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UNIVERSIDADE CÄNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE AUTORA: LÍDIA JUSTO PEREIRA ORIENTADOR: Prof.: MESTRE ROBSON MASTERKO RIO DE JANEIRO NOVEMBRO/2001

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UNIVERSIDADE CÄNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE

AUTORA: LÍDIA JUSTO PEREIRA

ORIENTADOR: Prof.: MESTRE ROBSON MASTERKO

RIO DE JANEIRO NOVEMBRO/2001

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE

AUTORA: LÍDIA JUSTO PEREIRA

Trabalho Monográfico apresentado como

Requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Docência superior

RIO DE JANEIRO NOVEMBRO/2001

“Tomou pois o Senhor Deus ao homem e colocou no Jardim do Édem para o cultivar e o guardar.”

Gênesis 2:5

Agradecimentos

“Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Fernando Pessoa

Agradeço a todos aqueles que ao longo desse ano me ensinaram e me ajudaram nessa busca de um mundo melhor que levarei por toda a minha vida. Agradeço, também, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse estágio e desse trabalho. Por fim, agradeço a minha família, a todos os amigos e colegas que me incentivaram na busca do meu sonho, e que me ajudaram a realizar uma parte dele.

RESUMO

Esta monografia é uma importante iniciativa no sentido de buscar a

sociedade no sentido de analisar os problemas ocasionados com impactos

ambientais provocando assim a destruição do ambiente, pois tal introduz

toda complexidade da visão holística da avaliação dos problemas globais,

uma vez que relacionam o meio natural o antrópio como conseqüência dos

aspectos sociais e seus impactos resultantes.

Partir do reconhecimento da multidimensionalidade dos processos de

conservação e preservação ambiental implica a aceitação da

interdisciplinaridade como prática de pesquisa, pois em estudos percebi que

não se limita a um número de idéias, informações ou teorias, mas devem

ser concebidos no ângulo de análise efetuada.

Finalmente, através do aumento da possibilidade do conhecimento,

busco múltiplas causalidades, a diversidade e a complexidade de decisões

e de ações, isto é, a probabilidade de conceber soluções e alternativas

mais eficazes.

SUMÁRIO

Introdução --------------------------------------------------------------------------------------- 07

Capitulo 1 – O Impacto do Meio ambiente ------------------------------------------ 10

Capítulo 2 – A Questão da Conservação e Preservação do

Meio Ambiente no Mundo e no Brasil ----------------------------- 14

Capítulo 3 – O Meio Ambiente no Estado do Rio de Janeiro --------------- 17

Capítulo 4 – Questão Ambiental Quanto a Conservação do Ar ------------- 20

Capítulo 5 – Doenças Causadas Pela Poluição que Afeta o Meio Ambiente -- 22

Capítulo 6 – Impactos Ambientais nas Grandes Cidades ---------------------- 25

Capítulo 7 – Preservação da atmosfera ---------------------------------------------- 28

Capítulo 8 – Automóveis e Atmosfera ------------------------------------------------ 35

Capítulo 9 – A Atmosfera dentro de casa ------------------------------------------- 38

Capítulo 10 – Mais sobre o Assunto -------------------------------------------------- 40 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------- 42 Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------------- 45

INTRODUÇÃO

Na época em que vivemos, se analisarmos bem a situação do

meio ambiente, vamos perceber a grande necessidade da união de todos

os povos, não se preocupando com a cor, credo, raça e nação, a fim de

resolver a gravidade da poluição.

Nossos rios, lagos, riachos, mares e oceanos estão sendo

invadidos por produtos químicos e orgânicos que saem das indústrias,

lançando seus poluentes nas águas e atmosfera, danificando o nosso meio.

Nossas florestas, atingidas pelas queimadas e desmatamentos

constantes, além de perder espécies de animais, também sofrem outros

sérios problemas ambientais, como o crescente acúmulo do monóxido de

carbono e poluentes.

O homem já está sofrendo principalmente com problemas

respiratórios, olhos avermelhados, lacrimejantes, câncer de pele, de pulmão

e de órgãos que também serão afetados pelos poluentes na atmosfera.

Em vista disto a natureza necessita de atenção e solução por

parte da população mundial, caso contrário, a espécie humana também

entrará na famosa lista de “Animais em Extinção”. O homem faz parte do

meio ambiente em que vive, e dele depende para sobreviver. Sem a água,

o ar, o solo e a energia solar, não haveria vida.

O homem também influi no meio ambiente, e essa influência

aumentou muito depois da “Revolução Industrial”. As novas tecnologias

possibilitaram, progressivamente, melhores condições de vida: nossas casas

são mais confortáveis e seguras; os eletrodomésticos facilitaram as

atividades do lar; os transportes são mais variados e velozes; os meios de

comunicação nos colocam em contato com o mundo inteiro; medicamentos

e medidas preventivas permitem a cura e a eliminação de doenças.

Por outro lado, o progresso acarretou dificuldades. Alguns

minérios como o petróleo, já dão sinais de esgotamento. A expansão das

indústrias e o crescimento das cidades levam ao aumento da poluição do

ar causada pela fumaça de veículos e fábricas principalmente. A água

também é poluída por esgotos residenciais e industriais, e até a própria

erosão. Além disso, também se contamina o solo, afetado por pesticidas e

outros poluentes. Porém, o principal problema do solo consiste na

derrubada de florestas e na destruição da cobertura vegetal, o que favorece

a erosão, o aumento de áreas desérticas e diminui a fertilidade.

Ocorre que, para viver, necessitamos tanto do progresso, como

dos recursos naturais. Precisamos do oxigênio, das plantas, dos animais,

como também precisamos dos produtos da indústria: as máquinas,

equipamentos, alimentos industrializados... Como conciliar essas

necessidades?

Muitos programas ambientais estão sendo colocados em prática

no mundo inteiro. Alguns países já adotaram uma série de medidas

antipoluidoras: filtros para chaminés de fábricas, controle dos poluentes

emitidos por escapamentos de veículos, programas de educação e

conscientização, projetos de reflorestamento em grande escala, reciclagem

de lixo, etc.

Com relação às populações urbanas, ainda são muitos os

problemas a enfrentar: o crescimento não planejado das cidades, a falta de

áreas verdes, grandes aglomerações humanas, o excesso de lixo, a

poluição sonora, visual e a fumaça. O planejamento urbano e a política

ambiental são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida.

A capacidade de regeneração da natureza é muito grande, mas

ainda há muito o que se fazer pelo meio ambiente no planeta todo e não

apenas em uma cidade, em um estado ou em um país. Se poucas nações

se mobilizarem os problemas não serão solucionados. É necessária a

cooperação de todos os países do mundo, e que cada um de nós se

conscientize da sua responsabilidade nesse processo.

CAPÍTULO 1 - O IMPACTO DO MEIO AMBIENTE

O caráter teórico e metodológico pode ser feito a partir de uma

combinação de economia política do meio ambiente com a ecologia política

urbana, pois os geógrafos, tanto físicos quanto humanos, nunca falaram

tanto das relações entre sociedade e natureza quanto nos dias atuais, uma

vez que vemos o quanto a natureza tem sofrido com esse progresso

humano. A cada momento o espaço físico vem restringindo o espaço

ambiental, o que resulta em ser humano doente.

O que pude perceber foi que as análises realizadas no campo

dos impactos ambientais falham devido, principalmente a falta de

profundidade teórica, e ao seu reduzido poder explicativo. O processo de

erosivo está associado às causas múltiplas temporal e espacialmente

diversificadas, ainda que interligadas, pois vale ressaltar: o tema

“Preservação e Conservação do Meio Ambiente” é mundial, mas em

contrapartida, os governantes, como uma questão política buscam meios

nas suas decisões em relação a poluição do meio ambiente teria entre si

uma relação de causa efeito rígida no que se refere ao seu crescimento

como uma nação.

Os impactos ambientais na área urbana são demasiadamente

grandes, haja vista, que percebemos a olho nu, através da erosão,

desmatamento, transformações próprias do processo ecológico. Por outro

lado, temos que criar meios para que tais fatores não continuem

acontecendo, para que assim, o homem, ser racional, crie meios para viver

em perfeita harmonia com o meio ambiente em que ele próprio está

integrado.

Há algumas espécies animais que são cosmopolitas, isto é,

que podem ser encontradas em todos os lugares do planeta, outras porém,

são exclusivas de determinadas regiões nitidamente delimitadas. Ao

conjunto de animais que existem numa certa área, o seu meio ecológico

natural, dá-se o nome de fauna.

A fauna brasileira é muito rica qualitativamente, ou seja, em

variedades de animais (em sua grande maioria, própria dos climas

tropicais); ela é, no entanto, relativamente pobre quantitativamente, ou seja,

em número de indivíduos. O Novo Mundo, como um todo, separou-se dos

outros continentes em épocas geológicas remotas; desse fato, resultou que

sua fauna assumiu feições peculiares, entre as quais se destacam: menor

porte e menor ferocidade. Dela estão ausentes, por exemplo, os mais

temíveis felinos, os enormes elefantes, tão comuns na Ásia ou na África.

Mas é inegável que nossas matas possuem grande pujança de vida, e nos

oferece uma variada quantidade de gêneros animais do mais alto interesse.

São de destacar, especialmente, os de aves, que incluem inúmeras

espécies de rara beleza, e algumas de notável qualidade sonora, basta

lembrar das araras, dos beija-flores, dos saíras, dos bicudos, dos curiós e

dos sabiás.

Cada país deve proteger sua fauna por todos os meios

possíveis. Não é apenas um dever, mas uma questão de ética conservar a

vida animal, divulgando conhecimento sobre a fauna brasileira, enfatizando

as condições e circunstâncias que a vem prejudicando, e, ainda,

promovendo e incentivando medidas que visem protege-la.

“A natureza não pode ser tratada como se fosse, antes de

tudo ambiente ameaçador a ser vencido, dominado e modificado para maior

conforto dos seres humanos”.(Brandão, 1997)

Quando há uma explosão populacional de algum inseto ou

planta que destrói uma lavoura, constata-se o desequilíbrio do

agroecossistema.

Muitas formas de controlar esse desequilíbrio tem sido

propostas. A mais conhecida é a utilização maciça de defensivos agrícolas,

conhecidos como agrotóxicos. Mas os agrotóxicos têm se transformado

numa séria ameaça ao meio ambiente, destruindo a fauna e a flora

nativas, poluindo o ar e a água e causando sérios problemas de saúde. O

trabalhador rural que lida com esses produtos tóxicos tem sofrido com os

efeitos deletérios dos agrotóxicos, assim como os alimentos consumidos

pela população contêm resíduos desses produtos químicos.

Uma mudança que acontece quando os praguicidas atingem o

solo e a água, é que contaminam e destroem a vida natural, simplificando

a biodiversidade dos ambientes onde eles foram colocados. Os organismos

menos resistentes aos venenos morrem, mas alguns sobrevivem. A redução

da diversidade em geral é acompanhada pela exploração demográfica de

algumas poucas espécies, em geral resistentes ao praguicida. É que os

organismos mais favorecidos são aqueles que levam menos tempo para se

reproduzirem. Essas mudanças podem alterar totalmente as cadeias

alimentares.

A agricultura biológica com o controle natural de pragas tem

sido uma das alternativas tecnológicas apontada como uma das saídas para

todos os problemas que os agrotóxicos geraram desde o início do seu uso

intensivo. Nesse sistema, procura-se conhecer e utilizar os processos

naturais como mecanismos controladores de pragas. O controle biológico,

no entanto, depende de muita pesquisa sobre o funcionamento de

ecossistemas naturais e agroecossistemas.

CAPÍTULO 2 - A QUESTÃO DA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO

MEIO AMBIENTE NO MUNDO E NO BRASIL

“Conforme previsto, o Geo-1 o capítulo dois elabora prioridade

em diferentes regiões com relação à floresta, biodiversidade, água,

ambiente marinho, atmosfera e meio ambiente urbano e industrial”.– UNEP

Essa avaliação global realizada pelo Geo-1 está sendo de

suma importância, uma vez que aborda as regiões apresentando a situação

sócio-econômica de cada região, relata a situação de miséria no “continente

africano, oeste da Ásia, e as partes da América Latina e Ásia-Pacífico”

buscando formas de reduzir a degradação das terras e na utilização mais

eficiente dos recursos. Aborda também um problema global e urgente “onde

aproximadamente 110 países estão ameaçados, principalmente nas regiões

desenvolvidas, isto ocorre devido à industrialização”.

O que percebo é que todas as regiões apresentam problemas

relacionados à água, uma vez que em todo o mundo morrem muitas

pessoas devido a má qualidade de água, e já há uma péssima notícia, é

que se estima que para o futuro haverá uma diminuição no que se refere

a disponibilidade da água no próximo século. E com a baixa no suprimento

de água todos nós iremos sofrer, e é por isso que países industrializados,

onde mais se destrói o meio ambiente. Por outro lado, investe na

qualidade da água, pois têm a conscientização que a boa água está

relacionada uma vida com a qualidade, ou seja, sem doenças.

Precisamos refletir um pouco sobre esse repentino interesse

pela preservação e conservação do meio ambiente brasileiro, afinal, somos

acusados de devastadores justamente pelos campeões mundiais em

agressões ecológicas. Porque querem preservar os ecossistemas brasileiros?

Os países do Primeiro Mundo se deram ao direito de trocar o

seu meio ambiente por desenvolvimento, e isto já basta para desautorizar

a interferência destes no processo em que vivem os países em

desenvolvimento. Com tudo, o que está acontecendo no Brasil é uma

verdadeira demonstração de incompetência administrativa. Estamos perdendo

a oportunidade de provar que se pode harmonizar desenvolvimento

econômico com a preservação ambiental.

“A Amazônia é nossa, e só nós temos o direito de nos valer

dela para comandar nosso desenvolvimento econômico sem destruí-

la”.(Neiman – 1996)

Precisamos usar o meio ambiente como um trunfo que no

futuro garanta nosso desenvolvimento e bem estar enquanto seres

humanos.

Temos que ter uma mudança de mentalidade, pois, cada vez

mais se destrói em nome do crescimento econômico, e é ínfima a

preocupação com a preservação. Para garantir o padrão de vida da

população urbana exige-se o sacrifício do meio ambiente. Os problemas

sociais típicos das grandes cidades parecem ter uma importância

infinitamente maior que a destruição da natureza. Mas, sem ela, é bom

lembrar, não será possível para nossa sobrevivência.

O Brasil é um país de desigualdades sociais. As condições de

vida da maior parte de seus habitantes estão muito aquém do

minimamente digno. Diante de tal situação podemos perguntar: Como um

cidadão que vive na favela vai se preocupar com o fim da Amazônia?

Como convence-lo de que é importante lutar pela preservação e

conservação ambiental? É claro que os problemas de seu dia-a-dia são

para eles muito mais urgentes e dizem respeito a sua sobrevivência

imediata. No entanto, fica esse impasse: como pode ter consciência

ecológica um povo que passa fome?

CAPÍTULO 3 - O MEIO AMBIENTE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

O estado do Rio de Janeiro busca uma preservação, mas

ainda não conseguiu, pois possui “atividade industrial mais intensa, de

densidade demográfica mais elevada, de maiores taxas de densidade de

construção, de encostas mais degradadas, de maior concentração de

favelas e loteamentos irregulares, de pior qualidade do ar, e finalmente

coincidindo com a grande maioria das áreas de risco e sujeitas a

inundação, no município do Rio de Janeiro” (Brandão, 1997).

Sabemos também que tal fator ocorre devido à região de

industrialização do país ocorrendo muita migração, o que acarreta no

aumento de favelas e moradias feitas em encostas, haja vista que em

nosso país ocorre um grande desequilíbrio sócio-político-econömico, e

simultaneamente ocorre a agressão ao meio ambiente. Temos um exemplo

da má utilização do solo e da água, que é a Baía de Guanabara. Hoje,

os governantes lutam pela sua despoluição, para que ela possa voltar a

ser o habitat natural dos peixes.

Os resíduos despejados na lagoa são atacados pelas bactérias

e fungos decompositores, transformando-se em nutrientes que favorecem a

multiplicação das algas microscópicas e dos vegetais. Isso permite, por sua

vez, que as populações de consumidores também cresçam, já que existe

agora mais alimento disponível. Inicialmente, poderíamos ter a impressão de

que o despejo de esgotos favoreceu a vida na lagoa já que as populações

aumentaram de tamanho...

Numa Segunda etapa, as bactérias da decomposição se

multiplicam muito, porque aumenta a quantidade de alimento disponível

(despejo de animeis e plantas). Essas bactérias consomem grande

quantidade de oxigênio. Ao mesmo tempo, a fotossíntese diminui muito, já

que as águas se tornam mais turvas.

A diminuição na concentração de oxigênio na água prejudica

todos os organismos que respiram, como os caramujos, peixes, plantas,

algas e bactérias da decomposição. Como resultado, essas populações

acabam por se extinguir. Sobram apenas algumas espécies de

microorganismos, que conseguem viver em ausência de oxigênio e que

produzem substâncias com um mau cheiro característico de rios, represas

e lagoas poluídos.

O próprio homem, que anteriormente utilizava a lagoa para

obter água, para pescar e para seu próprio lazer, acaba também sendo

profundamente prejudicado.

A variável do clima tem se constituído no atributo de qualidade

ambiental na cidade do Rio de Janeiro, dos mais evidentes e poderosos

em termos de manifestação de derivações em seus parâmetros essenciais

do campo térmico aos impactos pluviais ou a qualidade do ar que se

respira como resultado das profundas mudanças nos padrões de uso do

solo impostas pelas atividades humanas.

A despeito desta concordância, a cidade é precariamente

aparelhada para o monitoramento desses parâmetros ambientais essenciais

à gestão da cidade, fruto de um descaso político em não se investir de

modo sério e eficiente na solução dos problemas ambientais mais graves

da cidade. Essa carência aliada à falta de articulação entre as instituições

de pesquisa e planejamento a gestão nas diferentes esferas municipais,

estadual e federal, é um dos principais fatores de restrição entre o fluxo

de conhecimento e as estratégias alternativas para a ação planejada por

parte de poder público. Todos esses problemas apontados direta e

indiretamente no bojo da questão climática na cidade do Rio de Janeiro,

gerando situações, diferenciadas sazonalmente que afetam decisivamente a

qualidade ambiental na vida do carioca.

CAPÍTULO 4 - QUESTÃO AMBIENTAL QUANTO A CONSERVAÇÃO DO

AR

Os problemas de poluição do ar são multilaterais e difusos.

Todas as maiores cidades do mundo sofrem com problemas de qualidade

do ar na Europa Oriental, a qualidade do ar é considerada o maior

problema ambiental. Chuva ácida e poluição de ar transfronteiriça,

problemas comuns da Europa e partes da América do Norte, estão agora

se tornando aparentes em partes da região asiática do Pacífico, bem como

partes da América Latina. Grandes regiões estão sob o risco, tanto de

alterações climáticas quanto de acidificação. Apesar de ações coordenadas

em todo o mundo, danos à camada de ozônio continuam mais rapidamente

que o esperado, sendo os próximos dez anos previstos como os mais

vulneráveis. Casos de não concordância, e o crescimento do tráfico ilegal

de substâncias depletoras da camada de ozônio são problemas

emergentes. Todos os continentes expressam preocupação com relação ao

aquecimento global, mas a ênfase é colocada pelos países em

desenvolvimento na necessidade de mecanismo de adaptação para com

conseqüente variabilidade climática e variação do nível do mar. A demanda,

rapidamente crescente, por energia para alimentar o desenvolvimento

econômico, agrava estes problemas, na América Latina, com um

crescimento econômico é esperado que num futuro próximo os combustíveis

fósseis, carvão e gás natural continuem a ser fonte primária de energia.

CAPÍTULO 5 - DOENÇAS CAUSADAS PELA POLUIÇÃO QUE AFETA O

MEIO AMBIENTE

Sem dúvida, a doença mais freqüente é a inflamação. Durante

os episódios de poluição, quando a CETESB avisa que o ar está ruim,

muitas pessoas sentem ardência nos olhos, nariz, garganta, traquéia e, por

vezes tossem. A inflamação nada mais é do que uma das formas com

que os tecidos reagem perante irritantes químicos, físicos e microrganismos.

Nestas áreas do corpo haverá maior produção de lágrima ou muco e os

tecidos ficam vermelhos. Trata-se de um incômodo maior ou menor, porém

que depois de algumas horas cessa espontaneamente.

Não há muito que fazer: um colírio para lavar o olho e uma

pastilha para a garganta trazem alívio embora não sejam realmente

necessários. Estas manifestações são as conjuntivites (conjuntiva do olho),

rinites (nariz), faringites, traqueítes, bronquites e alveolítes (alvéolos

pulmonares). Enquanto, agudas e passageiras, as inflamações não são

alterações preocupantes, entretanto, se crônicas transformam-se em doenças

que podem complicar, como veremos a seguir.

Os poluentes que causam inflamação são muitos, os mais

importantes são: óxidos de nitrogênio, dióxidos de enxofre, hidrocarbonetos,

aldeídeos, material particulado e oxidantes fotoquímicos (por exemplo, o

ozônio).

Se os problemas de saúde parassem por aí, seria muito bom.

Entretanto, as sucessivas reações inflamatórias acabam provocando

infecções. Os tecidos aguda, e, sobretudo, cronicamente inflamados perdem

suas capacidades de defesa contra os microrganismos que estão presentes

no próprio organismo e no ar que respiramos. O equilíbrio entre o

organismo e estes agentes é mantido por meio de engenhosos sistemas

de proteção que garantem a saúde, porém, quando minados por

inflamações crônicas, os microrganismos instalam-se nos tecidos, proliferam

e causam uma infecção. Assim, as faringites, rinites e bronquites, por

exemplo, ficam inflamações infectadas. A mais temível das infecções é a

pneumonia, quando as bactérias atacam os pulmões, que é uma doença

grave que necessita de socorro médico. Em crianças e idosos, pneumonias

podem levar a morte.

A poluição atmosférica das cidades causa câncer? Certamente

alguns poluentes são cancerígenos, principalmente os hidrocarbonetos

policíclicos aromáticos. A concentração desta substância ou de qualquer

outro poluente no ar de São Paulo não é suficiente para causar câncer

por si só. Contudo, junto com outros cancerígenos, o cigarro, por exemplo,

aumentam a incidência do câncer pulmonar que, geralmente, não tem cura.

O problema da incidência de neoplasias (câncer) induzidas pela poluição

atmosférica de São Paulo precisa ser vigiado porque, repito, existem vários

poluentes cancerígenos.

É preciso entender a ação do monóxido de carbono (CO), que

muitas vezes é o responsável pela má qualidade do ar. Essencialmente,

trata-se de uma substância que prejudica a oxigenação dos tecidos e, por

isso, é classificado como um asfixiante sistêmico. A substância que carrega

oxigênio aos tecidos é a hemoglobina que está dentro dos glóbulos

vermelhos do sangue (também chamados de hemácias ou eritrócitos). Ao

nível dos capilares pulmonares, a hemoglobina recebe oxigênio do ar que

está nos alvéolos e, depois, continua pelos vasos sanguíneos para levar

este elemento vital à todos os tecidos. Lá ele troca o oxigênio pelo dióxido

de carbono que transporta até os pulmões para libera-lo no ar alveolar e

carregar-se, novamente, com oxigênio.

O perigo do CO reside no fato de que impede a oxigenação

dos tecidos, que é um fenômeno biológico complexos e suas manifestações

clínicas são complicadas. Todos os órgãos necessitam de oxigênio,

principalmente o sistema nervoso central. Portanto, casos graves por

intoxicação de CO, que jamais ocorrem em ar livre, mas apenas em

ambientes fechados (garagens, túneis longos e mal ventilados), provocam

confusão mental, inconsciência, parada das funções cerebrais e morte. No

caso das poluições atmosféricas de São Paulo, a inalação crônica de CO

não é perceptível. No entanto, sabe-se que pode agravar arterioscleroses,

principalmente do coração, sobretudo em fumantes.

É importante saber que nas intoxicações agudas ou crônicas,

se a vítima não mais respirar CO, após vários dias restabelece-se o ciclo

normal da oxigenação celular. A absoluta maioria dos pacientes tem

recuperação completa e sem seqüelas, se definitivamente afastados pela

poluição por CO.

CAPÍTULO 6 - IMPACTOS AMBIENTAIS NAS GRANDES CIDADES

Abordagens equivocadas, isto é, não embasadas em

pressupostos teórico-metodológicos claramente definidos, podem induzir a

soluções mitigadoras de impactos ambientais erradas ou inadequadas. Uma

das preocupações da economia política ou ecologia política do meio

ambiente tem sido como as decisões políticas e econômico financeiras são

tomadas de maneira a não enfrentar de modo duradouro os problemas de

susceptibilidade do solo à erosão e a inviabilizar programas de conservação

do solo, para citar alguns exemplos. As questões ambientais não são

somente técnicas. Similarmente não é técnica a decisão de priorizar a

alocação de recursos escassos. Forças sociais e políticas em jogo

contribuem para o atendimento a interesses dominantes numa estrutura de

classe. Abordagens, propostas de soluções e programas de ação para os

problemas ambientais não raramente expressam “um modelo de sociedade,

de distribuição de poder na sociedade e dos valores prioritários da

sociedade” (Hogan, 1981).

As satisfações provocadas pelas desigualdades na distribuição

dos recursos e a permanência dos problemas ambientais nunca resolvidos

levaram à reivindicação por gestões mais democráticas do espaço e dos

recursos, ou seja, uma redistribuição do poder de decidir. O conceito de

gestão guarda similaridades com as diversas formas de cooperação e,

conseqüentemente, com o conceito de autogestão. No processo de gestão,

decisões e ações são estabelecidas a partir de negociações (interações)

entre as partes.

Crescem assim, no âmbito inicial da cidade, mas com

tendência de expandir-se às áreas rurais, as demandas por participação

nas decisões e ações por parte dos atores sociais, novos e antagônicos:

governos (órgãos federais, estaduais e municipais) e empresas imobiliárias,

de um lado, e os movimentos sociais, as organizações não-governamentais,

de outro. Não obstante a gestão efetivamente reflita o tecido social

(socialmente desigual e marcado por contradições de todos os tipos),

idealmente, a gestão dos problemas ambientais urbanos implica uma

construção social em que o Estado-Governo compartilhe com a sociedade

civil as responsabilidades das decisões e das execuções.

As políticas públicas, entre as quais a erradicação da pobreza

ou a proteção do ambiente, por exemplo, são consideradas como resultado

de uma luta entre os interesses de classes, negociados pelo e com o

Estado. A maior eqüidade na alocação de recursos e de investimentos

depende, quase sempre, da ampliação da representatividade dos grupos

sociais.

Podem ser conhecidos os impactos ambientais sem que sejam

conhecidos os processos que os geraram? Não é senão como construção

em movimento que se pode conceber impacto ambiental que transforma, no

seu próprio movimento, os constituintes que o formam? As deficiências

verificadas no estudo de impacto ambiental estão, sem dúvida, associadas

aos conceitos e teorias que visam à sua compreensão como processos.

Busca-se uma teoria unificadora em que natureza e sociedade apresentam-

se inseparáveis. Coerentemente com tal visão teórica, o caráter ambiental

de impacto deve ser compreendido no seu sentido mais amplo, que reúne

ao mesmo tempo e de forma inseparável o físico, biológico, químico,

social, político e cultural.

Partir do reconhecimento da multidimensionalidade dos

processos de impacto ambiental implica a aceitação da interdisciplinaridade

como prática de pesquisa. Na análise de impactos ambientais ainda não se

quebrou com a abordagem mecanicista, reducionista e determinística. A

multidimensionalidade, bem como a complexidade, diversidade e

multiplicidade, parecem ser esquecidas em face da passividade teórica e

empírica de muitos pesquisadores da questão ambiental. A explicação de

impactos ambientais, portanto, não se limita a um número reduzido de

variáveis, de idéias, informações ou teorias. Devem ser concebidos no

impacto ambiental vários modos ou níveis, aos quais corresponde cada um

dos ângulos da análise efetuada.

CAPÍTULO 7 - PRESERVAÇÃO DA ATMOSFERA

O que cientistas, meteorologistas, pilotos e outros especialistas

chamam de “atmosfera” a maioria das pessoas conhece como “ar”. Mas

essas duas palavras não descrevem com precisão o que o ar é e o que

faz. Mesmo a descrição científica explica apenas parcialmente o que a

atmosfera significa para nós.

A atmosfera tem um papel importante no nosso cotidiano.

Percebemos o brilho do Sol, a chuva, o vento, a neve, mas raramente

paramos para pensar sobre as condições atmosféricas que causam esses

fenômenos.

Romancistas e poetas usam condições da atmosfera para

descrever o clima de sua criação artística: “o ar parado da noite”, “a fúria

da tempestade” ou “o pôr-do-sol encantador”. Também os produtores de

cinema usam tempestades, ventos, trovões e relâmpagos para conferir

maior dramaticidade a uma cena particularmente tensa ou assustadora. Os

pintores e fotógrafos de paisagens retratam céus dramáticos para criar um

clima em seus quadros ou fotos. Nós até usamos a palavra atmosfera

para descrever os sentimentos que temos sobre algum lugar. Quando os

alunos gostam de uma escola, por exemplo, dizem que ela tem um “clima”

agradável.

O ar é mais do que uma simples mistura de gases, água e

sujeira. Ele nos fornece o oxigênio necessário à sobrevivência, apesar de

normalmente não nos darmos conta de estarmos respirando. Se temos uma

dor de cabeça ou precisamos pensar sobre um problema, um passeio

para tomar um pouco de ar fresco pode nos ajudar a sentir melhor.

É claro que a atmosfera não alimenta apenas a nós, humanos;

ela também dá vida a todas as plantas e animais que habitam a Terra.

Por isso é muito preciosa e devemos aprender a lhe dar o devido valor.

Nesta monografia teremos uma visão geral do que é a

atmosfera e de como ela alimenta a vida na Terra. Saberemos porque

nossas atividades estão mudando-a e conheceremos os perigos e

conseqüências dessa transformação. Examinaremos também o que está

sendo realizado e o que ainda precisa ser feito para garantir as boas

condições da atmosfera no presente e no futuro.

A atmosfera é composta por uma mistura de gases, vapor

d`água, pó e sujeira. Envolve e protege a Terra dos meteoritos e radiações

prejudiciais à saúde e sustenta a vida. Sem ela, a Terra seria tão árida

quanto a Lua - não haveria oceanos, rios, lagos, plantas ou animais...

“Vivemos na camada inferior da atmosfera, onde os principais

gases são o nitrogênio (quase 79%), o oxigênio (aproximadamente 21%) e

pequenas porções de outros gases, entre os quais dióxido de carbono,

argônio, neônio, ozônio e criptônio, que, juntos, representam menos de 1%

do total. Atualmente, nesse 1% existe grande número de gases produzidos

pelo homem - alguns deles muito venenosos.” BRANDÃO, A..M.P.M. (1987).

Tendências e oscilações climáticas na área metropolitana do Rio de Janeiro.

São Paulo, 319p.p.

O volume de cada gás é muito importante. Se a quantidade

de oxigênio cair muito, os animais não poderão mais respirar. Se, porém,

essa quantidade subir demais, todo o planeta poderá pegar fogo. Até as

pequenas porções de gases são significativas, pois cada um deles possui

um importante papel na preservação da vida na Terra.

A atmosfera absorve a energia do Sol e a da superfície

terrestre. Onde é mais quente o ar sobe, dando lugar ao ar frio e criando

ventos. O ar absorve a umidade do mar, dos rios, dos lagos, das plantas

e do solo. Essa umidade transforma-se em vapor d`água e pode percorrer

quilômetros, carregada pelos ventos, antes de retornar à Terra como chuva

ou neve. Esses movimentos são tão regulares que é possível fazer a

divisão do mundo em zonas climáticas.

Os componentes da atmosfera permaneceram equilibrados por

milhões de anos, mas a poluição causada pelo homem está destruindo

esse equilíbrio e criando muitos problemas. A atmosfera está ficando muito

quente, a camada protetora de ozônio está sendo destruída, a chuva ácida

prejudica lagos e florestas, e produtos químicos envenenam pessoas,

plantas e animais.

Preservar a atmosfera tornou-se uma grande preocupação, não

apenas para os ecologistas, mas também para políticos, industriais,

fazendeiros, enfim, para toda a comunidade mundial.

Há 30 anos, poucos podiam imaginar que a poluição se

transformaria num problema capaz de afetar todo o planeta, prejudicado os

ecossistemas e o próprio clima da Terra. Uma das maiores causas da

poluição é a queima de combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás

natural. Esses combustíveis são usados para gerar eletricidade, aço,

produtos metalúrgicos e químicos, aquecer casas, escritórios e fábricas,

além de, movimentar veículos. Quando os combustíveis são queimados,

seus resíduos são liberados pelas chaminés, exaustores ou escapamentos

de veículos, poluindo o ar.

“A temperatura da Terra chegou atualmente ao nível mais alto

já registrado. Desde 1900 a temperatura média subiu 0,5ºC e uma

elevação de mais de 1,5ºC será inevitável nos próximos 50 anos, o que

pode não parecer muito, mas desde a idade do gelo, há 10 mil anos, a

temperatura da Terra havia subido apenas 4ºC.” (John Baines. Ed. Scipione –

1997)

Ninguém pode prever os efeitos de uma elevação tão rápida

da temperatura. Cientistas do mundo inteiro estão se questionando e as

previsões são alarmantes.

O nível do mar alterou-se várias vezes no passado. Era muito

mais baixo durante as eras glaciais, quando a água permanecia em estado

sólido nas diversas geleiras e nos pólos. Hoje as temperaturas mais

elevadas derretem o gelo, aumentando o nível do mar.

“ O crescimento foi de 10 a 15 cm desde 1900, e na metade

do próximo século pode aumentar mais 1m, o que seria suficiente para

causar enchentes regulares nas regiões costeiras ou em cidades localizadas

ao nível do mar, como Nova Iorque ou Londres. Também poderia alagar

regiões agrícolas que ficam em terras baixas. Em Bangladesh, onde o Rio

Ganges encontra o mar, 15 milhões de pessoas poderiam ficar

desabrigadas.” BARRING, L.; MATTSON, J.O. & LINDQVST, S. (1985). Canyon

Geometry, Street Temperatures and Urban Heat Bland in Malmo, Sweden.

Journal of Climatology, v.5, p.p. 433-44.

Nos países ricos do Ocidente, podem-se criar meios de evitar

as conseqüências da elevação do nível do mar, mas nos países pobres

haverá muito sofrimento com as enchentes freqüentes.

O aquecimento da Terra pode causar a elevação do nível do

mar, situações meteorológicas excepcionais e mudanças das zonas

climáticas. Previsões não são sempre confiáveis, mas é consenso mundial

que a Terra está se aquecendo, o que afetará seu clima. Este já é, por si

só, um problema. O desenvolvimento de obras que envolvem o uso mais

intenso de água, como a construção de usinas hidrelétricas e de sistemas

de irrigação, depende de previsões meteorológicas precisas, baseadas em

estatísticas sobre o clima do passado. Entretanto, uma conferência

internacional na Áustria, em 1985, concluiu que essas informações sobre o

clima não são confiáveis. O que os planejadores devem, então, usar como

referência para os ajudar na previsão das condições climáticas, ao

projetarem novas obras?

Existem gases na atmosfera que são conhecidos como gases-

estufa. O calor solar pode atravessar as zonas de concentração desses

gases, mas sua saída é mais lenta. Sem eles, a Terra seria 40ºC mais

fria, o que impediria a possibilidade de vida no planeta. Se a quantidade

desses gases fosse maior na atmosfera, então o calor solar não escaparia

em quantidade suficiente, o que tornaria o mundo quente demais para ser

habitado.

Trinta gases-estufa são conhecidos, mas só um deles – o

dióxido de carbono – é responsável por quarenta por cento do aquecimento

da Terra. Esse gás se forma durante a queima de combustíveis fósseis,

cuja quantidade encontrada na atmosfera é pequena, mas cresce muito

rápido e perigoso.

“Em 1850 havia 265 litros de carbono para cada milhão de

litros de ar (comumente expresso como 265 partes por milhão ou ppm). Em

1958 essa quantidade tinha subido para 315 partes por milhão.” AMORIM,

M.D. (de 1998). Análise da Pluviosidade na cidade do Rio de Janeiro, no

período de 1986 a 1996. Departamento de Geografia, CCMN / IGEO.

U.F.R.J. Monografia. Rio de Janeiro. p.p.66

À medida que aumenta essa participação do carbono na

atmosfera, o efeito estufa se agrava. Quando a temperatura aumenta,

cresce também a quantidade de vapor d`água no ar, o qual impede, mais

do que o dióxido de carbono, o escape do calor da Terra para o espaço.

As conseqüências não são imediatamente sentidas porque demora muito

tempo até que as terras, oceanos e atmosfera esquentem. Mas a maioria

dos cientistas acredita que nos próximos 50 anos será inevitável um

aumento de 1,5ºC na temperatura média terrestre.

Outro gás que preocupa as autoridades por provocar o efeito

estufa é o metano. Sua quantidade na atmosfera está aumentando à taxa

de 1 a 2% ao ano. Ele provém principalmente de vegetais em

decomposição, pântanos e terrenos alagados, além da extração e refino de

combustíveis. Também o gado libera este gás quando está ruminando.

Além disso, o metano diminui a capacidade de a atmosfera se livrar de

outros poluentes, como o dióxido de enxofre, um dos principais causadores

da chuva ácida.

CAPÍTULO 8 - AUTOMÓVEIS E ATMOSFERA

Existem na Terra aproximadamente 550 milhões de automóveis,

número suficiente para formar uma fila que daria 40 vezes a volta ao

mundo. De todos os meios de transporte, carros e caminhões são os que

mais emitem poluentes.

Motores a gasolina expelem vários gases tóxicos. A inalação

do monóxido de carbono impede a oxigenação do cérebro e pode provocar

tonturas e dores de cabeça. Hidrocarbonetos (combustíveis não-queimados)

e o óxido de nitrogênio reagem com a luz do Sol para formar o ozônio,

que se acumula junto ao solo, no smog produzido pelos escapamentos e

que está se espalhando pelos Estados Unidos e Europa. Pode irritar os

olhos e os pulmões, estragar colheitas e corroer materiais.

Nos Estados Unidos calcula-se que se eleva a três mil o

número de pessoas que morrem a cada ano vitimadas pela poluição do ar.

Em muitos países ainda há chumbo na gasolina, que é

expelido para a atmosfera e que, além de ser venenoso, causa danos ao

cérebro e problemas comportamentais em crianças pequenas.

Grande parte dos ônibus e caminhões funcionam com motor a

diesel, que passaram a equipar também motores de veículos de passeio.

Esses tipos de motores consomem menos combustível, mas, se não

estiverem bem regulados, podem soltar uma fumaça preta e fuligem em

grande quantidade. Suspeita-se que essa poluição cause câncer.

A fumaça que sai dos escapamentos dos automóveis é

especialmente prejudicial nas grandes cidades, onde os sistemas viários

funcionam entre muitos edifícios, dificultando a circulação od ar e a

dispersão dos poluentes. Não é muito agradável respirar ao longo das ruas

e avenidas; nas mais movimentadas, o ar faz mal à saúde.

Os efeitos da poluição estão se expandindo para além das

cidades e rodovias. Na Suíça, por exemplo, a fumaça do trânsito está

destruindo florestas que protegiam vilas e estações de esqui das

avalanches.

Os automóveis não combinam com o meio ambiente. Toda a

poluição que causam é desnecessária.

Existe apenas uma solução real para a poluição causada por

combustíveis fósseis limpar a atmosfera. Podemos filtrar a poluição do ar

que respiramos dentro de edifícios, mas do lado de fora não existe outro

jeito a não ser evitar que a poluição chegue ao ar. Já existe tecnologia

especial para isso, mas é um processo caro, e alguns acreditam que os

gastos são maiores que os benefícios.

A vida no mundo industrializado depende do uso de muita

energia, sendo a maior parte dela extraída dos combustíveis fósseis.

Estamos aprendendo a usar o combustível de maneira mais

eficiente, mas ainda o desperdiçamos muito. O calor escapa de prédios

que têm sistema de calefação ineficientes; usinas termelétricas jogam água

quente nos rios ao invés de reaproveitá-las; caminhões retornam vazios

depois de fazer entregas e muitos não querem deixar o carro na garagem

para utilizar o transporte coletivo.

Estimativas mostram que 50% de combustível poderia ser

economizado, sem mudar o modo de vida atual, se fossem adotadas

medidas eficientes destinadas a evitar a continuidade do desperdício de

energia como tem ocorrido.

CAPÍTULO 9 - A ATMOSFERA DENTRO DE CASA

A poluição não se restringe ao ar que respiramos na rua.

Também dentro de nossas casas a atmosfera pode estar poluída. Existem

muitas causas para essa poluição

Se não fizermos uma boa manutenção dos sistemas de

aquecimento central, caldeiras industriais, aquecedores de água e fogões a

gás, lenha ou óleo, o combustível será usado de forma ineficiente e

causará mais poluição. Esses aparelhos domésticos podem também liberar

gases perigosos como o monóxido de carbono.

Em nossas tentativas de conservar o calor durante o inverno,

em regiões onde costuma ser mais rigoroso, devemos deixar as janelas

fechadas e tapar as frestas para evitar correntes de vento. Mas se cômodo

não tiver a necessária ventilação, o ar poderá ficar viciado. Se alguém

estiver fumando, por exemplo, o ar se tornará muito poluído. Além disso, o

fumo está se tornando um hábito muito contestado. Pesquisas médicas

provaram que o cigarro prejudica não só a quem fuma, como também os

não fumantes, que inalam a fumaça dos cigarros acesos.

Os armários de nossas cozinhas, banheiros, quartos e garagens

estão cheios de produtos químicos que usamos sem pensar duas vezes:

alvejantes, detergentes, colas, lustra-móveis e desodorantes. Muitos desses

produtos poluem a atmosfera toda vez que são usados. O simples fato de

um produto ter um perfume agradável, gostoso, não significa

necessariamente que seja bom para nós.

CAPÍTULO 10 - MAIS SOBRE O ASSUNTO

Em pesquisas aprendi que a atmosfera protege a Terra dos

meteoritos e da radiação prejudicial à saúde; que a atmosfera regula a

temperatura e fornece o oxigênio e o dióxido de carbono necessários à

vida animal e vegetal. Sabemos que a atmosfera cria padrões climáticos

dos quais os agricultores dependem para definir o momento certo de

preparar a terra e fazer o plantio. Se dependesse apenas da natureza, a

atmosfera continuaria a oferecer todos esses importantes serviços.

Percebi também que o homem usa a atmosfera como um

grande depósito de lixo, para se desfazer dos gases tóxicos produzidos

para sustentar nosso modo de vida. Esses gases são muito perigosos, pois

estão mudando a atmosfera e alterando o frágil equilíbrio que mantém a

vida no mundo há milhões de anos.

Algumas dessas informações citadas nesta monografia são

fatos incontestáveis. Está provado que o volume de dióxido de carbono na

atmosfera está aumentando e que existe um buraco na camada de ozônio.

Tais mudanças têm sido acompanhadas e registradas por equipamentos

científicos. Outras informações não são tão seguras.

Pude aprender também, que não devemos subestimar o meio

ambiente. Todas as nossas atividades provocam alterações, algumas para

melhor, outras para pior. Freqüentemente nos esquecemos que somos parte

da natureza e dependemos dela para tudo. Mas há limites para o que a

natureza pode nos dar – e se forçarmos esses limites, prejudicaremos o

ambiente.

Agora, depende só de nós decidir o que fazer; se estamos

felizes com o mundo do jeito que está ou se queremos mudar alguma

coisa. Espero que esta monografia nos estimule a pensar a respeito dessa

importante questão ambiental e nos ajude a decidir sobre qual atitude

devemos tomar para ter um meio ambiente mais saudável e “vivo”.

CONCLUSAO

O resultado da investigação sobre a Preservação e

Conservação do Meio Ambiente urbano levados a questão mundial,

destacados a partir do deferimento de perícia ambiental, possibilita uma

visão panorâmica dos problemas ambientais que mais incomodam a

população a ponto de serem levados à Justiça para que o direito à

qualidade ambiental do mundo seja preservado.

O palco dessas discussões e seu objeto de tutela para

preservação, mais precisamente seu patrimônio ambiental, constituído tanto

pelos ecossistemas naturais remanescentes na área urbana quanto pelos

bens culturais (bens de valor histórico, artístico, turístico e paisagístico) e

também pela saúde e bem estar de sua população. O direito difuso que

as ações intentam proteger é basicamente o direito à qualidade ambiental

urbana.

Atividades diversas (clubes, lojas comerciais, garagem de

ônibus, templos religiosos, centro cultural e ginásio de esportes),

empreendimentos imobiliários, exploração mineral, obras públicas,

esgotamento sanitário, ocupação irregular do solo urbano,

Atividades das quais decorreram as ameaças e/ou danos ambientais, objeto

das Ações Civis Públicas Ambientais estudadas.

Os danos ambientais e/ou ameaças englobaram a poluição

sonora, lesão ao ecossistema natural (danos à fauna e flora, poluição

hídrica e poluição atmosférica), lesão ao patrimônio cultural (de valor

histórico, paisagístico e urbanístico) e riscos à saúde e bem-estar da

população.

Quanto à hierarquia, em termos quantitativos, dos problemas

ambientais existentes, o fato de a poluição sonora decorrente de atividades

diversas destacar-se como o evento de maior ocorrência dentre as ações

estudadas só vem confirmar a gravidade deste problema nos países em

desenvolvimento, tendo em vista que também na esfera administrativa

mundial as denúncias contra o excesso de poluição sobrepõe aos demais

conflitos ambientais do mundo.

Um aspecto que se presume determinante nesta liderança é o

fato de que o excesso de poluição provoca um incômodo direto e suscita

uma reação imediata de quem sofre o desconforto de seus efeitos, pois a

queda na qualidade ambiental é sentida no próprio corpo e nas íntimas

relações sociais.

Também em relação à segunda maior ocorrência, danos

decorrentes de empreendimentos imobiliários, este aspecto é bastante

visível, pois os proprietários de imóveis, próximos aos empreendimentos,

sentem-se diretamente ameaçados, seja em sua privacidade e conforto,

seja em seu desejo de conservar a paisagem natural local.

Evidencia-se aqui uma reação da sociedade frente aos

problemas ambientais, em que a iniciativa de combate a qualquer abuso é

freqüentemente tomada por aqueles diretamente afetados pelos efeitos

perturbadores das atividades. Daí a importância da efetividade do direito de

representação, de denúncia, de petição, de ação ou de defesa, por parte

de qualquer pessoa física ou jurídica interessada, no sentido de provocar o

controle administrativo e/ou no fator de preservação evitando atividades

efetiva ou potencialmente poluidoras; da falta ou irregular licenciamento

ambiental; e de tantas outras atividades ou condutas prejudiciais ao

patrimônio ambiental.

Quanto aos demais problemas ambientais identificados,

independentemente da hierarquia quantitativa, devem ser considerados

graves, pois representam, os problemas ambientais que mais incomodam a

população mundial à ponto de serem levados a debates. Portanto,

merecem ser atacados com os instrumentos legais disponíveis a defesa do

meio ambiente e da qualidade de vida urbana do mundo seja no sentido

da prevenção dos danos ou de sua reparação, bem como da

repressão/punição dos responsáveis pelos mesmos.

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