universidade candido mendes instituto a vez do … · (a corrosão do caráter, 1999), karl polanyi...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
MONOGRAFIA
AS CONSEQUÊNCIAS DO CAPITALISMO NA
EVOLUÇÃO DO MUNDO MODERNO
Por: Marcelo Gomes de Sena
Orientador
Prof. Marcelo Martins Saldanha da Gama
Rio de Janeiro
Fevereiro / 2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
AS CONSEQUÊNCIAS DO CAPITALISMO NA
EVOLUÇÃO DO MUNDO MODERNO
Objetivos:
A ganância dos capitalistas à época da Revolução
Industrial - século XIX - ainda é refletido nos dias atuais.
Houve uma considerável evolução daquele sistema
desumano de trabalho, porém, nunca houve uma
preocupação efetiva em relação à sustentabilidade de
nossas ações extrativistas. Existe uma preocupação
mundial no controle da emissão de gases nocivos ao
meio ambiente e à produção de lixo, porém, ainda não
alcançamos a velocidade ideal para a implementação de
medidas eficazes. As gerações futuras certamente
viverão em um ambiente pior que o nosso. A negação do
individualismo e uma reeducação social podem ser o
caminho para a valorização do fator humano e a
reavaliação de nossos valores. É nossa obrigação
propagar a conscientização ‘verde’, a fim de reduzir a
3
emissão de resíduos tóxicos gerados pelo desnecessário
consumismo atual.
Marcelo Gomes de Sena
Fevereiro / 2010
4
AGRADECIMENTOS
Aos autores das obras utilizadas, entrevistados, corpo
docente do Instituto “A Vez do Mestre, ao Prof. Paulo
José Gonçalves pela condução da matéria, ao Prof.
Marcelo Saldanha pela orientação do trabalho. Aos
alunos e pessoas que, direta e indiretamente
contribuíram para a confecção deste trabalho acadêmico
e suas atualizações.
5
DEDICATÓRIA
Dedico este livro à minha família, que sempre me
incentivou a seguir a linha do conhecimento, a fim de
tornarem mais justas nossas decisões, com o respectivo
embasamento teórico.
Marcelo Gomes de Sena
6
RESUMO
O presente estudo é focado em um alerta à degradação do meio
ambiente, pela simples valorização do fator humano e sua conscientização
ambiental. A função dos gestores não deve limitar-se a determinar ações e
metas a serem atingidas, mas coordenar meios onde o canal de comunicação
esteja frequentemente aberto. Para isso, é essencial que este profissional
esteja constantemente atualizado ao mercado e apto a ser administrador de
recursos humanos.
7
METODOLOGIA
A Proposta deste trabalho é apresentar uma relação sustentável
entre os gananciosos métodos capitalistas atuais e sua influência na
preservação do meio ambiente através da mera auto-conscientização
dos funcionários de uma instituição, proporcionada pelo seu bem-estar
no local onde trabalha.
A fim de subsidiar este estudo, foram feitas pesquisas
bibliográficas (livros, entrevistas, websites) e observações de
comportamento no própiro ambiente de trabalho, que foram de grande
auxílio para fundamentar as informações adquiridas nas pesquisas
bibliográficas. Os principais autores consultados foram Richard Sennet
(A Corrosão do Caráter, 1999), Karl Polanyi (A Grande Transformação –
As origens da nossa época, 2000) e Alfie Kohn (Punidos pelas
Recompensas, 1998).
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
ECONOMIA DE MERCADO 10
CAPÍTULO II
CICLO ECONÔMICO 17
CAPÍTULO III
VIVER BEM 30
CONCLUSÃO 39
ÍNDICE 42
9
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, as empresas passam por constantes ajustes,
enfrentando acirradas concorrências, inclusive externas.
Um dos maiores desafios das grandes empresas é formar líderes
capazes de manter a equipe de trabalho auto-confiante e aproveitar ao máximo
a capacidade e a criatividade de cada indivíduo.
Embora não haja meios rápidos para o atingimento dessa meta, existem
vários estudos que apontam a valorização do fator humano como fundamental
para manter uma equipe motivada.
Em contrapartida, sua desmotivação pode gerar crises existenciais,
descaso com as outras pessoas e prejuízos à instituição e ao mundo que a
cerca.
O simples e velho ‘feedback’, cada vez mais em desuso no meio
capitalista, ou a manutenção de um canal de comunicação aberto podem
elevar a moral do grupo e fazê-lo reconhecer a importância do capital humano.
10
CAPÍTULO I
ECONOMIA DE MERCADO
“A comparação entre o ritmo da mudança e o ritmo
do ajustamento decidirá o que deve ser visto como
resultado líquido da mudança.” (Polanyi, 2000, p. 58)
1.1 - Definição
A Revolução Industrial foi apenas o início de toda uma adaptação de
idéias e procedimentos ocorridos na Inglaterra do século XVIII, que mudaram
para sempre os hábitos de toda a população. Porém, essa radical mudança
tinha um viés totalmente materialista, e defendia que todos os problemas
humanos seriam resolvidos com o acúmulo ilimitado de bens materiais.
Seria precipitado afirmar que o advento da máquina foi o grande
responsável pelas mudanças, porém, é certo que a utilização da grande
mecanização nos estabelecimentos fabris da época, e na produção em escala
comercial, deu início ao mercado auto-regulável.
O emprego dessas grandes maquinarias eram bastante dispendiosas e,
para que fosse vantajosa sua utilização, a fim de obter o ganho necessário
para bancar seus custos, teriam que produzir em grandes quantidades. Mas
como poderia ser garantida a venda dessas mercadorias em grandes
quantidades? E como garantir o fornecimento da matéria-prima necessária à
alimentação das máquinas? A resposta é relativamente simples: tudo que é
produzido deve estar à venda nas quantidades necessárias para aqueles que
possam pagar por eles.
11
Agora, o lucro torna-se o principal atrativo, em detrimento da
subsistência. As transações comerciais são essencialmente monetárias,
modelo definitivamente introduzido nos intercâmbios do meio industrial. Toda
renda deve advir da venda de algum produto e, qualquer que seja a verdadeira
fonte de renda de uma pessoa, ela era vista como objeto de uma venda. Este é
o significado da expressão “sistema de mercado”. Após seu estabelecimento,
seu funcionamento deve ser garantido sem qualquer interferência externa. Os
mercadores passam a auferir seus lucros no mercado, não havendo mais a
garantia do número ‘certo’ de consumidores. Os preços têm a liberdade de se
auto-regularem. Esse sistema auto-regulável de mercados ficou conhecido
como “economia de mercado”.
Uma “economia de mercado” nada mais é que um sistema auto-
regulável de mercados, movida exclusivamente pelos preços do mercado. Um
sistema capaz de organizar um sistema econômico sem qualquer ajuda ou
interferência externa. Foi sob essa ótica que toda essa natureza acumulativa
ingressou na raça humana.
1.2 – Início do ciclo linear de consumo
Esse novo posicionamento ideológico certamente iria desorganizar as
relações humanas e ameaçar seu próprio habitat. De fato, o pior aconteceu, e
seu verdadeiro caráter degradativo foi exposto através das leis que governam
o mercado auto-regulável.
Não houve uma verdade satisfatória para essa mudança de
comportamento ou ideologia. Ainda hoje, os regulamentos que governavam a
riqueza e a pobreza, chamados lei dos salários e lei da população não foram
bem explicados. A exploração da mão-de-obra da época foi apresentada com
outra conotação, tanto para a riqueza como para a pobreza, incapaz de
encontrar resposta para o fato de os salários nas favelas industriais serem mais
altos do que os de quaisquer outras áreas. Falava-se em um conjunto de
causas, que também não é satisfatório.
12
Era unânime o ponto de vista dos conservadores, liberais, capitalistas e
socialistas da época que referiam-se às condições sociais da Revolução
Industrial como um grande abismo da degradação humana.
Os centros urbanos medievais eram organizações de burgueses, e
somente eles tinham o direito de exercer a cidadania. O próprio sistema
separava os burgueses dos não-burgueses, onde nem os camponeses nem os
mercadores de outras cidades faziam parte da melhor classe.
1.3 – Acúmulo de riquezas
A exemplo de uma tribo indígena que habita uma ilha da Melanésia
Ocidental, a reciprocidade é o que move a organização da sociedade. É o
homem que sustenta a irmã e a família dela, e as entrega sua melhor colheita.
Não recebe qualquer benefício imediato, porém, ganha prestígio pelo seu
comportamento. Em contrapartida, haverá a reciprocidade em benefício da sua
mulher e seus filhos, havendo a devida compensação econômica pela sua
virtude. A exibição dos alimentos em um clima cerimonial, tanto na horta como
na entrega aos familiares, garante seu nome como produtor de boa qualidade.
Uma parcela de toda a produção é entregue pelos chefes das aldeias
ao chefe geral, que as armazena. Como toda a atividade comum se resume a
festas e danças, é aí que é feita a distribuição do excedente. Essa
redistribuição é particularmente importante àqueles que têm uma chefia em
comum e possuem um caráter territorial.
O princípio da reciprocidade serve para salvaguardar sua produção e
subsistência familiar. O princípio da redistribuição garante a sobrevivência de
toda a aldeia. A ausência de mercados ou de moeda não afetam
necessariamente o sistema econômico da sociedade primitiva. Os mercados
são instituições que funcionam principalmente fora de uma economia. Servem
de locais de encontro para o comercio de produtos vindos de longa distância.
Os mercados locais são irrelevantes e não têm o caráter competitivo, bem
como os mercados de longa distância.
13
O acúmulo de riquezas entre as diferentes organizações “civilizadas” se
baseia na livre circulação da moeda, bens e trabalho, exigindo uma
especialização cada vez maior das tarefas realizadas pelos indivíduos
envolvidos na produção. Com o aparecimento de livres mercados, surgem
também as divisões do trabalho na sociedade. E é exatamente na
especialização da função produtiva que regem as distorções numéricas em
quantidade de bens gerada ou no acúmulo financeiro.
1.4 – Fordismo no mundo atual
No capitalismo, aqueles que mais trabalham são os que menos
recebem, se pensarmos pelo lado da unidade produzida. Por essa necessidade
de produção em grandes quantidades, aqueles que estão desempenhando o
trabalho limitam-se a poucas operações, e bastante simples, o tornando um ser
estúpido e ignorante o suficiente para continuar fazendo aquele mesmo
trabalho a vida toda.
Como consequência de tamanha irresponsabilidade, o sentimento
espontâneo e natural de bem-estar ou de identificar-se com as necessidades
de outras pessoas é enrijecida pela rotina e pela moral baixa que acompanha o
indivíduo. Aos poucos, nosso caráter vai sendo formado, levando-se em conta
toda nossa história e vivência. Uma vez estabelecida uma rotina, não teremos
mais muita chance de construirmos uma história saudável e desenvolvermos
um caráter satisfatório. Para o seu desenvolvimento, é necessária a fuga da
rotina.
Henry Ford acreditava que bons salários eram suficientes para manter a
produção indefinidamente a todo vapor, uma vez que as pessoas tinham tudo
que precisavam para ter uma vida com qualidade, que era a remuneração
acima do mercado.
Não eram levadas em consideração as condições a que eram
submetidos seus funcionários, dentro da empresa. Ele só não imaginava que
14
uma pessoa desestimulada poderia reduzir sua produtividade em consequência
da depressão ou tédio.
Sua lógica era simples, quanto maior, mais eficiente. Todos os setores
envolvidos na produção deveriam estar localizados no menor espaço possível,
economizando energia, tempo no transporte de materiais, e mantinha a devida
proximidade com os administradores e executivos.
Obviamente não devemos diminuir o mérito do grande mentor que foi
Ford no fim do século XIX e início do XX. Porém, sua forma de administrar
certamente não seria bem aproveitada nos dias atuais.
Exemplos de casos de sucessos não deixam dúvidas de que nenhum
processo de mudança acontece apenas em um nível. É necessário o
envolvimento de todos, do dirigente ao executor, nas tarefas mais simples,
atingindo toda a extensão da pirâmide.
A consciência de que é preciso mudar tornou-se uma constante. Quanto
mais mudanças ocorrerem, mais aumenta a necessidade de mudar, alimentada
pela concorrência, pelas demandas de clientes, pelas condições de trabalho e
pelo bem-estar dos funcionários.
Porém, ela só será bem recebida se houver claro entendimento, em
todos os níveis, de sua real necessidade. O atingimento dessa percepção
passa, necessariamente, por vários estágios de conversas e negociações, pelo
simples motivo de que toda organização é formada por gente que tem
habilidades e emoções.
1.5 – Ser necessário
A idéia de responsabilidade resulta na preocupação com o outro, uma
vez que ele conta comigo. Para sermos dignos de confiança, devemos nos
sentir necessários, e esse outro precisa estar em necessidade para a
correlação de interesses. Mas o grande questionamento do capitalismo
15
contemporâneo é se existe alguém que precise de um outro. O sistema irradia
indiferença.
Nas instituições modernas, onde são empregados altíssimos
investimentos em tecnologia, os traços de caráter dos magnatas capitalistas de
risco e dos “experts” em reengenharia empresarial têm qualidades além do
implacável e ganancioso.
A falta de apego a logo prazo, a capacidade de desprender-se do próprio
passado, e confiança para aceitar fragmentação são traços de pessoas
realmente à vontade no novo capitalismo.
Bill Gates, que não devemos citar como um exemplo de consciência
social, possui o próprio perfil do capitalismo moderno, de competidor ferrenho,
pouco se importando com os problemas que ocorrem à sua volta. Tamanha
sua ganância, dedicou míseros milhares de dólares ao bem público, face aos
seus bilhões que engordam sua conta bancária. Falta-lhe um pouco de
maturidade responsável a todo o processo que envolve sua indústria digital.
Existe uma certa cultura norte-americana pela necessidade de
demonstração de “status” individualista a fim de a pessoa ser respeitada até
por ela mesma, pela posição ocupada.
Aqueles que vislumbram um regime flexível são deixados para trás, com
toda sua lamentação pelo que se tornou a relação humana. Os “novos
senhores” rejeitaram a orientação para a conduta de uma vida comum,
observadas nas velhas carreiras. Os caminhos das ações duráveis e
constantes, agora, tornaram-se territórios estrangeiros.
Onde cada um faz uma tarefa independentemente do todo, sem visão de
conjunto, não existe a engrenagem necessária ao atingimento de resultados
satisfatórios e duradouros. O desempenho tende a ser medíocre e estático,
sem projeções a curto prazo.
16
Caso aqueles que estão lotados no topo da pirâmide empresarial
propusessem o fim da economia de mercado, esse grande passo poderia
gerar o início de uma era de liberdade sem precedentes. Alcançaríamos uma
certa autonomia jurídica, abrangendo uma liberdade mais ampla e mais geral
do que em qualquer outra época. A autoregulação e o autocontrole poderiam
atingir a liberdade para todos, não apenas para alguns. Não teríamos um tipo
de liberdade como um simples complemento de privilégio, com todos aqueles
velhos vícios contidos em sua origem, mas a teríamos como um direito
consagrado, estendida muito além dos limites do meio político a ponto de
atingir a organização no interior da própria sociedade.
“Um regime que não oferece aos seres humanos motivos
para ligarem uns para os outros não pode preservar sua
legitimidade por muito tempo.” (Sennett, 1999, p. 176).
17
CAPÍTULO II
CICLO ECONÔMICO
2.1 – O consumismo moderno
O mundo moderno está acostumado a valorizar pessoas que sejam
consumidoras. Aqueles que não consomem, simplesmente não têm valor. A
moda é uma grande responsável por esse costume. A própria vaidade é levada
ao consumo desenfreado. Os produtos são feitos para durarem pouquíssimo
tempo, em razão de haver substitutos melhores em menos de um ano da
aquisição do anterior.
O governo incentiva o alto consumo para que a economia permaneça
saudável. Pelo menos aos olhos dos grandes produtores. Os líderes
governistas atuais, no mundo ocidental, não governam para o povo, mas para
as grandes indústrias e corporações, que, em contrapartida, são as maiores
contribuintes.
Estamos esquecendo que não precisamos de grandes contribuições.
Não temos como aceitá-las, se a contrapartida é o consumo desenfreado. Em
razão dessa ganância, estamos ficando sem recursos naturais. Nas últimas
três décadas, degradamos mais de 30% dos nossos recursos naturais.
Todo nosso tempo é dedicado ao trabalho, uma vez que precisamos de
recursos para permanecermos em constante consumo. Não temos mais tempo
livre. Só temos três destinos no mundo moderno: casa, trabalho, e mercado.
O que não está sendo avaliado, nesse ciclo, é que existe uma origem e
um destino para todo esse processo. Toda matéria prima extraída, toda energia
gasta para o processamento e todo lixo produzido poderiam estar sendo
minimizados, pela simples educação e valorização do fator humano. Cerca de
99% de tudo que compramos são descartados no período de 6 meses. Não
18
precisamos seguir modismos ou comprar aparelhos eletrônicos a cada três
meses. Devíamos, sim, exigir durabilidade prolongada dos produtos e só
comprar dos fabricantes que considerássemos ecologicamente comprometidos
com as necessidades do mundo moderno.
2.2 – Êxodo rural
Ao contrário do que se espera de um posicionamento politicamente
correto, a devastação dos sistemas locais (para obtenção de matéria-prima),
que sustentaram famílias por gerações, hoje já as tornam sem outra alternativa
senão migrar para locais onde possam desempenhar algum meio de
subsistência, nos pólos industriais. Não só o meio-ambiente está sendo
destruído. As comunidades rurais também estão em extinção.
Mas ainda existe uma parte ruim: todo esse êxodo rural desempenhará
papel operário nas fábricas. Após uma entrevista, são colocados para
exercerem tarefas simples e repetitivas, a fim de produzirem mais no menor
tempo possível.
Após a devastação ambiental e a poluição gerada no processo da
produção, ainda temos que levar em consideração a mão-de-obra empregada,
retirada das lavouras, que serão potencialmente afetadas pelas doenças
provenientes de atividades pouco complexas.
Não temos mais uma profissão à qual devemos nos orgulhar e defender
seus méritos ante a sociedade, como engenheiros, professores ou agricultores.
Agora somos simplesmente consumidores.
As autoridades governistas mantêm a política de incentivo ao consumo,
uma vez que são as maiores beneficiadas pelo recolhimento dos impostos.
Mas, incrivelmente, não enxergam que nesse sistema linear de extração,
produção e descarte, haverá um momento em que não teremos sequer água
para beber.
19
2.3 – Surgimento de novas necessidades
Se há cinqüenta anos uma pessoa consumia em média a metade do que
consome hoje, como explicar esse crescimento das nossas necessidades?
Simplesmente, naqueles tempos, a boa gestão a poupança e a engenhosidade
eram valorizadas. Esse desejo de consumo desenfreado não “aconteceu”
simplesmente. Houve todo um estudo e planejamento após a Segunda Guerra
Mundial, promovido pelas grandes instituições, a fim de impulsionar a
economia.
A pauta era transformar o consumo em estilo de vida, satisfazer o ego
das pessoas através da compra de novos bens e formar um ritual para sua
utilização e satisfação espiritual, para serem descartadas em um ritmo cada
vez maior. E o Maquiavelismo funcionou.
O própiro George Bush, após a crise no World Trade Center,
solicitou que fizessem compras, ao invés de declarar luto ou momentos de
reflexão.
O principal objetivo de uma sociedade organizada não é mais
proporcionar um bom sistema de saúde ou de ensino, redes seguras de
transportes ou incentivo à sustentabilidade e justiça. Na sociedade capitalista
do mundo atual, nosso principal foco é produzir bens de consumo. O pior é que
tornam-se obsoletos em tão pouco tempo que não nos resta outra alternativa
senão jogá-los no lixo, sejam copos plásticos, vassouras, churrasqueiras ou
microcomputadores.
Lamentavelmente, nossa consciência a respeito do que nos é
necessário foi modificada com o passar do tempo e a forma encontrada para
que sejamos forçados a comprar outra nova, mesmo que a antiga esteja em
perfeito funcionamento, é a simples alteração da aparência do novo bem.
Como somente somos bem aceitos na sociedade capitalista
proporcionalmente ao que usamos e vestimos, torna-se constrangedor
utilizarmos um “modelo ultrapassado”. Não estaríamos contribuindo
20
satisfatoriamente com a economia da nação. O modismo, em sociedades mais
esclarecidas, já são quase um problema do passado.
2.4 – Bens duráveis
Hoje, através das redes de comunicação, vemos mais publicidade em
um ano que as pessoas eram capazes de assistir em toda sua vida, há cerca
de cinqüenta anos. O objetivo de toda essa poluição visual é dizer-nos que
estamos infelizes com tudo que temos. Nossa pele, cabelo, cheiro e eletrônicos
estão ultrapassados ou fora de moda, e tudo se resolve através da ida ao
mercado para comprarmos a solução daquele problema.
Porém, o que a mídia não mostra é a extração, produção e o fim de toda
essa tralha que compramos diariamente e que são descartadas na natureza
todos os dias. Essa parte do processo fica fora do nosso campo de visão.
Felizmente, começamos a dar os primeiros passos para entendermos
que os bens materiais que temos não suprem nossas verdadeiras
necessidades afetivas, e são exatamente essas que proporcionam a plena
felicidade: amigos, família, lazer, tempo livre. Já existem declarações de
analistas informando termos, no capitalismo moderno, tempo livre similar ao da
época da atividade feudal, na Europa Medieval, ou seja, na Europa do século
IX, quando a quase totalidade de tudo que era produzido nos “feudos” da
época eram cedidos em forma de impostos.
Nossa vida tornou-se o ciclo entre ver televisão e fazer compras. Toda
essa quantidade de bens já obsoletos não cabem em nossas casas e só resta
um destino para elas: o lixo.
Todo esse lixo produzido é colocado em aterros, poluindo nosso solo.
Ou, para ganhar espaço, é incinerado antes, causando um mau maior, agora
não só ao solo, mas também ao ar, à água e ao clima. O pior é que para cada
saco de lixo que deixamos na esquina, foram deixados outros 70 necessários
para produzir aquele saco de lixo nosso. Mesmo que reciclássemos 100% do
nosso lixo, não chegaríamos próximo à solução do problema.
21
Novamente, a resposta está nas mãos das próprias pessoas. Temos que
procurar necessidades comuns, onde haja a cooperação entre os grupos, a fim
de enxergarem o problema como coletivo. Temos que transformar esse
sistema linear em algo novo, num método que não desperdice recursos ou
pessoas.
Essa mentalidade capitalista de usar e jogar fora deve ser colocada de
lado para sempre. Já existe um conjunto de medidas capazes de não gerar
resíduos, utilização de química verde, produção num ciclo fechado (desde a
exploração de recursos até a devolução do produto ao meio ambiente).
Como era de se esperar, existe uma corrente resistente que defende
ser, essa nova ideologia irreal e utópica. Porém, irrealizável é a continuidade
do consumismo exagerado do, agora, velho capitalismo. Fomos nós que o
criamos, mas não precisamos conviver com ele, assim como fazemos com a
força da gravidade.
2.5 – Planejamento estratégico
Um planejamento estratégico para melhorar esse desequilíbrio
consumista deve vir da evolução de informações geradas pela própria pessoa
humana. A solução do problema só terá aplicabilidade se começarmos a
enxergar o fator humano como a principal ferramenta de toda instituição.
Nosso caráter, pelo qual buscamos o devido valor das outras pessoas, é
onde guardamos nossos traços pessoais e comedimos nossas ações. Uma vez
desafiados, pode gerar graves consequências à sociedade. Uma delas é a
degradação ao meio ambiente.
Principalmente nos países capitalistas de primeiro mundo, os ‘recém-
graduados’ têm uma expectativa média de mudança de emprego por onze
vezes ao longo de sua carreira, e de trocar sua aptidão básica por pelo menos
outras três vezes, durante seus quarenta anos de dedicação profissional, dada
a velocidade das mudanças.
22
Não existe mais a estabilidade que outrora se buscava. A ordem de
“longo prazo” tem vida curta, sob a ótica do novo modelo econômico. Mas seria
essa sede de mudanças o caminho para a valorização do capital humano? A
confiança e “expertise” não advêm com o tempo?
Segundo o sociólogo Mark Granovertter, as instituições modernas têm a
característica de “laços fracos”, reafirmando o modelo atual de associação
passageira, consideradas mais úteis no ambiente de trabalho que ligações
mais duradouras. Tais laços fracos são observados nos locais onde existe o
rodízio de tarefas a desempenhar e substituição de funcionários. Laços sociais
como a amizade, lealdade e interatividade deixam de ser praticados e exigidos
para a manutenção do bom clima organizacional. Sob essa ótica, laços mais
fortes tornam-se uma espécie de labirinto sem saída, onde o foco é justamente
o oposto.
Se um empregado nota que, levando-se em consideração a necessidade
de crescimento imediato, não pode contar com o apoio da empresa em que
trabalha, certamente se colocará à disposição de uma outra que possa melhor
atender a seus propósitos.
2.6 – Individualismo nas empresas modernas
O que podemos notar, na maioria das empresas, é que o distanciamento
afetivo e a cooperação essencial à manutenção dos serviços são as armas
para lidar com a realidade do mundo moderno. Esse capitalismo de curto prazo
acaba por minar o caráter das pessoas, principalmente no aspecto ligado à
ajuda mútua, tornando cada um auto-sustentável.
Porém, focando sob um aspecto positivo, nesse capitalismo
contemporâneo ocorre a busca pela substituição da burocracia por modelos
mais flexíveis, em formato mais horizontal, ao invés do verticalismo hierárquico
de comando.
A grande tendência é de uma organização em rede onde todos
conheçam o que cada um produz. Em uma eventual necessidade de
23
redefinição de tarefas, o bom andamento da produção não ficará afetada. As
promoções e demissões terão parâmetros nítidos e pouco ou nada
contestáveis. A própria rede é a responsável pela organização da sua
estrutura.
Um fato que podemos parar um pouco para pensar é que toda essa
incerteza gerada pelo capitalismo atual surgiu sem um desastre histórico que a
justifique. Talvez a corrosão desses laços mais duradouros seja uma
conseqüência inevitável, enfraquecidos os aspectos cooperativos no ambiente
de trabalho, e, pelo visto, já tenhamos que encarar a instabilidade como um
estado normal nas relações de trabalho.
2.7 – Autoridade gerencial
Ao assumir uma função gerencial, a pessoa está sendo investida de uma
autoridade outorgada pela instituição, através da qual exerce a direção e o
controle das ações a serem desencadeadas por seus subordinados. Essa
autoridade só acontece se o empregado aceitá-la, na condição de subordinado.
Se por um lado a autoridade é a essência da função gerencial, sem a
qual as atividades de direção, coordenação, controle e integração não
passariam de meras intenções, por outro lado, existe a necessidade da
aceitação e desempenho do papel de subordinado pelos indivíduos executores.
A aceitação da autoridade ou o grau de influência sobre o subordinado
depende essencialmente da forma como a liderança estiver sendo exercitada.
Isto se revela pelo estilo gerencial adotado, são expressões de valores,
atitudes e concepções que o gerente manifesta na atribuição de suas funções.
O maior ou menor grau de influência que o líder exerce sobre os
subordinados traduz-se, na prática, em maior ou menor poder. Quanto mais a
liderança do administrador for reconhecida, maior será o seu poder dentro da
organização. Grande parte das nossas relações humanas constituem relações
de poder, principalmente as que se manifestam nos ambientes institucionais.
24
O poder, sob esse ponto de vista, aflora com naturalidade e é necessário
para a implementação de ações que visem o crescimento da empresa. O poder
sem liderança, no entanto, não passa de autoritarismo e as ações emanadas
dessa forma não fazem crescer a organização e as pessoas que nela
trabalham.
O dirigente que construir seu modelo gerencial calcado na idéia de que,
antes de tudo, o gerente tem as funções de projetista, de guia e de professor,
certamente edificará uma organização de aprendizagem na qual as pessoas
terão oportunidade de expandir continuamente sua capacidade de entender a
complexidade organizacional, de definir objetivos e de aperfeiçoar modelos
mentais.
A capacidade do dirigente em ser um líder natural apresenta-se como
resultado de uma vida inteira de esforços para desenvolver técnicas
conceituais e de comunicação, de refletir sobre valores pessoais e alinhar o
comportamento pessoal com esses valores, de aprender a ouvir e apreciar
exemplos bem sucedidos de outros dirigentes, bem como de buscar subsídios
nas idéias de todos os membros da organização.
2.8 – Contra-empreendedorismo
É importante imergirmos um pouco mais na questão da liderança.
Ocorre que muitas vezes é definido como líder o dirigente que adota atitudes
individualistas e não sistêmicas, como as figuras que assumem o comando em
tempos de crise.
Esse líder salvador e herói que tudo planeja, organiza, comanda,
coordena e controla, que se mostra autônomo e auto-suficiente, que nada
compartilha, é, na realidade, um exemplo claro de estrutura patriarcal em que
alguém manda e os demais ficam submissos às ordens emanadas.
Na verdade, é confortável ser conduzido. Quando algo sai errado, é fácil
apontar o culpado, o que deixa os subordinados tranquilos, e o fato de
25
pagarem por essa tranquilidade com sua própria impotência é um preço
pequeno.
Ao mesmo tempo, à medida que a organização cresce, aumenta a
necessidade de coordenação, controle e consistência, o que faz proliferar uma
mentalidade de dependência.
O preço que pagamos por essa dependência é nossa própria sensação
de impotência, especialmente quando ficamos à espera de instruções claras
antes de agir. Essa situação é o oposto do espírito empreendedor.
Aliado à mentalidade de dependência, há também a crença nas
organizações que adotam esse tipo de relacionamento autoritário com seus
empregados de que a falta de liderança redunda em anarquia. Como se
existisse um pensamento comum afirmando que, sem uma liderança forte e
bem definida, sem pessoas de um nível mais elevado apontando o caminho e
nos dizendo como agir, não podemos alcançar nossas metas.
A alternativa para romper esse modelo gerencial passa necessariamente
pela adoção de uma política empreendedora. Cada empregado deve pensar e
agir como se toda organização da qual faz parte seja efetivamente sua. Então,
sendo o negócio seu, será também sua a tarefa de decidir. É quando começa a
manifestar-se o espírito de liderança.
Todos nós precisamos nos sentir apoiados em nossa auto-expressão, na
confiança em nossa intuição e na aceitação do lado emocional de nossa
existência. O líder dever ser um empreendedor. Suas atitudes devem inspirar
nas pessoas um clima de paixão, de energia e de motivação para o trabalho.
Um verdadeiro líder deve saber adaptar-se a situações imprevisíveis, às
saídas de rotina, às exigências individuais dos clientes. Deve reagir com
energia positiva e ter o interesse da organização no coração.
Quanto ao poder existente nas pessoas, liderar pode ser resumido
em canalizar esse poder com a finalidade de tornar as pessoas capazes de
26
exercer sua criatividade, auto-realização e visualização de um futuro melhor
para si próprias e para a organização que trabalham. Essa essência de
liderança não está apenas no fato de obter poder, mas em transferi-lo aos
demais a fim de traduzir suas intenções em realidade e sustentá-las ao longo
do tempo.
2.9 – Chefias verticais e lideranças horizontais
Os antigos modelos de chefes autoritários estão cada vez mais sendo
colocados de lado, uma vez que já é nítido ser ineficiente esse seu método
verticalizado de comando.
Nesses novos tempos, os altos escalões das empresas tornam-se
escravos das tarefas e esquecem de coisas que parecem simples e sem
importância, como escutar os subordinados da equipe à qual está
coordenando, por exemplo, que é de fundamental importância para o sucesso
de todo o grupo.
Toda atividade deve ser colocada em prática por um profissional de
recursos humanos, gestores e líderes de equipe, que são as pessoas
diretamente ligadas aos operadores.
O profissional que não entende sua função como essencial à empresa
no sentido de angariar conhecimento e administrar de acordo as práticas de
gestão de recursos humanos não está preparado para assumir um cargo de
gerência.
Pequenas mudanças, como a flexibilização do horário de trabalho, por
exemplo, tornaria o trânsito menos tumultuado e agrediríamos menos a nossa
atmosfera, uma vez que os veículos emitiriam diariamente menos gases
tóxicos ao meio-ambiente, melhorando todo o cenário ao nosso redor, sem
contar no aumento da satisfação de todas as pessoas que enfrentam horas de
engarrafamento costumeiramente. Teríamos mais tempo para a prática de
alguma atividade física, seríamos mais bem-humorados e, consequentemente,
produziríamos mais.
27
Todos esses motivos tornam as pessoas mais susceptíveis à
cooperação e à conscientização do lado bom da vida. O dominador
desinteresse à socialização gerado pelo capitalismo, no sentido mais amplo da
preservação do bem-estar em cada canto do planeta onde tal regime é
utilizado, seria menos evidente.
No atual regime capitalista, a quase totalidade dos administradores
focam o lucro acima dos interesses individuais, e do bem-estar coletivo como
um todo. Em uma empresa ideal, a primeira mudança a ser adotada seria a
admissão de pessoas realmente capazes de administrar recursos humanos
com sólido conhecimento teórico, associado ao bom senso inerente ao líder,
não ao chefe.
Sábias medidas, como a contratação de líderes ao invés de chefes,
podem tornar a vida de todos nós muito mais saudável e motivadora, uma vez
que não haveria mais ambientes de bajulação e competição desnecessária no
ambiente de trabalho.
Todo o excesso de serviço seria melhor absorvido, uma vez que a
cooperação mútua seria melhor aproveitada. O “stress”, a doença do século,
motivo de outras dezenas de doenças como o câncer e a depressão, seria
naturalmente combatido pela vontade de fazer toda a máquina funcionar com
toques de reuniões e busca pela melhoria dos fluxos de trabalho. O equilíbrio é
o melhor método para manter nossa integridade saudável, bem como toda vida
que nos cerca.
Até bem poucos anos, as empresas costumavam valorizar e promover
os funcionários mais técnicos. Atualmente já existe uma conscientização da
necessidade da qualidade de liderança nos funcionários alçados para os
cargos de chefia.
A parte técnica, apesar de importante, pode ser adquirida, o que não
acontece nas qualidades pessoais de liderança e relacionamento interpessoal,
que são mais difíceis de ser incorporados às características do ser humano.
28
Cada pessoa reage diferentemente ao mesmo estímulo, e o líder deve
ter o discernimento necessário para lidar com essas emoções. Para a
manutenção do bem-estar da equipe, é necessário ser negociador, entender de
comunicação interpessoal, utilizar a linguagem adequada e gesticular
discretamente.
2.10 – Antigos capatazes
Vivemos em uma economia baseada no conhecimento, onde o grande
diferencial de mercado é a capacidade de inovar da empresa, que por sua vez,
vem do seu capital humano.
Os melhores administradores já percebem que o maior bem que ele
possui são seus funcionários. De nada adianta ter o melhor equipamento do
mundo se não existe quem manuseá-lo de forma otimizada.
Nos antigos engenhos feudais, o “Senhor de Engenho” nunca
conversava diretamente com seus “vassalos”. Sempre havia a figura do
“capataz”, que é desnecessário para o processo produtivo, mas que traduzia
aquilo que o Senhor de Engenho precisava obter de seus subordinados. Nos
dias atuais, esse capataz recebe o nome de “gerente”.
A partir do momento que soubermos nosso valor no mercado, um novo
modelo industrial pode surgir e o “capataz” torna-se obsoleto, uma vez que não
haverá mais motivo para reivindicações salariais e uma coordenação dos
trabalhos. O canal de comunicação vai estar diretamente aberto com o “senhor
de engenho”.
Finalmente, nessa nova estrutura, acaba a “escravidão”. Mas,
lamentavelmente, esse novo modelo ainda é para muito poucas empresas. Na
grande maioria dessas empresas tradicionais ainda existem “capatazes” e
“escravos”.
Precisamos de empresários conscientes, cidadãos, e ecologicamente
comprometidos. Esses empresários não contratam gerentes. Contratam
29
líderes, somente quando encontram um. Não os interessa mais aqueles antigos
“capatazes”.
Seus funcionários provavelmente terão um perfil empreendedor,
motivados e, certamente, compromissados com a empresa. Além dessas
qualidades, terão uma visão mais ampla do empreendimento, conhecendo o
exato valor da ação da empresa e da sua própria no mercado que atua.
A postura do gerente deve ir além de suas atribuições formais. Exercer a
liderança requer, antes de tudo, conhecer as pessoas e o ambiente social em
que a empresa estiver inserida, pois a liderança é um fenômeno interpessoal.
Suas atribuições formais devem ser cercadas por atitudes coerentes e de
liderança, uma vez que será através delas que sua autoridade receberá o
devido reconhecimento.
A nova realidade imposta pelo mercado nos mostra que o trabalho em
equipe é um fato, ou seja, não se pode mais fugir dele. Isso coloca o gerente
numa situação que exige dele postura de liderança e empreendedora, não
autoritária. Todo executivo deve motivar e encorajar os funcionários, a fim de
conciliar suas necessidades individuais aos objetivos da empresa.
Esse é o grande entrave na motivação do indivíduo, a falta de
preocupação da empresa em proporcionar seu bem-estar, de cooperar com o
funcionário no atingimento de algum ideal. A partir do momento em que o
posicionamento da instituição mude e exista uma política voltada a satisfazer
essa preocupação, a empresa tende a conseguir alcançar suas metas de uma
forma muito mais fluida e sustentável.
30
CAPÍTULO III
VIVER BEM
“As manifestações de simpatia – reino de tempo
espontâneo – nos empurram para fora de nossas
fronteiras morais normais. Nada há de previsível ou
rotineiro na simpatia.” (Sennett, 1999, p.42)
3.1 - Flexibilidade
O sentido do termo “flexível” foi obtido através da observação da
capacidade de as árvores dobrarem ao vento e voltarem à posição normal após
o sopro. Essa característica de poder ceder e recuperar-se que as árvores
possuem, pode ser adaptado ao comportamento flexível do ser humano. Seria
ideal que tivéssemos a mesma força, adaptável às mais variadas
circunstâncias, sem quebrar com o seu peso.
Nos dias de hoje, a sociedade vem buscando meios de destruir os
velhos males provocados pela rotina através da criação de instituições mais
flexíveis. Porém, essas “práticas de flexibilidade” não visam uma adaptação da
empresa às necessidades dos funcionários, estão mais preocupadas em
concentrarem-se nas forças capazes de dobrar as pessoas.
O modelo de ingerência que os tempos atuais estão exigindo nos mostra
que somente haverá espaço para o administrador dotado de aptidões que
contemplem maior flexibilidade de adaptação a mudanças.
Um administrador que saiba casar as diferentes habilidades e senso de
individualidade dos empregados, com um propósito comum e compartilhado
31
que tenha como ponto alto o trabalho em equipe, o exercício da liderança
democrática e flexível, apoiado em iniciativas empreendedoras.
3.2 – Comunicação
A chave da passagem que dá acesso ao caminho que conduz a
organização ao seu objetivo almejado está na forma de lidar com o
comportamento humano. E isso muito tem a ver com a qualidade da conversa
praticada. O sucesso, portanto, depende de como as pessoas se comunicam.
A cultura organizacional surge através de conversas. Quando todos os
funcionários estiverem envolvidos no diálogo sobre crescimento, produtividade
e perpetuação da empresa, a comunicação fica dinâmica e ajustável às
necessidades.
A comunicação cria, portanto, um elo entre as pessoas. Através desse
elo é possível criar o ambiente onde os membros da organização se sentem
satisfeitas por estarem trabalhando. Essa satisfação é, na realidade, a
motivação para a busca dos objetivos da empresa.
Esses objetivos, uma vez tornados claros, fazem com que todos tenham,
também, a visão sobre o futuro, mais nítida. Isso acontecendo, cria-se o
compromisso do funcionário com essa visão e, como consequência, altera-se a
capacidade de gerar resultados da corporação.
Adotando-se, simultaneamente, a prática do reconhecimento das
pessoas que fazem a diferença, permite-se que as lideranças aflorem com
naturalidade, gerando sentimento de respeito e poder para a equipe. O
aumento da produtividade é uma consequência, pois a equipe está motivada.
3.3 - Desafios
Não devemos nos acostumar e permanecer no mundo do
condicionamento. Precisamos agir conscientemente e, além de sempre usar o
nosso bom senso, espalhar a idéia de que não é necessário vivermos da
32
mesma forma por toda nossa existência, uma vez que ainda existam ajustes a
serem feitos.
Precisamos nos acostumar a analisar os diversos pontos de vista mais
friamente, questionar crenças, valores, preconceitos, ações pré-concebidas, e
sempre desejar fazer parte da construção de um ambiente mais justo e
agradável, onde o respeito e a integridade sejam regras.
Educar está muito além de ensinar a ler, escrever ou calcular. Não pode
limitar-se a treinar técnicas, rotinas ou metodologias. O ato de educar está mais
intimamente ligado a criar condições para que a pessoa possa desenvolver
conhecimento, autonomia de pensamento e consciência, conseguindo enxergar
seu espaço no universo que o cerca.
A compreensão fundamental sobre a aprendizagem pode ser traduzida
como uma experiência pessoal marcada pela iminência de equilíbrio entre as
antigas idéias, pensamentos, ações e aquelas que passaremos a utilizar. É um
processo que provoca mudanças de padrões estabelecidos de pensamento e
geram certa inquietação e desconforto.
Na atualidade, estamos sempre vivendo em profundas contradições
entre os melhores meios de construir a vida, exercer ingerência nas
organizações e nos relacionar como pessoas. Sob este ponto de vista, a
ajuda mútua é o elemento mais importante para a evolução. Numa equipe
cooperativa existe sinergia, onde um grupo de pessoas trabalha e pensa com
objetivos comuns. As idéias fluem com maior facilidade, e, por vezes nem se
sabe mais de quem é a idéia, tamanha sintonia. Uma sugere um ponto e as
outras vão aperfeiçoando, finalizando em soluções alavancadoras de bons
resultados.
3.4 – Desenvolvimento pessoal
Sempre que possível, devemos procurar desenvolver nossas habilidades
em planejamento, tomada de decisões, comunicação, relações interpessoais,
33
trabalho em equipe, administração de conflitos, delegação de tarefas e
avaliação de desempenho.
As relações que acabam acontecendo no cotidiano operacional das
instituições geram efeitos sobre os sentimentos, valores, caráter, saúde,
consciência e no comportamento das pessoas.
A auto-motivação do indivíduo é a principal fonte de criatividade,
realizações e bons resultados. Esta “energização” é a resposta para a criação
de soluções e vontade de realização. Essa vontade é intrínseca, não pode ser
oferecida ou compartilhada, porém, pode-se proporcionar condições com esse
objetivo.
Em uma civilização voltada para o ganho, compulsivamente consumista
e sedenta pelo poder, toda tendência para o prazer é controlada e submetida a
uma via mais evidente que é a da produção. E, realmente, as técnicas
modernas de administração e divisão do trabalho geram uma maior
produtividade.
O grande problema dessa sobrevida econômica é o comportamento
destrutivo e opressivo inserido no contexto. Temos que nos policiar e nunca
deixarmos de ser éticos, sempre respeitar a pessoa humana e a natureza,
independentemente das experiências desagradáveis que a vida cotidiana
costuma nos oferecer.
3.5 – Elogios
O elogio oportuno e sincero é melhor meio de motivar um funcionário,
além de proporcionar melhoria no clima organizacional.
Se todos os executivos viessem dotados qualidades básicas como o
bom senso e a sensibilidade, o ato de elogiar e incentivar seriam práticas
cotidianas e naturais. Como esse dom é encontrado em poucos, a grande
maioria tem mesmo é que ser constantemente treinada. Cada funcionário quer
34
ser reconhecido, e não há outra saída aos menos favorecidos pelo bom senso
se realmente pretender trabalhar com uma equipe motivada.
Existem três tipos de elogios que satisfazem aos diferentes grupos de
pessoas:
1. Aqueles indivíduos que necessitam de realizações, que fixam metas
desafiadoras, assumem riscos calculados e chamam a
responsabilidade para si. Para esses, o elogio pode ser dado
entregando-se um projeto ainda mais difícil ou desafiador;
2. O segundo grupo é daqueles com necessidades de associação, que
prezam a amizade, colocam as pessoas à frente das tarefas. Não
está muito preocupado com um elogio em público;
3. Os que buscam posições de liderança, prestígio e gostam de ser os
mentores da turma têm um outro tipo de necessidade, que é a de
influenciar. Se tiverem a opção de escolha, preferirão o elogio
público, na frente dos colegas.
O administrador moderno precisa ter a sensibilidade de detectar as
necessidades de cada um, ou incorrerá no erro de desmotivá-los. Um
elogio motiva a pessoa a dedicar-se mais ainda para que receba um
novo.
A tática do elogio, quando pertinente e bem executada, surte efeito e
provoca reações positivas. Porém, o reconhecimento pecuniário é um
apelo tão poderoso quanto uma homenagem em rede nacional.
Salários acima da média de mercado, bônus, promoções e
participações nos lucros e resultados são as moedas que mais induzem
os talentos a vestir a camisa da empresa.
35
3.6 – Mudanças
Cada vez mais será necessário desenvolver conhecimentos sobre os
subordinados, suas habilidades humanas e suas motivações. Já não basta ao
dirigente e ao corpo gerencial dominar as habilidades técnico-administrativas.
Esse movimento de resgate do ser humano dentro da organização
empresarial está permitindo que o dirigente dê mais atenção ás proposições de
natureza criativa originárias da base da própria empresa. Isto faz com que as
estruturas, antes rígidas e inibidoras da expressão do comportamento humano,
cedam espaço a ambientes mais flexíveis que facilitam, inclusive, o exercício
da autogestão e do autocontrole de desempenho.
Sabe-se, também, que a mudança carrega consigo uma razoável
parcela de ônus, pois requer que a pessoa reveja sua forma de pensar, de se
relacionar e de agir. Mudar um sistema em que as regras são rígidas, porém
claras, para um modelo que envolve muito mais as pessoas e seu meio, pode
ser promissor, quanto ameaçador. Nem sempre a mudança de um ambiente,
onde predomina a apatia, para uma nova situação em que se busca a
motivação e o ânimo à participação, é algo fácil de implantar.
Gerenciar a mudança é defrontar-se com ambiguidades. Cabe ao
dirigente compreender rapidamente o sentido da direção dos acontecimentos.
O tempo para planejar, nesses casos, é mínimo. Muitas vezes é necessário
agir antes mesmo de se visualizar o sentido total da mudança e da garantia de
seu êxito.
Não podemos duvidar, no entanto, que mudanças estão acontecendo à
nossa volta e que as informações passaram a estar disponíveis em tempo real,
exigindo que as decisões se processem em crescente agilização por parte dos
responsáveis pelo destino das empresas. A solução, então, é buscar o caminho
que proporcione a adequação do ambiente empresarial à realidade que nos
cerca.
36
3.7 – Sustentabilidade
Lutar pela vida é realmente importante, mas sempre contra condições
adversas e nunca entre nós mesmos. Devemos estar mais atentos aos atuais
discursos em ascensão, como a economia sustentável e inclusiva, pela breve
reconciliação entre o desenvolvimento econômico, as relações interpessoais e
a melhoria da qualidade de vida proporcionada pela proteção ambiental.
Principalmente nos países pobres, a necessidade de colocar alimento na
mesa é o principal foco das famílias. O fim da pobreza pela promoção do
desenvolvimento quase sempre ocasiona a agressão ao meio ambiente. Então,
como podemos conciliar o desenvolvimento com a proteção ambiental?
Obviamente, o ambiente sempre será aproveitado em benefício das
populações que nela vivem. Porém, o segredo é fazê-lo de forma muito
cuidadosa e preservando ao máximo, sem exageros, exatamente da forma
contrária ao praticado pelos modelos atuais de desenvolvimento.
Todos temos que procurar fazer a nossa parte, sempre que for possível
a fim de economizar recursos naturais e reciclar. Como exemplos práticos do
cotidiano, que podemos adotar como medidas imediatas, ou a título de
sobreaviso, temos:
1. Praticar a carona solidária, a fim de diminuir a emissão de poluentes;
2. Não desperdiçar água limpa, uma vez que nossos rios passam por um
processo de degradação intenso;
3. Utilização de lâmpadas frias, que consomem a quarta parte de uma
lâmpada incandescente;
4. O lixo jogado na rua, além de impedir o escoamento da água das
chuvas, polui rios e prejudicam a qualidade da água que consumimos;
37
5. Proporcionar às novas gerações uma quantidade maior de
informações a respeito do aquecimento global e preservação do planeta, uma
vez que não foram suficientemente transmitidas às gerações anteriores;
6. Quando estivermos hospedados em hotéis, para a lavar a toalha,
basta jogá-la no chão. Deixando-as penduradas, não serão lavadas e
economizaremos energia elétrica e água;
7. Utilizar a luz do dia sempre que for possível;
8. Utilizar a escada ao invés de subir por elevador até 2 andares,
proporcionando um corpo mais saudável.
Sustentabilidade significa fazer escolhas pensadas, tendo conhecimento
para atingir objetivos, de um jeito que não arrisque o futuro de nosso planeta e
seus habitantes.
Nessa conjuntura atual, a miopia do curto prazo dita as ações pela
urgência e pelo lucro imediato, associada ao anonimato das redes mundiais de
empresas financeiras e industriais, as quais têm quase nenhuma
responsabilidade social, a não ser prestar contas a seus acionistas.
Infelizmente, o efeito dessas tendências é particularmente nocivo nas
economias periféricas, sempre a mercê da incapacidade dos governos para
desenvolverem políticas públicas.
Uma saída, seria desenvolver uma adequada educação ambiental nas
escolas e estabelecer um plano internacional de intercâmbio de conhecimentos
técnicos específicos na área ambiental.
Devemos proporcionar o fortalecimento de instituições capazes de
fiscalizar a preservação do meio ambiente através de uma revisão da
legislação para adequação à nova realidade mundial de consciência.
38
É necessário desenvolver amplos estudos dos recursos naturais
existentes, instituindo parques e reservas ecológicas, conservando e dando
meios aos já existentes, fortalecendo suas condições de sobrevivência.
Precisamos direcionar o desenvolvimento industrial, mediante incentivos
fiscais, para a criação de pólos em áreas de menor impacto ambiental e
desenvolver uma educação sexual adequada aos parâmetros atuais de
ocupação demográfica, ou nossa projeção nunca será suficiente.
A crise social e ambiental que estamos experimentando abre espaço
para a construção de algo novo, algo que somente pode surgir quando a
sociedade for chamada a se expressar e participar. Fazer das camadas
populares, sujeitos políticos de seu ambiente material, social, econômico e
cultural. Esta é a sustentabilidade democrática.
O futuro da humanidade depende da criação de uma nova sociedade, do
desenvolvimento de uma perspectiva saudável, de uma nova filosofia de vida,
sem a qual, a raça humana estará fadada a sucumbir.
Mude o mundo, mude suas atitudes, mude seus hábitos, mude seus
conceitos, mude seus pré-conceitos, mude seus pensamentos, mude sua vida,
mude o futuro do planeta.
39
CONCLUSÃO
É inevitável afirmar que ainda não existe uma consciência
ecologicamente sustentável na sociedade capitalista moderna. Não há a
preocupação do público em consumir bens produzidos por empresas
engajadas à preservação do meio ambiente. Para a maioria das pessoas, o
valor do produto ou serviço é determinante no momento da compra.
Como meta urgente para a humanidade do século XXI, devemos reduzir
o consumo desnecessário e voltar a produzir bens duráveis, em substituição
aos descartáveis, que são os responsáveis pela emissão de grande parte dos
resíduos tóxicos e exploração abusiva de recursos naturais. É bastante
obscuro o motivo pelo qual ainda não é obrigatória a utilização de energia limpa
nos novos veículos automotores, os quais já deveriam vir adaptados de fábrica
para esse consumo, uma vez que já existe tecnologia para tal fim.
Infortunamente, não temos mais cem anos para pensar em adaptações.
A resposta deve vir o mais breve possível, a fim de que todo esse processo
degradativo possa ter uma reversibilidade razoavelmente rápida.
O grande responsável por todo esse problema ainda é o homem. A
valorização do fator humano é a resposta para o problema. O capitalismo
herdado da revolução industrial do século XVIII é apenas um sintoma do
problema, que pode ser amenizado pela simples conscientização de nós
mesmos, devendo ser iniciada no interior de nossas casas e continuada na
escola e no ambiente de trabalho. É cada vez mais evidente a necessidade de
haver pessoas capazes de administrar recursos humanos em todas as fases da
vida.
Pequenas mudanças estão ocorrendo na conscientização da população
mundial, porém, ainda muito discretas. Já existe uma gama de consumidores
que preferem optar por consumir o produto de uma empresa ecologicamente
40
correta, mesmo que o valor pago esteja acima de um outro bem produzido sem
essa prerrogativa. E, por esse motivo, tais empresas, aos poucos, estão
ficando em evidência e tomando mercado daquelas que ainda não aderiram à
consciência verde.
41
BIBLIOGRAFIA
KOHN, ALFIE. Punidos pelas Recompensas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora
Elsevier, 1998.
POLANYI, KARL. A Grande Transformação – As origens da nossa época. 13ª
ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2000.
SENNETT, RICHARD. A Corrosão do Caráter. 2ª ed. RJ/SP: Editora Record,
1999.
www.youtube.com, A História das Coisas. Leonard, Annie. Acesso em
09/10/2009.
www.youtube.com, Aquecimento Global – Aquecimento Global e Nova
Economia. Berenger, Guilherme. “GLOBO ECOLOGIA”, acesso em
10/10/2009.
www.youtube.com, O que é sustentabilidade? Marques, Daniela e Braga,
Daniel. Acesso em 09/10/2009.
www.youtube.com, Economia – Parte 2 – O Novo Milagre Econômico. Acesso
em 10/10/2009.
www.youtube.com, Waldez Ludwig – entrevista ao programa “SEM
CENSURA”. Acesso em 10/10/2009.
www.youtube.com, Sustentabilidade: e eu com isso? Unicef. Acesso em
16/01/2010.
42
INDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 4
DEDICATÓRIA 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
ECONOMIA DE MERCADO 10
1.1 Definição 10
1.2 Início do ciclo linear de consumo 11
1.3 Acúmulo de riquezas 12
1.4 Fordismo no mundo atual 13
1.5 Ser necessário 14
CAPÍTULO II
CICLO ECONÔMICO 17
2.1 O consumismo moderno 17
2.2 Êxodo rural 18
43
2.3 Surgimento de novas necessidades 19
2.4 Bens duráveis 20
2.5 Planejamento estratégico 21
2.6 Individualismo nas empresas modernas 22
2.7 Autoridade gerencial 23
2.8 Contra-empreendedorismo 24
2.9 Chefias verticais e lideranças horizontais 26
2.10 Antigos capatazes 28
CAPÍTULO III
VIVER BEM 30
3.1 Flexibilidade 30
3.2 Comunicação 31
3.3 Desafios 31
3.4 Desenvolvimento pessoal 32
3.5 Elogios 33
3.6 Mudanças 35
3.7 Sustentabilidade 36
CONCLUSÃO 38