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UMA TRUPE DE CHARLATÃES VISITA O 'SALVADOR DO MUNDO' UMA TRUPE DE CHARLATÃES VISITA O 'SALVADOR DO MUNDO' Por: João Alves Correia Antes da saída dos filhos de Israel do Egito, Moisés teve que se confrontar com dois MAGOS egípcios, lacaios da corte do faraó, que serviam aos interesses do maior tirano da época e que imitavam grotescamente os sinais que Moisés fazia (Ex. 7:10- 11;20-22). Por tratar-se de charlatanismo, o S’nhor instruiu Moisés pela Torah que magos, encantadores, adivinhos e médiuns não deveriam receber crédito algum: “Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos, porque todo aquele que faz tais coisas é ABOMINAÇÃO ao S’nhor...” (Deuteronômio 18:10-11) Ainda na mesma Torah, o Eterno declara o que deveria ser feito às pessoas que insistissem em tais práticas: “Quando pois algum homem ou mulher tiver em si um espírito adivinho, ou for encantador, certamente morrerão: com pedras se apedrejarão; o seu sangue é sobre eles” (Levítico 20:27) O profeta Daniel é testemunha da impotência dos magos, pois esses não conseguiram declarar o sonho de Nabucodonosor, nem tão pouco dar sua interpretação (Dan. 2:1-11). Isaías também tem muito a dizer contra magos, feiticeiros e encantadores:

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Page 1: Uma trupe de charlatães visita o

UMA TRUPE DE CHARLATÃES VISITA O 'SALVADOR DO MUNDO'

UMA TRUPE DE CHARLATÃES VISITA O 'SALVADOR DO MUNDO'

Por: João Alves Correia

Antes da saída dos filhos de Israel do Egito, Moisés teve que se confrontar com dois MAGOS egípcios, lacaios da corte do faraó, que serviam aos interesses do maior tirano da época e que imitavam grotescamente os sinais que Moisés fazia (Ex. 7:10-11;20-22). Por tratar-se de charlatanismo, o S’nhor instruiu Moisés pela Torah que magos, encantadores, adivinhos e médiuns não deveriam receber crédito algum:

“Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos, porque todo aquele que faz tais coisas é ABOMINAÇÃO ao S’nhor...” (Deuteronômio 18:10-11)

Ainda na mesma Torah, o Eterno declara o que deveria ser feito às pessoas que insistissem em tais práticas:

“Quando pois algum homem ou mulher tiver em si um espírito adivinho, ou for encantador, certamente morrerão: com pedras se apedrejarão; o seu sangue é sobre eles” (Levítico 20:27)

O profeta Daniel é testemunha da impotência dos magos, pois esses não conseguiram declarar o sonho de Nabucodonosor, nem tão pouco dar sua interpretação (Dan. 2:1-11). Isaías também tem muito a dizer contra magos, feiticeiros e encantadores:

“Quando vos disserem: Consultai os espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; --- não recorrerá um povo ao seu D’us? A favor dos vivos interrogar-se-á os mortos?” (Isaías 8:19)

“Cansaste-te da multidão de teus conselhos; levantem-se agora os agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os prognosticadores das luas novas e salvem-te do que há de vir sobre ti. Eis que serão como a pragana, o fogo os queimará; não poderão salvar sua vida do poder da labareda...ninguém te salvará” (Isaías 47:13-15)

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Veja agora como o Minidicionário Sacconi da Língua Portuguesa define o termo “mago”:

Mago s.m. (o) 1. Mágico. 2. Feiticeiro. 3. Cada um dos três reis magos (Gaspar, Belquior e Baltasar) que do Oriente foram a Belém adorar o Menino Jesus

(pg. 435/12a edição/Atual Editora)

Mas, que definição interessante! O dicionário oferece três definições para a palavra, as quais obviamente se relacionam: mágico, feiticeiro e os visitantes do “menino Jesus” --- não é interessante? No hebraico e também no grego, a palavra tem o mesmo conceito. Thayer, perito em grego neo-testamentário, confirma todos esses sentidos para a palavra e acrescenta ainda ASTRÓLOGOS, isto é, prognosticadores, pessoas que consultavam os astros!! Sim, essa é a classe de pessoas que vieram para visitar Jesus. Todavia, no “novo testamento” os MAGOS passam a ter um tratamento diferente daquele que a Torah ordenava. Agora, eles não aparecem mais como bruxos, encantadores ou astrólogos, não!! Eles são “homens piedosos” que passaram dias sobre o lombo de camelos (provavelmente) na intenção de visitar aquele que para o cristianismo é o “salvador do mundo”. O curioso é que todos os avatares (supostas encarnações de deuses pagãos) assim como Jesus, teriam nascido de mães-virgens e também receberam visitas de bruxos, magos e feiticeiros.

Nos tempos antigos, os MAGOS (provenientes de terras orientais, como Babilônia) tinham segundo se pensava, o poder de conjurar os astros e saber deles o futuro. Sendo assim, esses bruxos antigos buscavam nos vaticínios das estrelas um guia para a vida, comportamento e atitudes. Traçavam “mapas astrais” e monitoravam o movimento dos astros, interpretando seus sinais, predizendo por meio deles, eventos anormais, cataclismas da natureza, diziam a sorte, canalizavam divindades e segundo se cria, controlavam os poderes sobrenaturais. Da mesma forma, os magos que vieram do oriente para visitar Jesus também praticavam tais coisas PROIBIDAS pela Lei de D’us, como vimos acima.

Na versão da Bíblia em inglês chamada “King James”, esses bruxos visitantes não são mais chamados de “magos”, um termo que obviamente incomoda. Os tradutores preferiram a expressão “wise men” (homens sábios) sempre que a referência era àqueles infames feiticeiros, e isso por um motivo óbvio: no tempo em que a versão estava sendo composta (séc. XVII) vivia-se uma verdadeira “caça às bruxas” em toda a Europa e Américas tendo como seus autores tanto católicos quanto protestantes . Simplesmente queimava-se vivo todo aquele que discordasse das idéias “oficiais” relativas à religião; sendo assim, não se podia exterminar os “bruxos” do presente tendo uma Bíblia que prezasse e exaltasse os valores “piedosos” daqueles bruxos do passado: dessa forma, achou-se por bem ocultar o verdadeiro sentido da palavra.

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Todavia, na mesma língua inglesa existe o termo “wizard”, que significa explicitamente “mago” ---- e, esta palavra veio diretamente da expressão “wise ard” do inglês arcaico, que significa “homem sábio”. Como vimos, mesmo assim os tradutores não conseguiram se livrar dos incômodos visitantes do deus pagão, pois a expressão que usaram (“wise men”) deu origem mais tarde à palavra “mago” (“wizard”)!!

É natural que a palavra “mago” encerra também o sentido de ASTRÓLOGO, pois essa era a função desses “sacerdotes” em Babilônia: consultar os astros com a finalidade de verificar os momentos auspiciosos e não auspiciosos nas vidas das pessoas. É curioso notar que há dois mil anos, de acordo com a astrologia, entrávamos na ERA DE PEIXES, precursora da já famosa “era de aquário” em que estaríamos vivendo. A pergunta que poderíamos fazer aqui é: Por que a astrologia determina que justamente há dois mil anos o mundo entrava na Era de Peixes, coincidindo com o nascimento de Jesus? A resposta para essa questão pode ser encontrada ao examinarmos alguns títulos que os cristãos deram a Jesus bem no início da chamada Era Cristã. Um desses títulos era Jesus Cristo, filho de Deus Salvador. Nesse título, encontramos um resumo de tudo o que os cristãos alegam sobre a pessoa de seu “mestre”. Mas, como ficaria tal título na língua grega, comum na época? Vejamos:

Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ gΥιός, Σωτήρ

Jesus Cristo Filho de Deus Salvador

Observe bem as letras GREGAS; elas formam um “anagrama” místico (uma combinação de iniciais, formando outra palavra com sentido secreto). Se ajuntarmos as mesmas iniciais teremos ΙΧΘΥΣ, (pronúncia: ichtys), que significa “PEIXE” no grego (daí termos hoje em dia a Ictiologia, ciência que trata dos peixes)! Ao contrário do que se possa pensar, isso tudo não é mera coincidência! Não é a toa que aqueles bruxos e astrólogos foram visitar o infante Jesus justamente quando, de acordo com sua falsa ciência, o mundo entrava na ERA DE PEIXES! Convém também lembrar que o PEIXE foi um dos primeiros símbolos do cristianismo (talvez antes mesmo da cruz). Este símbolo (veja desenho acima) pode ser encontrado nas catacumbas de Roma e em diversos outros monumentos cristãos. E não só isso: aparece também estampado em muitas “Bíblias” cristãs que evangélicos que se dizem fundamentalistas até o cerne, carregam orgulhosamente para cima e para baixo! Não é interessante que o peixe estampado nas Bíblias cristãs esteja ligado diretamente com a astrologia e a magia? O que poderiam argumentar em contrário? Que trata-se de um símbolo “bíblico”? Onde está escrito isso?

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Mas, que ligação estranha é essa? Por que será que OS INIMIGOS DE MOISÉS E DE DANIEL ERAM AMIGOS DE JESUS? (Ex. 7:10-13/Dan. 3:6-12/Mat. 2:1-2)

Lembre-se também que certos deuses dos filisteus tinham a forma de peixe, sendo o mais conhecido DAGON --- o próprio sentido do nome hebraico desse “deus” pagão é “peixinho”, embora possa também haver o sentido de “cereal” uma vez que esse “deus” era o protetor das colheitas (Jz. 16:23/I Sam. 5:1-4).

Eis aí mais um dos muitos motivos pelo qual devemos REJEITAR O CRISTIANISMO, sua herança pagã e tudo o que ele representa. Vemos pelas Escrituras (conhecidas por “Velho Testamento”) que jamais houve convivência (ou conivência) pacífica entre D’us e magos, feiticeiros, astrólogos ou bruxos --- ao contrário do “novo testamento”!!

Que interesse teriam os inusitados visitantes de Jesus em seu nascimento? Por que trataram-no como uma “divindade”, inclusive adorando-o? Que conhecimento tinham eles das Escrituras, uma vez que não vieram por elas guiados mas sim, pelos astros? Por que a vida de Jesus foi costumeiramente cheia de eventos nos quais ele aparece violando a Lei, tal como seus “mestres” que observavam os céus? Por que há vários exemplos na vida de Jesus de práticas condenáveis, tais como comunicação com demônios, mortos, etc --- práticas essas comuns entre magos, bruxos e feiticeiros? A bem da verdade, os cristãos modernos seguem de perto tais práticas abomináveis, pois confiam nelas como “obras de Deus”, seguindo, consciente ou inconscientemente o mau exemplo daqueles ilustres charlatães!

O que estaria fazendo uma trupe de impostores, cujas atividades sempre foram condenadas por D’us, junto àquele que supostamente viera para “salvar o mundo”? Salvar do que, pois pelo que acabamos de ver, ele próprio já estava irremediavelmente condenado!! (veja Is. 47:13-14)