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UNIVERSIDAD FEDERAL DE CIENCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS – UNASUS
Leticia Ferrer Luzardo
Prevenção da gravidez na adolescência na ESF Nova, no município de Santo Ângelo/RS
Porto Alegre/RS
2018
Leticia Ferrer Luzardo
Prevenção da gravidez na adolescência na ESF Nova, no município de Santo Ângelo/RS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNASUS/UFSCPA para conclusão do curso
de Especialização em Saúde da Família.
Professor orientador: Dr. Warley Aguiar Simões.Médico de Família e Comunidade e Mestre
em Epidemiología.
Porto Alegre/RS
2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO DO PORTFÓLIO ......................................................................... 4
2. ESTUDO DE CASO CLÍNICO .............................................................................. 6
3. PROMOÇÃO DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS. ......................... 17
4. VISITA DOMICILIAR/ ATIVIDADE NO DOMICÍLIO ........................................ 21
5. REFLEXÃO CONCLUSIVA ................................................................................. 25
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 28
7. ANEXO 1. PROJETO DE INTERVENÇÃO. ..................................................... 30
8. OUTROS ANEXO ................................................................................................. 52
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1. INTRODUÇÃO DO PORTFÓLIO
Sou médica cubana, formada há oito anos na Universidade de Ciências Médicas
Carlos J. Finlay, no estado de Camagüey. Iniciei minhas atividades profissionais em um
Consultório Rural, no munícipio de Carlos M. de Céspedes, como parte de meu serviço
social, onde trabalhei por sete meses. Cursei residência em Medicina Geral Integral
(MGI), em Camagüey e concluí a especialização na Venezuela, onde cumpri missão
internacionalista, por um período de quatro anos e meio, na área da saúde familiar e
comunitária. Culminando esse período retornei ao meu país e trabalhei por dois anos
na atenção básica.
Em agosto de 2016 comecei a trabalhar no programa Mais Médicos, no
munícipio de Santo Ângelo (SA), estado do Rio Grande do Sul (RS).
O município foi fundado em 1706, está localizado na região noroeste do estado,
cuja economia é baseada na agricultura (soja, milho e trigo) e pecuária (suíno, ovinos e
bovinos), com uma população total de 73.800 habitantes (Contagem populacional
2007). Na área da saúde o município conta entre outras instituições com 14 postos
(UBS-ESF), dentre os quais, encontra-se a ESF Francisco Assis de Souza, onde atuo
atualmente.
A ESF situada no Bairro Nova, Rua Peru abrange 8 bairros com uma população
estimada de 6800 usuários (vide em outros anexos, figura 1), atendidos por duas
equipes de saúde, neste momento incompletas. O território correspondente da nossa
equipe é composto por 4 bairros (Nova, Radins, Aguiar e Sagrada família), 4 micro
áreas, 860 famílias cadastradas com uma população total estimada de 3445 pessoas,
de classe media e baixa, de ascendência principalmente alemã; do sexo masculino
1263 usuários e do sexo feminino 2182, em sua maioria usuários idosos, segundo
cadastros das agentes comunitárias de saúde, para o sistema de informação em saúde
(SIAB). Figura 2 (Outros anexos). Gráfico de distribuição da população por sexo.
5
É uma área de risco e alta vulnerabilidade, devido ao baixo nível socioeconómico
da maior parte da população, que apresenta más condições higiênico-sanitárias. A
atividade econômica fundamental desta população entre as mulheres predominam as
trabalhadoras domésticas e as donas de casa e nos homens os empregados rurais e os
trabalhadores da empresa de fundição (FUNDIMISA).
Na área estão localizados: o presidio municipal de adultos, uma Fundação
Socioeducativa, 2 escolas de ensino fundamental incompleto, 2 escolas de educação
infantil, 6 minimercados, 1 cemitério, 1 igreja católica e várias casas de culto
evangélico, segundo o SIAB.
Dentre dos problemas de saúde identificados pela equipe de trabalho,
encontramos: alta prevalência de Doenças Crónicas não Transmissíveis (DCNT), como
são a Hipertensão Arterial (HAS) com 696 pacientes e a Diabetes Mellitus (DM) com
aproximadamente 255 usuários, além de grande quantidade de pessoas com doenças
depressivas, ansiedade, uso prolongado de medicamentos controlados, infecções
respiratórias agudas e doenças articulares (Osteoartrose), sendo estes os principais
motivos de consulta.
Outro problema que tem gerado preocupação nos profissionais do posto é o
grande número de adolescentes grávidas, pois de um total de 48 gestantes cadastradas
na unidade, 19 delas são adolescentes, fato que nos motivou a realizar o Projeto de
Intervenção sobre esta situação de saúde, que atinge não só esta área de abrangência,
como também o país. Com o nome de “Prevenção da gravidez na adolescência na ESF
Nova, no município de Santo Ângelo/RS” (Figura 1. Outros anexos) pretendemos
sensibilizar a nossa comunidade sobre as consequências da gravidez na adolescência,
sua prevenção, assim como orientar e informar as adolescentes para redução da
incidência deste fato na nossa comunidade.
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2. ESTUDO DE CASO CLÍNICO
Dados gerais da paciente:
Nome: L. V. M
Data do nascimento: 29.06.1999
Idade: 18 anos
Escolaridade: Ensino meio incompleto
Estado civil: solteira
Profissão: ---
Ocupação: Dona de casa
Motivo da consulta : Tontura, atraso menstrual.
Historia da doença atual: Paciente que assiste a consulta referendo tontura há
varias semanas, acompanhado de muito cansaço, sono, náuseas e atraso menstrual há
alguns meses, não lembra quantos. Refere que fez um teste rápido de gravidez e foi
reagente. Assiste para controle pré-natal.
Interrogatório
Cabeça: Nega sintomas
Tórax: Nega tosse, dispnéia, palpitações.
Sistema digestivo: Relata aumento de tamanho do abdômen, náuseas, mais
freqüentes de manhã.
Sistema geniturinário: Refere urinas freqüentes. Nega corrimento e perda de
sangue.
Sistema endócrino: Nega sintomas.
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Sistema osteomioarticular: Sem alterações.
Sistema nervoso central: sem alterações.
Antecedentes Patológicos Pessoais
Asma Bronquial (AB): sem crises há mais de 5 anos.
Cirurgia previa: Nega.
Alergias: Nega
Imunização: atualizada
Antecedentes fisiológicos e ginecológicos
Nascida de parto normal, terceira filha de ter irmãos.
Menarca: 12 anos.
Sexarca: 12 anos.
G1. P0. A0
Método anticoncepcional: Não
Data ultima menstruação (DUM)?-?-2016
Ciclos menstruais: irregulares
Idade gestacional (por DUM): (não confiável)
Data provável de parto (DPP):- --
Antecedentes Patológicos Familiares:
Mãe: HAS
Pai: Falecido.
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Irmã maior: AB.
Condições de vida:
Historia ocupacional: nunca trabalho.
Alimentação: carboidratos, refrigerantes, chimarrão e em menor quantidade
frutas e verduras.
Atividade física: não faz.
Vícios: Cigarro. Nega consumo de drogas e álcool.
Vida familiar: Relação conflituosa com a mãe se relaciona só com os irmãos.
Condições socioeconômicas: Vive da ajuda dos irmãos e dos namorados.
Moradia: Mora com a irmã, o cunhado e o sobrinho.
Condições estruturais da morada: de madeira, com 2 quartos, 1 cozinha, 1
banheiro.
Disposição de desfechos sólidos: recolhida local diária.
Disposição de desfechos líquidos: alcantilado.
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Genograma
(Nomes fictícios)
Simbolos doGenograma
RelacionamentosFamiliar
RelacionamentosEmocionais
2
1 Separado de fato
1 Relação casual e separados
1 Relações Cortadas / Distante
2 Normal
1 Próximo / Hostil
1 Desacordo/Conflito
11
1 Hipertensão / Pressão Alta1 Doenças Sexualmente Transmissíveis
Davi Maria
LVM Ferna
Masculino Feminino Falecimento
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Exame físico geral
Paciente normolíneo, com atitude voluntaria, face não característica de processo
patológico, pele e mucosas hipocoradas e hidratadas, afebril, com bom estado geral.
Peso atual: 55.400kg
Altura: 1.57cm
IMC: 22.5 (peso normal).
Temperatura: 36.3o C
Cabeça:
Crânio: Configuração normal, sem deformidades.
Rosto: sem alterações visíveis, orofaringe sem sinais de inflamação ou infecção.
Exame bucal: Ausência de inflamação, lesão e infecção. Observam-se caries.
Pescoço: Tiróide não visível, não palpável, sem adenopatias.
Tórax
Inspeção: Configuração normal, que segue os movimentos respiratórios, não se
observa tiragem, cicatrizes, depressões nem abaulamentos, mamas simétricas, aréola e
mamila normais.
Palpação: Expansibilidade torácica normal, vibrações vocais normais. Dor à
palpação das mamas, não se palpa nódulos.
Percussão: Sem alterações.
Ausculta pulmonar: Murmúrio vesicular normal não se ausculta estertores, Fr.:
17x min.
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Ausculta cardíaca: Ruídos cardíacos ritmos, bem golpeados, sem sopros, PA:
100/60 mmHg.
Abdome:
Inspeção: Ligeiramente globoso, que segue os movimentos respiratórios e
golpes de tosse, presença de cicatriz umbilical centralizada, ausência de circulação
colateral.
Auscultação: Ruídos hidroaéreos presentes e normais. Auscultam-se
batimentos cardíacos fetais 132 por minuto.
Palpação: Macio deprimível, se palpa aumento de tamanho do útero entre a
sínfise do púbis e o umbigo.
Sistema geniturinário:
Rins não palpáveis, ausência de dor á punho percussão.
Exame ginecológico: não realizado porque a paciente se nega no momento.
Extremidades: simétricas, ausência de varizes e edemas.
SNC: Consciente e orientada em tempo, espaço e pessoa.
Exames:
Testes rápidos: HIV: N/R, Hepatite B e C: N/R; Sífilis: reagente.
Hipóteses diagnósticas:
- Gravidez 1ro trimestre (x Exame físico).
- Sífilis
Plano:
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- Orientação geral sobre cuidados na gravidez, alimentação, importância das
consultas, da realização de exames e abandono do cigarro.
- Solicito exames complementares: ABO-RH; Hemograma completo; glicemia de
jejum; VDRL quantitativo com titulação; Anti HIV; HBsAg; Toxoplasmose; EQU;
Urocultura e US transvaginal.
- Encaminho ao dentista e a Psicóloga do posto.
- Indico tratamento com Penicilina Benzatina 2 400 mil UI primeira dose.
- Indico Sulfato Ferroso (40mg) e Acido Fólico 5mg 1 comprimido por dia.
- Agendo consulta de retorno em 1 semana.
Segundo os Protocolos de Atenção Básica “Saúde das mulheres”, toda gestante
com teste treponêmico positivo deve iniciar a primeira dose de Penicilina Benzatina,
sem necessidade de aguardar o resultado de outros testes e deve-se agendar retorno
para resultado do teste não treponêmico aos 7 dias.
Evolução
2da consulta de pré-natal
Paciente não assiste ao controle. Realiza-se visita domiciliar e não se consegue
à paciente em casa.
3ra consulta de pré-natal
Grávida com bom estado geral refere que continua com náuseas e cansaço.
Nega febre, dor e outros sintomas. Relata que não veio á consulta agendada porque
esqueceu, além refere ter feito o tratamento indicado, mas não trouxe o comprovante
que é fornecido após o tratamento.
Exame físico:
Peso: 55 kg; Altura: 1.57cm; IMC: 22,3 (peso normal)
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Sinais vitais: PA: 110/70 mmHg; Fc: 73 bpm; Fr.: 17 rpm
Abdome: Palpação uterina; AU: 17 cm, BCF: 132 bpm, movimentos fetais
referidos.
Exames complementares: não realizados até o momento.
Avaliação:
- Gravidez 2do trimestre (+/- 19 semanas x exame físico)
- Sífilis
Plano:
- Oriento novamente sobre a importância de assistir a controle, fazer exames
solicitados e cumprir tratamentos indicados e tirar o cigarro.
- Indico nova dose de Penicilina Benzatina 2 400 mil UI.
- Oriento participar do grupo de gestante.
- Agendo consulta de retorno 1 semana.
4ta consulta de pré-natal
Grávida que assiste a consulta após 3 semanas, refere ter feito o tratamento,
sem comprovante novamente, nega sintomas. Relata que esta diminuindo a quantidade
de cigarros que fuma por dia.
Exame físico
Peso: 56 kg; Altura: 1.57 cm; IMC: 22,7 (peso normal)
Sinais vitais:
PA: 110/60 mmHg FC: 68 bpm Fr.: 17 mrm.
Abdômen: AU: 23 cm, movimentos fetais referidos, BCF: 129 bpm.
14
Exames Complementares: não realizados.
Avaliação:
- Gravidez do 2do trimestre (23 semanas por exame obstétrico)
- Sífilis (tratada sem comprovar)
Plano:
- Informo sobre a decisão de acionar o serviço de assistentes sociais e/ou
conselho tutelar.
- Solicito novamente os exames não realizados.
- Oriento assistir ao grupo de gestante do posto e consulta com Psicóloga.
- Agendo consulta de retorno em 15 dias.
5ta consulta de pré-natal
Gestante que assiste ao controle. Encontra-se assintomática com bom estado
geral, trouxe resultados dos exames solicitados na primeira consulta. Ao aprofundar no
interrogatório refere teve relação sexual casual novamente desprotegida com o parceiro
anterior, quem não fez tratamento para sífilis.
Exame físico
Peso: 57 kg; Altura: 1.57 cm; IMC: 22.9 ( peso normal)
Sinais vitais: PA: 110/60 mmHg; Fc: 68 bpm; Fr.: 17 mrm.
Abdômen: AU: 27 cm, dorso fetal direito, movimentos fetais referidos, BCF: 136
bpm.
Exame complementar alterado: VDRL (Sífilis): reagente 3;16, TR: reagente
US Obstétrico: IG de 27 semanas e 4 dias ( margem de erro de ~10 dias)
15
Avaliação:
- Gravidez 3ro trimestre (30 semanas por US)
- Sífilis
Plano
- Indico novo tratamento com Penicilina Benzatína (2 400 mil UI) 3 doses para
gestante e o parceiro. (Coordenando com a enfermeira para fazer o tratamento no
posto).
- Notificação do caso confirmado de sífilis na gestante.
- Oriento sobre as conseqüências da sífilis mal tratada ou não tratada tanto para
a mãe quanto para a criança.
- Continuar tomando Sulfato Ferroso 40 mg por dia.
- Agendo retorno em 15 dias.
5ta consulta de pré-natal
Grávida que assiste a consulta de controle encontra-se realizando tratamento
para sífilis no posto com acompanhamento da equipe, refere dor em baixo ventre,
acompanhado de urinas escassas, nega febre, perda de líquido, sangue e/ou
corrimento. Além relata que parou de fumar completamente.
Exame físico:
Peso: 58,4 kg
Sinais vitais: PA: 110/70 mmHg, Fc: 77 bpm; Fr.: 18 rpm.
Abdômen: AU: 30 cm, dorso fetal direito, situação longitudinal, movimentos fetais
referidos, BCF: 134 bpm.
Avaliação:
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- Gravidez 3ro trimestre (33semanas e 5 dias por US)
- Sífilis (com tratamento)
- Infecção urinaria
Plano:
- Repouso físico e sexual.
- Indico tratamento empírico com Cefalexina (500 MG)
- Retorno para reavaliação depois de terminado o tratamento ou na ausência de
melhoria dos sintomas.
- Solicito Urocultura 5 dias após terminado o tratamento.
Comentário final:
Embora se conseguisse a adesão da paciente ao tratamento, afasta-la do cigarro
e melhorar a assistência às consultas a paciente foi internada no hospital com trabalho
de parto às 35 semanas de gestação sendo parto prematuro bebê com peso de 1600 g,
diagnosticado com sífilis congênita, decorrente do inadequado tratamento da paciente.
Permaneci-o internado por 15 dias para tratamento hospitalar e foi encaminhado para o
posto de saúde para acompanhamento. A puérpera apresentou-se no posto para fazer
teste de pezinho do bebê, onde foram avaliados tanto ela como o bebe e agendadas as
consultas posteriores, assim como orientado o esquema de vacinas da criança.
No Manual de controle de DST considera-se tratamento inadequado para sífilis
na gestante, quando o mesmo é administrado com menos de 30 dias antes do parto; ou
quando há elevação dos títulos após o tratamento, no seguimento; ou se o parceiro não
foi tratado ou foi tratado inadequadamente.
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3. PROMOÇÃO DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS.
O atendimento ao pré-natal é um indicador importante para a avaliação da
qualidade da Atenção Básica. Uma adequada assistência ao pré-natal facilita a
detecção precoce e a oportuna intervenção das situações de risco que tornam
vulneráveis a saúde da mãe e do bebê ainda permite diminuir as causas mais
freqüentes de mortalidade materna e neonatal. (Porto Alegre 2013, Brasília 2015).
Segundo o Caderno de Atenção Básica (CAB) Saúde da Criança, a taxa de
mortalidade infantil (referente às crianças menores de 1 ano) diminui-o
significativamente nas últimas décadas, graças a diversas ações dentre delas: a
ampliação da cobertura da Estratégia de saúde da Família (ESF) e o lançamento de
alguns programas de saúde os quais ao longo do tempo foram-se aperfeiçoando, até a
criação da Rede Cegonha que contempla mudanças no modelo de cuidado à gravidez
ao parto/nascimento e à atenção integral à saúde da criança, principalmente nos
primeiros dois anos de vida.
Na ESF Nova há dois anos eram realizados poucos atendimentos de pré-natal e
nenhuma puericultura, algumas gestantes procuravam a equipe por alguma
intercorrência, para solicitar exames, principalmente ecografia a fim de conhecer o sexo
do bebê. A grande maioria das gestantes realizava seus atendimentos na Secretaria
Municipal da Saúde, no setor de ginecologia e na emergência do hospital, devido a não
conhecerem as demandas oferecidas pela unidade de saúde e por esta equipe passar
por constantes mudanças no quadro de profissionais, dificultando o vinculo dos
pacientes e a adesão aos programas oferecidos como: assistência ao pré-natal,
puerpério, puericultura e os demais.
Quando comecei trabalhar nesta unidade, quatorze meses atrás foquei meu
trabalho na promoção da saúde e prevenção de doenças, com o objetivo fundamental
de provocar uma transformação e/ou mudança nos comportamentos errados da
comunidade considerando o estilo de vida dos indivíduos, além das condições
econômicas e sociais onde se desenvolvem. Unido ao esforço da equipe por completar
18
o quadro de profissionais e devido ao aumento no número de pacientes, dentre eles
gestantes que realizavam consulta na Secretaria de Saúde, além das constantes
queixas da população por a falta de pessoal nos postos de saúde, os gestores do
município tiveram a necessidade de reorganizar o trabalho e completar as equipes,
para posteriormente derivar cada paciente para sua respectiva área de saúde.
Com a estabilização no quadro profissional da equipe e a abertura da sala de
vacinas no posto conseguiu-se consolidar um maior vínculo entre os profissionais da
unidade e os usuários da comunidade, além de realizar um trabalho organizado,
longitudinal e integral, procurando resolver a maior parte dos problemas de saúde da
comunidade em geral, mesmo que algumas ações não possam ser oferecidas dentro
da unidade. Dentre das conquistas alcançadas com a comunidade ao longo deste
período, segundo a percepção da equipe destacam-se:
- Assistência ao pré-natal e puerpério.
- Aumento do número de puericulturas.
Algumas das ações de saúde realizadas pelos profissionais do posto orientadas
a esses grupos específicos foram:
- Busca ativa e cadastramento por parte das agentes comunitárias de saúde das
gestantes, puérperas, pacientes em idade pediátrica principalmente menores de 2 ano,
pertencentes à área de abrangência.
- Elaboração de uma agenda de consultas semanal com flexibilidade para as
consultas de gestantes, puérperas e lactentes.
- Facilidade no agendamento dos exames para as gestantes.
- Visita domiciliaria a mãe e o bebê na primeira semana após o parto.
- Acompanhamento do desenvolvimento e monitoração do crescimento da
criança, com incentivo ao aleitamento materno.
19
- Aplicação e oferecimento de métodos anticoncepcionais na unidade.
- Realização no posto de saúde dos testes de pezinho, testes rápidos de HIV,
VDRL e Hepatite B e C, ainda teste rápido de gravidez.
- Criação do grupo de gestantes.
- Facilidade no acesso ao esquema de vacinas no posto.
- Atendimento integral destes pacientes, com participação do médico, a
enfermeira, a psicóloga, o dentista do posto.
- Coordenação previa do atendimento no caso de encaminhamento para
especialistas e outros serviços de saúde.
Atualmente no posto são acompanhadas 48 gestantes, independentemente do
risco que apresentam, ou seja, aquelas classificadas como alto risco obstétrico são
encaminhadas para consulta com obstetra, mesmo assim continuam seu
acompanhamento no posto com o médico geral. Quanto a lactentes assistentes à
consulta temos 23, porem existem bairros pertencentes à unidade que não tem ACS,
impedindo o trabalho com a população destas áreas. Outra realidade que atrapalha o
cuidado destes grupos é a dificuldade de integrar o trabalho da AB com os profissionais
dos demais serviços de saúde pela não existência da contra-referência nas consultas
especializadas e no serviço hospitalar (CAB 2013).
Analisando os aspetos anteriormente abordados percebemos que o trabalho
comprometido e em equipe, com a participação da comunidade vira em qualidade de
vida, em mudanças positivas para a população, em satisfação para os profissionais,
mesmo que implique tempo e dedicação, pois é difícil mudar as costumes e crença
arraigada nas pessoas. Ainda resta muito caminho por recorrer, variadas ações de
saúde por realizar na nossa comunidade, mas como citado no CAB Estratégias para o
Cuidado da Pessoa com Doença Crônica, a Atenção Básica ocupa uma posição
privilegiada para o controle de doenças e agravos à saúde no SUS, pois existe uma
20
maior proximidade entre os profissionais e os usuários. Assim faz-se possível realizar
intervenções individuais e coletivas, focado nos riscos e vulnerabilidade identificados no
trabalho continuo.
21
4. VISITA DOMICILIAR/ ATIVIDADE NO DOMICÍLIO
A atenção domiciliar faz parte do processo de trabalho na Atenção Básica. Cada
caso deve ser discutido e planejado pela equipe, considerando as especificidades
técnicas, socioculturais e ações entre equipe, família e comunidade. A visita domiciliaria
é uma das atribuições das equipes de saúde de atenção básica, tornando-se um
instrumento fundamental para a troca de informações entre a equipe e os usuários de
forma individual, favorecendo, desta forma, atividades educativas e mais humanizadas.
(CAD 2012, CAB No33).
Na Estratégia de Saúde da Família do bairro Nova as visitas domiciliarias não
tinham uma agenda específica, o seja, eram realizadas quando os usuários acudiam ao
posto a solicitar assistência para o familiar ou a traves das Agentes Comunitárias de
Saúde (ACS), principalmente por doenças agudas.
No transcurso deste ano a equipe do posto decidiu organizar uma agenda para
as atividades no domicilio, apoiados nas ACS, incluindo em ela todos os pacientes
açamados, com dependência para realizar as atividades diárias, idosos que moram
sozinhos e apresentam doenças crônicas, assim como puérperas e recém-nascidos que
são visitados pelas agentes na primeira semana após o parto e quando necessário pela
doutora e a enfermeira, ainda são inclusos aqueles usuários que demandam visitas e
estão impossibilitados de se deslocar até o posto, assim como se continuam realizando
as visitas domiciliarias de urgência. Esta agenda é atualizada e são discutidos os casos
em cada reunião da equipe cada quinze dias, onde se estabelece a prioridade do
atendimento. Como parte desta organização do trabalho destinou-se duas tardes
semanais para as visitas médicas em conjunto com a enfermeira, sendo visitados entre
quatro e cinco pacientes em cada período.
Como apresentado anteriormente as atividades domiciliares são feitas
indistintamente por os diferentes integrantes da equipe de saúde obedecendo à
necessidade ou queixa referidas pelos pacientes.
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As visitas médicas no domicílio são realizadas em companhia da enfermeira, a
ACS responsável da área adstrita e em algumas ocasiões pelos estagiários da
Universidade Regional Integrada (URI), apoiando sua formação e como parte da
educação permanente desenvolvida pelos profissionais do posto. Na realização da
própria visita são avaliados todos os aspectos que envolvem a saúde do paciente,
sempre respeitando a privacidade e o espaço da família, sendo alguns destes aspectos:
as condições sócias e econômicas, de moradia, alimentação, abasto de água,
saneamento, relações familiar, conflitos e/ou crises familiares, seguido do exame físico
com maior ênfases no aparelho comprometido. Finalizada esta etapa de avaliação
realizamos um plano de ação em conjunto com o paciente, cuidador e familiares,
tentando envolver à família toda no processo de cuidado destes pacientes, se
necessário solicitam-se exames, para os quais o Hospital Municipal adotou uma
estratégia para coletar a mostra em casa de aqueles pacientes com dificuldade para o
deslocamento, também são fornecidas informações sobre os cuidados gerais,
alimentação, cumprimento dos tratamentos indicados de forma individualizada.
Os pacientes com DCNT visitados com maior freqüência são principalmente
idosos, pacientes com necessidades especiais ou aqueles que apresentam alguma
dificuldade para ir até a unidade. Temos programado as visitas uma vez por mês nos
casos de maior complexidade e demais a cada três meses, devido à grande população
que atendemos não temos como visita-los todos com menor periodicidade.
Os principais procedimentos de rotina realizados nas visitas são: aferição da
pressão arterial, a glicemia capilar nos pacientes diabéticos, administração de
medicamentos parentais, quando necessário, principalmente analgésicos e além são
feitos curativos simples. Quando o paciente requere procederes de maior complexidade
são encaminhados para outros serviços de saúde, pois devido à falta de insumos no
posto, não é possível fazer os mesmos na unidade.
As visitas domiciliares para casos de doenças agudas são pouco freqüentes,
mas quando solicitada uma visita de urgência, dependo da área adstrita do paciente,
23
uma das duas doutoras do posto realiza a visita e a outra fica responsável pelo
atendimento na unidade, mas a maioria das vezes os pacientes são levados até as
unidades de pronto atendimento, já que como comentei anteriormente, na unidade não
temos os recursos para atender algumas urgências.
Para cumprir com as atividades domiciliarias e atender as necessidades de
nossa população temos enfrentado alguns obstáculos, dentre deles podemos citar: a
grande área de abrangência do posto, fato que dificulta as visitas, já que devido à longa
distancia que moram alguns dos pacientes que requerem das mesmas, a equipe
depende do transporte da Secretaria da Saúde para se deslocar, sendo este o segundo
obstáculo, pois nos últimos meses, tem existido dificuldade com a disponibilização
desse transporte, o qual termina prejudicando a realização das atividades domiciliarias,
por outro lado a falta de agentes de saúde, que deixa descoberta uma parte dos bairros
por tanto privados das atividades educativas, cadastros, assim como busca ativa e
ações de vigilância que elas realizam. Por último a atenção especializada aos usuários
que precisam ser encaminhados se dificulta, já que no município não temos NASF e as
consultas com especialistas são muito demoradas, mais cabe destacar que no posto
contamos temporalmente com uma Psicóloga que auxilia na avaliação dos casos que
requerem desta especialidade.
Apesar disso, a equipe se esforça por resolver as demandas da comunidade,
intentando atingir a maior quantidade de usuários possíveis, planejando estratégias
mesmo com familiares dos usuários os quais em algumas oportunidades disponibilizam
o transporte para realizar as visitas.
Finalmente e de modo geral, as visitas domiciliarias quando realizadas com
periodicidade e com a participação da família no processo de cuidado dos usuários com
necessidades de atenção domiciliar, representam uma potente ferramenta para
melhorar a qualidade de vida dos mesmos, já que permite um atendimento
diferenciado, assim como uma maior proximidade com seu entorno, fato que facilita agir
24
em todas as áreas que afeta a saúde dos pacientes com necessidades de atendimento
especial.
25
5. REFLEXÃO CONCLUSIVA
O curso de Especialização em Saúde da Família para mim representou um
importante passo no crescimento profissional, serviu para ampliar meus conhecimentos
e para aperfeiçoar meu desempenho na Atenção Básica. Também constituiu se um
grande desafio, pois foi a primeira vez que participei em um curso de educação a
distancia (via online), o qual no inicio ocasionou-me uma serie de dificuldades que
foram superadas no decorrer do estudo.
Apesar de ter treinamento como Médica da Família e Comunidade, esta foi uma
experiência diferente, já que sou estrangeira e através do curso, especificamente do
Eixo 1, compreendi o funcionamento do Sistema de Saúde no Brasil, focado
principalmente na Atenção Primaria da Saúde (APS) e como por em pratica esses
conhecimentos. Outro assunto que achei bem interessante nesta primeira parte foi o
tema de Planejamento e Gestão, que motivou a organizar o trabalho no posto, assim
como a construção de uma agenda profissional com as atividades e responsabilidades
de cada membro da equipe, tentando solucionar os principais problemas que atingem a
nossa comunidade, além de reforçar conhecimentos sobre Epidemiologia, Vigilância em
Saúde, Ética na APS, assuntos com os quais tinha um pouco de domínio, porém
trabalhei com ferramentas nunca antes utilizada, como: O sistema de informação em
saúde no Brasil, o método de estudo e pesquisa utilizando a Saúde Baseada em
Evidencias, a Territorialização, atualizei meus estudos sobre tecnologias avançadas em
saúde, entre outros temas interessantes.
Já no Eixo 2, os temas foram mais motivadores, pois tratavam-se de casos
clínicos que atendemos no dia a dia, tanto em consultas como nas visitas domiciliares,
o que ajudou de maneira significativa para melhorar a atenção e os acompanhamentos
dos pacientes e gerenciar adequadamente programas como: o Pré-natal, Atenção ao
crescimento e desenvolvimento da criança, Saúde do idoso, da mulher, Atenção aos
pacientes com doenças crônicas e mentais e outros não tão freqüentes em nossa área
como, violência contra a mulher. Levando assim, a uma organização de consultas na
26
Unidade, com dias específicos para cada grupo: as grávidas, as puericulturas, as visitas
domiciliares, assim como aqueles pacientes do Programa Hiperdia que eram tratados
especificamente pela doença aguda que consultavam, mudou a forma de avaliar eles,
analisando fatores de risco relacionados com sua doença, sendo orientadas medidas
de prevenção e promoção de saúde, prática de exercício físico e alimentação. Foram
criados grupos de gestantes e pacientes com DCNT, assim como os pacientes com
doenças mentais passaram de renovar suas receitas a serem atendidos e avaliados
integralmente em consultas. Ainda foram abordados outros temas de interesse, uns
com mais profundidade do que outros, mas todos freqüentes na APS dos quais nem
sempre tínhamos o conhecimento adequado para desempenhar o nosso trabalho com
excelência.
Através do aprendizado no curso, também tive a possibilidade de identificar
alguns assuntos que eram negligenciados pelos gestores de saúde do município e que
afetam a qualidade do trabalho na AB, como a falta de insumos, medicamentos,
profissionais nos postos e capacitação dos mesmos, acarretando uma atenção
incompleta à população.
O fato de realizar um trabalho como o Portfólio foi muito interessante. Para mim
foi uma reflexão mesma do curso, já que em cada atividade desenvolvida, tínhamos
que nos auto avaliar, nosso desempenho e crescimento como profissionais da APS. Foi
um período que aproveitei para envolver aos demais integrantes da equipe,
incentivando eles ao trabalho coordenado, longitudinal e em conjunto, logrando assim a
interdisciplinaridade no atendimento dos usuários e dando cumprimento aos princípios
do SUS aprendidos durante o curso.
O Projeto de Intervenção que também faz parte do portfólio foi outra atividade
que despertou o interesse pessoal e dos integrantes do posto, já que foi abordado o
tema da gravidez na adolescência, um assunto que preocupa não só aos profissionais
da saúde, como também a comunidade, que auxilia a equipe de saúde, encaminhando
as adolescentes ao posto, e em conjunto da equipe, motivando a participação destas e
27
de suas famílias, em palestras e atividades em saúde, promovendo uma sexualidade
responsável com incentivo ao uso de métodos anticoncepcionais e preservativos.
Comparando resultados inicias, de quando comecei o projeto, havia 48 gestantes
realizando pré-natal nesta Unidade e destas, 19 eram adolescentes, atualmente, temos
cadastradas 32 grávidas, sendo 11 adolescentes, o que representa uma diminuição de
5 %, segundo os dados fornecidos pelo o SISPRE-NATAL.
Refletindo sobre minha trajetória no Curso de Especialização em Medicina
Familiar e Comunitária, posso afirmar que tive um bom aproveitamento das atividades
desenvolvidas, aperfeiçoei minhas condutas, esclareci muitas dúvidas, trabalhei em
equipe e juntos atingimos metas e nos aproximamos da nossa comunidade. Porém,
acredito que o curso deveria estender-se por um período mais longo, para um maior
aproveitamento dos conteúdos, sendo muito benéfico para o profissional da APS.
28
6. REFERÊNCIAS
Prefeitura Municipal de SA http://pmsantoangelo.abase.com.br. (publicado 04.04.14).
Analises da situação de saúde do posto Francisco Assis de Souza. SIAB.
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Sírio – Libanês de ensino e pesquisa. Protocolo de
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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de
DST e AIDS. Manual de Controle Doenças Sexualmente Transmissíveis. Série Manuais
no 68. 4ª edição. Brasília. DF. 2006. Pág. 34.
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.
Protocolo de Assistência ao Pré-natal de Baixo Risco 2015. Pag. (6).
Brasília. Ministério da Saúde. Instituto Sírio-libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolos
da Atenção Básica Saúde das Mulheres. Brasília – DF 2015. Pag. (56).
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica
Saúde da Criança: Crescimento e Desenvolvimento. Cadernos de Atenção Básica, n°
33 Brasília – DF 2012. Pag. (17-18).
Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal. 2013.
Pag. 37
Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica No35. Estratégias para o
cuidado da pessoa com doença crônica. Brasília – DF. 2015. Pag. (15-16).
Brasil. Ministério da saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Caderno de atenção domiciliaria Vol1. Brasília – DF. Ministério da saúde 2012.
Pag. 27-28
29
Brasil. Ministério da saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Caderno de Atenção
Básica, No33. Brasília – DF. Ministério da saúde 2012.
30
7. ANEXO 1. PROJETO DE INTERVENÇÃO.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS - UNASUS
Leticia Ferrer Luzardo
Prevenção da gravidez na adolescência na ESF Nova, no município de Santo Ângelo/RS
Porto Alegre/RS
2017
31
Leticia Ferrer Luzardo
Prevenção da gravidez na adolescência na ESF Nova, no município de Santo Ângelo/RS
Porto Alegre/RS
2017
32
RESUMO
Este projeto de intervenção é uma proposta de trabalhar com adolescentes,
proporcionando as mesmas educações sobre gravidez, sexualidade e métodos
anticoncepcionais. Neste estudo apresentamos a intenção de, num primeiro momento,
realizar rodas de conversas como uma alternativa de abordagem às adolescentes sobre
o tema proposto. Além disso, pretende-se capacitar os Agentes Comunitários de Saúde
a fim de monitorar as adolescentes da área. Num segundo momento, a intenção é
proporcionar palestras para toda comunidade sobre o assunto. Dessa forma esse
projeto tem como objetivo geral sensibilizar a comunidade da ESF Nova, sobre as
conseqüências da gravidez na adolescência e a importância dos métodos
anticoncepcionais para sua prevenção. Os objetivos específicos são identificar as
principais causas de gravidez nas adolescentes da comunidade, aumentar o
conhecimento das adolescentes acerca de saúde sexual e reprodutiva e capacitar os
Agentes Comunitários de Saúde, a fim de alertar e monitorar as adolescentes da área.
A metodologia utilizada consistirá em várias rodas de conversas com adolescentes e
vários encontros com os Agentes Comunitários de Saúde. Espera-se diminuir o número
de casos de gravidez na adolescência, bem como, reduzir conseqüências emocionais,
psicológicas, sociais e econômicas que traz uma gravidez não planejada,
principalmente na adolescência.
PALAVRAS-CHAVE: adolescência, gravidez, sexualidade.
33
SUMÁRIO
1 Introdução ...................................................................................................................5
2 Objetivos .....................................................................................................................7
3 Revisão de Literatura ..................................................................................................8
4 Metodologia ...............................................................................................................13
7 Cronograma ...............................................................................................................15
8 Recursos necessário ..................................................................................................16
9.Resultados esperados .................................................................................................17
10 Referências Bibliográficas .........................................................................................18
11Apêndice .....................................................................................................................21
34
INTRODUCÇÃO
A adolescência é uma etapa da vida, compreendida entre a infância e a idade
adulta, caracterizada por um período de conflitos por grandes mudanças, tanto no
aspecto físico, mental, emocional, como dos caracteres sexuais, assim como a tomada
de importantes decisões por parte do individuo com o objetivo de cumprir expectativas
pessoais e da sociedade em que vive. Segundo a OMS, esta etapa que inicia com a
puberdade e termina quando o individuo alcança sua independência e autonomia se
encontra entre os 10 e 19 anos (EISENSTEIN, 2005).
A gravidez finaliza o processo de preparação do corpo feminino, formando uma
mulher perfeita, conforme seus anseios e expectativas pessoais de beleza.
Considerando a gestação nas adolescentes uma forma abrupta de interromper essa
transição complexa, e mesmo sendo elas, capazes de conceber, elas não só são
biologicamente impróprias para engravidar, como também, quebra o processo da
adolescência, com tudo o que significa na estruturação da mulher (LLANE, et.al, 2009).
Através de pesquisas realizadas em diferentes países se identificou a influência
de vários fatores no aumento da fecundidade nesta faixa etária, destacando-se a
iniciação sexual precoce, unida ao desconhecimento sobre saúde sexual e reprodutiva
e pouca utilização de contraceptivos.
No Brasil este tema vem se tornando um problema cada vez maior. Segundo
estatísticas nacionais a porcentagem dos nascimentos de filhos de adolescentes
aumentou 74,4% de 1975 a 1989 e tem se mantido sem redução até a atualidade
(VIEIRA, et al., 2009).
As mulheres de classes sociais menos favorecidas são as mais prejudicadas
(OLIVEIRA 1998), observando-se uma alta taxa de evasão escolar, problemas
familiares e dificuldade de inserir-se no mercado do trabalho (MANFRE; QUEIRÓZ;
MATTHES, 2010).
Localizada no município Santo Ângelo a Estratégia de Saúde da Família (ESF)
Francisco Assis de Souza, atende uma população total de 3.945 pessoas, das quais 48
são grávidas. Dentro desse universo 19 são adolescentes, fato que tem gerado grande
preocupação à equipe de trabalho da unidade, pelas conseqüências emocionais,
35
psicológicas, sociais e econômicas que traz uma gravidez não planejada. Por isso esse
projeto se justifica, sendo necessária a realização de intervenção, como palestras,
trabalhos com a comunidade, para sensibilizar não só as adolescentes como também
às famílias que desempenham um papel fundamental na educação e orientação correta
da saúde sexual e reprodutiva, procurando assim reduzir a incidência da gravidez na
adolescência.
.
36
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Sensibilizar a comunidade da ESF Nova, sobre as conseqüências da gravidez na
adolescência e a importância dos métodos anticoncepcionais para sua prevenção.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Identificar as principais causas de gravidez nas adolescentes da comunidade.
- Aumentar o conhecimento das adolescentes acerca de saúde sexual e reprodutiva.
- Capacitar os Agentes Comunitários de Saúde, a fim de alertar e monitorar as
adolescentes da área.
37
REVISÃO DA LITERATURA
Gravidez na adolescência
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define adolescência como uma etapa
que vai dos 10 aos 19 anos, e o Estatuto da Criança e Adolescência (ECA) a conceitua
como a faixa etária de 12 a 18 anos. O Estatuto da Criança e do Adolescente, através
da Lei no 8.069/90; define que a adolescência corresponde ao período de vida que vai
dos 12 aos 18 anos de idade. É uma transição entre a fase de criança e a adulta, sendo
um período de transformação profunda no corpo, na mente e na forma de
relacionamento social do indivíduo.
Homens e mulheres têm iniciado sua vida sexual cada vez mais cedo. Foi
realizado um estudo, em 1984, pelo Ministério da Saúde no qual foi observado que, a
idade média do início da vida sexual era aos 16 anos. A respeito da primeira relação
sexual o número de adolescentes do sexo masculino que teve a primeira relação sexual
até os 14 anos de idade foi 35,2%, em 1984, ao passo que, em 1998, esse percentual
subiu para 46,7%. Já as mulheres que tiveram a primeira relação sexual antes dos 14
anos praticamente dobrou, entre 1984 e 1998, aumentando de 13,6% para 32,3%,
respectivamente (QUEIROGA, 2014).
Isso certamente gera algumas conseqüências, como risco maior de baixo peso
ao nascer (BPN) e a prematuridade, que levam a uma das taxas de morbidade e
mortalidade no primeiro ano de vida do recém-nascido. Além disso, pode acontecer a
gestação precoce a exposição a abortos, Em relação à ordem afetiva, tanto em relação
à mulher quanto a recém-nascido, existe uma propensão à baixa autoestima e à
depressão, bem como relações conjugais instáveis (GAMA et al., 2001).
Desta forma, as transformações biopsicossociais podem ser reconhecidas como
um problema para os adolescentes, pois vão iniciar uma família e poderá ser um
prejuízo duplo, na qual nem a adolescência é plena e nem a adulta é inteiramente
capaz. A gravidez sendo ela desejada ou não provoca um conjunto de impasses
comunicativos a nível social, familiar e pessoal (ARAÚJ FILHO, 2011).
38
Assim, segundo um estudo, a maioria das adolescentes relatam que na maior
parte dos casos, os parceiros as abandonam logo quando descobrem a gravidez, pois
não estão preparados para tal acontecimento nessa fase de descobertas. Muitas vezes,
para eles, é mais fácil resolver o problema através do aborto, gerando graves
conseqüências, do que assumir compromisso com o filho que esta por chegar ao
mundo (SILVA et al., 2011).
Agente comunitário de saúde
Em 1991 foi implantado pelo Ministério da Saúde, o então Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS). Teve início no fim da década de 80 como uma
iniciativa de algumas áreas do Nordeste (e outros lugares, como o Distrito Federal e
São Paulo) em buscar de alternativas para melhorar as condições de saúde de suas
comunidades. Nascia assim uma nova categoria de trabalhadores, formada pela e para
a própria comunidade, atuando e fazendo parte da saúde prestada nas localidades
(BRASIL, 2012).
O agente comunitário de saúde tem um papel muito importante no acolhimento,
pois é membro da equipe que faz parte da comunidade, o que permite a criação de
vínculos mais facilmente, propiciando o contato direto com a equipe. Segundo a Política
Nacional de Atenção Básica (2012) algumas das atribuições desse profissional são:
- Desenvolver atividades de produção da saúde, de prevenção das doenças e
agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas
individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, por exemplo, combate á
dengue, malária, leishmaniose, entre outras, mantendo a equipe informada,
principalmente a respeito das situações de risco.
- Estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações
educativas, visando à promoção da saúde, a prevenção das doenças e ao
acompanhamento das pessoas com problemas de saúde, bem como ao
acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa-Família ou de qualquer
outro programa similar de transferência de renda e enfrentamento de vulnerabilidades
39
implantado pelo governo federal, estadual e municipal, de acordo com o planejamento
da equipe.
Estratégia de Saúde da família (ESF)
Na ESF o trabalho em equipe é considerado um dos pilares para a mudança do
atual modelo hegemônico em saúde, com interação constante e intensa de
trabalhadores de diferentes categorias e com diversidade de conhecimentos e
habilidades que interajam entre si para que o cuidado do usuário seja o imperativo
ético-político que organiza a intervenção técnico-científica (MENDONÇA, 2009).
O acolhimento dos usuários deve garantir escuta qualificada e encaminhamentos
resolutivos para que o vínculo, uma das peças-chave da ESF, ocorra de forma efetiva.
Importante lembrar que a atenção ao usuário deve ser realizada não apenas no âmbito
da Unidade de Saúde, mas em domicílio, em locais do território, quando as visitas se
tornarem essenciais para o andamento do cuidado (BRASIL, 2011).
Entretanto, é necessário que esse mesmo sujeito, que hoje necessita de
cuidados, seja capaz, em um momento posterior, de gerir sua forma de conduzir sua
vida e a de sua família, de forma autônoma e saudável. Ações educativas, que
interfiram no processo de saúde-doença, devem ser incrementadas, bem como o
incentivo à mobilização e à participação da comunidade, com o intuito de efetivar o
controle social (BRASIL, 2011).
É fundamental a participação dos indivíduos e grupos sociais da área adstrita
nas decisões tomadas em relação à gestão do cuidado, não com o objetivo de perverter
a ordem, mas como forma de participar das decisões que dizem respeito a si e a suas
famílias (GOHN, 2004).
Educação em saúde
Atualmente, considerando a importância adquirida pelo projeto de promoção da
saúde, que busca capitalizar-se em várias dimensões da vida social (família, escola,
40
comunidade) e individual (cuidados com o corpo, desenvolvimento de hábitos
saudáveis), a discussão sobre as dimensões individuais e coletivas da saúde/doença
torna-se oportuna e particularmente importante.
No movimento constante em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) como
projeto de um sistema universal, público, equânime, integral e democrático, encontra-se
a necessidade de se buscar uma concepção da relação educação e saúde que se
configura como resultado da ação política de indivíduos e da coletividade, com base no
entendimento da saúde e da educação em suas múltiplas dimensões: social, ética,
política, cultural e científica (BRASIL, 1990).
Na medida em que o agir de todo o trabalhador em saúde é um agir educativo;
ele se transforma em um que fazer que assuma uma direção e uma intencionalidade
que desemboca em um dado projeto de sociedade. Este projeto pode estar
condicionado a sua reprodução ou manutenção nos termos em que ela já existe ou
estar empenhado em uma transformação radical das bases da sua estrutura e do seu
funcionamento. Em síntese, na medida do nível de comprometimento dos trabalhadores
da saúde e do projeto de sociedade que estão supostos nas suas ações, coloca-se uma
gama variada de possibilidades de prática educativa em saúde (VASCONCELOS,
2001).
Roda de conversa
A Roda de Conversa é uma possibilidade metodológica para uma comunicação
dinâmica e produtiva entre adolescentes e profissionais da saúde. Essa técnica
apresenta-se como um rico instrumento para ser utilizado como prática metodológica de
aproximação entre os sujeitos no cotidiano (CECCIM, 24).
As discussões nas Rodas de Conversa foram pautadas nas percepções da
adolescência sobre a adolescência e sua influência nas relações entre esses sujeitos.
Trocas de experiências, conversas, discussão e divulgação dos conhecimentos
constroem esse método de trabalho (CECCIM, 2004).
41
A Roda de Conversa é um método de ressonância coletiva que consiste na
criação de espaços de diálogo, em que as adolescentes possam se expressar e,
sobretudo, escutar os outros e a si mesmos. O objetivo é estimular a construção da
autonomia dos sujeitos por meio da problematização, da troca de informações e da
reflexão para a ação. Nesse sentido, é que desejamos produzir conhecimento e
desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de cuidado e
de gestão em saúde (CECCIM, 2004).
42
METODOLOGIA
Trata-se de um projeto educacional de intervenção, onde buscaremos entender
a gravidez na adolescência, pois além de ser problemática para os caminhos da vida
dos adolescentes, torna-se um problema social. Devido ao número elevado de
adolescentes grávidas, achamos que uma atenção mais rigorosa nesta transição entre
a infância e a idade adulta pode envolver problemas futuros para o desenvolvimento de
um determinado individuo. Na ESF em que será desenvolvido o projeto, segundo os
dados colhidos no SIS pré-natal, existem 48 grávidas e dentro desse universo 19 são
adolescentes, ou seja, 39,5% delas ainda não atingiram a idade adulta.
Serão realizadas rodas de conversas com as adolescentes. Elas serão
convidadas pelas ACS e demais profissionais que integram a equipe. A princípio será
realizado um encontro quinzenal na ESF com as adolescentes. Pretende-se realizar 7
encontros, com duração de em torno de uma hora, em um primeiro momento será
realizado um questionário (apêndice I), o qual se caracteriza por ser um instrumento de
investigação, composto de perguntas que serão submetidos a indivíduos com propósito
de obter informações sobre conhecimentos, expectativas, anseios, aspirações, temores,
etc. (GIL, A. C, 2009). Serão abordadas perguntas abertas e fechadas. Após serão
debatidos temas como:
- Adolescência
- Sexualidade
- Aparelho reprodutor feminino e masculino
- Ciclo menstrual
- Gravidez na adolescência
- Métodos anticoncepcionais
- Conseqüências da gravidez na adolescência
Estima-se que 70% das adolescentes compareçam a roda de conversa, com
inicio em julho de 2017.
43
No decorrer desse desenvolvimento, uma vez ao mês, será realizada uma
capacitação para as ACS, com os mesmos temas. Também nos grupos de gestantes
existentes, e que são mensais, serão trabalhados assuntos referentes à gravidez na
adolescência. A educação em saúde sobre o assunto também será abordado de forma
individual nas consultas médicas. Tudo isso com o intuito de reduzir o número de
adolescentes grávidas.
44
CRONOGRAMA
Procedimento Julho
2017
Agosto
2017
Setembro
2017
Outubro
2017
Novembro
2017
Dezembro
2017
Busca das informações no
sistema de informação do
SIS pré-natal
X
Apresentação do Projeto e
Entrega dos dados dos
pacientes para a equipe do
ESF (médica, enfermeira,
ACS, técnicos de
enfermagem e odontólogo)
em reunião de equipe
X
Planejamento/Organização
da atividade
X
Rodas de conversas com
adolescentes
X
X
X
Treinamento das ACS X X X
Avaliação do projeto pela
equipe
X
45
RECURSOS NECESSÁRIOS
- Sala para realização de grupos;
- Equipamento de multimídia;
- Caneta;
- Pasta para arquivo do planejamento das atividades;
- Profissional Médico, Enfermeiro, Técnico em Enfermagem e ACS.
46
RESULTADOS ESPERADOS
- Viabilizar atendimento a um grupo de adolescentes;
- Compartilhamento de vivências e conhecimentos;
- Acordar compromissos para tentar diminuir o número de gestantes
adolescentes;
- Estimular a equipe ao trabalho multidisciplinar;
- Acompanhar um maior número de adolescentes provocando as mudanças de
hábitos de vida e comportamentos com a finalidade de estimular ao uso de
métodos anticoncepcionais.
47
Referências Bibliográficas
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2(2): 6-7.
Llanes, R. A. A, Quevedo, Arnaiz, N. V, Ferrer, H.I, de la Paz, C. A, Sardiñas, M de O.
O. Embarazo en la adolescencia. Intervención educativa. AMC [Internet]. 2009
Fev; 13(1): Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php? [citado 2017 Fev 19]
Vieira, B. Z, Lucena, F.F. de E, Silveira, K. P, Morais, I. Q, Bezerra M. F. Reincidência
de gravidez em adolescentes. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [Internet]. 2009 Out; 31(10):
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Oliveira, M. W. Gravidez na adolescência. Dimensões do problema. Cadernos CEDES.
V.19, n45, p. 48-70, Julho 1998.
Manfré, C. C. et. al. Considerações atuais sobre gravidez na adolescência. Revista
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BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
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Brasília, (DF), 16 jul 1990.
QUEIROGA, Kallyne Rubyan Oliveira et al . O que é e como se explica a gravidez na
adolescência. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum., São Paulo , v. 24, n. 2, p. 142-
149, 2014 Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
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48
GAMA SGN, Szwarcwald CL, Leal MC, Theme Filha MM. Gravidez na adolescência
como fator de risco para baixo peso ao nascer no Município do Rio de Janeiro, 1996 a
1998. Rev. Saúde Pública. 2001; 35(1): 74-80.
ARAÚJO FILHO, V. M. de. Gravidez na Adolescência: Opinião das Adolescentes frente
á gestação. Partos, Paraíba: FIP, 2011.
SILVA, J.M.B. et.al. Percepção de adolescentes grávidas acerca de sua gestação.
Revista Baiana de Enfermagem. Salvador, v.25, n.1, p.23- 2, Jan./abr. 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria
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MENDONÇA, C. S. Saúde da família, agora mais do que nunca. Ciência e Saúde
Coletiva, v. 14, Supl. 1, p. 1493-1497, 2009.
GOHN, M. G. Empoeiramento e participação da comunidade em políticas sociais.
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BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições
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2017.
VASCONCELOS, E. M. A saúde nas palavras e nos gestos: Reflexões da rede
educação popular e saúde. São Paulo: Hucitec, 2001.
49
CECCIM, R. 2004. Educação Permanente em saúde: desafio Ambicioso e necessário.
Interface - Comunicação, Saúde e Educação. São Paulo: UNESP. (9): 161-77.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo, 2009.
50
Apêndice I – QUESTIONÁRIO
Idade:________
Escolaridade:_____________________
Com quem residem:______________________
Estado civil:_______________________________
Já ouviu falar sobre o corpo feminino e masculino? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, o que você sabe sobre isso?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________
Já ouviu falar sobre ciclo menstrual? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, o que sabe?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________
Conhece algum tipo de método anticoncepcional? ( ) Sim ( ) Não
Utiliza algum deles? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual e quem indicou?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_______
Já engravidou alguma vez? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quantos anos tinha e quantos filhos têm?
______________________________________________________________________
____
51
Antes dessa gravidez, utilizava algum método anticoncepcional? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual e como utilizava?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______
Depois da gravidez, continuou estudando? ( ) Sim ( ) Não
52
8. OUTROS ANEXO
Figura 1. Mapa do território da ESF Francisco Assis de Souza (Nova)
53
Figura 2. Gráfico de distribuição da população por sexo.
2182
63,3
1263
36,7
Distribuição por sexo
Feminino
% Fem
Masculino
% Masc