uma proposta de material didático baseado nas - redalyc · biota neotropica issn: 1676-0611...

17
Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 [email protected] Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan, Osmar Uma proposta de material didático baseado nas espécies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no cerrado de Bauru - SP Biota Neotropica, vol. 13, núm. 1, 2013, pp. 26-41 Instituto Virtual da Biodiversidade Campinas, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=199126390002 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

Upload: vodien

Post on 09-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

Biota Neotropica

ISSN 1676-0611

cjolyunicampbr

Instituto Virtual da Biodiversidade

Brasil

Ninno Rissi Mariana Cavassan Osmar

Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha

no cerrado de Bauru - SP

Biota Neotropica vol 13 nuacutem 1 2013 pp 26-41

Instituto Virtual da Biodiversidade

Campinas Brasil

Disponiacutevel em httpwwwredalycorgarticulooaid=199126390002

Como citar este artigo

Nuacutemero completo

Mais artigos

Home da revista no Redalyc

Sistema de Informaccedilatildeo Cientiacutefica

Rede de Revistas Cientiacuteficas da Ameacuterica Latina Caribe Espanha e Portugal

Projeto acadecircmico sem fins lucrativos desenvolvido no acircmbito da iniciativa Acesso Aberto

Biota Neotropica is an eletronic journal which is available free at the following site httpwwwbiotaneotropicaorgbr

A Biota Neotropica eacute uma revista eletrocircnica e estaacute integral e gratuitamente disponiacutevel no endereccedilo httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotropica is an electronic peer-reviewed journal edited by the Program BIOTAFAPESP The Virtual Institute of Biodiversity This journalrsquos aim is to disseminate the results of original research work

associated or not to the program concerned with characterization conservation and sustainable use of biodiversity within the Neotropical region

Biota Neotropica eacute uma revista do Programa BIOTAFAPESP - O Instituto Virtual da Biodiversidade que publica resultados de pesquisa original vinculada ou natildeo ao programa que abordem a temaacutetica

caracterizaccedilatildeo conservaccedilatildeo e uso sustentaacutevel da biodiversidade na regiatildeo Neotropical

Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no

cerrado de Bauru ndash SP

Rissi MN amp Cavassan O

Biota Neotrop 2013 13(1) 27-41

On line version of this paper is available fromhttpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1enabstractarticle+bn00213012013

A versatildeo on-line completa deste artigo estaacute disponiacutevel emhttpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Received Recebido em 161010- Revised Versatildeo reformulada recebida em 240912 - Accepted Publicado em 020113

ISSN 1676-0603 (on-line)

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no cerrado de Bauru ndash SP

Mariana Ninno Rissi13 amp Osmar Cavassan2

1Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas (Biologia Vegetal) Instituto de Biociecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP Av 24A 1515 CEP 13506-900 Rio Claro SP Brazil

httpwwwrcunespbr 2Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas Faculdade de Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP

Av Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube 14-01 CEP 17033-360 Bauru SP Brazil httpwwwfcunespbr

3Autor para correspondecircncia Mariana Ninno Rissi e-mail mariananinnoyahoocombr

RISSI MN amp CAVASSAN O A proposal for teaching material based on existing Vochysiaceae species on a trail in the cerrado of Bauru ndash SP Biota Neotrop 13(1) httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1enabstractarticle+bn00213012013

Abstract This work was accomplished in a trail located inside a legal reserve in the Campus of UNESP (Universidade Estadual Paulista) in Bauru characterized especially by the ldquocerradordquo vegetation (savanna) The area has been used for practical field activities of the project ldquoWandering and Learning in the cerradordquo in which students are guided into a practical class about Ecology and Botany The family Vochysiaceae was chosen for having the greatest representativeness in this environment besides it holds species with typical morphology from cerrado species twisted and corky stems and some species with leathery leaves It also allows the illustration of various ecological interactions through live examples during the field practice class The identified species were Qualea cordata Spreng Qualea grandiflora Mart Qualea multiflora Mart Qualea parviflora Mart Vochysia cinnamomea Pohl and Vochysia tucanorum Mart Such species were described and samples herborized Information about ethnobotanical and ecological interactions were searched in the literature and observed in the field With these data it was elaborated a species catalog an identification key and a glossary Such tools are intended to support the practical activity of the teacher in the practical activity and to promote motivation and interest among the studentsKeywords biodiversity botany teaching practical field activity cerrado

RISSI MN amp CAVASSAN O Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no cerrado de Bauru ndash SP Biota Neotrop 13(1) httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Resumo Este trabalho foi realizado em uma trilha localizada na Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP caracterizada especialmente por vegetaccedilatildeo de cerrado Este espaccedilo eacute utilizado para o desenvolvimento de atividades praacuteticas de campo de um projeto denominado ldquoPasseando e aprendendo no cerradordquo no qual alunos dos trecircs niacuteveis de escolaridade satildeo guiados para uma aula praacutetica de Ecologia e Botacircnica A famiacutelia Vochysiaceae foi escolhida como objeto da proposta por ter grande representatividade neste ambiente e possuir elementos com morfologia tiacutepica das espeacutecies de cerrado caules tortuosos suberosos e algumas espeacutecies com folhas coriaacuteceas O grupo possibilita ainda a visualizaccedilatildeo de diversas interaccedilotildees ecoloacutegicas durante aula praacutetica de campo As espeacutecies identificadas foram Qualea cordata Spreng Qualea grandiflora Mart Qualea multiflora Mart Qualea parviflora Mart Vochysia cinnamomea Pohl e Vochysia tucanorum Mart Tais espeacutecies foram descritas herborizadas e fotografadas As informaccedilotildees sobre etnobotacircnica e interaccedilotildees ecoloacutegicas foram buscadas na literatura e observadas em campo A partir destes dados foram elaborados um cataacutelogo de espeacutecies uma chave de identificaccedilatildeo e um glossaacuterio Tais ferramentas propotildeem auxiliar a atividade praacutetica do docente e tornar o estudo destes toacutepicos mais motivadores e interessantes aos alunosPalavras-chaves biodiversidade ensino de botacircnica aula praacutetica de campo cerrado

28

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

entanto natildeo se pode prescindir do conhecimento cientiacutefico atualizado Nenhuma estrateacutegia pedagoacutegica eacute suficiente se o conteuacutedo eacute incorreto ou desatualizado Para isso tornou-se importante o conhecimento mais profundo das caracteriacutesticas botacircnicas e ecoloacutegicas do cerrado laacute existente Uma das maneiras de buscar esse conhecimento eacute a partir da caracterizaccedilatildeo de cada taacutexon componente de sua flora Escolheu-se a famiacutelia Vochysiaceae por ser bem representada no cerradatildeo (Faraco 2007) laacute existente e possibilitar dessa forma a exemplificaccedilatildeo de diversos aspectos do ensino de botacircnica durante aula praacutetica de campo atraveacutes dos seus indiviacuteduos e espeacutecies

Segundo Warming amp Ferri (1973) as espeacutecies de Vochysiaceae podem ser classificadas como as mais bonitas e mais representativas de cerrado Neste sentido pode-se destacar as inflorescecircncias amarelas de Vochysia as flores de Qualea com sua uacutenica peacutetala e um uacutenico estame e os troncos tortuosos de Qualea grandiflora Mart Tais aspectos podem ser evidenciados em aula praacutetica de campo como estimuladores e formadores de aspectos esteacuteticos e eacuteticos acerca daquela vegetaccedilatildeo necessaacuterios para o aluno formar valores que o conduzam a avaliar a real necessidade de preservaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo destas espeacutecies Assim para embasar a proposta da utilizaccedilatildeo desta famiacutelia no desenvolvimento do projeto em que estaacute inserido tornou-se importante responder as seguintes questotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas estruturais predominantes nessa famiacutelia Quais relaccedilotildees ecoloacutegicas podem ser observadas e utilizadas como exemplos vivos nas aulas praacuteticas de campo Quais aspectos etnobotacircnicos satildeo conhecidos a respeito das plantas dessa famiacutelia

Deste modo foram descritas as espeacutecies de Vochysiaceae identificadas em um fragmento de cerrado no campus de Bauru da UNESP e organizadas tais informaccedilotildees de modo a oferecer um instrumento didaacutetico atraveacutes de uma chave de identificaccedilatildeo um cataacutelogo das espeacutecies daquela famiacutelia e um glossaacuterio simplificado dos termos utilizados

1 A famiacutelia Vochysiaceae

A famiacutelia Vochysiaceae compreende cerca de 240 espeacutecies e oito gecircneros Satildeo lenhosas geralmente arboacutereas de folhas opostas ou verticiladas simples estiacutepulas agraves vezes glandulares (Qualea) com flores periacuteginas ou epiacuteginas diclamiacutedeas ou monoclamiacutedeas frequentemente zigomorfas isoladas ou em inflorescecircncia do tipo tirso caacutelice geralmente calcarado corola frequentemente com nuacutemero reduzido de peacutetalas e um uacutenico estame feacutertil com frutos capsulares ou samaroacuteides e sementes geralmente aladas (Barbosa 1999 Shimizu 2009) A famiacutelia eacute dividida em duas tribos Vochysieae Dumort e Erismeae Dumort A tribo Vochysieae caracterizada por ovaacuterio suacutepero e trilocular eacute composta por quatro gecircneros Callisthene Mart (11 espeacutecies) Qualea Aubl (cerca de 50 espeacutecies) Ruizterania Marc-Berti (14 espeacutecies) Salvertia ASt-Hil (uma espeacutecie) e Vochysia Aubl (ca 140 espeacutecies) (G Shimizu dados natildeo publicados) Erismeae possui ovaacuterio iacutenfero e unilocular e apresenta trecircs gecircneros Erisma Rudge (16 espeacutecies) Erismadelphus Mildbr (duas espeacutecies) e Korupodendron Litt amp Cheek (uma espeacutecie) Marcano-Berti (1969) elevou Qualea seccedilatildeo Trichanthera ao gecircnero Ruizterania mas estudos macromoleculares (Litt 1996) e anatocircmicos (Sajo amp Rudall 2002) natildeo corroboraram essa separaccedilatildeo Em seu tratamento para a famiacutelia Kawasaki (2006) inclui Ruizterania em Qualea poreacutem sem sinonimizar formalmente as espeacutecies de Ruizterania Assim os gecircneros Ruizterania e Qualea seratildeo considerados separadamente no presente trabalho

Salvo Ruizterania e Korupodendron gecircnero monotiacutepico descrito por Litt amp Cheek (2002) a composiccedilatildeo da famiacutelia acima apresentada eacute a comumente aceita pelos especialistas (Warming 1875 Stafleu 1948 1952 1953 1954)

Introduccedilatildeo

O conhecimento da diversidade vegetal do cerrado paulista eacute obtido a partir de levantamentos floriacutesticos e fitossocioloacutegicos de fragmentos remanescentes da cobertura original desta vegetaccedilatildeo Dessa forma satildeo obtidas listas de espeacutecies divulgadas entre pesquisadores cuja utilizaccedilatildeo fica restrita agrave academia bem como as questotildees relacionadas agrave sua preservaccedilatildeo manejo ou etnobotacircnica Pesquisadores assumem para si o direito e responsabilidade em deter e utilizar tais conhecimentos disponibilizando-os para os oacutergatildeos puacuteblicos quando solicitados Ningueacutem pode negar o valioso laboratoacuterio natural inserido em cada um desses fragmentos que constituem tambeacutem o ambiente das populaccedilotildees humanas que vivem nas proximidades Pessoas que em sua histoacuteria andaram pelo cerrado em busca de lenha caccedilas frutas ou ervas medicinais Aprenderam a reconhecer plantas e animais pelo seu nome popular em uma relaccedilatildeo que natildeo foi apenas utilitarista mas envolveu questotildees emocionais afetivas e esteacuteticas Este eacute o aprendizado informal geralmente motivador e que ocorreu a partir da necessidade de responder alguma pergunta O que se verifica em botacircnica eacute que o ensino formal natildeo considera esta forma de aprendizagem Os livros didaacuteticos satildeo recheados com informaccedilotildees obtidas em manuais estrangeiros e muitas vezes desatualizadas Quando se busca no conteuacutedo de ciecircncias e biologia do ensino fundamental ou meacutedio um exemplo de ecossistemas terrestres satildeo apresentados organismos e biomas exoacuteticos (Cavassan et al 2009) Assim muitos alunos vivem em dois mundos um o mundo da experiecircncia fora da escola outro o mundo dos livros e das liccedilotildees (Dewey 1959) Sabe-se que muitos professores evitam as aulas de botacircnica relegando-as ao final da programaccedilatildeo do ano letivo por medo e inseguranccedila em falar do assunto Uma das maiores reclamaccedilotildees destes docentes eacute a dificuldade em desenvolver atividades praacuteticas que despertem a curiosidade do aluno e mostrem a utilidade daquele conhecimento no seu dia-a-dia Seraacute tatildeo difiacutecil montar aulas praacuteticas em botacircnica

Atividades desenvolvidas no ambiente natural como em uma trilha vatildeo aleacutem de uma simples aula praacutetica Dependendo de como esta eacute organizada pode permitir que o aluno elabore suas proacuteprias interpretaccedilotildees dos conteuacutedos envolvidos e reflita sobre e atraveacutes dos fenocircmenos naturais com a vantagem adicional e diferencial de estar no ambiente a ser estudado

Este estudo estaacute contido no projeto de pesquisa ldquoBiodiversidade no Cerrado uma proposta de trabalho praacutetico de campo no Ensino de Botacircnica e Ecologia nos trecircs niacuteveis de escolaridaderdquo que visa o conhecimento da diversidade vegetal de um fragmento de cerrado em Bauru e a divulgaccedilatildeo desta diversidade aos alunos e professores dos ensinos em niacuteveis fundamental meacutedio e superior Neste projeto busca-se contribuir com os professores dos trecircs niacuteveis de escolaridade do municiacutepio de Bauru e demais cidades da regiatildeo propondo uma atividade de campo na qual os alunos possam ter um contato direto com a biodiversidade do cerrado Assim objetiva-se tambeacutem sensibilizaacute-los quanto agrave preservaccedilatildeo deste bioma aleacutem de contextualizar conceitos botacircnicos e ecoloacutegicos vistos em sala de aula

Inuacutemeros trabalhos foram desenvolvidos dentro deste projeto discutindo a importacircncia do uso de ambientes naturais para aulas de botacircnica e ecologia (Cavassan et al 2006 2009 Pinheiro da Silva et al 2009) Nestes verificou-se a demonstraccedilatildeo de atitudes motivadas para o aprendizado de botacircnica (Seniciato amp Cavassan 2008a) a formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo (Seniciato amp Cavassan 2008b) e a formaccedilatildeo de valores esteacuteticos sobre ambientes naturais (Seniciato et al 2006 Seniciato amp Cavassan 2009) Com estes estudos teve-se como objetivo ultrapassar os limites das aulas de botacircnica onde as praacuteticas educativas restringem-se ao domiacutenio cognitivo muitas vezes revestindo-se de caraacuteter utilitarista e pragmaacutetico No

29

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

As Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacutenio assim como as Rubiaceae Melastomataceae Proteaceae e Symplocaceae e podem ocorrer em solos pobres em minerais e de baixo pH como os do Brasil Central (Haridasan 1982 Jansen et al 2002) Eacute uma famiacutelia muito importante na caracterizaccedilatildeo de fitofisionomias sendo considerada um componente tiacutepico nas comunidades vegetais de cerrado (Goodland 1971 Sarmiento 1983)

A distribuiccedilatildeo da famiacutelia eacute anfi-atlacircntica predominantemente neotropical (seis dos oito gecircneros) sendo apenas Erismadelphus e Korupodendron exclusivos do oeste e centro da Aacutefrica (Keay amp Stafleu 1953 Litt amp Cheek 2002 Senterre amp Obiang 2005) No Brasil o nuacutecleo de distribuiccedilatildeo de suas espeacutecies encontra-se na regiatildeo Guiano-Amazocircnica e no Planalto Central Brasileiro de onde se irradiam para as demais regiotildees (Barroso et al 1984) No paiacutes de acordo com a Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil (Franccedila 2012) ocorrem cerca de 160 espeacutecies distribuiacutedas em seis gecircneros aceitos constituindo uma das principais famiacutelias do cerrado onde se destacam principalmente os gecircneros Qualea Vochysia Callisthene e Salvertia

Estudos sobre a biologia reprodutiva foram realizados para algumas espeacutecies como Erisma uncinatum Warm (Rodriacuteguez amp Sanoja 2004) Qualea cordata Spreng (Aveiro 1997 Fischer amp Gordo 1993) Qualea grandiflora Mart (Barbosa 1983 Oliveira et al 2004 Silberbauer-Gottsberger amp Gottsberger 1975) Qualea multiflora Mart e Qualea parviflora Mart (Barbosa 1983) Salvertia convallariodora ASt-Hil (Oliveira 1996) Vochysia cinnamomea Pohl (Santos et al 1997) Vochysia elliptica Mart Vochysia pumila Pohl Vochysia pyramidalis Mart Vochysia rufa Mart Vochysia thyrsoidea Pohl e Vochysia tucanorum Mart (Oliveira amp Gibbs 1994) Vochysia lucida C Presl (Gimenes 2007) Vochysia ferruginea Mart (Bawa et al 1985 Flores 1993) e Vochysia guatemalensis Donn Sm (Flores 1993)

A maioria das espeacutecies estudadas eacute melitoacutefila sendo Callisthene polinizada principalmente por abelhas pequenas e Qualea e Vochysia por abelhas grandes tendo como polinizadores secundaacuterios e oportunistas esfingiacutedeos e beija-flores (Gottsberger amp Silberbauer-Gottsberger 2006 Oliveira 1998) Jaacute em Qualea grandiflora e Salvertia convallariodora a polinizaccedilatildeo eacute esfingoacutefila (Oliveira 1998) Em Vochysia cinnamomea as flores satildeo visitadas principalmente por abelhas do gecircnero Epicharis e outras Anthophoridae que satildeo os polinizadores principais mas beija-flores e esfingiacutedeos diurnos tambeacutem satildeo observados (Santos et al 1997) Existem na literatura estudos para a famiacutelia Vochysiaceae que apresentam listas e tratamentos taxonocircmicos muitas vezes com chaves dicotocircmicas para a identificaccedilatildeo de gecircneros e espeacutecies nativas (Barbosa 1999 Franccedila 1996 Lisboa 2000 Shimizu 2009 Vianna 2006 Yamamoto 2009) No entanto satildeo inexistentes os que apresentaram tais resultados de maneira didaacutetica para um puacuteblico natildeo acadecircmico de modo a possibilitar o entendimento e o contato com os termos utilizados na nomenclatura botacircnica por alunos do ensino fundamental e meacutedio

2 Consideraccedilotildees a respeito da ocorrecircncia de espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae nos estudos de composiccedilatildeo e estrutura de comunidades vegetais de matas e cerrados em Bauru

21 Nos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual

Cavassan (1982) e Cavassan et al (1984) apresentaram os resultados do levantamento fitossocioloacutegico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru e incluiacuteram naquele levantamento a espeacutecie Qualea jundiahy Warm Tal espeacutecie tambeacutem foi a uacutenica pertencente agrave famiacutelia Vochysiaceae amostrada por Toniato (2001) ao

medir as variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea da mesma aacuterea em questatildeo

Pinheiro (2000) realizou um levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da Floresta Estacional Semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru (JBMB) (SP) Naquele estudo amostrou as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum A famiacutelia possuiu grande nuacutemero de indiviacuteduos no interior das parcelas sendo uma das famiacutelias mais importantes da mata do JBMB e com maior riqueza de espeacutecies Vochysia tucanorum apresentou uma alta dominacircncia relativa (493) e um grande valor de importacircncia (VI) (692) em comparaccedilatildeo com as outras espeacutecies amostradas naquele estudo A ocorrecircncia de um nuacutemero maior de espeacutecies de Vochysiaceae nessa formaccedilatildeo pode estar relacionada com a localizaccedilatildeo do fragmento estudado uma aacuterea de transiccedilatildeo com o cerrado

22 Em aacutereas de cerrado

Os trabalhos realizados em fragmentos de cerrado amostraram as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Callisthene fasciculata Qualea cordata Qualea densiflora Warm Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Qualea sp Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Cavassan 1990 Faraco 2007 Rissi 2011) De acordo com Cavassan (1990) a famiacutelia Vochysiaceae foi a quarta famiacutelia com o maior nuacutemero de espeacutecies (532) a terceira em relaccedilatildeo ao valor de importacircncia (VI) (2371) a segunda em dominacircncia (76512 m2ha) e a seacutetima em densidade absoluta Vochysia tucanorum foi a oitava espeacutecie mais numerosa (299 indiviacuteduos) seacutetima em frequecircncia absoluta segunda em dominacircncia absoluta (51956 m2ha) e quinta em VI (2029) Qualea grandiflora foi a deacutecima espeacutecie neste mesmo iacutendice (864) Segundo Faraco (2007) Vochysia tucanorum foi a espeacutecie com maior valor de importacircncia (VI) (1059) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (1939)

Rissi (2011) apontou Vochysiaceae como a segunda famiacutelia com o maior valor de importacircncia (VI) em um fragmento de cerradatildeo A dominacircncia relativa foi o paracircmetro com maior contribuiccedilatildeo para a constituiccedilatildeo daquele iacutendice Como exemplo pode-se citar a espeacutecie Vochysia tucanorum que parece exercer um papel importante na composiccedilatildeo estrutural da vegetaccedilatildeo sendo a espeacutecie com maior VI (1506) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (3735) sendo responsaacutevel por 8288 deste iacutendice

Material e Meacutetodos

1 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo A Reserva Legal do Campus da UNESP

O presente trabalho foi realizado em uma trilha localizada em fragmento da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP Esta Reserva fica compreendida entre as coordenadas 22deg 20rsquo S e 49deg 01rsquo W e 22deg 21rsquo S e 49deg 00rsquo W com altitude aproximada de 580 m (Cavassan et al 2006) e eacute revestida em toda sua extensatildeo por vegetaccedilatildeo nativa classificada como cerradatildeo Existem tambeacutem na reserva em dois vales encravadas no cerrado dois fragmentos de mata estacional semidecidual ribeirinha com encharcamento permanente (mata de brejo segundo Rodrigues amp Leitatildeo-Filho 2000) onde ocorrem as nascentes do coacuterrego Vargem Limpa afluente da margem direita do rio Bauru que por sua vez eacute tributaacuterio do rio Tietecirc (Cavassan et al 2006) A classificaccedilatildeo climaacutetica para Bauru eacute clima uacutemido e mesoteacutermico com moderada eficiecircncia da umidade no veratildeo e marcha anual da temperatura concentrada em cerca de seis meses no ano (outubro-marccedilo) cuja foacutermula climaacutetica de Thornwaite eacute representada por BBrsquosb (Figueiredo amp Paz 2010) (Figura 1) A trilha

30

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

utilizada para este estudo estaacute localizada proacutexima aos pontos 22deg 21rsquo 1915rdquo S e 49deg 1rsquo4862rdquo W e 22deg 2118rsquo 77rdquo S e 49deg 01rsquo4111rdquo W

2 Coleta de dados

Para a conduccedilatildeo do estudo foram descritas cinco plantas de cada uma das seis espeacutecies que ocorreram ao longo da trilha utilizada para as aulas de campo De cada indiviacuteduo foram coletados ramos feacuterteis contendo estruturas vegetativas adequadas agrave descriccedilatildeo que foram posteriormente herborizados e incorporados ao acervo do Herbaacuterio (UNBA) do Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas da Faculdade de Ciecircncias do Campus de Bauru da UNESP A partir das espeacutecies encontradas neste estudo foi elaborada uma chave de identificaccedilatildeo baseada preferencialmente em caracteres vegetativos

Foram feitas fotografias do tronco ramos e folhas de cada espeacutecie destacando-se as porccedilotildees vegetativas de fundamental importacircncia na identificaccedilatildeo de cada espeacutecie coletada aleacutem das estruturas reprodutivas quando presentes

Um cataacutelogo com a descriccedilatildeo morfoloacutegica fotos e informaccedilotildees etnobotacircnicas foi elaborado como forma de sintetizar os dados taxonocircmicos etnobotacircnicos e ecoloacutegicos das espeacutecies e tornaacute-los acessiacuteveis para os alunos visitantes do projeto Um glossaacuterio tambeacutem foi desenvolvido como facilitador para o entendimento dos termos apresentados no cataacutelogo e na chave Os dados ecoloacutegicos relativos agrave polinizaccedilatildeo e agrave dispersatildeo foram obtidos atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e complementados atraveacutes da literatura Para caracterizaccedilatildeo das interaccedilotildees ecoloacutegicas utilizaram-se dados disponiacuteveis na literatura especiacutefica (Bentley amp Elias 1983 Oliveira et al 1987 Begon et al 1996 Madureira amp Sobrinho 2002 Knoechelmann amp Morais 2008) bem como para as informaccedilotildees etnobotacircnicas (Rodrigues amp Carvalho 2001 Vila Verde et al 2003 Gorette-Pasa 2011) e os dados complementados por observaccedilotildees esporaacutedicas de campo

Cabe ressaltar que a intenccedilatildeo do levantamento dos aspectos etnobotacircnicos visa uma complementaccedilatildeo dos dados levantados neste trabalho As informaccedilotildees referentes ao uso na medicina popular foram abordadas durante as atividades praacuteticas de campo apenas atraveacutes da citaccedilatildeo que determinada espeacutecie possui potencial farmacoloacutegico omitindo-se qualquer menccedilatildeo agrave posologia indicaccedilatildeo ou parte da planta utilizada Dessa forma chama-se a atenccedilatildeo da potencialidade de espeacutecies nativas na farmacopeacuteia brasileira mas procura-se natildeo incentivar o uso destas plantas como medicaccedilatildeo sem orientaccedilatildeo meacutedica

O glossaacuterio foi elaborado e adaptado a partir dos conceitos obtidos nas seguintes obras Ferri et al (1969) Souza amp Lorenzi (2008) e Raven et al (2010)

Resultados e Discussatildeo

O ensino convencional de botacircnica apresenta uma aula dita teoacuterica na qual o aluno geralmente ouve e memoriza um conjunto de informaccedilotildees como sendo os conteuacutedos mais importantes mesmo que estes muitas vezes natildeo estejam inseridos em sua realidade Essa passividade dos alunos eacute uma desvantagem das aulas expositivas pois pouca informaccedilatildeo eacute retida devido ao decreacutescimo da atenccedilatildeo no decorrer da aula Por isso existe a necessidade de se encontrarem formas alternativas de trabalho que permitam a manutenccedilatildeo da atenccedilatildeo dos alunos durante todo o periacuteodo de aula Para isso eacute necessaacuterio instigar intelectualmente os alunos atraveacutes de discussotildees e estiacutemulos sensoriais Os conceitos quando apresentados por meio de uma discussatildeo ficam mais inteligiacuteveis e as aulas se tornam mais agradaacuteveis e interessantes aleacutem de desafiarem a imaginaccedilatildeo e vivacidade dos estudantes O uso de exemplos adequados durante a aula eacute importante natildeo soacute para motivar os alunos mas para ajudaacute-los a entender ideacuteias abstratas e aproximar os conteuacutedos da realidade do aluno Os exemplos servem para ilustrar uma ideacuteia ou para verificar se os alunos entenderam um conceito (Krasilchik 1996) Pode-se dizer que uma grande parte dos livros didaacuteticos brasileiros utilizados ateacute hoje se vale da taxonomia para apresentar ao estudante de Ensino Meacutedio uma botacircnica ldquodecorativardquo Os alunos satildeo entregues a uma verdadeira avalanche de nomes e estruturas muitas vezes sem contexto e significado tangiacuteveis (Marcondes amp Lammoglia 1994 Fonseca 1995)

Segundo Santiago dos Santos (2006) a visatildeo estaacutetica da Botacircnica deveria ser substituiacuteda por uma didaacutetica na qual os conceitos baacutesicos possam ser ressaltados no sentido de permitir a interpretaccedilatildeo dos fatos ao inveacutes de apenas memorizaacute-los Deste modo o educando eacute estimulado a exercitar seu espiacuterito de observaccedilatildeo passando a ser um ordenador e sintetizador de informaccedilotildees Joly (1976) recomenda que o professor jamais tente desenvolver o estudo da classificaccedilatildeo das plantas sem recorrer a exemplares vivos isto eacute agrave natureza Em hipoacutetese alguma os ensinamentos teoacutericos indispensaacuteveis devem ser ministrados sem a correspondente aula praacutetica pois para o autor soacute esta pode levar o aluno a fixar as caracteriacutesticas mais importantes de cada grupo De acordo com Seniciato amp Cavassan (2008a) em termos de estrateacutegias de ensino de ciecircncias as aulas praacuteticas satildeo apontadas como mais interessantes e motivadoras quando comparadas agraves tradicionais aulas teoacutericas principalmente por incluiacuterem os fenocircmenos nos contextos de aprendizagem

Piaget (1996) reafirma que o conhecimento eacute baseado sobretudo na experimentaccedilatildeo Dessa forma os processos de assimilaccedilatildeo da realidade seratildeo tanto mais afetivos quanto mais tangiacuteveis e palpaacuteveis forem de fato ou seja as capacidades de abstraccedilatildeo e de conceituaccedilatildeo satildeo facilitadas quando o aprendiz estiver exposto agrave dimensatildeo concreta da realidade (Seniciato amp Cavassan 2008a) A atividade de campo pode assim aguccedilar a percepccedilatildeo o senso esteacutetico e a curiosidade do aluno em relaccedilatildeo aos fenocircmenos apresentados motivando-o para o aprendizado na escola e a buscar mais informaccedilotildees por conta proacutepria (Ikemoto 2007)

Neste sentido as informaccedilotildees levantadas ao longo deste estudo buscaram aproximar o aluno da realidade em que vive fazendo com que este pudesse visualizar refletir e compreender os temas apresentados em sala de aula atraveacutes de exemplos vivos em aula de campo ou visualizados no cataacutelogo de espeacutecies Foram amostradas e descritas as espeacutecies Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Tabela 1) O cataacutelogo de espeacutecies a chave de identificaccedilatildeo

Figura 1 Climatograma da cidade de Bauru - SP ano de 2008Figure 1 Climatogram of Bauru - SP 2008

31

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

e o glossaacuterio com os termos utilizados foram construiacutedos como ferramentas auxiliares para a conduccedilatildeo destes estudos praacuteticos No cataacutelogo as pranchas para cada espeacutecie abordam em sentido anti-horaacuterio fotos do haacutebito caule folhas flores e frutos Nas pranchas 4 e 5 a sequecircncia de fotos inclui fotos de polinizadores

A proposta eacute a de que os professores possam se utilizar da chave e do cataacutelogo de espeacutecies para o ensino de Sistemaacutetica Vegetal botacircnica e ecologia O glossaacuterio visa solucionar duacutevidas sobre o significado dos termos botacircnicos utilizados na chave e no cataacutelogo

Os dados apresentados devem ser trabalhados atraveacutes de uma didaacutetica motivadora fazendo com que atraveacutes da visualizaccedilatildeo investigaccedilatildeo e problematizaccedilatildeo do fenocircmeno apontado o aluno possa construir o seu conceito atraveacutes da elaboraccedilatildeo de hipoacuteteses tornando-se assim um agente construtor do conhecimento Aleacutem disso a formulaccedilatildeo desses conceitos por parte do proacuteprio educando pode servir de ponto de partida para discussotildees interessantes e aprofundadas comparando seus conceitos a outros jaacute existentes

Um exemplo desta abordagem eacute a presenccedila de nectaacuterios extraflorais na base do peciacuteolo das espeacutecies do gecircnero Qualea Esse caraacuteter permite a identificaccedilatildeo deste gecircnero aleacutem de ilustrar um exemplo de interaccedilatildeo ecoloacutegica Em uma aula essa caracteriacutestica poderia ser abordada atraveacutes de algumas perguntas ldquoVocecircs estatildeo visualizando essa glacircndula e essa formiga O que eacute uma glacircndula Que fenocircmeno estamos observando Por que seraacute que essa formiga estaacute nesta glacircndulardquo Atraveacutes de algumas perguntas busca-se direcionar o pensamento e as reflexotildees dos alunos mas deve-se estar atento para natildeo responder agraves questotildees Deve-se deixaacute-los discutir sobre tais questotildees que seratildeo abordadas ao final da atividade Dessa forma os alunos podem formular hipoacuteteses e discuti-las ao inveacutes de receberem todos os conceitos prontos Outras informaccedilotildees obtidas neste estudo podem ser trabalhadas atraveacutes da formulaccedilatildeo de hipoacuteteses como por exemplo ldquoAs espeacutecies de Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacuteniordquo Trabalhando tais informaccedilotildees os alunos podem chegar agrave conclusatildeo de que ldquoOs solos com maior concentraccedilatildeo de alumiacutenio tendem a ser povoados por plantas que tecircm a capacidade de acumular alumiacuteniordquo

Assim as espeacutecies de Vochysiaceae podem servir como exemplos-vivos de diversos fenocircmenos e por possuiacuterem caracteriacutesticas tiacutepicas de espeacutecies de cerrado podem ainda servir como elementos motivadores e com apelo esteacutetico para o aprendizado sobre as caracteriacutesticas desta vegetaccedilatildeo Na paisagem do Cerrado satildeo comumente encontradas aacutervores tortuosas e suberosas caracteriacutesticas estas notoacuterias em espeacutecies de Vochysiaceae

Aos professores que queiram trabalhar o tema ldquointeraccedilotildees ecoloacutegicasrdquo alguns exemplos que ocorrem com espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae estatildeo relacionados no cataacutelogo As fotos contidas no cataacutelogo ilustram tais interaccedilotildees e juntamente com as explicaccedilotildees

permitem que os alunos conheccedilam um pouco mais sobre o ambiente do Cerrado

De acordo com Dewey (1938) ldquoos alunos aprendem fazendordquo Essa educaccedilatildeo se daacute atraveacutes da experiecircncia Se uma experiecircncia for desarticulada desprovida de atenccedilatildeo e reflexatildeo essa atitude iraacute operar modificando a qualidade das experiecircncias subsequentes natildeo permitindo aos alunos retirar delas o que deveriam Uma boa experiecircncia mais que imediatamente agradaacutevel promove o desencadeamento de experiecircncias futuras positivas Nesse sentido o material elaborado busca aproximar o educando dos temas apresentados em sala de aula atraveacutes do entendimento e reflexatildeo sobre os temas abordados e uma boa experiecircncia reflexiva sobre seus conteuacutedos

Uma metodologia diferenciada no ensino de botacircnica segundo Pinheiro da Silva (2008) pode fomentar uma atitude reflexiva por parte do aluno na medida em que oferece a este oportunidades de participaccedilatildeo nas quais vivencie uma variedade de experiecircncias seja solicitado a tomar decisotildees fazer julgamentos e chegar a conclusotildees

Agradecimentos

Agrave FAPESP pela bolsa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica concedida processo 200850615-3

Agrave Profa Dra Kikyo Yamamoto do Departamento de Biologia Vegetal Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas pela confirmaccedilatildeo das espeacutecies descritas neste estudo

Ao taxonomista Doutorando Gustavo Shimizu pela ajuda com a revisatildeo do texto e das informaccedilotildees contidas neste documento

Ao tradutor Rodrigo Guimaratildees e ao Prof Dr Reinaldo Monteiro pela revisatildeo dos textos em inglecircs

Referecircncias BibliograacuteficasAVEIRO SMG 1997 Biologia da reproduccedilatildeo e crescimento inicial de

Qualea cordata Spreng (Vochysiaceae) uma espeacutecie arboacuterea do Cerrado Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000121464ampfd=y

BARBOSA AAA 1983 Aspectos da ecologia reprodutiva de trecircs espeacutecies de Qualea (Vochysiaceae) num cerrado de Brasiacutelia-DF Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia httppesquisabvsaludorgregionalresourcesrep-131156

BARBOSA AR 1999 As espeacutecies do gecircnero Vochysia Aubl (Vochysiaceae) ocorrentes no Estado de Satildeo Paulo Tese de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000199970

BARROSO GM PEIXOTO AL ICHASO CLF GUIMARAtildeES EF amp COSTA CG 1984 Sistemaacutetica de Angiospermas do Brasil UFV Impr Univ Viccedilosa v2

Tabela 1 Espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae amostradas neste estudo nomes cientiacuteficos nomes populares haacutebito e nuacutemero de registro no Herbaacuterio da UNESP de Bauru (UNBA)Table 1 Family Vochysiaceae species sampled in this study scientific names common names habit and registration number in the Herbarium of UNESP of Bauru (UNBA)

Espeacutecie Nome popular Haacutebito Nuacutemero de registro no Herbaacuterio UNBA

Qualea cordata Spreng pau-terra carvatildeozinho dedaleira-preta Arboacutereo 5243 5026 5028 5030 5035Qualea grandiflora Mart pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grande Arboacutereo 4089 4097 5011 5024 5025Qualea multiflora Mart cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisa Arboacutereo 4095 5010 5023 5027 5029Qualea parviflora Mart pau-terra pau-terra-de-folha-miuda Arboacutereo 3870 4088 4090 4091 4093Vochysia tucanorum Mart cinzeiro pau-de-tucano Arboacutereo 4092 4096 4098 5000 5012Vochysia cinnamomea Pohl casca-doce quina-doce pau-doce Arboacutereo 5021 5022 5206 5207 5208

32

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

BAWA KS PERRY DR amp BEACH JH 1985 Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees I Sexual systems and incompatibility mechanisms Am J Bot 72331-345 httpdxdoiorg1023072443526

BEGON M HARPER JL amp TOWNSEND CR 1996 Ecology individuals populations and communities Blackwell Science Victoria

BENTLEY B amp ELIAS TS 1983 The biology of nectaries Columbia University Press New York

CAVASSAN O 1982 Levantamento floriacutestico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru utilizando o meacutetodo de quadrantes Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Rio Claro

CAVASSAN O CESAR O amp MARTINS FR 1984 Fitossociologia da vegetaccedilatildeo arboacuterea da Reserva Estadual de Bauru Estado de Satildeo Paulo Rev Bras Bot 791-106

CAVASSAN O 1990 Floriacutestica e fitossociologia da vegetaccedilatildeo lenhosa de um hectare de cerrado do Parque Ecoloacutegico Municipal de Bauru (SP) Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000036013

CAVASSAN O PINHEIRO DA SILVA PG amp SENICIATO T 2006 O ensino de Ciecircncias a biodiversidade e o Cerrado In Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica e Ensino de Ciecircncias Estudos e Experiecircncias (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p190-219

CAVASSAN O CALDEIRA AMA WEISER VL amp BRANDO FC 2009 Conhecendo botacircnica e ecologia no Cerrado Joarte Graacutefica e Editora Bauru

DEWEY J 1938 Experience and Education The 60th anniversary edition httpbooksgooglecombookshl=pt-BRamplr=ampid=UE2EusaU53ICampoi=fndamppg=PR4ampdq=Deweyampots=EDZZ3nPXLkampsig=spiXEDMvSRJaz59TAHQKuV_0Y8wPPP1M1

DEWEY J 1959 Como pensamos Editora Nacional Satildeo PauloFARACO AG 2007 Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura fitossocioloacutegica de

uma aacuterea de cerrado pertencente ao Campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista ndash UNESP SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu

FERRI MG MENEZES NL amp MONTEIRO-SCANAVACCA WR 1969 Glossaacuterio de termos botacircnicos Editora Edgard Bluumlcher Ltda Satildeo Paulo

FIGUEIREDO JC amp PAZ RS 2010 Nova classificaccedilatildeo climaacutetica e o aspecto climatoloacutegico da cidade de BauruSatildeo Paulo In XVI Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Agrometeorologia

FISCHER EA amp GORDO M 1993 Qualea cordata pollination by the territorial bee Centris tarsata in the ldquoCampos Rupestresrdquo Brazil Cienc Cult 45144-147

FLORES EM 1993 Vochysia guatemalensis y Vochysia ferruginea Aacuterboles Semillas Neotrop 21-52

FONSECA A 1995 Biologia Aacutetica Satildeo PauloFRANCcedilA F 1996 O gecircnero Callisthene Mart amp Zucc (Vochysiaceae) no

estado da Bahia Sitientibus 1541-47FRANCcedilA F 2012 Vochysiaceae In Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil

Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro httpfloradobrasiljbrjgovbr2012FB000250

GIMENES M 2007 Polinizaccedilatildeo de Vochysia lucida C Presl (Vochysiaceae) em uma aacuterea de restinga na Bahia Rev Bras Ento 51(4)465-470 httpdxdoiorg101590S0085-56262007000400010

GOODLAND R 1971 A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of Central Brazil J Ecol 59411-419 httpdxdoiorg1023072258321

GORETTE-PASA M 2011 Abordagem etnobotacircnica na comunidade de Conceiccedilatildeo-Accedilu Mato Grosso Brazil Polibotacircnica 31169-197

GOTTSBERGER G amp SILBERBAUER-GOTTSBERGER I 2006 Life in the Cerrado a South American tropical seasonal vegetation Pollination and seed dispersion Reta Verlag Ulm

HARIDASAN M 1982 Aluminium accumulation by some cerrado native species of central Brazil Plant Soil 65(2)265-273 httpdxdoiorg101007BF02374657

IKEMOTO E 2007 Espeacutecies arboacutereas arbustivas e herbaacuteceas do Parque Taquaral (Campinas SP) ndash subsiacutedios para a atividade natildeo formal de botacircnica Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000412927ampfd=y

JANSEN S BROADLEY MR ROBBRECHT E amp SMETS E 2002 Aluminium hyperaccumulation in angiosperm a review of its phylogenetic significance The Bot Rev 68(2)235-269 httpdxdoiorg1016630006-8101(2002)068[0235AHIAAR]20CO2

JOLY AB 1976 Botacircnica introduccedilatildeo agrave taxonomia vegetal Nacional Satildeo Paulo

KAWASAKI ML 2006 Vochysiaceae In The families and genera of vascular plants (K Kubitzki ed) Springer Berlin p480-487

KEAY RWJ amp STAFLEU FA 1953 Erismadelphus Acta Bot Neerl 1594-599

KNOECHELMANN CM amp MORAIS HC 2008 Visitas de formigas (Hymenoptera Formicidae) a nectaacuterios extra-florais de Stryphnodendron adstringens (Mart) Cov (Fabaceae Mimosoideae) em uma aacuterea de cerrado frequentemente queimado Rev Bras Zooc 10(1)35-40

KRASILCHIK M 1996 Praacutetica de Ensino de Biologia Harbra Satildeo PauloLISBOA MLG 2000 Estudos taxonocircmicos sobre o gecircnero Qualea

Aubl subgecircnero Amphilochia (Mart) Stafl (Vochysiaceae A St-Hil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000205968ampopt=1

LITT A 1996 Phylogeny of the Vochysiaceae implications of molecular data for floral evolution Am J Bot 83(abstracts)175

LITT A amp CHEEK M 2002 Korupodendron songweanum a new genus and species of Vochysiaceae from West-Central Africa Brittonia 5413-17 httpdxdoiorg1016630007-196X(2002)054[0013KSANGA]20CO2

MADUREIRA M amp SOBRINHO TG 2002 Evidecircncia de mutualismo entre Qualea cordata (Vochysiaceae) e Cephalotes sp (Hymenoptera Formicidade) Acad Insecta 2(1)1-4

MARCANO-BERTI L 1969 Un nuevo genero de las Vochysiaceae Pittieria 23-28

MARCONDES AC amp LAMMOGLIA DA 1994 Biologia ndash ciecircncia da vida Atual Satildeo Paulo

OLIVEIRA PS SILVA AF amp MARTINS AB 1987 Ant foraging on extrafloral nectaries of Qualea grandiflora (Vochysiaceae) in cerrado vegetation ants as potencial antiherbivore agents Oecologia 74228-230 httpdxdoiorg101007BF00379363

OLIVEIRA PE 1996 Biologia floral de Salvertia convallariodora (Vochysiaceae) uma espeacutecie de cerrado polinizada por mariposas Rev Bras Bot 19(1)49-53

OLIVEIRA PE 1998 Reproductive biology evolution and taxonomy of Vochysiaceae in central Brazil In Reproductive Biology (SJ Owens amp PJ Rudall eds) Kew Royal Botanic Gardens London p381-393

OLIVEIRA PE amp GIBBS PE 1994 Pollination and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) J Trop Ecol 10509-522 httpdxdoiorg101017S026646740000818X

OLIVEIRA PE GIBBS PE amp BARBOSA AA 2004 Moth pollination of woody species in the Cerrados of Central Brazil a case of so much owed to so few Plant Syst Evol 24541-54 httpdxdoiorg101007s00606-003-0120-0

PIAGET J 1996 Biologia e conhecimento ndash ensaio sobre as relaccedilotildees entre as regulaccedilotildees orgacircnicas e os processos cognoscitivos Vozes Petroacutepolis

PINHEIRO DA SILVA PG 2008 O Ensino da Botacircnica no Niacutevel Fundamental um enfoque nos procedimentos metodoloacutegicos Tese de Doutorado Universidade Estadual Paulista Bauru httpwww2fcunespbrBibliotecaVirtualArquivosPDFTES_DOUTTES_DOUT20080328_SILVA20PATRICIA20GOMES20PINHEIRO20DApdf

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 2: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

Biota Neotropica is an eletronic journal which is available free at the following site httpwwwbiotaneotropicaorgbr

A Biota Neotropica eacute uma revista eletrocircnica e estaacute integral e gratuitamente disponiacutevel no endereccedilo httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotropica is an electronic peer-reviewed journal edited by the Program BIOTAFAPESP The Virtual Institute of Biodiversity This journalrsquos aim is to disseminate the results of original research work

associated or not to the program concerned with characterization conservation and sustainable use of biodiversity within the Neotropical region

Biota Neotropica eacute uma revista do Programa BIOTAFAPESP - O Instituto Virtual da Biodiversidade que publica resultados de pesquisa original vinculada ou natildeo ao programa que abordem a temaacutetica

caracterizaccedilatildeo conservaccedilatildeo e uso sustentaacutevel da biodiversidade na regiatildeo Neotropical

Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no

cerrado de Bauru ndash SP

Rissi MN amp Cavassan O

Biota Neotrop 2013 13(1) 27-41

On line version of this paper is available fromhttpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1enabstractarticle+bn00213012013

A versatildeo on-line completa deste artigo estaacute disponiacutevel emhttpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Received Recebido em 161010- Revised Versatildeo reformulada recebida em 240912 - Accepted Publicado em 020113

ISSN 1676-0603 (on-line)

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no cerrado de Bauru ndash SP

Mariana Ninno Rissi13 amp Osmar Cavassan2

1Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas (Biologia Vegetal) Instituto de Biociecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP Av 24A 1515 CEP 13506-900 Rio Claro SP Brazil

httpwwwrcunespbr 2Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas Faculdade de Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP

Av Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube 14-01 CEP 17033-360 Bauru SP Brazil httpwwwfcunespbr

3Autor para correspondecircncia Mariana Ninno Rissi e-mail mariananinnoyahoocombr

RISSI MN amp CAVASSAN O A proposal for teaching material based on existing Vochysiaceae species on a trail in the cerrado of Bauru ndash SP Biota Neotrop 13(1) httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1enabstractarticle+bn00213012013

Abstract This work was accomplished in a trail located inside a legal reserve in the Campus of UNESP (Universidade Estadual Paulista) in Bauru characterized especially by the ldquocerradordquo vegetation (savanna) The area has been used for practical field activities of the project ldquoWandering and Learning in the cerradordquo in which students are guided into a practical class about Ecology and Botany The family Vochysiaceae was chosen for having the greatest representativeness in this environment besides it holds species with typical morphology from cerrado species twisted and corky stems and some species with leathery leaves It also allows the illustration of various ecological interactions through live examples during the field practice class The identified species were Qualea cordata Spreng Qualea grandiflora Mart Qualea multiflora Mart Qualea parviflora Mart Vochysia cinnamomea Pohl and Vochysia tucanorum Mart Such species were described and samples herborized Information about ethnobotanical and ecological interactions were searched in the literature and observed in the field With these data it was elaborated a species catalog an identification key and a glossary Such tools are intended to support the practical activity of the teacher in the practical activity and to promote motivation and interest among the studentsKeywords biodiversity botany teaching practical field activity cerrado

RISSI MN amp CAVASSAN O Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no cerrado de Bauru ndash SP Biota Neotrop 13(1) httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Resumo Este trabalho foi realizado em uma trilha localizada na Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP caracterizada especialmente por vegetaccedilatildeo de cerrado Este espaccedilo eacute utilizado para o desenvolvimento de atividades praacuteticas de campo de um projeto denominado ldquoPasseando e aprendendo no cerradordquo no qual alunos dos trecircs niacuteveis de escolaridade satildeo guiados para uma aula praacutetica de Ecologia e Botacircnica A famiacutelia Vochysiaceae foi escolhida como objeto da proposta por ter grande representatividade neste ambiente e possuir elementos com morfologia tiacutepica das espeacutecies de cerrado caules tortuosos suberosos e algumas espeacutecies com folhas coriaacuteceas O grupo possibilita ainda a visualizaccedilatildeo de diversas interaccedilotildees ecoloacutegicas durante aula praacutetica de campo As espeacutecies identificadas foram Qualea cordata Spreng Qualea grandiflora Mart Qualea multiflora Mart Qualea parviflora Mart Vochysia cinnamomea Pohl e Vochysia tucanorum Mart Tais espeacutecies foram descritas herborizadas e fotografadas As informaccedilotildees sobre etnobotacircnica e interaccedilotildees ecoloacutegicas foram buscadas na literatura e observadas em campo A partir destes dados foram elaborados um cataacutelogo de espeacutecies uma chave de identificaccedilatildeo e um glossaacuterio Tais ferramentas propotildeem auxiliar a atividade praacutetica do docente e tornar o estudo destes toacutepicos mais motivadores e interessantes aos alunosPalavras-chaves biodiversidade ensino de botacircnica aula praacutetica de campo cerrado

28

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

entanto natildeo se pode prescindir do conhecimento cientiacutefico atualizado Nenhuma estrateacutegia pedagoacutegica eacute suficiente se o conteuacutedo eacute incorreto ou desatualizado Para isso tornou-se importante o conhecimento mais profundo das caracteriacutesticas botacircnicas e ecoloacutegicas do cerrado laacute existente Uma das maneiras de buscar esse conhecimento eacute a partir da caracterizaccedilatildeo de cada taacutexon componente de sua flora Escolheu-se a famiacutelia Vochysiaceae por ser bem representada no cerradatildeo (Faraco 2007) laacute existente e possibilitar dessa forma a exemplificaccedilatildeo de diversos aspectos do ensino de botacircnica durante aula praacutetica de campo atraveacutes dos seus indiviacuteduos e espeacutecies

Segundo Warming amp Ferri (1973) as espeacutecies de Vochysiaceae podem ser classificadas como as mais bonitas e mais representativas de cerrado Neste sentido pode-se destacar as inflorescecircncias amarelas de Vochysia as flores de Qualea com sua uacutenica peacutetala e um uacutenico estame e os troncos tortuosos de Qualea grandiflora Mart Tais aspectos podem ser evidenciados em aula praacutetica de campo como estimuladores e formadores de aspectos esteacuteticos e eacuteticos acerca daquela vegetaccedilatildeo necessaacuterios para o aluno formar valores que o conduzam a avaliar a real necessidade de preservaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo destas espeacutecies Assim para embasar a proposta da utilizaccedilatildeo desta famiacutelia no desenvolvimento do projeto em que estaacute inserido tornou-se importante responder as seguintes questotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas estruturais predominantes nessa famiacutelia Quais relaccedilotildees ecoloacutegicas podem ser observadas e utilizadas como exemplos vivos nas aulas praacuteticas de campo Quais aspectos etnobotacircnicos satildeo conhecidos a respeito das plantas dessa famiacutelia

Deste modo foram descritas as espeacutecies de Vochysiaceae identificadas em um fragmento de cerrado no campus de Bauru da UNESP e organizadas tais informaccedilotildees de modo a oferecer um instrumento didaacutetico atraveacutes de uma chave de identificaccedilatildeo um cataacutelogo das espeacutecies daquela famiacutelia e um glossaacuterio simplificado dos termos utilizados

1 A famiacutelia Vochysiaceae

A famiacutelia Vochysiaceae compreende cerca de 240 espeacutecies e oito gecircneros Satildeo lenhosas geralmente arboacutereas de folhas opostas ou verticiladas simples estiacutepulas agraves vezes glandulares (Qualea) com flores periacuteginas ou epiacuteginas diclamiacutedeas ou monoclamiacutedeas frequentemente zigomorfas isoladas ou em inflorescecircncia do tipo tirso caacutelice geralmente calcarado corola frequentemente com nuacutemero reduzido de peacutetalas e um uacutenico estame feacutertil com frutos capsulares ou samaroacuteides e sementes geralmente aladas (Barbosa 1999 Shimizu 2009) A famiacutelia eacute dividida em duas tribos Vochysieae Dumort e Erismeae Dumort A tribo Vochysieae caracterizada por ovaacuterio suacutepero e trilocular eacute composta por quatro gecircneros Callisthene Mart (11 espeacutecies) Qualea Aubl (cerca de 50 espeacutecies) Ruizterania Marc-Berti (14 espeacutecies) Salvertia ASt-Hil (uma espeacutecie) e Vochysia Aubl (ca 140 espeacutecies) (G Shimizu dados natildeo publicados) Erismeae possui ovaacuterio iacutenfero e unilocular e apresenta trecircs gecircneros Erisma Rudge (16 espeacutecies) Erismadelphus Mildbr (duas espeacutecies) e Korupodendron Litt amp Cheek (uma espeacutecie) Marcano-Berti (1969) elevou Qualea seccedilatildeo Trichanthera ao gecircnero Ruizterania mas estudos macromoleculares (Litt 1996) e anatocircmicos (Sajo amp Rudall 2002) natildeo corroboraram essa separaccedilatildeo Em seu tratamento para a famiacutelia Kawasaki (2006) inclui Ruizterania em Qualea poreacutem sem sinonimizar formalmente as espeacutecies de Ruizterania Assim os gecircneros Ruizterania e Qualea seratildeo considerados separadamente no presente trabalho

Salvo Ruizterania e Korupodendron gecircnero monotiacutepico descrito por Litt amp Cheek (2002) a composiccedilatildeo da famiacutelia acima apresentada eacute a comumente aceita pelos especialistas (Warming 1875 Stafleu 1948 1952 1953 1954)

Introduccedilatildeo

O conhecimento da diversidade vegetal do cerrado paulista eacute obtido a partir de levantamentos floriacutesticos e fitossocioloacutegicos de fragmentos remanescentes da cobertura original desta vegetaccedilatildeo Dessa forma satildeo obtidas listas de espeacutecies divulgadas entre pesquisadores cuja utilizaccedilatildeo fica restrita agrave academia bem como as questotildees relacionadas agrave sua preservaccedilatildeo manejo ou etnobotacircnica Pesquisadores assumem para si o direito e responsabilidade em deter e utilizar tais conhecimentos disponibilizando-os para os oacutergatildeos puacuteblicos quando solicitados Ningueacutem pode negar o valioso laboratoacuterio natural inserido em cada um desses fragmentos que constituem tambeacutem o ambiente das populaccedilotildees humanas que vivem nas proximidades Pessoas que em sua histoacuteria andaram pelo cerrado em busca de lenha caccedilas frutas ou ervas medicinais Aprenderam a reconhecer plantas e animais pelo seu nome popular em uma relaccedilatildeo que natildeo foi apenas utilitarista mas envolveu questotildees emocionais afetivas e esteacuteticas Este eacute o aprendizado informal geralmente motivador e que ocorreu a partir da necessidade de responder alguma pergunta O que se verifica em botacircnica eacute que o ensino formal natildeo considera esta forma de aprendizagem Os livros didaacuteticos satildeo recheados com informaccedilotildees obtidas em manuais estrangeiros e muitas vezes desatualizadas Quando se busca no conteuacutedo de ciecircncias e biologia do ensino fundamental ou meacutedio um exemplo de ecossistemas terrestres satildeo apresentados organismos e biomas exoacuteticos (Cavassan et al 2009) Assim muitos alunos vivem em dois mundos um o mundo da experiecircncia fora da escola outro o mundo dos livros e das liccedilotildees (Dewey 1959) Sabe-se que muitos professores evitam as aulas de botacircnica relegando-as ao final da programaccedilatildeo do ano letivo por medo e inseguranccedila em falar do assunto Uma das maiores reclamaccedilotildees destes docentes eacute a dificuldade em desenvolver atividades praacuteticas que despertem a curiosidade do aluno e mostrem a utilidade daquele conhecimento no seu dia-a-dia Seraacute tatildeo difiacutecil montar aulas praacuteticas em botacircnica

Atividades desenvolvidas no ambiente natural como em uma trilha vatildeo aleacutem de uma simples aula praacutetica Dependendo de como esta eacute organizada pode permitir que o aluno elabore suas proacuteprias interpretaccedilotildees dos conteuacutedos envolvidos e reflita sobre e atraveacutes dos fenocircmenos naturais com a vantagem adicional e diferencial de estar no ambiente a ser estudado

Este estudo estaacute contido no projeto de pesquisa ldquoBiodiversidade no Cerrado uma proposta de trabalho praacutetico de campo no Ensino de Botacircnica e Ecologia nos trecircs niacuteveis de escolaridaderdquo que visa o conhecimento da diversidade vegetal de um fragmento de cerrado em Bauru e a divulgaccedilatildeo desta diversidade aos alunos e professores dos ensinos em niacuteveis fundamental meacutedio e superior Neste projeto busca-se contribuir com os professores dos trecircs niacuteveis de escolaridade do municiacutepio de Bauru e demais cidades da regiatildeo propondo uma atividade de campo na qual os alunos possam ter um contato direto com a biodiversidade do cerrado Assim objetiva-se tambeacutem sensibilizaacute-los quanto agrave preservaccedilatildeo deste bioma aleacutem de contextualizar conceitos botacircnicos e ecoloacutegicos vistos em sala de aula

Inuacutemeros trabalhos foram desenvolvidos dentro deste projeto discutindo a importacircncia do uso de ambientes naturais para aulas de botacircnica e ecologia (Cavassan et al 2006 2009 Pinheiro da Silva et al 2009) Nestes verificou-se a demonstraccedilatildeo de atitudes motivadas para o aprendizado de botacircnica (Seniciato amp Cavassan 2008a) a formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo (Seniciato amp Cavassan 2008b) e a formaccedilatildeo de valores esteacuteticos sobre ambientes naturais (Seniciato et al 2006 Seniciato amp Cavassan 2009) Com estes estudos teve-se como objetivo ultrapassar os limites das aulas de botacircnica onde as praacuteticas educativas restringem-se ao domiacutenio cognitivo muitas vezes revestindo-se de caraacuteter utilitarista e pragmaacutetico No

29

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

As Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacutenio assim como as Rubiaceae Melastomataceae Proteaceae e Symplocaceae e podem ocorrer em solos pobres em minerais e de baixo pH como os do Brasil Central (Haridasan 1982 Jansen et al 2002) Eacute uma famiacutelia muito importante na caracterizaccedilatildeo de fitofisionomias sendo considerada um componente tiacutepico nas comunidades vegetais de cerrado (Goodland 1971 Sarmiento 1983)

A distribuiccedilatildeo da famiacutelia eacute anfi-atlacircntica predominantemente neotropical (seis dos oito gecircneros) sendo apenas Erismadelphus e Korupodendron exclusivos do oeste e centro da Aacutefrica (Keay amp Stafleu 1953 Litt amp Cheek 2002 Senterre amp Obiang 2005) No Brasil o nuacutecleo de distribuiccedilatildeo de suas espeacutecies encontra-se na regiatildeo Guiano-Amazocircnica e no Planalto Central Brasileiro de onde se irradiam para as demais regiotildees (Barroso et al 1984) No paiacutes de acordo com a Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil (Franccedila 2012) ocorrem cerca de 160 espeacutecies distribuiacutedas em seis gecircneros aceitos constituindo uma das principais famiacutelias do cerrado onde se destacam principalmente os gecircneros Qualea Vochysia Callisthene e Salvertia

Estudos sobre a biologia reprodutiva foram realizados para algumas espeacutecies como Erisma uncinatum Warm (Rodriacuteguez amp Sanoja 2004) Qualea cordata Spreng (Aveiro 1997 Fischer amp Gordo 1993) Qualea grandiflora Mart (Barbosa 1983 Oliveira et al 2004 Silberbauer-Gottsberger amp Gottsberger 1975) Qualea multiflora Mart e Qualea parviflora Mart (Barbosa 1983) Salvertia convallariodora ASt-Hil (Oliveira 1996) Vochysia cinnamomea Pohl (Santos et al 1997) Vochysia elliptica Mart Vochysia pumila Pohl Vochysia pyramidalis Mart Vochysia rufa Mart Vochysia thyrsoidea Pohl e Vochysia tucanorum Mart (Oliveira amp Gibbs 1994) Vochysia lucida C Presl (Gimenes 2007) Vochysia ferruginea Mart (Bawa et al 1985 Flores 1993) e Vochysia guatemalensis Donn Sm (Flores 1993)

A maioria das espeacutecies estudadas eacute melitoacutefila sendo Callisthene polinizada principalmente por abelhas pequenas e Qualea e Vochysia por abelhas grandes tendo como polinizadores secundaacuterios e oportunistas esfingiacutedeos e beija-flores (Gottsberger amp Silberbauer-Gottsberger 2006 Oliveira 1998) Jaacute em Qualea grandiflora e Salvertia convallariodora a polinizaccedilatildeo eacute esfingoacutefila (Oliveira 1998) Em Vochysia cinnamomea as flores satildeo visitadas principalmente por abelhas do gecircnero Epicharis e outras Anthophoridae que satildeo os polinizadores principais mas beija-flores e esfingiacutedeos diurnos tambeacutem satildeo observados (Santos et al 1997) Existem na literatura estudos para a famiacutelia Vochysiaceae que apresentam listas e tratamentos taxonocircmicos muitas vezes com chaves dicotocircmicas para a identificaccedilatildeo de gecircneros e espeacutecies nativas (Barbosa 1999 Franccedila 1996 Lisboa 2000 Shimizu 2009 Vianna 2006 Yamamoto 2009) No entanto satildeo inexistentes os que apresentaram tais resultados de maneira didaacutetica para um puacuteblico natildeo acadecircmico de modo a possibilitar o entendimento e o contato com os termos utilizados na nomenclatura botacircnica por alunos do ensino fundamental e meacutedio

2 Consideraccedilotildees a respeito da ocorrecircncia de espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae nos estudos de composiccedilatildeo e estrutura de comunidades vegetais de matas e cerrados em Bauru

21 Nos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual

Cavassan (1982) e Cavassan et al (1984) apresentaram os resultados do levantamento fitossocioloacutegico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru e incluiacuteram naquele levantamento a espeacutecie Qualea jundiahy Warm Tal espeacutecie tambeacutem foi a uacutenica pertencente agrave famiacutelia Vochysiaceae amostrada por Toniato (2001) ao

medir as variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea da mesma aacuterea em questatildeo

Pinheiro (2000) realizou um levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da Floresta Estacional Semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru (JBMB) (SP) Naquele estudo amostrou as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum A famiacutelia possuiu grande nuacutemero de indiviacuteduos no interior das parcelas sendo uma das famiacutelias mais importantes da mata do JBMB e com maior riqueza de espeacutecies Vochysia tucanorum apresentou uma alta dominacircncia relativa (493) e um grande valor de importacircncia (VI) (692) em comparaccedilatildeo com as outras espeacutecies amostradas naquele estudo A ocorrecircncia de um nuacutemero maior de espeacutecies de Vochysiaceae nessa formaccedilatildeo pode estar relacionada com a localizaccedilatildeo do fragmento estudado uma aacuterea de transiccedilatildeo com o cerrado

22 Em aacutereas de cerrado

Os trabalhos realizados em fragmentos de cerrado amostraram as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Callisthene fasciculata Qualea cordata Qualea densiflora Warm Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Qualea sp Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Cavassan 1990 Faraco 2007 Rissi 2011) De acordo com Cavassan (1990) a famiacutelia Vochysiaceae foi a quarta famiacutelia com o maior nuacutemero de espeacutecies (532) a terceira em relaccedilatildeo ao valor de importacircncia (VI) (2371) a segunda em dominacircncia (76512 m2ha) e a seacutetima em densidade absoluta Vochysia tucanorum foi a oitava espeacutecie mais numerosa (299 indiviacuteduos) seacutetima em frequecircncia absoluta segunda em dominacircncia absoluta (51956 m2ha) e quinta em VI (2029) Qualea grandiflora foi a deacutecima espeacutecie neste mesmo iacutendice (864) Segundo Faraco (2007) Vochysia tucanorum foi a espeacutecie com maior valor de importacircncia (VI) (1059) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (1939)

Rissi (2011) apontou Vochysiaceae como a segunda famiacutelia com o maior valor de importacircncia (VI) em um fragmento de cerradatildeo A dominacircncia relativa foi o paracircmetro com maior contribuiccedilatildeo para a constituiccedilatildeo daquele iacutendice Como exemplo pode-se citar a espeacutecie Vochysia tucanorum que parece exercer um papel importante na composiccedilatildeo estrutural da vegetaccedilatildeo sendo a espeacutecie com maior VI (1506) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (3735) sendo responsaacutevel por 8288 deste iacutendice

Material e Meacutetodos

1 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo A Reserva Legal do Campus da UNESP

O presente trabalho foi realizado em uma trilha localizada em fragmento da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP Esta Reserva fica compreendida entre as coordenadas 22deg 20rsquo S e 49deg 01rsquo W e 22deg 21rsquo S e 49deg 00rsquo W com altitude aproximada de 580 m (Cavassan et al 2006) e eacute revestida em toda sua extensatildeo por vegetaccedilatildeo nativa classificada como cerradatildeo Existem tambeacutem na reserva em dois vales encravadas no cerrado dois fragmentos de mata estacional semidecidual ribeirinha com encharcamento permanente (mata de brejo segundo Rodrigues amp Leitatildeo-Filho 2000) onde ocorrem as nascentes do coacuterrego Vargem Limpa afluente da margem direita do rio Bauru que por sua vez eacute tributaacuterio do rio Tietecirc (Cavassan et al 2006) A classificaccedilatildeo climaacutetica para Bauru eacute clima uacutemido e mesoteacutermico com moderada eficiecircncia da umidade no veratildeo e marcha anual da temperatura concentrada em cerca de seis meses no ano (outubro-marccedilo) cuja foacutermula climaacutetica de Thornwaite eacute representada por BBrsquosb (Figueiredo amp Paz 2010) (Figura 1) A trilha

30

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

utilizada para este estudo estaacute localizada proacutexima aos pontos 22deg 21rsquo 1915rdquo S e 49deg 1rsquo4862rdquo W e 22deg 2118rsquo 77rdquo S e 49deg 01rsquo4111rdquo W

2 Coleta de dados

Para a conduccedilatildeo do estudo foram descritas cinco plantas de cada uma das seis espeacutecies que ocorreram ao longo da trilha utilizada para as aulas de campo De cada indiviacuteduo foram coletados ramos feacuterteis contendo estruturas vegetativas adequadas agrave descriccedilatildeo que foram posteriormente herborizados e incorporados ao acervo do Herbaacuterio (UNBA) do Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas da Faculdade de Ciecircncias do Campus de Bauru da UNESP A partir das espeacutecies encontradas neste estudo foi elaborada uma chave de identificaccedilatildeo baseada preferencialmente em caracteres vegetativos

Foram feitas fotografias do tronco ramos e folhas de cada espeacutecie destacando-se as porccedilotildees vegetativas de fundamental importacircncia na identificaccedilatildeo de cada espeacutecie coletada aleacutem das estruturas reprodutivas quando presentes

Um cataacutelogo com a descriccedilatildeo morfoloacutegica fotos e informaccedilotildees etnobotacircnicas foi elaborado como forma de sintetizar os dados taxonocircmicos etnobotacircnicos e ecoloacutegicos das espeacutecies e tornaacute-los acessiacuteveis para os alunos visitantes do projeto Um glossaacuterio tambeacutem foi desenvolvido como facilitador para o entendimento dos termos apresentados no cataacutelogo e na chave Os dados ecoloacutegicos relativos agrave polinizaccedilatildeo e agrave dispersatildeo foram obtidos atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e complementados atraveacutes da literatura Para caracterizaccedilatildeo das interaccedilotildees ecoloacutegicas utilizaram-se dados disponiacuteveis na literatura especiacutefica (Bentley amp Elias 1983 Oliveira et al 1987 Begon et al 1996 Madureira amp Sobrinho 2002 Knoechelmann amp Morais 2008) bem como para as informaccedilotildees etnobotacircnicas (Rodrigues amp Carvalho 2001 Vila Verde et al 2003 Gorette-Pasa 2011) e os dados complementados por observaccedilotildees esporaacutedicas de campo

Cabe ressaltar que a intenccedilatildeo do levantamento dos aspectos etnobotacircnicos visa uma complementaccedilatildeo dos dados levantados neste trabalho As informaccedilotildees referentes ao uso na medicina popular foram abordadas durante as atividades praacuteticas de campo apenas atraveacutes da citaccedilatildeo que determinada espeacutecie possui potencial farmacoloacutegico omitindo-se qualquer menccedilatildeo agrave posologia indicaccedilatildeo ou parte da planta utilizada Dessa forma chama-se a atenccedilatildeo da potencialidade de espeacutecies nativas na farmacopeacuteia brasileira mas procura-se natildeo incentivar o uso destas plantas como medicaccedilatildeo sem orientaccedilatildeo meacutedica

O glossaacuterio foi elaborado e adaptado a partir dos conceitos obtidos nas seguintes obras Ferri et al (1969) Souza amp Lorenzi (2008) e Raven et al (2010)

Resultados e Discussatildeo

O ensino convencional de botacircnica apresenta uma aula dita teoacuterica na qual o aluno geralmente ouve e memoriza um conjunto de informaccedilotildees como sendo os conteuacutedos mais importantes mesmo que estes muitas vezes natildeo estejam inseridos em sua realidade Essa passividade dos alunos eacute uma desvantagem das aulas expositivas pois pouca informaccedilatildeo eacute retida devido ao decreacutescimo da atenccedilatildeo no decorrer da aula Por isso existe a necessidade de se encontrarem formas alternativas de trabalho que permitam a manutenccedilatildeo da atenccedilatildeo dos alunos durante todo o periacuteodo de aula Para isso eacute necessaacuterio instigar intelectualmente os alunos atraveacutes de discussotildees e estiacutemulos sensoriais Os conceitos quando apresentados por meio de uma discussatildeo ficam mais inteligiacuteveis e as aulas se tornam mais agradaacuteveis e interessantes aleacutem de desafiarem a imaginaccedilatildeo e vivacidade dos estudantes O uso de exemplos adequados durante a aula eacute importante natildeo soacute para motivar os alunos mas para ajudaacute-los a entender ideacuteias abstratas e aproximar os conteuacutedos da realidade do aluno Os exemplos servem para ilustrar uma ideacuteia ou para verificar se os alunos entenderam um conceito (Krasilchik 1996) Pode-se dizer que uma grande parte dos livros didaacuteticos brasileiros utilizados ateacute hoje se vale da taxonomia para apresentar ao estudante de Ensino Meacutedio uma botacircnica ldquodecorativardquo Os alunos satildeo entregues a uma verdadeira avalanche de nomes e estruturas muitas vezes sem contexto e significado tangiacuteveis (Marcondes amp Lammoglia 1994 Fonseca 1995)

Segundo Santiago dos Santos (2006) a visatildeo estaacutetica da Botacircnica deveria ser substituiacuteda por uma didaacutetica na qual os conceitos baacutesicos possam ser ressaltados no sentido de permitir a interpretaccedilatildeo dos fatos ao inveacutes de apenas memorizaacute-los Deste modo o educando eacute estimulado a exercitar seu espiacuterito de observaccedilatildeo passando a ser um ordenador e sintetizador de informaccedilotildees Joly (1976) recomenda que o professor jamais tente desenvolver o estudo da classificaccedilatildeo das plantas sem recorrer a exemplares vivos isto eacute agrave natureza Em hipoacutetese alguma os ensinamentos teoacutericos indispensaacuteveis devem ser ministrados sem a correspondente aula praacutetica pois para o autor soacute esta pode levar o aluno a fixar as caracteriacutesticas mais importantes de cada grupo De acordo com Seniciato amp Cavassan (2008a) em termos de estrateacutegias de ensino de ciecircncias as aulas praacuteticas satildeo apontadas como mais interessantes e motivadoras quando comparadas agraves tradicionais aulas teoacutericas principalmente por incluiacuterem os fenocircmenos nos contextos de aprendizagem

Piaget (1996) reafirma que o conhecimento eacute baseado sobretudo na experimentaccedilatildeo Dessa forma os processos de assimilaccedilatildeo da realidade seratildeo tanto mais afetivos quanto mais tangiacuteveis e palpaacuteveis forem de fato ou seja as capacidades de abstraccedilatildeo e de conceituaccedilatildeo satildeo facilitadas quando o aprendiz estiver exposto agrave dimensatildeo concreta da realidade (Seniciato amp Cavassan 2008a) A atividade de campo pode assim aguccedilar a percepccedilatildeo o senso esteacutetico e a curiosidade do aluno em relaccedilatildeo aos fenocircmenos apresentados motivando-o para o aprendizado na escola e a buscar mais informaccedilotildees por conta proacutepria (Ikemoto 2007)

Neste sentido as informaccedilotildees levantadas ao longo deste estudo buscaram aproximar o aluno da realidade em que vive fazendo com que este pudesse visualizar refletir e compreender os temas apresentados em sala de aula atraveacutes de exemplos vivos em aula de campo ou visualizados no cataacutelogo de espeacutecies Foram amostradas e descritas as espeacutecies Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Tabela 1) O cataacutelogo de espeacutecies a chave de identificaccedilatildeo

Figura 1 Climatograma da cidade de Bauru - SP ano de 2008Figure 1 Climatogram of Bauru - SP 2008

31

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

e o glossaacuterio com os termos utilizados foram construiacutedos como ferramentas auxiliares para a conduccedilatildeo destes estudos praacuteticos No cataacutelogo as pranchas para cada espeacutecie abordam em sentido anti-horaacuterio fotos do haacutebito caule folhas flores e frutos Nas pranchas 4 e 5 a sequecircncia de fotos inclui fotos de polinizadores

A proposta eacute a de que os professores possam se utilizar da chave e do cataacutelogo de espeacutecies para o ensino de Sistemaacutetica Vegetal botacircnica e ecologia O glossaacuterio visa solucionar duacutevidas sobre o significado dos termos botacircnicos utilizados na chave e no cataacutelogo

Os dados apresentados devem ser trabalhados atraveacutes de uma didaacutetica motivadora fazendo com que atraveacutes da visualizaccedilatildeo investigaccedilatildeo e problematizaccedilatildeo do fenocircmeno apontado o aluno possa construir o seu conceito atraveacutes da elaboraccedilatildeo de hipoacuteteses tornando-se assim um agente construtor do conhecimento Aleacutem disso a formulaccedilatildeo desses conceitos por parte do proacuteprio educando pode servir de ponto de partida para discussotildees interessantes e aprofundadas comparando seus conceitos a outros jaacute existentes

Um exemplo desta abordagem eacute a presenccedila de nectaacuterios extraflorais na base do peciacuteolo das espeacutecies do gecircnero Qualea Esse caraacuteter permite a identificaccedilatildeo deste gecircnero aleacutem de ilustrar um exemplo de interaccedilatildeo ecoloacutegica Em uma aula essa caracteriacutestica poderia ser abordada atraveacutes de algumas perguntas ldquoVocecircs estatildeo visualizando essa glacircndula e essa formiga O que eacute uma glacircndula Que fenocircmeno estamos observando Por que seraacute que essa formiga estaacute nesta glacircndulardquo Atraveacutes de algumas perguntas busca-se direcionar o pensamento e as reflexotildees dos alunos mas deve-se estar atento para natildeo responder agraves questotildees Deve-se deixaacute-los discutir sobre tais questotildees que seratildeo abordadas ao final da atividade Dessa forma os alunos podem formular hipoacuteteses e discuti-las ao inveacutes de receberem todos os conceitos prontos Outras informaccedilotildees obtidas neste estudo podem ser trabalhadas atraveacutes da formulaccedilatildeo de hipoacuteteses como por exemplo ldquoAs espeacutecies de Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacuteniordquo Trabalhando tais informaccedilotildees os alunos podem chegar agrave conclusatildeo de que ldquoOs solos com maior concentraccedilatildeo de alumiacutenio tendem a ser povoados por plantas que tecircm a capacidade de acumular alumiacuteniordquo

Assim as espeacutecies de Vochysiaceae podem servir como exemplos-vivos de diversos fenocircmenos e por possuiacuterem caracteriacutesticas tiacutepicas de espeacutecies de cerrado podem ainda servir como elementos motivadores e com apelo esteacutetico para o aprendizado sobre as caracteriacutesticas desta vegetaccedilatildeo Na paisagem do Cerrado satildeo comumente encontradas aacutervores tortuosas e suberosas caracteriacutesticas estas notoacuterias em espeacutecies de Vochysiaceae

Aos professores que queiram trabalhar o tema ldquointeraccedilotildees ecoloacutegicasrdquo alguns exemplos que ocorrem com espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae estatildeo relacionados no cataacutelogo As fotos contidas no cataacutelogo ilustram tais interaccedilotildees e juntamente com as explicaccedilotildees

permitem que os alunos conheccedilam um pouco mais sobre o ambiente do Cerrado

De acordo com Dewey (1938) ldquoos alunos aprendem fazendordquo Essa educaccedilatildeo se daacute atraveacutes da experiecircncia Se uma experiecircncia for desarticulada desprovida de atenccedilatildeo e reflexatildeo essa atitude iraacute operar modificando a qualidade das experiecircncias subsequentes natildeo permitindo aos alunos retirar delas o que deveriam Uma boa experiecircncia mais que imediatamente agradaacutevel promove o desencadeamento de experiecircncias futuras positivas Nesse sentido o material elaborado busca aproximar o educando dos temas apresentados em sala de aula atraveacutes do entendimento e reflexatildeo sobre os temas abordados e uma boa experiecircncia reflexiva sobre seus conteuacutedos

Uma metodologia diferenciada no ensino de botacircnica segundo Pinheiro da Silva (2008) pode fomentar uma atitude reflexiva por parte do aluno na medida em que oferece a este oportunidades de participaccedilatildeo nas quais vivencie uma variedade de experiecircncias seja solicitado a tomar decisotildees fazer julgamentos e chegar a conclusotildees

Agradecimentos

Agrave FAPESP pela bolsa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica concedida processo 200850615-3

Agrave Profa Dra Kikyo Yamamoto do Departamento de Biologia Vegetal Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas pela confirmaccedilatildeo das espeacutecies descritas neste estudo

Ao taxonomista Doutorando Gustavo Shimizu pela ajuda com a revisatildeo do texto e das informaccedilotildees contidas neste documento

Ao tradutor Rodrigo Guimaratildees e ao Prof Dr Reinaldo Monteiro pela revisatildeo dos textos em inglecircs

Referecircncias BibliograacuteficasAVEIRO SMG 1997 Biologia da reproduccedilatildeo e crescimento inicial de

Qualea cordata Spreng (Vochysiaceae) uma espeacutecie arboacuterea do Cerrado Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000121464ampfd=y

BARBOSA AAA 1983 Aspectos da ecologia reprodutiva de trecircs espeacutecies de Qualea (Vochysiaceae) num cerrado de Brasiacutelia-DF Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia httppesquisabvsaludorgregionalresourcesrep-131156

BARBOSA AR 1999 As espeacutecies do gecircnero Vochysia Aubl (Vochysiaceae) ocorrentes no Estado de Satildeo Paulo Tese de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000199970

BARROSO GM PEIXOTO AL ICHASO CLF GUIMARAtildeES EF amp COSTA CG 1984 Sistemaacutetica de Angiospermas do Brasil UFV Impr Univ Viccedilosa v2

Tabela 1 Espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae amostradas neste estudo nomes cientiacuteficos nomes populares haacutebito e nuacutemero de registro no Herbaacuterio da UNESP de Bauru (UNBA)Table 1 Family Vochysiaceae species sampled in this study scientific names common names habit and registration number in the Herbarium of UNESP of Bauru (UNBA)

Espeacutecie Nome popular Haacutebito Nuacutemero de registro no Herbaacuterio UNBA

Qualea cordata Spreng pau-terra carvatildeozinho dedaleira-preta Arboacutereo 5243 5026 5028 5030 5035Qualea grandiflora Mart pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grande Arboacutereo 4089 4097 5011 5024 5025Qualea multiflora Mart cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisa Arboacutereo 4095 5010 5023 5027 5029Qualea parviflora Mart pau-terra pau-terra-de-folha-miuda Arboacutereo 3870 4088 4090 4091 4093Vochysia tucanorum Mart cinzeiro pau-de-tucano Arboacutereo 4092 4096 4098 5000 5012Vochysia cinnamomea Pohl casca-doce quina-doce pau-doce Arboacutereo 5021 5022 5206 5207 5208

32

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

BAWA KS PERRY DR amp BEACH JH 1985 Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees I Sexual systems and incompatibility mechanisms Am J Bot 72331-345 httpdxdoiorg1023072443526

BEGON M HARPER JL amp TOWNSEND CR 1996 Ecology individuals populations and communities Blackwell Science Victoria

BENTLEY B amp ELIAS TS 1983 The biology of nectaries Columbia University Press New York

CAVASSAN O 1982 Levantamento floriacutestico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru utilizando o meacutetodo de quadrantes Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Rio Claro

CAVASSAN O CESAR O amp MARTINS FR 1984 Fitossociologia da vegetaccedilatildeo arboacuterea da Reserva Estadual de Bauru Estado de Satildeo Paulo Rev Bras Bot 791-106

CAVASSAN O 1990 Floriacutestica e fitossociologia da vegetaccedilatildeo lenhosa de um hectare de cerrado do Parque Ecoloacutegico Municipal de Bauru (SP) Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000036013

CAVASSAN O PINHEIRO DA SILVA PG amp SENICIATO T 2006 O ensino de Ciecircncias a biodiversidade e o Cerrado In Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica e Ensino de Ciecircncias Estudos e Experiecircncias (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p190-219

CAVASSAN O CALDEIRA AMA WEISER VL amp BRANDO FC 2009 Conhecendo botacircnica e ecologia no Cerrado Joarte Graacutefica e Editora Bauru

DEWEY J 1938 Experience and Education The 60th anniversary edition httpbooksgooglecombookshl=pt-BRamplr=ampid=UE2EusaU53ICampoi=fndamppg=PR4ampdq=Deweyampots=EDZZ3nPXLkampsig=spiXEDMvSRJaz59TAHQKuV_0Y8wPPP1M1

DEWEY J 1959 Como pensamos Editora Nacional Satildeo PauloFARACO AG 2007 Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura fitossocioloacutegica de

uma aacuterea de cerrado pertencente ao Campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista ndash UNESP SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu

FERRI MG MENEZES NL amp MONTEIRO-SCANAVACCA WR 1969 Glossaacuterio de termos botacircnicos Editora Edgard Bluumlcher Ltda Satildeo Paulo

FIGUEIREDO JC amp PAZ RS 2010 Nova classificaccedilatildeo climaacutetica e o aspecto climatoloacutegico da cidade de BauruSatildeo Paulo In XVI Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Agrometeorologia

FISCHER EA amp GORDO M 1993 Qualea cordata pollination by the territorial bee Centris tarsata in the ldquoCampos Rupestresrdquo Brazil Cienc Cult 45144-147

FLORES EM 1993 Vochysia guatemalensis y Vochysia ferruginea Aacuterboles Semillas Neotrop 21-52

FONSECA A 1995 Biologia Aacutetica Satildeo PauloFRANCcedilA F 1996 O gecircnero Callisthene Mart amp Zucc (Vochysiaceae) no

estado da Bahia Sitientibus 1541-47FRANCcedilA F 2012 Vochysiaceae In Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil

Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro httpfloradobrasiljbrjgovbr2012FB000250

GIMENES M 2007 Polinizaccedilatildeo de Vochysia lucida C Presl (Vochysiaceae) em uma aacuterea de restinga na Bahia Rev Bras Ento 51(4)465-470 httpdxdoiorg101590S0085-56262007000400010

GOODLAND R 1971 A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of Central Brazil J Ecol 59411-419 httpdxdoiorg1023072258321

GORETTE-PASA M 2011 Abordagem etnobotacircnica na comunidade de Conceiccedilatildeo-Accedilu Mato Grosso Brazil Polibotacircnica 31169-197

GOTTSBERGER G amp SILBERBAUER-GOTTSBERGER I 2006 Life in the Cerrado a South American tropical seasonal vegetation Pollination and seed dispersion Reta Verlag Ulm

HARIDASAN M 1982 Aluminium accumulation by some cerrado native species of central Brazil Plant Soil 65(2)265-273 httpdxdoiorg101007BF02374657

IKEMOTO E 2007 Espeacutecies arboacutereas arbustivas e herbaacuteceas do Parque Taquaral (Campinas SP) ndash subsiacutedios para a atividade natildeo formal de botacircnica Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000412927ampfd=y

JANSEN S BROADLEY MR ROBBRECHT E amp SMETS E 2002 Aluminium hyperaccumulation in angiosperm a review of its phylogenetic significance The Bot Rev 68(2)235-269 httpdxdoiorg1016630006-8101(2002)068[0235AHIAAR]20CO2

JOLY AB 1976 Botacircnica introduccedilatildeo agrave taxonomia vegetal Nacional Satildeo Paulo

KAWASAKI ML 2006 Vochysiaceae In The families and genera of vascular plants (K Kubitzki ed) Springer Berlin p480-487

KEAY RWJ amp STAFLEU FA 1953 Erismadelphus Acta Bot Neerl 1594-599

KNOECHELMANN CM amp MORAIS HC 2008 Visitas de formigas (Hymenoptera Formicidae) a nectaacuterios extra-florais de Stryphnodendron adstringens (Mart) Cov (Fabaceae Mimosoideae) em uma aacuterea de cerrado frequentemente queimado Rev Bras Zooc 10(1)35-40

KRASILCHIK M 1996 Praacutetica de Ensino de Biologia Harbra Satildeo PauloLISBOA MLG 2000 Estudos taxonocircmicos sobre o gecircnero Qualea

Aubl subgecircnero Amphilochia (Mart) Stafl (Vochysiaceae A St-Hil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000205968ampopt=1

LITT A 1996 Phylogeny of the Vochysiaceae implications of molecular data for floral evolution Am J Bot 83(abstracts)175

LITT A amp CHEEK M 2002 Korupodendron songweanum a new genus and species of Vochysiaceae from West-Central Africa Brittonia 5413-17 httpdxdoiorg1016630007-196X(2002)054[0013KSANGA]20CO2

MADUREIRA M amp SOBRINHO TG 2002 Evidecircncia de mutualismo entre Qualea cordata (Vochysiaceae) e Cephalotes sp (Hymenoptera Formicidade) Acad Insecta 2(1)1-4

MARCANO-BERTI L 1969 Un nuevo genero de las Vochysiaceae Pittieria 23-28

MARCONDES AC amp LAMMOGLIA DA 1994 Biologia ndash ciecircncia da vida Atual Satildeo Paulo

OLIVEIRA PS SILVA AF amp MARTINS AB 1987 Ant foraging on extrafloral nectaries of Qualea grandiflora (Vochysiaceae) in cerrado vegetation ants as potencial antiherbivore agents Oecologia 74228-230 httpdxdoiorg101007BF00379363

OLIVEIRA PE 1996 Biologia floral de Salvertia convallariodora (Vochysiaceae) uma espeacutecie de cerrado polinizada por mariposas Rev Bras Bot 19(1)49-53

OLIVEIRA PE 1998 Reproductive biology evolution and taxonomy of Vochysiaceae in central Brazil In Reproductive Biology (SJ Owens amp PJ Rudall eds) Kew Royal Botanic Gardens London p381-393

OLIVEIRA PE amp GIBBS PE 1994 Pollination and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) J Trop Ecol 10509-522 httpdxdoiorg101017S026646740000818X

OLIVEIRA PE GIBBS PE amp BARBOSA AA 2004 Moth pollination of woody species in the Cerrados of Central Brazil a case of so much owed to so few Plant Syst Evol 24541-54 httpdxdoiorg101007s00606-003-0120-0

PIAGET J 1996 Biologia e conhecimento ndash ensaio sobre as relaccedilotildees entre as regulaccedilotildees orgacircnicas e os processos cognoscitivos Vozes Petroacutepolis

PINHEIRO DA SILVA PG 2008 O Ensino da Botacircnica no Niacutevel Fundamental um enfoque nos procedimentos metodoloacutegicos Tese de Doutorado Universidade Estadual Paulista Bauru httpwww2fcunespbrBibliotecaVirtualArquivosPDFTES_DOUTTES_DOUT20080328_SILVA20PATRICIA20GOMES20PINHEIRO20DApdf

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 3: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no cerrado de Bauru ndash SP

Mariana Ninno Rissi13 amp Osmar Cavassan2

1Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas (Biologia Vegetal) Instituto de Biociecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP Av 24A 1515 CEP 13506-900 Rio Claro SP Brazil

httpwwwrcunespbr 2Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas Faculdade de Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP

Av Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube 14-01 CEP 17033-360 Bauru SP Brazil httpwwwfcunespbr

3Autor para correspondecircncia Mariana Ninno Rissi e-mail mariananinnoyahoocombr

RISSI MN amp CAVASSAN O A proposal for teaching material based on existing Vochysiaceae species on a trail in the cerrado of Bauru ndash SP Biota Neotrop 13(1) httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1enabstractarticle+bn00213012013

Abstract This work was accomplished in a trail located inside a legal reserve in the Campus of UNESP (Universidade Estadual Paulista) in Bauru characterized especially by the ldquocerradordquo vegetation (savanna) The area has been used for practical field activities of the project ldquoWandering and Learning in the cerradordquo in which students are guided into a practical class about Ecology and Botany The family Vochysiaceae was chosen for having the greatest representativeness in this environment besides it holds species with typical morphology from cerrado species twisted and corky stems and some species with leathery leaves It also allows the illustration of various ecological interactions through live examples during the field practice class The identified species were Qualea cordata Spreng Qualea grandiflora Mart Qualea multiflora Mart Qualea parviflora Mart Vochysia cinnamomea Pohl and Vochysia tucanorum Mart Such species were described and samples herborized Information about ethnobotanical and ecological interactions were searched in the literature and observed in the field With these data it was elaborated a species catalog an identification key and a glossary Such tools are intended to support the practical activity of the teacher in the practical activity and to promote motivation and interest among the studentsKeywords biodiversity botany teaching practical field activity cerrado

RISSI MN amp CAVASSAN O Uma proposta de material didaacutetico baseado nas espeacutecies de Vochysiaceae existentes em uma trilha no cerrado de Bauru ndash SP Biota Neotrop 13(1) httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Resumo Este trabalho foi realizado em uma trilha localizada na Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP caracterizada especialmente por vegetaccedilatildeo de cerrado Este espaccedilo eacute utilizado para o desenvolvimento de atividades praacuteticas de campo de um projeto denominado ldquoPasseando e aprendendo no cerradordquo no qual alunos dos trecircs niacuteveis de escolaridade satildeo guiados para uma aula praacutetica de Ecologia e Botacircnica A famiacutelia Vochysiaceae foi escolhida como objeto da proposta por ter grande representatividade neste ambiente e possuir elementos com morfologia tiacutepica das espeacutecies de cerrado caules tortuosos suberosos e algumas espeacutecies com folhas coriaacuteceas O grupo possibilita ainda a visualizaccedilatildeo de diversas interaccedilotildees ecoloacutegicas durante aula praacutetica de campo As espeacutecies identificadas foram Qualea cordata Spreng Qualea grandiflora Mart Qualea multiflora Mart Qualea parviflora Mart Vochysia cinnamomea Pohl e Vochysia tucanorum Mart Tais espeacutecies foram descritas herborizadas e fotografadas As informaccedilotildees sobre etnobotacircnica e interaccedilotildees ecoloacutegicas foram buscadas na literatura e observadas em campo A partir destes dados foram elaborados um cataacutelogo de espeacutecies uma chave de identificaccedilatildeo e um glossaacuterio Tais ferramentas propotildeem auxiliar a atividade praacutetica do docente e tornar o estudo destes toacutepicos mais motivadores e interessantes aos alunosPalavras-chaves biodiversidade ensino de botacircnica aula praacutetica de campo cerrado

28

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

entanto natildeo se pode prescindir do conhecimento cientiacutefico atualizado Nenhuma estrateacutegia pedagoacutegica eacute suficiente se o conteuacutedo eacute incorreto ou desatualizado Para isso tornou-se importante o conhecimento mais profundo das caracteriacutesticas botacircnicas e ecoloacutegicas do cerrado laacute existente Uma das maneiras de buscar esse conhecimento eacute a partir da caracterizaccedilatildeo de cada taacutexon componente de sua flora Escolheu-se a famiacutelia Vochysiaceae por ser bem representada no cerradatildeo (Faraco 2007) laacute existente e possibilitar dessa forma a exemplificaccedilatildeo de diversos aspectos do ensino de botacircnica durante aula praacutetica de campo atraveacutes dos seus indiviacuteduos e espeacutecies

Segundo Warming amp Ferri (1973) as espeacutecies de Vochysiaceae podem ser classificadas como as mais bonitas e mais representativas de cerrado Neste sentido pode-se destacar as inflorescecircncias amarelas de Vochysia as flores de Qualea com sua uacutenica peacutetala e um uacutenico estame e os troncos tortuosos de Qualea grandiflora Mart Tais aspectos podem ser evidenciados em aula praacutetica de campo como estimuladores e formadores de aspectos esteacuteticos e eacuteticos acerca daquela vegetaccedilatildeo necessaacuterios para o aluno formar valores que o conduzam a avaliar a real necessidade de preservaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo destas espeacutecies Assim para embasar a proposta da utilizaccedilatildeo desta famiacutelia no desenvolvimento do projeto em que estaacute inserido tornou-se importante responder as seguintes questotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas estruturais predominantes nessa famiacutelia Quais relaccedilotildees ecoloacutegicas podem ser observadas e utilizadas como exemplos vivos nas aulas praacuteticas de campo Quais aspectos etnobotacircnicos satildeo conhecidos a respeito das plantas dessa famiacutelia

Deste modo foram descritas as espeacutecies de Vochysiaceae identificadas em um fragmento de cerrado no campus de Bauru da UNESP e organizadas tais informaccedilotildees de modo a oferecer um instrumento didaacutetico atraveacutes de uma chave de identificaccedilatildeo um cataacutelogo das espeacutecies daquela famiacutelia e um glossaacuterio simplificado dos termos utilizados

1 A famiacutelia Vochysiaceae

A famiacutelia Vochysiaceae compreende cerca de 240 espeacutecies e oito gecircneros Satildeo lenhosas geralmente arboacutereas de folhas opostas ou verticiladas simples estiacutepulas agraves vezes glandulares (Qualea) com flores periacuteginas ou epiacuteginas diclamiacutedeas ou monoclamiacutedeas frequentemente zigomorfas isoladas ou em inflorescecircncia do tipo tirso caacutelice geralmente calcarado corola frequentemente com nuacutemero reduzido de peacutetalas e um uacutenico estame feacutertil com frutos capsulares ou samaroacuteides e sementes geralmente aladas (Barbosa 1999 Shimizu 2009) A famiacutelia eacute dividida em duas tribos Vochysieae Dumort e Erismeae Dumort A tribo Vochysieae caracterizada por ovaacuterio suacutepero e trilocular eacute composta por quatro gecircneros Callisthene Mart (11 espeacutecies) Qualea Aubl (cerca de 50 espeacutecies) Ruizterania Marc-Berti (14 espeacutecies) Salvertia ASt-Hil (uma espeacutecie) e Vochysia Aubl (ca 140 espeacutecies) (G Shimizu dados natildeo publicados) Erismeae possui ovaacuterio iacutenfero e unilocular e apresenta trecircs gecircneros Erisma Rudge (16 espeacutecies) Erismadelphus Mildbr (duas espeacutecies) e Korupodendron Litt amp Cheek (uma espeacutecie) Marcano-Berti (1969) elevou Qualea seccedilatildeo Trichanthera ao gecircnero Ruizterania mas estudos macromoleculares (Litt 1996) e anatocircmicos (Sajo amp Rudall 2002) natildeo corroboraram essa separaccedilatildeo Em seu tratamento para a famiacutelia Kawasaki (2006) inclui Ruizterania em Qualea poreacutem sem sinonimizar formalmente as espeacutecies de Ruizterania Assim os gecircneros Ruizterania e Qualea seratildeo considerados separadamente no presente trabalho

Salvo Ruizterania e Korupodendron gecircnero monotiacutepico descrito por Litt amp Cheek (2002) a composiccedilatildeo da famiacutelia acima apresentada eacute a comumente aceita pelos especialistas (Warming 1875 Stafleu 1948 1952 1953 1954)

Introduccedilatildeo

O conhecimento da diversidade vegetal do cerrado paulista eacute obtido a partir de levantamentos floriacutesticos e fitossocioloacutegicos de fragmentos remanescentes da cobertura original desta vegetaccedilatildeo Dessa forma satildeo obtidas listas de espeacutecies divulgadas entre pesquisadores cuja utilizaccedilatildeo fica restrita agrave academia bem como as questotildees relacionadas agrave sua preservaccedilatildeo manejo ou etnobotacircnica Pesquisadores assumem para si o direito e responsabilidade em deter e utilizar tais conhecimentos disponibilizando-os para os oacutergatildeos puacuteblicos quando solicitados Ningueacutem pode negar o valioso laboratoacuterio natural inserido em cada um desses fragmentos que constituem tambeacutem o ambiente das populaccedilotildees humanas que vivem nas proximidades Pessoas que em sua histoacuteria andaram pelo cerrado em busca de lenha caccedilas frutas ou ervas medicinais Aprenderam a reconhecer plantas e animais pelo seu nome popular em uma relaccedilatildeo que natildeo foi apenas utilitarista mas envolveu questotildees emocionais afetivas e esteacuteticas Este eacute o aprendizado informal geralmente motivador e que ocorreu a partir da necessidade de responder alguma pergunta O que se verifica em botacircnica eacute que o ensino formal natildeo considera esta forma de aprendizagem Os livros didaacuteticos satildeo recheados com informaccedilotildees obtidas em manuais estrangeiros e muitas vezes desatualizadas Quando se busca no conteuacutedo de ciecircncias e biologia do ensino fundamental ou meacutedio um exemplo de ecossistemas terrestres satildeo apresentados organismos e biomas exoacuteticos (Cavassan et al 2009) Assim muitos alunos vivem em dois mundos um o mundo da experiecircncia fora da escola outro o mundo dos livros e das liccedilotildees (Dewey 1959) Sabe-se que muitos professores evitam as aulas de botacircnica relegando-as ao final da programaccedilatildeo do ano letivo por medo e inseguranccedila em falar do assunto Uma das maiores reclamaccedilotildees destes docentes eacute a dificuldade em desenvolver atividades praacuteticas que despertem a curiosidade do aluno e mostrem a utilidade daquele conhecimento no seu dia-a-dia Seraacute tatildeo difiacutecil montar aulas praacuteticas em botacircnica

Atividades desenvolvidas no ambiente natural como em uma trilha vatildeo aleacutem de uma simples aula praacutetica Dependendo de como esta eacute organizada pode permitir que o aluno elabore suas proacuteprias interpretaccedilotildees dos conteuacutedos envolvidos e reflita sobre e atraveacutes dos fenocircmenos naturais com a vantagem adicional e diferencial de estar no ambiente a ser estudado

Este estudo estaacute contido no projeto de pesquisa ldquoBiodiversidade no Cerrado uma proposta de trabalho praacutetico de campo no Ensino de Botacircnica e Ecologia nos trecircs niacuteveis de escolaridaderdquo que visa o conhecimento da diversidade vegetal de um fragmento de cerrado em Bauru e a divulgaccedilatildeo desta diversidade aos alunos e professores dos ensinos em niacuteveis fundamental meacutedio e superior Neste projeto busca-se contribuir com os professores dos trecircs niacuteveis de escolaridade do municiacutepio de Bauru e demais cidades da regiatildeo propondo uma atividade de campo na qual os alunos possam ter um contato direto com a biodiversidade do cerrado Assim objetiva-se tambeacutem sensibilizaacute-los quanto agrave preservaccedilatildeo deste bioma aleacutem de contextualizar conceitos botacircnicos e ecoloacutegicos vistos em sala de aula

Inuacutemeros trabalhos foram desenvolvidos dentro deste projeto discutindo a importacircncia do uso de ambientes naturais para aulas de botacircnica e ecologia (Cavassan et al 2006 2009 Pinheiro da Silva et al 2009) Nestes verificou-se a demonstraccedilatildeo de atitudes motivadas para o aprendizado de botacircnica (Seniciato amp Cavassan 2008a) a formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo (Seniciato amp Cavassan 2008b) e a formaccedilatildeo de valores esteacuteticos sobre ambientes naturais (Seniciato et al 2006 Seniciato amp Cavassan 2009) Com estes estudos teve-se como objetivo ultrapassar os limites das aulas de botacircnica onde as praacuteticas educativas restringem-se ao domiacutenio cognitivo muitas vezes revestindo-se de caraacuteter utilitarista e pragmaacutetico No

29

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

As Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacutenio assim como as Rubiaceae Melastomataceae Proteaceae e Symplocaceae e podem ocorrer em solos pobres em minerais e de baixo pH como os do Brasil Central (Haridasan 1982 Jansen et al 2002) Eacute uma famiacutelia muito importante na caracterizaccedilatildeo de fitofisionomias sendo considerada um componente tiacutepico nas comunidades vegetais de cerrado (Goodland 1971 Sarmiento 1983)

A distribuiccedilatildeo da famiacutelia eacute anfi-atlacircntica predominantemente neotropical (seis dos oito gecircneros) sendo apenas Erismadelphus e Korupodendron exclusivos do oeste e centro da Aacutefrica (Keay amp Stafleu 1953 Litt amp Cheek 2002 Senterre amp Obiang 2005) No Brasil o nuacutecleo de distribuiccedilatildeo de suas espeacutecies encontra-se na regiatildeo Guiano-Amazocircnica e no Planalto Central Brasileiro de onde se irradiam para as demais regiotildees (Barroso et al 1984) No paiacutes de acordo com a Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil (Franccedila 2012) ocorrem cerca de 160 espeacutecies distribuiacutedas em seis gecircneros aceitos constituindo uma das principais famiacutelias do cerrado onde se destacam principalmente os gecircneros Qualea Vochysia Callisthene e Salvertia

Estudos sobre a biologia reprodutiva foram realizados para algumas espeacutecies como Erisma uncinatum Warm (Rodriacuteguez amp Sanoja 2004) Qualea cordata Spreng (Aveiro 1997 Fischer amp Gordo 1993) Qualea grandiflora Mart (Barbosa 1983 Oliveira et al 2004 Silberbauer-Gottsberger amp Gottsberger 1975) Qualea multiflora Mart e Qualea parviflora Mart (Barbosa 1983) Salvertia convallariodora ASt-Hil (Oliveira 1996) Vochysia cinnamomea Pohl (Santos et al 1997) Vochysia elliptica Mart Vochysia pumila Pohl Vochysia pyramidalis Mart Vochysia rufa Mart Vochysia thyrsoidea Pohl e Vochysia tucanorum Mart (Oliveira amp Gibbs 1994) Vochysia lucida C Presl (Gimenes 2007) Vochysia ferruginea Mart (Bawa et al 1985 Flores 1993) e Vochysia guatemalensis Donn Sm (Flores 1993)

A maioria das espeacutecies estudadas eacute melitoacutefila sendo Callisthene polinizada principalmente por abelhas pequenas e Qualea e Vochysia por abelhas grandes tendo como polinizadores secundaacuterios e oportunistas esfingiacutedeos e beija-flores (Gottsberger amp Silberbauer-Gottsberger 2006 Oliveira 1998) Jaacute em Qualea grandiflora e Salvertia convallariodora a polinizaccedilatildeo eacute esfingoacutefila (Oliveira 1998) Em Vochysia cinnamomea as flores satildeo visitadas principalmente por abelhas do gecircnero Epicharis e outras Anthophoridae que satildeo os polinizadores principais mas beija-flores e esfingiacutedeos diurnos tambeacutem satildeo observados (Santos et al 1997) Existem na literatura estudos para a famiacutelia Vochysiaceae que apresentam listas e tratamentos taxonocircmicos muitas vezes com chaves dicotocircmicas para a identificaccedilatildeo de gecircneros e espeacutecies nativas (Barbosa 1999 Franccedila 1996 Lisboa 2000 Shimizu 2009 Vianna 2006 Yamamoto 2009) No entanto satildeo inexistentes os que apresentaram tais resultados de maneira didaacutetica para um puacuteblico natildeo acadecircmico de modo a possibilitar o entendimento e o contato com os termos utilizados na nomenclatura botacircnica por alunos do ensino fundamental e meacutedio

2 Consideraccedilotildees a respeito da ocorrecircncia de espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae nos estudos de composiccedilatildeo e estrutura de comunidades vegetais de matas e cerrados em Bauru

21 Nos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual

Cavassan (1982) e Cavassan et al (1984) apresentaram os resultados do levantamento fitossocioloacutegico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru e incluiacuteram naquele levantamento a espeacutecie Qualea jundiahy Warm Tal espeacutecie tambeacutem foi a uacutenica pertencente agrave famiacutelia Vochysiaceae amostrada por Toniato (2001) ao

medir as variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea da mesma aacuterea em questatildeo

Pinheiro (2000) realizou um levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da Floresta Estacional Semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru (JBMB) (SP) Naquele estudo amostrou as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum A famiacutelia possuiu grande nuacutemero de indiviacuteduos no interior das parcelas sendo uma das famiacutelias mais importantes da mata do JBMB e com maior riqueza de espeacutecies Vochysia tucanorum apresentou uma alta dominacircncia relativa (493) e um grande valor de importacircncia (VI) (692) em comparaccedilatildeo com as outras espeacutecies amostradas naquele estudo A ocorrecircncia de um nuacutemero maior de espeacutecies de Vochysiaceae nessa formaccedilatildeo pode estar relacionada com a localizaccedilatildeo do fragmento estudado uma aacuterea de transiccedilatildeo com o cerrado

22 Em aacutereas de cerrado

Os trabalhos realizados em fragmentos de cerrado amostraram as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Callisthene fasciculata Qualea cordata Qualea densiflora Warm Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Qualea sp Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Cavassan 1990 Faraco 2007 Rissi 2011) De acordo com Cavassan (1990) a famiacutelia Vochysiaceae foi a quarta famiacutelia com o maior nuacutemero de espeacutecies (532) a terceira em relaccedilatildeo ao valor de importacircncia (VI) (2371) a segunda em dominacircncia (76512 m2ha) e a seacutetima em densidade absoluta Vochysia tucanorum foi a oitava espeacutecie mais numerosa (299 indiviacuteduos) seacutetima em frequecircncia absoluta segunda em dominacircncia absoluta (51956 m2ha) e quinta em VI (2029) Qualea grandiflora foi a deacutecima espeacutecie neste mesmo iacutendice (864) Segundo Faraco (2007) Vochysia tucanorum foi a espeacutecie com maior valor de importacircncia (VI) (1059) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (1939)

Rissi (2011) apontou Vochysiaceae como a segunda famiacutelia com o maior valor de importacircncia (VI) em um fragmento de cerradatildeo A dominacircncia relativa foi o paracircmetro com maior contribuiccedilatildeo para a constituiccedilatildeo daquele iacutendice Como exemplo pode-se citar a espeacutecie Vochysia tucanorum que parece exercer um papel importante na composiccedilatildeo estrutural da vegetaccedilatildeo sendo a espeacutecie com maior VI (1506) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (3735) sendo responsaacutevel por 8288 deste iacutendice

Material e Meacutetodos

1 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo A Reserva Legal do Campus da UNESP

O presente trabalho foi realizado em uma trilha localizada em fragmento da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP Esta Reserva fica compreendida entre as coordenadas 22deg 20rsquo S e 49deg 01rsquo W e 22deg 21rsquo S e 49deg 00rsquo W com altitude aproximada de 580 m (Cavassan et al 2006) e eacute revestida em toda sua extensatildeo por vegetaccedilatildeo nativa classificada como cerradatildeo Existem tambeacutem na reserva em dois vales encravadas no cerrado dois fragmentos de mata estacional semidecidual ribeirinha com encharcamento permanente (mata de brejo segundo Rodrigues amp Leitatildeo-Filho 2000) onde ocorrem as nascentes do coacuterrego Vargem Limpa afluente da margem direita do rio Bauru que por sua vez eacute tributaacuterio do rio Tietecirc (Cavassan et al 2006) A classificaccedilatildeo climaacutetica para Bauru eacute clima uacutemido e mesoteacutermico com moderada eficiecircncia da umidade no veratildeo e marcha anual da temperatura concentrada em cerca de seis meses no ano (outubro-marccedilo) cuja foacutermula climaacutetica de Thornwaite eacute representada por BBrsquosb (Figueiredo amp Paz 2010) (Figura 1) A trilha

30

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

utilizada para este estudo estaacute localizada proacutexima aos pontos 22deg 21rsquo 1915rdquo S e 49deg 1rsquo4862rdquo W e 22deg 2118rsquo 77rdquo S e 49deg 01rsquo4111rdquo W

2 Coleta de dados

Para a conduccedilatildeo do estudo foram descritas cinco plantas de cada uma das seis espeacutecies que ocorreram ao longo da trilha utilizada para as aulas de campo De cada indiviacuteduo foram coletados ramos feacuterteis contendo estruturas vegetativas adequadas agrave descriccedilatildeo que foram posteriormente herborizados e incorporados ao acervo do Herbaacuterio (UNBA) do Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas da Faculdade de Ciecircncias do Campus de Bauru da UNESP A partir das espeacutecies encontradas neste estudo foi elaborada uma chave de identificaccedilatildeo baseada preferencialmente em caracteres vegetativos

Foram feitas fotografias do tronco ramos e folhas de cada espeacutecie destacando-se as porccedilotildees vegetativas de fundamental importacircncia na identificaccedilatildeo de cada espeacutecie coletada aleacutem das estruturas reprodutivas quando presentes

Um cataacutelogo com a descriccedilatildeo morfoloacutegica fotos e informaccedilotildees etnobotacircnicas foi elaborado como forma de sintetizar os dados taxonocircmicos etnobotacircnicos e ecoloacutegicos das espeacutecies e tornaacute-los acessiacuteveis para os alunos visitantes do projeto Um glossaacuterio tambeacutem foi desenvolvido como facilitador para o entendimento dos termos apresentados no cataacutelogo e na chave Os dados ecoloacutegicos relativos agrave polinizaccedilatildeo e agrave dispersatildeo foram obtidos atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e complementados atraveacutes da literatura Para caracterizaccedilatildeo das interaccedilotildees ecoloacutegicas utilizaram-se dados disponiacuteveis na literatura especiacutefica (Bentley amp Elias 1983 Oliveira et al 1987 Begon et al 1996 Madureira amp Sobrinho 2002 Knoechelmann amp Morais 2008) bem como para as informaccedilotildees etnobotacircnicas (Rodrigues amp Carvalho 2001 Vila Verde et al 2003 Gorette-Pasa 2011) e os dados complementados por observaccedilotildees esporaacutedicas de campo

Cabe ressaltar que a intenccedilatildeo do levantamento dos aspectos etnobotacircnicos visa uma complementaccedilatildeo dos dados levantados neste trabalho As informaccedilotildees referentes ao uso na medicina popular foram abordadas durante as atividades praacuteticas de campo apenas atraveacutes da citaccedilatildeo que determinada espeacutecie possui potencial farmacoloacutegico omitindo-se qualquer menccedilatildeo agrave posologia indicaccedilatildeo ou parte da planta utilizada Dessa forma chama-se a atenccedilatildeo da potencialidade de espeacutecies nativas na farmacopeacuteia brasileira mas procura-se natildeo incentivar o uso destas plantas como medicaccedilatildeo sem orientaccedilatildeo meacutedica

O glossaacuterio foi elaborado e adaptado a partir dos conceitos obtidos nas seguintes obras Ferri et al (1969) Souza amp Lorenzi (2008) e Raven et al (2010)

Resultados e Discussatildeo

O ensino convencional de botacircnica apresenta uma aula dita teoacuterica na qual o aluno geralmente ouve e memoriza um conjunto de informaccedilotildees como sendo os conteuacutedos mais importantes mesmo que estes muitas vezes natildeo estejam inseridos em sua realidade Essa passividade dos alunos eacute uma desvantagem das aulas expositivas pois pouca informaccedilatildeo eacute retida devido ao decreacutescimo da atenccedilatildeo no decorrer da aula Por isso existe a necessidade de se encontrarem formas alternativas de trabalho que permitam a manutenccedilatildeo da atenccedilatildeo dos alunos durante todo o periacuteodo de aula Para isso eacute necessaacuterio instigar intelectualmente os alunos atraveacutes de discussotildees e estiacutemulos sensoriais Os conceitos quando apresentados por meio de uma discussatildeo ficam mais inteligiacuteveis e as aulas se tornam mais agradaacuteveis e interessantes aleacutem de desafiarem a imaginaccedilatildeo e vivacidade dos estudantes O uso de exemplos adequados durante a aula eacute importante natildeo soacute para motivar os alunos mas para ajudaacute-los a entender ideacuteias abstratas e aproximar os conteuacutedos da realidade do aluno Os exemplos servem para ilustrar uma ideacuteia ou para verificar se os alunos entenderam um conceito (Krasilchik 1996) Pode-se dizer que uma grande parte dos livros didaacuteticos brasileiros utilizados ateacute hoje se vale da taxonomia para apresentar ao estudante de Ensino Meacutedio uma botacircnica ldquodecorativardquo Os alunos satildeo entregues a uma verdadeira avalanche de nomes e estruturas muitas vezes sem contexto e significado tangiacuteveis (Marcondes amp Lammoglia 1994 Fonseca 1995)

Segundo Santiago dos Santos (2006) a visatildeo estaacutetica da Botacircnica deveria ser substituiacuteda por uma didaacutetica na qual os conceitos baacutesicos possam ser ressaltados no sentido de permitir a interpretaccedilatildeo dos fatos ao inveacutes de apenas memorizaacute-los Deste modo o educando eacute estimulado a exercitar seu espiacuterito de observaccedilatildeo passando a ser um ordenador e sintetizador de informaccedilotildees Joly (1976) recomenda que o professor jamais tente desenvolver o estudo da classificaccedilatildeo das plantas sem recorrer a exemplares vivos isto eacute agrave natureza Em hipoacutetese alguma os ensinamentos teoacutericos indispensaacuteveis devem ser ministrados sem a correspondente aula praacutetica pois para o autor soacute esta pode levar o aluno a fixar as caracteriacutesticas mais importantes de cada grupo De acordo com Seniciato amp Cavassan (2008a) em termos de estrateacutegias de ensino de ciecircncias as aulas praacuteticas satildeo apontadas como mais interessantes e motivadoras quando comparadas agraves tradicionais aulas teoacutericas principalmente por incluiacuterem os fenocircmenos nos contextos de aprendizagem

Piaget (1996) reafirma que o conhecimento eacute baseado sobretudo na experimentaccedilatildeo Dessa forma os processos de assimilaccedilatildeo da realidade seratildeo tanto mais afetivos quanto mais tangiacuteveis e palpaacuteveis forem de fato ou seja as capacidades de abstraccedilatildeo e de conceituaccedilatildeo satildeo facilitadas quando o aprendiz estiver exposto agrave dimensatildeo concreta da realidade (Seniciato amp Cavassan 2008a) A atividade de campo pode assim aguccedilar a percepccedilatildeo o senso esteacutetico e a curiosidade do aluno em relaccedilatildeo aos fenocircmenos apresentados motivando-o para o aprendizado na escola e a buscar mais informaccedilotildees por conta proacutepria (Ikemoto 2007)

Neste sentido as informaccedilotildees levantadas ao longo deste estudo buscaram aproximar o aluno da realidade em que vive fazendo com que este pudesse visualizar refletir e compreender os temas apresentados em sala de aula atraveacutes de exemplos vivos em aula de campo ou visualizados no cataacutelogo de espeacutecies Foram amostradas e descritas as espeacutecies Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Tabela 1) O cataacutelogo de espeacutecies a chave de identificaccedilatildeo

Figura 1 Climatograma da cidade de Bauru - SP ano de 2008Figure 1 Climatogram of Bauru - SP 2008

31

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

e o glossaacuterio com os termos utilizados foram construiacutedos como ferramentas auxiliares para a conduccedilatildeo destes estudos praacuteticos No cataacutelogo as pranchas para cada espeacutecie abordam em sentido anti-horaacuterio fotos do haacutebito caule folhas flores e frutos Nas pranchas 4 e 5 a sequecircncia de fotos inclui fotos de polinizadores

A proposta eacute a de que os professores possam se utilizar da chave e do cataacutelogo de espeacutecies para o ensino de Sistemaacutetica Vegetal botacircnica e ecologia O glossaacuterio visa solucionar duacutevidas sobre o significado dos termos botacircnicos utilizados na chave e no cataacutelogo

Os dados apresentados devem ser trabalhados atraveacutes de uma didaacutetica motivadora fazendo com que atraveacutes da visualizaccedilatildeo investigaccedilatildeo e problematizaccedilatildeo do fenocircmeno apontado o aluno possa construir o seu conceito atraveacutes da elaboraccedilatildeo de hipoacuteteses tornando-se assim um agente construtor do conhecimento Aleacutem disso a formulaccedilatildeo desses conceitos por parte do proacuteprio educando pode servir de ponto de partida para discussotildees interessantes e aprofundadas comparando seus conceitos a outros jaacute existentes

Um exemplo desta abordagem eacute a presenccedila de nectaacuterios extraflorais na base do peciacuteolo das espeacutecies do gecircnero Qualea Esse caraacuteter permite a identificaccedilatildeo deste gecircnero aleacutem de ilustrar um exemplo de interaccedilatildeo ecoloacutegica Em uma aula essa caracteriacutestica poderia ser abordada atraveacutes de algumas perguntas ldquoVocecircs estatildeo visualizando essa glacircndula e essa formiga O que eacute uma glacircndula Que fenocircmeno estamos observando Por que seraacute que essa formiga estaacute nesta glacircndulardquo Atraveacutes de algumas perguntas busca-se direcionar o pensamento e as reflexotildees dos alunos mas deve-se estar atento para natildeo responder agraves questotildees Deve-se deixaacute-los discutir sobre tais questotildees que seratildeo abordadas ao final da atividade Dessa forma os alunos podem formular hipoacuteteses e discuti-las ao inveacutes de receberem todos os conceitos prontos Outras informaccedilotildees obtidas neste estudo podem ser trabalhadas atraveacutes da formulaccedilatildeo de hipoacuteteses como por exemplo ldquoAs espeacutecies de Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacuteniordquo Trabalhando tais informaccedilotildees os alunos podem chegar agrave conclusatildeo de que ldquoOs solos com maior concentraccedilatildeo de alumiacutenio tendem a ser povoados por plantas que tecircm a capacidade de acumular alumiacuteniordquo

Assim as espeacutecies de Vochysiaceae podem servir como exemplos-vivos de diversos fenocircmenos e por possuiacuterem caracteriacutesticas tiacutepicas de espeacutecies de cerrado podem ainda servir como elementos motivadores e com apelo esteacutetico para o aprendizado sobre as caracteriacutesticas desta vegetaccedilatildeo Na paisagem do Cerrado satildeo comumente encontradas aacutervores tortuosas e suberosas caracteriacutesticas estas notoacuterias em espeacutecies de Vochysiaceae

Aos professores que queiram trabalhar o tema ldquointeraccedilotildees ecoloacutegicasrdquo alguns exemplos que ocorrem com espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae estatildeo relacionados no cataacutelogo As fotos contidas no cataacutelogo ilustram tais interaccedilotildees e juntamente com as explicaccedilotildees

permitem que os alunos conheccedilam um pouco mais sobre o ambiente do Cerrado

De acordo com Dewey (1938) ldquoos alunos aprendem fazendordquo Essa educaccedilatildeo se daacute atraveacutes da experiecircncia Se uma experiecircncia for desarticulada desprovida de atenccedilatildeo e reflexatildeo essa atitude iraacute operar modificando a qualidade das experiecircncias subsequentes natildeo permitindo aos alunos retirar delas o que deveriam Uma boa experiecircncia mais que imediatamente agradaacutevel promove o desencadeamento de experiecircncias futuras positivas Nesse sentido o material elaborado busca aproximar o educando dos temas apresentados em sala de aula atraveacutes do entendimento e reflexatildeo sobre os temas abordados e uma boa experiecircncia reflexiva sobre seus conteuacutedos

Uma metodologia diferenciada no ensino de botacircnica segundo Pinheiro da Silva (2008) pode fomentar uma atitude reflexiva por parte do aluno na medida em que oferece a este oportunidades de participaccedilatildeo nas quais vivencie uma variedade de experiecircncias seja solicitado a tomar decisotildees fazer julgamentos e chegar a conclusotildees

Agradecimentos

Agrave FAPESP pela bolsa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica concedida processo 200850615-3

Agrave Profa Dra Kikyo Yamamoto do Departamento de Biologia Vegetal Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas pela confirmaccedilatildeo das espeacutecies descritas neste estudo

Ao taxonomista Doutorando Gustavo Shimizu pela ajuda com a revisatildeo do texto e das informaccedilotildees contidas neste documento

Ao tradutor Rodrigo Guimaratildees e ao Prof Dr Reinaldo Monteiro pela revisatildeo dos textos em inglecircs

Referecircncias BibliograacuteficasAVEIRO SMG 1997 Biologia da reproduccedilatildeo e crescimento inicial de

Qualea cordata Spreng (Vochysiaceae) uma espeacutecie arboacuterea do Cerrado Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000121464ampfd=y

BARBOSA AAA 1983 Aspectos da ecologia reprodutiva de trecircs espeacutecies de Qualea (Vochysiaceae) num cerrado de Brasiacutelia-DF Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia httppesquisabvsaludorgregionalresourcesrep-131156

BARBOSA AR 1999 As espeacutecies do gecircnero Vochysia Aubl (Vochysiaceae) ocorrentes no Estado de Satildeo Paulo Tese de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000199970

BARROSO GM PEIXOTO AL ICHASO CLF GUIMARAtildeES EF amp COSTA CG 1984 Sistemaacutetica de Angiospermas do Brasil UFV Impr Univ Viccedilosa v2

Tabela 1 Espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae amostradas neste estudo nomes cientiacuteficos nomes populares haacutebito e nuacutemero de registro no Herbaacuterio da UNESP de Bauru (UNBA)Table 1 Family Vochysiaceae species sampled in this study scientific names common names habit and registration number in the Herbarium of UNESP of Bauru (UNBA)

Espeacutecie Nome popular Haacutebito Nuacutemero de registro no Herbaacuterio UNBA

Qualea cordata Spreng pau-terra carvatildeozinho dedaleira-preta Arboacutereo 5243 5026 5028 5030 5035Qualea grandiflora Mart pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grande Arboacutereo 4089 4097 5011 5024 5025Qualea multiflora Mart cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisa Arboacutereo 4095 5010 5023 5027 5029Qualea parviflora Mart pau-terra pau-terra-de-folha-miuda Arboacutereo 3870 4088 4090 4091 4093Vochysia tucanorum Mart cinzeiro pau-de-tucano Arboacutereo 4092 4096 4098 5000 5012Vochysia cinnamomea Pohl casca-doce quina-doce pau-doce Arboacutereo 5021 5022 5206 5207 5208

32

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

BAWA KS PERRY DR amp BEACH JH 1985 Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees I Sexual systems and incompatibility mechanisms Am J Bot 72331-345 httpdxdoiorg1023072443526

BEGON M HARPER JL amp TOWNSEND CR 1996 Ecology individuals populations and communities Blackwell Science Victoria

BENTLEY B amp ELIAS TS 1983 The biology of nectaries Columbia University Press New York

CAVASSAN O 1982 Levantamento floriacutestico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru utilizando o meacutetodo de quadrantes Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Rio Claro

CAVASSAN O CESAR O amp MARTINS FR 1984 Fitossociologia da vegetaccedilatildeo arboacuterea da Reserva Estadual de Bauru Estado de Satildeo Paulo Rev Bras Bot 791-106

CAVASSAN O 1990 Floriacutestica e fitossociologia da vegetaccedilatildeo lenhosa de um hectare de cerrado do Parque Ecoloacutegico Municipal de Bauru (SP) Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000036013

CAVASSAN O PINHEIRO DA SILVA PG amp SENICIATO T 2006 O ensino de Ciecircncias a biodiversidade e o Cerrado In Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica e Ensino de Ciecircncias Estudos e Experiecircncias (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p190-219

CAVASSAN O CALDEIRA AMA WEISER VL amp BRANDO FC 2009 Conhecendo botacircnica e ecologia no Cerrado Joarte Graacutefica e Editora Bauru

DEWEY J 1938 Experience and Education The 60th anniversary edition httpbooksgooglecombookshl=pt-BRamplr=ampid=UE2EusaU53ICampoi=fndamppg=PR4ampdq=Deweyampots=EDZZ3nPXLkampsig=spiXEDMvSRJaz59TAHQKuV_0Y8wPPP1M1

DEWEY J 1959 Como pensamos Editora Nacional Satildeo PauloFARACO AG 2007 Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura fitossocioloacutegica de

uma aacuterea de cerrado pertencente ao Campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista ndash UNESP SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu

FERRI MG MENEZES NL amp MONTEIRO-SCANAVACCA WR 1969 Glossaacuterio de termos botacircnicos Editora Edgard Bluumlcher Ltda Satildeo Paulo

FIGUEIREDO JC amp PAZ RS 2010 Nova classificaccedilatildeo climaacutetica e o aspecto climatoloacutegico da cidade de BauruSatildeo Paulo In XVI Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Agrometeorologia

FISCHER EA amp GORDO M 1993 Qualea cordata pollination by the territorial bee Centris tarsata in the ldquoCampos Rupestresrdquo Brazil Cienc Cult 45144-147

FLORES EM 1993 Vochysia guatemalensis y Vochysia ferruginea Aacuterboles Semillas Neotrop 21-52

FONSECA A 1995 Biologia Aacutetica Satildeo PauloFRANCcedilA F 1996 O gecircnero Callisthene Mart amp Zucc (Vochysiaceae) no

estado da Bahia Sitientibus 1541-47FRANCcedilA F 2012 Vochysiaceae In Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil

Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro httpfloradobrasiljbrjgovbr2012FB000250

GIMENES M 2007 Polinizaccedilatildeo de Vochysia lucida C Presl (Vochysiaceae) em uma aacuterea de restinga na Bahia Rev Bras Ento 51(4)465-470 httpdxdoiorg101590S0085-56262007000400010

GOODLAND R 1971 A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of Central Brazil J Ecol 59411-419 httpdxdoiorg1023072258321

GORETTE-PASA M 2011 Abordagem etnobotacircnica na comunidade de Conceiccedilatildeo-Accedilu Mato Grosso Brazil Polibotacircnica 31169-197

GOTTSBERGER G amp SILBERBAUER-GOTTSBERGER I 2006 Life in the Cerrado a South American tropical seasonal vegetation Pollination and seed dispersion Reta Verlag Ulm

HARIDASAN M 1982 Aluminium accumulation by some cerrado native species of central Brazil Plant Soil 65(2)265-273 httpdxdoiorg101007BF02374657

IKEMOTO E 2007 Espeacutecies arboacutereas arbustivas e herbaacuteceas do Parque Taquaral (Campinas SP) ndash subsiacutedios para a atividade natildeo formal de botacircnica Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000412927ampfd=y

JANSEN S BROADLEY MR ROBBRECHT E amp SMETS E 2002 Aluminium hyperaccumulation in angiosperm a review of its phylogenetic significance The Bot Rev 68(2)235-269 httpdxdoiorg1016630006-8101(2002)068[0235AHIAAR]20CO2

JOLY AB 1976 Botacircnica introduccedilatildeo agrave taxonomia vegetal Nacional Satildeo Paulo

KAWASAKI ML 2006 Vochysiaceae In The families and genera of vascular plants (K Kubitzki ed) Springer Berlin p480-487

KEAY RWJ amp STAFLEU FA 1953 Erismadelphus Acta Bot Neerl 1594-599

KNOECHELMANN CM amp MORAIS HC 2008 Visitas de formigas (Hymenoptera Formicidae) a nectaacuterios extra-florais de Stryphnodendron adstringens (Mart) Cov (Fabaceae Mimosoideae) em uma aacuterea de cerrado frequentemente queimado Rev Bras Zooc 10(1)35-40

KRASILCHIK M 1996 Praacutetica de Ensino de Biologia Harbra Satildeo PauloLISBOA MLG 2000 Estudos taxonocircmicos sobre o gecircnero Qualea

Aubl subgecircnero Amphilochia (Mart) Stafl (Vochysiaceae A St-Hil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000205968ampopt=1

LITT A 1996 Phylogeny of the Vochysiaceae implications of molecular data for floral evolution Am J Bot 83(abstracts)175

LITT A amp CHEEK M 2002 Korupodendron songweanum a new genus and species of Vochysiaceae from West-Central Africa Brittonia 5413-17 httpdxdoiorg1016630007-196X(2002)054[0013KSANGA]20CO2

MADUREIRA M amp SOBRINHO TG 2002 Evidecircncia de mutualismo entre Qualea cordata (Vochysiaceae) e Cephalotes sp (Hymenoptera Formicidade) Acad Insecta 2(1)1-4

MARCANO-BERTI L 1969 Un nuevo genero de las Vochysiaceae Pittieria 23-28

MARCONDES AC amp LAMMOGLIA DA 1994 Biologia ndash ciecircncia da vida Atual Satildeo Paulo

OLIVEIRA PS SILVA AF amp MARTINS AB 1987 Ant foraging on extrafloral nectaries of Qualea grandiflora (Vochysiaceae) in cerrado vegetation ants as potencial antiherbivore agents Oecologia 74228-230 httpdxdoiorg101007BF00379363

OLIVEIRA PE 1996 Biologia floral de Salvertia convallariodora (Vochysiaceae) uma espeacutecie de cerrado polinizada por mariposas Rev Bras Bot 19(1)49-53

OLIVEIRA PE 1998 Reproductive biology evolution and taxonomy of Vochysiaceae in central Brazil In Reproductive Biology (SJ Owens amp PJ Rudall eds) Kew Royal Botanic Gardens London p381-393

OLIVEIRA PE amp GIBBS PE 1994 Pollination and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) J Trop Ecol 10509-522 httpdxdoiorg101017S026646740000818X

OLIVEIRA PE GIBBS PE amp BARBOSA AA 2004 Moth pollination of woody species in the Cerrados of Central Brazil a case of so much owed to so few Plant Syst Evol 24541-54 httpdxdoiorg101007s00606-003-0120-0

PIAGET J 1996 Biologia e conhecimento ndash ensaio sobre as relaccedilotildees entre as regulaccedilotildees orgacircnicas e os processos cognoscitivos Vozes Petroacutepolis

PINHEIRO DA SILVA PG 2008 O Ensino da Botacircnica no Niacutevel Fundamental um enfoque nos procedimentos metodoloacutegicos Tese de Doutorado Universidade Estadual Paulista Bauru httpwww2fcunespbrBibliotecaVirtualArquivosPDFTES_DOUTTES_DOUT20080328_SILVA20PATRICIA20GOMES20PINHEIRO20DApdf

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 4: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

28

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

entanto natildeo se pode prescindir do conhecimento cientiacutefico atualizado Nenhuma estrateacutegia pedagoacutegica eacute suficiente se o conteuacutedo eacute incorreto ou desatualizado Para isso tornou-se importante o conhecimento mais profundo das caracteriacutesticas botacircnicas e ecoloacutegicas do cerrado laacute existente Uma das maneiras de buscar esse conhecimento eacute a partir da caracterizaccedilatildeo de cada taacutexon componente de sua flora Escolheu-se a famiacutelia Vochysiaceae por ser bem representada no cerradatildeo (Faraco 2007) laacute existente e possibilitar dessa forma a exemplificaccedilatildeo de diversos aspectos do ensino de botacircnica durante aula praacutetica de campo atraveacutes dos seus indiviacuteduos e espeacutecies

Segundo Warming amp Ferri (1973) as espeacutecies de Vochysiaceae podem ser classificadas como as mais bonitas e mais representativas de cerrado Neste sentido pode-se destacar as inflorescecircncias amarelas de Vochysia as flores de Qualea com sua uacutenica peacutetala e um uacutenico estame e os troncos tortuosos de Qualea grandiflora Mart Tais aspectos podem ser evidenciados em aula praacutetica de campo como estimuladores e formadores de aspectos esteacuteticos e eacuteticos acerca daquela vegetaccedilatildeo necessaacuterios para o aluno formar valores que o conduzam a avaliar a real necessidade de preservaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo destas espeacutecies Assim para embasar a proposta da utilizaccedilatildeo desta famiacutelia no desenvolvimento do projeto em que estaacute inserido tornou-se importante responder as seguintes questotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas estruturais predominantes nessa famiacutelia Quais relaccedilotildees ecoloacutegicas podem ser observadas e utilizadas como exemplos vivos nas aulas praacuteticas de campo Quais aspectos etnobotacircnicos satildeo conhecidos a respeito das plantas dessa famiacutelia

Deste modo foram descritas as espeacutecies de Vochysiaceae identificadas em um fragmento de cerrado no campus de Bauru da UNESP e organizadas tais informaccedilotildees de modo a oferecer um instrumento didaacutetico atraveacutes de uma chave de identificaccedilatildeo um cataacutelogo das espeacutecies daquela famiacutelia e um glossaacuterio simplificado dos termos utilizados

1 A famiacutelia Vochysiaceae

A famiacutelia Vochysiaceae compreende cerca de 240 espeacutecies e oito gecircneros Satildeo lenhosas geralmente arboacutereas de folhas opostas ou verticiladas simples estiacutepulas agraves vezes glandulares (Qualea) com flores periacuteginas ou epiacuteginas diclamiacutedeas ou monoclamiacutedeas frequentemente zigomorfas isoladas ou em inflorescecircncia do tipo tirso caacutelice geralmente calcarado corola frequentemente com nuacutemero reduzido de peacutetalas e um uacutenico estame feacutertil com frutos capsulares ou samaroacuteides e sementes geralmente aladas (Barbosa 1999 Shimizu 2009) A famiacutelia eacute dividida em duas tribos Vochysieae Dumort e Erismeae Dumort A tribo Vochysieae caracterizada por ovaacuterio suacutepero e trilocular eacute composta por quatro gecircneros Callisthene Mart (11 espeacutecies) Qualea Aubl (cerca de 50 espeacutecies) Ruizterania Marc-Berti (14 espeacutecies) Salvertia ASt-Hil (uma espeacutecie) e Vochysia Aubl (ca 140 espeacutecies) (G Shimizu dados natildeo publicados) Erismeae possui ovaacuterio iacutenfero e unilocular e apresenta trecircs gecircneros Erisma Rudge (16 espeacutecies) Erismadelphus Mildbr (duas espeacutecies) e Korupodendron Litt amp Cheek (uma espeacutecie) Marcano-Berti (1969) elevou Qualea seccedilatildeo Trichanthera ao gecircnero Ruizterania mas estudos macromoleculares (Litt 1996) e anatocircmicos (Sajo amp Rudall 2002) natildeo corroboraram essa separaccedilatildeo Em seu tratamento para a famiacutelia Kawasaki (2006) inclui Ruizterania em Qualea poreacutem sem sinonimizar formalmente as espeacutecies de Ruizterania Assim os gecircneros Ruizterania e Qualea seratildeo considerados separadamente no presente trabalho

Salvo Ruizterania e Korupodendron gecircnero monotiacutepico descrito por Litt amp Cheek (2002) a composiccedilatildeo da famiacutelia acima apresentada eacute a comumente aceita pelos especialistas (Warming 1875 Stafleu 1948 1952 1953 1954)

Introduccedilatildeo

O conhecimento da diversidade vegetal do cerrado paulista eacute obtido a partir de levantamentos floriacutesticos e fitossocioloacutegicos de fragmentos remanescentes da cobertura original desta vegetaccedilatildeo Dessa forma satildeo obtidas listas de espeacutecies divulgadas entre pesquisadores cuja utilizaccedilatildeo fica restrita agrave academia bem como as questotildees relacionadas agrave sua preservaccedilatildeo manejo ou etnobotacircnica Pesquisadores assumem para si o direito e responsabilidade em deter e utilizar tais conhecimentos disponibilizando-os para os oacutergatildeos puacuteblicos quando solicitados Ningueacutem pode negar o valioso laboratoacuterio natural inserido em cada um desses fragmentos que constituem tambeacutem o ambiente das populaccedilotildees humanas que vivem nas proximidades Pessoas que em sua histoacuteria andaram pelo cerrado em busca de lenha caccedilas frutas ou ervas medicinais Aprenderam a reconhecer plantas e animais pelo seu nome popular em uma relaccedilatildeo que natildeo foi apenas utilitarista mas envolveu questotildees emocionais afetivas e esteacuteticas Este eacute o aprendizado informal geralmente motivador e que ocorreu a partir da necessidade de responder alguma pergunta O que se verifica em botacircnica eacute que o ensino formal natildeo considera esta forma de aprendizagem Os livros didaacuteticos satildeo recheados com informaccedilotildees obtidas em manuais estrangeiros e muitas vezes desatualizadas Quando se busca no conteuacutedo de ciecircncias e biologia do ensino fundamental ou meacutedio um exemplo de ecossistemas terrestres satildeo apresentados organismos e biomas exoacuteticos (Cavassan et al 2009) Assim muitos alunos vivem em dois mundos um o mundo da experiecircncia fora da escola outro o mundo dos livros e das liccedilotildees (Dewey 1959) Sabe-se que muitos professores evitam as aulas de botacircnica relegando-as ao final da programaccedilatildeo do ano letivo por medo e inseguranccedila em falar do assunto Uma das maiores reclamaccedilotildees destes docentes eacute a dificuldade em desenvolver atividades praacuteticas que despertem a curiosidade do aluno e mostrem a utilidade daquele conhecimento no seu dia-a-dia Seraacute tatildeo difiacutecil montar aulas praacuteticas em botacircnica

Atividades desenvolvidas no ambiente natural como em uma trilha vatildeo aleacutem de uma simples aula praacutetica Dependendo de como esta eacute organizada pode permitir que o aluno elabore suas proacuteprias interpretaccedilotildees dos conteuacutedos envolvidos e reflita sobre e atraveacutes dos fenocircmenos naturais com a vantagem adicional e diferencial de estar no ambiente a ser estudado

Este estudo estaacute contido no projeto de pesquisa ldquoBiodiversidade no Cerrado uma proposta de trabalho praacutetico de campo no Ensino de Botacircnica e Ecologia nos trecircs niacuteveis de escolaridaderdquo que visa o conhecimento da diversidade vegetal de um fragmento de cerrado em Bauru e a divulgaccedilatildeo desta diversidade aos alunos e professores dos ensinos em niacuteveis fundamental meacutedio e superior Neste projeto busca-se contribuir com os professores dos trecircs niacuteveis de escolaridade do municiacutepio de Bauru e demais cidades da regiatildeo propondo uma atividade de campo na qual os alunos possam ter um contato direto com a biodiversidade do cerrado Assim objetiva-se tambeacutem sensibilizaacute-los quanto agrave preservaccedilatildeo deste bioma aleacutem de contextualizar conceitos botacircnicos e ecoloacutegicos vistos em sala de aula

Inuacutemeros trabalhos foram desenvolvidos dentro deste projeto discutindo a importacircncia do uso de ambientes naturais para aulas de botacircnica e ecologia (Cavassan et al 2006 2009 Pinheiro da Silva et al 2009) Nestes verificou-se a demonstraccedilatildeo de atitudes motivadas para o aprendizado de botacircnica (Seniciato amp Cavassan 2008a) a formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo (Seniciato amp Cavassan 2008b) e a formaccedilatildeo de valores esteacuteticos sobre ambientes naturais (Seniciato et al 2006 Seniciato amp Cavassan 2009) Com estes estudos teve-se como objetivo ultrapassar os limites das aulas de botacircnica onde as praacuteticas educativas restringem-se ao domiacutenio cognitivo muitas vezes revestindo-se de caraacuteter utilitarista e pragmaacutetico No

29

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

As Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacutenio assim como as Rubiaceae Melastomataceae Proteaceae e Symplocaceae e podem ocorrer em solos pobres em minerais e de baixo pH como os do Brasil Central (Haridasan 1982 Jansen et al 2002) Eacute uma famiacutelia muito importante na caracterizaccedilatildeo de fitofisionomias sendo considerada um componente tiacutepico nas comunidades vegetais de cerrado (Goodland 1971 Sarmiento 1983)

A distribuiccedilatildeo da famiacutelia eacute anfi-atlacircntica predominantemente neotropical (seis dos oito gecircneros) sendo apenas Erismadelphus e Korupodendron exclusivos do oeste e centro da Aacutefrica (Keay amp Stafleu 1953 Litt amp Cheek 2002 Senterre amp Obiang 2005) No Brasil o nuacutecleo de distribuiccedilatildeo de suas espeacutecies encontra-se na regiatildeo Guiano-Amazocircnica e no Planalto Central Brasileiro de onde se irradiam para as demais regiotildees (Barroso et al 1984) No paiacutes de acordo com a Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil (Franccedila 2012) ocorrem cerca de 160 espeacutecies distribuiacutedas em seis gecircneros aceitos constituindo uma das principais famiacutelias do cerrado onde se destacam principalmente os gecircneros Qualea Vochysia Callisthene e Salvertia

Estudos sobre a biologia reprodutiva foram realizados para algumas espeacutecies como Erisma uncinatum Warm (Rodriacuteguez amp Sanoja 2004) Qualea cordata Spreng (Aveiro 1997 Fischer amp Gordo 1993) Qualea grandiflora Mart (Barbosa 1983 Oliveira et al 2004 Silberbauer-Gottsberger amp Gottsberger 1975) Qualea multiflora Mart e Qualea parviflora Mart (Barbosa 1983) Salvertia convallariodora ASt-Hil (Oliveira 1996) Vochysia cinnamomea Pohl (Santos et al 1997) Vochysia elliptica Mart Vochysia pumila Pohl Vochysia pyramidalis Mart Vochysia rufa Mart Vochysia thyrsoidea Pohl e Vochysia tucanorum Mart (Oliveira amp Gibbs 1994) Vochysia lucida C Presl (Gimenes 2007) Vochysia ferruginea Mart (Bawa et al 1985 Flores 1993) e Vochysia guatemalensis Donn Sm (Flores 1993)

A maioria das espeacutecies estudadas eacute melitoacutefila sendo Callisthene polinizada principalmente por abelhas pequenas e Qualea e Vochysia por abelhas grandes tendo como polinizadores secundaacuterios e oportunistas esfingiacutedeos e beija-flores (Gottsberger amp Silberbauer-Gottsberger 2006 Oliveira 1998) Jaacute em Qualea grandiflora e Salvertia convallariodora a polinizaccedilatildeo eacute esfingoacutefila (Oliveira 1998) Em Vochysia cinnamomea as flores satildeo visitadas principalmente por abelhas do gecircnero Epicharis e outras Anthophoridae que satildeo os polinizadores principais mas beija-flores e esfingiacutedeos diurnos tambeacutem satildeo observados (Santos et al 1997) Existem na literatura estudos para a famiacutelia Vochysiaceae que apresentam listas e tratamentos taxonocircmicos muitas vezes com chaves dicotocircmicas para a identificaccedilatildeo de gecircneros e espeacutecies nativas (Barbosa 1999 Franccedila 1996 Lisboa 2000 Shimizu 2009 Vianna 2006 Yamamoto 2009) No entanto satildeo inexistentes os que apresentaram tais resultados de maneira didaacutetica para um puacuteblico natildeo acadecircmico de modo a possibilitar o entendimento e o contato com os termos utilizados na nomenclatura botacircnica por alunos do ensino fundamental e meacutedio

2 Consideraccedilotildees a respeito da ocorrecircncia de espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae nos estudos de composiccedilatildeo e estrutura de comunidades vegetais de matas e cerrados em Bauru

21 Nos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual

Cavassan (1982) e Cavassan et al (1984) apresentaram os resultados do levantamento fitossocioloacutegico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru e incluiacuteram naquele levantamento a espeacutecie Qualea jundiahy Warm Tal espeacutecie tambeacutem foi a uacutenica pertencente agrave famiacutelia Vochysiaceae amostrada por Toniato (2001) ao

medir as variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea da mesma aacuterea em questatildeo

Pinheiro (2000) realizou um levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da Floresta Estacional Semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru (JBMB) (SP) Naquele estudo amostrou as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum A famiacutelia possuiu grande nuacutemero de indiviacuteduos no interior das parcelas sendo uma das famiacutelias mais importantes da mata do JBMB e com maior riqueza de espeacutecies Vochysia tucanorum apresentou uma alta dominacircncia relativa (493) e um grande valor de importacircncia (VI) (692) em comparaccedilatildeo com as outras espeacutecies amostradas naquele estudo A ocorrecircncia de um nuacutemero maior de espeacutecies de Vochysiaceae nessa formaccedilatildeo pode estar relacionada com a localizaccedilatildeo do fragmento estudado uma aacuterea de transiccedilatildeo com o cerrado

22 Em aacutereas de cerrado

Os trabalhos realizados em fragmentos de cerrado amostraram as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Callisthene fasciculata Qualea cordata Qualea densiflora Warm Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Qualea sp Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Cavassan 1990 Faraco 2007 Rissi 2011) De acordo com Cavassan (1990) a famiacutelia Vochysiaceae foi a quarta famiacutelia com o maior nuacutemero de espeacutecies (532) a terceira em relaccedilatildeo ao valor de importacircncia (VI) (2371) a segunda em dominacircncia (76512 m2ha) e a seacutetima em densidade absoluta Vochysia tucanorum foi a oitava espeacutecie mais numerosa (299 indiviacuteduos) seacutetima em frequecircncia absoluta segunda em dominacircncia absoluta (51956 m2ha) e quinta em VI (2029) Qualea grandiflora foi a deacutecima espeacutecie neste mesmo iacutendice (864) Segundo Faraco (2007) Vochysia tucanorum foi a espeacutecie com maior valor de importacircncia (VI) (1059) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (1939)

Rissi (2011) apontou Vochysiaceae como a segunda famiacutelia com o maior valor de importacircncia (VI) em um fragmento de cerradatildeo A dominacircncia relativa foi o paracircmetro com maior contribuiccedilatildeo para a constituiccedilatildeo daquele iacutendice Como exemplo pode-se citar a espeacutecie Vochysia tucanorum que parece exercer um papel importante na composiccedilatildeo estrutural da vegetaccedilatildeo sendo a espeacutecie com maior VI (1506) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (3735) sendo responsaacutevel por 8288 deste iacutendice

Material e Meacutetodos

1 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo A Reserva Legal do Campus da UNESP

O presente trabalho foi realizado em uma trilha localizada em fragmento da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP Esta Reserva fica compreendida entre as coordenadas 22deg 20rsquo S e 49deg 01rsquo W e 22deg 21rsquo S e 49deg 00rsquo W com altitude aproximada de 580 m (Cavassan et al 2006) e eacute revestida em toda sua extensatildeo por vegetaccedilatildeo nativa classificada como cerradatildeo Existem tambeacutem na reserva em dois vales encravadas no cerrado dois fragmentos de mata estacional semidecidual ribeirinha com encharcamento permanente (mata de brejo segundo Rodrigues amp Leitatildeo-Filho 2000) onde ocorrem as nascentes do coacuterrego Vargem Limpa afluente da margem direita do rio Bauru que por sua vez eacute tributaacuterio do rio Tietecirc (Cavassan et al 2006) A classificaccedilatildeo climaacutetica para Bauru eacute clima uacutemido e mesoteacutermico com moderada eficiecircncia da umidade no veratildeo e marcha anual da temperatura concentrada em cerca de seis meses no ano (outubro-marccedilo) cuja foacutermula climaacutetica de Thornwaite eacute representada por BBrsquosb (Figueiredo amp Paz 2010) (Figura 1) A trilha

30

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

utilizada para este estudo estaacute localizada proacutexima aos pontos 22deg 21rsquo 1915rdquo S e 49deg 1rsquo4862rdquo W e 22deg 2118rsquo 77rdquo S e 49deg 01rsquo4111rdquo W

2 Coleta de dados

Para a conduccedilatildeo do estudo foram descritas cinco plantas de cada uma das seis espeacutecies que ocorreram ao longo da trilha utilizada para as aulas de campo De cada indiviacuteduo foram coletados ramos feacuterteis contendo estruturas vegetativas adequadas agrave descriccedilatildeo que foram posteriormente herborizados e incorporados ao acervo do Herbaacuterio (UNBA) do Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas da Faculdade de Ciecircncias do Campus de Bauru da UNESP A partir das espeacutecies encontradas neste estudo foi elaborada uma chave de identificaccedilatildeo baseada preferencialmente em caracteres vegetativos

Foram feitas fotografias do tronco ramos e folhas de cada espeacutecie destacando-se as porccedilotildees vegetativas de fundamental importacircncia na identificaccedilatildeo de cada espeacutecie coletada aleacutem das estruturas reprodutivas quando presentes

Um cataacutelogo com a descriccedilatildeo morfoloacutegica fotos e informaccedilotildees etnobotacircnicas foi elaborado como forma de sintetizar os dados taxonocircmicos etnobotacircnicos e ecoloacutegicos das espeacutecies e tornaacute-los acessiacuteveis para os alunos visitantes do projeto Um glossaacuterio tambeacutem foi desenvolvido como facilitador para o entendimento dos termos apresentados no cataacutelogo e na chave Os dados ecoloacutegicos relativos agrave polinizaccedilatildeo e agrave dispersatildeo foram obtidos atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e complementados atraveacutes da literatura Para caracterizaccedilatildeo das interaccedilotildees ecoloacutegicas utilizaram-se dados disponiacuteveis na literatura especiacutefica (Bentley amp Elias 1983 Oliveira et al 1987 Begon et al 1996 Madureira amp Sobrinho 2002 Knoechelmann amp Morais 2008) bem como para as informaccedilotildees etnobotacircnicas (Rodrigues amp Carvalho 2001 Vila Verde et al 2003 Gorette-Pasa 2011) e os dados complementados por observaccedilotildees esporaacutedicas de campo

Cabe ressaltar que a intenccedilatildeo do levantamento dos aspectos etnobotacircnicos visa uma complementaccedilatildeo dos dados levantados neste trabalho As informaccedilotildees referentes ao uso na medicina popular foram abordadas durante as atividades praacuteticas de campo apenas atraveacutes da citaccedilatildeo que determinada espeacutecie possui potencial farmacoloacutegico omitindo-se qualquer menccedilatildeo agrave posologia indicaccedilatildeo ou parte da planta utilizada Dessa forma chama-se a atenccedilatildeo da potencialidade de espeacutecies nativas na farmacopeacuteia brasileira mas procura-se natildeo incentivar o uso destas plantas como medicaccedilatildeo sem orientaccedilatildeo meacutedica

O glossaacuterio foi elaborado e adaptado a partir dos conceitos obtidos nas seguintes obras Ferri et al (1969) Souza amp Lorenzi (2008) e Raven et al (2010)

Resultados e Discussatildeo

O ensino convencional de botacircnica apresenta uma aula dita teoacuterica na qual o aluno geralmente ouve e memoriza um conjunto de informaccedilotildees como sendo os conteuacutedos mais importantes mesmo que estes muitas vezes natildeo estejam inseridos em sua realidade Essa passividade dos alunos eacute uma desvantagem das aulas expositivas pois pouca informaccedilatildeo eacute retida devido ao decreacutescimo da atenccedilatildeo no decorrer da aula Por isso existe a necessidade de se encontrarem formas alternativas de trabalho que permitam a manutenccedilatildeo da atenccedilatildeo dos alunos durante todo o periacuteodo de aula Para isso eacute necessaacuterio instigar intelectualmente os alunos atraveacutes de discussotildees e estiacutemulos sensoriais Os conceitos quando apresentados por meio de uma discussatildeo ficam mais inteligiacuteveis e as aulas se tornam mais agradaacuteveis e interessantes aleacutem de desafiarem a imaginaccedilatildeo e vivacidade dos estudantes O uso de exemplos adequados durante a aula eacute importante natildeo soacute para motivar os alunos mas para ajudaacute-los a entender ideacuteias abstratas e aproximar os conteuacutedos da realidade do aluno Os exemplos servem para ilustrar uma ideacuteia ou para verificar se os alunos entenderam um conceito (Krasilchik 1996) Pode-se dizer que uma grande parte dos livros didaacuteticos brasileiros utilizados ateacute hoje se vale da taxonomia para apresentar ao estudante de Ensino Meacutedio uma botacircnica ldquodecorativardquo Os alunos satildeo entregues a uma verdadeira avalanche de nomes e estruturas muitas vezes sem contexto e significado tangiacuteveis (Marcondes amp Lammoglia 1994 Fonseca 1995)

Segundo Santiago dos Santos (2006) a visatildeo estaacutetica da Botacircnica deveria ser substituiacuteda por uma didaacutetica na qual os conceitos baacutesicos possam ser ressaltados no sentido de permitir a interpretaccedilatildeo dos fatos ao inveacutes de apenas memorizaacute-los Deste modo o educando eacute estimulado a exercitar seu espiacuterito de observaccedilatildeo passando a ser um ordenador e sintetizador de informaccedilotildees Joly (1976) recomenda que o professor jamais tente desenvolver o estudo da classificaccedilatildeo das plantas sem recorrer a exemplares vivos isto eacute agrave natureza Em hipoacutetese alguma os ensinamentos teoacutericos indispensaacuteveis devem ser ministrados sem a correspondente aula praacutetica pois para o autor soacute esta pode levar o aluno a fixar as caracteriacutesticas mais importantes de cada grupo De acordo com Seniciato amp Cavassan (2008a) em termos de estrateacutegias de ensino de ciecircncias as aulas praacuteticas satildeo apontadas como mais interessantes e motivadoras quando comparadas agraves tradicionais aulas teoacutericas principalmente por incluiacuterem os fenocircmenos nos contextos de aprendizagem

Piaget (1996) reafirma que o conhecimento eacute baseado sobretudo na experimentaccedilatildeo Dessa forma os processos de assimilaccedilatildeo da realidade seratildeo tanto mais afetivos quanto mais tangiacuteveis e palpaacuteveis forem de fato ou seja as capacidades de abstraccedilatildeo e de conceituaccedilatildeo satildeo facilitadas quando o aprendiz estiver exposto agrave dimensatildeo concreta da realidade (Seniciato amp Cavassan 2008a) A atividade de campo pode assim aguccedilar a percepccedilatildeo o senso esteacutetico e a curiosidade do aluno em relaccedilatildeo aos fenocircmenos apresentados motivando-o para o aprendizado na escola e a buscar mais informaccedilotildees por conta proacutepria (Ikemoto 2007)

Neste sentido as informaccedilotildees levantadas ao longo deste estudo buscaram aproximar o aluno da realidade em que vive fazendo com que este pudesse visualizar refletir e compreender os temas apresentados em sala de aula atraveacutes de exemplos vivos em aula de campo ou visualizados no cataacutelogo de espeacutecies Foram amostradas e descritas as espeacutecies Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Tabela 1) O cataacutelogo de espeacutecies a chave de identificaccedilatildeo

Figura 1 Climatograma da cidade de Bauru - SP ano de 2008Figure 1 Climatogram of Bauru - SP 2008

31

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

e o glossaacuterio com os termos utilizados foram construiacutedos como ferramentas auxiliares para a conduccedilatildeo destes estudos praacuteticos No cataacutelogo as pranchas para cada espeacutecie abordam em sentido anti-horaacuterio fotos do haacutebito caule folhas flores e frutos Nas pranchas 4 e 5 a sequecircncia de fotos inclui fotos de polinizadores

A proposta eacute a de que os professores possam se utilizar da chave e do cataacutelogo de espeacutecies para o ensino de Sistemaacutetica Vegetal botacircnica e ecologia O glossaacuterio visa solucionar duacutevidas sobre o significado dos termos botacircnicos utilizados na chave e no cataacutelogo

Os dados apresentados devem ser trabalhados atraveacutes de uma didaacutetica motivadora fazendo com que atraveacutes da visualizaccedilatildeo investigaccedilatildeo e problematizaccedilatildeo do fenocircmeno apontado o aluno possa construir o seu conceito atraveacutes da elaboraccedilatildeo de hipoacuteteses tornando-se assim um agente construtor do conhecimento Aleacutem disso a formulaccedilatildeo desses conceitos por parte do proacuteprio educando pode servir de ponto de partida para discussotildees interessantes e aprofundadas comparando seus conceitos a outros jaacute existentes

Um exemplo desta abordagem eacute a presenccedila de nectaacuterios extraflorais na base do peciacuteolo das espeacutecies do gecircnero Qualea Esse caraacuteter permite a identificaccedilatildeo deste gecircnero aleacutem de ilustrar um exemplo de interaccedilatildeo ecoloacutegica Em uma aula essa caracteriacutestica poderia ser abordada atraveacutes de algumas perguntas ldquoVocecircs estatildeo visualizando essa glacircndula e essa formiga O que eacute uma glacircndula Que fenocircmeno estamos observando Por que seraacute que essa formiga estaacute nesta glacircndulardquo Atraveacutes de algumas perguntas busca-se direcionar o pensamento e as reflexotildees dos alunos mas deve-se estar atento para natildeo responder agraves questotildees Deve-se deixaacute-los discutir sobre tais questotildees que seratildeo abordadas ao final da atividade Dessa forma os alunos podem formular hipoacuteteses e discuti-las ao inveacutes de receberem todos os conceitos prontos Outras informaccedilotildees obtidas neste estudo podem ser trabalhadas atraveacutes da formulaccedilatildeo de hipoacuteteses como por exemplo ldquoAs espeacutecies de Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacuteniordquo Trabalhando tais informaccedilotildees os alunos podem chegar agrave conclusatildeo de que ldquoOs solos com maior concentraccedilatildeo de alumiacutenio tendem a ser povoados por plantas que tecircm a capacidade de acumular alumiacuteniordquo

Assim as espeacutecies de Vochysiaceae podem servir como exemplos-vivos de diversos fenocircmenos e por possuiacuterem caracteriacutesticas tiacutepicas de espeacutecies de cerrado podem ainda servir como elementos motivadores e com apelo esteacutetico para o aprendizado sobre as caracteriacutesticas desta vegetaccedilatildeo Na paisagem do Cerrado satildeo comumente encontradas aacutervores tortuosas e suberosas caracteriacutesticas estas notoacuterias em espeacutecies de Vochysiaceae

Aos professores que queiram trabalhar o tema ldquointeraccedilotildees ecoloacutegicasrdquo alguns exemplos que ocorrem com espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae estatildeo relacionados no cataacutelogo As fotos contidas no cataacutelogo ilustram tais interaccedilotildees e juntamente com as explicaccedilotildees

permitem que os alunos conheccedilam um pouco mais sobre o ambiente do Cerrado

De acordo com Dewey (1938) ldquoos alunos aprendem fazendordquo Essa educaccedilatildeo se daacute atraveacutes da experiecircncia Se uma experiecircncia for desarticulada desprovida de atenccedilatildeo e reflexatildeo essa atitude iraacute operar modificando a qualidade das experiecircncias subsequentes natildeo permitindo aos alunos retirar delas o que deveriam Uma boa experiecircncia mais que imediatamente agradaacutevel promove o desencadeamento de experiecircncias futuras positivas Nesse sentido o material elaborado busca aproximar o educando dos temas apresentados em sala de aula atraveacutes do entendimento e reflexatildeo sobre os temas abordados e uma boa experiecircncia reflexiva sobre seus conteuacutedos

Uma metodologia diferenciada no ensino de botacircnica segundo Pinheiro da Silva (2008) pode fomentar uma atitude reflexiva por parte do aluno na medida em que oferece a este oportunidades de participaccedilatildeo nas quais vivencie uma variedade de experiecircncias seja solicitado a tomar decisotildees fazer julgamentos e chegar a conclusotildees

Agradecimentos

Agrave FAPESP pela bolsa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica concedida processo 200850615-3

Agrave Profa Dra Kikyo Yamamoto do Departamento de Biologia Vegetal Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas pela confirmaccedilatildeo das espeacutecies descritas neste estudo

Ao taxonomista Doutorando Gustavo Shimizu pela ajuda com a revisatildeo do texto e das informaccedilotildees contidas neste documento

Ao tradutor Rodrigo Guimaratildees e ao Prof Dr Reinaldo Monteiro pela revisatildeo dos textos em inglecircs

Referecircncias BibliograacuteficasAVEIRO SMG 1997 Biologia da reproduccedilatildeo e crescimento inicial de

Qualea cordata Spreng (Vochysiaceae) uma espeacutecie arboacuterea do Cerrado Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000121464ampfd=y

BARBOSA AAA 1983 Aspectos da ecologia reprodutiva de trecircs espeacutecies de Qualea (Vochysiaceae) num cerrado de Brasiacutelia-DF Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia httppesquisabvsaludorgregionalresourcesrep-131156

BARBOSA AR 1999 As espeacutecies do gecircnero Vochysia Aubl (Vochysiaceae) ocorrentes no Estado de Satildeo Paulo Tese de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000199970

BARROSO GM PEIXOTO AL ICHASO CLF GUIMARAtildeES EF amp COSTA CG 1984 Sistemaacutetica de Angiospermas do Brasil UFV Impr Univ Viccedilosa v2

Tabela 1 Espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae amostradas neste estudo nomes cientiacuteficos nomes populares haacutebito e nuacutemero de registro no Herbaacuterio da UNESP de Bauru (UNBA)Table 1 Family Vochysiaceae species sampled in this study scientific names common names habit and registration number in the Herbarium of UNESP of Bauru (UNBA)

Espeacutecie Nome popular Haacutebito Nuacutemero de registro no Herbaacuterio UNBA

Qualea cordata Spreng pau-terra carvatildeozinho dedaleira-preta Arboacutereo 5243 5026 5028 5030 5035Qualea grandiflora Mart pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grande Arboacutereo 4089 4097 5011 5024 5025Qualea multiflora Mart cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisa Arboacutereo 4095 5010 5023 5027 5029Qualea parviflora Mart pau-terra pau-terra-de-folha-miuda Arboacutereo 3870 4088 4090 4091 4093Vochysia tucanorum Mart cinzeiro pau-de-tucano Arboacutereo 4092 4096 4098 5000 5012Vochysia cinnamomea Pohl casca-doce quina-doce pau-doce Arboacutereo 5021 5022 5206 5207 5208

32

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

BAWA KS PERRY DR amp BEACH JH 1985 Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees I Sexual systems and incompatibility mechanisms Am J Bot 72331-345 httpdxdoiorg1023072443526

BEGON M HARPER JL amp TOWNSEND CR 1996 Ecology individuals populations and communities Blackwell Science Victoria

BENTLEY B amp ELIAS TS 1983 The biology of nectaries Columbia University Press New York

CAVASSAN O 1982 Levantamento floriacutestico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru utilizando o meacutetodo de quadrantes Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Rio Claro

CAVASSAN O CESAR O amp MARTINS FR 1984 Fitossociologia da vegetaccedilatildeo arboacuterea da Reserva Estadual de Bauru Estado de Satildeo Paulo Rev Bras Bot 791-106

CAVASSAN O 1990 Floriacutestica e fitossociologia da vegetaccedilatildeo lenhosa de um hectare de cerrado do Parque Ecoloacutegico Municipal de Bauru (SP) Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000036013

CAVASSAN O PINHEIRO DA SILVA PG amp SENICIATO T 2006 O ensino de Ciecircncias a biodiversidade e o Cerrado In Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica e Ensino de Ciecircncias Estudos e Experiecircncias (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p190-219

CAVASSAN O CALDEIRA AMA WEISER VL amp BRANDO FC 2009 Conhecendo botacircnica e ecologia no Cerrado Joarte Graacutefica e Editora Bauru

DEWEY J 1938 Experience and Education The 60th anniversary edition httpbooksgooglecombookshl=pt-BRamplr=ampid=UE2EusaU53ICampoi=fndamppg=PR4ampdq=Deweyampots=EDZZ3nPXLkampsig=spiXEDMvSRJaz59TAHQKuV_0Y8wPPP1M1

DEWEY J 1959 Como pensamos Editora Nacional Satildeo PauloFARACO AG 2007 Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura fitossocioloacutegica de

uma aacuterea de cerrado pertencente ao Campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista ndash UNESP SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu

FERRI MG MENEZES NL amp MONTEIRO-SCANAVACCA WR 1969 Glossaacuterio de termos botacircnicos Editora Edgard Bluumlcher Ltda Satildeo Paulo

FIGUEIREDO JC amp PAZ RS 2010 Nova classificaccedilatildeo climaacutetica e o aspecto climatoloacutegico da cidade de BauruSatildeo Paulo In XVI Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Agrometeorologia

FISCHER EA amp GORDO M 1993 Qualea cordata pollination by the territorial bee Centris tarsata in the ldquoCampos Rupestresrdquo Brazil Cienc Cult 45144-147

FLORES EM 1993 Vochysia guatemalensis y Vochysia ferruginea Aacuterboles Semillas Neotrop 21-52

FONSECA A 1995 Biologia Aacutetica Satildeo PauloFRANCcedilA F 1996 O gecircnero Callisthene Mart amp Zucc (Vochysiaceae) no

estado da Bahia Sitientibus 1541-47FRANCcedilA F 2012 Vochysiaceae In Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil

Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro httpfloradobrasiljbrjgovbr2012FB000250

GIMENES M 2007 Polinizaccedilatildeo de Vochysia lucida C Presl (Vochysiaceae) em uma aacuterea de restinga na Bahia Rev Bras Ento 51(4)465-470 httpdxdoiorg101590S0085-56262007000400010

GOODLAND R 1971 A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of Central Brazil J Ecol 59411-419 httpdxdoiorg1023072258321

GORETTE-PASA M 2011 Abordagem etnobotacircnica na comunidade de Conceiccedilatildeo-Accedilu Mato Grosso Brazil Polibotacircnica 31169-197

GOTTSBERGER G amp SILBERBAUER-GOTTSBERGER I 2006 Life in the Cerrado a South American tropical seasonal vegetation Pollination and seed dispersion Reta Verlag Ulm

HARIDASAN M 1982 Aluminium accumulation by some cerrado native species of central Brazil Plant Soil 65(2)265-273 httpdxdoiorg101007BF02374657

IKEMOTO E 2007 Espeacutecies arboacutereas arbustivas e herbaacuteceas do Parque Taquaral (Campinas SP) ndash subsiacutedios para a atividade natildeo formal de botacircnica Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000412927ampfd=y

JANSEN S BROADLEY MR ROBBRECHT E amp SMETS E 2002 Aluminium hyperaccumulation in angiosperm a review of its phylogenetic significance The Bot Rev 68(2)235-269 httpdxdoiorg1016630006-8101(2002)068[0235AHIAAR]20CO2

JOLY AB 1976 Botacircnica introduccedilatildeo agrave taxonomia vegetal Nacional Satildeo Paulo

KAWASAKI ML 2006 Vochysiaceae In The families and genera of vascular plants (K Kubitzki ed) Springer Berlin p480-487

KEAY RWJ amp STAFLEU FA 1953 Erismadelphus Acta Bot Neerl 1594-599

KNOECHELMANN CM amp MORAIS HC 2008 Visitas de formigas (Hymenoptera Formicidae) a nectaacuterios extra-florais de Stryphnodendron adstringens (Mart) Cov (Fabaceae Mimosoideae) em uma aacuterea de cerrado frequentemente queimado Rev Bras Zooc 10(1)35-40

KRASILCHIK M 1996 Praacutetica de Ensino de Biologia Harbra Satildeo PauloLISBOA MLG 2000 Estudos taxonocircmicos sobre o gecircnero Qualea

Aubl subgecircnero Amphilochia (Mart) Stafl (Vochysiaceae A St-Hil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000205968ampopt=1

LITT A 1996 Phylogeny of the Vochysiaceae implications of molecular data for floral evolution Am J Bot 83(abstracts)175

LITT A amp CHEEK M 2002 Korupodendron songweanum a new genus and species of Vochysiaceae from West-Central Africa Brittonia 5413-17 httpdxdoiorg1016630007-196X(2002)054[0013KSANGA]20CO2

MADUREIRA M amp SOBRINHO TG 2002 Evidecircncia de mutualismo entre Qualea cordata (Vochysiaceae) e Cephalotes sp (Hymenoptera Formicidade) Acad Insecta 2(1)1-4

MARCANO-BERTI L 1969 Un nuevo genero de las Vochysiaceae Pittieria 23-28

MARCONDES AC amp LAMMOGLIA DA 1994 Biologia ndash ciecircncia da vida Atual Satildeo Paulo

OLIVEIRA PS SILVA AF amp MARTINS AB 1987 Ant foraging on extrafloral nectaries of Qualea grandiflora (Vochysiaceae) in cerrado vegetation ants as potencial antiherbivore agents Oecologia 74228-230 httpdxdoiorg101007BF00379363

OLIVEIRA PE 1996 Biologia floral de Salvertia convallariodora (Vochysiaceae) uma espeacutecie de cerrado polinizada por mariposas Rev Bras Bot 19(1)49-53

OLIVEIRA PE 1998 Reproductive biology evolution and taxonomy of Vochysiaceae in central Brazil In Reproductive Biology (SJ Owens amp PJ Rudall eds) Kew Royal Botanic Gardens London p381-393

OLIVEIRA PE amp GIBBS PE 1994 Pollination and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) J Trop Ecol 10509-522 httpdxdoiorg101017S026646740000818X

OLIVEIRA PE GIBBS PE amp BARBOSA AA 2004 Moth pollination of woody species in the Cerrados of Central Brazil a case of so much owed to so few Plant Syst Evol 24541-54 httpdxdoiorg101007s00606-003-0120-0

PIAGET J 1996 Biologia e conhecimento ndash ensaio sobre as relaccedilotildees entre as regulaccedilotildees orgacircnicas e os processos cognoscitivos Vozes Petroacutepolis

PINHEIRO DA SILVA PG 2008 O Ensino da Botacircnica no Niacutevel Fundamental um enfoque nos procedimentos metodoloacutegicos Tese de Doutorado Universidade Estadual Paulista Bauru httpwww2fcunespbrBibliotecaVirtualArquivosPDFTES_DOUTTES_DOUT20080328_SILVA20PATRICIA20GOMES20PINHEIRO20DApdf

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 5: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

29

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

As Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacutenio assim como as Rubiaceae Melastomataceae Proteaceae e Symplocaceae e podem ocorrer em solos pobres em minerais e de baixo pH como os do Brasil Central (Haridasan 1982 Jansen et al 2002) Eacute uma famiacutelia muito importante na caracterizaccedilatildeo de fitofisionomias sendo considerada um componente tiacutepico nas comunidades vegetais de cerrado (Goodland 1971 Sarmiento 1983)

A distribuiccedilatildeo da famiacutelia eacute anfi-atlacircntica predominantemente neotropical (seis dos oito gecircneros) sendo apenas Erismadelphus e Korupodendron exclusivos do oeste e centro da Aacutefrica (Keay amp Stafleu 1953 Litt amp Cheek 2002 Senterre amp Obiang 2005) No Brasil o nuacutecleo de distribuiccedilatildeo de suas espeacutecies encontra-se na regiatildeo Guiano-Amazocircnica e no Planalto Central Brasileiro de onde se irradiam para as demais regiotildees (Barroso et al 1984) No paiacutes de acordo com a Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil (Franccedila 2012) ocorrem cerca de 160 espeacutecies distribuiacutedas em seis gecircneros aceitos constituindo uma das principais famiacutelias do cerrado onde se destacam principalmente os gecircneros Qualea Vochysia Callisthene e Salvertia

Estudos sobre a biologia reprodutiva foram realizados para algumas espeacutecies como Erisma uncinatum Warm (Rodriacuteguez amp Sanoja 2004) Qualea cordata Spreng (Aveiro 1997 Fischer amp Gordo 1993) Qualea grandiflora Mart (Barbosa 1983 Oliveira et al 2004 Silberbauer-Gottsberger amp Gottsberger 1975) Qualea multiflora Mart e Qualea parviflora Mart (Barbosa 1983) Salvertia convallariodora ASt-Hil (Oliveira 1996) Vochysia cinnamomea Pohl (Santos et al 1997) Vochysia elliptica Mart Vochysia pumila Pohl Vochysia pyramidalis Mart Vochysia rufa Mart Vochysia thyrsoidea Pohl e Vochysia tucanorum Mart (Oliveira amp Gibbs 1994) Vochysia lucida C Presl (Gimenes 2007) Vochysia ferruginea Mart (Bawa et al 1985 Flores 1993) e Vochysia guatemalensis Donn Sm (Flores 1993)

A maioria das espeacutecies estudadas eacute melitoacutefila sendo Callisthene polinizada principalmente por abelhas pequenas e Qualea e Vochysia por abelhas grandes tendo como polinizadores secundaacuterios e oportunistas esfingiacutedeos e beija-flores (Gottsberger amp Silberbauer-Gottsberger 2006 Oliveira 1998) Jaacute em Qualea grandiflora e Salvertia convallariodora a polinizaccedilatildeo eacute esfingoacutefila (Oliveira 1998) Em Vochysia cinnamomea as flores satildeo visitadas principalmente por abelhas do gecircnero Epicharis e outras Anthophoridae que satildeo os polinizadores principais mas beija-flores e esfingiacutedeos diurnos tambeacutem satildeo observados (Santos et al 1997) Existem na literatura estudos para a famiacutelia Vochysiaceae que apresentam listas e tratamentos taxonocircmicos muitas vezes com chaves dicotocircmicas para a identificaccedilatildeo de gecircneros e espeacutecies nativas (Barbosa 1999 Franccedila 1996 Lisboa 2000 Shimizu 2009 Vianna 2006 Yamamoto 2009) No entanto satildeo inexistentes os que apresentaram tais resultados de maneira didaacutetica para um puacuteblico natildeo acadecircmico de modo a possibilitar o entendimento e o contato com os termos utilizados na nomenclatura botacircnica por alunos do ensino fundamental e meacutedio

2 Consideraccedilotildees a respeito da ocorrecircncia de espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae nos estudos de composiccedilatildeo e estrutura de comunidades vegetais de matas e cerrados em Bauru

21 Nos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual

Cavassan (1982) e Cavassan et al (1984) apresentaram os resultados do levantamento fitossocioloacutegico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru e incluiacuteram naquele levantamento a espeacutecie Qualea jundiahy Warm Tal espeacutecie tambeacutem foi a uacutenica pertencente agrave famiacutelia Vochysiaceae amostrada por Toniato (2001) ao

medir as variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea da mesma aacuterea em questatildeo

Pinheiro (2000) realizou um levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da Floresta Estacional Semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru (JBMB) (SP) Naquele estudo amostrou as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum A famiacutelia possuiu grande nuacutemero de indiviacuteduos no interior das parcelas sendo uma das famiacutelias mais importantes da mata do JBMB e com maior riqueza de espeacutecies Vochysia tucanorum apresentou uma alta dominacircncia relativa (493) e um grande valor de importacircncia (VI) (692) em comparaccedilatildeo com as outras espeacutecies amostradas naquele estudo A ocorrecircncia de um nuacutemero maior de espeacutecies de Vochysiaceae nessa formaccedilatildeo pode estar relacionada com a localizaccedilatildeo do fragmento estudado uma aacuterea de transiccedilatildeo com o cerrado

22 Em aacutereas de cerrado

Os trabalhos realizados em fragmentos de cerrado amostraram as seguintes espeacutecies de Vochysiaceae Callisthene fasciculata Qualea cordata Qualea densiflora Warm Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Qualea sp Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Cavassan 1990 Faraco 2007 Rissi 2011) De acordo com Cavassan (1990) a famiacutelia Vochysiaceae foi a quarta famiacutelia com o maior nuacutemero de espeacutecies (532) a terceira em relaccedilatildeo ao valor de importacircncia (VI) (2371) a segunda em dominacircncia (76512 m2ha) e a seacutetima em densidade absoluta Vochysia tucanorum foi a oitava espeacutecie mais numerosa (299 indiviacuteduos) seacutetima em frequecircncia absoluta segunda em dominacircncia absoluta (51956 m2ha) e quinta em VI (2029) Qualea grandiflora foi a deacutecima espeacutecie neste mesmo iacutendice (864) Segundo Faraco (2007) Vochysia tucanorum foi a espeacutecie com maior valor de importacircncia (VI) (1059) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (1939)

Rissi (2011) apontou Vochysiaceae como a segunda famiacutelia com o maior valor de importacircncia (VI) em um fragmento de cerradatildeo A dominacircncia relativa foi o paracircmetro com maior contribuiccedilatildeo para a constituiccedilatildeo daquele iacutendice Como exemplo pode-se citar a espeacutecie Vochysia tucanorum que parece exercer um papel importante na composiccedilatildeo estrutural da vegetaccedilatildeo sendo a espeacutecie com maior VI (1506) fortemente influenciado pela sua dominacircncia relativa (3735) sendo responsaacutevel por 8288 deste iacutendice

Material e Meacutetodos

1 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo A Reserva Legal do Campus da UNESP

O presente trabalho foi realizado em uma trilha localizada em fragmento da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP Esta Reserva fica compreendida entre as coordenadas 22deg 20rsquo S e 49deg 01rsquo W e 22deg 21rsquo S e 49deg 00rsquo W com altitude aproximada de 580 m (Cavassan et al 2006) e eacute revestida em toda sua extensatildeo por vegetaccedilatildeo nativa classificada como cerradatildeo Existem tambeacutem na reserva em dois vales encravadas no cerrado dois fragmentos de mata estacional semidecidual ribeirinha com encharcamento permanente (mata de brejo segundo Rodrigues amp Leitatildeo-Filho 2000) onde ocorrem as nascentes do coacuterrego Vargem Limpa afluente da margem direita do rio Bauru que por sua vez eacute tributaacuterio do rio Tietecirc (Cavassan et al 2006) A classificaccedilatildeo climaacutetica para Bauru eacute clima uacutemido e mesoteacutermico com moderada eficiecircncia da umidade no veratildeo e marcha anual da temperatura concentrada em cerca de seis meses no ano (outubro-marccedilo) cuja foacutermula climaacutetica de Thornwaite eacute representada por BBrsquosb (Figueiredo amp Paz 2010) (Figura 1) A trilha

30

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

utilizada para este estudo estaacute localizada proacutexima aos pontos 22deg 21rsquo 1915rdquo S e 49deg 1rsquo4862rdquo W e 22deg 2118rsquo 77rdquo S e 49deg 01rsquo4111rdquo W

2 Coleta de dados

Para a conduccedilatildeo do estudo foram descritas cinco plantas de cada uma das seis espeacutecies que ocorreram ao longo da trilha utilizada para as aulas de campo De cada indiviacuteduo foram coletados ramos feacuterteis contendo estruturas vegetativas adequadas agrave descriccedilatildeo que foram posteriormente herborizados e incorporados ao acervo do Herbaacuterio (UNBA) do Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas da Faculdade de Ciecircncias do Campus de Bauru da UNESP A partir das espeacutecies encontradas neste estudo foi elaborada uma chave de identificaccedilatildeo baseada preferencialmente em caracteres vegetativos

Foram feitas fotografias do tronco ramos e folhas de cada espeacutecie destacando-se as porccedilotildees vegetativas de fundamental importacircncia na identificaccedilatildeo de cada espeacutecie coletada aleacutem das estruturas reprodutivas quando presentes

Um cataacutelogo com a descriccedilatildeo morfoloacutegica fotos e informaccedilotildees etnobotacircnicas foi elaborado como forma de sintetizar os dados taxonocircmicos etnobotacircnicos e ecoloacutegicos das espeacutecies e tornaacute-los acessiacuteveis para os alunos visitantes do projeto Um glossaacuterio tambeacutem foi desenvolvido como facilitador para o entendimento dos termos apresentados no cataacutelogo e na chave Os dados ecoloacutegicos relativos agrave polinizaccedilatildeo e agrave dispersatildeo foram obtidos atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e complementados atraveacutes da literatura Para caracterizaccedilatildeo das interaccedilotildees ecoloacutegicas utilizaram-se dados disponiacuteveis na literatura especiacutefica (Bentley amp Elias 1983 Oliveira et al 1987 Begon et al 1996 Madureira amp Sobrinho 2002 Knoechelmann amp Morais 2008) bem como para as informaccedilotildees etnobotacircnicas (Rodrigues amp Carvalho 2001 Vila Verde et al 2003 Gorette-Pasa 2011) e os dados complementados por observaccedilotildees esporaacutedicas de campo

Cabe ressaltar que a intenccedilatildeo do levantamento dos aspectos etnobotacircnicos visa uma complementaccedilatildeo dos dados levantados neste trabalho As informaccedilotildees referentes ao uso na medicina popular foram abordadas durante as atividades praacuteticas de campo apenas atraveacutes da citaccedilatildeo que determinada espeacutecie possui potencial farmacoloacutegico omitindo-se qualquer menccedilatildeo agrave posologia indicaccedilatildeo ou parte da planta utilizada Dessa forma chama-se a atenccedilatildeo da potencialidade de espeacutecies nativas na farmacopeacuteia brasileira mas procura-se natildeo incentivar o uso destas plantas como medicaccedilatildeo sem orientaccedilatildeo meacutedica

O glossaacuterio foi elaborado e adaptado a partir dos conceitos obtidos nas seguintes obras Ferri et al (1969) Souza amp Lorenzi (2008) e Raven et al (2010)

Resultados e Discussatildeo

O ensino convencional de botacircnica apresenta uma aula dita teoacuterica na qual o aluno geralmente ouve e memoriza um conjunto de informaccedilotildees como sendo os conteuacutedos mais importantes mesmo que estes muitas vezes natildeo estejam inseridos em sua realidade Essa passividade dos alunos eacute uma desvantagem das aulas expositivas pois pouca informaccedilatildeo eacute retida devido ao decreacutescimo da atenccedilatildeo no decorrer da aula Por isso existe a necessidade de se encontrarem formas alternativas de trabalho que permitam a manutenccedilatildeo da atenccedilatildeo dos alunos durante todo o periacuteodo de aula Para isso eacute necessaacuterio instigar intelectualmente os alunos atraveacutes de discussotildees e estiacutemulos sensoriais Os conceitos quando apresentados por meio de uma discussatildeo ficam mais inteligiacuteveis e as aulas se tornam mais agradaacuteveis e interessantes aleacutem de desafiarem a imaginaccedilatildeo e vivacidade dos estudantes O uso de exemplos adequados durante a aula eacute importante natildeo soacute para motivar os alunos mas para ajudaacute-los a entender ideacuteias abstratas e aproximar os conteuacutedos da realidade do aluno Os exemplos servem para ilustrar uma ideacuteia ou para verificar se os alunos entenderam um conceito (Krasilchik 1996) Pode-se dizer que uma grande parte dos livros didaacuteticos brasileiros utilizados ateacute hoje se vale da taxonomia para apresentar ao estudante de Ensino Meacutedio uma botacircnica ldquodecorativardquo Os alunos satildeo entregues a uma verdadeira avalanche de nomes e estruturas muitas vezes sem contexto e significado tangiacuteveis (Marcondes amp Lammoglia 1994 Fonseca 1995)

Segundo Santiago dos Santos (2006) a visatildeo estaacutetica da Botacircnica deveria ser substituiacuteda por uma didaacutetica na qual os conceitos baacutesicos possam ser ressaltados no sentido de permitir a interpretaccedilatildeo dos fatos ao inveacutes de apenas memorizaacute-los Deste modo o educando eacute estimulado a exercitar seu espiacuterito de observaccedilatildeo passando a ser um ordenador e sintetizador de informaccedilotildees Joly (1976) recomenda que o professor jamais tente desenvolver o estudo da classificaccedilatildeo das plantas sem recorrer a exemplares vivos isto eacute agrave natureza Em hipoacutetese alguma os ensinamentos teoacutericos indispensaacuteveis devem ser ministrados sem a correspondente aula praacutetica pois para o autor soacute esta pode levar o aluno a fixar as caracteriacutesticas mais importantes de cada grupo De acordo com Seniciato amp Cavassan (2008a) em termos de estrateacutegias de ensino de ciecircncias as aulas praacuteticas satildeo apontadas como mais interessantes e motivadoras quando comparadas agraves tradicionais aulas teoacutericas principalmente por incluiacuterem os fenocircmenos nos contextos de aprendizagem

Piaget (1996) reafirma que o conhecimento eacute baseado sobretudo na experimentaccedilatildeo Dessa forma os processos de assimilaccedilatildeo da realidade seratildeo tanto mais afetivos quanto mais tangiacuteveis e palpaacuteveis forem de fato ou seja as capacidades de abstraccedilatildeo e de conceituaccedilatildeo satildeo facilitadas quando o aprendiz estiver exposto agrave dimensatildeo concreta da realidade (Seniciato amp Cavassan 2008a) A atividade de campo pode assim aguccedilar a percepccedilatildeo o senso esteacutetico e a curiosidade do aluno em relaccedilatildeo aos fenocircmenos apresentados motivando-o para o aprendizado na escola e a buscar mais informaccedilotildees por conta proacutepria (Ikemoto 2007)

Neste sentido as informaccedilotildees levantadas ao longo deste estudo buscaram aproximar o aluno da realidade em que vive fazendo com que este pudesse visualizar refletir e compreender os temas apresentados em sala de aula atraveacutes de exemplos vivos em aula de campo ou visualizados no cataacutelogo de espeacutecies Foram amostradas e descritas as espeacutecies Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Tabela 1) O cataacutelogo de espeacutecies a chave de identificaccedilatildeo

Figura 1 Climatograma da cidade de Bauru - SP ano de 2008Figure 1 Climatogram of Bauru - SP 2008

31

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

e o glossaacuterio com os termos utilizados foram construiacutedos como ferramentas auxiliares para a conduccedilatildeo destes estudos praacuteticos No cataacutelogo as pranchas para cada espeacutecie abordam em sentido anti-horaacuterio fotos do haacutebito caule folhas flores e frutos Nas pranchas 4 e 5 a sequecircncia de fotos inclui fotos de polinizadores

A proposta eacute a de que os professores possam se utilizar da chave e do cataacutelogo de espeacutecies para o ensino de Sistemaacutetica Vegetal botacircnica e ecologia O glossaacuterio visa solucionar duacutevidas sobre o significado dos termos botacircnicos utilizados na chave e no cataacutelogo

Os dados apresentados devem ser trabalhados atraveacutes de uma didaacutetica motivadora fazendo com que atraveacutes da visualizaccedilatildeo investigaccedilatildeo e problematizaccedilatildeo do fenocircmeno apontado o aluno possa construir o seu conceito atraveacutes da elaboraccedilatildeo de hipoacuteteses tornando-se assim um agente construtor do conhecimento Aleacutem disso a formulaccedilatildeo desses conceitos por parte do proacuteprio educando pode servir de ponto de partida para discussotildees interessantes e aprofundadas comparando seus conceitos a outros jaacute existentes

Um exemplo desta abordagem eacute a presenccedila de nectaacuterios extraflorais na base do peciacuteolo das espeacutecies do gecircnero Qualea Esse caraacuteter permite a identificaccedilatildeo deste gecircnero aleacutem de ilustrar um exemplo de interaccedilatildeo ecoloacutegica Em uma aula essa caracteriacutestica poderia ser abordada atraveacutes de algumas perguntas ldquoVocecircs estatildeo visualizando essa glacircndula e essa formiga O que eacute uma glacircndula Que fenocircmeno estamos observando Por que seraacute que essa formiga estaacute nesta glacircndulardquo Atraveacutes de algumas perguntas busca-se direcionar o pensamento e as reflexotildees dos alunos mas deve-se estar atento para natildeo responder agraves questotildees Deve-se deixaacute-los discutir sobre tais questotildees que seratildeo abordadas ao final da atividade Dessa forma os alunos podem formular hipoacuteteses e discuti-las ao inveacutes de receberem todos os conceitos prontos Outras informaccedilotildees obtidas neste estudo podem ser trabalhadas atraveacutes da formulaccedilatildeo de hipoacuteteses como por exemplo ldquoAs espeacutecies de Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacuteniordquo Trabalhando tais informaccedilotildees os alunos podem chegar agrave conclusatildeo de que ldquoOs solos com maior concentraccedilatildeo de alumiacutenio tendem a ser povoados por plantas que tecircm a capacidade de acumular alumiacuteniordquo

Assim as espeacutecies de Vochysiaceae podem servir como exemplos-vivos de diversos fenocircmenos e por possuiacuterem caracteriacutesticas tiacutepicas de espeacutecies de cerrado podem ainda servir como elementos motivadores e com apelo esteacutetico para o aprendizado sobre as caracteriacutesticas desta vegetaccedilatildeo Na paisagem do Cerrado satildeo comumente encontradas aacutervores tortuosas e suberosas caracteriacutesticas estas notoacuterias em espeacutecies de Vochysiaceae

Aos professores que queiram trabalhar o tema ldquointeraccedilotildees ecoloacutegicasrdquo alguns exemplos que ocorrem com espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae estatildeo relacionados no cataacutelogo As fotos contidas no cataacutelogo ilustram tais interaccedilotildees e juntamente com as explicaccedilotildees

permitem que os alunos conheccedilam um pouco mais sobre o ambiente do Cerrado

De acordo com Dewey (1938) ldquoos alunos aprendem fazendordquo Essa educaccedilatildeo se daacute atraveacutes da experiecircncia Se uma experiecircncia for desarticulada desprovida de atenccedilatildeo e reflexatildeo essa atitude iraacute operar modificando a qualidade das experiecircncias subsequentes natildeo permitindo aos alunos retirar delas o que deveriam Uma boa experiecircncia mais que imediatamente agradaacutevel promove o desencadeamento de experiecircncias futuras positivas Nesse sentido o material elaborado busca aproximar o educando dos temas apresentados em sala de aula atraveacutes do entendimento e reflexatildeo sobre os temas abordados e uma boa experiecircncia reflexiva sobre seus conteuacutedos

Uma metodologia diferenciada no ensino de botacircnica segundo Pinheiro da Silva (2008) pode fomentar uma atitude reflexiva por parte do aluno na medida em que oferece a este oportunidades de participaccedilatildeo nas quais vivencie uma variedade de experiecircncias seja solicitado a tomar decisotildees fazer julgamentos e chegar a conclusotildees

Agradecimentos

Agrave FAPESP pela bolsa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica concedida processo 200850615-3

Agrave Profa Dra Kikyo Yamamoto do Departamento de Biologia Vegetal Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas pela confirmaccedilatildeo das espeacutecies descritas neste estudo

Ao taxonomista Doutorando Gustavo Shimizu pela ajuda com a revisatildeo do texto e das informaccedilotildees contidas neste documento

Ao tradutor Rodrigo Guimaratildees e ao Prof Dr Reinaldo Monteiro pela revisatildeo dos textos em inglecircs

Referecircncias BibliograacuteficasAVEIRO SMG 1997 Biologia da reproduccedilatildeo e crescimento inicial de

Qualea cordata Spreng (Vochysiaceae) uma espeacutecie arboacuterea do Cerrado Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000121464ampfd=y

BARBOSA AAA 1983 Aspectos da ecologia reprodutiva de trecircs espeacutecies de Qualea (Vochysiaceae) num cerrado de Brasiacutelia-DF Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia httppesquisabvsaludorgregionalresourcesrep-131156

BARBOSA AR 1999 As espeacutecies do gecircnero Vochysia Aubl (Vochysiaceae) ocorrentes no Estado de Satildeo Paulo Tese de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000199970

BARROSO GM PEIXOTO AL ICHASO CLF GUIMARAtildeES EF amp COSTA CG 1984 Sistemaacutetica de Angiospermas do Brasil UFV Impr Univ Viccedilosa v2

Tabela 1 Espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae amostradas neste estudo nomes cientiacuteficos nomes populares haacutebito e nuacutemero de registro no Herbaacuterio da UNESP de Bauru (UNBA)Table 1 Family Vochysiaceae species sampled in this study scientific names common names habit and registration number in the Herbarium of UNESP of Bauru (UNBA)

Espeacutecie Nome popular Haacutebito Nuacutemero de registro no Herbaacuterio UNBA

Qualea cordata Spreng pau-terra carvatildeozinho dedaleira-preta Arboacutereo 5243 5026 5028 5030 5035Qualea grandiflora Mart pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grande Arboacutereo 4089 4097 5011 5024 5025Qualea multiflora Mart cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisa Arboacutereo 4095 5010 5023 5027 5029Qualea parviflora Mart pau-terra pau-terra-de-folha-miuda Arboacutereo 3870 4088 4090 4091 4093Vochysia tucanorum Mart cinzeiro pau-de-tucano Arboacutereo 4092 4096 4098 5000 5012Vochysia cinnamomea Pohl casca-doce quina-doce pau-doce Arboacutereo 5021 5022 5206 5207 5208

32

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

BAWA KS PERRY DR amp BEACH JH 1985 Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees I Sexual systems and incompatibility mechanisms Am J Bot 72331-345 httpdxdoiorg1023072443526

BEGON M HARPER JL amp TOWNSEND CR 1996 Ecology individuals populations and communities Blackwell Science Victoria

BENTLEY B amp ELIAS TS 1983 The biology of nectaries Columbia University Press New York

CAVASSAN O 1982 Levantamento floriacutestico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru utilizando o meacutetodo de quadrantes Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Rio Claro

CAVASSAN O CESAR O amp MARTINS FR 1984 Fitossociologia da vegetaccedilatildeo arboacuterea da Reserva Estadual de Bauru Estado de Satildeo Paulo Rev Bras Bot 791-106

CAVASSAN O 1990 Floriacutestica e fitossociologia da vegetaccedilatildeo lenhosa de um hectare de cerrado do Parque Ecoloacutegico Municipal de Bauru (SP) Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000036013

CAVASSAN O PINHEIRO DA SILVA PG amp SENICIATO T 2006 O ensino de Ciecircncias a biodiversidade e o Cerrado In Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica e Ensino de Ciecircncias Estudos e Experiecircncias (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p190-219

CAVASSAN O CALDEIRA AMA WEISER VL amp BRANDO FC 2009 Conhecendo botacircnica e ecologia no Cerrado Joarte Graacutefica e Editora Bauru

DEWEY J 1938 Experience and Education The 60th anniversary edition httpbooksgooglecombookshl=pt-BRamplr=ampid=UE2EusaU53ICampoi=fndamppg=PR4ampdq=Deweyampots=EDZZ3nPXLkampsig=spiXEDMvSRJaz59TAHQKuV_0Y8wPPP1M1

DEWEY J 1959 Como pensamos Editora Nacional Satildeo PauloFARACO AG 2007 Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura fitossocioloacutegica de

uma aacuterea de cerrado pertencente ao Campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista ndash UNESP SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu

FERRI MG MENEZES NL amp MONTEIRO-SCANAVACCA WR 1969 Glossaacuterio de termos botacircnicos Editora Edgard Bluumlcher Ltda Satildeo Paulo

FIGUEIREDO JC amp PAZ RS 2010 Nova classificaccedilatildeo climaacutetica e o aspecto climatoloacutegico da cidade de BauruSatildeo Paulo In XVI Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Agrometeorologia

FISCHER EA amp GORDO M 1993 Qualea cordata pollination by the territorial bee Centris tarsata in the ldquoCampos Rupestresrdquo Brazil Cienc Cult 45144-147

FLORES EM 1993 Vochysia guatemalensis y Vochysia ferruginea Aacuterboles Semillas Neotrop 21-52

FONSECA A 1995 Biologia Aacutetica Satildeo PauloFRANCcedilA F 1996 O gecircnero Callisthene Mart amp Zucc (Vochysiaceae) no

estado da Bahia Sitientibus 1541-47FRANCcedilA F 2012 Vochysiaceae In Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil

Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro httpfloradobrasiljbrjgovbr2012FB000250

GIMENES M 2007 Polinizaccedilatildeo de Vochysia lucida C Presl (Vochysiaceae) em uma aacuterea de restinga na Bahia Rev Bras Ento 51(4)465-470 httpdxdoiorg101590S0085-56262007000400010

GOODLAND R 1971 A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of Central Brazil J Ecol 59411-419 httpdxdoiorg1023072258321

GORETTE-PASA M 2011 Abordagem etnobotacircnica na comunidade de Conceiccedilatildeo-Accedilu Mato Grosso Brazil Polibotacircnica 31169-197

GOTTSBERGER G amp SILBERBAUER-GOTTSBERGER I 2006 Life in the Cerrado a South American tropical seasonal vegetation Pollination and seed dispersion Reta Verlag Ulm

HARIDASAN M 1982 Aluminium accumulation by some cerrado native species of central Brazil Plant Soil 65(2)265-273 httpdxdoiorg101007BF02374657

IKEMOTO E 2007 Espeacutecies arboacutereas arbustivas e herbaacuteceas do Parque Taquaral (Campinas SP) ndash subsiacutedios para a atividade natildeo formal de botacircnica Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000412927ampfd=y

JANSEN S BROADLEY MR ROBBRECHT E amp SMETS E 2002 Aluminium hyperaccumulation in angiosperm a review of its phylogenetic significance The Bot Rev 68(2)235-269 httpdxdoiorg1016630006-8101(2002)068[0235AHIAAR]20CO2

JOLY AB 1976 Botacircnica introduccedilatildeo agrave taxonomia vegetal Nacional Satildeo Paulo

KAWASAKI ML 2006 Vochysiaceae In The families and genera of vascular plants (K Kubitzki ed) Springer Berlin p480-487

KEAY RWJ amp STAFLEU FA 1953 Erismadelphus Acta Bot Neerl 1594-599

KNOECHELMANN CM amp MORAIS HC 2008 Visitas de formigas (Hymenoptera Formicidae) a nectaacuterios extra-florais de Stryphnodendron adstringens (Mart) Cov (Fabaceae Mimosoideae) em uma aacuterea de cerrado frequentemente queimado Rev Bras Zooc 10(1)35-40

KRASILCHIK M 1996 Praacutetica de Ensino de Biologia Harbra Satildeo PauloLISBOA MLG 2000 Estudos taxonocircmicos sobre o gecircnero Qualea

Aubl subgecircnero Amphilochia (Mart) Stafl (Vochysiaceae A St-Hil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000205968ampopt=1

LITT A 1996 Phylogeny of the Vochysiaceae implications of molecular data for floral evolution Am J Bot 83(abstracts)175

LITT A amp CHEEK M 2002 Korupodendron songweanum a new genus and species of Vochysiaceae from West-Central Africa Brittonia 5413-17 httpdxdoiorg1016630007-196X(2002)054[0013KSANGA]20CO2

MADUREIRA M amp SOBRINHO TG 2002 Evidecircncia de mutualismo entre Qualea cordata (Vochysiaceae) e Cephalotes sp (Hymenoptera Formicidade) Acad Insecta 2(1)1-4

MARCANO-BERTI L 1969 Un nuevo genero de las Vochysiaceae Pittieria 23-28

MARCONDES AC amp LAMMOGLIA DA 1994 Biologia ndash ciecircncia da vida Atual Satildeo Paulo

OLIVEIRA PS SILVA AF amp MARTINS AB 1987 Ant foraging on extrafloral nectaries of Qualea grandiflora (Vochysiaceae) in cerrado vegetation ants as potencial antiherbivore agents Oecologia 74228-230 httpdxdoiorg101007BF00379363

OLIVEIRA PE 1996 Biologia floral de Salvertia convallariodora (Vochysiaceae) uma espeacutecie de cerrado polinizada por mariposas Rev Bras Bot 19(1)49-53

OLIVEIRA PE 1998 Reproductive biology evolution and taxonomy of Vochysiaceae in central Brazil In Reproductive Biology (SJ Owens amp PJ Rudall eds) Kew Royal Botanic Gardens London p381-393

OLIVEIRA PE amp GIBBS PE 1994 Pollination and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) J Trop Ecol 10509-522 httpdxdoiorg101017S026646740000818X

OLIVEIRA PE GIBBS PE amp BARBOSA AA 2004 Moth pollination of woody species in the Cerrados of Central Brazil a case of so much owed to so few Plant Syst Evol 24541-54 httpdxdoiorg101007s00606-003-0120-0

PIAGET J 1996 Biologia e conhecimento ndash ensaio sobre as relaccedilotildees entre as regulaccedilotildees orgacircnicas e os processos cognoscitivos Vozes Petroacutepolis

PINHEIRO DA SILVA PG 2008 O Ensino da Botacircnica no Niacutevel Fundamental um enfoque nos procedimentos metodoloacutegicos Tese de Doutorado Universidade Estadual Paulista Bauru httpwww2fcunespbrBibliotecaVirtualArquivosPDFTES_DOUTTES_DOUT20080328_SILVA20PATRICIA20GOMES20PINHEIRO20DApdf

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 6: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

30

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

utilizada para este estudo estaacute localizada proacutexima aos pontos 22deg 21rsquo 1915rdquo S e 49deg 1rsquo4862rdquo W e 22deg 2118rsquo 77rdquo S e 49deg 01rsquo4111rdquo W

2 Coleta de dados

Para a conduccedilatildeo do estudo foram descritas cinco plantas de cada uma das seis espeacutecies que ocorreram ao longo da trilha utilizada para as aulas de campo De cada indiviacuteduo foram coletados ramos feacuterteis contendo estruturas vegetativas adequadas agrave descriccedilatildeo que foram posteriormente herborizados e incorporados ao acervo do Herbaacuterio (UNBA) do Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas da Faculdade de Ciecircncias do Campus de Bauru da UNESP A partir das espeacutecies encontradas neste estudo foi elaborada uma chave de identificaccedilatildeo baseada preferencialmente em caracteres vegetativos

Foram feitas fotografias do tronco ramos e folhas de cada espeacutecie destacando-se as porccedilotildees vegetativas de fundamental importacircncia na identificaccedilatildeo de cada espeacutecie coletada aleacutem das estruturas reprodutivas quando presentes

Um cataacutelogo com a descriccedilatildeo morfoloacutegica fotos e informaccedilotildees etnobotacircnicas foi elaborado como forma de sintetizar os dados taxonocircmicos etnobotacircnicos e ecoloacutegicos das espeacutecies e tornaacute-los acessiacuteveis para os alunos visitantes do projeto Um glossaacuterio tambeacutem foi desenvolvido como facilitador para o entendimento dos termos apresentados no cataacutelogo e na chave Os dados ecoloacutegicos relativos agrave polinizaccedilatildeo e agrave dispersatildeo foram obtidos atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e complementados atraveacutes da literatura Para caracterizaccedilatildeo das interaccedilotildees ecoloacutegicas utilizaram-se dados disponiacuteveis na literatura especiacutefica (Bentley amp Elias 1983 Oliveira et al 1987 Begon et al 1996 Madureira amp Sobrinho 2002 Knoechelmann amp Morais 2008) bem como para as informaccedilotildees etnobotacircnicas (Rodrigues amp Carvalho 2001 Vila Verde et al 2003 Gorette-Pasa 2011) e os dados complementados por observaccedilotildees esporaacutedicas de campo

Cabe ressaltar que a intenccedilatildeo do levantamento dos aspectos etnobotacircnicos visa uma complementaccedilatildeo dos dados levantados neste trabalho As informaccedilotildees referentes ao uso na medicina popular foram abordadas durante as atividades praacuteticas de campo apenas atraveacutes da citaccedilatildeo que determinada espeacutecie possui potencial farmacoloacutegico omitindo-se qualquer menccedilatildeo agrave posologia indicaccedilatildeo ou parte da planta utilizada Dessa forma chama-se a atenccedilatildeo da potencialidade de espeacutecies nativas na farmacopeacuteia brasileira mas procura-se natildeo incentivar o uso destas plantas como medicaccedilatildeo sem orientaccedilatildeo meacutedica

O glossaacuterio foi elaborado e adaptado a partir dos conceitos obtidos nas seguintes obras Ferri et al (1969) Souza amp Lorenzi (2008) e Raven et al (2010)

Resultados e Discussatildeo

O ensino convencional de botacircnica apresenta uma aula dita teoacuterica na qual o aluno geralmente ouve e memoriza um conjunto de informaccedilotildees como sendo os conteuacutedos mais importantes mesmo que estes muitas vezes natildeo estejam inseridos em sua realidade Essa passividade dos alunos eacute uma desvantagem das aulas expositivas pois pouca informaccedilatildeo eacute retida devido ao decreacutescimo da atenccedilatildeo no decorrer da aula Por isso existe a necessidade de se encontrarem formas alternativas de trabalho que permitam a manutenccedilatildeo da atenccedilatildeo dos alunos durante todo o periacuteodo de aula Para isso eacute necessaacuterio instigar intelectualmente os alunos atraveacutes de discussotildees e estiacutemulos sensoriais Os conceitos quando apresentados por meio de uma discussatildeo ficam mais inteligiacuteveis e as aulas se tornam mais agradaacuteveis e interessantes aleacutem de desafiarem a imaginaccedilatildeo e vivacidade dos estudantes O uso de exemplos adequados durante a aula eacute importante natildeo soacute para motivar os alunos mas para ajudaacute-los a entender ideacuteias abstratas e aproximar os conteuacutedos da realidade do aluno Os exemplos servem para ilustrar uma ideacuteia ou para verificar se os alunos entenderam um conceito (Krasilchik 1996) Pode-se dizer que uma grande parte dos livros didaacuteticos brasileiros utilizados ateacute hoje se vale da taxonomia para apresentar ao estudante de Ensino Meacutedio uma botacircnica ldquodecorativardquo Os alunos satildeo entregues a uma verdadeira avalanche de nomes e estruturas muitas vezes sem contexto e significado tangiacuteveis (Marcondes amp Lammoglia 1994 Fonseca 1995)

Segundo Santiago dos Santos (2006) a visatildeo estaacutetica da Botacircnica deveria ser substituiacuteda por uma didaacutetica na qual os conceitos baacutesicos possam ser ressaltados no sentido de permitir a interpretaccedilatildeo dos fatos ao inveacutes de apenas memorizaacute-los Deste modo o educando eacute estimulado a exercitar seu espiacuterito de observaccedilatildeo passando a ser um ordenador e sintetizador de informaccedilotildees Joly (1976) recomenda que o professor jamais tente desenvolver o estudo da classificaccedilatildeo das plantas sem recorrer a exemplares vivos isto eacute agrave natureza Em hipoacutetese alguma os ensinamentos teoacutericos indispensaacuteveis devem ser ministrados sem a correspondente aula praacutetica pois para o autor soacute esta pode levar o aluno a fixar as caracteriacutesticas mais importantes de cada grupo De acordo com Seniciato amp Cavassan (2008a) em termos de estrateacutegias de ensino de ciecircncias as aulas praacuteticas satildeo apontadas como mais interessantes e motivadoras quando comparadas agraves tradicionais aulas teoacutericas principalmente por incluiacuterem os fenocircmenos nos contextos de aprendizagem

Piaget (1996) reafirma que o conhecimento eacute baseado sobretudo na experimentaccedilatildeo Dessa forma os processos de assimilaccedilatildeo da realidade seratildeo tanto mais afetivos quanto mais tangiacuteveis e palpaacuteveis forem de fato ou seja as capacidades de abstraccedilatildeo e de conceituaccedilatildeo satildeo facilitadas quando o aprendiz estiver exposto agrave dimensatildeo concreta da realidade (Seniciato amp Cavassan 2008a) A atividade de campo pode assim aguccedilar a percepccedilatildeo o senso esteacutetico e a curiosidade do aluno em relaccedilatildeo aos fenocircmenos apresentados motivando-o para o aprendizado na escola e a buscar mais informaccedilotildees por conta proacutepria (Ikemoto 2007)

Neste sentido as informaccedilotildees levantadas ao longo deste estudo buscaram aproximar o aluno da realidade em que vive fazendo com que este pudesse visualizar refletir e compreender os temas apresentados em sala de aula atraveacutes de exemplos vivos em aula de campo ou visualizados no cataacutelogo de espeacutecies Foram amostradas e descritas as espeacutecies Qualea cordata Qualea grandiflora Qualea multiflora Qualea parviflora Vochysia cinnamomea e Vochysia tucanorum (Tabela 1) O cataacutelogo de espeacutecies a chave de identificaccedilatildeo

Figura 1 Climatograma da cidade de Bauru - SP ano de 2008Figure 1 Climatogram of Bauru - SP 2008

31

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

e o glossaacuterio com os termos utilizados foram construiacutedos como ferramentas auxiliares para a conduccedilatildeo destes estudos praacuteticos No cataacutelogo as pranchas para cada espeacutecie abordam em sentido anti-horaacuterio fotos do haacutebito caule folhas flores e frutos Nas pranchas 4 e 5 a sequecircncia de fotos inclui fotos de polinizadores

A proposta eacute a de que os professores possam se utilizar da chave e do cataacutelogo de espeacutecies para o ensino de Sistemaacutetica Vegetal botacircnica e ecologia O glossaacuterio visa solucionar duacutevidas sobre o significado dos termos botacircnicos utilizados na chave e no cataacutelogo

Os dados apresentados devem ser trabalhados atraveacutes de uma didaacutetica motivadora fazendo com que atraveacutes da visualizaccedilatildeo investigaccedilatildeo e problematizaccedilatildeo do fenocircmeno apontado o aluno possa construir o seu conceito atraveacutes da elaboraccedilatildeo de hipoacuteteses tornando-se assim um agente construtor do conhecimento Aleacutem disso a formulaccedilatildeo desses conceitos por parte do proacuteprio educando pode servir de ponto de partida para discussotildees interessantes e aprofundadas comparando seus conceitos a outros jaacute existentes

Um exemplo desta abordagem eacute a presenccedila de nectaacuterios extraflorais na base do peciacuteolo das espeacutecies do gecircnero Qualea Esse caraacuteter permite a identificaccedilatildeo deste gecircnero aleacutem de ilustrar um exemplo de interaccedilatildeo ecoloacutegica Em uma aula essa caracteriacutestica poderia ser abordada atraveacutes de algumas perguntas ldquoVocecircs estatildeo visualizando essa glacircndula e essa formiga O que eacute uma glacircndula Que fenocircmeno estamos observando Por que seraacute que essa formiga estaacute nesta glacircndulardquo Atraveacutes de algumas perguntas busca-se direcionar o pensamento e as reflexotildees dos alunos mas deve-se estar atento para natildeo responder agraves questotildees Deve-se deixaacute-los discutir sobre tais questotildees que seratildeo abordadas ao final da atividade Dessa forma os alunos podem formular hipoacuteteses e discuti-las ao inveacutes de receberem todos os conceitos prontos Outras informaccedilotildees obtidas neste estudo podem ser trabalhadas atraveacutes da formulaccedilatildeo de hipoacuteteses como por exemplo ldquoAs espeacutecies de Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacuteniordquo Trabalhando tais informaccedilotildees os alunos podem chegar agrave conclusatildeo de que ldquoOs solos com maior concentraccedilatildeo de alumiacutenio tendem a ser povoados por plantas que tecircm a capacidade de acumular alumiacuteniordquo

Assim as espeacutecies de Vochysiaceae podem servir como exemplos-vivos de diversos fenocircmenos e por possuiacuterem caracteriacutesticas tiacutepicas de espeacutecies de cerrado podem ainda servir como elementos motivadores e com apelo esteacutetico para o aprendizado sobre as caracteriacutesticas desta vegetaccedilatildeo Na paisagem do Cerrado satildeo comumente encontradas aacutervores tortuosas e suberosas caracteriacutesticas estas notoacuterias em espeacutecies de Vochysiaceae

Aos professores que queiram trabalhar o tema ldquointeraccedilotildees ecoloacutegicasrdquo alguns exemplos que ocorrem com espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae estatildeo relacionados no cataacutelogo As fotos contidas no cataacutelogo ilustram tais interaccedilotildees e juntamente com as explicaccedilotildees

permitem que os alunos conheccedilam um pouco mais sobre o ambiente do Cerrado

De acordo com Dewey (1938) ldquoos alunos aprendem fazendordquo Essa educaccedilatildeo se daacute atraveacutes da experiecircncia Se uma experiecircncia for desarticulada desprovida de atenccedilatildeo e reflexatildeo essa atitude iraacute operar modificando a qualidade das experiecircncias subsequentes natildeo permitindo aos alunos retirar delas o que deveriam Uma boa experiecircncia mais que imediatamente agradaacutevel promove o desencadeamento de experiecircncias futuras positivas Nesse sentido o material elaborado busca aproximar o educando dos temas apresentados em sala de aula atraveacutes do entendimento e reflexatildeo sobre os temas abordados e uma boa experiecircncia reflexiva sobre seus conteuacutedos

Uma metodologia diferenciada no ensino de botacircnica segundo Pinheiro da Silva (2008) pode fomentar uma atitude reflexiva por parte do aluno na medida em que oferece a este oportunidades de participaccedilatildeo nas quais vivencie uma variedade de experiecircncias seja solicitado a tomar decisotildees fazer julgamentos e chegar a conclusotildees

Agradecimentos

Agrave FAPESP pela bolsa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica concedida processo 200850615-3

Agrave Profa Dra Kikyo Yamamoto do Departamento de Biologia Vegetal Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas pela confirmaccedilatildeo das espeacutecies descritas neste estudo

Ao taxonomista Doutorando Gustavo Shimizu pela ajuda com a revisatildeo do texto e das informaccedilotildees contidas neste documento

Ao tradutor Rodrigo Guimaratildees e ao Prof Dr Reinaldo Monteiro pela revisatildeo dos textos em inglecircs

Referecircncias BibliograacuteficasAVEIRO SMG 1997 Biologia da reproduccedilatildeo e crescimento inicial de

Qualea cordata Spreng (Vochysiaceae) uma espeacutecie arboacuterea do Cerrado Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000121464ampfd=y

BARBOSA AAA 1983 Aspectos da ecologia reprodutiva de trecircs espeacutecies de Qualea (Vochysiaceae) num cerrado de Brasiacutelia-DF Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia httppesquisabvsaludorgregionalresourcesrep-131156

BARBOSA AR 1999 As espeacutecies do gecircnero Vochysia Aubl (Vochysiaceae) ocorrentes no Estado de Satildeo Paulo Tese de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000199970

BARROSO GM PEIXOTO AL ICHASO CLF GUIMARAtildeES EF amp COSTA CG 1984 Sistemaacutetica de Angiospermas do Brasil UFV Impr Univ Viccedilosa v2

Tabela 1 Espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae amostradas neste estudo nomes cientiacuteficos nomes populares haacutebito e nuacutemero de registro no Herbaacuterio da UNESP de Bauru (UNBA)Table 1 Family Vochysiaceae species sampled in this study scientific names common names habit and registration number in the Herbarium of UNESP of Bauru (UNBA)

Espeacutecie Nome popular Haacutebito Nuacutemero de registro no Herbaacuterio UNBA

Qualea cordata Spreng pau-terra carvatildeozinho dedaleira-preta Arboacutereo 5243 5026 5028 5030 5035Qualea grandiflora Mart pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grande Arboacutereo 4089 4097 5011 5024 5025Qualea multiflora Mart cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisa Arboacutereo 4095 5010 5023 5027 5029Qualea parviflora Mart pau-terra pau-terra-de-folha-miuda Arboacutereo 3870 4088 4090 4091 4093Vochysia tucanorum Mart cinzeiro pau-de-tucano Arboacutereo 4092 4096 4098 5000 5012Vochysia cinnamomea Pohl casca-doce quina-doce pau-doce Arboacutereo 5021 5022 5206 5207 5208

32

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

BAWA KS PERRY DR amp BEACH JH 1985 Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees I Sexual systems and incompatibility mechanisms Am J Bot 72331-345 httpdxdoiorg1023072443526

BEGON M HARPER JL amp TOWNSEND CR 1996 Ecology individuals populations and communities Blackwell Science Victoria

BENTLEY B amp ELIAS TS 1983 The biology of nectaries Columbia University Press New York

CAVASSAN O 1982 Levantamento floriacutestico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru utilizando o meacutetodo de quadrantes Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Rio Claro

CAVASSAN O CESAR O amp MARTINS FR 1984 Fitossociologia da vegetaccedilatildeo arboacuterea da Reserva Estadual de Bauru Estado de Satildeo Paulo Rev Bras Bot 791-106

CAVASSAN O 1990 Floriacutestica e fitossociologia da vegetaccedilatildeo lenhosa de um hectare de cerrado do Parque Ecoloacutegico Municipal de Bauru (SP) Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000036013

CAVASSAN O PINHEIRO DA SILVA PG amp SENICIATO T 2006 O ensino de Ciecircncias a biodiversidade e o Cerrado In Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica e Ensino de Ciecircncias Estudos e Experiecircncias (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p190-219

CAVASSAN O CALDEIRA AMA WEISER VL amp BRANDO FC 2009 Conhecendo botacircnica e ecologia no Cerrado Joarte Graacutefica e Editora Bauru

DEWEY J 1938 Experience and Education The 60th anniversary edition httpbooksgooglecombookshl=pt-BRamplr=ampid=UE2EusaU53ICampoi=fndamppg=PR4ampdq=Deweyampots=EDZZ3nPXLkampsig=spiXEDMvSRJaz59TAHQKuV_0Y8wPPP1M1

DEWEY J 1959 Como pensamos Editora Nacional Satildeo PauloFARACO AG 2007 Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura fitossocioloacutegica de

uma aacuterea de cerrado pertencente ao Campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista ndash UNESP SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu

FERRI MG MENEZES NL amp MONTEIRO-SCANAVACCA WR 1969 Glossaacuterio de termos botacircnicos Editora Edgard Bluumlcher Ltda Satildeo Paulo

FIGUEIREDO JC amp PAZ RS 2010 Nova classificaccedilatildeo climaacutetica e o aspecto climatoloacutegico da cidade de BauruSatildeo Paulo In XVI Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Agrometeorologia

FISCHER EA amp GORDO M 1993 Qualea cordata pollination by the territorial bee Centris tarsata in the ldquoCampos Rupestresrdquo Brazil Cienc Cult 45144-147

FLORES EM 1993 Vochysia guatemalensis y Vochysia ferruginea Aacuterboles Semillas Neotrop 21-52

FONSECA A 1995 Biologia Aacutetica Satildeo PauloFRANCcedilA F 1996 O gecircnero Callisthene Mart amp Zucc (Vochysiaceae) no

estado da Bahia Sitientibus 1541-47FRANCcedilA F 2012 Vochysiaceae In Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil

Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro httpfloradobrasiljbrjgovbr2012FB000250

GIMENES M 2007 Polinizaccedilatildeo de Vochysia lucida C Presl (Vochysiaceae) em uma aacuterea de restinga na Bahia Rev Bras Ento 51(4)465-470 httpdxdoiorg101590S0085-56262007000400010

GOODLAND R 1971 A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of Central Brazil J Ecol 59411-419 httpdxdoiorg1023072258321

GORETTE-PASA M 2011 Abordagem etnobotacircnica na comunidade de Conceiccedilatildeo-Accedilu Mato Grosso Brazil Polibotacircnica 31169-197

GOTTSBERGER G amp SILBERBAUER-GOTTSBERGER I 2006 Life in the Cerrado a South American tropical seasonal vegetation Pollination and seed dispersion Reta Verlag Ulm

HARIDASAN M 1982 Aluminium accumulation by some cerrado native species of central Brazil Plant Soil 65(2)265-273 httpdxdoiorg101007BF02374657

IKEMOTO E 2007 Espeacutecies arboacutereas arbustivas e herbaacuteceas do Parque Taquaral (Campinas SP) ndash subsiacutedios para a atividade natildeo formal de botacircnica Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000412927ampfd=y

JANSEN S BROADLEY MR ROBBRECHT E amp SMETS E 2002 Aluminium hyperaccumulation in angiosperm a review of its phylogenetic significance The Bot Rev 68(2)235-269 httpdxdoiorg1016630006-8101(2002)068[0235AHIAAR]20CO2

JOLY AB 1976 Botacircnica introduccedilatildeo agrave taxonomia vegetal Nacional Satildeo Paulo

KAWASAKI ML 2006 Vochysiaceae In The families and genera of vascular plants (K Kubitzki ed) Springer Berlin p480-487

KEAY RWJ amp STAFLEU FA 1953 Erismadelphus Acta Bot Neerl 1594-599

KNOECHELMANN CM amp MORAIS HC 2008 Visitas de formigas (Hymenoptera Formicidae) a nectaacuterios extra-florais de Stryphnodendron adstringens (Mart) Cov (Fabaceae Mimosoideae) em uma aacuterea de cerrado frequentemente queimado Rev Bras Zooc 10(1)35-40

KRASILCHIK M 1996 Praacutetica de Ensino de Biologia Harbra Satildeo PauloLISBOA MLG 2000 Estudos taxonocircmicos sobre o gecircnero Qualea

Aubl subgecircnero Amphilochia (Mart) Stafl (Vochysiaceae A St-Hil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000205968ampopt=1

LITT A 1996 Phylogeny of the Vochysiaceae implications of molecular data for floral evolution Am J Bot 83(abstracts)175

LITT A amp CHEEK M 2002 Korupodendron songweanum a new genus and species of Vochysiaceae from West-Central Africa Brittonia 5413-17 httpdxdoiorg1016630007-196X(2002)054[0013KSANGA]20CO2

MADUREIRA M amp SOBRINHO TG 2002 Evidecircncia de mutualismo entre Qualea cordata (Vochysiaceae) e Cephalotes sp (Hymenoptera Formicidade) Acad Insecta 2(1)1-4

MARCANO-BERTI L 1969 Un nuevo genero de las Vochysiaceae Pittieria 23-28

MARCONDES AC amp LAMMOGLIA DA 1994 Biologia ndash ciecircncia da vida Atual Satildeo Paulo

OLIVEIRA PS SILVA AF amp MARTINS AB 1987 Ant foraging on extrafloral nectaries of Qualea grandiflora (Vochysiaceae) in cerrado vegetation ants as potencial antiherbivore agents Oecologia 74228-230 httpdxdoiorg101007BF00379363

OLIVEIRA PE 1996 Biologia floral de Salvertia convallariodora (Vochysiaceae) uma espeacutecie de cerrado polinizada por mariposas Rev Bras Bot 19(1)49-53

OLIVEIRA PE 1998 Reproductive biology evolution and taxonomy of Vochysiaceae in central Brazil In Reproductive Biology (SJ Owens amp PJ Rudall eds) Kew Royal Botanic Gardens London p381-393

OLIVEIRA PE amp GIBBS PE 1994 Pollination and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) J Trop Ecol 10509-522 httpdxdoiorg101017S026646740000818X

OLIVEIRA PE GIBBS PE amp BARBOSA AA 2004 Moth pollination of woody species in the Cerrados of Central Brazil a case of so much owed to so few Plant Syst Evol 24541-54 httpdxdoiorg101007s00606-003-0120-0

PIAGET J 1996 Biologia e conhecimento ndash ensaio sobre as relaccedilotildees entre as regulaccedilotildees orgacircnicas e os processos cognoscitivos Vozes Petroacutepolis

PINHEIRO DA SILVA PG 2008 O Ensino da Botacircnica no Niacutevel Fundamental um enfoque nos procedimentos metodoloacutegicos Tese de Doutorado Universidade Estadual Paulista Bauru httpwww2fcunespbrBibliotecaVirtualArquivosPDFTES_DOUTTES_DOUT20080328_SILVA20PATRICIA20GOMES20PINHEIRO20DApdf

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 7: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

31

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

e o glossaacuterio com os termos utilizados foram construiacutedos como ferramentas auxiliares para a conduccedilatildeo destes estudos praacuteticos No cataacutelogo as pranchas para cada espeacutecie abordam em sentido anti-horaacuterio fotos do haacutebito caule folhas flores e frutos Nas pranchas 4 e 5 a sequecircncia de fotos inclui fotos de polinizadores

A proposta eacute a de que os professores possam se utilizar da chave e do cataacutelogo de espeacutecies para o ensino de Sistemaacutetica Vegetal botacircnica e ecologia O glossaacuterio visa solucionar duacutevidas sobre o significado dos termos botacircnicos utilizados na chave e no cataacutelogo

Os dados apresentados devem ser trabalhados atraveacutes de uma didaacutetica motivadora fazendo com que atraveacutes da visualizaccedilatildeo investigaccedilatildeo e problematizaccedilatildeo do fenocircmeno apontado o aluno possa construir o seu conceito atraveacutes da elaboraccedilatildeo de hipoacuteteses tornando-se assim um agente construtor do conhecimento Aleacutem disso a formulaccedilatildeo desses conceitos por parte do proacuteprio educando pode servir de ponto de partida para discussotildees interessantes e aprofundadas comparando seus conceitos a outros jaacute existentes

Um exemplo desta abordagem eacute a presenccedila de nectaacuterios extraflorais na base do peciacuteolo das espeacutecies do gecircnero Qualea Esse caraacuteter permite a identificaccedilatildeo deste gecircnero aleacutem de ilustrar um exemplo de interaccedilatildeo ecoloacutegica Em uma aula essa caracteriacutestica poderia ser abordada atraveacutes de algumas perguntas ldquoVocecircs estatildeo visualizando essa glacircndula e essa formiga O que eacute uma glacircndula Que fenocircmeno estamos observando Por que seraacute que essa formiga estaacute nesta glacircndulardquo Atraveacutes de algumas perguntas busca-se direcionar o pensamento e as reflexotildees dos alunos mas deve-se estar atento para natildeo responder agraves questotildees Deve-se deixaacute-los discutir sobre tais questotildees que seratildeo abordadas ao final da atividade Dessa forma os alunos podem formular hipoacuteteses e discuti-las ao inveacutes de receberem todos os conceitos prontos Outras informaccedilotildees obtidas neste estudo podem ser trabalhadas atraveacutes da formulaccedilatildeo de hipoacuteteses como por exemplo ldquoAs espeacutecies de Vochysiaceae satildeo plantas acumuladoras de alumiacuteniordquo Trabalhando tais informaccedilotildees os alunos podem chegar agrave conclusatildeo de que ldquoOs solos com maior concentraccedilatildeo de alumiacutenio tendem a ser povoados por plantas que tecircm a capacidade de acumular alumiacuteniordquo

Assim as espeacutecies de Vochysiaceae podem servir como exemplos-vivos de diversos fenocircmenos e por possuiacuterem caracteriacutesticas tiacutepicas de espeacutecies de cerrado podem ainda servir como elementos motivadores e com apelo esteacutetico para o aprendizado sobre as caracteriacutesticas desta vegetaccedilatildeo Na paisagem do Cerrado satildeo comumente encontradas aacutervores tortuosas e suberosas caracteriacutesticas estas notoacuterias em espeacutecies de Vochysiaceae

Aos professores que queiram trabalhar o tema ldquointeraccedilotildees ecoloacutegicasrdquo alguns exemplos que ocorrem com espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae estatildeo relacionados no cataacutelogo As fotos contidas no cataacutelogo ilustram tais interaccedilotildees e juntamente com as explicaccedilotildees

permitem que os alunos conheccedilam um pouco mais sobre o ambiente do Cerrado

De acordo com Dewey (1938) ldquoos alunos aprendem fazendordquo Essa educaccedilatildeo se daacute atraveacutes da experiecircncia Se uma experiecircncia for desarticulada desprovida de atenccedilatildeo e reflexatildeo essa atitude iraacute operar modificando a qualidade das experiecircncias subsequentes natildeo permitindo aos alunos retirar delas o que deveriam Uma boa experiecircncia mais que imediatamente agradaacutevel promove o desencadeamento de experiecircncias futuras positivas Nesse sentido o material elaborado busca aproximar o educando dos temas apresentados em sala de aula atraveacutes do entendimento e reflexatildeo sobre os temas abordados e uma boa experiecircncia reflexiva sobre seus conteuacutedos

Uma metodologia diferenciada no ensino de botacircnica segundo Pinheiro da Silva (2008) pode fomentar uma atitude reflexiva por parte do aluno na medida em que oferece a este oportunidades de participaccedilatildeo nas quais vivencie uma variedade de experiecircncias seja solicitado a tomar decisotildees fazer julgamentos e chegar a conclusotildees

Agradecimentos

Agrave FAPESP pela bolsa de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica concedida processo 200850615-3

Agrave Profa Dra Kikyo Yamamoto do Departamento de Biologia Vegetal Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas pela confirmaccedilatildeo das espeacutecies descritas neste estudo

Ao taxonomista Doutorando Gustavo Shimizu pela ajuda com a revisatildeo do texto e das informaccedilotildees contidas neste documento

Ao tradutor Rodrigo Guimaratildees e ao Prof Dr Reinaldo Monteiro pela revisatildeo dos textos em inglecircs

Referecircncias BibliograacuteficasAVEIRO SMG 1997 Biologia da reproduccedilatildeo e crescimento inicial de

Qualea cordata Spreng (Vochysiaceae) uma espeacutecie arboacuterea do Cerrado Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000121464ampfd=y

BARBOSA AAA 1983 Aspectos da ecologia reprodutiva de trecircs espeacutecies de Qualea (Vochysiaceae) num cerrado de Brasiacutelia-DF Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia httppesquisabvsaludorgregionalresourcesrep-131156

BARBOSA AR 1999 As espeacutecies do gecircnero Vochysia Aubl (Vochysiaceae) ocorrentes no Estado de Satildeo Paulo Tese de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000199970

BARROSO GM PEIXOTO AL ICHASO CLF GUIMARAtildeES EF amp COSTA CG 1984 Sistemaacutetica de Angiospermas do Brasil UFV Impr Univ Viccedilosa v2

Tabela 1 Espeacutecies da famiacutelia Vochysiaceae amostradas neste estudo nomes cientiacuteficos nomes populares haacutebito e nuacutemero de registro no Herbaacuterio da UNESP de Bauru (UNBA)Table 1 Family Vochysiaceae species sampled in this study scientific names common names habit and registration number in the Herbarium of UNESP of Bauru (UNBA)

Espeacutecie Nome popular Haacutebito Nuacutemero de registro no Herbaacuterio UNBA

Qualea cordata Spreng pau-terra carvatildeozinho dedaleira-preta Arboacutereo 5243 5026 5028 5030 5035Qualea grandiflora Mart pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grande Arboacutereo 4089 4097 5011 5024 5025Qualea multiflora Mart cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisa Arboacutereo 4095 5010 5023 5027 5029Qualea parviflora Mart pau-terra pau-terra-de-folha-miuda Arboacutereo 3870 4088 4090 4091 4093Vochysia tucanorum Mart cinzeiro pau-de-tucano Arboacutereo 4092 4096 4098 5000 5012Vochysia cinnamomea Pohl casca-doce quina-doce pau-doce Arboacutereo 5021 5022 5206 5207 5208

32

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

BAWA KS PERRY DR amp BEACH JH 1985 Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees I Sexual systems and incompatibility mechanisms Am J Bot 72331-345 httpdxdoiorg1023072443526

BEGON M HARPER JL amp TOWNSEND CR 1996 Ecology individuals populations and communities Blackwell Science Victoria

BENTLEY B amp ELIAS TS 1983 The biology of nectaries Columbia University Press New York

CAVASSAN O 1982 Levantamento floriacutestico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru utilizando o meacutetodo de quadrantes Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Rio Claro

CAVASSAN O CESAR O amp MARTINS FR 1984 Fitossociologia da vegetaccedilatildeo arboacuterea da Reserva Estadual de Bauru Estado de Satildeo Paulo Rev Bras Bot 791-106

CAVASSAN O 1990 Floriacutestica e fitossociologia da vegetaccedilatildeo lenhosa de um hectare de cerrado do Parque Ecoloacutegico Municipal de Bauru (SP) Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000036013

CAVASSAN O PINHEIRO DA SILVA PG amp SENICIATO T 2006 O ensino de Ciecircncias a biodiversidade e o Cerrado In Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica e Ensino de Ciecircncias Estudos e Experiecircncias (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p190-219

CAVASSAN O CALDEIRA AMA WEISER VL amp BRANDO FC 2009 Conhecendo botacircnica e ecologia no Cerrado Joarte Graacutefica e Editora Bauru

DEWEY J 1938 Experience and Education The 60th anniversary edition httpbooksgooglecombookshl=pt-BRamplr=ampid=UE2EusaU53ICampoi=fndamppg=PR4ampdq=Deweyampots=EDZZ3nPXLkampsig=spiXEDMvSRJaz59TAHQKuV_0Y8wPPP1M1

DEWEY J 1959 Como pensamos Editora Nacional Satildeo PauloFARACO AG 2007 Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura fitossocioloacutegica de

uma aacuterea de cerrado pertencente ao Campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista ndash UNESP SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu

FERRI MG MENEZES NL amp MONTEIRO-SCANAVACCA WR 1969 Glossaacuterio de termos botacircnicos Editora Edgard Bluumlcher Ltda Satildeo Paulo

FIGUEIREDO JC amp PAZ RS 2010 Nova classificaccedilatildeo climaacutetica e o aspecto climatoloacutegico da cidade de BauruSatildeo Paulo In XVI Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Agrometeorologia

FISCHER EA amp GORDO M 1993 Qualea cordata pollination by the territorial bee Centris tarsata in the ldquoCampos Rupestresrdquo Brazil Cienc Cult 45144-147

FLORES EM 1993 Vochysia guatemalensis y Vochysia ferruginea Aacuterboles Semillas Neotrop 21-52

FONSECA A 1995 Biologia Aacutetica Satildeo PauloFRANCcedilA F 1996 O gecircnero Callisthene Mart amp Zucc (Vochysiaceae) no

estado da Bahia Sitientibus 1541-47FRANCcedilA F 2012 Vochysiaceae In Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil

Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro httpfloradobrasiljbrjgovbr2012FB000250

GIMENES M 2007 Polinizaccedilatildeo de Vochysia lucida C Presl (Vochysiaceae) em uma aacuterea de restinga na Bahia Rev Bras Ento 51(4)465-470 httpdxdoiorg101590S0085-56262007000400010

GOODLAND R 1971 A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of Central Brazil J Ecol 59411-419 httpdxdoiorg1023072258321

GORETTE-PASA M 2011 Abordagem etnobotacircnica na comunidade de Conceiccedilatildeo-Accedilu Mato Grosso Brazil Polibotacircnica 31169-197

GOTTSBERGER G amp SILBERBAUER-GOTTSBERGER I 2006 Life in the Cerrado a South American tropical seasonal vegetation Pollination and seed dispersion Reta Verlag Ulm

HARIDASAN M 1982 Aluminium accumulation by some cerrado native species of central Brazil Plant Soil 65(2)265-273 httpdxdoiorg101007BF02374657

IKEMOTO E 2007 Espeacutecies arboacutereas arbustivas e herbaacuteceas do Parque Taquaral (Campinas SP) ndash subsiacutedios para a atividade natildeo formal de botacircnica Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000412927ampfd=y

JANSEN S BROADLEY MR ROBBRECHT E amp SMETS E 2002 Aluminium hyperaccumulation in angiosperm a review of its phylogenetic significance The Bot Rev 68(2)235-269 httpdxdoiorg1016630006-8101(2002)068[0235AHIAAR]20CO2

JOLY AB 1976 Botacircnica introduccedilatildeo agrave taxonomia vegetal Nacional Satildeo Paulo

KAWASAKI ML 2006 Vochysiaceae In The families and genera of vascular plants (K Kubitzki ed) Springer Berlin p480-487

KEAY RWJ amp STAFLEU FA 1953 Erismadelphus Acta Bot Neerl 1594-599

KNOECHELMANN CM amp MORAIS HC 2008 Visitas de formigas (Hymenoptera Formicidae) a nectaacuterios extra-florais de Stryphnodendron adstringens (Mart) Cov (Fabaceae Mimosoideae) em uma aacuterea de cerrado frequentemente queimado Rev Bras Zooc 10(1)35-40

KRASILCHIK M 1996 Praacutetica de Ensino de Biologia Harbra Satildeo PauloLISBOA MLG 2000 Estudos taxonocircmicos sobre o gecircnero Qualea

Aubl subgecircnero Amphilochia (Mart) Stafl (Vochysiaceae A St-Hil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000205968ampopt=1

LITT A 1996 Phylogeny of the Vochysiaceae implications of molecular data for floral evolution Am J Bot 83(abstracts)175

LITT A amp CHEEK M 2002 Korupodendron songweanum a new genus and species of Vochysiaceae from West-Central Africa Brittonia 5413-17 httpdxdoiorg1016630007-196X(2002)054[0013KSANGA]20CO2

MADUREIRA M amp SOBRINHO TG 2002 Evidecircncia de mutualismo entre Qualea cordata (Vochysiaceae) e Cephalotes sp (Hymenoptera Formicidade) Acad Insecta 2(1)1-4

MARCANO-BERTI L 1969 Un nuevo genero de las Vochysiaceae Pittieria 23-28

MARCONDES AC amp LAMMOGLIA DA 1994 Biologia ndash ciecircncia da vida Atual Satildeo Paulo

OLIVEIRA PS SILVA AF amp MARTINS AB 1987 Ant foraging on extrafloral nectaries of Qualea grandiflora (Vochysiaceae) in cerrado vegetation ants as potencial antiherbivore agents Oecologia 74228-230 httpdxdoiorg101007BF00379363

OLIVEIRA PE 1996 Biologia floral de Salvertia convallariodora (Vochysiaceae) uma espeacutecie de cerrado polinizada por mariposas Rev Bras Bot 19(1)49-53

OLIVEIRA PE 1998 Reproductive biology evolution and taxonomy of Vochysiaceae in central Brazil In Reproductive Biology (SJ Owens amp PJ Rudall eds) Kew Royal Botanic Gardens London p381-393

OLIVEIRA PE amp GIBBS PE 1994 Pollination and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) J Trop Ecol 10509-522 httpdxdoiorg101017S026646740000818X

OLIVEIRA PE GIBBS PE amp BARBOSA AA 2004 Moth pollination of woody species in the Cerrados of Central Brazil a case of so much owed to so few Plant Syst Evol 24541-54 httpdxdoiorg101007s00606-003-0120-0

PIAGET J 1996 Biologia e conhecimento ndash ensaio sobre as relaccedilotildees entre as regulaccedilotildees orgacircnicas e os processos cognoscitivos Vozes Petroacutepolis

PINHEIRO DA SILVA PG 2008 O Ensino da Botacircnica no Niacutevel Fundamental um enfoque nos procedimentos metodoloacutegicos Tese de Doutorado Universidade Estadual Paulista Bauru httpwww2fcunespbrBibliotecaVirtualArquivosPDFTES_DOUTTES_DOUT20080328_SILVA20PATRICIA20GOMES20PINHEIRO20DApdf

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 8: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

32

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

BAWA KS PERRY DR amp BEACH JH 1985 Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees I Sexual systems and incompatibility mechanisms Am J Bot 72331-345 httpdxdoiorg1023072443526

BEGON M HARPER JL amp TOWNSEND CR 1996 Ecology individuals populations and communities Blackwell Science Victoria

BENTLEY B amp ELIAS TS 1983 The biology of nectaries Columbia University Press New York

CAVASSAN O 1982 Levantamento floriacutestico da vegetaccedilatildeo arboacuterea da mata da Reserva Estadual de Bauru utilizando o meacutetodo de quadrantes Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Rio Claro

CAVASSAN O CESAR O amp MARTINS FR 1984 Fitossociologia da vegetaccedilatildeo arboacuterea da Reserva Estadual de Bauru Estado de Satildeo Paulo Rev Bras Bot 791-106

CAVASSAN O 1990 Floriacutestica e fitossociologia da vegetaccedilatildeo lenhosa de um hectare de cerrado do Parque Ecoloacutegico Municipal de Bauru (SP) Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000036013

CAVASSAN O PINHEIRO DA SILVA PG amp SENICIATO T 2006 O ensino de Ciecircncias a biodiversidade e o Cerrado In Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica e Ensino de Ciecircncias Estudos e Experiecircncias (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p190-219

CAVASSAN O CALDEIRA AMA WEISER VL amp BRANDO FC 2009 Conhecendo botacircnica e ecologia no Cerrado Joarte Graacutefica e Editora Bauru

DEWEY J 1938 Experience and Education The 60th anniversary edition httpbooksgooglecombookshl=pt-BRamplr=ampid=UE2EusaU53ICampoi=fndamppg=PR4ampdq=Deweyampots=EDZZ3nPXLkampsig=spiXEDMvSRJaz59TAHQKuV_0Y8wPPP1M1

DEWEY J 1959 Como pensamos Editora Nacional Satildeo PauloFARACO AG 2007 Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura fitossocioloacutegica de

uma aacuterea de cerrado pertencente ao Campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista ndash UNESP SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu

FERRI MG MENEZES NL amp MONTEIRO-SCANAVACCA WR 1969 Glossaacuterio de termos botacircnicos Editora Edgard Bluumlcher Ltda Satildeo Paulo

FIGUEIREDO JC amp PAZ RS 2010 Nova classificaccedilatildeo climaacutetica e o aspecto climatoloacutegico da cidade de BauruSatildeo Paulo In XVI Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Agrometeorologia

FISCHER EA amp GORDO M 1993 Qualea cordata pollination by the territorial bee Centris tarsata in the ldquoCampos Rupestresrdquo Brazil Cienc Cult 45144-147

FLORES EM 1993 Vochysia guatemalensis y Vochysia ferruginea Aacuterboles Semillas Neotrop 21-52

FONSECA A 1995 Biologia Aacutetica Satildeo PauloFRANCcedilA F 1996 O gecircnero Callisthene Mart amp Zucc (Vochysiaceae) no

estado da Bahia Sitientibus 1541-47FRANCcedilA F 2012 Vochysiaceae In Lista de Espeacutecies da Flora do Brasil

Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro httpfloradobrasiljbrjgovbr2012FB000250

GIMENES M 2007 Polinizaccedilatildeo de Vochysia lucida C Presl (Vochysiaceae) em uma aacuterea de restinga na Bahia Rev Bras Ento 51(4)465-470 httpdxdoiorg101590S0085-56262007000400010

GOODLAND R 1971 A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of Central Brazil J Ecol 59411-419 httpdxdoiorg1023072258321

GORETTE-PASA M 2011 Abordagem etnobotacircnica na comunidade de Conceiccedilatildeo-Accedilu Mato Grosso Brazil Polibotacircnica 31169-197

GOTTSBERGER G amp SILBERBAUER-GOTTSBERGER I 2006 Life in the Cerrado a South American tropical seasonal vegetation Pollination and seed dispersion Reta Verlag Ulm

HARIDASAN M 1982 Aluminium accumulation by some cerrado native species of central Brazil Plant Soil 65(2)265-273 httpdxdoiorg101007BF02374657

IKEMOTO E 2007 Espeacutecies arboacutereas arbustivas e herbaacuteceas do Parque Taquaral (Campinas SP) ndash subsiacutedios para a atividade natildeo formal de botacircnica Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000412927ampfd=y

JANSEN S BROADLEY MR ROBBRECHT E amp SMETS E 2002 Aluminium hyperaccumulation in angiosperm a review of its phylogenetic significance The Bot Rev 68(2)235-269 httpdxdoiorg1016630006-8101(2002)068[0235AHIAAR]20CO2

JOLY AB 1976 Botacircnica introduccedilatildeo agrave taxonomia vegetal Nacional Satildeo Paulo

KAWASAKI ML 2006 Vochysiaceae In The families and genera of vascular plants (K Kubitzki ed) Springer Berlin p480-487

KEAY RWJ amp STAFLEU FA 1953 Erismadelphus Acta Bot Neerl 1594-599

KNOECHELMANN CM amp MORAIS HC 2008 Visitas de formigas (Hymenoptera Formicidae) a nectaacuterios extra-florais de Stryphnodendron adstringens (Mart) Cov (Fabaceae Mimosoideae) em uma aacuterea de cerrado frequentemente queimado Rev Bras Zooc 10(1)35-40

KRASILCHIK M 1996 Praacutetica de Ensino de Biologia Harbra Satildeo PauloLISBOA MLG 2000 Estudos taxonocircmicos sobre o gecircnero Qualea

Aubl subgecircnero Amphilochia (Mart) Stafl (Vochysiaceae A St-Hil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000205968ampopt=1

LITT A 1996 Phylogeny of the Vochysiaceae implications of molecular data for floral evolution Am J Bot 83(abstracts)175

LITT A amp CHEEK M 2002 Korupodendron songweanum a new genus and species of Vochysiaceae from West-Central Africa Brittonia 5413-17 httpdxdoiorg1016630007-196X(2002)054[0013KSANGA]20CO2

MADUREIRA M amp SOBRINHO TG 2002 Evidecircncia de mutualismo entre Qualea cordata (Vochysiaceae) e Cephalotes sp (Hymenoptera Formicidade) Acad Insecta 2(1)1-4

MARCANO-BERTI L 1969 Un nuevo genero de las Vochysiaceae Pittieria 23-28

MARCONDES AC amp LAMMOGLIA DA 1994 Biologia ndash ciecircncia da vida Atual Satildeo Paulo

OLIVEIRA PS SILVA AF amp MARTINS AB 1987 Ant foraging on extrafloral nectaries of Qualea grandiflora (Vochysiaceae) in cerrado vegetation ants as potencial antiherbivore agents Oecologia 74228-230 httpdxdoiorg101007BF00379363

OLIVEIRA PE 1996 Biologia floral de Salvertia convallariodora (Vochysiaceae) uma espeacutecie de cerrado polinizada por mariposas Rev Bras Bot 19(1)49-53

OLIVEIRA PE 1998 Reproductive biology evolution and taxonomy of Vochysiaceae in central Brazil In Reproductive Biology (SJ Owens amp PJ Rudall eds) Kew Royal Botanic Gardens London p381-393

OLIVEIRA PE amp GIBBS PE 1994 Pollination and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) J Trop Ecol 10509-522 httpdxdoiorg101017S026646740000818X

OLIVEIRA PE GIBBS PE amp BARBOSA AA 2004 Moth pollination of woody species in the Cerrados of Central Brazil a case of so much owed to so few Plant Syst Evol 24541-54 httpdxdoiorg101007s00606-003-0120-0

PIAGET J 1996 Biologia e conhecimento ndash ensaio sobre as relaccedilotildees entre as regulaccedilotildees orgacircnicas e os processos cognoscitivos Vozes Petroacutepolis

PINHEIRO DA SILVA PG 2008 O Ensino da Botacircnica no Niacutevel Fundamental um enfoque nos procedimentos metodoloacutegicos Tese de Doutorado Universidade Estadual Paulista Bauru httpwww2fcunespbrBibliotecaVirtualArquivosPDFTES_DOUTTES_DOUT20080328_SILVA20PATRICIA20GOMES20PINHEIRO20DApdf

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 9: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

33

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

PINHEIRO DA SILVA PG CAVASSAN O amp SENICIATO T 2009 Os ambientes naturais e a didaacutetica das ciecircncias bioloacutegicas In Educaccedilatildeo para a ciecircncia introduccedilatildeo agrave didaacutetica da biologia (AMA Caldeira amp ESNN de Arauacutejo eds) Escrituras Satildeo Paulo v10 p289-303

PINHEIRO MHO 2000 Levantamento floriacutestico e fitossocioloacutegico da floresta estacional semidecidual do Jardim Botacircnico Municipal de Bauru Satildeo Paulo Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000211351

RAVEN P H EVERT R F amp EICHHORN S E 2010 Biologia Vegetal Guanabara Koogan Rio de Janeiro

RISSI MN 2011 Regeneraccedilatildeo natural de um fragmento de cerrado degradado com a formaccedilatildeo de pastagens de braquiaacuteria (Urochloa decumbens (Stapf) RDWebster) Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Estadual Paulista Botucatu httpwww2ibbunespbrposgradtesesbotanica_me_2011_mariana_rissi_corrigidapdf

RODRIacuteGUEZ RL amp SANOJA E 2004 Aspectos de la biologiacutea reproductiva de Erisma uncinatum Warm (Vochysiaceae) la primera especie maderable del Estado Boliacutevar Venezuela Acta Bot Ven 27(1)23-33

RODRIGUES RR amp LEITAtildeO-FILHO HF 2000 Matas ciliares conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo EdUSP FAPESP Satildeo Paulo

RODRIGUES VEG amp CARVALHO DA 2001 Levantamento etnobotacircnico de plantas medicinais no domiacutenio cerrado na regiatildeo do alto Rio Grande ndash Minas Gerais Cienc Agrotec 25(1)102-123

SAJO MG amp RUDALL PJ 2002 Leaf and stem anatomy of Vochysiaceae in relation to subfamilial and suprafamilial systematics Bot J Linn Soc 138 339-364 httpdxdoiorg101046j1095-8339200200025x

SANTIAGO DOS SANTOS F 2006 A botacircnica no Ensino Meacutedio Seraacute que eacute preciso apenas memorizar nomes de plantas In Estudos de histoacuteria e filosofia das ciecircncias subsiacutedios para aplicaccedilatildeo no ensino (CB Silva org) Editora Livraria da Fiacutesica Satildeo Paulo p223-243

SANTOS ML AFONSO AP amp OLIVEIRA PE 1997 Biologia floral de Vochysia cinnamomea Pohl (Vochysiaceae) em cerrados do Triacircngulo Mineiro MG Rev BrasBot 20(2)127-132 httpdxdoiorg101590S0100-84041997000200003

SARMIENTO G 1983 The savannas of tropical America In Ecosystems of the world tropical savannas (F Bouliere ed) Elsevier Amsterdam p245-288

SENICIATO T PINHEIRO DA SILVA PG amp CAVASSAN O 2006 Construindo valores esteacuteticos nas aulas de ciecircncias desenvolvidas em ambientes naturais Ensaio 8(2)97-110

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008a Afetividade motivaccedilatildeo e construccedilatildeo de conhecimento cientiacutefico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais Ciecircnc Cogniccedilatildeo (UFRJ) 13(3)120-136

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2008b A formaccedilatildeo de conceitos cientiacuteficos em aulas de campo as possibilidades de aprendizagem segundo Piaget e Vigotski In Educaccedilatildeo para a ciecircncia praacuteticas integradas para o ensino de biologia (ESNN de Arauacutejo JJ Caluzi amp AMA Caldeira eds) Escrituras Satildeo Paulo p189-203

SENICIATO T amp CAVASSAN O 2009 O ensino de ecologia e a experiecircncia esteacutetica no ambiente natural consideraccedilotildees preliminares Ciecircnc Educ 15(2)393-412

SENTERRE B amp OBIANG D 2005 Nouvelles deacutecouvertes agrave propos des Vochysiaceae africaines Erismadelphus Mildbr et Korupodendron Litt amp Cheek Taxonomania 173-18

SHIMIZU GH 2009 Vochysiaceae na Serra do Cipoacute Minas Gerais Brasil Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=000471952

SILBERBAUER-GOTTSBERGER I amp GOTTSBERGER G 1975 Uumlber sphingophile Angiospermen Brasiliens Plant Syst Evol 123157-184 httpdxdoiorg101007BF00989402

SOUZA VC amp LORENZI H 2008 Botacircnica sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II Instituto Plantarum Nova Odessa

STAFLEU FA 1948 A monograph of the Vochysiaceae I Salvertia and Vochysia Rec Trav Bot Neacuteerl 41397-540

STAFLEU FA 1952 A monograph of Vochysiaceae II Callisthene Acta Bot Neer 1222-242

STAFLEU FA 1953 A monograph of Vochysiaceae III Qualea Acta Bot Neer 2144-217

STAFLEU FA 1954 A monograph of Vochysiaceae IV Erisma Acta Bot Neer 3459-480

TONIATO MTZ 2001 Variaccedilotildees na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade arboacuterea de um fragmento de floresta semidecidual em Bauru (SP) relacionadas a diferentes histoacutericos de perturbaccedilotildees antroacutepicas Tese de doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas httpwwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentcode=vtls000236680

VIANNA MC 2006 Vochysiaceae na Reserva Bioloacutegica de Poccedilo das Antas Silva Jardim Rio de janeiro Brasil Rodrigueacutesia 57(3)659-666

VILA VERDE GM PAULA JR amp CANEIRO DM 2003 Levantamento etnobotacircnico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela populaccedilatildeo de Mossacircmedes ndash GO Rev Bras Farmacogn 1364-66 httpdxdoiorg101590S0102-695X2003000300024

YAMAMOTO K 2009 Flora de Gratildeo-Mogol Minas Gerais Vochysiaceae Bol Bot Univ Satildeo Paulo 27(1)131-136

WARMING E 1875 Vochysiaceae In Flora Brasiliensis (CFP Martius ed) R Oldenburg Monachii v13 p17-116

WARMING E amp FERRI MG 1973 Lagoa Santa e a vegetaccedilatildeo de cerrados brasileiros Itatiaia Belo Horizonte Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

Recebido em 16102010 Versatildeo reformulada recebida em 24092012

Publicado em 02012013

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 10: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

34

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

Glossaacuterio com os termos utilizados na chave de identificaccedilatildeo e no cataacutelogo de espeacutecies

3-valvar com trecircs valvasAbaxial refere-se agrave face inferior da folhaAcuminado aacutepice que se afunila formando uma projeccedilatildeoAdaxial refere-se agrave face superior da folhaAguda (aacutepicebase) define a folha cujas margens aproximam-se entre si em um acircngulo menor que 90ordmAla lateral (semente) eacute a projeccedilatildeo lateral achatada e usualmente delgada assemelhando-se a uma asa que torna as sementes capazes de planar a pequenas distacircnciasAnemocoacuterica dispersatildeo que tem como agente dispersor o ventoAngiosperma grupo de plantas que tecircm as sementes formadas dentro de um frutoAacutepice topo ou parte mais alta na folha designa a porccedilatildeo oposta em relaccedilatildeo ao peciacuteoloArredondada (aacutepicebase) diz-se da parte da folha que possui formato de semi-ciacuterculoBase porccedilatildeo oposta ao aacutepiceCano-pubescente superfiacutecie coberta de pelos curtos densos e acinzentadosCaacutepsula fruto seco deiscente que se desenvolve de dois ou mais carpelos desde que estejam fundidosCartaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia de cartolina ou pergaminhoCacircmbio vascular bainha ciliacutendrica de ceacutelulas meristemaacuteticas cujas divisotildees produzem floema secundaacuterio e xilema secundaacuterioCaule eacute o eixo principal da planta sendo dividido em noacutes e entrenoacutesCeacutelulas meristemaacuteticas ceacutelulas responsaacuteveis principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasColetoras (nervuras) denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamConcolores estruturas que possuem ambas as faces com a mesma coloraccedilatildeoCordada que possui a forma aproximada de um coraccedilatildeo Base cordada se refere agrave base reentrante com os lobos arredondadosCoriaacutecea denomina as folhas que possuem consistecircncia endurecida semelhante a couroCorola conjunto de peacutetalasCrescimento secundaacuterio em plantas o crescimento derivado de meristemas secundaacuterios ou laterais ou seja do cacircmbio vascular e do felogecircnio O crescimento secundaacuterio resulta em um aumento de espessuraCristas saliecircncias ou apecircndices irregulares de alguns oacutergatildeosCuneada em forma de cunhaCurto-pecioladas folhas que possuem o peciacuteolo de tamanho diminuto pequenoDescamante que se esfolia em lacircminas delgadasDeiscente estrutura que se abre de forma espontacircnea na maturaccedilatildeoDiscolores estruturas que possuem as faces com coloraccedilotildees distintasDiacutestica tipo de filotaxia onde as folhas estatildeo dispostas em um uacutenico planoEsfoliante tem o mesmo sentido que descamanteEntomofilia polinizaccedilatildeo que tem como agentes polinizadores insetosEpiderme camada celular que reveste externamente as folhas os caules e as raiacutezesEsfingiacutedeos que pertencem agrave famiacutelia Sphingidae de mariposas grandesEtnobotacircnica ramo da botacircnica que estuda o papel tradicional de certas plantas na vida e folclore de determinado povoFeloderme tecido formado pelo felogecircnio para dentro oposto ao suacuteber parte interna da epidermeFelogecircnio o meristema lateral da planta que forma a periderme produzindo o suacuteber para fora (em direccedilatildeo agrave superfiacutecie) e a feloderme para dentro eacute comum em caules e raiacutezes de gimnospermas e angiospermas lenhosasFendilhado que possui fendas

ANEXOS

Chave de identificaccedilatildeo

1 Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo presenccedila de nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 22 Folhas sempre opostas 3

3 Casca descamante em placas nos ramos folhas com mais de 8 cm compr peacutetala glabra Qualea grandiflora (pau-terra-de-folha-grande ndash prancha 2)

3acute Casca natildeo descamante em placas nos ramos folhas menores que 8 cm peacutetala seriacutecea na face adaxial Qualea cordata (carvatildeozinho dedaleira ndash prancha 1)

2acute Folhas opostas ou verticiladas 44 Caule fendilhado peacutetala violaacutecea caacutepsula com superfiacutecie descamante Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miuacuteda ndash prancha 4)4acute Caule com fissuras horizontais e aspecto liso peacutetala natildeo violaacutecea caacutepsula sem superfiacutecie descamante Qualea multiflora

(pau-terra-de-casca-lisa ndash prancha 3)1acute Glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) abaixo do peciacuteolo ausentes sem nervura ao longo da margem da folha (nervuras coletoras) 5

5 Tronco suberoso sem cristas irregulares indumento presente nas folhas Vochysia cinnamomea (pau-doce ndash prancha 5)5acute Tronco suberoso com cristas irregulares indumento ausente nas folhas Vochysia tucanorum (pau-de-tucano ndash prancha 6)

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 11: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

35

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Fenol funccedilatildeo orgacircnica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromaacuteticoFenoacutelicos que contem fenolFerrugiacutenea designa qualquer parte do vegetal que possua coloraccedilatildeo castanho-avermelhada semelhante agrave ferrugemFilotaxia denominaccedilatildeo dada ao arranjo das folhas nos noacutes ao longo do eixo caulinarFloema Tecido condutor de seiva elaborada das plantas vascularesFlor oacutergatildeo de reproduccedilatildeo sexuada das angiospermasFolha estrutura aeacuterea com funccedilatildeo principal de oacutergatildeo fotossinteacuteticoFruto loculicida caacutepsula que se abre no meio do loacuteculoFruto estrutura formada pelo desenvolvimento do ovaacuterio apoacutes a fertilizaccedilatildeoGimnosperma planta que produz sementes natildeo encerradas em um ovaacuterio as coniacuteferas satildeo um representante desse grupoGlabra superfiacutecie sem pelos (tricomas)Glabrescente que se torna glabro ou quase com a maturaccedilatildeoHaacutebito forma geral de uma planta sendo os principais tipos erva trepadeira liana subarbusto arbusto e arvoacutereIndumento conjunto de pelos escamas ou glacircndulas que cobre a superfiacutecie de um oacutergatildeoInflorescecircncia nome dado ao eixo caulinar que produz flores ao longo do seu comprimentoLenho conjunto de elementos condutores lignificados e outros tecidos que compotildeem o xilemaLenhoso referente ao lenho ou de natureza do lenhoLignificado parte da planta que se impregna de lignina e que em consequecircncia adquire consistecircncia de madeiraLignina substacircncia que impregna a parede celuloacutesica em certos tecidos Principal componente da madeira sendo responsaacutevel por sua resistecircnciaLustrosa denomina a superfiacutecie que possui aparecircncia brilhanteMargem (folha) Contorno ou bordo dos oacutergatildeos laminares ou comprimidosMeristema a regiatildeo com tecido embrionaacuterio responsaacutevel principalmente pela formaccedilatildeo de novas ceacutelulasNectaacuterio glacircndula ou tricoma que secreta neacutectar podendo estar localizado na flor (floral) ou fora dela (nectaacuterio extra-floral)Nervuras elemento condutor geralmente visiacutevel no limbo das folhas Dividem-se em principal secundaacuteria e terciaacuteriaNervuras coletoras denominaccedilatildeo dada agrave nervura marginal da borda da folha na qual todas as nervuras secundaacuterias desembocamNervura marginal refere-se agraves nervuras coletorasOblonga diz-se da forma da folha simeacutetrica regular em que o eixo longitudinal eacute maior do que o transversal e este eacute quase uniforme ao longo daquele isto eacute os bordos satildeo quase paralelos na maior parte da extensatildeo do limbo foliarObtusa (base) diz-se de uma base quando suas margens aproximam-se entre si em um acircngulo maior que 90degOpostas filotaxia onde as folhas se dispotildeem aos pares em cada noacutePeciacuteolo estrutura popularmente denominada de cabinho que faz a ligaccedilatildeo entre a porccedilatildeo laminar da folha e o caulePericarpo parede do frutoPeriderme tecido de proteccedilatildeo que reveste externamente a raiz e o caule em substituiccedilatildeo agrave epiderme quando esta eacute eliminada durante o crescimento secundaacuterio incluiacute suacuteber felogecircnio e felodermePeacutetala parte da flor geralmente com colorido conspiacutecuo uma das unidades da corolaPiloso (a) superfiacutecie que possui pelos (tricomas)Seco (fruto) frutos que possuem pericarpo seco quando madurosSecundaacuterias (nervuras) denominaccedilatildeo dada agraves nervuras que partem da nervura central da folhaSemente estrutura formada pelo oacutevulo desenvolvido apoacutes a fertilizaccedilatildeoSeriacutecea coberto de pelos finos geralmente curtos e aplicados sobre a superfiacutecie do oacutergatildeo que tem brilho de sedaSimples (folhas) lacircmina inteira natildeo dividida em foliacuteolosSinoniacutemia conjunto de nomes aplicados a um determinado taacutexon mas que natildeo representam nomes aceitosSuacuteber denominaccedilatildeo do tecido morto que reveste o tronco de um vegetal em crescimento secundaacuterioSub-cordada quase cordadaSub-coriaacutecea quase coriaacuteceaTanino grupo de compostos fenoacutelicos que tem como principal caracteriacutestica a afinidade em se ligar a cadeias de proteiacutenas e precipitaacute-lasTronco porccedilatildeo caulinar lenhosa natildeo ramificada na base das aacutervoresTruncado que termina por uma linha ou plano perpendicular ao comprimento ou agrave alturaValva Cada uma das peccedilas em que se abrem longitudinalmente as caacutepsulas vagens e outros frutos secos e deiscentesVerticilada filotaxia na qual mais de duas folhas se dispotildeem em um mesmo noacuteVinaacuteceas com coloraccedilatildeo vinhoXilema Tecido vascular atraveacutes do qual a maior parte da aacutegua e sais minerais eacute conduzida na planta

Cataacutelogo das espeacutecies de Vochysiaceae existentes na trilha da Reserva Legal do Campus de Bauru da UNESP

1 Qualea cordata Spreng (Prancha 1 figura 2)

Nomes populares carvatildeozinho dedaleira-pretaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 5m CAULE tronco fendilhado ramos natildeo descamantes FOLHAS simples opostas cartaacuteceas a coriaacuteceas glabras ou glabrescentes na face abaxial da folha com ateacute 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura evidente ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira levemente ondulada aacutepice agudo a acuminado e base cordada FLORES peacutetala seriacutecea na face adaxial Brancas com manchas

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 12: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

36

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira ondulada aacutepice agudo ou obtuso acuminado e base arredondada a subcordada FLORES amarelo-ouro peacutetala glabra FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 8 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO esfingoacutefila DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA Eacute empregada na induacutestria madeireira e no paisagismo Eacute utilizada como lenha aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES esta planta apresenta os frutos ao longo de todo o ano Possui folha flores e frutos de dimensotildees maiores que as outras espeacutecies do gecircnero Qualea

3 Qualea multiflora Mart (Prancha 3 figura 4)

Nomes populares cinzeiro pau-terra-do-campo pau-terra-de-casca-lisaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 6 m CAULE tronco com sulcos finos horizontais e aspecto liso FOLHAS simples opostas ou verticiladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras cerca de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura com glacircndulas

vinaacuteceas tornando-se amarela apoacutes a fase feacutertil FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA natildeo foram encontrados registros na literatura que descrevessem o perfil fitoquiacutemico desta espeacutecie vegetal bem como nenhuma evidecircncia de atividade bioloacutegica de interesse meacutedico ou comercial a ela creditada

2 Qualea grandiflora Mart (Prancha 2 figura 3)

Nomes populares pau-terra pau-terra-do-campo pau-terra-de-folha-grandeOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 12 m CAULE tronco descamante em pequenas placas ramos tambeacutem com essas caracteriacutesticas FOLHAS simples opostas coriaacuteceas pilosas cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e bastante proeminentes na face abaxial da folha nervura evidente ao

a b

c

d

Figura 2 Prancha 1 Qualea cordata Spreng (Figura 2a haacutebito Figura 2b caule Figura 2c folha Figura 2d flor)Figure 2 Plate 1 Qualea cordata Spreng (Figure 2a habit Figure 2b stem Figure 2c leaf Figure 2d flower)

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 13: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

37

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

(nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervuras secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura visiacutevel ao longo da margem (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice acuminado base arredondada indumento pode estar presente FLORES brancas com linhas amarelas e manchas roacuteseas na regiatildeo central da face adaxial tornando-se amarelo claras ou cremes com linhas amarelas e manchas arroxeadas na regiatildeo central da face adaxial apoacutes a polinizaccedilatildeo FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar superfiacutecie lisa cerca de 4 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego no paisagismo eacute utilizada como lenha e em artesanatos CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

4 Qualea parviflora Mart (Prancha 4 figura 5)

Nome popular pau-terrra-de-folha-miuacutedaOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeo

Caracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO Aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco fendilhado FOLHAS simples opostas ou verticiladas curto-pecioladas cartaacuteceas a subcoriaacuteceas glabras na face abaxial da folha face adaxial cano-pubescente cerca de 6 cm de comprimento e 25 cm de largura com glacircndulas (nectaacuterios extra-florais) na base do peciacuteolo nervura secundaacuterias paralelas e visiacuteveis na face abaxial da folha nervura ao longo da margem evidente (nervuras coletoras) margem inteira plana aacutepice agudo obtuso ou truncado e base obtusa arredondada ou truncada FLORES violaacuteceas com manchas arroxeadas e linha branca central na face adaxial FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar com superfiacutecie descamante cerca de 35 cm de comprimento SEMENTES oblongas com ala lateral POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo possui propriedades medicinais Sua casca eacute rica em taninoCURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano

a b

c

d

Figura 3 Prancha 2 Qualea grandiflora Mart (Figura 3a haacutebito Figura 3b caule Figura 3c folha Figura 3d flor)Figure 3 Plate 2 Qualea grandiflora Mart (Figure 3a habit Figure 3b stem Figure 3c leaf Figure 3d flower)

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 14: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

38

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

a b

c

d e

Figura 4 Prancha 3 Qualea multiflora Mart (Figura 4a haacutebito Figura 4b caule Figura 4c folha Figura 4d flor Figura 4e fruto)Figure 4 Plate 3 Qualea grandiflora Mart (Figure 4a habit Figure 4b stem Figure 4c leaf Figure 4d flower Figure 4e fruit)

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 15: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

39

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 3 cm de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira eacute utilizada no paisagismo Os frutos secos satildeo utilizados para a confecccedilatildeo de artesanato CURIOSIDADES esta planta apresenta frutos ao longo de todo o ano Durante o estudo da fenologia os indiviacuteduos que se localizavam em um ambiente totalmente sombreado natildeo floresceram

a b

c

d

e

Figura 5 Prancha 4 Qualea parviflora Mart (Figura 5a haacutebito Figura 5b caule Figura 5c flor Figura 5d fruto Figura 5e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 5 Plate 4 Qualea parviflora Mart (Figure 5a habit Figure 5b stem Figure 5c flower Figure 3d fruit 5e ecological interaction)

5 Vochysia cinnamomea Pohl (Prancha 5 figura 6)

Nomes populares pau-doce casca-doce quina-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore ateacute 10 m de altura CAULE tronco suberoso sem cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas pilosas discolores coloraccedilatildeo ferrugiacutenea na face abaxial da folha e face adaxial verde cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado e base aguda a cuneada INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 16: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

40

Rissi MN amp Cavassan O

httpwwwbiotaneotropicaorgbr httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013

Biota Neotrop vol 13 no 1

6 Vochysia tucanorum Mart (Prancha 6 figura 7)

Nomes populares cinzeiro pau-de-tucano pau-doceOcorrecircncia cerrado tiacutepico e cerradatildeoCaracteriacutesticas morfoloacutegicas HAacuteBITO aacutervore de ateacute 12 m de altura CAULE tronco suacuteber espesso com cristas irregulares FOLHAS simples verticiladas coriaacuteceas glabras lustrosas concolores cerca de 15 cm de comprimento e 4 cm de largura margem inteira aacutepice arredondado base aguda INFLORESCEcircNCIA amarela FRUTOS caacutepsula loculicida 3-valvar cerca de 2 cm

a b

c

d

e

Figura 6 Prancha 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figura 6a haacutebito Figura 6b caule Figura 6c inflorescecircncia Figura 6d fruto Figura 6e interaccedilatildeo ecoloacutegica)Figure 6 Plate 5 Vochysia cinnamomea Pohl (Figure 6a habit Figure 6b stem Figure 6c infllorescence Figure 6d fruit Figure 6e ecological interaction)

de comprimento SEMENTES oblongas com alas unilaterais POLINIZACcedilAtildeO entomoacutefila tendo como polinizador principal abelhas grandes DISPERSAtildeO anemocoacuterica ETNOBOTAcircNICA possui emprego na induacutestria madeireira no paisagismo aleacutem de possuir propriedades medicinais CURIOSIDADES O nome popular pau-de-tucano adveacutem da impressatildeo que se tem quando observada ao longe e na eacutepoca da floraccedilatildeo de que a aacutervore esteja recoberta por tucanos uma vez que a inflorescecircncia lembra o bico de um tucano Eacute comum a presenccedila de resina em seu tronco isso se deve agrave raspagem feita por saguis para se alimentarem

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de

Page 17: Uma proposta de material didático baseado nas - Redalyc · Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Ninno Rissi, Mariana; Cavassan,

41

Uma proposta de material didaacutetico para o ensino de botacircnica e ecologia

httpwwwbiotaneotropicaorgbrv13n1ptabstractarticle+bn00213012013 httpwwwbiotaneotropicaorgbr

Biota Neotrop vol 13 no 1

Figura 7 Prancha 6 Vochysia tucanorum Mart (Figura 7a haacutebito Figura 7b caule Figura 7c folha Figura 7d inflorescecircncia Figura 7e fruto)Figure 7 Plate 6 Vochysia tucanorum Mart (Figure 7a habit Figure 7b stem Figure 7c leaf Figure 7d inflorescence Figure 7e fruit)

a b

c

de