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UNIFEI Universidade Federal de Itajubá EPR- 30 Contabilidade Gerencial Prof. Dr. Edson Pamplona Clarissa Freire Reis 10759 Fabiana Dias Batista 11457 Itajubá, junho de 2005

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UNIFEI

Universidade Federal de Itajubá

EPR- 30 Contabilidade Gerencial

Prof. Dr. Edson Pamplona

Clarissa Freire Reis nº 10759

Fabiana Dias Batista nº 11457

Itajubá, junho de 2005

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1 – Introdução

Neste trabalho será realizado um estudo de caso de uma empresa real, no caso a Cia Hering,

visando a análise das demonstrações financeiras da mesma . Para isso várias ferramentas serão

utilizadas, para que se possa saber como anda o desempenho da empresa.

1.1 - Objetivo

Este trabalho busca a análise das situações financeira e econômica da Cia Hering de acordo

com as informações obtidas no curso de Contabilidade Gerencial.

1.2 - Justificativa

Primeiramente havia de se escolher entre uma empresa têxtil e uma empresa alimentícia,

então, optou-se por uma têxtil. Dentro das opções apresentadas a Cia Hering chamou atenção por

ser uma empresa com tradição e por possuir produtos para um público relativamente grande, de

todas as faixas etárias.

2 – A Empresa

Durante muitos anos, no Brasil e em boa parte do mundo, o nome Hering foi sinônimo

imediato de camiseta. E não foi por acaso que surgiu essa identificação. Ao longo de sua história, a

Cia Hering fabricou e colocou no mercado mais de 5 bilhões de camisetas.Para se ter uma idéia da

grandeza desse número, considerando a atual população brasileira, isso daria cerca de 30 camisetas

para cada habitante do país. Esses e outros números, igualmente grandiosos, são frutos de um

trabalho incansável e pioneiro de várias gerações que teve seu início com a chegada ao Brasil dos

irmãos Bruno e Hermann Hering em 1878.

Na bagagem, além de muita coragem e disposição para o trabalho, eles traziam uma sólida

tradição de tecelões nascida séculos antes na cidade de Hartha, interior da Alemanha. Passados mais

de 120 anos, a Cia Hering é hoje a maior empresa de produtos de vestuário do Brasil, sendo que a

sua orientação, o foco dos seus negócios, está sempre em sintonia com as tendências e exigências

do mercado.

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“Hering” em alemão significa arenque (um tipo de peixe parecido com sardinha). Os dois

peixinhos representam os irmãos Hermann e Bruno Hering; que fundaram a Cia Hering em 1880 na

cidade de Blumenau, Santa Catarina.

Uma empresa do porte da Cia. Hering, que tem seus produtos presentes em todos os

continentes, está fundamentada numa estratégia de marketing voltada para atender ao mercado

mundial.

Com a exigência de públicos cada vez mais segmentados, a empresa passou a ter um

significativo desempenho em diversos nichos do mercado. Atualmente, são produzidos mais de

1000 itens, como jeans, moletons, blusas, bermudas, camisas e peças íntimas, como as etiquetas

Hering, PUC e Dzarm.

3- Demonstrações financeiras da empresa

Um passo fundamental na análise de uma empresa é o estudo de suas demonstrações

financeiras, o que é feito através da Análise de Balanços. As demonstrações financeiras fornecem

uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A Análise de Balanços

transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações

produzir.

As demonstrações financeiras são compostas de:

• Balanço Patrimonial : apresenta todos os bens e direitos da empresa - Ativo- , assim como

as obrigações - Passivo Exigível - em determinada data. A diferença entre o Passivo e o

Ativo é chamada Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da

empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, quer gerados por esta em

suas operações e retidos internamente.

• Demonstração do resultado do exercício : é uma demonstração dos aumentos e reduções

causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas representam

normalmente aumento do Ativo, através de ingresso de novos elementos, como duplicatas a

receber ou dinheiro proveniente das transações. Aumentando o Ativo, aumenta o Patrimônio

Líquido. As despesas representam redução do Patrimônio Líquido, através de um entre dois

caminhos possíveis: redução do Ativo ou aumento do Passivo Exigível. A Demonstração do

Resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário(fluxo de dinheiro). Para

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a Demonstração de Resultado não importa se uma receita ou despesa tem reflexos em

dinheiro, basta apenas que afete o Patrimônio Líquido.

• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, que poderá ser substituída pela

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (visto que esta contém aquela).

• Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

3.1 – Padronização das Demonstrações Financeiras

Antes de iniciar a análise, deve-se examinar detalhadamente as demonstrações financeiras.

Este trabalho é chamado de Padronização e consiste numa crítica as contas das

demonstrações financeiras, bem como a transcrição delas para um modelo previamente definido.

A Padronização objetiva principalmente :

• Simplificação: diminuindo o número de valores de contas, facilitando a visualização.

• Comparabilidade: Como a análise se baseia em comparação, só faz sentido analisar um

balanço após o seu enquadramento num modelo que permita comparação com outros balanços.

• Adequação aos objetivos da análise: há pelo menos uma conta que deve sempre ser

reclassificada.

• Precisão na classificação de contas: evitar erros durante a classificação das contas.

• Descoberta de erros: há casos de erros, intencionais ou não, verificados nas demonstrações

financeiras.

• Intimidade do analista com as demonstrações financeiras da empresa: a padronização

obriga o analista a pensar em cada conta das demonstrações financeiras e a decidir sobre sua

consistência com outras contas, assim, poderá enxergar detalhes que, de outra forma, não

conseguiria.

Dentre as principais características desse modelo de padronização estão:

• O ativo apresenta apenas as contas essenciais.

• O Passivo Circulante é dividido em Operacional e Financeiro, sendo que as “Duplicatas

Descontadas” fazem parte deste último.

• No lado do Passivo, acha-se um subtotal representado por Capitais de Terceiros (Passivo

Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo).

• No Patrimônio Líquido aparecem apenas o “Capial Social” já deduzido de eventuais “Capitais a

Realizar”e somado às “Reservas”.

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• A “Demonstração do Resultado” evidencia apenas os valores fundamentais para análise, já

considerando a correção integral em dólares.

• A Receita Líquida de Vendas está deduzida das “Devoluções e Abatimentos” e “Impostos”.

• As Receitas e Despesas Financeiras estão líquidas dos efeitos inflacionários.

3.2 – Balanço Patrimonial Padronizado

Balanço Patrimonial Padronizado Descrição da conta 31/12/04 31/12/03 31/12/02

Ativo Total 706.298 690.822 741.331

Ativo Circulante

Financeiro

Disponibilidades 7.348 5.714 2.287

Aplicações Financeiras

Subsoma 7.348 5.714 2.287

Operacional

Clientes 130.058 95.317 91.175

Estoque 40.989 34.902 51.259

Subsoma 171.047 130.219 142.434

Total do Ativo Circulante 178.395 135.933 144.721

Ativo Realizável a Longo Prazo 92.005 96.073 93.326

Ativo Permanente

Investimentos 213.994 221.519 256.134

Imobilizado 221.788 234.182 239.388

Diferido 116 3115 7762

Total do Ativo Permante 435.898 458.816 503.284

Total do Ativo 706.298 690.822 741.331

Descrição da Conta 31/12/04 31/12/03 31/12/02

Passivo Total 706298 690822 741331

Passivo Circulante

Operacional

Fornecedores 34.352 40.474 41.595

Outras Obrigações 52.144 41.042 73.914

Subsoma 86.496 81.516 115.509

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Financeiro

Empréstimos e Financiamentos 63.740 58.336 52.035

Duplicatas Descontadas

Subsoma 63.740 58.336 52.035

Total do Passivo Circulante 150.236 139.852 167.544

Passivo Exigível a Longo Prazo 554.998 532.165 566.584

Capitais de Terceiros 705.234 672.017 734.128

Patrimônio Líquido

Capital Social Realizado e Reservas de Capital 200.101 205.303 207.566

Lucros e Prejuízos acumulados -199.037 -186.498 -200.363

Total do Patrimônio Líquido 1.064 18.805 7.203

Total do Passivo 706.298 690.822 741.331

3.3 – Demonstração de Resultados Padronizada

01/01/2004 a

01/01/2003 a

01/01/2002 a

Descrição da Conta

31/12/2004 31/12/2003 31/01/2002

Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 334.190 297.723 312.612

Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -213.004 -200.448 -193.031

Resultado Bruto 121.186 97.275 119.581

Despesas/Receitas Operacionais -100.726 -93.912 4.187

Resultado Operacional antes result financeiros 20.460 3.363 123.768

Receitas Financeiras 12.881 7.287 12.355

Despesas Financeiras -49.391 385 -284.527

Resultado Operacional -16.050 11.035 -148.404

Resultado Não Operacional -3.740 -598 -4.182

Resultado Antes Tributação/Participações -19.790 10.437 -152.586

Provisão para IR e Contribuição Social 0 0 0

IR Diferido 2.049 1.165 25.799

Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0

Lucro/Prejuízo do Exercício -17.741 11.602 -126.787

Inserir comentário sobre os lucros e gráficos de pizza do ativo e passivo

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4 – Análise através dos Índices

Os índices constituem a técnica de análise mais empregada. A característica fundamental

dos índices é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa. No entanto, a

avaliação da empresa através de índices exige obrigatoriamente a comparação com padrões e a

fixação da importância relativa de cada índice.

É importante ressaltar que, na empresa, um endividamento elevado não significa que a

mesma esteja à beira da insolvência. Há de se considerar outros fatores tais como: prestígio da

empresa junto ao governo, relacionamento com o mercado financeiro, etc; podendo fazê-la operar

indefinidamente mesmo que mantenha sempre um alto endividamento.

Tendo em vista que o importante não é o cálculo de um grande número de índices, mas sim

de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de

profundidade desejada da análise.

Pode-se subdividir a análise das Demonstrações Financeiras em análise da situação

financeira e da situação econômica. Os índices da situação financeira ,por sua vez, são divididos em

índices de estrutura de capitais e índices de liquidez.

Neste trabalho consideraremos os seguintes índices:

4.1 - Estrutura de capitais

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de

obtenção e aplicação de recursos.

4.1.1 - Participação de capitais de terceiros: CT/PL

Fórmula: Capitais de Terceiros x 100

Patrimônio Líquido

Indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100 de capital próprio

investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

4.1.2 - Composição de endividamento: PC/CT

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Fórmula: Passivo Circulante x 100

Capitais de Terceiros

Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais.

Interpretação: quanto menor, melhor

4.1.3 - Imobilização do patrimônio liquido: AP/PL

Fórmula: Ativo Permanente x 100

Patrimônio Líquido

Indica: quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $100 de Patrimônio Líquido

Interpretação: quanto menor, melhor.

4.1.4 - Imobilização dos recursos não correntes: AP/(PL + ELP)

Fórmula: Ativo Permanente x 100

Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo

Indica: que percentual de Recursos não correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente.

Interpretação: quanto menor, melhor.

4.2 - Liquidez

Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. Uma empresa

com bons índices de liquidez tem condição de ter boa capacidade de pagar suas dívidas.

4.2.1 - Liquidez Geral: LG

Fórmula: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo x 100

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $1,00

da dívida total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

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4.2.2 - Liquidez corrente: LC

Fórmula: Ativo Circulante

Passivo Circulante

Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada $1,00 de Passivo Circulante.

Interpretação: quanto maior, melhor.

4.2.3 - Liquidez Seca: LS

Fórmula: Disponível + Aplicações Financeiras +

Cliente de Rápida Conversibilidade em Dinheiro

Passivo Circulante

Indica: quanto a empresa possui de Ativo Liquido para cada US$1,00 de Passivo Circulante

(dívidas a curto prazo).

Interpretação: quanto maior, melhor.

4.3 - Rentabilidade

Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto

renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.

4.3.1 - Giro do ativo: V/ AT

Fórmula: Vendas Líquidas

Ativo

Indica: quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de investimento total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

4.3.2 - Margem Líquida: LL/V

Fórmula: Lucro Líquido x 100

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Vendas Líquidas

Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada $100 vendidos.

Interpretação: quanto maior, melhor.

4.3.3 - Rentabilidade do ativo: LL/AT

Fórmula: Lucro Líquido x 100

Ativo

Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada $100 de investimento total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

4.3.4 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido : LL/PL

Fórmula : Lucro Líquido x 100

Patrimônio Líquido Médio

Indica: quanto a empresa obteve de lucro para cada $100 de Capital Próprio investido.

Interpretação: quanto maior, melhor.

4.4 – Análise dos índices da Cia Hering

Através dos dados da empresa, e com as fórmulas dos índices obtemos os seguintes valores:

Índices Fórmula 2004 2003 2002

Estrutura de Capital

Participação de Capitais de Terceiros CT/PL= 66281% 3574% 10192%

Composição do endividamento PC/CT= 21% 21% 23%

Imobilização do Patrimônio Líquido AP/PL= 40968% 2440% 6987%

Imobilização de recursos não correntes AP/(PL+ELP)= 78% 83% 88%

Liquidez

Liquidez Geral (AC+RLP)/CT= 0,38 0,35 0,32

Liquidez Corrente (circulante) AC/PC= 1,19 0,97 0,86

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Liquidez Seca (AC-EST)/PC= 0,91 0,72 0,56

Rentabilidade

Giro do Ativo V / AT= 0,47 0,43 0,42

Margem líquida LL / V= -5% 4% -41%

Rentabilidade do Ativo LL / AT= -3% 2% -17%

Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL / PL = -1667% 62% -1760%

Analisando-se atentamente os índices acima pode-se perceber que a empresa apresenta um

elevadíssimo grau de endividamento, ou seja, a empresa está dependente de capitais de terceiros.

Em 2004, para cada R$100 de Capital Próprio, a empresa tomou R$ 66281 de terceiros.No entanto,

a empresa apresenta uma porcetagem baixa de dívidas de curto prazo, uma média de 21,6% nos

anos de 2002,2003 e 2004. Como já era de se esperar a Imobilização do Patrimônio Líquido mostra

que a empresa investiu pesado no Ativo Permanente, ficando sem recursos para financiar o Ativo

Circulante. A empresa está nas mãos de terceiros para o financiamento do seu giro comercial e

depende ainda desses mesmos terceiros para o financiamento de parte de seu parque industrial. A

empresa diminuiu a quantidade de investimentos de recursos correntes para financiar o Ativo

Permanente de 2002 a 2004.

A Hering tem dificuldades para pagar suas dívidas, apesar de ter aumentado sua Liquidez

Geral de 2002 para 2004.A empresa terá que gerar muitos recursos se quiser honrar suas dívidas.

Somente em 2004 a empresa apresentou Capital Circulante Líquido, tendo uma Liquidez Corrente

maior que 1, porém ainda tem uma margem de folga pequena (0,19).A Liquidez Seca aumentou

35% de 2002 a 2004, um ponto positivo para a empresa.

O volume de vendas da Hering aumentou a “passos de tartaruga” de 2002 a 2004, a empresa

investiu R$1,00 e obteve em média R$0,45. Para piorar a empresa não conseguiu lucro nos seus

investimentos, nos últimos anos.A taxa de rendimento do Capital Próprio apresentou valor positivo

somente em 2003. Fica, portanto claro que a Hering é uma empresa pouco atrativa com

rentabilidade negativa.

4.5 – Comparação dos índices da empresa com padrões

A avaliação de um índice e sua conceituação com ótimo, bom, satisfatório, razoável ou

deficiente só pode ser feita através da comparação com padrões. É preciso definir um conjunto e,

em seguida, comparar um elemento com os demais do conjunto. Para tanto será utilizada a técnica

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de avaliação com uso de decis. Quando são utilizados os decis, tem-se não uma única medida de

posição, mas nove, de maneira que se pode dispor de informações que proporcionam uma ótima

idéia da distribuição estatística dos índices tabulados.

Em resumo, para obter índices padrão é obedecida a seqüência de procedimentos abaixo:

1) Separam-se as empresas por ramo de atividade.

2) De cada empresa, dentro de um mesmo ramo, toma-se determinado índice financeiro.

3) Os índices assim obtidos são colocados por ordem crescente de grandeza.

4) Os índices-padrão são dados pelos decis.

4.5.1 – Avaliações

Os conceitos atribuídos aos índices de acordo com sua posição relativa estão indicados nas

tabelas abaixo:

Índices do Tipo Quanto Menor, Melhor

Piso 1º Decil 2º Decil 3º Decil 4º Decil 5º Decil 6º Decil 7º Decil 8º Decil 9º Decil 10º Decil

Conceito Ótimo Bom Satisfatório Razoável Fraco Deficiente Péssimo

Nota 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Índices do Tipo Quanto Maior, Melhor

Piso 1º Decil 2º Decil 3º Decil 4º Decil 5º Decil 6º Decil 7º Decil 8º Decil 9º Decil 10º Decil

Conceito Péssimo Deficiente Fraco Razoável Satisfatório Bom Ótimo

Nota 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

4.5.2 – Notas

Nota da estrutura (NE):

NE = 0,6 x CT/PL + 0,1 x PC/CT + 0,2 AP/PL + 0,1 AP/(PL + ELP)

Nota da liquidez (NL):

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NL = 0,3 x LG + 0,5 x LC + 0,2 x LS

Nota da rentabilidade (NR):

NR = 0,2 x V/A + 0,1 x LL/V + 0,1 x LL/AT + 0,6 x LL/PL

Nota Global da empresa (NGE):

NGE = 0,4 x NE + 0,2 x NL + 0,4 x NR

Notas da Cia Hering :

2004 2003 2002

NE 2 2 2

CT/PL= 1 1 1

PC/CT= 10 8 8

AP/PL= 0 0 0

AP/(PL+ELP)= 3 1 2

NL 3,1 1,7 3

(AC+RLP)/CT= 1 1 3

AC/PC= 4 2 3

(AC-EST)/PC= 4 2 3

NR 1,4 6,4 1,7

V / AT= 2 2 3

LL / V= 2 3 2

LL / AT= 2 3 3

LL / PL = 1 9 1

2004 2003 2002

NG 1,94 3,5 1,92

Para a avaliação da Cia Hering em relação à outras empresas do ramo têxtil foi construída a

tabela abaixo tomando dados das seguintes empresas: Alpargatas, Azaléia, Cia Têxtil Nordeste,

Coteminas, Dohler, Grendene, Marisol, Santista, Vulcabrás. Como pode-se observar, a Cia Hering

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oscilou entre os conceitos Deficiente e Fraco, mostrando que sua situação encontra-se delicada.

Categoria Estrutura de

Capital Liquidez Rentabilidade Global

2002 2003 2004200220032004200220032004 2002 2003 2004

Ótimo

Bom

Satisfatório

Razoável

Fraco

Deficiente

Péssimo

4.6 Análise Vertical / Horizontal

4.6.1 – Análise Vertical

Análise Vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso

se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor base.

Na composição do ativo verifica-se uma ligeira queda na participação do Ativo Permanente ,

isso acabou permitindo um aumento do Ativo Circulante. A empresa passou a ganhar menos com os

investimentos, uma queda de 4,6% de 2004 a 2002.

A Hering conseguiu diminuir suas dívidas com fornecedores de 2002 a 2004, no entanto

aumentou as contas de Empréstimos e Financiamentos. Percebe-se que o Exigível a Longo Prazo

que já era alto em 2002 (76,4% do Total do Passivo), foi a 78,6% em 2004.

Como já era de se esperar, os custos de bens e serviços vendidos representam o maior

destino de alocação das receitas de vendas, sendo que seu valor oscilou entre 2002 a 2004 ficando

com uma média de 62,4% nesses 3 anos.

4.6.2 – Análise Horizontal

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Baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à

demonstração anterior e/ou em relação em relação a uma demonstração financeira básica,

geralmente a mais antiga da série.

O Ativo circulante aumentou 23% de 2002 a 2004, como conseqüência disso, verifica-se

uma queda de 13% no Ativo Permanente. Percebe-se uma tendência na diminuição de estoques,

20% de 2002 para 2004, o que pode ser explicado por uma política da empresa na diminuição de

lotes de compras.

Na análise do Passivo, tem-se que o Passivo Circulante cai cerca de 10% de 2002 a 2004,

assim como o Passivo Exigível a Longo Prazo que chega a seu nível mais baixo em 2003. O

Patrimônio Líquido sofre uma oscilação espantosa com pico em 2003 e com um valor medíocre em

2004.

A Receita Líquida de Vendas cresceu 6,9% de 2002 a 2004, mas foi capa de suprir a

elevação dos custos dos produtos, o qual se elevou cerca de 10,3% nos 3 anos. A empresa obteve

lucro em 2003, o que não foi suficiente para evitar prejuízos no ano seguinte.

A seguir apresentam-se as Análises Vertical e Horizontal:

Balanço Patrimonial Padronizado Descrição da conta 31/12/04 31/12/03 31/12/02

Valor abs AV AH Valor abs AV AH Valor abs AV AH

Ativo Total

Ativo Circulante

Financeiro

Disponibilidades 7.348 1% 321% 5.714 1% 250% 2.287 0,3% 100%

Aplicações Financeiras 0% 0%

Subsoma 7.348 1% 321% 5.714 1% 250% 2.287 0,3% 100%

Operacional

Clientes 130.058 18% 143% 95.317 14% 105% 91.175 12,3% 100%

Estoque 40.989 6% 80% 34.902 5% 68% 51.259 6,9% 100%

Subsoma 171.047 24% 120% 130.219 19% 91% 142.434 19,2% 100%

Total do Ativo Circulante 178.395 25% 123% 135.933 20% 94% 144.721 19,5% 100%

Ativo Realizável a Longo Prazo 92.005 13% 99% 96.073 14% 103% 93.326 12,6% 100%

Ativo Permanente

Investimentos 213.994 30% 84% 221.519 32% 86% 256.134 34,6% 100%

Imobilizado 221.788 31% 93% 234.182 34% 98% 239.388 32,3% 100%

Diferido 116 0% 1% 3115 0% 40% 7762 1,0% 100%

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Total do Ativo Permanente 435.898 62% 87% 458.816 66% 91% 503.284 67,9% 100%

Total do Ativo 706.298 100% 95% 690.822 100% 93% 741.331 100,0% 100%

Descrição da Conta 31/12/04 31/12/03 31/12/02

Valor abs AV AH Valor abs AV AH Valor abs AV AH

Passivo Total

Passivo Circulante

Operacional

Fornecedores 34.352 4,9% 83% 40.474 5,9% 97% 41.595 5,6% 100%

Outras Obrigações 52.144 7,4% 71% 41.042 5,9% 56% 73.914 10,0% 100%

Subsoma 86.496 12,2% 75% 81.516 11,8% 71% 115.509 15,6% 100%

Financeiro

Empréstimos e Financiamentos 63.740 9,0% 122% 58.336 8,4% 112% 52.035 7,0% 100%

Duplicatas Descontadas 100%

Subsoma 63.740 9,0% 122% 58.336 8,4% 112% 52.035 7,0% 100%

Total do Passivo Circulante 150.236 21,3% 90% 139.852 20,2% 83% 167.544 22,6% 100%

Passivo Exigível a Longo Prazo 554.998 78,6% 98% 532.165 77,0% 94% 566.584 76,4% 100%

Capitais de Terceiros 705.234 99,8% 96% 672.017 97,3% 92% 734.128 99,0% 100%

Patrimônio Líquido

Capital Social Realizado e Reservas de Capital 200.101 28,3% 96% 205.303 29,7% 99% 207.566 28,0% 100%

Lucros e Prejuízos acumulados -199.037 -28,2% 99% -186.498 -27,0% 93% -200.363 -27,0% 100%

Total do Patrimônio Líquido 1.064 0,2% 15% 18.805 2,7% 261% 7.203 1,0% 100%

Total do Passivo 706.298 100,0% 95% 690.822 100,0% 93% 741.331 100,0% 100%

Resultados Padronizados

Descrição da Conta 01/01/2004 a 31/12/2004 01/01/2003 a 31/12/2003 01/01/2002 a 31/01/2002

Valor Abs AV AH Valor Abs AV AH Valor Abs AV AH

Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 334.190 100,0% 106,9% 297.723 100,0% 95,2% 312.612 100,0% 100%

Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -213.004 63,7% 110,3% -200.448 67,3% 103,8% -193.031 61,7% 100%

Resultado Bruto 121.186 36,3% 101,3% 97.275 32,7% 81,3% 119.581 38,3% 100%

Despesas/Receitas Operacionais -100.726 30,1% -2405,7% -93.912 31,5% -2242,9% 4.187 -1,3% 100%

Resultado Operacional antes result financeiros 20.460 6,1% 16,5% 3.363 1,1% 2,7% 123.768 39,6% 100%

Receitas Financeiras 12.881 3,9% 104,3% 7.287 2,4% 59,0% 12.355 4,0% 100%

Despesas Financeiras -49.391 14,8% 17,4% 385 -0,1% -0,1% -284.527 91,0% 100%

Resultado Operacional -16.050 4,8% 10,8% 11.035 -3,7% -7,4% -148.404 47,5% 100%

Resultado Não Operacional -3.740 -1,1% 89,4% -598 -0,2% 14,3% -4.182 -1,3% 100%

Resultado Antes Tributação/Participações -19.790 -5,9% 13,0% 10.437 3,5% -6,8% -152.586 -48,8% 100%

Provisão para IR e Contribuição Social 0

IR Diferido 2.049 0,6% 7,9% 1.165 0,4% 4,5% 25.799 8,3% 100%

Participações/Contribuições Estatutárias

Lucro/Prejuízo do Exercício -17.741 -5,3% 14,0% 11.602 3,9% -9,2% -126.787 -40,6% 100%

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4.7 - Previsão de Falência:

Nesse trabalho será utilizada a fórmula de previsão de falência de Kanitz:

FI = 0,05.x1 + 1,65.x2 + 3,55.x3 + 1,06.x4 – 0,33.x5

FI = Fator de Insolvência

x1 = Lucro líquido/ Patrimônio líquido

x2 = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

x3 = Ativo Circulante – Estoques/Passivo Circulante

x4 = Ativo Circulante/ Passivo Circulante

x5 = Exigível Total/ Patrimônio Liquido

Segundo esse modelo, a empresa estará insolvente se FI for inferior a –3; a sua classificação

estará indefinida entre –3 e 0 e acima de 0 estará na faixa de solvência.

De acordo com os dados da Cia Hering, e , utilizando a fórmula de Kanitz, obtém-se os

seguintes valores para o Fator de Insolvência:

Dados: 2004 2003 2002

Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL / PL = -16,67 0,62 -17,60

Liquidez Geral (AC+RLP)/CT= 0,38 0,35 0,32

Liquidez Seca (AC-EST)/PC= 0,91 0,72 0,56

Liquidez Corrente (circulante) AC/PC= 1,19 0,97 0,86

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Participação de Capitais de Terceiros CT/PL= 662,81 35,74 101,92

Fator de Insolvência = -216,94 -9,66 -32,91

Como todos os valores encontrados foram menores que –3, a Cia Hering está insolvente. No

entanto, como foram valores muito inferiores que –3 pode-se afirmar que, de acordo com Kanitz, a

empresa está em processo de falência.

4.8 – Índices de Prazos Médios

Basicamente existem três índices de prazos médios que podem ser encontrados a partir das

Demonstrações financeiras.

4.8.1 – Prazo Médio de Recebimento de Vendas – PMRV

PMRV = 360 x Duplicatas a receber

Receita Líquida de Vendas

4.8.2 – Prazo Médio de Pagamentos de Compras

PMPC = 360 x Saldo de fornecedores do Balanço

Compras

4.8.3 – Prazo Médio de Renovação de Estoques

PMRE = 360 x Estoques

Custo de Mercadorias Vendidas

Os valores encontrados para Cia Hering encontram-se na tabela abaixo:

Índices 2004 2003 2002

Prazo médio renovação estoques

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PMRE = (E / CMV) * 360 69 63 96

Prazo médio recebimento vendas

PMRV = (DR / V) * 360 140 115 105

Prazo médio pagamento compras

PMPC = (F / C) * 360 60 67 106

Ciclo Operacional 209 178 201

Ciclo de Caixa 150 111 95

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

2004

2003

2002

Renovação de estoques Recebimento de vendasPagamento de compras Ciclo operacionalCiclo caixa

Gráfico – Inter-relação dos Índices do Prazo Médio

Pode-se dizer que nos anos de 2002 e 2003, os fornecedores acabaram financiando uma

parte das vendas, já que PMPC > PMRE nesses anos. Percebe-se ainda que houve um crescimento

constante de 2002 a 2004 no ciclo financeiro da empresa, o que representa uma maior utilização de

financiamento.

4.9 – EVA (Economic Value Added)

EVA = NOPAT – WACC * Capital

EVA= Lucro Operacional Líquido depois dos impostos – (Custo Médio Ponderado de

Capital)* (Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo).

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Sendo:

WACC = E / (D + E) x RE + D / (D + E) x RD x (1 – τ ) NOPAT = Lucro Operac. antes result fin x (1 - imposto renda e contrib. social)

É uma estimativa do lucro econômico da empresa para o ano, representando o lucro que

excede ao custo de recuperação do Capital (Capital Próprio e Exigível a Longo Prazo).

Cálculo do EVA 01/01/04 01/01/03 01/01/02 a 31/12/2004 a 31/12/2003 a 31/01/2002NOPAT (Lucro operacional depois dos impostos) 22.509 4.528 149.567WACC (Custo de Capital) 0,12 0,12 0,12Patrimônio Líquido + Exigível a longo prazo 556.062 550.970 573.787WACC x (PL + ELP) 66727,44 66116,4 68854,44EVA = NOPAT - WACC * Capital Investido -44.218 -61.588 80.713

A empresa não agregou valor nos exercícios de 2003 e 2004. No exercício de 2002 há um

valor agregado de 80.713 , porém a empresa fechou o exercício com prejuízo e péssimos índices

econômicos e financeiros.

4.10 – Ações

As ações da Cia Hering apresentam um volume baixo, sendo que a média da rentabilidade

dessas ações é muito ruim.

A variação dessas ações com a Bovespa é pequena, porém este fato não é relevante, já que a

rentabilidade é negativa.

Pode-se verificar alguns picos nas ações, o que pode ter sido ocasionado por alguma notícia

publicada na mídia. Entretanto em pouco tempo as ações já tornaram a cair.

O desvio padrão da empresa em relação a sua média é muito grande, chegando a 18% para

uma rentabilidade de 0,62%.

Ações Cia Hering:

Rentabilidade média 0,62%

Desvio padrão 18%

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Beta 0,54

0

0,5

1

1,5

2

2,5

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40

Ibovespa Cia Hering

5 – Conclusão

A empresa Cia Hering está totalmente na mão de terceiros. Através dos índices foi possível

verificar que a empresa está financeiramente e economicamente ruim. A possibilidade de falência

nos exercícios seguintes é bastante provável, fato também verificado na previsão de falência de

Kanitz.

O lucro verificado no ano de 2003 não foi obtido devido ao aumento nas vendas ou queda

nos custos. O que ocorreu na verdade foi o lançamento de uma despesa financeira positiva, sem

explicações claras nos relatórios da administração ou nas notas explicativas.

Os relatórios da administração mostram um grande jogo de palavras, possivelmente para

mascarar a atual situação da empresa.

As causas dessa situação vão além do escopo desse trabalho, já que seria necessária uma

análise mais profunda e também de exercícios anteriores a fim de verificar os erros cometidos por

parte da administração.

Um fato que talvez pudesse justificar a atual situação da empresa é a base estritamente

familiar. Podemos encontrar na história muitos casos de empresas que foram herdadas através das

gerações e devido a problemas de administração foram à falência.

Entretanto a análise técnica realizada não permitiu ao certo o conhecimento pleno das

operações efetuadas pela administração nos anos de 2002, 2003 e 2004, deixando alguns dados não

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conclusivos.

6 – Bibliografia

• Site da Cia Hering - http://www.ciahering.com.br/

• Site da Comissão de Valores Mobiliários – http://www.cvm.gov.br

• Dante c. Matarazzo, “Análise Financeira de Balanços” - 6º Edição – Editora Atlas, 1998,

São Paulo/SP

• Apresentações do Prof. Edson Pamplona disponibilizadas no Teleduc – http://www.

iee.efei.br/teleduc

7 – Anexo

Em anexo encontram-se os valores do Ativo e Passivo dos anos de 2002, 2003 e 2004

retirados do site da CVM:

Ativo Código da Conta Descrição da Conta 31/12/04 31/12/03 31/12/021 Ativo Total 706.298 690.822 741.331

1,01 Ativo Circulante 178.395 135.933 144.721

1.01.01 Disponibilidades 7.348 5.714 2.287

1.01.01.01 Caixa E Bancos 6.726 4.987 1.980

1.01.01.02 Aplicações Financ E Títulos Mobiliários 622 727 307

1.01.02 Créditos 92.323 69.428 73.360

1.01.03 Estoques 40.989 34.902 51.259

1.01.04 Outros 37.735 25.889 17.815

1.01.04.01 Impostos A Recuperar 31.768 20.568 2.594

1.01.04.02 Outras Contas A Receber 3.893 3.871 13.496

1.01.04.03 Despesas Do Exercício Seguinte 2.074 1.450 1.725

1.01.04.04 Créditos Tributários 0 0 0

1,02 Ativo Realizável A Longo Prazo 92.005 96.073 93.326

1.02.01 Créditos Diversos 90.877 95.560 92.543

1.02.01.01 Títulos E Contas A Receber 4.585 3.407 3.048

1.02.01.02 Imóveis Destinados A Venda E Outros 6.007 2.591 1.241

1.02.01.03 Impostos A Recuperar 1.774 11.051 10.418

1.02.01.04 Empréstimos Compulsórios 12.039 12.039 11.364

1.02.01.05 Créditos Tributários 66.472 66.472 66.472

1.02.02 Créditos Com Pessoas Ligadas 1.128 513 783

1.02.02.01 Com Coligadas 0 0 0

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1.02.02.02 Com Controladas 917 401 783

1.02.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 211 112 0

1.02.03 Outros 0 0 0

1,03 Ativo Permanente 435.898 458.816 503.284

1.03.01 Investimentos 213.994 221.519 256.134

1.03.01.01 Participações Em Coligadas 0 0 0

1.03.01.02 Participações Em Controladas 211.215 219.207 254.525

1.03.01.02.01 Hering Overseas Ltd 208.229 214.733 265.560

1.03.01.02.02 Hering International Safi 1.263 1.258 -15.072

1.03.01.02.03 Outras 69 616 491

1.03.01.02.04 Agio 1.654 2.600 3.546

1.03.01.03 Outros Investimentos 2.779 2.312 1.609

1.03.02 Imobilizado 221.788 234.182 239.388

1.03.02.01 Instalação E Equips Produção 95.425 95.574 112.960

1.03.02.02 Edifícios E Benfeitorias 100.575 104.170 127.186

1.03.02.03 Móveis E Utensílios 8.342 8.208 13.209

1.03.02.04 Bens De Informatica E Softwares 14.520 13.944 0

1.03.02.05 Veículos 693 663 674

1.03.02.06 Terrenos 40.888 42.320 42.234

1.03.02.07 Obras E Import Andamento/outros 6.557 6.462 6.485

1.03.02.08 Depreciação Acumulada -45.212 -37.159 -63.360

1.03.03 Diferido 116 3.115 7.762

1.03.03.01 Reestruturação Parque Fabril 116 380 596

1.03.03.02 Projeto Formação Merc. Mark. Instl 0 18 363

1.03.03.03 Deliberação Cvm 404 0 2.717 6.803

Passivo Código da Conta Descrição da Conta 31/12/04 31/12/03 31/12/02 2 Passivo Total 706.298 690.822 741.331

2,01 Passivo Circulante 150.236 139.852 167.544

2.01.01 Empréstimos E Financiamentos 63.740 58.336 52.035

2.01.02 Debêntures 0 0 26.753

2.01.03 Fornecedores 34.352 40.474 41.595

2.01.04 Impostos, Taxas E Contribuições 36.562 26.095 27.062

2.01.04.01 Obrigações Sociais E Previdenciárias 21.148 12.708 14.574

2.01.04.02 Obrigações Fiscais E Tributárias 15.414 13.387 12.488

2.01.05 Dividendos A Pagar 0 0 0

2.01.06 Provisões 0 0 0

2.01.07 Dívidas Com Pessoas Ligadas 0 0 0

2.01.08 Outros 15.582 14.947 20.099

2.01.08.01 Pré-recebimentos De Exportação 7.783 5.927 13.836

2.01.08.02 Outras Contas A Pagar 7.799 9.020 6.263

2,02 Passivo Exigível A Longo Prazo 554.998 532.165 566.584

2.02.01 Empréstimos E Financiamentos 412.839 405.839 474.992

2.02.02 Debêntures 0 0 0

2.02.03 Provisões 0 0 0

2.02.04 Dívidas Com Pessoas Ligadas 38.805 40.074 51.261

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2.02.04.01 Com Controladas 38.805 40.074 50.746

2.02.04.02 Com Outras Pessoas Ligadas 0 0 515

2.02.05 Outros 103.354 86.252 40.331

2.02.05.01 Incentivos Fiscais 17.054 14.774 13.164

2.02.05.02 Impostos Diferidos 19.853 21.902 23.067

2.02.05.03 Outras Contas A Pagar 56.363 33.725 4.100

2.02.05.04 Pré-recebimento De Exportação 10.084 15.851 0

2,03 Resultados De Exercícios Futuros 0 0 0

2,05 Patrimônio Líquido 1.064 18.805 7.203

2.05.01 Capital Social Realizado 146.005 146.005 146.005

2.05.01.01 Capital Social 146.005 146.005 146.005

2.05.02 Reservas De Capital 0 0 0

2.05.02.01 Reserva De C.m. Do Capital 0 0 0

2.05.03 Reservas De Reavaliação 54.096 59.298 61.561

2.05.03.01 Ativos Próprios 54.096 59.298 61.561

2.05.03.02 Controladas/coligadas 0 0 0

2.05.04 Reservas De Lucro 0 0 0

2.05.04.01 Legal 0 0 0

2.05.04.02 Estatutária 0 0 0

2.05.04.03 Para Contingências 0 0 0

2.05.04.04 De Lucros A Realizar 0 0 0

2.05.04.05 Retenção De Lucros 0 0 0

2.05.04.06 Especial P/ Dividendos Não Distribuídos 0 0 0

2.05.04.07 Outras Reservas De Lucro 0 0 0

2.05.05 Lucros/prejuízos Acumulados -199.037 -186.498 -200.363

01/01/04 01/01/03 01/01/02 Código da Conta Descrição da Conta a 31/12/2004 a 31/12/2003 a 31/12/20023,01 Receita Bruta De Vendas E/ou Serviços 391.347 336.595 359.909

3,02 Deduções Da Receita Bruta -57.157 -38.872 -47.297

3,03 Receita Líquida De Vendas E/ou Serviços 334.190 297.723 312.612

3,04 Custo De Bens E/ou Serviços Vendidos -213.004 -200.448 -193.031

3,05 Resultado Bruto 121.186 97.275 119.581

3,06 Despesas/receitas Operacionais -137.236 -86.240 -267.985

3.06.01 Com Vendas -69.483 -54.577 -57.789

3.06.02 Gerais E Administrativas -17.626 -13.685 -14.009

3.06.02.01 Remuneração Administradores -1.767 -1.545 -1.404

3.06.02.02 Gerais E Administrativas -13.815 -10.029 -9.282

3.06.02.03 Depreciação Líquida -2.044 -2.111 -3.323

3.06.03 Financeiras -36.510 7.672 -272.172

3.06.03.01 Receitas Financeiras 12.881 7.287 12.355

3.06.03.02 Despesas Financeiras -49.391 385 -284.527

3.06.04 Outras Receitas Operacionais 0 10.215 5.069

3.06.05 Outras Despesas Operacionais -5.625 0 0

3.06.06 Resultado Da Equivalência Patrimonial -7.992 -35.865 70.916

3.06.06.01 Resultado Da Equivalência Patrimonial -7.046 -35.042 71.862

3.06.06.02 Amortização De Ágio -946 -823 -946

3,07 Resultado Operacional -16.050 11.035 -148.404

Page 25: UNIFEI Universidade Federal de Itajubá · Prof. Dr. Edson Pamplona Clarissa Freire Reis nº 10759 Fabiana Dias Batista nº 11457 Itajubá, junho de 2005 . 1 – Introdução Neste

3,08 Resultado Não Operacional -3.740 -598 -4.182

3.08.01 Receitas 4.896 1.118 6.467

3.08.02 Despesas -8.636 -1.716 -10.649

3,09 Resultado Antes Tributação/participações -19.790 10.437 -152.586

3,1 Provisão Para Ir E Contribuição Social 0 0 0

3,11 Ir Diferido 2.049 1.165 25.799

3,12 Participações/contribuições Estatutárias 0 0 0

3.12.01 Participações 0 0 0

3.12.02 Contribuições 0 0 0

3,13 Reversão Dos Juros Sobre Capital Próprio 0 0 0

3,15 Lucro/prejuízo Do Exercício -17.741 11.602 -126.787