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LÍNGUA, LINGUAGEM E SIGNO - Leonardo Delgado INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO BRASIL – IESB FACULDADE MONTENEGRO – FAM CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA COMUNICAÇÃO E MÍDIA CAPITULO 01: TEORIA DA COMUNICAÇÃO LÍNGUA, LINGUAGEM E SIGNO LINGUAGEM: é todo o sistema de sinais que os participantes de uma comunidade usam para se comunicar. São as diferentes formas ou processos comunicativos. Pode ser verbal, que utiliza a língua oral ou escrita, e não-verbal, que utiliza qualquer código que não seja palavra. Inúmeras linguagens, portanto, podem ser utilizadas no processo de interação comunicativa. LÍNGUA: é um sistema de signos verbais arbitrários, que constituem a linguagem oral ou escrita de uma comunidade. É um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem. SIGNO LINGÜÍSTICO: Segundo Francis Vanoy (1996:29), é a menor unidade dotada de sentido num código dado. Decompõe- se num elemento material, perceptível, o significante, e num elemento conceptual, não perceptível, o significado (por exemplo, a palavra mesa pode ser ouvida ou vista, conforme seja pronunciada ou escrita: o som "mesa" e a forma gráfica "mesa" são significantes que remetem ao mesmo significado, o conceito de mesa, "objeto constituído por uma superfície plana sustentada por um ou mais pés"). O referente é o objeto real ao qual remete o signo numa instância de enunciação. TEXTO 1 Língua e Sociedade "O caráter social de uma língua já parece ter sido fartamente demonstrado. Entendida como um sistema de signos convencionais que

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INSTITUTO DE EDUCAO SUPERIOR DO BRASIL IESB

FACULDADE MONTENEGRO FAM

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAO FSICA

COMUNICAO E MDIA

CAPITULO 01: TEORIA DA COMUNICAOLNGUA, LINGUAGEM E SIGNOLINGUAGEM: todo o sistema de sinais que os participantes de uma comunidade usam para se comunicar. So as diferentes formas ou processos comunicativos. Pode ser verbal, que utiliza a lngua oral ou escrita, e no-verbal, que utiliza qualquer cdigo que no seja palavra. Inmeras linguagens, portanto, podem ser utilizadas no processo de interao comunicativa.LNGUA: um sistema de signos verbais arbitrrios, que constituem a linguagem oral ou escrita de uma comunidade. um tipo de cdigo formado por palavras e leis combinatrias por meio do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem.SIGNO LINGSTICO: Segundo Francis Vanoy (1996:29), a menor unidade dotada de sentido num cdigo dado. Decompe-se num elemento material, perceptvel, o significante, e num elemento conceptual, no perceptvel, o significado (por exemplo, a palavra mesa pode ser ouvida ou vista, conforme seja pronunciada ou escrita: o som "mesa" e a forma grfica "mesa" so significantes que remetem ao mesmo significado, o conceito de mesa, "objeto constitudo por uma superfcie plana sustentada por um ou mais ps"). O referente o objeto real ao qual remete o signo numa instncia de enunciao.TEXTO 1

Lngua e Sociedade

"O carter social de uma lngua j parece ter sido fartamente demonstrado. Entendida como um sistema de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a possibilidade de comunicao, acredita-se, hoje, que seu papel seja cada vez mais importante nas relaes humanas, razo pela qual seu estudo j envolve modernos processos cientficos de pesquisa, interligados s mais novas cincias e tcnicas, como, por exemplo, a prpria Ciberntica.

Entre sociedade e lngua, de fato, no h uma relao de mera causalidade. Desde que nascemos, um mundo de signos lingsticos nos cerca e suas inmeras possibilidades comunicativas comeam a tornar-se reais a partir do momento em que, pela imitao e associao, comeamos a formular nossas mensagens. E toda nossa vida em sociedade supe um problema de intercmbio e comunicao que se realiza fundamentalmente pela lngua, o meio mais comum de que dispomos para tal.

Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos, cercam a vida do homem moderno, compondo mensagens de toda ordem (...), transmitidas pelo mais diferentes canais, como a televiso, o cinema, a imprensa, o rdio, o telefone, os cartazes de propaganda, os desenhos, a msica e tantos outros. Em todos, a lngua desempenha um papel preponderante, seja em sua forma oral, seja atravs de seu cdigo substitutivo escrita. E atravs dela, o contato com o mundo que nos cerca permanentemente atualizado.

Nas grandes civilizaes, a lngua o suporte de uma dinmica social, que compreende no s as relaes dirias entre os membros da comunidade, como tambm uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios de comunicao de massa at a vida cultural, cientfica ou literria."

(PRETI, Dino. Sociolingstica: os nveis da fala. (com adaptao). So Paulo: Ed. Nacional, p. 7)

PROCESSO DE COMUNICAO ATRAVS DAS LINGUAGENS TEXTO 2

Para que haja comunicao, necessrio que os interlocutores utilizem um sistema de sinais devidamente organizados e comum a ambos. A mensagem a ser transmitida, seja ela qual for, refere-se a um contexto, a uma situao, e para que chegue ao receptor necessita de um meio fsico concreto, chamado de canal de comunicao.

O lingista Roman Jakobson props um modelo explicativo para o processo de comunicao verbal baseado em seis fatores:

"A linguagem deve ser estudada em toda a variedade de suas funes. Para se ter uma idia geral dessas funes, mister uma perspectiva sumria dos fatores constitutivos de todo o processo lingstico, de todo ato de comunicao verbal. O remetente envia uma mensagem ao destinatrio. Para ser eficaz, a mensagem requer um contexto a que se refere, apreensvel pelo destinatrio, e que seja verbal ou suscetvel de verbalizao, um cdigo total ou parcialmente comum ao remetente e ao destinatrio (ou, em outras palavras, ao codificador e ao de codificador da mensagem); e, finalmente, um contato, um canal fsico e uma conexo psicolgica entre o remetente e o destinatrio, que| capacite a ambos a entrarem e permanecerem em comunicao (...)." JAKOBSON, Roman. Lingstica e comunicao. So Paulo: Cultrix, p. 122-3)

NORMA CULTA E VARIEDADES LINGSTICAS TEXTO 3

Uma das caractersticas mais evidentes das lnguas sua variedade. Entende-se por isso, fundamentalmente, que as lnguas apresentam formas variveis em determinada poca, o que significa que no so faladas uniformemente por todos os falantes de uma sociedade. Esta caracterstica no exclusiva das lnguas modernas. O latim, o grego antigo tambm tinham formas variveis. O portugus, por exemplo, descende do chamado latim vulgar (popular), diferente em vrios aspectos do latim dos escritores que chegou at ns.

Uma outra caracterstica das lnguas que as diferenas que apresentam decorrem do fato de que os falantes de uma comunidade lingstica no so considerados iguais pela prpria sociedade. As diferenas de linguagem so uma espcie ou emblema dos grupos, e, nesse sentido, colaboram para construir sua identidade As variedades (ou dialetos) correspondem em grande parte a grupos sociais relativamente definidos: os que residem numa regio ou em outra; os que pertencem a uma classe social ou a outra; os que so jovens ou mais velhos; os que so homens ou so mulheres; os que tm uma profisso ou outra etc.NVEIS E MODALIDADES DA LNGUA

TEXTO 4

Lngua falada e lngua escrita

A lngua portuguesa apresenta duas modalidades a lngua falada e a lngua escrita.

As duas no tm, (hum mesmo nvel, as mesmas formas, nem a mesma gramtica, nem os mesmos recursos expressivos, implicando assim significativas diferenas na elaborao da mensagem.

Segundo Ulisse Infante, no seu livro Do Texto ao Texto (1996:31), comparando as duas modalidades, diz que "a lngua falada mantm profunda vinculao com as situaes em que usada. A comunicao oral normalmente se desenvolve em situaes em que o contato entre os interlocutores direto: na maioria dos casos, eles esto em presena um do outro, num lugar e momento que, por isso, so claramente conhecidos. Dessa forma quando conversam sobre determinados assuntos, elaboram mensagens marcadas por fatos da lngua falada. O vocabulrio utilizado e fortemente alusivo (o uso dos pronomes como eu, voc, isto, isso, aquilo ou de advrbios como aqui, c, j, agora, l) possibilita indicar os seres e fatos envolvidos na mensagem sem nome-los explicitamente".

Na lngua escrita a elaborao da mensagem requer uma linguagem menos alusiva. O uso do pronome e certos advrbios obedecem a outros critrios, pois essas palavras passam principalmente a relacionar partes do texto entre si e no mais a designar dados da realidade exterior. Em seu lugar, vemo-nos obrigados a utilizar formas de referncia mais precisas, como substantivos, adjetivos, capazes de nomear e caracterizar os seres. A linguagem escrita, dessa forma, demanda um esforo maior de preciso.

Dessas diferenas se originam outras igualmente importantes, que podem ser notadas: Na fontica: no h relao unvoca entre fonema e grafema de uma palavra. So exemplos:

a) a letra h inicial em princpio de palavras no representa fonema;b) os dgrafos representam um s fonema; c) h letras que representam mais de um fonema;d) um s fonema representado por mais de uma letra. Na expressividade: a acentuao/a pausa, a entonao do relevo expressivo ou sentido especial mensagem e exigem da linguagem escrita procedimentos particulares de transcrio para a representao aproximada do que foi pronunciado.

Na estrutura gramatical: enquanto a lngua falada utiliza exclamaes, onomatopias, frases inacabadas ou rupturas de construes, a lngua escrita desenvolve frases mais logicamente construdas, bem elaboradas, evitando a repetio de termos.TEXTO 5

Os nveis de linguagem

Embora a lngua portuguesa seja uma s, a sua utilidade muito variada em decorrncia de vrios fatores. Essa variao constitui sistemas lingsticos perfeitamente adequados para a expresso e comunicao dos falantes dadas as prticas e os hbitos culturais de sua comunidade. No difcil entender que h uma linguagem especfica para cada regio do pas (variedades regionais), para cada classe social, cultural, profissional (variedades socioculturais), tambm para o grau de formalismo do contexto (variedades de estilsticas).

As diferenas se estabelecem entre as vrias regies. Por exemplo, o portugus falado em Portugal mantm diferenas com o portugus do Brasil; as variedades entre os estados do Nordeste so diferentes daquelas faladas nos estados do Sul. As diferenas se estabelecem, tambm, nas camadas sociais a que pertencem os usurios, ou o meio em que a utilizam. Por exemplo, as variantes populares so aquelas faladas pelas classes menos favorecidas pela escola; as variantes consideradas cultas so normalmente associadas s camadas mais escolarizadas e de maior prestgio social.

Portanto, a lngua portuguesa, como toda lngua de cultura, nas modalidades falada e escrita, apresenta nveis ou "registros", que podem ser didaticamente definidos da seguinte forma: Nvel vulgar: a linguagem no segue a norma gramatical, prpria das pessoas no escolarizadas, dos caboclos, dos sertanejos de grupos considerados "marginais", mas, que por sua espontaneidade ou expressividade, estende-se a todas as camadas sociais. E a norma popular, a lngua do povo brasileiro.

Nvel coloquial despreocupado ou corrente: a linguagem descontrada, que dispensa formalidades e aceita grias, diminutivos afetivos, figuras de linguagem. Faz uso dos dialetos. a norma da classe mdia brasileira, que por mais culta que seja sempre usa esse tipo de linguagem com a famlia, com os amigos e em diversas circunstncias.

Nvel coloquial cuidado ou culto: a linguagem culta, que se caracteriza pela correo gramatical, ausncia de gria, termos regionais, riquezas de vocabulrio e frases bem elaboradas. a linguagem de pessoas cultas em circunstncia formais.

Nvel ultra-formal: segundo Adriano Gama Kury (1989:11), esta modalidade " a linguagem de certas conferncias e discursos empolados de algumas reunies formais acadmicas". a lngua erudita. Foge normalidade.

Paralelamente a esses registros situa-se a lngua literria, de finalidade esttica e que se diversifica em duas correntes: Corrente conservadora: segue a tradio dos escritores portugueses e brasileiros "clssicos".

Corrente renovadora: aquela que procura aproximar a lngua literria da lngua oral, valorizando, diferente da corrente conservadora, os dialetos regionais, sociais ou grias de vrios grupos, para que se ajustem s condies das personagens e sirvam para caracterizar o lugar donde procedem, sua classe social e sua prpria ndole.

A lngua de um povo, em seus nveis, deve ser entendida, portanto, como extremamente democrtica, que no permite "distoro social", pois no mais admite tomar a linguagem de uma regio como se fosse de toda a nao, a de pocas passadas como se fosse a atual e a de uma classe social como se fosse de todas as classes que compem uma nacionalidade.TEXTO 6

O dilogo- Papai...

- Filho! Acordado?!

- Levantei para ir ao banheiro e perdi o sono.

- To cedo! S agora comea clarear.

- Sai Duque, chega essa corrente pra l!

- Ele muito festeiro!

- O que voc faz a?

- Espiando a amendoeira... espiando a pobrezinha... - Ah...e da !?

- Cresceu... cresceu muito... O vento de agosto pode derrub-la. Voc no acha?

- As rvores so duras na queda, papai. No se preocupe com bobagem.

- J est com uns quatro metros. Entende?

- Ela que feliz. Eu parei em 1,66... no creso mais...

- Ah, verdade!

- Sou o nanico da famlia...

- O homem cresce em vrias direes, filho. J que voc t descalo, vai at a ltima copa e quebra a ponteira, para ela fortalecer o tronco.

- P, pai! Sem escada! Vou cair...

- Ah, verdade.. para quem pequeno, h sempre a possibilidade de quedas, quando alado altura.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

01. Responda ao que se pede em relao ao texto 1: a) Aponte uma definio de lngua.

b) Por que a relao entre sociedade e lngua no de mera casualidade?

c) Em relao ao terceiro pargrafo, qual a importncia da lngua no esquema do ato de comunicao?

d) Identifique em cada pargrafo uma idia principal.

02. Aps ler o anncio dos Correios, publicado na revista Veja, de 25/6/97, responda ao que se pede:

Nis conhece o caminho da roa cumo ningum.

Sedex. Lder absoluto na entrega de encomendas em todo o pais.

a) Alm da variedade padro, que outra variedade lingstica pode-se destacar do anncio?

b) O anncio foi publicado numa revista de circulao nacional, em que predomina o portugus padro. Qual o propsito do anunciante ao usar uma variedade lingstica diferente da norma padro?

03. Leia a letra da cano Heavy metal do senhor, de Zeca Baleiro, e responda ao que se pede. (Atividades propostas por William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhes no livro Portugus: linguagens. So Paulo: Atual, 2003, p. 16-17).

o cara mais underground que eu conheo o diabo que no inferno toca cover das canes celestiais com sua banda formada s por anjos decados

enquanto isso deus brinca de gangorra no playground do cu com os santos que j foram homens de pecado de repente os santos falam "toca deus um som maneiro" e deus fala "agenta vou rolar um som pesado"

a banda cover do diabo acho que j t por fora o mercado ta d olho no som que deus criou com trombetas distorcidas e harpas envenenadas mundo inteiro vai pirar com o heavy metal do senhor

1. De forma divertida e bem-humorada, o texto ope as duas foras que, em nossa cultura, representam o bem e o mal - Deus e o diabo. Essa oposio, no texto, transforma-se numa competio musical.

a) Inicialmente quem gostava de tocar msicas? Que tipo de msicas?

b) Posteriormente, quem passou a tocar msicas? Por quem foi motivado?

2. O cruzamento dessas foras no se d apenas no plano do contedo. No plano da expresso, temos como suporte lingstico o cruzamento de trs tipos diferentes de dialetos sociais - isto , variedades lingsticas utilizadas por determinados grupos sociais. A que grupos sociais est associado o uso de palavras e expresses como;

a) underground, som, som pesado, heavy metal?

b) inferno, canes celestiais, anjos, Deus, santos, homens decados, senhor?

c) cara, cover, pega fogo, maneiro, rolar, ta de olho, envenenadas, pirar?

3 No texto, lemos expresses como "trombetas distorcidas" e "harpas envenenadas", empregadas na ltima estrofe.

a) D o sentido das palavras distorcidas e envenenadas nos seguintes contextos:

*Fez um som muito louco com uma guitarra distorcida.

*Tem um motor envenenado que um perigo.

b)Por que essas palavras provocam humor quando acompanham, respectivamente,

trombetas e harpas?

4. Na disputa entre Deus e o diabo:

a)Quem sai vencedor?

b)No ltimo verso se l "mundo inteiro vai pirar com o heavy metal do senhor". Observe, em suas respostas questo 2, a que grupos sociais se vinculam palavras como pirar, heavy metal e senhor. Em seguida, responda: o som de Deus vai agradar a todos? Justifique.

J

s

04. Responda ao que se pede em relao aos textos 4, 5 e 6:

a)Segundo o texto 4, quais so as duas modalidade da lngua?

b)Ainda em relao ao texto 4, pode-se dizer que ningum fala como escreve e vice-versa? Por qu?

c)Levando em considerao as caractersticas mais distintivas entre modalidade falada e escrita da lngua apresentadas no texto 4, justifique a pontuao das duas; primeiras frase do texto 6.

d) Uma das caractersticas do nvel de linguagem coloquial despreocupado, texto 5, a mistura das pessoas do discurso. Destaque do texto 6 indicaes em que isso ocorre e proponha formas apropriadas lngua escrita cuidada.

e) Releia o texto 4 e destaque do texto 6 outras caractersticas da lngua falada.

f)Segundo o texto 5, quais so os nveis de linguagem?

g)Que concluso podemos tirar do texto 5 para o entendimento dos nveis de linguagem a respeito do uso conservador e renovador da lngua?

05. Identifique os textos seguintes de acordo com a classificao:

(1)lngua falada ultraformal(6) lngua escrita coloquial cuidada (culta)

(2)lngua escrita ultraformal(7) lngua escrita coloquial despreocupada

(3)lngua falada coloquial cuidada (culta)(8) lngua escrita vulgar

(4)lngua falada coloquial despreocupada(9) lngua literria

(5)lngua falada vulgar

a ( ) Gabriel,

Me mande notcias e diga se voc recebeu os disquetes. Por aqui est tudo bem! Mame manda dizer que est com saudades. Um beijo. Mrcia.

J

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b ( ) "Querem-se certos os antelquios. Eis por que, sem mais preambular, dizemos a que viemos: vulgarizar e divulgar alguns tesouros ocultos nas obras dos nossos clssicos, malpecados mui pouco lidos e consultados."

(Fragmento do artigo a imprensa muda, mas mantm clichs, de Srgio Augusto. Folha de So Paulo, 14/01/93)

c ( ) "Sinto a emoo dos nefitos e vergo-me sob o peso da responsabilidade ao assomar pela primeira vez a esta tribuna."

(Fragmento do discurso de estreia de uma deputada, na Cmara dos Deputados)

d ( ) Beijo pouco, falo menos ainda. Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana.

Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. Intransitivo: Teadoro, Teadora.

(Neologismo, Manuel Bandeira)

e ( ) - Se, hoje, todos reconhecem a necessidade e a importncia de os professores receberem permanentemente atualizao, essa atualizao costuma resumir-se participao em cursos e seminrios, ao longo do ano letivo. Isso eficaz?

- Todos precisam de atualizao, inclusive os professores, e no apenas em reunies ou seminrios. O professor precisa dominar a pesquisa, saber elaborar projetos, questionar, isso no se aprende em aula ou palestras, mas fazendo, criando grupo de estudo e trabalho, sem depender de agentes externos.

(Parte da entrevista dada s jornalistas Ana Lagoa e Eline Bardanachvil pelo socilogo Pedro Demo. JB, 8/10/00)

f ( ) "Leia atentamente todo o trabalho. Verifique se h qualquer falha de impresso ou montagem; caso exista, utilize o servio "Disque Tutoria... "

(Instruo de Trabalho. UFRJ - CEP - Faculdade de Letras)

g( ) Me,

Seu filho da Inglaterra.

Aqui, continua muito frio, tudo cinza! Nem d pra surfar. Escrevo pra dizer que fiquei p... da vida. No verdade que pedi pra todo mundo cuspir no copo e depois bebi. Quanto ao trolol que dizem a de arrancar a cabea do morcego e comer, eu explico: Achei que o bicho era o maior chocolate, e a do pombinho tambm. A do pombinho eu explico. Foi numa festa da gravadora. Eu estava doidaralhao e tinha que soltar dois pombinhos da paz . Soltei um e no sei porque diabos, resolvi morder o pobrezinho do segundo. Olha me, sua neta t uma tremenda neneca. T at a fim do vocalista do Siverchair. Eu vivo dizendo a ela que ele gay. Ela fica p.... Me, eu no vejo a hora de voltar e cuidar dos meus animais. Aqui, eu s tenho um cachorro, o Baldrick, um poodle ingls, muito engraado. Toda a vez que ele me v comea a soltar pum. o maior barato a maneira que ele se comunica comigo. Me eu vou voltar e a senhora vai conhecer o Baldrick. Beijos do seu filho mais ajuizado. Dunga.

O

h( ) - Menina, isso so modos de falar...!

-Desculpa, v. No precisa fica assim bolado comigo!

-Ento fala direito! Seu professor de portugus fugiu da escola?!

-No? E s o meu jeito de falar.

06. Aps a leitura do seguinte texto, responda ao que se pede:

Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mi Para pior dizem pi Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vo fazendo telhado. (Oswald de Andrade) a) Pode-se dizer que Oswald de Andrade defende em sua poesia uma lngua brasileira?

b) O poema caracteriza uma linguagem literria, mas sua proposta opor e representar dois registros da modalidade falada. Como explicar esse fato?

c) Em quase todos os versos o poema apresenta a mesma estrutura dicotmica: norma padro em oposio a norma popular. Justifique essa posio de registros.

07. Leia os textos seguintes e assinale nos parnteses "C" para as afirmativas corretas e "E" para as incorretas:

A)A linguagem, como comunicao eficiente, pressupe a presena de um canal fsico, chamado de contato, e tambm uma interdependncia psicolgica entre os interlocutores, para que possa ser enviada a mensagem, que o ato lingustico.

B)Hoje o samba saiu Procurando voc Quem te viu

Que te v(Chico Buarque)

a () A e B so de igual registro.

b () Ambos apresentam um linguagem adequada aos seu contexto.

c () A apresenta um tipo de registro informal

d () B apresenta um tipo de registro vulgar.

e () Pela norma do portugus padro o emprego de voc e tu no erro to grave.

f () Assim como o nvel de certos tipos de linguagem adequado a um contexto pode

indicar o bom nvel de escolaridade de uma pessoa, uso inadequado, efeito inverso.

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g ( ) Na linguagem literria, considerada renovadora, encontram-se exemplos de dialetos regionais, sociais ou grias de vrios grupos para que se ajustem s condies dos personagens e sirvam para caracterizar o lugar donde procedem e sua prpria ndole. h ( ) Nem todas as pessoas tm conscincia de que h ocasies em que o uso da lngua formal inadequado, produzindo at efeito ridculo.

08. "O doutor Ricardo julgou do eu dever erguer um brinde; o novo redator respondeu: -Me falece competncia para falar de si, comeou. Lobo, que continuava de mal humor no se conteve e exclamou do canto: Xi! Quanta asneira." (Lima Barreto, Recordaes do Escrivo Isaias Caminha) a) A passagem do texto de Lima Barreto apresenta um personagem purista e tem a

oportunidade de criticar a linguagem do novo redator. Explique os motivos dessa

crtica.

b) Para o personagem Lobo, como deveria ser a linguagem do novo redator?

09. Leia o texto Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, cuja cano integra a trilha sonora do filme Eu, Tu, Eles, e responda ao que se pede:

Quando oiei a terra ardendo Qual fogueira de So Joo Eu perguntei a Deus do Cu, ai, Pra que tamanha judiao

Que braseiro que fornalha Nem um p de plantao Por faltas d'gua morreu meu gado Morreu de sede meu alazo

Int mesmo a asa branca Bateu asas do serto Entonce eu disse: Adeus Rosinha Guarda contigo meu corao

Hoje longe muitas lguas Numa triste solido Espero a chuva cair de novo Pra mim vort pro meu serto.

Quando o verde dos teus oio Se espai na prantao Eu te asseguro, no chore no, viu Eu vortarei, viu, meu corao.

a) O nvel de linguagem apresentado na cano Asa Branca nos remete a que tipo de realidade? Comente.

b) O texto potico, isto , expe a proposta criativa dos poetas populares. Em sua opinio, a forma de lngua pela qual os artistas optaram e a temtica de sua potica se harmonizam? Por qu?

c) Observe as formas oie, int, Entonce, vort, espai, prantao (correspondem, na lngua culta, a olhei at, Ento, voltar, espalhar plantao, respectivamente) ou o emprego do pronome Pra mim vort, a mistura de pessoa gramatical eu te asseguro, no chore no. As diferenas entre essas formas e as do nvel coloquial cuidado (culto) tm sua lgica prpria ou os "erros" apresentados so aleatrios? Comente.

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