tribo skate edição 228

100
Ano 24 2014 # 228 R$ 9,90 www.triboskate.com.br Glauber Marques, bs tailslide. DON L * WILLIAN SECO * MAURICIO NAVA * ROTA PANAMERICANA * CEARÁ PRO TERRA EM TRANSE COM GLAUBER MARQUES KRONIK TOUR A BUSCA DA EQUIPE PERFEITA CAMPO GRANDE HORDEM E DESORDEM ZION NO ESGOTO DE DIADEMA DITCHADEMA

Upload: tribo-skate

Post on 06-Apr-2016

279 views

Category:

Documents


25 download

DESCRIPTION

Tribo Skate Edição 228

TRANSCRIPT

Page 1: Tribo Skate Edição 228

tribo skate - ano 24 - outubro 2014EntrEvista Pro: GlaubEr M

arquEs • KroniK tour: brasília E rio dE JanEiro • o ditch dE diadEMa • don l

eDiÇÃo nº 228

Ano 24 • 2014 • # 228 • R$ 9,90

www.triboskate.com.br

Glauber Marques, bs tailslide.

Don L * WiLLian Seco * Mauricio nava * rota PanaMericana * ceará Pro

Terra em TranseCom Glauber marques

KroniK Toura busCa da equipe perfeita

Campo GrandeHordem e desordem

Zion no esGoto de diademadiTChadema

Page 2: Tribo Skate Edição 228
Page 3: Tribo Skate Edição 228
Page 4: Tribo Skate Edição 228
Page 5: Tribo Skate Edição 228
Page 6: Tribo Skate Edição 228
Page 7: Tribo Skate Edição 228
Page 8: Tribo Skate Edição 228
Page 9: Tribo Skate Edição 228
Page 10: Tribo Skate Edição 228

10 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 11: Tribo Skate Edição 228

outubro 2014 // edição 228

Capa: Com uma câmera na mão, sempre haverá uma ideia na cabe-ça, se o personagem envolvido for Glauber Marques. Criativo ao ex-tremo, ele filmou em Genebra para o Mad City e trouxe imagens com a sua cara. Segunda capa do Glauber na Tribo Skate. Bs tailslide.Foto: Iñaki Lopez Ratouis

ÍndICe: O pico é clássico em aracaju e Juan Martinez colocou pra baixo em grande estilo. Ollie to bank.Foto: Carlos Taparelli

especiais>36. Hordem tour DesobeDiência em campo GranDe

50. KroniK tour a busca Da equipe perfeita

64. entrevista pro Glauber marques e a terra em transe

76. ditcHadema a Zion no piscinão De DiaDema

eDitorial .....................................................14Zap .................................................................20casa nova ...................................................82Hot stuff ....................................................86ÁuDio: Don l ...............................................90o bowlriDer ...............................................92skateboarDinG militant ......................94saiDeira .......................................................96

seções>

Tribo SkaTeManTendo a chaMa aceSa

2014/outubro TRIBO SKATE | 11

// índice

Page 12: Tribo Skate Edição 228
Page 13: Tribo Skate Edição 228
Page 14: Tribo Skate Edição 228

Por Cesar Gyrão // Foto Heverton ribeiro

O skate foi criado nas primeiras décadas do século passado, mas foi entre os anos 1950 e 1960 que ele começou a ser produ-zido em escala comercial, tornando-se um

brinquedo, um esporte, uma indústria e um estilo de vida. Depois deste período de cerca de 60 anos, era de se esperar que as primeiras gerações de skatistas estivessem partindo desta vida terrena, passando a fazer parte da história. No Brasil, por mais que se te-nha andado de skate nos anos 60, o movimento era insignificante perto do que foi na década seguinte. Nossa primeira geração é do começo dos anos 70. Alguns poucos seguiram atuando no skate por toda a vida, o caso do paulista Bruno Brown. o autêntico Wave Boy, foi um exemplo de skate na veia. Lembro como se fosse hoje da equipe Wave Park no Campe-onato Brasileiro de Skate em Pista, no Clube Doze de Agosto, em Jurerê, Floripa, em 1978. Entre eles, o Bruno, um dos mais radicais da equipe do skatepark de São Paulo. Um ano depois, encontraria novamen-te a figura no Brasileiro da Swell, no sítio de Viamão, rS. Estes são alguns dos momentos mais antigos de minhas lembranças desta figura ímpar do skate brasi-leiro, que nos deixou no dia 22 de setembro, vítima de câncer. João Bruno Leonardo Junior era um cara de riso fácil, mas também de posicionamentos críticos e uma referência para tantos e tantos skatistas no Bra-sil e no mundo. Bruno iniciou seus rolês nas ladeiras do Morumbi, por volta de 1974. Em 77, naturalmente foi convidado a integrar a equipe Wave Park, com a criação da primeira pista com snake run, bowl, bowl-zinho e um bowlzão de 4,5 m de altura e muito vert na Avenida Santo Amaro, pelo amigo Charles Putz. Ao lado de personagens como Luis roberto Formiga, Jun Hashimoto, Jofa, ralph, Pedrão e Marcos puxou o bonde do bowlriding para padrões não imaginados. Foi capa da revista Brasil Skate, do Jornal do Skate e, mais tarde, mais de 10 anos depois, da overall. Bru-no também foi dos primeiros brasileiros a andar de skate nos Estados Unidos, fazer intercâmbio, trazer marcas e se tornar amigo de alguns dos principais personagens do skate internacional. Junto com a fa-mília, licenciou marcas como a Hosoi e a thrasher no Brasil e foi um dos responsáveis por trazer pela primeira vez tony Alva e o Christian Hosoi para nosso país. De volta ao Brasil, em 2003, depois de longos anos nos EUA, Bruno criou a loja Wave Boys, fez tours memoráveis com a tribo Skate e amigos como o Shin Shikuma, o saudoso Williams Indião, Daniel Kim, Marcelo Kosake, Sergio Yuppie, Duzinho Braz; promoveu grandes eventos de slalom (inclusive con-seguindo autorização para fazer o Grande Prêmio Brasil no Autódromo de Interlagos, por exemplo); ven-ceu alguns eventos old School em Guaratinguetá. recentemente Bruno vinha investindo na retomada de sua marca Charger, além de participar de projetos como a 1968 do Ari Bason, sempre travando a luta contra o câncer e com a cabeça totalmente ativa. Foi assim, bravo e intenso, até o fim. Um cara que deixa saudades e um legado do mais puro skate, seja onde for, seja em que terreno for.

Bruno Brown vive!

Em agosto de 2010, Bruno passou uma breve temporada em Floripa e fez do RTMF a sua casa. Fs ollie over the channel de mestre.

14 | TRIBO SKATE outubro/2014

editorial //

Page 15: Tribo Skate Edição 228
Page 16: Tribo Skate Edição 228

Editores:Cesar Gyrão, Fabio “Bolota” Britto Araujo

Conselho Editorial:Gyrão, Bolota, Jorge Kuge

Arte:Edilson Kato

Redação:Junior Lemos

Colaboradores:Texto: Felipe Ventura, Fernando Gomes, Homero Telles, Pablo Groll

Fotos: Alan Ferreira, Carlos Taparelli, Diogo Groselha, Heverton Ribeiro,Ignacio Aronovich, Iñaki Lopez Ratouis, João Brinhosa, Julio Detefon, La Main, Leonardo Avelino, Pablo Vaz, Pavel Derenkov, Robson Sakamoto, Rodrigo K-b-ça, Thomas Teixeira

Colunistas: Guto Jimenez, Léo Kakinho

Pátria Editora LtdaPresidente: Jaime BenutteDiretor: Iberê BenutteAdministrativo/Financeiro: Ana PaulaCirculação/Comercial: Patrícia Elize Della TorreComercial: Cezar Toledo ([email protected])

Fone: 55 (11) 2365-4123www.patriaeditora.com.brwww.facebook.com/PatriaEditora

Empresa filiada à Associação Nacionaldos Editores de Publicações - Anatec

Impressão:Log & Print Gráfica e Logística

Bancas:Distribuída pela Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, nº 1678, CEP 06045-39, Osasco/SP

Distribuição Portugal e Argentina:Malta Internacional

Deus é grande!São Paulo/SP - Brasilwww.triboskate.com.brE-mail: [email protected]

A Revista Tribo Skate é uma publicação da Pátria Editora. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam as da revista. Dúvidas ou sugestões:[email protected]

Ano 24 • outubro DE 2014 • nÚmEro 228

Page 17: Tribo Skate Edição 228
Page 18: Tribo Skate Edição 228
Page 19: Tribo Skate Edição 228
Page 20: Tribo Skate Edição 228

Primeiros quilômetros da Rota Panamericana// TexTo e foTos JunioR Lemos

O Brasil foi o destino de uma das quatro paradas na América Latina da mais recente acão mundial da Nike SB. Aqui começou a Rota Panamericana, que reuniu sete dos skatistas globais da marca e alguns dos integrantes da equipe nacional (Fabio Cristiano, Cezar Gordo, Rodrigo Petersen, Felipe Foguinho e Yuri Facchini).

Luan de Oliveira, Paul Rodriguez, Ishod Wair, Shane O’Neill, Youness Amrani, Theotis Beasley e Karsten Kleppan (mais novo integrante da equipe) passaram dois dias em São Paulo, atendendo à mídia especializada no Brasil Skate Camp, em ati-vação na Bless Skate Shop e por último em uma demo frenética no Campo de Marte, na qual este-ve presente uma multidão de skatistas vindos das mais diversas cidades.

Wilton Souza, switch fs crooked.

Luan de Oliveira, bs flip.

20 | TRIBO SKATE outubro/2014

zap //

Page 21: Tribo Skate Edição 228
Page 22: Tribo Skate Edição 228

Foi quando 50 dos mais expressivos amadores bra-sileiros tiveram a oportunidade de mostrar suas ma-nobras na área montada em um hangar do Campo de Marte. A jam session rolou em 10 minutos por bateria, julgada pelos árbitros CBSk André Hiena, Rubens Su-nab e Thiago Garcia, que definiram os três melhores, levando em consideração o rolê em meio à euforia do público, enquanto aguardava seus ídolos. Wilton Souza (1º), Kaue Cossa (2º) e Henrique Crobelatti (3º) recebe-ram surpresos, cada um, das mãos de Shane e Paul, um shape assinado pelos intergrantes da Rota mais vale-compras.

A demo feita pelos caras certamente foi o momento mais importante na vida de muitos ali. Trabalho extra para os seguranças, que tiveram que conter a vontade que cada um dos dois mil presentes tinha em chegar ainda mais perto de seus ídolos, seja pra fazer aquela foto, trocar uma ideia ou pedir um autógrafo. Terminado o evento, a Rota seguiu para a Argentina, Peru e Méxi-co, finalizando em Los Angeles os 16.000 km percorri-dos, com os caras levando seu skate e recebendo em troca todo o carisma do público.

Nossa cobertura completa está no triboskate.com.br e com a referência #sbpanam também é possível ver nas redes sociais muito mais sobre a Rota Panameri-cana Nike SB.

> Primeiros quilômetros da Rota Panamericana

Ishod, bs noseblunt no BSC Park.

P-Rod., switch bs flip.

22 | TRIBO SKATE outubro/2014

zap //

Page 23: Tribo Skate Edição 228
Page 24: Tribo Skate Edição 228

Brasileiro: 1º Luan Oliveira (RS)2º Kelvin Hoefler (SP)3º Jefferson “Bill” (MG)4º Rogério “Febem” (PR)5º Danilo do Rosário (PR)6º Rodil Ferrugem (PR)7º Denis Silva (SP)

8º Samuel “Jimmy” (DF)9º Mailton dos Santos (SP)10º Diego Oliveira (SP)

Mundial:1º Kelvin Hoefler (SP)2º Luan de Oliveira (RS)3º Danilo do Rosário (PR)

4º Rodil de Araujo Jr. “Ferrugem” (PR)5º Denis Silva (SP)6º Lucas Carvalho “Xaparral” (PR)7º Rogério Lopes “Febem” (PR)8º Samuel “Jimmy” (DF)9º Mailton dos Santos (SP)10º Jefferson Bill (MG)

Ceará street Pro: Dois na levaBrasileiro e Mundial// foTos JuLio Detefon

Foram dois eventos na sequência: a primei-ra etapa do Brasil Skt Pro, Circuito Brasileiro da CBSK e a quinta etapa do Mundial WCS, em dois finais de semana agitados de setembro em For-taleza. A brincadeira foi realmente séria na pista do Parque do Cocó, com skate afiado do começo ao fim destes eventos. Luan de Oliveira estreou o Brasileiro com vitória e Kelvin Hoefler venceu mais uma do Mundial, engatando mais uma vez a chance de levantar sem pausa o título de cam-peão do ranking WCS. Destaque no Brasileiro para Jefferson Bill, que em seu primeiro evento como profissional chegou ao pódio, com o terceiro lugar. No Mundial, domínio total de brasucas, sem chances para os gringos presentes. Vale a pena dar um look no site da CBSK e ver os vídeos, fo-tos, crônicas e resultados: www.cbsk.com.br.

Kelvin Hoefler, fs bluntslide, WCS.

Jefferson Bill, bs ollie, CBSK. Luan de Oliveira, fs flip, CBSK.

24 | TRIBO SKATE outubro/2014

zap //

Page 25: Tribo Skate Edição 228
Page 26: Tribo Skate Edição 228

Mauricio Nava

Common, The Light MC Thiago Elniño e Sapiência, Cidade Fumaça Easy Stars All Stars, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Pharrell, HappyNovos Baianos, Mistério do Planeta Damian Marley, Land of PromiseSizzla feat. Capleton, The Vibes Amplexos, LeãoThe Roots, The Next Movement Slim, Honra ao Meu Mérito Augustus Pablo, Pablos at Studio One 2081, MC RalphMc Lelin, Cidade Natal (Remix) Rancid, Time BombRael da Rima, Causa e Efeito Dinosaur Jr, CreepiesRael da Rima, Só não Posso Cultura Profética, Inspiración July, Jolly Mary Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, Águas de Março

Ele normalmente enxerga picos onde muitos não veem nada, com manobras que também não são tradicionais, muito antes desse estilo de skate ter virado a sensação do momento. Mauricio Nava revela aos nossos leitores as 20 músicas que tocariam facilmente na trilha sonora de sua vida.

Mauricio Nava (Qix International, Skatismo, Viva Rodas, V8 Trucks, Overall Skate Shop e Chillax Inglês)* E fiquem ligados no Qix TV (qix.com.br); Nava vai lançar em breve uma vídeo parte inteira andando apenas na grama.

Half cab rockslide to fakie saindo na grama, Volta Redonda/RJ.

Leon

ardo

ave

Lino

26 | TRIBO SKATE outubro/2014

zap //

Page 27: Tribo Skate Edição 228
Page 28: Tribo Skate Edição 228

eLes usam PaReDes aLheias PaRa manDaR seus ReCaDos; aLguns DeLes amistosos, outRos nem tanto. e Como skatista semPRe Leva seu oLhaR tReinaDo PaRa LugaRes inesPeRaDos, a CoLuna Deste mês tRaz fRases que PassaRam PeLo instagRam De aLguns DeLes.

@delavy

@tiagomoraes @pirikitosemasa @bassildo

@linaldimarta @Kamau_ @instahpsp

@igor_morozini @gracisan

MeNsageM

28 | TRIBO SKATE outubro/2014

zap //

Page 29: Tribo Skate Edição 228
Page 30: Tribo Skate Edição 228
Page 31: Tribo Skate Edição 228
Page 32: Tribo Skate Edição 228

Willian Seco

• Seco, na minha opinião sempre foi um atleta completo (anda bem na rua, nas pistas e sempre foi campeonateiro). Percebi que nesses dois úl-timos anos você está andando sem pressão. Minha pergunta é, o que levou você a andar desta forma? Você acha que hoje chegou à sua maturidade no skate? Abraço! (Rodil Jr. Ferrugem, Curitiba/PR)

– Maturidade, sempre tive no skate, porque desde quando co-mecei a andar percebi e senti que era isso que queria para minha vida. Nunca andei pressionado, mas já fui um pouco mais com-petidor. Hoje prefiro estar produzindo vídeos, fotos para revistas e dando continuidade a outros projetos dentro do skate

• Salve Seco, você é um dos skatistas mais considerados no Brasil e no mundo e tô ligado que teve que fazer vá-rios corres pra chegar aonde está hoje. Quais foram os corres que mais marcaram e os mais engraça-dos? Valeu, abraço! (João Paulo Barbosa Ferreira, Barra Bonita/SP)

– Todos os corres são marcantes, mas tem um especial que me lembro bem, que foi quando pas-sei 24 horas dentro de um ônibus, indo para um campeonato em Novo Hamburgo/RS. Quando cheguei, comi algo que não me fez bem, passei dois dias do-ente, vomitando e de cama. Aí, no fim, consegui me recuperar, correr o campe-onato e acabei ganhando. Engraçado foi chegar na Ale-manha, na minha primeira viagem para outro país, sem saber falar nenhuma outra língua e precisar pedir informação. Usei a mímica e funcionou.

• Você era da FLH e Qix, e ficou bastante tempo nes-tas marcas. Por que saiu delas? Onde é melhor para fa-zer umas sessions de skate, aqui no Brasil, ou em ou-tros países? (Felipe Thiago de Albuquerque, Mogi/SP)

- Tive uma boa coletividade com as duas marcas, mas chegou uma hora que já não estava mais legal e acabou surgindo outras oportunidades para ambas as partes e foi aí que acabaram as parcerias.

• Opa, Willian? Gostaria de saber qual tipo de preparação física fora o skate que você faz pra manter a forma?

– Hoje faço academia e alguns treinos funcionais.• Hoje em dia, o que te motiva a permanecer

evoluindo?– Força de vontade e amigos encentivando. • Quais seus projetos futuros no skate? Loja,

marca própria, eventos, etc?

– Projetos futuros são continuar participando dos principais eventos, con-tinuar produzindo imagens para vídeo parte e trabalhar em cima de uma

marca própria.• Quais skatistas te influenciaram no passado e os que influen-

ciam hoje? Gringos e brasileiros? (Mario Lucena, Fortaleza/CE)– No passado um deles era Eric Koston, outro o Cezar Gordo.

Hoje ainda é Eric Koston e os jovens talentos que vem surgindo.• E aí, Willian Seco? Tranquilo? Na verdade, gostaria de pedir uns

conselhos. Gostaria de saber como faço para ter forças para andar de skate depois do traba-

lho? Trampo em um esto-que de uma loja de in-formática, mas todos os dias fico triste porque não queria estar nessa função, queria estar an-

dando de skate. Na ca-beça, quero muito andar

mas o corpo está cansado. Tenho um dvd de campeo-

nato que você aparece e curto seu rolê, muito naipe. Um dia

espero poder viver do skate igual a você! Abraço. Valeu! (Felipe Dias, São Paulo/SP)

– Sempre digo que nunca é tarde para nossos sonhos, então

continue acreditando que é possível e isso vai te levar longe em seus obje-

tivos. Depois do trabalho, coloque um som em seu iPod e vai para o lugar que costuma

andar de skate, direto do trabalho com moti-vação, nem que consiga andar pouco tempo e

assim vai acostumando.• Seco, o que você mais prestigia no skate?

– A liberdade de praticá-lo sem precisar e nem depender de companhia, diferente do futebol e outros esportes coletivos.

• Qual a sua trick predileta?– Hoje em dia é switch flip• O que você faz no dia a dia que tem que ser de lei?

(que envolva o skate)– Verificar meu email para estar sempre em contato com

meus patrocinadores.• Um país que gostaria de conhecer para andar de ska-

te? E por qual motivo? (Luiz Riciati Jr., São Paulo/SP)– China, porque os picos que vejo nos vídeos são muito

legais e deve ser um lugar muito produtivo.• Como você se sente podendo realizar todas suas

vontades por causa de uma escolha que você fez, que foi seguir o caminho do skate com todas as dificuldades que existem no interior de SP, podendo todo ano ir pra temporada europeia, fazendo viagens pelo skate? Você se sente totalmente realizado? (Thiago Garcia, Botucatu/SP)

– Sim, me sinto realizado, graças a Deus, por estar até

ElE é uma máquina do skatE técnico dE rua. é capaz dE fazEr linhas EnormEs variando as manobras, na basE E dE switch E Esta é uma imagEm quE bEm dEfinE o sEco: uma atrás da outra, sEm pausa. com a ExpEriência dos 30 anos dE idadE, mais tantos dE skatE E viagEns intErnacionais, é um dos rEprEsEntantEs do intErior dE são paulo com a maior bagagEm. fEz uma carrEira sólida Em campEonatos dEsdE a época dE amador, vEncEu bEst tricks intErnacionais E chEgou a batEr o rEcordE mundial dE high jump, com suas famosas pErnas dE molas. sEco sEmprE foi um cara atuan-tE, divulgando suas viagEns por todo o mundo Em sitEs dE sEus patrocinadorEs, dE rEvistas E Em suas rEdEs sociais, dEsdE quE surgiram as primEiras oportunidadEs. os lEitorEs pErguntaram, willian rEspondEu. atualizE-sE sobrE o linha vErmElha dE outubro dE 2014.

// Willian Henrique Batista Domingues30 anos, 18 de skate

Patrô: snowayBotucatu/sP

zap //

32 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 33: Tribo Skate Edição 228
Page 34: Tribo Skate Edição 228

WilliaN seco

Próximo enfocado: lucas Xaparral envie suas Perguntas Para: [email protected] o tema linHa VermelHa – lucas Xaparralcoloque nome comPleto, cidade e estado Para concorrer ao Produto oferecido Pelo Profissional.

hoje podendo viver esse sonho de criança que era viajar o mundo com o skate, mas não estou totalmente realizado, porque ainda tem muito a sonhar e correr atrás.

• O skate é muito competitivo. Na sua opinião, quais as maiores dificul-dades para se tornar um profissional hoje em dia? Quais as dificuldades que um profissional encontra para se manter?

– Dificuldade é que a cada dia aumentam os skatistas e com tanta informa-ção, todos estão evoluindo e querendo um espaço para se tornar um profissio-nal. E para se manter não tem muita dificuldade, se você trabalhar direto e tiver a confiança dos patrocinadores para manter o nível do seu skate lá no alto.

• Por que as grandes marcas não divulgam ou investem em eventos nas cidades do interior, como por exemplo, aqui no Vale do Paraíba? Existem grandes talentos por aqui.

– Creio que as marcas não investem porque não têm lojas que puxam a força para sua região. Sou do interior também e na minha região sempre foi muito fraco o incentivo das marcas.

• Quais conselhos você daria para pessoas que se espelham em você, assim como eu, participando de eventos cada vez mais competitivos? Que conselhos você daria a mim e a todos que estão no mesmo caminho para chegar, talvez um dia, assim como você, no nível profissional?

– Seus sonhos podem ser realizados, por mais difícil que pareçam. Não desanime porque o caminho é você quem faz; então acredite e siga em frente.

• Em sua trajetória no skate, acaba viajando para muito lugares dife-rentes, e muitas vezes estas viagens acabam sendo inesperadas. Como você faz para conciliar isto com seu lado pessoal, com a sua família?

– Procuro estar sempre em contato via telefone e internet com minha namora-da, mãe, sócios e amigos; depende de que lugar do mundo que eu estiver. Isso me mantém próximo de todos, fico sabendo como as coisas estão caminhado e assim também mato um pouco da saudade que fico da minha namorada.

• Gostaria de parabenizar você como ser humano, como skatista, para que você continue sempre assim, representando o skate, nosso esporte do coração, com muitas manobras pesadas, com muita humildade no coração. Desejo a você todo o sucesso do mundo, pois você realmente merece, sem dúvida alguma. Fique com Deus e sucesso, meu amigo! (Gabriel Martimiano de Siqueira, Taubaté/SP)

– Não sei nem como agradecer suas palavras e também desejo tudo de bom na sua caminhada. Skate faz parte das nossas vidas e que Deus aben-çoe todos nós.

• Salve Seco, na realidade não é nem uma pergunta, só gostaria que você comentasse sobre como é estar há mais de 10 anos como pro se mantendo no “moio”, nos campeonatos com boas colocações, todo ano lançando vídeo parte, sempre em fotos em revistas?

– Apenas continuo correndo atrás dos meus objetivos, sem me acomodar com o que já plantei, sempre focado e determinado.

• Quais seus planos após a fase de profissional do skate? Muitos viram artistas, fotógrafos, donos de marca…

– Pretendo poder tocar uma marca para fortalecer a cena e continuar vi-vendo no meio do skate, sempre.

• Com todas essas viagens no currículo, qual lugar mais te cativou?– Um dos lugares que mais me cativou foi Barcelona.• Qual sua próxima meta como atleta? (Danilo Dias, São Paulo/SP)– Continuar progredindo.• Quando chove você anda de skate ou só no tempo seco? (Douglas

Novak, São Paulo/SP)– Pode estar acabando o mundo, mas se for possível andar eu ando.

* Pergunta escolhida: Thiago Garcia, Botucatu.

zap //

34 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 35: Tribo Skate Edição 228

Switch heelflip.

aLan

Fer

reir

a

// zap

2014/outubro TRIBO SKATE | 35

Page 36: Tribo Skate Edição 228

NadesobediêNciaemcampoGraNde

Hordem distribuidora

Sempre achei que tour Separa criançaS doS adultoS! não por-que oS maiS experienteS andam em todoS oS picoS apreSentadoS, depoiS de varar noiteS no churraSco, nem meSmo porque tem que Se paSSar o dia com aquela marmita canSada do almoço, maS Sim porque é preciSo eStar pronto para o ineSperado, que neSte caSo foi do tiozinho com a faca de paSSar manteiga até a tiazona do celular ultra-moderno. acreScente o detalhe de ter apenaS trêS diaS para produzir, encarando o calor extremo caracteríStico da capital Sul-mato-groSSenSe e aS piadaS infa-meS de um doS oito profiSSionaiS: thiago garcia, andré ribeiro, marcoS hiroShi, humberto beto, William damaScena, JameS bam-bam, gian naccarato e JackSon kleber. e Se de alguma forma ti-nha criança na barca, com certeza eSta virou adulto rapidinho.

// texto e fotoS Junior Lemos

36 | TRIBO SKATE outubro/2014

viagem // ms

Page 37: Tribo Skate Edição 228

Marcos Hiroshi abre a pauta com esse lindo bs tail na Orla Morena.

2014/outubro TRIBO SKATE | 37

Page 38: Tribo Skate Edição 228

38 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 39: Tribo Skate Edição 228

a viagem a Campo Grande começou al-guns meses antes do embarque, quando o Helmut Dente convidou a Hordem para participar do campeonato que a loja dele,

a Toys, realizaria, com a possibilidade de passar-mos alguns dias produzindo nas ruas, nos ofe-recendo toda a infra pra que isso fosse possível (leia-se carros, gerador e lâmpadas).

E mesmo sem antes ter ido até Campo Gran-de, sempre ouvi dos que já estiveram por lá que é “a” cidade para se andar de skate. Picos novos e antigos, outros que alguns dos nossos tripulan-tes enxergaram possibilidade de manobra e isso aumentava ainda mais a expectativa da viagem.

Com o campeonato marcado para acontecer no domingo, nosso desembarque na tarde de quinta--feira e nosso retorno a São Paulo na segunda, teríamos apenas quinta, sexta e sábado para pro-duzir. Ou seja, muito trabalho para pouco tempo. E como estamos falando de oito profissionais, vai ser moleza conseguir isso; alguém pode pensar! Mas não foi bem isso que rolou, porque encara-mos situações externas que por pouco não rouba-ram a nossa brisa.

Nós não saímos com pressa! O Thiago Garcia está com uma meia de cada cor porque ele sabia que ia constar a manobra neste dia, mas não imaginou que seria um fs noseslide da altura da cintura.

2014/outubro TRIBO SKATE | 39

ms // viagem

Page 40: Tribo Skate Edição 228

Jackson Kleber estava na função de filmar, mas também manobrou: 360 flip.

40 | TRIBO SKATE outubro/2014

viagem // ms

Page 41: Tribo Skate Edição 228

Gian Naccarato não perdoou a tinta fresca no cano, halfcab feeble reverse.

2014/outubro TRIBO SKATE | 41

Page 42: Tribo Skate Edição 228

A primeira delas foi uma ferrenha defensora do patrimônio público, que sacou de seu celular para que alguém nos identificasse posteriormente. Passeou com o aparelho no rosto de todo mundo; filmou a sessão de perto, de longe; fez takes dos mais variados ângulos. A gente até tentou voltar outra hora pra concluir a missão, e novamente lá estava ela nos filmando, desta vez com o aparelho ligado mesmo antes do nosso desembarque do carro. Mas na terceira tentativa, na calada da ma-drugada, o switch crooked do Bambam deve ter constado no mais profundo pesadelo de alguém!

Realmente algo inusitado que imaginei ter quei-mado nossa cota mensal de imprevistos, mas estava enganado. Isso porque a segunda deso-bediência em Campo Grande quase termina com sangue derramado. No segundo pico da sexta, um dia em que não conseguimos render tanto quanto rendemos na quinta, o embriagado ‘segurança’ da rua logo se postou em frente ao pico e exigiu R$ 400 para liberar o rolê. Logo um debate se iniciou, ao mesmo tempo em que as luzes eram monta-das e o gerador ligado. Quinze minutos depois de conversa vai, conversa vem, o tiozão me sai por um momento do local, certamente tinha desenca-nado do pedágio.

Na terceira tentativa, na calada da madrugada, o switch crooked do Bambam deve ter constado no mais profundo pesadelo de alguém!

viagem // ms

42 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 43: Tribo Skate Edição 228

James Bambam seguiu as coordenadas do Gian pra fazer a foto. Bs grind nos aparelhos de ginástica da Orla Morena.

2014/outubro TRIBO SKATE | 43

Page 44: Tribo Skate Edição 228

André Hiena comanda a Hordem e também marreta os picos! Switch bs noseslide.

44 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 45: Tribo Skate Edição 228

Mas não é que ele me volta com uma faca, pron-to pro ataque? A tensão foi então ao nível máximo quando tentaram desarmá-lo em um momento de distração. Ainda bem que ninguém saiu ferido e a briga foi resolvida com R$ 5,00, valor suficiente para meia hora de bebedeira. O tiozão ainda ten-tou mais uma multa, quando a cachaça terminou, mas a pausa no rolê desta vez não durou nem um minuto e não custou mais nenhum real.

Duas histórias que ilustram muito bem como foi a breve passagem da Hordem Distribuidora por Campo Grande, um verdadeiro exercício de persistência para que os objetivos fossem alcan-çados, tendo como carrasco o curto prazo e os inúmeros imprevistos. Desobediências que com-provaram que tour realmente separa as crianças dos adultos!

Ainda bem que ninguém saiu ferido e a briga foi resolvida com R$ 5,00.

Humberto Beto teve que esperar chegar mais combustível pro gerador, mas não deixou ninguém esperando ao voltar com perfeição o nollie bs flip.

ms // viagem

2014/outubro TRIBO SKATE | 45

Page 46: Tribo Skate Edição 228

William Damascena andou muito! Tanto que na primeira sessão, na quadra do Jockey, garantiu esse bs flip.

46 | TRIBO SKATE outubro/2014

viagem // ms

Page 47: Tribo Skate Edição 228

2014/outubro TRIBO SKATE | 47

Page 48: Tribo Skate Edição 228
Page 49: Tribo Skate Edição 228
Page 50: Tribo Skate Edição 228

50 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 51: Tribo Skate Edição 228

A eternAbuscA dAequipeperfeitA

Por Felipe Ventura // Fotos pablo Vaz

A contA PArece simPles: juntAr bons skAtistAs, lhes For-necer mAteriAl e chAmAr o resultAdo de equiPe. Porém essA mAtemáticA é muito mAis comPlicAdA do que APAren-tA ser. PArA se montAr um equiPe é Preciso lidAr com di-versos FAtores Alheios Ao skAte, como lidAr com egos, resPonsAbilidAde, educAção, resPeito, entre outros.

O Rio é mar legal. Ítalo Romano e toda a banca em perfeita sintonia, flip to fakie.

2014/outubro TRIBO SKATE | 51

df e rj // kronik tour

Page 52: Tribo Skate Edição 228

Em busca dessa equação perfeita, há exatos dois anos atrás assumi o desafio de montar o time da Kronik Skateboards. Como juntar skatistas de estilos, lugares, vivências e

gerações diferentes e fazer a conta fechar? Algu-mas escolhas foram tiros certeiros, outras apostas cegas a longo prazo, que no final culminaram em uma missão de 10 dias pelas cidades do Rio de Janeiro e Brasília, quando pela primeira vez toda a equipe da Kronik estaria reunida.

Marcelo Formiguinha, rodas 49mm + pedra portuguesa = f/s ollie sem medo de travar. Rio.

52 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 53: Tribo Skate Edição 228

Invasão sorrateira à pira acesa de Brasília. Renato de Souza, frontside grind.

2014/outubro TRIBO SKATE | 53

df e rj // kronik tour

Page 54: Tribo Skate Edição 228

Como juntar skatistas de estilos, lugares, vivências e gerações diferentes e fazer a conta fechar?

// NeNhum soldado será deixado para trásCoordenar a chegada de 12 pessoas, vindas dos mais diversos lugares, no mesmo aeroporto e na

mesma hora, não é das tarefas mais fáceis. Imprevistos sempre acontecem, e dessa vez ninguém menos que Ítalo Romano acabou ficando pra trás. Mistura de falta de atenção com falta de bom senso das com-panhias aéreas, Ítalo não conseguiu embarcar, pois seu bilhete aéreo não continha seu real sobrenome. Com um pouco de atraso e muito esforço ($$$), Ítalo se juntou a todos, os quais com muita paciência e bom humor mostraram desde cedo que a união já era o forte desse grupo e que nenhum skatista seria deixado para trás.

Caminho estreito sobre o muro, prédios alinhados, madrugada bombando e Lehi Leite vai de ss bs tailslide no instinto. Rio.

54 | TRIBO SKATE outubro/2014

kronik tour // df e rj

Page 55: Tribo Skate Edição 228

“No Legs Big Balls”, a camiseta de Ítalo Romano diz tudo! Plant, Brasília.

2014/outubro TRIBO SKATE | 55

Page 56: Tribo Skate Edição 228

O Monumento ao Zumbi dos Palmares assistiu ao nollie flip to fs tailslide do Wagner Ramos. Terremoto no Rio.

56 | TRIBO SKATE outubro/2014

kronik tour // df e rj

Page 57: Tribo Skate Edição 228

Carlos de Andrade, ss flip enquanto os nossos go-vernantes dormiam. BSB.

Bruno Melão, bs smith na perigosa avenida do “Perdeu”, RJ.

Sessão expressa no pico proibido. Nollie crooked, Lehi Leite, BSB.

2014/outubro TRIBO SKATE | 57

Page 58: Tribo Skate Edição 228

Ataque ao corrimão, gap to fs lipslide, por Marcelo Formiga. BSB.

58 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 59: Tribo Skate Edição 228

// missão dada é missão cumpridaDurante 10 dias, a rotina diária seguia a velha fórmula de acordar cedo, pegar o skate e só parar de

manobrar no final da noite, quando as pernas não aguentavam mais. Independente do pico, borda, es-cada, wallride, bowl, corrimão, etc., sempre todos estavam dispostos a andar ou incentivar quem estava andando; simples assim. Um bom exemplo foi o de Lucas Rabelo, que rompeu os ligamentos do joelho uma semana antes da tour, mas nem por isso abortou a missão; estava ali presente do primeiro ao último minuto das sessões, incentivando e ajudando com a alegria característica de sempre. Durante todo o tempo, esse foi o único foco: sem distrações, sem baladas, apenas skate e risadas entre os amigos. O resultado? Mais de 150 fotos de manobras!

Muitos centímetros de vertical na área doida do Lago Paranoá. Bs smith, cravado no estilo Carlos de Andrade.

2014/outubro TRIBO SKATE | 59

df e rj // kronik tour

Page 60: Tribo Skate Edição 228

Lidar com a alegria do acerto é fácil, mas saber transformar a frustração em motivação, essa sim é uma das chaves pro sucesso.

// Nem só de maNobras é feita uma tourO sucesso de uma tour vai muito além do skate. A convivência tem que ser equilibrada não só entre

os skatistas, mas também entre videomakers, fotógrafos e team manager antes, durante e depois da sessão. Trabalhar das 10 da manhã às 2 da madrugada, no sol e no frio e ainda manter o bom humor e o incentivo ao skatista no final do dia é para poucos; ainda mais numa tour de 10 dias, sem folga, sem descanso. Lidar com a alegria do acerto é fácil, mas saber transformar a frustração em motivação, essa sim é uma das chaves pro sucesso.

No final das contas, a diversão tem de imperar e a satisfação de ver todos com o sorriso no rosto, inde-pendente de quem tenha acertado a manobra, faz com que o segredo de uma boa tour seja transformar uma equipe em família. Independente das dificuldades e obstáculos, família unida permanece unida e sai da missão sempre mais forte e pronta para a próxima sessão!

A parede conta sua história e Renato de Souza escreve em cima. Bs wallride. Niterói.

60 | TRIBO SKATE outubro/2014

kronik tour // df e rj

Page 61: Tribo Skate Edição 228

Este cano de Brasília é mais longo do que parece neste ângulo. Bs feeble arrancando no meio, por Bruno Melão.

2014/outubro TRIBO SKATE | 61

Page 62: Tribo Skate Edição 228

Formiga, fs grind grabbing the board no novo Rio Sul.

Renato de Souza, crooked estilo Tropicalients. BSB.

62 | TRIBO SKATE outubro/2014

kronik tour // df e rj

Page 63: Tribo Skate Edição 228

Pico complicado de Brasília e um ss flip de Wagner Ramos, de plano a plano.

2014/outubro TRIBO SKATE | 63

Page 64: Tribo Skate Edição 228

Terra em TranseCom Glauber marques

É fácil ouvir expressões como “ele não É deste mundo”, quando se fala de Glauber marques. ele sempre foi sinistro, no bom sentido. um skate rebuscado e ao mesmo tempo simples, daquele jeito que os alieníGenas mandam. normalmente suas manobras são compli-cadas e sua leitura dos picos sempre puxa pontos a mais para a história do mobiliário urbano, como um streeteiro que faz a di-ferença. “uma câmera na mão, uma ideia na cabeça”, frase famosa do cineasta Glauber rocha, autor de terra em transe, filme icôni-co dos anos 1960, cai como uma luva para a produção do xará do skate. alÉm da habilidade de dominar um skate nas situações mais exdrúxulas, seu nível de criatividade nos vídeos e fotos sempre surpreende. Glauber marques É uma das Grandes expectativas do mad city, filme do suíço tristan zumbach que vai marcar 2014.

por Junior Lemos // Fotos La main, PaveL Derenkov e Thomas Teixeira

64 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 65: Tribo Skate Edição 228

Bs lipslide, Genebra.

La M

ain

2014/outubro TRIBO SKATE | 65

glauber marques // entrevista pro

Page 66: Tribo Skate Edição 228

Vamos ter que fazer a entrevista por que pintou uma viagem e não conseguimos nos encontrar. está indo pra onde?estou indo pra uma tour no rio de Janei-

ro com a equipe da Vibe. Vai rolar um evento em homenagem à praça XV, que a marca está promo-vendo. Vai ser style!

sri vishnu, na identificação do seu What’s, está escrito em que língua? o que significa?

está escrito em sânscrito, uma das línguas mais antigas da humanidade, vem da Índia. sri Vishnu é o senhor supremo que criou e mantém todo o universo material.

Como você teve conhecimento desses en-sinamentos?

Conheci Krishna através do meu irmão mais velho, que tinha os livros Bhagavad-gita e o sri Caitanya Caritamrta. Aí comecei a ler, achei legal. passaram-se alguns anos, ganhei o livro de um amigo e comecei a ler novamente, até que tive o contato com os devotos do templo Vrinda, que fica na rua do parque da Aclimação, e nunca mais pa-rei de ler os livros. te abre muito a mente!

você agora é da kohe. o que representa pra você fazer parte da uma marca comandada por outro cara que também tem uma espiritualida-de elevada?

tenho muita satisfação em fazer parte da Kohe, uma marca de skatista pra skatista, com grandes talentos na equipe. Me sinto honrado e estar com o Fábio (Cristiano), é sempre muito style porque a gente conversa bastante sobre Vimanas, Univer-so, energias, Deus. Acho muito louco; ele é uma influência muito boa no meu skate desde quando comecei a andar e hoje ser amigo dele, ser da mesma equipe só me motiva a andar mais e mais de skate; sem esquecer a espiritualidade.

Andando bem de skate ou não, somos todos irmãos do Universo, somos filhos do pai celestial.

66 | TRIBO SKATE outubro/2014

entrevista pro // glauber marques

Page 67: Tribo Skate Edição 228

Switch crooked, Genebra.

La M

ain

2014/outubro TRIBO SKATE | 67

Page 68: Tribo Skate Edição 228

68 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 69: Tribo Skate Edição 228

Quando você faz alguma coisa que ama isso faz sua luz brilhar, acho que esse é o segredo: fazer por amor ao skate. Só tenho a agradecer ao skateboard, por momentos inesquecíveis nos ollies, flips e tailslides da vida.

Switch shovit to switch nosegrind, Barcelona.

RodR

igo

Kbça

2014/outubro TRIBO SKATE | 69

glauber marques // entrevista pro

Page 70: Tribo Skate Edição 228

e já vem com pro model de rodas, é isso? Quais são as últimas novidades?

sim, eu entrei na equipe da Kohe já com o lan-çamento do meu pro model de rodas; na Vibe já estamos trabalhando para um lançamento em um futuro breve e na element também existe esta vontade de ambas as partes. Normalmente, todos sabemos que skatistas brasileiros conseguem lançar pro model de shape por marca gringa ape-nas morando fora do Brasil e no momento apenas Lucas Xaparral tem pro model de shape. Isso se dá pelo tempo de cada um na equipe. sendo as-sim, os demais skatistas da marca também terão essa oportunidade e isso é muito legal pois é uma marca global dando a atenção que o skate brasi-leiro merece, isso me motiva muito.

a revista vem trazendo nos últimos meses imagens que estarão no mad City, próximo filme da Cesar Prod. o corre foi monstro para finalizar sua parte?

todos sabem como e difícil fazer uma parte de vídeo, é preciso se dedicar bastante e eu tentei fazer algumas manobras pra fechar bem meu es-paço. Consegui algumas, outras não, mas skate é assim mesmo, o importante é nunca desistir dos seus objetivos. tive uma lesão na costela em 2011 e acabou atrasando um pouco a minha parte, mas no fim deu tudo certo e espero que todos gostem.

Filmar com o Tristan deve ser muito style!sim, filmar com o tristan é bem style. Faço as

manobras tranquilo, sabendo que a imagem vai ser perfeita e vai valer a pena; ele é muito profis-sional no que faz e isso motiva a acertar as tricks.

Sim, filmar com o Tristan é bem style. Faço as manobras tranquilo, sabendo que a imagem vai ser perfeita e vai valer a pena; ele é muito profissional no que faz e isso motiva a acertar as tricks.

Pave

L de

RenK

ov

70 | TRIBO SKATE outubro/2014

entrevista pro // glauber marques

Page 71: Tribo Skate Edição 228

Fakie 360 kickflip, Genebra.

2014/outubro TRIBO SKATE | 71

Page 72: Tribo Skate Edição 228

72 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 73: Tribo Skate Edição 228

Fakie flip seguido de switch flip, Genebra.

Pave

L de

RenK

ov

2014/outubro TRIBO SKATE | 73

glauber marques // entrevista pro

Page 74: Tribo Skate Edição 228

Tem mais vídeo por vir?Atualmente estou filmando com a Vibe, para

lançar um pro model no futuro breve. Com a ele-ment também, o mesmo com a Kohe e tem o Fá-brica de Monstros, que e um projeto entre amigos. É o kohe que não pode parar.

o skate hoje gira muito em torno também da imagem do skatista. o que você faz pra culti-var a sua?

procuro andar de skate todos os dias da minha vida, sempre filmando, buscando minha evolução, aparecendo em eventos e correndo pelo certo. sempre respeitando as pessoas, independente se são ricas ou pobres; andando bem de skate ou não, somos todos irmãos do Universo, somos filhos do pai celestial.

e os poderes do skate do Glauber, qual o segredo?

Acho que quando você faz alguma coisa que ama isso faz sua luz brilhar, acho que esse é o segredo: fazer por amor ao skate, satisfação pes-soal. primeiro é muito bom andar de skate, sentir essa liberdade, as amizades que nunca mais vou me esquecer, os lugares por onde passei e o me-lhor de tudo são as manobras e poder se supe-rar a cada dia que passa. só tenho a agradecer ao skateboard, por momentos inesquecíveis, nos ollies, flips e tailslides da vida.

Procuro andar de skate todos os dias da minha vida, sempre respeitando as pessoas, independente se são ricos ou pobres. Andando bem de skate ou não, somos todos irmãos do Universo, somos filhos do pai celestial.

// Glauber Marques29 ANos, 19 De sKAtesão pAULo, sp eLeMeNt, VIBe shoes,Kohe sKAteBoArD

Bs grind, São Paulo.

ThoM

as T

eixe

iRa

74 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 75: Tribo Skate Edição 228

2014/outubro TRIBO SKATE | 75

glauber marques // entrevista pro

Page 76: Tribo Skate Edição 228

Ditch-aDema,paraísoesconDiDo

TexTo Pablo Groll e Homero Telles // foTos Carlos TaParelli

Como sempre, a sessão de domingo estralando, eu (Ju-nior) pig e Homero fomos andar em diadema, pois o pig Já ConHeCia vários piCos por lá. depois de andar em vá-rios deles, Já quase anoiteCendo, ele me lembra de um inédito, mas proibido de andar. fomos dar um CHeCk!

CheCando o piCo

76 | TRIBO SKATE outubro/2014

shit ditch // #2

Page 77: Tribo Skate Edição 228

Não importa o país nem o lugar, Brasil, Israel, etc, Homero sempre representa! Aqui um perfeito crooked to fakie.

2014/outubro TRIBO SKATE | 77

Page 78: Tribo Skate Edição 228

Foi muito style, toda a missão! Arrumar o pico, as ideias e risadas, as tricks e a energia

positiva que só o skate nos oferece.Pablo Groll

Junior Pig foi quem achou o ditch. Pigones sempre anda fácil, com muita leveza e fluidez. Frontside blunt no cano improvisado.

78 | TRIBO SKATE outubro/2014

shit ditch // #2

Page 79: Tribo Skate Edição 228

Pablo Groll desceu de noseslide essa gigante borda, saindo no fino caminho impro-visado no meio do esgoto.

2014/outubro TRIBO SKATE | 79

Page 80: Tribo Skate Edição 228

Quando cheguei no pico, fiquei de cara porque era muito mais style que imaginava, mas vi também que não ia ser nada

fácil andar de skate ali.Fernando Vinicius

Chegando lá, pulamos o muro e nos de-paramos com um paraíso escondido no meio de são Paulo. Mas daquele jeito Brasa: muito sujo, cheio de mato, lama

e um chão muito tosco. Não sabíamos se era um sonho ou muita vontade de andar.

Logo em seguida fomos recepcionados por três dogs, que o Pig já conhecia da outra vez que ele havia colado. Daí foi um salve-se quem puder! Com o alerta dos cachorros, o responsável colou. Conversa vem, conversa vai, conseguimos o aval para uma única sessão e nada mais.

Na real foi uma sessão só de talento no spot, pra torná-lo skatável. Depois de muito trampo como pedreiros, chegou a hora do skateboarding rolar. Convocamos a Zion Gang do Brasa comple-ta (Pablo, Homero, Muller, Pig e fernando Vini-cius) para marretar o ditch.

De pedreiro e engenheiro, todo skatista

tem um pouco.Homero Telles

Esse é daqueles picos que exigem vontade e massa plástica. O 5-0 do Muller Rafael saiu clean como se fosse borda de mármore!

80 | TRIBO SKATE outubro/2014

shit ditch // #2

Page 81: Tribo Skate Edição 228

Fernando Vinicius, o mais novo da Zion Gang, achou a borda e mar-retou com um noseslide 270 out.

2014/outubro TRIBO SKATE | 81

Page 82: Tribo Skate Edição 228

Iago Pavan// fotos João BrInhosa

skate e roupas atuais: shape Evolution, trucks Independent, rodas Gosma e rolamentos Everlong. Camiseta Bastard ou Aesthtetic, calça Bastard e tênis Converse.Manobra que não suporta mais ver: Gosto de todas as manobras.Manobra que ainda pretende acertar: flip fs smith flip out.o que o skate apresentou de mais style em sua vida: A maioria das coisas que sei e o que eu sou hoje.Principal dificuldade em ser skatista na sua área: A falta de pistas e o abandono do poder público. Promessas são feitas mas nada acontece.Um skatista profissional em quem se espelha: thales Prates.Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: tam.atual melhor equipe de skate brasileira: Bastard.

// Iago henrique rosa Pavan17 anos, 4 de skateApoio: Bastard, Aesthetic Art.De Porto Alegre/Rs, mora em florianópolis/sC

É a alegria que faz o coração bater mais forte.

Bs crooked.

82 | TRIBO SKATE outubro/2014

casa nova //

Page 83: Tribo Skate Edição 228

Fs bluntslide.

Marquinho // fotos JUnIor LeMos

skate e roupas atuais: shape Kronik, trucks Metallum, rodas Hordem e rolamentos Rush. Boné Vegetal, camiseta DGK, calça Urgh e tênis DC.Manobra que não suporta mais ver: Hard flip.Manobra que ainda pretende acertar: fs blunt flip big spin out.o que o skate apresentou de mais style em sua vida: As viagens.Principal dificuldade em ser skatista na sua

área: o skate em Campo Grande não é muito visto.Um skatista profissional em quem se espelha: Brandon Biebel.Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: G-shock.atual melhor equipe de skate brasileira: Öus.amador que você gostaria de ver pro: Dwayne fagundes.

// Marco antonio skittberg Bicalho20 anos, 7 de skatePatrocínio: toys skate shopCampo Grande/Ms

Tente de novo.

2014/outubro TRIBO SKATE | 83

// casa nova

Page 84: Tribo Skate Edição 228

Igor Morozini// fotos CarLos TaPareLLI

skate e roupas atuais: shape Zion 8.0, rodas Bones stf 52, trucks Independent 139 e rolamentos Red Bones. Boné supreme, camiseta Palace, calça Levi’s e tênis Nike Project BA.Manobra que não suporta mais ver: Hard board de back.Manobra que ainda pretende acertar: Bs fakie pivot.o que o skate apresentou de mais style em sua vida: o lifestyle de viajar e de me relacionar com as pessoas.Principal dificuldade em ser skatista na sua área: Não ter chão liso pra sair por aí remando.Um skatista profissional em quem se espelha: Gino Iannucci.Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: La Coste.atual melhor equipe de skate brasileira: Agacê.amador que você gostaria de ver pro: Vinicius santos.aquele salve: salve pra minha mãe Ivete - pra sempre em meu coração; pros irmãos da AE/Águas Espraiadas, pra firma da Roosevelt, família EDG Barcelona (muito obrigado), Peu frias, thomas Chavinho, Vinicius santos e pra todo mundo que fecha comigo!

// Igor Morozini21 anos, 10 de skatesem patrocíniosão Paulo/sP

O impossível é só questão de opinião.

Bs nollie heel.

84 | TRIBO SKATE outubro/2014

casa nova //

Page 85: Tribo Skate Edição 228
Page 86: Tribo Skate Edição 228

// Wood LightA Wood Light abre ainda mais o leque de opções para lojistas e distribuidores com o lançamento de sua linha de rodas. Feitas na dureza 100a, em dois tamanhos diferentes (51 e 53 mm), são seis estampas distintas.(19) 3841-2953 / woodlight.com.br

// CLassiC sinCe everMarca do skatista da zona sul de SP, o sangue bom Junior Pereira “Boy”, a Classic mantém a oferta de uma boa variedade de shapes. Com duas das sete lâminas tingidas, a nova remessa está disponível em quatro tamanhos (7.65, 7.75, 8.25 e 8.75) e em seis desenhos diferentes. (11) 97239-8015 / fb.com/familiaclassic

// g-shoCkA padronagem de tigre, usada por exércitos do mundo todo, hoje ganha as ruas com você. Disponíveis em cinco variações de cores, os novos modelos de relógios G-Shock “Camouflage” chegam para reviver a famosa estampa das décadas de 50 e 70.(11) 3335-6266 / newlooktime.com.br

86 | TRIBO SKATE outubro/2014

hot stuff // outubro

Page 87: Tribo Skate Edição 228
Page 88: Tribo Skate Edição 228

> Mato Grosso do sul- Campo GrandeRema BoardhouseRua Pedro Celestino, 1387, Centro(67) 3213-2504

> Paraná- CuritibaTHC Skate ShopPça Rui Barbosa, s/n - loja 196 (41) 9933-2865

- GuarapuavaAtrito Board ShopRua XV de Novembro, 7860, loja 1, Centro(42) 3623-6818

- ParanaguáXFactor SktRua Marechal Deodoro, 55, Centro(41) 3422-6044

> rIo de janeIro- Armação dos Búzios

Geribá Skate ShopRua Maria Rodrigues Letina, 8, Geribá(22) 9 9843-1020 / 9 9796-6764

> rIo Grande do sul- Porto AlegreMatriz (Total)Av. Cristovão Colombo, 545/1072,1073, Floresta(51) 3018-7072

Matriz (Wallig)Av Assis Brasil, 2611 - loja 248, Cristo Redentor(51) 3026-6083

> santa CatarIna- JoinvilleGrind Skate ShopRua São Francisco, 40, Centro(47) 3026-3840

> são Paulo- Ferraz de VasconcelosVinte Nove Skate ShopRua Tio Patinhas, 59, Parque

Dourado(11) 95861-0489

- Mogi GuaçuAlta Tensão Skate PunkAv. Nove de Abril, 168, Centro (19) 3019-6950

- PompeiaExalt Skate ShopRua Senador Rodolfo Miranda, 225, Centro(14) 9 8115-2318 / 9 8164-5397

- São PauloAll Store Boards SportsAv. do Cursino, 1.722, Saúde(11) 5058-1540

Almeida SportsAlameda dos Jurupis, 1348, Indianápolis(11) 4562-4430

- SorocabaXtreet SkateshopRua Alfredo dos Santos, 166,Vila Carol(15) 3226-3011 / 99151-2511

Elas mantêm a chama acesaO papel das skate shops não é apenas vender produtos. É oferecer um atendimento de qualidade, que sa-tisfaça o cliente e alimente seu desejo de andar de skate, vestir-se bem, entender e viver esta cultura. Neste cenário, a informação é mais uma alavanca para o sucesso e é justamente aí que algumas lojas se sobressa-em. Elas são pontos de convergência, investem no esporte e ajudam a construir a história do skate brasileiro.

Mantenha você também a chamado skate brasileiro acesa, leve

a Tribo Skate para sua loja!

Faça parte desta lista:[email protected]

MPVS SKATE SHOPRua General Chagas Santos, 606

Saúde - São Paulo/SPTel: 55 (11) 2532-1553

www.mpvsskateshop.com.br

88 | TRIBO SKATE outubro/2014

shops! //

Page 89: Tribo Skate Edição 228
Page 90: Tribo Skate Edição 228

Pode-se dizer que Caro Vapor é um tra-balho conceitual? Minha percepção é que todas as temáticas giram em torno de um tema mais amplo, o seu estilo de

vida. É isso mesmo?Isso. Na real, é um disco sobre minha busca. Eu

não tenho ideias definitivas nesse disco e nem é a minha intenção tê-las. A minha intenção é que você tem que buscar suas próprias verdades e não acreditar em verdades pré-fabricadas. A prin-cipal ideia gira em torno disso e do preço que isso tem. Às vezes, você buscar seu próprio caminho é caro e o Caro Vapor é isso aí, o preço da vida que você almeja viver com liberdade.

Depois do marco que foi a mixtape do Costa a Costa e agora toda essa repercussão da sua, a expectativa só cresce em torno do seu nome. Você sente alguma pressão para os próximos trabalhos?

Eu estou querendo muito lançar logo os ba-gulhos que já tenho, porque acho que tão mais loucos ainda. Quero muito lançar coisas novas e muito em breve deve rolar algo. Também tô mui-to ansioso pra gravar um álbum, porque esse foi uma mixtape. Quero gravar um álbum com a con-dição que eu acho que eu mereço, trabalhar com os produtores que eu quero, mixar com tranquili-dade, fazer tudo do jeito certo.

Então, o próximo registro será um álbum?Não posso afirmar que vou lançar um álbum

agora, porque pra que eu chame um registro de “álbum”, preciso ter certeza de que aquilo ali foi feito na condição que eu gostaria de trabalhar. Enquanto não for isso, vou lançar singles, EPs, mixtapes... Parar é que eu não vou.

O Costa a Costa lançou uma mixtape que é um marco no rap nacional e gerou uma ex-pectativa monstra pra outros lançamentos. Por que o grupo deu um tempo e o que vai ser dele agora? Parou mesmo ou está só em stand by?

É isso, está em stand by. Eu pretendo fazer ain-da trampos do Costa a Costa. No momento, eu

Com apenas uma mixtape lançada em 2007, seu grupo Costa a Costa fez história e se tornou referênCia, fortaleCendo o nome do nordeste no Cenário do rap naCional. em 2013, esse artista Cearense lançou a mixtape Caro Vapor - Vida e Veneno de don l, material que foi apontado entre os melhores registros musiCais do ano por diVersos VeíCulos espeCializados e ColoCou seu nome definitiVamente entre os mais talentosos do gênero. dona de riqueza ímpar, a mixtape se destaCa pela ousadia e qualidade na temátiCa, leVada, instrumentais e Cuidado espeCial na Construção das letras. além desse lançamento, don l já ColoCou na rua alguns singles, quatro VideoClipes e, Como ele mesmo afirma, parar por aí é que não Vai. esse grande artista ConVersou Com a tribo skate sobre Vida, Veneno, êxodo, êxito, sangue, Champanhe e dias melhores.

// texto e fotos FErnanDO GOMEs

Don LNo melhor estilo

90 | TRIBO SKATE outubro/2014

áudio // rap

Page 91: Tribo Skate Edição 228

estou focado no meu trabalho solo. Mas quanto mais eu andar com meu solo, mais fácil vai ser tra-zer o Costa a Costa de novo pro jogo. O que nos levou a optar por essa pausa foi a vida pessoal de cada um, a busca do trabalho solo de cada um, foi mais isso mesmo. Precisava e preciso fazer meu trampo solo e o Gallo também está fazen-do o corre dele. Em qualquer momento aí a gente se tromba pra fazer um disco junto; mas tamos juntos, sim. Ele participa de alguns shows meus, também cantamos algumas do Costa a Costa e é isso. Tamos juntos!

Como é a cena musical no Ceará? O que mais você indicaria da música de lá?

Cearense se espalha pelo mundo, né? Tem em todo lugar. Uma coisa muito comum no Ceará é o êxodo. As pessoas muitas vezes vão embora de lá e é isso que aconteceu comigo e acontece com grandes artistas. O Cidadão Instigado é uma ban-da das minhas preferidas do Brasil, com certeza eu indicaria. Meu parceiro Gallo tá lá e tem muito coisa boa. Mas o Brasil tem um mercado de músi-ca limitado e regionalizado. Tipo, no Ceará o que rola como indústria? O forró. Na Bahia? O axé, a suingueira... Mas em outros tipos de música que não têm um espaço regionalizado você pre-cisa ser nacional. Não que você tenha que ir pro Sudeste fazer sucesso em São Paulo, não é isso. Mas, às vezes, você estar em São Paulo te põe em contato com uma gama maior de produtores pra você trabalhar. O fato é que você tem que ser nacional, não adianta ser só regional.

O que você vê de mais complicado e de van-tagem em ser um artista do nordeste em êxo-do, em busca do êxito?

Tem muitas coisas ligadas a isso. Depende das pessoas que você está lidando. Às vezes, as pes-soas têm medo do nordestino ou da concorrência. Isso é natural, esse é um mundo de concorrên-cia. As pessoas veem você chegando e, enquanto você não ameaça o lugar delas, você não inco-

moda. A partir do momento em que você começa a ameaçar, você começa a ser um problema. Aí, elas têm duas opções: ou colam com você porque acham que é inevitável ou vão ficar contra, odiar e tentar derrubar o bagulho. Mas não vai adiantar, porque nós vamos continuar na luta. A parada é essa: depende das pessoas com quem você está lidando.

Em que momento “sangue é champanhe”? Quando um se torna o outro?

Isso é uma parada que tá por trás do nosso sis-tema, do nosso estilo de vida. Pra você chegar ao ponto de provar da vida como você deseja, isso tem um preço. Esse preço é pago com sangue. Se não for o seu, tem sangue de alguém ali. Por isso que nessa música Sangue é Champanhe eu falo “quem lembra do sangue derramado admira-do com a pirâmide de Quéops?”, porque aquilo ali foi sangue escravo derramado, muita gente car-regou pedra nas costas pra construir aquilo; deve ter morrido muita gente ali. E a gente vive num sistema que aliena como as coisas são produzi-das e o resultado final delas. As pessoas às vezes não se ligam no preço das coisas. O preço é muito maior que o dinheiro que você paga, até porque o dinheiro também tem um preço.

Comente o diálogo da música Denso. Quem seria a voz feminina e a masculina?

Aquilo ali é meu subconsciente, é um inferno astral. Trata-se de um diálogo de dois lados meus e não é nem de um lado bom, com um lado mau, é de um lado mau com um lado pior. Não se tra-ta nem de ruindade em si, mas de um lado dizer “Má, vamos buscar porque é isso que você quer viver” e vem o outro e diz “é, mas isso tem um preço, você tá disposto a pagar?”.

O que foi que rolou com a primeira versão da música Cafetina seu Mundo?

A primeira versão eu fiz em cima de um sample do Black Keys. E a Warner Brasil tirou a música do ar na internet, por causa dos direitos autorais

do Black Keys, sem os caras saberem, é lógico. Isso nem chega nos caras da banda. As grandes gravadoras brasileiras ainda não sabem lidar com samples. Na verdade, elas faliram porque estão cheias de pessoas velhas que não estão ligadas nisso; os caras estão nos anos 80 ainda. E o que rolou foi isso. Só que a música do Black Keys tam-bém era sampleada, eu me liguei que eles sam-plearam uns caras dos anos 70, então eu peguei a original do Black Keys, fiz uma outra versão dela, adicionei outras coisas e fiz a minha. Fiz o que o Black Keys fez também.

Desde o Costa a Costa, minha impressão é que sua visão quanto ao futuro é um tanto cé-tica. Mas é um cético que ao mesmo tem uma mensagem positiva tipo “vamos aproveitar ao máximo isso aqui porque vai acabar”. Você acredita que “dias melhores virão” ou algo do tipo?

Eu geralmente me defino como uma pessoa que não acredita em nada. Por isso, eu tenho espaço pra acreditar em qualquer coisa. Porque quando você acredita em coisas que tenham ideias já for-madas sobre tudo, você acaba se tornando preso a elas. Todo dia eu estou aprendendo e buscan-do soluções, só que eu não vou poder esperar o mundo mudar, porque isso vai demorar gera-ções. Então, acho que a ideia é ser feliz na luta. É buscar dias melhores sim, é acreditar em dias melhores sim. Mas fazer acontecer dias melhores pra você agora, porque você precisa aproveitar o fato de você estar aqui e “aproveitar” também é uma parada que está aberta. O que é aproveitar? Aproveitar é ganhar muito dinheiro, beber muito champanhe e ter os carros mais fodas? Pode ser, depende. Aproveitar pra alguém pode ser também se isolar no mato, plantar sua própria comida e criar seus filhos lá isolado do mundo; isso aí pode ser aproveitar a vida pra alguém e pra outra pes-soa pode ser diferente. Então, cada um tem que buscar o seu caminho.

2014/outubro TRIBO SKATE | 91

Page 92: Tribo Skate Edição 228

* Leonardo Godoy Barbosa,Léo Kakinho,40 anos, 33 de skate(Drop Dead, Evoke, Vans)

APOIO CULTURAL

O skate é muito interessante. Ele consegue se reinventar inúmeras vezes em sua história. São mudanças brus-cas de tendências, desde o próprio skateboard até o seu jeito de praticar; o aparecimento de modalidades,

evolução de pistas - tudo muda no skate em sua evolução cons-tante. Quando vejo vídeos mais antigos, penso como era prati-cado daquela forma anos atrás? Suas manobras, tão diferentes das de hoje. O carrinho em si, sem nose, com tail gigante. Os tênis de basquete do final dos 80... e se for pra ver antes disso, aí você observa uma diferença que chega a ser bizarra de como é e como era praticado! O mais interessante é que ele sempre foi ra-dical ao máximo, mesmo naquela época. É isso que sinto, quando vejo vídeos da história do skate. Como era radical e fascinava todos. Hoje o sentimento é o mesmo, quando vejo vídeos novos. A mesma vibração, a mesma radicalidade. É evoluído nos dias de hoje, como para nós era evoluído naquela época, também. Isso é uma característica forte no skate! Ele está sempre um passo à frente em todos os sentidos. Em todas essas épocas sempre foi um esporte futurista, surpreendente para quem assiste e pratica, e nunca parou no tempo. Escuta isso: nunca parou de evoluir! De repente foi isso que o faz se perpetuar e cada vez aumentar o nú-mero de adeptos. O skate é o esporte do futuro, definitivamente. E qual seria a nova tendência?

No momento, o que eu observo é a tendência de um skate ove-rall, onde se anda em tudo, todos elementos, alavancado a criati-vidade extrema com um toque forte de dificuldade nas manobras, e uma pegada final no estilo. Isso sempre foi muito importante. Acho que o que mais chama atenção é o estilo. Ué, mas o skate sempre foi assim! Isso mesmo, sempre. Dentro de sua histórica evolução, com o passar do tempo essa seria a alma do skate e é também a alma do skatista.

São poucos esportes que ditam tendências neste nível. O ska-te tem isso como uma nova expectativa para quem o vive. Isso é muito empolgante. Tento imaginar pra onde iremos em termos de evolução. Já vimos quase de tudo em cima do skate, o que mais será feito? Pode acreditar, logo mais nos surpreenderemos de novo com algo inédito ou novos caminhos; pode ter certeza, isso é o que vai acontecer.

Eu acho que uma das bandas de skate que mais conseguiu re-sumir isso tudo que escrevi é a que nasceu no coração do skate mundial, original de Venice Beach. Me inspirei neles para colocar o título desse texto, mas acho que eles já viam isso há muitos anos atrás. Eles descreveram o “skate feeling” da melhor forma: SUICIDAL TENDENCIES.

92 | TRIBO SKATE outubro/2014

o bowlrider // por léo kakinho*

Page 93: Tribo Skate Edição 228

˜ Luan de OLiveira ˜

brasiLeirO

respeitOà cuLturadO skate

FOtO

Hen

riq

ue

OLs

en/M

atri

z

www.triboskate.com.br facebook.com/triboskate twitter.com/triboskate instagram.com/triboskate

[email protected]

Onde Encontrar:B.O.C.A. (Circo Voador): rua dos arcos, s/n, Lapa - rio de Janeiro/rJ - (21) 99902.0335Dropp Surf: rua afonso vergueiro, 1583, centro - sorocaba/sp - (15) 3033.0063Feeble Skate Shop: av. santos Ferreira, 89 - canoas/rs - (51) 3031.8557Grind Skate Shop: rua são Francisco, 40 - Joinville/sc - (47) 3026.3840Hi Adventure: rua sotero de Faria, 610, rio tavares - Floripa/sc - (48) 3338-1030Matriz Skate Shop:

Online - matrizskateshop.com.brshopping total - av. cristóvão colombo, 454 - porto alegre/rs - (51) 3018.7072shopping Wallig bourbon - av. assis brasil, 2611, LJ 248 - porto alegre/rs - (51) 3026.6083

Roots Skate Shop: rua Leopoldo de bulhões, 166, centro - anápolis/GO - (62) 3311.2012Sagaz Skate Shop: rua Ferreira pena, 120, centro - Manaus/aM - (92) 3233.2588Switch Skate Shop: rua comandante Marcondes salgado, 619 - centro - ribeirão preto/sp - (16) 3235.6867

Page 94: Tribo Skate Edição 228

* Guto Jimenez está no planeta desde 1962, sobre o skate desde 1975.

APOIO CULTURAL

Ivan

Shu

pIko

v

Logo no primeiro dia de primavera, o skate brasileiro perdeu um dos seus maiores ícones de todos os tempos. João Bruno Leonardo Jr, o Bruno Brown, foi o guerreiro de sempre até o último dia, quando decidiu partir no último dia 22 de setembro

pra algum lugar por aí. Ele pode ter deixado os pais, uma filha e o mundo do uretano, mas também deixa uma história de amor e envol-vimento incontestáveis em tudo o que se envolveu.

Um dos pioneiros do skate de ladeira no Brasil, Bruno tinha regis-tros andando na então mítica descida da Circular do Bosque do Mo-rumbi ainda em 1974. Alguns anos mais tarde, foi local e um dos sím-bolos da Wave Park, a melhor pista da América Latina em 1977. Ele integrou a equipe Wave Boys, que era composta por Jun Hashimoto, Luis “Formiga”, Kao Chi Tai, Ralph e Jofa, alguns dos ídolos da garo-tada que acompanhava o esporte nas páginas da revista Brasil Skate.

Bruno sempre fez a integração entre o Brasil e os EUA através do skate, após ter morado por lá no final dos anos 70. No início da década seguinte, publicou algumas matérias sobre campeonatos nas pistas norte-americanas nas páginas da Visual Esportivo, e não sossegou enquanto não trouxe ao Brasil um dos maiores nomes do skate mundial em todos os tempos: Tony Alva. Muitos e muitos outros se seguiram: Christian Hosoi (algumas vezes), Eddie Reategui, Mi-cke Alba, Dave Duncan, Jake Phelps, John Cardiel, Julian Stranger... graças à interferência de caras como o Bruno, o país foi colocado no mapa do skate mundial.

Inquieto, empreendeu parcerias com alguns desses caras (Alva e Hosoi Skates, Thrasher), ousou lançar uma marca de rodas essen-cialmente pra vert no auge da era do street (as Charger), acreditou e arriscou muito só porque tinha a ver com o skate. O slalom brasileiro continuaria inerte se não fosse o Bruno, que firmou parcerias inacre-ditáveis que levaram a modalidade a lugares como a Vila Madalena e o Autódromo de Interlagos, só pra citar dois deles. Outros campeona-tos em outras cidades se seguiram, mas se alguém tinha que ser o primeiro, esse alguém teria que ser o Bruno – como em tantas vezes na vida, aliás.

Skatista e surfista de alma, o pai da Lana deixa uma marca indelé-vel na história do skate brasileiro e em todos os que tiveram o prazer, a honra e o privilégio de conviver com ele. Eu e Bolota fomos dois desses sortudos e, mesmo sabendo da longa e dolorosa batalha que o Bruno estava travando, achávamos que o guerreiro venceria mais essa vez. Eu estava planejando visitá-lo uns dias depois, quando re-gressaria a SP, mas infelizmente não deu tempo.

Como é que um cara desses pode morrer?O skate brasileiro, repito, perdeu um dos seus maiores ícones. É

uma perda irreparável, insubstituível. Eu perdi um amigo de mais de 30 anos, um tremendo companheiro de sessions, viagens e eventos, e o contato com um dos seres humanos mais autênticos que já conheci.

Vai na PAZ, Bruno. Entra na sessão pesada com o Indião, Marqui-nhos, Jay Adams, Bola 7, Rebbelix, Sinistinho e tantos e tantos outros; manda o seu tradicional “puta bosta” e dá um snake como só você sabia fazer. Um dia, a gente se encontra por aí na Grande Ladeira.

Bruno Brown 1962 / 2014

Momento do 1º Grande Prêmio Brasil de Slalom em 2007 - a primeira vez na história que rodas de uretano tocaram o solo sagrado do automobilismo nacional, o Autódromo de Interlagos.

Igna

cIo

aron

ovIc

h (w

ww

.loS

t.art

.br)

94 | TRIBO SKATE outubro/2014

skateboarding militant // por guto jimenez*

Page 95: Tribo Skate Edição 228
Page 96: Tribo Skate Edição 228

No boteco ele pediria uma coca-cola, de pre-ferêNcia de 2 litros! mas aqui Na coluNa que celebra com maNobra o fim da edição, flavio lopes apreseNta um preciso switch fs crooked, eNcaraNdo o bueiro Na saída deste tradicioNal pico da faria lima em sp, para briNdar com refri-geraNte sua mais Nova coNquista, que é repre-seNtar o iNterior paulista agora como skatista profissioNal. cheers! foto: robsoN sakamoto

96 | TRIBO SKATE outubro/2014

Page 97: Tribo Skate Edição 228

2014/outubro TRIBO SKATE | 97

Page 98: Tribo Skate Edição 228
Page 99: Tribo Skate Edição 228
Page 100: Tribo Skate Edição 228