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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A Importância da Geografia no Mercado de Varejo Carolina Rodrigues Alves ORIENTADOR: Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2017 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A Importância da Geografia no Mercado de Varejo

Carolina Rodrigues Alves

ORIENTADOR:

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro 2017

DOCUMENTO P

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2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Marketing. Por: Carolina Rodrigues Alves

A Importância da Geografia ne Mercado de Varejo

Rio de Janeiro 2017

3

AGRADECIMENTOS

Ao meu irmão, minha mãe, minha madrinha e

amigos.

4

DEDICATÓRIA

Dedica-se à minha mãe, madrinha e à Vanessa

Bartolo, fieis incentivadoras de toda minha

carreira profissional.

5

RESUMO

Frente ao crescimento do varejo no mercado, a construção de um plano

de negócios assertivo e consistente torna-se cada dia mais crucial ao sucesso

do empreendimento. Com base no composto de marketing, preço, praça,

promoção e produto, levantou-se o questionamento acerca da localização ideal

e apresentou-se o estudo da Geografia de Mercado. Fatores como

acessibilidade, posicionamento de mercado, adequação ao perfil do público

alvo, mostraram-se determinantes no plano de negócios. Desta forma, para

responder este questionamento foi realizado, estudo bibliográfico sobre o que é

a geografia de mercado, quais as ferramentas disponíveis e ainda quais os

impactos ela pode causar no varejo.

Palavras Chave: Composto de Marketing, acessibilidade, atratividade,

localização e consumidores.

6

METODOLOGIA

A pesquisa é bibliográfica. Para fundamentação teórico

metodológica foi realizado um estudo sobre a Geografia de Mercado e seu

ambiente à luz de autores do tema, tornando a pesquisa bibliográfica. Visando

explorar o entendimento da necessidade da observação e utilização de

ferramentas disponíveis ao mercado, foi utilizado como base o trabalho de

pesquisa contido na publicação dos Professores do Departamento de

Mercadologia da FGV _ EAESP E Convidados. Gestão de Marketing, Dias

(2011).

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I ....................................................................................................... 9

1.1. O Mercado de Varejo ............................................................................ 9

1.2. O papel e a função do varejo na distribuição ........................................ 9

1.3. Quais os tipos de varejistas .................................................................10

1.4. Localização ..........................................................................................11

CAPÍTULO II .....................................................................................................14

2.1. O QUE É A GEOGRAFIA DE MERCADOErro! Indicador não

definido.

2.2. O DESENVOLVIMENTO DO VAREJO NAS CIDADES.......................14

CAPÍTULO III ....................................................................................................20

3.1. Quais as principais ferramentas disponíveis para análise do ambiente

de Marketing ..................................................................................................20

3.2. ASSOCIAÇÃO ENTRE CONSUMO E LOCALIZAÇÃO .......................21

CAPÍTULO IV ....................................................................................................24

4.1. Quais os impactos da Geografia de Mercado na tomada de decisão ..24

CONCLUSÃO ...................................................................................................31

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................33

ÍNDICE ..............................................................................................................34

8

INTRODUÇÃO

Um dos conceitos mais difundidos em Marketing é dos 4P’s, Preço,

Praça, Promoção e Produto. Com base nesse entendimento organizações

orientadas para o mercado dispõem de recursos humanos e tecnológicos para

definirem suas estratégias e manterem-se competitivos.

De acordo com Minadeo (2008) o ambiente de marketing deve ser

monitorado e para que se possa agir ou reagir diante de suas mutações, pois o

mesmo pode oferecer ameaças ou oportunidades. O que nos leva a crer que o

mercado sofre mutações continuamente, fazendo com que os profissionais da

área, conforme Kotler e Ketller (2006) precisem sempre antecipar-se a atender

as necessidades identificadas e ainda não saciadas.

Frente a esta necessidade de monitoramento do mercado e fatores

influenciadores ao comportamento do consumidor, diversos estudos foram

desenvolvidos indicando mais causas a serem consideradas.

Uma dessas causas tem ligação direta com o P que representa Praça, a

Geografia de Mercado. E que é a base do presente trabalho, que tem por

objetivo entender o que é a Geografia de Mercado, qual a sua importância no

mercado de varejo, quais as ferramentas disponíveis para o estudo da praça

ideal com base na geografia e de que forma essas informações podem

impactar a tomada de decisão dos profissionais da área.

9

CAPÍTULO I

1.1. O Mercado de Varejo

Na estrutura de distribuição o varejista é o encarregado de entregar o

produto ao consumidor final.

Conforme definição de Dias (2011), existem os canais de nível zero, 1 e

2. No nível zero, os fabricantes se encarregam de entregar suas produções

diretamente ao consumidor final, já no nível 1, o varejo faz a intermediação ere

fabricante e consumidor finar, enquanto que no nível 2 existe a presença do

atacadista que entre o fabricante e o varejista.

É válido lembrar que em todos os níveis a busca é a satisfação e

conforto do consumidor final, que deve ser a principal orientação na tomada de

decisão de em que papel uma organização quer se consolidar.

1.2. O papel e a função do varejo na distribuição

Antes de percorrer a função do varejista o mercado é necessário

explorar a segmentação. Para Weinstein (1995) a segmentação de mercado é

o processo de dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com

necessidades e/ou características semelhantes e que provavelmente terão

comportamentos de compra semelhantes. Desta forma, todo varejista precisa

entender que tipo de segmento deseja atuar.

Hoje existem diversas redes varejistas com características bem

diferentes, mas que seguem o princípio de entregar aos consumidores, aquilo

que precisam, ou desejam em pequenas quantidades. Redes de

supermercados, embora ofereçam as mesmas características de produtos

podem estar em segmentos diferentes, como a rede Zona Sul, onde oferecem

10

produtos importados e com valores mais altos, contra a rede Mundial, que

possui alguns dos mesmos produtos, mas com orientação voltada para preço.

Além disso alguns varejistas dedicam-se a mercados específicos, como

especializar-se em calçados, roupas, perfumaria entre outros.

Contudo, de acordo com Dias (2011), o varejista precisa manter o

estoque de produtos que comercializa, oferecendo variedade aos seus

consumidores. Ao mesmo tempo, que ele presta um serviço aos fabricantes, ao

distribuir seus produtos.

1.3. Quais os tipos de varejistas

Dias (2011) divide os varejistas entre: Varejo com lojas e sem loja.

Considera-se varejo com lojas: alimentos, mercadorias em geral e serviços. Já

sem loja, ficam: Convencional e Eletrônico.

Ainda segundo Dias (2011), o varejo de alimentos tem como destaque

os supermercados, empórios e mercearias, superlojas, lojas de conveniência,

padarias e lojas de desconto.

Os empórios e mercearias são atualmente uma parcela muito pequena

do mercado de alimentos, porém prestam serviços mais próximos aos

consumidores e em certas regiões até personalizado. Já os supermercados,

atendendo ao conceito de autosserviço, são hoje a maior parcela desse

mercado, e as tendências expostas pelo comportamento o consumidor, já

impacta os modelos de loja e orientação de atendimento. É comum encontrar

mercados com lanchonetes, rotisseria e outros serviços. Além dos programas

de fidelidade que são uma fonte de informação para o mapeamento dos

clientes que ali consomem. Com uma área de vendas muito superior à dos

supermercados, as superlojas têm a proposta de aumentar a variedade de não

alimentos, lanchonetes entre outros.

11

Sobre as lojas de conveniências e Padarias, a necessidade de economia

de tempo e a tentativa de resolver mais coisas em um só lugar, fomentou o

mercado da conveniência. Onde no tempo perdido com um abastecimento, é

possível fazer um lanche ou comprar algum item de rápida necessidade. As

padarias, ainda com conceito bairrista, são alternativas apara o tradicional

atendimento pessoal, e aquece a cultura do “pão quentinho”.

Os varejistas de mercadorias em geral podem ser considerados entre

lojas especializadas, âncoras e hipermercados.

São modelos que trabalham com outras atividades além de alimentos,

algumas determinam um segmento de atuação, como: sapatarias, joalherias,

fest food, vestuário, matérias de construção, entre outros. As lojas âncora, ou

lojas de departamento, tendem a concentrar em um único espaço o maior

número de itens possíveis. São roupas, sapatos, acessórios, perfumaria,

produtos para o lar e demais itens que possam gerar impulso de consumo

Varejistas de serviços, são pontos comerciais que utiliza uma região com

alto fluxo de consumidores para oferecer serviços, assessoria jurídica,

financeira, serviços em geral.

O varejo sem loja, aborda canais de venda como: internet, mala direta,

catálogos entre outros. O modelo de vendas on-line, já possui crescente

representatividade no mercado, e em 2015 atingiu 3% do mercado de varejo

brasileiro conforme o site ebit (www.ebit.com.br). Porém esse modelo ainda é

fraco no setor de alimentação.

1.4. Localização

Centros comerciais, Shopping Centers e Pontos Isolados, são

basicamente as três características de locais para os varejistas sob a visão de

Dias (2011).

12

Os centros comercias, são tratados como grandes concentrações de

lojas pequenas com diferentes mercados de atuação. Geralmente ficam em

regiões centrais e antigas das cidades.

Com o crescimento da população e a pulverização entre os bairros das

cidades, assim como o crescimento de violência e insegurança, se fortalece o

conceito de shopping center. De acordo com a Associação Brasileira de

Shopping Centers (http://www.abrasce.com.br/monitoramento/numeros-do-

setor) são atualmente 558 shoppings, com 444 milhões de visitas por mês em

2015 e R$ 151,5 bilhões em faturamento. A Abrace classifica ainda os

empreendimentos entre: Tradicional (Mega, Regional, Médios e Pequenos)

Especializado, onde considera os Outlet, Life Stile ou Temáticos (Grandes,

Médios e Pequenos).

Para orientação correta na tomada de decisão de marketing no varejo,

as variáveis que precisam ser consideradas, são:

Definição do público alvo. Todos os esforços no varejo são voltados para

a satisfação do cliente, por isso é fundamental conhecer o comportamento do

consumidor que deseja atingir. Idade, sexo, preferências entre outras

particularidades.

Estratégia de preços. Embora independente da classe o preço seja

sempre um fator com peso no momento do consumo, para alguns segmentos é

possível direcionar ações em outros pontos observados pelo consumidor,

trazendo assim o posicionamento e a rentabilidade objetivados.

Propaganda e Promoções. As ações de propaganda e promoções

possuem diferentes resultados quando se fala de varejo. Em determinados

segmentos, a postura personalizada, com programas de fidelidade são mais

assertivas. Enquanto em outros casos, degustações e locutores possuem

maior efeito.

13

Variedade. A variedade tem capacidade de ser um grande diferencial

competitivo. Algumas redes varejistas, possuem contratos de exclusividade

com determinadas marcas para serem as primeiras a ter um lançamento em

suas gôndolas. Enquanto, ter mais opções de um produto ou segmento,

também podem fomentar a experiência de compra do consumidor.

Localização. Observados todos os aspectos acimas, a localização é o

fator mais determinante. As estratégias de preço, promoção ou até mesmo de

público podem ser aprimoradas e estimuladas, mas uma vez escolhida uma má

localização para um negócio, o sucesso fica mais distante.

Entendemos que o varejista tem a função de levar ao consumidor final

experiências de compras em volumes adequados e que fabricantes podem

optar por fornecer diretamente ao varejo ou se utilizar de atacadistas.

Revisamos os tipos de varejistas em comum que temos no mercado, as

localizações e os pontos estratégicos a serem considerados no processo

decisório.

Observamos que a localização é um ponto crucial na tomada de

decisão. Abrir ou fechar um ponto, encontrar outro, realizar novo contrato são

obstáculos muito caros e lentos para serem uma opção em caso de escolha

errada. Portanto vamos estudar a seguir o que é a geografia de mercado, para

entender de que forma ela pode contribuir na estratégia.

14

CAPÍTULO II

2.1. O que é a geografia de mercado

Sob o entendimento da importância do estudo da segmentação de

mercado e avaliação dos elementos do composto marketing (Preço, Praça,

Promoção e Produto). Avançamos com o estudo para a Geografia de Mercado,

onde o estudo da localização ideal para implementação do negócio de varejo

considerará os fatores geográficos determinantes.

Dias (2011) entende que as geografias físicas e humanas, são os

principais fatores a serem considerados da implementação de um negócio.

As faixas de idade, sexo, poder aquisitivo, educação, são fatores que

exprimem as necessidades e moldam o comportamento do consumidor. Assim

associando à geografia física das regiões, como facilidade de acesso, fluxo de

pessoas entre outras características é possível identificar o ponto ideal.

O estudo da Geografia de Mercado, visa entender e identificar a

localização do ponto ideal sob a luz das características do território como

veremos a seguir.

2.2. O desenvolvimento do varejo nas cidades

Embora o comércio tenha estado presente desde as primeiras

civilizações, seu formato foi sofrendo modificações assim como as condições

humanas. Para Dias (2011) a Revolução Industrial gerou uma revolução

comercial, onde a maior variedade de ofertas trouxe aos consumidores o poder

de escolha entre seus consumos. Com isso os centros comerciais que se

preocupavam apenas em estarem próximos aos seus consumidores, passam a

ter que estar prontos à atender diferenciadamente seus clientes.

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Com o passar dos anos, grandes centros comerciais começam a se

agrupar trazendo facilidade aos consumidores, quando então começam a surgir

os modelos de shoppings centers.

O desenvolvimento urbano que leva à estas modificações, considera a

distribuição e uso de solo, estrutura de transportes e legislação de

zoneamento. Dias (2011) lista algumas teorias do desenvolvimento Urbano.

A teoria da uniformidade (Aspinwall) fundamentada em eixos, onde os

maiores permitiam o trânsito entre cidades e o menor localizaram-se os

comércios. Teoria das zonas concêntricas (Brguess) distribuído em zonas,

considerando áreas comerciais, industriais, residências e de fluxo. Além de

determina-las por classe.

Teoria do crescimento multinuclear (Harris & Uiiman) onde haveriam

diversos centros distribuídos pelas cidades, concentrando atividedes de

comércio comuns pelo segmento ou pelos poderes aquisitivos. Teoria do

crescimento setorial (H.Hoyt) defendendo a movimentação das cidades pela

renda, concentrando os valores de solo mais altos nas partes externas da

cidade. Teoria do crescimento axial (Hurd) defendendo que as vias de acesso

teriam sua expansão de forma mais acelerada que as demais.

Dentre todas as teorias de formação urbana, o principal fator observado

é o acesso. Em qualquer formação uso de solo, as atividades varejistas

buscam posicionar-se em locais com maiores fluxos. Dias (2011) coloca que

cidades planas geram formatações quadradas ou redondas, e nelas, o

comércio tenta se firmar nos centros enquanto a instalação residencial

acontece ao seu redor.

Porém existem cidades com topografia retangular ou em formato de

leque, que são à beira mar. As retangulares possuem maior preocupação com

a instalação de seus comércios, pois a medida que crescem suas ambientes

residências, afastam-se do varejo. E nas régios de mar, o comércio se

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concentra frente ao mar, fazendo com que sua formação ocorra de forma mais

distante.

Atualmente o crescimento das cidades de maneira desordenada e a

fraca oferta de facilidade de trafego entre as cidades provoca impactos nas

concentrações do varejo.

Segundo Dias (2011) a legislação sobre a ocupação do solo deve ser a

orientação do planejamento urbano, pois nela determinam-se áreas comercias,

mistas, industriais ou residenciais.

Além da compreensão da ocupação do solo, as barreiras geográficas

existentes na região geram impactos diretos na localização do comércio. Uma

estrada cortando a cidade, ou um lago e até mesmo um cemitério, podem ser

determinantes. Outro aspecto é o sistema viário, pois dependendo da

disposição das vias de acesso, o fluxo pode ser maior ou menor, trazendo

potenciais clientes para cada tipo de negócio.

Os polos geradores de tráfego, como descritos por Dias (2011) como

hospitais, shoppings, faculdades ou hipermercados, também são atrativos com

grande influência na decisão do negócio.

A teoria do lugar central de Cristaller, é apresentada por Dias (2011)

como uma das primeiras orientações em pesquisa de localização.

Sob esta teoria, existem dois fatores que determinam a capacidade de

sucesso de um local, que são o volume de unidades de comércios

concentradas versus a disponibilidade do consumidor de buscar outro local.

Desta forma, varejos menores de maior conveniência conseguem sustentar-se

com o fluxo regional, enquanto comércios especializados, podem manter-se

apartados que atrairão o público o qual trabalham para atender. Entretanto

nesta definição, em momento algum levou-se em consideração, as questões de

renda, densidade demográfica, sistema de transportes, politicas, que também

são determinantes nesse movimento.

17

Hoje a leitura das distribuições dos municípios é transformada em

rankings de cidades, que precisam ser avaliados criteriosamente, de acordo

com o negócio desejado. O município que está em primeira colocação pode

não ser o ideal para um tipo de negócio.

Para Dias (2011) as cidades podem ser classificadas em cinco tipos:

Depressão Crônica, cidades que estão perdendo seus habitantes e passam por

dificuldades para manter serviços públicos. Depressão Aguda, cidades que

embora com dificuldades financeiras, possui alianças políticas com capacidade

de recuperação. Crescimento e Falência, são municípios que vivem de acordo

com seus movimentos de crescimento e redução de economias.

Transformações saudáveis, trabalham para fomentar a atratividade da cidade,

com grandes investimentos. Privilégio, que são cidades com estrutura

financeira forte e atraente ao turismo, propiciando a região para o

estabelecimento de negócios. Esses municípios estão atentos à essa

atratividade para que não perca sua economia através do crescimento que ela

gera.

A lei de Reilly também é citada por Dias (2011) como uma das

precursoras na explicação das diferenças da densidade de demanda. Essa lei

descreve sua teoria como a lei de gravitação do comércio, que trata os centros

comerciais a partir de fatores que possam gerar atração ou repulsão.

Considerando que existe um raio de distância entre duas cidades fazendo com

que as mesmas tenham poder atrativo sobre uma mesma região.

Outra teoria apresentada é o modelo de Huff, que estima através de

fórmulas a probabilidade de escolha de um determinado local pelos

consumidores. Essa teoria visa explicar as chances de escolha entre os locais

disponíveis, considerando segmento e tempo, criando áreas de influência

comercial.

Por se tratar de um modelo matemático, a teoria de Huff é considerada

uma das principais contribuições para o estudo. Porém, não pode ser tratado

18

como infalível. Desta forma outra importante contribuição aos estudos de

localização, segundo Dias (2011) é a lista de Nelson. A lista traz oito princípios

a serem observados.

Adequação do potencial da área, isso implica em analisar o ambiente

avaliando as questões de renda e negócios já oferecidos, relacionados com o

tipo de negócio pretendido. Garantir que os consumidores consigam chegar ao

negócio, seja por fatores geradores de fluxo ou por consumo de bairro, é

analisar o acesso, segundo ponto relacionado na lista.

É preciso verificar se naquela região há potencial de crescimento,

terceiro ponto da lista, pois considerando-se projeções adiante, a renda e

população precisam estar em expansão. O quarto ponto é minimizar os riscos

de concorrência, buscando regiões com menor oferta de negócios do mesmo

segmento além de conseguir blindar as existentes.

Interceptação de negócios, que é estudar o local de fluxo de pessoas

onde se quer estabelecer. As pessoas transitam entre seus locais de moradia e

dirigem-se tradicionalmente aos locais de consumo. Dependendo do tipo de

negócio, interceptar seu consumidor a caminho de casa ou dos centros de

compras pode ser mais rentável. Isso vale principalmente para instalações de

conveniência. A atração cumulativa é o sexto ponto de observação, onde no

caso de não estar estabelecido no fluxo dos consumidores, utiliza-se a atração

da concentração de diversos negócios de varejo. O que são os shoppings ou

grandes centros comercias, com Saara no Rio de Janeiro, ou a Rua 25 de

março em São Paulo. Muitos comércios se fortalecem dessa união acreditando

que por se tratar de um grande pólo de diversificação, pessoas de diferentes

regiões assumirão o deslocamento.

A compatibilidade precisa ser observada pois dependendo dos tipos de

varejos vizinhos, o fluxo da loja pode ser impactado. Os negócios próximos

devem impulsionar as vendas, para isso devem complementar, um ao outro.

Uma localização com negócios totalmente iguais ou totalmente diferentes, não

19

é a melhor escolha. E o oitavo ponto da lista é a aspecto econômico, esse

aspecto não trata apenas da condição de renda dos consumidores, mas sim

também dos custos do negócio e recuperação de capital em geral.

Citado por Dias (2011), o método análogo, de Applebaum, foi outra

grande participação para os estudos de localização. Pois utiliza-se de dados

históricos de maturação de um tipo de negócio em determinada localização

para refletir em informação, considerando-se a analogia para tomada de

decisão.

Todas as teorias de desenvolvimento urbano acima citadas, constroem

um sólido estudo sobre a importância da geografia no estudo das localizações,

porém assim como apresentado, aliado ao crescimento e desenvolvimento da

sociedade, novas tecnologias foram sendo criadas no intuito de auxiliar o

emprego de tais teorias. Veremos a seguir, qual o ferramental disponível para

as análises.

20

CAPÍTULO III

3.1. Quais as principais ferramentas disponíveis pa ra análise do

ambiente de Marketing

Para o estudo da melhor escolha para a localização de um negócio, a

cartografia aliada ao banco de dados com as informações necessárias da

região, devem ser considerados independente do tipo, ou tamanho do negócio.

Dias (2011) aponta que em casos de estabelecimentos internacionais, a busca

deve conter também dados específicos do país de interesse.

No Brasil, duas fontes de dados utilizadas para compor as informações

demográficas, são o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e o

ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Enquanto os dados do

IBGE trazem informações sobre a distribuição do país considerando também

dados da população, os Correios, possuem o Código de Endereço Postal

(CEP) para delimitar suas áreas. Os dados dos correios são bastante eficientes

para a identificação de microáreas em regiões maiores.

Entendendo a origem das informações oficiais de dados a serem

observados, tecnologias foram desenvolvidas para o tratamento dos mesmos.

Os softwares de categoria GIS Geogaphic Information System, segundo Dias

(2011) são ferramentas que subsidiam o processo de decisão cruzando dados

geográficos com informações da organização e de mercado. Atualmente essas

ferramentas encontram-se disponíveis tanto para decisões com necessidade

de exatidão na decisão, como nos casos de avaliação de mercado. É válido

colocar que toda informação gerada deve ser processada de maneira

adequada ao negócio objetivado.

Uma das fontes geradoras de informações para alimentar os sistemas

GIS, é a cartografia digital. Os mapas precisam ter suas coordenadas,

mapeando a população das cidades. No Brasil, embora em fase ascendente, o

21

material cartográfico digital ainda é muito pouco. Contudo, o GPS, Sistema de

Posicionamento Global, que mapeia localizações com base em informações

capturadas via satélite, consegue trazer com precisão, dados de latitude,

longitude e altura. Alguns dados necessários ao estudo de localização podem

ser capturados desta forma, dispensando a cartografia digital.

Outra fonte de informação abordada por Dias (2011) é o sensoriamento

remoto. Neste caso, imagens feitas por satélite ou fotos aéreas, podem auxiliar

na observação da região, entendendo as movimentações e levando as

decisões mais assertivas.

3.2. Associação entre consumo e localização

No processo decisório do estabelecimento de um negócio, o

comportamento do consumidor é o primeiro fator a ser estudado, pois é ele que

sinalizará as direções a serem tomadas em termos de localização. Para esse

entendimento, alguns pontos importantes para associação entre o consumo e o

local, de acordo com Dias (2011) são:

Segmentação. A orientação da estratégia vem do segmento de atuação,

que pode ser feito de forma geográfica, observando as regiões.

Sociodemográficas, através de dados como sexo, renda, religião entre outros

pontos. Psicográficas, onde são considerados fatores como estilo e

personalidade. Comportamentais, voltada mais para o momento da compra.

Classificação de Produto. Considerando que os estudos de Geografia

têm como base os bens considerados de consumo, eles podem ser

classificados de quatro formas: Conveniência, compra comparada,

especializados e não procurados.

Os bens de conveniência, são os maiores impactados pela localização,

pois trata-se de lojas de frequência de compra, como padarias. Os bens de

compra comparada, são relacionados à produtos, marcas ou serviços

22

específicos. Especializados, contam com a disponibilidade do consumidor em

buscar suas preferências, como uma concessionária de automóveis. Já os não

procurados, precisam de uma localização estratégica, por depender do fluxo de

pessoas para plicar suas abordagens, como lojas de empréstimos.

Os tipos de atração. No varejo, podemos dividir em atração geradora, de

vizinhança e suscetível. Porém para a base desse entendimento, é necessário

que o estudo sobre o comportamento do consumidor, o mercado de atuação

esteja sólido.

Os três tipos de atração, embora diferentes dependendo do local e do

segmento, são componentes para o volume de sucesso do negócio. A atração

geradora é classificada pela influência que causa na iniciativa do consumidor

em ir buscar determinado bem. A atração de vizinhança, aproveita-se da

geração de tráfego criada pelo varejo gerador. Pode-se utilizar como exemplo

um varejo de móveis para quartos, que gera fluxo, onde ao lado encontra-se

um varejo de roupas de cama e banho. Ou seja, um consumidor se deslocou

em busca de uma cama nova, e aproveitou a vizinhança para comprar roupas

de cama novas. Já a atração suscetível, é dada pela coincidência de estar no

caminho do consumidor ao seu destino de compra. Tal como uma lanchonete

na entrada da loja de móveis. Porém todos esses fatores de atração podem

mudar de papel, em função de seu horário e local.

Avaliação de Produtos. Este é um processo que traz à memória do

consumidor suas experiências de consumo. Considerando a solução de

problemas, a vivência do pós compra, busca de informações entre outros.

Desta forma, seus consumos futuros ficam sempre orientados, fazendo com

que cada condição gere um esforço maior ou menor para iniciativa de

consumo. Dias (2011) coloca que para bens onde existem indicações, como

médicos e hospitais, o fator localização não se torna tão determinante.

Considerando-se que existem ferramentas disponíveis, capazes de

cruzar informações geográficas, demográficas, comportamentais e de mercado.

23

Além do entendimento da correlação entre localização e consumo, vamos

entender quais os impactos da Geografia de Mercado na tomada de decisão.

24

CAPÍTULO IV

4.1. Quais os impactos da Geografia de Mercado na t omada de decisão

Para entendermos os impactos da geografia na tomada de decisão,

vamos discorrer sobre a microlocalização, as áreas de influência, dimensões

mercadológicas é índice de saturação.

Acesso. Esta é a palavra-chave quando se trata de localização. A busca

do varejista sempre irá priorizar a facilidade de acesso sob a crença de

aumentar o volume de faturamento com o maior fluxo de pessoas, porém a

acessibilidade é fortemente impactada pelas barreiras geográficas e sistemas

de transportes e vias. Além disso, os valores dos locais sofrem influência, pela

facilidade de acesso e flexibilidade, ou seja, capacidade de adaptar-se à

diferentes tipos de negócio. Porém considerando que a expectativa do varejista

é aumentar seus lucros, o que faz com que o valor de negociação do imóvel

não seja o mais observado.

Traçando raios a partir do ponto a ser avaliado, em um mapa, é,

segundo Dias (2011), uma maneira de iniciar o processo de avaliação de

acessibilidade. Estes raios são denominados isocotas e trazem aproximações

de deslocamentos, de 100m, 200m ou 300m, para determinados tipos de

varejo, ou 1 km, 2km, 3km para outros. A região compreendida neste raio seria

abrangida pelo ponto estudado.

Outro estudo, e considerado por Dias (2011) como melhor a ser

observado é a construção de curvas isócronas, que consideram tempo e

distância em minutos para percurso a pé ou de automóvel. Quanto maior essa

curva, maior o raio de atendimento desse varejo. Lembrando que o traço pode

ser feito do ponto do varejo, e de onde ele termina, para que se leve em

consideração, que para determinados tipos de consumo, as pessoas toleram

distâncias maiores na ida do que na volta.

25

Embora o desenho dos raios da isocotas ou isócronas, tenham

participação assertiva no processo decisório, elas não destacam áreas de

influência, fazendo com que outros estudos sejam complementares.

O fluxo de pessoas em uma determinada região pode ser classificado,

segundo Dias (2011) em: Tráfego do dia a dia, do trabalho, média e longa

distância e sazonal. Considera-se a soma para um determinado local para

encontrar o tráfego agregado.

Trata-se como deslocamento do dia a dia, trajetos próximos à

residência, onde destacam-se comércios de uso rotineiro, como farmácias e

padarias. Quando abordado o fluxo causado pelo deslocamento casa para o

trabalho, outro fator traz peso, que é o tempo, normalmente esse trajeto leva

um período melhor, entretanto estabelecer-se num ponto estratégico para

atender o fluxo do dia a dia e ainda estar no fluxo residência x trabalho, é um

grande diferencial competitivo. Principalmente quando se observa o fato de

regiões de centros empresariais não possuem este volume de fluxo aos fins de

semana.

Já para o comportamento de compra comparada, gera o fluxo de média

distância, gerado por supermercados e shoppings, enquanto os de longa

distância tratam de consumos específicos, tais como, shows e restaurantes.

Destaca-se que o fluxo sazonal é geralmente causado por turistas, que se

deslocam mais vezes em um menor espaço de tempo.

Uma das pesquisas mais utilizadas para entender a movimentação

chegando a área de influência, é a pesquisa de “origem e destino”, onde os

consumidores são questionados sobre de onde vieram, para onde irão, depois

de visitar a loja. Além de tempo de tomada de decisão e outros dados

demográficos e comportamentais.

A topografia do local e seu posicionamento nas vias de tráfego, possuem

impacto direto no custo do imóvel e consequentemente no sucesso do negócio.

26

Estabelecimento mais visíveis, posicionados em esquinas, onde serve-se de

duas ruas de tráfego, possuem maior chance de sucesso em varejo, em

contrapartida a simples escolha errada da mão de posicionamento em uma via

pode levar o negócio à falência. Assim como terrenos em ladeiras e ruas sem

saída e pontos em curvas.

Para determinar as áreas de influência os softwers GIS são os mais

comumente utilizados, pois a partir das pesquisas de “Origem e Destino” ,

dados de faturamento por cliente fornecidos por cartões de crédito, entre outras

formas de coletas de dados, é possível alimentar o GIS, que fará o cruzamento

desses dados junto aos mapas digitais gerando assim as marcações das áreas

de influência.

Essa delimitação, traz informações que contribuem para as estratégias

tanto de localização quanto de promoção e segmentação. Além disso os dados

de pesquisas conseguem delimitar os horários de pico fluxo, de consumo e o

perfil dos consumidores que transitam na região.

Vimos que a distribuição da população, dos concorrentes, as barreiras

geográficas redes viárias e oferta de transportes públicos, são fatores

influenciadores das áreas comerciais. Outro ponto é predisposição do

consumidor a aceitar distâncias maiores para compras específicas. Em alguns

casos a área de influência nem pode ser medida em função de uma localização

isolada, porém com fluxo, como uma lanchonete em uma auto estrada.

Contudo Dias (2011) apresenta como um dos critérios mais utilizados, o

índice de venda per capita, de Kane. Nele existem as áreas de comércio

primária (ACP), secundária (ACS) e terciária ou de orla (ACT). Para encontrar o

índice divide-se as vendas mensais ou semanais pelos domicílios na região, e

do maior percentual para o menor determina-se a penetração. É colocado

ainda que para diferentes bens de consumo a área primária pode ser

representada por um percentual menor ou maior. Como exemplo um açougue

que concentra a maior parte de seu faturamento em sua área primária,

27

enquanto um shopping center pode ter seu faturamento mais pulverizados até

as áreas secundárias e terciárias.

Dias (2011) apresenta também a classificação definida por Davies,

considerando dimensão, tratando de extensão de territórios e volume de

negócios. Categorias, uma forma de traçar os locais de origem das pessoas

que vão à determinado local, proporcionando a identificação do tipo de negócio

ideal. E formas, gerais, compostas e proporcionais. Gerais tratando de um

espaço maior com variedade de negócios. Compostas, mais áreas de

influências para diferentes tipos de negócio e proporcionais tratando de linhas

divisórias que de maneira progressiva avança a penetração do negócio sobre

as áreas primárias, secundária e terciária.

Para avaliar o dimensionamento de mercado, Dias (2011) distribuiu o

tema em cinco tópicos: Variáveis Críticas, Estrutura de Gastos, Potencial de

Consumo, Concorrência, Avaliação do Volume Negocial.

Sobre as variáveis críticas, deve-se levar em consideração que para

cada tipo de varejo e local, os dados serão deferentes para identificação do

potencial. Porém a moradia, local de trabalho, propósito da passagem e a

relação entre as três devem ser tratadas como variáveis críticas.

Para falarmos de estrutura de gastos, Dias (2011) coloca a importância

das POF pesquisas de orçamentos familiares. Tais pesquisas são realizadas

por Institutos Oficiais ou entidades ligadas a ele. Tendo em vista a

sazonalidade de alguns tipos de bens e serviços a amostragem é feita

considerando o período anual e traz base para o entendimento da distribuição

de renda, hábitos de despesas e as diferenças desses números entre

diferentes classes.

Os dados coletados nas POF também são utilizados para análise do

potencial de consumo, entretanto ainda é necessário considerar informações

sobre estrutura de rendimento da população. Esses dados no Brasil são

28

coletados através do Censo e Pesquisa Nacional por Amostragem, ambas

aplicadas pelo IBGE. Com isso a quantidade de residências aliadas as faixas

gastos expõem o potencial de consumo da região observada.

Contudo, outro ponto de atenção sobre estes estudos, conforme

colocado por Dias (2011) é o fato de considerar o período de coleta de dados

contra o período de utilização dos mesmos, pois por se tratar de pesquisas

muito extensas, movimentações no mercado podem ter ocorrido distorcendo

alguns números.

Sobre a concorrência, já vimos que na escolha do local ideal para o

estabelecimento de um negócio de varejo, o ambiente em torno deve ser

observado. Os concorrentes possuem movimentações no mercado que podem

e servem como base na estruturação da análise. Dias (2011) cita a utilização

da consulta de CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica como fonte dados

para pesquisa, observando-se o número de filiais, as regiões de avanço delas e

o comportamento demográfico dos locais com tais unidades.

Outros dados para composição da pesquisa podem ser buscados em

entidades vinculadas ao setor, como a ABRASCE, Associação Brasileira de

Shoppings Centers, que publica dados como número de unidades, tamanhos e

segmentos. Os dados inclusive foram utilizados no desenvolvimento do

presente trabalho.

O Volume Negocial, é analisado com base no quanto e como, uma

determinada área pode ser dividida. A quebra dessas áreas permite uma

melhor avaliação do território, embora morosa e custosa. Claramente, o tipo de

negócio e a oferta de dados, também influenciam nos tipos de pesquisa a ser

adotado como indicador de tomada de decisão.

A técnica do vácuo de Nelson, é apresentada por Dias (2011) como

critério para avaliação de viabilidade, não só de implementação, mas também

como para potencial de vendas e expansão de novas lojas.

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Para a identificação do vácuo para o varejo em análise, é necessário

levantar o potencial de consumo, conforme visto anteriormente, considerando

áreas primária e secundária, baseando-se no deslocamento para o consumo e

concorrência regional. Além de dados dos gastos da população regional.

Em seguida avalia-se a concorrência pelo seu volume de lojas, vendas e

expansão. E da diferença entre o corpo da concorrência e o potencial de

consumo da região pesquisada, localiza-se o chamado vácuo. Que não

descarta a necessidade de analisar o porquê de ele ocorrer naquele ponto. O

indicador pode mostrar não uma oportunidade, mas sim um movimento da

região já em acontecimento. O vácuo pode existir pois há outro gerador de

fluxo atraindo os consumidores, ou por que o segmento não está em ascensão

na região.

Outra teoria apresentada por Dias (2011) é a técnica da microanálise

desenvolvida pela Real Estate Research Corporation. Esta técnica distribui a

região em áreas menores para avaliação por entrevistas considerando a

hipótese do novo negócio estar estabelecido. E por se tratar de uma hipótese,

os dados coletados podem ser deturpados pela percepção dos entrevistados

que não possuem de fato a experiência do negócio ainda não estabelecido.

Dias (2011) cita ainda a técnica dos octetos, indicada por Nelson, onde o

princípio da microanálise é aplicado para o tratamento de negócios grandiosos

como shoppings centers. Neste caso a a quebra em microrregiões é

concentrada e mais aproximadas ao centro da localização, fazendo com que o

estudo, torne-se menos atrativo proporcionalmente ao quanto se distancia.

Todas as teorias, fontes de dados e ferramental de apoio, mostram o

quanto à localização é um fator determinante para a instalação de um

determinado varejo. Desta forma, os impactos na decisão errada deste ponto,

podem levar a uma evolução e maturação mais lentas ou até o fracasso do

negócio. A estrutura das cidades, suas vias, seu crescimento, e suas

formações, determinam ainda a valorização do solo, e por isso os estudos da

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localização precisam ser observados, para que os custos com a implantação e

um negócio sejam aplicados de maneira correta no que se refere à um melhor

ponto para estratégia comercial.

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CONCLUSÃO

A presente pesquisa teve por objetivo responder qual a influência da

geografia regional no sucesso da escolha do ponto ideal para um negócio de

varejo.

Para tanto, foi realizada uma análise literária acerca do que é o mercado

de varejo e a geografia de mercado. Vimos também quais as ferramentas

disponíveis para o estudo da localização, além dos impactos dessa escolha no

sucesso de um negócio.

A geografia de mercado compreende não apenas os fatores geográficos

do solo, mas cruza esses dados com geografias físicas e humanas. Fazendo

com que os dados demográficos e as análises das vias de acesso sejam os

principais aspectos analisados na tomada de decisão do ponto para um novo

negócio.

O composto de marketing que trata do preço, praça, promoção e

produto, ainda é a principal matriz de estudo para a criação de um novo

negócio. Entretanto para o sucesso no varejo o primeiro ponto a ser observado

é o público alvo, e nesse momento a geografia de mercado já é fonte de dados.

O comportamento do consumidor deve ser medido através de dados

demográficos como raça, religião, sexo, população e hábitos de consumo. No

Brasil, o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa, municia os

pesquisadores com essas informações.

Escolhido o público alvo, as estratégias de produto, preço e promoção já

podem ser desenhadas, mas para isso o local, praça. Deve ser bem definido.

Isso por que, é o fator de maior dificuldade de mudança. A escolha do local

envolve contratos, investimentos em reformas e apresentação. Ajustes futuros

nas estratégias de precificação e promoções são viáveis e possuem

investimento mais baixo.

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Para o estudo da localização o mercado conta com ferramentas GIS

Geographic Information System, que são softwares desenvolvidos para cruzar

informações do solo, formação das cidades, fluxo urbano, dados demográficos

e comportamentais.

Observou-se que esse estudo é capaz de medir as distâncias que os

consumidores estão dispostos a percorrer para adquirir determinados tipos de

bens, além de indicar que fatores como a oferta de transporte, de vias de

acesso e até mesmo a proximidade de um cemitério pode causar impacto na

frequência de um dado negócio. Confirmando assim a hipótese de que os polos

geradores de tráfego e o desenvolvimento urbano poderiam ser fatores

impulsionadores para o sucesso de um estabelecimento.

Desta forma o estudo conclui que tendo em vista que o objetivo de um

negócio é fomentar seu faturamento e estabelecer maturidade em seu ciclo

num menor espaço de tempo. A geografia de mercado é fator fundamental no

plano de negócios a ser desenhado. O ponto estratégico será o principal

responsável por fazer com que o público ao qual a estrutura foi construída para

atingir esteja ao alcance do empreendedor.

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BIBLIOGRAFIA

DIAS, Sergio Roberto. Gestão de Marketing. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva 2011

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall 2006. MINADEO, Roberto. Gestão de Marketing. 1ª ed. São Paulo: Atlas 2008. PORTAL ABRACE. Associação Brasileira de Shoppings Centers. Disponível em: http://www.abrasce.com.br/monitoramento/numeros-do-setor. Acesso em: 24 de janeiro de 2017. PORTAL PROFISSIONAL DE E-COMMERCE. Disponível em: http://www.profissionaldeecommerce.com.br/e-bit-numeros-do-e-commerce-no-brasil/ .Acesso em: 24 de janeiro de 2017. PORTAL EBIT. Disponível em: https://www.ebit.com.br/ Acesso em: 24 de janeiro de 2017.

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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 1.1. O Mercado de Varejo 09 1.2. O papel e a função do varejo na distribuição 09 1.3. Quais os tipos de varejista 10 1.4. Localização 11 CAPÍTULO II 2.1. O que é a geografia de Mercado 14 2.2. O desenvolvimento do varejo nas cidades 14 CAPÍTULO III 3.1. Quais as principais ferramentas disponíveis para análise do ambiente de marketing 20 3.2. Associação entre consumo e localização 21 CAPÍTULO IV 4.1. Quais os impactos da Geografia de Mercado na tomada de decisão 24 CONCLUSÃO 31 BIBLIOGRAFIA 33 ÍNDICE 34