umuarama, pr · prof. dr. tiago roque benetoli da silva ... dosagem ideal de vinhaÇa para o...

142
1 Umuarama, PR

Upload: buiminh

Post on 22-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

1

Umuarama, PR

Page 2: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

2

ANAIS DA VI MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA E

II MOSTRA DE TRABALHOS DE EXTENSÃO RURAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA

20 a 24 de SETEMBRO de 2010

TIRAGEM

500 EXEMPLARES

Organizadores

Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva

Prof. Drª. Cláudia Regina Dias-Arieira

Prof. Drª. Juliana Parisotto Poletine

Normalização Técnica

Juliana Parisotto Poletine

Yara Camila Fabrin Cabral

A exatidão das informações, os conceitos e opiniões emitidos nos resumos são de exclusiva

responsabilidade dos autores.

É permitida a reprodução parcial ou total dessa obra, desde que citada à fonte.

Page 3: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

3

Page 4: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

4

Page 5: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

5

ANAIS DA VI MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA E

II MOSTRA DE TRABALHOS DE EXTENSÃO RURAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA

ANO 2010

Reitor: Décio Sperandio

Diretor do Centro de Ciências Agrárias: Prof. Dr. Bruno Luiz Domingos De Angelis

Chefe do Departamento de Ciências Agronômicas: Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da

Silva

Chefe Adjunto do Departamento de Ciências Agronômicas: Prof. Dra. Cláudia Regina

Dias - Arieira

COMISSÃO ORGANIZADORA _____________________________________________________________________ Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva (Coordenador) Dr

a. Cláudia Regina Dias-Arieira (Vice-Coordenadora)

Dra. Juliana Parisotto Poletine

Dr. Leandro Paiola Albrecht Dr. Leandro Boch da Silva Volk Ivan Walisson Carrito Renan Alenbrant Migliavacca (Presidente do Centro Acadêmico) Willian Fagner Pereira (Vice-Presidente do Centro Acadêmico) Rafaela Alenbrant Migliavacca Vinícius Hicaro Frederico Abe Rafael Petineli Marcelo Henrique Brandalise Lucas Pastre Dill Beatriz Tomé Gouveia Ana Cláudia Mascarello Erick Zobiole Marinellí Yara Camila Fabrin Cabral Alex Eduardo Zaniboni Diego Beltrame Rodrigues Juliano Bortoluzzi Lorenzetti Lais Fernanda Fontana

COMISSÃO CIENTÍFICA _____________________________________________________________________

Juliana Parisotto Poletine Yara Camila Fabrin Cabral ORGANIZADORES _____________________________________________________________________

Tiago Roque Benetoli da Silva Cláudia Regina Dias-Arieira Juliana Parisotto Poletine

Page 6: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

6

Sumário

INFLUÊNCIA DA LASTRAGEM LÍQUIDA DE TRATOR AGRÍCOLA NA ÁREA

DE SOLO MOBILIZADO E RECALQUE.................................................................

Lucas S. Doimo; Walter F. Frohlich; Carlos Fernando I. Moretti; Jean C. Morando; Vítor H.

D. Nogueira; Fabrício Leite e Leandro B. da Silva Volk

11

REAÇÃO DE CULTIVARES DE CANA-DE-AÇÚCAR A MELOIDOGYNE

PARANAENSIS........................................................................................................

Fábio Biela; Cláudia R. Dias-Arieira; Tatiana P. L. Cunha; Fernando M. Chiamolera;

Simone M. Santana; Heriksen H. Puerar e Vinícius H. F. Abe

15

DESENVOLVIMENTO DA PARTE AÉREA DE MILHO SUBMETIDO À

APLICAÇÃO DE TORTA DE FILTRO.....................................................................

Cleber de Oliveira Santini; Antonio Nolla; Eduardo Jamir Paes Vila e Thiago R. B. da

Silva

19

DESEMPENHO DE SEMENTES DE CRAMBE, COM E SEM PERISPERMA,

SUBMETIDAS A CONDIÇÕES SIMULADAS DE ESTRESSE HÍDRICO...............

Yara Camila Fabrin Cabral; Marizangela Rizzatti Ávila;

Willian Fagner Pereira e Erick

Zobiole Marinélli

24

DESEMPENHO AGRONÔMICO E TEORES DE ÓLEO E PROTEÍNAS NAS

SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA SOB APLICAÇÃO DE GLYPHOSATE

EM DIFERENTES ESTÁDIOS.................................................................................

André Felipe M. Silva; Magnum R. da Silva; Leandro P. Albrecht; Éder P. Gomes; André

P. Barbosa e Matheus A. Mendes

28

DESEMPENHO DAS PLANTAS DE TRIGO SOB EFEITO DE REGULADORES

DE CRESCIMENTO E DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO...........................

André Felipe M. Silva; André P. Barbosa; Matheus A. Mendes; Lucas B. Battisti; Leandro

P. Albrecht e Alfredo Júnior. P. Albrecht

32

DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO

ARENOSO................................................................................................................

Eduardo Jamir Paes Vila; Antonio Nolla; Cleber de Oliveira Santini e Leandro B. da Silva

Volk

35

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE TORTA DE FILTRO NO

DESENVOLVIMENTO RADICULAR DA CULTURA DO MILHO CULTIVADA EM

SOLO ARENOSO.....................................................................................................

Eduardo Jamir Paes Vila; Antonio Nolla;Cleber de Oliveira Santini e Tiago Roque B. da

Silva

40

Page 7: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

7

PERFILHAMENTO DE CANA DE AÇÚCAR E ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM

ARGISSOLO SUBMETIDO À DOSES DE CALCÁRIO E ESCÓRIA DE

SIDERURGIA...........................................................................................................

Cleber de Oliveira Santini; Antonio Nolla; Eduardo Jamir P.Vila e Leandro B. da Silva Volk

45

PRODUTIVIDADE DE SEMENTES DE TRIGO PRODUZIDAS SOB

DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DIFERENTES NÍVEIS DE

COBERTURA VEGETAL..............................................................................

Ligia M. Maraschi-Silva; Thiago A. Ortiz; Rafaela A. Migliavacca; Marizangela R. Ávila;

Willian F. Pereira e Erick Z. Marinelli

50

QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE SOJA

TRANSGÊNICA SOB APLICAÇÃO DE GLYPHOSATE EM DIFERENTES

ESTÁDIOS................................................................................................................

André P. Barbosa; Allan V. Sacuchi; Leandro P. Albrecht; Éder P. Gomes; André Felipe

M. Silva e Matheus A. Mendes

55

DOSES DE VINHAÇA E DESENVOLVIMENTO RADICULAR DA

CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM LATOSSOLO ARENOSO DO

NOROESTE PARANAENSE.........................................................................

Cleber de Oliveira Santini; Antonio Nolla; Eduardo Jamir P.Vila e Leandro B. da Silva Volk

59

PRODUTIVIDADE, QUALIDADE E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES

DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L.) CULTIVADO SOB DIFERENTES

Kc.............................................................................................................................

Rafaela Alenbrant Migliavacca; Kalina Sala Michelan; Thiago Alberto Ortiz; Lígia Maria

Maraschi-Silva; Marizangela Rizzatti Ávila e Éder Pereira Gomes

64

DESEMPENHO DE PLÂNTULAS DE MILHO TRANSGÊNICO SOB EFEITO DO

TRATAMENTO DE SEMENTES COM BIORREGULADOR...................................

André P. Barbosa; André Felipe M. Silva; Rafaela A. Migliavacca; Leandro P. Albrecht;

Matheus A. Mendes e Alfredo Júnior P. Albrecht

69

MANEJO DE MELOIDOGYNE INCOGNITA UTILIZANDO EFLUENTES DE

BIODIGESTOR A BASE DE REPOLHO, ALHO E PIMENTA.................................

Rafael M. Mattos; Tereza C. Sassaki; Heriksen H. Puerari; Tatiana P. L. Cunha; Fabio

Biela; Fernando M. Chiamolera; Cláudia R. Dias-Arieira

73

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE TRIGO PRODUZIDAS SOB

DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DIFERENTES NÍVEIS DE

COBERTURA...........................................................................................................

Thiago A. Ortiz; Lígia M. Maraschi-Silva; Marizangela R. Ávila; Rafaela A. Migliavacca;

Yara C. F. Cabral e Éder P. Gomes

77

Page 8: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

8

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA SOB

TRATAMENTOS COM BIORREGULADOR............................................................

Matheus A. Mendes; Leandro P. Albrecht; Alfredo Junior P. Albrecht; Alessandro L.

Braccini; Marizangela R. Ávila; André P. Barbosa; André Felipe M. Silva; Rafaela A.

Migliavacca

81

CRESCIMENTO INICIAL DE EUCALYPTUS GRANDIS TRATADO COM

DIFERENTES DOSES DE LODO DE ESGOTO NO NOROESTE DO PARANÁ...

Thiago Henrique Oro; Erci Marcos Del Quiqui; Douglas Kaplum; Hiales Carpine Fodra;

Diego Luiz Ferreira; Juliano Sartori Emerick

85

EFEITO DE SUBSTRATO ALTERNATIVO E COMERCIAL NO

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Eucalyptus grandis.................................

Alan Cesar Zanco; Erci Marcos Del Quiqui; Jean Carlo Possenti; Rodrigo Gonçalves de

Oliveira; Tatiana Pagan Loeiro da Cunha

90

AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES DE EUCALIPTUS AOS 30 MESES PARA O

NOROESTE DO PARANÁ.......................................................................................

Renan Alenbrant Migliavacca; Erci Marcos Del Quiqui; Alex Eduardo Zaniboni; Lucas

Pastre Dill; Jean Carlo Possenti

95

RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO PARA DIFERENTES PRESSÕES

DE INFLAÇÃO DOS PNEUS DE UM TRATOR AGRÍCOLA..................................

Alan Antoniassi; Lucas da Silva Doimo; José Augusto Kaplum; Walter Felipe Frohlich;

Fabrício Leite e Leandro B. S. Volk

100

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO EM SOLO INFESTADO

POR MELOIDOGYNE SPP. ....................................................................................

Vinicius H. F. Abe; Cláudia R. Dias-Arieira; Simone M. Santana; Fernando M.

Chiamolera; Tatiana P. L. da Cunha; Fabio Biela; Heriksen H. Puerari, Diego B.

Rodrigues

104

EFICIÊNCIA DO PARCELAMENTO E MODO DE APLICAÇÃO DE

NITROGÊNIO NA CULTURA DA ALFACE.............................................................

Jéssica da Silva Santos; Andressa Brandão; Franciele Moreira Golçalves; Luma Alana

Vieira Henrique; Rerison Catarino da Hora

109

EFICIÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE TORTA DE FILTRO NO

DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DE MILHO...................................................

Eduardo Jamir Paes Vila; Antonio Nolla; Cleber de Oliveira Santini e Leandro B. da Silva

Volk

113

LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE PLANTAS DANINHAS EM DIFERENTES

PROFUNDIDADES DO SOLO DE ÁREAS SOB DIFERENTES MANEJOS..........

Willian F. Pereira; Erick Z. Marinélli; Yara C. F. Cabral;; Marizangela R. Ávila e Manoel G. Pequeno

118

Page 9: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

9

SOBRESSEMEADURA DE CULTIVARES DE AVEIA E CENTEIO EM CAPIM

MOMBAÇA IRRIGADO............................................................................................

Eduardo P. Ribeiro; Max E. Rickli; Ulysses Cecato; Camila V. Viana; André P. Barbosa;

Matheus A. Mendes; Eder P. Gomes

122

LEVANTAMENTO DA DIVERSIDADE DE PLANTAS DANINHAS EM

DIFERENTES MANEJOS DE SOLO ATRAVÉS DA EMERGÊNCIA DE

PLÂNTULAS............................................................................................................

Erick Zobiole Marinélli; Yara Camila Fabrin Cabral; Willian Fagner Pereira; Marizangela

Rizzatti Ávila;Manoel Genildo Pequeno

127

DESENVOLVIMENTO DE PLÂNTULAS DE MILHO SUBMETIDO À

APLICAÇÃO DE ADUBAÇÃO MINERAL E DIFERENTES DOSES DE

RESÍDUO DE FILMES RADIOGRÁFICOS..............................................................

Renan Alenbrant Migliavacca; Antonio Nolla; Edmilson C Bortoletto; Tiago Mazetto; Célia

Regina Granhen Tavares

AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE AZOSPIRILLUM

BRASILENSE EM ASSOCIAÇÃO COM BRADYRHIZOBIUM JAPONICUM

SOBRE AS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA CULTURA DA SOJA.....

Mauro Cezar Barbosa; Glenberson G. Piccinin; Anderson F. Biani; Cleison G. Piccinin;

Alex Ortix; Paulo V. Demenck; Alessandro de Lucca e Braccini

131

135

Page 10: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

10

Apresentação

Atualmente o mercado de trabalho está bastante seletivo e apenas

profissionais qualificados encontram espaço para seu desenvolvimento profissional.

Para isso, o ensino superior de qualidade auxilia nessa etapa importante, sendo a

Universidade Estadual de Maringá - UEM, uma das mais destacadas e conceituadas

dentre as Instituições de Ensino Superior do Brasil.

A UEM está localizada no Noroeste do Paraná, sendo organizada nos

campus de Maringá, Umuarama, Cianorte, Goioerê, Diamante do Norte e Cidade

Gaúcha, além da Fazenda Experimental de Iguatemi, da Base Avançada de

Pesquisa em Porto Rico e do Centro de Pesquisa em Piscicultura em Floriano.

No Campus Regional de Umuarama, dentre os cursos existentes, há o

conceituado curso de Agronomia, um dos melhores do Brasil, formando profissionais

capazes de atuar com brilhantismo nas áreas de ensino, extensão e pesquisa.

Para aprimorar conhecimentos na área agronômica, no ano de 2010 é

realizada a XIII Semana Acadêmica de Agronomia – SEAGRO e a VI Mostra de

Trabalhos Científicos de Agronomia e II Mostra de Trabalhos em Extensão Rural,

proporcionando atividades como palestras, mini cursos, bem como a apresentação

de trabalhos científicos.

O evento é de grande importância na região, pois engloba a realidade do

cultivo na região do arenito, atraindo a participação de profissionais e acadêmicos da

área de Ciências Agronômicas.

É com enorme satisfação que lançamos, aqui, a versão digital dos anais,

contendo os trabalhos aprovados e apresentados na XIII SEAGRO realizada em

setembro de 2010. Com esta iniciativa, estamos promovendo a possibilidade de

divulgar ainda mais os avanços tecnológicos desenvolvidos na área de agronomia.

Que esse conjunto de trabalhos possa auxiliar na solução de problemas

regionais, almejando a sustentabilidade, assim como demonstrar o avanço científico

alcançado pelo curso de Agronomia da UEM – Umuarama.

Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva

Chefe do Departamento de Ciências Agronômicas

Page 11: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

11

INFLUÊNCIA DA LASTRAGEM LÍQUIDA DE TRATOR AGRÍCOLA NA ÁREA DE

SOLO MOBILIZADO E RECALQUE

Lucas S. Doimo1; Walter F. Frohlich1; Carlos F. I. Moretti1; Jean C. Morando1;

Vítor H. D. Nogueira1; Fabrício Leite1 e Leandro B. S. Volk1

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas – Campus de

Umuarama - PR

INTRODUÇÃO

A tração é influenciada diretamente pelo sistema rodado-solo que varia de

acordo com o tipo de solo e pneu (YANAI et al., 1999). Quando se passa da

condição de pista de concreto para terreno agrícola, é justamente na interface

rodado-solo onde as perdas de potência se tornam mais críticas (MIALHE, 1991).

Baixos níveis de lastragem líquida ou altas cargas podem levar a uma

sobrecarga nos pneus, provocando grandes deformações no solo. Estas

deformações no solo são a área de solo mobilizada e o tamanho da profundidade do

recalque do pneu no solo (PAULA, 2008).

A utilização do trator numa propriedade é variada, devendo-se considerar que

tipos de lastragem inadequadas representam elementos negativos para a maior

parte, culturais, induzindo a compactação do solo, a emissão de gases poluentes ao

ambiente e aumento do consumo de combustível durante a execução do trabalho

(MAZETTO, 2004).

A massa do trator influi diretamente no desempenho a campo deste, sendo

importante também na definição da aptidão na execução de determinadas tarefas

(BIONDI et al., 1996; LINARES, 1996), portanto, o correto ajuste da lastragem de um

trator é essencial para a execução de determinadas tarefas e fundamental para um

maior rendimento da máquina.

Em vista do exposto, o objetivo deste trabalho é analisar a influência da

lastragem líquida sobre área de solo mobilizado e profundidade do recalque.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido em área pertencente à Universidade Estadual

de Maringá - UEM - Campus de Umuarama - PR, em um LATOSSOLO VERMELHO

Page 12: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

12

Distrófico típico, de textura arenosa. Utilizou-se o delineamento experimental em

blocos ao acaso, composto por três blocos, três parcelas e quatro repetições.

Cada parcela tem área de 70 m² (3,5 x 20 m), com espaçamento entre

parcelas de 2m, 5 m utilizados no início de cada parcela para aceleração do trator,

10 m de onde eram coletados os dados para realização do experimento e 5 m ao

final da parcela para desaceleração e manobra do trator. Os três tratamentos foram

compostos por três níveis de lastragem líquida L1, L2 e L3, representando 75, 50 e

25% de água.

No experimento foi utilizado trator da marca JOHN DEERE modelo 7515 de

103kw (140cv) trabalhando na marcha B4 a 1900 rpm desenvolvendo uma

velocidade de 8 km.h-1 com 18 psi de pressão nos pneus com a tração dianteira

auxiliar (TDA) ligada e também foi utilizado uma enxada rotativa para fazer as pistas

e realizar os ensaios experimentais.

Na determinação da área mobilizada, utilizou-se um perfilômetro com

distância entre haste de 4 cm. A leitura do perfilômetro foi feita a partir da área de

solo mobilizado pelo rodado do trator, também com o perfilômetro foi determinado à

altura do recalque.

Os dados coletados foram submetidos à análise de variância a 5 % de

probabilidade (P<0,05) e, quando significativas, as médias foram comparadas pelo

teste de Tukey (P<0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme pode ser observado na Tabela 1, os valores obtidos de área de

solo mobilizado foram significativos com a variação da lastragem, ao nível de 5% de

probabilidade.

O mesmo observou-se para o valor do recalque com a variação da lastragem,

também foi significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Tabela 1. Valores médios de área mobilizada (AM) e recalque (R) para três níveis de lastragem de líquida no pneu, L1 (75%), L2 (50%) e L3 (25%).

TRATAMENTOS AM (cm²) R (cm)

L1 851,04 a 14,5 a L2 792,04 ab 13,12 b L3 763,41 b 13 b

MÉDIA GERAL 802,16 13,5 C.V. (%) 7,90 6,40

Page 13: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

13

1Médias com letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Na Tabela 1 o valor que se destacou de área do solo mobilizado foi o L1, pois

nesta condição o trator estava lastrado com 75% de água em todos os pneus, sendo

assim seu peso total era maior e consequentemente resulta em maior resistência ao

deslocamento da máquina e aumento no consumo de combustível, conforme

exposto MAZETTO (2004).

Na condição L2, observa-se que o valor de área de solo mobilizado não

diferiu significativamente para o valor de L1 nem para L3. Entretanto, para o valor de

L3 houve diferença significativa em relação a L1, a justificativa para isso é que nesta

condição a lastragem tem 50% menos água do que em L1, portanto 50% menos

peso. Portanto o tratamento L3 mostrou-se a melhor condição para operação com a

máquina sendo o valor que apresenta a menor deformação do solo.

Observando os valores de recalque o valor que se destaca é o tratamento L1,

sendo este o maior valor de recalque. Os valores de recalque L2 e L3 não

apresentaram uma diferença significativa entre si.

Figura 2. Relação entre recalque e três níveis de lastragem líquida.

Figura 1. Relação entre área de solo mobilizado e três

lastragens líquidas.

Page 14: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

14

CONCLUSÃO

Com a realização deste trabalho conclui-se que, conforme maior for a

lastragem utilizada, maiores serão a área de solo mobilizado e altura do recalque, o

que pode ocasionar maior consumo de energia, conforme diminui-se as lastragens

menores serão as deformações no solo.

REFERÊNCIAS

BIONDI, P. et al. Technical trends of tractors and combines (1960-1989) based

on Italian type-approval data. Journal of Agricultural Engineering Research, v.65, p.1-14, 1996.

LINARES, P. Teoría de la tracción de tractores agrícolas. Madrid : ETSIA, 1996.

157p. Apuntes Didácticos Departamento de Publicaciones de la Escuela Técnica Superior de Ingenieros Agrónomos.

MAZETTO, F.R. Avaliação das metodologias de determinação das áreas de contato e deformações elásticas de pneus agrícolas em função das pressões de inflação e cargas radiais. 2004. 100 f. Dissertação (Mestrado em Energia na Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2004.

MIALHE, L.G. Gerência de sistema tratorizado vs operação otimizada de tratores. Piracicaba: ESALQ/USP, 1991. 30 p.

PAULA, C. A. Desenvolvimento de um perfilômetro laser para determinação da área e volume de contato entre o pneu e o solo. 2008. 96 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, 2008.

YANAI, K.; SILVEIRA, G.M.; LANÇAS, K.P.; CORRÊA. I.M.; MAZIERO, J.V.G. Desempenho operacional de trator com e sem acionamento da tração dianteira auxiliar. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.8, p.1427-34,1999.

Page 15: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

15

REAÇÃO DE CULTIVARES DE CANA-DE-AÇÚCAR A

MELOIDOGYNE PARANAENSIS

Fábio Biela1; Cláudia R. Dias-Arieira1; Tatiana P. L. Cunha1; Fernando M.

Chiamolera1; Simone M. Santana1; Heriksen H. Puerari1; Vinícius H. F. Abe1

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de Umuarama

- PR

INTRODUÇÃO

Diversos gêneros de fitonematóides são reportados como fatores

condicionantes da produção agrícola de Saccharum spp. (MOURA &

ALMEIDA, 1981). Mais de 310 espécies, filiadas à pelo menos 48 gêneros, já foram

encontrados nas raízes e no solo da rizosfera desta cultura, alguns causando

significativas reduções de produtividade (CADET & SPAULL, 2005).

Dentre as espécies de nematóides que atacam a cana-de-açúcar, as

principais limitantes da produção pertencem ao gênero Meloidogyne. A importância

dos nematóides de galhas para a cultura da cana-de-açúcar pode ser especialmente

verificada quando se avalia o aumento na produtividade devido ao controle destes

patógenos, conforme foi constatado nos trabalhos realizados por DINARDO-

MIRANDA et al. (1995).

O plantio de variedades resistentes é a solução ideal para o problema com

os nematóides na agricultura (NOVARETTI et al., 1988). O comportamento dos

híbridos de cana-de-açúcar frente às populações de nematóides é variável.

DINARDO-MIRANDA et al. (1995), estudando no campo o comportamento de

variedades de cana-de-açúcar a M. javanica, observaram que 12 dos materiais

avaliados apresentaram suscetibilidade ao nematóide, com incrementos na

produção devido ao controle deste patógeno.

Até o presente, são poucos os estudos avaliando o comportamento de

variedades de cana-de-açúcar frente aos nematóides de galhas. No que tange à

espécie M. paranaensis nenhum trabalho foi realizado até o momento, apesar desta

espécie ter sido constatada em uma área de plantio de cana-de-açúcar do Paraná

(SEVERINO et al., 2008). Assim o presente trabalho teve como objetivo avaliar a

Page 16: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

16

suscetibilidade de variedades de cana-de-açúcar ao nematóide de galhas M.

paranaensis.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade

Estadual de Maringá, Campus Regional de Umuarama. Os materiais selecionados

para esse estudo foram as cultivares CTC 11, CTC 12, CTC 13, CTC 14, CTC 15,

CTC 16, CTC 17 e CTC 18.

Inicialmente os toletes das variedades de cana de açúcar foram cortados

para a retirada das gemas, as quais foram colocadas em recipiente gerbox, com

papel absorvente e água, permanecendo por seis dias no aparelho germinador.

Posteriormente, foram transferidos para bandejas de polietileno contendo areia

autoclavada, dando condições para as gemas emergirem, permanecendo por

aproximadamente 15 a 20 dias. Cada muda foi transplantada para vaso de 3 L

contendo uma mistura de solo:areia (2:1), previamente autoclavada.

O inóculo de M. paranaensis foi preparado a partir de populações puras,

mantidas em tomateiro cv. Santa Cruz Kadá. O inóculo foi obtido através da

metodologia de BONETI & FERRAZ (1981), sendo a suspensão calibrada para

1000 ovos + J2 em 1 mL de água, com auxílio de lâmina de Peters e microscópio

óptico. A inoculação foi realizada utilizando-se 4 mL da suspensão do inóculo,

uniformemente distribuída em quatro orifícios de 2 a 4 cm de profundidade, ao redor

da planta.

Após 60 dias da inoculação, as plantas foram retiradas dos vasos,

separando-se o sistema radicular e parte aérea. Na parte aérea foram feitas as

avaliações de altura de planta, sendo medido, em centímetros, da base do caule da

planta até a maior folha presente, peso da massa fresca e peso seco, em balança

semi-analítica. As raízes foram lavadas cuidadosamente com água corrente,

descartando-se o tolete que gerou a nova planta. Posteriormente foram pesadas e

submetida a extração do nematóide seguindo a metodologia acima citada. O

material obtido foi avaliado sob microscópio óptico e os valores obtidos,

correspondentes à população final, foram plotados na fórmula FR = (Pf/Pi), onde FR,

Pf e Pi correspondem a fator de reprodução, população final e população inicial,

respectivamente (OOSTENBRINK, 1966).

Page 17: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

17

Após a retirada da cana-de-açúcar, uma plântula de tomateiro cv. Santa

Cruz Kadá foi transplantada para cada vaso, para realização do bioteste. As plantas

permaneceram nos vaso durante 30 dias e, após esse período, as raízes foram

avaliadas quanto ao número de galhas e ovos.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com seis

repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias

comparadas pelo teste de Tukey a 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todas as cultivares de cana-de-açúcar comportaram-se como suscetíveis a

M. paranaensis, ou seja, apresentaram FR>1 (Tabela 1). As cultivares CTC 15 e

CTC 16 foram as que apresentaram maior população final do nematóide, com

número de ovos superior a 12.000. Estes resultados são importantes, visto que

muitos canaviais paranaenses estão sendo implantados em áreas nas quais durante

muitos anos foi cultivado o café, havendo na região relato desta espécie associada a

cana-de-açúcar (SEVERINO et al., 2008). Apesar de não haver diferença estatística

entre o número de ovos deste nematoide, observou-se que o FR variou de 1,4 a 3,3,

para as variedades CTC17 e CTC 15, respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1. População final (PF) e fator de reprodução (FR) de Meloidogyne paranaensis em variedades de cana-de-açúcar do grupo CTC, número de galhas e ovos no bioteste (tomateiro) e valores relacionados ao desenvolvimento da cana-de-açúcar após sessenta dias de inoculação com 4.000 espécimes do nematóide

Variedade PF FR Galhas

bioteste

Ovos

bioteste

Altura

(cm) PFPA (g) PSPA (g) PFRA (g)

1º. Experimento

CTC 11 8.296ns

2,1 142b 7.160b 1,26a 12,31ns

4,24ns

34,17a

CTC 12 8.106 2,0 192b 13.940b 1,01bc 11,59 3,98 19,00b

CTC 13 9.087 2,3 217b 7.602b 0,10bc 10,27 4,25 22,54ab

CTC 14 11.599 2,9 156b 10.076b 0,87c 11,21 2,94 16,42b

CTC 15 13.135 3,3 353b 12.694b 1,08b 15,22 4,70 34,43a

CTC 16 12.027 3,0 1.069ª 37.978a 0,99bc 12,48 3,13 23,41ab

CTC 17 5.702 1,4 236b 7.534b 1,05b 11,70 4,07 23,81ab

CTC 18 10.509 2,6 320b 16.485b 1,14ab 13,79 4,56 23,95ab

FR = fator de reprodução (= população final/população inicial) (OOSTENBRINK, 1966). PFPA = peso fresco da

parte aérea; PSPA = peso seco da parte aérea; PFRA = peso fresco da raiz. Dentro de um mesmo experimento,

médias na coluna seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey 5% de probabilidade; ns =

não significativo a 5% de probabilidade.

Page 18: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

18

Dos parâmetros vegetativos avaliados apenas dois apresentaram diferença

estatística entre si: altura de planta e peso fresco da raiz. Para estes, a CTC 14 foi a

variedade que apresentou maior redução, enquanto a CTC 11 apresentou melhor

desenvolvimento.

CONCLUSÃO

Todas as cultivares de cana-de-açúcar foram suscetíveis a M. paranaensis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BONETI, J. I. S.; FERRAZ, S. Modificação do método de Hussey e Barker para extração de ovos de Meloidogyne exigua de raízes de cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, v. 6, p. 553, 1981.

CADET, P.; SPAULL, V. W. Nematodes parasites of sugarcane. In: LUC, M.; SIKORA, R. A.; Bridge, J. (Eds). Plant Parasitic Nematodes in Subtropical and Tropical Agriculture. 2ª. Ed. Cambridge, MA: CABI Publishing. Pp. 645-674. 2005.

DINARDO-MIRANDA, L. L.; NOVARETTI, W. R. T.; MORELLI, J. L.; NELLI, E. J. Comportamento de variedades de cana-de-açúcar em relação a Meloidogyne javanica em condições de campo. Nematologia Brasileira, v. 19, n. 2, p. 60-66, 1995.

MOURA, R. M.; ALMEIDA, A. V. Estudos preliminares sobre a ocorrência de fitonematóides associados à cana-de-açúcar em áreas de baixa produtividade agrícola no estado de Pernambuco. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE NEMATOLOGIA, 5, 1981, Piracicaba. Anais... Piracicaba, 1981. p. 213-220.

NOVARETTI, W. R. T.; CARDERÁN, J. O.; CARPANEZI, A.; RODRIGUES, J. C. S. Comportamento de três variedades de cana-de-açúcar em relação ao nematóide das lesões das raízes Pratylenchus zeae GRAHAM, 1951. Nematologia Brasileira, v. 12, p. 110-120, 1988.

OOSTENBRINK, R. Major characteristics of the relation between nematodes and plants. Mededeelingen der Landbouw-Hoogeschool, v. 66, p. 1-46, 1966.

SEVERINO, J. J.; DIAS-ARIEIRA, C. R.; TESSMANN; D. J.; SOUTO, E. R. Identificação de populações de Meloidogyne spp. parasitas da cana-de-açúcar na região Noroeste do Paraná pelo fenótipo da isoenzima esterase. Nematologia Brasileira, v. 33, n. 3, p. 206-21, 2008.

Page 19: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

19

DESENVOLVIMENTO DA PARTE AÉREA DE MILHO SUBMETIDO À

APLICAÇÃO DE TORTA DE FILTRO

Cleber de Oliveira Santini1; Antonio Nolla1; Eduardo Jamir P. Vila2 e Thiago R.

B. da Silva1

Primeiro autor: Apresentador. [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama

-PR

2Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR

INTRODUÇÃO

O crescente interresse pelo cultivo de culturas comerciais em áreas de solos

arenosos, é decorrente da expansão do setor agrícola no país, a qual nos últimos

anos sofre expansão em virtude da geração de alimentos. Contudo, estes solos são

caracterizados pelos baixos teores de argila (<150 g Kg-1), elevados teores de

alumínio (>0,5 cmolc kg-1) e elevada acidez, condições estas que tornam

indispensável a utilização de fertilizantes químicos ou orgânicos para o cultivo de

culturas com elevado potencial produtivo (Nolla et al., 2009). Uma alternativa

utilizada em solos arenosos tem sido a utilização de resíduos orgânicos, por

apresentarem menores problemas relacionados à volatilização e lixiviação de

nutrientes, quando comparados à fontes minerais. Esta prática vem sendo

empregada em áreas de cultivo com cana de açúcar, de forma que os resíduos

oriundos do processo industrial da cana de açúcar são utilizados como fertilizante

orgânico (Nardin, 2007).

Nardin (2007) estudando a aplicação de torta de filtro (60 t ha-1), em Argissolo

(250 g Kg-1 de argila), observou que os teores de Ca e P no solo, aumentaram 14 e

2,25 vezes respectivamente em relação aos teores originais do solo. Perante a

escassez de bibliografia para solos arenosos, objetivou-se determinar a influência da

aplicação de torta de filtro no desenvolvimento de milho e nos atributos químicos de

um Latossolo Vermelho distrófico psamítico, bem como estabelecer critérios e

dosagens ideais de fertilização.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi instalado um ensaio na área experimental da Universidade Estadual de

Maringá, campus de Umuarama. No ano de 2009, coletaram-se amostras de um

Page 20: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

20

Latossolo Vermelho distrófico psamítico arenoso, originalmente sob campo natural,

cuja descrição dos atributos químicos (0-20 cm) está apresentada na Tabela 1.

Coletaram-se amostras do Latossolo, as quais foram secas e peneiradas.

Acondicionou-se 3 kg do solo em colunas de PVC (20 x 15 cm). Incorporou-se, no

solo, doses de torta de filtro equivalentes a 0, 25, 50, 100, 200 e 400 t ha-1.

Tabela 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo Vermelho

distrófico psamítico sob campo natural

pH Al3+

Ca2+

Mg2+

K+ P V m Argila

H2O ...................cmolc dm-3

................... ..........mg dm-3

..........

........% ........ g kg-1

5,30 0,2 1,67 0,63 74,29 6,30 36,78 7,43 120

Ca2+

, Mg2+,

Al3+

- extraídos com KCl 1 mol L-1

P, K – extraídos com Melhlich 1

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro

repetições. Cultivou-se milho (2 plantas por vaso), por 45 dias, mantendo-se a

umidade próxima à capacidade de campo. Aplicou-se 90 kg ha-1 de N (sulfato de

amônio), 50% na emergência e 50% após 15 dias. No final do cultivo, as plantas de

milho foram cortadas rente ao solo, determinando-se o diâmetro do caule (região do

coleto), altura das plantas, massa de matéria verde e seca das partes aérea e

radicular. O solo proveniente das colunas foi seco e peneirado (2 mm), determinado-

se o pH H2O, Ca+2, Mg+2, Al+3, K+ e P, todos conforme Tedesco et al. (1995). Os

resultados foram submetidos à análise de variância pelo software SISVAR e as

médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As equações obtidas através da relação dos atributos químicos do solo e as

doses crescentes de torta de filtro apresentaram significância (Tabela 2) para os

atributos pH-H2O, Ca, Mg, saturação por bases e saturação por alumínio. A partir da

primeira derivada das equações de regressão descritas na Tabela 2, as quais

relacionam atributos químicos do solo com parâmetros de planta, pode-se calcular o

máximo obtido pelos atributos químicos do solo a fim de se determinar um critério

para fertilização com uso da torta de filtro. A aplicação da torta de filtro aumentou o

pH e reduziu a saturação por alumínio no solo, (Tabela 3). Resultado este associado

Page 21: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

21

ao efeito quelante da matéria orgânica sobre o alumínio e diminuição da acidez,

atribuindo propriedades corretivas de acidez a este resíduo (KORNDOFER E

ANDERSON, 1997).

Tabela 2: Equações de regressão relacionando atributos químicos do solo e doses de

torta de filtro aplicadas em um Latossolo Vermelho Psamítico

ATRIBUTOS QUÍMICOS PARÂMETROS PLANTA EQUAÇÃO AJUSTE

pH ÁGUA

MASSA SECA PARTE AÉREA Y = - 46,067X² + 520,27X - 1451,4 0,63**

ALTURA PLANTA Y = - 85,127X² + 968,09X - 2664,9 0,63**

MASSA SECA RADICULAR Y = - 124,55X² + 1405,9X - 3889,8 0,66**

Ca2+

MASSA SECA PARTE AÉREA Y = - 0,356X² + 4,2419X + 5,3886 0,47 n.s.

ALTURA PLANTA Y = - 0,8039X² + 10,527X + 57,197 0,54**

MASSA SECA RADICULAR Y = - 0,9426X² + 11,112X + 45,788 0,50 n.s.

Mg2+

MASSA SECA PARTE AÉREA Y = - 19,144X² + 32,788X + 4,5592 0,52**

ALTURA PLANTA Y = - 38,23X² + 70,83X + 57,673 0,56**

MASSA SECA RADICULAR Y = - 51,537X² + 87,75X + 43,089 0,55**

K+

MASSA SECA PARTE AÉREA Y = - 0,0134X² + 0,5056X + 9,8345 0,34 n.s.

ALTURA PLANTA Y = - 0,0457X² + 2,3247X + 57,185 0,30 n.s.

MASSA SECA RADICULAR Y = - 0,0355X² + 1,3052X + 57,66 0,36 n.s.

P2O5

MASSA SECA PARTE AÉREA Y = - 0,0013X² + 0,1791X + 11,63 0,44 n.s.

ALTURA PLANTA Y = - 0,0029X² + 0,4393X + 72,683 0,46 n.s.

MASSA SECA RADICULAR Y = - 0,0036X² + 0,4764X + 62,01 0,47 n.s.

V%

MASSA SECA PARTE AÉREA Y = - 0,0215X² + 2,1301X - 33,535 0,71**

ALTURA PLANTA Y = - 0,04X² + 4,1132X - 15,138 0,77**

MASSA SECA RADICULAR Y = - 0,0573X² + 5,6588X - 57,685 0,73**

m%

MASSA SECA PARTE AÉREA Y = - 0,2285X² + 1,6747X + 13,873 0,44 n.s.

ALTURA PLANTA Y = - 0,1181X² - 0,5902X + 81,17 0,56**

MASSA SECA RADICULAR Y = - 0,6682X² + 5,241X + 67,377 0,42 n.s.

**significativo a 5% de probabilidade; n.s.=. não significativo

Page 22: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

22

No presente trabalho, o ponto de máximo de torta de filtro aumentou a

concentração de cálcio em 3,92 vezes, o que certamente está atribuído à baixa

concentração (6,50%) de Ca no resíduo testado. Em relação ao Mg, observou-se

que, na média, o melhor desenvolvimento da cultura do milho ocorreu quando foi

alcançado 0,88 cmolc dm-3, observando-se significância para todos os atributos do

milho testados.

Tabela 3: Valores de referência para índices de fertilidade do solo baseadas no

máximo atingido pelos atributos químicos de um Latossolo Vermelho

PARÂMETROS PLANTA

ATRIBUTOS QUÍMICOS

pH ÁGUA Ca2+

Mg2+

V m

2,5:1 --------cmolc dm-3

-------- -------------%-------------

MASSA SECA PARTE AÉREA 5,6 - 0,86 49,54 - ALTURA PLANTA 5,7 6,55 0,93 51,41 2,49 MASSA SECA RADICULAR 5,6 - 0,85 49,38 -

MÉDIA 5,6 6,55 0,88 50,11 2,49

O melhor desenvolvimento dos parâmetros de milho foi verificado quando a

saturação por bases atingiu o valor de 50,11% (Tabela 3), resultado este inferior ao

valor de 65%, atualmente utilizado como critério de calagem para o estado do

Paraná (Caires et al., 2000). O melhor desenvolvimento dos parâmetros do milho

ocorreu quando aplicou-se, na média, 177 t ha-1 de torta de filtro, o que pode ser

considerado como dosagem ideal de fertilização para o solo arenoso testado (Tabela

4). Este critério obtido é superior às 62 t ha-1 de torta de filtro considerada como

dosagem ideal para o cultivo do algodoeiro (Pereira et al., 2005).

TABELA 4: Valores de referência para doses de torta de filtro baseadas no máximo

atingido pelos atributos das plantas de milho cultivadas em um Latossolo

PARÂMETROS PLANTA DOSE DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

MASSA SECA PARTE AÉREA 168 ALTURA PLANTA 184 MASSA SECA RADICULAR 179 MÉDIA 177

CONCLUSÃO

A aplicação da torta de filtro disponibilizou Ca e Mg no solo e demonstrou

poder corretivo, por aumentar o pH e reduzir a saturação por alumínio no solo. O

melhor desenvolvimento do milho foi atingido com a aplicação média de 177 t ha-1 de

Page 23: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

23

torta de filtro, onde o pH (H2O), saturação por bases, Ca e Mg apresentavam valores

de 5,6 e 50,11%, 6,55 e 0,88 cmolc dm-3, respectivamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAIRES, E. F.; BANZATTO, D. A; FONSECA A.F. Calagem Superfície em Sistema de Plantio Direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.24, p.161-169, 2000.

KORNDOFER, G. H.; ANDERSON, D. L. Use and impact of sugar-alcohol residues vinasse and filter cake on sugarcane production in Brazil. Sugar y Azucar, Englewood Cliffs, NJ., n. 92, v. 3, p. 26-35, 1997.

NARDIN, R. R. Torta de filtro aplicada em argissolo e seus efeitos agronômicos em duas variedades de cana de açúcar colhidas em duas épocas. 2007. 51 f. Dissertação (Mestrado - Área de Conc. Tecnologia de Produção Agrícola) - IAC, 2007.

NOLLA, A.; PALMA, I. P.; SANDER, G.; VOLK, L. B. S.; Silva, T. R. B. Desenvolvimento de milho submetido à aplicação de calcário e silicato de cálcio em um Argissolo arenoso do noroeste paranaense. Revista cultivando o saber, v. 2, p. 154-162, 2009.

PEREIRA, J. R. et al. Adubação orgânica com torta de filtro de cana de açúcar no algodoeiro semiperene BRS 200 no cariri cearense. In: V Congr.Br. Alg., 2005.

TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A.; BOHNEN, H. & VOLKWEISS, S.J. Análise de solo, plantas e outros materiais. 2.ed. Porto Alegre, UFRGS, 1995. 174p. (Boletim Técnico, 5)

Page 24: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

24

DESEMPENHO DE SEMENTES DE CRAMBE, COM E SEM PERISPERMA,

SUBMETIDAS A CONDIÇÕES SIMULADAS DE ESTRESSE HÍDRICO

Yara Camila Fabrin Cabral 1; Marizangela Rizzatti Ávila2; Willian Fagner

Pereira1; Erick Zobiole Marinélli1;

Primeiro Autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama-PR.

2 Instituto Agronômico do Paraná, Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-PR.

INTRODUÇÃO

O crambe (Crambe abyssinica) é uma planta pertencente à família

Brassicaceae, que segundo Neves et al. (2007), possui alta rusticidade e alta

quantidade de óleo em suas sementes, de 26 a 38%, o que o coloca como cultura

potencial para a produção de biocombustível.

Esta brássica não pode ser utilizada na alimentação humana, pois é

composta de grande quantidade de ácido erúcico, o qual é destinado para produção

de lubrificantes, anti-corrosivos entre outros subprodutos industriais. Além destes

usos, o crambe pode ser mais uma opção para o sistema de rotação de culturas.

As sementes do crambe possuem formato esférico e são revestidas por uma

estrutura tegumentar denominada perisperma, a qual tem sido apontada como um

dos fatores que retardam os processos fisiológicos da germinação. Além do

perisperma, a restrição hídrica também pode atrasar a germinação.

A germinação rápida e uniforme é essencial para o estabelecimento de um

bom estande no campo, o qual contribuirá para um bom rendimento da cultura e

aumentará a capacidade competitiva da mesma com as plantas daninhas, podendo

assim representar diminuição nos custos de produção.

Atualmente, não existem estudos que demonstrem os efeitos da restrição

hídrica em atributos fisiológicos das sementes como germinação e vigor.

Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo identificar o desempenho

de sementes com e sem perisperma submetidas a diferentes condições simuladas

de estresse hídrico.

Page 25: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

25

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Análise de Sementes do

curso de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá – Campus Regional de

Umuarama, utilizando sementes da variedade SMS Brilhante.

Foi composto por um fatorial 6X2, sendo um tratamento para simular o

estresse hídrico, onde se utilizou diferentes potenciais osmóticos: 0 (água); - 0,2; -

0,4; - 0,6; - 0,8; e - 1MPa conseguidos com diferentes concentrações de polietileno

glicol, e o outro com sementes com e sem perisperma. A retirada do perisperma das

sementes foi de forma manual tendo o cuidado para que não ocorressem danos

mecânicos. Para estudar o desempenho das sementes com e sem perisperma sob

estresse hídrico simulado foram realizados os seguintes testes:

Teste de germinação - foi conduzido utilizando-se oito repetições de 50

sementes colocadas para germinar dentro de gerbox e sobre quatro folhas de papel

germitest umedecidas 2,5 vezes o seu peso com as soluções dos potenciais

descritos anteriormente. Após a montagem do teste, as caixas foram levadas para

um germinador tipo “Mangelsdorf” regulado a temperatura constante de 20ºC. As

avaliações foram efetuadas aos quatro (primeira contagem, indicativo de vigor) e

sete dias (contagem final), computando-se a porcentagem de plântulas normais

(Brasil, 1992).

Teste de emergência em areia: realizado utilizando-se quatro linhas

(repetições) de 100 sementes colocadas para germinar em substrato de areia,

umedecida com 60% de sua capacidade de retenção de água, com as mesmas

soluções utilizadas para o teste de germinação. As sementes foram semeadas em

sulcos longitudinais na bandeja a profundidade de 1cm e espaçamento entre linhas

de 5cm. Este teste foi conduzido a temperatura ambiente, realizando-se contagens

diárias das plântulas emergidas. Foram consideradas emergidas aquelas plântulas

que estavam com os cotilédones acima do nível do leito da areia (BRASIL, 1992).

Velocidade de emergência: realizada em conjunto com o teste de emergência

em areia. Para o cálculo de velocidade de emergência utilizou-se a fórmula proposta

por EDMOND & DRAPALA (1958).

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado. Os dados foram

submetidos a análise de variância e quando houve interação desdobraram-se os

Page 26: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

26

dados. Os tratamentos com e sem perisperma foram comparados pelo teste F e a

avaliação dos potenciais por análise de regressão, ambos a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio da análise de variância foi possível verificar que a interação entre os

diferentes níveis de potencial osmótico e a presença ou ausência de perisperma foi

significativa para todas as variáveis analisadas, exceto para o vigor (Tabela 1).

Tabela 1. Avaliação das sementes de crambe com e sem perisperma em cada

concentração de polietileno glicol em relação a germinação, primeira

contagem da germinação, velocidade de emergência em areia,

emergência de plântulas em areia.

Pela análise de regressão não foi possível encontrar ajustes matemáticos que

expliquem o comportamento das sementes de crambe através do estresse hídrico

simulado. Contudo a Figura 1 A, B, C e D mostra que à medida que o potencial

osmótico vai diminuindo, ou seja, conforme a restrição hídrica aumenta, há redução

da germinação, vigor, velocidade de emergência em areia e porcentagem de

emergência em areia, chegando próximo a zero a partir do potencial -0,2 para as

sementes com e sem perisperma. A exceção da germinação onde a redução torna-

se próxima a zero no potencial -0,4 para sementes com perisperma e -0,6 para

sementes sem.

Perisperma

Concentração de Polietileno Glicol Germinação (%)

0 -0,2 -0,4 -0,6 -0,8 -1,0 Ausência 65 a 48 a 12 a 0 0 0 Presença 52 b 17 b 1 b 0 0 0 Primeira contagem da germinação (%) Ausência 26 a 2 a 0 0 0 0 Presença 36 a 0 a 0 0 0 0 Velocidade de emergência das plântulas em areia (dias) Ausência 7 a 0 0 0 0 0 Presença 9 b 0 0 0 0 0 Emergência de plântulas em areia (%) Ausência 63 a 0 0 0 0 0 Presença 39 b 0 0 0 0 0

Page 27: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

27

A B

C D

Figura 1 - Germinação (A), primeira contagem da germinação (B), velocidade de

emergência (C) e porcentagem de emergência de plântulas em areia (D)

em função de diferentes potenciais osmóticos.

No teste de velocidade de emergência em areia, notou-se a inibição da

germinação a partir do potencial -0,2, contradizendo o teste de germinação. Tal

resultado deve-se, provavelmente, ao fato do teste de emergência em areia ter sido

conduzido em condições de temperatura e umidade ambiente.

CONCLUSÃO

A retirada do perisperma das sementes de crambe não alterou sua

sensibilidade à restrição hídrica.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. Regras para análise de

sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p.

EDMOND, J.B.; DRAPALA, W.J. The effects of temperature, sand and soil, and

acetone on germination of okra seeds. Proceedings of American Society of

Horticultural Science, v. 71, n. 2, p. 428-434, 1958.

NEVES, M. B.; TRZECIAK, M. B.; VINHOLES, P. S.; TILLMAN, A. C.; VILLELA, F. A.

Qualidade fisiológica de sementes de crambe produzidas em Mato Grosso do

Sul. Universidade Federal de Pelotas: Pelotas, 2007.

Page 28: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

28

DESEMPENHO AGRONÔMICO E TEORES DE ÓLEO E PROTEÍNAS NAS

SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA SOB APLICAÇÃO DE GLYPHOSATE EM

DIFERENTES ESTÁDIOS

André Felipe M. Silva¹; Magnum R. da Silva¹; Leandro P. Albrecht¹; Éder P.

Gomes²; André P. Barbosa¹; Matheus A. Mendes¹

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama - PR

²Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Agrárias, Dourados – MS.

INTRODUÇÃO

O glyphosate pode causar estresse, mesmo em plantas de soja RR, para as

quais é seletivo, ou seja, não possui ação herbicida, mas pode gerar efeito fitotóxico,

afetar a eficiência no uso da água, a fotossíntese e o balanço nutricional (ZOBIOLE

et al. 2010; ZOBIOLE et al., 2009a; ZOBIOLE et al. 2009b; ALBRECHT et al., 2008).

Qualquer estresse acarreta efeito negativo sobre o crescimento e desenvolvimento

normal das espécies vegetais (TAIZ; ZEIGER, 2004). Existem prováveis

conseqüências do uso de glyphosate em pós-emergência na cultura da soja RR,

como alterações diretas na nutrição de mineral das plantas de soja, no caso do Mn e

outros nutrientes, como N, Ca, Mg, Fe e Cu, podem ter seus níveis alterados sob a

aplicação de glyphosate (HUBER et al., 2004; GORDON, 2006; SANTOS et al.,

2007). Sabe-se também que as plantas de soja RR possuem em seu interior

resíduos de AMPA (ácido aminometilfosfônico), produto da degradação do

glyphosate, após a aplicação de glyphosate (REDDY et al., 2004). O aumento na

dose de glyphosate pode elevar o conteúdo de AMPA, potencializando assim o

efeito fitotóxico desse metabólito (REDDY et al., 2004). Além de outra alterações na

fisiologia da planta (ZOBIOLE et al, 2009) decorrentes do uso do glyphosate e que

podem afetar diretamente o desempenho da cultura da soja.

Portanto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a performance

agronômica e os teores de óleo e proteínas das sementes de soja transgênica sob

aplicação do herbicida glyphosate.

Page 29: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

29

MATERIAL E MÉTODOS

A área experimental foi instalada no Campus Regional de Umuarama (CAU)

da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no município de Umuarama, na região

noroeste do Estado do Paraná. Os manejos agrotecnológicos na cultura da soja

seguiram as recomendações da Embrapa Soja (2008). Foi utilizado no experimento,

a cultivar de soja CD 219 RR, pertencente ao grupo de maturação médio. As

sementes de soja da cultivar em questão foram semeadas no mês de novembro do

ano agrícola de 2009/2010. Para as avaliações foi utilizada uma área útil de 5,4 m².

Os tratamentos avaliados consistem da pulverização foliar de glyphosate (Roundup

Ready®) nas doses 0, 1440 e 2880 g.i.a ha-1, em dois estádios fenológicos (V6 e R2).

Foram efetuadas as seguintes determinações: altura média das plantas,

estande, inserção da primeira vagem, número de vagens por planta, massa de cem

sementes, produtividade, teores de óleo e proteína.

O delineamento experimental utilizado foi em blocos completos com

tratamentos casualizados, com quatro repetições e, arranjo fatorial 2X3 (dois

estádios e três doses). Atendidas as pressuposições básicas, os dados foram

submetidos à análise de variância e, independente da significância pelo teste F

(P<0,05), nas interações, prosseguirão os desdobramentos necessários para

diagnosticar possíveis efeitos da interação. A análise de regressão foi utilizada para

verificar o comportamento das variáveis, em função das doses de glyphosate

aplicados via foliar, em nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os resultados obtidos caracterizou-se efeito significativo (P<0,05) para

diferentes variáveis, como altura de planta, número de vagens por planta, massa de

cem sementes (Tabela 1), produtividade e teores de proteínas. Destaca-se que para

os caracteres altura de planta, massa de cem sementes e proteínas, ocorreram

resultados negativos da aplicação de glyphosate, quando o mesmo foi aplicado no

estádio reprodutivo. Enquanto, para as variáveis, número de vagens e produtividade

(Figura 1), foram ajustados modelos de regressão linear decrescente para o efeito

principal doses, evidenciando a diminuição no desempenho agronômico,

independente do estádio de aplicação.

Page 30: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

30

Tabela 1. Massa de 100 sementes e produtividade obtidas de sementes de soja transgênica

sob aplicação de glyphosate em diferentes estádios.

Doses

(g.i.a ha-1)

Massa de cem sementes (g) Produtividade (kg ha-1)

V6 R2 V6 R2

0 14,32 A 14,49 A 3875,16 3434,83

1440 14,26 A 14,07 A 3446,66 3342,71

2880 14,79 A 12,72 B 2349,69 2617,93

Média 14,46 13,76 3223,84 3131,83

* Médias acompanhadas de letras maiúsculas iguais, na linha, não diferem entre si pelo teste F, a 5% de probabilidade.

Figura 1. Regressões lineares para número de vagens de soja transgênica e produtividade de soja sob aplicação de glyphosate.

Os efeitos negativos caracterizados provavelmente se relacionam ao

potencial de injúria ou a ação deletério do glyphosate, como constatado na literatura

pertinente (HUBER et al., 2004; REDDY et al., 2004; GORDON, 2006; ZOBIOLE et

al, 2009).

CONCLUSÃO

O desempenho agronômico e os teores de proteína são afetados

negativamente com o aumento da dose de glyphosate, até o nível de 2880 g.i.a ha -1,

especialmente comprometedor em aplicações no reprodutivo.

Page 31: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

31

REFERÊNCIAS

ALBRECHT, L.P.; ALONSO, D.G.; OLIVEIRA JR, R.S.; BRACCINI, A.L.; ALBRECHT, A.J.P.; BARBOSA, M.C.; CONSTANTIN, J.; ÁVILA, M.R. Efeito do manejo de glyphosate em pós-emergência nos componentes de produção e na qualidade das sementes de soja. In: XVIII Congreso de la Asociación Latinoamericana de Malezas; e XXVI Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, 2008, Ouro Preto. Anais..., 2008.

GORDON, B. Adubação com manganês em soja convencional e soja resistente ao glyphosate. Informações Agronômicas, n. 117, p. 6, 2007.

HUBER, D.M. What about glyphosate-induced manganese deficiency. Fluid Journal, p. 20-22, 2007.

REDDY, K.N.; RIMANDO, A.M.; DUKE, S.O. Aminomethylphosphonic acid, a metabolite of glyphosate, causes injury in glyphosate-treated, glyphosate-resistant soybean. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v.52, p.5139-5143, 2004.

REDDY, K. N.; ZABLOTOWICZ, R. M. Glyphosate-resistant soybean response to various salts of glyphosate and glyphosate accumulation in soybean nodules. Weed Science, v. 51, p. 496- 502, 2003.

SANTOS, J.B., FERREIRA, E.A., REIS, M.R.; SILVA, A.A.; FIALHO, C.M.T.; FREITA, M.A.M. Avaliação de formulações de glyphosate sobre soja Roundup Ready. Planta daninha, Viçosa, v. 25, n. 1, p. 165-171, 2007.

TAIZ, L.; ZEIGER. Fisiologia vegetal. 3.ed.Tradução E. R. Santarém. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719p.

ZOBIOLE, L. H. S.; OLIVEIRA JUNIOR, R. S.; KREMER, R.J. ; CONSTANTIN, J. ; YAMADA, T.; CASTRO, C.; OLIVEIRA, F. A.; OLIVEIRA JUNIOR, A.. Effect of glyphosate on symbiotic N2 fixation and nickel concentration in glyphosate-resistant soybeans. Applied Soil Ecology, v. 44, p. 176-180, 2010.

ZOBIOLE, L. H. S.; OLIVEIRA JUNIOR, R.S.; BONATO, C.M. ; MUNIZ, A.S. ; CASTRO, C. ; OLIVEIRA, F. A. ; CONSTANTIN, J. ; OLIVEIRA JUNIOR, A.. Effet of increasing doses of glyphosate on water use efficiency and photosynthesis in glyphosate-resistant soybeans. In: VIII World Soybean Research Conference, 2009, Summaries: Beijing. Weed and Its Management, 2009a.

ZOBIOLE, L. H. S.; OLIVEIRA JUNIOR, R. S.; HUBER, D.M.; CONSTANTIN, J.; CASTRO, C.; OLIVEIRA, F. A.; OLIVEIRA JUNIOR, A.. Glyphosate reduces shoot concentrations of mineral nutrients in glyphosate-resistant soybeans. Plant and Soil, v. 321, p. 4, 2009b.

Page 32: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

32

DESEMPENHO DAS PLANTAS DE TRIGO SOB EFEITO DE REGULADORES DE

CRESCIMENTO E DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

André Felipe M. Silva1; André P. Barbosa1; Matheus A. Mendes1; Lucas B.

Battisti1 ; Leandro P. Albrecht1; Alfredo Jr. P. Albrecht2

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama - PR

2Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR

INTRODUÇÃO

Reguladores vegetais são compostos orgânicos que, em baixas

concentrações, inibem, promovem ou modificam processos morfológicos e

fisiológicos nas plantas. Essas substâncias naturais ou sintéticas podem ser

aplicadas diretamente nas plantas, com o objetivo de interferir em diversos

processos fisiológicos e/ou morfológicos, provocando alterações nos processos

vitais e estruturais das plantas, com a finalidade de incrementar a produção,

melhorar a qualidade e facilitar a colheita. A ação dessas substâncias depende das

condições ambientais, assim como das características e potencialidades genéticas

das plantas (VIEIRA; MONTEIRO, 2002).

A interação entre reguladores de crescimento e adubação nitrogenada vem

sendo muito estudada, pois o nitrogênio é um dos nutrientes absorvidos em maior

quantidade pela cultura do trigo e também pode ser o mais limitante para a mesma

(FANCELLI; DOURADO NETO, 1996). Porém muito ainda precisa ser elucidado

para melhores recomendações em nível de campo, portanto, é importante avaliar a

relação entre o aporte de N e reguladores de ação promotora, assim como

retardadores de crescimento.

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos dos biorreguladores

STIMULATE® e do MODDUS®, aplicados via foliar e combinados a diferentes doses

de nitrogênio em cobertura, nas características agronômicas da cultura do trigo.

Page 33: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

33

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado em área localizada na Fazenda do Centro

Avançado de Umuarama (CAU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no

município de Umuarama, região noroeste do Estado do Paraná. No experimento foi

utilizada a cultivar de trigo BRS 220, ciclo de maturação médio.

Para os tratamentos foram utilizado os reguladores de crescimento

STIMULATE® e MODDUS®, na quantidade de 400 mL ha-1, através de pulverização

foliar entre o primeiro e o segundo nó visível, combinadas com diferentes doses de

nitrogênio (0; 45; 90; 135 e 180 kg N ha-1), aplicadas no mesmo estádio, constituindo

um fatorial 2X5.

Avaliou-se o crescimento das plantas (a partir de mensuras em diferentes

estádios da cultura), a altura de plantas no florescimento, massa fresca de plantas e

massa seca de plantas.

O delineamento experimental foi com blocos casualizados, com 3 repetições,

em arranjo fatorial. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância a

5% de probabilidade e quando significativas, foram efetuados os desdobramentos

necessários. O teste F foi conclusivo para diferenciar as médias entre os

reguladores e foi realizada análise de regressão de regressão (P<0,05) para o

tratamento quantitativo, doses de N.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de variância dos dados indicou efeito significativo (P<0,05) apenas

dentro do desdobramento da interação regulador de crescimento X doses de N, para

a variável altura de plantas, enquanto massa fresca e massa seca não apresentaram

diferenças significativas (P<0,05). Para a variável crescimento de plantas foi apenas

efetivado a análise descritiva dos dados.

Para altura de plantas observou-se que o biorregulador MODDUS®, permitiu

valores maiores de altura, dentro da dose de 90 kg ha-1 de N, enquanto que o

biorregulador STIMULATE® foi superior ao MODDUS® dentro da maior dose de N.

Quanto a análise de regressão, o regulador de crescimento, MODDUS®, apresentou

comportamento quadrático em função da elevação na dose de N.

Supõe-se que as esperadas interações entre reguladores de crescimento e

doses de N, não foram possíveis devidos as condições climáticas desfavoráveis

Page 34: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

34

para o crescimento e desenvolvimento da cultura, no que concerne ao estresse

hídrico por falta de água. O déficit hídrico foi marcante, tanto antes como depois das

aplicações da fertilizante nitrogenado, assim como no momento que antecederam e

após a aplicação dos biorreguladores avaliados.

CONCLUSÃO

Diante das condições climáticas constatadas, não foi possível detectar a

expressiva efetividade da ação dos biorreguladores avaliados na cultura do trigo,

assim como sua interação com a adubação nitrogenada.

REFERÊNCIAS

FANCELLI, A.L.; DOURADO NETO, D. Cultura do milho: aspectos fisiológicos e manejo da água. Inf. Agron., v.73, p.1-4, 1996.

VIEIRA, E.L.; MONTEIRO, C.A. Hormônios vegetais. In: CASTRO, P.R.C.; SENA, J.O.A.; KLUGE, R.A. (Eds.). Introdução à fisiologia do desenvolvimento vegetal. Maringá: EDUEM, 2002. p.79-104.

Page 35: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

35

DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO

ARENOSO

Eduardo Jamir Paes Vila2; Antonio Nolla1; Cleber de Oliveira Santini1; Leandro

B. da Silva Volk1

Primeiro autor: Apresentador. [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama

-PR

2Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR

INTRODUÇÃO

O interresse pelo cultivo de culturas comerciais em áreas de solo arenoso

vem se expandindo, vista à ampliação da agricultura brasileira. No entanto, estes

solos são caracterizados tipicamente pela elevada acidez, baixa concentração de

nutrientes e pelo baixo potencial produtivo devido às suas características

granulométricas (NOLLA & ANGHINONI, 2004). O cultivo do solo nessas condições

é dificultado sendo indispensável à utilização de fertilizantes químicos ou orgânicos

para obtenção de altos rendimentos em lavouras comerciais como o milho. De

acordo com Korndofer & Anderson (1997), a utilização de resíduos da indústria

sucroalcooleira como a vinhaça, em áreas de cultivo, favorece a obtenção de altos

rendimentos em lavouras comerciais, bem como na ascensão da fertilidade destes

solos.

Imthurn et al. (2008), trabalhando com doses crescentes de vinhaça no

desenvolvimento da cultura do milho concluíram que a fertilização orgânica

promoveu aumento no desenvolvimento e produtividade. Por sua vez, Pereira et al.

(1992), em um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, observou melhor

desenvolvimento e acúmulo de massa seca e verde da parte aérea da planta de

milho, quando adicionados 400 m3 ha-1 de vinhaça. Apesar da literatura existente

quanto à utilização de resíduos da indústria sucroalcooleiro em culturas como o

milho, é necessário o desenvolvimento de estudos capazes de estabelecer critérios

e dosagens da vinhaça a ser aplicada em condições de solos arenosos.

Assim objetivou-se estudar o desenvolvimento do milho submetido à

aplicação de doses crescentes de vinhaça, com vistas a estabelecer critérios e

Page 36: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

36

dosagem ideal deste resíduo para um Latossolo Vermelho distrófico psamítico

arenoso.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), campus

Regional de Umuarama (CAU), no período de fevereiro a março de 2009, utilizando-

se como base experimental um Latossolo Vermelho distrófico psamítico (LVd) de

textura arenosa sob mata natural, coletado na camada de 0 - 20 cm, cujos atributos

químicos e físicos originais estão descritos na Tabela 1. O solo foi peneirado, seco e

acondicionando cerca de 3 kg em colunas de PVC (20 x 15 centímetros), onde

posteriormente foi semeado milho (hibrido duplo IPR119) permanecendo 2 plantas

por vaso após o desbaste. Após a emergência das plântulas de milho, aplicou-se

superficialmente vinhaça nas doses equivalentes a 0, 100, 200, 400 e 800 m3 ha-1. O

delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com cinco

tratamentos e quatro repetições.

TABELA 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo

Vermelho distrófico psamítico sob campo natural.

pH Al3+

Ca2+

Mg2+

K+ P V m Argila

H2O ...................cmolc dm-3

................... ..........mg dm-3

..........

........% ........ g kg-1

5,30 0,2 1,67 0,63 74,29 6,30 36,78 7,43 120

Ca2+

, Mg2+,

Al3+

- extraídos com KCl 1 mol L-1

P, K – extraídos com Melhlich 1

O milho foi cultivado por 45 dias, mantendo-se a umidade próxima à

capacidade de campo. Durante a condução do experimento, aplicou-se nitrogênio na

dosagem de 90 kg ha-1 de N , aplicando-se sulfato de amônio em duas parcelas

(50% cada uma). Na colheita, as plantas de milho foram cortadas rente ao solo,

determinando o diâmetro do caule (região do coleto) altura das plantas, massa de

matéria verde e seca das partes aérea e radicular. Os resultados foram submetidos

à análise de variância pelo software SISVAR e as médias comparadas pelo teste de

Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Page 37: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

37

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As equações que relacionam a performance das plantas de milho e adição de

vinhaça apresentaram significância para todos os parâmetros avaliados, com alto

ajuste para o modelo de regressão quadrático (R2> 0,77). Esses resultados indicam

que a aplicação de vinhaça como adubo orgânico contribuiu para o incremento no

desenvolvimento das plantas de milho (Tabela 2), concordando com Imthurn et al.

(2008). No entanto, nos tratamentos onde aplicou-se a maior dose do fertilizante

(800 m3 ha-1), as plantas apresentaram redução significativa de performance.

Provavelmente isto ocorreu devido a um desequilíbrio nutricional, salinidade ou

toxicidade de nutrientes como potássio ou sódio (BRITO et al., 2005).

TABELA 2: Equações de regressão (e sua significância) relacionando parâmetros de

plantas de milho e doses de vinhaça

PARÂMETROS PLANTA EQUAÇÃO AJUSTE SIGNIFICÂNCIA

MASSA VERDE PARTE AÉREA Y = - 0,0006X² + 0,6121X + 44,725 0,88** P > 0,005

MASSA SECA PARTE AÉREA Y = - 8E-05X² + 0,0838 + 6,1312 0,87** P > 0,005

ALTURA PLANTA Y = - 0,0002X² + 0,1915X + 51,716 0,93** P > 0,005

DIÂMETRO CAULE Y = - 4E-05X² + 0,0403 + 13,004 0,77** P > 0,005

MASSA VERDE RADICULAR Y = - 0,0005X² + 0,55X + 62,063 0,85** P > 0,005

MASSA SECA RADICULAR Y = - 0,0003X² + 0,3537X + 45,168 0,85** P > 0,005

**significativo a 5% de probabilidade

Com base nas equações de regressão obtidas na Tabela 2, pode-se calcular

o desenvolvimento máximo obtido pelos atributos da planta. Observou-se que o

máximo desenvolvimento dos atributos das plantas de milho foram alcançados entre

as doses de 481 e 589 m3 ha-1, com média de 526 m3 ha-1 de vinhaça (Tabela 3).

Assim, pode-se observar que a dosagem recomendada de vinhaça a ser adicionada

para a fertilização orgânica do Latossolo Vermelho Psamítico estudado apresentou-

se superior ao recomendado (400 m3 ha-1) por Pereira et al. (1992). Esta maior

quantidade de vinhaça necessária para atingir o melhor desenvolvimento do milho

pode ser atribuída ao solo estudado apresentar condição de fertilidade baixa

(saturação por bases = 36,78%). No entanto, é importante observar que este solo

apresenta concentração de argila de 120 g kg-1 (Tabela 1). Nessas condições,

poderia-se pré-supor que dosagens altas de vinhaça (>400 m3 ha-1) possam

provocar problemas quanto à contaminação do lençol freático com elementos como

Page 38: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

38

o sódio e o potássio, uma vez que a recomendação de vinhaça varia entre 60 a 250

m3 ha-1, dependendo do tipo de solo (RAIJ et al., 1997). Por outro lado, utilizando-se

a fórmula elaborada pela CETESB (CETESB, 2006), para estabelecer a dosagem

máxima permitida para utilização no solo, observou-se que a dosagem de 526 m3 foi

55,4% menor que a dosagem máxima recomendada nessas condições (1.176 m3 ha-

1). Assim, pode-se concluir que a dosagem média de 526 m3 ha-1 de vinhaça

determinada no trabalho para o desenvolvimento mais adequado do Hibrido IPR119

não devera ocasionar problemas de contaminação do solo e lençol freático.

TABELA 3: Valores de referência para doses de vinhaça baseadas no máximo

atingido pelos atributos das plantas de milho

PARÂMETROS PLANTA DOSE DE VINHAÇA (m3 ha

-1)

MASSA VERDE PARTE AÉREA 510

MASSA SECA PARTE AÉREA 526

ALTURA PLANTA 479

DIÂMETRO CAULE 504

MASSA VERDE RADICULAR 550

MASSA SECA RADICULAR 589

MÉDIA 526

CONCLUSÃO

O melhor desenvolvimento dos parâmetros agronômicos do hibrido IPR119

foram atingidos utilizando doses entre 481 e 589 m3 ha-1 de vinhaça, sendo em

média a dose ideal caracterizada em 526 m3 ha-1.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITO, F. L.; ROLIM, M. M.; PEDROSA, E. M. R. Teores de potássio e sódio no lixiviado e em solos após a aplicação de vinhaça. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, p.52-56, 2005.

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Norma Técnica P4.231 – Vinhaça - Critérios e Procedimentos para Aplicação no Solo Agrícola. São Paulo: CETESB, Janeiro, 2006.

Page 39: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

39

IMTHURN, A. C. P.; CARMELLO, Q. A. de C.; ANTI, G. R. Uso de vinhaça granulada como fertilizante em milho: produção de material seco. ESAQ, USP, 2008.

KORNDOFER, G. H.; ANDERSON, D. L. Use and impact of sugar-alcohol residues vinasse and filter cake on sugarcane production in Brazil. Sugar y Azucar, Englewood Cliffs, NJ., n. 92, v. 3, p. 26-35, 1997.

NOLLA, A.; ANGHINONI, I. Métodos utilizados para a correção da acidez do solo no Brasil. Revista Ciências Exatas e Naturais, Guarapuava, v. 6, n.1, p. 97-111, 2004.

PEREIRA, J. P. et al. Efeito da adição de diferentes dosagens de vinhaça a um latossolo vermelho-amarelo distrófico na germinação e vigor de sementes de milho. Rev. Bras. Sementes, v. 14, n. 2, p. 147-150, 1992.

RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. (Ed.). Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico/Fundação IAC, 1997. 285p. (Boletim Técnico, 100).

Page 40: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

40

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE TORTA DE FILTRO NO DESENVOLVIMENTO

RADICULAR DA CULTURA DO MILHO CULTIVADA EM SOLO ARENOSO

Eduardo Jamir Paes Vila2; Antonio Nolla1; Cleber de Oliveira Santini1 e Thiago

R. B. da Silva1

Primeiro autor: Apresentador. [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama

-PR

2Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR

INTRODUÇÃO

Em função do aumento das áreas agricultáveis no Brasil ao longo dos anos,

cresce a demanda de se cultivar em solos arenosos, o que certamente irá modificar

formas e dosagens de fertilização para estas condições. Tais solos apresentam

baixos teores de argila (< 150 g Kg-1), elevada acidez e baixa concentração de

nutrientes (SOUSA & LOBATO, 2004). As características químicas e físicas destes

solos reduzem à produção de lavouras comerciais sendo fundamental a utilização de

fertilizantes químicos ou orgânicos para a melhoria e manutenção da produtividade

(NOLLA et al., 2009).

Com a crescente expansão de áreas cultivadas em solos de menor potencial

produtivo, uma alternativa bastante implementada é a adubação orgânica. Esta

prática apresenta menores problemas quanto à volatilização e lixiviação de

nutrientes, quando comparados às fontes minerais. Como vantagem, os resíduos

provenientes do processo de industrialização da cana de açúcar (torta de filtro) são

utilizados como fertilizante orgânico nas áreas de cultivo (SANTOS et al., 2008),

repondo parte dos nutrientes extraídos. Nardin (2007) estudando a aplicação de

torta de filtro (60 t ha-1), em Argissolo (250 g Kg-1 de argila), descreve maior

concentração das raízes na camada 0–20 cm profundidade utilizado o resíduo.

Apesar dos trabalhos relacionados à fertilização orgânica, ainda são necessários

estudos capazes de estabelecer dosagens ideais e recomendação de utilização de

torta de filtro em solo arenoso.

Page 41: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

41

O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de estudar o desenvolvimento

radicular de milho submetido à fertilização com doses crescentes de torta de filtro,

afim de estabelecer sua dosagem ideal na cultura do milho.

MATERIAL E MÉTODOS

Utilizou-se de um Latossolo Vermelho distrófico psamítico de textura arenosa

sob mata natural, cujos atributos químicos originais (0 - 20 cm) estão descritos na

Tabela 1. O trabalho foi realizado na Universidade Estadual de Maringá, campus

Regional de Umuarama, no ano de 2009. Coletaram-se amostras do Latossolo, as

quais foram secas e peneiradas. Acondicionou-se 3 kg do solo em colunas de PVC

(20 x 15 cm) incorporando- se as doses de torta de filtro equivalentes a 0, 25, 50,

100, 200 e 400 t ha-1.

TABELA 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo

Vermelho distrófico psamítico sob campo natural

pH Al3+

Ca2+

Mg2+

K+ P V m Argila

H2O ...................cmolc dm-3

................... ..........mg dm-3

..........

........% ........ g kg-1

5,30 0,2 1,67 0,63 74,29 6,30 36,78 7,43 120

Ca2+

, Mg2+,

Al3+

- extraídos com KCl 1 mol L-1

P, K – extraídos com Melhlich 1

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro

repetições. Cultivou-se duas plantas de milho por vaso conduzidas por 45 dias,

mantendo-se a umidade próxima à capacidade de campo. Aplicou-se 90 kg ha-1 de

N na forma de sulfato de amônio, 50% na emergência e 50% após 15 dias. Na

colheita, o solo foi peneirado para a retirada das raízes das plantas. Foi obtida a

massa de matéria seca e fresca do sistema radicular. Retirou-se uma alíquota das

raízes, as quais foram armazenadas em freezer para quantificação do comprimento

radicular (TENNANT, 1975). O raio radicular foi estimado pela fórmula (r0=((V/L) x

π)1/2) descrita por Barber (1995). Os resultados foram submetidos à análise de

variância pelo software SISVAR e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade de erro. Estabeleceram-se relações entre os parâmetros

radiculares das plantas de milho e a dosagem de torta de filtro aplicada.

Page 42: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

42

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação de doses crescentes de torta de filtro aumentou o comprimento,

raio e o acúmulo de matéria seca radicular (Figura 1), entretanto a maior dose de

torta de filtro aplicada (400 t ha-1) reduziu o desenvolvimento radicular.

Provavelmente isto ocorreu devido à aplicação excessiva do fertilizante, o que pode

ter ocasionado um desequilíbrio nutricional (GIGLIOTI et al., 1999). Observando-se

as relações entre doses de torta de filtro e parâmetros radiculares das plantas de

milho, percebe-se um alto ajuste e significância para todas as relações obtidas.

y = -0,0008x2 + 0,2643x + 57,217 R

2 = 0,61**

30

40

50

60

70

80

90

0 50 100 150 200 250 300 350 400

DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

M.

SE

CA

RA

DIC

UL

AR

(g

co

lun

a-1

)

y = -8E-07x2 + 0,0004x + 0,1338 R

2 = 0,89**

0,13

0,14

0,15

0,16

0,17

0,18

0,19

0 50 100 150 200 250 300 350 400

DOSES TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

RA

IO R

AD

ICU

LA

R (

cm)

**significativo a 5% de probabilidade

Figura 1. Relação entre a aplicação de doses crescentes de torta de filtro e a massa

de matéria seca (A) do sistema radicular, comprimento radicular (B) e

raio radicular (C) da cultura de milho.

Baseando-se nas equações de regressão descritas nos gráficos da Figura 1,

pode-se calcular o máximo desenvolvimento radicular atribuído a cultura de milho, a

partir da primeira derivada das equações. Assim, observa-se que o máximo

desenvolvimento dos atributos do sistema radicular foi obtido com doses entre 165 e

B

C

A

y = -0,3017x2 + 109,05x + 19636 R

2 = 0,72**

14

16

18

20

22

24

26

28

30

0 50 100 150 200 250 300 350 400

DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

CO

MP

RIM

EN

TO

RA

DIC

UL

AR

(m

)

B

Page 43: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

43

250 t ha-1 (Tabela 2), sendo que a média obtida foi de 199 t ha-1, dose esta

considerada como ideal para cultivo de milho no Latossolo Vermelho Psamítico

arenoso. A maior dose de torta (199 t ha-1) recomendada no presente trabalho pode

ser atribuída à condição do solo (arenoso), uma vez que a torta de filtro propicia um

incremento no aumento na CTC do solo (RODELLA et al., 1990), aliado às

condições de elevada acidez e baixa concentração de nutrientes (Tabela 1) do solo

testado.

Tabela 2: Valores de referência para doses de torta de filtro baseadas no

desenvolvimento do sistema radicular das plantas de milho

PARÂMETROS DA PLANTA DOSE DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

MASSA SECA RADICULAR 165

COMPRIMENTO RADICULAR 181

DIÂMETRO RADICULAR 250

MÉDIA 199

CONCLUSÃO

A aplicação de torta de filtro aumentou o desenvolvimento radicular das

plantas de milho. O melhor desenvolvimento do sistema radicular da cultura de milho

foi atingido com a aplicação média de 199 t ha-1 de torta de filtro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBER, S.A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1995. 414p

GIGLIOTI, E. A.; ZAVAGLIA, L.; MENEZES, L. L.; MOURA, G. L. de & MATSUOKA, S. Resistência e tolerância a ferrugem da cana de açúcar: O caso da RB 835486. Araras: UFSC, 1999.

NARDIN, R. R. Torta de filtro aplicada em argissolo e seus efeitos agronômicos em duas variedades de cana de açúcar colhidas em duas épocas. 2007. 51 f. Dissertação (Mestrado - Área de Concentração em Tecnologia de Produção Agrícola) - IAC, 2007.

Page 44: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

44

NOLLA, A.; PALMA, I. P.; SANDER, G.; VOLK, L. B. S.; SILVA, T. R. B. Desenvolvimento de milho submetido à aplicação de calcário e silicato de cálcio em um Argissolo arenoso do noroeste paranaense. Revista cultivando o saber, v. 2, p. 154-162, 2009.

RODELLA, A. A.; SILVA, L. C. F. DA; FILHO, J. O. Effects of filter cake application on sugarcane yields. Turrialba, v.40, n.3, p.323-326, 1990.

SANTOS, D.H.; TIRITAN, C.S.; FOLONI, J.S.S.; JUNQUEIRA FILHO, R.G.; LEONI JUNIOR, R. Resposta do milho submetido a adubação fosfatada organo-mineral com diferentes doses de torta de filtro. In.: FERTBIO, 2008, Londrina. Anais. Londrina: EMBRAPA, 2008, Cd Rom.

SOUSA, D.M.; LOBATO, E. Cerrado: Correção do solo e adubação. 2.ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 416 p.

TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length. J Appl. Ecol. 63:995-1001, 1975.

Page 45: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

45

PERFILHAMENTO DE CANA DE AÇÚCAR E ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM

ARGISSOLO SUBMETIDO A DOSES DE CALCÁRIO E ESCÓRIA DE

SIDERURGIA

Cleber de Oliveira Santini1; Antonio Nolla1; Eduardo Jamir Paes Vila2 e Leandro

B. da Silva Volk1

Primeiro autor: Apresentador. [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama

-PR

2Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR

INTRODUÇÃO

O Brasil, com área canavieira de 4,5 milhões de hectares, é o maior produtor

de cana de açúcar do mundo com 343.700.000 de toneladas e uma produtividade de

66,2 t ha-1 (safra 2003/2004), responsável por mais de 25% da produção mundial. O

Paraná é o segundo maior estado produtor, com 30 milhões de toneladas (CASER

et al., 2004). Para que a produtividade se mantenha, é fundamental a aplicação de

corretivos de acidez. O controle da acidez do solo é efetuado com a aplicação de

oxidrilas, capazes de neutralizar os prótons em solução. Tal como o calcário, as

escórias têm sido utilizadas para a correção da acidez, as quais liberam cálcio e/ou

magnésio em solução, além de ânions (SiO3-2), que apresentam a mesma valência

que o ânion carbonato (KORNDÖRFER et al., 2003). Segundo Alcarde & Rodella

(2003), o silicato de cálcio é 6,78 vezes mais solúvel que o carbonato de cálcio,

apresentando um maior potencial para a correção da acidez do solo em

profundidade que o calcário. Apesar dos estudos envolvendo corretivos de acidez do

solo para a cultura da cana de açúcar, ainda são necessários estudos para elucidar

questionamentos a respeito de critérios e dosagens de aplicação destes produtos,

especialmente em solos arenosos. Isto porque a necessidade de calagem é

significativamente inferior a solos com maior teor de argila, em função de sua baixa

capacidade de troca de cátions.

O objetivo do trabalho foi comparar o efeito de dosagens de calcário e silicato

de cálcio sobre os atributos químicos de um Argissolo Vermelho distrófico típico

arenoso cultivado com cana de açúcar.

Page 46: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

46

MATERIAL E MÉTODOS

Utilizou-se de um Argissolo Vermelho Distrófico típico de textura arenosa, sob

mata natural, cuja caracterização química está descrita na Tabela 1.

Tabela 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Argissolo Vermelho

distrófico típico sob campo natural

pH Al3+

Ca2+

Mg2+

K+ P H + Al V Argila

H2O ------------ cmolc. dm-3

------------ -------- mg dm-3

-------- % g kg-1

5,0 0,2 1,0 0,4 78 3,5 3,17 34 120

Ca2+

, Mg2+,

Al3+

- extraídos com KCl 1 mol L-1

P, K – extraídos com Melhlich 1

O experimento foi dessecado com herbicida a base de glyphosate, e na

seqüência arado e gradeado. Os tratamentos foram instalados em parcelas de 4 x 6

metros, aplicando-se superficialmente calcário dolomítico e silicato de cálcio e

magnésio nas doses de 0, 500, 1000 e 2000 kg ha-1 num DBC com 4 repetições, em

esquema fatorial 2 x 5. As mudas da variedade RB 855156 foram colocadas dentro

dos sulcos no dia 10 de agosto de 2009. Na implantação do experimento aplicou-se

750 kg ha-1 do formulado NPK (4-20-20), e duas coberturas (30 e 60 DAE), na dose

de 45 kg ha-1 de nitrogênio (sulfato de amônio). Durante o cultivo da cana de açúcar,

foram contados os perfilhos, na fase inicial da cultura. Após 90 DAE, o solo foi

amostrado determinando-se pH-H2O e pH-CaCl2; Ca, Mg e Al3+ (KCL 1 mol L-1), K e

P disponíveis (TEDESCO et al., 1995).

Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo programa

computacional SISVAR e as médias serão comparadas pelo teste de Tukey ao nível

de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos tratamentos onde aplicou-se calcário e silicato de cálcio, observou-se que

o pH aumentou significativamente, indicando a eficiência dos corretivos (Tabelas 2 e

4) Aplicando-se calcário para elevar a V até 60% (1,0 t ha-1de calcário e silicato de

cálcio), o pH (H2O) atingiu valores considerados adequados (5,5-6,0) para o

crescimento da cana (QUAGGIO, 2000). A aplicação dos corretivos reduziu a

concentração de Al+3, nas duas maiores dosagens (1,0 e 2,0 t ha-1). Percebe-se que

Page 47: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

47

a eficiência do calcário, na primeira avaliação, foi maior que a do silicato de cálcio

aplicado (Tabelas 2 e 4). Isto pode ter ocorrido em função do PRNT do silicato

(68%), gerando menor neutralização da acidez que o calcário PRNT 75,2%

(ALCARDE & RODELLA, 2003).

Tabela 2. Valores de pH (H2O e CaCl2) e teores de Al, P e K de um Argissolo arenoso, submetido à aplicação de doses de calcário para cultura da cana de açúcar

Doses pH Al

3+ K

+ P

H2O CaCl2 ----------------cmolc dm-3

----------- mg dm-3

kg ha-¹

0 5,3 b 4,3 b 0,45 b 0,18 a 4,2 a 500 5,5 b 4,5 b 0,33 b 0,21 a 4,5 a

1000 5,8 a 4,7 b 0,16 a 0,23 a 4,9 a 2000 5,9 a 4,8 a 0,06 a 0,24 a 5,2 a

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si na coluna, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Tabela 3. Valores de soma de bases, saturação por alumínio, cálcio e magnésio

trocáveis, CTC efetiva e número de perfilhos de um Argissolo arenoso, submetido à aplicação de doses de calcário para cultura da cana de açúcar

Doses SB m Ca

+2 Mg

+2 CTC efetiva N

0 de

perfilhos cmolc dm-3 % ---------------cmolc dm

-3---------------

kg ha-¹

0 1,83 c 25,62 c 1,2 c 0,42 c 2,3 c 90 c 500 2,81 c 11,87 b 2,0 b 0,58 bc 3,1 b 108 b

1000 2,93 c 5,70 ab 2,1 b 0,75 b 3,1 b 114 b 2000 3,81 c 1,75 a 2,5 a 1,01 a 3,8 a 124 a

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si na coluna, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Em relação aos nutrientes Ca e Mg, percebe-se um aumento nos teores em

solução com aplicação de corretivo (Tabelas 3 e 5). A aplicação de silicato foi mais

eficiente que o calcário em aumentar os teores de Ca+2, provavelmente devido à

maior quantidade de silicato aplicado no solo (PRNT 68%), o que pode ter

aumentado o teor de Ca no solo, de forma que o teor de Ca foi 28% superior ao

tratamento com mesma dosagem de calcário (2 t ha-1). A aplicação das duas

maiores dosagens (1,0 e 2,0 t ha-1) reduziu a %Al a valores baixos (<6,1%).

Entretanto, observa-se que para o solo testado, a saturação por alumínio original já

está próxima dos 20% (Tabelas 3 e 5).

Page 48: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

48

Tabela 4. Valores de pH (H2O e CaCl2) e teores de Al, P e K de um Argissolo arenoso, submetido à aplicação de doses de silicato para cultura da cana de açúcar

Doses pH Al

3+ K

+ P

H2O CaCl2 ------------------cmolc dm-3

----------- mg dm-3

kg ha-¹

0 5,2 b 4,2 b 0,41 c 0,15 a 3,4 a 500 5,4 b 4,4 b 0,22 b 0,17 a 4,0 a

1000 5,8 a 4,8 b 0,23 b 0,26 a 5,4 a 2000 5,9 a 4,9 a 0,10 a 0,28 a 5,6 a

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si na coluna, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

O silicato de cálcio proporcionou maior estímulo no desenvolvimento dos

perfilhos em relação às parcelas com tratamento de calcário nos tratamentos onde

aplicou-se as duas maiores dosagens (1,0 e 2,0 t ha-1), provavelmente devido ao

silicato ser fonte de Si, e este favorece o aumento na resistência das plantas à

pragas e doenças (KORNDÖRFER et al., 2003)

Tabela 5. Valores de soma de bases, saturação por alumínio, cálcio e magnésio

trocáveis, CTC efetiva e número de perfilhos de um Argissolo arenoso,

submetido à aplicação de doses de silicato para cultura da cana de

açúcar

Doses SB m Ca

+2 Mg

+2 CTC efetiva N

0 de

perfilhos cmolc dm-3 % -------------cmolc dm

-3-------------

kg ha-¹

0 2,01 d 23,20 c 1,5 d 0,34 c 2,4 d 77 c

500 2,83 c 8,85 b 2,0 c 0,51 c 3,0 c 118 b

1000 3,56 b 6,07 b 2,6 b 0,77 b 3,7 b 128 ba

2000 4,54 c 2,22 a 3,2 a 1,04 a 4,6 a 142 a

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si na coluna, pelo teste de Tukey, a 5% de

probabilidade.

CONCLUSÃO

O calcário e o silicato foram igualmente eficientes na correção da acidez do

solo e no fornecimento de cálcio e magnésio no solo. O silicato de cálcio foi mais

eficiente em estimular o perfilhamento das plantas de cana de açúcar.

Page 49: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCARDE, J.A.; RODELLA, A.A. Qualidade e legislação de fertilizantes e corretivos. In: CURI, N.; MARQUES, J.J.; GUILHERME, L.R.G.; LIMA, J.M. de; LOPES, A. S. Tópicos em Ciência do Solo. Viçosa, SBCS, 2003. p. 291-334.

CASER, D.V.; CAMARGO, A.M.M.P. de; FRANCISCO, V.L.F. dos S. et al. Previsões e estimativas das safras agrícolas do Estado de SP. Instituto de

economia agrícola. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/iprevis.htm>. Acesso 24 mai. 2004.

KORNDÖRFER, G.H.; PEREIRA, H.S.; CAMARGO, M.S.– Silicatos de Cálcio e Magnésio na Agricultura. Uberlândia, GPSi/ICIAG/UFU, 2003. 28 p.(Boletim Técnico 01).

QUAGGIO, J.A. Acidez e calagem em solos tropicais. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 2000. 111p.

TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S.J. Análise de solo, plantas e outros materiais. 2.ed. Porto Alegre, UFRGS, 1995. 174p. (Boletim Técnico, 5).

Page 50: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

50

PRODUTIVIDADE DE SEMENTES DE TRIGO PRODUZIDAS SOB DIFERENTES

LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DIFERENTES NÍVEIS DE COBERTURA

VEGETAL

Thiago A. Ortiz1; Lígia M. Maraschi-Silva1; Rafaela A. Migliavacca1;

Marizangela R. Ávila2; Willian F. Pereira1;Erick Z. Marinelli1.

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected].

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR

2Instituto Agronômico do Paraná,Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-Pr.

INTRODUÇÃO

O município de Umuarama, localizado na região do Arenito Caiuá, possui

precipitação anual da ordem de 1.700 mm por ano e apenas dois meses com

precipitações abaixo de 100 mm, julho e agosto (IAPAR, 2010). À primeira vista,

essa situação parece bastante confortável, não justificando a utilização de irrigação

em cultivos anuais. No entanto, devido à baixa capacidade de armazenamento

hídrico do solo desta região a ocorrência de curtos veranicos pode comprometer a

produtividade de trigo.

Segundo MOURA et al. (1993) a precipitação pluviométrica é, dentre os

fatores climáticos, que mais freqüentemente limita o rendimento dos cultivos. Em

regiões de insuficiência pluviométrica, seja em quantidade ou distribuição, o êxito da

atividade agrícola depende da irrigação. LIBARDI (1996) ainda afirma que o

conhecimento das necessidades hídricas para cada fase do ciclo dos cultivos se

torna, cada vez mais, imperioso para o sucesso de qualquer empreendimento

relacionado à irrigação. Experimentos realizados por FRIZZONE & OLITTA (1990)

demonstraram que o trigo é bastante sensível ao déficit de água, obtendo-se as

maiores reduções no rendimento de grãos quando este ocorria entre o início do

florescimento à fase de grãos leitosos.

Este trabalho tem como objetivo comparar diferentes lâminas de irrigação e

níveis de cobertura vegetal no solo e a interação desses fatores sobre a

produtividade das sementes de trigo.

Page 51: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

51

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em área localizada na Fazenda do Campus

Regional de Umuarama em Umuarama - PR, pertencente à Universidade Estadual

de Maringá, em um LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico. Umuarama está

situada a uma latitude de 23º47‟ sul e longitude de 53º14‟ a oeste de Greenwhich,

com altitude de 403 m. O clima predominante na região é do tipo Cfa segundo

classificação de Köppen.

A semeadura foi realizada na segunda quinzena do mês de junho de 2009,

utilizando sementes do cultivar IAPAR 85 em linhas espaçadas a 0,20 m, a

profundidade de 0,02 m, com 350 sementes viáveis para cada metro quadrado.

O experimento caracterizou um fatorial 4x6 organizado em blocos

casualizados com quatro repetições em esquema de parcela subdividida, Cada

parcela foi constituída por doze linhas de 30 m de comprimento cada, e divididas em

seis subparcelas de 5 m de comprimento. As parcelas foram compostas pelos

tratamentos com irrigação, onde utilizou-se quatro lâminas de irrigação (472,75 (sem

irrigação suplementar - água da chuva); 482,74; 494,25 e 511,22 mm de água). A

partir dos coeficientes de cultura (kc) para a cultura do trigo (fase inicial - 0,3 a 0,4;

desenvolvimento - 0,7 a 0,8; fase média - 1,05 a 1,20; fase final - 0,65 a 0,70 e na

colheita - 0,20 a 0,25), aplicadas com auxílio de aspersores, enquanto as

subparcelas foram compostas pelos tratamentos com diferentes níveis de cobertura

morta (feno de Brachiaria brizanta) sobre o solo (0; 3.300; 6.600; 10.000; 13.300;

16.600 kg ha-1).

O manejo da irrigação para os tratamentos irrigados iniciou-se após a

emergência, estes foram manejados a partir de leituras obtidas de um tanque Classe

A. A irrigação foi realizada em esquema de turno de rega fixo, onde a irrigação era

efetuada 3 vezes por semana e a lâmina de irrigação aplicada foi estimada de

acordo com a Etc ocorrida entre os dias de irrigação.

Para as avaliações, foram consideradas as seis linhas centrais, descartando-

se 0,5m de cada extremidade, totalizando, assim, área útil de 4,8m2 por subparcela.

No décimo dia após a maturação fisiológica das sementes as espigas da área

útil de cada parcela e subparcela foram colhidas, debulhadas e limpas manualmente

Page 52: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

52

e com o auxílio de peneira, secas em condições naturais e classificadas em peneira

e posteriormente acondicionadas em sacos de papel kraft.

Após a colheita avaliou-se a produtividade de sementes em kg ha-1 de cada

um dos tratamentos, para isso foi determinado o grau de umidade das sementes foi

por meio do método de estufa a 1051oC (Brasil, 1992) e corrigido para 13 %. Em

seguida, determinou-se a massa de mil sementes (g), por meio da pesagem de oito

sub-amostras de 100 sementes, para cada repetição de campo, com o auxílio de

balança analítica com precisão de um miligrama, multiplicando-se os resultados por

10 (Brasil, 1992). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e à

desdobramentos na interação entre os tratamentos considerando a significância do

teste de Fischer a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos estão dispostos nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Produtividade em kg ha-1 sementes de trigo produzidas sob diferentes

lâminas de irrigação e diferentes níveis de cobertura vegetal.

Umuarama-PR, 2009.

Conforme pode ser observado nas Tabelas apresentadas (1 e 2), embora

haja algumas pequenas diferenças entre os resultados, a análise de variância dos

dados revelou que não houve efeito significativo entre os tratamentos, a 5% de

Lâmina de

Irrigação

(mm)

Níveis de cobertura morta sobre o solo (Kg ha-1)

0 3.300 6.600 10.000 13.300 16.600

472,75 1881 1761 1523 1508 1579 940

482,74 1546 989 1022 1024 1130 559

494,25 1999 1568 1778 1279 1358 1636

511,22 1641 1807 1463 1303 1375 1667

C.V. (a) 27

C.V. (b) 31

Page 53: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

53

probabilidade. As diferentes lâminas de irrigação não alteraram significativamente a

produtividade, tal fato pode ser explicado considerando que a precipitação foi

constante e bem distribuída durante o ciclo da cultura.

Tabela 2. Massa em gramas de 1000 sementes de trigo produzidas sob diferentes

lâminas de irrigação e diferentes níveis de cobertura vegetal. Umuarama-

PR, 2009.

CONCLUSÕES

Efetuando a análise dos resultados obtidos não se constata diferenças

significativas entre os mesmos, pois as chuvas ocorreram de maneira bem

distribuídas em todo o ciclo da cultura e desta forma os efeitos e benefícios da

irrigação e da cobertura do solo podem ter sido subestimados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de

sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p.

FRIZZONE, J.A. & OLITTA, A.F.L. Efeitos da supressão de água em diferentes fases

do crescimento e na produção do trigo. Engenharia Rural, Piracicaba, v.1, n.1, p.23-

36; 1990.

IAPAR. Cartas climáticas do Paraná. Disponível em: <http://www.iapar.br/>. Acesso

em 08 jul. de 2010.

Lâmina de

Irrigação

(mm)

Níveis de cobertura morta sobre o solo (Kg ha-1)

0 3.300 6.600 10.000 13.300 16.600

472,75 4 4 4 4 4 4

482,74 4 4 4 5 4 4

494,25 4 4 4 4 4 4

511,22 4 4 4 4 4 4

C.V. (a) 10

C.V. (b) 7

Page 54: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

54

LIBARDI, V.C. de M. Efeitos de diferentes níveis de irrigação e do déficit hídrico na

produção do feijoeiro. Piracicaba, 1996. (Mestrado – Escola Superior de Agricultura

“Luiz de Queiroz”/USP).

MOURA, M.V.T. de; BOTREL, T.A.; FRIZZONE, J.A.; MARQUES JÚNIOR, S.

Determinação do consumo de água na cultura da cenoura (Daucus carota L.)

através do método lisimétrico. Engenharia Rural, Piracicaba, v. 4, p.88-101, 1993.

Page 55: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

55

QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE SOJA

TRANSGÊNICA SOB APLICAÇÃO DE GLYPHOSATE EM DIFERENTES

ESTÁDIOS

André P. Barbosa1; Allan V. Sacuchi1; Leandro P. Albrecht1; Éder P. Gomes2;

André Felipe M. Silva1; Matheus A. Mendes1

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

¹Universidade Estadual de Maringá, Depto de Ciências Agronômicas - Campus de Umuarama – PR.

²Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Agrárias, Dourados – MS.

INTRODUÇÃO

A soja tem grande importância no sistema de produção brasileiro e mundial,

isso tem exigido a constante reformulação, adaptação de tecnologias, como o

manejo do herbicida glyphosate, aplicado em pós-emergência na cultura da soja

RR®. No entanto, problemas como no balanço nutricional após aplicação de

glyposate, tem sido observado e estudado. Nutrientes como N, Ca, Mg, Fe, Mn e Cu,

podem ter seus níveis alterados com a aplicação de glyphosate (HUBER et al.,

2004; GORDON, 2006; SANTOS et al., 2007). Plantas como problemas nutricionais

ou demais alterações fisiológicas oriundas do uso do glyphosate (ZOBIOLE et al.,

2009), tendem a possuir sementes mal formadas, implicando em sementes menos

aptas fisiologicamente (MARCOS FILHO, 2005).

Sabe-se que as plantas de soja RR possuem em seu interior resíduos de

AMPA (ácido aminometilfosfônico), produto da degradação do glyphosate, após a

aplicação de glyphosate (REDDY et al., 2004). O AMPA acumulado nas sementes

pode ser um agente nocivo na fisiologia da semente, desencadeando distúrbios que

levam a plântulas anormais (DUKE et al., 2003).

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica e sanitária

de sementes de soja RR submetida a aplicação de glyphosate em diferentes

estádios de desenvolvimento.

MATERIAS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na fazenda experimental e laboratório de

tecnologia de sementes do Centro Avançado de Umuarama (CAU-UEM),

pertencente a Universidade Estadual de Maringá, e localizado no município de

Page 56: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

56

Umuarama, noroeste do Estado do Paraná. Na implantação a campo foi utilizada

cultivar de soja CD 219 RR®, de ciclo de maturação médio, semeada em 15 de

novembro de 2009. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos

casualizados com quatro repetições, em arranjo fatorial de 2X3, onde dois

representou os estádios de aplicação (V6 e R2) do herbicida glyphosate (Roundup

Ready®) e três as doses em pós-emergência (0, 1440 e 2880 g e.a. ha-1). A área útil

das parcelas foi constituída de 5,4 m², sendo que todos os demais manejos

agrotecnológicos necessários foram realizados segundo recomendações da

Embrapa (2008).

A qualidade fisiológica e sanitária foi avaliada através de testes de

germinação, primeira contagem do teste de germinação (vigor), matéria fresca e

seca de plântulas, comprimento de plântulas e raízes e pelo teste de tetrazólio. A

qualidade sanitária foi avaliada por meio do método do papel-filtro, segundo

metodologia descritas por NAKAGAWA (1999) e BRASIL (2009).

Os dados foram submetidos à análise de variância e, independente da

significância pelo teste F (P<0,05), nas interações, prosseguirão os desdobramentos

necessários para diagnosticar possíveis efeitos da interação. Em complemento, os

dados foram submetidos a análise de regressão para verificar o comportamento das

variáveis, em função das doses de glyphosate em nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em todas as variáveis (relacionadas a germinação, vigor, desempenho de

plântulas e tetrazólio) foi possível observar diferenças significativas (P<0,05), com

exceção para sanidade. Desse modo, os resultados indicaram que o aumento nas

doses de glyphosate interferiram apenas na qualidade fisiológica das sementes.

Nas Figuras 1 e 2 encontram-se dispostos os ajustes significativos do modelo

de regressão linear decrescente para as variáveis germinação (Figura 1 A), vigor

(Figura 1 B) e tetrazólio (2 A e B). Apenas para germinação foi possível discriminar o

comportamento das doses dentro de cada estádio. As demais variáveis como

comprimento de plântulas, matéria fresca e matéria seca, também apresentaram

tendência linear decrescente para variáveis vigor e tetrazólio (1-3 e 1-5).

Page 57: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

57

Figura 1 – Porcentagem de plântulas normais para germinação (A) e vigor de sementes (B)

de soja CD 219 RR®, submetida a aplicação de glyphosate em diferentes estádios.

Figura 2 – Viabilidade - A (tetrazólio 1-5) e vigor - B (tetrazólio 1-3) das sementes de soja

CD 219 RR®, submetida a aplicação de glyphosate em diferentes estádios.

Os resultados corroboram com observados por Albrecht et al. (2007; 2008) e

são entendidos a partir da premissa de que injúrias que afetem a fisiologia do

desenvolvimento podem gerar sementes com menor aptidão fisiológica, e portanto,

com menor germinabilidade e vigor decorrente.

CONCLUSÃO

A aplicação de glyphosate pode interferir negativamente na qualidade

fisiológica das sementes de soja CD219 RR quando aplicado em doses de 1440 a

2880 g e.a. ha-1 nos estágios V6 e R2.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBRECHT, L.P.; OLIVEIRA JR, R.S.; BRACCINI, A.L.; ALONSO, D.G.; BARBOSA, M.C.; ALBRECHT, A.J.P. Componentes de produção e qualidade fisiológica e sanitária de sementes de soja RR em resposta a aplicação de glyphosate. In: I Simpósio Internacional sobre Glyphosate, 2007, Botucatu. Anais... Botucatu : UNESP, 2007.

Page 58: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

58

ALBRECHT, L.P.; ALONSO, D.G.; CONSTANTIN, J.; OLIVEIRA JR, R.S.; BRACCINI, A.L.; BARBOSA, M.C.; ALBRECHT, A.J.P. ; BIFFE, D.F. Qualidade fisiológica e sanitária das sementes de soja RR em resposta ao uso do glyphosate; em misturas ou isolados; aplicados seqüencialmente. In: XVIII Congresso de la Asociación Latinoamericana de Malezas; e XXVI Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, 2008, Ouro Preto. Anais..., 2008.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Brasília, DF: Secretaria de Defesa agropecuária, 2009. 399 p.

DUKE, S.O.; RIMANDO, A.M.; PACE, P.F.; REDDY, N.K.; SMEDA, R.J. Isoflavone, glyphosate, and aminomethylphosphonic acid levels in seeds of glyphosate-treated, glyphosateresistant soybean. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v. 51, p. 340-344, 2003.

EMBRAPA SOJA. Tecnologias de produção de soja – região central do Brasil – 2008. Londrina: Embrapa Soja; Embrapa Cerrados; Embrapa Agropecuária Oeste, 2008. 280p. (Sistemas de Produção, 12).

GORDON, B. Manganese nutrition of glyphosate-resistant and conventional soybeans. In: Great Plains Soil Fertility Conference Proceeding. Denver, CO, March 7-8, 2006, p. 224-226.

HUBER, D.M. What about glyphosate-induced manganese deficiency. Fluid Journal, p. 20-22, 2007.

MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq, 2005. 495p.

NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.; FRANCA NETO, J.B. (Eds.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.2.1 - 2.24

REDDY, K.N.; RIMANDO, A.M.; DUKE, S.O. Aminomethylphosphonic acid, a metabolite of glyphosate, causes injury in glyphosate-treated, glyphosate-resistant soybean. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v.52, p.5139-5143, 2004.

SANTOS, J.B., FERREIRA, E.A., REIS, M.R.; SILVA, A.A.; FIALHO, C.M.T.; FREITA, M.A.M. Avaliação de formulações de glyphosate sobre soja Roundup Ready. Planta daninha, Viçosa, v. 25, n. 1, p. 165-171, 2007.

ZOBIOLE, L. H. S. ; OLIVEIRA JUNIOR, R.S.; BONATO, C.M. ; MUNIZ, A.S. ; CASTRO, C. ; OLIVEIRA, F. A. ; CONSTANTIN, J. ; OLIVEIRA JUNIOR, A. . Effect of increasing doses of glyphosate on water use efficiency and photosynthesis in glyphosate-resistant soybeans. In: VIII World Soybean Research Conference, 2009, Summaries: Beijing. Weed and Its Management, 2009.

Page 59: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

59

DOSES DE VINHAÇA E DESENVOLVIMENTO RADICULAR DA CULTURA DO

MILHO CULTIVADO EM LATOSSOLO ARENOSO DO NOROESTE

PARANAENSE

Cleber de Oliveira Santini1; Antonio Nolla1; Eduardo Jamir Paes Vila2 e Leandro

B. da Silva Volk1

Primeiro autor: Apresentador. [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama

-PR

2Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR

INTRODUÇÃO

O cultivo de milho vem sendo amplamente difundido nos últimos anos no

País, em decorrência do aumento da população e geração de alimentos, além de ser

uma alternativa economicamente viável para o cultivo de outono/inverno. Por sua

vez, o cultivo de milho em condições de solos arenosos é dificultado devido ao baixo

potencial produtivo, decorrente da baixa concentração de nutrientes, baixos teores

de argila (<150 g Kg-1) e elevados teores de alumínio (>0,5 cmolc kg-1) (NOLLA et al.,

2009). De acordo com Korndofer e Anderson (1997), a utilização de resíduos da

indústria sucroalcooleira como a vinhaça, em áreas de cultivo, favorece a obtenção

de altos rendimentos em lavouras comerciais, bem como na ascensão da fertilidade

destes solos. Bebé et al. (2008) trabalhando com cinco doses equivalentes de

vinhaça para recomendação de potássio para a cultura de milho em Argissolo (206 g

Kg-1 argila), relata que o máximo desenvolvimento do sistema radicular do milho foi

atingido quando utilizados 25% da necessidade de potássio com vinhaça,

complementados com 75% de potássio mineral. Apesar das pesquisas existentes

quanto à utilização de vinhaça, é necessário o desenvolvimento de estudos capazes

de estabelecer recomendações de utilização deste resíduo para solos arenosos.

Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento radicular do

milho submetido à aplicação de doses crescentes de vinhaça e estabelecer

recomendação de utilização deste resíduo para solos arenosos da região noroeste

do Paraná.

Page 60: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

60

MATERIAL E MÉTODOS

Utilizou-se de um Latossolo Vermelho distrófico psamítico de textura arenosa

sob mata natural, cujos atributos químicos originais (0-20 cm) estão descritos na

Tabela 1. O trabalho foi realizado na Universidade Estadual de Maringá, campus

Regional de Umuarama, no ano de 2009. Coletaram-se amostras do solo, as quais

foram secas e peneiradas. Acondicionou-se 3 kg do solo em colunas de PVC (20x15

cm). A semeadura ocorreu em vasos de 3,5 litros, permanecendo duas plantas por

vaso após o raleio. Após o raleio, aplicou-se superficialmente vinhaça nas doses

equivalentes a 0,100, 200, 400 e 800 m3 ha-1. O delineamento experimental utilizado

foi em blocos casualizados com quatro repetições.

Tabela 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo Vermelho

distrófico psamítico sob campo natural

pH Al3+

Ca2+

Mg2+

K+ P V m Argila

H2O ...................cmolc dm-3

................... ..........mg dm-3

..........

........% ........ g kg-1

5,30 0,2 1,67 0,63 74,29 6,30 36,78 7,43 120

Ca2+

, Mg2+,

Al3+

- extraídos com KCl 1 mol L-1

P, K – extraídos com Melhlich 1

O milho foi cultivado por 45 dias, mantendo-se a umidade próxima à

capacidade de campo. Aplicou-se nitrogênio na dosagem de 90 kg ha-1 de N, sendo

a aplicação parcelada em duas vezes utilizando como fonte o sulfato de amônio. Na

colheita, o solo foi peneirado para a retirada das raízes das plantas. Foi obtida a

massa de matéria seca e fresca do sistema radicular. Retirou-se uma alíquota das

raízes, as quais foram armazenadas em Freezer para quantificação do comprimento

radicular (TENNANT, 1975). O raio radicular foi estimado pela fórmula (r0=((V/L) x

π)1/2) descrita por Barber (1995). Os resultados foram submetidos à análise de

variância pelo software SISVAR e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Figura 1 pode ser observado que a relação entre o desenvolvimento

radicular e a aplicação de doses de vinhaça apresentou ajuste de 85% (R2> 0,85).

Page 61: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

61

No entanto, a aplicação de doses excessivas (800 m3 ha-1) reduziu a capacidade do

sistema radicular se desenvolver, provavelmente em função de um possível

desequilíbrio nutricional e salinização do solo (BRITO et al., 2005). O

desenvolvimento radicular do milho aumentou à medida que foram adicionadas

doses crescentes de vinhaça, concordando com os resultados obtidos por Bebé et

al. (2008), sendo o máximo desenvolvimento radicular atingido entre as doses de

550 e 667 m3 ha-1, com média de 617 m3 ha-1 (Tabela 2).

y = -0,0005x2 + 0,55x + 62,063 R

2 = 0,85**

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

0 100 200 300 400 500 600 700 800

DOSES DE VINHAÇA (m³ ha-1

)

M.

FR

ES

CA

RA

DIC

UL

AR

(g

co

lun

a-1

)

y = -8E-05x2 + 0,1062x + 2,2679 R

2 = 0,86**

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

DOSES DE VINHAÇA (m3 ha

-1)

CO

MP

RIM

EN

TO

RA

DIC

UL

AR

(m

)

**significativo a 5% de probabilidade

Figura 1. Relação entre a aplicação de doses crescentes de vinhaça e a massa de

matéria fresca (A) e seca (B) do sistema radicular, comprimento radicular

(C) e raio radicular (D) da cultura de milho, cultivada em um Latossolo

arenoso.

Bebé et al. (2008) descreve em seu trabalho que este fato pode estar

associado ao tempo de incubação do solo com a vinhaça, o qual possui tendência

de acidificação no inicio do processo e após um período de reação com o solo

resulta na neutralização direta da acidez (H+) ou indireta por meio de geração de

íons O2 que se combina com os íons H+ formando água. Pode-se afirmar que a

A

C D

y = -0,0003x2 + 0,3537x + 45,168 R

2 = 0,85**

20

40

60

80

100

120

140

160

0 100 200 300 400 500 600 700 800

DOSES DE VINHAÇA (m³ ha-1

)

M.

SE

CA

RA

DIC

UL

AR

(g

co

lun

a-1

)

B

y = -3E-07x 2 + 0,0004x + 0,1345 R 2 = 0,89** 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28

0 100 200 300 400 500 600 700 800 DOSES DE VINHAÇA (m3 ha -1

)

RA

IO R

AD

ICU

LAR

(cm

)

D

Page 62: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

62

dosagem ideal para a fertilização orgânica do solo testado é de 617 m3 ha-1, fato

discordantes dos resultados obtidos por pesquisas que descrevem como dosagens

ideais para a fertilização do solo o uso de 400 (Pereira et al., 1992) e de 60 a 250 m3

ha-1 (Raij et al., 1997). No entanto, é necessário destacar que a variação das

dosagens recomendadas está intimamente ligada à textura do solo.

Tabela 2: Valores de referência para doses de vinhaça baseadas no

desenvolvimento do sistema radicular das plantas de milho cultivadas em

Latossolo arenoso

PARÂMETROS PLANTA DOSE DE VINHAÇA (m3 ha

-1)

MASSA VERDE RADICULAR 550

MASSA SECA RADICULAR 589

COMPRIMENTO RADICULAR 664

RAIO RADICULAR 667

MÉDIA 617

CONCLUSÃO

A aplicação de doses crescentes de vinhaça aumentou de forma significativa

o desenvolvimento radicular da cultura de milho. O melhor crescimento radicular foi

obtido quando se aplicou uma dose média de 617 m3 ha-1 de vinhaça.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBER, S.A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1995. 414p.

BEBÉ, F. V. et al. Desenvolvimento do milho e alterações químicas em solo sob aplicação de vinhaça. Rev. Biol. Ciên. Terra, v. 8, n. 2, 2008.

BRITO, F. L.; ROLIM, M. M.; PEDROSA, E. M. R. Teores de potássio e sódio no lixiviado e em solos após a aplicação de vinhaça. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, p.52-56, 2005.

KORNDOFER, G. H.; ANDERSON, D. L. Use and impact of sugar-alcohol residues vinasse and filter cake on sugarcane production in Brazil. Sugar y Azucar, Englewood Cliffs, NJ., n. 92, v. 3, p. 26-35, 1997.

Page 63: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

63

NOLLA, A.; PALMA, I. P.; SANDER, G.; VOLK, L. B. S.; SILVA, T. R. B. Desenvolvimento de milho submetido à aplicação de calcário e silicato de cálcio em um Argissolo arenoso do noroeste paranaense. Revista cultivando o saber, v. 2, 2009.

PEREIRA, J. P. et al. Efeito da adição de diferentes dosagens de vinhaça a um latossolo vermelho-amarelo distrófico na germinação e vigor de sementes de milho. Rev. Bras. Sementes, v. 14, n. 2, p. 147-150, 1992.

RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. (Ed.). Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico/Fundação IAC, 1997. 285p. (Boletim Técnico, 100).

TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length. J Appl. Ecol.. 63:995-1001, 1975.

Page 64: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

64

PRODUTIVIDADE, QUALIDADE E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES DE

GIRASSOL (Helianthus annuus L.) CULTIVADO SOB DIFERENTES Kc

Rafaela Alenbrant Migliavacca1; Kalina Sala Michelan1; Thiago Alberto Ortiz1;

Lígia Maria Maraschi-Silva1; Marizangela Rizzatti Ávila2 e Éder Pereira Gomes1

Primeiro Autor: Apresentador. E-mail:[email protected]

1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama-Pr.

2 Instituto Agronômico do Paraná,Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-Pr.

INTRODUÇÃO

O girassol destaca-se como a quarta oleaginosa em produção de grãos e a

quinta em área cultivada no mundo e apresenta características agronômicas

importantes, como maior resistência à seca, ao frio. Apresenta ampla adaptabilidade

às diferentes condições edafoclimáticas e seu rendimento é pouco influenciado pela

latitude, pela altitude e pelo fotoperíodo. Apresentando-se como uma opção nos

sistemas de rotação e sucessão de culturas. Além de o seu óleo possuir excelentes

características físico-químicas e nutricionais, para o consumo humano, outra

vantagem é a possibilidade de associação do cultivo do girassol com a apicultura, e

dá sua utilização como alimento animal (silagem e torta) e do seu potencial para

produção de biodiesel.

As necessidades hídricas do girassol ainda não estão perfeitamente definidas.

Segundo Carter (1978) a necessidade hídrica do girassol vai aumentando com o

desenvolvimento da planta, partindo de valores ao redor de 0,5 a 1,0 mm por dia

durante fase de semeadura à emergência para um máximo de 6 a 7mm por dia na

fase de floração e maturação dos aquênios, decrescendo após este período.

O município de Umuarama, localizado na região do Arenito Caiuá, possui

precipitação anual da ordem de 1.700 mm por ano e apenas dois meses com

precipitações abaixo de 100 mm, julho e agosto. À baixa capacidade de

armazenamento hídrico do solo desta região e a ocorrência de curtos veranicos

durante o ciclo da cultura, podem comprometer tanto a produção como a qualidade

das sementes de girassol, principalmente em fases que são consideradas críticas

para a cultura, sendo de fundamental importância a utilização de complementação

hídrica.

Page 65: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

65

Considerando que a irrigação, praticada de forma suplementar pode se tornar

uma opção de garantia tanto de quantidade quanto de qualidade de sementes de

girassol torna-se crucial a realização de pesquisa nesta área, com o objetivo

produzir sementes com qualidade utilizando-se irrigação.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em Umuarama-PR, na área localizada na

Fazenda do Campus Regional de Umuarama pertencente à Universidade Estadual

de Maringá. O local possui clima, Cfa e está situado a uma latitude de 23º47‟sul e

longitude de 53º14‟ a oeste de Greenwhich, com altitude de 403 m, e solo

classificado como LATOSSOLO VERMELHO Distrófico.A semeadura foi realizada

no mês de outubro de 2008 utilizando sementes do cultivar AGUARÁ 4, distribuída

em linhas espaçadas a 0,70 m e 0,30 m entre plantas. A adubação e correção do

solo foram realizadas de acordo com recomendações de CASTRO & FARIAS (2005)

e com base nas características químicas do solo.

O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com cinco

tratamentos e quatro repetições de campo, onde quatro tratamentos

corresponderam aos diferentes coeficientes de cultura (Kc) e a testemunha apenas

água das chuvas ocorridas durante o período de condução do experimento. Cada

parcela apresentou área de 9 m2, sendo compostas por cinco linhas com 10 plantas

cada. Para irrigação foram utilizados quatro micro-aspersores (NAANDAN HADAR

7110, amarelo) e a pressão de serviço foi de 205 Kgf cm-2. O experimento ocupou

área total igual a 693 m2 com 135 m2 de área ocupada pelas parcelas.

Para o estudo foram estabelecidas cinco fases fenológicas com diferentes

valores de coeficiente de cultura de acordo com a Tabela 1.

Tabela 1 - Tratamentos utilizados no trabalho.

Variação de Kc Fase I

Até 15

DAS

Fase II

(V1-R4)

Fase III

(R4-R6)

Fase IV

(R6-R8)

Fase V

(R8-R9) 0 Chuva ocorrida durante o período de condução do experimento 0,5 0,15 0,35 0,50 0,35 0,15

1 (Recomendado) 0,30 0,70 1,00 0,70 0,30

1,5 0,45 1,05 1,50 1,05 0,45

2 0,60 1,40 2,00 1,40 0,60

Page 66: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

66

As fases foram identificadas conforme Castro & Farias (2005), onde a Fase I

(estabelecimento); Fase II, desenvolvimento vegetativo (V1). Fase III, florescimento

(emissão do broto floral (R1) até a fase que antecede o enchimento dos aquênios).

Fase IV, frutificação (antecede o enchimento dos aquênios (R4) até o início da

maturação). Fase V, maturação (início da maturação (R8) até a maturação

fisiológica, dorso do capítulo e brácteas amareladas (R9), quando está fase foi

identificada a irrigação foi suspensa para que a colheita fosse realizada.

A irrigação iniciou-se após a semeadura quando todos os tratamentos

receberam 30 mm de irrigação de estabelecimento. O manejo de irrigação foi

realizado por meio de balanço hídrico. Valores de precipitação e evapotranspiração

de referência foram fornecidos pela Estação Agroclimática do Campus.

Antes da colheita avaliou-se o diâmetro do capítulo, diâmetro do caule e altura

de planta. Após a colheita as sementes foram limpas e em seguida avaliou-se a

produtividade e a massa de mil sementes.

As sementes foram avaliadas pelos seguintes testes:

Germinação, de acordo com (Brasil, 1992) onde a primeira contagem do teste

de germinação foi conduzida em conjunto com o teste de germinação; o teste de

sanidade e o teste de condutividade elétrica, com o auxílio de condutivímetro. Na

determinação de óleo, utilizou-se o procedimento descrito nas Normas Analíticas do

Instituto Adolfo Lutz (I.A.L., 1985). O teor de proteínas foi determinado pelo método

de Kjeldahl (Nitrogênio total), conforme recomendação da Association of Official

Analytical Chemists (A.O.A.C, 1975). Para avaliar o comportamento das

características avaliadas os dados foram submetidos à análise de regressão múltipla

a 5 % de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados são apresentados nas Tabelas 2 e 3.

Através da análise de regressão, verificou-se que as variáveis, teor de óleo,

teor de proteínas, massa seca de planta e sanidade para os fungos Alternaria spp. e

Fusarium spp. não apresentaram resultados significativos a 5% de probabilidade.

Enquanto que as variáveis: massa de 1000 sementes, produtividade e condutividade

elétrica, apresentaram tendência linear.

Page 67: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

67

Tabela 2 – Médias dos tratamentos, para as variáveis, diâmetro do capítulo,

diâmetro do caule, altura de planta, produtividade e sanidade.

∆Kc Massa de 1000

Sementes (g)

Diâmetro do Caule (mm)

Altura de Planta (cm)

Produtividade (kg ha-1)

Colletotrichum

spp. (%)

0 127,07 14,22 133,62 4.633,17 5

0,5 145,12 17,79 157,73 5.167,67 2,31

1 163,18 18,20 174,17 5.702,18 0,87

1,5 181,23 17,70 182,93 6.236,68 0,68

2 199,29 18,55 184,02 6.771,19 1,75

Equação

Ȳ = 127,07 + 36,11∆Kc

Ȳ =14,2+11,8 ∆Kc-10∆Kc2

+3,02∆Kc3

Ȳ=133,62+55,9∆Kc -15,35∆Kc2

Ȳ =4.633,1+ 1069,01∆Kc

Ȳ= 5- 6,6∆Kc +2,5∆Kc2

Já as variáveis: altura de planta, sanidade para o fungo Colletotrichum spp.,

germinação e primeira contagem apresentaram tendência quadrática, já o diâmetro

do caule e o diâmetro do capítulo apresentaram tendência cúbica.

Tabela 3 – Médias dos tratamentos, para as variáveis, condutividade elétrica, massa

de 1000 sementes, germinação e primeira contagem da germinação.

∆Kc Condutividade elétrica

(µScm-1g-1sementes)

Diâmetro do capítulo (cm)

Germinação (%)

Primeira Contagem

(%)

0 88,93 15,77 64,84 55,92

0,5 93,94 20,52 76,20 65,06

1 98,95 21,07 81,70 69,52

1,5 103,97 20,66 81,35 69,30

2 108,98 22,55 75,14 64,41

Equação Ȳ=88,93+10,023*∆Kc

Ȳ=15,77+15,87∆kc -14,9∆kc2

+ 4,3∆kc3

Ȳ =64,84 +28,57∆Kc -11,7∆Kc2

Ȳ =55,92 + 22,96∆Kc -9,3∆Kc2

CONCLUSÕES

O kc que mais apresentou desempenho satisfatório para as características

avaliadas foi o igual a 1,5 podendo este tratamento ser o mais recomendado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis.Washington: AOAC, 1975.1054 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p.

Page 68: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

68

CARTER, J.F. Sunflower science and technology. Madison: American Society of Agronomy, 1978. 505 p.

CASTRO, C., FARIAS, J. R. B. Ecofisiologia do girassol. In: LEITE, R. M. V. B. C. Et al. Girassol no Brasil. Londrina: EMBRAPA, 2005. p. 163-218.

INSTITUTO ADOLF LUTZ. Métodos químicos e físicos para analise de alimentos. São Paulo, v.1,1985. p.533.

IAPAR. Cartas climáticas: Curitiba, 2009.Disponível em: www.iapar.br.

Page 69: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

69

DESEMPENHO DE PLÂNTULAS DE MILHO TRANSGÊNICO SOB EFEITO DO

TRATAMENTO DE SEMENTES COM BIORREGULADOR

André P. Barbosa1; André Felipe M. Silva1 ; Rafaela A. Migliavacca1; Leandro P.

Albrecht1; Matheus A. Mendes1; Alfredo Jr. P. Albrecht²

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama – PR.

2Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá – PR.

INTRODUÇÃO

Os biorreguladores com ação promotora são complexos que promovem o

equilíbrio hormonal das plantas, favorecendo a expressão do seu potencial genético,

estimulando o desenvolvimento do sistema radicular (ONO et al., 1999). Esses

produtos agem na degradação de substâncias de reserva das sementes, na

diferenciação, divisão e alongamento celulares (CASTRO & VIEIRA, 2001).

Considerando que um determinado produto comercial, como o biorregulador

Stimulate®, tem em sua concentração 0,005% do ácido indolbutíricorico (auxina),

0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina), sendo eles

análogos sintéticos de hormônios vegetais, que atuam como mediadores de

processos morfológicos e fisiológicos, acredita-se que este biorregulador, também

chamado „bioestimulante‟, pode, em função da sua composição, concentração e

proporção de substâncias, incrementar o crescimento e o desenvolvimento vegetal,

estimular a divisão celular, podendo, também, aumentar a absorção de água e

nutrientes pelas plantas (VIEIRA & CASTRO, 2001; VIEIRA & MONTEIRO, 2002).

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do tratamento de sementes

com diferentes manejos de doses do biorregulador ST® (Stimulate®) em diferentes

tempos de embebição, no desempenho de plântulas de milho Bt (YieldGard®) de

diferentes peneiras.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado em casa de vegetação localizada na Fazenda do

Centro Avançado de Umuarama (CAU) da Universidade Estadual de Maringá

(UEM), no município de Umuarama, região noroeste do Estado do Paraná. Foi

Page 70: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

70

utilizada no experimento, o híbrido de milho Agroceres 9010 YieldGard® (AG 9010

YG).

Os tratamentos consistiram na embebição (0, 24, 48 e 72 horas) das

sementes de milho de duas peneiras (C2 e R2 – menor e maior, respectivamente)

em diferentes manejos da dose do biorregulador ST® (por ha e por kg – 15 mL kg-1 e

500 mL ha-1, respectivamente).

Avaliou-se o desempenho de plântulas com os seguintes testes: emergência

em areia, velocidade de crescimento, coeficiente de emergência, índice de

emergência, massa fresca de plântulas e massa seca de plântulas, velocidade de

emergência, comprimento de plântulas e comprimento de raízes (BRASIL, 2009 &

NAKAGAWA, 1999).

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro

repetições, em arranjo fatorial (2X3X4). Os dados coletados foram submetidos à

análise de variância (P<0,05) e, quando significativas, as médias do tratamento

qualitativo - manejo - foram comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05), o teste F foi

conclusivo para peneiras e o tratamento quantitativo - tempo - foi submetido a

análise de regressão (P<0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de variância dos dados revelou efeito significativo (P<0,05) para a

maioria das variáveis dentro dos efeitos principais, sendo possível captar diferenças

significativas para todas as variáveis dentro do desdobramento de segunda ordem.

Para praticamente todas as variáveis houve decréscimo linear do

desempenho de plântula em função das horas de tratamento (Figura 1). As

sementes de peneira menor tenderam a apresentar valores superiores ao de peneira

maior dentro dos manejos de biorregulador e tempo de embebição, para as

diferentes variáveis, porém a peneira maior foi mais responsiva aos manejos com o

biorregulador.

Quanto ao manejo da dose do biorregulador, observou-se superioridade do

manejo em que a dose foi estimada por quilograma de sementes, para a maioria das

variáveis, dentro dos desdobramentos.

Page 71: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

71

Figura 1. Regressão linear para as variáveis massa seca e comprimento de plântulas de

milho transgênico manejadas com Stimulate®, em diferentes tempos de embebição, em

Umuarama – PR, 2010.

Portanto, concordando com DOURADO NETO et al. (2004), o uso do

biorregulador Stimulate® é uma opção viável no tratamento de sementes. A

recomendação, a partir dos resultados obtidos, seria a utilização preferencial do

produto com dose estimada por quilograma de sementes e, evitando-se a

embebição das sementes por muitas horas.

CONCLUSÃO

O biorregulador influencia positivamente o desempenho das plântulas. Quanto

maior o tempo de embebição no biorregulador, piores são os resultados do

tratamento de sementes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 2009. 365p.

CASTRO, P.R.C.; VIEIRA, E.L. Aplicações de reguladores vegetais na agricultura tropical. Guaíba: Agropecuária, 2001. 132p.

DOURADO NETO, D.; DARIO, G. J. A.; VIEIRA JÚNIOR, P. A.; MANFRON, P. A.; MARTIN, T. N.; BONNECARRÉRE, R. A. G.; CRESPO, P. E. N. Aplicação e influência do fitorregulador no crescimento das plantas de milho. Revista da FZVA, v.11, n.1, p. 1-9. 2004.

Page 72: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

72

NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANCA NETO, J. B. (Eds.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.2.1 - 2.24.

ONO, E.O.; RODRIGUES, J. D.; SANTOS, S. O. Efeito de fitorreguladores sobre o desenvolvimento de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) cv Carioca. Revista Biociências, v.5, n.1, p.7-13, 1999.

VIEIRA, E.L.; MONTEIRO, C.A. Hormônios vegetais. In: CASTRO, P.R.C.; SENA, J.O.A.; KLUGE, R.A. (Eds.). Introdução à fisiologia do desenvolvimento vegetal. Maringá: EDUEM, 2002. p.79-104.

Page 73: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

73

MANEJO DE MELOIDOGYNE INCOGNITA UTILIZANDO EFLUENTES DE

BIODIGESTOR A BASE DE REPOLHO, ALHO E PIMENTA

Rafael M. Mattos; Tereza C. Sassaki; Heriksen H. Puerari; Tatiana P. L. Cunha;

Fabio Biela; Fernando M. Chiamolera; Cláudia R. Dias-Arieira

Primeiro autor: Apresentador. E-mail:[email protected]

Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus Regional de

Umuarama - PR

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos o cultivo de hortaliças no Paraná apresentou aumentos

substanciais na produtividade. Apesar da área cultivada ter diminuído entre os anos

de 1993 a 2003, passando de 65.601 ha para 62.551 ha, a produção aumentou, no

mesmo período, de 1.039.220 t para 1.460.609 t (SEAB, 2007).

Contudo, diversos são os desafios para manter esta posição e entre os

fatores que limitam a produtividade de hortaliças estão os fitonematóides, em

especial os nematóides de galhas (SIKORA & FERNANDEZ, 2005).

O controle de nematóides é complexo e requer um sistema de manejo

integrado, sendo o uso de matéria orgânica um dos métodos de controle indicado

(CAMPOS et al., 2001). Desta forma, restos culturais de repolho e outras hortaliças

podem ser importante fonte de matéria orgânica, uma vez que algumas espécies

apresentam efeito comprovado para o controle de nematóides (NEVES et al., 2009).

Desta forma, objetivou-se avaliar a eficiência de materiais biodigeridos, a

base de repolho (Brassica oleraceae var. capitata), pimenta (Capsicum frutensens) e

alho (Allium sativum), no controle de M. incognita.

MATERIAL E MÉTODOS

Para obtenção dos extratos biodigeridos, as diferentes combinações de

materiais vegetais: a) 500 g de repolho - R; b) 450 g de repolho + 50 g de pimenta -

RP; c) 350 g de repolho + 150 g de alho - RA; d) 300 g de repolho + 150 g de alho +

50 g de pimenta – RAP, foram misturados a 3 L de água e depositados em um

tambor de polietileno com capacidade para 10 L, o qual foi totalmente vedado e

adaptado para funcionar como biodigestor.

Page 74: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

74

O experimento foi conduzido entre os meses de dezembro/2009 a

fevereiro/2010, em área de produção orgânica de hortaliças, com ocorrência natural

do nematóide, em um canteiro de 30 m x 1,2 m. Realizou-se, no momento da

instalação do experimento, a amostragem de solo para determinação da população

inicial (JENKINS, 1964). Para identificação da espécie de Meloidogyne utilizou-se a

metodologia de eletroforese de isoenzima para esterase em gel de poliacrilamida

(TIHOHOD, 1993; CARNEIRO & ALMEIDA, 2001), sendo as fêmeas obtidas de

raízes de tomateiros cultivados na área.

O canteiro foi dividido em parcelas de 1 m2, nas quais foram incorporados ao

solo os efluentes biodigeridos, na dosagem de 1 L para cada parcela. Parcelas

tratadas com água e com repolho fresco picado (1 kg m-2) foram utilizadas como

testemunhas. No dia posterior, cada parcela recebeu 16 mudas de tomateiro,

espaçadas entre si em 20 cm. Após 15, 30 e 45 dias do transplantio repetiram-se as

aplicações. Decorridos 60 dias do transplantio, duas plantas centrais de cada

parcela foram coletadas para análise da massa fresca (Mfpa) e seca (Mspa) da parte

aérea, massa fresca da raiz (Mfra), número de galhas e número de ovos por sistema

radicular, conforme metodologias descritas anteriormente.

O experimento utilizado foi o DIC, com seis repetições para cada tratamento.

As médias foram comparadas entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A identificação do nematóide indicou a presença de M. incognita na área onde

o experimento foi realizado.

Maior número de nematóides no solo foi obtido no tratamento com

repolho+alho (Tabela 1). Tal resultado refletiu também no aumento no número de

galhas, sendo este superior aos demais tratamentos, inclusive à testemunha.

Quanto ao número de ovos, não houve diferença estatística entre os tratamentos,

corroborando com o resultado anteriormente observado por NEVES et al. (2009), no

qual também não foi verificado efeito nematicida de extratos obtidos do alho.

O tratamento repolho+alho+pimenta afetou negativamente o desenvolvimento

das plantas (Tabela 1). A população inicial de nematóides no solo foi amostrada

Page 75: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

75

antes da instalação do experimento e houve declínio da população durante o

período experimental. Contudo, este não pode ser conferido aos tratamentos, visto

que as parcelas que não os receberam também apresentaram reduções, as quais

variaram de 50,0 a 58,7 %, sendo que na testemunha correspondeu a 50,2 %. Por

tratar-se de cultivo orgânico, práticas culturais realizadas em ciclos de cultivo

anteriores, como adição de matéria orgânica ao solo, podem ter contribuído com

estes resultados.

Tabela 1 - População inicial (Pi) de Meloidogyne incognita no solo, número de

galhas e ovos no sistema radicular do tomateiro, massa fresca da raiz

(Mfra) e massa fresca (Mfpa) e seca da parte aérea (Mspa), após 60

dias de tratamento com diferentes materiais biodigeridos.

Tratamento Pi Galhas Ovos Mfra Mfpa Mspa

Testemunha 930 ab 55 a 463ns 7,17 ab 37,29 a 5,30 a

Repolho fresco 748 ab 29 a 309 7,85 a 38,02 a 5,19 a

Repolho B1 643 ab 31 a 299 4,84 ab 18,76 ab 2,80 ab

Rep2+Alho B 1440 b 103 b 720 7,19 ab 33,44 ab 4,52 ab

Rep+Alho+Pim3 B 324 a 45 a 458 2,40 b 13,52 b 1,78 b

1Biodigerido,

2repolho,

3pimenta. Médias nas colunas seguidas pela mesma não diferem entre si pelo

teste Tukey a 5 % de probabilidade.

Apesar dos experimentos que comprovam a eficiência de brássicas, alho e

pimenta no controle de nematóides (KRISHNAMURTHY & MURTHY, 1993; NEVES

et al., 2009), nas condições em que o presente trabalho foi conduzido estes não se

confirmaram, ao contrário, no tratamento repolho+alho+pimenta houve aumento na

população de nematóides em 41,4%. Porém, outros trabalhos de campo têm

apresentado resultados insatisfatórios, como o realizado por MONFORT et al.

(2007), no qual o cultivo seguido da adição de resíduos de repolho esteve entre os

tratamentos menos eficientes em reduzir a população de M. incognita. Os autores

chamam a atenção para a importância de estudos a respeito da quantidade de

matéria fresca produzida pela planta e da quantidade de glucosinolatos em

diferentes espécies de brássicas. No presente trabalho, o processo de biodigestão

também pode ter contribuído para a ausência de controle.

Page 76: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

76

CONCLUSÃO

Os materiais biodigeridos não controlaram M. incognita em tomateiro.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, V.P.; CAMPOS, J.R.; SILVA, L.H.C.P.; DUTRA, M.R. Manejo de nematóides em hortaliças. In: SILVA, L.H.C.P., J.R. CAMPOS & G.B.A. NOJOSA (ed). Manejo Integrado: Doenças e Pragas em Hortaliças. Editora UFLA, Lavras MG, p.125-158. 2001.

CARNEIRO, R.M.D.G. & M.R.A. ALMEIDA. 2001. Técnica de eletroforese usada no estudo de enzimas dos nematóides de galhas para identificação de espécies. Nematologia Brasileira, 25 (1): 35-44.

JENKINS, W.R. 1964. A rapid centrifugal-flotation technique for separating nematodes from soil. Plant Disease Report, 48: 692.

KRISHNAMURTHY, G.V.G. & P.S.N. MURTHY. 1993. Further studies with plant extracts on root-knot nematode (Meloidogyne javanica) larvae. In: CHARI, M.S. & G.

RAMAPRASAD (ed). Botanical Pesticides in Integrated Pest Management. Indian Society of Tobacco Science, Rajahmundry, p. 438-448.

MONFORT, W.S., A.S. CSINOS, J. DESAEGER, K. SEEBOLD, T.M. WEBSTER & J.C. DIAZ-PEREZ. Evaluating Brassica species as an alternative control measure for root-knot nematode (M. incognita). Crop Protection, v. 26, n. 9, p. 1359-1368, 2007.

NEVES, W.S., L.G. FREITAS, M.M. COUTINHO, R. GIARETTA-DALLEMOLE, C.F.S. FABRY, O.D. DHINGRA & S. FERRAZ. 2009. Atividade nematicida de extratos botânicos de pimenta malagueta (Capsicum frutescens), mostarda (Brassica campestris) e alho (Allium sativum) sobre o nematóide das galhas, Meloidogyne javanica, em casa de vegetação. Summa Phytopathologica, 35 (4): 255-261.

SEAB – Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná. 2007. Estimativa na área e na produção de hortaliças no Paraná. Disponível em: http://www.seab.gov.pr.br. Acesso em: 06 de março de 2010.

SIKORA, R.A. & E. FERNANDEZ. 2005. Nematode Parasites of Vegetables. In: LUC, M., R.A. SIKORA & J. BRIDGE (ed). Plant Parasitic Nematodes in Subtropical and Tropical Agriculture. CAB International, Wallingford - UK, p. 319-392.

TIHOHOD, D. 1993. Nematologia Agrícola Aplicada. Editora FUNEP, Jaboticabal (SP), 372 p.

Page 77: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

77

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE TRIGO PRODUZIDAS SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DIFERENTES NÍVEIS DE

COBERTURA

Thiago A. Ortiz1; Lígia M. Maraschi-Silva1; Marizangela R. Ávila2; Rafaela A.

Migliavacca1; Yara C. F. Cabral1; Éder P. Gomes1

Primeiro Autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama-Pr.

2 Instituto Agronômico do Paraná,Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste - Pr.

INTRODUÇÃO

A produção de semente de trigo no Brasil evoluiu de maneira significativa,

com a implantação de novos programas e técnicas de manejo. Contudo, a produção

de sementes de qualidade se torna uma necessidade fundamental, pois é este

insumo agrícola que carrega os caracteres desejados para uma condução eficiente

das lavouras que resultam em produtividades maiores a cada safra.

O uso de espécies forrageiras como as do gênero Brachiaria para a formação

de palha, vêm despertando há algum o interesse de agricultores e pesquisadores.

Destacam-se pela excelente adaptação a solos de baixa fertilidade, fácil

estabelecimento e considerável produção de biomassa durante o ano,

proporcionando excelente cobertura vegetal do solo. Estas forrageiras são de

grande potencial na manutenção da palha sobre o solo devido a sua relação C/N

alta, o que retarda sua decomposição e aumenta a possibilidade de utilização em

regiões mais quentes.

No setor de produção de sementes, a correta utilização da irrigação é

importante para garantir a alta qualidade do produto, que será beneficiado como

semente, assim como para que a semente produzida possa expressar plenamente

seu potencial produtivo, comprovando sua qualidade (TAVARES, 2007).

Neste contexto, o trabalho teve por objetivo comparar diferentes lâminas de

irrigação associados a diferentes níveis de cobertura morta sobre o solo e a

interação desses fatores sobre a qualidade de sementes da cultura de trigo, para se

Page 78: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

78

obter informações a respeito destes parâmetros de produção para a região do

Arenito Caiuá, em Umuarama - PR.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Fazenda do Campus Regional de Umuarama

da Universidade Estadual de Maringá, o qual caracterizou um delineamento em

blocos casualizados em arranjo fatorial 4x6 com quatro repetições e em esquema de

parcela subdividida, sendo a parcela composta por lâminas (472,75 - sem irrigação

suplementar, ou seja, apenas água da chuva - 482,74; 494,25 e 511,22 mm de

água) e as subparcelas por diferentes níveis de cobertura morta sobre o solo (0;

3.300; 6.600; 10.000; 13.300; 16.600 kg ha-1). A partir dos coeficientes de cultura

(kc) para a cultura do trigo (fase inicial - 0,3 a 0,4; desenvolvimento - 0,7 a 0,8; fase

média - 1,05 a 1,20; fase final - 0,65 a 0,70; e na colheita - 0,20 a 0,25), aplicadas

com auxílio de aspersores e o material usado como cobertura morta sobre o solo foi

palha seca de braquiária (Brachiaria brizanta) na forma de feno.

Cada parcela foi constituída por doze linhas de 30 m de comprimento cada,

e divididas em seis subparcelas de 5 m de comprimento, sendo a área total de cada

parcela e subparcela de 72 e 12 m2, respectivamente, avaliando uma área de 4,8 m2

por subparcela. Após a colheita, avaliou-se a qualidade fisiológica das sementes de

trigo através do teste de germinação (BRASIL, 1992), primeira contagem do teste de

germinação (Brasil, 1992), classificação do vigor das plântulas (NAKAGAWA, 1999),

teste de tetrazólio, comprimento de plântula (NAKAGAWA, 1999) e massa seca de

plântula (NAKAGAWA, 1999).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e efetuados os

desdobramentos necessários na interação entre os tratamentos considerando a

significância 5% de probabilidade.

RESULTADO E DISCUSSÃO

A análise de variância dos dados revelou que não houve efeito significativo

entre os tratamentos, a 5% de probabilidade. Como pode ser visto na Tabela 1, a

qualidade fisiológica de sementes de trigo não diferenciou estatisticamente nos

tratamentos com diferentes lâminas de irrigação em interação com os níveis de

Page 79: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

79

cobertura morta sobre o solo. Portanto, a porcentagem de germinação, porcentagem

de germinação da primeira contagem do teste de germinação, porcentagem de

plântulas normais fortes, porcentagem de sementes viáveis obtidas no teste de

tetrazólio, comprimento de radícula, comprimento de parte aérea e matéria seca das

plântulas de trigo não apresentou influência da interação dos fatores as quais foram

submetidas, diferentes lâminas de irrigação, com diferentes níveis de cobertura

morta sobre o solo.

Tabela 1. Qualidade fisiológica de sementes de trigo produzidas sob diferentes lâminas de irrigação e diferentes níveis de cobertura morta sobre o solo.

Lâmina de Irrigação

(mm)

Níveis de cobertura morta sobre o solo (Kg ha-1)

0 3.300 6.600 10.000 13.300 16.600

Germinação de sementes de trigo(%) C.V.= 8

472,75 91 81 93 92 96 90 482,74 88 93 94 92 74 91 494,25 92 94 90 87 94 90 511,22 92 90 90 90 90 90

Primeira contagem de germinação das sementes de trigo (%) C.V.= 24

472,75 49 40 62 50 51 50 482,74 50 53 53 46 37 48 494,25 39 45 47 52 57 45 511,22 58 59 47 49 52 52

Plântulas normais obtidas no teste do vigor de plântulas de trigo (%) C.V.= 10

472,75 76 66 86 77 85 79 482,74 75 78 80 78 62 77 494,25 78 79 76 74 80 74 511,22 79 79 75 77 77 79

Sementes viáveis obtidas no teste de tetrazólio em trigo (%) C.V. = 8

472,75 90 89 89 91 94 92 482,74 96 91 89 94 94 85 494,25 92 91 86 87 89 80 511,22 88 88 80 85 97 95

Comprimento de radícula de plântulas de trigo (cm) C.V.= 13

472,75 27 24 23 27 27 23

482,74 27 30 26 26 26 21 494,25 30 27 25 26 25 22 511,22 27 26 27 25 26 26

Comprimento de parte aérea de plântulas de trigo (cm) C.V.= 15

472,75 14 13 12 13 14 11 482,74 14 17 14 14 13 13 494,25 16 14 13 14 14 11 511,22 14 14 16 13 13 14

Matéria seca de plântulas de trigo (g) C.V.= 9

472,75 0,16 0,19 0,21 0,21 0,22 0,25 482,74 0,26 0,70 0,36 0,29 0,22 0,24 494,25 0,25 0,24 0,22 0,21 0,27 0,32 511,22 0,28 0,18 0,18 0,22 0,22 0,17

Page 80: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

80

CONCLUSÃO

A interação dos fatores diferentes lâminas de irrigação e diferentes níveis de

cobertura morta sobre o solo não apresentou diferença significativa nos parâmetros

avaliados referentes à qualidade fisiológica das sementes de trigo, sob as condições

da região em que o experimento foi conduzido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília, DF: Departamento Nacional de Produção Vegetal, Divisão de Sementes e Mudas, 1992. 365p.

NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.; FRANCA NETO, J.B. (Eds.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.2.1 - 2.24.

NAKAGAWA, J. et al. Qualidade de sementes de trigo e de soja em função de sistemas de preparo de solo e da sucessão de culturas. Acta Scientiarum: Agronomy, Maringá, v. 25, n. 1, p. 73-80, 2003.

TAVARES, V.E.Q. Sistemas de irrigação e manejo de água na produção de sementes. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Ciência e

Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Estadual de Pelotas, 2007, 182f.

Page 81: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

81

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS SEMENTES DE SOJA

TRANSGÊNICA SOB TRATAMENTOS COM BIORREGULADOR

Matheus A. Mendes1; Leandro P. Albrecht1; Alfredo Junior P. Albrecht2;

Alessandro L. Braccini2; Marizangela R. Ávila3; André P. Barbosa1; André

Felipe M. Silva1; Rafaela A. Migliavacca1.

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

¹Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama – PR

²Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia – Campus de Maringá.

³IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná, Estação Experimental de Santa Tereza do Oeste – PR

INTRODUÇÃO

Com o intuito de alcançar maiores retornos econômicos, incremento na

produtividade da cultura, a fim de melhorar a qualidade e composição química das

sementes em níveis satisfatórios, faz-se necessária a continuidade no processo de

geração de informações, provenientes da pesquisa dirigida, que avalie práticas

inovadoras de manejo, como o uso de biorreguladores. Reguladores vegetais ou

biorreguladores são substâncias ou associações, podendo elas ser análogos

químicos de hormônios vegetais.

Algumas pesquisas demonstram o efeito de biorreguladores com ação

promotora na cultura da soja, como os de Klahold et al. (2006), Campos et al. (2008)

e Moterle et al. (2008), que apontam resultados concernentes ao desempenho das

plantas e componentes da produção. Porém, poucos trabalhos, como o de Ávila et

al. (2008), abarcam aspectos sobre a qualidade de sementes e teores de óleos e

proteínas.

Portanto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da aplicação do

biorregulador Stimulate® na composição química das sementes.

MATERIAS E MÉTODOS

O experimento foi instalado no campo experimental da FEI-UEM (Fazenda

Experimental de Iguatemi – Universidade Estadual de Maringá). Sementes de soja

da cultivar BRS 246RR foram semeadas no mês de outubro dos anos agrícolas de

2007/2008 e 2008/2009.

Page 82: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

82

Os tratamentos foram compostos pelo tratamento de sementes, com e sem o

produto Stimulate®, além de cinco doses do Stimulate® aplicadas, via foliar, em dois

estádios de desenvolvimento da cultura, ou seja, V5 ou R3, constituindo-se um

fatorial 2 x 5 x 2. As dosagens utilizadas foram as seguintes: via tratamento de

sementes – 0 e 0,500 L 100 kg-1 de sementes; pulverização foliar – 0; 0,125; 0,250;

0,375 e 0,500 L ha-1. O biorregulador utilizado é composto por três reguladores

vegetais nas seguintes concentrações: 0,005% do ácido indolbutirico (auxina),

0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina).

Os manejos da cultura seguindo recomendações da Embrapa (2006). Para

as avaliações foi utilizada uma área útil de 5,4 m2. As sementes colhidas foram

acondicionadas e, após, efetuado a determinação dos teores de óleo e proteína

(I.A.L., 1985; A.O.A.C., 1990).

O delineamento experimental adotado foi em blocos completos casualizados,

com 20 tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados no

esquema fatorial 2 x 5 x 2 (tratamento de sementes x aplicação foliar x estádio de

desenvolvimento). Os resultados foram submetidos à análise de variância, procederam-

se os desdobramentos necessários; o teste F foi conclusivo na comparação das médias

dos efeitos de tratamento de sementes e de estádios fenológicos. A análise de

regressão foi utilizada para verificar o comportamento das variáveis, em função das

doses de bioregulador aplicados via foliar, em nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a safra 2007/2008, após análise estatística dos dados, assumindo

uma probabilidade de 5% de erro, observou-se efeito significativo para

praticamente todos os fatores e a interação dos mesmos, especialmente para o

teor de proteínas. Quanto ao teor de óleo, mesmo não havendo efeito significativo

para a interação de segunda ordem na Anova, o desdobramento da mesma

permitiu a obtenção de diferenças significativas.

Na segunda safra avaliada (2008/2009), após a análise de variância, notou-se

a presença de efeito significativo (P<0,05) para o fator isolado dose, em ambas as

variáveis (óleo e proteínas). Porém, no desdobramento das interações, diferenças

significativas foram obtidas dentro do desdobramento de segunda ordem, o que

possibilitou gerar os resultados apresentados na Figura 1.

Page 83: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

83

Figura 1 - Regressão polinomial dos teores de proteínas e óleo determinados nas

sementes, em função de diferentes doses do biorregulador aplicadas, via foliar, em

diferentes estádios de desenvolvimento e na presença de tratamento de sementes, no ano

agrícola 2008/2009.

A composição química é afetada pelo genótipo e pelo ambiente, e pela

interação deles (RANGEL et al., 2004); o resultado dessa interação é passível de ser

modificada por manejos agrotecnológicos (ALBRECHT et al., 2008). Infere-se que a

ação do biorregulador avaliado, por ter ação fisiológica direta, propicie modificações

no metabolismo, direcionando as reações anabólicas no sentido de permitir

condições para maior acúmulo de proteínas em detrimento dos teores de óleo. Caso

a comercialização do produto, na forma de grão, seja considerada a composição

química e valorizada a presença de altos níveis protéicos, a margem líquida sobre a

venda seria incrementada quando do uso do biorregulador em dose ótima, focando a

expressão de maiores teores de proteínas.

CONCLUSÃO

Os teores de óleo e proteínas são alterados pela ação do biorregulador, com

possibilidade de favorecimento do conteúdo protéico em detrimento ao óleo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBRECHT, L. P.; BRACCINI, A. L.; ÁVILA, M. R.; SUZUKI, L. S.; SCAPIM, C. A.; BARBOSA, M. C. Teores de óleo, proteínas e produtividade de soja em função da antecipação da semeadura na região oeste do Paraná. Bragantia, Campinas, v. 67,

n. 4, p. 865-873, 2008.

Page 84: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

84

AOAC - Association of Official Analytical Chemist. Official methods of the Association of Official Analytical Chemist. 15. ed. Washington, D.C.: AOAC, 1990. v. 1, p. 209-230.

ÁVILA, M. R.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A.; ALBRECHT, L. P.; TONIN, T. A.; STÜLP, M. Bioregulator application, agronomic efficiency, and quality of soybean seeds. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 65, n. 6, p. 567-691, 2008.

CAMPOS, M. F.; ONO, E. O.; BOARO, C. S. F.; RODRIGUES, J. D. Análise de crescimento em plantas de soja tratadas com substâncias reguladoras. Revista Biotemas, Florianópolis, v. 21, n. 3, p. 53-63, 2008.

EMBRAPA. Tecnologias de produção de soja: Paraná – 2007. Londrina: Embrapa Soja, 2006. (Sistemas de produção, 10).

IAL - Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo, 1985. v. 1, p. 533.

KLAHOLD, C. A.; GUIMARÃES, V. F.; ECHER, M. M.; KLAHOLD, A.; ROBINSON L. C., BECKER, A. Resposta da soja (Glycine max (L.) Merrill) à ação de bioestimulante. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 28, n. 2, p. 179-185, 2006.

MOTERLE, L. M.; SANTOS, R. F.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A.; BARBOSA, M. C. Efeito da aplicação de biorregulador no desempenho agronômico e produtividade da soja. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 30, supl., p. 701-709, 2008.

RANGEL, M. A. S.; CAVALHEIRO, L. R.; CAVICHIOLLI, D.; CARDOSO, P. C. Efeito do genótipo e do ambiente sobre os teores de óleo e proteína nos grãos de soja, em quatro ambientes da região sul de Mato Grosso do Sul, safra 2002/2003. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2004. (Boletim de pesquisa e desenvolvimento, 17).

Page 85: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

85

CRESCIMENTO INICIAL DE EUCALYPTUS GRANDIS TRATADO COM

DIFERENTES DOSES DE LODO DE ESGOTO NO NOROESTE DO PARANÁ

Thiago Henrique Oro1; Erci Marcos Del Quiqui1; Douglas Kaplum1; Hiales

Carpine Fodra1; Diego Luiz Ferreira1; Juliano Sartori Emerick1

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia – Campus de Umuarama

INTRODUÇÃO Uma alternativa interessante para a disposição final do lodo de esgoto, na

maioria das cidades brasileiras, é sua utilização na agricultura. De acordo com

Luduvice (2000), o potencial agronômico do lodo é inquestionável, mas sua

utilização em áreas agrícolas deve ser feita de maneira cuidadosa, de modo a não

provocar danos à saúde pública, ao ambiente ou prejuízos financeiros ao agricultor.

Assim, seu aproveitamento em plantações florestais parece ser uma das opções

mais indicadas sob os aspectos sanitário, ambiental, silvicultural, social e

econômico.

No Brasil, os solos utilizados para plantios florestais são geralmente de baixa

fertilidade e necessitam de um aporte de nutrientes, suprido geralmente por adubos

minerais, os quais poderiam ser substituídos, com certa vantagem, por adubos

orgânicos, como por exemplo, o lodo de esgoto. No entanto, para se obter essa

vantagem, é necessária a determinação da amplitude das doses que atendam às

necessidades nutricionais das árvores, principalmente durante a fase inicial de

crescimento da cultura florestal, sem impactar o ambiente. O lodo de esgoto, que

depois de tratado é citado por alguns autores pelo nome de biossólido, apresenta

vantagens em relação à fertilização mineral convencional, em função da lenta

liberação dos nutrientes no solo, após aplicação (POGGIANI, 2006).

Em geral, as estações de tratamento de esgoto (ETEs), no Brasil, tratam o

lodo com a adição de cal hidratada e cloreto férrico, visando inclusive sua utilização

na agricultura. Contudo, pouco se conhece atualmente a respeito da utilização de

lodo de esgoto , quanto ao seu potencial uso em culturas agroflorestais como adubo

orgânico e condicionador do solo.

Este trabalho tem como objetivo verificar o efeito da aplicação dos lodos de

esgoto, produzidos na ETE de Umuarama da SANEPAR, no crescimento e na

Page 86: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

86

produção de biomassa lenhosa de Eucalyptus grandis, plantado em solo arenoso de

baixa fertilidade.

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi conduzido na dependência da Fazenda do Campus da

Universidade Estadual de Maringá, em Umuarama, localizado na região noroeste do

estado do Paraná, a 23° 47‟ de latitude S, 53° 15‟ de longitude W e altitude média de

375 m. O clima é classificado como Cfa, segundo Köppen, com precipitação média

anual de 1.500mm, temperatura média anual de 22oC, umidade relativa média anual

70% com média de 2 geadas por ano (IAPAR, 1994). O solo pertence à classe

Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico (EMBRAPA, 1999).

A espécie utilizada foi Eucalyptus grandis plantada em 4410 m2, submetidos a

7 tratamentos com 3 repetições. Cada parcela possui 210 m² (14x15 m), sendo

constituída por 5 linhas. As plantas foram espaçadas em 2 m na linha de plantio e

em 3 m nas entrelinhas, totalizando 35 árvores por parcela. Na área útil da parcela

foram consideradas as 15 plantas centrais. O plantio foi realizado com sulcador onde

foi aplicada as doses do lodo e demais fertilizantes (Tabela 1). Os níveis de N, P e K

serão aqueles recomendados por Novais et al. (1990) para solos arenosos. A

complementação com P foi realizada simultaneamente com a fertilização de base e

K e B em cobertura aos 45 e 90 dias após o plantio. Esta complementação foi

necessária nos tratamentos com lodo de esgoto, devido aos baixos teores de fósforo

e potássio encontrados no lodo produzido pela ETE de Umuarama de modo a

igualar a quantidade aplicada no tratamento com a adubação mineral.

Tabela 1. Nutrientes adicionados ao solo com a aplicação dos lodos de esgoto e da

fertilização mineral (Umuarama/ PR, 2010)

Tratamento N P2O5 K2O Ca Mg S B

Kg ha-1

Testemunha 0 0 0 0 0 0 0

Fertilização mineral 40 65 40 65 65 40 3

10 t 244 11,4 6,7 1072 889 64 0

5 t +P+K+B 122 65 40 536 444 32 3

10 t +P+K+B 244 65 40 1072 887 64 3

20 t +P+K+B 489 65 40 2145 1777 128 3

40 t + B 977 65 40 4290 3554 256 3

Page 87: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

87

Os parâmetros avaliados foram altura total das árvores, medida com régua

telescópica e o diâmetro com auxílio de paquímetro digital, nas idades 4 e 8 meses.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observa-se na Tabela 2 que, em todos os tratamentos com aplicação de lodo

de esgoto, nas duas idades avaliadas, a partir da dose de 5t +P+K+B foram

significativamente superiores ao tratamento testemunha, com exceção à altura aos 4

meses.

Aos 8 meses, tratamento com 40t+B apresentou crescimento em altura

semelhante á fertilização mineral e superior aos demais, provavelmente devido ao

aporte maior de nutriente nessa dose e à liberação lenta de nutrientes para o

sistema radicular, favorecendo seu desenvolvimento em idades mais avançadas.

Crescimento em altura é o fator mais crítico para sobrevivência de árvores em

competição, representando, portanto, um dos índices mais seguros para aliar seu

desempenho no local de plantio (GOMES, 1977).

Tabela 2. Altura e diâmetro dos eucaliptos medidos aos 4 e 8 meses após o plantio,

tratados com diferentes doses de lodo de esgoto e com fertilização mineral

Tratamento 4 meses 8 meses

Altura (m) Diâmetro (cm) Altura (m) Diâmetro (cm)

Testemunha 1,14 a 1,51 a 2,32 a 3,35 a

Fertilização mineral 1,34 ab 1,84 ab 2,91 cd 3,97 bc

10 t 1,34 ab 1,81 ab 2,56 ab 3,60 ab

5 t +P+K+B 1,43 ab 2,10 bc 2,79 bc 4,05 bc

10 t +P+K+B 1,36 bc 1,99 b 2,61 abc 4,03 bc

20 t +P+K+B 1,43 bc 2,05 bc 2,75 bc 3,91 abc

40 t + B 1,65 c 2,39 c 3,11 d 4,29 c

C.V. (%) 28,97 33,16 26,71 24,18

Valores seguidos pelas mesmas de letras, em cada coluna, não diferem estatisticamente pelo teste Tukey, P<0,05

Para a característica altura e diâmetro, aos 8 meses constata-se que a

aplicação de lodo de esgoto a partir de 5t mais complementação foi estatisticamente

semelhante à aplicação da fertilização mineral. Do ponto de vista operacional, infere-

se que as doses de lodo de esgoto, a partir dessa dose, poderiam ser consideradas

Page 88: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

88

adequadas, visto que resultam num incremento equivalente podendo substituir a

fertilização comercial. Resultados semelhantes foram observados por Polglase e

Myers (1995), Guedes (2005) e Silva et al. (2008).

CONCLUSÃO

A dose de lodo de 5t ha-1, pode ser considerada a mais adequada, pois, além

de estimular o crescimento dos eucaliptos, tem menor custo de aplicação, sendo

menor o risco de impacto ambiental. Portanto, quando aplicados na linha de plantio,

podem substituir as adubações comerciais.

REFERÊNCIAS

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA/CNPS, 1999. 180p.

GOMES, J. M. et al. Competição de espécies e procedências de eucalipto na região de Viçosa, Minas Gerais. Revista Árvore, Viçosa–MG, v. 1, n. 2, p. 72-88, 1977.

GUEDES, M.C. Ciclagem de nutrientes após aplicação de lodo de esgoto (biossólido) sobre latossolo cultivado com Eucalyptus grandis. 2005. 154p. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2005.

IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná. Cartas climáticas do estado do Paraná.

Londrina, 1994. 49p.

LUDUVICE, M. Experiência da companhia de saneamento do distrito federal na reciclagem agrícola de biossólido. In: BETTIOL, W.. CAMARGO, O.A. (Ed). Impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto. Jaguariúna: EMBRAPA Meio

Ambiente, 2000. cap.5, p.153-162.

NOVAIS, R.F.; BARROS, N.F.; NEVES, J.C.L. Nutrição mineral do eucalipto. In:

BARROS, N.F.; NOVAIS, R.F., ed. Relação solo-eucalipto. Viçosa: Editora Folha de Viçosa, 1990. cap.2, p.25-98.

POGGIANI, F. Uso de biossólidos produzidos nas estações de tratamento de esgoto da região metropolitana de São Paulo em plantações florestais. Piracicaba: FEALQ/SABESP, 2006. 70p. (Relatório Técnico-Científico, 42).

POLGLASE, P.J.; MYERS, B.J. Tree plantation for recycling effluent and biosolids in Australia. In: ELDRIDGE, K.G. (Ed). Environmental management: the role of eucalypts and other fast growing species: proceedings. Melbourne: JONT, 1995. p.100-109.

Page 89: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

89

SILVA, P. H. M. da et al. Crescimento de Eucalyptus grandis tratado com diferentes doses de lodos de esgoto úmido e seco, condicionados com polímeros. Scientia Florestalis, Piracicaba, v. 36, n. 77, p. 79-88, mar. 2008.

Page 90: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

90

EFEITO DE SUBSTRATO ALTERNATIVO E COMERCIAL NO

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Eucalyptus grandis

Alan Cesar Zanco1; Erci Marcos Del Quiqui1, Jean Carlo Possenti2, Rodrigo

Gonçalves de Oliveira1, Tatiana Pagan Loeiro da Cunha1

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronônicas- Campus de Umuarama,

PR

2Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de Agronomia- Campus de Dois

Vizinhos, PR

INTRODUÇÃO

A demanda por produtos de origem florestal aumentou sensivelmente nas

últimas décadas, levando a silvicultura a buscar alternativas que pressupõem altas

produtividades (BOLFE et al., 2004). A produção de mudas florestais, em quantidade

e qualidade, é uma das fases mais importantes para o estabelecimento de bons

povoamentos florestais. O entendimento da nutrição das mudas e o uso de

substratos de cultivos apropriados são fatores essenciais para definição de uma

adequada recomendação de fertilização (GONÇALVES et al., 2000), já que, os

substratos apresentam diferentes características químicas e físicas em função de

suas composições, refletindo-se no desenvolvimento das espécies florestais, tanto

no viveiro quanto no campo (OLIVEIRA, 2008).

Diversos materiais de origem vegetal e animal têm sido utilizados no preparo

de compostos orgânicos para produção de mudas. A escolha do substrato, quando

da sua formulação, deve ser feita em função da disponibilidade de materiais, suas

características físicas e químicas, seu peso e custo (TOLEDO, 1992). É necessário,

portanto, testar substratos alternativos e de fácil aquisição. Dentre esses materiais

estão o lodo de esgoto, obtido das estações de tratamento de efluentes (ETEs) dos

resíduos líquidos urbanos e do aumento do desenvolvimento industrial. Melhorias

nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo têm sido atribuídas à

aplicação de lodo de esgoto (MELO et al., 2001; ABREU JÚNIOR et al., 2005). Já a

torta de filtro é um subproduto abundante da indústria canavieira resultante da

purificação do caldo sulfitado (CASARIN et al., 1989). A sua utilização como

fertilizante orgânico após a compostagem é bastante difundida entre os produtores

Page 91: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

91

e, seu uso como substrato está sendo bem aceito, como observado nos resultados

satisfatórios encontrados na produção de mudas de eucalipto (BARROSO et al.,

2000).

Ambos são produtos abundantes e de baixo custo, apresentando

características físicas e químicas desejáveis com potencial de serem utilizados como

substrato florestal. A utilização desses resíduos como fonte de nutrientes apresenta-

se como alternativa efetiva para a redução do elevado custo de produção, além de

minimizar os impactos ambientais. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo

testar, sob condições de viveiro, diferentes níveis de torta de filtro e lodo de esgoto

na composição do substrato e seus efeitos no desenvolvimento em mudas de E.

grandis.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em viveiro florestal na Fazenda da Universidade

Estadual de Maringá, Campus Regional de Umuarama, região noroeste do Estado

do Paraná. Foram testados quatro níveis de cada substrato: torta de filtro e lodo de

esgoto como complemento ao substrato comercial PlantMax® (Tabela 1) fertilizados

com adubo microencapsulado da fórmula 13-6-16 na dosagem de 3 kg m-3 de

substrato. O delineamento constitui-se de sete tratamentos em blocos casualizados

constituído por 24 recipientes de polipropileno com 120 cm3 de oito estrias com

quatro repetições, compostas esta por oito mudas centrais, dispostas em bandejas

de 96 células.

Decorridos 90 dias da semeadura foram avaliados os seguintes parâmetros:

altura das mudas, diâmetro do colo, massa fresca de parte aérea, massa seca de

parte aérea, massa fresca do sistema radicular, massa seca do sistema radicular e

comprimento do sistema radicular, avaliado conforme metodologia descrita por

Tennant (1975). Para tais avaliações foram utilizadas oito mudas alocadas nos

recipientes centrais por meio do programa estatístico Statgraphics.

Page 92: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

92

TABELA 1: Níveis de mistura de substrato para produção de mudas de E. grandis

(Umuarama/PR, 2010)

Tratamento Substrato comercial

(%)

Torta de filtro

(%)

Lodo de esgoto (%)

T1 100 0 0

T2 66 33 0

T3 33 66 0

T4 0 100 0

T5 66 0 33

T6 33 0 66

T7 0 0 100

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da análise estatística dos dados obtidos para os parâmetros

avaliados em mudas de E. grandis são apresentados na Tabela 2, onde observa-se

que a composição do substrato dos tratamentos não diferem estatisticamente

quantos aos parâmetros: altura, diâmetro do colo, peso fresco e seco da parte

aérea. Com relação ao peso fresco e seco do sistema radicular e comprimento de

raiz os tratamentos T7 (100% lodo de esgoto) e T2 (66% substrato comercial + 33%

de torta de filtro) sobressaíram na comparação com os demais. Conforme Trocme &

Gras (1979), citam que a matéria orgânica propicia a formação de um sistema

radicular abundante e ramificado. Os mesmos autores ainda afirmam que a matéria

orgânica exerce influência sobre muitos aspectos, como a modificação da estrutura

do solo, liberação de nutrientes e produção de substâncias estimulantes ao

crescimento.

Page 93: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

93

Tabela 2: Valores médios de altura, diâmetro do colo, peso fresco da parte aérea (PFPA),

peso seco da parte aérea (PSPA), peso fresco da raiz (PFR), peso seco da raiz (PSR) e

comprimento da raiz (Comp. Raiz) na produção de mudas de E. grandis sob diferentes

composição de substrato (Umuarama/PR, 2010)

Trat. Altura

(cm)

Diâmetro

(mm)

PFPA

(g)

PSPA

(g)

PFR

(g)

PSR

(g)

Comp. Raiz

(cm)

T1 40,09a 2,33a 18,65a 8,40a 4,44bc 2,47b 355,38bc

T2 40,14a 2,41a 20,23a 8,87a 4,26bc 2,34ab 304,01abc

T3 37,75a 2,51a 19,77a 8,34a 3,85a 2,18ab 267,13ab

T4 36,05a 2,45a 18.79a 7,97a 3,53a 1,98a 231,86a

T5 39,77a 2,55a 19,27a 8,50a 3,71a 1,98a 218,19a

T6 39,26a 2,46a 18,19a 7,59a 3,89bc 2,06ab 255,21ab

T7 39,97a 2,47a 20,32a 8,28a 4,85c 2,49b 389,98c

C.V.(%) 5,87 5,23 8,20 8,59 14,00 12,26 25,86

Médias seguidas pelas mesmas letras, dentro de cada fator não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade.

CONCLUSÕES

Com base no peso fresco e seco do sistema radicular e no comprimento de

raiz, os tratamentos T7 e T2 apresentam-se como alternativas eficiente na

substituição do substrato comercial puro para a produção de mudas de E. grandis,

refletindo em mudas com vigor e qualidade, além de reduzir custos relativos a

produção e, destinação ecologicamente correta desses resíduos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU JÚNIOR, C. H.; BOARETTO, A. E.; MURAOKA, T.; KIEHL, J. C. Uso

agrícola de resíduos orgânicos: propriedades químicas do solo e produção vegetal.

In: VIDAL-TORRADO, P.; ALLEONI, L. R. F.; COOPER, M.; SILVA, A. P.;

CARDOSO, E. J. Tópicos em Ciência do Solo IV. Viçosa: SBCS, 2005. p. 391-470.

BARROSO, D. G.; CARNEIRO, J. G de A.; LELES, P. S. dos S.; MORGADO, I. F.

Regeneração de raízes de mudas de eucalipto em recipientes e substratos. Scientia

Agricola, v.57, n.2, p.229-237, Piracicaba, abr/jun 2000.

Page 94: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

94

BOLFE, E. L.; PEREIRA, R. S.; MADRUGA, P. R. A.; FONSECA, E. L. Avaliação da

classificação digital de povoamentos florestais em imagens de satélite através de

índices de Acurácia. Revista Árvore, Viçosa, v. 28, n. 1, p. 85-90, 2004.

CASARIN, V.; AGUIAR, I. B.; VITTI, G. C. Uso de resíduos da indústria canavieira

na composição do substrato destinado à produção de mudas de Eucalyptus

citriodora Hook. Científica, v.17, n.1, p. 63-72, 1989.

GONÇALVES, J. L. de; SANTARELLI, E. G.; MORAES NETO, S. P.; MANARA, M.

P. Produção de mudas de espécies nativas: Substrato, nutrição, sombreamento e

fertilização. In: GONÇALVES, L. M.; BENEDETTI, V. Nutrição e fertilização

florestal. Piracicaba: IPEF, p. 310-350, 2000.

MELO, W. J.; MARQUES, M. O.; MELO, V. P. O uso agrícola do biossólido e as

propriedades do solo. In: TSUTIYA, M. T.; COMPARINI, J. B.; SOBRINHO, P. A.;

HESPANOL, I.; CARVALHO P. C. T.; MELFI, A. J.; MELO, W. J.; MARQUES, M. O.

Biossólidos na agricultura. São Paulo: SABESP, 2001. p. 289-363.

OLIVEIRA, R. B. de; LIMA, J. S. S.; SOUZA, C. A. M. de; SIVA, S. de A.; FILHO, S.

M. Produção de mudas de essências florestais em diferentes substratos e

acompanhamento do desenvolvimento em campo. Ciênc. agrotec. [online], v. 32, n.

1, p. 122-128, 2008.

TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length.

Journal of Apply Ecology, Oxford, v. 63, p.995-1001, 1975.

TOLEDO, A. R. M. Efeito dos substratos na formação de mudas de laranjeiras

(Citrus sinenses (L.) Osbeck cv Pêra Rio) em vasos. 1992. 88 p. Tese

(Mestrado), Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras.

TROCME, S.; GRAS, R. Suelo y fertilization en fruticultura. 2. ed. Madrid: Mundi-

Prensa, 1979. 388p.

Page 95: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

95

AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES DE EUCALIPTUS AOS 30 MESES PARA O

NOROESTE DO PARANÁ

Renan Alenbrant Migliavacca1; Erci Marcos Del Quiqui;1 Alex Eduardo

Zaniboni1; Lucas Pastre Dill1; Jean Carlo Possenti2

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia – Campus de Umuarama – Pr

2Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de Agronomia- Campus de Dois

Vizinhos, PR

INTRODUÇÃO

O gênero Eucalyptus pertencente à família Myrtaceae em que estão descritas

mais de 600 espécies e subespécies de grande expressão em todos os campos de

produção econômica florestal (RIZZINI, 1981).

Em decorrência deste fato, um dos problemas da introdução para outros

países é a seleção inicial das espécies, correlacionada com as condições

ecológicas. As espécies de interesse para o Brasil se distribuem, na costa leste e

nas ilhas ao norte da Austrália, onde existem aproximadamente 200 espécies, das

quais algumas apenas são de interesse comercial (PRYOR, 1971).

A crescente exploração de recursos florestais para a produção de papel,

carvão e madeira, tem incentivado a pesquisa e a utilização do eucalipto em função

de seu rápido crescimento, adaptabilidade e qualidade de madeira (ANDRADE

1991).

Recentemente o reflorestamento tem emergido como uma atividade

compensadora para o pequeno ou médio produtor rural, superando, em

rentabilidade, atividades agropecuárias tradicionais, como a cultura canavieira e a

bovinocultura (BAENA, 2005).

Diversas pesquisas realizadas para avaliar o crescimento de espécies de

eucalipto em diferentes regiões ecológicas comprovam que, para uma mesma

espécie, o desempenho é variável dependendo do local de cultivo. Assim, o objetivo

do presente estudo foi de avaliar o desempenho e a potencialidade de diferentes

espécies de eucalipto afim de dar suporte á tomada de decisão quanto à escolha

das espécies mais adaptadas nas condições ambientais estudadas.

Page 96: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

96

MATERIAL E MÉTODOS

Foi instalado um experimento envolvendo diversas espécies de eucalipto em

dezembro de 2007, na fazenda experimental da Universidade Estadual de Maringá

Campus Umuarama, no município de Umuarama, Estado do Paraná. O

delineamento estatístico utilizado foi de blocos completos casualizados, constituídos

8 tratamentos e 4 repetições, em parcelas de 30 plantas, no espaçamento 3 m x 2

m, sendo utilizadas as 12 plantas centrais para as avaliações.

O clima é do tipo Cfa, segundo a classificação climática de Köeppen. A

precipitação média anual é de 1.500 mm a 1.800 mm. O solo local foi classificado

como Latossolo Vermelho Distrófico, textura arenosa (EMBRAPA, 1999), relevo

suave ondulado e altitude de 480 m.

O experimento foi avaliado aos 30 meses de idade, medindo-se a altura,

diâmetro, volume total com casca e sobrevivência.

O volume total de madeira com casca (m3 ha-1) foi calculado pelas fórmulas:

Em que:

Vi = volume de madeira com casca da árvore i;

A = área da parcela útil (72 m2);

Vtc = volume total com casca (m3 ha-1);

DAPi = diâmetro à altura do peito de cada árvore (m);

ff = fator de forma. Neste caso, devido à inexistência de fatores definidos

regionalmente para cada uma das espécies, arbitrou-se o valor 0,5

Hi = altura total de cada árvore (m).

Page 97: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

97

Foram efetuadas análises de variância das características: altura, diâmetro e

volume, considerando-se todos os efeitos aleatórios. As comparações entre as

médias dos tratamentos foram feitas pelo teste Tukey.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 estão apresentados os resultados de desempenho em altura,

diâmetro e volume com casca de cada espécie aos 30 meses. Com relação aos

parâmetros altura e DAP verifica-se que o E. grandis foi estatisticamente

semelhante ao E. urophylla x grandis e E. urophylla e superior às demais espécies

testadas. E. citriodora, E. resinifera e E. dunnii foram as espécies que cresceram

menos nas condições testadas. A mesma tendência foi verificada para DAP para

essas espécies acrescidas do E. camaldulensis e E. robusta. Ressalta-se também o

baixo desempenho das espécies, E. citriodora, E. resinífera e E. dunnii as quais

possuíram altura inferior as demais espécies avaliadas.

Tabela 1. Medida de altura, diâmetro e volume com casca das espécies testadas em

Umuarama- Pr.

Espécie 30 meses

Altura (m) DAP (cm) Volume c/c (m3/ha)

E. dunnii 14,45ab 9,93 ab 83,92 ab

E. urophylla 16,65 cd 11,52 bcd 147,91 cd

E. robusta 15,9 bc 10,46abc 117,09 ab

E. resinífera 14,28ª 8,71 a 60,58 a

E. citriodora 13,41ª 8,54 a 47,23 a

E. camaldulensis 15,86 bc 10,44abc 117,65 ab

E. grandis 17,95 d 13,27 d 196,63 d

E. urophylla x grandis 16,79 cd 12,21 cd 133,99 bc

Média 15,78 10,74 113,12

C.V. 16,52 30,57 44,21

(*) Valores seguidos pelas mesmas de letras, em cada coluna, não diferem estatisticamente pelo teste Tukey,

P<0,05

Page 98: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

98

Observa-se que para volume com casca aos 30 meses, o E. grandis foi

estatisticamente semelhante ao E. urophylla e superiores aos demais seguido do E.

urophylla x grandis que foi semelhante ao E. urophylla, porém inferior ao E. grandis.

O E. citriodora e o E. resinifera foram as espécies que apresentaram o menor

desenvolvimento em volume, diâmetro e altura dentre as espécies testadas. O E.

camaldulensis e o E. robusta apresentaram desenvolvimento intermediário em todas

as variáveis avaliadas quando comparados às demais espécies estudadas.

Com relação à sobrevivência, o E. citriodora apresentou a menor taxa

(64,6%). E. camaldulensis (93,8%), E. robusta (93,8%) E. urophylla (89,6%), E.

grandis (87,5%) foram as espécies que se destacaram em apresentar as maiores

taxas de sobrevivência nas condições estudadas. As demais apresentaram

comportamentos intermediários (E. dunnii com 75%; E. resinifera e E. urophylla x

grandis ambos com 72,9%)

O bom desempenho do E. grandis e E. urophylla também foi constatado em

outros estudos (SPELTZ, 1971; SIMÕES; CARPANEZZI et al., 1986; ARAÚJO,

1993; LIMBERGER, 1997; DEL QUIQUI et al, 2001; CAMPOS E LEITE, 2006;

QUEIROZ, 2007).

Apesar da taxa de sobrevivência representar um papel relevante na avaliação

da adaptabilidade de espécies ou procedências ao local, nem sempre esses dados

podem ser interpretados sob essa ótica, uma vez que a mortalidade pode ser

decorrente de falhas técnicas na produção e plantio das mudas, ataques localizados

de formigas cortadeiras ou de outras pragas e doenças (ANDRADE, 1991; ARAÚJO,

1993).

CONCLUSÃO

Nas condições estudadas, as espécies E. grandis e E. urophylla

apresentaram os melhores desempenho sob os demais relacionados com

crescimento em altura, diâmetro e volume, ao passo que as espécies E. resinifera e

E. citriodora apresentaram os piores resultados nas condições estudadas.

Page 99: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, H. B. Avaliação de espécies e procedências de Eucalyptus

L’Héritier (Myrtaceae) nas Regiões Norte e Noroeste do Estado de Minas

Gerais. 1991. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura de Lavras,

Lavras, 1991.

ARAÚJO, M. S. Avaliação de espécies e procedências de eucalipto na região de

Imbuzeiro – PB. 1993. Dissertação Mestrado – Universidade Federal de Viçosa,

Viçosa. 1993.

BAENA, E. de S. Aspectos econômicos, sociais e ambientais da cultura de

Eucalyptus spp. Revista Conhecimento Interativo, São José dos Pinhais, v. 1, n. 1,

p. 3-9, 2005.

CAMPOS, J. C. C. & LEITE, H. G. Mensuração florestal: perguntas e respostas.

ED. UFV, 2° ed., 470 p., 2006.

CARPANEZZI, A. A. et al. Zoneamento ecológico para plantios florestais no

Estado do Paraná. Embrapa-CNPF. p.1986.

DEL QUIQUI. M. E.; MARTINS, S. S.; SHIMIZU. Y. J. Avaliação de espécies e

procedências de Eucalyptus para o noroeste do estado do Paraná. Acta

Scientiarum Agronomy. v. 23, n. 5, p. 1173-1177, 2001.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA/CNPS, 1999. 180p.

LIMBERGER, E. Planejamento técnico para implantação de reflorestamento

com Eucalyptus. Circular Técnica - EMATER/PR , n. 12, 1997.

PRYOR, L. D. The biology of Eucalyptus. Canberra: Eduard Arnold, 1976.

QUEIROZ, M. M. Comportamento de espécies de Eucalyptus em Paty do

Alferes, RJ. 2007. Monografia (Graduação) Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro, 2007.

RIZZINI, C.T. Árvores e madeiras úteis do Brasil: manual de dendrologia. 2.ed.

São Paulo: Edgard Brücher, 1981. 294p.

SPELTZ, R. M. Desenvolvimento do eucalipto na Fazenda Monte Alegre. Revista

Floresta, Curitiba, n. 1, p. 51-58, 1971.

Page 100: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

100

RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO PARA DIFERENTES PRESSÕES DE

INFLAÇÃO DOS PNEUS DE UM TRATOR AGRÍCOLA

Alan Antoniassi¹, Lucas da Silva Doimo¹, José Augusto Kaplum¹, Walter Felipe

Frohlich¹, Fabrício Leite¹ e Leandro B. S. Volk¹.

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

¹Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama - PR

INTRODUÇÃO

A alteração das propriedades físicas do solo, pelo uso contínuo de máquinas,

tem despertado o interesse na pesquisa, pois, com o passar dos anos, os solos

intensamente cultivados vêm apresentando problemas de erosão hídrica e redução

de produtividade, mesmo com aplicações de adubação e calagem recomendadas

(SILVA, 1981).

De acordo com LANÇAS (1996), a compactação aumenta a densidade do

solo e a sua resistência mecânica, diminuindo a porosidade total, tamanho e

continuidade dos poros, principalmente no volume dos macroporos, enquanto os

microporos permanecem teoricamente inalterados. Vários fenômenos aumentam o

adensamento do solo até uma possível compactação, sendo que de acordo com

SOANE et al. (1981), tanto a pressão de inflação quanto o tamanho do pneu atuam

na distribuição das forças sobre a área de contato com o solo.

A resistência à penetração é um dos atributos físicos do solo, que influencia o

crescimento de raízes e serve como base à avaliação dos efeitos dos sistemas de

manejo do solo sobre ambiente radicular. Portanto, uma das várias formas de

caracterizar o estado de compactação do solo é a utilização de penetrômetros ou

penetrógrafos, que são aparelhos capazes de determinar a resistência mecânica do

solo à penetração através de uma ponteira cônica (LANÇAS e SANTOS, 1998).

Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência do solo à

penetração em três níveis de pressão de inflação dos pneus de um trator em um

Latossolo arenoso

Page 101: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

101

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em uma área pertencente à Universidade

Estadual de Maringá – UEM – Campus de Umuarama-PR, sendo o solo classificado

como um LATOSSOLO VERMELHO distrófico típico e de textura arenosa.

Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado, composto

por três tratamentos e cinco repetições, com cada parcela apresentando uma área

de 112 m² (5,60 x 20 m). O experimento foi realizado com um trator da marca JOHN

DEERE, modelo 7715, com potência nominal no motor de 103 KW conduzindo uma

semeadora da marca Kuhn Metasa e modelo SDM 2227/29. Os três tratamentos

foram compostos pelas pressões P1 (243,37 kPa), P2 (184,96 kPa) e P3 (126,55

kPa), respectivamente, 25, 19 e 13 psi.

Em cada bloco foram realizadas dez passadas com o conjunto de máquinas

descrito acima, simulando o tráfego de uma semeadura, onde a capacidade de

carga da máquina estava na metade e o teor de água no solo foi 0,093 g g -1. Após

as passadas, foram amostradas nas parcelas a resistência do solo à penetração das

camadas de 0-5 cm, 10-15 cm e 15-20 cm de profundidade com o auxílio do

penetrômetro.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após os tráfegos realizados e de acordo com os dados obtidos, observa-se na

Tabela 1 que a análise de resistência do solo à penetração com diferentes pressões

de inflação dos pneus, apenas na camada de 10 – 15 cm houve significativa

diferença de resistência da pressão P1 para a pressão P3, conforme pode ser

observado na figura 1. Este resultado mostra que é esta camada que sofre mais com

a pressão exercida pelo trator, coincidindo também com a camada de maior

concentração das raízes de uma planta, resultado este também verificado por VOLK

et al. (2010).

E observando a resistência à penetração em relação às camadas conforme a

tabela 1, verifica-se que a camada com menor resistência foi a de 0 – 5 cm de

profundidade, havendo diferenças significativas para as demais camadas, porém

não havendo diferenças significativas entres as pressões, sendo explicado tal

fenômeno devido a passagem dos discos de corte, abertura e fechamento do sulco,

Page 102: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

102

deixando o solo com maior desagregação, não fornecendo resistência ao inserir o

penetrômetro no solo.

Tabela 1. Valores médios de resistência do solo à penetração para cada

profundidade nas pressões de pneu P1 (243,37 KPa), P2 (184,96 KPa) e

P3 (126,55 Kpa) para um Latossolo Vermelho, textura arenosa.

Umuarama, 2010.

Tratamentos Profundidade (cm)

0 – 5 5 – 10 10 - 15 15 - 20

P1 1288 aA 2108,2 aB 2455,8 aB 2507 aB

P2 1282,6 aA 1897 aB 1879,4 abB 2088,6 aB

P3 1262,6 aA 1628,2 aAB 1752,6 bAB 1871 aB

C.V. (%) 17,51

Média geral 1834,9

Médias com letras iguais e minúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). Médias com letras iguais e maiúsculas nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).

Figura 1. Resistência do solo à penetração para as pressões P1 (243,37), P2 (184,96) e P3

(126,55) para um latossolo vermelho, textura arenosa. Umuarama, 2010.

Page 103: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

103

CONCLUSÃO

Conclui-se que é nas camadas de 10 – 15cm e 15 – 20cm sofrem maiores

resistência à penetração do solo. Conclui-se também que na camada de 0 – 5cm

não sofre influência da pressão exercida pelo tráfego de máquinas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LANÇAS, K. P. A compactação do solo agrícola. Botucatu: Faculdade de Ciências

Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, 1996. 23 p.

LANÇAS, K. P.; SANTOS, C.A. Penetrômetro hidráulico-eletrônico equipado com

DGPS para avaliação da compactação do solo. In: BALBUENA, R. H.; BENEZ, S.

H.; JORAJURIA, D. Ingenieria rural y mecanización agrária em el âmbito latino-

américano. La Plata: Editorial de La Universidad Nacional de La Plata, 1998. p.570-6

SILVA, I.F.da.; KLAMT, E.; SCHENEIDER, P.; SCOPEL, I.. Efeitos de sistema

manejo e tempo de cultivo sobre propriedades de cultivo sobre propriedades físicas

de um Latossolo. In.: III ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA SOBRE

CONSERVAÇÃO DO SOLO, Recife-PE, 1981. Anais.

SOANE, B. D.; BLACKWELL, P. S.; DICKSON, J. W. et al.Compaction by agricultural

vehicles: a review I. Soil and wheel characteristics. Soil & Tillage Research,

Amsterdam, v.1,p.207-237, 1981.

VOLK, L.B.S; LEITE, F.; DOIMO, L. da S.; MIGLIAVACCA, R. A. Resistência a penetração

em Latossolo Vermelho arenoso sob diferentes intensidades de tráfego e pressão de

inflação. Anais da XVIII Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da

Água (CD-ROM). Embrapa Meio Norte, Teresina PI. 2010.

Page 104: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

104

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO EM SOLO INFESTADO

POR MELOIDOGYNE SPP.

Vinicius H. F. Abe1; Cláudia R. Dias-Arieira1; Simone M. Santana1; Fernando M.

Chiamolera1; Tatiana P. L. da Cunha1; Fabio Biela1; Heriksen H. Puerari1, Diego

B. Rodrigues1

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, DCA, Campus Regional de Umuarama

INTRODUÇÃO

O Brasil é o principal produtor e exportador de café do mundo, com produção

anual de 39,47 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado em 2009, e com

estimativa de produção, para a safra de 2010, de 47 milhões de sacas de café

beneficiado (CONAB, 2010). Contudo, problemas fitossanitários são limitantes para

a cultura, principalmente aqueles ocasionados por nematoides de galhas

(Meloidogyne spp.). As espécies mais prejudiciais são M. exigua, pela ampla

distribuição geográfica, e M. paranaensis e M. incognita pelos danos ocasionados à

cultura (GONÇALVES et al., 2004).

Após o estabelecimento da cultura, o controle de nematóides em cafeeiros é

complexo e a resistência genética é o método mais recomendado para o produtor,

por ser economicamente viável e ambientalmente seguro. Os cafeeiros derivados de

Coffea canephora foram os primeiros a apresentarem resistência aos nematóides de

galhas e deram origem ao porta-enxerto Apoatã, amplamente utilizado (FAZUOLI et

al., 2002).

Um dos trabalhos pioneiro em busca de híbridos de Coffea arabica resistentes

foi realizado por GONÇALVES et al. (1987), no qual identificaram resistência para M.

incognita em cafeeiros arábicos do germoplasma Sarchimor (Vila Sarchi x Híbrido de

Timor). Fontes de resistência a M. incognita também foram constatadas em plantas

do „Icatu‟ (C. arabica x C. canephora) (MATA et al., 2002; SERA et al., 2004).

Atualmente, as pesquisas buscam cultivares pé franco de C. arabica com resistência

a Meloidogyne spp. MATA et al. (2002) identificaram, em área altamente infestada

com M. paranaensis, um genótipo de Catucaí (IAPAR Vit. 83), o qual deu origem a

cultivar IPR-100, com 100% das plantas resistentes.

Page 105: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

105

Assim, o trabalho teve como objetivo avaliar a reação das cultivares IPR-100

e IPR-106 ao nematóide M. incognita em área naturalmente infestada, com e sem

aplicação de manipueira.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em Umuarama, noroeste do Paraná, em blocos

casualizados, com 10 repetições para cada tratamento. Cada unidade experimental

constou de parcelas com quatro linhas, com 2,70 m de distância entre as mesmas e

quatro plantas por linha, distanciadas a 0,75 m entre si. Os tratamentos foram as

cultivares pé franco de café IPR-100 e IPR-106, além do pé franco Iapar-59 (padrão

de suscetibilidade) e do enxerto Apoatã 2258+Iapar-59 (resistente).

As mudas foram produzidas em viveiros e transplantadas para a área em

agosto/2007. No momento da instalação do experimento foram realizadas

amostragens do solo para determinar a população inicial, sendo o mesmo submetido

à metodologia descrita por JENKINS (1964). O plantio e a condução do experimento

foram realizados conforme o recomendado para a cultura, na região. No plantio,

quatro parcelas de cada bloco foram tratadas com manipueira 50%, na dosagem de

6 L/m2.

A avaliação da população de nematóides foi feita após 17 meses

(janeiro/2009) de instalação do experimento, coletando-se na região da rizosfera de

duas plantas no centro de cada parcela, aproximadamente 200 cm3 de solo e 20 g

de raiz de cada planta. Em cada planta amostrada determinou-se a altura da planta.

Em junho/2009 estimou-se a produtividade pela colheita e pesagem de grãos de

duas plantas de cada parcela. O solo e as raízes foram processados de acordo com

as metodologias propostas por JENKINS (1964) e COOLEN e D‟HERDE (1972),

respectivamente. Os nematóides foram quantificados sob microscópio óptico, em

lamina de Peters.

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram

comparadas pelo teste de Tukey 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve interação entre a aplicação de manipueira e os parâmetros

avaliados. Não houve diferença estatística entre o número de juvenis de segundo

Page 106: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

106

estádio (J2) no solo (Tabela 1). Observou-se que o número de ovos de M.

incognita/sistema radicular do cafeeiro foi inferior para as cultivares IPR-100 e IPR-

106. No trabalho realizado por SERA et al. (2007), 24 progênies da cultivar IPR-100

também se comportaram como resistentes a M. paranaensis. ALBUQUERQUE et al.

(2010) observaram que as células que circundavam os nematóides em cultivares de

C. arabica com resistência a M. incognita apresentaram respostas características de

reação de hipersensibilidade, como acúmulo de compostos fenólicos e células

necróticas.

Tabela 1. Número de nematóide no solo (J2) e no sistema radicular (ovos) de cafeeiro, altura

e produtividade das plantas cultivadas em solo naturalmente infestados com

Meloidogyne incognita. Umuarama, PR.

Tratamento J2 no Solo Ovos/Raiz Altura (m) Produtividade (g)

IPR106 110,8ns

7634,7 ab 0,86 ab 728,0 a

IPR106 + Manipueira 99,3 3400,5 a 0,82 ab 734,3 a

IPR 100 83,5 12655,0 b 0,78 abc 512,5 ab

IPR 100 + Manipueira 86,5 4389,5 ab 0,79 abc 553,3 ab

Apoatã+Iapar 59 111,0 6372,0 ab 0,86 ab 209,0 b

Apoatã+Iapar 59 + Manipueira 121,3 25186,0 c 0,94 a 721,0 a

Iapar 59 137,3 32598,7 c 0,60 c 181,3 b

Iapar 59 + Manipueira 157,3 29205,0 c 0,69 bc 443,8 ab

ns=não significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem

entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Quando se comparou os tratamentos das variedades com e sem a aplicação

de manipueira, observou-se que, apenas no tratamento com o enxerto Apoatã

2258+Iapar 59 houve diferença estatística entre os parâmetros número de ovos por

sistema radicular (Tabela 1).

Menor altura das plantas foi observado para a cultivar Iapar 59. Por outro

lado, as maiores produtividades foram obtidas para os tratamentos IPR-106, com ou

Page 107: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

107

sem aplicação de manipueira e para o tratamento Apoatã 2258+Iapar 59 com

manipueira. Com exceção deste último, o tratamento com manipueira não aumentou

a produtividade.

CONCLUSÃO

As cultivares de cafeeiro IPR-100 e IPR-106 apresentam resistência a M.

incognita, nas condições do Arenito Cauiá. A manipueira não controlou o nematóide.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, E.V.S.; CARNEIRO, R.M.D.G.; COSTA, P.M.;GOMES, A.C.M.M.;

SANTOS, M.; PEREIRA, A.A.; NICOLE, M.; FERNANDEZ, D.; GROSSI-DE-SÁ, M.F.

Resistance to Meloidogyne incognita expresses a hypersensitive-like response in

Coffea arabica. European Journal of Plant Pathology, v. 127, n. 3, p. 365-373,

2010.

CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de café – safra 2010, segunda

estimativa, maio/2010. Companhia Nacional de Abastecimento, Brasília, 2010.

COOLEN, W.A.; D'HERDE, C.J. A method for the quantitative extraction of

nematodes from plant tissue. State Agricultural Research Centre: Ghent, Belgium,

1972.

FAZUOLI, L.C.; MEDINA FILHO, H.P.; GONÇALVES, W.; GUERREIRO FILHO, O.;

SILVAROLLA, M.B. Melhoramento do cafeeiro: variedades tipo arabica obtidas no

Instituto Agronomico de Campinas. In: ZAMBOLIM, L. (Ed.) O Estado da Arte de

Tecnologias na Produção de Café. Viçosa: Editora UFV, 2002. p. 162-215.

GONÇALVES, W.; RAMIRO, D.A.; GALLO, P.B.; GIOMO, G.S. Manejo de

nematóides na cultura do cafeeiro. In: REUNIÃO ITINERANTE DE FITOSSANIDADE

DO INSTITUTO BIOLÓGICO – CAFÉ, 10., 2004, Mococa. Anais ... São Paulo:

Instituto Biológico, 2004. p. 48-66.

GONÇALVES, W.; SILVAROLLA, M.B.; LIMA, M.M.A. de. Estratégias visando a

implementação do manejo integrado dos nematóides parasitos do cafeeiro. Informe

Agropecuário, v. 19, n. 193, p. 36-47, 1998.

Page 108: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

108

JENKINS, W.R. A rapid centrifugal-flotation technique for separating nematodes from

soil. Plant Disease Report, v. 48, p. 692, 1964.

MATA, J.S. da; SERA, T.; ALTÉIA, M.Z.; AZEVEDO, J.A.; FADELLI, S.; PETEK, M.

R.; TRILLER, C.; SERA, G.H. Resistência de genótipos de cafeeiro (Coffea arabica

L.) de São Jorge do Patrocínio ao nematóide Meloidogyne paranaensis

(EMN2001.07). SBPN Scientific Journal (Ed. Especial), v. 6, p. 34-36, 2002.

SERA, T.; MATA, J.S.; ITO, D.S.; DOI, D.S.; SERA, G.H.; AZEVEDO, J.A.;

COTARELLI, V.M. Identificação de cafeeiros resistentes aos nematóides

Meloidogyne paranaensis e M. incognita raças 2 e 1 em populações de Icatu (Coffea

arabica). SBPN Scientific Journal, v. 8, p. 20, 2004.

SERA, G.H.; SERA, T.; ITO, D.S.; MATA, J.S.; DOI, D.S.; AZEVEDO, J.A.; RIBEIRO

FILHO, R. Progênies de Coffea arabica cv. IPR-100 resistentes ao nematóide

Meloidogyne paranaensis. Bragantia,v. 66, n. 1, p. 43-49, 2007.

Page 109: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

109

EFICIÊNCIA DO PARCELAMENTO E MODO DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO

NA CULTURA DA ALFACE

Jéssica da Silva Santos1; Andressa Brandão1; Franciele Moreira Golçalves1;

Luma Alana Vieira Henrique; Rerison Catarino da Hora1

Primeiro autor: Apresentador: E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Depto de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama – PR

INTRODUÇÃO

A alface (Lactuca sativa L.), hortaliça herbácea pertencente à Família

Asteraceae é uma planta de significativo valor para economia agroindustrial

brasileira uma vez que a produção gira em torno de 16 milhões de toneladas

gerando cerca de 2,4 milhões de empregos diretos, além de demonstrar sua

importância na dieta humana, principalmente devido à facilidade no seu preparo,

sendo esta hortaliça mundialmente consumida devido, entre outros fatores, a grande

oferta, preço de mercado acessível, baixo valor calórico, por seu valor nutricional.

De acordo com FILGUEIRA (2000) e LUENGO et al (2000), a planta de alface

é rica em sais minerais com destaque para as vitaminas A e C, ressaltando que as

folhas de coloração verde-escura, principalmente as externas, contêm 30 vezes

mais vitamina A (retinol) do que aquelas internas, refletindo assim de maneira clara

e objetiva a importância desta hortaliça no consumo e manutenção da saúde

humana.

Originária da região do Mediterrâneo a alface era uma planta típica de outono/

inverno. Hoje, a planta se adapta também a temperaturas mais elevadas, sendo as

mais adequadas ao seu crescimento e produção estão entre 15 e 24°C.

Segundo FURLANI (1978) e FILGUEIRA (2003), dentre as folhosas a alface é

a que apresenta teores mais elevados de cálcio e nitrogênio, sendo este o nutriente

que tem maior importância no crescimento vegetativo desta planta, logo,

apresentando resposta positiva a tratamentos com adubação nitrogenada, através

de um aumento na produtividade. Neste sentido o presente trabalho teve por

objetivo verificar a eficiência do parcelamento e modo de aplicação de nitrogênio na

cultura da alface.

Page 110: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

110

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido nas dependências da Fazenda de Ensino e

Pesquisa da UEM - Universidade Estadual de Maringá, Campus Regional de

Umuarama – PR, localizada a 23º47‟de latitude Sul e 53º14‟ de longitude Oeste, com

altitude média de aproximadamente 400 metros. O clima da região caracteriza-se

como subúmido, com pouca deficiência hídrica e com calor bem distribuído durante

o ano, com estiagens no período de inverno e média anual de temperatura em torno

de 24ºC, e precipitação média anual de 1600 mm.

O solo da área experimental foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO

Distrófico, textura arenosa, conforme nomenclatura e metodologia descrita no

Sistema Brasileiro de Classificação de Solos ( EMBRAPA, 2006).

A adubação de plantio foi baseada na análise de solo, utilizando-se como

referência as recomendações contidas em TRANI et al (1997), elevando-se a 80% a

saturação por base com a aplicação de 1 t/ha de calcário dolomítico, 400 kg/ha de

P2O5 e 100 kg/ha de K2O, sendo todos aplicados e incorporados antes do plantio. A

adubação de cobertura foi realizada aplicando 120 kg/ha de nitrogênio utilizando

como fonte nitrogenada a uréia, aplicada conforme os diferentes tratamentos.

As mudas foram confeccionadas no viveiro da universidade, semeadas em

bandejas de poliestireno expandido de 128 células, utilizando substrato comercial.

Utilizou-se como material genético a cultivar Vanda do grupo das alfaces crespas.

As mudas foram transplantadas no dia 28 de maio quando apresentavam de quatro

a cinco folhas verdadeiras totalmente expandidas, no espaçamento 0,35 x 0,35m

dispostas no sistema em pararelo.

Os tratamentos foram constituídos pela seguinte combinação: T1 – quatro

adubações em cobertura realizadas em intervalos de 10 dias; T2 – cinco adubações

em cobertura realizadas em intervalos de 7 dias; T3 – três adubações em cobertura

realizadas em intervalos de 15 dias; T4 – cinco adubações foliares realizadas em

intervalos de 7 dias (volume de calda de 400 l/ha). As adubações de cobertura via

solo eram realizadas com a deposição da uréia nas entrelinhas alternando as ruas, a

cada cobertura.

Page 111: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

111

Após 48 dias realizou-se a colheita das plantas obtendo-se a massa fresca de

planta inteira; o número médio de folhas por planta; altura do coração, diâmetro e

massa média do caule (coração).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em todas as avaliações de crescimento realizadas não foi possível verificar

diferença significativa entre tratamentos, com exceção para a altura do coração, cujo

tratamento 4 (Tabela 1). Esses resultados refletem de forma clara e objetiva que o

parcelamento e a forma de aplicação da adubação nitrogenada não interferem na

produtividade da alface já que se trata de uma hortaliça em que a parte

comercializada são as folhas cujo desenvolvimento está intimamente relacionado ao

fornecimento de nitrogênio, conforme já discutido por FURLANI (1978) e FILGUEIRA

(2003). Outrossim, pode-se afirmar diante dos resultados apresentados, que a

adubação foliar é uma alternativa de adubação nitrogenada, com redução de custo e

tempo, servindo assim como uma opção ao produtor, no cultivo desta espécie.

Tabela 1 – Médias para massa fresca de planta inteira; o número médio de folhas por

planta; altura, diâmetro e massa média do caule (coração), para variedade de

alface crespa, cultivar Vanda. Umuarama (PR), 2010.

Tratamentos Massa fresca

de planta

Número de

folhas/planta

Altura do

coração

Diâmetro do coração

T1 345,0 A 27,4 A 2,9 B 1,5 A

T2 345,2 A 27,0 A 3,2 AB 1,7 A

T3 365,1 A 26,6 A 3,2 AB 1,7 A

T4 332,9 A 24,7 A 3,6 A 1,8 A

C.V. 15% 12% 10% 10%

CONCLUSÃO

Baseando-se nas condições em que o experimento foi conduzido, podemos

concluir que o parcelamento não influenciou nas medidas de crescimento das

Page 112: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

112

plantas, assim como o tratamento com adubação foliar não obteve difereça

significativa com relação aos outros tratamentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Centro

Nacional de Pesquisa de Solos, 2006. 412 f.

FILGUEIRA, R.F.A. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na

produção de comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV. 412p.

FILGUEIRA, R.F.A. Novo manual de olericultura. Viçosa: Universidade Federal de

Viçosa, 2000. 402p.

FURLANI, A. M. C.; FURLANI, P.R.; BATAGLIA, O. C.; HOROCE, R.; GALLO JR.

1978. Composição mineral de diversas hortaliças. Bragantia 37: 33-34.

LUENGO, R.F.A.; PARMAGNANI, R.M.; PARENTE, M.R.; LIMA, M.F.B.F. Tabela de

composição nutricional das hortaliças. Brasilia: Embrapa Hortaliças, 2000.

TRANI, P.E.; PASSOS, F.A.; AZEVEDO FILHO, J.A. Alface, almeirão, chicória,

escarola e agrião d´água. In.: VAN RAIJ, B. Recomendação de adubação e

calagem para o estado de São Paulo. 2.ed. Campinas, Instituto

Agronômico/Fundação IAC, n.100, p.168-169. 1997. (Boletim Técnico. 100).

Page 113: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

113

EFICIÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE TORTA DE FILTRO NO

DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DE MILHO

Eduardo Jamir Paes Vila2; Antonio Nolla1; Cleber de Oliveira Santini1 e Leandro

B. da Silva Volk1

Primeiro autor: Apresentador. Eduardo_ [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama

-PR

2Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Agronomia – Campus de Maringá - PR

INTRODUÇÃO

O milho é uma cultura amplamente difundida no Brasil, onde o Paraná é o

maior estado produtor de milho brasileiro, produzindo na safra 2008/2009 11,1

milhões de toneladas, representando 21,76% da produção brasileira (CONAB,

2010). Juntamente com a produção, cresce a busca de fontes alternativas de

fertilizantes para a obtenção de altas produtividades com baixos custos de produção

(REINERT & ELTZ, 1997).

Os solos arenosos se caracterizam pelos baixos teores de argila (<150 g

kg-1), elevados teores de Al+3 (>0,5 cmolc kg-1), elevada acidez e baixa concentração

de nutrientes (NOLLA et al., 2009). Assim, é recomendada a fertilização orgânica,

porque apresenta menor volatilização e lixiviação de nutrientes que as fontes

minerais (NARDIN, 2007). PEREIRA et al. (2005) trabalhando em Latossolo

Vermelho Amarelo (textura arenosa), relata o efeito da adubação com torta de filtro

na cultura do algodoeiro, cuja dosagem de maior significância ao desenvolvimento

da cultura foi atingido com o uso de 62 t ha-1 de torta de filtro. No entanto, devido aos

escassos trabalhos relacionando adubos orgânicos utilizados em solos arenosos,

justifica-se estabelecer dosagens e critérios de fertilização para as condições da

região do noroeste do Paraná. Objetivou-se estudar a influência da aplicação de

torta de filtro no desenvolvimento de milho, bem como estabelecer recomendações

de fertilização.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi instalado um ensaio na área experimental da Universidade Estadual de

Maringá, campus de Umuarama. No ano de 2009, coletaram-se amostras de um

Page 114: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

114

Latossolo Vermelho distrófico psamítico arenoso, originalmente sob campo natural,

cuja descrição dos atributos químicos (0-20 cm) está apresentada na Tabela 1.

Coletaram-se amostras do Latossolo, as quais foram secas e peneiradas.

Acondicionou-se 3 kg do solo em colunas de PVC (20 x 15 cm). Incorporou- se,

TABELA 1: Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Latossolo

Vermelho distrófico psamítico sob campo natural

pH Al3+

Ca2+

Mg2+

K+ P V m Argila

H2O ...................cmolc dm-3

................... ..........mg dm-3

..........

........% ........ g kg-1

5,30 0,2 1,67 0,63 74,29 6,30 36,78 7,43 120

Ca2+

, Mg2+,

Al3+

- extraídos com KCl 1 mol L-1

P, K – extraídos com Melhlich 1

no solo, doses de torta de filtro equivalentes a 0, 25, 50, 100, 200 e 400 t ha-1. O

delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro

repetições. Cultivou-se milho (2 plantas por vaso) variedade IPR 119, por 45 dias,

mantendo-se a umidade próxima à capacidade de campo. Aplicou-se 90 kg ha-1 de

N na forma de sulfato de amônio, 50% na emergência e 50% após 15 dias. No final

do cultivo, as plantas de milho foram cortadas rente ao solo, determinando-se o

diâmetro do caule (região do coleto), altura das plantas, massa de matéria verde e

seca das partes aérea e radicular. Os resultados foram submetidos à análise de

variância pelo software SISVAR e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação de torta de filtro proporcionou aumento no acúmulo de matéria

verde da parte aérea e a altura de plantas em até 1,94 e 1,45 vezes,

respectivamente, quando comparado ao tratamento testemunha. RIVERA-PINEDA

(1994), trabalhando com cana de açúcar observou que aplicação de 60 t ha-1 de

torta de filtro aumentou a produtividade da cana de açúcar em 27%.

Page 115: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

115

O aumento na dosagem de torta de filtro também aumentou o diâmetro do

caule das plantas de milho (Figura 1D), porque um maior crescimento das plantas

está diretamente associado com maior desenvolvimento e engrossamento do caule,

o que proporciona maior desenvolvimento da parte aérea das plantas.

A parte aérea das plantas de milho obteve melhor desempenho quando

aplicadas doses de 168 a 202 t ha-1 torta de filtro (Figura 1), sendo que a torta de

filtro apresentou efeito fertilizante. Porém, em doses elevadas (>100 t ha-1) pode

ocorrer imobilização de nitrogênio devido à alta relação C/N do resíduo (CAMARGO

et al., 1984), o que pode ter contribuído para a redução do acúmulo de matéria

seca e verde na

y = -0,0019x2 + 0,7687x + 71,767 R

2 = 0,60**

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

0 50 100 150 200 250 300 350 400

DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

M.

FR

ES

CA

PA

RT

E A

ÉR

EA

(g

co

lun

a-1

)

y = -0,0003x2 + 0,1005x + 9,7753 R

2 = 0,60**

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0 50 100 150 200 250 300 350 400

DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

M.

SE

CA

PA

RT

E A

ÉR

EA

(g

co

lun

a-1

)

y = -0,0006x2 + 0,2212x + 69,18 R

2 = 0,66**

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

0 50 100 150 200 250 300 350 400

DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

AL

TU

RA

DE

PL

AN

TA

(cm

)

y = -0,0001x2 + 0,0364x + 14,99 R

2 = 0,72**

13

14

15

16

17

18

19

0 50 100 150 200 250 300 350 400

DOSES DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

DIÂ

ME

TR

O (

mm

)

FIGURA 1. Relação entre a aplicação de doses crescentes de torta de filtro e a

matéria verde (A) e seca (B) da parte aérea, altura de planta (C) e

diâmetro do caule (D) da cultura de milho, cultivada em um Latossolo

Vermelho distrófico psamítico sob campo natural.

altura de plantas (Figura 1), onde aplicou-se a maior dosagem (400 t ha-1) de torta

de filtro. Com base nos dados obtidos da relação entre doses de torta de filtro

A B

C D

Page 116: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

116

aplicada e atributos da parte aérea, pode-se obter a dosagem ideal, ou seja, a dose

na qual foi obtido o melhor desenvolvimento da parte aérea (Tabela 2), a partir do

cálculo da primeira derivada das equações de regressão apresentadas na Figura 1.

TABELA 2: Valores de referência para doses de torta de filtro baseadas no máximo

atingido pelos atributos das plantas de milho cultivadas em um

Latossolo Vermelho distrófico psamítico sob campo natural

PARÂMETROS PLANTA DOSE DE TORTA DE FILTRO (t ha-1

)

MASSA VERDE PARTE AÉREA 202

MASSA SECA PARTE AÉREA 168

ALTURA PLANTA 184

DIÂMETRO CAULE 182

MÉDIA 184

O desenvolvimento máximo do milho cultivado nos vasos foi atingido quando

se aplicou na média 184 t ha-1 (Tabela 2). DONZELLI & PENATTI (1997) verificaram

que o melhor desenvolvimento de cana de açúcar ocorreu quando se aplicou 21 t ha-

1 de torta de filtro no sulco. Provavelmente, a diferença de dosagem ideal esteja

relacionada à ausência na suplementação de P, aliada ao tipo de solo testado

(Tabela 1).

CONCLUSÃO

A aplicação de torta de filtro aumentou o desenvolvimento da cultura do milho.

O melhor desenvolvimento foi atingido com a aplicação de 184 t ha-1 de torta de

filtro.

Page 117: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

117

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMARGO, O.A. DE; BERTON, R.S.; GERALDI, R.N.; VALADARES, J.M.A.DA S.

Alterações de características químicas de um Latossolo Roxo distrófico incubado

com resíduos da indústria álcool-açucareira. Bragantia, v.43 n.1, 1984.

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO CONAB. Milho - Brasil. Série

histórica de: área, produtividade e produção. Disponível em:

<http://www.conab.gov.br> Acesso em: 12 de jul. de 2010.

DONZELLI, J.L. PENATTI, C.P. Manejo do solo classificado como Latossolo Roxo

Ácrico. Centro de Tecnologia Copersucar. Relatório Técnico. Piracicaba, 1997.

NARDIN, R. R. Torta de filtro aplicada em argissolo e seus efeitos

agronômicos em duas variedades de cana de açúcar colhidas em duas

épocas. 2007. 51 f. Dissertação (Mestrado - Área de Concentração em Tecnologia

de Produção Agrícola) - IAC, 2007.

NOLLA, A.; PALMA, I. P.; SANDER, G.; VOLK, L. B. S.; Silva, T. R. B.

Desenvolvimento de milho submetido à aplicação de calcário e silicato de cálcio em

um Argissolo arenoso do noroeste paranaense. Cultivando o saber, v. 2, 2009.

PEREIRA, J. R. et al. Adubação orgânica com torta de filtro de cana de açúcar

no algodoeiro semiperene BRS 200 no cariri cearense. In: V CONGRESSO

BRASILEIRO DE ALGODÃO, 2005.

REINERT, D.J. & ELTZ, F.L.F. Sucesso do plantio direto em solos arenosos: campo

nativo, áreas degradadas e integração lavoura-pecuária. In: FRIES, M.R. &

DALMOLIN, R.S.D. Atualização em recomendação de adubação e calagem - enfâse

em plantio direto. Santa Maria: Soc. Bras. Ciência do Solo, 1997.

RIVERA-PINEDA, P. A. Características químicas do solo e produtividade de

soqueira de cana de açúcar, em resposta a aplicação de corretivos e

fertilizantes. 1994. 72 f. Dissertação (Mestrado) - UFV, Viçosa, 1994.

Page 118: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

118

LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE PLANTAS DANINHAS EM DIFERENTES

PROFUNDIDADES DO SOLO DE ÁREAS SOB DIFERENTES MANEJOS

Willian Fagner Pereira1; Erick Zobiole Marinélli

1; Yara Camila Fabrin Cabral

1;; Marizangela

Rizzatti Ávila2; Manoel Genildo Pequeno

1.

Primeiro Autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama-Pr.

2 Instituto Agronômico do Paraná, Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-Pr.

INTRODUÇÃO

Sabe-se da importância dos fatores ambientais para a germinação das

sementes das culturas. Para as plantas daninhas a importância destes fatores não é

diferente. As condições ambientais como luminosidade, temperatura e a interação

entre ambas e destas com os atributos do solo são os principais fatores ambientais

que regulam a germinação e a emergência de plântulas (FRANKLAND &

TAYLORSON, 1983).

Segundo SEVERINO & CHRISTOFFOLETI (2001), pode haver grandes

variações na composição e na densidade do banco de sementes com relação direta

entre o histórico da área e o sistema de produção adotado. Isso se deve pelo fato de

alguns sistemas de manejo favorecerem o revolvimento do solo (semeadura

convencional), de forma a contribuir com a incorporação das sementes no solo,

enquanto outros sistemas de manejo, que pregam o mínimo revolvimento do solo

(semeadura direta) favorecem a deposição das sementes nas camadas mais

superficiais do solo.

De acordo com LORENZI (2008) um dos fatores responsável pela grande

habilidade das plantas daninhas quanto a sobrevivência é a grande longevidade das

sementes proporcionada pela existência de complexos mecanismos de dormência

temporária. Deste modo os diferentes tipos de manejos podem expor as sementes

das plantas daninhas, mais ou menos, às condições ambientais necessárias para a

quebra da dormência e quiescência.

Deste modo o presente levantamento teve por objetivo avaliar a emergência

de plantas daninhas presentes em diferentes camadas do solo em quatro áreas

distintas quanto manejo de solo e histórico de culturas implantadas.

Page 119: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

119

MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento foi realizado na fazenda onde esta sediada a Universidade

Estadual de Maringá – Campus de Umuarama – PR, localizada a 23º47‟66”S e

53º15‟19”O.

Realizou-se a amostragem de quatro áreas que apresentavam histórico de

sucessão de culturas e manejos diferentes entre si.

Foram amostrados 20 pontos em cada área, sendo o tipo de caminhamento

adotado “zig-zag”. As amostras foram retiradas com o auxílio de um trado holandês

chegando a profundidades de 12,5 cm. As mesmas foram subdivididas em amostras

de 0-2,5; 2,5-5; 5-7,5 ; 7,5-10; 10-12,5 cm e colocadas em copinhos plásticos os

quais foram levados para casa de vegetação, onde foram regado s a cada dois dias.

As áreas onde foram coletadas as amostras estavam sendo cultivadas com

milho (1), soja (2), soja (3) e soja (4). Abaixo será apresentado um breve histórico de

cada uma das áreas.

Nas áreas 1, 2 e 3 o sistema de semeadura direta está implantado. A área 1,

tem o sistema de semeadura direta mais recente, ou seja, de 2 anos, tinha milho

como cultura principal em sucessão Brachiaria brizantha, como cobertura. A área 2,

tem histórico de 6 anos em sistema de semeadura direta consolidada. A sucessão

de culturas desta área era soja-aveia (cobertura). A área 3, possui em seu histórico

de cultivos a rotação das seguintes culturas: Brachiaria brizantha - milho pipoca -

feijão - aveia - nabo - aveia - soja. A área 4, foi manejada com o sistema de

semeadura convencional, possuindo soja antecedida por Brachiaria brizantha.

A partir da data de coleta verificou-se diariamente a emergência das plântulas

até 05.06.2010. Em seguida realizou-se a análise descritiva dos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De posse dos dados foi possível analisar quais as profundidades de maior

emergência de plantas daninhas de cada área avaliada.

Observando a Tabela 1 é possível relatar que nas áreas 1 e 2, manejadas sob

sistema de semeadura direta, houve maior emergência de plantas daninhas na

camada mais superficial do solo (0-2,5 cm) correspondendo respectivamente aos

valores aproximados de 52 e 70%. Nas demais profundidades todas demonstraram

valores inferiores.

Page 120: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

120

Tabela 1. Quantidade de plantas emergidas nas diferentes áreas e profundidades.

Área Profundidade (cm) Numero de plantas Porcentagem

1

0 - 2,5 11 52,4

2,5 - 5 5 23,8

5 - 7,5 3 14,3

7,5 - 10 1 4,75

10 - 12,5 1 4,75

2

0 - 2,5 14 70

2,5 - 5 4 20

5 - 7,5 1 5

7,5 - 10 0 0

10 - 12,5 1 5

3

0 - 2,5 41 28

2,5 - 5 44 30

5 - 7,5 15 10,3

7,5 - 10 20 13,7

10 - 12,5 26 18

4

0 - 2,5 6 17

2,5 - 5 19 56

5 - 7,5 7 21

7,5 - 10 2 6

10 - 12,5 0 0

Em relação à área 3, a emergência de plântulas se ocorreu de forma mais

uniforme sendo que apenas 30% das plantas germinaram entre 2,5-5cm seguida de

28% na profundidade de 0-2,5cm e 18% na profundidade de 10-12,5cm, sendo estas

as que se mostraram com maior percentual germinativo. Tal uniformidade de

germinação pode ser favorecida devido a longo período de rotação de culturas e

semeadura direta. A área 4, trata se de uma área com semeadura convencional

onde, 17% das plantas invasoras germinaram na profundidade de 0-2,5 cm, já na

profundidade de 2,5 a 5 cm mostrou-se superior as demais chegando a 56% das

plantas, em seguida 21% germinou na profundidade de 5-7,5 cm e em menor

quantidade sendo apenas 6% germinou a 7,5-10 cm não ocorrendo germinação na

profundidade de 10-12,5 cm.

Page 121: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

121

CONCLUSÃO

Concluiu-se que na área 3 onde apresentava maior histórico de rotação de

culturas, possui maior uniformidade no banco de sementes de plantas daninhas no

solo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e

toxicas. 2008, 4º Edição.

SEVERINO, F, J. et. al. Banco de sementes de plantas daninhas em solo cultivado

com adubos verdes. Bragantia, Campinas, v. 60, n.3, p. 201-204, 2001

FRANKLAND, B. TAYLORSON, R. Light control of seed germination. In:

SHROPSHINE, W.; MOHR, H. (Eds). Photo morphogenesis. Berlin: Springer-

Verlag, 1983, p. 428-456.

Page 122: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

122

SOBRESSEMEADURA DE CULTIVARES DE AVEIA E CENTEIO EM CAPIM

MOMBAÇA IRRIGADO

Eduardo P. Ribeiro1; Max E. Rickli2; Ulysses Cecato3; Camila V. Viana1; André

P. Barbosa1; Matheus A. Mendes1; Eder P. Gomes 4

Primeiro autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama – PR

2Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Medicina Veterinária - Campus de Umuarama

– PR.

3Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Zootecnia - Campus de Maringá – PR

4 Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Agrárias – Dourados – MS

INTRODUÇÃO

A estacionalidade da produção de forragens é reconhecida como um dos

principais fatores responsáveis pelos baixos índices de produtividade da pecuária

nacional, visto que os níveis de produção animal obtidos na estação das “águas”

(verão) são comprometidos pelo baixo rendimento forrageiro durante a “seca”

(inverno).

Ainda nesse sentido, BARIONI et al. (2003), ressaltam que o crescimento das

forrageiras tropicais é desuniforme ao longo do ano, com alternância de

produtividade.

Nesse aspecto se consideram para referente pesquisa as forrageiras do

gênero Panicum maximum, cultivar Mombaça, que comparadas a outras cultivares,

apresentam maior sensibilidade em relação às baixas temperaturas, atingindo a

plena estacionalidade por volta dos 17,5 oC (MORENO et al.2004).

O uso da sobressemeadura com espécies temperadas sobre pastagens

tropicais vem aumentando em função das vantagens técnicas e econômicas

observadas, sendo, segundo RODRIGUES et al. (2006), uma forma de contribuir

para aliviar a escassez de forragem durante a entressafra (outono/inverno).

A sobressemeadura de forrageiras de inverno pode preferencialmente ser

realizada com irrigação, exceto em regiões que apresentam inverno chuvoso

(OLIVEIRA et al., 2005).

Page 123: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

123

O presente trabalho tem por objetivo avaliar o potencial produtivo do capim

Mombaça exclusivo e com sobressemeaduras de aveia e centeio, sob irrigação, no

período de entressafra e na região Noroeste do Paraná.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em propriedade de atividade leiteira, no período de

maio a outubro de 2009, em uma área de LATOSSOLO Vermelho-Amarelo distrófico

típico (EMBRAPA, 1999), textura arenosa, na cidade de Icaraíma-PR (23º23‟25‟‟ de

latitude Sul, 53º38‟95‟‟ de longitude Oeste e 385 m de altitude). Durante o período

experimental, as temperaturas média e mínima foram da ordem de 23,3 0C e 19 0C,

respectivamente.

O manejo da irrigação foi realizado de forma suplementar, por meio de

balanço hídrico simplificado, com turno de rega diário. As parcelas experimentais

foram implantadas por meio de cinco tratamentos: três na forma de

sobressemeadura de aveia (Iapar 61, IPR 126, MS, na dose de 50 kg/ha) em capim

Mombaça e, um na forma de sobressemeadura de aveia em consórcio com centeio

(IPR 126 + IPR 89 na dose de 70 kg/ha), também em capim Mombaça e, por fim, um

tratamento testemunha com apenas capim Mombaça sem sobressemeadura. Estes

tratamentos foram respectivamente denominados por M+61, M+126, M+MS,

M+126+89 e Testemunha.

As sobressemeaduras foram realizadas a lanço entre o período de 08 à 28 do

mês de maio de 2009. Os animais foram colocados nos piquetes para pastejar e

simultâneamente pisotear a área, sendo posteriormente roçada a 10 cm de altura.

A área experimental foi instalada sobre vinte piquetes de pastejo intermitente,

com 400 m2 cada. O período de ocupação foi de um dia e o ciclo de pastejo de

aproximadamente 30 dias, totalizando 5 ciclos durante o período experimental. O

delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, com esquema de parcelas

subdivididas, considerando nas parcelas os tratamentos e nas subparcelas os ciclos

de pastejo, com quatro repetições.

Antes das vacas entrarem nos piquetes, foram lançadas ao acaso duas

molduras de ferro de 0,25m2 (50 x 50 cm) cada, totalizando uma área de 0,5 m2 por

piquete. No interior da moldura o capim era cortado na mesma altura pré-

Page 124: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

124

estabelecida para o pastejo dos animais, da ordem de 10 cm. Adubações com 25 kg

ha-1 de N em forma de Uréia foram realizadas após cada ciclo de pastejo.

Em laboratório, para a determinação da matéria seca (MS), a aveia foi

separada do capim Mombaça e colocadas em estufa de ar forçado à 65oC por 72

horas. Ao sair da estufa, as amostras foram pesadas em balança com precisão de

0,01g. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e

comparados pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção média de MS total foi de 3890 kg-1 ciclo de pastejo-1,

apresentando valores superiores ao encontrado por RODRIGUES et al, (2006) que

encontraram 1636 kg-1 ha, com restrição no quarto corte. A sobressemeadura de

forrageiras de inverno em mombaça apresentou visível variabilidade de produção de

MS entre a maioria dos tratamentos conforme Tabela 1, mostrando-se responsiva,

estando de acordo com o mesmo autor, em experimento com panicum, porém

contradizendo OLIVEIRA et al. (2007), que não encontrou variabilidade de produção

de MS em seus tratamentos.

Tabela 01 – Produção de matéria seca total (kg ha-1)

Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem entre si (P>0.05).

Os tratamentos com aveia 126, MS e 126+89 alcançaram produções médias

de 4944, 4292 e 4460 kg.ha-1 respectivamente. Por vez, o tratamento com aveia 126

se diferenciou em relação aos demais, mesmo não havendo diferenças significativas

entre eles, obtendo a maior média, fato que se confirma na tabela 2 onde esses

mesmos tratamentos obtiveram as maiores produções de aveia.

Ciclos de pastejo Testemunha M+MS M+126 M+126+89 M+61 Média CV% 1º (junho) 2866 abB 3676 abBC 5088 aB 1584 bB 2707 abB 3184 B 2º (julho) 7962 cA 8229 cA 11193 bA 13802 aA 6332 cA 9504 A 3º (agosto) 1732 bBC 4747 aB 3628 abBC 3302 abB 2573 abB 3196 B 4º (setembro) 1092 aBC 3162 aBC 1660 aC 1470 aB 2475 aB 1972 C 5º (outubro) 149 bC 1645 abC 3150 aBC 2141 abB 873 abB 1592 C

Média 2760 b 4292 a 4944 a 4460 a 2992 b CV% 31,0

31,9

Page 125: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

125

Verifica-se no quarto e no quinto corte que as produções de aveia foram

maiores que a produção de mombaça em todos os tratamentos, justificando a

importância da sobresemeadura da mesma em época crítica as pastagens tropicais.

Tabela 02 – Produção de matéria seca da forrageira sobressemeada (kg ha-1)

Médias seguidas de mesmas letras, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem entre si (P>0.05).

CONCLUSÃO

A produção total de matéria seca foi influenciada pelas sobressemeaduras

das forrageiras de inverno, sendo uma prática adequada para enfrentar o problema

de estacionalidade da região Noroeste do Paraná.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARIONI, L. G.; MARTHA JR., G. B.; RAMOS, A. K. B.; VELOSO, R. F.;

RODRIGUES, D.C.; VILELA, L. Planejamento e gestão do uso de recursos

forrageiros na produção de bovinos em pastejo. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO

DA PASTAGEM, 20, 2003, Piracicaba. Anais.Piracicaba: FEALQ, 2003. p. 105-154.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de

classificação de solos. Brasília: EMBRAPA, 1999. 412p.

Ciclos de pastejo M+MS M+126 M+126+89 M+61 Média CV%

1º (junho) 1310 aB 1076 abBC 868 abB 288 abB 886 BC

2º (julho) 1608 bAB

3751 aA 2957 aA 444 bcB 2190 A

3º (agosto) 515 aB 128 aC 768 aB 107 aB 380 C

4º (setembro) 2631 aA 1012 bcBC 648 bcB 1926 abA 1554 AB

5º (outubro) 914 abB 1698 aB 1384 aB 483 abB 1120 BC

Média 1395,6 a 1533 a 1325 a 649,6 b

CV%

60,1

72,2

Page 126: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

126

MORENO, L. S. B. Produção de forragem de capins do gênero Panicum e

modelagem de respostas produtivas e morfofisiológicas em função de

variáveis climáticas. 2004. 86 p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 2004.

OLIVEIRA, P.P.A.. Produção de forragem e composição botânica de três

espécies de pastagem tropicais sobressemeadas com aveia ou azevém.

Jaboticabal: 44ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2007.

OLIVEIRA, P.P.A.; PRIMAVESI, A.C.; CAMARGO, A.C.; RIBEIRO, W.M.; SILVA,

E.M.T. Recomendação da sobressemeadura de aveia forrageira em pastagens

tropicais ou subtropicais irrigadas. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2005.

(Comunicado Técnico, 61). 7p.

RODRIGUES, A de A ; MENDONCA, F. C. ; PEDROSO, A. F ; SANTOS, P M ;

FREITAS, A R de ; TUPY, O . Utilização, em pastejo, de aveia semeada sobre

capim-tanzânia, para complementação da dieta de vacas de alta produção na

época da seca: resposta bioeconômica. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste

(Boletim de P&D, 3), 2006 (Boletim de Pesquisa Embrapa).

Page 127: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

127

LEVANTAMENTO DA DIVERSIDADE DE PLANTAS DANINHAS EM DIFERENTES

MANEJOS DE SOLO ATRAVÉS DA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS

Erick Zobiole Marinélli1; Yara Camila Fabrin Cabral1; Willian Fagner Pereira1;

Marizangela Rizzatti Ávila2;Manoel Genildo Pequeno1.

Primeiro Autor: Apresentador. E-mail: [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama-Pr.

2 Instituto Agronômico do Paraná, Unidade Regional de Pesquisa Oeste, Santa Tereza do Oeste-Pr.

INTRODUÇÃO

O banco de sementes do solo funciona segundo TEMPLETON & LEBIN

(1979), como um arquivo de informações das condições ambientais e práticas

culturais anteriores, importantes na avaliação do potencial de infestação das plantas

daninhas no presente e no futuro.

É valido lembrar que os efeitos de competição não são os únicos efeitos

negativos causados pela presença das plantas daninhas, mas o conjunto de fatores

que resultantes de pressões diretas (competição e alelopatia) e indiretas

(hospedeiras de pragas, doenças e interferência na colheita).

Estudos demonstram que as diferentes formas de manejo do solo e o

histórico de culturas implantadas na área são fatores importantes para a composição

do banco de sementes do mesmo. Nesse sentido, o revolvimento do solo no sistema

de semeadura convencional tende a favorecer a quebra da dormência das sementes

(BLANCO & BLANCO, 1991), enquanto na semeadura direta, que prega o mínimo

revolvimento do solo, as plantas daninhas presentes nas camadas mais profundas

tendem a permanecer dormentes por um longo período. De acordo com ALMEIDA

(1985), diferentes programas de rotação de culturas causam efeitos diferenciados

sobre a caracterização da comunidade infestante do terreno.

Desta forma, o presente levantamento teve como objetivo identificar quais as

espécies prevalecentes em quatro áreas com diferentes manejos do solo e históricos

de culturas implantadas.

Page 128: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

128

MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento foi realizado na fazenda da Universidade Estadual de

Maringá - Campus de Umuarama-PR localizada a 23º47‟66”S e 53º15‟19”W, onde foi

amostrado o banco de sementes de plantas daninhas em quatro áreas, com

histórico de diferentes sucessões de culturas e manejos do solo.

O levantamento foi constituído da amostragem de 20 pontos em cada área no

dia 28.03.2010, através de caminhamento em “zig-zag” para maximizar a

aleatoriedade das informações. As amostras de solo foram retiradas na

profundidade máxima de 12,5 cm com o auxílio de trado holandês, e posteriormente

subdivididas em subamostras nas profundidades de 0-2,5; 2,5-5; 5-7,5; 7,5-10; 10-

12,5 cm, as quais foram acondicionadas em copos plásticos e conduzidos em estufa

plástica com irrigação a cada dois dias.

Nas áreas estudadas as culturas presentes antes do momento da avaliação

foram constituídas por: milho (1), soja (2), soja (3) e soja (4), sendo que o histórico

das mesmas foi caracterizado por: áreas 1, 2 e 3, com sistema de semeadura direta

implantado. A área 1, sistema de semeadura direta recente, ou seja, de 2 anos

contínuos, onde houve milho como cultura principal em sucessão a Brachiaria

brizantha (capim-braquiária) como cobertura. A área 2, sistema de semeadura direta

consolidada com 6 anos de sucessão de soja-aveia (cobertura). A área 3 possui

histórico de cultivos em rotação com capim-braquiária - milho pipoca - feijão - aveia -

nabo - aveia - soja. A área 4 foi manejada em sistema de semeadura convencional,

possuindo soja antecedida por capim-braquiária.

A partir da data de coleta verificou-se diariamente a emergência das plântulas

até 05.06.2010. Em seguida realizou-se a análise descritiva dos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através dos dados de germinação foi possível caracterizar a população de

plantas daninhas existentes no banco de sementes das áreas avaliadas (Tabela 1).

Na área 1, constatou-se a emergência de 21 plântulas de 6 espécies, sendo

que dentre estas as que predominaram foram a macela (Gnaphalium spicatum Lam.)

e a falsa-serralha (Emilia fosbergii) com 55% e 20 %, respectivamente. Observando-

se a amostragem da área 2, constatou-se menor diversidade de espécies de plantas

Page 129: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

129

daninhas em relação a todas as demais áreas, sendo novamente a macela (G.

spicatum Lam.) a espécie de maior representatividade (70%).

Na amostragem referente a área 3 foi possível notar que a população de

caruru (Amaranthus deflexus L.) apresentou germinação de 30% do total de 146

plântulas, seguido pelo capim-colchão (Digitaria horizontalis Willd.) com 27% e

tiriricão (Cyperus esculentus L.) com 22,6%. Desta forma, verificou-se que esta área

foi a de maior quantidade e diversidade de espécies de plantas daninhas, através do

método de emergência das plântulas (146).

Tabela 1. Incidência de plantas daninhas no solo de diferentes sistemas de manejo.

Área Plantas Daninhas Quantidade

(Nº) Quantidade

(%) Nome Comum Nome Científico

1

Macela Gnaphalium spicatum Lam. 12 55

Caruru Amaranthus deflexus L. 1 5

Falsa-serralha Emilia fosbergii 4 20

Fazendeiro Galinsoga parviflora Cav. 1 5

Capim-braquiaria Brachiaria decumbens Stapf 2 10

Picão-preto Bidens pilosa L. 1 5

TOTAL 21 100

2

Macela Gnaphalium spicatum Lam. 15 75

Capim-colchão Digitaria horizontalis Willd. 3 15

Falsa-serralha Emilia fosbergii 2 10

TOTAL 20 100

3

Macela Gnaphalium spicatum Lam. 19 13

Tiriricão Cyperus esculentus L. 33 22,6

Caruru Amaranthus deflexus L. 44 30

Guanxuma Anoda cristata (L) Schtltdl. 1 0,7

Falsa-serralha Emilia fosbergii 4 2,7

Pé-de-galinha Eleusine indica (L) 3 2

Capim-colchão Digitaria horizontalis Willd. 39 27

Tiririca Cyperus rotundus L. 3 2

TOTAL 146 100

4

Macela Gnaphalium spicatum Lam. 14 41,2

Falsa-serralha Emilia fosbergii 12 35

Capim-colchão Digitaria horizontalis Willd. 4 12

Caruru Amaranthus deflexus L. 3 8,8

Tiriricão Cyperus esculentus L. 1 3

TOTAL 34 100

Page 130: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

130

Na área 4, observou-se que a macela (G. spicatum Lam.) (41,2%), novamente

caracterizou-se pela maior quantidade de germinação e/ou emergência, seguida

pela falsa-serralha (E. fosbergii) (35%), capim-colchão (D. horizontalis Willd.) (12%),

caruru (A. deflexus L.) (8,8%) e apenas 3% de tiriricão (C. esculentus L.).

A diferença entre as espécies e o número de plantas daninhas determinadas

pela metodologia de amostragem do solo foram influenciadas pelo sistema de

sucessão de culturas. Entretanto, apesar semeadura direta em sucessão de soja-

aveia ter se destacado como o melhor sistema de manejo cultural de plantas

daninhas, a espécie macela (G. spicatum Lam.)apresentou-se como a mais

freqüente entre as condições estudadas.

CONCLUSÃO

O sistema de semeadura direta consolidada com 6 anos de sucessão de soja-

aveia apresentou-se como o melhor manejo cultural de plantas daninhas, entre as

condições estudadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, F. S. Influência da cobertura morta do plantio direto na biologia do solo.

In: FANCELLI, A. L.; TORRADO, P. V.; MACHADO, J. Atualização em plantio

direto. Campinas: Fundação Cargill, 1985. p.103-144.

BLANCO, H.G; BLANCO, F.M.G. Efeito do manejo do solo na emergência de

plantas daninhas anuais. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.26, n.2,

p.215 -220, 1991.

TEMPLETON, A.R.; LEVIN, D.A. Evolutionary consequences of seed

pools. American Naturalist, Chicago, v.114, p.232-249, 1979.

Page 131: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

131

DESENVOLVIMENTO DE PLÂNTULAS DE MILHO SUBMETIDO À APLICAÇÃO

DE ADUBAÇÃO MINERAL E DIFERENTES DOSES DE RESÍDUO DE FILMES

RADIOGRÁFICOS

Renan Alenbrant Migliavacca1; Antonio Nolla1; Edmilson C Bortoletto2; Tiago

Mazetto1; Célia Regina Granhen Tavares2

Primeiro autor: Apresentador. [email protected]

1Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Ciências Agronômicas – Campus Umuarama

2Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Engenharia Química – Campus Sede

INTRODUÇÃO

A falta de uma política nacional de extração e comercialização de adubos, a

grande detenção destes por apenas algumas empresas multinacionais e as

elevadas taxas portuárias do país, fazem com que este insumo seja o responsável

por muitas vezes metade do custo de produção da maioria das culturas anuais em

todas as regiões produtoras do país.

De acordo com QUAGGIO (2000), a maximização de produção juntamente

com a redução dos custos, tem sido a principal forma de capitalizar o agricultor.

Desta forma, vem sendo utilizado nas lavouras de culturas como o milho,

fertilizantes orgânicos, provenientes de resíduos das indústrias.

Dentro dos grupos dos fertilizantes alternativos mais estudados estão o lodo

de esgoto, torta de filtro e a vinhaça. A vinhaça é caracterizada como subproduto

gerado em grande quantidade a partir da produção do açúcar e álcool (MEDINA &

BRINHOLI, 1998), ou seja, estes resíduos são normalmente tidos como problema

nos sistemas industriais, geralmente de difícil descarte. Na busca de materiais

fertilizantes produzidos pelas indústrias, vários produtos vêm sendo testados. Um

destes produtos estudados é o resíduo de filmes radiográficos. O efluente

proveniente da etapa de revelação, fixação e a água de enxágüe gerada no

processamento de filmes radiográficos contêm prata na forma de complexo negativo

de tiossulfato de prata, o que torna este efluente extremamente tóxico a organismos

aquáticos (BORTOLETTO 2007). Porém, após processos químicos os quais têm por

objetivo isolar a prata por troca metálica com o ferro, precipitando a prata contida no

efluente, resultando em uma solução que pode ser rica em nutrientes fundamentais

para o desenvolvimento das plantas, tais como o nitrogênio e o enxofre.

Page 132: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

132

Assim, o presente trabalho teve como objetivo comparar o desenvolvimento

da cultura do milho submetido à aplicação de diferentes doses de efluente

proveniente da etapa de fixação com a adubação mineral.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Maringá, Campus

de Umuarama, estado do Paraná, a partir de um Argissolo Arenoso sob mata

natural, cuja caracterização química está apresentada na Tabela 01.

Tabela 1. Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Argissolo Vermelho

distrófico típico sob campo natural

pH (H2O) Ca Mg Al P K S H+Al T V M.O. Argila

1 : 2,5 ----- cmolc dm-3 ----- - mg dm-3 - ------- cmolc dm-3 ----- % ----g kg-1----

4,9 0,66 0,23 1,3 5,5 27 0,96 4,96 5,92 16 15 200

Ca, Mg, Al = (KCl 1 mol L-1

); P, K = (HCl 0,05 mol L-1

+ H2SO4 0,025 mol L-1

); S = soma de bases; H+Al = acidez potencial

(Acetato de cálcio); T= CTC pH 7,0; V= Saturação por bases; M.O.= matéria orgânica(Walkley-Black).

Inicialmente, foram acondicionados aproximadamente 2,5 quilos do solo

original em colunas de polietileno (tubos de PVC) com dimensões de 20 cm de altura

por 15 cm de diâmetro. As colunas foram dispostas em condições de campo ao ar

livre, no intuito de simular com precisão as condições agrícolas. Foram aplicadas

doses crescentes de resíduo radiográfico nas doses de 0 (T1), 1,25 (T2), 2,50 (T3),

5,00 (T4), 10,0 (T5), 20,0 (T6), 40,0 (T7), 80 (T8) e 160 (T9) ml por vaso (2,5 kg)

além da adubação mineral (T10) recomendada para o cultivo de milho no solo

testado (444 kg de Superfosfato simples por hectare Sp e 250 kg ha-1 de 20-0-20).

A caracterização química do resíduo radiográfico está na Tabela 2.

Page 133: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

133

Tabela 2. Análise do fixador após troca metálica.

Parâmetros

Ph 4,96

Nitrogênio total 22700 mg/L

Sulfato 26500 mg/L

Alumínio 1070 mg/L

Prata 8 mg/L

Ferro 2600 mg/L

O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos casualizados com 3

repetições. As colunas foram incubadas por 30 dias, mantendo-se a umidade dos

vasos próxima da capacidade de campo.

Posteriormente, semeou-se milho variedade CD 308, perfazendo 3 plantas

após o desbaste. A cultura se desenvolveu por 30 dias, quando as plantas foram

cortadas rente ao solo. Avaliou-se a parte aérea das plântulas de milho,

determinando-se a altura, peso, diâmetro do colmo, matéria verde e seca.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação de doses crescentes de resíduo radiográfico propiciou um

aumento no crescimento da parte aérea das plantas de milho, quando comparado ao

tratamento testemunha (Tabela 3). Isto parece demonstrar que o resíduo pode ser

capaz de estimular o desenvolvimento das culturas, porque apresenta na sua

composição 22,7 g L-1 de N, o que pode ser muito importante para o fornecimento de

nitrogênio às plantas, principalmente na fase inicial de desenvolvimento vegetativo,

onde este macronutriente é muito requerido pelas plantas (RIBEIRO, 1999).

Page 134: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

134

Tabela 3. Desenvolvimento da parte aérea da cultura do milho submetido à

aplicação de doses crescentes de resíduo radiográfico e adubação mineral

em um ARGISSOLO VERMELHO Distrófico típico.

Dose de resíduo

(ml por vaso) Altura (cm) Peso (g) Diâmetro (cm)

Matéria

Verde (g)

Matéria

Seca (g)

T1 26,11 a 1,76 a 3,73a 3,57a 0,53a

T2 31,92 ab 2,60 a 4,34ab 7,81a 0,96a

T3 30,02 ab 2,61 a 4,38ab 7,81a 1,01a

T4 31,24 ab 2,63 a 4,20ab 7,89a 1,10a

T5 33,62 ab 3,03 a 4,72abc 9,10a 1,33a

T6 36,72 ab 4,03 a 5,40 bc 12,10a 1,78ab

T7 35,22ab 3,99 a 5,01 abc 12,31a 1,78ab

T8 37,22ab 4,63 a 5,88 cd 13,90a 1,99ab

T9 46,33 a 8,33 b 7,01 d 24,99 b 3,44 b

T10 37,99 ab 4,07 a 5,35 bc 12,02a 1,66ab

Dados seguidos pela mesma letra, para cada parâmetro testado, não diferem estatisticamente entre

si, pelo teste de Tukey (P<0,05)

Comparando-se os tratamentos, verifica-se que a adubação mineral

apresentou um desenvolvimento da parte aérea de milho maior que a testemunha

para todos os tratamentos, indicando que a fertilização + calagem foi necessária

para o desenvolvimento da cultura (Tabela 3). No entanto, quando se compara as

diferentes doses do resíduo aplicado com o fertilizante mineral (T10), observa-se

que a aplicação da maior dose de resíduo radiográfico (160 ml por vaso) foi capaz

proporcionar um desenvolvimento de milho superior à adubação mineral. Entretanto,

este resultado deve ser avaliado com cuidado, pois o resíduo testado pode ser fonte

de metal pesado, o que não foi avaliado neste estudo.

Page 135: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

135

CONCLUSÕES

A adição de doses crescentes de resíduo radiográfico estimulou o crescimento

de plântulas de milho para a cultura do milho. A maior dose do resíduo propiciou um

melhor desenvolvimento de milho que a adubação mineral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORTOLETTO, E.C.; IGARASHI-MAFRA, l.; SORBO, A. C. A. C.; GALLIANI, N. A.;

BARROS, M. A. S. D.; TAVARES, C. R. G. Remoção da prata em efluentes

radiográficos. Acta Sci. Technol. Maringá, v. 29, n. 1, p. 37-41, 2007.

MEDINA, C. C. & BRINHOLI, O. Uso de resíduos agroindustriais nas produções de

cana-de-açúcar e álcool. Pesq. Agropec. Bras., v. 33, p. 1821-1825, 1998.

QUAGGIO, J. A. Acidez e calagem em solos tropicais. Campinas: Instituto

Agronômico de Campinas, 111p. 2000.

RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V. V. H. Recomendação para o

uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. CFSEMG-UFV, 359 p. 1999.

Page 136: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

136

AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE Azospirillum brasilense EM

ASSOCIAÇÃO COM Bradyrhizobium japonicum SOBRE AS

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA CULTURA DA SOJA

Mauro Cezar Barbosa1, Glenberson G. Piccinin1, Anderson F. Biani1, Cleison G.

Piccinin1, Alex Ortix1, Paulo V. Demenck1, e Alessandro de Lucca e Braccini2

*Apresentador/Autor para correspondência: [email protected]

1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Agronômicas - Campus de

Umuarama-Pr.

2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Sede – Maringá/Pr.

INTRODUÇÃO

A soja tem grande importância no sistema de produção brasileiro e mundial.

No Brasil, essa cultura ocupa posição de destaque e se apresenta como a mais

importante cultura em produção de grãos e em exportação, com produção superior a

57 milhões de toneladas na safra 2006/2007 (CONAB, 2008a), e com perspectiva de

produção entre 58 e 60 milhões de toneladas para a safra 2008/2009 (CONAB,

2008a,b).

A cultura da soja tem apresentado intensa atividade de pesquisa dirigida à

obtenção de informações que possibilitem aumentos na produtividade e redução nos

custos de produção (EMBRAPA SOJA, 2004). Isso tem exigido a constante

reformulação e adaptação de tecnologias, como o manejo nutricional via fixação

biológica de nitrogênio (FBN).

O nitrogênio (N), por se constituir em elemento imprescindível na síntese de

proteínas, requer demanda elevada para a cultura, acumulando cerca de 100 a 200

kg de N/ha, das quais 67% a 75% são alocados nas sementes.

A simbiose, que ocorre entre esta leguminosa e as bactérias do gênero

Bradyrhizobium (bactérias do grupo rizóbio) resulta na formação de nódulos nas

raízes da planta, possibilitando a obtenção de todo o N que a cultura necessita,

mesmo com expectativa de alta produtividade de grãos.

No Brasil, porém, estudos sobre a tecnologia de co-inoculação de

Bradyrhizobium e Azospirillum na cultura da soja ainda não foram elucidados.

As bactérias do gênero Azospirillum, principalmente a da espécie A.

brasilense tem sido usada como inoculante em diversas culturas como: cereais,

algodão, tomate, banana, cana-de-açúcar, café, forrageiras, etc. Com resultados

Page 137: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

137

significativos segundo vários autores dentre eles Didonet et al (2003), Fallik & Okon

(1996), Pinheiro (1992), Sumner (1990), e Okon & Labandera (1994). Considerando

a vasta quantidade de variedades, cultivos, solos e condições climáticas avaliadas,

os resultados da inoculação com Azospirillum refletem claramente a capacidade da

bactéria de promover o desenvolvimento das plantas e o impacto positivo gerado

sobre o rendimento dos cultivos de grãos.

Deste modo, a implementação de práticas experimentais que busquem

resultados e respostas, para questões pertinentes a co-inoculação desses

microorganismos, são indiscutivelmente válidas da ótica fitotécnica. Sobretudo, na

cultura da soja, é necessária a busca constante de novas tecnologias que permitam

o incremento na produtividade e a agregação de valor ao produto comercializado.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento de campo foi instalado no ano agrícola 2008/2009, em área

localizada na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI) da Universidade Estadual de

Maringá (UEM), no município de Maringá, região noroeste do Estado do Paraná,

situada a uma latitude de 23º25‟ sul e longitude de 51º57‟ a oeste de Greenwhich,

com altitude média de 540 m.

As avaliações dos parâmetros foram conduzidas no Laboratório de

Tecnologia de Sementes do Núcleo de Pesquisa Aplicada à Agricultura (NUPAGRI),

pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da UEM.

A instalação e condução do experimento de campo foi de acordo com os

pressupostos da Embrapa Soja (2008). O sistema de semeadura empregado foi o

direto.

A cultivar utilizada para a semeadura foi a BRS 232, pertencente ao grupo

de maturação semi-precoce (6,9 da classificação norte-americana), qual, foi tratada

com Vitavax-Thiram® 200 SC (Carboxin + Thiram) na dosagem de 250 mL 100 kg-1

de sementes, mais Co-Mo (100 mL para 50 kg de sementes) + tratamentos com

inoculantes.

Os tratamentos empregados estão descritos na Tabela 2:

Page 138: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

138

Tabela 2. Tratamentos com Bradyhrizobium japonicum associado ou não ao Azospirillum

brasilense, aplicados via tratamento de sementes na cultura da soja.

Tratamentos Forma de Aplicação

1 Testemunha absoluta (sem N e sem Inoculação)

2 Tratamento com Inoculante à base de Bradyhrizobium japonicum

3 Tratamento com Inoculante à base de Bradyhrizobium japonicum (1º)

+ Inoculante à base de Azospirillum brasilense (2º). Um após o outro.

4 Tratamento com Inoculante à base de Bradyhrizobium japonicum +

Inoculante à base de Azospirillum brasilense. Previamente misturados

Para a determinação da altura das plantas e altura de inserção da primeira

vagem, foram avaliadas 10 plantas, escolhidas ao acaso na área útil das parcelas,

realizando as medições com o auxílio de régua milimetrada de madeira, sendo os

resultados expressos em centímetros. O número de vagens por planta foi avaliado

por ocasião da maturação plena (estádio R8), por meio da contagem manual do

número de vagens presentes nas mesmas 10 plantas escolhidas aleatoriamente na

área útil de cada parcela. Partindo-se do rendimento de sementes nas parcelas, foi

determinada a massa de 100 sementes, por meio da pesagem de oito sub-amostras

de 100 sementes, para cada repetição de campo, com o auxílio de balança analítica

com precisão de um miligrama. Para o cálculo da massa de grãos, o grau de

umidade das sementes, determinado por meio do método de estufa a 1053oC

(BRASIL, 2009), foi corrigido para 13% base úmida.

O delineamento experimental adotado foi o em blocos completos

casualizados, com seis repetições. Os dados coletados foram submetidos à análise

de variância a 5% de probabilidade (P<0,05) e, quando significativas, as médias

foram comparadas pelo teste de t (LSD) (P<0,05), de acordo com Banzatto e Kronka

(2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio da análise de variância foi possível detectar que não ocorreram

diferenças significativas (P<0,05) para os tratamentos pelo teste F para as variáveis

altura de inserção da primeira vagem e numero de vagens por planta. Houve

diferença entre os tratamentos para todas as variáveis restantes: altura de plantas,

Page 139: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

139

massa de 100 grãos, número de nódulos no vegetativo, numero de nódulos no

reprodutivo, massa seca de raízes, massa seca de parte aérea e produtividade.

Podemos verificar na tabela 3, os resultados dos testes de médias para as

variáveis. Para a variável massa de 100 grãos os tratamentos 3 e 4 diferiram da

testemunha. O tratamento 4 foi o que apresentou a maior massa de 100 grãos. Para

a altura de plantas observamos que os tratamentos 2 e 3 apresentaram as maiores

medias.

Tabela 3. Médias da altura de inserção da primeira vagem, altura das plantas, número de

vagens por planta e massa de 100 grãos da cultivar BRS 232, em resposta aos diferentes

tratamentos com Azospirillum brasilense em associação com Bradyrhizobium japonicum.

Tratamentos

Características avaliadas1

Inserção 1a vagem Altura das

plantas

Número

de vagens

Massa de

100 grãos

----- cm ------ ----- cm ------ ---unid.--- ------- g --------

1 10,06 A 67,16 B 54,93 A 21,08 B

2 10,25 A 71,63 A 56,06 A 22,22 AB

3 9,48 A 72,26 A 58,70 A 22,45 A

4 8,83 A 70,96 AB 55,46 A 23,01 A

Média 9,65 70,50 56,29 22,19

C.V. (%) 13,45 4,91 19,76 4,58

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste t (LSD),

em nível de 5% de probabilidade.

Estas combinações de bactérias aplicadas nas sementes têm proporcionado

maior produção vegetal, na qual se relaciona na forma direta com uma maior fixação

de nitrogênio nas quais estes microorganismos atuam. Nos casos onde se tem

utilizado A. brasilense, tem se demonstrado que o efeito benéfico da associação se

deve em maior parte a capacidade que a bactéria tem de produzir fito-hormônios

que determinam um maior desenvolvimento do sistema radicular, e, portanto, a

possibilidade de explorar um volume mais amplo de solo.

Page 140: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

140

O gênero Azospirillum está incluído dentro do grupo de bactérias

denominadas “Bactérias Promotoras de Crescimento Vegetal” (BPCP). A pesquisa

relata que a estimulação da nodulação posterior pela inoculação de leguminosas

com A. brasilense pode estar relacionada com o incremento na indução da produção

de genes Nod, de raízes laterais, da densidade de pelos radiculares e nas

ramificações dos seus pelos.

Burdmann (1999-2000) em vários ensaios a campo com A. brasilense,

verificou um incremento nos rendimentos das leguminosas com a inoculação mista,

obtendo valores superiores aos obtidos com somente a inoculação com

Bradyrhizobium. Os resultados obtidos com a inoculação combinada de leguminosas

pode no entanto, mostrar respostas contraditórias, ou seja, tanto estimular como

inibir a formação de nódulos e o crescimento radicular em um sistema simbiótico,

variando em função do nível de concentração do inóculo e do tipo de inoculação.

Assim, é preciso efetuar uma adequada seleção de estirpes diazotróficas

compatíveis e aplicadas numa relação celular ótima.

CONCLUSÕES

O presente trabalho permitiu concluir que:

Houve diferença significativa para a maioria dos parâmetros agronômicos em virtude

do tratamento (inoculação mista, ou co-inoculação).

Verificou-se um incremento positivo na produtividade da soja com a inoculação

mista, obtendo valores superiores aos obtidos com somente a inoculação com

Bradyrhizobium.

A co-inoculaçao da soja com Bradyrhizobium japonicum associado ao Azospirillum

brasilense pode propiciar melhores resultados no desempenho agronômico da cultura,

permitindo incremento na produtividade e a agregação de valor ao produto comercializado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BANZATTO, D.A.; KRONKA, S. N. Experimentação Agrícola. 4.ed. Jaboticabal:

FUNEP, 2008. 237 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de

sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 2009.

Page 141: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

141

CONAB. Acompanhamento da safra brasileira: grãos: intenção de plantio, segundo

levantamento, novembro de 2008. Brasília, 2008a, 36 p.

CONAB. Estudos de prospecção para a safra 2008/2009.

<http://www.conab.gov.br/2008>. Acesso em: 14 de novembro de 2008, Brasília, 2008b.

DIDONET, A.D.; MARTIN-DIDONET, C.C.G.; GOMES, G.F. Avaliação de linhagens

de arroz de terras altas inoculadas com Azospirillum lipoferum Sp59b e A. brasilense

Sp24. Comunicado Técnico.

EMBRAPA SOJA. Tecnologias de produção de soja – região central do Brasil –

2008. Londrina: Embrapa Soja; Embrapa Cerrados; Embrapa Agropecuária Oeste,

2008. 280 p. (Sistemas de Produção, 12).

EMBRAPA SOJA. Tecnologias de produção de soja: Paraná – 2005. Londrina:

Embrapa Soja, 2004. 224 p. (Sistemas de Produção/Embrapa Soja, n.5).

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação dos solos. Embrapa: Brasília, 1999.

412p.

FALLIK, E.; OKON, Y. Inoculants of Azospirillum brasilense: biomass production, survival

and growth promotion of Setaria italica and Zea mays. Soil Biology and Biochemistry, v. 28,

n. 1, p. 123-126, 1996.

FRED, E. B.; BALDWIN, I. L.; McCOY, E. Root nodule bacteria of leguminous plants.

Madison: The University of Wisconsin Press, 1932. 343 p.

IAPAR. Cartas climáticas básicas do Estado do Paraná. Londrina: Instituto Agronômico

do Paraná, 1987. 35 p.

HUNGRIA, M.; ARAUJO, R. S. Manual de métodos empregados em microbiologia agrícola.

Brasília: Embrapa, 1994. 542 p.

JORDAN, D. C. Transfer of Rhizobium japonicum Buchanan 1980 to Bradyrhizobium gen.

nov., a genus of slow growing root-nodule bacteria from leguminous plants. International

Jounal of Systematic Bacteriological, Washington, v. 32, p. 136-139, 1982.

KUYKENDALL, L. D. et al. Genetic diversity in Bradyrhizobium japonicum, Jordan, 1982 and

a proposal for Bradyrhizobium elkanii. Canadian Journal of Microbiology, Ottawa, v. 38, p.

501-505, 1992.MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado

nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba: POTAFÓS, 1997.

319p.

Page 142: Umuarama, PR · Prof. Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva ... DOSAGEM IDEAL DE VINHAÇA PARA O CULTIVO DE MILHO EM SOLO ... DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUS L

142

OKON, T.; LABANDERA-GONZALEZ, C. Agronomic applications of Azospirillum: an

evaluation of 20 years worldwide field inoculation. Soil Biology Biochemistry, Oxford, v.26,

n.12, p.1591-1601, 1994.

PINHEIRO, R. O. Investigação da adesão de Azospirillum spp. às raízes de trigo. 1992. 110

f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Itaguaí,

1992.