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2 UNIVERSIADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU “PROJETO A VEZ DO MESTRE” ASPECTOS PSICOMOTORES NA PRÁTICA DO SKATE. Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicomotricidade. Por: André Viana Figueiredo Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIADE CANDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU

“PROJETO A VEZ DO MESTRE”

ASPECTOS PSICOMOTORES

NA PRÁTICA DO SKATE.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: André Viana Figueiredo

Rio de Janeiro

2005

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a deus e aos meus pais que sempre me deram apoio

e me incentivaram ao longo da vida e os professores

que me ajudaram realizar este trabalho.

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado as Crianças, os Skatistas, os Recreadores, os

Psicomotricitas, os Professores de Educação Física,

em fim, a todos os interessados neste tema,

que para mim é uma grande

fonte inspiradora.

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RESUMO

No trabalho de monografia ASPECTOS PSICOMOTORES NA PRÁTICA DO

SKATE, o autor procura mostrar a importância do conhecimento dos

aspectos psicomotores no processo de ensino aprendizagem dos

fundamentos básicos do SKATE, com objetivos específicos voltados para

avaliar a utilização dos movimentos praticados com skate na criança como

instrumento de desenvolvimento psicomotor em escolinhas de iniciação

esportiva.

Ao apontar a fundamentação da psicomotricidade do contexto das atividades

educativas do skate no que se refere à educação, o autor trata de assuntos

diversos como em como se da a aquisição de conhecimento do ponto de

vista da psicomotricidade, da Educação Física e da neurociência.

No que se refere ao skate o autor descreve uma contextualização ampla

sobre o skate contendo a história, as categorias, os fundamentos, as

modalidades e a descrição da competição.

A intenção de falar sobre a recreação e sobre o ato de levar a criança a

brincar e aprender com o skate, não tem objetivo de formar skatistas, mas

sim de fazer com que a criança, por meio da experimentação de movimentos

de atividades recreativas, possa estar desenvolvendo o seu corpo e a sua

mente durante o processo de maturação do seu próprio organismo.

Este trabalho não é uma receita de bolo, que pode ser utilizada

repetidamente, mas sim uma fonte de informação que poderá ser utilizada

como referencia para elaboração de estudos e trabalhos voltado para a

prática segura e rápida de skate e pretende se aprofundar nos

conhecimentos de técnicas específicas para ensinar o skate e conhecer os

efeitos da psicomotricidade.

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METODOLOGIA

Este estudo foi realizado por meio de fundamentação teórica baseada no

conhecimento geral de autores das áreas relacionadas ao assunto e de

autores da área específica do skate e da psicomotricidade.

A parte teórica contará com uma pesquisa bibliográfica referente a como se

dá a aquisição do conhecimento (inteligência), e alguns aspectos

neuropsicomotores do movimento humano.

Este trabalho também tem como referencia, as anotações feitas em sala de

aula e a experiência profissional do autor.

Foi realizada uma aula exemplo prática, em forma de uma mostra, durante o

Seminário de Neuropsicomotricidade realizado na Universidade Candido

Mendes no Campus da Tijuca. Os participantes puderam participar de uma

experimentação sensório motora de movimentos que levam a realização de

fundamentos básicos do skate (impulso) por meio da recreação e de um

processo pedagógico de ensino de skate. Foi observado se o aprendizado

acontece, se acontece com segurança e sobre a reação dos alunos que

experimentam as atividades proporcionadas pelo aparelho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Recreação: Brincando e Aprendendo com Skate 12

CAPÍTULO II

O Skate como Esporte 21

CAPÍTULO III

A Psicomotricidade no Skate 30

CONCLUSÃO 37

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 38

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INTRODUÇÃO

Se a hipótese estiver correta a realização deste estudo vai colaborar com a

avaliação da importância do conhecimento da psicomotricidade no processo

de aprendizagem dos fundamentos básicos do SKATE visando o

desenvolvimento de um processo de ensino da modalidade, a educação

psicomotora e a qualidade de vida e a segurança de futuros praticantes.

Com o passar dos anos os efeitos da globalização fizeram com que as

pessoas da sociedade contemporânea buscassem novos horizontes e

opções em relação a suas atividades cotidianas e de estilo de vida. No

esporte não foi diferente. O século XX foi marcado pela criação e

desenvolvimento de um grande grupo de novos esportes radicais que

atualmente se destacam no cenário esportivo em relação ao número de

praticantes e de competições de alto nível.

Entre os esportes radicais o “Skate” é um esporte de destaque. O numero de

praticantes em todo mundo é muito grande. O Skate atrai principalmente os

jovens e tem um aspecto cultural muito forte. O skatista alem de ser

esportista, faz parte de uma tribo que tem seus próprios hábitos e costumes

que são baseados em um estilo de vida alternativo da sociedade urbana

moderna.

Com o crescimento do Skate ocorre a necessidade de aprimoramento do

conhecimento de técnicas de ensino da sua pratica, mais seguras e

eficientes ampliando as formulações teóricas a este respeito. Este trabalho

não segue uma receita de comum e nem pretende ser uma regra universal,

ele apenas revisará alguns aspectos psicomotores na prática do skateboard

com uma abordagem com enfoque na psicomotricidade sobre algumas

formas de realizar atividades educativas com skate.

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A dificuldade de encontrar bibliografias sobre skate é muito grande. Na

literatura, o skate tem publicações especializadas, mas elas não tratam de

assuntos com temas como este. Mesmo assim existem alguns livros que

foram publicados ao longo dos anos no Brasil, que são importantes

referencias para os trabalhos que vem a seguir.

Os livros com temas direcionados ao skate utilizados para este trabalho tem

uma abordagem diferente deste contexto, porem são publicações muito

importantes para a formação cientifica deste novo esporte e serão

comentados aqui até como uma referencia do esporte.

Dentre estes livros temáticos especializados posso destacar os dois

principais que foram uma grande referencia histórica para este trabalho,

como o livro A Onda Dura “3 Décadas de Skate no Brasil” editora Parada

Inglesa SP ano 2000, que foi escrito por um grupo de pessoas e conta a

história do skate nas ultimas 3 décadas, até a véspera da virada do segundo

milênio e o livro: Juventude, Lazer e Esportes Radicais da editora Manole,

que foi publicado em 2001 e foi escrito pelo Professor de Educação Física

Ricardo Ricci Uvinha derivado da dissertação de Mestrado defendida no

Departamento de Estudos do Lazer da Faculdade de Educação Física da

Universidade Estadual de Campinas (FEF – Unicamp), intitulada Lazer na

adolescência: uma analise sobre skatistas do ABC paulista.

O livro do professor Uvinha, apesar de ter o nome associado aos esportes

radicais, tem o skate como principal objeto de estudo. Surge como uma

importante referencia complementar, pois a maior parte do conteúdo se

refere a um contexto de sociologia de uma juventude da sociedade urbana

moderna de uma determinada região próxima a Capital Paulista, apreciadora

do skate e de esportes radicais, mas que porem, não versa sobre uma

abordagem voltada para educação, para psicomotricidade ou para a faixa

etária abordada neste estudo.

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O material mais importante com o tema voltado para o tema “Skate” que

encontrei, me foi dado de presente em 1998, pelo Coordenador do Curso de

Educação Física da Universidade Iguaçu, Prof. Darcymires do Rego Barros,

um dos primeiros professores de Educação Física do Brasil. Darcy, pessoa

maravilhosa, antenada no que acontece no mundo da ciência e sabendo

deste meu envolvimento com o esporte, me presenteou com uma copia de

um texto interessante sobre brincar de skate em francês, que só fui

conseguir traduzir em meados de 2004.

A publicação da pesquisa, “Brincar de Skateboard” não representa uma

sessão de Educação Física Clássica e esta inscrita esta inscrita na Pesquisa

– Ação, levada a Vigésima Circunscrição do Seine Saint Denis, 1991/1992.

(Millet, 1993, p.17)

Somente em 2004, durante período de pesquisa para esta monografia, tomei

noção da importância desta pesquisa ao traduzir o texto, e perceber como é

interessante a metodologia e as conclusões tiradas pelos autores, com

relação à observação dos comportamentos observados e relatados.

Apesar de reunir um bom material de pesquisa, muito do que será retratado

neste trabalho, reflete e ou tem ligação direta com a vivencia do autor em

situações práticas com pessoas de todas as idades, de crianças a idosos

durante os anos, desde 1989 quando começou andar de skate e se

interessar por este esporte quando ainda era um adolescente, desde 1997

quando iniciou o curso de graduação em Educação Física e começou a se

interessar mais profundamente pelo assunto e a ensinar as pessoas andar

de skate, passando por 2001 quando começou a ocupar o cargo de

Presidente da Federação de Skateboard do Estado do Rio de Janeiro

(FASERJ), por 2002 quando apresentou uma monografia durante o final da

graduação, com tema sobre as Organizações Esportivas de Skate no Brasil

e em e 2003 quando foi nomeado Diretor de Esportes na Confederação

Brasileira de Skate (CBSK).

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As referencias bibliográficas deste trabalho não são ligadas apenas a

literatura de skate e o conteúdo não esta totalmente relacionado ao

conhecimento de vivencia do autor. Para realizar a ligação entre

psicomotricidade e o skate foi necessário buscar na literatura cientifica da

psicomotricidade outras referencias que pudessem colaborar com a

produção deste estudo neste contexto.

Entre os livros utilizados posso destacar um que me marcou muito, ou

melhor, o que mais me marcou. Ele me foi emprestado pela Ilustre

Professora Fátima Alves, do Curso de Pós-Graduação em Psicomotricidade

na Universidade Candido Mendes, que muito me ajudou na parte prática. O

nome do livro é Psicomotricidade: Filogênese, Ontogênese e Retrogênese,

2ª edição revisada e aumentada, editora Artes Médicas Sul, 1998. O autor

deste livro é o Professor de Educação Física Vitor da Fonceca, um dos

grandes mestres da psicomotricidade no Brasil.

No livro, o autor faz uma abordagem científica profunda, voltada para a

antropologia, descrevendo sobre as transformações hominídeas e a

motricidade em diferentes aspectos.

Com estas informações e as anotações realizadas ao longo das aulas do

curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Psicomotricidade na Universidade

Candido Mendes, Projeto A Vez do Mestre no Campus Tijuca RJ, apresento

esta monografia.

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CAPÍTULO I

Recreação: Brincando e Aprendendo com Skate

Este capítulo tem o principal objetivo de avaliar a utilização de técnicas para

trabalhar com skate como instrumento de desenvolvimento psicomotor em

recreação e escolinhas de iniciação esportiva.

As atividades recreativas de uma aula de Educação Física que utilizam o

skate como material não podem ser consideradas convencionais. O skate

ainda não foi incorporado num contexto escolar, mas chama atenção de

muitas crianças e jovens que desejam pratica-lo. A maioria dos Professores

de Educação Física não tem experiência com o skate e ou não sabem como

podem estar realizando um trabalho utilizando este aparelho como material.

Este capítulo vai colaborar com professores e skatistas que desejam

conhecer melhor o skate para ministrar aulas sobre este esporte.

A publicação da pesquisa, “Brincar de Skateboard” não representa uma

sessão de Educação Física Clássica e esta inscrita esta inscrita na Pesquisa

– Ação, levada a Vigésima Circunscrição do Seine Saint Denis, 1991/1992.

(Millet, 1993, p.17)

Esta pesquisa a qual estou me referindo tem um formato muito interessante.

Ela parece ser um plano de aula dividido em 5 situações, sendo a última

considerada uma avaliação com algumas variações.

A importância deste plano, relacionado a este trabalho, tem há ver com o

interesse de avaliar as orientações para realização das atividades,

relacionadas aos comportamentos pesquisados e os comportamentos

observados.

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1.1. A iniciação esportiva

Antes de falar mais sobre este assunto é importante lembrar que a iniciação

esportiva não se dá somente na esfera das escolinhas esportivas

particulares, pois quando falamos em iniciação esportiva, estamos falando

de todas as atividades e práticas esportivas, seja na entidade pública ou

particular, que por meio de um processo pedagógico de ensino, possam

estar contribuindo com uma nova aprendizagem mais segura, voltada para

formação motora e intelectual do educando.

É importante frisar também, que a intenção de falar sobre a recreação e

sobre o ato de levar a criança a brincar e aprender com o skate, não tem

objetivo de formar skatistas, mas sim de fazer com que a criança, por meio

da experimentação de movimentos de atividades recreativas, possa estar

desenvolvendo o seu corpo e a sua mente durante o processo de maturação

do seu próprio organismo.

Na pratica esportiva a criança busca sempre novas descobertas e

possibilidades de realizações do próprio corpo, que acontecem de forma

natural durante a realização das atividades.

Na situação 4 da pesquisa “Brincar de Skateboard” foi solicitado a criança

em cima do skate conduzisse bolas de borracha ao longo de um caminho

plano e sinuoso. Foram pesquisados os comportamentos a condução do

skate e as diferentes ações secundárias. Foi observado que para realizar a

tarefa as crianças se dividem em duas técnicas.

Duas atitudes se definem; Para realizar a tarefa as crianças de definem em

duas técnicas. Uns colocando um joelho sobre a prancha e fazem o impulso

com uma única perna (patinete). As outras conservam a posição sentada

com domínio da direção se servem das duas pernas para avançar. Mas nos

dois casos, elas marcam um tempo de parada para apanhar cada bola.

(Millet, 1993, p.18).

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As atividades práticas recreativas que utilizaram o skate como instrumento

de desenvolvimento psicomotor mostraram ao longo do tempo que tem o

fator lúdico muito marcante. As crianças criam uma grande expectativa com

relação a como, e o que poderão fazer com o skate durante a aula, já que a

grande maioria nunca teve contato com o skate e não estão acostumadas a

ter contato com este esporte sobre orientação de um professor.

Muitas das vezes, quando a criança já conhece o skate, ela teve uma

experiência do aparelho como um brinquedo, acompanhado dos pais ou de

colegas e parentes, dentro de casa ou na rua. Isto é um fato comum, já que

o skate é um esporte contemporâneo que ainda não foi inserido oficialmente

no contexto escolar.

As crianças querem se divertir. Para a criança a aula é uma brincadeira,

cheia de incrementos, orientada pelo professor, que deve ser criativo ao

planejar suas atividades para não deixar perder o aspecto lúdico da

brincadeira, pois as crianças não sabem exatamente os verdadeiros

objetivos de uma aula de Educação Física.

Não há manifestação humana não corpórea, logo o corpo é a sede de todos

os sentimentos, ações e pensamentos. O dualismo corpo-mente, embora

ainda vigore nas nossas escolas, esta meio fora de moda. O professor ao

entrar em sala de aula, não encontra somente cérebros para ensinar, lida

principalmente, conforme a faixa etária, com os corpos e nesse sentido

qualquer conhecimento, qualquer conteúdo, atravessarão, obrigatoriamente

o canal corporal. (Mattos, 2004, p. 20)

Usar durante a prática inserida no plano, um momento livre, espontâneo e

supervisionado, para realização de auto-descobertas é indicado, pois

podemos perceber que elas mesmas, desenvolvem formas de se

movimentar com o skate, que para elas é mais um brinquedo divertido, que

pode proporcionar por meio da vivencia diferentes sensações e emoções.

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1.2. Como trabalhar com skate

Para trabalhar com o skate, as principais dúvidas dos professores com

relação ao skate são: Como fazer para trabalhar com segurança? Como

fazer para conseguir o material? Será que o diretor da minha escola vai

permitir trabalhar com skate?

Para responder estas perguntas, preciso explicar que não existe uma regra

geral exata como uma receita de bolo sobre estas dúvidas, pois os assuntos

abordados podem variar conforme a realidade do professor, da escola, dos

alunos e do grupo social. Somente é possível realizar um direcionamento a

fim de ampliar o conhecimento de técnicas e conhecimentos que forneçam

ao professor os parâmetros para que ele mesmo possa diagnosticar a sua

realidade e planejar qual é a melhor forma de atuar nesta área.

1.2.1. Como fazer para trabalhar com segurança?

Para trabalhar com segurança o professor precisa estar atento a alguns

fatores como: Quais atividades realizar, em que local realizar as atividades,

qual o numero de alunos da turma e principalmente que metodologia utilizar

para ter a turma sobre controle durante a realização das atividades.

Apesar de ser seguro, de uma forma geral, por ser considerado um esporte

radical ainda existem vestígios do mito de que o skate ainda é considerado

por muitos pais e professores um esporte perigoso. Provavelmente Isso vem

de encontro com o pensamento de super proteção dos pais, que se

preocupam com a segurança dos filhos.

Na realidade, com as experiências observadas no estudo de Millet (1993) e

observadas na aula prática apresentada em seminário de Neuro

Psicomotricidade (2004), se as atividades de skate forem ministradas de

forma correta, oferece um numero de risco muito pequeno como um outro

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esporte qualquer ou forma de recreação que envolva movimento corporal e

jogo.

Ao envolver a criança em uma situação problema, onde ela mesma deve

buscar uma estratégia para realizar uma determinada tarefa, auxilia no

desenvolvimento da educação pelo movimento que visão a construção de

uma inteligência.

Imaginem o risco que uma criança de 9 a 10 anos pode correr brincando em

um parque de diversão com aparelhos como: escorrega, casinha, balanço,

gangorra e/ ou em jogos como futebol ou basquete. Será que o risco é

grande?

O risco esta diretamente relacionado à possibilidade de ocorrer um acidente,

e acidente, como a própria palavra que dizer, é um acontecimento sem

intenção. Normalmente acontece por distração ou inexperiência associado a

uma pequena parcela de ansiedade em fazer algo que se esta iniciando.

Um fator importante observado por mim ao longo deste estudo é que como

as crianças são pequenas e mais leves, o efeito de um tombo de skate ao

chão, tem efeito muito menor que em um adulto ou adolescente com altura e

peso maior. Faz parte da física, como o peso e a altura é menor na criança,

o impacto também é menor.

Ao planejar e conduzir a aula, o professor deve ter em mente que a questão

da escolha das atividades propostas é fundamental para manter a segurança

e assegurar a aprendizagem. É inviável pedir a uma criança inexperiente,

que realize movimentos que sabemos que ela não tem idéia de como

realizar, pois ela ainda não esta preparada para isso. É fundamental criar um

processo pedagógico de ensino, formado por movimentos educativos

voluntários começando com os mais fáceis em direção aos mais complexos

que envolvam outras habilidades psicomotoras.

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Outras medidas de seguranças para realização de atividades sem que as

crianças sofram acidentes também é fundamental que o piso do local onde

serão ministradas as atividades seja o mais liso possível e sem buracos.

Com relação ao numero de alunos e a metodologia a ser utilizada, é

sugerido que as atividades sejam ministradas em turmas com pequeno

numero de alunos, tendo em vista que isso facilita o controle e a visualização

do grupo como um todo.

Quando o numero de alunos for muito grande, o mais indicado é a realização

de atividades em pequenos grupos ou auxiliado por outros professores e

estagiários. As atividades em dupla também são interessantes. O aluno

realiza as atividades em parceria com o colega, que se ajudam mutuamente.

A metodologia ideal é procurar realizar as atividades por meio de um

processo pedagógico com a realização de atividade de nível mais fácil para

o mais difícil, assim como passar conhecimentos e vivenciar atividades que

facilitem a realização de outras atividades mais complexas com mais

segurança.

Um exemplo deste processo é o caso de passar informações sobre o

funcionamento do aparelho, deixar a criança experimentar situações que

facilitem a compreensão deste funcionamento e realizar diferentes

atividades, brincadeiras e jogos na posição sentada, deitada, ajoelhada, de

frente e de costas em cima do skate parado e/ ou em movimento antes de

ficar de pé.

1.2.2. Como fazer para conseguir o material?

O material para utilizar em atividades de skate não é simples de conseguir.

Principalmente pelo fato de que o aparelho precisa ter uma qualidade

mínima e uma quantidade mínima de aparelhos dependendo da faixa etária

e dos objetivos propostos.

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Existem produtos caros de mais e existem produtos com qualidade

insuficiente. O ideal é usar um produto nacional, não muito caro e que a

criança consiga realizar as atividades propostas com êxito.

Nos casos de escolinhas esportivas, o aluno deve ter o seu próprio

equipamento ou a escolinha deverá fornecer o material que poderá estar

incluído no preço da mensalidade do aluno ou ser cobrada separadamente.

No caso de escolas, clubes e projetos sociais, o professor deve solicitar a

direção os materiais para ministrar as aulas fornecendo opções de marcas e

preços de materiais que pode ser utilizados.

Existem algumas estratégias que podem ser tomadas para conseguir o

material necessário para realizar as atividades. Nestes casos uma boa idéia

e o mais indicado é pedir para que os alunos tragam o skate de casa e fazer

um planejamento de aula direcionado com o material que conseguir, em

outros, conseguir doações ou patrocínios que viabilizem os materiais

necessários.

Os melhores locais para conseguir materiais de skate são nas lojas

especializadas, pois eles conhecem as variedades de materiais aceitáveis e

costumam ter peças de todos os preços e modelos.

É importante procurar evitar comprar materiais de skate em supermercados,

grandes lojas de redes e lojas não especializadas, pois eles costumam

trabalhar com materiais que não atendem a expectativa do alunos e não é

possível realizar algumas atividades, prejudicando a aprendizagem.

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1.2.3. A escola vai me permitir trabalhar com skate?

Quando não tratamos de escolinhas exclusivamente, para realizar

atividades de skate em escolas, clubes e projetos sociais, é necessário ter

uma autorização e de certa forma uma cumplicidade do diretor, coordenador

ou superior responsável pelo setor da instituição em que o professor que se

propõe a trabalhar com skate estiver atuando. Basta convencer o

responsável pela segurança das atividades que serão propostas.

Com esta autorização existe uma tranqüilidade no trabalho, tendo em vista

que você tem ajuda a conseguir materiais para viabilizar a realização das

atividades, assim como tem segurança na hipótese de acontecer algum

problema.

1.3. A experiência prática

Durante o primeiro bimestre do segundo semestre de 2004, foi realizado no

auditório do Campus Tijuca da Universidade Candido Mendes um Seminário

de Neuropsicomotricidade onde foi apresentado o trabalho SKATEBOARD:

Aspectos Neuropsicomotores, que foi dividido em duas partes, uma teórica,

com uma breve apresentação do histórico do skate e uma fundamentação

baseada na fisiologia do movimento com base na neurociência e uma parte

prática onde os alunos foram submetidos a realizar atividades recreativas

usando o skate como material.

Como os alunos que participaram das atividades eram alunos do curso de

Pós Graduação, na sua maioria Professores de Educação Física,

Fisioterapeutas e Pedagogos, a experiência foi fundamental para observar

os seguintes itens:

A aula prática foi filmada a fim de ter um registro completo do que aconteceu

durante a apresentação.

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Comportamentos pesquisados

A) Como foi a relação dos alunos com relação ao aparelho, se foi

receptiva, se a participação foi boa;

B) Se eles conseguiram realizar as atividades com êxito;

C) Se as atividades foram realizadas com segurança.

Comportamentos observados

A) Foi observado que a participação e a receptividade foi maior entre os

professores de Educação Física, que participaram ativamente das

atividades. Alguns professores que não são Professores de Educação

Física preferiram assistir.

B) Foi observado que todos os alunos que participaram das atividades

conseguiram realizar as propostas com êxito e chegaram a criar

movimentos no momento em que foi solicitado que cada um

inventasse um novo movimento.

C) Foi observado que não ouve acidentes e que a aula foi ministrada

com total segurança entre os participantes.

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CAPÍTULO II

O Skate como Esporte

Para falar sobre o skate como esporte se torna necessário apresentar alguns

elementos que dão ao skate a característica do esporte. Para isso é

importante mostrar a sua História, seus fundamentos, contextualização

durante as competições, as categorias, as modalidades e os critérios de

competição.

2.1. História

Existem indícios que durante os anos 30 e 40 o aparelho já existia, mas

nessa época era utilizado apenas como um brinquedo, onde os praticantes

experimentavam as primeiras manobras e possibilidades de movimentos que

foram descobrindo. A fundamentação destes movimentos tem pouco a ver

com o esporte atual e a febre do skate da época era uma pratica como uma

moda que passou rapidamente como o Yoio e o Bambole.

Os movimentos do skate como um esporte foram criados nos EUA durante o

final da década de 60 e inicio da década de 70, quando alguns surfistas que

andavam de skate começaram a utilizar o skate em rampas retas (planos

inclinados) marginais paralelas as quadras de poli-esportivas de alguns

colégios e dentro de piscinas de concreto que tinham o fundo redondo em

Santa Mônica na Califórnia.

Devido ao alto índice de criatividade o skate durante sua evolução sofreu

diferentes transformações, mas nunca foi nada parecido como é atualmente

e como foi durante sua evolução, com relação à tecnologia de suas peças,

materiais e possibilidades de manobras e movimentos.

Quando nos referimos a invenção do esporte, falamos sobre os novos

movimentos inventados nas décadas de 60 e 70, que já foram realizados no

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passado e são repetidos e adaptados pelos novos praticantes durante o

passado e atualmente.

O skate chegou no Brasil, especialmente na cidade do Rio de Janeiro,

trazido por turistas brasileiros que voltavam ao Brasil e estrangeiros que

vieram morar por aqui e o introduziram espontaneamente no final dos anos

60. Acredita-se que na mesma época tenha chegado também em outros

portos brasileiros.

A primeira competição oficial em pista de concreto do Brasil, foi realizada na

pista reconhecida como a primeira pista de skate da América Latina

inaugurada em dezembro de 76, localizada na cidade de Nova Iguaçu.

Em julho de 1977 aconteceu em Nova Iguaçu RJ, o primeiro

campeonato de pista do Brasil, que foi organizado por mim, sendo

totalmente diferente dos eventos até então, que eram só de freestyle

ou slalon. As regras aplicadas foram a base para os regulamentos das

competições atuais.” (CHAVES, 2000, pág. 15)

Com o passar dos anos, o skate como um esporte deixou de ser apenas

uma brincadeira, e passou a ser um esporte com uma estrutura profissional

de trabalho para algumas pessoas, onde competidores, praticantes, mídia,

fabricantes e organizadores de eventos passaram a se organizar melhor

para formar um mercado esportivo praticado em todo o mundo por homens e

mulheres de todas as idades e classes sociais.

Em 88 foi fundada a UBS – União Brasileira de Skate, com a participação de

skatistas representantes de diversos estados do país. Com a criação da

UBS, foram consolidados a categoria profissional e o campeonato brasileiro,

que existe anualmente desde então.

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A CBSK – Confederação Brasileira de Skate, foi fundada em 6 de março de

1999, em Curitiba, Paraná, pelo então presidente da Federação de Skate do

Paraná, Adalto Elias Pereira, que convocou as federações e associações

representativas de alguns estados e, através de uma eleição de chapa única

foi eleito presidente.

No ano 2000 o skate brasileiro passa a ser considerado a segunda maior

potencia do esporte no mundo só ficando atrás dos EUA. Esta posição do

Brasil se refere a qualidade técnica dos atletas assim como ao mercado e

industria especializada.

No ano de 2001 foi realizado o 1º Congresso Brasileiro de Skate

“Profissionalização Sem Perder a Atitude”, logo após a reestruturação da

confederação, que realizou o evento na intenção de desenvolver o esporte.

No dia 04 de agosto de 2001, na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, foi

fundada a Federação de Skateboard do Estado do Rio de Janeiro (FASERJ),

com a participação das quatro associações fundadoras e de diferentes

personalidades do esporte que foram prestigiar o evento e fortalecer o

movimento do skate no estado.

Em março de 2002, foi realizado no Aterro do Flamengo a primeira

eliminatória das olimpíadas dos esportes radicais, realizada no Brasil, o X

GAMES, que foi transmitido pela ESPN para quase todos os paises o mundo

e vem sendo realizada na cidade anualmente desde então.

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24

2.2. Fundamentos

No skate, os fundamentos são denominados manobras ou tricks. Estas

manobras são realizadas espontaneamente durante a realização das linhas

e conforme nível técnico do praticante.

O skate é um esporte contemporâneo, que tem como características

principais à utilização da criatividade e da liberdade de expressão corporal

no solo, aparelhos e obstáculos.

Esta criatividade e liberdade são percebidas durante observação da

evolução progressiva de performances da prática dos movimentos, gestos e

evoluções, como também em suas modalidades e aparelhos (skate e

obstáculos), ao longo das décadas.

Alguns historiadores apontam que em todas as modalidades existentes a

maioria das manobras (fundamentos), que são realizados atualmente pelos

praticantes, já foram idealizadas e realizadas por outros skatistas no

passado. Ao analisar imagens em vídeo e fotografias de época podemos

confirmamos tal fato, apesar de o aparelho skate antigo ter formas e

dimensões diferentes das do aparelho utilizado atualmente, o que faz com

que a manobra executada tenha um estilo diferente.

2.2.1. A divisão dos fundamentos:

Levando em consideração que o skate é um esporte com um grande número

de fundamentos e por que algumas manobras são formadas pela soma de

outras manobras sugiro uma divisão simples e objetiva que possa ser usada

por todas as modalidades:

A) Fundamentos primários: Os fundamentos primários são as

manobras básicas que todo e qualquer individuo realiza, por meio de

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movimento corporal, para poder passear com o skate sob superfícies

planas ou não. Ex: Impulso, curva, batida, wheelie, fakie, drop e

paradas.

B) Fundamentos secundários: Os fundamentos secundários são as

manobras especializadas que o skatista realiza por meio de

movimento ou conjunto de movimentos objetivando performance

individual. Ex: Ollies, grinds, flips, varials, jumps, slides, airs, rotações,

quedas e grabs.

C) Fundamentos terciários: Os fundamentos terciários são as

manobras complexas que o skatista realiza, por meio da realização

conjunta de duas ou mais manobras secundárias, objetivando uma

performance individual tecnicamente mais difícil de ser realizada. Ex:

Ollie one footed tal grab, flip Indy, varial flip, flip nose grind, heel flip

rock slide, mc twist, ollie 360º flip e muitas outras combinações.

2.3. Competição

No skate como esporte à competição acontece por meio da realização de

desafios individuais, em dupla ou em grupo usando o aparelho, pistas, solo

e/ ou obstáculos, dependendo da modalidade.

Estas disputas costumam ser chamadas de: desafios, campeonatos, contets,

champs, circuitos, desafios, cups, etc... e acontecem tradicionalmente em

forma de apresentações coreografias de 45 a 60 segundos ou em forma de

melhor manobra (best trick).

Na apresentação de coreografias, presentes na maioria das competições

oficiais, os atletas, depois de inscritos passam por diferentes fases de

competição, durante até 3 dias de evento, descritas como: eliminatórias,

semi-final e final.

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Na melhor manobra, o processo de julgamento é mais simples. Ele é dividido

em apenas uma fase podendo variar a forma de avaliação como: avaliação

por árbitros, auto-avaliação ou avaliação pelo público.

Por se tratar de uma atividade esportiva em forma de uma arte de expressão

corporal com aparelho, durante a competição são avaliados na performance

dos skatistas os critérios de: criatividade, velocidade, estilo, dificuldade e

variedade de manobras realizadas no tempo determinado para a

apresentação do competidor.

2.4. Categorias

O skate brasileiro tem atualmente dois tipos de categorias: A) o profissional

e B) o amador. O skate profissional é composto pelos atletas que trabalham

com o esporte e representa o mais alto nível do esporte. O skate amador é

composto por pessoas de todas a idade e níveis divididos oficialmente da

seguinte forma:

NOME

SEXO

IDADE

TEMPO

FEMININO 2 FEMININO LIVRE ATE 24 MESES

FEMININO 1 FEMININO LIVRE ACIMA DE 25 MESES

INFANTIL MASCULINO ATE 10 ANOS LIVRE

MIRIM MASCULINO ENTRE 11 A 13 ANOS ATE 36 MESES

INICIANTE MASCULINO MAIS DE 14 ANOS ATE 48 MESES

AMADOR 2 MASCULINO LIVRE ATE 60 MESES

AMADOR 1 MASCULINO LIVRE LIVRE

Fonte: Regulamento Amador da Confederação Brasileira de Skate

2.5. Modalidades

As modalidades mais praticadas com o skate atualmente são: o park, o

street, o vert, a mini ramp e o down hill.

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2.5.1. Park

O park ou também chamada de street park e de street style é a modalidade

mais praticada entre o skatistas. É representado fisicamente por um conjunto

de obstáculos de madeira, cimento ou metal, de modelos e medidas

diferentes, dispostos estrategicamente em uma área normalmente retangular

(como numa quadra), onde os skatistas passam por estes obstáculos

executando manobras em um período determinado para a apresentação de

coreografia.

Como a modalidade nasceu de manobras praticadas em situações urbanas

de rua, os obstáculos têm sua forma física inspirada em obstáculos naturais

urbanos adaptados para uma situação de quadra, onde o skatista precisa de

diferentes tipos de rampas de fundo para pegar velocidade, realizar algumas

manobras, para amortecer saltos ou se projetar em outros tipos de

obstáculos como tubos de corrimões, caixotes e outras rampas.

Como obstáculos (aparelhos) da modalidade street park encontradas nas

pistas, podemos citar os principais como:

Quarter pipe – rampa com plataforma, tubo metálico na borda e com

transição de raio determinado conforme a altura em forma de ¼ de tubo.

Fun Box – mesa com rampas e corrimões conectados oferecendo diferentes

variedades formas e de manobras ou trajetos, localizadas no meio da pista.

Rampa Reta – rampa também conhecida como 45 graus, ou todou. Pode ter

variação de inclinação de 45 até 15 graus. As menos inclinadas servem para

saltos em fun Box localizadas no meio da pista e as mais inclinadas e altas

servem para pegar velocidade e também para realizar manobras como no

caso das rampas de fundo.

Corrimão – tubo galvanizado ou barra de superfície retangular localizada

situações que o skatista possa deslizar com skate encaixado realizando

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diferentes manobras. Tem uma altura mínima de 55cm e pode ser utilizado

inclinado em escadas e rampas retas ou paralelamente ao solo e na

plataforma de uma de fun Box.

Caixote – tem a forma de caixa ou de um banco com a borda de metal. Tem

altura mínima de 55cm e pode ser utilizado no solo ou inclinado como num

canteiro ou em uma mureta de situação de rua

Uma pista de street park também pode utilizar materiais criativos como:

cones, carrinhos de super mercado, automóveis, latões de lixo e outras

peças.

2.5.2. Street

O street é representando fisicamente pela rua e por todos os obstáculos

naturais das paisagens urbanas, como as escadas, corrimões e curbs, que

possam ser usados pelos skatistas eventualmente.

2.5.3. Vert

O vert, normalmente é praticado em pista tipo half pipe com pista mais alta

que 4 m de altura e com parte da superfície localizada perto do coping em

angulo de 90 graus com relação ao solo.

2.5.4. Mini ramp

A mini ramp, é praticada em pistas parecidas com half pipe, porem

normalmente sua altura não ultrapassa 2m.

2.5.5. Outras modalidades

O down hill é praticado em ladeiras e serras, pode ser praticado em speed e

em slide.

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O freestyle é praticado no solo plano, é muito raro encontrar um praticante

desta modalidade atualmente.

Existem outros tipos de pistas com formas geométricas como cápsula, o

banks, o bowl, snake, etc... mas estas não são modalidades específicas, e

sim variações do vert e mini ramp.

2.6. Critérios de Competição

As competições TRADICIONAIS de skate acontecem utilizando-se do

sistema de apresentação de coreografia de 45 segundos à 1 minuto de

duração. O skatista é avaliado por 3 ou 5 árbitros que fornecem notas para a

performance.

O sistema de critério de avaliação de arbitragem pode variar, dependendo

da instituição organizadora da competição. Basicamente, as notas

fornecidas pelos árbitros, devem ter um parâmetro comparativo entre os

atletas na relação de análise de qualidades do que foi realizado nas

coreografias, mantendo um eixo de memória com as notas fornecidas

inicialmente para os primeiros competidores comparando-as num processo

cognitivo com as notas que irá fornecer para as apresentações dos

seguintes.

Os árbitros observam: o estilo individual do competidor durante execução

das manobras; o grau de dificuldade, complexidade e risco das manobras

escolhidas; a perfeição e precisão na execução de manobras; a criatividade

na escolha de manobras e o Planejamento tático de aproveitamento dos

obstáculos da performance.

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CAPÍTULO III

A Psicomotricidade no Skate

A prática do skate relacionada a psicomotricidade é um assunto muito

interessante. Muitos professores de Educação Física e Recreadores estão

pensando no momento, em fazer algum tipo de trabalho usando o skate

como material. Existem também, muitos profissionais do skate que já atuam

de alguma forma neste mercado. Com isso a psicomotricidade associada ao

skate passa a ser vista com outros olhos por estas pessoas.

O principal pensamento deve ser: O que o skate tem a contribuir com a

psicomotricidade e o que a psicomotricidade tem a contribuir com o skate.

3.1. A psicomotricidade e a aprendizagem

A Psicomotricidade é uma ciência que tem por objeto de estudo o homem,

através de seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e

externo. (Anais do 1º Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, 1982, p. 5)

Educação Psicomotora é a intervenção no processo de evolução

psicomotora do individuo, não somente como um recurso pedagógico, mas

como parte integrante de toda ação educativa. Visa facilitar vivencias de

exploração, expressão, aperfeiçoamento e integração das capacidades

sensoriais, perceptivas, motoras, cognitivas e afetivas do indivíduo com

vistas a estimular e enriquece,r a sua relação consigo mesmo e com o

mundo externo e a tornar-se o agente ativo de sua própria evolução. (Anais

do 1º Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, 1982, p. 5)

A psicomotricidade é uma ciência que estuda o movimento humano.

Basicamente ela esta associada à educação e reeducação do homem.

Quando falamos de educação ou de re-educação, estamos falando

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31

diretamente da aprendizagem e das adaptações do corpo decorrentes desse

processo.

Considera-se aprendizagem um conjunto de condições que provocam

mudanças das capacidades do ser humano. A aprendizagem esta em total

inter-relação com as inteligências, desenvolvendo novas estruturas afetivas,

cognitivas e psicomotoras.

A aprendizagem do movimento ou a aprendizagem psicomotora significa o

armazenamento pelo cérebro de informações necessárias para fazer com

que o corpo ou segmentos do corpo realize qualquer tipo de movimento com

o corpo.

Uma teoria atualmente prevalente sugere que, na área sensorial do cérebro,

uma habilidade que foi praticada um numero suficiente de vezes torna-se

memorizada e que quando um individuo deseja realizar essa determinada

habilidade, ele recorre novamente a este padrão motor particular que é

“reinterpretado” (replayed) imediatamente. Os psicologistas chamaram esses

padrões motores memorizados de ENGRAMAS. Um engrama é um traço

permanente deixado por um estimulo no protoplasma tecidual... O engrama

sensorial implica um servomecanismo proprioceptor de retroalimentação. As

vias neurônicas provenientes dos proprioceptores passam através d

cerebelo para áreas sensoriais do córtex cerebral, e a seguir, para o córtex

motor... Por exemplo: ao se beber uma água, os proprioceptores dos dedos

e das mão e do braço enviam mensagens SNC. Ai o ENGRAMA

previamente estocado é utilizado como modelo. (FOX, 1989, p. 108)

O córtex cerebral e o cerebelo são os centros empregados no aprendizado

de novas habilidades. Essas áreas do cérebro iniciam o controle voluntário

dos padrões de movimento.

A psicomotricidade esta para a educação, assim como esta para todas as

áreas desportivas e culturais que envolvam movimento corporal, pois o

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32

homem aprende por meio de diferentes tipos de movimentos que realiza

com o corpo desde o momento em que nasce.

Existem diferentes formas de aplicar e trabalhar com a psicomotricidade. As

formas mais comuns de se encontrar um trabalho consciente com a

psicomotricidade são nas escolas, nas academias, clinicas, em grupos da

terceira idade, com crianças especiais e nos esportes em geral.

Um dos grandes cientistas desta área foi Piaget. Ele se empenhou em a

acompanhar, mediante observações sistemáticas, como se dá a construção

da inteligência desde o nascimento de uma criança. Ele estudou como se dá

a construção de conhecimento enquanto construção psíquica e buscava

entender o sujeito epistêmico.

Para Piaget a inteligência é a adaptação e seu desenvolvimento está voltado

para o equilíbrio. Sendo assim a ação humana visa sempre a melhor

adaptação ao ambiente. (DANTAS, 1992, p. 8)

Se a inteligência é uma adaptação e seu desenvolvimento esta voltada para

o equilíbrio, podemos considerar que a aprendizagem ocorre

constantemente durante o processo de desenvolvimento humano na relação

com sigo mesmo e com o meio que o cerca. A criança sofre constantes

organizações de experiências da sua ação formando novos ENGRAMAS.

A principal diferença do profissional que trabalha na área esportiva ou

educacional que conhece a psicomotricidade é o que pode ser feito com a

intenção do trabalho elaborado pelo professor. Com este planejamento

intencional se torna mais fácil de obter bons resultados. Quem conhece a

psicomotricidade tem condição de planejar, orientar, controlar e avaliar os

resultados de atividades para uma aprendizagem.

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A prática esportiva em geral garante ao praticante uma melhoria de saúde e

de qualidade de vida. Na Educação Física e na Psicomotricidade a pratica

dos movimentos exigidos pelo esporte na criança são utilizados como

instrumento de modificação das condições biológicas do organismo humano

a fim de melhorar a qualidade de áreas psicomotoras das crianças.

A Educação Motora na instituição deve ser levada a sério, respeitando as

diferenças individuais e grau de maturidade das crianças, conduzida de

forma lúdica (recreativa), levando-as a fazer uso de diferentes gestos,

posturas e expressões corporais com intencionalidade, fazendo com que a

criança se sinta segura, para arriscar e vencer desafios, proporcionando

conhecimento a cerca de si mesma, dos outros e do meio em que vive.

Diversos autores, entre eles Cratty (1975) apontam o corpo como meio de

conhecimento para os demais aspectos. No inicio todo conhecimento é

motor, e posteriormente divide-se em três ramos: cognitivo, afetivo e

psicomotor. Que para Le Boulch (1986) podem assim ser denominados: o

saber fazer, o querer fazer e o poder fazer. (Mattos, 2004, p. 20).

A compreensão neurológica do movimento humano em muito auxilia o

professor no momento do planejamento das aulas: na Educação Infantil

especificamente, a prioridade das atividades motoras deve incidir sobre o

movimento voluntário onde destacamos a obrigatoriedade do pensamento e

decisão individual de como resolver uma tarefa motora. (Mattos, 2004, p.

23).

Para Wallon, citado por Dantas (1992) e por Mattos (2004), podemos definir

como movimento voluntário aquela motricidade que exige o estabelecimento

de um plano de ação, ou seja, a tomada de decisão em nível do córtex

cerebral, o planejamento da ação motora, a avaliação dos resultados dessa

ação e finalmente a leitura desses resultados acumulando-os em forma de

experiências.

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34

Em algumas obras podemos encontrar duas linhas de trabalho que se

encaixam separam a psicomotricidade em duas áreas de atuação. No

estudo do skate como uma prática esportiva, podemos afirmar que: A) uma

esta voltada para a educação do movimento, ou seja, qual a melhor forma

de realizar determinado movimento e outra, B) esta voltada para a educação

pelo movimento, que esta diretamente ligada a utilização do esporte como

uma forma de educar, principalmente relacionada ao contexto escolar.

Como educação do movimento compreende-se a realização de atividades

motoras que visam o desenvolvimento das habilidades motoras (correr,

saltar, saltitar, arremessar, empurrar, puxar, balançar, balancear, subir,

descer, andar), da capacidade física (agilidade, destreza, velocidade de

reação) e das qualidades físicas (força, resistência muscular localizada,

resistência aeróbia e resistência anaeróbia). Portanto, a educação do

movimento prioriza o aspecto motor na formação do educando. No ambiente

escolar, a ênfase, entretanto, ocorre nas séries finais do ensino fundamental

quando características psicológicas e fisiológicas dos alunos correspondem

às especificidades desta proposta. (Mattos, 2004, p. 22)

A educação pelo movimento caminha além do componente motor,

compreendendo os aspectos afetivos, cognitivos e sociais também.

Explicando melhor: a realização de atividades motoras inclinadas para a

educação pelo ou através do movimento nos trará o desenvolvimento das

relações afetivas, cognitivas e logicamente motoras. (Mattos, 2004, p. 24)

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3.2. Psicomotricidade e a evolução do homem

A antropologia é a ciência que estuda a evolução do homem. As

transformações que ocorreram no corpo decorrente da evolução da espécie.

A evolução cultural e o desenvolvimento do cérebro como um órgão de

comunicação e de aprendizagem, foram juntas com outras modificações no

corpo, e na história, que formaram o ser humano que conhecemos em nossa

sociedade atual e em algumas tribos atualmente.

O homem moderno, ao contrário do Neanderthal, com a expansão do lobo

frontal alcançou uma motricidade planificada, regulada e hiper controlada

que esta na base de sua maior criatividade e inovação cultural. (FONSECA,

1998, P. 109).

Associado a comunicação e a aprendizagem constam que o

desenvolvimento da linguagem tem grande influencia psicomotora, tendo em

vista a coordenação de lábios, língua e cordas vocais por parte do SNC.

A planificação da ação (planificação motora), está certamente associada à

existência de maior matéria cinzenta no Homem moderno do que no Homem

de Neanderthal (Jastrow, 1987), na parte anterior do cérebro – o lobo frontal

– considerada a terceira unidade funcional, responsável pela organização da

atividade consciente, pela programação, regulação e verificação da

atividade, atributos e propriedades excelsas da motricidade humana, que

estão na origem da capacidade criativa do pensamento e na base da

evolução cultural. (FONSECA, 1998, P. 109).

O homem foi capaz de imaginar e construir um mundo exterior que lhe

trouxe conforto e segurança. A capacidade de motricidade construtiva, as

ferramentas que construiu e linguagem que desenvolveu formam a base da

sua cultura.

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A cultura do homem é baseada no conhecimento que acumulou durante sua

existência. Na maioria das terras do planeta surgiram diferentes povos com

diferentes culturas de épocas e regiões diferentes.

Em Vygotsky, 1987, a consciência não é mais do que o contato social

consigo mesmo, ela sai fora dos limites do subetivo e de uma explicação

biológica reducionista, para se projetar nas formas objetivas da vida social e

da relação do homem com a natureza. (FONSECA, 1998, P. 108)

No passado existiram outras espécies hominídeas que se extinguiram e ou

foram se transformando no homem moderno atual. A ultima espécie antes

do homo sapiens foi o homem de Neanderthal.

A complexidade informática, infra e interneurosensorial, intra e inter-

hemisférica, só pode ser entendida em termos de pressões evolutivas e

competências de sobrevivência, onde o trabalho, o domínio do fogo, a

fabricação de utensílios e ferramentas, as estratégias de caça, a expulsão

de ocupantes indesejáveis, a curiosidade, o comportamento exploratório

ativo, etc... em si e na sua interação biosocial, atingiram um significado de

grande transcendência extra biológica. Mais tarde outras competências

culturais adicionais como a conversação da linguagem falada e escrita, a

agricultura, arte, tecnologias, mitos... Expandiram o volume de experiências

e de conhecimentos naturalmente concomitantes com as mudanças

evolutivas forjadas pela sensação natural e culminadas com o

desenvolvimento do cérebro. (FONSECA, 1998, P. 111)

A origem do homem e dos descendentes daqueles que um dia criaram

nossa cultura atual e sobre as modificações da filogênese de pessoas de

povos antigos são assuntos de grande profundidade cientifica, que podem

facilitar o entendimento da psicomotricidade de uma forma ampla.

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CONCLUSÃO

O cenário brasileiro do mercado de skate esta cada dia mais amplo. Uma

das principais áreas de atuação profissional para trabalhar neste mercado

são as escolinhas de iniciação esportiva.

Este estudo foi o primeiro estudo realizado na psicomotricidade para a

iniciação esportiva e recreação com skate realizado no Brasil.

Ele colabora com a percepção da importância do conhecimento da

psicomotricidade no processo de aprendizagem dos fundamentos básicos do

SKATE.

A consciência deste conhecimento visa o desenvolvimento de um processo

de ensino da modalidade, a educação psicomotora e qualidade de vida e a

segurança de futuros praticantes.

Ele sugere depois de avaliar os comportamentos pesquisados e os

comportamentos observados que: existe um interesse do Professor de

Educação Física em conhecer melhor o skate, que um processo do mais

fácil ao mais difícil colabora para a realização das atividades com êxito e que

um trabalho realizado dentro do contexto desta metodologia de ensino

aumenta a dos alunos participantes.

Ele também sugere que a consciência do saber da psicomotricidade, e sua

forma de atuação na educação são muito importantes para quem trabalha

com a educação e formação de crianças e jovens durante a maturação do

organismo, e que este conhecimento é fundamental para melhorar a

qualidade do ensino do skate como recreação e como uma prática esportiva

de massa.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

______________. Piaget, Wygotsky e Wallon. São Paulo, editora Summus,

1992.

______________. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos.

Rio de Janeiro, editora Quanabara Koogan, ano 1991.

Anais do 1º Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, SPTP, RJ, 1982.

BRITTO, Eduardo de et. al.. A Onda Dura: 3 Décadas de Skate no Brasil.

São Paulo, editora Parada Inglesa, 2000.

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: Filogênese, Ontogênese e

Retrogenese. São Paulo, editora artes Médicas sul, ano1998.

LAROSA, Marco Antonio. Como produzir uma monografia passo a passo...

siga o mapa da mina/ Marco Antonio Larosa, Fernando Arduine Ayres. Rio

de Janeiro editora WAK, ano 2002.

MATTOS, Mauro Gomes de. Educação Física Infantil: construindo o

movimento na escola / Mauro Gomes de Mattos, Marcos Garcia Neira. São

Paulo, editora Phorte, ano 2004.

THATCHER, Kevin. How to Build Skateboard Ramps. California, editora High

Speed, 2001.

UVINHA, Ricardo Ricci. Juventude Lazer e Esportes Radicais. São Paulo,

editora Manole, 2001.

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39

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Recreação: Brincando e Aprendendo com Skate 12

1.1. A iniciação esportiva 13

1.2. Como trabalhar com skate 15

1.3. A experiência prática 19

CAPÍTULO II

O Skate como Esporte 21

2.1. História 21

2.2. Fundamentos 24

2.3. Competição 25

2.4. Categorias 26

2.5. Modalidades 26

2.6. Critérios de competição 29

CAPÍTULO III

A Psicomotricidade. 30

3.1. A psicomotricidade e a aprendizagem 30

3.2. A psicomotricidade e a evolução do homem 35

CONCLUSÃO 37

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO 40

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40

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

TÍTULO DA MONOGRAFIA

ASPECTOS PSICOMOTORES NA PRÁTICA DO SKATE.

Data da entrega: ______________________________________________

Avaliado por: ________________________________ Grau:_____________

Rio de Janeiro, ______ de ___________________ de ___________

________________________________________

COORDENAÇÃO DO CURSO