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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE INTEGRADA AVM PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSUDrawback Integrado Intermediário e a Desoneração de Impostos na Aquisição de Insumos no Mercado Nacional como Vantagem Competitiva Por: Thereza Christina Copelli da Silva Orientador(a) Dra. Renata Faria Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA AVM

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Drawback Integrado Intermediário e a Desoneração

de Impostos na Aquisição de Insumos no Mercado Nacional

como Vantagem Competitiva

Por: Thereza Christina Copelli da Silva

Orientador(a)

Dra. Renata Faria

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA AVM

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Drawback Integrado Intermediário e a Desoneração

de Impostos na Aquisição de Insumos no Mercado Nacional

como Vantagem Competitiva

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Direito Aduaneiro.

Por: Thereza Christina Copelli da Silva

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por mais esta oportunidade e pela

saúde para seguir em frente.

A minha neta, por iluminar a minha vida.

Ao meu filho e à minha filha, pela forma

mais pura de amor incondicional.

A minha mãe, minha irmã, minha avó e meu

genro, pelo apoio para a realização de mais

este trabalho.

Ao meu amor, pela paciência, compreensão

e amizade.

A Dra. Renata Faria, idealizadora,

coordenadora e professora do curso de Pós-

Graduação “Lato Sensu” em Direito

Aduaneiro da AVM, também minha

orientadora neste trabalho, pela dedicação,

incentivo, determinação, sabedoria e

exemplo.

A todos os professores da AVM que se

dispuseram a dividir o conhecimento

conosco.

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DEDICATÓRIA

A Deus e a todos que compreenderam a

minha necessidade de buscar novas

experiências, novos textos, novos ângulos,

novas opiniões, novas pesquisas, novos

artigos, novos desafios, novos amigos,

novos professores, sob a perspectiva da

doutrina jurídica aduaneira para agregar

conhecimento nas áreas que amo –

Comércio Exterior e Logística.

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“Nunca largue mão dos seus sonhos,

pois se eles morrem a vida se torna como

um pássaro de asa quebrada, que não

pode voar.” (Érico Veríssimo)

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RESUMO

Como a aquisição de produtos no mercado interno sob o regime de drawback

integrado intermediário com desoneração de impostos pode incrementar a

vantagem competitiva das empresas industriais-exportadoras e, também, das

empresas fabricantes-intermediárias?

Quer seja por desconhecimento da regulamentação que ampara o regime

especial de Drawback, quer seja por receio da utilização em seus processos

produtivos para futura comprovação das exportações e baixa do regime, o fato é

que poucas são as empresas fabricantes-intermediárias, além das industriais-

exportadoras, que se beneficiam do Drawback Integrado Intermediário para redução

dos custos de produção como incremento da vantagem competitiva.

O objetivo principal desta pesquisa é fornecer às empresas – fabricantes,

importadoras e exportadoras, e aos profissionais que atuam no comércio exterior ou

possuem interesse acadêmico, uma referência para estudo sobre Drawback,

especialmente o Drawback Integrado Intermediário.

Espera-se colaborar com esclarecimentos sobre a desoneração tributária e

legislação fiscal-tributária pertinente, com a consolidação das informações, da

jurisprudência e dos procedimentos, para aplicação e suporte no processo de

tomada de decisão com o objetivo de redução dos custos de produção, maior

competitividade no mercado interno e externo, abertura de novos mercados, ganhos

financeiros, aumento da lucratividade e organização de processos, dentre outros

benefícios.

Devido à complexidade do assunto, esta pesquisa pretende limitar-se ao

conceito e principais características de cada tópico apresentado, a fim de fornecer

as informações necessárias para orientação e estudo para aplicação do Drawback

como incremento do resultado das empresas nacionais e exportadoras.

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Palavras-Chave: drawback; desoneração tributária; vantagem competitiva; benefício

fiscal;

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada na execução deste trabalho consistiu em pesquisa

bibliográfica através da análise de material publicado em livros, documentos e

legislação pertinente, além de informações e normas disponibilizadas na internet,

coleta de dados e experiência profissional na área de importação e exportação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I

Regime Aduaneiro Especial de Drawback 12

CAPÍTULO II

Drawback Integrado Suspensão 18

CAPÍTULO II

Drawback Integrado Isenção e Drawback Restituição 23

CAPÍTULO IV

Drawback Integrado Intermediário 27

CAPÍTULO V

Baixa do Ato Concessório (AC) 32

CAPÍTULO VI

Processo de Desoneração Tributária e Vantagem Competitiva 36

CONCLUSÃO 40

LEGISLAÇÃO 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48

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INTRODUÇÃO

O Drawback foi instituído em 1966 pelo Decreto Lei n° 37, disciplinado pelo

Decreto n° 6.759 de 2009 do atual Regulamento Aduaneiro - artigos 383 a 403, e

regulamentado pela Portaria Secex n° 25 de 2008 – artigos 50 a 157, como

ferramenta para incentivo às exportações brasileiras, por reduzir os custos de

aquisição de insumos a serem incorporados ou utilizados no processo de

industrialização de produtos a serem exportados, com desoneração de tributos.

Possui três modalidades em sua mais recente versão – Drawback Integrado

Suspensão, Drawback Integrado Isenção e Drawback Restituição, que permitem ao

requerente do regime planejar suas atividades de aquisição de insumos importados

e/ou nacionais para futura exportação.

Nas modalidades Suspensão e Isenção, destacam-se duas operações

especiais: o Drawback Intermediário e o Drawback para Embarcação.

As modificações na legislação, bem como o aperfeiçoamento das tecnologias

de informação e comunicação, proporcionaram a evolução do regime ao modelo

atual de Drawback Integrado, permitindo a desoneração dos tributos na aquisição de

insumos no mercado interno.

A utilização do Drawback pode implicar em redução do custo de aquisição em

torno de 70% sobre o valor das importações e em torno de 35% sobre a aquisição

de insumos no mercado interno.

Através do Comunicado Decex n° 21/97, alterado pelo Comunicado Decex n°

2 (atual Secex), o Drawback estendeu o benefício da suspensão ou isenção de

impostos para as empresas denominadas fabricantes-intermediárias, para aquisição

de mercadoria importada destinada à industrialização de produto intermediário a ser

fornecido para empresas industriais-exportadoras para utilização em produto final a

ser exportado.

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Percebe-se, entretanto, que um número reduzido de empresas exportadoras

possui conhecimento dos procedimentos para a execução e controle de um

processo de Drawback e das oportunidades nele inseridas para compra de insumos,

tanto nacionais quanto importadas, com desoneração tributária, assim como os

fornecedores nacionais desconhecem os benefícios fiscais na venda de insumos

para empresas industriais-exportadoras.

Espera-se que a aquisição de produtos no processo de importação deva

agregar valor, criar vantagem competitiva para as empresas, com a equiparação da

qualidade dos bens ao nível internacional para atender às expectativas dos clientes.

Da mesma forma, a aquisição de produtos no mercado interno também deve

proporcionar a mesma vantagem competitiva.

O regime especial de Drawback é apresentado em cinco capítulos. O primeiro

aborda o conceito, a competência e a abrangência do regime aduaneiro especial de

Drawback. O segundo capítulo pretende apresentar o conceito de Drawback

Integrado Suspensão e suas modalidades. No terceiro capítulo, são apresentados o

Drawback Integrado Isenção e o Drawback Restituição. As questões sobre

Drawback Integrado Intermediário são abordadas no quarto capítulo, ressaltando a

importância deste regime para as empresas exportadoras e fornecedores nacionais

face à desoneração tributária. O quinto capítulo apresenta o processo de baixa do

Ato Concessório. O sexto capítulo aborda a questão da desoneração tributária

como vantagem competitiva, a legislação fiscal pertinente e a redução da carga

tributária.

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CAPÍTULO I

REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK

“Os Regimes Aduaneiros Especiais representam um importante conjunto de ferramentas para o fomento da atividade exportadora e aproximação das relações comerciais entre países, incidindo suas normas, em grande parte, sob o aspecto tributário das operações. Nesse sentido, o Drawback se destaca não apenas por ser um dos mais antigos na legislação brasileira, mas também pela complexidade de seus princípios e regras.” (Machado, Luiz Henrique Travassos, 2015).

1.1. CONCEITO

Com o objetivo de atender à dinâmica do comércio exterior e incentivar as

operações de importação e exportação, o governo estabeleceu regimes aduaneiros

especiais que permitem a entrada ou a saída de mercadorias do território aduaneiro,

com suspensão ou isenção no recolhimento dos impostos devidos contra

apresentação de Termo de Responsabilidade firmado pelo beneficiário do regime:

Art. 308. Ressalvado o disposto no Capítulo VII, as obrigações fiscais suspensas pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais serão constituídas em termo de responsabilidade firmado pelo beneficiário do regime, conforme disposto nos arts. 758 e 760 (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 72, caput, com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art. 1º) - Decreto 6.759 de 2009.

Um dos regimes aduaneiros especiais, o Drawback é utilizado na política

econômica do governo como um regime de incentivo às exportações ou

financiamento indireto do governo, considerado um dos instrumentos de política de

Comércio Exterior.

De acordo com o U.S Customs and Border Protection , o regime de Drawback

foi criado em 1789 pelo Continental Congress (primeiro governo dos Estados

Unidos), com limitação para a aquisição de alguns insumos específicos destinados à

exportação, com a finalidade de gerar empregos além de incentivar a fabricação e

as exportações.

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Instituído pelo Decreto-Lei nº 37 de 1966, definido no Regulamento Aduaneiro

através do Decreto 6.759 de 2009 e vinculado pela Portaria Secex n° 23 de

14/07/2011, o Drawback possibilita ao produtor nacional importar ou adquirir no

mercado interno, os insumos ou matérias-primas necessárias para a fabricação de

produtos destinados à exportação sem a incidência de impostos, conforme

legislação.

De acordo com a Receita Federal, os regimes aduaneiros especiais

apresentam como característica comum o tratamento diferenciado na tributação de

impostos exigidos na importação de bens estrangeiros ou adquiridos no mercado

interno, assim como na exportação de bens nacionais com controles aduaneiros

diferenciados.

No caso do Drawback, refere-se à suspensão, isenção ou restituição de

tributos exigidos na aquisição dos bens para industrialização dos produtos finais a

serem exportados (II, IPI, PIS/PASEP, COFINS e ICMS, além do AFRMM).

Desta forma, podemos definir Drawback como um regime aduaneiro especial

com tratamento diferenciado para os tributos na aquisição de mercadorias no

mercado internacional e no mercado interno, que serão utilizadas em produtos a

serem exportados.

Entretanto, cabe ressaltar que o regime de Drawback é um incentivo à

exportação e não meramente um benefício fiscal, ficando isenta de exame de

similaridade a importação amparada por tal regime.

De acordo com a Secretaria da Receita Federal, um regime aduaneiro

especial é caracterizado como exceção à regra de aplicação de impostos referentes

à importação de insumos internacionais ou compra no mercado local, possibilitando

um tratamento especial que difere da maioria para os controles alfandegários.

O objetivo desse regime não consiste somente na desoneração dos tributos,

mas também em incentivar o país a inserir-se no mercado internacional,

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proporcionando assim resultados favoráveis para a balança comercial (MOORI,

BENEDETTI; KONDA, 2012, citado por Araújo, Coti-Zelati e Cuba (2003, p.6),

O fato gerador destes tributos na modalidade Suspensão é a data do

desembaraço no Comprovante de Importação (CI). Na modalidade Isenção, é a data

do registro da Declaração de Importação (DI). Na aquisição de bens no mercado

interno, o fato gerador é a data de emissão da NF.

Este regime é pleiteado através de um pedido de Ato Concessório, no site do

MDIC (www.mdic.gov.br), ambiente “comércio exterior”, via Siscomex Drawback

Web, por exportador credenciado na SRF, com a informação em valor e quantidade,

dos detalhes dos produtos a serem exportados e dos bens que se pretende importar

ou adquirir no mercado interno, levando-se em consideração o resultado cambial

entre a agregação do valor e o resultado da operação:

“Art. 14. Os atos concessórios de drawback (...) poderão ser deferidos, a critério da Secretaria de Comércio Exterior, levando-se em conta a agregação de valor e o resultado da operação. (Lei n° 11.945 de 4 de Junho de 2009)

A SRF efetua análise do pleito com base no histórico, idoneidade e

capacidade técnica do beneficiário, compatibilidade com a modalidade solicitada e

entre os produtos importados com relação aos exportados, índice de resíduos ou

subprodutos, além da data limite para a realização da exportação.

A maior parte dos pedidos é deferida imediatamente após o registro no

Siscomex, quando o valor importado corresponde até 40% (quarenta por cento) do

valor da exportação. Acima desta proporção, o pedido segue para análise.

Os bens passíveis da concessão do Drawback são as matérias-primas e

insumos, partes e peças de equipamentos, materiais utilizados em embalagem,

animais para abate destinados à industrialização e exportação, material consumido

no processo industrial e de fabricação, mercadoria utilizada em processo de

industrialização de embarcação destinada ao mercado interno e matérias-primas

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destinadas à fabricação e ao fornecimento no país de máquinas e equipamentos em

decorrência de licitação internacional.

Entretanto, o Drawback não se aplica nos casos de importação de mercadoria

utilizada na industrialização de produto destinado a consumo na Zona Franca de

Manaus (ZFM) e áreas de Livre Comércio localizadas no território nacional, assim

como nos casos de importação ou exportação de mercadorias suspensas ou

proibidas, importação de petróleo e seus derivados, exceto coque calcinado de

petróleo, ou processos conduzidos em moedas não conversíveis (exceto Reais),

inclusive moeda convênio.

É concedido com validade de um ano, prorrogável por mais um ano, desde

que a prorrogação seja solicitada pelo exportador até a data do vencimento do

referido Ato Concessório. No caso de mercadoria importada destinada à produção

de bem de capital de longo ciclo de fabricação, a validade concedida para o AC

pode ser de até cinco anos.

A operação é registrada no Siscomex e passa a ser um compromisso

assumido entre o importador e o Decex, de que o produto final será exportado

dentro do prazo estabelecido. Ressalta-se que a mercadoria admitida no regime

não pode ser destinada à complementação de processo industrial de produto já

amparado por Drawback concedido anteriormente.

O planejamento estratégico para utilização do Drawback inclui a programação

de consumo e produção, alinhamento do vínculo entre suprimentos, exportação e

despachante aduaneiro, missão de obter melhor custo benefício, melhoria na gestão

de estoques e suprimentos, além de foco e controle no compromisso assumido com

o benefício.

1.2. COMPETÊNCIA – ÓRGÃOS ANUENTES

Por designação da Receita Federal e estabelecida no Regulamento

Aduaneiro, a Secex - Secretaria de Comércio Exterior, é o órgão competente para

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concessão do regime de Drawback nas modalidades Suspensão e Isenção,

cabendo a emissão, acompanhamento e baixa final do Ato Concessório,

instrumento para operacionalização do Drawback. A modalidade restituição é de

competência da SRF - Secretaria da Receita Federal.

§ 4º A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Secretaria de Comércio Exterior disciplinarão em ato conjunto o disposto nos incisos I e II do caput (Lei nº 11.945, de 2009, art. 12, § 3º; e Lei nº 12.350, de 2010, art. 33).” (NR) (Incluído pelo Decreto nº 8.010, de 2013)

O desenvolvimento dos sistemas de controle reduziram a burocracia

administrativa e simplificaram os procedimentos para acompanhamento dos órgãos

competentes: o MDIC – Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio,

através da Secex – Secretaria de Comércio Exterior e do Decex – Departamento de

Comércio Exterior.

O Decex concede o direito de uso nas modalidades Integrado Suspensão e

Integrado Isenção. Também exerce controle das baixas dos Atos Concessórios na

modalidade Suspensão.

O Banco do Brasil é o órgão que recebe autorização do Decex para análise e

aprovação dos atos concessórios pleiteados na modalidade Isenção.

A Secretaria Estadual de Fazenda é responsável pelo controle do ICMS na

modalidade Suspensão.

1.3. COMPETÊNCIA – ÓRGÃOS INTERVENIENTES

Os órgãos intervenientes exercem fiscalização independentemente da

aplicação do regime de Drawback, conforme as características dos produtos a

serem importados e exportados.

A ANVISA – Agência Nacional de Inspeção Sanitária, controla a entrada de

produtos e insumos industrializados, principalmente na área farmacêutica.

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O Ministério da Agricultura controla e acompanha as importações da área

agrícola, animal e de insumos controlados.

O Ministério dos Transportes é o órgão responsável pela emissão da

suspensão ou isenção do recolhimento do AFRMM.

Atualmente o Drawback Integrado é dividido nas modalidades: Suspensão,

Isenção e Restituição. Nas modalidades Suspensão e Isenção, destacam-se as

operações de Drawback Intermediário e Drawback para Embarcação.

O Drawback Intermediário permite a importação de mercadoria, por empresa

fabricante-intermediária, para industrialização de produto intermediário a ser

fornecido à empresa industrial-exportadora, para utilização em produto final

destinado à exportação.

O Drawback para Embarcação permite a importação de mercadoria para o

processo de fabricação de embarcação para fins de venda no mercado interno,

sendo reconhecido como importante ferramenta para estímulo à indústria naval,

equiparando a venda interna das embarcações às exportações sob a ótica do

benefício fiscal.

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CAPÍTULO II

DRAWBACK INTEGRADO SUSPENSÃO

O regime de Drawback Integrado Suspensão foi instituído em 25 de março de

2010, com base na Lei n° 11.945 de 2009:

Art. 12. A aquisição no mercado interno ou a importação, de forma combinada ou não, de mercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser exportado poderá ser realizada com suspensão do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação.

Esta modalidade do Drawback proporciona a suspensão do pagamento dos

tributos incidentes na importação de mercadoria a ser exportada após

beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento

de outra a ser exportada, assim como sobre insumos utilizados na industrialização

de produto a ser exportado.

Desonera os seguintes tributos – Imposto de Importação (II), Imposto sobre

Produtos Industrializados (IPI), PIS/PASEP, COFINS, ICMS, AFRMM e outras taxas

que não correspondem à efetiva contraprestação de serviços.

A Portaria Conjunta RFB/Secex n° 1.618 de 03/09/2014 promoveu alterações

no regime Integrado, passando as empresas a ter o direito de adquirir mercadoria no

mercado interno ou importada, de forma combinada ou não, para utilização ou

consumo em produto a ser exportado.

Este regime unifica o Drawback Suspensão (para importação) e o Drawback

Verde e Amarelo (para o mercado interno).

O importador necessita pleitear a concessão à Secretaria de Comércio

Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior - Secex,

através do sistema de Drawback eletrônico, antes do embarque dos insumos.

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A Secex analisa o pleito e autoriza a importação e/ou aquisição de insumos

no mercado interno, com a suspensão dos tributos. A operação é registrada no

Siscomex e o Ato Concessório deferido, com prazo de um ano, prorrogável por mais

um ano, para efetivação da exportação e baixa do respectivo Ato Concessório.

Na modalidade Suspensão, possui as seguintes operações:

2.1. Drawback Genérico: esta modalidade admite a descrição genérica e o

valor da mercadoria a ser importada, ficando dispensada a informação da

classificação NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul);

2.2. Drawback Sem Cobertura Cambial: o ingresso da moeda estrangeira

decorrente da exportação é apurado pela diferença entre o valor total

exportado contra o valor da importação sem cobertura cambial, dispensado o

fechamento do contrato de câmbio total ou parcial da importação.

2.3. Drawback Solidário: permite que duas ou mais empresas industriais

solidariamente da importação.

2.4. Drawback para Fornecimento no Mercado Interno (Drawback Verde e

Amarelo): permite a aquisição de matérias-primas, produtos intermediários ou

componentes, no mercado nacional ou internacional, destinados à

industrialização de máquinas e equipamentos no País, para serem fornecidos

no mercado interno, em decorrência de licitação internacional que, por

doutrina jurídica, é equiparada à exportação no fornecimento doméstico. Visa

corrigir a desigualdade de tratamento tributário entre os produtos importados

e os industrializados no mercado interno.

Segue exemplo do processo geral de Drawback Integrado Suspensão, a partir

do pleito do beneficiário pelo regime até a comprovação da efetivação da

exportação pela Secex:

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Fonte: Manual Drawback - SRF

Os produtos importados ou adquiridos no mercado interno necessitam, de

forma combinada ou não, de pelo menos um dos processos de industrialização

relacionados pela regulamentação para amparo do regime de Drawback:

- Transformação: a matéria-prima ou insumo industrializado necessita de um

processo de transformação em outro produto que será exportado.

- Beneficiamento: consiste na modificação ou aperfeiçoamento com relação

ao funcionamento, utilização, acabamento ou aparência do produto;

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- Montagem: é necessário que os produtos e suas partes e peças resultem

em um novo produto ou unidade autônoma;

- Renovação ou recondicionamento: promoção de renovação ou

restauração a produto usado ou em parte deste, deteriorado ou inutilizado,

para utilização.

- Acondicionamento ou reacondicionamento: promove a alteração da

apresentação do produto pela inclusão de embalagem, excetuando-se a

embalagem destinada ao transporte de carga.

Estes processos abrangem mercadorias para emprego ou consumo na

industrialização de produto a ser exportado, bem como mercadorias para emprego

em reparo, criação, cultivo ou atividade extrativista de produto a ser exportado.

A utilização do Drawback Integrado na venda de embarcações no processos

equiparados por Lei à operação de exportação ainda requer parecer final da Receita

Federal, considerando que este regime somente pode ser utilizado nas exportações,

mas não nas operações equiparadas por Lei à exportações. A normativa vai de

encontro à intenção do governo de promover o setor da construção naval nacional

por restringir a venda de embarcações no mercado interno.

A liquidação do compromisso assumido na modalidade suspensão é

obrigatória e ocorre com a exportação efetiva do produto declarado no Ato

Concessório, na quantidade, valor e prazos fixados.

De acordo com o MDIC, as exportações brasileiras amparadas pelo

Drawback Suspensão somaram US$ 3,73 bilhões em Agosto de 2015,

correspondendo a 24,1% no mês. Comparado com Agosto de 2014, apresentou

redução de 29,1% nas exportações amparadas pelo regime.

De Janeiro a Agosto de 2015, as exportações com Drawback somaram US$

31,4bilhões, representando 24,5% do total exportado no mesmo período.

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Comparado com o resultado de Janeiro a Agosto de 2014, ocorreu retração

de 11% sobre as exportações com Drawback. O índice médio de compras no

mercado interno com relação as exportações foi de 0,3%.

Visando a ampliação das exportações brasileiras, a Secex/MDIC e a Receita

Federal criaram em 2015 um grupo para aperfeiçoamento do Drawback, conforme

portaria publicada no Diário Oficial da União. Este grupo deve propor medidas para

simplificar o acesso das empresas ao regime e facilitar o cumprimento pelas

empresas beneficiárias.

Atualmente, o Drawback corresponde a 25% das exportações brasileiras e,

na avaliação do governo, o benefício não é utilizado ou é subutilizado devido à

elevada burocracia inerente ao regime, que impede o fluxo contínuo de produção,

onde o exportador precisa de vários documentos para aquisições específicas.

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CAPÍTULO III

DRAWBACK INTEGRADO ISENÇÃO E DRAWBACK RESTITUIÇÃO

3.1 DRAWBACK INTEGRADO ISENÇÃO

O Drawback Integrado Isenção consiste na isenção dos tributos incidentes na

importação de mercadoria, ou adquirida no mercado interno, destinada à reposição

de outra mercadoria adquirida anteriormente do exterior ou não, em quantidade e

qualidade equivalentes, com pagamento dos tributos e utilizada na industrialização

de produto já exportado.

O Drawback Integrado Isenção tem por base a Lei n° 12.350 de 2010 e a

modalidade Integrado Isenção foi regulamentada em 2011.

Com base nesta definição, pode-se afirmar que a modalidade Isenção

permite a importação ou aquisição de insumos para reposição de estoques de

produtos já exportados, podendo o beneficiário do regime optar pela importação ou

aquisição no mercado interno, de forma combinada ou não.

A aplicação desta modalidade permite a isenção do II, redução a zero da

alíquota do IPI, do PIS/Pasep, Cofins, PIS/Pasep-importação e Cofins-importação.

Esta modalidade também se aplica para os casos de mercadorias adquiridas

para o emprego em reparos, criação, cultivo ou atividade extrativista de produto já

exportado, também caracterizando desta forma uma reposição de estoque.

A exemplo do Drawback Integrado Suspensão, a modalidade Isenção oferece

o Drawback para Reposição de Matéria-Prima Nacional, que permite a importação

de mercadoria para reposição de matéria-prima nacional para utilização em

processo de industrialização de produtos intermediários, para beneficiamento de

mercadoria a ser exportada.

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O Drawback Integrado Isenção pode ser pleiteado sucessivamente,

respeitado o limite de dois anos contados a partir da data de aquisição ou

importação dos insumos com recolhimento de tributos.

Este regime abrange tanto o produto exportado diretamente pelo beneficiário,

quanto para o produto fornecido no mercado interno, conforme os seguintes casos:

- Drawback Intermediário;

- Venda à empresa comercial exportadora, com posterior exportação;

- Venda à empresa enquadrada no Decreto-Lei n° 1.248/72 (venda

equiparada à exportação).

Para efeito de habilitação, o solicitante ao regime deve apresentar Declaração

de Importação (DI) e/ou Nota Fiscal (NF), com data de emissão ou registro não

anterior a dois anos da data do apresentação do pedido de Ato Concessório

O prazo para solicitação deste benefício é de até dois anos a partir da data do

registro da primeira Declaração de Importação comprobatória da aquisição dos

insumos sendo necessário, a exemplo da modalidade suspensão, o deferimento de

Ato Concessório e Termo de Responsabilidade.

Conforme Art. 72 e incisos, as obrigações fiscais das mercadorias sujeitas ao

regime especial de Drawback serão constituídas em Termo de Responsabilidade, de

direito líquido e certo:

§ 1º - No caso deste artigo, a autoridade aduaneira poderá exigir garantia real ou pessoal. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

§ 2º - O termo de responsabilidade é título representativo de direito líquido e certo da Fazenda Nacional com relação às obrigações fiscais nele constituídas. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

§ 3º - O termo de responsabilidade não formalizado por quantia certa será liquidado à vista dos elementos constantes do despacho aduaneiro a que estiver vinculado. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

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§ 4º - Aplicam-se as disposições deste artigo e seus parágrafos, no que couber, ao termo de responsabilidade para cumprimento de formalidade ou apresentação de documento. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

Segue demonstrativo do processo do Drawback Integrado Isenção:

Fonte: Manual Drawback - SRF

.

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26

O prazo de validade do Ato Concessório é de um ano a partir da data de

emissão da Secex, sendo este o prazo concedido para a efetivação das importações

ou aquisições no mercado interno vinculadas para a reposição de estoque.

O beneficiário do regime poderá solicitar prorrogação do prazo de validade

por mais um ano, observadas as justificativas apresentadas para a extensão do

prazo.

3.2 DRAWBACK RESTITUIÇÃO

A modalidade Drawback Restituição é caracterizada pela solicitação de

restituição à Receita Federal, total ou parcial, dos tributos pagos pelo exportador na

importação de insumo utilizado em produto já exportado.

Esta restituição alcança apenas os valores pagos a título de II e IPI e dá-se

sob a forma de crédito fiscal.

Esta modalidade praticamente não é mais utilizada, apenas as modalidades

de isenção e suspensão.

A decisão de Apelação Cível 243401 do TRF-3 retifica tratar-se de

modalidade pouco utilizada pelas empresas:

“2. Trata-se de drawback restituição. Procedimento que não é muito usual, pelo qual o exportador solicita lhe sejam restituídos os tributos pagos, por ocasião da importação dos bens utilizados na confecção ou beneficiamento do produto exportado. Pedido que deverá ser formulado perante a Secretaria da Receita Federal, consoante prazo por ela fixado, in casu, o estabelecido pela IN 30/72, de noventa dias.”

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CAPÍTULO IV

DRAWBACK INTEGRADO INTERMEDIÁRIO

4.1 CONCEITO

Com a globalização e os incentivos governamentais, as empresas

perceberam a oportunidade de alavancar seus lucros, oferecendo produtos de alto

nível com a aquisição de bens importados e/ou adquiridos no mercado interno para

agregar valor ao seu produto nacional a ser exportado.

Dificilmente uma única empresa será fornecedora de todos os componentes e

matérias-primas necessárias para produzir um produto final. E muitas empresas

desconhecem sua participação nesta cadeia produtiva e os benefícios fiscais para

compra e venda de insumos.

Considerando a necessidade de diversos materiais e de diversos

fornecedores para a produção de um produto final, onde vários destes materiais

necessitam de tratamentos específicos para atender requisitos técnicos e de

qualidade de um produto industrializado, percebe-se que a empresa exportadora

interage com uma cadeia de fornecedores, de diferenciados mercados.

Porém, com base na carga tributária imputada para cada um dos produtos e

serviços necessários à industrialização do produto final a ser exportado, como

reduzir o custo na aquisição das mercadorias a fim de conceder melhores preços de

venda no mercado internacional e obter vantagem competitiva ? A resposta está na

utilização das suspensões e isenções que o regime de Drawback Integrado

proporciona.

No Drawback Integrado Suspensão, a empresa beneficiária do regime efetua

a importação ou aquisição no mercado interno, para industrialização e exportação

de seu produto final.

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No Drawback Integrado Intermediário, a empresa beneficiária do regime

efetua a importação ou aquisição no mercado interno, providencia o processo

produtivo porém, fornece o produto intermediário a outra empresa no Brasil. Seu

produto não é para exportação, mas para empresa exportadora.

O Drawback Integrado Intermediário concede ao beneficiário do regime, a

importação com suspensão do II, IPI, PIS-Importação e COFINS-Importaçaõ ou a

aquisição no mercado interno com suspensão do IPI, PIS e COFINS, promovendo a

desoneração tributária na venda dos produtos de empresas nacionais (fabricantes-

intermediárias) para as empresas industriais-exportadoras, conforme legislação em

vigor (Lei n° 11.945,de 04/06/09, art. 12, inciso III, § 1°).

Este benefício é amparado pela Portaria Conjunta RFB/Secex n° 467, de

25/03/10, e pela Portaria Secex n° 10/10, e foi estendido às empresas nacionais

consideradas fabricantes-intermediárias através da Lei n° 12.058 de 2009, conforme

item III do presente Art. 12:

III - aplicam-se também às aquisições no mercado interno ou importações de empresas denominadas fabricantes-intermediários, para industrialização de produto intermediário a ser diretamente fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego ou consumo na industrialização de produto final destinado à exportação.

O MDIC têm facilitado os mecanismos e entendimento deste regime, para

utilização cada vez maior das empresas exportadoras, onde a operação de

drawback integrado intermediário – suspensão ou isenção, torna possível a redução

da carga tributária da cadeia produtiva e possibilidade de um produto final mais

competitivo.

Na opção de Drawback Integrado Intermediário Suspensão, a empresa

exportadora compromete-se a exportar uma produção futura e, após determinar a

quantidade e o valor do produto exportável, deve fornecer aos seus principais

fornecedores (fabricantes intermediários) alguns detalhes de sua exportação

(descrição da mercadoria, classificação tarifária, quantidade, dentre outras

informações), para que estes possam se beneficiar da suspensão ou isenção dos

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tributos na aquisição de matérias-primas no mercado interno e/ou externo para linha

de produção e reposição de estoque. Desta forma, ela própria (industrial-

exportadora) é beneficiada com um custo de aquisição desonerado de impostos, o

que afeta diretamente e positivamente o caixa da empresa.

Cada um dos fabricantes-intermediários deve analisar o ganho efetivo nos

seus produtos, inclusive os custos com a obtenção do Ato Concessório e controle do

processo de Drawback, para oferecer aos clientes (empresas industriais-

exportadoras) produtos com menor custo de produção, sem perda da margem de

lucratividade.

O trabalho em conjunto das empresas exportadoras com seus fornecedores

incrementa as parcerias com base na confiança das informações prestadas e

compromisso no atendimento dos prazos para cumprimento do regime de

Drawback. A troca de informações deve ser efetiva pois cada parte utilizará Atos

Concessórios distintos, com prazos diferenciados que devem estar ajustados.

Esta possibilidade de acesso ao produto importado com redução da carga

tributária também promove a equiparação técnica do produto brasileiro aos

requisitos internacionais, sendo este um dos principais objetivos da política do

governo.

Na opção de Drawback Integrado Intermediário Isenção, a recuperação dos

tributos já recolhidos é a característica principal, permitindo novas aquisições com

isenção de tributos, ou seja, as importações ou aquisições de mercadorias já foram

efetuadas e o produto final exportado, sem risco para as partes.

Neste processo, as empresas primeiro desembolsam o recolhimento dos

tributos para obter a recuperação somente após a efetivação da exportação.

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4.2 BENEFÍCIOS

Toda a cadeia produtiva pode obter vantagem na utilização do Drawback na

aquisição de insumos – nacionais ou importados, por permitir redução dos custos de

produção relacionados à desoneração dos tributos pertinentes:

- Imposto de Importação (II);

- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

- Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins;

- Contribuição para o PIS/Pasep-Importação;

- Cofins-Importação;

- Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM); ou

- Adicional à Tarifa Portuária (ATAERO) – redução de 50%;

- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no caso dos

produtos importados.

Com a redução da carga tributária, os fornecedores podem investir na

qualidade de seus produtos e oferecer melhores preços aos clientes.

Conforme ilustrado no exemplo abaixo, a aquisição de produtos amparados

pelo Drawback reduz significativamente a carga tributária devido à suspensão dos

tributos federais:

Fonte: Cartilha Drawback (MDIC)

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De acordo com a Cartilha Drawback do MDIC, “a utilização do regime

especial de Drawback permite reduzir custos relacionados à tributação dos insumos

necessários para produção da mercadoria a ser exportada, melhorando a

competitividade do produto brasileiro.”

Dentre as principais vantagens, pode-se citar a redução dos encargos fiscais

e custos financeiros pela desoneração destes tributos, aumento da competitividade

e do fluxo de negócios pelo incremento de tecnologia e qualidade, agregação de

valor, ganho cambial em torno da relação 40 / 60% e desenvolvimento de políticas

setoriais.

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CAPÍTULO V

BAIXA DO ATO CONCESSÓRIO (AC)

A comprovação da exportação dos produtos deve ser efetuada pelo próprio

importador, para que o benefício seja estendido ao ICMS. A solicitação de baixa do

AC ocorre de forma automática no ambiente Siscomex Web, se os dados da

exportação correspondem às informações prestadas pelo beneficiário para a

concessão do regime.

Os Registros de Exportação e as Declarações de Importação migram

automaticamente para o Ato Concessório e este é encerrado, ou seja, ocorre a

baixa do AC. Caso ocorra qualquer divergência, o processo é encaminhado para

análise do Decex.

É obrigatório o vínculo do Registro de Exportação (RE) ao Ato Concessório,

não podendo o mesmo RE ser utilizado em Atos Concessórios distintos de uma

mesma beneficiária.

Na hipótese da empresa beneficiária do regime não efetuar a baixa do AC, o

mesmo é encerrado no sistema com a situação em que estiver.

O prazo para a efetivação da exportação e baixa do respectivo Ato

Concessório é de um ano, prorrogável por mais um ano. Entretanto, para os casos

de bens de longo período de produção, o prazo máximo será de cinco anos

conforme legislação:

Art.71 - Poderá ser concedida suspensão do imposto incidente na importação de mercadoria despachada sob regime aduaneiro especial, na forma e nas condições previstas em regulamento, por prazo não superior a 1 (um) ano, ressalvado o disposto no § 3º, deste artigo. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

§ 1º - O prazo estabelecido neste artigo poderá ser prorrogado, a juízo da autoridade aduaneira, por período não superior, no total, a 5 (cinco) anos. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

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§ 2º - A título excepcional, em casos devidamente justificados, a critério do Ministro da Fazenda, o prazo de que trata este artigo poderá ser prorrogado por período superior a 5 (cinco) anos. ((Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

O sistema Siscomex Web permite a baixa regular, com nacionalização total

ou parcial dos produtos, e consequente recolhimento total ou parcial de tributos,

baixa com sinistro, baixa com devolução, baixa com destruição, ou caso ocorra

inadimplemento parcial ou total do beneficiário do Drawback.

O Acórdão n° 08-20163 de 20111, discorre sobre a obrigatoriedade do

beneficiário em manter controles e registros específicos para o atendimento e baixa

do Ato Concessório, inclusive livros de registro de Inventário, de entradas e saídas

para comprovação de vinculação física:

“o Regime Aduaneiro especial de Drawback-Suspensão submete-se ao Princípio da Vinculação Física, o qual trata da obrigatoriedade de aplicação de insumos importados na fabricação das mercadorias exportadas, de acordo com o compromisso firmado através do respectivo Ato Concessório. Para tanto, deve a beneficiária manter controles e registros de estoque das mercadorias relacionadas ao Regime nos moldes previstos na legislação do IPI.”

As mercadorias admitidas no regime de Drawback e não utilizada nos

produtos exportados devem ser submetidas às seguintes condições para baixa da

obrigação assumida com o AC:

- Retorno da mercadoria ao exterior configurando devolução ao fornecedor:

neste caso, a solicitação para retorno precisa ser efetuada antes da

comprovação do Drawback e a emissão do RE dentro do prazo de validade

do AC. A liquidação do compromisso assumido encerra-se com o

ressarcimento do fornecedor estrangeiro.

1 SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - 7 º TURMA - DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO EM FORTALEZA. Disponível em http://decisoes.fazenda.gov.br/netacgi/nph-brs?d=DECW&f=G&l=20&n=-DTPE&p=18&r=347&s1=&s4=Regimes+Aduaneiros&u=/netahtml/decisoes/decw/pesquisaSOL.htm> Acesso em 27 de outubro de 2015.

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- Destruição da mercadoria sob controle aduaneiro: nesta condição, a

destruição deve ter a aprovação e ser testemunhada pela Receita Federal.

- Nacionalização da mercadoria para consumo interno: nacionalização com

recolhimento dos tributos suspensos acrescidos de multa e juros, os

comprovantes devem ser encaminhados para a Receita Federal dentro do

prazo de 30 dias da data do vencimento do AC. Caso a nacionalização tenha

sido efetivada após este vencimento, sem lançamento de ofício, deve-se

efetuar os cálculos como “nacionalização espontânea”.

- Recolhimento dos tributos, destruição, sinistro ou devolução do insumo

adquirido no mercado interno, observada a legislação de cada tributo

envolvido.

As providências adotadas pelo exportador devem ser informadas no

Siscomex Drawback Web, na comprovação do Ato Concessório.

Após o envio dos documentos comprobatórios de baixa do AC para a

Secretaria do Estado da Fazenda, o exportador deve efetuar acompanhamento até

o deferimento da respectiva baixa. Caso ocorra pendência, o exportador têm 10

(dez) dias para manifestação.

Em caso de lançamento de ofício, é estipulado o prazo de 30 (trinta) dias para

recolhimento dos tributos devidos. A documentação pertinente ao Drawback deve

ser mantida sob guarda do exportador pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Neste ponto, com relação à baixa do AC, cabe ressaltar que:

- Nas aquisições no mercado interno, após o vencimento do AC não é

possível o lançamento de NF no Siscomex Drawback web;

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- Quando houver nacionalização após o vencimento do AC, os documentos

comprobatórios devem ser protocolados na RF até 30 dias da data deste

vencimento;

- O prazo para registro da nacionalização ou destruição da mercadoria é de

60 dias da data do vencimento do AC e envio para baixa.

As empresas devem manter em seu poder as Declarações de Importação

(DI), os Registros de Exportação (RE) averbados e as Notas Fiscais (NF), de venda

ou aquisição no mercado interno.

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CAPÍTULO VI

PROCESSO DE DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA E

VANTAGEM COMPETITIVA

De acordo com Barney e Hesterly (2011), citado por Araújo, Coti-Zelati e

Cuba (2003, p.6), “a gestão estratégica de uma empresa é definida como sendo sua

capacidade em obter vantagem competitiva, sendo que ela só será considerada

uma boa estratégia uma vez que realmente proporcione vantagem competitiva. O

processo de gestão estratégica nada mais é que a soma de análises e escolhas que

possam aumentar a possibilidade da companhia atingir vantagem competitiva

perante as demais”.

A empresa que possui vantagem competitiva apresenta maior valor

econômico frente às suas concorrentes, sendo valor econômico a diferença entre o

valor total do produto/serviço e os benefícios com eles obtidos, facilmente

identificáveis pelo consumidor final (BARNEY; HESTERLY, 2011).

A criação de vantagem competitiva parte do pressuposto das estratégias de

baixo custo e diferenciação, visando melhoria para atingir flexibilidade e

competitividade. Vantagem competitiva para o custo é a capacidade de fazer com

que os produtos/serviços fiquem mais baratos (MENEZES, 2009).

Os resultados diretos da vantagem competitiva são abordados na publicação

de Brito e Brito (2011, p. 74):

[...] muitas das afirmações e análises sobre a relação entre vantagem competitiva e desempenho restringem-se à observação dos efeitos sobre a lucratividade. Conforme discutido, empresas que criam valor acima da média de suas indústrias podem explorar a diferença entre o preço e a máxima disposição a pagar, o excedente do cliente, em diferentes formas. Consequentemente, os resultados diretos da vantagem competitiva no desempenho financeiro são os seguintes: a) lucratividade superior e manutenção da participação de mercado; b) lucratividade média e crescimento da participação de mercado; ou c) lucratividade superior e crescimento da participação de mercado.

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Existem três estratégias para que uma empresa possa atingir o mercado

global: a liderança no custo total, quando a empresa atinge baixo custo com maior

retorno financeiro; a diferenciação, quando a empresa oferece ao mercado produto

ou serviço único e exclusivo; e quando a empresa apresenta enfoque, quando

pretende focar num grupo específico de compradores, ou segmento de mercado.

A liderança no custo total está diretamente ligada à utilização do regime de

Drawback, pois com a aquisição de insumos desonerados de impostos a empresa

pode oferecer ao mercado produtos com preços competitivos e, assim, incrementar

sua carteira com novos clientes para melhoria do faturamento.

O acesso a insumos, tecnologia e mão-de-obra a baixo custo é primordial

para a empresa inserir-se no mercado internacional. E a utilização do Drawback

comprovadamente gera vantagem competitiva para as empresas, redução de custos

e facilitação de ingresso no mercado estrangeiro.

De forma genérica, é comprovado que essas empresas possuem

desempenho econômico superior comparadas às que atuam somente no mercado

interno.

A Instrução Normativa RFB n° 845, de 12 de Maio de 2008, disciplina as

aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem,

no mercado interno, com suspensão do pagamento dos tributos incidentes, por

beneficiário do regime aduaneiro especial de Drawback.

A desoneração do ICMS no Drawback Integrado Suspensão ocorre apenas

no caso da importação de insumos, estando as aquisições no mercado interno

sujeitas à incidência do tributo estadual. Somente as compras nacionais com fim

específico de exportação terão a suspensão de todos os impostos.

A empresa fabricante-intermediária com benefício do Drawback Integrado,

para efeito de comprovação da aquisição no mercado interno, deve emitir a Nota

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Fiscal de Venda obrigatoriamente com as seguintes informações (conforme Anexo L

da Portaria Secex n° 10, de 24/05/10):

- a descrição da mercadoria;

- o código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM);

- a quantidade na unidade de medida estatística da mercadoria;

- o valor da venda do produto em Reais;

o código CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações) correspondente;

- a seguinte cláusula no campo de “Informações Complementares”:

“Saída da mercadoria com redução a zero de IPI, PIS e COFINS para estabelecimento habilitado ao Regime Aduaneiro Especial de Drawback Integrado nos termos previsto no art. 31 da Lei nº 12.350/2010 e Portaria Conjunta RFB/SECEX nº 467/2010. Ato Concessório nº _________________, de _____(data da emissão) ."

A empresa beneficiária deve fazer a inclusão da Nota Fiscal de Compra no

mercado interno no Siscomex, informando data da emissão, CNPJ da empresa

emissora, quantidade e valor em reais (o sistema efetua a conversão para dólares

americanos).

No caso de aplicação do regime para produtos agrícolas ou criação de

animais, além da inclusão de dados no módulo do Siscomex, é necessário a

apresentação ao Decex de laudo técnico conforme a Instrução Normativa SRF n°

168 de 18/06/02.

No Drawback Integrado, as Notas Fiscais de Entrada devem ser lançadas no

ambiente web até 60 dias de sua emissão, e dentro do prazo de validade do Ato

Concessório.

No campo 24 do Registro de Exportação (RE), a unidade de medida da

quantidade do fabricante-intermediário deve ser informada na unidade estatística do

produto deste e os valores são convertidos para dólares dos Estados Unidos para

efeito estatístico.

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O fabricante-intermediário beneficiário de AC deve solicitar à empresa

industrial-exportadora a comprovação de efetivação da exportação, através do DDE

averbado (Declaração de Despacho de Exportação) e RE (Registro de Exportação),

com a vinculação de seu Ato Concessório ou Nota Fiscal de Venda.

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CONCLUSÃO

Comprovadamente, a utilização do regime de Drawback oferece inúmeros

benefícios às empresas envolvidas no processo produtivo das mercadorias a serem

exportadas, quer sejam as industriais-exportadoras quanto as comerciais ou

fabricantes-intermediárias.

O tratamento especial com relação aos tributos elimina uma das principais

barreiras nos negócios - a dos preços, que podem ser negociados entre as partes,

tornando o produto nacional mais competitivo no mercado internacional,

alavancando novos negócios e incrementando a carteira de clientes.

A regulamentação do Drawback Integrado é uma importante ferramenta na

desburocratização e modernização dos procedimentos aduaneiros, que já havia sido

beneficiado com a implantação do Sistema Drawback Eletrônico.

Estima-se que 1/5 (um quinto) dos insumos utilizados no processo de

industrialização dos produtos destinados à exportação são beneficiados pelo

Drawback em suas diversas modalidades, sendo responsável por geração de receita

e equiparação do fornecedor nacional em face do internacional.

Porém, para que um número maior de empresas nacionais venha a

beneficiar-se com este regime aduaneiro especial, é imprescindível que as mesmas

tomem conhecimento dos procedimentos, da legislação fiscal, tributária e aduaneira

pertinente ao Drawback, a fim de cumprir com todas as interpretações restritivas e

evitar faltas com as autoridades fiscais e aduaneiras.

A aplicação do regime nas importações e exportações deve ser efetuada de

forma ordenada, para evitar prejuízos para a empresa por incorrer em futuras

multas, a fim de evitar possíveis sobras de mercadoria sem utilização para posterior

nacionalização desses materiais.

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Os beneficiários do Drawback necessitam ter domínio do assunto e das

inúmeras possibilidades nele contidas, como fomento de desenvolvimento

econômico, assim como de melhores práticas de controle e execução dos processos

amparados por Ato Concessório.

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LEGISLAÇÃO

Portaria SECEX n° 23, de 14.07.2011: Portaria emitida pela Secretaria do Comércio

Exterior, que consolida as normas e procedimentos aplicáveis as operações de

comércio exterior.

Portaria Conjunta RFB/SECEX nº 467, de 10.03.2010: Portaria emitida pela

Secretaria do Comércio Exterior, com o objetivo de Disciplinar o regime especial de

Drawback Integrado, que suspende o pagamento dos tributos que especifica.

Decreto-Lei nº 37, de 18.11.1966: Dispõe sobre o imposto de importação,

reorganiza os serviços aduaneiros e dá outras providências.

Portaria SECEX nº 25, de 27.11.2008: Portaria emitida pela Secretaria do Comércio

Exterior, com o objetivo de consolidar as normas e procedimentos aplicáveis as

operações de comércio exterior.

Decreto nº 6.759, de 05.2.2009 (Regulamento Aduaneiro) e alterações:

Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, a fiscalização, o controle e

a tributação das operações de comércio exterior.

Instrução Normativa RFB nº 845, de 12.05.2008: Disciplina as aquisições de

matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, no mercado

interno, por beneficiário do regime aduaneiro especial de drawback com suspensão

do pagamento dos tributos incidentes.

Portaria Conjunta RFB/SECEX nº 1.460, de 18.09.2008: Disciplina as aquisições

de mercadorias, no mercado interno, por beneficiário do regime aduaneiro especial

de drawback, com suspensão do pagamento dos tributos incidentes.

Medida Provisória nº 451, de 15.12.2008: Disciplina as aquisições de matérias-

primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, no mercado interno, por

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beneficiário do regime aduaneiro especial de drawback com suspensão do

pagamento dos tributos incidentes (Drawback Integrado).

Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1, de 01.04.2009: Disciplina as aquisições de

mercadorias no mercado interno, ou a importação, por beneficiário do regime

especial de drawback integrado, com suspensão do pagamento dos tributos que

especifica (Drawback Integrado).

Lei no. 10.893, de 13.07.2004: Art. 14: Esta Lei estabelece normas sobre o

Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante - AFRMM e o Fundo da

Marinha Mercante – FMM.

Comunicado Decex n° 21, de 11.06.1997, alterado pelo Comunicado Decex n°

2, de 06.05.1999: Estende o benefício do Drawback a algumas operações especiais.

Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988: Altera as disposições da legislação

aduaneira, consubstanciada no Decreto-Lei n° 37, de 18/11/1966.

Lei n° 11.945, de 04.06.2009: Altera a legislação tributária federal e dá outras

providências.

Lei nº 12.350, de 20/12/2010: Dispõe sobre medidas tributárias.

Decreto nº 8.010, de 16.05.2013: Altera o Decreto n° 6.759 de 05/2/2009, que

regulamenta a administração das atividades e a fiscalização, o controle e a

tributação das operações de comércio exterior.

Portaria Conjunta RFB/Secex n° 1.618, de 02/09/2014: Altera a Portaria Conjunta

RFB/Secex n° 467, de 25/03/2010, que disciplina o Regime Especial de Drawback

Integrado, que suspende o pagamento dos tributos que especifica.

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Decreto-Lei n° 1.248, de 29.11.1972: Dispõe sobre o tratamento tributário das

operações de compra de mercadorias no mercado interno, para o fim específico da

exportação e dá outras providências.

Instrução Normativa SRF n° 30, de 18.08.1972: Estabelece normas de restituição

dos valor dos tributos, sob a forma de crédito fiscal aplicável às importações

amparadas pelo regime de Drawback.

Portaria Secex n° 10, de 24.05.2010: Dispões sobre as operações de comércio

exterior.

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ÍNDICE

CAPA 1

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

EPÍGRAFE 5

RESUMO 6

METODOLOGIA 8

SUMÁRIO 9

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I

Regime Aduaneiro Especial de Drawback 12

1.1 Conceito 12

1.2 Competência – Órgãos Anuentes 15

1.3 Competência – Órgãos Intervenientes 16

CAPÍTULO II

Drawback Integrado Suspensão 18

2.1 Drawback Genérico 19

2.2 Drawback sem Cobertura Cambial 19

2.3 Drawback Solidário 19

2.4 Drawback para Fornecimento no Mercado Interno 19

CAPÍTULO III

Drawback Integrado Isenção e Drawback Restituição 23

3.1 Drawback Integrado Isenção 23

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3.2 Drawback Restituição 26

CAPÍTULO IV

Drawback Integrado Intermediário 27

4.1 Conceito 27

4.2 Benefícios 30

CAPÍTULO V

Baixa do Ato Concessório (AC) 32

CAPÍTULO VI

Processo de Desoneração Tributária e Vantagem Competitiva 36

CONCLUSÃO 40

LEGISLAÇÃO 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45

ÍNDICE 48