uma prospera historia de amor

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Descubra o poder do pensamento positivo! Ore e realize seus desejos! Neste livro, que conta a história de Catherine Ponder, você acompanhará o caminho da ministra, desde a sua juventude pobre até sua vida de sucesso e prosperidade na Califórnia. Aprenderá, ainda, a conquistar o amor e o bem-estar por meio da oração. A autora, em sua biografia, ensina o caminho do sucesso e da felicidade por meio do amor e da oração. Prospere em todos os aspectos de sua vida! Deseje o amor a todos os que o cercam!

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Catherine Ponder

Tradução

Talitha Mattar

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Catherine Ponder

São Paulo, 2013

Uma próspera história de amor

Tradução

Talitha Mattar

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Índices para catálogo sistemático:1. Autores americanos : Biografia 818.5209

Dados internacionais de catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

A Prosperity Love Story

Copyright © 2003 Catherine Ponder

Copyright © 2013 by Novo Século Editora Ltda.

Coordenação Isabel Xavier da Silveira

Produção Editorial Desenho Editorial

Criação de capa Guilherme Xavier

Preparação de texto Maria Carolina Camargo

Revisão Rogério Guimarães Juliana Ferreira da Costa

2013Impresso no BrasIl

prInted In BrazIl

dIreItos cedIdos para esta edIção à

novo século edItora

CEA – Centro Empresarial Araguaia II Alameda Araguaia, 2190 – 11o andarBloco A – Conjunto 1111 – CEP 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – SP

Tel. (11) 3699-7107 – Fax (11) 3699-7323www.novoseculo.com.br

[email protected]

Ponder, CatherineUma próspera história de amor / CatherinePonder ; tradução Talitha Mattar. -- Barueri,

SP : Novo Século Editora, 2013.

Título original: A prosperity love story : ragsto enrichment : a memoir

1. Autores americanos - Biografia 2. Ponder,Catherine I. Título.

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Meus agradecimentos e meu reconhecimento a John Niendorff, por seu trabalho na edição deste manuscrito, e ao público de todo o mundo, cujo encorajamento, valorização, generosidade e supor-te financeiro animaram a autora e tornaram sua vida mais fácil, fazendo com que seu trabalho ti-vesse grande sucesso durante os séculos XX e XXI.Um grato coração rende graças a todos.

Catherine Ponder

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Introdução Da pobreza à prosperidade

Minha vida tem sido descrita como uma história da pobreza ao enri quecimento (um grande rumor!). Prefiro pensar nela como uma expe riência da pobreza ao enriquecimento – que tem durado uma vida.

Idade, dizem, apenas importa se você é um vinho fino. Como agora estou na categoria de vinhos finos, parece apropriado dividir com meus leitores de todo o mundo o que aprendi nos bons tempos – assim como nos tempos difíceis – de minha vida sempre cheia de atividades e, às vezes, até mesmo pitoresca.

Por meio da reflexão, percebi que toda a minha experiência de vida foi uma história de amor em proporções variadas – em algumas ocasiões claramente romântica e em outras, um encontro com as mais sutis e pro-fundas iniciações do amor. No entanto, tudo o que aconteceu foi parte da essência global de uma coisa chamada vida.

Creio que algumas das lições de amor que aprendi vão inspirar e bene-ficiar você. Logo, eis a história para nosso mútuo e sempre expansivo enri-quecimento. E aqui está o poder do amor – em suas multifacetadas formas!

Catherine Ponder

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Capítulo 1 A Washington de Catherine

no período da guerra

“A vida é aquilo que acontece enquanto você está fazendo outros planos”. Eu havia feito outros planos. E a vida aconteceu.

Durante a Segunda Guerra Mundial, minhas ambições juvenis fo-ram, de fato, viradas de pernas para o ar, assim como as de muitas outras pessoas de todas as idades. Meus planos consistiam em desbravar cami-nhos por meio da faculdade e, a seguir, fazer algo que havia sentido mui-to fortemente ao longo de toda a vida: ser “especial e diferente” – embora não soubesse exatamente o que isso significava.

Minha família supunha que após a faculdade eu iria me tornar uma professora solteirona, pois estava mais interessada em livros que em rapa-zes. Ao menos eles estavam certos sobre o que realmente me interessava e, de bom grado, deixei os garotos para minha irmã, apaixonada por festas.

Tive um namorado, mas não o levei a sério. Ele iniciava suas re-gulares contemplações do futuro dizendo: “Após a guerra, quando nos casarmos...”. E minha resposta era sempre a mesma: “Não terei tempo para me casar com você nem com outro qualquer. Tenho de seguir em frente e tentar tornar-me rica e famosa”.

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Ele considerava essa afirmação não apenas afrontosa como também imensamente engraçada, pois eu era o produto típico de tempos mais sim-ples do pré-guerra e de um cantinho do sudeste dos Estados Unidos. Ainda usava vestidos feitos em casa e tinha somente um par de sapatos bons com-prados em loja. Dificilmente uma candidata a ser rica e famosa.

De qualquer modo, desde que era uma menininha, sempre achei que era destinada a fazer algo especial e a levar uma vida diferente, ima-ginando com facilidade que ser “rica e famosa” seria parte disso. Eu não percebia quão completamente diferente minha vida viria a ser ao começar a Segunda Guerra.

A vida despreocupada de uma garota do governo

No último instante, a vida aconteceu e meus planos mudaram. Decidi adiar a faculdade para ir a Washington D. C. dos tempos de guerra como uma “garota do governo”. Meus pais não teriam permitido que eu tivesse feito isso se não fosse pela razão de trabalhar para o FBI (Depar-tamento Federal de Investigação), uma das mais respeitadas agências governamentais daqueles tempos. Minha família também tinha certeza de que eu moraria e trabalharia em um ambiente protegido, com quase todas as ações acompanhadas ou monitoradas por alguém.

Monitorada ou não, era uma atmosfera eletrizante para uma jovem ingênua introduzir-se. Uma socialite proeminente descreveu Washington dos tempos da guerra como “a cidade mais excitante do mundo”. Seria difícil discordar dela.

Nós, as garotas do governo, éramos recrutadas para todos os ramos da administração pública com o objetivo de aliviar e substituir os empre-gados masculinos, liberando-os para o dever militar, normalmente nas frentes de batalha da Europa ou do Pacífico. Éramos consideradas uma parte importante do esforço de guerra e Tio Sam não mediu esforços para deixar-nos felizes. O governo acreditava que tinha de receber bem suas ajudantes temporárias dos tempos de guerra, para que não tivessem sau-dade de casa e abandonassem seus trabalhos antes de a guerra terminar, apesar de algumas terem-no feito. Dessa forma, do ponto de vista social,

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minha vida subitamente parecia ter se tornado de forma considerável mais estimulante, até mesmo festiva.

Eu morava em um dos dormitórios das garotas do governo em West Potomac Park, às margens do Rio Potomac, perto do Lincoln Memorial. Na primavera, as famosas cerejeiras floriam de forma abrupta nas proximi-dades: era uma visão gloriosa. A Tide Basin estava praticamente no quintal e o recém-construído Jefferson Memorial era visível mais abaixo, no Potomac. Um complexo bem maior de dormitórios para as garotas do governo, conhe cido como Arlington Farms, estava localizado do outro lado do rio, no Estado da Virgínia.

A vida social de uma garota do governo

Eu pagava 26 dólares por mês por um quarto do tamanho de um closet. Ele tinha uma janela e uma área pequena para guardar malas e pendurar roupas. Era mobiliado com uma pequena cama de solteiro, uma cadeira, uma mesa e uma luminária. Banheiros, chuveiros e insta-lações de lavanderia estavam localizados nas proximidades, em uma área comum. Ao final do corredor externo, havia um telefone, no qual to-das as garotas daquela ala recebiam chamadas. Nada de privacidade. Se tives sem de fazer chamadas para fora, tinham de encontrar um telefone público em outro lugar.

Embora várias garotas morassem naquele dormitório, eu tinha tempo apenas de trocar conhecimento com aquelas de minha própria ala. Elas tra-balhavam para vários ramos da administração pública: Exército, Marinha, Serviço de Recrutamento Militar, entre outros. Algumas eram sulistas, como eu; outras vinham do Meio-Oeste ou mesmo da Costa Oeste; e outras eram vistas como ianques – mas todas eram agradáveis ao convívio e algumas de nós rapidamente nos tornamos amigas durante aquele período.

Tentei seguir seus exemplos e entusiasmar-me com a vida social que o governo planejou para nós. Tínhamos à disposição um centro de recreação vizinho a nosso dormitório. Para lá, as Forças Armadas envia-vam ônibus cheios de soldados dos muitos acampamentos próximos dos estados de Maryland e Virgínia.

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Os bailes das noites de sábado eram grandes eventos, assim como as festas nas United Service Organizations – USO (organizações sem fins lucrativos que ofereciam programas, serviços e entretenimento aos militares e suas famílias). Por vezes, algumas de nós, garotas do gover-no, éramos levadas de ônibus para várias bases militares próximas para que participássemos de festas e bailes com os soldados, ocasiões também consideradas especiais. Esses eventos eram todos conduzidos sob estrita supervisão, o que – considerando a ansiedade geral, a incerteza e a ten-dência de agir espontaneamente nos tempos de guerra – provavelmente não era uma má ideia.

De forma obediente, tentei de tudo, mas facilmente me entediava com aquelas idas e vindas. Decidi que poderia encontrar outras maneiras de participar dos aspectos sociais do esforço de guerra. Dei-me conta de que meu estilo pessoal era mais de socializar-me por meio de contatos indi-viduais que o de juntar-me a grupos em festas, bailes e atividades similares. Lembro-me de ter encontrado um jovem soldado que me impressionou de modo particular. Ele era do Meio-Oeste, com as maneiras, classe e estilo de um cavalheiro do Sul. Em sua última visita ao dormitório, ele disse que estava indo para o exterior e que escreveria. Não o fez, porém soube mais tarde que havia sido morto em uma das maiores batalhas da guerra, apenas um mês após sua partida.

Essa foi minha infeliz apresentação a ter-me tornado, muito ino-centemente e apenas no front doméstico, parte do que mais tarde seria chamado de “a maior geração” – a qual Tom Brokaw, autor de livro fa-moso com o mesmo título, descreveu como os cidadãos americanos que atingiram a maioridade durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial e continuaram a construir os Estados Unidos modernos.

O sistema de segurança singular da vida nos dormitórios

Nossas atividades eram fiscalizadas pela Supervisora de Dormitório, uma ex-diretora de faculdade. A regra era a de que tínhamos de entrar até às 22 horas durante os dias de semana.

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Nos fins de semana, o horário de entrada não podia ultrapassar a meia--noite, quando a porta da frente era trancada, e tínhamos de registrar o ho-rário de nossa chegada no balcão da recepção. Qualquer garota que chegasse após as duas horas da madrugada somente poderia entrar chamando o vigia noturno. Mais de uma ou duas dessas chegadas tardias poderia levar uma das garotas a ser prontamente dispensada de seu trabalho e, talvez, ser man-dada para casa. No entanto, durante meus anos de dormitório, nunca ouvi dizer que alguma garota tivesse sido dispensada. Nem tampouco ouvi que alguma tivesse engravidado ou se metido em encrenca. Na verdade, aqueles eram tempos mais cordiais, tranquilos e inocentes no front doméstico. Irre-verências, obscenidades, brincadeiras maliciosas e comentários impróprios simplesmente não existiam, pelo menos onde nós estávamos.

Esses eram os benefícios dos dormitórios, e eu preferia assim. As muitas garotas do governo que moravam em casas de família podem ter tido experiências e perspectivas diversas, mas eu preferia a segurança da vida em dormitório.

Nossa maior lástima era ver familiares, amigos ou namorados sendo mortos no exterior ou considerados desaparecidos em ação.

Éramos autorizadas a receber visitas em um salão público junto à entrada, no piso principal. Mesas, cadeiras e sofás estavam distribuí-dos na parte interna, enquanto cabines sem portas ao longo das paredes criavam espaços nos quais muitas pessoas podiam conversar com relativa privacidade. Ao lado do saguão havia uma lanchonete. Praticamente nin-guém tinha dinheiro sobrando para receber com mais conforto de modo que aquele era um lugar conveniente para que nos visitassem.

Os fins de semana eram ocasiões de muito movimento, pois fami-liares, amigos e garotos de nossas cidades de origem – naquela altura nas Forças Armadas e de passagem – reuniam-se com frequência ali. Normal-mente, os soldados de nossas cidades vinham acompanhados de outros militares, de maneira que convidávamos algumas de nossas amigas, ou-tras garotas do governo, para socializarem-se com eles.

Esse tipo de arranjo convinha à nossa Supervisora de Dormitório, pois, de sua mesa junto à entrada principal, ela podia observar todas ao mes-mo tempo. Nenhuma demonstração de afeto, nem mesmo mãos dadas, era

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permitida. Estávamos convencidas de que ela tinha olhos na parte de trás da cabeça, fato que ela comprovava quando qualquer uma de nós, em sua opinião, mostrava-se excessivamente afetuosa.

Talvez o principal esteio de nossa estabilidade na ala do dormitório tenha sido uma senhora chamada Louise, que havia trabalhado para o governo desde a Primeira Guerra Mundial. Ela nos tranquilizava, em-prestava-nos dinheiro entre os dias de pagamento, e, geralmente, evitava que brigássemos. Embora todas nós a adorássemos, nosso comentário de humor negro era de que ela havia ficado tanto tempo no serviço público porque ainda estava à espera de que seu noivo retornasse da Primeira Guerra Mundial. Isso era de fato cruel, porque todas estávamos cientes de que ele havia sido morto na França durante a Primeira Guerra. De diversas maneiras, ela tornou nossa vida mais fácil; de outras tantas, nós a mantivemos ocupada e distraída.

A semana de trabalho das garotas do governo

De segunda à sexta-feira, eu me levantava, vestia-me e caminhava para o ponto de ônibus ao longo do Potomac por volta das 6h30. Toma-va o ônibus para o centro de Washington, onde embarcava em um bonde que me levava à região sudeste da cidade, onde eu tomava outro ônibus até o Arsenal da Guarda Nacional. Aquele prédio era ocupado pelo FBI durante a guerra, principalmente como um repositório de seus vastos arquivos de impressões digitais.

Como classificadora de impressões digitais, sentava-me em uma cadeira de espaldar reto, em frente a uma mesa pequena, e observava as impressões digitais com uma lupa.1 Fileiras de mesas idênticas, nas quais outras classificadoras trabalhavam, alinhavam-se ao longo da sala, da frente aos fundos, com quatro ou seis dessas fileiras em cada sala. Uma supervisora sentava-se de frente para nós e coletava nossos cartões de im-pressões digitais a cada hora, examinava-os à procura de erros e anotava a data juntamente com o número de cartões de que havíamos dado conta naquela hora.

1 Apenas recentemente o complexo método de classificação de impressões digitais foi informatizado.

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Ensinavam-nos um código especial de classificação. Era um tra-balho preciso e desgastante, que desenvolvia a disciplina, concentração e ética de trabalho de que eu – e provavelmente muitas outras garotas – necessitaria para o resto da vida, embora eu não soubesse disso naquela altura. O tédio de nosso trabalho era amenizado de por eventos inespera-dos, como o de visitar o famoso centro de treinamento do FBI em Quan-tico, Virgínia, e a excursão pelo prédio do FBI na Avenida Pensilvânia. Lá fomos apresentadas, trocamos apertos de mão e conversamos com o conhecidíssimo J. Edgar Hoover. Como uma recompensa extra, fomos presenteadas com sua fotografia autografada.

Meus dias de trabalho no FBI eram realçados por todas as canções de amor da Segunda Guerra Mundial tocadas em todo o prédio do Arsenal antes do início do expediente e novamente ao final do dia. Nossa imersão nas canções populares daquela época, tais como Sentimental Journey ou I’ll Be Seeing You, ampliava a atmosfera romântica de então.

Durante a semana de trabalho, tínhamos um intervalo de meia hora para o almoço na cafeteria do FBI, que era minha única refeição quente do dia. Minha alimentação na semana de trabalho vinha da lan-chonete do dormitório.

Nos fins de semana, entretanto, nós algumas vezes saíamos em gru-pos e jantávamos em grande estilo. Lembro-me de ter comido em um pe-queno e charmoso restaurante italiano localizado perto do ilustre Willard Hotel. Nesse restaurante, eu sempre ansiava por refeição de cinco pratos por um dólar e meio – um verdadeiro deleite. Em outras ocasiões, íamos ao popular Hot Shoppes ou aos restaurantes informais da rede White Castle, distribuídos pela cidade, para comer hambúrgueres no balcão. Em geral, o local em que comíamos era determinado pelo calendário – ou seja, quando nosso pagamento acontecia.

As recompensas culturais

No momento em que tomei consciência de que ser parte do cená-rio usual da vida em sociedade da época da guerra em Washington não

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era necessariamente meu dever patriótico, conheci uma nova amiga, tão necessária.

Ela também trabalhava para o FBI e informou-me que, como eu, não estava interessada nos bailes e festas que nos eram oferecidos pelo governo. Era muito concentrada e orientada por objetivos, e foi, assim, uma influência positiva para mim naquele momento. Ela já havia plane-jado exatamente por quanto tempo pretendia trabalhar em Washington e quanto dinheiro poderia poupar, para depois retornar à casa e fazer faculdade. Ela se orgulhava muito de seu pai integrar o staff de Green Bay Packers, no Estado de Wisconsin.

Quando ela sugeriu que eu a acompanhasse a vários lugares e even-tos culturais da cidade, fiquei eufórica. Então, começamos a passar nossos fins de semana visitando vários museus. Entre os mais impressionantes para mim estava a National Gallery of Art, comumente conhecida como “Mellon Art Gallery”, em homenagem a seu fundador. Apreciávamos a programação de concertos de piano, violino e harpa em um ambiente bonito de jardim. Nós também visitamos o tão afamado Smithsonian Institute, a Catedral de Washington e outros lugares semelhantes que me abriram para um novo mundo. Assistimos a apresentações da Orquestra Sinfônica Nacional e visitamos o Constitution Hall, onde ouvimos o talento artístico e a graça incomum de Oscar Levant ao piano. Após uma apresentação no Teatro Nacional, esperamos nos bastidores para cumpri-mentar Diana Barrymore.

Não pudemos visitar a Casa Branca ou o Monumento a Washing-ton, que ficaram fechados durante a guerra.

Algumas vezes, fomos ao Capitol Theater de Loew, onde nos distraí-amos com filmes de guerra repletos dos sentimentos patrióticos daquela época. Esses filmes eram seguidos de shows de palco, com duração de uma hora, apresentando vários artistas da era das Big Bands: Vaughn Monroe, Woody Herman, os Ink Spots, os Mills Brothers, Charlie Spivak, Spike Jones e os City Slickers, Guy Lombardo, Charlie Barnett, Gene Krupa e outros – atualmente todos lendários.

Apresentações de Vaudeville e espetáculos de variedades eram com fre quência parte do programa. As belas Lana Turner, Ginny Simms e

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outras estrelas apareciam a caminho ou retornando de suas apresentações às tropas. Aquele período foi minha iniciação ao amor de vida inteira pelo teatro e pelas artes em geral. Um exemplo do que se apresentava como humor naqueles dias era a mais famosa piada da era do vaudeville, repetida com frequência:

“Mulher no 1: Eu mandei meu marido comprar pão há vinte anos, e ele nunca voltou.

Mulher no 2: Qual é o problema?Mulher no 1: Devo sair e comprar aquele pão ou continuo à espera dele?”Outro exemplo bem conhecido do humor da época da guerra veio da

Grã-Bretanha, com a seguinte descrição daquilo que incomodava os bri-tânicos em relação às tropas americanas: “O soldado americano ganha demais, come demais e faz sexo demais – e aqui”.

Acreditava-se que essas bobagens ajudavam a aliviar a tensão do esforço de guerra.

Outros eventos memoráveis aconteceram. Por exemplo, àquela épo-ca o presidente Roosevelt determinou o retorno dos três sobreviventes do grupo que ergueu a bandeira americana na pequena ilha de Iwo Jima após uma das mais sangrentas batalhas no Pacífico Sul. Em sua turnê pelo país para vender bônus de guerra, eles foram aclamados como he-róis, e eu os vi no Capitol Theater. Todos os homens envolvidos naquele fincar de bandeira eram fuzileiros navais, salvo um integrante do hospital da Marinha que mais tarde fora agraciado com a Navy Cross por sua bra-vura. Entre os sobreviventes, foi ele quem viveu mais – até 1994.

Uma surpresa agradável

Nós, classificadoras de impressões digitais, éramos avaliadas por nossa precisão e celeridade em intervalos regulares. Os resultados podiam significar demissão ou promoção. Considerando que eu tendia a ser uma classificadora lenta, estava preocupada com minha avaliação. Minhas companheiras de trabalho acreditavam que eu seria desligada por incom-petência. Eu concordava com elas.

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Pensando numa solução, lembrei-me que, sempre que enfrentavam alguma dificuldade, meu pai dizia à minha mãe: “Escreva para aquelas pessoas em Missouri – você sabe, Silent Unity – e diga-lhes para resolver este problema”. Minha mãezinha diligentemente escrevia àquela famosa organização não denominacional, Prayer Departatment of the Unity School of Christianity, em Unity Village, Missouri, e, de fato, o problema era resolvido.

Decidi que não tinha nada a perder tentando o mesmo método. Quando escrevi à Silent Unity pedindo orações, eles cortesmente respon-deram, o que me foi muito reconfortante. E, quando os resultados das avaliações foram publicados, eu tanto não fui demitida como também fui uma das duas pessoas em nossa inteira seção a receber uma promoção e um aumento – de 1.440 dólares para 1.620 dólares por ano. Minhas colegas olharam-me com suspeita, de início, porque haviam presumido o que eu também assumira: que nunca conseguiria e provavelmente seria dispensada. A suspeita foi seguida, a princípio, por desânimo total, mas no fim por grande respeito.

Eu não sabia o suficiente naquela época para escrever à Silent Unity e agradecer-lhes o auxílio. Mesmo que eu tivesse feito isso, não teria in-cluído um gesto de gratidão adequado.

De qualquer forma, uma luz se acendeu como resultado daquela experiência e comecei a perceber que forças bem além de minha compre-ensão cotidiana estavam a meu dispor quando eu necessitasse de ajuda. Começou, então, meu envolvimento de vida inteira com esses poderes mais profundos e minha busca por entender como eles podem ser utili-zados para promover e aumentar o bem-estar de outras pessoas, assim como o meu próprio. Outro significado da experiência foi que eu havia sido apresentada, mesmo que brevemente, àquilo que se tornaria o amor absoluto da minha vida, cuja importância completa iria despontar so-mente com o passar do tempo.

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