uma relaÇÃo do trabalho psicomotor com o shiatsu … · 2011-07-21 · a palavra shiatsu pode ser...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
UMA RELAÇÃO DO TRABALHO PSICOMOTOR COM O SHIATSU EM PESSOAS COM IDADE DE 30 A 40 ANOS
Luciana Xavier Ueda
Orientador
Profa. Ms. Fátima Alves
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
UMA RELAÇÃO DO TRABALHO PSICOMOTOR COM O SHIATSU EM PESSOAS COM IDADE DE 30 A 40 ANOS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Psicomotricidade Por: Luciana Xavier Ueda
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todas as pessoas que me
apoiaram e contribuíram para a
realização desse trabalho.
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho as pessoas que me
deram força para que eu não desistisse
de concluir a pós, apesar de todos os
problemas que passei desde o início
dessa trajetória.
RESUMO
O conteúdo desse trabalho tem por finalidade mostrar que a
Psicomotricidade relacionada ao Shiatsu pode melhorar a resposta de trabalho
do profissional ajudando a pessoa a ter uma vida qualitativa, reconhecendo o
próprio corpo e secundariamente melhorando a coordenação, lateralidade, a
afetividade e a corporeidade. Sendo que a pessoa que conhece o corpo, o
aceita, tem um bom desenvolvimento corporal e atinge os objetivos específicos
de quem recebe a massagem. Essa proposta de pesquisa surgiu quando
observou-se que não basta apenas receber a massagem durante um pequeno
tempo, se algumas pessoas têm várias dificuldades durante esse momento
como o medo de se entregar, vergonha do seu corpo e dificuldade de
entendimento de lateralidade, podendo prejudicar o corpo a se reconhecer e
desenvolver-se. Quando se toca o corpo do outro com finalidades pré-
estabelecidas a serem atingidas, é muito mais fácil essa troca de energia ser
prazerosa e os objetivos específicos serem atingidos com êxito.
METODOLOGIA
Para a realização desse trabalho foi feito uma pesquisa de cunho bibliográfico
com a consulta de inúmeros autores relacionados com esse assunto e mais o
relato de experiência da autora da monografia. O tema do trabalho
Psicomotricidade e o Shiatsu foi escolhido a partir da necessidade de se
observar a relação desses dois trabalhados. E, com isso foi gerado um
problema a ser relatado durante esse estudo. Sabe se que trabalhar o Shiatsu
é fazer melhorar uma complexidade do corpo humano. Então, esse estudo irá
responder o que o Shiatsu junto a Psicomotricidade pode fazer pelo sujeito
através dessas técnicas trabalhando juntas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - PSICOMOTRICIDADE 10
CAPÍTULO II – SHIATSU 21
CAPÍTULO III - A RELAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE COM O SHIATSU 31
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 43
ÍNDICE 44
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
8
INTRODUÇÃO
A Psicomotricidade é uma ciência cujo objeto de estudo é o homem
através do seu corpo em movimento, nas suas relações com os seus mundos
interno e externo. (S.B.P. 2011) Envolve todas as ações realizadas pelo
indivíduo e a relação com os demais. Essa ciência utiliza-se de diversas áreas
do conhecimento da psicologia, sociologia, biologia e da psicanálise.
O ser humano precisa ser reconhecido como um todo e não apenas uma
parte, se o mesmo tem dificuldade ou facilidade para desenvolver algo é
porque foi estimulado ou a genética de alguma maneira favoreceu. A
Psicomotricidade reconhece e estimula o indivíduo a realizar diversas
atividades independentes das suas habilidades. Quanto mais vivências com o
seu corpo e juntamente com o corpo do outro o indivíduo tenha, maiores serão
suas habilidades psicomotoras.
A palavra Shiatsu pode ser desmembrada para que haja uma prévia de
seu conceito, “Shi” significa dedo e “atsu” pressão- pressão com o dedo- é uma
massagem oriental oriunda do Japão a partir da síntese entre a massagem
chinesa chamada Anma e as técnicas ocidentais de manipulação física. É uma
terapia que visa o reequilíbrio energético e físico, atuando através de pressões
efetuadas em algumas áreas e pontos do corpo humano. Nessa técnica várias
partes do corpo da pessoa são alongadas, seguras e podem receber o peso
corporal do praticante para melhorar o fluxo energético, a circulação
sanguínea, a flexibilidade e a postura. O grande potencial desse tipo de
massagem é tornar o recebedor consciente de seu corpo, fazendo com que o
mesmo perceba que esse corpo armazena emoções, sentimentos, que reflete o
seu estado emocional. Ao tomar consciência desse corpo a pessoa saberá o
que tem que ser modificado no seu dia-dia para que esse corpo alcance o
equilíbrio energético.
Ao observar as pessoas de 30 a 40 anos que trabalham mais de 9 horas
por dia foi detectado que as mesmas apresentam um nível de stress,
ansiedade, dores musculares e na coluna em geral, muito elevado. Quando
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essas pessoas começam a receber o Shiatsu como forma de benefício
semanalmente, esses problemas são aos poucos atenuados e, quando esse
trabalho é feito integrando a Psicomotricidade os benefícios são maiores. Essa
união faz com que os beneficiados melhorem a corporeidade, reconhecendo o
seu corpo, a relação com os outros corpos e o mundo em que eles estão
inseridos. Para que os objetivos específicos sejam atingidos é preciso que
ocorra um diálogo entre o praticante e o Shiatsuterapeuta em todas as sessões
para que haja um conhecimento entre as partes com isso, desenvolvendo a
confiança, o relaxamento, a melhora da coordenação, da lateralidade e
corporeidade.
Esta pesquisa será desenvolvida através de três capítulos. O capítulo I
abordará os diversos conceitos da Psicomotricidade, assim como o capítulo II
que irá abordar os conceitos do Shiatsu e finalizando será realizada uma
ligação dos dois trabalhos no capítulo III.
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CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através
do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo
interno e externo.
Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a
origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É
sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o
intelecto e o afeto. (S.P.B. 2011)
A Psicomotricidade está relacionada a toda ação e reação do indivíduo,
de acordo com suas necessidades e a sua relação com as demais pessoas. O
corpo é um instrumento de ação, ele fala através de palavras, gestos motores e
afetivos. As experiências vividas por todos durante suas vidas moldam o ser
humano, com isso aqueles que mais experimentaram terão um maior
conhecimento corporal de si e do outro, serão consequentemente melhores na
forma de se expressar com palavras ou gestos. Experimentar faz com que a
mente e o corpo se desenvolva, fazendo um trabalho de educação e
reeducação ao longo da vida. Nunca é tarde para aprender e vivenciar o novo,
não ter receio de aumentar a gama de vivências corporais faz com que o
indivíduo possa estar sempre aprendendo e aperfeiçoando o seu modo de agir
consigo e a sua relação com o outro. O medo só vem trazer insegurança e falta
de coragem para seguir a diante no seu autoconhecimento.
Em Psicomotricidade, o psíquico e o motor não são uma
conseqüência linear um do outro; são os dois componentes
complementares, solidários e dialéticos, da mesma totalidade
sistêmica, encarando o corpo e a motricidade como elementos
essenciais de estrutura psicológica do Eu, pois é na ação que
se toma consciência de si próprio e do mundo (FONSECA,
2004)
11
As fases do desenvolvimento psicomotor não devem ser
consideradas apenas segundo um quadro de maturação
neurológica, mas como resultado de um processo reacional e
relacional complexo. Com isto queremos dizer que, ao
enfocarmos o desenvolvimento psicomotor, levamos em conta
as reações do ser ao ambiente que o cerca e as relações com
os demais. (ALVES, Fátima, 2008, p 31)
A criança que experimenta diversas atividades que são consideradas
normais em sua infância, tais como: cortar, colar, escrever, correr, pular, jogar
bola, nadar e dançar por exemplo, terá um melhor desenvolvimento de suas
coordenações motoras e quando se tornarem adultas terão melhor
desenvolvimento corporal e psíquico. É importante o contato com essas e
outras atividades para que o corpo e a mente se desenvolvam. Todo
movimento é realizado com uma determinada intenção, o que acaba
caracterizando o tipo de personalidade do executante. Não basta observar o
ato de fazer o movimento e sim com que objetivo ele foi realizado, de quê
forma e como efetivamente se encontra o indivíduo antes, durante e após a
realização desse movimento. Cada ato vivido faz com que se tenha
consciência do corpo, desenvolvendo a capacidade de saber os seus limites e
possibilidades e isso faz com que o indivíduo adquira mais confiança em si.
Essa consciência ajuda no dia-dia ao realizar gestos simples, complexos, seja
numa atividade física, atividade intelectual ou no próprio trabalho. Quanto mais
a pessoa tenha conhecimento sobre o seu corpo e sentimento, melhor saberá
se pôr no meio em que vive.
A psicomotricidade ajuda a viver em grupo. Nos exercícios
psicomotores as crianças devem respeitar as regras dos jogos.
Cada uma compreende rapidamente que o desrespeito às
regras torna o jogo impossível ou injusto é, por esse meio,
aceita mais facilmente as regras da vida social. (de Meur, 1984,
p 19)
12
O ajustamento do indivíduo ao seu meio de fará a partir da
conscientização do outro e das normas taticamente admitidas
nesse meio. Portanto, a socialização do indivíduo e do seu
comportamento proporciona ao outro uma imagem dele
mesmo, conforme o que esperam dele, graças a certas
atitudes, a determinada mímica, a um estilo de linguagem e um
modo de vestir apropriados. Sendo assim, a expressão
autêntica de uma personalidade que se manifesta em seus
gestos. Suas atitudes e suas palavras devem-se inscrever em
certos moldes sociais, consequentemente, correspondendo a
uma verdadeira aprendizagem social. (ALVES, Fátima, 2008, p
35)
A psicomotricidade tem como objetivo a educação, a reeducação e a
terapia psicomotora, levando em consideração a idade, o sexo, o meio de
crescimento, o meio que está inserido no momento da realização do
movimento e o lado emocional da pessoa. A educação psicomotora está
relacionada ao desenvolvimento da criança nas diversas etapas de
crescimento, é um momento de prevenção para que o indivíduo se desenvolva
mais plenamente. Os gestos motores precisam ser trabalhados para que haja o
pleno desenvolvimento desse corpo. O equilíbrio, a lateralidade, o espaço-
temporal, a postura, os diversos tipos de coordenação, a consciência do
próprio corpo, são necessárias para que se construa o esquema corporal. A
construção do esquema corporal traz a consciência do próprio corpo. O corpo
se comunica consigo mesmo e com o meio e para que ocorra isso de forma
harmoniosa é preciso um desenvolvimento psicomotor. A terapia psicomotora
visa observar falhas ou atrasos ocorridos nas diversas etapas do crescimento,
pessoas que apresentam dificuldades em realizar movimentos considerados
simples, estão enquadradas nesse grupo. É preciso observar fazendo também
uma anamnese para saber o que levou as falhas ou atrasos psicomotores
desse indivíduo. Já a reeducação psicomotora trabalha para que ocorra um
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novo aprendizado de maneira prazerosa, fazendo com que o indivíduo se sinta
mais inserido no próprio meio em que vive.
A tarefa da reeducação já começa a adquirir contornos
precisos: fazer com que cada um possa adaptar-se ao seu
meio (familiar, escolar, social), sem que para isso deva
renunciar a sua personalidade, mas pelo contrário
desenvolvendo as possibilidades de troca e de comunicação
com o exterior e, em primeiro lugar, sabendo conhecer e
dominar o seu corpo, pelo qual todas as trocas são possíveis.
(COSTE, Jean Claude. A psicomotricidade, 1992, p. 9 )
Segundo Fonseca (2004) “ A Psicomotricidade se desenvolve como uma
função que decorre das interações do indivíduo com os vários contextos
envolvimentais em que ele se encontra inserido.”
Ao trabalhar com o ser humano diariamente é preciso entender o seu
desenvolvimento a sua evolução durante toda a sua vida, para que se possa
entender os seus atos, suas ações e reações. O desenvolvimento da
personalidade se dá por diversas coisas entre elas, a genética, a educação
adquirida na escola, em casa e entre os amigos. Por isso, se faz necessário
entender que o meio influência totalmente nas ações do indivíduo e na
formação de sua personalidade. A psicomotricidade ajuda nas questões
psicológica, motora, social e afetiva do ser humano, melhorando a si e o
convívio com o próximo.
Ao contrário das concepções tradicionais de educação física,
de educação corporal ou de educação psicomotora, em
psicomotricidade o objetivo do movimento (e do não-
movimento, como no relaxamento psicossomático) não está
inserido nele, mas naquilo que o origina, isto é, na motivação,
no componente emocional que o justifica e na intencionalidade
que o antecipa e controla. Em outras palavras, procura
mobilizar o conjunto interativo e sistêmico das funções
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psíquicas superiores fundamentalmente a atenção o
processamento e a panificação (FONSECA, Vitor da.
Perspectivas Multidisciplinares. 2004, p. 10)
Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma
concepção de movimento organizado e integrado, em função
das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de
sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. (S.B.P.
2011)
A psicomotricidade pode se apresentar de duas formas, são elas:
psicomotricidade funcional e psicomotricidade relacional. A psicomotricidade
funcional está relacionada ao desenvolvimento motor, a fisiologia do
movimento, o funcionamento do corpo para executar um determinado
movimento. Já a psicomotricidade relacional visa analisar a relação dos
movimentos com a emoção, a parte afetiva, como o lado emocional influencia
na realização dos movimentos. A expressão dos sentimentos torna-se fator
importante, pois é nesse momento que se observa os conflitos de cada
indivíduo, os medos, as alegrias, o prazer e o desprazer durante o movimento.
A psicomotricidade relacional tem como objetivo consentir a criança expressar
suas dificuldades relacionais e ajudá-la na superação. Existem inúmeros
problemas relacionais que podem dificultar a aprendizagem e o
desenvolvimento do ser humano no decorrer de sua vida. Os problemas
podem gerar queda de rendimento, dificuldade de expressão verbal ou gráfica
e déficit de atenção. O comportamento pode ser alterado gerando
agressividade, falta de limites, medos e depressão. E para finalizar, a
socialização para essas pessoas pode gerar dificuldade de integração e
participação em atividades grupais, inibição, isolamento, falta de iniciativa e
passividade. Para que todos esse problemas sejam evitados é importante
trabalhar a psicomotricidade relacional interagindo com funcional para o
desenvolvimento pleno desse ser.
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A psicomotricidade não visa a automatização do movimento,
busca transformar o corpo num instrumento de ação sobre o
mundo e num instrumento de relação e expressão com os
outros, o que subentende um componente relacional intra e
interpessoal determinante. (Fonseca, 2004, p. 11)
O indivíduo com um bom desenvolvimento psicomotor conhece melhor o
seu corpo, seus limites e suas dificuldades. Esse interage melhor com seu
próximo, tendo uma relação de respeito e solidariedade. O corpo tem várias
formas de se comunicar: o olhar, a fala e os movimentos corporais expressão o
que a mente está querendo dizer. A criança que passa por todas as fases de
desenvolvimento psicomotor, tem uma expressão corporal consigo e com o
meio mais significativa pois, se comunica corporalmente e verbalmente melhor.
A timidez entre essas crianças geralmente não ocorre. Quando a pessoa
conhece o ambiente que está inserida e o seu corpo, sendo o mesmo aceito da
maneira em que se encontra, cria-se uma relação de autoconfiança, fazendo
com que a desenvoltura ocorra espontaneamente.
A expressão corrente: -Esta criança parece estar bem à
vontade. Significa que essa criança dá a impressão de dominar
seu corpo, de utilizá-lo com desenvoltura e eficácia, o que lhe
proporciona bem-estar, tornando fáceis e equilibrados seus
contatos com os outros. Uma criança cujo desenvolvimento
psicomotor ocorre harmoniosamente estará equipada para uma
vida social próspera. (De Meur. Psicomotricidade educação e
reeducação, 1984, p. 19)
A psicomotricidade contribui significativamente para a construção da
imagem corporal, tem o objetivo de ensinar através de movimentos corporais.
O corpo fala e é através dele que os pensamentos se transformam em ações,
ocorrendo à comunicação e a transformação do mundo que o rodeia. Sendo o
corpo capaz de falar, olhar, andar, correr, nadar, de forma que esses
movimentos motores ensinam o poder, o querer, o fazer e o não de cada um,
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reconhecendo os limites de si e do outro. Construindo com isso uma relação de
respeito mútuo e individual entre as pessoas que tem esse conhecimento
corporal, elaborando o intelecto do indivíduo através das diversas sensações.
O reconhecimento do corpo faz com que ocorra uma construção da
própria imagem corporal, ajudando o indivíduo a se expressar melhor, a
desenvolver tarefas do dia-dia, a praticar alguma atividade física e a se
socializar de modo a criar uma relação com o seu meio agradável.
Segundo Shilder (1999) “entende-se por imagem do corpo humano a
figuração de nosso corpo formada em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual
o corpo se apresenta para nós”.
Segundo Olivier (1995) “Corporeidade é a maneira pela qual o cérebro
reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com o mundo”.
A falta de conhecimento do próprio corpo pode trazer diversos problemas
psicomotores que irão prejudicar a sua vida. O não entendimento do que é
esquerda, direita, em cima, embaixo, frente, atrás, fora, dentro, horizontal,
vertical, e etc. prejudica a coordenação dos movimentos e com isso
aprendizagens como, dirigir, cozinhar, andar de bicicleta, praticar esportes em
geral, trabalhar em grupo e sozinho.
A psicomotricidade empenha-se em superar essa oposição: o
homem é o seu corpo- mostra-nos ela e não o homem e seu
corpo. O homem é, antes de tudo, um ser falante e, ao
denominar-se, ele fala de seu corpo: és o que o caracteriza.
Em contrapartida, seu corpo fala por ele, até mesmo à sua
revelia, por vezes. (COSTE, Jean Claude. A psicomotricidade,
1992, p. 9 )
Segundo Coste (1992, p. 16) “a tomada de consciência do corpo e do
movimento como uma das manifestações mais ricas e mais importantes do
comportamento humano”.
A educação psicomotora deveria ser considerada base na educação
infantil, auxiliando no processo de alfabetização, levando a criança a tomar
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consciência do seu corpo e do meio em que está inserida, assim como, o
domínio da lateralidade, do espaço, do tempo e da coordenação de diversos
movimentos.
A reeducação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse
aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao
indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de economizar
sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a
eficácia e a estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio. (COSTE,
Jean Claude. A psicomotricidade, 1992, p. 9 )
O homem precisa está em equilíbrio com o seu corpo e seu estado
afetivo, para se sentir realizado e pleno com o seu próprio eu. O lado afetivo
tem várias influências em sua vida, de modo que afeta a aprendizagem, a
socialização e o bem estar corporal e mental. Aprender através do corpo faz
com que o lúdico se insira nesse processo facilitando a aprendizagem.
A qualidade do relacionamento entre o reeducador e a criança
é um dado essencial. Um bom relacionamento estabelece-se
com o decorrer do tempo: jamais se consegue previamente.
Entretanto os primeiros encontros são muito importantes,
provocam uma reação de simpatia e de confiança ou, pelo
contrário, uma atitude de temor, de timidez, de fechamento.
(De Meur. Psicomotricidade educação e reeducação, 1984,
p.24)
A relação afetiva tem importância desde a vida intra-uterina, nesse
momento já são registrados pelo feto todos os sentimentos da mãe. Por isso é
fundamental que nesse período os pais tenham uma aceitabilidade na
concepção desse feto, para que não haja uma rejeição desde esse período,
podendo gerar sentimentos de tristeza e angústia para esse ser em formação.
A afetividade é de suma importância também no processo de aprendizagem e
no decorrer de toda a vida do ser humano, é um fator essencial, necessário e
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estimulante. Para que haja sucesso em vários momentos, a afetividade é um
instrumento que leva ao prazer de realizar determinadas tarefas, se transforma
em trampolim para a solução dos problemas. Quando a criança não está bem
emocionalmente ela não tem um bom desempenho no aprendizado e o adulto
tem dificuldades de realizar suas tarefas diárias. Problemas familiares como
separação, brigas constantes em casa, perda de um animal de estimação ou
de um ente querido, fazem com que o desinteresse escolar se torne cada dia
maior, aumentando o sentimento de tristeza e desânimo. Sem contar com a má
relação com os próprios colegas da escola ou do trabalho também podem
trazer desmotivação na aprendizagem e exercício do seu expediente. Sabe-me
que a angústia pode ocasionar depressão e esse fator prejudica a
desenvolvimento da afetividade do ser humano. O transtorno afetivo mais
típico é a depressão com todos os quadros clínicos já conhecidos. Entretanto,
talvez não seja o problema afetivo mais freqüente. Os quadros ansiosos do tipo
pânico, fobias, ou a mesma ansiedade generalizada também têm como fundo,
alterações da afetividade, que precisam ser tratados.
O desinteresse pela matéria escolar pode ser de origem afetiva
e corresponder assim a problemas de organização da
personalidade. Mas a falta de motivação, fonte de desatenção,
é às vezes devida a um certo modo de apresentação da
matéria escolar que incita a criança a excessiva passividade.
(BOUCH, Jean Le. O Desenvolvimento psicomotor do
nascimento aos 6 anos.1982. p. 29)
Durante toda a vida, os fatos ou acontecimentos vividos serão
experiências e passarão a fazer parte da consciência, da estória daquele ser.
Esses fatos e acontecimentos gerarão lembranças e sentimentos que poderão
ser agradáveis ou não. Embora diferentes pessoas possam viver os mesmos
fatos e acontecimentos, elas sentirão de maneira diferente. Perder um mesmo
objeto, sofrer a perda de um mesmo familiar, passar por um mesmo assalto,
ouvir uma mesma música, comer uma mesma comida, etc., poderão causar
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diferentes sentimentos em diferentes pessoas. A representação da realidade é
a maneira que cada um vê e reage a sua realidade e as suas experiências de
vida. A representação diferenciada que cada um atribui aos fatos e
acontecimentos, os transformam em vivências pessoais, que cada indivíduo
vivência de maneira pessoal e diferente, mesmo que seja os mesmos fatos e
acontecimentos. As vivências produzem sentimentos no ser humano que se
manifestam de maneiras diferentes, dependendo da sensibilidade.
A agressividade é um componente afetivo que expressa os sentimentos
de cada um, mostrando o real sentimento por aquilo ou aquela pessoa que
será agredida. Muitas pessoas que são agressivas demonstram seus
sentimentos agressivos ao se relacionar com o outro, fazendo-lhe
principalmente grosserias no ato de falar, brincar e reagir, conforme o
tratamento no meio que está inserido. A agressividade é um componente
afetivo normal e pode se manifestar nos primeiros anos de vida. Na infância, a
criança utiliza como forma de chamar a atenção para si. Um grande erro dos
adultos é rotular e castigar as crianças por esse comportamento sendo o
correto é saber sua causa para posteriormente buscar ajuda de profissionais.
O adulto quando agressivo costuma a ter reações precipitadas a qualquer tipo
de acontecimento podendo causar traumas inesquecíveis. A agressividade está
relacionada a sentimentos negativos como raiva e frustrações vividas durante a
vida desse adulto. Esse comportamento pode se iniciar na infância e
permanecer durante o amadurecimento do indivíduo, é preciso que a pessoa
procure terapias que auxiliam o agressor a controlar as reações impulsivas
diante dos fatos que lhe parecem desafiadores. O tratamento é importante, pois
pessoas agressivas normalmente têm problemas de socialização, prejudicando
o convívio com outras pessoas.
Segundo Fonseca (2004) “O psiquismo é entendido como o funcionamento de
uma atividade mental composta de dimensões socioafetivas e cognifivas”.
A cognição é outra área que pode ser trabalhada dentro da
psicomotricidade. A cognição é a maneira com que a mente percebe, aprende,
lembra e pensa sobre as coisas captadas através dos cinco sentidos. Quanto
mais os cinco sentidos são trabalhados durante brincadeiras na infância melhor
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cognição o indivíduo terá. Esse processo é a forma que o ser humano percebe
e interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive. Tem como
material a informação do meio em que se vive e o que está registrado na
memória de cada um.
Segundo Fonseca (2004) “a psicomotricidade interage com dois componentes
importantes do comportamento humano que são a motricidade e o psiquismo”.
21
Capítulo II
SHIATSU
Segundo Jahara (1986) Shiatsu é uma palavra japonesa . “Shi” significa dedo e
“atsu” pressão- pressão com o dedo.
O Shiatsu é um tipo de massagem da medicina Oriental que utiliza a
pressão e descompressão dos dedos como forma de estimular e equilibrar a
energia do indivíduo. Nesse momento ocorre uma comunicação através do
toque. É um momento de grande intimidade e de entrega que ocorre entre o
terapeuta e o praticante. O corpo não é feito apenas de seus órgãos e
músculos é preciso que haja um equilíbrio corporal e mental para que esse
corpo não fique desequilibrado e adoeça.
A Medicina Chinesa ou Medicina Tradicional Chinesa inclui entre os seus
princípios a relação do yin/yang, da teoria dos cinco elementos e dos sistemas
de circulação de energia pelos meridianos do corpo humano.
A pressão e o contato são feitos com as mãos, os polegares,
os dedos em geral, os antebraços, os joelhos e os pés,
enquanto o paciente fica sentado ou deitado em várias
posições. (Jarmey, 1991, p. 9)
Atualmente, a definição oficial dada pelo Ministério da Saúde e
Bem-estar do Japão é a seguinte: A terapia Shiatsu é uma
forma de manipulação executada com os polegares, com os
dedos em geral e com a palma das mãos, sem empregar
nenhum instrumento, mecânico ou não, para exercer pressão
sobre a pele humana, visando corrigir o mau funcionamento
interno, promover e manter a saúde e tratar de doenças
específicas. (Jarmey, 1991, p. 10)
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O Shiatsu só surte efeito quando o terapeuta solta o seu peso corporal
em cima do recebedor fazendo com que ocorra a transmissão de sua energia
sem esforço. Essa transmissão e também troca de energia é chamada Ki
pelos orientais, a energia vital. Quando a energia Ki é transmitida sem esforço
evita com que o terapeuta tenha lesões por esforço repetitivo, dores diversas,
principalmente em coluna, antebraços e dedos. O conceito de Yin e Yang,
juntamente com a do Ki, fazem parte da filosofia chinesa há séculos.
Yin e Yang são expressões do Ki, a energia vital. Yin é
negativo e yang positivo. Isso não quer dizer que um seja
“bom” e o outro “mau”. Ambos são forças essenciais à vida. Em
certos momentos é bom sermos ativos e energéticos. Mas
também é essencial sabermos como relaxar e ficar quietos,
recolhidos em nós mesmos. Para crescermos com harmonia
necessitamos desenvolver nosso lado yin e nosso lado yang. (
Jahara, 1986. p 16)
A Teoria dos cinco Elementos foi desenvolvida pela mesma
escola filosófica que desenvolveu a Teoria do Yin-Yang, ou
seja, a Escola do “Yin-Yang”, algumas vezes chamada de
“Escola Naturalista”. (Maciocia, 1996. p 23)
Os Cinco Elementos são Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. Esses
representam cinco qualidades diferentes do fenômeno natural, cinco
movimentos e cinco fases no ciclo das estações. Através da observação dos
fenômenos naturais e suas evoluções de acordo com as estações, que os
Chineses perceberam que o mundo se organiza em torno dos cinco elementos
ligados ao tempo e ao espaço. Essa teoria dos cinco elementos é de vital
importância para a compreensão da dinâmica de tudo que rodeia o mundo.
Esses movimentos indicam as formas pelas quais as energias se organizam e
interagem no meio ambiente e nos corpo humanos. De acordo com a Medicina
Chinesa, todos os órgãos do corpo humano estão ligados a um dos cinco
elementos. A doença ou saúde são determinadas pelo fluxo de energia e a
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interação dos elementos, nos processos de produção e controle. A cada um
desses cinco elementos está associados uma direção, uma estação, um sabor,
uma cor, um órgão (Yin), uma víscera (Yang), um meridiano, uma emoção,
entre outros.
A Medicina Tradicional Chinesa traz em seus estudos do corpo, os
Meridianos que são usados como moldes para a aplicação de várias terapias
alternativas como Acupuntura, Auriculoterapia, Moxabustão e o Shiatsu. Os
métodos terapêuticos utilizam os meridianos como canais de energia, e esses
percorrem todo o corpo. Através de estímulos em determinados pontos dos
meridianos, pode-se reequilibrar as energias do corpo e dos órgãos. Como
forma de interferir na energia que percorre o meridiano, cada terapia tem a sua
maneira. A Acupuntura utiliza agulhas, a Auriculoterapia sementes de
mostarda, agulhas e esferas, a Moxabustão combustão da erva Artemísia e por
fim o Shiatsu que se utiliza da pressão dos dedos. A estimulação desses
pontos é para que ocorra o fortalecimento da circulação do Ki e do sangue com
isso o reequilíbrio do corpo.
Diz-se que os Canais – ou meridianos- são os caminhos
através dos quais flui o Ki, formando uma rede que liga o Ki
associado a todas as principais funções do corpo. (Jarmey,
1991, p. 16)
A técnica de Shiatsu não se preocupa apenas em eliminar doenças, mas
em normalizar a energia vital da pessoa. Dentro da visão da medicina oriental,
o ser humano encontra-se em perfeita saúde quando seu Ki flui com suavidade
e equilíbrio por todos os meridianos de seu corpo. Problemas de origem
mental, psicológica, física podem desequilibrar ou bloquear o Ki, propiciando
desconforto, dor ou surgimento de alguma doença.
O estilo de vida atual que caracteriza o homem moderno o leva a ter o
desequilíbrio constante fazendo com que o seu metabolismo seja deficiente,
sua musculatura tensa e rígida, caracterizando o stress em seu corpo. Esse
estilo de vida moderno gera inúmeros problemas de saúde ao homem
24
moderno. A cultura oriental leva em consideração o homem como um todo, seu
corpo que traz a matéria e sua mente, que transmite suas emoções, alegria,
tristeza, dor, preocupação, fúria, angústia, entre outros sentimentos. O corpo e
a mente são integrados, não há como ocorrer essa separação. O lado
emocional do ser está sempre sendo levado em consideração. Um corpo que
vive vários momentos de felicidades sofrerá com menos doenças e, mesmo
que venha a ter alguma, a sua recuperação será mais rápida, pois seus
sentimentos ajudam nesse sentido. Na medicina oriental o corpo tem um
grande poder regenerativo, principalmente quando estimulado por alguma
terapia alternativa.
É preciso buscar o equilíbrio entre o corpo e a mente não só as pessoas
que costumam receber o Shiatsu, mas também aquelas que realizam nas
pessoas. É importante que na hora de aplicar a massagem, o terapeuta esteja
preparado fisicamente e psicologicamente, saber a correta postura na hora da
aplicação, saber os locais que precisam ser trabalhados, faz com que esse
momento seja prazeroso e eficiente para essas duas energias. Por isso que é
importante que haja um fortalecimento muscular, para cuidar do corpo e, um
tipo de terapia para cuidar da mente de quem cuida dessas pessoas. O ideal
seria até que essas pessoas que trabalham sempre com isso, também tenham
o seu Shiatsuterapeuta. Não adianta querer cuidar dos outros, se o cuidador
está precisando de cuidados, é preciso cuidar de si para que o terapeuta
consiga cuidar do próximo.
O Shiatsu é uma linguagem, um diálogo entre duas energias
vitais. O praticante, naturalmente, é um elemento básico nesse
diálogo. Tão importante quanto “o que”, ele faz, é “como” ele
faz. Sua postura (física e psíquica), sua maneira de tocar, seu
sentimento em relação ao praticante influem de forma decisiva
na qualidade do trabalho. ( Jahara, 1986. p 26)
O Shiatsu serve para fazer com que o praticante tome consciência do
seu próprio corpo, despertando uma nova consciência de si. O corpo não é
25
feito apenas de matéria, ele armazena diversas emoções e sentimentos que
são os reflexos do estado mental da pessoa. Esse tipo de massagem ajuda o
indivíduo a entender o seu corpo, suas necessidades, colocando-o em contato
com o seu próprio corpo. Tomar consciência de uma determinada emoção,
procurando saber o que pode ter gerado tal sentimento e com isso, trago a
doença para o seu corpo.
O Shiatsu é de fato usado por profissionais de saúde para
curar doenças- normalmente em combinação com outras
terapias orientais. Para curar doenças, porém, o shiatsu
sozinho é uma técnica limitada. É mais útil para levantar o nível
de energia do paciente, regular e fortalecer o funcionamento
dos órgãos e estimular a resistência natural do corpo às
doenças. É uma técnica mais preventiva do que curativa.
( Jahara, 1986. p 15)
Segundo Jahara (1986) a medicina oriental é mais humana, porque focaliza o doente,
e não a doença.
Observar o paciente e perceber como anda o seu estado emocional é
importante para saber como será tratada a doença que o mesmo apresenta. Se
o seu estado emocional está muito alterado, provavelmente esse paciente não
irá evoluir no tratamento, seja ele terapêutico ou medicamentoso. Porque
mesmo que a doença que ele relatar melhore, possivelmente o mesmo
apresentará outras logo em seguida. Com isso, pode-se afirmar que para tratar
o corpo é preciso tratar a mente em conjunto, para que esse corpo não venha
apresentar novas doenças, ou se vier que venha de forma mais amena.
A respiração mantém a vida. Através dela as células de nosso
corpo são supridas de oxigênio, e ocorre a eliminação de gás
carbônico. Uma respiração deficiente afeta o funcionamento de
todos os outros sistemas de nosso organismo. Os orientais
dizem que a vida não se mede pelo tempo, mas pelo número
26
de respirações. A todo ser vivo é dado um mesmo número de
respirações. Quando este número se esgota, a vida acaba.
( Jahara, 1986. p 33)
A respiração é diretamente ligada às emoções. A cada emoção
corresponde um tipo e ritmo respiratório. Quando uma pessoa
está relaxada, sua respiração é suave, lenta e profunda. Se ela
fica nervosa, ou irada, sua respiração se torna, rápida e curta.
É por isso que “a vida se mede pelo número de respirações”.
Uma pessoa verdadeiramente equilibrada teria uma
perspectiva de vida mais longa do que a nervosa, que se
descontrola frequentemente, excitando sua respiração e todo
seu organismo de uma maneira desordenada. ( Jahara, 1986. p
33)
Ao praticar o Shiatsu é preciso que haja uma entrega de ambos os lados
tanto de quem o faz, tanto de quem o recebe. Quem fará essa massagem
precisa se entregar aos movimentos de maneira que cada um seja feito
naturalmente, sem gerar nenhum esforço físico, evitando que o terapeuta veja
a ter lesões por esforço repetitivo. A entrega de quem recebe a massagem é
necessária para que todos os nódulos de tensão e bloqueio de energia sejam
desfeitos e, o equilíbrio desse corpo seja devolvido gradativamente. Essa
entrega entre as duas pessoas pode ser observada também pela forma que
ambas respiram, se as mesmas tiverem uma respiração lenta e suave,
certamente a entrega foi feita. As pessoas que são muito tímidas, que estão
passando por algum problema, costumam ter dificuldades de se entregar na
hora da sessão do shiatsu e, com isso prejudica todo o trabalho do terapeuta,
não permitindo que os objetivos dessa massagem sejam atingidos naquele
momento.
27
O Shiatsu, mais do que qualquer outra técnica, não pode ser
praticado mecanicamente. O Shiatsu “frio” é superficial. A
técnica é importante, mas o praticante é mais. Se ele não se
permite sentir, não pode se tornar consciente de seus
sentimentos. Se ele não se expõe, não se mostra como
realmente é, não pode estabelecer um contato autêntico e
humano com o paciente. ( Jahara, 1986. p 18)
O Shiatsu relaxa os músculos da respiração e do corpo em
geral. Ativa e equilibra o fluxo energético e o funcionamento
orgânico. Dessa forma atua sobre a respiração, que no
decorrer da aplicação se torna solta, suave e profunda.
( Jahara, 1986. p 37)
As pessoas com idade de 30 a 40 anos, são consideradas adultas com
marcas no corpo e na mente de tudo aquilo que viveu durante esse período de
vida. Geralmente essas pessoas são mais maduras e experientes, viveram
coisas que lhe trouxeram muitos momentos de alegria e de tristeza. Esse
contraste de sentimentos faz com esse corpo carregue muitos nódulos de
tensão e problemas de saúde. Vários problemas podem trazer esses nódulos
para esse corpo, a perda de um ente querido, um divórcio, dificuldade em ter
filhos ou a infertilidade, doença grave de pessoas próximas, falta de dinheiro,
desemprego, falta de sexo, desentendimentos conjugais, entre outros fatores.
Ser adulto traz uma gama de responsabilidade que muitos, mesmo nessa fase
de sua vida, ainda não atingiram a maturidade para enfrentar esses problemas.
E com isso, tem dificuldades em superar os obstáculos que a vida proporciona
a todos.
A busca do equilíbrio corporal e mental tem que ser cultivada desde a
infância, para que ao chegar o período de 30 a 40 anos, esses adultos
consigam enfrentar as diversidades do cotidiano. Encarar a vida com mais
tranqüilidade, traz equilíbrio ao corpo e a mente. Nessa fase da vida homens e
mulheres já esperam estar estabilizadas financeiramente e emocionalmente.
Quando isso não ocorre a frustração vem de forma muito intensa e com ela
28
todos os problemas emocionais que acabam gerando doenças. Esse
desequilíbrio emocional é preciso ser tratado para as doenças não se instalem
nos corpo ou, mesmo que se instalem venham de forma mais amena gerando
uma recuperação mais rápida nesse indivíduo.
Nesse período de vida ao praticar o Shiatsu essas pessoas acabam por
ter um momento em que elas se desconectam de seus fardos e ao se entregar
a massagem diminuem todos os nódulos, que dificultam a passagem de
energia por todo o seu corpo fazendo que o mesmo se torne desequilibrado.
Quanto maior for a entrega desse recebedor ao shiatsuterapeuta, melhor serão
os benefícios em cada sessão recebida. Existem muitas pessoas com essa
idade que não estão satisfeitas com o seu namoro, casamento, com seu
emprego, com sua profissão, entre outras insatisfações e no momento em que
recebe o shiatsu acabam por relatar seus problemas. O ato de falar, é de
grande benefício, pois quando a pessoa tem essa confiança no terapeuta de
expor sua vida, significa que nesse momento, o elo de confiança começa a
existir entre essas pessoas. Quando o indivíduo coloca para fora os seus
fardos, o seu estado emocional está sendo trabalhado nessa hora e a reflexão
sobre o assunto se faz, podendo até mesmo ajudá-lo a resolver tal questão. As
pessoas que têm medo de se entregar na hora do shiatsu, precisam receber
essa massagem com mais freqüência para que com o tempo esse medo seja
superado e, os benefícios que podem ser concedidos por essa massagem
possam atingir também essas pessoas.
2.1 Aplicação do Shiatsu
O Shiatsu pode ser feito de maneira mais prolongada com duração de
até 1 hora e também de forma rápida porém, muito eficiente. A forma rápida de
se trabalhar essa massagem é com duração de 20 a 15 minutos. Que pode ser
feito em uma cadeira específica de Shiatsu, onde toda a coluna é priorizada ou
na maca, onde a pessoa fica primeiramente em decúbito frontal para trabalhar
a coluna e as pernas posteriores e em seguida em decúbito dorsal para serem
29
trabalhadas as pernas parte anterior, pescoço e face. O terapeuta usa o seu
corpo como forma de lançar a sua força corporal para cima do corpo de quem
está recebendo a massagem de maneira que sua postura esteja correta para
que ele não se lesione. As palmas de suas mãos ficam espalhadas em suas
costas, para a terapeuta comece a sessão alongando a coluna do recebedor.
Logo em seguida ele começa a fazer pressão com o seu dedo polegar em cima
dos meridianos, que são regiões que são estudas pela medicina Oriental,
ajudando com isso a diminuir os nódulos que estão nesses locais. Ao terminar
esse processo ao redor da coluna, o terapeuta alonga seus braços e se
direciona as pernas, para pressionar o meridiano dessa região, e por fim
alonga a coxa direita e esquerda do indivíduo. Sempre observando como está
a pessoa durante todas essas etapas e escutando tudo aquilo que a mesma
costuma a falar nesse momento. Quando termina o decúbito frontal é pedido
para pessoa virar em decúbito dorsal (de barriga para cima) para que as
pernas na parte da frente sejam trabalhadas. Essa região também será
pressionada pelo terapeuta, respeitando sempre a linha e a direção dos
meridianos, depois os braços serão feito o mesmo procedimento. Assim como
no pescoço, ocorrerá a pressão com os dedos ele também será alongado e
para finalizar a face e a cabeça serão trabalhadas, sendo pressionadas e
alongadas pelo terapeuta. No Shiatsu não se utiliza nenhum tipo de óleo, nem
cremes para se fazer a massagem e, nenhum instrumento de madeira, plástico
ou elétrico. Para trabalhar com essa massagem é preciso apenas o corpo
saudável do terapeuta, para que o mesmo se utilize de suas mãos, dedos e
cotovelos e com isso possa, pressionar os pontos do corpo do paciente.
Quem quiser praticar o Shiatsu precisa ter o desejo
autêntico de ajudar as pessoas a se sentir melhor. Não há
outra motivação sincera para praticar essa arte curativa
humanitária. (Jarmey, 1991, p. 23)
30
2.2 Os Benefícios do Shiatsu
As melhorias produzidas pelo Shiatsu ajudam a elevar o nível de
energia, regulam e fortalecem o funcionamento dos órgãos, fazendo com que
haja um maior estímulo das resistências naturais do organismo aos
mecanismos desencadeadores das doenças. O corpo armazena emoções,
sentimentos e reflete o estado emocional do indivíduo. Quando uma área onde
a energia está bloqueada é tocada, é preciso dar atenção a ela, ajudando para
que o bloqueio se dissolva. Quanto mais nódulos forem desfeitos em cada
sessão maior será a quantidade de benefícios que a pessoa irá atingir. O
shiatsu é terapia de reequilíbrio físico e energético que fortalece o sistema
imune. A busca do equilíbrio energético está diretamente ligada à quantidade
de benefícios atingidos pelo shiatsu.
• Relaxar a mente e o corpo;
• Diminuição da Ansiedade;
• Diminuição do stress;
• Reequilíbrio energético;
• Diminuição do aparecimento de doenças, aumentando a imunidade;
• Diminuição de dores musculares, principalmente na coluna;
• Aumentar a auto-estima;
• Melhorar a socialização;
• Melhorar a qualidade do sono;
• Melhorar a mobilidade articular e muscular;
• Melhorar a circulação sanguínea;
• Prevenir o aparecimento de LER / DORT (Lesão por Esforço Repetitivo
ou Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho);
31
Capítulo III
A Relação da Psicomotricidade com o Shiatsu
A psicomotricidade está relacionada com o psicológico e o motor do
indivíduo, já a shiatsu é um tipo de massagem cada vez mais procurada pelos
ocidentais para o relaxamento e a diminuição de dores em geral. Ao vivenciar a
psicomotricidade sabe-se que pessoas com dificuldades e atrasos motores,
podem ser trabalhadas de maneira que esses problemas sejam superados com
o tempo. Toda dificuldade ou atraso tem pelo menos um fator que pode ter o
ocasionado o problema, a genética, os problemas afetivos e os acidentes estão
entre esses fatores. O modo em que o indivíduo vivencia o mundo ao seu
redor, o seu comportamento através de situações cotidianas, são observados,
avaliados e reeducados conforme a necessidade.
É preciso ter a consciência que o shiatsu não é apenas uma massagem,
que o corpo da pessoa é tocado com o objetivo de relaxamento e diminuição
de dores. Cada sessão desse tipo de massagem é como se fosse uma terapia,
pois desde o momento em que a pessoa se predispõe a receber o shiatsu já é
uma decisão que deve ser levada em consideração. A partir do momento que
mesmo com medo, vergonha ou falta de tempo para vivenciar esse momento, a
pessoa resolve separar uns minutos para se presentear, já é o início do
tratamento que é feito nas sessões.
O toque se faz importante desde a vida intra-uterina, pois a partir desse
momento o feto já sente o quanto ele é desejado e querido por seus pais.
Aumentando a cada dia a relação afetiva entre pais e bebê, fazendo com que
esse se desenvolva melhor do que aquele que não recebeu afeto durante a
gestação. O desenvolvimento após o nascimento se torna melhor,
principalmente para aquele bebê que continua recebendo afeto depois do seu
nascimento. Essa criança se torna mais segura de si, melhorando o
desenvolvimento e aprendizado, o lado emocional fica mais equilibrado
32
diminuindo a probabilidade de depressão, ansiedade e irritação. Além de
passar mais segurança para o filho, o toque ajuda na diminuição de colidas,
melhora do funcionamento digestivo do bebê e aumento da flexibilidade entre
outros benefícios. Não importa a idade ou estágio da vida, todos necessitam
do contato humano para que as pessoas tenham a certeza que não estão
sozinhas enfrentando os problemas da vida. Por mais que algumas pessoas
aparentam serem fortes e duronas, não há aquela que não necessite do calor
humano para acalmá-la. O toque trás o acalanto, a união entre as pessoas e
vem representar um dos meios para que haja a comunicação, de dar e receber.
É um grande erro pessoas acharem que o toque só se faz importante na hora
do sexo, e que em outros momentos não há necessidade que ocorra o toque
entre as pessoas, isso faz com que essas se tornam mais frias e egoístas,
interferindo no seu modo de ver e agir consigo em com o meio que as cercam.
Em decorrência das pressões da moderna sociedade e, em particular, do
aumento das enfermidades ligadas ao estresse, as terapias de contato devem
tornar-se parte integrante do cotidiano das pessoas e serem reconhecidas
como um ingrediente valioso da saúde preventiva tanto para o praticante como
para o receptor. Existem fases da vida que podem ser vividas de maneira mais
confortável quando se faz o uso contínuo de uma massagem, melhorando a
constituição básica desses processos, como a puberdade, casamento,
gravidez, pós-parto, pré e pós cirurgia e menopausa. Nesses períodos as
terapias de contato podem trazer benefícios enormes, ajudando a proporcionar
o necessário relaxamento para enfrentar as alterações hormonais. Nos
momentos de estresse, a necessidade de contato físico se torna mais intensa,
ânsia-se pelo contato físico que promovendo a liberação das tensões e
certificando que os problemas estão sendo compartilhados. Esse ato de
compartilhar os problemas trás um conforto como se o indivíduo tivesse
dividindo os seus problemas com próximo, diminuindo assim o seu fardo. O
terapeuta nesse momento é de suma importância, pois é com ele que o
paciente na maioria das sessões se abre e compartilha os seus problemas
ajudando-o a enfrentá-los. A psicomotricidade junto ao shiatsu trás toda essa
importância do toque a tona, pois não há como trabalhar com esse tipo de
33
massagem sem haver o toque entre duas pessoas. Fazer um tratamento
psicomotor, seja ele de prevenção, correção ou ensinamento, é muito mais
agradável e satisfatório quando há o diálogo e a entrega entre o terapeuta e o
paciente.
Para o relacionamento mãe e filho o toque tem importância
vital, porque oferece possibilidade de fortalecer o vínculo desde
o início da gestação, ajudando no desenvolvimento físico e
emocional do bebê. (ALVES, Fátima, 2008, p. 36)
Uma das mais surpreendentes descobertas é o aumento da
imunidade às doenças, em crianças que foram tocadas e
massageadas por suas mães. A massagem promove ainda o
desenvolvimento do potencial motor, permitindo maior
flexibilidade e tonificação dos músculos e da pele. A criança
massageada é mais descontraída porque seu organismo
exerce suas funções de forma mais equilibrada. (ALVES,
Fátima, 2008, p. 37)
O Shiatsu ajuda o indivíduo no seu dia-dia, sua forma de agir e ver o
próximo, pois ao tomar consciência do seu próprio corpo e suas dificuldades,
fica muito mais fácil para que o mesmo entenda o outro. Quando o indivíduo
entra para receber a massagem, nesse momento já ocorre um pequeno diálogo
entre o terapeuta e o recebedor, isso faz parte do início do trabalho, porque
dessa maneira esses dois indivíduos já começam a ficar próximo, mesmo sem
se tocarem, ocorrendo uma troca de confiança e quanto mais o diálogo flui
melhor será para essa relação. Esse diálogo serve para que o terapeuta saiba
mais a cada sessão de seu paciente e o mesmo ao falar sobre si, faz com que
se conheça melhor, reflita mais sobre as coisas que estão acontecendo em sua
vida, seja profissional, sentimental, familiar ou de saúde. Essa forma de
entrega é de suma importância para o seu autoconhecimento, mesmo que isso
34
demore, mas com o passar do tempo esse conhecimento irá acontecer. Deitar
na maca para receber a massagem, é o terceiro passo para a entrega e o
autoconhecimento.
O desenvolvimento da criança só será progressivo a partir do
momento que ela realizar por si mesma as suas ações,
exercitando seus músculos, aperfeiçoando seus movimentos,
tomando decisões, treinando a coordenação e a concentração,
exercendo, assim, todas as atividades psicomotoras que
necessitam de repetição e de conscientização para se
aperfeiçoarem. Crianças que não apresentam consciência e
conhecimento de seu corpo pode experimentar dificuldades de
percepção, controle e equilíbrio. Apresentam confusão em
localizar as partes de seu corpo, em perceber a posição de
seus membros, em orientar-se no espaço e no tempo, além da
dificuldade de coordenação dos movimentos, o que as tornam
lentas na execução de atividades como abotoar uma roupa,
andar de bicicleta, jogar bola etc. Pode acontecer também da
criança com perturbação do esquema corporal apresentar
dificuldade no aspecto visomotor e ter conseqüências na leitura
e me escrita. Além disso, esta falta de conhecimento de sua
presença no mundo pode levar a uma dificuldade de contato
com as pessoas e a um mau desenvolvimento da linguagem.
(ALVES, Fátima, 2008, p. 52)
A vida adulta é cercada de responsabilidades e compromissos consigo e
a família podendo levar algumas pessoas a abandonar o exercício físico
deixando-se dominar pelo estresse, maus hábitos, e deterioração da saúde. No
outro lado, o excesso de exercício pode igualmente ser fator de desequilíbrio
físico e mental na busca de um corpo perfeito muito valorizado pela mídia. A
busca do autoconhecimento e o reequilíbrio podem começar pela união da
psicomotricidade com o shiatsu, para as pessoas que se encontram na faixa
35
etária de 30 a 40 anos de idade, pois é nesse período em que se instalam as
crises existenciais. E, esse trabalho poderá ajudar essas pessoas a passarem
por essas fases sem deixar seqüelas que atrapalhe o percurso de suas vidas.
É através do corpo que a criança vai descobrir o mundo,
experimentar sensações e situações, expressar-se, receber as
coisas que a cercam. À medida que a criança se desenvolve,
quanto mais o meio permitir, ela vai ampliando suas
percepções e controlando seu corpo através da interiorização
das sensações. Com isso ela vai conhecendo o seu corpo e
ampliando suas possibilidades de ação. O corpo é, portanto, “o
ponto de referência que o ser humano possui para conhecer e
interagir com o mundo”. Ele servirá de base para o
desenvolvimento cognitivo, para a aquisição de conceitos
referentes ao espaço e ao tempo, para um maior domínio de
sues gestos e harmonia de movimentos. (ALVES, Fátima,
2008, p. 49)
O conhecimento e aceitação do corpo pela criança ajudarão em todo o
seu processo de desenvolvimento porque, quanto mais conhecer e aceitar o
seu corpo da maneira em que ele se encontra, melhor será a sua
autoconfiança e aprendizagem durante toda a sua vida. A união do trabalho de
psicomotricidade com o shiatsu ajuda nesse conhecimento e aceitação e,
havendo a possibilidade melhora desse corpo, isso ocorrerá de maneira
gradativa de acordo com a possibilidade de cada um. Quanto maior o diálogo e
afinidade entre o terapeuta e o paciente mais eles irão se conhecer e haverá
base para o início do trabalho de desenvolvimento e melhorando a
sociabilidade, o psicológico e o motor desse praticante.
Uma dinâmica essencial da massagem, como ocorre com
qualquer outra terapia, centra-se no relacionamento entre o
paciente e o terapeuta. Em uma situação ideal, essa relação é
36
construída em bases profissionais, ou seja, sem chegar a
extremos- demasiadamente fria e distante ou demasiadamente
íntima. Entretanto, encontrar e manter o grau apropriado de
proximidade é um desafio para o terapeuta e pode exigir um
ajuste constante. Sem dúvida, é de extrema importância que o
terapeuta tenha empatia pelo paciente; e isso implica a
compreensão de seus sentimentos, bem como a oferta de
conforto e consolo. No entanto, demonstrar compaixão pode
fazer o paciente sentir-se suficientemente seguro e confortável
para partilhar certas emoções pessoais com o terapeuta.
(CASSAR, 2001, p.6)
A partir do momento que o paciente de 30 a 40 nos deita na maca ele
precisa se desligar de todos os seus problemas para que consiga atingir os
benefícios do Shiatsu. Nessa fase da vida, alguns homens e algumas
mulheres estão vivendo a crise dos 30 ou dos 40, que está relacionada à
reflexão sobre a sua vida durante todo esse período. Porém, essa crise que
assola muitas pessoas pode ser vivida com equilíbrio e se reverte em muitas
conquistas. Pode-se dizer que a crise dos 30 é o início da vida adulta, é a partir
dela que se inicia o verdadeiro processo de autoconhecimento. Esse balanço
pode ser útil e saudável. Afinal de contas precisa-se fazer uma avaliação para
poder escolher novos rumos e equilibrar melhor a vida pessoal e profissional.
Mas se for exagerado também pode ser um sinal de alerta. É preciso que
nessas duas fases a auto-estima esteja elevada, ter confiança na própria
capacidade e não se deixar imobilizar pelas dúvidas e pela cobrança
excessiva. O resultado disso é sabedoria, ou seja, a maturidade, algo
fundamental para a aproveitar a vida. Não existe receita para se passar por
essas fases, algumas coisas podem ajudar, o controle da ansiedade e o
perfeccionismo, a prática da atividade física, boas noites de sono e a prática do
shiatsu, são exemplos que podem auxiliar o indivíduo a passar por essas
crises.
37
A crise dos 30 e 40 é uma fase que assola algumas pessoas e a
psicomotricidade junto ao shiatsu pode ajudar nesse processo, pois esses dois
trabalhos visão o autoconhecimento, a melhoria da relação consigo mesmo e
com o outro. Observar o seu paciente antes, durante e após cada sessão de
shiatsu, ouvir suas queixas, seus lamentos, sentimentais e até mesmo
profissionais ajuda o indivíduo a lhe dar melhor com os seus problemas. Toda
vez em que a pessoa consegue desabafar para o terapeuta os seus problemas,
o lado afetivo está seu trabalho nesse momento. Como pode-se perceber cada
fase da vida tem as suas necessidades na formação e transformação do corpo
que se movimenta no tempo e no espaço comandado pelo cérebro. A
psicomotricidade é a ciência responsável por fazer esse corpo se movimentar
de forma consciente, consciência de si e do meio em que se encontra. Cabe a
cada um, aceitar as limitações impostas em cada fase e tirar o melhor proveito
que a vida oferece na infância, na adolescência, na vida adulta e na velhice.
A afetividade está ligada ao lado psicológico do ser humano, que se
altera de acordo com o estado emocional vivido no momento. O
desenvolvimento intelectual está ligado ao desenvolvimento cognitivo e afetivo,
isso significa que para obter o conhecimento, o lado afetivo precisa estar
equilibrado e muito bem trabalhado ao longo da vida do indivíduo. A afetividade
está ligada a emoção, todos os acontecimentos ocorridos durante a vida de
uma pessoa traz uma gama de experiências e recordações que marcam a sua
história. Com isso, a presença ou ausência de afeto irá caracterizar a forma
com que o indivíduo irá se comportar. A auto-estima do adulto também está
relacionado ao lado afetivo, quanto mais afeto ele recebeu quando criança,
maior a probabilidade de se desenvolver com segurança e determinação. E,
isso fará com que essa criança se torne um adulo mais seguro em todos os
aspectos de sua vida. Quando o individuo torna-se mais afetivo com o ser
humano, ele passa a compreendê-lo melhor e a respeitar suas ações perante
determinada situação cotidiana, seja no lar, no trabalho, na roda de amigos ou
a rua.
38
Tanto a psicomotricidade quanto o shiatsu trabalham o lado afetivo do
ser humano, fazendo com que o mesmo se torne uma pessoa melhor todos os
aspectos de sua vida. Quando uma pessoa tem o seu lado afetivo bem
trabalhado, faz com que se veja melhor o mundo, sua relação consigo e com o
próximo se torna mais humana, mais compreensível e tolerante, trazendo uma
harmonia entre os seres e tornando a resolução dos problemas mais simples.
A autoconfiança também é de suma importância para que o indivíduo
tenha uma vida promissora, é trabalhada tanto na Psicomotricidade quanto no
Shiatsu e quando trabalhados juntos se fazem completos para esse
desenvolvimento. As pessoas com a auto-estima baixa têm dificuldades na
tomada de decisões porque se sentem inseguras, se sentem rejeitadas e
incapazes de realizar seus sonhos. O trabalho da Psicomotricidade junto ao
Shiatsu faz com que as vidas das pessoas não fiquem limitadas e elas possam
ter coragem de realizar tarefas pequenas e até mesmo grandes tarefas que
exijam mais responsabilidades. Observar o seu paciente em cada sessão
assim como o diálogo faz com que o mesmo possa aprender a usar a sua
mente de forma positiva e ao colocar pra fora os seus sentimento e
pensamentos, ajuda a descarregar os lixos emocionais que perturbam sua
cabeça como, medos, ciúmes, inseguranças, traumas, fobias, raivas, culpas,
frustrações. O corpo não é apenas matéria, ele expressa emoções que está
repleto de significados que estão presentes na relação da criança com o meio.
A grande maioria da população busca refúgio da sua baixa auto-estima e a
insatisfação com seus corpos em drogas, comida em excesso, álcool, fumo,
consumismo e outras soluções em curto prazo, que acabam sendo destrutivas
em longo prazo. Para que isso diminua é importante saber que a busca da
felicidade não está em coisas e pessoas e sim, em si mesmo, traçar metas
para sua vida, se aceitar do jeito que cada um é, cuidar de sua saúde física e
mental, são alguns dos exemplos a serem feitos a busca da tão sonhada
felicidade. Por isso, se faz importante o diálogo entre o terapeuta e o paciente,
pois é nesse momento que ocorre o conhecimento daquela pessoa mais
afundo e não apenas, conhecer o ser pela sua aparência, é preciso saber o
que cada um pensa, para que com o tempo esse diálogo possa ajudar a cada
39
um, no seu próprio conhecimento e aceitação perante a sociedade. A
autoconfiança vem de dentro e não de coisas que são impostas pelas pessoas
e pela a mídia, é a base para se alcançar o sucesso. Reaver a autoconfiança
faz com que o indivíduo se sinta seguro para sonhar e ir atrás de seus sonhos,
atingindo com o tempo o seu sucesso, seja na vida profissional, familiar,
sentimental ou espiritual.
A partir do momento que o indivíduo descobre, utiliza e
controla o seu corpo, o esquema corporal é estruturado e
passa a ter consciência dele e suas possibilidades, na relação
com o meio ambiente em que vive. Vivenciar estímulos
sensoriais, para discriminar as partes do próprio corpo e
exercer um controle sobre ela, implica: a percepção do corpo; o
equilíbrio; a lateralidade; a independência dos membros em
relação ao troco e entre si; o controle muscular; o controle da
respiração. (ALVES, Fátima, 2008, p.48)
O restabelecimento do fluxo energético pelo Shiatsu ajudará o indivíduo
a estabelecer uma relação mais precisa com seu corpo, os outros, os objetos, o
tempo e o espaço. A psicomotricidade é uma prática unificadora, no sentido
que veicula os laços entre o corpo e a atividade mental, o real e o imaginário, o
espaço e o tempo, melhorando a adaptação da criança e a possibilidade de
realizar trocas com o envolvimento trabalhando assim o lado afetivo nesse
momento. Quanto mais equilibrado estiver esse corpo melhor ele irá se
desenvolver e vivenciar tudo aquilo que o mundo proporciona nas diversas
etapas da vida.
O trabalho em equipe trás vários benefícios a um projeto, principalmente
quando os profissionais envolvidos são multidisciplinares. A união de diversos
profissionais trará o êxito de se ter um indivíduo mais capaz de lhe dar com os
diversos problemas que o mundo lhe oferece durante todo o percurso de sua
vida. Assim como o trabalho de psicomotricidade junto ao shiatsu irá
40
proporcionar um equilíbrio corporal e mental para que a pessoa possa se auto-
conhecer, conhecer o outro e interagir com o meio em que vive de forma
harmoniosa e mais madura. O profissional que é multidisciplinar terá uma
resposta melhor com os seus pacientes do que aquele que não tem esse
conhecimento. Fazer um trabalho de equipe é fundamental para que o
desenvolvimento da sua capacidade ocorra de forma a melhorar a qualidade de
vida do indivíduo envolvido nesse trabalho.
41
CONCLUSÃO
Esse trabalho foi de grande importância para que as pessoas saibam
que a massagem Oriental chamada Shiatsu pode ser trabalhada junto a
Psicomotricidade. Esses dois trabalhos têm alguns objetivos em comuns e ao
se unirem podem fazer com que os objetivos de ambos, que se assemelham,
sejam atingidos.
A psicomotricidade tem como objetivos trabalhar o lado psicológico,
motor, social e afetivo do indivíduo. E, o shiatsu tem objetivos como, o
relaxamento, diminuição do stress e dores na coluna, socialização, melhorar a
qualidade do sono, entre outros benefícios. Em cada trabalho de shiatsu desde
o momento que o paciente entra para receber a massagem o lado psicológico
do mesmo já está sendo trabalhado, a sua disponibilidade de receber a
massagem já é o primeiro trabalho psicológico feito nesse indivíduo, ao
dialogar com o terapeuta e colocar os seus problemas pessoais, é outro
momento. Uma das partes principais desse trabalho é o diálogo que o paciente
costuma ter antes, durante e após receber a massagem, pois é nesse
momento que a sua entrega começa a ser feita e a confiança entre o
profissional e o indivíduo é construída, desenvolvendo o lado psicológico, social
e afetivo em cada sessão. O lado motor no shiatsu é trabalhado em menor
ênfase, porém quando várias partes do corpo são alongadas esse lado é
explorado. Quando se trabalha a psicomotricidade junto ao Shiatsu pode-se
observar que o lado psicológico, motor, social e afetivo são muito mais
desenvolvidos caso esses trabalhos fossem feitos separadamente.
Ao observar as pessoas de 30 a 40 anos de idade que trabalham mais
de nove horas por dia, as mesmas apresentavam relatos de dores em várias
regiões da coluna, dores musculares, stress elevado e até mesmo dores de
cabeça constantes, essas pessoas que começaram a receber o benefício do
shiatsu com um profissional psicomotricista, notou-se que ao unir esses dois
trabalhos em uma mesma sessão, essas problemáticas foram aos poucos
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amenizadas e outros benefícios relacionados a esses dois trabalhos também
foram adquiridos. É importante frisar que para que os benefícios em comuns
do Shiatsu e da Psicomotricidade sejam atingidos é preciso que haja a entrega
tanto do terapeuta como do paciente, a relação de afetividade que é construída
em cada sessão é de grande valor para que o paciente consiga ter confiança
no terapeuta, perdendo o medo, a timidez, a insegurança consigo e com o
outro e, faça a entrega necessária, alcançando aos poucos os vários
benefícios em comuns já citados.
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BIBLIOGRAFIA
1 - ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2008. 2 - CASSAR, Mario Paul. Manual de Massagem terapêutica: um guia completo de massoterapia para o estudante e para o terapeuta. São Paulo: Manole, 2001. 3 - COSTES, Jean-Claude. A Psicomotricidade. Editora Guanabara Koogan, 1992. 4- CUNHA, Eugênio. Afeto e aprendizagem: relação de amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010. 5 - DE MEUR, A. & STALS, L. Psicomotricidade: Educação e Reeducação. SP: Manole, 1984. 6 - http://www.psicomotricidade.com.br/apsicomotricidade.htm. Acesso: 13/04/2011. 7 - FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: Perspectivas multidisciplinares. Artmed, 2004. 8 - JAHARA, Mário. Zen Shiatsu: equilíbrio energético e consciência do corpo. São Paulo: Summus Editora, 1986. 9 - JARMEY, Chris & MOJAY, Gabriel. Shiatsu: Um guia completo. São Paulo: Pensamento, 1991. 10 - LE BOUCH, Jean. Educação Psicomotora: Psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. 11 - MACIOCIA, Giovanni. Os fundamentos da medicina chinesa: um texto abrangente para acupunturistas e fitoterapeutas. São Paulo: Editora Roca, 1996. 12- OLIVER, Lou de. Distúrbios Familiares. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2008. 13 - SHILDER, Paul. A imagem do corpo: As energias construtivas da Psique. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 1
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE 10
CAPÍTULO II
SHIATSU 21
2.1- APLICAÇÃO DO SHIATSU 28
2.2- OS BENEFÍCIOS DO SHIATSU 30
CAPÍTULO III
A RELAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE COM O SHIATSU 31
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 43
ÍNDICE 44
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45