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Engº Civil. Antonio Victorino Avila. MSC Engª Produção Custos & Precificação 13&15 tributos e Precificação. 1-84 Antonio Victorino Avila Eng.º Civil, MSc. UNISUL - SENAI Curso de Engenharia de Produção - Tecnólogo Versão – 2.0 Florianópolis 2009

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Engº Civil. Antonio Victorino Avila. MSC Engª Produção Custos & Precificação

13&15 tributos e Precificação. 1-84

Antonio Victorino Avila Eng.º Civil, MSc.

UNISUL - SENAI Curso de Engenharia de Produção - Tecnólogo

Versão – 2.0 Florianópolis

2009 ∴

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Engº Civil. Antonio Victorino Avila. MSC Engª Produção Custos & Precificação

13&15 tributos e Precificação. 2-84

Índice

13 - Tributos 4

13.1 – Tipos de Tributos 4 13.2 – Calculo do Tributo e Base de Cálculo 5

13.2.1 – Sistema de enquadramento tributário. 6 13.2.2 – Ramo da Empresa 6 13.2.3 – Base de Calculo do Tributo 6 13.2.4 – Regimes de tributação 7

13.3 – Calculo do tributo. 8 13.4 – Regime do Lucro Real. 9 13.5 – Imposto sobre serviços – ISS. 10 13.6 – O Imposto de Renda. 11 13.7 – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. 13

13.7.1 – Conceitos e alíquotas 13 13.7.2 – Exercícios de aplicação 14

13.8– COFINS e PIS-PASEP 15 13.8.1 - Regime de incidência cumulativa 15 13.8.2 - Regime de incidência não-cumulativa 15

13.9– O IPI. 16 13.10 – O ICMS. 19

13.10.1 – Do Imposto 19 13.10.2 – Exemplo 20

13.11 – O Lucro Presumido 20 13.11.1 - Percentuais de presunção. 22 13.11.2 - Base de Cálculo com Percentual Favorecido 23 13.11.3 - Conceito de Receita Bruta 23 13.11.4 - Valores Integrantes da Base de Cálculo 23

Apostilha de Custos Industriais

O objetivo desta apostilha é contribuir para que o aluno disponha, antecipadamente, do conteúdo a ser ministrado em sala de aula, tendo condições de conhecer, acompanhar a evolução do programa e discutir a matéria durante a sua apresentação. É intenção do autor evitar que o aluno copie conteúdo ou teoria apresentada em quadro negro. Assim sendo, ao findar o curso, o aluno disporá de uma expressão documental contínua e coerente com o que foi discutido, apresentado ou resolvido durante as aulas. Ela não dispensa a consulta e o estudo da bibliografia em referência ou complementar, pois representa simples notas de aula, resumo do conteúdo tratado. O autor recomenda ao aluno resolver todos os exercícios constantes da apostilha e, refazer, aqueles solvidos em sala de aula. Florianópolis, janeiro de 2009.

Engenheiro Civil Antonio Victorino Avila, MSc. Versão 2.0*

Copyright do Autor

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13.11.5 - Receitas Tributadas na Fonte 26 13.11.6 – Exemplos de Aplicação. 27

13.12 – O Simples Nacional. 30 13.12.1 – Definições. 30 13.12.2 – Calculo do Tributo 31 13.12.3 – Exemplo 32

13.13 – Da Incorporação de Edifícios. 32 13.14 – Casos de Empreiteiras 32

13.14.1- Composição dos tributos sobre o faturamento. 32 13.14.2 - Análise de Caso 33

13.15 – Exercícios propostos 37

15 – Precificação. 39

15.1 – Introdução. 39 15.2 - Preço por Composição de Custos. 39

15.2.1 – Preço sob regime do lucro real. 40 15.2.2 – Preço sob regime do lucro presumido 42 15.2.3 – Preço sob o regime do simples nacional 43 15.2.4 – Exercícios 43

15.3 – Caso do profissional liberal – preço por projeto. 43 15.3.1 – Capacidade de Produção do Profissional 44 15.3.2 - O preço por projeto 46 15.3.3 – O ajuste do preço. 48 15.3.4 – Produção Anual de Equilíbrio. 48 15.3.5 – Produção anual máxima. 49 15.3.6 – Custo da hora de trabalho. 50 15.3.7 – Exercícios resolvidos. 51 15.3.8 – A influência dos tributos e o lucro. 52 15.3.9 – Exercício 53

15.4 - Profissional liberal – preço por visita 54 15.4.1 – Metodologia. 54 15.4.2 – Exercício proposto. 55

15.5 – Indústria e Comércio – Mark-up 56 15.5.1 – Definição do mark-up. 56 15.5.2 – Metodologia de formação do mark-up. 57

15.5.3 – Exemplo. 57 15.5.4 – Exercício proposto 58

15.6 – Preço horário de equipamento. 59 15.6.1 – Custos administrativos e financeiros. 59 15.6.2 – Custos de manutenção. 59 15.6.3 – Custos de operação. 59 15.6.4 – Impostos e Taxas. 60 15.6.5 – Metodologia. 60 15.6.6 – Exercício. 61

15.7 – Preços de Serviços por Encomenda – BDI 63 15.7 1. - Metodologia 63 15.7.2 – Exemplo de aplicação 65 15.7.3 – Exercícios propostos 67

15.8 – Formação do Preço Industrial. 68 15.9 – Preço de Venda de Produtos. 70

15.9.1 – Metodologia 70 15.9.2 - Exemplo – Caso de um Produto 70

15.10 - Preço de Mix de Produtos. 71 15.10.1 – Teoria. 71 15.10.2 - Aplicação. 73

15.11 – Preço de Serviços Profissionais. 75 15.11.1 – Metodologia 75

15.12 – Exercícios Propostos. 76

Referências Bibliográficas. 79

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13 - Tributos. O objetivo deste capítulo é contribuir para que o interessado possa avaliar o impacto dos tributos na composição do custo de produtos e serviços, com decorrência direta na formação dos seus preços. Seu conteúdo abrangerá, apenas, conceitos gerais, os tributos mais comumente utilizados na indústria, no comercio e em serviços, especialmente na construção civil, bem como os regimes de tributação instituídos pela legislação fiscal. Por fugirem do escopo do trabalho, não serão abordadas especificidades da legislação, tais como: isenções tributárias; benefícios fiscais; regimes tributários especiais; etc. Foge da pretensão do autor esgotar o assunto, já que este não é um curso versado em tributação ou direito tributário. Mas, simplesmente, permitir ao interessado avaliar a influencia dos tributos na composição de custos e na formação de preços. E, deste modo, poder participar da elaboração do planejamento tributário da organização onde atua e entender a expressão dos mesmos na formação dos preços. Assim sendo, recomenda-se ao interessado em se aprofundar na matéria, pesquisar e estudar, principalmente, a legislação pertinente.

13.1 – Tipos de Tributos.1 Por definição, tributo corresponde a todo numerário recolhido aos cofres públicos nos termos da lei. Em seu artigo 145, a Constituição Federal prevê a existência de três tipos de tributos, sejam de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios: os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Há, porém, tributaristas e mesmo o entendimento do STF que asseveram serem cinco os tipos de tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios. Alerta-se, também, quanto à existência de diversas contribuições e fundos que mesmo levando essa denominação tem caráter de imposto. Está pacificado na doutrina e também na jurisprudência o entendimento de que as contribuições especiais têm natureza tributária. (FERREIRA, 2007). Fato este que, acrescido ao acima exposto, demonstra o emaranhado da legislação tributária brasileira e as múltiplas oportunidades que o Estado dispõe para realizar sua arrecadação. Os tributos são criados para preencher diferentes necessidades ou finalidades, podendo ser de caráter geral ou específico. (1) O conteúdo deste item 13.1 e do 13.2 são excertos dos artigos veiculado nos portais: - web HTTP//www.anjut.com.br. Em 15.11.2007. - http://www.sebraesp.com.br//principal: Quais são os impostos que incidem sobre as atividades operacionais das empresas?. Em 15.11.2007.

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Definindo os tributos: a) Impostos. Imposto corresponde ao tributo cobrado das pessoas e das empresas para que os governos tenham condições de realizar obras e serviços públicos, manutenção da administração bem como o pagamento dos salários das pessoas que trabalhem no governo. Os impostos não têm um motivo ou objetivo único e definido e servem para pagamentos em geral. b) Contribuições. As contribuições são criadas para atender a necessidades específicas. Como exemplo seja a contribuição de melhoria cobrada dos moradores de uma rua quando a mesma é asfaltada, ou uma praça é feita, valorizando os imóveis que estão próximos. Nesse caso, os donos desses imóveis são chamados a pagar uma “contribuição de melhoria” para os cofres da municipalidade, em função da valorização que o serviço realizado causou ao imóvel. c) Taxas. As taxas correspondem a uma série de tributos cobrados diretamente da pessoa quando demanda por um serviço realizado por órgão público. A taxa, portanto é um pagamento

específico e direto como contraprestação pela demanda de determinado serviço. Exemplos de Taxas são as de lixo, a de água e esgoto, a de pedágio. d) Fundos. Os fundos, da mesma forma que as contribuições, são destinados ao desenvolvimento ou implantação de algum serviço específico. Finalizando, os tributos incidentes sobre as atividades operacionais das empresas que atuam em território nacional em operações internas são:

• IR - Imposto de Renda; • CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; • PIS - Programa de Integração Social; • COFINS - Contribuição Financeira Social; • IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; • II - Imposto de Importação; • IE – Imposto sobre exportação; • ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços; • ISS - Imposto sobre Serviços;

Os sete primeiros tributos acima nomeados são de competência federal. O ICMS é devido ao fisco estadual e o ISS, ao dos municípios. 13.2 – Calculo do Tributo e Base de Cálculo.

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13.2.1 – Sistema de enquadramento tributário. O cálculo do valor de cada um dos tributos é efetuado após definida a base de calculo. Esta é definida em função de três parâmetros:

• O ramo da empresa; • O regime de tributação; • A base de calculo do tributo;

13.2.2 – Ramo da Empresa. As empresas podem ser enquadradas como atuantes nos ramos: de serviços, comercial, ou industrial. Conforme o ramo em que se enquadra a empresa, os tributos e as alíquotas incidentes sobre produtos e serviços podem ser diferentes, mesmo sendo o mesmo tributo. Como exemplo, sejam os tributos que incidem sobre o faturamento:

• O PIS e o COFINS são tributos que obrigam a todas as empresas indistintamente;

• O ISS, o ICMS ou o IPI incidirão, respectivamente, sobre o ramo de serviços, comercial ou industrial.

Quanto aos tributos que incidem sobre o lucro, o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o lucro líquido, incidem indistintamente sobre todas elas. Porém, as alíquotas podem ser distintas conforme o regime de tributação adotado.

ProcessoTributário

Indústria Comércio Serviços

Lucro Real LucroArbitrado

LucroPresumido

SimplesNacional

BaseFaturamento

BaseLucro

BaseFaturamento

ISSICMSPIS

COFINSIPI

I. Import.I. Export.

Imp. RendaCSLL ISS - ICMS

PIS - COFINSIPI

I. Import - I. ExportImp. Renda

CSLL

13.2.3 – Base de Calculo do Tributo. O valor do tributo é calculado multiplicando a alíquota pela base de cálculo do imposto ou da contribuição. Genericamente:

TRI = α × BC

Fig. 13.1 – Sistema de Enquadramento Tributário

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A base de calculo é uma variável definida segundo o regime de tributação adotado. Conforme o regime de tributação adotado, Ver. Fig. 13.1, a base de calculo sobre a qual incide o tributo pode ser:

• O faturamento ou a receita bruta; • O lucro e o faturamento.

13.2.4 – Regimes de tributação. A legislação tributária federal, ora em vigor, prevê a possibilidade de opção pelos seguintes regimes de tributação, a serem adotados antes do inicio do ano fiscal:

• O lucro real; • O lucro presumido; • O lucro arbitrado; • E o Simples.

Analisando esses regimes de tributação: a) Regime do Lucro Real. Sob este regime, ocorre incidência de tributos sobre o faturamento e o lucro líquido. É importante notar que a legislação do imposto de renda considera como sendo o lucro líquido, o lucro antes do imposto de renda, LAIR. Sobre o LAIR segundo estabelecido no DRE, incidem o Imposto de Renda e a CSLL.

O LAIR, como já visto, é apurado considerando-se todas as receitas, tributos incidentes sobre o faturamento, taxas, custos de produção, despesas da empresa, atendendo a legislação específica. Sobre o faturamento incidem: o ISS, de natureza municipal; o ICMS, tributo estadual; o PIS-Pasep, o COFINS, o IPI, o Imposto sobe Importações, etc. tributos de cunho federal. A maioria das empresas pode adotar o regime do lucro real. Algumas, porém, são obrigadas pela legislação a adotar este regime. A empresa não sujeita à obrigatoriedade de adotar o regime do lucro real ou que não o desejar fazer, poderá recolher seus tributos sob o regime do lucro presumido ou aderir ao Simples Nacional, caso sejam enquadradas como micro ou pequenas empresas segundo estabelecido na legislação federal. Estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas (Lei 9.718/98, art. 14): I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$ 48 milhões de reais ou a R$ 4 milhões de reais mensais ( Lei 10.637/2002); II – cujas atividades sejam de: bancos comerciais; bancos de investimentos; bancos de desenvolvimento; caixas econômicas; sociedades de crédito; financiamento e investimento; sociedades de crédito imobiliário; sociedades corretoras de títulos; valores mobiliários e câmbio; distribuidora de títulos e valores mobiliários; empresas de arrendamento mercantil; cooperativas de crédito; empresas de seguros privados e de capitalização; e entidades de previdência privada aberta;

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III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior. Neste caso não se enquadram a venda de produtos ou serviços ao exterior;

IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/96;

VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF 25/99). O custo orçado é entendido como a modalidade de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras.

A vantagem do regime do lucro real é, que tanto o IR como a CSLL, poderão ser recolhidos durante o exercício seguinte após aquele em que ocorreu a apuração do lucro e nos valores efetivamente devidos. c) Regime do Simples Nacional. O Simples Nacional, que também leva a denominação de Super Simples, é um regime de tributação que visa simplificar e facilitar recolhimento de tributos federais devidos pelas micro e pequenas empresas utilizando um único documento.

Essas empresas poderão recolher os impostos federais, IR, CSLL, PIS, COFINS e IPI de forma unificada, segundo alíquotas especificadas por faixa de receita bruta. Ver item 13.6. d) Lucro arbitrado.2 O arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte.

É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso. Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado. Considerando ser este um regime excepcional de tributação e aplicável quando o contribuinte descumpre obrigações fiscais, não serão efetuados maiores comentários sobre o assunto no transcorrer deste capítulo.

13.3 – Calculo do tributo. Neste capítulo e no capítulo que trata da precificação, será adotada a seguinte nomenclatura: 2 Do site: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr556a585.htm

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BC = Base de calculo do tributo; CD = Custo direto dos insumos; CI = Custos indiretos; CT = Custo total orçado; ES = Encargos Sociais Fi = Custo financeiro IRLP = Imposto de renda sob o regime do lucro presumido; IRLR = Imposto de renda sob o regime do lucro real; L = Lucro expresso em valor monetário - $; MO Valor da mão de obra – folha básica; P = Preço PB = Preço bruto – considera tributos sobre o lucro PL = Preço líquido, preço sem a incidência dos tributos; TRI = Tributo, de modo genérico; µ = Margem de lucro, expressa em %; α = Alíquota do tributo - genérica; αSN = Alíquotas do Simples Nacional ΣαFAT = Somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre

o faturamento; ΣαLUCRO = Somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre

o lucro; Σε Índice do total dos Encargos Sociais; O tributo devido é calculado multiplicando a base de calculo pela alíquota do imposto.

TRI = α × BC Duas são as bases de calculo: o faturamento ou o total da receita, com acréscimos ou deduções permitidas por lei, e o lucro. No caso do lucro ser a base de cálculo, ele corresponde ao lucro real antes da provisão para imposto de renda, o LAIR.

13.4 – Regime do Lucro Real. Sob o regime do lucro real, a apuração do Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido têm como base de calculo o lucro de cada exercício, LAIR, conforme apurado no DRE. Sob o faturamento dessas empresas incidem: o Imposto sobre Serviços – ISS, de competência municipal; o ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços, de competência estadual; e, de exigibilidade federal: o IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; o PIS - Programa de Integração Social; o COFINS - Contribuição Financeira Social; o II - Imposto de Importação, o IE - Imposto sobre Exportação. Na tabela 13.3 – Tributos e Alíquotas incidentes sobre o Lucro Real são relacionados os tributos e a variação das alíquotas dos mesmos. No caso das alíquotas serem variáveis, recomenda-se ao interessado acessar a legislação específica visando determinar o valor das mesmas. Quando a empresa opta pelo regime do lucro real, basicamente, os tributos são calculados seguindo os modelos: a) Base de calculo o valor do faturamento:

TRI = αFAT × Faturamento b) Base de calculo o lucro:

TRI = αLUCRO × Lucro

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Tipo de Imposto Tipo de Atividades Alíquota Base de

Cálculo Observação

IR - Imposto de Renda sobre o Lucro

Líquido

Comércio, Indústria e Serviços

15% Lucro líquido

Se o lucro líquido for superior a R$ 240.000

por ano, haverá um adicional de 10%

sobre o excedente. CSLL -Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido

Comércio, Indústria e Serviços

9% Lucro Líquido -------------------

PIS - Programa de Integração Social

Comércio, Indústria e Serviços

1,65% Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

COFINS - Contribuição

Financeira Social

Comércio, Indústria e Serviços

7,6% Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

IPI - Imposto Produtos

Industrializados Indústria Variável Valor da

Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra. II - Imposto de

Importação Importação Variável Valor da Importação

Varia segundo o tipo de produto.

IE - Imposto de Exportação Exportação Variável Valor da

ExportaçãoVaria segundo o tipo

de produto.

ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e

Serviços

Indústria e Comércio

Variável De 0% a 25%

Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra. ISS -

Imposto sobre Serviços

Serviços Variável De 2% a 5%

Valor da Venda

Tab. 13.3 – Tributos e Alíquotas incidentes sobre o Lucro Real.

13.5 – Imposto sobre serviços – ISS. O ISS, tributo de competência municipal, tem como objeto a prestação de serviços. Sua competência não atinge empresas comerciais e industriais. A prestação de serviços é entendida como o produto de esforço humano que se apresenta sob forma de bem imaterial, ou no caso de implicar utilização de material preserve a sua natureza no sentido de expressar uma obrigação de fazer, isto é, ter como objeto da prestação a própria atividade. A legislação entende que este imposto deve ser recolhido à municipalidade do local onde o serviço foi prestado, sendo que cada municipalidade dispõe de competência constitucional para estabelecer as alíquotas do mesmo. Matematicamente o valor do tributo é calculado:

ISS = αISS x BC A base de calculo deste tributo pode ser o valor do serviço prestado ou o total de nota fiscal. a) Valor da nota fiscal. Quando a base de calculo é, simplesmente, o valor da nota fiscal, há municipalidades que distinguem os serviços eminentemente de lavor daqueles em que haja a concorrência de mão de obra e fornecimento de materiais. As alíquotas nesta situação podem ser diferenciadas.

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13&15 tributos e Precificação. 11-84

Ver Tab.13.14 e 13.15, exemplo da P.M. de Florianópolis, SC, em que esta municipalidade estabelece em 3% do valor da nota fiscal a alíquota do serviço quando ocorre o fornecimento de material. E, em 5%, para serviços quando este fato não ocorre. b) Valor da Mão de Obra. Ressalta-se que muitas prefeituras recomendam a discriminação em separado, no corpo da nota fiscal, do valor da mão de obra e o valor dos materiais utilizados na elaboração dos serviços. A base de calculo do ISS corresponde ao valor da mão de obra. Em casos de empreitadas com fornecimento de material, há municipalidades que entendem ser o montante da mão de obra equivalente a 30-40% do valor da nota fiscal. Recomenda-se conhecer os procedimentos adotados em cada município antes de se efetuar qualquer orçamento, já que o tributo deve ser recolhido no local onde o serviço foi prestado.

13.6 – O Imposto de Renda. A base de calculo do imposto de renda difere quando a empresa opta pelo regime do lucro real, do lucro presumido ou do simples nacional.

A definição, nos dois primeiros casos, será efetuada nos sub-itens 13.5.1 e 13.5.2. No caso do Simples Nacional, sua consideração ocorrerá no item 13.11 13.6.1- IR sobre o lucro real. A base de cálculo do tributo, neste caso, é o lucro real líquido apurado no DRE antes da provisão para o Imposto de Renda, ou seja, o LAIR. ( BC=LAIR). O IR quando calculado sob o lucro real, apresenta dois patamares de calculo ( Ver Tab.13.4):

• Uma alíquota de 15% do valor do LAIR; • Uma alíquota adicional de mais 10% sobre o excesso,

ocorrendo um lucro líquido anual superior a R$ 240 mil. O valor do Imposto de Renda devido, então, será calculado sob o seguinte modelo:

IRLR= 0,15 × LAIR + (0,10 × LAIR – 240.000,00) Ressalta-se que, o tributo sobre o excesso a pagar, isto é, (0,10 × LAIR – 240.000,00), não pode ser negativo, pois ocorreria uma redução do imposto a pagar, o que é incompatível tributariamente falando. O tributo sob o regime do lucro real é recolhido ao tesouro nacional após apurado o balanço do exercício de uma única vez ou parcelado, nos termos da legislação do imposto de renda. O regime do lucro real pode ser financeira e economicamente interessante à empresa, pois, além de recolher

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13&15 tributos e Precificação. 12-84

o tributo durante o exercício seguinte à realização do lucro, o efetua sobre montante do lucro apurado.

Lucro Real

Enquadramento Base de Cálculo Alíquota Excesso

1 – Empresário ou Pessoa Física

Desconta o imposto diretamente na fonte pagadora, segundo a tabela progressiva mensal.

• Até R$ 1.372,81 isento • De 1.372,81 a R$ 2.743,25 15,0% • Acima de 2.743,25 27,5 %

2 - Sociedade

Civil ou Limitada

Lucro Real 15%

Acima de R$240.000

por ano, sobre o excesso, incide mais

10%. Tab. 13.4 - Alíquotas do Imposto de Renda

13.6.1 – IR sobre o lucro presumido. Da mesma forma que o caso do lucro real, o valor do tributo apresenta dois patamares de tributação, porém em relação à base de cálculo:

• Uma alíquota de 15% do valor da base de cálculo; • Uma alíquota adicional de mais 10% sobre o excesso,

ocorrendo um lucro líquido trimestral superior a R$ 60 mil o que equivale a R$ 240 mil por ano

A base de calculo do imposto, neste caso, corresponde a uma fração, φ LP, da receita bruta presumida. A receita bruta presumida equivale ao total das receitas provenientes das vendas somadas aos ganhos de capital e às demais receitas e resultados positivos decorrentes de receitas não-compreendidas na atividade. Da mesma forma que o caso do lucro real, o valor do tributo apresenta dois patamares de tributação, porém em relação à base de cálculo que é a receita presumida. Ver Tab. 13.5.

• Uma alíquota de 15% incidente sobre a base de cálculo;

• Uma alíquota adicional de mais 10% sobre o excesso, quando ocorrer um lucro líquido trimestral superior a R$ 60 mil o que equivale a R$ 240 mil por ano. (3)

Lucro Presumido

Enquadramento Base de Cálculo

Alíquota Do IR Excesso

Sociedade Civil ou Limitada

% de presunção da Receita Bruta Conferir item

13.10.1

15%

Acima de R$ 60.000 por trimestre, sobre o

excesso, incide mais

10%. Tab. 13.5 - Alíquotas do Imposto de Renda

3 http://www.cmpcontabil.com.br/lucropresumido.html

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O valor do Imposto de Renda é calculado sob o modelo abaixo em φLP que corresponde ao percentual de presunção da receita bruta presumida, RBP, conforme relatado no item 13.10.1 – Percentuais de Presunção.

IRLP = 0,15 x φ LP x RBP + (0,10 x φ LP x RBP – 60.000) Sendo: BC = φ LP x RBP, então:

IRLP = 0,15 x BC + (0,10 x BC – 60.000) Da mesma forma que o anterior, ressalta-se que, no modelo acima, o excesso (0,10 x BC – 60.000) não pode ser negativo, pois ocorreria uma redução do imposto a pagar. 13.7 – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido foi instituída pela Lei nº 7.689 de 15.12.1988 e segundo o seu Art. 3º: Este tributo pode ter como base de calculo o lucro ou o faturamento caso a empresa opte, respectivamente, pelo regime do lucro real ou do lucro presumido. Ver. Tab. 13.6. 13.7.1 – Conceitos e alíquotas. I – Lucro Real Quando opta pelo regime do Lucro Real a alíquota do tributo é estabelecida em 9% (nove por cento) incidente sobre a base de calculo. No caso, o lucro bruto antes do imposto de renda.

CSLL(LR) = α CSLL x LAIR

No caso da empresa ter optado pelo regime de tributação sob o lucro real, a base de calculo do tributo é o lucro real apurado no final do exercício fiscal, do mesmo modo que a do Imposto de Renda,

Opção de Tributação Base de Cálculo Alíquota

Lucro Real Lucro Real -LAIR-

Lucro Presumido 12% ou 32% da Receita Bruta

9,00% da

Base de Cálculo

Fonte: RIR/2007 Tab. 13.6 – Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

Segundo o Art. 2º da Lei anteriormente citada, a base de cálculo da contribuição corresponde ao valor do resultado do exercício, LAIR, antes da provisão para o imposto de renda, com acréscimos e deduções na forma da lei. II – Lucro Presumido. Quando a pessoa jurídica opta pelo regime do Lucro Presumido, a alíquota da contribuição corresponde a 9% (nove por cento) da base de calculo. Esta base de calculo, por sua vez, corresponde a um percentual do faturamento presumido conforme estabelecido a seguir

CSLL(LP) = α CSLL x φ LP x RB

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A partir de 01.09.2003, por força do art. 22 da Lei 10.684/2003, a base de cálculo da CSLL, devida pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro passou a ser: • 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais,

serviços hospitalares e de transporte;

• 32% para: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços

hospitalares e transporte; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis,

móveis e direitos de qualquer natureza.

A prestação de serviços de construção civil por empreitada na modalidade total, com fornecimento de todos os materiais indispensáveis à execução da obra, está sujeita ao percentual de 12% na determinação da base de cálculo da CSLL, pela sistemática do lucro presumido. (4) Outrossim, sob a égide da Lei nº 11.196/2005, as receitas financeiras passaram a ser tributadas em 12% quando a empresa é optante do lucro presumido. 13.7.2 – Exercícios de aplicação. Uma empresa apresentou um lucro líquido antes do imposto de renda, LAIR, no montante de R$ 365.786,00. Ela deseja saber qual o percentual do faturamento comprometido com a provisão para o imposto de renda e com a CSLL. (4)Vera Lúcia Ribeiro Conde. Portal: http://www.empresario.com.br/legislacao/edicoes/2008/irpj_csll_constru_civ_empr.html

a) Provisão para o Imposto de Renda. Nesta situação, o imposto de renda a pagar é de, R$ 67.445,00 conforme abaixo calculado. LAIR:...................................... 365.780,00 R$ Imposto de Renda = 365.780,00 × 0,15 = 54.867,00 R$ Excesso de Imp. Renda = 125.780,00 × 0,10 = 12.578,00 R$ Imposto de Renda a pagar = 54.867,00+12.578,00 = 67.445,00 R$ A alíquota final do Imposto de Renda, então, corresponde a 18,44% do Lucro Real ou LAIR.

%,.

.FAT

IRTOTAL 4418

78036544567

⇒==α

b) Provisão para a CSLL.

$R,..,LAIRCSLL CSLL 2092032780365090 =×=×α= c) Percentual Total. Considerando que o Imposto de Renda e a Contribuição Social dispõem da mesma base da calculo, a tributação total realizada sobre o lucro líquido antes do imposto de renda, LAIR, correspondem, no caso, a 27,44% do mesmo:

%,.

,..

,.,.LAIR

CSLLIRTOTAL 4427

78036520365100

78036520920320044567

⇒=+

=+

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13.8– COFINS e PIS-PASEP. (5) As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS são efetuadas segundo duas regras gerais de apuração, denominadas de incidência cumulativa e incidência não-cumulativa. Sob cada um desses regimes, as alíquotas dos tributos são distintas. Ver. Tab. 13.7. Porém, alerta-se que esses tributos possuem, ainda, diversos regimes especiais de apuração.

Regime/tributo PIS-Pasep COFINS Lucro Real 1,65% 7,60% Lucro Presumido 0,65% 3,00% Fonte: Receita Federal 12/2007.

Tab. 13.7 – Alíquotas PIS-Pasep e COFINS. 13.8.1 - Regime de incidência cumulativa. Sob o regime de incidência cumulativa a base de cálculo corresponde ao total das receitas da pessoa jurídica, sem haver deduções relativas a custos, despesas e encargos. Neste regime, as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS são, respectivamente, de 0,65% e de 3%. Ver Tab.13.7. (5) Fonte: excertos do site http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/PisPasepCofins/RegIncidencia.htm - Em 15.11.2007. COFINS: LC nº 70 de 1991 – Art. 2º - Lei nº 9718 de 1998 – Art. 8º.

Enquadram-se neste regime as pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado. 13.8.2 - Regime de incidência não-cumulativa. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS são, respectivamente, de 1,65% e de 7,6%. Sob este regime, a apuração da COFINS e do PIS-Pasep a pagar será efetuada depois de deduzido os créditos de 7,6% e 1,65%, respectivamente, incidentes sobre os insumos já adquiridos e os serviços de terceiros contratados de outras pessoas jurídicas. O regime de incidência não-cumulativa da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS foram instituídos em dezembro de 2002 e fevereiro de 2004, respectivamente. O diploma legal da Contribuição para o PIS/PASEP não-cumulativa é a Lei nº 10.637, de 2002, e o da COFINS a Lei nº 10.833, de 2003. Enquadram-se neste regime as pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro real estão sujeitas à incidência não-cumulativa. O enquadramento neste regime exclui:

− As instituições financeiras, − As cooperativas de crédito,

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− As pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários e financeiros,

− As operadoras de planos de assistência à saúde, − As empresas particulares que exploram serviços de

vigilância e de transporte de valores ( Lei nº 7.102, de 1983),

− E, as sociedades cooperativas. As sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades cooperativas de consumo, porém, podem adotar este regime.

Outrossim, alerta-se que alguns tipos de despesas incorridas pela pessoa jurídica, mesmo que sujeitas á incidência não-cumulativa, se submetem à incidência cumulativa. Essas são elencadas no art. 10, VII a XXV da Lei nº 10.833, de 2003. Ver Receitas excluídas do regime de incidência não-cumulativa. Regimes especiais.

13.9– O IPI. O IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados, tributo de competência da União Federal, como o próprio nome sugere, incide sobre operações com produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas, contudo, as especificações relacionadas na TIPI (tabela de incidência do imposto sobre produtos industrializados). Decreto Nº.4544 de 26 /12 /2002. O fato gerador deste imposto é a industrialização conforme artigo 46, parágrafo único, do Código Tributário Nacional, que considera industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.

São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte ou contribuinte autônomo (6):

• O importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;

• O industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar;

• O estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar;

• Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista na Constituição Federal.

A alíquota do IPI varia conforme o produto, segundo expresso na Tabela de Incidência do IPI – TIPI e o tributo é calculado pelo modelo abaixo:

IPI = CoeficienteIPI × Valor da Nota

(6) Considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar. Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/IPI/conceito.htm. 10.10.2008

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O Valor do IPI pode variar caso ele integre ou não a base de calculo do ICMS. Nos termos do art. 155, parágrafo 2º, inciso XI, da Constituição Federal, e o art. 13, parágrafo 2º, da Lei Complementar nº. 87/96, o valor do IPI não integra a base de cálculo do ICMS quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização ou comercialização, configurar o fato gerador de ambos os impostos. Portanto, segundo as mencionadas disposições, o montante do IPI:

• Não integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é destinado à industrialização ou à comercialização;

• Integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é destinado a uso ou consumo, independentemente de o destinatário ser ou não contribuinte.

Para melhor compreensão e aplicação do acima exposto (7): a) Quando não se inclui o IPI na base de cálculo do ICMS.

Neste caso uma empresa recebe um insumo, transforma e o remete para nova empresa que dará segmento ao processo de industrialização.

(7) Extraído do site: Informe B&C em 25.11.2007. http://www.barbacovi.com.br/informes/inf0400.htm#BC

Considerando que o valor do tributo é calculado sobre o valor da nota fiscal, o preço final deve ser definido por fora, utilizando o modelo abaixo:

BCIPIIIP×

α−=

11

Alíquota do ICMS - α Coeficientes* 7%

12% 17% 18% 25%

1,07527 1,13636 1,20481 1,21951 1,33333

Tab.13.7 – Alíquotas do ICMS a) Quando se inclui o IPI na base de cálculo do ICMS. Neste caso o produto vai a consumo final, havendo a incidência do ICMS sobre o valor do IPI.

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Do mesmo modo que o anterior, o valor do tributo é calculado sobre o valor da nota fiscal. Assim sendo, o preço final deve ser definido por fora, utilizando o modelo abaixo:

( ) BC)(

IPIIIPICMS×

α+×α−=

111

Como exemplo de aplicação, seja o caso de um produto cujo preço líquido, a menos dos tributos, monta a R$ 7.500,00. Calcular o preço final do mesmo sabendo que o mesmo esta sujeito às seguintes alíquotas: 25% ICMS e 10% IPI.

Para um mesmo produto, o seu preço final poderá variar em função da obrigatoriedade, ou não, de incluir na base de cálculo do ICMS o montante relativo ao IPI.

item Valores em R$

Preço do produto sem o ICMS embutido (líquido) 7.500,00

Coeficiente para determinação do preço do produto com o ICMS embutido 10.344,75

Preço do produto com o ICMS embutido (1,3793 x R$ 7.500,00) 1,3793

IPI (10%) 1.034,48

Valor total 11.379,23

Valor do ICMS (R$ 11.379,23 x 25%) 2.844,81

Tab.13.8 – Exemplo de Calculo de Tributos ICMS e IPI

item IPI incluído na base do

ICMS

IPI não incluído na base do

ICMS

Preço do produto s/ICMS embutido 6.500,00 6.500,00

Coeficiente p/ determinação do preço do produto com o ICMS embutido

1,08178 1,07527

Preço do produto com o ICMS embutido 7.031,57 6.989,26

IPI 8% 562,53 559,14

Valor total da operação 7.594,10 7.548,40

Valor do ICMS (alíquota 7%) 531,59 489,25

Tab.13.9 – Exemplo de variação de preço O exemplo exposto nas tabelas 13.8 e 13.9, mostra a diferença no preço final do produto, caso ocorra, ou não, a obrigatoriedade de incluir na base de calculo do ICMS o valor do IPI. Considerando, então, a hipótese de um produto cujo custo orçado foi de R$ 6.500,00 sujeito às seguintes alíquotas: 7% de ICMS e 8% de IPI. Comparando o resultado final (valor total da operação) segundo o apurado neste exemplo, verifica-se que, para o mesmo produto, o seu preço pode ser de R$ 7.594,10 ou R$ 7.548,40.

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13.10 – O ICMS. 13.10.1 – Do Imposto. O ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre as prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal, de energia e de comunicação. É um tributo de competência dos Estados e do Distrito Federal. (8). Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. O imposto é não-cumulativo. Ou seja, compensa-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Cada Estado da Federação tem liberdade para adotar regras próprias, e aí se inserem os valores das alíquotas, relativas à cobrança desse imposto, respeitados os requisitos mínimos fixados na Constituição Federal e pelo Código Tributário Nacional.

(8 ) O item 13.6 foi extraído do site: http://www.portaltributario.com.br/tributos/icms.html

Em decorrência da assertiva acima, alerta-se ao interessado que deve verificar qual a alíquota adequada ao produto ou serviço em orçamento. É assegurado àquela pessoa jurídica que deve recolher o tributo, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento. Como exemplo desta compensação, seja uma empresa cujo total do ICMS a recolher ao cofre estadual seja de R$ 50.000,00 O valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias foi de R$ 10.000,00. O valor do ICMS a pagar, então é de:

ICMS = R$ 50.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00.

A base de cálculo do ICMS é, regra geral, o preço de venda da mercadoria. É o que determina o art. 13 da Lei Complementar 87/96.

Assim sendo deve-se saber que: i) nas vendas à vista, a base de cálculo do ICMS é o preço de

venda da mercadoria, com as exceções previstas. Não se pode falar em inclusão ou não de juros na referida base de cálculo;

ii) nas vendas financiadas por instituição financeira ou administradora de cartão de crédito, a base de cálculo do imposto não deve, da mesma forma, incluir o montante relativo aos juros;

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iii) nas vendas a prazo, por outro lado, deve-se incluir os juros na respectiva base de cálculo do ICMS.

Como falado, a base de calculo deste tributo é o preço de venda da mercadoria ou serviço. Porém, a legislação prevê que o tributo integra a sua base de calculo, nisto decorre ser o valor real da alíquota do tributo superior àquele expresso na letra da lei. Demonstrando a assertiva acima pode-se escrever, matematicamente: Preço Bruto = Preço Líquido + ICMS Considerando que o tributo integra a própria base de cálculo, o imposto a pagar pode ser escrito em função do preço líqüido, PL, sob o seguinte modelo:

ICMS = α (PL + ICMS) ∴ ICMS = α PL + α ICMS

)(PLICMSα−

×α=

1

Da expressão acima se deduz que a alíquota real do ICMS é dada por:

)(ICMSREAL α−

α=

1

13.10.2 – Exemplo. Seja calcular o preço de venda e o valor do ICMS de um produto sujeito à alíquota de 25%. O preço do produto (preço líquido) já descontado o ICMS foi orçado em R$ 40.000,00.

Sendo: Preço Bruto = Preço Líquido + ICMS

Então, PL)(

PLeçoBrutoPr ×α−

α+=

1 ∴

$R,.),(

.,.eçoPr 33333532501

0004025000040 =−×

+=

Ao ser aplicada a alíquota de 25% sobre o preço do produto, tem-se o valor do ICMS, R$ 13.333,33. 13.11 – O Lucro Presumido. O lucro presumido(9) é uma forma de tributação simplificada destinada a determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração pelo lucro real. Podem optar pelo regime do lucro presumido as pessoas jurídicas:

a) cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), no ano-calendário anterior, ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses em

(9 ) Fonte do item 13.7: site do Ministério da Fazenda – Receita Federal, em 15.11.2007. http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2000/Orientacoes/DeterminacaoLucroPresumido.htm#percentuais.

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atividade no ano-calendário anterior (Lei nº 10.637, de 2002, art. 46); b) e que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica.

A base de calculo considerada é a receita bruta total e corresponde às receitas provenientes das vendas somadas aos ganhos de capital e às demais receitas e resultados positivos decorrentes de receitas não-compreendidas na atividade. Ver Tab. 13.6. Como já visto, valor do Imposto de Renda é calculado sob o modelo abaixo em φLP que corresponde ao percentual de presunção da receita bruta e RB a receita bruta ou faturamento:

IRLP = 0,15 x BC + (0,10 x BC – 60.000) Ao optar pelo regime do lucro presumido, o imposto de renda, assim como a CSLL, deverá ser apurado trimestralmente e pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração. No entanto, o PIS e o COFINS continuam sendo pagos mensalmente. Para haver uma decisão segura entre optar pelo regime de lucro real ou o do lucro presumido, deve ser prevista o percentual de lucro que espera ter em relação ao faturamento bruto, visto ser este a base para o cálculo do imposto. Não

importa se ao final do ano calendário for apurado prejuízo ou lucro muito inferior ao previsto. Quando uma empresa explorar mais de uma atividade, por exemplo, venda e serviço, a receita bruta será definida aplicado o percentual relativo a cada faturamento individualmente. No item 13.10.1 estão relacionadas as alíquotas e o enquadramento fiscal para diversas atividades. Hausmann, 2001, comenta que, na maioria dos casos, o regime do lucro presumido mostra-se mais vantajoso que o do lucro real. Porém tal situação deve ser verificada antes do início de cada exercício através de um processo de planejamento tributário, especialmente quando o lucro trimestral previsto ultrapassar, significativamente, o limite de R$ 60.000,00. Pois, acima deste limite incide mais 10% sobre o valor do excesso. A decisão sobre qual dos regimes é o mais benéfico para a empresa requer a realização de simulações, pois caso a empresa disponha de valores consideráveis de despesas dedutíveis para o IRPJ, é muito provável ser o lucro real o mais econômico. No caso da construção civil ou de empresas que trabalhem sob o regime de empreitada, aumenta a exigibilidade de um criterioso planejamento financeiro visando definir o sistema mais interessante para a empresa dada a sazonalidade do mercado. Além disso, considerando ser comum as empresas atuantes no setor da construção civil assumirem diversas modalidades de contratos, seja por administração, empreitada

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13&15 tributos e Precificação. 22-84

de material e mão de obra ou, simplesmente, empreitada de “lavor”, há que se efetuar um consistente planejamento tributário, pois sobre cada um deles pode incidir distintas alíquotas quando se opta pelo lucro presumido, fato que torna complexo a sua utilização. 13.11.1 - Percentuais de presunção. A partir do ano-calendário de 1999 (Em vigor em 12/2007), a legislação do Imposto de Renda previa a incidência dos seguintes percentuais de presunção a serem aplicados na definição da base de calculo do tributo: a) 1,6% (um inteiro e seis décimos por cento) sobre a receita bruta mensal auferida na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; a) 8% (oito por cento) sobre a receita bruta mensal proveniente:

b.1. Da venda de produtos de fabricação própria; b.2. Da venda de mercadorias adquiridas para revenda; b.3. Da industrialização de produtos em que a matéria-

prima, ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização;

b.4. Da atividade rural; b.5. De serviços hospitalares; b.6. Do transporte de cargas; b.7. De outras atividades não caracterizadas como

prestação de serviços;

c) 16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta mensal auferida pela prestação de serviços de transporte, exceto o de cargas; d) 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta mensal auferida com as atividades de:

d1 - Prestação de serviços, pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada; d.2 - Intermediação de negócios; d.3 - Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis ou direitos de qualquer natureza; d.4 - Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão-de-obra (empreitada de Lavor); d.5 - Prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada anteriormente.

Esclarece-se que as atividades de corretagem (seguros, imóveis, etc) e as de representação comercial são consideradas atividades de intermediação de negócios. No caso da empresa dispor de atividades diversificadas, a definição da base de calculo será efetuada somando o percentual correspondente sobre a receita proveniente de cada atividade específica. Considerando o caso da construção civil, mais especificamente quando atua sob o regime de empreitada, os percentuais de presunção a serem adotados para a determinação da base de cálculos relativa a diversos tipos de contratos são aqueles listados na Tab. 13.17.

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13&15 tributos e Precificação. 23-84

Caso de Construção Civil

Enquadramento Base de Cálculo

Percentual Presunção Excesso

1 - Empreitada Material + M.Obra

2 – Empreitada

de Lavor

3 – Construções por Administração

4 - Projetos

Receita Bruta Receita Bruta Receita Bruta Receita Bruta

8%

32%

32%

32%

o lucro que ultrapassar a R$ 60 mil no trimestre é tributado em mais 10%.

Tab. 13.17 – Percentual de Presunção 13.11.2 - Base de Cálculo com Percentual Favorecido. As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços em geral mencionadas nas alíneas "d.2" a "d.5" acima, cuja receita bruta anual seja de até R$ 120.000,00, poderão utilizar, para determinação da base de cálculo do imposto de renda trimestral, o percentual de 16% (dezesseis por cento). A pessoa jurídica, cuja receita bruta anual acumulada até determinado trimestre do ano-calendário exceder o limite anual de R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), deverá determinar nova base de cálculo do imposto com a aplicação do percentual de 32% (trinta e dois por cento), de acordo com o disposto no § 4° do art. 36 da IN SRF n° 93, de 1997, e apurar a diferença do imposto postergado em cada trimestre transcorrido, no trimestre em que foi excedido o limite.

Esta diferença deverá ser paga em quota única, por meio de Darf separado, no código 2089, até o último dia útil do mês subseqüente ao trimestre em que ocorrer o excesso. Após este prazo, a diferença será paga com os acréscimos legais (IN SRF n° 93, de 1997, art. 36, §§ 5° e 6°). 13.11.3 - Conceito de Receita Bruta A receita bruta compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, excluídas as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados, destacadamente do comprador ou contratante, e dos quais o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário. A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, poderá adotar o critério de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços pelo regime de caixa ou de competência, observando-se o disposto na IN SRF n° 104, de 1998. 13.11.4 - Valores Integrantes da Base de Cálculo. O lucro presumido, apurado trimestralmente, será a soma dos seguintes valores:

a) do valor obtido pela aplicação dos percentuais, especificados no subitem percentuais, sobre a receita bruta;

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b) dos valores correspondentes aos demais resultados e ganhos de capital, assim considerados:

b.1) os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos, inclusive de aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro. O ganho corresponderá à diferença positiva verificada, no mês, entre o valor da alienação e o respectivo custo de aquisição, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada;

b.2) os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permanecerem no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

b.3) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou direitos (IN SRF nº 11, de 1996, art. 60, § 1º);

b.4) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;

b.5) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

b.6) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica;

b.7) os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - Selic, para títulos

federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados; b.8) as variações monetárias ativas;

c) dos rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável; d) dos juros sobre o capital próprio auferidos; e) de 2,5% (dois e meio por cento), no mínimo, do saldo do lucro inflacionário acumulado existente em 31/12/1995, caso a pessoa jurídica tenha apurado o imposto com base no lucro presumido nos anos-calendário de 1996, 1997 e 1998; f) dos valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou tenha optado pela tributação na forma do art. 1º do Decreto-lei nº 2.397, de 1987, ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado; g) o valor resultante da aplicação dos percentuais, de que trata o subitem 7.2.6.1 – Percentuais, sobre a parcela das receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa, na forma da IN SRF n° 38, de 1997; h) o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder ao limite calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses, acrescido de três por cento anuais a título de "spread", proporcionalizados em função do período a que se referirem os

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13&15 tributos e Precificação. 25-84

juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco Central do Brasil; i) a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor calculado com base na taxa a que se refere o inciso anterior e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no Banco Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior; j) as multas ou qualquer outra vantagem recebida ou creditada, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato; l) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue para a formação do referido patrimônio (Lei n° 9.532, de 1997, art. 17, § 3°, e art. 81, II).

Atenção: 1º - O resultado negativo ou perda apurada em uma operação não poderá ser compensado com os resultados positivos auferidos em outras operações. 2º - Consideram-se resultados positivos as receitas auferidas diminuídas das despesas necessárias à sua obtenção, quando efetivamente realizadas. 3º - Quanto a alínea "b.8", a partir do 4° trimestre de 1999, a pessoa jurídica poderá excluir a parcela das receitas

financeiras decorrentes da variação monetária ativa dos direitos de crédito e das obrigações, em função da taxa de câmbio, submetida à tributação, segundo o regime de competência, relativa a períodos compreendidos no ano-calendário de 1999, excedente ao valor da variação monetária efetivamente realizada, ainda que a operação tenha sido liquidada (MP n° 1.858-10, de 26 de outubro de 1999, art. 31, parágrafo único, e reedição; MP n° 1.991-12, de 1999, e reedições). 4º - Quanto a alínea "b.8", a partir de 1° de janeiro de 2000, as variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo, quando da liquidação da correspondente operação. À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas na determinação da base de cálculo pelo regime de competência, sendo que a opção aplica-se a todo ano-calendário (MP n° 1.858-10, de 29 de outubro de 1999, art. 30 e reedição; MP n° 1.991-12, de 1999, e reedições). 5º - Quanto à alínea "l", deverão ser aplicadas as normas do inciso I do art. 17 da Lei n° 9.249, de 1995 aos valores entregues até o final de 1995 (Lei n° 9.532, de 1997, art. 17, § 1°). 6º - A partir de edição do Decreto n° 3.342, de 25 de janeiro de 2000, a pessoa jurídica que optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, durante o período em que submetida ao REFIS, deverá acrescer à base de cálculo o valor correspondente aos lucros, oriundos do exterior, no trimestre em que forem disponibilizados, nos termos do art. 1° da Lei n° 9.532, de 1997. Deverá, ainda, acrescer à base de cálculo o valor correspondente aos rendimentos e ganhos de

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capital, oriundos do exterior, no trimestre em que forem auferidos (Decreto n° 3.342, de 2000, art. 9° ). 7º - Nas atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, as variações monetárias ativas a que se refere o art. 9° da Lei n° 9.718, de 1998, serão adicionadas ao próprio lucro, pelo regime de competência ou de caixa, conforme opção do contribuinte, estando o mesmo vedado à opção pelo lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF n° 25, de 1999, art. 1° , I, e art. 2° ). 13.11.5 - Receitas Tributadas na Fonte. As importâncias pagas ou creditadas à pessoa jurídica, sujeitas à incidência do imposto na fonte, terão o seguinte tratamento:

a. quando decorrentes da prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional, de comissões, corretagens ou quaisquer outras remunerações pela representação comercial ou pela mediação na realização de negócios civis e comerciais e da prestação de serviços de propaganda e publicidade serão incluídas como receitas de prestação de serviços e o imposto retido na fonte poderá ser compensado com o devido trimestralmente. Para efeito de compensação, o imposto pago ou retido, constante de documento hábil, será compensado pelos valores originais, sem qualquer atualização (art. 75, parágrafo único da Lei nº 9.430, de 1996).

Quando o imposto a compensar for superior ao imposto devido no trimestre, o excesso poderá ser compensado nos trimestres subseqüentes, acrescido dos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do trimestre subseqüente até o mês anterior ao da compensação e de 1% (um por cento) no mês da compensação; b) Os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa,

renda variável ou juros sobre o capital próprio serão incluídos na base de cálculo e o imposto pago ou retido incidente sobre esses rendimentos poderá ser compensado com o imposto devido trimestralmente. Para efeito de compensação, o imposto pago ou retido, constante de documento hábil, será compensado pelos valores originais, sem qualquer atualização (art. 75, parágrafo único da Lei nº 9.430, de 1996).

c) Serão considerados tributados exclusivamente na fonte

os rendimentos decorrentes de participações societárias, sempre que tais rendimentos sofrerem tributação na fonte observada a legislação da época em que os mesmos forem gerados

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Imposto Tipo de Atividades Alíquota Base de

Cálculo Observação

IR - Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido

Comércio, Indústria e Serviços

1,2% Valor da Venda

CSLL -Contribuição

Social sobre o Lucro Líquido

Comércio, Indústria e Serviços

1,08% Valor da Venda

PIS - Programa de Integração

Social

Comércio, Indústria e Serviços

0,65% Valor da Venda

COFINS - Contribuição Financeira Social

Comércio, Indústria e Serviços

3,0% Valor da Venda

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados

Indústria

Variável

Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

II - Imposto de Importação Importação Variável Valor da

Importação

ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços

Indústria e Comércio

Variável De 0% a

25%

Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

ISS - Imposto sobre Serviços Serviços

Variável de 2% a

5%

Valor da Venda

Tab. 13.11 – Alíquotas dos Tributos - Lucro Presumido.

13.11.6 – Exemplos de Aplicação. a) Caso geral. Seja calcular o imposto de renda devido por uma empresa optante pelo regime do lucro presumido cujo faturamento bruto anual foi previsto em R$ 520.000,00. A base de calculo do tributo, segundo o enquadramento da mesma, é calculada considerando um percentual de presunção de 8% do faturamento. Sendo a alíquota do Imposto de Renda no caso do lucro presumido de 15%, tem-se:

Base de cálculo = Faturamento bruto x percentual de presunção Imposto de Renda = base de cálculo x alíquota

IR = 520.000,00 x 0,08 x 0,15 = 6.240,00 R$

Considerando que o IR foi calculado em bases anual, a empresa deverá recolher, a cada trimestre, ¼ do valor devido qual seja: IR(trimestre) = 6.240 ÷ 4 = 1.560,00 R$. b) Alíquota Final. Uma empresa que vende produtos de fabricação própria e optante pelo regime do lucro presumido deseja conhecer a alíquota final ou real a incidir sobre o preço de seus produtos. A empresa presume faturar, no próximo exercício R$ 4.600.000,00.

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13&15 tributos e Precificação. 28-84

Assim sendo solicita-se: o montante do imposto de renda a pagar no próximo exercício e o percentual do mesmo sobre o faturamento previsto. - Case de cálculo BC = φ LP x RB = 0,08 x 4.600.000,00 BC = 368.000,00

- Imposto de Renda a pagar Como se esta trabalhando em base anual, o valor a deduzir do excesso é de R$ 240.000,00. IRLP = 0,15 x BC + 0,10 x (BC – 240.000) IRLP = 0,15 x 368.000 + 0,10 x ( 368.000 – 240.000) = 68.000,00 R$ - Percentual de tributação:

%,,,..

,.oFaturament

IRLP*LP 48101480

0000060040000068

⇒===α

c) Tributação do Excesso. (10) Seja o caso de uma empresa construtora que faturou R$ 4.500.000,00 no trimestre e teve rendimentos de aplicações financeiras de R$ 100.000,00. E, que se enquadra na faixa de 8% quanto ao Lucro Presumido. 10 Exemplo extraído do portal: http://www.consultorfiscal.com.br/frames/assuntos/federais/federais13.htm Vide Lei nº 11.196 de 2005.

Quando houver receitas financeiras e outros ganhos de capital deve-se aplicar a alíquota de 15% para o cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e de 12% para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre o valor bruto destas receitas. Como a empresa apurou "lucro presumido" superior a R$ 60.000,00, no trimestre, deve ainda calcular o valor do Adicional de Imposto de Renda. Aplica-se então a alíquota complementar de 10% sobre o valor que exceder a R$ 60 mil. Assim sendo, haverá um acréscimo adicional no IRPJ de R$ 30 mil e R$ 10 mil, respectivamente, referentes à receita bruta e à receita financeira. É interessante notar que, tanto a CSLL como o IRPJ, e eventual adicional, devem ser pagos trimestralmente, enquanto o PIS e o COFINS tem vencimento mensal (vide agenda de obrigações mensais).

Valores a Pagar - Resumo PIS-PASEP 29.900,00 COFINS 138.000,00 CSLL 60.600,00 IRPJ 69.000,00 Adicional de IRPJ 40.000,00 T O T A L - R$ 337.500,00

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Receita Valor Lucro

Presumido 8%

Parcela excedente

PIS 0,65%

COFINS 3,0%

CSLL 1,08% 12%

IRPJ 15%

Adicional IRPJ 10%

Receita bruta 4.500.000,00 360.000,00 300.000,00 29.250,00 135.000,00 48.600,00 54.000,00 30.000,00

Receita financeira 100.000,00 100.000,00 100.000,00 650,00 3.000,00 12.000,00 15.000,00 10.000,00

Total 4.600.000,00 460.000,00 400.000,00 29.900,00 138.000,00 60.600,00 69.000,00 40.000,00

Receita Valor Lucro

Presumido 8%

Parcela excedente

PIS 0,65%

COFINS 3,0%

CSLL 1,08% 12%

IRPJ 15%

Adicional IRPJ 10%

Receita bruta 4.500.000,00 360.000,00 300.000,00 29.250,00 135.000,00 48.600,00 54.000,00 30.000,00

Receita financeira 100.000,00 100.000,00 100.000,00 650,00 3.000,00 12.000,00 15.000,00 10.000,00

Total 4.600.000,00 460.000,00 400.000,00 29.900,00 138.000,00 60.600,00 69.000,00 40.000,00

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13&15 tributos e Precificação. 30

13.12 – O Simples Nacional. 13.12.1 – Definições. O Simples Nacional é uma forma especial de tributação, instituída para simplificar o recolhimento de tributos federais e beneficiar micro e pequenas empresas, conforme estabelecido pela respectiva legislação. (Ver Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006.)

Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno

porte (11): a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário (12) devidamente inscritos no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:

I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais);

(11) Segundo estabelece o Art. 3º da Lei Complementar nº 123. (12) Segundo o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.

II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).

Essas empresas poderão recolher os impostos federais, IR, CSLL, PIS, COFINS e IPI de forma unificada, com alíquotas que variam de 3,0% a 19,65%, segundo atuem no comércio, na indústria ou na prestação de serviço. No caso da empresa se enquadrar, também, como contribuinte do IPI as alíquotas serão acrescidas de 0,5%.

Ressalta-se que o ISS, de competência municipal, e o ICMS, de competência estadual, são devidos e determinados segundo a legislação específica. O Simples Nacional é utilizado apenas para o caso dos tributos federais.

Nem todas as atividades empresariais ou de serviços podem adotar o simples, a exemplo dos profissionais liberais, pelo qual se recomenda consultar o texto da Lei Complementar nº 123.(13)

Estão, também, as micro e pequenas empresas enquadradas no Simples Federal isentas da contribuição ao INSS da parte do Empregador. (SEBRAE-SP. 2007).

Na Tab. 13.12 – Alíquotas do Simples Nacional estão relacionadas às somas das alíquotas relativas aos tributos federais IR, CSLL, PIS, COFINS, IPI, para o caso do comercio, da indústria e da prestação de serviços. E, considerando o somatório das alíquotas para cada nível de faturamento anual.

(13) Para ver toda a Legislação Brasileira, recomenda-se acessar o portal WWW.senado.gov.br.

Micro Empresa < R$ 240.000,00.

Empresa de Pequeno Porte < R$ 2.400.000,00.

Receita Bruta Anual

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13&15 tributos e Precificação. 31

É interessante notar que, segundo os parágrafos 9º e 10º do Art. 3º da LC nº 123, a micro e a empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual previsto fica excluída, no ano-calendário seguinte, do regime diferenciado e favorecido previsto por esta Lei Complementar.

Simples Nacional

Faturamento Anual Comércio Indústria

Serviços (quando ultrapassar a 30% do

faturamento)

Até R$ 60.000 3,0% 3,5% 5,25%

De R$ 60.000,01 a R$ 90.000

4,0% 4,5% 6,75%

De R$ 90.000,01 a R$ 120.000

5,0% 5,5% 8,25%

De R$ 120.000,01 a R$ 240.000

5,4% 5,9% 8, 85%

De R$ 240.000,01 a R$ 360.000

5,8% 6,3% 9,45%

De R$ 360.000,01 a R$ 480.000

6,2% 6,7% 10,05%

De R$ 480.000,01 a R$ 600.000

6,6% 7,1% 10,65%

De R$ 600.000,01 a R$ 720.000

7,0% 7,5% 11,25%

De R$ 720.000,01 a R$ 840.000

7,4% 7,9% 11,85%

De R$ 840.000,01 a R$ 960.000

7,8% 8,3% 12,45%

De R$ 960.000,01 a R$ 1.080.000

8,2% 8,7% 13,05%

De R$ 1.080.000,01 a R$ 1.200.000

8,6% 9,1% 13,65%

De R$ 1.200.000,01 a R$ 1.320.000 9,0% 9,5% 14,25%

De R$ 1.320.000,01 a R$ 1.440.000 9,4% 9,9% 14,85%

De R$ 1.440.000,01 a R$ 1.560.000 9,8% 10,30% 15,45%

De R$ 1.560.000,01 a R$ 1.680.000 10,20% 10,70% 16,05%

De R$ 1.680.000,01 a R$ 1.800.000 10,60% 11,10% 16,65%

De R$ 1.800.000,01 a R$ 1.920.000 11,00% 11,50% 17,25%

De R$ 1.920.000,01 a R$ 2.040.000 11,40% 11,90% 17,85%

De R$ 2.040.000,01 a R$ 2.160.000 11,80% 12,30% 18,45%

De R$ 2.160.000,01 a R$ 2.280.000 12,20% 12,70% 19,05%

De R$ 2.280.000,01 a R$ 2.400.000 12,60% 13,10% 19,65%

Tributos Federais incluídos : IR, CSLL, PIS, COFINS, IPI Tab. 13.12 – Alíquotas do Simples Nacional

13.12.2 – Calculo do Tributo.

Adotando com nomenclatura: TSN correspondendo ao valor do tributo a ser pago; αSN a alíquota do Simples Nacional

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13&15 tributos e Precificação. 32

conforme estabelecido na Tab.13.13; e PV o preço de vendas ou faturamento.

O valor do tributo, TSN, é dado por:

TSN = αSN x PV

13.12.3 – Exemplo. Seja calcular o valor dos tributos devidos sobre uma nota fiscal no valor de R$ 15.200,00. A empresa emissora da nota atua no ramo de serviços e é optante pelo Simples Nacional. O faturamento anual previsto se enquadra na faixa de R$ 120.000,01 a R$ 240.000,00. Nesta situação, a alíquota do Simples Nacional é de 8,85% e o ISS devido à prefeitura da municipalidade de 5%. Considerando, a incidência de dois tributos sobre o valor da nota ou seja, a mesma base de calculo, estas alíquotas incidentes sobre o faturamento devem ser somadas. Então:

TSN = (αSN + αISS) x PB

TSN = (0,085 + 0,05) x 15.200,00 = 2.052,00 R$

13.13 – Da Incorporação de Edifícios. No caso de incorporações imobiliárias realizadas segundo o disposto na Lei de Incorporações e Condomínios, Lei nº 4.591, de

16.12. 1964, e tendo em vista o que dispões a Lei nº 10.931, de 2.08. 2004 relativa a vinculação do patrimônio de afetação das incorporações imobiliárias e tendo em vista o que reza o art. 111 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, ficou instituído a unificação dos tributos relativos às receitas vinculadas à incorporação e escrituradas em livro específico para cada obra. Deste modo foi estabelecida uma alíquota única, tendo por base de calculo as receitas mensais da incorporação, no valor de 7% (sete por cento).

Esta alíquota de 7% corresponderá ao pagamento unificado dos seguintes tributos: IRPJ; CSLL; PIS/PASEP; e do COFINS. O pagamento do tributo unificado deverá ocorrer até ao 10º dia do mês subseqüente ao do auferimento da receita. 13.14 – Casos de Empreiteiras 13.14.1- Composição dos tributos sobre o faturamento. Nas tabelas Fig.13.13 e 13.14, são mostrados dois exemplos de composição dos tributos incidentes sobre o faturamento de empreitada, caso a empresa tenha optado, respectivamente, pelo regime do lucro real ou do lucro presumido. No caso em pauta, o ISS tomado como exemplo é aquele cobrado pela PM de Florianópolis - SC. Nesta municipalidade, a alíquota do ISS é de 3% do valor da nota fiscal quando ocorre fornecimento de material e mão de obra.

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13&15 tributos e Precificação. 33

Quando a empreitada é eminentemente “de lavor”, a alíquota passa a ser de 5% sobre o valor da nota fiscal ou faturamento.

Empresa de Serviços - Empreitada Optante pelo lucro real

Imposto - Alíquota Com

fornecimento de material

Sem fornecimento de material

• Imposto s/ Serviços - ISS 3,00% 5,00% • COFINS 7,60% 7,60% • PIS (14) 1,65% 1,65% • CPMF 0,00% 0,00% Total dos Tributos 12,25% 14,25%

Tab. 13.13 – Tributos Incidentes sobre o Faturamento

Empresa de Serviços – Empreitada Optante pelo lucro presumido

Imposto – Alíquota Com

fornecimento de material

Sem fornecimento de

material • Imposto s/ Serviços – ISS 3,00% 5,00% • COFINS 3,00% 3,00% • PIS 0,65% 0,65% • CPMF 0,00% 0,00% • Contribuição Social 0,96% 0,96% Total dos Tributos 7,61% 9,61% Fonte: Receita Federal 2007.

Tab. 13.14 - Tributos Incidentes sobre o Faturamento (14) Lei nº 11.196 de 21.11.2005 – Art. 46.

Analisando os dois exemplos, constata-se uma variação do somatório dos tributos incidentes sobre o faturamento ocorrendo entre 7,61% a 14,25% do valor da nota fiscal. São valores expressivos a serem adequadamente considerados na formação do preço de venda. Ocorrendo erro ou falta de entendimento quanto à adoção da alíquota correta, pode ocorrer prejuízo, ou redução do lucro esperado, e também perca de competitividade quando adotada uma alíquota superior à devida. 13.14.2 - Análise de Caso. Seja o caso de uma empresa que atua no setor da construção civil sob o regime de empreitada de material e mão de obra. Para definir se a empresa deve optar pelo regime do lucro real ou do lucro presumido, recomenda-se elaborar o DRE sob diversos cenários, visando verificar qual deles oferece a possibilidade de alcançar o maior lucro do exercício. Cenários propostos: 1º. A empresa considera muito grande a possibilidade de conseguir

a previsão de receita orçada ( 1º cenário); 2º. A empresa estuda uma redução de faturamento na ordem de

20%, mantidos os custos fixos (2º cenário); 3º. Qual a percentagem de redução de receita, ou de custos, que

demonstre, claramente, a vantagem pela opção do lucro real em relação ao lucro presumido? Faça esta análise.

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13&15 tributos e Precificação. 34

1º Cenário: Neste cenário é desenvolvido o demonstrativo do lucro da empresa, considerando uma receita operacional prevista no montante de R$ 10.700.000,00, calculada sob o regime do lucro real e do lucro presumido. Ver Tab. 13.13 – Caso do Lucro Real e Tab.13.14– Caso do Lucro Presumido, ambas correspondendo à realização de 100% do faturamento previsto. Na definição dos valores do PIS-Pasep e do COFINS, no caso de apuração pelo lucro real, Tab.13.15, foi considerado o regime de incidência não-cumulativa, o que permite o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos já pagos a outros fornecedores. Para efetuar o calculo do desconto de créditos apurados, foi considerado que 25% dos dispêndios efetuados com o custo de produtos vendidos possam ter os valores de PIS e Confins compensados, respectivamente em R$ 17.737,50 e R$ 81.700,00. Ou seja, estes créditos foram calculados do seguinte modo:

COFINS = 4.300.000,00× 0,25 × 0,0165 = 17.737,50 R$ PIS = 4.300.000,00× 0,25 × 0,0760 = 81.700,00 R$

Então, os valores em questão orçados para 2.008 são:

Pis-Pasep = 10.700.000,00×0,0165–17.737,00 = 158.813,00 R$ COFINS = 10.700.000,00 × 0,076 – 81.700,00 = 731.500,00 R$

No caso da empresa ser optante pelo lucro real, o cálculo dos tributos, Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, é realizado como abaixo:

IR = (2.612.627,00× 0,15) + (2.612.627,00 – 240.000 ) × 0,10 IR = 593.156,75 R$

Demonstrativo do Resultado do Exercício

Previsão - 2008 Item CR$

3.1. Receita Operacional 10.700.000,00 3.2. Deduções

• ISS 3,00% 321.000,00 • COFINS 7,60% - desc 731.500,00 • Pis-Pasep 1,65% - desc 158.813,00 • CPMF 0,38% 40.660,00 • ICMS - - • IPI - -

3.3. Receita Líquida 9.448.027,00 3.4. Custos de Produtos Vendidos 4.300.000,00 3.5. Lucro Operacional Bruto 5.148.027,00 3.6. Despesas Operacionais

- Despesas Administrativas 1.640.400,00 - Despesas de Vendas 360.000,00 - Encargos Financeiros 535.000,00

3.7. Lucro Operacional ou LAIR 2.612.627,00 3.8. Provisões

• Imp. de Renda 15% + 10% 593.156,75 • CSLL 9% do LAIR 235.136,43

3.9. Lucro do Exercício 1.784.333,82 Tab. 13.15 – Caso do Lucro Real

100% Faturamento Depois de projetadas as possíveis despesas operacionais, e calculados os lucros previstos, conforme demonstrado nas Tab.

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13&15 tributos e Precificação. 35

13.15 e Tab.13.16, constata-se uma desvantagem econômica da opção do lucro real em relação à opção do lucro presumido no valor de R$ 369.336,18, pois:

∆VA = LR – LP.

∆VA =1.784.333,82 – 2.153.670,00 = - 369.336,18 R$

Demonstrativo do Resultado do Exercício Previsão - 2008

Item CR$ 3.1 – Receita Operacional - Presumida 10.700.000,003.2 - Deduções

• ISS 3,00% 321.000,00• COFINS 3,00% 321.000,00• PIS 0,65% 69.550,00• CPMF 0,38% 40.660,00• ICMS - - • IPI - - • Imp. de Renda 8% da Rec. Pré. 856.000,00• CSSL 12% BC × 8% 102.720,00

3.3- Receita Líquida 8.989.070,003.4 - Custos de Produtos Vendidos 4.300.000,003.5 - Lucro Operacional Bruto 4.689.070,003.6 - Despesas Operacionais

- Despesas Administrativas 1.640.400,00 - Despesas de Vendas 360.000,00 - Encargos Financeiros 535.000,00

3.7 - Lucro Operacional ou LAIR 2.153.670,003.8 - Provisões -

• Imp. de Renda - - • CSLL - -

3.9. Lucro do Exercício 2.153.670,00Tab.13.16– Caso do Lucro Presumido

100% Faturamento

2º Cenário: Neste caso foi analisado haver uma frustração de faturamento na ordem de 20%, o que acarretou, em decorrência, uma redução nos custos dos produtos vendidos, na mesma ordem. As demais despesas foram mantidas conforme a previsão inicial. Na definição dos valores do PIS-Pasep e do COFINS, no caso de apuração pelo lucro real, ocorre o regime de incidência não-cumulativa, o que permite o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos já pagos a outros fornecedores. Do mesmo modo que efetuado no Cenário-1, foi considerado que 25% dos dispêndios efetuados com o custo de produtos vendidos possam ter os valores de PIS e Confins compensados, respectivamente, em R$ 14.190,00 (3.440.000 × 0,25 × 0,0165 =14.190,00) e, R$ 65.360,00 (3.440.000 × 0,25 × 0,076 = 65.360,00). Então, os valores em questão orçados para 2.008 são: COFINS = 8.560.000,00 × 0,076 – 65.360,00 = 585.200,00 PIS-Pasep = 8.560.000,00 × 0,0165 – 14.190,00 = 127.050,00 No caso da empresa ser optante pelo lucro real, o cálculo dos tributos, e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, corresponde a 9% do LAIR e o Imposto de Renda é realizado como abaixo:

IR = (1.814.222 × 0,15) + (1.814.222 – 240.000 ) × 0,10 IR = 429.555,50 R$

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13&15 tributos e Precificação. 36

Demonstrativo do Resultado do Exercício Realizado - 2008

Item CR$ 3.9. Receita Operacional (-) 20% 8.560.000,003.10. Deduções

• ISS 3,00% 256.800,00• COFINS 7,60% - desc 585.200,00• PIS 1,65% - desc 127.050,00 • CPMF 0,38% 32.528,00• ICMS - - • IPI - -

3.11. Receita Líquida 7.789.622,003.12. Custos de Produtos Vendidos 3.440.000,003.13. Lucro Operacional Bruto 4.349.622,003.14. Despesas Operacionais

- Despesas Administrativas 1.640.400,00 - Despesas de Vendas 360.000,00 - Encargos Financeiros 535.000,00

3.15. Lucro Operacional ou LAIR 1.814.222,003.16. Provisões

• Provisão IR 15% + 10% ex 429.555,50• Provisão CSLL 9% do LAIR 163.279,98

3.9. Lucro do Exercício 1.221.386,52Tab. 13.17 – Caso do Lucro Real

80% do Faturamento

Demonstrativo do Resultado do Exercício Realizado - 2008

Item CR$ 3.0 – Receita Presumida 10.700.000,00 3.1 – Receita Realizada ( -20%) 8.560.000,00 3.2 - Deduções

• ISS 3,00% 321.000,00 • COFINS 3,00% 321.000,00 • PIS 0,65% 69.550,00 • CPMF 0,38% 40.660,00 • ICMS - - • IPI - - • Imp. de Renda 8% da Rec Pre 856.000,00 • CSSL 12% BC × 8% 102.720,00

3.3 - Receita Líquida 6.849.070,00 3.4 - Custos de Produtos Vendidos 3.870.000,00 3.5 - Lucro Operacional Bruto 2.979.070,00 3.6 - Despesas Operacionais

- Despesas Administrativas 1.640.400,00 - Despesas de Vendas 360.000,00 - Encargos Financeiros 535.000,00

3.7 - Lucro Operacional ou LAIR 443.670,00 3.8 - Provisões -

• Provisão IR - - • Provisão CSLL - -

3.9. Lucro do Exercício - REAL 443.670,00 Tab.13.18– Caso do Lucro Presumido

80% do Faturamento Comparando o resultado da demonstração do lucro obtido nas Tab. 13.17 e Tab.13.18, constata-se uma vantagem econômica

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13&15 tributos e Precificação. 37

da opção do lucro real em relação à opção do lucro presumido no valor de 777.716,52R$, pois:

∆VA = LR - LP ∆VA = 1.221.386,52 – 443.670,00 = 777.716,52R$

Ocorrendo uma frustração de faturamento, a diferença havida na comparação do lucro em favor do lucro real aumenta significativamente. Ainda mais, os tributos, no caso do lucro presumido, deverão ser recolhidos aos cofres públicos trimestralmente com base na receita presumida, ou seja: R$ 10.700.000,00. Financeiramente, no caso de frustração de receita, a vantagem do lucro real aumenta, pois os tributos sobre o lucro somente serão recolhidos após apurado o lucro real e no exercício seguinte. 13.15 – Exercícios propostos

a) Empresa Industrial.

Você atua, profissionalmente, como assistente do superintendente da Efluviol Ltda., empresa que atua no segmento industrial. Transcorria o mês de outubro quando o superintendente lhe atribuiu os seguintes encargos: 1º - Avaliar o nível de faturamento para o próximo exercício.

2º - Verificar qual dos regimes contábeis seria o mais favorável para a empresa. Se o do lucro real ou o do lucre presumido. Isto porque no próximo mês de dezembro, segundo a legislação fiscal, a empresa deveria optar por qual dos regimes a adotar no próximo exercício. Para tanto, você dispõem das seguintes informações: b) Custos totais para o próximo exercício, R$ 850 mil mensais; c) Depreciação legal anual, R$ 375 mil; d) IPI, alíquota de 15%; e) ICMS: Crédito 17% e Débito de 12%; f) Margem de contribuição de 18%. g) A empresa não é inscrita no ISS. b) Empreiteira de Mão de Obra. Seja o caso de uma pequena empreiteira que atua no ramo da construção civil, mais especificamente oferecendo serviços de recuperação, reforma e impermeabilização de edificações. O preço dos serviços é orçado fazendo incidir um BDI sobre os custos dos materiais e da mão de obra necessária a cumprir os contratos. O seu objetivo é analisar o balanço projetado da empresa para o próximo exercício, visando analisar se ela deve optar pelo regime do lucro real, do lucro presumido ou do simples nacional. Os dados dos custos previstos estão relacionados no DRE em anexo a ser complementado para cada análise.

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13&15 tributos e Precificação. 38

DRE Item R$

1. Faturamento 2.350.000,002. Deduções à Receita 3. Custos Diretos

• Salários 364.000,00• Encargos Sociais 240.000,00• Aluguel de Veículos 32.000,00• Aluguel de equipamentos 60.000,00• Materiais 210.000,00

4. Lucro Operacional Bruto 5. Despesas Gerais e Administrativas

• Pró labore 106.000,00• Salários 36.000,00• Encargos Sociais 25.000,00• Serviços Públicos 24.000,00• Materiais de expediente 8.000,00• Diárias 15.000,00

6. Lucro Operacional Líquido 7. Depreciação 20.400,008. Resultado Financeiro

• Juros pagos – Serv. Bancos 4.500,00• Juros recebidos 31.000,00

9. Lucro Operacional 10. Provisões

• Imposto de Renda • CSLL

11. Lucro Líquido do Exercício

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13&15 tributos e Precificação. 39

15 – Precificação.

15.1 – Introdução. Neste item serão discutidas varias metodologias visando à composição do preço de produtos e serviços. O orçamento de preços dos serviços realizados por profissional liberal, por empresa, de serviços, pelo comércio visando à realização de suas vendas ou no caso de produtos industriais, pode ser realizado de modos distintos. Tal fato ocorre dado às peculiaridades características da formação de custo que variam segundo o setor da economia. Assim sendo, neste capítulo será discutida a formação do preço por composição de custos quanto aos seguintes casos:

• Profissional liberal – preço por projeto; • Profissional liberal – preço por atendimento; • Indústria e comercio – mark-up; • Preço de equipamentos; • Preço de empreitada ou serviços por encomenda - BDI. • Composição do custo de produto industrial; • Preço de venda de produtos; • Preço do mix de produtos; • Preço de serviços profissionais; • A influência dos tributos e o lucro na formação do preço.

Considerando os paradigmas comentados no item 12.6, os preços podem ser definidos, basicamente, segundo duas estratégias:

Preço por Composição de Custos – PCC; Preço Estratégico de Mercado – PEM.

A primeira delas diz respeito ao processo tradicional de orçamentação e composição de custos previstos, tributos e lucro. A segunda, relativa ao preço estratégico de mercado, vem sendo utilizada em mercados que se mostram crescentemente competitivos e, comumente, por firmas que não sejam lideres de mercado. Assunto a ser discutido no Capítulo 16. Recomenda-se analisar as duas estratégias simultaneamente. É de capital importância conhecer a própria meta de preço e a comparar com aquele praticado pelo marcado. Com esses dados, há reais condições em se verificar a competitividade de qualquer produto, de uma linha de produção ou mesmo de uma unidade de negócios inteira. 15.2 - Preço por Composição de Custos. Basicamente, o preço de um produto ou serviço é função: do custo direto dos insumos, do custo indireto, do custo financeiro, do valor da mão de obra, dos encargos sociais, dos tributos incidentes sobre o valor do faturamento, dos tributos incidentes sobre o lucro e do montante do lucro desejado.

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Conforme o regime de opção tributária adotado pela empresa, seja pelo lucro real, lucro presumido ou simples nacional, recomenda-se adotar um modelo de formação de preço que atenda às características da incidência dos tributos. 15.2.1 – Preço sob regime do lucro real. O objeto deste item é demonstrar um modelo de calculo do preço de vendas, PB, quando a empresa apura tributos sob o regime do lucro real. Como já visto no Capítulo 13 - Tributos, sob este regime a tributação incide sobre o lucro e sobre o faturamento. O procedimento a seguir demonstrado visa garantir que, após a provisão dos tributos, o preço líquido desejado seja alcançado. Noutras palavras, que a margem de lucro estabelecida em orçamento seja alcançada. O modelo proposto considera o preço em três situações que diferem segundo a incidência ou não de tributos:

a) O Preço Líquido, que considera todos os custos necessários para levar o produto ou serviço ao mercado, da mão de obra e dos encargos sociais, acrescidos do lucro desejado.

b) O Preço Bruto, que corresponde ao preço líquido

acrescido dos tributos incidentes sobre o lucro.

c) O Preço de Vendas, preço orçado, ou preço ao consumidor. Corresponde ao preço bruto acrescido dos tributos incidentes sobre o faturamento.

Demonstração do modelo: 1º Passo: definir o preço líquido que, por definição, é o preço sem a incidência dos tributos. Este preço corresponde ao somatório de todos os custos incorridos, da mão de obra, dos encargos sociais e do lucro líquido.

PL = CD+CI+FI +MO+ES+L Considerando que o lucro, L, é dado pelo produto da margem de lucro pelo somatório dos custos incorridos tem-se:

L = µ (CD+CI+FI +MO+ES) Então se tem:

PL = CD+CI+FI +MO+ES+ µ (CD+CI+FI +MO+ES) 2º Passo: O preço bruto - tributos sobre o lucro. O objetivo do modelo é permitir que, depois de provisionados os tributos sobre o lucro, este se mantenha no valor planejado. Para tanto, o procedimento proposto é que a margem de lucro seja majorada, por fora, pelo fator 1/(1-ΣαLUCRO). Então, a fórmula do lucro tem a seguinte expressão:

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)ESMOFiCICD()(

LLUCRO

++++×

αΣ−µ

=1

Levando a expressão acima na expressão do preço líquido, chega-se a expressão do preço bruto, PB.

)ESMOFiCICD()(

ESMO FICICDPBLUCRO

++++×

αΣ−µ

+++++=1

3º Passo: O preço de vendas - tributos sobre o faturamento Finalizando o processo o preço de vendas é calculado sob a mesma premissa do preço bruto (15), qual seja, majorar o preço bruto com um fator equivalente ao somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre o faturamento:

∑=

α−= N

IFATFAT

PBPV1

Substituindo PB da expressão acima pelas suas variáveis componentes, chega-se a expressão final do preço de vendas, PV;

(15) O preço de vendas, PV, corresponde ao valor do preço bruto, PB, majorado pelo seguinte fator: 1/(1-ΣαFAT). Comercialmente falando, este procedimento é dito: “por fora”.

∑=

α−

++++×

αΣ−µ

+++++= N

IFATFAT

LUCRO

)ESMOFiCICD()(

ESMO FiCICDPV

1

1

Analisando o modelo de calculo do preço de vendas, acima, pode-se inferir: 1º - A margem de lucro, µ, incide somente sobre os custos e os encargos sociais pagos pelo empregador; 2º - A margem de lucro, µ, deve ser majorada, por fora, considerando como fator de majoração a soma dos tributos incidentes sobre o lucro. Deste modo, depois de quitados esses tributos, a margem de lucro permaneça como pré-estabelecida; 3º - Depois de estabelecidos todos os custos e calculado o lucro, estes valores devem ser somados e majorados, por fora. Como fator de majoração considera-se o somatório dos tributos incidentes sobre o faturamento, ΣαFAT. Deste modo, descontados os tributos a serem pagos, o saldo permite cobrir, exatamente, os custos orçados e obter o lucro desejado, L. 4º - Taxas de cartão de credito, como incidem sobre o faturamento, recomenda-se ser e tratada como um tributo incidente sobre o faturamento Finalizando, recomenda-se comparar o preço de vendas com aquele praticado pelo preço de mercado, visando analisar o interesse da empresa em participar do mesmo.

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15.2.2 – Preço sob regime do lucro presumido. Sob o regime do lucro presumido, a base de calculo dos tributos federais é a receita bruta total ou, sendo que neste capítulo está em análise a formação do preço de vendas, o faturamento. Como já visto, neste regime, o Imposto de Renda é calculado antes do exercício fiscal sobre o faturamento presumido, base de calculo do tributo. Então, o tributo a pagar pode ser considerado como um custo, a ser absorvido por cada serviço, na proporção em que acontecem. O objetivo da composição de custos é diluir em cada nota fiscal o valor do tributo. Para tanto, há que se conhecer o percentual real do tributo sobre o faturamento. E, o total a ser pago anualmente. Recomenda-se, para a definição do preço de vendas, seguir os seguintes procedimentos: 1º Passo: Calculo do tributo, IRLP. Como exposto no Capítulo 13, o tributo a ser pago anualmente pela empresa é calculado sob o modelo:

IRLP = 0,15 x BC + (0,10 x BC – 60.000) 2º Passo: Calcular a alíquota real, α*LP do imposto de renda.

oFaturamentIRLP*

LP =α

3º Passo: Calcular o preço líquido, PL:

PL = CD+CI+FI +MO+ES+ µ (CD+CI+FI +MO+ES)

PL = (1+ µ) x (CD+CI+FI +MO+ES)

4º Passo: Calcular o preço bruto: PB;

PB = PL + IRLP ∴ PB = PL + α*LP x PL ∴

PB = (1+ α*LP ) x PL 5º Passo: Calcular o preço de vendas. PV: Considerando que os demais tributos incidem sobre o faturamento, o preço de vendas, PV, proposto é obtido ao se majorar o preço bruto, PB.

∑=

α−= N

IfatOFATURAMENT

PBPV1

Substituindo a variável PB pelas suas variáveis constitutivas, modelo visando a determinação do preço sob o regime do lucro presumido é dado por:

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∑=

α−

+++++α+= N

IfatOFATURAMENT

*LP ES)MO FICI(CD x µ) (1 x ) (1

PV1

Analisando o modelo acima se constata: 1º - Os custos e o lucro são majorados de uma única vez, já que a base de calculo dos tributos é o faturamento; 2º - Os custos e o lucro são acrescidos no valor da alíquota real incidente sobre o faturamento presumido: (1+ α*LP). 3º - Como o somatório dos tributos municipais e estaduais, conforme o caso, incide sobre o valor da nota fiscal, suas alíquotas integram o somatório dos tributos sobre o faturamento. 15.2.3 – Preço sob o regime do simples nacional. O calculo do preço quando há a opção pelo Simples Nacional as alíquotas dos tributos federais variando segundo o ramo da indústria e da faixa de faturamento anual. Ver Tab.13.9 – Alíquotas do Simples Nacional. Neste caso, recomenda-se efetuar o calculo dos preços bruto majorando o preço líquido pelo somatório das alíquotas dos tributos incidentes, sejam eles federais, estaduais ou municipais, segundo o enquadramento tipo do bem ou serviço. Partindo, do modelo exposto no item 15.2.1, tem-se,

)()MOFiCICD(MOESFiCICDP

OFATURAMENTSN α+αΣ−+++×µ+++++

=1

Atenção, no modelo acima, αFATURAMENTO corresponde à alíquota do ISS, caso se tenha um serviço tributado pelo município ou o ICMS, no caso de bens e serviços tributados pelo estado. 15.2.4 – Exercícios. a) Calcular o preço global de uma empreitada de material e mão de obra dispondo das seguintes informações. I – Custos Diretos: a) Mão de Obra - MO 230.000,00 R$ b) Materiais 35.400,00 R$ c) Encargos Sociais 125% MO II – Custos Indiretos: a) Rateados 42.110,00 R$ III – Condições Gerenciais: a) Margem de lucro 15,00% b) Tributos s/ o lucro 17,43% c) Opção tributação Lucro Real

15.3 – Caso do profissional liberal – preço por projeto. O objetivo deste item é discutir três assuntos de capital importância para a sobrevivência e sucesso do profissional, quais sejam:

• O nível de produção a ser realizado, necessário a atender suas necessidades ou objetivos pessoais e, em decorrência,

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sua sobrevivência em médio prazo. Para tanto, será discutida a formação do preço a ser praticado e, em especial, a definição do custo horário de produção.

• A máxima produção anual possível de ser obtida por um

profissional liberal;

• O entendimento do que seja margem de lucro e sua expressão na lucratividade. Esta sendo função direta do giro de capital, uma das metas gerenciais a ser cumprida em qualquer projeto ou empreendimento de capital.

Para tanto, será adotada a seguinte nomenclatura:

PAE = Produção anual de equilíbrio em m². PMAX = Produção Anual Máxima. D = Despesas: salário ou retirada mensal programada C = Custos: gastos com empregados, viagens, cópias, etc. L = Lucro em valor monetário - $; ES = Encargos Sociais T = Tributos CMB = Custo mensal básico CAB = Custo anual básico CUB = Custo unitário básico da construção publicado pelo

SINDUSCON, em R$/m²; Ch = Custo horário de serviço do profissional em R$/hora pu = Preço unitário de serviço profissional em R$/hora HAT = Horas anuais de trabalho π = Produtividade em horas/m². P = Preço em R$. A = Área do projeto

15.3.1 – Capacidade de Produção do Profissional.

Para calcular o preço de seu trabalho, o profissional liberal deve estabelecer, a priori, dois níveis de quantidade de produção:

i) a capacidade de produção associada ao seu ponto de equilíbrio, qEQUIL; ii) a sua máxima capacidade de produção.

a) O Ponto de Equilíbrio. O primeiro passo do profissional liberal ao procurar conhecer o seu nível de produção anual que permita manter sua subsistência dentro do padrão de vida desejado é conhecer o

R$

qEQUIL qMAX q Fig.15.1 – Curvas de Receita e Custos Totais

Receitas

Custos

Ponto de Equilíbrio

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ponto de equilíbrio das suas operações qual seja, a quantidade de equilíbrio da sua produção, qEQUIL. Esta quantidade corresponde ao nível de produção em que os dispêndios efetuados, ou seja, o somatório de custos e despesas a serem realizadas pelo profissional seja equivalente à projeção das receitas a serem auferidas. Nesta situação, o lucro é zero. (Ver Fig. 15.1). Matematicamente:

b) A Produção Anual de Equilíbrio. A produção anual de equilíbrio, por definição, corresponde àquela quantidade de produção em que o lucro seja zero. Logo, o profissional não tem lucro nem prejuízo. Assim, é a principal meta a ser perseguida com denodo, pois corresponde à mínima quantidade de produção necessária para cumprir seus compromissos de subsistência e manter sua qualidade de vida. Recomenda-se definir a quantidade de produção de equilíbrio em base anual, dada a produção e o faturamento ocorrerem defasados no tempo.

c) A Produção Anual Máxima. Por definição, a produção anual máxima, PMAX, corresponde ao nível máximo de produção possível de ser realizado por um profissional durante um ano de trabalho. A produção anual máxima é função da produtividade do profissional e expressa em horas/m². Então, a produção anual máxima é obtida ao se dividir o número anual de horas efetivamente disponíveis para o trabalho pela produtividade do profissional.

π= ATH

PMAX

Considerando que a duração dos serviços, comumente, é cumprida em período superior a um mês de trabalho e que a contraprestação pode ocorrer ao fim deles, recomenda-se que o profissional avalie suas necessidades de receita e de produção em bases anuais. No caso do profissional atuar na área de serviços, seja em arquitetura ou em calculo estrutural, e o orçamento desses trabalhos efetuados por metro quadrado, é interessante definir a capacidade máxima de produção em metros quadrados por mês ou ano. Considerando as definições acima, três situações devem ser analisadas ao se comparar a Produção Anual de Equilíbrio e a Produção Anual Máxima possível de ser realizada pelo profissional, função de sua produtividade e das condições do mercado onde

Lucro = RT – CT

Lucro = zero → RT = CT

Ponto de Equilíbrio - Condições

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atua e, conseqüentemente, analisar sua capacidade de geração de caixa: 1ª situação: PMAX > PAE. Quando constatado ser PMAX superior à PAE, fica caracterizado haver condições de expansão do nível de produção, pois o profissional dispõe de capacidade para tanto. Seja em termos de produtividade ou de possibilidades de mercado. Conseguindo isto, passará a dispor de receitas superiores às suas necessidades básicas pré-determinadas, passando a haver acumulação de capital, o que pode ser caracterizado como lucro. 2ª situação: PMAX = PAE. Esta é uma situação de equilíbrio. É uma situação delicada e merece acompanhamento cuidadoso. Neste caso há que pensar, seriamente, em aumentar sua produtividade tendo como meta atingir a situação comentada acima. Qualquer descuido pode passar a coexistir com a situação abaixo. 3ª situação: PMAX < PAE. Esta terceira situação, em que a Produção Anual Máxima possível é inferior à Produção Anual de Equilíbrio, corresponde à uma situação crítica que o pode levar ao desequilíbrio financeiro.

Nessas condições, recomenda-se ao profissional autônomo reavaliar a real possibilidade de aumentar sua produtividade ou em reduzir substancialmente os custos em que incorre. Caso não consiga tal intento, há que repensar o entendimento ou o comportamento em que vem pautando sua atuação profissional. Mudar de ramo ou mesmo passar a atuar dentro de uma organização maior podem ser opções a serem analisadas. Finalizando, ressalta-se que pode parecer obvia ou prosaica a discussão acima. Mas, recomenda-se periodicamente uma avaliação adequada quanto ao próprio desempenho, para que não fique preso, durante considerável lapso de tempo, a situações financeiramente desconfortáveis. Ao acadêmico em particular, alerta-se que a análise acima não levou em consideração situações de evolução do mercado ou o comportamento do profissional frente ao mesmo, seja em vendas ou marketing. Tal fato foge ao escopo deste curso. 15.3.2 - O preço por projeto. Neste item é discutido a calculo do preço de serviços realizados por profissionais liberais ou pequenos escritórios de engenharia ou arquitetura em contraprestação aos seus serviços, quais sejam: projetos, fiscalização, laudos, pareceres, enfim, serviços de ordem intelectual. Como será visto, a metodologia proposta para formação do preço a ser praticado pelo profissional liberal, em especial o que

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esta iniciando a profissão, visa atender suas necessidades básicas e o reembolso de custos incorridos. No caso do profissional liberal se estabelecer como empresa serviços e consultoria ou se dedicar à contratos de construção ou empreitada, recomenda-se efetuar a elaboração do preço segundo metodologia proposta na obra Gerenciamento na Construção Civil, Jungles & Avila, 2006. Atuando o profissional num mercado extremamente competitivo, o preço orçado deve atender a duas premissas, quais sejam: a competitividade e a sobrevivência. A competitividade refere-se à pratica de preço compatível com o praticado pelo mercado. A sobrevivência, diz respeito ao preço necessário a cobrir os custos com a subsistência do profissional e os custos incorridos com a realização de seus serviços. Assim sendo, o preço orçado será competitivo quando for inferior ou igual àquele praticado pelo mercado.

Preço Orçado ≤ Preço Mercado Cabe ao profissional, visando efetuar suas propostas de preço, reconhecer e calcular o valor dos dois preços acima comentados: a) Preço Orçado.

O preço orçado é função da produtividade, da quantidade de serviço expressa em área (A) e do preço unitário calculado. Matematicamente|:

PO = π × A × pU Elaborando a equação dimensional do modelo acima visando demonstrar sua compatibilidade e considerando que o preço é dado em unidades monetárias, tem-se: [PO] = [R$]. Sendo, por definição, PO = π × A × pU Exprimindo cada variável do modelo acima em função das suas unidades constitutivas, chega-se à:

[ ] [ ] [ ] [ ]$RPh$R²m

²mhP =∴

××

= 00 c.q.d.(16)

b) Preço de mercado. Neste caso, será apresentado um procedimento comumente utilizado no mercado de projetos, seja arquitetônico, estrutural ou de complementares, que consiste em definir o preço a ser cobrado em função da percentagem do CUB e da área do projeto. Sendo k uma fração do CUB, com 0<k<1, tem-se:

PM = k × CUB × A

16 C.q.d significa: “ como queríamos demonstrar”.

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Como exemplo de aplicação seja calcular o preço de um projeto com área de 737 m², sabendo o valor do CUB = 850 R$/m². Sabe-se, também, ser um procedimento comum no mercado definir o preço de projeto em função de uma percentagem do valor do CUB. No caso, a adoção de k=2% do valor do CUB. Então:

PM = 0,02 × 850 × 737 = 12.529,00 R$ 15.3.3 – O ajuste do preço. Neste item 15.3.3, excerto de artigo exposto no site Portal Exame de 09.04.2007, o especialista em pequenas e médias empresas Márcio Iavelberg, responde à dúvida de saber em como se pode calcular o preço dos projetos realizados em escritório de consultoria júnior. Para calcular o valor que deve custar cada um dos seus projetos, faça uma conta simples. Primeiro, estipule quanto você pretende (ou precisa) ganhar por mês com o serviço de consultoria, incluindo todas as despesas fixas como aluguel de sala, telefone e locomoção, por exemplo, e mais um valor que será a sua retirada. Quando chegar ao valor mensal, divida pelo número total de horas disponíveis de trabalho durante o mês.

nívelTempoDispoDespesasCh =

Se, por exemplo, sua necessidade de ganho é 4000 reais e você trabalha 100 horas no mês, sua hora vale 40 reais. Calcule, então, o preço dos projetos considerando a quantidade de horas que gastará neles. Nessa metodologia, o mais difícil, sem dúvida, é estipular o ganho mensal, que é subjetivo. Mesmo assim, é possível levar em conta alguns parâmetros. Um consultor júnior, que está apenas começando na carreira, não pode, naturalmente, cobrar o mesmo preço de uma consultoria convencional. No início de carreira, um dos únicos diferenciais acaba sendo o preço. Experiência e indicação de clientes são alguns aspectos que aumentam o valor de um serviço prestado. (IAVELBERG, 2007). 15.3.4 – Produção Anual de Equilíbrio. Partindo do exposto no item anterior, recomenda-se que a primeira meta de gestão do profissional liberal ou empresário seja definir a quantidade anual de produção capaz de equilibrar os custos incorridos. Recomenda-se que a produção seja analisada em função da necessidade de ganho anual já que, dificilmente, a produção e a remuneração devida pela contraprestação dos serviços acontecerão em idêntico valor todos os meses do ano. Neste caso, o preço unitário de qualquer projeto, serviço ou produto será efetuado em função do CUB.

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Justifica-se a adoção do CUB, pois comumente adotado na formação de preços e custos no setor da construção. E, também, adotado pelas associações profissionais quando estabelecem o valor do preço mínimo a se cobrado por serviços profissionais. Assim sendo, estabelecido o preço unitário como uma fração percentual do CUB. Matematicamente:

pu = k(%) CUB Metodologia: 1º - Definir o custo mensal básico - CMB. Por facilidade de previsão, inicia-se o processo pela definição do CMB, utilizando o seguinte modelo:

CMB = f (D+ES+C) 2º - Definir o custo anual básico - CAB

CAB = 12 × CMB

3º - Definir a produção anual de equilíbrio - PAE.

CUB(%)kCAB

puCABPAE ==

O modelo acima é compatível com o objetivo de desejado, ou seja, o estabelecimento da quantidade de metros quadrados a

serem produzidas anualmente e necessárias para cobrir os custos e despesas incorridos no período. Efetuando a demonstração da definição da equação dimensional do modelo visando constatar a assertiva acima tem-se:

=

anomPAE

2

.d.q.canom

m$R

ano$R

CUB(%)KCABPAE ⇒

=

=2

2

Como demonstrado, a produção anual de equilíbrio, PAE, é dada em m²/ano e estabelece a quantidade correspondente ao ponto de equilíbrio, e deve ser entendida como sendo a quantidade de produção anual que permita a sobrevivência do profissional dentro do padrão de vida desejado. Neste caso, a PAE é definida em função do preço justo, já que o fator k é um parâmetro estabelecido e aceito profissionalmente. Outrossim, não se entra na consideração da pratica de preços simbólicos ou irrisórios que passam a integram situações a serem discutidas som a ótica da ética profissional. 15.3.5 – Produção anual máxima. No caso de ser estabelecida a produção anual máxima, duas variáveis devem ser conhecidas a priori: 1º) a sua própria produtividade; 2º) o número de horas anuais de trabalho.

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13&15 tributos e Precificação. 50

Metodologia: 1º - Definir o custo anual básico – CAB.

CAB= 12 × CMB 2º - Definir as horas anuais de trabalho. A definição do número de horas anuais efetivamente dedicadas ao trabalho pelo profissional e seus associados, referem-se unicamente às horas possíveis de serem dedicadas à elaboração de projetos ou trabalhos intelectuais, noutras palavras, ao esforço de produção. Recomenda-se desconsiderar as horas de atendimento a clientes e fornecedores, visitas a obras e dedicação a tarefas administrativas. Para tanto, há que se avaliar o número de horas a serem trabalhadas por semana, bem como o número de semanas trabalhadas por ano. Então:

HAT = (52-f) × hsDISP Em que HAT corresponde ao número de horas anuais efetivas de trabalho; f representa o número de semanas de descanso ou férias; e, hsDISP define o número de horas semanais efetivas de trabalho. Quanto à definição das horas semanais, o profissional necessita avaliar a sua real disponibilidade de tempo a ser dedicada à produção, atendendo ao comentário acima efetuado. Quando se efetua orçamento em função de tempo, há que se entender que, no Brasil, o número das horas a serem

trabalhadas por semana é de 44 horas. E, que o ano dispõe de 52 semanas o que decorre em 4,34 semanas por mês. 3º - Definir a produção anual máxima – PMAX. A produção anual máxima PMAX corresponde à razão entre as horas anuais de trabalho e a produtividade. Então,

π= ATHPMAX

O modelo acima é compatível com o objetivo de desejado, ou seja, o estabelecimento da quantidade de metros quadrados a serem produzidas anualmente e necessárias para cobrir os custos e despesas incorridos no período. Visando demonstrar a correção da assertiva acima utilizando a equação dimensional do modelo tem-se:

=

anomPMAX

2

d.q.canom

mh

anoh

HPMAX AT ⇒

=

=2

2

15.3.6 – Custo da hora de trabalho.

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13&15 tributos e Precificação. 51

Partindo da expressão apresentada no item 1.3.1, o custo da hora de trabalho, definida em função do custo anual básico e das horas disponíveis para o trabalho é dado por:

∑∑=

ATHCAB

Ch

O modelo acima que estabelece o modo de obtenção do custo horário da hora de trabalho é compatível com o objetivo de desejado, pois define este custo em termos de R$/hora Efetuando a demonstração da equação dimensional do modelo visando constatar a assertiva acima tem-se:

=hora

$RCh

d.q.chora

$R

anohorasano

$R

HCAB

ChAT

=

==∑∑

15.3.7 – Exercícios resolvidos. a) Um profissional junior, atuante na área de projetos, deseja saber a mínima produção a ser cumprida para que consiga manter o padrão de vida necessário a começar sua vida profissional como profissional autônomo. Para tanto, ele orçou o seu custo mensal de manutenção em R$ 4 mil/mês. Além disto, considerando o escopo dos serviços que

deseja oferecer, verificou que a tabela de preços da associação de classe estabelece um preço mínimo de 4,5% do CUB e que, nesta data, o CUB médio relativo a edificações esta orçado em 890 R$/m².

ano/²m.CUB,CUB(%)k

CABPAE 000120450

400012≅

×==

b) Dois profissionais se associaram para montar um escritório de projetos. Dado as características individuais de cada um, concluíram que um deles permaneceria tempo integral no escritório e o outro seria responsável pelo relacionamento, atendimento e visita a clientes. Deseja-se saber qual deverá ser o custo horário dos serviços profissionais do escritório, já que pretendem descansar ou viajar nas semanas de carnaval, das festas de final de ano e da páscoa. (Obs: considerar uma semana de 40 horas de atividade). Além disso, o ajuste social pactuado previu uma retirada mensal de R$ 4.000,00 para cada um. E, dado as características das funções a serem assumidas, o primeiro poderia ter uma dedicação de 75% das horas semanais disponíveis para o desenvolvimento dos projetos e serviços técnicos, e o segundo 50%.

hora/$R,),,()(

)(HCAB

ChAT

183950075040352

4000212=

+××−××

==∑∑

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c) Um profissional liberal, já estabelecido no mercado, conseguiu uma série de contratos que montam a 18.900 m². Visando cumprir os prazos pactuados dentro do exercício, esta analisando a necessidade ou não de se associar ou contratar outro profissional para lhe ajudar a dar cumprimento ao pactuado. Para tanto, dispõe das seguintes informações:

- Disponibilidade de quatro semanas de férias por ano; - Sua produtividade é de 0,085 m²/hora de trabalho; - 45% do tempo semanal disponível é dedicado a atender clientes e visitar obras.

²m.,

),()(HPMAX AT 666130850

450144452=

−××−=

π=

Pelo exposto, há a necessidade do concurso de outro profissional, pois dispõe de uma capacidade máxima, anual, de trabalho de 13 mil metros quadrados, e necessita produzir, aproximadamente, 19 mil m². a) Sendo você um profissional liberal autônomo e considerando

suas despesas incorridas mensalmente, preencha o quadro de orçamento abaixo e informe: • A sua produção mensal de equilíbrio; • O preço de sua hora de trabalho.

Item de custo R$

Aluguel de moradia + condomínio Aluguel de sala comercial + condomínio Telefone Água Energia elétrica

Alimentação Combustível Manutenção Veículo Consórcio veículo Vestimenta Secretária + encargos sociais (56%) Atualização e treinamento T O T A L ...........................................

Atenção: há que se considerar horas improdutivas. 15.3.8 – A influência dos tributos e o lucro. 15.3.8.1 – Definição do preço e do lucro. Nos itens anteriores, o calculo do preço foi realizada em função das necessidades de remuneração do profissional, desconsiderando a influencia de tributos e o estabelecimento do lucro. Neste item, será estudada a formação do preço face ao interesse em estabelecer uma margem de lucro e frente à exigibilidade dos tributos. O conhecimento da questão é de capital importância para o profissional, especialmente ao associado a empresas de projetos, visando manter a lucratividade desejada. O preço, então, é função das variáveis conforme abaixo:

P = f ( D + C + L + T + ES )

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O lucro, por sua vez, deve ser visto como a remuneração do empreendedor ou da prestação de serviço em função dos custos e despesas previstos. E função direta da margem de remuneração desejada pelo profissional. Ou, então, definido como a remuneração desejada calculada sobre o capital movimentado. Então:

L = µ (D+C + ES) Em segmento é discutida a formação do preço para três situações de incidência de tributos: 15.3.8.2 – Pagamentos contra recibo. Neste caso, o profissional não emitirá nota fiscal. Logo, não haverá o recolhimento de tributos, pois atua como pessoa física.

P = (D + C + ES) + L

P = (D + C + ES) +µ (D+C+ ES)

P = (1+µ) × (D+C+ES) 15.3.8.3 – Resultado apurado pelo lucro real. Neste caso haverá a emissão de nota fiscal e a tributação ocorrerá pela apuração do lucro real. O profissional é considerado empresário e seu escritório se constitui em pessoa jurídica. Há que se entender que, no Brasil, dois são os tipos de incidência de tributos: o primeiro tipo incide sobre o total do valor da nota fiscal; o segundo sobre o lucro apurado.

)(

)ESCD()(

)ESCD(P

FAT

IR

α−

++α−µ

+++=

11

)(

))(

()ESCD(P

FAT

IR

α−α−µ

+×++=

11

1

15.3.8.4 – Retenção na fonte. Neste caso ocorre a retenção dos tributos na fonte. Assim, se propõe que o preço seja majorado proporcionalmente à soma das alíquotas dos tributos incidentes sobre a nota fiscal e sobre o lucro.

)()()ESCD(P

IRFAT α+α−µ+×++

=1

1

15.3.9 – Exercício. Você é formando e deseja atuar como profissional liberal na área de projetos de engenharia ou arquitetura (arquitetônico ou estrutural). Para tanto esta analisando seus custos de produção. Assim, pergunta-se: • Quanto você deve cobrar, por metro quadrado de projeto?

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• Qual a sua produção anual de modo que possa adotar os preços praticados no mercado? ( Verificar valores do CREA e IAB).

• Você dispõe de condições, sejam sociais, profissionais ou familiares, para se estabelecer no mercado?

• Qual seria sua estratégia para se estabelecer no mercado? Obs: Avaliar seus custos de subsistência; custos de manutenção de escritório; produtividade; tempos de atendimento ao cliente; tributos incidentes sobre a nota fiscal, enfim todas as variáveis necessárias ao seu estabelecimento.

15.4 - Profissional liberal – preço por visita. 15.4.1 – Metodologia. Este é o caso em que o preço é calculado por visita do profissional, sendo recomendado para o caso de serviços de manutenção ou visitas técnicas efetuada por profissionais liberais autônomos quando atende serviços a serem realizados fora de suas instalações. A metodologia proposta é similar a anterior, sendo o preço definido por visita. Caso ocorra fornecimento de material, este deverá ser cobrado separadamente. Neste caso há que se estabelecer a produção anual máxima. Para tanto, duas variáveis devem ser conhecidas a priori: 1º) o número máximo de visitas possíveis de serem realizadas diariamente; 2º) o número dias anuais de trabalho. A metodologia proposta, então, segue os seguintes procedimentos:

1º - Definir o custo anual básico – CAB. O custo anual básico corresponde ao montante do

valor das despesas que o profissional necessita para cobrir, anualmente, a sua manutenção e sobrevivência.

2º - Definir o número de semanas anuais indisponíveis para o trabalho, NSI.

O NSI corresponde ao número de semanas improdutivas, pois ocorre a previsão de paralisação

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13&15 tributos e Precificação. 55

do trabalho devido a: descanso anual; carnaval; festas natalinas, cursos ou treinamentos, etc.

3º - Definir o número de visitas possíveis de serem realizadas por semana, nvs;

4º - Estabelecer o número possível de visitas anuais - NVA; NVA= nvs × (52 - NSI) 5º - Estabelecer o custo médio de transporte, segundo a

região de atuação do profissional = CMT; 6º - Calcular o custo por visita = CPV.

15.4.2 – Exercício proposto. Calcular o custo por visita de um profissional autônomo no caso de utilizar como meio de locomoção uma moto 125 e um veículo Fiat-1000. Como dado complementar sabe-se que: a) o raio de atuação é de 40 km; b) o profissional emite nota fiscal de serviço cuja alíquota do ISS é de 12%.

CMTNVACABCPV +=

Custo por Visita

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15.5 – Indústria e Comércio – Mark-up 15.5.1 – Definição do mark-up. O mark-up é definido como um índice que aplicado ao custo direto do produto ou do serviço permite estabelecer, expeditamente, o Preço de Venda a ser praticado. A formação do preço adotando a técnica do mark-up facilita a sua determinação, já que engloba os custos e as despesas indiretas incorridas pela empresa, aí incluídas as despesas de vendas, administrativas ou financeiras, bem como a margem de lucro estabelecida. Outrossim, estabelecido o mark-up por produto ou por linha de produtos, torna-se possível delegar o calculo do preço para escalões subordinados, fato que facilita e libera a atividade do gestor para outras atividades. Matematicamente, então, o preço é calculado por:

Preço = mark-up × Σ custos diretos Demonstrando a formação do mark-up em função dos Custos Diretos tem-se:

P = ƒ( Σ Custos Diretos) Definindo as variáveis abaixo, como nomenclatura, visando a determinação do mark-up:

P = Preço CD = Custo Direto CI = Custo Indireto ML = Lucro em valor monetário Tr = Tributos

Assim sendo, pode-se considerar que o preço seja função do somatório dos custos diretos, dos custos indiretos, do montante do lucro desejado e dos tributos incidentes. Matematicamente:

P = Σ (CD + CI + ML + Tr) ∴ P = Σ CD + Σ (CI + ML + Tr)

Considerando que Σ (CI + ML + Tr) pode ser considerado como um percentual do Preço de Venda, P, pode-se escrever:

P = ΣCD + k × P ∴ P - k P = ΣCD ∴ P× (1 – k) = ΣCD

Sendo o objetivo desejado definir o preço em função dos custos diretos, pode-se escrever:

)k(

CDPCD)k(P−

Σ=∴Σ=−×

11

Substituindo na expressão acima o valor de (1-k), por δ e φ, respectivamente, a expressão do mark-up divisor e do mark-up multiplicador, em que:

• δ = (1- k) é denominado de mark-up divisor e • φ = 1/(1- k) é denominado mark-up multiplicador.

Então, o preço pode ser definido por:

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13&15 tributos e Precificação. 57

δΣ

=

Σ×ϕ=CDeçoPr

CDeçoPr

15.5.2 – Metodologia de formação do mark-up. Como metodologia para a definição do mark-up, parte-se do artifício de estabelecer em 100% o valor do preço de venda e exprimir todos os custos, despesas, impostos e o lucro como fração, ou porcentagem, do valor do preço de venda. Exemplo exposto na Tab. 15.1 – Modelo de Cálculo do Mark-up. Sob esse procedimento, é garantida a manutenção da margem de lucro desejada, já que todas as despesas e tributos passam a ser caracterizados como uma parcela do valor de vendas. Dessa forma, diminuindo do Preço (estabelecido em 100%) cada percentagem de custos, despesas, impostos e do lucro a ele referidos, obtém-se o valor do mark-up divisor.

δ = 100% - ITV (%) – MC (%) O preço, por sua vez, é definido pela expressão:

ϕ×=δ

= CDCDP

A obtenção do mark-up é realizada ao se definir, inicialmente, o mark-up divisor – δ. A partir deste é definido o mark-up multiplicador, já que φ= 1/δ.

De modo simples, a metodologia proposta é exposta na tabela a seguir:

item valor em % (+) Preço de Vendas - definido em 100% 100,00 % (-) Impostos e taxas sobre vendas - ITV (-) Margem de Contribuição - MC

X % Y %

= Mark-up divisor – em porcentagem Mkup % Mark-up multiplicador - em decimal 1/ Mkup

Tab. 15.1 - Modelo de Cálculo do Mark-Up 15.5.3 – Exemplo. Calcular o preço de venda de um produto, utilizando o mark-up divisor e o multiplicador, quando uma empresa incorre nos seguintes custos para levar seu produto ao mercado:

item Valor Matérias Primas Outros Custos Diretos

R$ 420,00 R$ 380,00

IMPOSTOS E TAXAS DE VENDAS - ITV ICMS PIS Cofins Comissões de vendas Total do ITV....................................................

--- 18,00 %

0,65% 2,00% 5,00%

25,65% MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO - MC Despesas Administrativas Despesas de Vendas Custos Indiretos de Produção Margem de Lucro Total da Margem de Contribuição = MC..............

--- 4,00% 7,00% 4,50%

14,50% 30,00%

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1. - Calculo do markup em % Preço de Vendas 100,00(-) ITV (-) Margem de Contribuição - MC

25,6530,00

Mark-up divisor = δ 44,35Mark-up multiplicador ( 100÷ Mark-up divisor) 2,2548

Tab.15.2 – Exemplo de Calculo do Markup

2. - Calculo do Preço de Vendas

item Mark-up Divisor

δ Mark-up Multiplicador

φ= 1/δ Matérias Primas Outros

420,00 380,00

420,00 380,00

Total 800,00 800,00 Mark-up ÷ 44,35% × 2,2548 Preço de Vendas 1.803,83 1.803,83

Tab.15.3 – Preço e Markup 15.5.4 – Exercício proposto. Determine o markup a ser utilizado por uma empresa comercial sabendo que: P= CD × φ.

Item Valor/porcentagem Valor das vendas 159.000,00 R$Depreciação de móveis e do imóvel 1.450,00 R$/mêsIPTU 360,00 R$/mêsICMS 18,00 %

Cartão de crédito 3,00 % PIS 0,65 % COFINS 2,00 % CPMF 0,38% Comissão vendedores 3,00 % Despesas administrativas 10.700,00 R$/mês Despesas de vendas 4.800,00 R$/mês Salários empregados 2.800,00 R$/mês Encargos sociais 43,50 % Margem de lucro 16,00 %

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15.6 – Preço horário de equipamento. A metodologia abaixo proposta visa à composição do custo horário e a determinação do preço de equipamentos. Considera o caso de apropriação das horas paradas e das horas operantes. Para tanto, os custos serão classificados em três principais grupos:

I – Custos administrativos e financeiros; II – Custos de manutenção; III – Custos de operação.

15.6.1 – Custos administrativos e financeiros. Neste grupo se considera uma serie de custos tais como: a) Custo de capital, ou seja, os juros que seriam pagos pelo capital

investido no equipamento caso fosse efetuada outra aplicação em idêntica taxa de risco. Corresponde ao custo de remuneração do capital da empresa;

b) Depreciação do capital necessária à reposição do mesmo; c) Seguros por ventura contratados visando à redução dos riscos

de operação ou com terceiros; d) Impostos anuais incidentes sobre a propriedade e uso de

veículos. 15.6.2 – Custos de manutenção.

Nos custos de manutenção são separados os custos de manutenção do equipamento e do material rodante, pois submetidos a diferentes condições de desgaste. No modelo de cálculos dos custos de reparos de equipamentos é proposta a adoção de um índice de manutenção, (I%), correspondente à apropriação do valor da manutenção efetuada durante a vida do bem em operação normal de produção. 15.6.3 – Custos de operação. Estes custos são incorridos quando o equipamento estiver em operação. No caso das horas inoperantes, somente são considerados o custo do pessoal de operação. Os custos de operação podem ser subdivididos em dois grupos quais sejam:

i) os custos unitários de operação; ii) e os custos mão de obra e dos encargos sociais incidentes sobre as mesmas.

O custo unitário de operação é calculado em função do custo horário e do consumo horário. Integram o custo horário de produção os custos incorridos na aquisição de combustíveis, óleos, graxas e lubrificantes, no caso de equipamentos movidos a combustível. Sendo um equipamento elétrico, o consumo horário de energia. O consumo horário é um parâmetro a ser fornecido pelo fabricante. Recomenda-se, porém, que a empresa aproprie seus

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13&15 tributos e Precificação. 60

próprios dados, baseados no desempenho real de cada equipamento. Efetuada a composição de custos, o preço é definido após o produto do mesmo pelo mark-up ou pelo BDI – Benefício e Despesas Indiretas, índices que já consideram os impostos a serem recolhidos pelas empresas, os custos indiretos administrativos e o lucro desejado. 15.6.4 – Impostos e Taxas. No caso de automóveis e caminhões, deve-se considerar o IPVA, cuja alíquota o fisco estadual vem definindo em 2% sobre o valor do bem já depreciado. E, também, a taxa de administração e o seguro obrigatório. 15.6.5 – Metodologia. Seja calcular a formação do preço horário de aluguel, com relação à hora operando e hora parada, de um veículo sobre pneus utilizado em serviços de terraplenagem. Sob esta metodologia alerta-se que, para ser estabelecido o preço de utilização de equipamentos, além dos custos e tributos a serem incorridos, há que se conhecer o BDI ou mark-up adotado pela empresa. Como informações necessárias para a determinação do custo horário tem-se:

• Preço Total da Compra do Caminhão • Preço de Reposição dos Pneus • Preço Total da Compra sem Pneus • Valor Residual depois de depreciado • Valor líquido para depreciação • Vida útil expressa no catalogo do

fabricante • Juros • Tributos s/ propriedade de

equipamentos • Estimativa anual de horas trabalhada

R$ 79.000,00 R$ 4.200,00 R$ 74.800,00 R$ 8.000,00 R$ 71.000,00

10.000 horas

24,0 % ao ano

2,0 % ao ano 1.500 horas

Ficha de Composição de Custos Hora Operando

Hora Parada

I – Depreciação, Juros, Seguros, etc.: a) Depreciação Técnica: Valor a Depreciar = 71.000,00 Vida útil em horas 10.000 b) Rateio Anual: Juros de 24% ao ano + Impostos de 2% ao ano = 26 % ao ano. Horas de Trabalho Anual estimadas em 1.500 h. Rateio:

Preço Equip. x % Invest. X Rateio Anual = Horas de Trabalho Anual

79.000,00 x 1,0 x 0,26 =

1.500

7,10

13,69

7,10

13,69

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II – Manutenção. a) Reparos:

I% x Preço sem Pneus = 1,00 x 74.800,00 = Vida Útil em Horas 10.000

b) Pneus: Custo de Reposição = 4.200,00 = Vida Útil em Horas 1.000

7,48

4,20

0,00

0,00

III – Operação: C.U. Oper = Custo horário x Consumo Horário a) Combustível: 0,36 R$/l x 10 l/h b) Lubrificantes, etc.: - Óleo Motor 120,00 R$ x 0,30 l/h = 3,60 - Graxa 5,00 R$ x 0,05 = 0,25 - Filtros 50,00 R$ x 0,01 = 0,50 c) Mão de Obra com Encargos Sociais de 88,49%.

- Operador: 2,40 R$/hora x 1,00 = 2,40 - Auxiliar: ...............................................

3,60

4,35

2,40 0,00

0,00

0,00

2,40 0,00

IV - Preços do Aluguel Horário

a) Somatório dos Custos b) BDI calculado em 42%

c) Preço Horário Final

42,82 17,98 60,80

23,19 9,74 32,93

5 - Preços a Adotar em Reais pôr hora 61,00 33,00 Preços de novembro/98

Tab.15.4 - Composição do Custo Horário

15.6.6 – Exercício. a) Com os dados relativos a um equipamento de terraplenagem abaixo relacionado, pergunta-se:

- Qual a o preço unitário que você praticaria? - Qual a taxa de depreciação legal?

item Dado 1. Preço de compra 2. Depreciação legal 3. Valor residual 4. Horas anuais trabalhadas – previsão 5. Vida útil 6. Consumo dos pneus 7. Combustíveis 8. Lubrificantes 9. Mão de Obra c/ Encargos Sociais 10. BDI

R$ 50.000,00 5 anos

R$ 7.900,00 2.000,00 horas

17.800,00 horas 5,05 R$/hora 6,88 R$/hora 3,33 R$/hora

26,26 R$/hora 55%

b) Seja orçar o preço horário, parado e operando, relativo a um equipamento de terraplenagem a ser alugado por uma empresa, dispondo das seguintes informações.

A empresa adquirirá o equipamento em questão através de um contrato de leasing, efetuado diretamente com o fabricante, ao custo de 2,5% ao mês.

Por política, a empresa costuma manter comissionados os seus ativos móveis pelo prazo de cinco anos, pois, a partir deste

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tempo de operação, os custos com manutenção crescem sensivelmente. Outrossim, a empresa pratica uma taxa de oportunidade sobre a aplicação de seus ativos de 15% ao ano e adota um BDI de 38% para a região onde os serviços serão prestados. Sabe-se, também que: - Preço do veículo novo 185.000,00 R$ - Desvalorização anual – linear 12% ao ano - Custo do equipamento rodante 10% do preço - Vida útil do bem 15.000 horas - Vida útil do equipamento rodante 5.000 horas - Custo financeiro 2,5% ao mês - Produção anual 1.800 horas - Manutenção de equipam. Similares 17% ao ano - Operador 9,30 R$/hora - Auxiliar 2,70 R$/hora - Encargos sociais 132% - Óleo diesel: consumo = 0,37 l/h 1,90 R$/l - Graxa: consumo = 0,085 l/hora 8,60 R$/l - Filtros: consumo = 0,12 un/h 107 R$/un

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13&15 tributos e Precificação. 63

15.7 – Preços de Serviços por Encomenda – BDI 15.7 1. - Metodologia Na indústria de bens por encomenda, fato corrente na construção civil, o mark-up multiplicador pode receber a denominação de BDI – Benefícios e Despesas Indiretas. Porém, dado a peculiaridade e tradição desta indústria, a metodologia a ser utilizada difere da anteriormente discutida.

A metodologia ora apresentada, desenvolvida por AVILA & JUNGLES, 2006, de modo semelhante à anterior, parte da definição do preço e, para tanto, são efetuadas as seguintes definições:

Preço = CD + BDI ou Preço = IBDI × CD

BDI = ƒ (CI + VR + ML + TRIB. )

CI = ( CGP + CGA + CFI + CDM + CPV ) ML = µ Liquido ( ΣCI + ΣCD + ΣVR )

a) Impostos Incidentes sobre o Lucro

)1( L

LIQUIDO

α−µ

=µ e, αL = ƒ (αIR; αCS )

b) Impostos Incidentes sobre o Faturamento.

)(I

IF

*BDIBRUTO

BDI α−=

1

A utilização desta metodologia requer que a empresa disponha de um bom acompanhamento das despesas, ou custos indiretos, pois estas variáveis participam do modelo de modo rateado. Além disto, este rateio é proporcional à participação de cada contrato na carteira de obras da empresa. A metodologia proposta pelos autores recomenda calcular e trabalhar com os valores de custos, e do BDI, em termos de valores monetários. Assim sendo o BDI é, inicialmente, calculado em termos de valores monetários. A partir deste valor, é definido o índice de BDI ou seja, o BDI multiplicativo, de modo análogo o efetuado para a determinação do mark-up.

Custos Indiretos

Orçamentação

Custos Diretos

Avaliação do Risco

Margem de Lucro

BDI

Preço

Fig.15.2. – Fluxograma de Composição de Preço

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13&15 tributos e Precificação. 64

A seguir, Tabelas de nº 15.5 e 15.6, são apresentadas duas metodologias para o cálculo do IBDI, considerando a empresa ser optante pelo sistema de tributação pelo lucro real ou pelo lucro presumido. ...

I - Opção pelo Lucro Real 1º Passo: Definições:

a) A administração superior define a µLIQUIDO b) Calcular o fator de majoração da margem:

( 1 - αL ) = ( 1 - αIR ) ( 1 - αCS) a) Calcular o fator de majoração do faturamento: ( 1 - αF )

2º Passo: Calcular o BDI, em valor monetário:

BDILíquido = CI + VR + µ (CI + CD + VR )

)VRCD(CI)α(1

µVRCIBDIL

LIQUIDOBRUTO ++−

++=

3º Passo: Calcular o índice líquido– I*BDI

CDBDIk

BRUTO

= ∴ )1K(I *BDI +=

4º Passo: Calcular o índice bruto - IBDI

)(II

F

*BDIBRUTO

BDI α−=

1

5º Passo: Calcular o Preço do Produto ou Serviço. Preço = CD × IBDI

Tab.15.5 – Metodologia BDI pelo Lucro Real

II - Opção pelo Lucro Presumido 1º Passo: Definições:

a) A administração superior define o µLIQUIDO b) Calcular o fator de majoração do faturamento: ( 1 - αF )

2º Passo: Calcular o BDI, em valor monetário: - Verificar o montante do tributo a ser recolhido e o

adicionar na expressão abaixo em IMP.

BDI BRUTO = CI + VR + ML + IMP

3º Passo: Calcular o índice líquido– I*BDI

CDBDIk

BRUTO

= ∴ )1K(I *BDI +=

4º Passo: Calcular o índice bruto - IBDI

)1(II

F

*BDI

BDI α−=

5º Passo: Calcular o Preço do Produto ou Serviço.

Preço = CD × IBDI

Tab.15.6 – Metodologia do BDI pelo Lucro Presumido

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15.7.2 – Exemplo de aplicação Uma empresa de pequeno porte, optante pelo lucro presumido, deseja saber qual BDI deve ser aplicado ao custo de uma pequena obra a ser executada em área próxima ao escritório da mesma, não havendo necessidade de implantação de canteiro de obra. Em inspeção ao local, verificou-se que o empreendimento não apresenta riscos a terceiros em sua execução. Outras informações sobre a empresa e a obra em questão estão a seguir:

- Tipo de obra: empreitada global - Faturamento médio mensal: R$200.000,00 - Custo médio mensal de administração da empresa:

R$30.000,00 - Margem de lucro planejada: 15% - Custos diretos da obra: R$60.000,00 - Custo de desconto de duplicatas: 4% ao mês - A empresa estima que esta obra represente 40% do

valor dos custos gerais de administração da empresa - A empresa investe em torno de 1% do seu faturamento

bruto com propaganda. 1º Passo: cálculo do fator de majoração do faturamento ( )Fα−1 :

( ) 91990100

01811 ,,F =

−=α−

2º Passo: cálculo dos custos indiretos:

∑ ++++= CMVCMRCFICGACGPCI Onde: CGP = Custos Gerais do Processo Por se tratar de uma obra pequena e próxima à sede administrativa, não haverá custo administrativo direto da obra. Sendo assim, CGP = R$0,00 CGA = Custos Gerais de Administração da Empresa

00,000.12$00,000.30$%40 RRCGA =⋅= CFI = Custos Financeiros

00,400.2$000.6004,0%4 RCDCGA =⋅=⋅= CMR = Custo de Manutenção, Depreciação, Operação e Reposição Por se tratar de uma obra de pequena monta, na qual os equipamentos foram terceirizados, este valor foi incluído nos custos diretos da obra. CMV = Custos de Comercialização, Propagandas e Promoção de Vendas CMV = 200.000 × 1% × 40% = 800,00R$, correspondendo 1% ao valor investido em propaganda e 40% a parcela proporcional da obra.

0020015008000000040020000012000

,.$RCI,,,.,.,CI

CMVCMRCFICGACGPCI

=++++=

++++= ∑

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3º Passo: cálculo do BDI em valor monetário:

IMPMLVRCIBDI bruto +++= Onde: CI = Custos Indiretos = R$15.200,00 VR = Valor de Risco = adotado como 0

( )( )

00,280.11$00,000,000.6000,200.1515,0

RMLML

VRCDCIML

=++⋅=

++= µ

IMP = impostos sobre a margem de lucro. Como se trata de uma empresa optante pelo lucro presumido, os valores do imposto de renda e da contribuição social são definidos em função da receita bruta.

00,550.2$00,920.100,630 RCSIRIMP =+=+=

( ) ( )00,630$

00,000.180%10%300,000.20%15%3RIR

IR=

⋅⋅+⋅⋅=

00,920.1$00,000.200%8%12

RCSCS

=⋅⋅=

Foi estimado que esta obra representasse 40% do valor dos custos gerais de administração da empresa. Portanto, será adotada a mesma proporção de pagamento dos impostos sobre a

margem, ou seja, o imposto relativo a esta obra será de 40% do imposto total sobre a margem

00,020.1$00,550.2%40 RIMPobra =⋅=

00,500.27$00,020.100,280.1100,000,200.15

RBDIBDI

IMPMLVRCIBDI

bruto

bruto

bruto

=

+++=

+++=

4º Passo: cálculo do índice líquido *

BDII

4583,000,000.6000,500.27

===CD

BDIk

bruto

4583,11* =+= kI BDI

5º Passo: cálculo do índice bruto BDII

5852,19199,04583,1

1

*

==−

=F

BDIBDI

IIα

6º Passo: cálculo do valor da obra

0011295585210000060 ,.$R,,.ICDeçoPr BDI =⋅=⋅=

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15.7.3 – Exercícios propostos. a) Seja calcular o IBDI e o preço de um produto visando participar de uma licitação. Para tanto se sabe que:

− A empresa é optante pelo lucro real; − Duração do contrato: 10 meses; − A margem de lucro desejada é de 18%; − Os custos diretos montam a R$ 2.300 mil; − Os impostos sobre faturamento somam 13,65%; − Alíquota do Imposto de Renda: 10%; − Alíquota da Contribuição Social: 9,0% do Lucro Bruto; − Montante do Risco: R$ 350 mil; − Custos Administrativos Indiretos: R$ 440 mil; − Custos Financeiros: 3% ao mês, equivalente ao desconto de

duplicadas relativas a três meses de produção. b) Calcule um índice de BDI baseado na realidade de sua empresa.

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15.8 – Formação do Preço Industrial. No caso da formação do preço industrial há que se considerar a composição dos custos de:

• Mão de obra direta; • Insumos; • Custos de supervisão; • Custos de manutenção; • Custo de utilização de equipamentos; • Custos Indiretos • Tributos incidentes sobre o lucro; • Tributos incidentes sobre o faturamento; • Etc.

O preço do produto pode ser efetuado por dois procedimentos distintos, porém ambos devendo chegar ao mesmo resultado. a) O primeiro procedimento, mais simplificado, corresponde em multiplicar o custo direto total pelo mark-up.

Preço = CDT × Mark-up. b) O segundo procedimento toma como exemplo o modelo de

composição de custo industrial conforme exposto na Tab.14.7, e segue os seguintes passos:

1º - Define-se o custo total; 2º - Calcula-se o preço base. O valor do preço base corresponde ao montante do custo total acrescido da margem

de lucro desejada majorada pelos tributos incidentes sobre o lucro.

∑α−µ+

×=)(

)(CTPBLUCRO1

1

Custo Total item un $/un q M.O MAT

Σ item

1. Insumos 1.1. Insumo A 1.2. Insumo B 1.3. Insumo C

m³ m² l

238 97 44

522900110

124.236,0

87.300,04.840,0

216.376,00 2. M. Obra Direta

2.1 Função A 2.2 Função B 2.3 Função C

h h h

5,14 6,33 7,38

1231933245

6.327,345.905,891.808,10

14.041,33 3. Supervisão

3.1 Mestre 3.2 Supervisor

h h

12,36 17,68

1231570

15.215,1610.077,60

25.292,76 4. Manutenção h 9,45 400 3.780,00 3.780,00 5. Equipamentos h 72,14 850 61.319,00 61.319,00

6. Soma 43.114,09 277.695,0 320.809,09 7. Encargos Sociais = 48,00 % Encargos Soc × ΣMO 20.694,76 20.694,76

8. CUSTO DIRETO TOTAL 341.503,85 9. CUSTOS INDIRETOS (rateados) 28.900,00 10. CUSTO TOTAL 370.403.85 11. Margem de Lucro/ (1- Tributos sobre o Lucro) = 12. Preço base 13. Tributos sobre o faturamento 14. PREÇO DO PRODUTO

Tab. 15.7 – Modelo de Composição de Preço Industrial 3º - O preço do produto é definido majorando o preço base pelo somatório das alíquotas dos tributos que incidem sobre o faturamento. Logo:

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∑α−=

)(PBPP

oFaturament1

Exprimindo o preço do produto em função do custo total tem-se:

α−α−

×µ+×=∑

∑)(

)()(CTPP

LUCRO

oFaturament1

11

Ao se compor o preço do produto, ver Tab.14.7 e Fig. 14.3, recomenda-se evitar a incidência do lucro sobre o valor dos encargos sociais, seja aqueles relativos à mão de obra direta seja à mão de obra indireta. O autor justifica a assertiva acima por entender ser ilógica a incidência de lucro sobre os encargos sociais. Dada a alta carga tributária ora em vigor no País e a expressão dos encargos sociais, este procedimento evita a perda de competitividade devido à redução do preço final do produto.

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15.9 – Preço de Venda de Produtos. A metodologia para preços de vendas de produtos desenvolvida neste item foi proposta por CÁSSIA, 2006. Podendo-se constatar que o modelo a seguir é compatível com o proposto no item 13.3. 15.9.1 – Metodologia. O modelo matemático para o calculo do preço de venda de produtos - PV é dado abaixo. O preço de vendas é calculado majorando o custo das mercadorias vendidas. Então:

100100

×µ++−

=%)%DF%DV(

CMVPV

Em que:

CMV – corresponde ao custo das mercadorias vendidas, depois de deduzido o valor do ICMS pago e acrescido o custo do IPI, fretes, seguros e outras despesas afins;

DV – expresso em percentagem, corresponde ao percentual de despesas variáveis incidentes sobre as vendas tais como impostos e comissões de vendas. Isto é, despesas que só ocorrerão caso vendas sejam realizadas.

DF – expressa em percentagem, corresponde ao percentual das despesas fixas em relação ao faturamento. Como exemplo de despesas fixas tem-se: aluguel, IPTU, água, luz, salários e encargos sociais, etc.

µ - corresponde à margem de lucro desejada e expressa em percentagem

15.9.2 - Exemplo – Caso de um Produto. Seja calcular o preço de venda de um único produto, efetuado ao consumidor final. Dispõem-se das seguintes informações: • Custo de aquisição unitário do produto: R$ 25,00. • Valor do frete: R$ 1,50/unidade; • Alíquota do ICMS: 18%; • Alíquota do IPI: 10%. 1º Passo - Calculo do Custo da Mercadoria.

o Crédito do ICMS: ICMS = 25,00 × 0,18=4,50 R$ o Montante do IPI: IPI = 25 × 0,10 = 2,50 R$

CMV = Custo Aquisição + Frete – Crédito ICMS + IPI

CMV = 25+ 1,50 – 4,50 + 2,50 = 24,50 R$ 2º Passo - Calculo das Despesas Variáveis - %.

• Comissões de vendas = 3% • ICMS = 18% • CPMF = 0,38% • PIS/COFINS = 3,65%

DV = Comissões de vendas + ICMS + CPMF + PIS/COFINS.

DV = 3%+18%+0,38%+3,65% = 25,03%

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3º Passo - Calculo das Despesas Fixas - %. Quando da determinação do percentual de despesas fixas incidentes sobre mercadoria a ser vendida no comercio, é recomendável que o percentual das despesas fixas sobre o faturamento seja avaliado considerando um período significativo de tempo. E, o percentual a ser adotado corresponderá à média ponderada dos custos incorridos nesse período. Para tanto a contabilidade deve disponibilizar os custos diretos incorridos e o faturamento relativos a um período de seis meses a um ano.

Mês 1 2 3 4 5 6 Σ C. Fixo 4,5 4,5 4,7 4,8 4,8 5,0 28,3

Faturam 55 64 59 57 65 64 364 Valores em R$ mil

O percentual de despesas fixas, então, é definido pela razão entre somatório das despesas fixas incorridas e o total do faturamento, ambos realizados no período.

%8,7078,000,364

30,28oFaturament

xasDespesasFiDF ⇒===

4º Passo – Calculo do Preço de Venda - PV Do modelo:

100%)%DF%DV(100

CMVPV ×µ++−

=

Antes de calcular o preço, o gestor deve estabelecer qual a margem de lucro deseja. No caso, µ = 15%. Então:

un/$R,,

,%)%,%,(

,PV 964652170

5024100

158703251005024

==×++−

=

Da metodologia proposta, chega-se à conclusão que um produto nas condições em questão e adquirido por R$ 25,00, deve ser vendido a R$ 46,96 por unidade.

15.10 - Preço de Mix de Produtos. O objetivo deste item é mostrar uma metodologia para o calculo de preços de uma cesta de produtos, que apresentem distintas margens de contribuição ao lucro. 15.10.1 – Teoria. As empresas mercantis, via de regra, dispõem de uma diversidade de produtos para venda, os quais permitem praticar margens de lucro distintas, mantendo a lucratividade desejada para a empresa como um todo. Para tanto há que se conhecer o giro de cada produto singular.

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Assim sendo, tem-se matematicamente que:

£= µ1×ρ1= µ2×ρ2= ······ = µn × ρn Normalmente, a margem de lucro maior é realizada em produtos de menor giro. E, a margem de lucro maior em produtos de menor giro.

Margem de Lucro Giro ALTA ⇒ BAIXO BAIXA ⇒ ALTO

O objetivo, então, é praticar para cada produto uma margem de contribuição ajustada - Mc*, que é função da margem de contribuição calculada - Mc e do giro de capital apresentado por cada um dos produtos, de modo a manter o ponto de equilíbrio no econômico e manter, no global, a margem desejada. No caso em questão, a margem de contribuição - Mc, de cada produto corresponde à soma do percentual das despesas fixas com o percentual da margem de lucro.

Mc = DF(%) + µ(%) E, a margem de contribuição ajustada - Mc*, corresponde à razão entre a margem de contribuição calculada e o giro do capital (Ver Capítulo12):

g)u(Mc

talGirodeCapiemDesejadaargM*Mc ==

Por sua vez, a expressão do Ponto de Equilíbrio Econômico é dada por:

VTP)VPMCp(

LUDF

VTP)VPMcp(

LuDFPEE ××Σ

+=

×Σ+

=

Em que:

PEE = Ponto de Equilíbrio Econômico; DF = despesas fixas apropriadas, em valor monetário; Lu = Montante do lucro desejado em valor monetário; Mcp = margem de contribuição unitária, por produto; VP = quantidade de venda prevista, em unidades por

produto; VTP = venda total prevista no mês, em quantidade de

unidades. A aplicação da abordagem em questão segue a seguinte metodologia:

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Metodologia 1º Passo – Calcular o custo das mercadorias vendidas, as

despesas fixas e as despesas variáveis. As despesas fixas e as despesas variáveis devem ser expressas em porcentagem do faturamento previsto.

2º Passo – Calcular a margem de contribuição única para todos os produtos, expressa em porcentagem: Mc(u) = DF+µ

3º Passo – Disponíveis os valores das variáveis acima, Calcular o Preço de Venda mantendo a mesma margem de lucro para todos os produtos.

4º Passo – Definir o giro para cada produto, g. (ver capítulo 12)

5º Passo – Calcular a margem de contribuição ajustada para cada produto, segundo o giro. Mc*=Mc(u) ÷ giro

7º Passo – Calcular o preço de venda ajustado para cada produto

8º Passo – Definir o valor monetário das despesas Fixas e do Lucro Desejado. O valor monetário do lucro desejado é função do produto do faturamento previsto e da margem de lucro arbitrada. Lu = Faturamento × µ

9º Passo – Estimar o número de unidades de cada produto a ser vendida no mês. E, calcular a percentagem de cada produto sobre o número total das vendas.

10º Passo – Calcular o ponto de equilíbrio. 11º Passo – Definir o número de unidades a serem vendidas no

próximo período. QV= PEE × % Qvendas Tab.15.8 – Preço de Mix de Produtos

15.10.2 - Aplicação. Seja calcular o preço de vendas de uma cesta de cinco produtos conhecendo-se o custo das mercadorias vendidas estabelecendo uma margem de lucro em 15%. Demais dados são expressos no Quadro 1.

Quadro 1 – Preço com Margem de Contribuição Única

Produto CMV R$

DF %

DV %

µ %

Mc(u) %

PV R$

P1 17,00 7,80 25,03 15 22,8 35,56 P2 25,50 7,80 25,03 15 22,8 53,35 P3 14,40 7,80 25,03 15 22,8 30,12 P4 12,00 7,80 25,03 15 22,8 25,10 P5 8,95 7,80 25,03 15 22,8 18,72

DF= Despesas Fixas; DV= Despesas Variáveis; PV = Preço de venda.

a) Calculo da Margem de Contribuição e do Preço de Vendas: Mc(u) = DF+µ = 7,80+15,00 =22,8%

giro)u(Mc*Mc =

100100

×+−

=*)Mc%DV(

CMVPV

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Quadro 2 – Preço com Margem de Contribuição Ajustada

Produto CMV R$

DV %

Mc(u) % giro Mc*

% PV R$

P1 17,00 25,03 22,8 0,70 32,57 40,09P2 25,50 25,03 22,8 1,00 22,80 53,35P3 14,40 25,03 22,8 1,80 12,67 23,11P4 12,00 25,03 22,8 2,00 11,40 18,88P5 8,95 25,03 22,8 3,40 7,60 13,28

b) Calculo do Ponto de Equilíbrio e Participação nas Vendas.

VTP)VPMCp(

LuDFPEE ×

×Σ+

=

Quadro 5 – Quantidades por Produto

Produto PV R$

Mc* %

Mcp R$

VP(mês) un

% Total

P1 40,09 32,57 13,06 455 11 P2 53,35 22,8 12,16 650 15 P3 23,11 12,67 2,93 960 22 P4 18,88 11,4 2,15 1.055 24 P5 13,28 7,60 1,01 1.200 28

Soma 4.320 100 VP é uma estimativa de vendas por produto

Como já considerado anteriormente, o valor monetário das despesas fixas apropriadas foi de DF= 5.000 R$. E, o montante do

valor monetário do lucro correspondendo a 15% do faturamento, ou seja, Lu = 0,15× 64.000,00 = 9.600,00 R$, o ponto de equilíbrio é dado por:

)120001,1()105515,2()96093,2()65016,12()45506,13(4320)96005000(PEE

×+×+×+×+××+

=

unidades132.335,20139000.072.63PEE ≅=

c) Calculo das Quantidades a serem vendidas por produto.

Quadro 6 – Unidades a serem vendidas no mês.

Produto Ponto de Equilíbrio

% do Total de Vendas

Quantidades a serem vendidas

P1 3.132 11 345 P2 3.132 15 470 P3 3.132 22 689 P4 3.132 24 752 P5 3.132 28 877

Se o esforço gerencial conseguir vender a quantidade de mercadorias expressas no quadro acima, a empresa atingirá o ponto de equilíbrio desejado com um lucro no valor de R$ 9.600,00.

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13&15 tributos e Precificação. 75

15.11 – Preço de Serviços Profissionais. Este item mostra a metodologia adotada para a formação do preço de serviços proposta por CÁSSIA, 2.006. Este caso abrange a formação do preço quando fornecido material e mão de obra necessários à realização do contrato. Como poderá ser constatado, a metodologia é muito similar a proposta em itens anteriores. O objetivo maior da apresentação deste conteúdo é dispor ao interessado de mais uma ferramenta a ser adotada para a composição de seus preços. 15.11.1 – Metodologia. 1º Passo: Definir o custo direto da hora trabalhada - CHT. 2º Passo: Definir o custo do material a ser empregado - CME. 3º Passo: Calcular o custo total dos serviços – CS. O custo total dos serviços corresponde à soma do custo direto da hora trabalhada com o custo do material empregado.

CS = CHT+CME 4º Passo: Calcular a porcentagem das despesas fixas sobre o valor do faturamento – DF%.

$)R(oFaturament$)R(xasDespesasFi%DF =

5º Passo: Calcular a porcentagem das despesas variáveis sobre o valor do faturamento – DV%. As despesas variáveis sobre o faturamento correspondem aos impostos, às comissões e outras despesas sobre vendas, porém não considerados nos custos do material empregado. 6º Passo: Calculo do Preço do Serviço – PS. Para calcular o preço de serviços - PS, o gestor deve definir, antecipadamente, a margem de lucro deseja - µ %. O modelo matemático proposto para calcular o preço de vendas é função da majoração do custo total dos serviços pela soma dos percentuais das despesas fixas, das despesas variáveis e da margem de lucro. Então:

%)%DV%DF(CSPS

µ++−=

100

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15.12 – Exercícios Propostos. a) Calcular o preço de venda de um serviço quando o lucro

desejado é de 15%. Sabe-se que: − Salário do profissional: R$ 1.700,00 por mês. − Horas de Trabalho legais: 44 horas semanais. − Duração do serviço a ser realizado: 15 horas. − Custo do material empregado: 144,00 R$. − Média do Faturamento: R$ 50.000,00 por mês. − Despesas Administrativas: 7.700,00 por mês. − Taxas e Impostos previstos:

Tributo ISS IPMF Simples Alíquota 5% 0,38% 11,1%

c) Considerando o serviço do exercício anterior, calcular o preço

do serviço a ser realizado para uma empresa instalada num município situado a 250 km de sua sede. Neste município a alíquota do ISS é de 2%.

Obs: defina a cidade da referida empresa, o tempo de permanência e as despesas com estadia e translado. c) Você abriu uma empresa para conserto e manutenção de EFUSIVOS e deseja saber, qual o preço a cobrar pelos serviços, dado os custos atualmente incorridos. Até esta data, você vinha adotando preços de manutenção então praticados pela empresa em que trabalhava como funcionário, a Efusion Data Corp. S/A, e que encerrou os

atendimentos para este tipo de serviço, fato que permitiu a abertura de sua empresa. Para tanto, você dispõe dos seguintes dados: o faturamento tem sido, em média, de R$ 64.000,00 nos últimos meses e a margem de lucro desejada é de 15%. Outrossim, sua jornada de trabalho é de 220 horas mensais. I - Tipo de Efusivos Tipo EP FO SE Custo – US$ 350,00 550,00 780,00 Horas Manutenção 4,00 6,00 8,00 II - Custos Diretos

Mês Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Pro

Labore 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 Secretária 380,00 380,00 380,00 380,00 760,00 Telefone 196,00 204,00 235,00 258,00 247,00 Aluguel 250,00 250,00 250,00 25000 250,00 Outros 150,00 180,00 165,00 179,00 195,00

III - Custos Indiretos Tributo ISS IPMF Simples Alíquota 5% 0,38% 11,1% d) Com os dados abaixo, calcular:

− O mark-up multiplicador;

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− O preço a ser praticado; item R$ ou %- Preço das matérias primas - Mão de obra direta - Energia elétrica de fabricação - ICMS - PIS/PASEP - Cofins - IPMF - Comissões de vendas - Margem de Lucro

456.000,25 399.976,12122.321,00

17,50%0,65%2,00%0,85%3,50%

15,00%

Dados de Balanço - mês/ anterior R$- Salários e encargos sociais - Despesas Administrativas - Serviços Públicos - Despesas de Propaganda - Faturamento

426.346,00390.432,00

6.324,7042.497,00

2.934.567,89

e) Você deseja, depois de formado, se estabelecer como profissional autônomo. Assim sendo, deseja estabelecer a sua meta de produção, em metros quadrados. Para tanto, há que definir as seguintes premissas:

• Custo unitário de produção segundo a tabela adotada pelo IAB ou pela associação dos Engenheiros existente onde pretende se estabelecer;

• A sua produtividade e o número de horas semanais de produção,

• O escopo dos serviços que pretende oferecer aos clientes.

f) Você abriu um escritório de projetos e gerenciamento de serviços de construção cujos clientes são, preferencialmente, pessoas jurídicas que exigem o fornecimento de nota fiscal. Dentro deste cenário profissional deseja saber o preço horário dos serviços; Seu contador lhe informou que os tributos incidentes sobre a nota fiscal, em Florianópolis, são os seguintes:

Tributos Incidentes sobre o Faturamento Empresa Optante pelo Lucro Real

Tributo - Alíquota Com

fornecimento de material

Sem fornecimento de material

• Imposto sobre Serviços - ISS 3,00% 5,00% • COFINS 7,60% 7,60% • PIS 0,67% 0,67% • IPMF 0,38% 0,38% Total dos Tributos – Lucro Real 11.65% 13,65%

g) Você sente que sua clientela esta crescendo e deseja aumentar o tamanho de seu escritório, com a contratação de dois novos profissionais. Nestas condições deseja saber:

• Qual a máxima capacidade de trabalho disponível; • O preço da hora a ser cobrada pelo escritório

Para tanto dispõe das seguintes informações:

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Equipe Ganhos R$/mês

Produtividade m²/h

Você 6.500,00 0,095 Arqº Carlos 3.800,00 0,080 Engª Rosana 3.500,00 0,105

h) Sua empresa dispõe de cinco produtos em oferta e que apresentam distintas rotações de capital. Considerando que a lucratividade estabelecida é de 18% ao ano, estabeleça a margem de lucro de cada um, dada às informações contidas na tabela a seguir.

Produto Capital

Investido R$ mil

Faturamento Anual R$ mil

Giro do Produto

Margem proposta

% A 28 484 B 32 122 C 44 697 D 86 1050 E 120 1350

Total da Empresa

h) A empresa TCE – Engenharia e Construções Ltda. realiza sua

contabilidade sob o regime do lucro real. Considerando seu DRE, solicita-se

• A dedução relativa aos tributos incidentes sobre o

faturamento; • A provisão para o Imposto de Renda e a CSLL;

• O lucro líquido do exercício; • A lucratividade realizada no exercício; • O valor percentual dos tributos incidentes sobre o lucro

calculados sobre a receita operacional bruta; • O valor percentual dos tributos incidentes sobre o lucro

calculados sobre a receita operacional bruta; • O valor percentual total dos tributos incorridos calculados

sobre a receita operacional bruta;

TCE - Engenharia e Construções Ltda. - 2008 3 - Demonstrativo de Resultados do Exercício

item R$

3.1 Receita Operacional Bruta 4.751.357,21 3.2 Deduções à Receita

3.2.1 - Tributos 3.2.2 - Descontos 12.421,00

3.3 Receita Operacional Líquida 3.4 Custo de Produtos Vendidos 1.158.321,12 3.5 Lucro Operacional Bruto 3.6 Despesas Operacionais.

3.6.1 - Despesas com Vendas 281.129,00 3.6.2 - Despesas Gerais e Administrativas 629.058,14

3.7 Lucro Operacional Líquido 3.8 Depreciação 75.850,00 3.9 Amortizações 26.700,00

3.10 Resultado Financeiro 3.10.1 – Juros Recebidos (+) 4.194,35 3.10.2 – Juros Pagos (-) 6.422,89

3.11 Lucro Operacional 3.12 Resultado Não Operacional 6.953,00

3.12.1 - Receitas Não Operacionais 3.650,00 3.12.2 - Despesas Não Operacionais 3.303,00

3.13 Lucro Antes do Imposto de Renda - LAIR 3.14 Provisão p/ o Imposto de Renda e CSLL 3.15 Lucro Líquido do Exercício

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13&15 tributos e Precificação. 80

18. SEBRAE – SP. Quais são os impostos que incidem sobre as atividades operacionais das empresas? Portal WWW.sebraesp.com.br. 15.11.2007.

19. ORSSATTO, Maria Taisa C. “Custos para Decisão”. Apostilha

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20. PIZZOLATO, Nélio Domingues. “Introdução À Contabilidade

Gerencial”. Makron Books. São Paulo. 1997.

21. VANDERBECK, Edward J., NAGY, Charles F. “Contabilidade

de Custos”. Editora Thomson-Pioneira. São Paulo. SP. 2.003.

22. WERNKE, Rodney; ORSSATTO, Carlos H.; BORNIA, Antonio

Cézar. “Relatórios Gerenciais para Empresas Varejistas Com

ênfase na Margem de Contribuição”. EPISTEME N.º7/18.

Editora Unisul. Tubarão. SC.1999.

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Anexo I - Relação de Tributos.

I - Impostos. a) Impostos Federais. II - Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros; IE - Impostos sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; IR - Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; IOF - Imposto sobre Operações Financeiras; ITR - Imposto Territorial Rural; IGF - Imposto sobre Grandes Fortunas. b) Impostos Estaduais. ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores ITD - Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito Aire - Adicional do Imposto da União sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza c) Impostos Municipais IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana ITBI - Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a Eles Relativos IVVC - Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e

Gasosos ISS - Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza II - Contribuições. a) Contribuições trabalhistas ou sobre a folha de pagamento.

• INSS (contribuição) • FGTS (contribuição) • PIS/PASEP (contribuição)

b) Contribuições sobre o faturamento ou sobre o lucro.

• COFINS - Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social

• CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

c) Contribuições sobre movimentações financeiras

• CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira

d) Contribuições - "Sistema S"

• Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990

• Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Lei 8.621/1946

• Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) Lei 8.706/1993

• Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei 4.048/1942

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• Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991

• Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946

• Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946

• Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP)

• Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993.

e) Outras contribuições

• Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE, CRQ, etc)

• Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968

• Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT - Lei 10.168/2000

• Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado "Salário Educação"

• Contribuição ao Funrural • Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária (INCRA) - Lei 2.613/1955 • Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT) • Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados) • Contribuição Confederativa Patronal (das empresas) • Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE

Combustíveis - Lei 10.336/2001 • Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública

- Emenda Constitucional 39/2002

• Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional;

• CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002

• Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal)

• Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8º, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembléia do Sindicato que a instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT)

• Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS - Lei Complementar 110/2001.

f) Contribuições de melhoria. • Asfalto, calçamento, rede viária; • Esgoto, rede de água, rede de esgoto, etc.

III - Taxas.

• Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro • Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e

Cursos de Graduação - Lei 10.870/2004 • Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos

animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias - Decreto Lei 1.899/1981

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• Taxa de Coleta de Lixo • Taxa de Combate a Incêndios • Taxa de Conservação e Limpeza Pública • Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA - Lei

10.165/2000 • Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - Lei

10.357/2001, art. 16 • Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais,

estaduais e federais) • Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores

Mobiliários) - Lei 7.940/1989 • Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999,

art. 23 • Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo

Exército Brasileiro - TFPC - Lei 10.834/2003 • Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência

Complementar - TAFIC - art. 12 da MP 233/2004 • Taxa de Licenciamento Anual de Veículo • Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará

Municipal • Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial

503/1999 • Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de

Manaus - Lei 9960/2000 • Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei 9933/1999 • Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP) • Taxas de Outorgas (Radiodifusão, Telecomunicações,

Transporte Rodoviário e Ferroviário, etc.) • Taxas de Saúde Suplementar - ANS - Lei 9.961/2000, art.

18; • Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004;

• Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais);Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998.

IV - Fundos. Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974

• Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - Lei 5.070/1966 com novas disposições da Lei 9.472/1997;

• Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei 9998/2000;

• Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF) - art.6 do Decreto-lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002.

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