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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS O Arquiteto, A Criatividade verso Desenho Assisto por Computador - CAD Por: José Antonio Mendes Casas Novas Orientador: Prof. Marco Antonio Chaves Rio de Janeiro, RJ, abril/2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

O Arquiteto, A Criatividade verso Desenho Assisto por Computador - CAD

Por: José Antonio Mendes Casas Novas

Orientador: Prof. Marco Antonio Chaves

Rio de Janeiro, RJ, abril/2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

O Arquiteto, A Criatividade verso Desenho Assisto por Computador - CAD

Por: José Antonio Mendes Casas Novas Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência de ensino Superior

Rio de Janeiro, RJ, abril/2001

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Agradecimentos

Aos meus pais, por terem me dado a

chance de conhecer as primeiras letras,

me incentivar, exigir mais

conhecimento e nunca me acomodar

com o pouco saber acumulado.

Ao sempre urbano Professor Marco

Antonio Chaves, Titular de

Metodologia da Pesquisa que se

permite descer do seu alto saber para

transmitir a arte de se obter um pouco

mais conhecimentos; por sua

eloquência, paciência e sobretudo

vocação para o magistério em

academia.

Aos novos e já velhos amigos da

Turma.

3

Dedicatória

Aos profissionais de arquitetura que

ousam na arte de projetar, sem nunca

esquecer a sua meta final: O Bem Estar

do Homem.

4

Dístico

“Deus dá às pessoas as coisas em que elas acreditam.”

Sabedoria popular

“Sempre houve a crença de que Deus

nos daria tudo o que a Ele pedíssemos.

Mas isso não é verdade. Ele nos dá

apenas aquilo em que acreditamos.

Senão, como explicar que uma pessoa

desconfiada, que não acredita em

ninguém, seja sempre enganada? ”

Roberto T. Shinyashiki

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Sumário

Resumo............................................................. 6 O Cad- Desenho Assistido por Computador... 8 A Criatividade, O Arquiteto e o CAD................................................................... 10 O Que é um CAD........................................... 15 Metodologia do Ensino do CAD..................... 17 Pesquisa entre os usuários de CAD.................. 20 Tabelas das Respostas Obtidas..................... 23 Conclusão......................................................... 27 Bibliografia....................................................... 29 Anexos.............................................................. 30-

6

Resumo

O Desenho Assistido por Computador, é hoje em dia uma

ferramenta importantíssima para os profissionais de arquitetura, artes e ramos

afins. No entretanto também nota-se que mesmo sendo para o arquiteto uma

peça quase indispensável como a velha prancheta, alguns profissionais

rejeitam-no, alegando que o Cad traz uma certa inquietação, reação esta que

acaba anulando, se não totalmente, mas influenciando de sobremaneira o ato

de criar idéias e soluções que levem a um projeto final.

A rejeição de alguns profissionais ao Cad, é em decorrente

ao estado total de submissão. Esta submissão no caso específico ao

computador, trás consigo um sentido de inutilidade pois os profissionais

passam a ser mero coadjuvantes na execução de comandos, colando figuras

geométricas, e blocos; entendes aqui por blocos, desenhos arquivados, onde o

operador apenas executa uma edição, para que ele, o(s) bloco(s), se adapte ao

desenho em questão. Assim feito, há incrementação na produção de desenho.

Apesar da rapidez da incrementação e do desenvolvimento do projeto, a sua

criação, o seu nascer propriamente dito, para estes profissionais, é original do

da velha e aposentada prancheta. O ato de criar é ritualístico. para estes

7

profissionais é muito particular. Uma vez fechado o projeto, delegam para -

CAD - o desenvolvimento e viabilidades técnicas do projeto.

Por que isto acontece mesmo na geração de técnicos,

artistas e projetistas da era da Internet?

8

O Cad – Desenho Assistido por Computador

O sistema CAD é uma realidade na indústria e nas

universidades, onde o projeto gerado com auxílio do computador é uma

exigência. Esta tecnologia não pode ser mais ignorada, pois os clientes estão

exigindo o fornecimento de modelos no formato do CAD, por uma série de

facilidades de edição, não só para o cliente como para o profissional .

Evoluindo sempre, o sistema CAD permite geração de

superfícies tridimensionais em alta resolução, modelos precisos etc., esta

tecnologia crescente não dispensa conhecimento prévio em projetos, dos

arquitetos, engenheiros e outros profissionais.

Os programas CAD devem ser considerados ferramentas de

o auxílio a projetos, e desta forma, o melhor rendimento desta ferramenta

será obtido quando usado pelos melhores profissionais em desenho e projetos.

De complexa aparência e manipulação, os Cads

apresentam uma série infindável de ícones, onde pode-se desenhar qualquer

coisa, desde um simples palito de fósforo a uma complexa estação espacial.

Faz se animações , podendo-se no caso da construção civil, projetar um

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edifício e antes mesmo de executá-lo, fazer-se um tour internamente como se

ele já estivesse pronto.

Durante a fase de desenvolvimento do projeto, esta

ferramenta e de grande utilidade, pois permite a edição de supressão ou de

acréscimo, sem maiores transtorno e gasto de papéis e tintas como na velha

prancheta. Até então, normografado o desenho, qualquer modificação a

posteriori tornava-se trabalhosa, chegando-se em alguns caso a se refazer

toda prancha. No computador – CAD - esse processo é extremamente fácil,

rápido e sem causar maiores transtorno não havendo necessidade de

refazimento de nova prancha antes da plotagem final.

O desenhar com assistência do computador é um processo

extremamente prático , embora para o principiante seja muito complexo em

função do número aparentemente excessivo de ferramentas disponíveis. O

projetista interagem com a máquina, executando comandos específicos

produzindo efeitos ou resultados, apenas pressionando-se uma, duas ou até

mais teclas conjugadas . Depois de algum tempo de operação o projetista pode

ir arquivando desenho e projetos, estes tornar-se-ão desenhos padrões de uso

corriqueiro. Arquivados como blocos, serão colados a novos projetos,

evitando-se o desperdício de tempo, aumentando-se assim produtividade.

Uma vez concluído o projeto, todos os relatórios técnicos-construtivo e

quantitativo poderá ser obtido bastando para isto um simples pressionar de

teclas. Esses relatórios gerados poderão ser enviadas para todas as partes

envolvidas com o projeto: do fornecedores de insumos e incrementos ao

canteiro de obra e etc.

10

A Criatividade o Arquiteto e o CAD

Criar não é uma ato isolado. Para alguns autores a

criatividade é a descoberta e a expressão de algo que tanto é uma novidade

para o criador quanto uma realização por si mesma. No ato de criar está

envolvido uma infinidade de considerações. A velocidade com que surgem as

novas necessidades do ser humano, exige um grau cada vez maior de

conhecimento técnico e científico do projetista, seja ele de que ramo for. No

caso do arquiteto chega a um grau de exigência que o transforma em um

especialista de especialidades. Pois quanto o arquiteto está projetando, criando

algo de novo ele deve e tem obrigação de conhecer todos os detalhes que

envolve a solicitação do cliente, desde seu hábito matutino de tomar o café,

passando pelo seu banho, saída para trabalho, como também outros fatores e

projetos complementares que irão auxiliá-lo para que ele possa criar um

espaço que não existia e que atenda a solicitação do cliente. Alia-se a tudo isso

conhecimento de marketing, psicologia, legislação, técnicas construtivas,

todos os materiais de construção, instalações prediais e estruturas. Ao criar o

arquiteto está fazendo uma interpretação dos anseios e desejo de seu cliente e

tornando seu sonho uma realidade.

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Não há uma teoria universalmente aceita sobre a

criatividade, podemos no entanto citar algumas que podem melhorar a nossa

compreensão sobre o ato de criar:

Criatividade como Inspiração Divina

“Uma das mais velhas concepções da criatividade,

sustenta que o criador é divinamente inspirado” Essa noção sem dúvida surge

da tentativa de explicar a extraordinária originalidade das grandes obras

criadoras. Foi expressa de maneira mais memorável por Platão, que declarou

ser o artista, no momento da criação, agente de um poder superior, perdendo

o controle de si mesmo:”(George F. Kneller)

Criatividade como Loucura

“Outra tradição que remonta à antigüidade, concebe

a criatividade naturalisticamente com uma forma de loucura. Sua aparente

espontaneidade e sua irracionalidade são explicadas como fruto de um acesso

de loucura. Muita vezes o gênio, especialmente o artístico, parece separado

da loucura apenas por um fio de cabelo. A extrema sensibilidade do artista e

sua tendência para forçar ao extremo a própria natureza são a prova

suprema de sua sanidade “ (George F. Kneller). O sociólogo Cesare

Lombroso citou “muitos homens geniais que eram neuróticos ou louco,

alegando que a natureza irracional ou involuntária da arte criadora deve ser

explicada patologicamente”.

12

Criatividade como Gênio Intuitivo

“ A criatividade é a forma saudável e altamente

desenvolvida de intuição”. O criador, embora não mais anormal ou doente,

ainda é um tipo de pessoa rara e diferente. No ato da criação ele intui direta e

imediatamente o que outras pessoas só podem apurar devagando longamente.

A criatividade não pode ser educada porque é imprevisível, não racional e

limitada a algumas poucas pessoas”. (George F. Kneller) A idéia do gênio

nasceu no fim do Renascimento, quando foi aplicada aos poderes criadores de

homens como Leonardo da Vinci, Vasari, Telésio. Durante o século XVII,

muitos pensadores e escritores, em particular Kant em sua Crítica do Juízo

entendeu ser a criatividade “um processo natural que criava suas leis

próprias, imprevisíveis; e daí concluiu que a criatividade não pode ser

ensinada formalmente. Mesmo que os críticos possam examinar as criações e

analisar-lhes os princípios dirigentes, a aplicação desses princípios não mais

produzirá obras originais

Criatividade com Força Vital

“ Uma das conseqüência da teoria da evolução de

Darwin foi a noção de ser a criatividade humana manifestação da força

criadora inerente à vida. Segundo esse entendimento, embora a matéria

inanimada não seja criadora ( sempre produziu as mesmas entidades, como

átomos e estrelas), a evolução orgânica e fundamentalmente criadora, uma

vez que está sempre a gerar novas espécies. Na verdade, a força criadora da

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evolução parece lançar-se para a frente, em inesgotável variedade de formas

peculiares, sem precedentes, sem repetição, irreversíveis. (George F. Kneller)

A criatividade humana também tem sido encarada

como expressão de uma criatividade universal imanente a tudo que existe.

Alfred North Whitehead, Process and Reality, afirma “a criatividade é

rítmica ou cíclica, pois o mundo não consiste em uma corrente de eventos

singulares, mais de eventos que constituem entidades reais, que nascem, se

desenvolvem e morrem”. Essa criatividade incessantemente produz

novidades. Estes são de dois tipos. Num certo sentido, tudo que existe tem de

renovar-se continuamente para poder existir. A fim de manter-se como é, deve

constantemente substituir seus próprios componentes. Cada um desses

antecedentes é semelhante ao sue próprio antecedente, apesar de ímpar,

porque não lhe é idêntico. No Segundo sentido, a criatividade está

continuamente produzindo entes, experiências e situações sem precedentes. A

criatividade, pois, não apenas mantém o que já existe, mas também produz

formas completamente novas.”

A Criatividade não pode ser definida, ou se quer

rotulada, o ato de criar é próprio de cada pessoa, não segue uma receita de

bolo, e sim leis próprias, imprevisíveis, portanto não pode ser ensinada de

maneira formal. A educação, de modo geral, não respeita a criatividade, não

respeita as diferenças e as diversas formas de aprender de cada pessoa. Os

sofisticados recursos tecnológicos de que hoje dispomos, do celular à Internet,

podem ao contrário do que se espera e do que se imagina, ser limitadores e

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empobrecedores. Além, de em muitos casos acentuar desigualdades e

escravizar usuários.

O arquiteto já na fase de criação tem a obrigação de

conhece e se preocupar com todos os elementos que irão compor o projeto

como um todo, e mesmo que ele não elabore também os projetos

complementares, no mínimo, deverá saber gerenciá-los, orientando e

discutindo com os profissionais responsáveis por cada um deles. Não adianta o

arquiteto está na moda, freqüentar a mídia, colunas sociais se não sabe

resolver um simples problema de tomada elétrica, esquadria, instalações

hidrosanitárias, ar condicionado e etc. para responder simples indagações de

seu cliente e assim poder concretizar uma proposta. Já se vai longe a época em

que ao arquiteto eram equivocadamente conhecido como um desenhista caro.

O Bom Arquiteto deve ser um profissional apto a criar ou modificar um

espaço partindo de interpretações subjetivas, aliando-se a isto necessidades

específicas de cada cliente e somando-se ainda uma dose sempre equilibrada

de criatividade como diz o Professor Flávio de Lemos Carsale, então vice-

diretor da Universidade Federal de Minas Gerais: “ Em nosso tempo, não é

mais o arquiteto de gabinete que como bom conhecedor da geometria e das

regras de composição, resolve matematicamente os problemas de uma família

ou comunidade, num projeto com estreito vínculo com esse cliente e os

expressa, sensivelmente, num projeto com estreito vínculo com esse cliente,

especializando seus próprios significados”. Temos então a verdadeira arte de

criar em arquitetura.

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O Que um Cad?

A primeira versão do AutoCad, data de 1982, quando

foi anunciada nos Estados Unidos, até então os profissionais da área de

projetos estavam acostumadas a manusear intrincados manuais de referências

para desenvolver seus trabalhos, que na maioria era feitos com auxílio de

pranchetas e réguas de cálculo. Nessa época que o AutoCad firmou-se como

sinônimo de CAD. Passado 18 anos, é líder do mercado de programas de CAD

para PCs, sendo utilizado por um número incalculáveis de pessoas no mundo

todo. A firma produtora é a uma das primeiras no ranking das empresas

produtoras de programas para computador.

Os sistemas de desenho e projetos assistidos por

computador os sistema CAD (Computer Aided Design), são baseados em

técnicas de computação gráfica interativa, e têm por objetivo auxiliar o

usuário em todo processo, desde a criação, manipulação e representação de

desenhos e desenvolvimento do projeto. São sistemas de uso genérico que

através de uma interface, permite operações como: a produção de desenhos bi

e tridimensionais, geração de perspectivas, mudanças de escala, alterações de

supressão, acréscimo, criação de bibliotecas de símbolos e etc.

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No campo da arquitetura, urbanismo e engenharia e design

de produtos , grande tem sido sua contribuição, especialmente na elaboração

de sistemas de desenho e projetos assistidos por computador( incluindo os

sistemas de modelagem e apresentação realista) sistemas de auxílio ao cálculo

estrutural, sistemas de geoprocessamento, entre outros.

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Metodologia do Ensino do CAD.

Estrutura e Organização básica de um Curso

A FAU/UnB – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de

Brasília foi uma das escolas de arquitetura pioneiras na introdução de matérias

de informática, introduzindo a disciplina “Computação Gráfica Aplicada à

Arquitetura e Urbanismo” no currículo do curso de graduação em 1988.

O Enfoque principal da disciplina é o fornecimento de base

teórica em computação gráfica, associada à sua implementação dentro dos

sistemas CAD. O programa do curso inclui o conteúdo teórico básico

conjugado com uma metodologia de trabalho com um sistema CAD, visando a

melhor apreensão possível desta ferramenta para o desenvolvimento de

projetos, sendo ,o AutoCAD, o programa adotado desenvolvido pela Autodesk

Inc.

Fundamentos básicos sobre o AutoCad

- Conceitos básicos e Estrutura Geral do Programa

- As Ferramentas de Produção

- As Ferramentas de Edição

- A Visualização do Desenho e Controle de Imagem

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- Impressão do Desenho

- Projetando em 2D

- Planejamento e Organização de Projetos através de

Níveis de Trabalho

- Criação de Blocos e Bibliotecas de Símbolos

- Geração de Atributos e Referências Externas

AutoCAD Intermediário

- Comandos de Dimensionamento

- Geração de Textos

- Criação de Hachuras

- Cálculos de Áreas, Distâncias e informações sobre

Entidade

- Comandos Utilitários

- Digitalização e Introdução de Imagens

AutoCAD Avançado

- Conceitos Básicos sobre Modelagem

- A Produção do Desenho Tridimensional

- Aprofundamento em Ferramentas para a Produção e a

Visualização Tridimensional

- Linhas no Espaço 3D e Modelagem e Superfícies

- Modelagem de Sólidos com AME ( Advanced Modeling

Extension)

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Este é um programa considerado ideal para o curso de

AutoCAD, que na FAU/UnB é ministrado do XX período até o XX .

Existem também cursos livres, ministrados por entidades

de classe. Onde é dividido por horas assim distribuído.

- AutoCAD Básico - 40 horas aula

- AutoCAD Intermediário – 40 horas

- AutoCAD Avançado ou 3D – 40 horas aula

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Pesquisa entre os usuários de CAD

Distribuímos 180 formulários entre arquitetos atuantes e

também entre estudantes de arquitetura do último período. Dos formulários

distribuídos só 166 retornaram. Para efeito de pesquisa fizemos a seguinte

classificação arquitetos por campo de atuação e por faixa de idade:

Por campo de atuação

Executor de obra

Projeto

Interiores e Decoração

Projetista de Grandes Construtora

Estudante

Por faixa de idade:

Entre 40 e 55 anos

Até 39 anos

Entre 25 e 39 anos(só estudante)

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Fizemos as seguintes perguntas:

Ao criar seus projetos.........

Usa algum tipo de Cad?

Nenhum tipo de Cad

Uso Cad e prancheta.

Fazendo uma rápida análise nas tabelas feitas,

podemos constatar que uso de algum tipo de Cad alcança

percentuais expressivos, quase a grande maioria, mesmo numa

faixa de idade mais avançada dos profissionais, denotando que

entre os mais experientes e da geração anterior a massificação da

informática este percentual também é grande. Por outro lado

também constata-se que os profissionais atuantes no lado mais da

criação dos projetos o percentual, embora grande, não nos

pareceu tão significativos.. A justificativa desses profissionais foi:

“O computador inibe de algum forma a criatividade”. Houve

também um percentual de profissionais que fazem uso simultâneo

do computador e da prancheta. Entrevistamos pessoalmente estes

profissionais e como resposta quase unanime obtivemos: “Faço

uso do Cad, só após ter resolvido todo lado criativo, uma vez,

fechado o projeto por este aspecto, passo a usar o computador

para o desenvolvimento”.

Podemos observar que o percentual de uso de algum Cad é

grande. Não podemos deixar de registrar entre outros coisas, questões não

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levantadas e que foram objeto de comentários entre todos os alunos

pesquisados. Quase a totalidade dos questionários devolvidos pelos estudantes

obtivemos os seguintes comentários:

“A interação com o programa é bom porém pesado e

trabalhoso”.

“A interação com o programa é excelente, mas poderia ser

mais prático”.

“Não consigo interagir com computadores”

Excetuando-se as respostas “Não consigo interagir com

computadores”.

Às outras duas observadas cabe uma explicação técnica de

porque isso acontece: Dos Cad existente no mercado, sem dúvida alguma o

mais adotado tanto pelos profissionais quanto nas universidades é o

AutoCAD. Este por ser um Cad completo, requer um aprendizado mais longo

e mais específico, seus comandos básicos são super simples e de fácil

manipulação mas a medida que se avança no seu uso, requer mais

conhecimentos básicos dos princípios da geometria, principal a espacial,

muito importante quando se está fazendo maquetes eletrônicas. E nesta fase da

interação com o AutoCAD, justamente o 3D, que os conhecimentos da

geometria são mais aplicados. Se o usuário na tiver bons conhecimentos em

geometria e desenho técnico, dificilmente terá bons resultados, talvez esteja

aqui uns fatores de rejeição pelo AutoCAD. Diante de dificuldades como esta

apresentada entre outras que surge no decorrer o uso, os fabricantes passaram

a desenvolver uma série de outros cads, ou seja, personalização, biblioteca,

23

onde usuário para de pensar e limita-se a fazer colagem e aplicação de blocos

prontos em seus desenhos, se por um lado aumenta-se a produtividade, por

outro lado há um certo empobrecimento de soluções apresentadas, porque é

mais fácil se buscar nos arquivos e bibliotecas, soluções já prontas do que

elaboramos ou pensarmos em criar. Isto também vem contribuir para a

inibição, com a inabilidade dos projetistas(criadores) que por terem

dificuldade com a parte geométrica não consegue concretizar no CAD, suas

criações e também não coletam entre os arquivos da biblioteca algo que esteja

dentro daquilo imaginado para o projeto, resultando na rejeição ao programa

Tabelas das Respostas Obtidas

TABELA 1: RESPOSTAS A PERGUNTA 1 - POR FAIXA DE IDADE

FAIXA DE IDADE 1 2 3 TOT

1 Algum Tipo de Cad 42 45 18 105 2 Nenhum Tipo de Cad 23 19 3 45 3 Cad e Prancheta 10 6 0 16 75 70 21 166 Legenda das Tab 1 e 2: 1- Entre 40 e 55 anos de idade 2- Até 39 anos de idade 3- Entre 25 e 39 anos de idade

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TABELA 2: RESPOSTAS A PERGUNTA 2 -

POR QUE NÃO USA NENHUM TIPO DE CAD ?

FAIXA DE IDADE 1 2 3 TOT 1 Inibe minha criatividade 18 14 3 35 2 Barreira da Língua 3 4 0 7 3 Sou avesso a Computadores 2 1 0 3 23 19 3 45

TABELA 3: RESPOSTAS A PERGUNTA 1 - POR CIDADE

Rio Outras TOT 1 Algum Tipo de Cad 60 45 105 2 Nenhum Tipo de Cad 21 24 45 3 Cad e Prancheta 6 10 16 TOTAL 87 79 166

25

TABELA 4: RESPOSTAS POR CATEGORIA DO PROFISSIONAL

1 2 3 Categoria de Profissional Algum

Tipo de Cad

Nenhum Tipo de

Cad

Cad e Pranche

ta

TOTAL

1 Executor de Obras 12 3 2 17 2 Projetos 25 10 0 35 3 Méd/ Grd Construtoras 13 2 2 17 4 Autônomo - Escrit. Resid 8 7 3 18 5 Interiores e Decoração 24 19 8 51 6 Estudante de Arquitetura 23 4 1 28 TOTAL 105 45 16 166

TABELA 5: PERCENTUAIS DENTRO DAS CATEGORIAS

1 2 3 Categoria de Profissional Algum

Tipo de Cad

Nenhum Tipo de

Cad

Cad e Pranche

ta

TOTAL

1 Executor de Obras 70,6% 17,6% 11,8% 100,0% 2 Projetos 71,4% 28,6% 0,0% 100,0% 3 Méd/ Grd Construtoras 76,5% 11,8% 11,8% 100,0% 4 Autônomo - Escrit. Resid 44,4% 38,9% 16,7% 100,0% 5 Interiores e Decoração 47,1% 37,3% 15,7% 100,0% 6 Estudante de Arquitetura 82,1% 14,3% 3,6% 100,0% TOTAL 63,3% 27,1% 9,6% 100,0%

26

TABELA 6: RESPOSTAS POR CATEGORIA DO PROFISSIONAL

1 2 3 Categoria de Profissional Algum

Tipo de Cad

Nenhum Tipo de

Cad

Cad e Pranche

ta

TOTAL

1 Executor de Obras 11,4% 6,7% 12,5% 10,2% 2 Projetos 23,8% 22,2% 0,0% 21,1% 3 Méd/ Grd Construtoras 12,4% 4,4% 12,5% 10,2% 4 Autônomo - Escrit. Resid 7,6% 15,6% 18,8% 10,8% 5 Interiores e Decoração 22,9% 42,2% 50,0% 30,7% 6 Estudante de Arquitetura 21,9% 8,9% 6,3% 16,9% TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Ver Gráficos ilustrativos no anexo.

Como citamos anteriormente, a Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de Brasília, foi a pioneira no ensino da

Computação Gráfica, onde o ensino do CAD faz parte da grade curricular ,

sendo estudado em dois semestres dentro da cadeira Computação Gráfica 1 e

Computação Gráfica 2. O Cad adotado é o AutoCAD da Autodesk.

27

Conclusão

A Informática chegou em nossas vida e veio para ficar,

experimentando um crescimento quase impossível de se acompanhar, a ponto

de que qualquer produto antes mesmo de ser lançado, já está obsoleto , a

rapidez é tamanha que quando o usuário começa a entender os princípios do

funcionamento do produto adquirido ele já sendo bombardeado pela mídia

com apelos consumistas obrigando-o a adquirir o lançamento mais recente e já

também obsoleto. Novas tecnologias são e serão bem vindas mas podem

escravizar e limitar o poder criativo do homem. Não se observa a colocação

das tecnologia a serviço do bem estar de uma forma geral. No que concerne o

lado educacional-criativo, observa-se claramente uma política de nivelamento

bem baixo para que haja um controle social cada vez maior. Os programas de

CAD são sem dúvidas, um elemento incrementador de produtividade para as

grandes indústrias, universidade e profissionais que lidam com as áreas de

desenho e projetos, porém não se pode deixar de observar que é a maneira

como estas tecnologias são apresentadas e como são manipuladas que

causam insatisfação nos usuário que ainda se dão o luxo de pensar. Há

também fatores da política educacional a nível de governo e mesmo a nível

familiar que no mínimo, por omissão, contribui para que este estado de coisa

que se perpetue. Os alunos nas universidades são apresentados aos programas

de CAD da forma mais indesejada possível, como diz o dito popular, de forma

que, o que deveria ser uma ferramenta de auxílio, passa a ser um instrumento

28

de tortura. Aos alunos passa-se a idéia de o programa irá fazer tudo que eles

imaginarem quando na realidade o computador é um mero executor de

comandos, um agilizador de cálculos, cálculos estes que mesmo não sendo

possível executá-los mentalmente, manualmente, pode-se no entanto

gerenciá-los, o usuário tem que no mínimo saber mandar o computador

executar a tarefa desejada e caso este não processe os dados por ausência de

programação, possa o usuário “enganá-lo” se é que isto é possível, para ele

possa apresentar um resultado, o mais próximo do desejado. “ As pessoas

deveriam estar aprendendo a ser “subversivas” em relação as novas

tecnologias em vez de serem, simples usuárias passivas. A relação como a

informática deveria ser menos dependente. Claro que não tivemos a pretensão

de provar nossa questão de que a criatividade seja diminuída pelo uso do

computador como também não podemos provar o contrário, nosso trabalho

tem por finalidade alertar o usuário não se deixar intimidar pela tecnologia e

sim fazer dela uma aliada no sentido de trazer mais prazer à vida. E também

servir de alerta aos estudantes a não se tornar mero espectadores desta

tecnologia e passar atuar de maneira ativa, contestando tudo e a todos de

maneira inteligente e que esta contestação se processe de maneira construtiva

e não nesse estado de letargia.

29

Bibliografia

SHINYASHIKI, Roberto T. Amar pode dar certo. 55ª ed. Gente. São Paulo,

1988.

KNELLER, George Frederick. Arte e Ciência da Criatividade. 14ª ed. São

Paulo: Ibrasa, 1978.

PATRICK, Catherine. What Is Criative Thinking? Nova York Philosophical

Library, 1955.

OMURA, George . Dominando o AutoCAD 13. Rio de Janeiro Livros

Técnicos e Científicos Editora S.A., 1995

GOBBI, Cristina . AutoCAD 12 Estudos Dirigidos para Arquitetura e São

Paulo Editora Érica. 1995

WINNICOTT, D.W. Play and Reality 1a ed. London EC4 Tavistock

Publications Ltd. 1971.

ENCICLOPÉDIA BARSA. Rio de Janeiro/São Paulo: Enciclopédia

Britanica Editores Ltda, 1964-1977

CENSI, Alexandre L. C. AutoCAD 12 Guia Prático São Paulo. Editora Érica,

1994.

FOLHA DE SÃO PAULO. Enciclopédia Ilustrada. São Paulo, 1998.

CRUZ, Simonny Ribeiro da. Arquitetura com AutoCAD: AutoArchitect:

versão S7: Inglês e Português. São Paulo: Érica, 1996

30

Anexos