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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADES INTEGRADAS
PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
VALOR À VIDA: AS CONTRIBUIÇÕES DA GESTÃO DE PESSOAS NA PREVENÇÃO DE
ACIDENTES NO TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES.
Por: Gláucia Aparecida de Jesus
Orientadora Prof. Msc. Adélia Maria de Araújo
Rio de Janeiro 2011
02
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADES INTEGRADAS
PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
VALOR À VIDA: AS CONTRIBUIÇÕES DA GESTÃO DE PESSOAS NA PREVENÇÃO DE
ACIDENTES NO TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES.
Rio de Janeiro
2011
Apresentação de monografia ao corpo docente das Faculdades Integradas: A Vez do Mestre- Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do curso de Pós- Graduação “Lato-sensu” em Gestão de Recursos Humanos. Por: Gláucia Aparecida de Jesus.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela força e sabedoria alcançada para que mais uma etapa da minha vida fosse cumprida. Ao meu esposo que sempre se fez presente me dando apoio e compreendendo alguns momentos de ausência e pelo incentivo para elaboração desse trabalho. Obrigada!
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DEDICATÓRIA
Exclusivamente a minha mãe que independente de não fazer mais parte desse mundo, sem ela seria impossível concluir essa etapa tão importante da minha trajetória.
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RESUMO
O Brasil foi o primeiro País a estabelecer o serviço obrigatório de Saúde,
Segurança e Medicina no Trabalho. Mas independente a legislação trabalhista
assegurar esta norma são alarmantes os altos índices de afastamento, licenças e
óbitos decorrentes de acidente no trabalho que atinge a vida dos trabalhadores.
Esse impacto não causa danos somente para esta classe e na vida de seus
familiares, mas as organizações também têm sido afetadas ao longo dos anos.
Por estas razões a implantação de sistemas de segurança e saúde no trabalho
deve fazer parte da política de qualquer tipo de empresa, seja ela de pequeno,
médio e grande porte. Ambas devem se preocupar em demonstrar um
desempenho sólido em matéria de segurança com objetivo de favorecer a saúde
e a integridade física do trabalhador. Neste contexto de maior preocupação para a
questão de segurança no ambiente de trabalho, a Gestão de Recursos Humanos
investigará as possíveis causas, riscos e gravidade das ocorrências de acidentes,
contribuindo para que se torne indispensável desenvolver atividades de
sensibilização, ações educativas e preventivas, através de campanhas
específicas que dispunham de uma estrutura organizada na busca de minimizar,
controlar e combater as respectivas ocorrências de acidentes nas organizações.
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METODOLOGIA
A pesquisa terá o foco na saúde ocupacional dos trabalhadores da
construção civil e as contribuições da Gestão de Pessoas na prevenção de
acidentes, sendo fundamentada com os estudos na área da saúde e medicina no
trabalho.
Sendo assim, será utilizado como corrente teórica Idalberto Chiavenato e
Manuais de Legislação Atlas que consiste as Normas Regulamentadoras (NRs),
apresentando uma retrospectiva histórica dos acidentes de trabalho ocorridos nas
organizações de construção civil.
Dessa forma, mesma será desenvolvida através de pesquisa bibliográfica
de caráter exploratório, com base em livros, artigos e revistas acadêmicas, tais
como: CHAVENATO, Idalberto: Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos
Humanos nas Organizações; revisão atualizada. 3° ed., Rio de Janeiro: Elsevier,
2010. p.578 SEGURANÇA E MEDICINA NO TRABALHO. Normas
Regulamentadoras (NRs). São Paulo: ATLAS, 60° ed., 2007.CHIAVENATO,
Idalberto: Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações; revisão
atualizada. 9° ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 338 p. www.agel.goias.com.br
AGEL, Acidentes no Trabalho, 1-2 p. acessado em: 05 / 10 / 2010. DWYER,
Tom. Vida e Morte no Trabalho. [email protected] 1-6 p., acessado em:
06 / 10 / 2010.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Saúde, Segurança e Medicina no Trabalho: Histórico e
Características. 11
CAPÍTULO II - Acidentes de Trabalho: O Impacto do Ambiente e da Educação do
Trabalhador. 17
CAPÍTULO III – Contribuições do RH para Prevenção de Acidentes
de Trabalho. 26
CONSIDERAÇÕES FINAIS 37
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 40
ANEXOS 41
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
08
INTRODUÇÃO
Através da necessidade identificada de analisar os motivos pelos quais
têm acontecido índices relevantes de acidentes no trabalho nas organizações que
nada mais é do que “um acontecimento indesejado que causa danos materiais ou
ferimentos em pessoas”.
Nesse contexto se faz necessário uma maior preocupação das empresas
para que disponham de uma estrutura organizada para a prevenção, combate e
controle de tais situações.
Contudo, estudos recentes mostram que os problemas ocasionados por
acidentes de trabalho assumem maiores proporções do que as estatísticas
permitem estimar, o seu dimensionamento real, inclusive quanto ao custo social,
tem sido dificultado por diversos fatores. Tais como: a pressão no trabalho ou
medo que a ocorrência de uma exposição possa refletir a falta de habilidade
individual, a falta de informação dos trabalhadores sobre os riscos ocupacionais
aos quais estão expostos.
Neste sentido, essa pesquisa pode contribuir para uma melhor percepção
da Gestão de Recursos Humanos sobre as condições relacionadas à segurança
do trabalhador nas organizações. A fim de favorecer a diminuição de acidentes,
riscos e agravos advindos das más condições de trabalho, demonstrando como o
Gestor de Recursos Humanos pode contribuir para evitar os altos índices de
acidentes nas empresas.
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Nota-se que no decorrer dos anos esse problema tem sido um grande
desafio para as organizações. Cabendo então, a Gestão de Recursos Humanos
junto ao Técnico ou Engenheiro de Segurança no Trabalho desenvolver algumas
ações na busca de soluções, tais como: Plano de Segurança, Plano de
Prevenção e Plano de Emergência.
Sendo assim, essa pesquisa também visa apontar descritivamente as
medidas que a Gestão de Recursos Humanos poderá tomar para neutralizar as
condições inseguras no trabalho, os tipos de medidas preventivas, atividades
educativas e de orientação aos trabalhadores pra prevenção de acidentes no
trabalho, apresentando modelos de atividades que serão propostas aos membros
da organização.
No Brasil, os primeiros estudos voltados para saúde, segurança e medicina
no trabalho iniciaram a partir da necessidade de melhoria das condições no
ambiente de trabalho, pois a classe trabalhadora era submetida a executar longas
jornadas de trabalho em locais sem segurança, com baixa remuneração, gerando
assim graves acidentes nas organizações.
De acordo com a legislação brasileira, é obrigação das empresas adotarem
medidas de prevenção e controle de doenças ocupacionais e acidentes no
trabalho, tais ações são regidas pela Portaria n°3.214, de 8 de junho de 1978, que
aprovou as Normas Regulamentadoras (NR).
Independente das melhorias ocorridas no ambiente de trabalho através
desta lei, o Brasil detém o título de país campeão em acidentes no trabalho,
ocasionado impacto na vida do trabalhador. Tais como: sofrimento físico,
incapacidade para o trabalho e por muitas vezes o desamparo da família. Esses
impactos também afetam a empresa que sofre com gastos excessivos, transporte
do acidentado, desgaste de sua imagem, perda de tempo de produtividade, danos
e perdas materiais.
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Ao mesmo tempo visando à redução desta estatística alarmante se faz
necessário que a Gestão de Recursos Humanos implante ações educativas de
capacitação em processos inicialmente de sensibilização e em nível de prevenção
de acidentes no trabalho, favorecendo assim que os funcionários assimilem de
forma clara e efetiva os preceitos de segurança no trabalho através do
desenvolvimento educacional.
Dessa forma, treinamentos, campanhas de conscientização quanto ao uso
de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e coletivo, elaboração do Manual
de Segurança da empresa, favorecerá na prevenção de acidentes no trabalho.
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CAPÍTULO I
SAÚDE, SEGURANÇA E MEDICINA NO TRABALHO: HISTÓRICO
E CARACTERÍSTICAS.
O Brasil foi o primeiro país a contar com o serviço obrigatório da
Segurança e Medicina no Trabalho em empresas com mais de cem (100)
funcionários.
Este passo importantíssimo para os trabalhadores foi dado no dia 27 de
julho de 1972, partindo da necessidade de minimizar as ocorrências de acidentes
de trabalho nas organizações (ARAÚJO, 2008, p.5).
Durante muito tempo a segurança do trabalho foi tida como um tema que se
caracterizava somente com o uso de capacetes, óculos, protetor auricular, botas,
cintos de segurança e uma série de outros equipamentos de proteção individual
contra acidentes. A evolução tecnológica se fez acompanhar os novos ambientes
de trabalho e de riscos profissionais a eles associados. Muitos desses novos
riscos são pouco ou nada conhecidos e demandam pesquisas cujos resultados só
se apresentam após a exposição prolongada dos trabalhadores a ambientes
nocivos à sua saúde e integridade física.
A legislação brasileira em saúde no trabalho passou a ter um novo
dimensionamento a partir da implantação das Normas Regulamentadoras (NR).
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Para a NR 4 (2007 p. 17) As
Esta norma foi desenvolvida com a finalidade de promover a saúde e
proteger a integridade física do trabalhador, pois a segurança no trabalho deve
fazer parte da política de qualquer tipo de empresa seja ela de pequeno, médio ou
grande porte.
A relação homem-máquina, que já trouxe enormes benefícios para a
humanidade, mas também trouxe um grande número de vítimas, sejam elas os
portadores de doenças incapacitantes ou aqueles cuja integridade física foi
atingida.
Hoje, o setor de segurança e saúde no trabalho é multidisciplinar e tem
como objetivo principal a prevenção dos riscos profissionais. O conceito de
acidente e incidentes é compreendido por uma quantidade maior de pessoas que
já identificam as doenças profissionais como conseqüências de acidentes do
trabalho.
Dessa forma, a “Segurança e Higiene no Trabalho são atividades
interligadas que repercutem diretamente sobre a continuidade da produção e
sobre o moral dos empregados” (CHIAVENATO, 2009 p. 338).
“empresas privadas e públicas, os órgãos
públicos da administração direta e indireta e dos
poderes legislativos e judiciários que possuam
empregador regido pela Consolidação das Leis de
Trabalho- CLT manterão, obrigatoriamente, Serviços
Especializados em Engenharia e Segurança no
Trabalho”.
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A mesma é indissociável ao desempenho favorável do trabalho, quando as
medidas técnicas, médicas, educacionais e psicológicas, são utilizadas para
prevenir acidentes, seja convencendo ou instruindo pessoas sobre a utilização de
práticas preventiva.
Ao caracterizar a segurança e saúde no trabalho, torna-se necessário
esclarecer dois conceitos fundamentais: o de perigo e o de risco.
Perigo é uma característica própria de um equipamento, de um material,
de uma situação ou prática de trabalho, com potencial para causar danos ou
lesões para a saúde. Falamos de substâncias químicas, de máquinas, de
métodos de trabalho, etc.
Risco é a probabilidade de ocorrer um acidente.
Costa (2004) ressalta que, esta probabilidade, que dá caráter dinâmico ao
risco, pode ser:
• Alta: o dano ocorrerá sempre ou quase sempre;
• Média: o dano ocorrerá em algumas ocasiões;
• Baixa: o dano ocorrerá várias vezes.
Para que algo perigoso se transforme num risco é necessária a ocorrência
da exposição a esse perigo. Por exemplo, todos sabem que a eletricidade é
perigosa, mas só corremos risco quando nos encontramos perto dela: num
posto de transformação elétrica o risco pode ser alto; na praia o risco é
praticamente nulo.
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Ergonomia
Para Costa (2004 p. 140) a Ergonomia é:
Apesar do conceito de ergonomia nas empresas parecer relativamente
recente, suas idéias existem há muitos anos. No entanto as Organizações devem
utilizar a Ergonomia na modificação de situações já existentes: modificar e corrigir
posturas inadequadas do homem no local de trabalho onde são executadas as
tarefas cotidianas na busca de soluções para certificar que o trabalho permaneça
seguro, produtivo e confortável.
Uma má postura ergonômica pode acarretar Doenças Ocupacionais, tais
como: LER e DORT.
Para o Banco de Saúde LER- Lesões por Esforços Repetitivos:
“O estudo científico da relação entre o homem
e seus ambientes de trabalho, a ergonomia tem
alguns objetivos básicos que são: possibilitar o
conforto ao indivíduo e proporcionar a prevenção
de acidentes e do aparecimento de patologias
específicas para determinado tipo de trabalho”.
“é a tradução de um termo internacional,
criado para identificar um conjunto de
doenças caracterizadas por dor crônica que
atinge principalmente os membros superiores
(dedos, mãos, punhos, antebraços, ombros e
braços), membros inferiores e coluna
vertebral, (pescoço e coluna), decorrentes de
sobrecarga do sistema muscular” (2008 p.09).
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Geralmente, após uma longa jornada de trabalho, mesmo que à custa de
dor apresentada pelos sintomas da LER- DORT o trabalhador busca formas de
continuar desenvolvendo seu trabalho por medo de ser afastado ou demitido do
mesmo. Dessa forma o mesmo atinge maiores proporções.
As queixas mais freqüentes do portador de LER-DORT são: desconforto,
dor localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, fadiga, sensação de peso,
formigamento, dormência, sensação de diminuição de força, inchaço,
enrijecimento muscular, choques nos membros, falta de firmeza nas mãos.
DORT- distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, inflamações
provocadas por atividades do trabalho que exigem do trabalhador movimentos
manuais repetitivos, contínuos, rápidos ou vigorosos durante um longo perigo de
tempo.
Várias situações podem propiciar a ocorrência de LER / DORT, assim
como:
• Trabalho automatizado, sob pressão, em que o trabalhador não tem
controle sobre suas atividades (operador de telemarketing, caixa de
supermercado e outros);
• Número insuficiente de trabalhadores, ocasionando sobre carga em alguns
setores e ausência de pausas durante a jornada de trabalho;
• Trabalho fragmentado, em que cada um exerce uma única tarefa de forma
repetitiva;
• Trabalho rigidamente hierarquizado, sob pressão permanente das chefias;
• Jornadas prolongadas de trabalho, com freqüente realização de horas
extras;
• Ambiente de trabalho “carregado”, onde há brigas ou discussões
freqüentes;
• Período de demissões em massa;
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• Ausência de pausas durante a jornada de trabalho;
• Mobiliário inadequado (cadeira, mesas, etc.) que obriga a adoção de
posturas incorretas do corpo durante a jornada de trabalho).
Os atendimentos aos requisitos Ergonômicos possibilitam:
• Maximizar o conforto, satisfação e bem-estar;
• Minimizar constrangimentos e cargas cognitivas;
• Aperfeiçoar o desempenho da tarefa, o rendimento do trabalho e a
produtividade;
• Evitar acidentes, doenças do trabalho ou profissional.
Faz-se necessário que as empresas adotem estratégias eficazes que
favoreçam a diminuição dos casos de LER e DORT assim como: a promoção de
aulas e palestras sobre o tema, convidar profissionais capacitados como médicos
especialistas a fim de promover palestras e eventos dessa natureza, utilizar os
canais de comunicação interna da organização para reforçar a conscientização
sobre as doenças ocupacionais junto aos profissionais, estimular as práticas de
ginástica laboral, adoção de mobiliário ergonomicamente adequado as condições
de trabalho, instituir rodízios com o objetivo de evitar que o profissional
permaneça em uma mesma atividade em tempo integral.
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CAPÍTULO II
ACIDENTES NO TRABALHO: O IMPACTO DO AMBIENTE E DA
EDUCAÇÃO DO TRABALHADOR
Acidente no Trabalho é qualquer fato que interrompe o andamento normal
de uma ação ou acontecimento, causado por fatores que podem ser de origem
humana, social, ambiental e instrumental (COSTA, 2004 p6).
O conceito de acidente de trabalho conjuga três elementos fundamentais
que se têm de verificar cumulativamente:
- elemento espacial – local de trabalho;
- elemento temporal – tempo de trabalho;
-elemento causal – efeito entre o evento e a lesão.
A segurança no trabalho é um tema importante que deve estar presente
em todas as discussões nas organizações, os acidentes estão a cada dia mais
presentes na rotina das grandes indústrias e pequenas fábricas, nesta última
tenho percebido que são as que menos se integram ou mesmo viabilizam
condições seguras para os trabalhadores, principalmente acham que por serem
pequenas e trabalharem em produção de menor escala estarão livres deste
grande problema que afeta a vida do trabalhador, levando assim a vários
acidentes fatais.
Partindo da premissa que o fator humano é a principal causa dos acidentes
de trabalho assim como também o elemento central para controle e prevenção
dos mesmos, e assumindo que o nível de educação voltado para prevenção de
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acidentes influência o comportamento face aos riscos inerentes ao trabalho, os
acidentes nas Organizações quando não evitados causam tanto impacto na vida
do trabalhador quanto na organização, pois provoca danos materiais e pessoais
que por muitas vezes são irreversíveis para ambos.
Em termos legais, de acordo com a Lei 8.213 de 1991. O Ministério da
Previdência e Assistência social (MPAS). Assegura que:
O mesmo reduz a capacidade de produção do profissional, causa
desmotivação, danos morais, estéticos e alguns irreversíveis na vida do
trabalhador.
“Anualmente, aproximadamente 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo
morrem em decorrência de acidentes de trabalho e doenças de origem
ocupacional, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho”
(OIT, 2010 p.06).
Essa questão expressa negligência e injustiça social, pois os índices de
morte poderiam ser extintos se os gestores das organizações demonstrassem
maior preocupação com a Saúde e Segurança e em especial a vida de seus
colaboradores, pois estes acidentes são possivelmente evitáveis.
“Acidente do trabalho é todo aquele que ocorre
pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa e
dos segurados especiais, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.”
19
Ao falar de acidentes nas organizações não poderia deixar de ressaltar Ato
Inseguro e Condição Insegura, pois ambos constituem as principais causas dos
acidentes no trabalho e que estão presentes na maioria dos casos em que há
alguém ferido.
- Atos Inseguros que em meio a vários conceitos pode ser entendido
como: “A maneira como as pessoas se expõem, consciente ou
inconscientemente, a riscos de acidentes” (UNESP, 2008 p. 02).
Alguns exemplos de atos inseguros mais conhecidos:
· Ficar junto ou sob cargas suspensas;
· Usar máquinas sem habilitação ou permissão;
· Lubrificar, ajustar e limpar máquina em movimento;
· Inutilizar dispositivos de segurança;
· Uso de roupa inadequada;
· Transportar ou empilhar inseguramente;
· Tentar ganhar tempo;
· Expor partes do corpo, a partes móveis de máquinas ou equipamentos;
· Imprimir excesso de velocidade;
· Improvisar ou fazer uso de ferramenta inadequada a tarefa exigida;
· Não utilizar EPI.
- Condição Insegura Condições inseguras nos locais de serviço são
aquelas que comprometem a segurança do trabalhador.
São as falhas, os defeitos, irregularidades técnicas e carência de
dispositivos de segurança que põem em risco a integridade física e / ou a saúde
das pessoas e a própria segurança das instalações e equipamentos (ROBERTO,
2008, p.13).
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Exemplos de Condição Insegura:
ventilação imprópria ou inadequada;
piso defeituoso ou escorregadio;
equipamentos de proteção individual inadequados;
extintor de incêndio com carga vencida;
material espalhado próximo ao local de trabalho;
iluminação imprópria;
vidros quebrados ou trincados;
escadas improvisadas;
lâmpadas sem proteção;
piso molhado;
uso de benjamins;
equipamentos geradores de calor sem placas de identificação;
equipamentos sem aterramento adequado;
frascos sem devidas identificações;
prateleiras com excesso de peso.
Inúmeros fatores favorecem para a ocorrência de acidentes e doenças
ocupacionais nos locais de trabalho. Normalmente os empregados e até mesmo
os gestores adotam concepções simples e erradas na busca de justificativas para
aquilo que causou os acidentes ou doenças, buscando-se desta forma, o consolo
para os ocorridos através de alegação de que foi coisa do destino, má sorte,
castigo, entre outros.
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Para Agel (2009 p.02) os
Dessa forma, os acidentes de trabalho na maioria dos casos são atos
evitáveis e por muitas vezes previsíveis nas empresas, quando providências
forem adotadas com antecedência e de maneira compromissada e responsável.
Os acidentes são resultantes tanto do ato inseguro (motivo: excesso de confiança,
cansaço, preocupação e falta de experiência do trabalhador, e inadaptação ao
trabalho) quanto de uma situação excepcional (condição insegura).
Para o Ministério da Previdência Social os
“acidentes do trabalho podem ser
classificados como: Acidentes Típicos: São todos os
acidentes que ocorrem no desenvolvimento do trabalho na
própria empresa ou a serviço desta. Acidentes de Trajeto:
São os acidentes que ocorrem no trajeto entre a residência
e o trabalho ou vice-versa, observando se faz parte do
itinerário normal do acidentado Doenças Ocupacionais:
São doenças causadas pelas condições do ambiente de
trabalho. Doenças Profissionais: São doenças causadas
pelo tipo de trabalho desenvolvido” (2009 a p. 01).
“Estudos nacionais e internacionais
informam que acidentes e doenças decorrentes
do trabalho acontecem, principalmente, por falta
de planejamento e compromisso com a questão,
o que resulta em descumprimento da legislação,
desconhecimento dos riscos existentes no local
de trabalho, utilização de ferramentas gastas ou
inadequadas, presença de ruídos, vibrações ou
calor e frios excessivos”.
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Acidentes Registrados – corresponde ao número de acidentes cuja
Comunicação de Acidentes do Trabalho – CAT foi cadastrada no INSS. Não são
contabilizados o reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão
de acidente do trabalho ou doença do trabalho, já comunicados anteriormente ao
INSS.
Acidentes Liquidados – corresponde ao número de acidentes cujos
processos foram encerrados administrativamente pelo INSS, depois de
completado o tratamento e indenizadas às seqüelas.
Assistência Médica – corresponde aos segurados que receberam apenas
atendimentos médicos para sua recuperação para o exercício da atividade
laborativa.
Incapacidade Temporária – compreende os segurados que ficaram
temporariamente incapacitados para o exercício de sua atividade laborativa.
Durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento da atividade,
caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. Após este
período, o segurado deverá ser encaminhado à perícia médica da Previdência
Social para requerimento do auxílio-doença acidentário – espécie 91. No caso de
trabalhador avulso e segurado especial, o auxílio-doença acidentário é pago a
partir da data do acidente.
Incapacidade Permanente – refere-se aos segurados que ficaram
permanentemente incapacitados para o exercício laboral. A incapacidade
permanente pode ser de dois tipos: parcial e total. Entende-se por incapacidade
permanente parcial o fato do acidentado em exercício laboral, após o devido
tratamento psicofísico-social, apresentar seqüela definitiva que implique em
redução da capacidade. Esta informação é captada a partir da concessão do
benefício auxílio-acidente por acidente do trabalho, espécie 94. O outro tipo
ocorre quando o acidentado em exercício laboral apresentar incapacidade
23
permanente e total para o exercício de qualquer atividade laborativa. Esta
informação é captada a partir da concessão do benefício aposentadoria por
invalidez por acidente do trabalho.
Incapacidade Permanente Parcial- Redução parcial da capacidade de
trabalho, em caráter permanente que, não provoca morte ou incapacidade
permanente total, é a causa da perda que qualquer membro ou parte do corpo, ou
qualquer redução permanente de função orgânica.
Lesão com afastamento- Lesão pessoal que impede o acidentado de
voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade
permanente. (esta lesão pode provocar incapacidade permanente, parcial,
incapacidade temporária total ou morte).
Lesão sem afastamento- Lesão pessoal que não impede o acidentado de
voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja
incapacidade permanente.
Óbitos – corresponde a quantidade de segurados que faleceram em função
do acidente do trabalho.
Todo acidente deverá ser informado imediatamente ao SESMET (Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina no Trabalho) e a
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) do órgão para fins de
investigação, comprovado o acidente de trabalho o SESMET deverá fazer o
registro e emitir a documentação legal para servidor estuário ou CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho) para servidores contribuintes do INSS.
Estes documentos serão exigidos pela GSP (Gerência de Saúde e Prevenção)
para concessão de Liderança por Acidentes do Trabalho.
A segurança no trabalho tornou-se um assunto relevante para toda
organização que presa a saúde e integridade dos trabalhadores. Mas reduzir o
número de acidentes não é tarefa fácil, a mesma requer a conscientização não
24
somente das empresas, mas também dos funcionários. Não basta, por exemplo,
equipar profissionais com os chamados EPIs (Equipamentos de Proteção
Individual) sem capacitá-los e orientá-los para o uso dos mesmos. Faz-se
necessário que as pessoas utilizem esses materiais de forma adequada, cientes
dos agravos que podem comprometer a saúde e até a vida através da não
utilização e de seu mau uso.
Para a Consolidação de Leis Trabalhistas Art. 166 (2002, P. 83) a:
A utilização de EPI indiscutivelmente representa uma tentativa de redução
ou eliminação das ações agressoras do meio laboral, este equipamento deve ter o
objetivo eliminar ou diminuir os riscos de acidentes, ou isolá-los, nas
organizações, essa medida de proteção geral parte de uma exigência da
legislação trabalhista brasileira através das Normas Regulamentadoras. O não
cumprimento da lei acarreta multa aos infratores, além de ações de
responsabilidade civil e penal.
A utilização de um EPI, para que produza os efeitos desejáveis, o
equipamento fornecido deve ser eficaz. Por esta razão, é necessário a avaliação
médica periódica, higienização e da guarda, fiscalização do uso adequado, onde
os gestores da área fornecerão informações e esclarecimentos contínuos sobre
sua utilidade e seu uso envolve cuidados em relação a sua escolha.
“empresa é obrigada a fornecer aos
empregados, gratuitamente, Equipamento de
Proteção Individual (EPI) adequado ao risco e em
perfeito estado de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes e danos à saúde dos empregados”.
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Deve-se observa, principalmente:
• O certificado da aprovação do EPI – CA;
• A adaptabilidade do EPI á constituição física do trabalhador;
• O nível de segurança necessário;
• A duração da exposição ao risco;
• A comodidade do indivíduo;
• Os possíveis agravos gerados;
• A freqüência da exposição.
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CAPÍTULO III
CONTRIBUIÇÕES DO RH NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE
TRABALHO
A administração de Recursos Humanos ou Gestão de Pessoas em meio a
vários conceitos pode ser considerada: “A função na organização que está
relacionada com a provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e
manutenção dos empregados”. (CHIAVENATO, 2010, P.9).
Dessa forma, também é uma responsabilidade do RH favorecer a
segurança, higiene e segurança no trabalho. Através de treinamentos, busca de
soluções para os problemas práticos e em especial desenvolver um trabalho
eficaz de orientação, educação e conscientização na organização.
Costa (2004) ressalta que, existem duas formas de se fazer prevenção no
ambiente de trabalho:
• Prevenção passiva: é aquela que se resume a estudar os acidentes
e danos que ocorrem nas empresas, buscando as causas e
implementando medidas de segurança. Para que ela se produza é
necessário que algum acidente aconteça.
• Prevenção ativa: visa detectar possíveis riscos, implementando
medidas para que o acidente não ocorra, através de estudos do
ambiente de trabalho, processos, equipamentos etc. Evidentemente,
independente que a organização adote este tipo de procedimento e
o acidente ocorra, as ocorrências descritas na prevenção passiva
deve ser realizada.
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Muitos proprietários das empresas têm a idéia erronia que promover a
segurança dos trabalhadores será aplicar verba em algo desnecessário, ao
contrário do que muitos deles pensam, se os mesmos proporcionarem senso
crítico, educação e detectarem os problemas antes que eles ocorram, evitará
perdas de vidas, mutilações, incapacidades para o trabalho, afastamentos e
principalmente favorecerá a integração dos proprietários das organizações com
os funcionários. Caso contrário acarretará grandes perdas financeiras.
Para a Consolidação de Leis Trabalhistas Art. 157 (2002, P.79) cabe às
empresas:
Verifica-se que se houvesse a não omissão do empregador em zelar pela
segurança física e mental de seus empregados, muitos casos de acidentes de
trabalho poderiam ser evitados. Faz-se necessário, mudar os hábitos, práticas e
as condições de trabalho para que a higiene e segurança no ambiente
organizacional se tornem favorável.
A gestão de pessoas no processo de recrutamento deve informar ao futuro
funcionário os riscos oferecidos pela função que será exercida, e junto aos
demais funcionários da empresa, desenvolver treinamentos, quanto ao uso de
“cumprir e fazer cumprir as normas de segurança
no trabalho, instruir os empregados, através de
ordens de serviço, quando às precauções a tomar no
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças
ocupacionais, adotar as medidas que lhe sejam
determinadas pelo órgão regional competente,
facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade
competente”.
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máquinas e equipamentos, instruí-los sobre a forma de execução das tarefas,
fiscalizarem a utilização dos equipamentos de segurança. Neste sentido o
desconhecimento dos integrantes da empresa em relação às normas
regulamentadoras que regem as atividades trabalhistas também é um fator
determinante para o acontecimento de acidentes.
A legislação na Norma Regulamentadora (NR7)
Esta ação deve ser coordenada por um médico do trabalho pertencente ou
não ao quadro dos funcionários dessa empresa.
O PCMSO constitui um progresso no acompanhamento das medidas de
proteção da saúde do trabalhador, interfere em questões ligadas ao trabalho e
sua coletividade, utilizando metodologia adequada para análise da relação
saúde-trabalhador, tendo caráter de diagnóstico precoce de moléstias
relacionadas ao trabalho, inclusive daquelas com manifestações não aparentes,
constatando doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos
trabalhadores.
Neste contexto, faz-se necessário procurar analisar as causas das
ocorrências de acidente no trabalho nas empresas, se as ações corretivas e
“estabelece a obrigatoriedade da elaboração
e implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO),
com o objetivo de promoção e preservação da saúde
do conjunto dos seus trabalhadores”.
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preventivas estão funcionando a fim de atender as expectativas, e demais
impactos à área da empresa que se responsabiliza pelas condições de trabalho.
O gerenciamento eficaz da segurança e saúde do trabalhador:
– Reduz a extensão e a gravidade dos acidentes e das doenças
ocupacionais;
– Melhora o estado de espírito do funcionário e aumenta a sua
produtividade;
– Reduz os custos de compensação ao Governo e indenização aos
trabalhadores.
A Gestão de Recursos Humanos em busca de melhorias e condições de
trabalho para seus colaboradores pode contribuir disponibilizando os recursos
necessários para a implementação e manutenção dos programas e campanhas
específicas, visando fazer frente as mais variadas situações, tais como:
treinamento, divulgação de prevenção de acidentes na organização através de
outdoors, na Intranet e internet, mensagens em contracheque, panfletos, banners,
unidades móveis, cartilhas, cartazes, além de outros elementos audiovisuais.
Utilizando desde os meios mais simples até as mais modernas formas para a
conscientização. Assim será organizado a SIPAT (Semana Interna de Prevenção
de Acidentes), conforme a necessidade e disponibilidade de recursos dos
colaboradores.
É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene
e a segurança no ambiente organizacional se tornem satisfatórios. Nessas
mudanças faz-se necessário resgatar o valor humano de forma a ser valorizado
através de:
* Estudos e modificações locais de risco dos postos de trabalho;
* Uso de ferramentas e equipamentos ergonomicamente adaptados ao
trabalhador;
* Diminuição do ritmo do trabalho;
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* Estabelecimento de pausas para descanso;
* Maior participação e autonomia dos trabalhadores nas decisões do seu
trabalho.
O departamento de Recursos Humanos em conjunto com o Serviço de
Segurança e Medicina no Trabalho desenvolverá: Plano de Segurança,
Prevenção e Emergência.
Plano de Segurança: numa Organização o mesmo é responsável por
todos os aspectos compreendidos nesta área, sejam eles no âmbito da prevenção
ou da proteção. Dele fazem parte os Planos de Prevenção e de Emergência.
Plano de Prevenção: permite evitar ou minimizar a possibilidade de
ocorrerem qualquer tipo de acidentes na Organização, com normas e
procedimentos estabelecidos que devem ser conhecidos e treinados.
Plano de Emergência Interno: permite através da intervenção dos meios
humanos e materiais, uma resposta eficaz a um grave acontecimento
imprevisto ou inesperado, que possa colocar em risco a segurança das
pessoas, instalações ou do meio ambiente.
PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
A NR-9 (2007) estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA, visando à preservação as saúde e da integridade dos
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham existir no
31
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da
empresa no campo da prevenção da saúde e da integridade física dos
trabalhadores, face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho. É um
instrumento dinâmico, de ação contínua, um programa de gerenciamento.
Por estas razões, deve ser simples prático, objetivo e acima de tudo facilmente
compreendido e utilizado.
A legislação considera como riscos ambientais os agentes físicos,
químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho que em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, casam danos
significativos a saúde dos membros da organização. Para que sejam
considerados fatores de riscos ambientais estes agentes precisam estar
presentes no ambiente de trabalho.
Todos os empregadores devem observar atentamente o ambiente físico de
suas instalações, tomando sempre medidas necessárias para colocar seus
empregados o mais distante possível de riscos ou agentes físicos, químicos e
biológicos.
Agentes físicos - são considerados diversas formas de energias que os
trabalhadores podem estar expostos, decorrentes de processos e equipamentos
produtivos podem ser:
• Ruído e vibrações;
• Pressões anormais em relação à pressão atmosférica;
• O uso de infra-som ou ultra-som;
• Temperaturas extremas (altas e baixas);
• Radiações ionizantes e radiações não ionizantes.
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Agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos que possam
penetrar no organismo pelas vias respiratórias, decorrentes da manipulação e
processamento de matérias primas, tais como:
• Poeiras e fumos;
• Névoas e neblinas;
• Gases e vapores.
Agentes biológicos são aqueles advindos da manipulação, transformação
e modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles:
• Genes, fungos, bactérias, vírus, bacilos, parasitas, protozoários e outros.
Este documento é executado pelo Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho - SEESMT da empresa ou instituição, há
algumas empresas de pequeno e médio porte que não possuem pessoas
especializadas em seus quadros para executar este serviço, neste caso, deverá
contratar uma empresa ou profissional para elaborar, implementar, acompanhar e
avaliar o PPRA.
Uma vez no ano será desenvolvida a análise global para avaliação do
PPRA e a realização dos ajustes que forem necessários.
Medicina Ocupacional
Objetiva adaptar os membros da organização à sua função, previnindo-as
contra os riscos de agentes prejudiciais.
Saúde Ocupacional é uma obrigatoriedade que o Ministério do Trabalho
impôs a todas as empresas, visando observar e resguardar a qualidade de vida
dos trabalhadores.
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Poucos conhecem o que é Saúde Ocupacional, qual sua finalidade ou qual
é sua real função. Muitos apenas acham que é o exame que faz para ser admitido
ou sair de uma empresa, outros vêem como apenas um documento que deve
haver arquivado para caso de fiscalização do Ministério do Trabalho.
Mas essa legislação não é somente mais um custo que as empresas
devem tabular ao fim do mês, Saúde Ocupacional é um benefício tanto para o
empregado, quanto para o empregador.
Ao proporcionar aos funcionários de uma empresa um ambiente qualificado
e sadio para a realização de suas tarefas, a empresa recebe um funcionário que
estará mais motivado a produzir, e em seu trabalho não haverá influências
ambientais para interromper sua produção.
Medidas utilizadas pela Medicina Ocupacional
Exames médicos: é um termo utilizado para designar tanto o realizado pelo
médico quanto exames complementares ao diagnóstico, que podem ser
laboratoriais ou de imagem realizados por médicos (CONHECER SAÚDE, 2011).
A empresa é obrigada por lei a avaliar periodicamente os seus
trabalhadores por meio de exames clínicos, classificados de acordo com o
momento de sua aplicação:
Exame Admissionais O exame médico admissional deverá ser realizado antes da contratação do
colaborador, visando avaliar suas aptidões físicas e mentais, de maneira a
verificar se o mesmo está apto para a função desejada e se o exercício da função
pretendida não trará agravos à saúde do mesmo.
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Este exame consiste no preenchimento de questionário apropriado pelo
candidato, seguido da anamnese clínica-ocupacional e realização de exame de
aptidão física e mental.
Caso haja necessidade, exames complementares serão solicitados, em
função dos riscos ocupacionais específicos aos quais o trabalhador está exposto.
Exames Demissionais
É desenvolvido para comprovar o bom estado de saúde do funcionário que
será desligado da empresa. O objetivo é certificar-se de que o empregado não
adquiriu nenhuma doença, complicação dentro do ambiente de trabalho e que
possa prejudicá-lo futuramente. O mesmo deve ser feito antes do desligamento
efetivo do funcionário (homologação). Caso o empregado já tenha realizado o
exame 135 dias antes do desligamento, não precisará fazer novamente.
Este exame é realizado de forma simples, assim como o exame
admissional, mas o médico normalmente faz perguntas relacionadas à saúde no
ambiente de trabalho, como por exemplo, se já entrou de licença enquanto
exercia a função, se já sofreu acidente de trabalho ou alguma outra lesão, se foi
curado completamente, e etc.
O trabalhador não deverá assinar o atestado emitido pelo médico se as
informações de saúde contidas no documento não estiverem de acordo com sua
situação real. Caso o atestado esteja em branco ou não constar as doenças
citadas, também não deverá ser assinado.
Exames de Retorno ao Trabalho
O exame de retorno ao trabalho, com avaliação clínica, deve ocorrer no
primeiro dia da volta ao trabalho para todo colaborador que ficar ausente do
trabalho por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de parto,
doença ou acidente de natureza ocupacional ou não. O exame de retorno serve
35
como garantia tanto para o empregador quanto para o empregado, pois após a
avaliação clínica, o médico do trabalho emitirá um atestado de capacidade ou
incapacidade para o trabalho, evitando assim que o empregador seja
responsabilizado por qualquer dano que o trabalhador, ainda doente e em razão
dessa doença, possa causar a si mesmo ou a terceiros no exercício de sua
função.
Exames de Mudança de Função
O exame médico de mudança de função deverá ser realizado sempre o
colaborador for transferido de função ou setor, desde que haja alteração nos
riscos ocupacionais que o mesmo venha a se expor. Deverá ser realizado antes
que a mudança seja efetuada.
O mesmo tem a finalidade de avaliar se as condições físicas atuais do
funcionário lhe permitem uma alteração sem sua atividade, sendo que o mesmo
será exposto a um risco diferente daquele a que estava acostumado, além de
avaliar se adquiriu alguma doença ocupacional enquanto desempenhava sua
função.
Este exame visa avaliar se o colaborador possui a aptidão necessária para
exercer a nova função e se o exercício desta não poderá trazer prejuízos à sua
saúde.
Exames Periódicos
São feitos com trabalhadores expostos a risco ou situações de trabalho
que impliquem no desencadeamento ou agravamento da doença ocupacional ou,
ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os exames
deverão ser repetidos a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico
encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção de trabalho, ou,
ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho.
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O exame periódico é realizado anualmente na empresa, e se faz
indispensável para identificação de alterações na saúde do funcionário quando
comparadas a exames anteriores.
Exames Complementares
São aqueles exames que complementam aos dados da anamnese e do
exame físico para a confirmação das hipóteses diagnósticas e tratamento,
(laboratoriais, de imagem: radiografia, tomografia computadorizada, ressonância
nuclear magnética, ultrassonografia). Tais exames são solicitados por diversos
profissionais, como médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, educadores físicos,
nutricionistas entre outros especialistas.
Além dos exames médicos, os Recursos Humanos deve promover
programas e treinamentos de reabilitação de primeiros socorros.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dessa pesquisa acadêmica pude analisar a necessidade de cada
vez mais se discutir a valorização da vida do trabalhador através da Saúde,
Medicina e Segurança no Trabalho nas organizações.
A saúde e segurança no local de trabalho são hoje uma das vertentes que
devem ser consideradas de suma importância para que ocorram avanços
consideráveis no ambiente organizacional, pois as doenças ocupacionais,
agravos à saúde e acidentes no trabalho, têm aumentado de proporção e
evoluído pelas deploráveis condições de trabalho que muitos empregados são
submetidos, assim como: jornadas excessivas de trabalho, pouco direito de
repouso e lazer, falta de treinamento, condições inseguras, entre outro.
Para que as atividades de Segurança e Medicina no Trabalho sejam
efetivas deve haver um relacionamento eficaz entre trabalhadores, gestores e
ambiente favorável para que o trabalhador execute sua função.
É necessário que os colaboradores recebam atenção individualizada e
personalizada, isto é, que as empresas atendam a demanda de atenção médica
em todos os níveis de necessidades, com o suporte das técnicas de educação
para a saúde, buscando cada vez mais o equilíbrio do homem com o ambiente e
as condições que o cerca.
O prazer no trabalho é fundamental para manutenção da saúde e sua
normalidade, o mesmo deve favorecer ao homem padrão de vida e bem-estar.
Um local de trabalho seguro e saudável são elementos essenciais para produção
e qualidade de serviços.
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Dessa forma isso gera efeito positivo e multiplicador nas empresas, pois
demonstra uma gradativa compreensão por parte do empresariado de que ter
trabalhadores sadios é um investimento favorável para ambos.
Sendo assim, faz-se necessário que as empresas façam valer a legislação
trabalhista, normas e regulamentos e demais atos estabelecidos oficialmente com
a finalidade de proteger a vida das pessoas em seu trabalho.
39
BIBLIOGRAFIA
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Organizações. 9° ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 338.
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS (CLT) ART. 157. 29° ed., São
Paulo: Saraiva, 2002. P. 79.
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS (CLT) ART. 166. 29° ed., São
Paulo: Saraiva, 2002. P. 83.
COSTA, Marco, COSTA, Maria. Segurança e Saúde no Trabalho: Cidadania,
Competitividade e Produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. p.6. e p.140.
NORMAS REGULAMENTADORAS NR4. Segurança e Medicina no Trabalho. 60°
ed., São Paulo: Atlas, 2007. p.17.
NORMAS REGULAMENTADORAS NR7. Segurança e Medicina no Trabalho. 60°
ed., São Paulo: Atlas, 2007. p.71.
NORMAS REGULAMENTADORAS NR9. Segurança e Medicina no Trabalho. 60°
ed., São Paulo: Atlas, 2007. p.93.
40
WEBGRAFIA
AGEL. Acidentes nos Locais de Trabalho. www.agel.com. Acessado em: 22 /
12/ 2010.
ARAÚJO, Alberto. Segurança e Saúde Ocupacional. Saude-
[email protected]. Acessado em: 15/ 12/ 2010.
Banco de Saúde. LER. www.bancodesaude.com.br . Acessado em: 10 / 01/ 2010.
Conhecer saúde. Exames Médicos. www.conhecersaude.com. Acessado em: 23/
01/ 2011.
MARANGON, Carlos. Estatísticas de Acidentes no trabalho.
www.areaseg.com/estatística. Acessado em: 11/ 01/ 2011.
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL.
www.previdenciasocial.gov.br. Acessado em: 20/ 12/ 2010.
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. www.previdencia.gov.br. Acessado em:
06/ 01/ 2010.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Acidentes nas
Organizações. www.oit.org.br. Acessado em 14 / 01 / 2011.
ROBERTO, Gustavo. Condições Inseguras. www.gustavoroberto.br Acessado
em: 17/ 11/ 2011.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Atos Inseguros. www.bauru.unesp.br.
Acessado em: 15/ 01/ 2011.
41
ANEXO
GRÁFICOS
www.areaseg.com/estatísticas. Gráfico das estatísticas de Acidentes
no Trabalho. Gráficos elaborados pelo Eng. Civil e de Segurança Carlos
Marangon.
GRÁFICO I
Gráfico da Tendência dos Acidentes de Trabalho (1970-2008)
42
GRÁFICO II Gráfico da Tendência dos Acidentes Fatais (1970-2008)
Paradoxo Acidentes x Mortes
Enquanto o número de acidentes diminui, o número de mortes se
mantém constante. Aventa-se a hipótese de que isso seja devido à possibilidade
de não se registrar os acidentes enquanto que as mortes não podem passar sem
que se registrem.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – SAÚDE, SEGURANÇA E MEDICINA
NO TRABALHO: HISTÓRICO E CARACTERÍSTICAS. 11
CAPÍTULO II- ACIDENTES NO TRABALHO:
O IMPACTO DO AMBIENTE E DA EDUCAÇÃO DO TRABALHADOR. 17
CAPÍTULO III- CONTRIBUIÇÕES DO RH PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
DE TRABALHO. 26
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS 37
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 40
ANEXO 41
ÍNDICE 43
45
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Faculdades Integradas A Vez do Mestre – Universidade
Candido Mendes
Título da Monografia: Valor à Vida: As Contribuições da Gestão de Pessoas na
Prevenção de Acidentes no Trabalho nas organizações.
Autor: Gláucia Aparecida de Jesus
Data da entrega: 19 / 01 / 2010. Avaliado por: Msc. Adélia Maria de Araújo Conceito: