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  • FIDES REFORMATA 3/1 (1998)

    Uma Breve Introduo ao Estudo do Pacto

    Mauro F. Meister

    Este artigo se prope a estudar os elementos bsicos da doutrina do pacto dentro daperspectiva da teologia bblica. Para esse fim, o presente estudo composto de umabreve anlise histrica da doutrina do pacto, seguida de uma anlise bblica. As duaspartes, ainda que relacionadas pelo tema, no so, necessariamente, interdependentes. Aparte histrica visa dar ao leitor uma perspectiva quanto ao surgimento e controvrsiasatuais em torno da doutrina, tendo como ponto focal a Confisso de F de Westminster(CFW). A anlise bblica visa dar as linhas gerais da teologia do pacto, tornando essadoutrina mais conhecida do pblico evanglico brasileiro. Ainda que a doutrina do pactoseja a base da teologia calvinista, e, portanto, a teologia oficial das igrejas de confissoreformada, seu desconhecimento por grande parte dos reformados ainda muito grande.No tenho neste artigo nenhuma pretenso de originalidade. Como veremos no corpo dotexto, principalmente na anlise histrica, a doutrina do pacto antiga e amplamentedebatida, abrindo pouco espao para a originalidade.

    Entre os vrios autores contemporneos que tratam da doutrina do pacto e formam oarcabouo de idias expostas neste artigo esto G. Van Groningen, O. Palmer Robertson eWilliam Dumbrell.(1) O leitor poder notar que este artigo prov as linhas bsicas dateologia bblica proposta em artigos anteriores de Fides Reformata, como "Pregao noAntigo Testamento: Mesmo Necessria?" e "Salmo 133: Interpretando o Texto numaPerspectiva Bblico-Teolgica."(2)

    I. Histrico

    A Confisso de F de Westminster, de meados do sculo XVII, trata da doutrina do pactono seu captulo VII:

    DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM

    I. To grande a distncia entre Deus e a criatura, que, embora ascriaturas racionais lhe devam obedincia como seu Criador, nuncapoderiam fruir nada dele, como bem-aventurana e recompensa, seno poralguma voluntria condescendncia da parte de Deus, a qual agradou-lheexpressar por meio de um pacto.

    II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nessepacto foi a vida prometida a Ado e, nele, sua posteridade, sob acondio de perfeita e pessoal obedincia.

    III. Tendo-se o homem tornado, pela sua queda, incapaz de ter vida pormeio deste pacto, o Senhor dignou-se a fazer um segundo pacto,geralmente chamado o pacto da graa; neste pacto da graa ele livrementeoferece aos pecadores a vida e a salvao atravs de Jesus Cristo, exigindodeles a f, para que sejam salvos, e prometendo o seu Santo Esprito atodos os que esto ordenados para a vida, a fim de disp-los e habilit-los

  • a crer.(3)

    O texto fala de dois pactos feitos com o ser humano. O primeiro foi feito com Ado antesda queda e chamado de pacto de obras. No segundo, feito depois da queda, a salvaoe a vida so oferecidas a "todos os que esto ordenados para a vida." Este chamado depacto da graa. Esses dois pactos esto "centralizados em torno do primeiro Ado e dosegundo Ado, que Cristo."(4) A teologia esposada na CFW conhecida como teologiapactual ("covenant theology"), um sistema teolgico em que o conceito de pacto servecomo estrutura bsica.(5) Segundo Paul Helm, "de acordo com a teologia pactual, todasas relaes de Deus com o homem so pactuais, de carter federal."(6) O termo federalvem do latim foedus, que significa pacto. Isto fez com que o sistema de exposio dateologia da CFW fosse chamado de teologia federal. Para delimitarmos o assunto donosso artigo, em ambas as suas partes, a histrica e a bblica, nos concentraremos noprimeiro pacto, chamado pela CFW de pacto de obras. Em outro artigo estudaremos osegundo pacto, o chamado pacto da graa.

    A histria da doutrina do pacto de obras longa e controvertida. O reconhecimento deum pacto antes da queda j aparece nos escritos de Agostinho, o bispo de Hipona, noquarto sculo: "O primeiro pacto, que foi feito com o primeiro homem, este: No dia emque dela comerdes, certamente morrers. " (7) Agostinho, discutindo a questo dospactos bblicos, afirma que "muitas coisas so chamadas de pactos de Deus almdaqueles dois grandes, o novo e o velho... " (8) Porm, ainda que reconhecida desdecedo por telogos como Agostinho, a doutrina do pacto de obras s foi desenvolvida bemmais tarde, pelos reformadores do sculo XVI. A nomenclatura pacto de obras, adotadapela CFW, no foi consensualmente aceita pelos reformadores e primeiros reformados.Uma nomenclatura diversa surgiu logo no princpio (por ex., pacto natural, pacto dacriao, pacto ednico). Mais adiante, na elaborao do conceito bblico de pacto, aquesto do nome ser considerada.

    Assim como a questo do nome da doutrina foi controvertida no princpio, a sua origemcomo sistema teolgico motivo de controvrsia nos dias atuais. J mencionamosanteriormente que o sistema teolgico que envolve a teologia do pacto de obras osistema que ficou conhecido como teologia federal. Alguns historiadores apontam que odesenvolvimento da teologia federal propriamente dita do sculo XVII, sendo portantoposterior a Calvino. Alguns vo mais longe e chegam a afirmar que a teologia de Calvinocontradiz a idia de um pacto de obras.(9) preciso ser cauteloso quanto a esse tipo deconcluso. Isso reflete uma leitura equivocada da obra de Calvino e do desenvolvimentoposterior da sua teologia feito pelos reformados.

    Vejamos como se desenvolveu essa leitura. Quatro nomes, entre muitos, so maisdiretamente associados com a teologia federal: Henrique Bullinger (1504-1575), ZacariasUrsino (15341583), Gaspar Oleviano (1536-1587) e Joo Cocceius (1603-1669). Oprimeiro deles publicou sua obra De testamento seu foedere Dei unico et aeterno (UmaBreve Exposio do nico e Eterno Testamento ou Pacto de Deus)(10) em 1534, doisanos antes da primeira publicao da obra de Calvino, as Institutas da Religio Crist(1536). A exposio de Bullinger gira em torno do pacto como o "tema de toda aEscritura".(11) Segundo os historiadores McCoy e Baker, a obra do reformador suo o"primeiro trabalho que organiza o entendimento de Deus, da criao, da humanidade, dahistria humana e da sociedade em torno do pacto".(12) Ainda segundo McCoy e Baker,"Bullinger concluiu seu tratado com uma seo em que argi que o cristianismo comeoucom Ado quando a aliana foi primeiramente feita com os seres humanos."(13) Portanto, nessa perspectiva, Bullinger trabalha sua teologia em torno de um pacto de

  • obras, e sua teologia deve ser chamada de pactual. Baseados nessa observao osautores supra mencionados entendem que Bullinger deve ser tratado como o "pai" dateologia pactual. Observando, no entanto, a obra de Bullinger, difcil de sustentar aafirmao de McCoy e Baker com respeito a um pacto de obras nesse autor.(14) McCoy eBaker seguem uma linha de historiadores que nega o pensamento da CFW como sendoum desenvolvimento da teologia de Calvino. Chegam a afirmar que designar a CFW comocalvinista um erro histrico, visto que a Teologia Federal tem suas razes em Bullinger eno em Calvino.(15) Karlberg, avaliando as concluses de McCoy e Baker, afirma:

    A argumentao de que existiam duas escolas distintas dentro doProtestantismo Reformado primitivo, conforme vissem o pacto de Deuscomo bilateral ou unilateral, grandemente exagerada. Desta forma, nopodemos concordar com nossos autores [McCoy e Baker] quando afirmamque "as diferenas entre Bullinger e Calvino formam a base para duaslinhas distintas, embora relacionadas, dentro da tradio reformada federalismo e calvinismo." Essa leitura incorreta os leva a concluir:"Tornou-se comum entre os historiadores reduzir o pensamento reformadodos sculos XVI e XVII ao calvinismo. Este reducionismo at mesmo levoumuitos a se referirem Confisso de F de Westminster como umadeclarao teolgica calvinista. Ela uma confisso Reformada, porm,muito mais um produto da tradio federal do que do elemento calvinista"(pgina 24).(16)

    Outros telogos (e historiadores) modernos tentam provar que essa linha de pensamentode McCoy e Baker uma leitura correta. Alguns chegam ao extremo de dizer que Calvinodesconhecia o conceito de pacto e, portanto, a teologia da CFW no pode estar associadaao nome do reformador. Entre eles encontramos D. Weir,(17) T. F. Torrance e R. T.Kendall, ainda que cada um deles defenda leituras diferentes sobre o que a teologia doperodo ps-reforma.(18) No entanto, esta uma corrente minoritria. O fato que o queveio a ser conhecido como teologia calvinista no tem base somente nos ensinos deCalvino, mas tambm no ensino de outros telogos que foram influenciados por Calvino edesenvolveram essa teologia. Percebe-se, por exemplo, que a teologia do pacto de obras um ensino presente nos escritos de Joo Calvino, ainda que de forma incipiente. NasInstitutas da Religio Crist, Calvino afirma, com relao a Ado e No e os sinais dossacramentos (a rvore da vida e o arco-ris), que estes "tinham marca insculpida pelaPalavra de Deus para que fossem provas e selos de seus concertos".(19) Calvino,portanto, considera a presena de um pacto antes da queda. As teologias de Ursino,Oleviano, Cocceius e Bullinger no se encontram em oposio ao pensamento de Calvinoe da CFW. Ainda que usando uma terminologia variada (foedus naturale = pacto natural,foedus creationis = pacto da criao), a teologia expressa por esses telogos tem muitospontos de contato e tem sido legitimamente chamada de calvinismo, exatamente porterem sido influenciados por Calvino.(20)

    Um exemplo dessas tentativas de provar uma discontinuidade entre Calvino e telogosposteriores ocorreu na literatura reformada em portugus. H alguns anos atrs (1990)foi publicado no Brasil um ensaio de R. T. Kendall, o sucessor de D. M. Lloyd-Jones naCapela de Westminster, em Londres, no qual o autor quis demonstrar que os reformadosda Inglaterra, especialmente Beza (que no era ingls mas exerceu sua influncianaquele pas) e Perkins, modificaram a teologia de Calvino profundamente e levaram essateologia modificada a ser sancionada pela Assemblia de Westminster.(21) A acusaode Kendall, em ltima anlise, CFW como uma viso distorcida da teologia de Calvino,e no como um desenvolvimento da mesma. No entanto, a crtica de Kendall fica

  • totalmente prejudicada quando, no mesmo artigo, o autor demonstra um conhecimentoquestionvel da teologia de Calvino. Ao discutir a questo da segurana da salvao e adiferena dos pontos de vista de Calvino e Beza, Kendall afirma:

    Ele [Calvino] apontava Cristo s pessoas pela mesma razo que Beza nopodia faz-lo: a questo da "extenso" da expiao. Calvino lhes indicavadiretamente a Cristo, porque Cristo morreu indiscriminadamente por todasas pessoas. Beza no podia indicar Cristo diretamente s pessoas porque(segundo ele) Cristo no morrera por todos; Cristo morreu apenas para oseleitos.(22)

    Kendall tem uma interpretao singular, quase solitria, da obra de Calvino, ao afirmarque Calvino cria numa "expiao universal". Ainda que Calvino no tenha, de fato, usadoa expresso "expiao limitada," h evidncias mais do que suficientes nos seus escritosde que ele no advogava uma "expiao sem limites." O prprio editor de Calvino e SuaInfluncia no Mundo Ocidental, W. Stanford Reid, onde o artigo de Kendall aparece, fazcrticas severas ao trabalho original do mesmo (Calvin and English Calvinism to1649),(23) concluindo que o argumento do autor no livro s pode ser considerado "noprovado."(24)

    Outro aspecto importante a ser observado no desenvolvimento da doutrina do pacto deobras que nos seus primeiros estgios ela foi trabalhada principalmente de umaperspectiva sistemtica. Isso porque a teologia sistemtica e a teologia bblica no eramdois campos de teologia distintos no perodo da reforma e imediatamente aps a reforma.Isso gerou uma outra acusao. Weir chega a dizer que a "interpretao federal" parecederivar-se do pensamento sistemtico, dogmtico, e no do estudo exegtico daEscritura."(25) No entanto, a descrio sistemtica da teologia era uma caractersticaessencial daquele perodo da histria. A necessidade de argumentao lgica erafundamental naquele momento de profundas mudanas, o que no implica em falta deexegese bblica. Os historiadores apontam para o discurso de J. P. Gabler(26) em 1787,como professor de teologia na universidade de Altdorf, como o primeiro a estabelecer areal diferena entre a teologia sistemtica e a teologia bblica. Para Gabler, a necessidadeda distino entre esses dois campos de estudo est no fato de no se poder maisdistinguir na teologia sistemtica entre o divino (revelao) e o humano (filosofia eespeculao). Eram tantas as "teologias sistemticas" de sua poca, vindas de tantasorigens diferentes, que na sua concepo era impossvel separar a teologia com fonte narevelao e o pensamento filosfico dos diversos telogos. A sua proposta de uma voltaaos escritos bblicos e uma reformulao da sistemtica:

    Entretanto, tudo converge nisto, que por um lado nos apeguemos a ummtodo justo para cautelosamente dar forma s nossas interpretaes dosautores sagrados; por outro lado, que corretamente estabeleamos o usona dogmtica destas interpretaes e dos objetivos prprios dadogmtica.(27)

    O discurso de Gabler marca uma nova fase nos estudos da teologia, que se volta para oestudo da Escritura, porm de uma forma crtica. Os sculos XVIII e XIX, portanto, noforam muito frutferos quanto ao desenvolvimento da teologia do pacto de obras. Noentanto, ela permaneceu como pea fundamental entre os reformados at o nosso sculo.Ultimamente surgiu um novo interesse nos meios acadmicos com relao a essateologia. Na rea da sistemtica, o telogo neo-ortodoxo Karl Barth deu teologia dopacto um papel importante.(28) Na rea da teologia bblica foi o telogo liberal Walter

  • Eichrodt, em seu Old Testament Theology,(29) quem despertou novas controvrsiasquando sugeriu que o tema do "pacto" servia como um tema central unificador (Mitte)para a teologia do Antigo Testamento, levantando a reao de outro telogo do AntigoTestamento, G. Von Rad. No meio acadmico reformado tambm houve umdespertamento quanto ao estudo da teologia do pacto. Na rea sistemtica, a obra de L.Berkhof baseia todo o seu entendimento da situao da raa humana no pacto das obras.Na teologia bblica, G. Vos, em seu Biblical Theology: Old and New Testaments,(30) desperta novos interesses entre os telogos bblicos ortodoxos. Somam-se a esses doisexpoentes da teologia, entre muitos outros, os telogos citados na introduo desteartigo: Robertson, Van Groningen e Dumbrell.

    O interesse especial na obra desses trs telogos contemporneos est na exposio quefazem do chamado pacto da criao, j mencionado anteriormente, como umaterminologia usada entre os primeiros reformados (ainda que os trs no concordem emtodos os pontos de sua teologia). O uso dessa terminologia, mais abrangente que aterminologia da CFW (pacto de obras), permite-nos entender alguns aspectos maisamplos da teologia pactual, como veremos em uma seo mais adiante. Ainda que essaterminologia seja proposta por telogos bblicos, ela em momento algum contradiz aterminologia sistemtica.

    II. Conceito de Pacto

    O substantivo pacto significa, segundo o Novo Dicionrio Aurlio da LnguaPortuguesa,(31) "ajuste", "conveno" ou "contrato". Estes trs substantivos sotambm usados para definir o significado do substantivo aliana. Diferentes verses daBblia em portugus usam os substantivos pacto, aliana, acordo e concerto para traduziro substantivo hebraico berith que aparece cerca de 290 vezes no Antigo Testamento.(32) Para todos esses sinnimos a idia bsica que encontramos a de unio entre duaspartes, um pacto ou acordo bilateral. No entanto, at mesmo a etimologia do substantivo grandemente discutida. Basta passar os olhos por alguns dicionrios de teologia oulivros que tratem especificamente do assunto para verificar que h entre os estudiososgrande discordncia. As posies mais defendidas so: (1) a de que berith derivada doassrio birtu, que significa "lao", "vnculo"; (2) a de que o substantivo tem origem na raizde barah, "comer," que aparece poucas vezes no Antigo Testamento (2 Sm 3.35; 12.17;13.5; 13.6; 13.10; Lm 4.10), e est relacionado com a cerimnia que selava um acordoou relacionamento entre partes; (3) a de que o substantivo est ligado preposio bein"entre."(33) De todas estas a primeira posio a mais aceita entre os estudiosos doAntigo Testamento.(34)

    Da prpria dificuldade em se estabelecer a origem e significado do termo berith surgemas primeiras divises no seio daqueles que defendem a teologia pactual. Por exemplo,exatamente o que se quer dizer quando se fala em acordo? Isto implica em que asalianas bblicas sejam "bilaterais"? No se pode negar que a idia de pacto tragaconsigo, no seu sentido mais natural, a bilateralidade, ou seja, duas partes soenvolvidas em um pacto. Vrios pactos acontecem entre duas pessoas, naes ou gruposna narrativa bblica (ver Js 9.15; 1 Sm 20.16; 2 Sm 3.12-21; 5.1-3; 1 Rs 5.12); emcertos casos um pacto feito para resolver uma disputa entre partes (Gn 21.22-32;26.26-33; 31.43-54).

    Centenas de vezes o substantivo aparece no contexto de um pacto entre Deus e sereshumanos. Como, nesse contexto, entender a bilateralidade? Um pacto implica sempre emigualdade entre as partes? Certamente que no. A bilateralidade, no contexto do pacto

  • entre Deus e homens, implica to somente em que duas partes esto envolvidas, masno que exista a igualdade entre essas partes. Telogos tm chamado esse tipo dealiana "unilateral" de "monergista," ou seja, iniciada e garantida por Deus nos seustermos. Portanto, estamos falando de uma aliana que no envolve um acordo de duaspartes,(35) na qual no existe negociao de direitos e obrigaes. Nesse sentido aaliana divino-humana unilateral. um compromisso feito pela iniciativa de Deus comrelao sua criao. O ser humano um receptor da aliana divina. Isso se tornaevidente no texto de Gnesis 17.2, que traduzido para o portugus como "Farei umaaliana entre mim e ti" onde o verbo traduzido como "fazer" tem por raiz no hebraico overbo "dar" (nathan), que nos daria, se traduzido literalmente, uma sentena semsentido. No entanto, a fora do argumento est no fato de que a raiz do verbo traduzidopor "fazer" em portugus envolve algo que dado: um pacto. O texto no reflete umacordo de duas partes iguais, com os mesmos direitos.

    Esse tipo de pacto no algo sem precedentes na histria. Ele ilustrado pelos pactos doantigo Oriente Prximo entre conquistadores e conquistados, reis e vassalos. Nessescasos, os conquistados, quando entravam em pacto com os conquistadores, no tinham odireito de propor qualquer coisa nos termos do pacto. Este tipo de pacto pressupe afigura de uma parte "soberana". Um dos lados tem a vantagem do domnio e se prope acumprir um determinado papel; o outro, tendo tambm um papel a cumprir, se submetes exigncias pactuais. No pacto divino-humano encontramos a relao criador-criatura,rei soberano-servo. Vrios paralelos entre os pactos bblicos e os pactos do antigo OrientePrximo foram cuidadosamente descritos por Meredith Kline e servem como uma valiosaajuda para entendermos os termos e significado do pacto entre Deus e ahumanidade.(36) Um dos exemplos dados por Kline a narrativa em Gnesis 15 dopacto com Abro. Nos primeiros versculos o texto narra que Iav aparece a Abro e fazcom ele uma aliana. Depois de colocados os termos da aliana, o texto narra nos versos13-17 o desfecho:

    Sabe, com certeza, que a tua posteridade ser peregrina em terra alheia, eser reduzida escravido, e ser afligida por quatrocentos anos. Mastambm eu julgarei a gente a que tm de sujeitar-se; e depois sairo comgrandes riquezas. E tu irs para os teus pais em paz; sers sepultado emditosa velhice. Na quarta gerao, tornaro para aqui; porque no seencheu ainda a medida da iniqidade dos amorreus. E sucedeu que, postoo sol, houve densas trevas; e eis um fogareiro fumegante e uma tocha defogo que passou entre aqueles pedaos.

    Todas as promessas so feitas por Deus a Abro, do Rei soberano para o vassalo, docriador para a criatura. O ritual apresentado no versculo 17, em que Deus passa porentre os pedaos dos animais, uma caracterstica da forma como os pactos do antigoOriente Prximo, entre soberanos e vassalos, eram selados. Teriam os autores bblicos"tomado emprestado" o conceito antigo de pacto e aplicado teologia? Essa umaposio defendida por vrios estudiosos. No entanto, como veremos mais adiante, pensoque existam razes suficientes para se crer na idia oposta a essa: os povos antigos, aoformularem seu modo de relacionamento social, refletiam a forma que o prprio Deuscriador havia estabelecido para se relacionar com sua criatura.

    A diferena fundamental entre os pactos humanos e o pacto divino-humano encontra-sena motivao do soberano Criador, que se props a criar e sustentar a sua criao,estabelecendo assim um vnculo que, segundo a prpria Escritura, s pode ser um vnculo

  • de amor.

    O conceito de pacto, portanto, um conceito que deve ser entendido dentro dos vrioscontextos onde aparece. Vrias nuanas do pacto so dadas atravs dos verbos queacompanham o substantivo. Portanto, quando se trata do pacto divino-humano pode-sedizer que o pacto um vnculo/elo de amor, iniciado e administrado pelo Deus trino coma sua criao, representada pelos nossos pais.

    III. Pacto e Criao

    O substantivo berith (pacto) no aparece seno no captulo 6 de Gnesis, estando,portanto, ausente da narrativa da criao e da queda (Gn 13). Como, ento, falar de um"pacto da criao" se o termo sequer aparece na narrativa? Que evidncias podem serapresentadas?

    Partindo-se do conceito da aliana como elo, lao, vnculo e relacionamento de amor,iniciado e administrado por Deus, verificamos que essa idia intrnseca na narrativa dacriao. Destacamos, primeiramente, que ao criar Deus manteve um relacionamento comsua criao. Ele no s tinha o governo absoluto sobre ela, mas tambm mantinha tudo oque havia criado. De um dia da criao para o outro (dia um para o dia dois, dia dois parao dia trs, etc.), Deus sustentava aquilo que, aparentemente, no podia ter auto-sustentao (pelo menos do ponto de vista do que chamamos de leis naturais). Assim,at que a criao estivesse completa, Deus estava sustentando de forma extraordinria asua criao. Depois que ele terminou de fazer tudo o que havia proposto, a criao, comsuas leis naturais, passou a se manter. Mesmo assim, sabemos que ele o "sustentadorde todas as coisas."

    Em segundo lugar, ao criar o ser humano (Gn 1.26-28), Deus o criou sua "imagem esemelhana". Includas nessa imagem e semelhana esto as habilidades de comunicaoe relacionamento (e suas implicaes como pensar, obedecer, discernir, e fazer opes),como o texto bblico deixa bem claro a partir do segundo captulo de Gnesis. Essaimagem e semelhana permite que o homem criado se relacione com o Criador. Temos,portanto, presente no relato da criao, a possibilidade do desenvolvimento derelacionamentos.

    Em terceiro lugar, aprendemos da narrativa da criao que Deus deu responsabilidadesao ser humano (macho e fmea). Entre elas se encontram obrigaes de cuidar edesenvolver o que Deus havia colocado em suas mos:

    Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do denpara o cultivar e o guardar... Havendo, pois, o SENHOR Deus formado daterra todos os animais do campo e todas as aves dos cus, trouxe-os aohomem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem dessea todos os seres viventes, esse seria o nome deles (Gn 2.15,19).

    Ao casal so dadas as responsabilidades de procriao, multiplicao e domnio refletidasnas bnos dadas a eles.

    Em quarto lugar, verificamos que nesse relacionamento existe a verbalizao clara daparte de Deus do que seriam as bnos e as possveis maldies do pacto. Bnos emaldies so parte integrante dos pactos entre soberanos e vassalos no antigo Oriente

  • Prximo.(37)

    E Deus os abenoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei aterra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos cuse sobre todo animal que rasteja pela terra (Gn 1.28). E o SENHOR Deus lhedeu esta ordem: De toda rvore do jardim comers livremente, mas darvore do conhecimento do bem e do mal no comers; porque, no dia emque dela comeres, certamente morrers (Gn 2.16-17).

    As bnos so dadas ao homem e expressas em forma imperativa no verso 28: sedefecundos, multiplicai-vos, enchei, sujeitai, dominai. Em todos esses exemplospercebemos que o Criador est expressando sua criatura mandatos em trs reas derelacionamento: espiritual, social e cultural.(38)

    Essas caractersticas (soberania, sustento, relacionamento, responsabilidade, bnos emaldies) formam o conjunto de elementos do chamado pacto da criao.

    Outras evidncias levantadas para o pacto da criao so os textos de Osias 6.7;Jeremias 33.20, 25, e Gnesis 6.18. Sem muitos detalhes exegticos, exponho abaixo asrazes principais porque se pensa que esses textos falam de um pacto da criao. Osias6.7 fala da transgresso de Ado contra o pacto: "Mas eles transgrediram a aliana, comoAdo; eles se portaram aleivosamente contra mim." Uma leitura simples e direta do textoreflete que havia um pacto entre Deus e Ado, portanto, um pacto pr-queda, que podeser tido como o pacto da criao. Essa leitura reflete o pressuposto de que os escritoresbblicos tinham conhecimento de outros escritos bblicos, anteriores e contemporneos.Osias estaria, portanto, falando do pacto da criao. Para alguns estudiosos, entretanto,isto no admissvel, considerando vrios pressupostos diferentes do exposto acima. Elesadotam uma leitura diferente do texto, como a Bblia na Linguagem de Hoje(39) "Mas nacidade de Ad o meu povo quebrou a aliana que fiz com ele e ali foi infiel a mim." Defato, existe uma cidade bblica com esse nome (Js 3.16). No entanto, para que o texto deOsias 6.7 seja traduzido como a Bblia na Linguagem de Hoje sugere, necessrio quese faa uma emenda do texto hebraico, substituindo a preposio "como" por "em," semque haja qualquer evidncia da necessidade dessa troca.(40) Ainda mais, no se sabe deum pecado cometido pelo povo de Israel ao passar por aquele lugar que fosse registradoe ento mencionado pelo profeta. Assim, esta proposta de leitura no acha qualquerargumento sustentvel. Outra possvel leitura provm da traduo grega do AntigoTestamento, a Septuaginta (LXX), que traduz a expresso "como Ado" por "comohomens."(41) Nesse caso, estaria implcito um pacto entre Deus e a humanidade.

    O segundo texto, de Jeremias 33.20-21, faz referncia a uma aliana com o dia e alianacom a noite:

    Assim diz o SENHOR: Se puderdes invalidar a minha aliana com o dia e aminha aliana com a noite, de tal modo que no haja nem dia nem noite aseu tempo, poder-se- tambm invalidar a minha aliana com Davi, meuservo, para que no tenha filho que reine no seu trono; como tambm comos levitas sacerdotes, meus ministros.

    Nos versos 25-26 aparece a expresso "a minha aliana com o dia e com a noite."Comentaristas apontam para duas situaes s quais Jeremias pode estar se referindonesses versos: criao ou ao pacto com No, onde Deus promete manter a ordem fixadas estaes, dia e noite (Gn 8.22). Robertson explica, convincentemente, que o texto

  • paralelo de Jeremias 31.35-36 confirma a primeira opo (criao) como melhor(42)

    Assim diz o SENHOR, que d o sol para a luz do dia e as leis fixas lua e sestrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas;SENHOR dos Exrcitos o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante demim, diz o SENHOR, deixar tambm a descendncia de Israel de ser umanao diante de mim para sempre.

    Assim, Jeremias estaria, ao falar do pacto com a casa de Israel e com Davi, refletindo ofundamento do pacto de Deus com a criao. Da mesma forma que o pacto estabelecidopor Deus com a criao, "a aliana com o dia e com a noite," no pode ser invalidada, opacto com Davi tem que ser e ser mantido.

    A traduo de Gnesis 6.18 uma terceira evidncia para se confirmar o pacto dacriao.(43) O texto da verso portuguesa Revista e Atualizada diz: "Contigo, porm,estabelecerei a minha aliana; entrars na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e asmulheres de teus filhos," confirmando a leitura da maioria das tradues em vriaslnguas. No entanto, o verbo traduzido como "estabelecerei," no hebraico pode sertraduzido como "continuar" ou "confirmar," a exemplo de Gnesis 26.3: "habita nela, eserei contigo e te abenoarei; porque a ti e a tua descendncia darei todas estas terras econfirmarei o juramento que fiz a Abrao, teu pai."(44) Se traduzido dessa forma, noscasos em que o texto portugus fala "estabelecerei," o texto traria "confirmarei":

    Contigo, porm, confirmarei a minha aliana; entrars na arca, tu e teusfilhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos" (Gn 6.18).

    Eis que confirmo a minha aliana convosco, e com a vossa descendncia,(10) e com todos os seres viventes que esto convosco: tanto as aves, osanimais domsticos e os animais selvticos que saram da arca como todosos animais da terra. (11) Confirmarei minha aliana convosco: no sermais destruda toda carne por guas de dilvio, nem mais haver dilviopara destruir a terra (Gn 9.9-11).

    Dessa forma, Deus estaria confirmando ou continuando uma aliana com No, umaaliana anteriormente estabelecida, esta s podendo ser a aliana ou pacto da criao.

    Portanto, as evidncias encontradas para se falar de um pacto da criao so fortes econsistentes, provando que os primeiros reformadores, que escreveram a esse respeito,tinham bases exegticas slidas para sua teologia. Esse pacto da criao, soberanamenteadministrado por Deus, engloba, numa terminologia mais abrangente, o que a CFWchama de pacto de obras.

    Concluso

    Sendo a teologia reformada uma teologia de carter pactual, importante que nossospastores e estudiosos, assim como lderes e leigos, que subscrevem as confissesreformadas, conheam bem os fundamentos dessa teologia. Esses fundamentos bblicosesto, de forma clara, contidos na CFW, que uma exposio sistemtica das principaisdoutrinas bblicas. Voltando-nos para a teologia bblica observamos que essas doutrinas,expostas de forma sistemtica, tm fundamento bblico e teolgico. Ainda que usandouma terminologia diferente, a teologia sistemtica e a teologia bblica falam das mesmas

  • verdades bblicas de uma forma harmoniosa.

    O pacto da criao um conceito mais abrangente do que o conceito de pacto de obrasna CFW. Falar do pacto da criao envolve o pacto de obras e falar do pacto de obraspressupe o pacto da criao. Na prxima edio estaremos analisando outros aspectosdo pacto da criao no perodo posterior queda: sua continuidade, caractersticas eimplicaes.

    English ABSTRACT

    The author presents a brief history and an introduction to the doctrine of the covenants.This theology finds its first proponents in the sixteenth century reformers and was furtherdeveloped in the Westminster Standards as the Covenant of Works and the Covenant ofGrace. As an introductory article, the basic ideas concerning the birth of the doctrine arestated and the controversies that involved it are summarized. The charge regarding thealleged discontinuity between the Calvinistic tradition and the doctrine of the covenantsas stated in the Westminster Confession of Faith is discussed, showing that the case isnot proved. The second part of the article deals with the doctrine of the covenant proper.Meister analyzes the definition of the Hebrew word usually translated as covenant andhow we should understand it in its various contexts. He also discusses some of theimplications of the biblical concept of sovereignty for the understanding of the meaning ofcovenant. Finally, the author links the concepts of covenant and creation, showing thatthis terminology is very appropriate to ones understanding of the unity of the of thebiblical covenants.

    ____________________

    1 G. Van Groningen, Revelao Messinica no Velho Testamento (Campinas: Luz Para oCaminho, 1995) e Famlia da Aliana (So Paulo: Cultura Crist, 1997); O. PalmerRobertson, O Cristo dos Pactos (Campinas: LPC, 1997); W. J. Dumbrell, Covenant andCreation: A Theology of Old Testament Covenants (Grand Rapids: Baker, 1984).

    2 Mauro F. Meister, Fides Reformata 1:1 (1996), 5-10, e Fides Reformata 2:1 (1997), 29-38.

    3 A Confisso de F, o Catecismo Maior, o Breve Catecismo, 1 ed. especial (So Paulo:Casa Editora Presbiteriana, 1991), 41-43. Grifos meus.

    4 Ibid., 135.

    5 Ver definio em Mark Karlberg, "Covenant Theology and the Westminster Tradition,"Westminster Theological Journal 54 (1992), 135-152, 136. Tambm, Donald MacKim,Westminster Dictionary of Theological Terms (Louisville: Westminster/John Knox, 1996),103.

    6 Paul Helm, "Calvin and the Covenant: Unity and Continuity," The Evangelical Quarterly55 (1983), 65-81, 67. Minha traduo.

    7 Alexander Roberts e James Donaldson, eds., Nicene and Post-Nicene Fathers, First

  • Series: Volume II, CD-ROM (Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc.) 1997.

    8 Ibid. Minha traduo.

    9 David Weir, The Origins of the Federal Theology in Sixteenth Century ReformationThought, (Oxford: Clarendon Press, 1990).

    10 Traduzido para o ingls em Charles MacCoy e J. Wayne Baker, Fountainhed ofFederalism: Heinrich Bullinger and the Covenantal Tradition (Louisville: Westminster/JonhKnox, 1991), 99-138.

    11 Ibid., 112.

    12 Ibid., 9. Minha traduo.

    13 Ibid. 20. Minha traduo.

    14 Peter Alan Lillback, em "Ursinus Development of the Covenant of Creation: A Debt toMelanchton or Calvin?," Westminster Theological Journal 43 (1981), 247-281, 273,aponta para esse mesmo fato, ou seja, que um "pacto de obras" no aparece na obra deBulinger.

    15 MacCoy e Baker, Fountainhead of Federalism, 26-27. Minha traduo.

    16 Mark W. Karlberg, resenha de McCoy e Baker, Fountainhead of Federalism, emWestminster Theological Journal 54 (1992), 180.

    17 Weir, The Origins of the Federal Theology.

    18 Ver Paul Helm, "Calvin and the Covenant," Evangelical Quarterly 55 (1983), 65-81,66.

    19 Joo Calvino, Institutas da Religio Crist, trad. Waldyr Carvalho Luz (So Paulo:CEP/LPC, 1989), 276. A verso portuguesa optou por "concertos" como sinnimo depactos.

    20 Lillback demonstra com clareza as evidncias do pacto de obras no trabalho deCalvino, "Ursinus Development of the Covenant of Creation," 281-286.

    21 R.T. Kendall, "A Modificao Puritana da Teologia de Calvino," em W. Stanford Reid,ed., Calvino e Sua Influncia no Mundo Ocidental (So Paulo: CEP, 1990), 245-265. Grifomeu.

    22 Ibid., 253.

    23 R. T. Kendall, Calvin and English Calvinism to 1649 (Oxford: Oxford University Press,1979).

    24 W. Stanford Reid, resenha em Westminster Theological Journal 43 (1980), 155-164.

  • "No provado a nica resposta que pode ser dada ao argumento do livro."

    25 Weir, Origins of the Federal Theology, 158.

    26 John Sandys-Wunsch e Laurence Eldredge, "J. P. Gabler and the Distinction BetweenBiblical and Dogmatic Theology: Translation, Commentary, and Discussion of hisOriginality," Scottish Journal of Theology 33 (1980), 133-158.

    27 Ibid., 138. Minha traduo.

    28 Ver Edward Ball, "Covenants," em A Dictionary of Biblical Interpretation, ed. R. J.Coggins e J. L. Houlden (Londres: SCM Press, 1990).

    29 W. Eichrodt, Theology of the Old Testament, 2 vols. (Filadlfia: Westminster, 1961).

    30 Gerhardus Vos, Biblical Theology (Grand Rapids: Eerdmans, 1976).

    31 A. B. de Holanda Ferreira, Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, 2 ediorevista e aumentada (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986).

    32 Somente no pentateuco em Gn 6.18; 9.9; 9.11; 9.12; 9.13; 9.15; 9.16; 9.17; 14.13;15.18; 17.2; 17.4; 17.7; 17.9; 17.10; 17.11; 17.13; 17.14; 17.19; 17.21; 21.27; 21.32;26.28; 31.44; Ex 2.24; 6.4; 6.5; 19.5; 23.32; 24.7; 24.8; 31.16; 34.10; 34.12; 34.15;34.27; 34.28, Lv 2.13; 24.8; 26.9; 26.15; 26.25; 26.42; 26.44; 26.45; Nm 10.33;14.44; 18.19; 25.12; 25.13; Dt 4.13; 4.23; 4.31; 5.2; 5.3; 7.2; 7.9; 7.12; 8.18; 9.9;9.11; 9.15; 10.8; 17.2; 29.1; 29.9; 29.12; 29.14; 29.21; 29.25; 31.9; 31.16; 31.20;31.25; 31.26; 33.9 76 vezes.

    33 Ver Laird Harris, Gleason Archer e Bruce Waltke, Dicionrio Internacional de Teologiado Antigo Testamento (So Paulo: Vida Nova, 1998), verbete 282a; W. J. Dumbrell,Covenant and Creation: A Theology of Old Testament Covenants (Grand Rapids: Baker,1984), 16. Tambm G. Vos, Biblical Theology: Old and New Testaments (Edimburgo:Banner of Truth, 1975), 257; O. P. Robertson, O Cristo dos Pactos (Campinas: LPC,1997), 8-9, especialmente as notas 3 e 4.

    34 Walter A. Elwell, Evangelical Dictionary of Theology (Grand Rapids: Baker, 1984), 277.

    35 Robertson afirma que "em seu aspecto mais essencial, aliana aquilo que unepessoas. Nada est mais perto do corao do conceito bblico de aliana do que a imagemde um lao inviolvel" (Robertson, Cristo dos Pactos, 8). Depois de relacionar a idia dealiana com seus sinais e com juramentos, ele afirma: "Essa estreita relao entrejuramento e aliana enfatiza o fato de que a aliana em sua essncia um pacto" (ibid.,10).

    36 Ver Meredith Kline, By Oath Consigned (Grand Rapids: Eerdmans, 1968), 17.

    37 Ibid., 21.

    38 Esta denominao dos mandatos de G. Van Groningen, em Revelao Messinica noAntigo Testamento e Famlia da Aliana. J O. Palmer Robertson classifica essesmandatos com os termos sbado (espiritual), casamento (famlia) e trabalho (cultural). O

  • Cristo dos Pactos, 61-74.

    39 Sociedade Bblica do Brasil, 1998.

    40 {fdf):K por {fdf):B

    41 {fdf):K no hebraico traduzido por wj anqrwpoj.

    42 Robertson, Cristo dos Pactos, 21-22.

    43 Robertson, ibid., trata o texto de Osias 6.7 e Jeremias 33 em sees especficas deseu livro, como evidncias do pacto da criao. Ele, no entanto, critica o tratamento dotexto de Gnesis 6.18 aqui apresentado.

    44 O verbo qum ({Uq) no hiphil pode ser traduzido como "confirmar." Ver Harris, Archere Waltke, Dicionrio Internacional de Teologia do Antigo Testamento (So Paulo: VidaNova, 1998), verbete 1999.