitação por 60

minutos em agitador (shaker). As amostras foram filtradas e transferidas para

balões de 100 mL aferidos com água destilada. As leituras foram feitas em

duplicata, por colorimetria, a 520 nm, mediante reação de condensação com m-

hidroxidifenil, segundo Blumenkrantz e Asboe-Hansen (1973), sendo os resultados

expressos em mg de pectina por 100 g da massa fresca da polpa, usando-se uma

curva padrão de ácido galacturônico.

2.2.12 Pectina solúvel

Foi realizada conforme McReady e MacComb (1952), usando 5 g de polpa

homogeneizada em 25 mL de etanol 95% (Turrax). As amostras repousaram por 30

minutos na geladeira. Após o repouso, utilizando um erlenmeyer 500 mL, um funil

e pequenos pedaços de organza, cada amostra foi filtrada e lavada com 10 mL de

álcool a 75% por duas vezes. Depois de seca, com a ajuda de uma espátula,

transferiu-se todo o conteúdo da organza para um erlenmeyer 250 mL com 20 mL

de água destilada e levou-se para agitação por 60 minutos em agitador (shaker).

Cada amostra foi filtrada e de cada uma retirou-se uma alíquota de 10 mL e diluiu-

Page 83: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

83

se com água destilada no balão de 100 mL (proporção 1:10). As leituras foram

feitas em duplicata, por colorimetria, a 520 nm, mediante reação de condensação

com m-hidroxidifenil, segundo Blumenkrantz e Asboe-Hansen (1973), sendo os

resultados expressos em mg de pectina por 100 g da massa fresca da polpa, usando-

se uma curva padrão de ácido galacturônico.

2.2.13 Vitamina C

Foi obtida por titulometria, usando a solução de DFI (2,6 dicloro-

fenolindofenol a 0,02%) até coloração rósea clara permanente. A análise foi feita

segundo a metodologia descrita por Strohecker e Henning (1967), utilizando 5 g de

polpa diluída em 100 mL de ácido oxálico 0,5 %, e do filtrado foram retirados 5

mL, em duplicata, completando o volume para 50 mL com água destilada. Em

seguida, fez-se a titulação, sendo os resultados expressos em mg de ácido

ascórbico.100 g-1

de polpa.

2.2.14 Antocianinas totais e flavonóides amarelos

As antocianinas totais e os flavonóides amarelos foram doseados segundo

Francis (1982). Em ambiente escuro, pesou-se 1 g de polpa em duplicata. Em

seguida, adicionaram-se 30 mL da solução extratora etanol (95%) - HCl (1,5N) na

proporção 85:15. As amostras foram homogeneizadas (Turrax) por 2 minutos.

Logo depois, o conteúdo foi transferido diretamente para um balão volumétrico de

50 mL ao abrigo da luz, aferido com a solução extratora, homogeneizado e

armazenado em frasco âmbar, o qual ficou em repouso por uma noite na geladeira.

No dia seguinte, o material foi filtrado em um béquer de 50 mL protegido da luz.

As leituras foram realizadas em espectrofotômetro, no comprimento de onda igual

a 535 nm para antocianinas e 374 nm para flavonóides amarelos. Os resultados

foram expressos em mg.100 g-1

, por meio das seguintes fórmulas:

Antocianinas totais = Absorbância x fator de diluição/98,2

Flavonóides amarelos = Absorbância x fator de diluição/76,6

Page 84: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

84

2.2.15 Polifenóis extraíveis totais (PET)

Os polifenóis extraíveis totais foram determinados de acordo com

metodologia descrita por Larrauri et al. (1997), por meio do reagente de Folin-

Ciocalteu. Na extração, foram pesados 2 g de polpa e adicionaram-se 20 mL de

solução de metanol 50% (primeira solução extratora). A mistura foi

homogeneizada (homogeneizador ‘Turrax’), ficou em repouso por uma hora para

extração e foi centrifugada a 10.000 rpm por vinte minutos. Após a centrifugação,

o sobrenadante obtido foi filtrado e colocado em um balão de 50 mL protegido da

luz. Foram adicionados, no precipitado, 20 mL da solução de acetona 70%

(segunda solução extratora). A mistura repousou por mais uma hora e foi

centrifugada a 10.000 rpm durante vinte minutos. O segundo sobrenadante obtido

foi misturado ao primeiro no mesmo balão de 50 mL, aferido com água destilada,

obtendo-se o extrato. A determinação foi realizada em duplicata, usando alíquotas

de 0,1, 0,3, 0,4 mL de extrato, completando o volume para 1 mL com água

destilada, 1 mL do reagente Folin-Ciocalteu, 2 mL de NaCO3 20% e 2 mL de água

destilada em tubos de ensaio. Logo depois, os tubos foram agitados (Vórtex) e

deixados em repouso por 30 minutos. Depois de decorrido esse tempo, a leitura foi

realizada em espectrofotômetro, usando-se a curva padrão de ácido gálico e os

resultados foram expressos em mg de ácido gálico.100 g-1

de polpa.

2.2.16 Atividade antioxidante total (AAT)

2.2.16.1 DPPH

O método adotado foi o descrito por Brands-Williams et al. (1995) e

modificado por Sánchez-Moreno et al. (1998) para medir os parâmetros cinéticos.

A partir da solução inicial de DPPH (60 M), foram preparadas, em balões

volumétricos de 10 mL, soluções variando a concentração de 10 a 50 M.

Utilizaram-se todas as contrações para gerar uma curva, adotando o metanol como

Page 85: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

85

branco. O extrato utilizado foi o mesmo do procedimento dos polifenóis extraíveis

totais. A leitura foi realizada em duplicata a 515 nm.

Primeiramente, foi gerada uma cinética para determinar o tempo de

estabilização da absorbância de cada tratamento. Nesse processo, foram preparadas

em tubos de ensaio três diluições diferentes de cada extrato (10, 20, 40). Em

ambiente escuro, transferiu-se uma alíquota de 8 µL de cada diluição do extrato,

em duplicata, para microplacas com 295 µL do radical DPPH (item solução de

DPPH 0,06 mM).

Foram utilizadas também 8 µL da solução controle (item solução controle

de álcool metílico, acetona e água) com 295 µL do radical DPPH e metanol, como

branco, para calibrar a leitora de microplacas.

As amostras foram agitadas e a leitura foi realizada dentro de dois minutos,

após a adição da solução de DPPH na primeira amostra. As leituras (515 nm)

foram monitoradas de dois em dois minutos e, após dez minutos, a cada cinco

minutos, quando se observou a redução da absorbância até sua estabilização.

Depois da determinação do tempo de estabilização, foram realizadas as

leituras das três diluições de cada extrato, após cinquenta e cinco minutos da adição

da solução do DPPH.

A leitura da absorbância final para o cálculo do EC50 foi feita após a

estabilização da absorbância (tempo EC50). Após a leitura, substituiu-se (Eq. 1) o

valor correspondente à metade da absorbância inicial do controle pelo y da equação

da curva do DPPH para encontrar o consumo em μM DPPH e, em seguida,

transformou-se para g DPPH, através da transformação: g DPPH = (μM DPPH /

1.000.000) * 394,3 (peso molecular do DPPH). A partir das absorbâncias obtidas

das diferentes diluições dos extratos, foi possível plotar a absorbância no eixo Y e

diluição (mg/L) no eixo X e determinar a equação da reta (Eq. 2). Para calcular a

AAT, deve-se substituir a absorbância equivalente a 50% da concentração do

DPPH pelo y (Eq. 2) e encontrar o resultado que corresponde à amostra necessária

para reduzir em 50% a concentração inicial do radical DPPH (EC50).

A partir do resultado (mg/L) encontrado na equação 2, deve-se dividir por

1.000 para se ter o valor em g e, em seguida, dividir pelo valor encontrado em g

Page 86: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

86

DPPH (Eq. 1) para obter o resultado final (Eq. 3), que é expresso em g fruta

(porção comestível)/g DPPH.

2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foi realizada uma análise de variância para testar os tratamentos e uma

análise com ajustamento de curvas para os dados quantitativos. Para a análise dos

dados, foram utilizados os programas SAS (Statistical Analysis System) e

Microsoft Office Excel, as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a p

0,01 e p 0,05. A relação da atividade antioxidante e compostos bioativos foi

obtida através da correlação de Pearson, segundo Landim (2003).

Page 87: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

87

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 ATRIBUTOS FÍSICOS

Alguns parâmetros, como a massa fresca e o tamanho dos frutos, têm

grande importância na comercialização por serem utilizados para avaliar a

qualidade dos frutos. A massa fresca do sapoti apresentou interação significativa

entre dose e tempo de desenvolvimento a p ≤ 0,05 pelo teste F (Apêndice 2). Essa

influência da adubação sobre a massa do fruto também foi observada por Veloso et

al. (2001) na adubação potássica do abacaxi.

Independentemente da dosagem aplicada, os frutos atingiram maior massa

aos 200 dias, quando a dosagem de 400 g de potássio por planta apresentou a maior

massa fresca (195,75 g) e o controle a menor (174,93 g). Ao longo do

desenvolvimento, dentre as doses testadas, o tratamento controle apresentou menor

massa (Figura 7 A e B).

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88

Figura 7 - Massa fresca (A e B), tamanho (C e D), firmeza (E) dos frutos de sapotizeiro em função dos diferentes estádios de maturação e

em função da adubação com cinco doses de potássio (K).

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89

Para Moura e Júnior (1999), os sapotis “Itapirema-31” têm uma

massa média de 187 g, podendo atingir até 450 g. A massa fresca foi

reduzida com o armazenamento (8 dias em 25ºC ± 20C e 58% ±1% UR).

Essa redução na massa fresca dos frutos pode ter sido causada pela perda de

água por meio da transpiração do fruto, depois de destacado da planta.

Os diâmetros longitudinais e transversais do sapoti não foram

afetados pelas doses testadas, mas sofreram influência do estádio de

maturação a 1% de probabilidade pelo teste F (Apêndice 2). Aos 200 dias, os

frutos alcançaram seu tamanho máximo com um diâmetro transversal de

7,04 cm e longitudinal de 6,92 cm. Durante todo o desenvolvimento, o

diâmetro transversal foi superior ao longitudinal, o que indica que o fruto

tem um formato arredondado, sendo a relação diâmetro transversal e

longitudinal maior do que 1 (Figuras 7C e 7D). Brito e Narain (2002), ao

trabalhar com o sapoti, encontraram diâmetros transversais de 7,6 cm e

longitudinais de 6,4 cm.

A coloração é um dos atributos de qualidade mais atrativos para o

consumidor, devendo apresentar uniformidade e intensidade. Os principais

pigmentos vegetais são: clorofilas, carotenoides (carotenos, licopeno,

xantofilas) e flavonóides (antocianinas) (MORAIS, 2005). De acordo com

este autor, a polpa do sapoti escurece com o amadurecimento, passando de

creme para marrom.

O mesmo foi observado neste trabalho, no qual ao longo do

desenvolvimento a coloração da polpa passou de creme com bordas

esverdeadas aos 90 dias para marrom escuro aos 208 dias. Aos 180 dias, a

polpa possuía coloração bege escura com bordas marrons, passando para

marrom aos 200 dias.

Os sapotis, nos estádios iniciais de desenvolvimento, encontravam-

se extremamente firmes, o que impossibilitou sua determinação antes dos

180 dias. Houve diferença significativa apenas para os tempos de

desenvolvimento a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 2).

A firmeza dos frutos foi reduzida de 101,52 para 27,12 N ao longo

do desenvolvimento (Tabela 6), o que pode ser explicado pela degradação

Page 90: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

90

das protopectinas, alterando a constituição da parede celular e provocando

um amaciamento dos frutos.

Tabela 6: Firmeza dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de

maturação e submetido a adubação potássica (K).

Potássio (K)

Tempo (dias) Firmeza (N)

180 101,52 a

200 91,48 b

208 27,12 c Letras minúsculas representam diferença estatística entre as

doses testadas a p ≤ 0,05 pelo teste de Tukey.

Estudos realidos por Morais et al. (2006) com duas cultivares de

sapoti mostram que a firmeza dos frutos da cultivar BRS-227 foi reduzida de

84,91 para 5,19 N, no final do armazenamento, ao passo que para a BRS-228

a firmeza passou de 80,88 para 30,31 N.

De acordo com Reyes et al. (2005), a redução da firmeza está

relacionada à atividade das enzimas pectinametilesterase e

poligalacturonase, em que as alterações de amolecimento nos tecidos são

devido à dissolução dos componentes da parede celular pela atividade das

enzimas pectinametilesterase e poligalacturonase. A primeira catalisa a

desmetilação de ácido poligalacturónico na parede celular e a segunda induz

as rupturas das cadeias do referido ácido, o qual promove amolecimento dos

tecidos.

3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS

Para o pH, as dosagens aplicadas não diferiram estatisticamente, ao

passo que o tempo de desenvolvimento foi significativo a probabilidade de

1% pelo teste F (Apêndice 2). Os valores de pH aumentaram até os 150 dias,

havendo uma pequena redução aos 180 dias. Após os 180 dias, os valores do

pH permaneceram constantes até os 208 dias, com uma variação de 5,68 a

5,16 (Figura 8 A e B). Já Costa et al. (2000) verificaram decréscimo linear

no pH do sapoti ao longo do desenvolvimento, variando de 5,70 a 4,97.

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91

Figura 8 - pH (A e B) e acidez titulável (C e D) dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes estádios de maturação e em função da

adubação com cinco doses de potássio (K).

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92

A acidez titulável foi influenciada pelo tempo de desenvolvimento do fruto

e pelas doses de adubação a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 2). A acidez foi maior

aos 90 dias (0,26 a 0,22%), depois se reduziu até os 180 dias (0,12 a 0,13%),

aumentando em seguida até o estádio completamente maduro (0,20 a 0,19%).

Aos 90 dias, a menor acidez foi apresentada pelo o tratamento controle,

não havendo muita diferença entre as dosagens nos frutos completamente maduros

(Figura 8C e 8D). Comportamento semelhante da acidez foi encontrado por

Oliveira (2012), em que a acidez do sapoti reduziu-se com o avanço da maturação

de 0,29% aos 90 dias para 0,11% aos 150 dias, aumentando no estádio maduro para

0,17%.

Para o conteúdo de sólidos solúveis, as dosagens aplicadas apresentaram

diferença significativa a p≤ 0,05 e o tempo de desenvolvimento diferiu

significativamente a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 2). Observa-se uma linearidade

dos dados para sólidos solúveis durante o desenvolvimento do sapoti. Houve

aumento do conteúdo de sólidos solúveis ao longo do desenvolvimento, atingindo

seu valor máximo aos 208 dias (18,31 a 19,98 ºBrix) (Figura 9A e 9B).

Page 93: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

93

Figura 9 - Conteúdo de Sólidos solúveis (A e B), relação SS/AT (C e D) dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes estádios de

maturação e em função da adubação com cinco doses de potássio (K).

Page 94: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

95

O conteúdo de sólidos solúveis deste trabalho foi menor do que o relatado por

Alves et al. (2000) em sapoti (25,98 °Brix).

Apesar da pequena diferença nos valores de SS entre as doses, a dosagem de

400 g de K/planta apresentou conteúdo de sólidos solúveis superior às demais. O

controle durante todo o desenvolvimento apresentou-se inferior aos outros tratamentos,

sendo que estes não diferiram entre si.

Segundo Marodin et al. (2010), o potássio aumentou o conteúdo de sólidos

solúveis em morango. Conforme Taiz e Zeiger (2004), isso pode ser explicado pela sua

atuação na regulação da abertura estomática, a qual está relacionada diretamente à

fotossíntese e, portanto, à síntese de fotoassimilados, melhorando a qualidade dos

frutos.

O tempo de desenvolvimento e as dosagens testadas tiveram efeito sobre a

relação SS/AT, sendo a diferença significativa a 1% de probabilidade pelo teste F

(Apêndice 2). De acordo com Oliveira et al. (2010), a relação SS/AT, indicativo do

sabor do fruto, aumenta com o avanço do estádio de maturação, com uma variação de

28,21 a 99,14 na relação SS/AT do sapoti. A partir dos 120 dias, dentre as dosagens

testadas, a dose de 400 kg de K/planta obteve a maior relação SS/AT, ao passo que o

tratamento controle foi inferior aos demais (Figura 9 C e 9D).

3.3 ATRIBUTOS QUÍMICOS

O tempo de desenvolvimento afetou o teor de açúcares solúveis totais e

açúcares redutores. Não houve diferença significativa entre as doses de potássio, sendo

o tempo significativo a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 2).

Os teores de açúcares solúveis totais dos estádios de maturação aos 180 e 208

dias não apresentaram diferença significativa. Houve aumento dos teores de açúcares

solúveis totais de 6,4 % aos 120 dias para 12,25 % aos 208 dias (fruto maduro) (Tabela

7). Brito e Narain (2002), avaliando sapoti, verificaram que os teores de açúcares totais

Page 95: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

96

aumentaram de 11,4 % para 13,5 % ao longo do desenvolvimento. Apenas os teores de

açúcares redutores 120 aos dias, diferiram dos demais. O teor de açúcares redutores

aumentou até os 208 dias (Tabela 8).

Tabela 7: Conteúdo de açúcares solúveis totais (%), pectina total e polifenóis

extraíveis totais (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de

maturação e submetido a adubação com potássio (K).

Potássio (K)

Tempo (dias) Açúcares

Solúveis (%) P. T. (mg/100 g) PET (mg/100 g)

180 6,40 b 392,5 a 1013,98 a

200 11,35 a 315,5 b 797,62 b

208 12,25 a 256,5 c 110,03 c

Doses (g/planta) Açúcares

Solúveis (%) P. T. (mg/100 g) PET (mg/100 g)

0 10,38 a 334 a 612,02 b

400 9,61 a 309 b 669,07 a Letras minúsculas representam diferença estatística entre as doses testadas a p≤ 0,05 pelo

teste de Tukey.

Page 96: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

97

Tabela 8: Teor de açúcares redutores (%), conteúdo de pectina solúvel, flavonóides

amarelos, antocianina e atividade antioxidante (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em

diferentes estádios de maturação submetido a adubação com potássio (K).

Letras minúsculas representam diferença estatística entre as doses testadas a p≤ 0,05 pelo teste

de Tukey.

Estes dados são superiores aos de Miranda (2002), quando se atingiu um teor

de açúcares redutores em torno de 6% aos 180 dias, aumentando ao longo do

desenvolvimento. O autor ainda relata que o aumento do teor de açúcares ocorre

porque os frutos ligados à planta importam açúcares assimilados pela planta através de

fotossíntese. Além disso, o látex é outra possível fonte de açúcares solúveis no final do

crescimento.

O tempo de desenvolvimento e as doses de potássio testadas afetaram o

conteúdo de pectina total e solúvel (Apêndice 2). O conteúdo de pectina total

decresceu ao longo do desenvolvimento, sendo que todos os tempos e doses diferiram

entre si (Tabela 7), ao passo que o conteúdo da pectina solúvel aumentou, havendo

diferença entre todos os tempos de desenvolvimento e entre as doses (Tabela 8).

O conteúdo de pectina total está associado à firmeza do fruto. De acordo com

Arruda et al. (2003), as pectinas fazem parte da lamela média e parede primária da

célula vegetal. Elas se solubilizam ao longo do desenvolvimento, mudando a estrutura

Potássio (K)

Tempo

Variável Dose 120 dias 180 dias 208 dias

Açúcares Redutores (%) 0 g 5,23 Ba 8,42 Aa 11,04 Aa

400 g 5,55 Ba 9,29 Aa 11,61 Aa

Pectina Solúvel (%) 0 g 81 Cb 167 Bb 198 Ab

400 g 143 Ca 178 Ba 210 Aa

Flav. Am. (mg/100 g) 0 g 37,48 Aa 24,6 Ba 12,95 Ca

400 g 27,18 Ab 19,32 Bb 6,25 Cb

Antocianina (mg/100 g) 0 g 8,93 Aa 3,93 Ba 3,43 Ca

400 g 5,91 Ab 2,59 Bb 1,17 Cb

AAT (mg/100 g) 0 g 1367,86 Ab 919,82 Bb 559,63 Cb

400 g 1478,63 Aa 947,95 Ba 568,56 Ca

Page 97: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

98

e composição da parede celular, tornando o fruto mais macio. Essa solubilização com o

decorrer do desenvolvimento explica a relação entre a redução da pectina total, o

aumento da pectina solúvel e a perda de firmeza.

Morais et al. (2005), estudando o sapoti “Itapirema-31”, observaram que na

maturidade fisiológica o conteúdo de pectina solúvel se encontra entre 100 a 200

mg/100 g, números semelhantes aos deste trabalho. Já os conteúdos de pectina total

foram superiores aos deste trabalho, sendo maior do que 600 mg/100 g. O tratamento

controle apresentou conteúdo de pectina total superior e um conteúdo de pectina

solúvel inferior ao tratamento de 400 g/planta de potássio (Tabelas 7 e 8).

3.4 COMPOSTOS BIOATIVOS

Embora o conteúdo de vitamina C não tenha apresentado diferença

significativa para as doses de potássio, houve interação entre o estádio de maturação e

as doses testadas a 1% de probabilidade pelo teste F (Apêndice 2). O conteúdo de

vitamina C foi maior aos 90 dias (14,21 a 16,82 mg/100 g), ao passo que os frutos

completamente maduros apresentaram conteúdo de vitamina C em torno de 8,99 a

10,26 mg/100 g (Figura 10A e 10B).

Page 98: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

99

Figura 10- Conteúdo de vitamina C dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes

estádios de maturação (A) e em função da adubação com cinco doses potássio (K) (B).

Oliveira et al. (2011) encontraram um conteúdo de vitamina C na polpa de

sapoti de 8,45 mg/100g. Estes autores afirmam que durante o amadurecimento, ocorre

a oxidação dos ácidos e, consequentemente, redução do conteúdo de vitamina C,

Page 99: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

100

indicando a senescência do fruto. De acordo com Chitarra e Chitarra (2005), a atuação

de enzimas causa uma diminuição do conteúdo de vitamina C com a maturação e o

armazenamento.

Tanto o tempo de desenvolvimento quanto as doses testadas influenciaram no

conteúdo de flavonóides amarelos e antocianinas totais (Apêndice 2). O conteúdo de

flavonóides e antocianinas decresceu ao longo do desenvolvimento, sendo que todos os

tempos e doses diferiram entre si. O tratamento de 400g/planta de potássio apresentou

menores conteúdos de flavonóides e antocianinas totais do que o seu controle (Tabela

8).

Menores conteúdos de flavonóides amarelos foram registrados por Oliveira

(2012), quando também houve queda dos conteúdos de flavonóides amarelos da sapota

(11,44 mg/100 g a 5,59 mg/100 g) ao longo do desenvolvimento.

De acordo com Fernández et al. (2011), as antocianinas do sapoti podem

diminuir ao longo do amadurecimento (1,22 a 0,35 mg/100 g), pois elas podem estar

sendo utilizadas como substrato pela enzima polifenoloxidase para formar quinonas.

Além disso, as antocianinas presentes nos frutos maduros e a senescência da polpa da

fruta contribuem para sua cor característica.

Os estádios de maturação e as doses testadas influenciaram no conteúdo de

polifenóis extraíveis totais (PET) e atividade antioxidante (AAT) pelo teste F a 1% de

probabilidade (Apêndice 2). Com o avanço do estádio de maturação, os conteúdos de

PET e a atividade antioxidante decresceram. Tanto os tempos de desenvolvimento do

fruto, quanto as doses diferiram estatisticamente entre si (Tabela 6).

Shui (2004) observou que a capacidade antioxidante do sapoti sofreu redução

por volta do terceiro ao quarto dia de armazenamento, ao passo que Reyes et al. (2005)

verificaram que o conteúdo de fenólicos total diminuiu durante o processo de

maturação dos sapotis. Segundo esses autores, durante a maturação ocorre a oxidação

de fenóis ou mono-hídrico, di-hídrico, diminuindo o conteúdo de fenólicos ativos, por

meio do aumento da atividade da polifenoloxidase, enzima que degrada os fenóis,

Page 100: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

101

durante o processo de maturação do sapoti, apresentando maior atividade na

maturidade de consumo.

O tratamento de 400g/planta de potássio apresentou maior conteúdo de PET e

maior atividade antioxidante do que o seu controle (Tabela 7 e 8). Os resultados estão

de acordo com Silveira (2000), que relata que altas concentrações de potássio nos

tecidos favorecem a síntese e o acúmulo de compostos fenólicos, aumentando a

capacidade antioxidante.

A atividade antioxidante serve para identificar o poder antioxidante dos

compostos bioativos, os quais, de acordo com a tabela 9, se comportaram de forma

similar, havendo correlação positiva entre a atividade antioxidante e os compostos

bioativos avaliados. Dentre os compostos bioativos analisados, a vitamina C foi o que

apresentou menor correlação com a atividade antioxidante, ao passo que o conteúdo de

polifenóis extraíveis totais possui a maior corelação com a atividade antioxidante.

Page 101: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

102

Tabela 9: Correlação de Pearson entre as variáveis: vitamina C (Vitam. C),

flavonóides amarelos (Flav. Amarelo), antocianinas (Antoc.) e polifenóis extraíveis

total (PET) com atividade antioxidante de sapoti em diferentes estádios de maturação e

submetido a adubação com potássio (K).

Potássio (K)

Tempo Doses Atividade antioxidante

Vitam. C Flav. Amarelo Antoc. PET

120 0 0,37 0,60 0,63 0,90

120 400 0,38 0,65 0,62 0,98

180 0 0,30 0,65 0,63 0,83

180 400 0,35 0,69 0,69 0,82

208 0 0,33 0,61 0,70 0,85

208 400 0,39 0,66 0,69 0,89

Isabelle et al. (2010) constataram que a vitamina C do sapoti é responsável por

apenas 1,1% da atividade antioxidante, ao passo que Shui (2004) encontrou uma forte

correlação entre a atividade antioxidante do sapoti e seu conteúdo de fenólicos totais,

concordando com os dados desta pesquisa.

Page 102: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

103

4 CONCLUSÕES

A qualidade e composição química dos frutos foram influenciadas pela

adubação potássica e pelos estádios de maturação.

No experimento de potássio, a dose de 400 g de K/planta gerou frutos de maior

massa, maiores valores de polifenóis e, portanto, maior atividade antioxidante.

Nos estádios finais de maturação (fruto maduro), os frutos estavam maiores e

menos firmes e com maior teor de açúcares, no entanto, apresentavam menor conteúdo

de compostos bioativos e atividade antioxidante.

A atividade antioxidante está mais correlacionada ao conteúdo de polifenóis

extraíveis totais.

Page 103: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

104

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Page 107: Dissertação LAÍSE NASCIMENTO COSTA.pdf

108

Apêndice 2: Valores do quadrado médio das características físicas, químicas e físico-químicas

da qualidade do sapoti ao longo do desenvolvimento submetido a diferentes dosagens de

adubação potássica (K).

Causas de

Variação

Quadrados Médios

GL Diâ. Long. Diâ. Trans. Massa SS GL Firmeza

Bloco 4 0.033 ns

0.831 * 2778.112 ** 1.677 ns

4 742.82 ns

Dose 4 0.267 ns

0.442 ns

1740.853 * 3.659 * 4 523.716 ns

Tempo 5 14.551 ** 18.224 ** 65139.381 ** 64.623 ** 2 12485.84* *

Tempo*dose 20 0.168 ns

0.317 ns

1147.896 * 11.198 ** 8 296.177 ns

Erro 49 0.189 0.248 638.064 1.411 34 253.571

CV% 7.45 8.57 20.33 6.98 19.81

Causas de

Variação

Quadrados Médios

GL AT (SS/ATT) pH Vita C

Bloco 4 0.0000326 ns

3.8384 ns

0.039 ns

1.963 ns

Dose 4 0.0035543 ** 4822.68 ** 0.013 ns

5.205 ns

Tempo 5 0.0476860 ** 13370.33 ** 0.678 ** 121.020 **

Tempo*dose 20 0.0037543 ** 1322.700 ** 0.055 ** 20.535 **

Erro 49 0.00003267 3.8162 0.017 4.552

CV% 3.280985 1.82 2.39 3.28

Causas de

Variação

Quadrados Médios

GL AST AR P. T. P. S.

Bloco 4 14.817 ns

0.166 ns

36.278 ns

0.000064 ns

Dose 1 41.183 ns

1.191 ns

5857.861 ** 0.003432**

Tempo 2 291.899 ** 37.114 ** 25750.138 ** 0.014429**

Tempo*dose 2 17.923 ns

7.616 ** 101.250 ns

0.001704**

Erro 13 20.304 0.470 91.083 0.000025

CV% 38.29 9.09 4.23 17.22

Causas de

Variação

Quadrados Médios

GL Flav. Am. Antoc. PET AAT (DPPH)

Bloco 4 1.998 ns

0.123 ns

503.150 * 8426.561 ns

Dose 1 236.396 ** 19.775 ** 14805.972 ** 21265.745 **

Tempo 2 618.813 ** 52.772 ** 937519.359 ** 613557.23 **

Tempo*dose 2 15.124 * 1.284 * 365.166 ns

65482.685 **

Erro 13 3.501 0.213 105.012 3526.553

CV% 7.15 9.37 1.32 5,98 ns

não significativo,* significativo a 5%, ** significativo a 1%, pelo teste F.

Diâ. Long. = Diâmetro Longitudinal (cm); Diâ. Trans. = Diâmetro Transversal (cm); Massa

(g); SS = sólidos solúveis (°BRIX); Firmeza (N); ATT = acidez total titulável (%); (SS/ATT)

= Relação SS/ATT; pH = Potencial hidrogeniônico; Vita C = Vitamina C (mg/100 g); AST. =

açúcares solúveis totais (%); AR = açúcares redutores (%); PT = pectina total (%); PS =

pectina solúvel (%); Flav. Am. = flavonóides amarelos (mg/100 g); Antoc.= Antocianinas

(mg/100 g); PET = polifenóis extraíveis totais; AAT (DPPH) = Atividade antioxidante total

pelo ensaio do DPPH (EC50 (g da fruta/g DPPH);