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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA UMA PLATAFORMA DE CONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO EM SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES MÓVEIS UTILIZANDO ALOCAÇÃO DINÂMICA E INTELIGENTE DE CANAIS ERNESTO VASCONCELOS CARVALHO ORIENTADOR: FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA NASCIMENTO TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA PUBLICAÇÃO: PPGENE.DM 010 06 BRASÍLIA/DF: JULHO - 2006

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  • UNIVERSIDADE DE BRASLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    UMA PLATAFORMA DE CONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAO DE DESEMPENHO EM SISTEMAS DE

    COMUNICAES MVEIS UTILIZANDO ALOCAO DINMICA E INTELIGENTE

    DE CANAIS

    ERNESTO VASCONCELOS CARVALHO

    ORIENTADOR: FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA NASCIMENTO

    TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELTRICA

    PUBLICAO: PPGENE.DM 010 06

    BRASLIA/DF: JULHO - 2006

  • ii

    UNIVERSIDADE DE BRASLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    UMA PLATAFORMA DE CONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAO DE DESEMPE-

    NHO EM SISTEMAS DE COMUNICAES MVEIS UTILIZANDO ALOCAO DINMICA

    E INTELIGENTE DE CANAIS

    ERNESTO VASCONCELOS CARVALHO

    TESE SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA EL-TRICA DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE BRASLIA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS

    PARA A OBTENO DO GRAU DE DOUTOR

    APROVADA POR:

    ________________________________________________________ Prof. Francisco de Assis Nascimento, Dr. (ENE-UnB) (ORIENTADOR)

    ________________________________________________________ Prof. Paulo Henrique Portela de Carvalho, Dr. (ENE-UnB) (Examinador Interno)

    ________________________________________________________ Prof. Leonardo R. A. X. Menezes, PhD. (ENE-UnB) (Examinador Interno)

    ________________________________________________________ Lcio Martins da Silva, Dr. (ECT) (Examinador Interno)

    ________________________________________________________ Prof. Jos Neuman de Souza, Dr. (DCC-UFC) (Examinador Externo)

    BRASLIA/DF, 24 DE JULHO DE 2006

  • iii

    FICHA CATALOGRFICA

    CARVALHO, ERNESTO VASCONCELOS Uma Plataforma de Controle, Monitoramento e Avaliao de Desempenho em Sistemas de Comunicaes Mveis Utilizando Alocao Dinmica e Inteligente de Canais [Distrito Federal] 2006. iv, 232 p., 297 mm (ENE/FT/UnB, Doutor, Telecomunicaes, 2006). Tese de Doutorado Universidade de Braslia. Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Eltrica. 1. Telefonia Celular 3. Sistema Distribudo 2. Sistemas Inteligentes 4. Engenharia de Software I. ENC/FT/UnB II. Ttulo (srie)

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA CARVALHO, E. V. (2006). Uma Plataforma de Controle, Monitoramento e Desempenho em Sistemas de Comunicaes Mveis Utilizando Alocao Dinmica e Inteligente de Ca-nais. Tese de Doutorado em Engenharia Eltrica, Publicao PPGENE.DM-10 06, Depar-tamento de Engenharia Eltrica, Universidade de Braslia, DF, 232p.

    CESSO DE DIREITOS

    AUTOR: Ernesto Vasconcelos Carvalho TTULO: Uma Plataforma de Controle, Monitoramento e Avaliao de Desempenho em Sistemas de Comunicaes Mveis utilizando Alocao Dinmica e Inteligente de Canais. GRAU: Doutor ANO: 2006

    concedida Universidade de Braslia permisso para reproduzir cpias desta tese de doutorado e para emprestar ou vender tais cpias somente para propsitos acadmicos e cientficos. O autor reserva outros direitos de publicao e nenhuma parte desta tese de doutorado pode ser reproduzida sem a autorizao por escrito do autor.

    _________________________________ Ernesto Vasconcelos Carvalho SQN 308 Bl. E Apto 602 Asa Norte 70.747-050 BRASLIA DF Brasil.

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Foram vrios os momentos pelos quais passei na concretizao desse sonho. Agradeo a

    todos os que, direta e indiretamente, me ajudaram a realizar esse projeto de vida.

    Agradeo aos professores das disciplinas pelas quais transitei, a base recebida foi funda-

    mental para o aprimoramento de meus conhecimentos.

    Agradeo ao meu orientador Prof. Assis Nascimento, meu maior incentivador na concreti-

    zao desse trabalho.

    Agradeo aos amigos Rogrio e Raquel Arajo, os vrios momentos de descontrao e de

    incentivo nos momentos mais difceis.

    Agradeo tambm minha chefe e amiga, Ana Anglica Carvalhosa, pela flexibilizao de

    horrio de trabalho concedido permitindo assim que eu cursasse as disciplinas obrigatrias

    deste curso.

    Por fim, agradeo a Deus pelo Dom da Vida...

  • v

    Dedico esta dissertao a meus pais,

    Jos Carlos e Lenira

    pelo princpio da existncia;

    e a Deus, princpio da criao de tudo o que bom e vivo.

  • vi

    RESUMO UMA PLATAFORMA DE CONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAO DE

    DESEMPENHO EM SISTEMAS DE COMUNICAES MVEIS UTILIZANDO

    ALOCAO DINMICA E INTELIGENTE DE CANAIS

    Autor: Ernesto Vasconcelos Carvalho

    Orientador: Francisco Assis de Oliveira Nascimento

    Programa de Ps-graduao em Engenharia Eltrica

    Braslia, Julho de 2006.

    A telefonia celular atual est convergindo para uma integrao dos servios de voz e dados

    que devero ser fornecidos com diferentes perfis de qualidade de servio. Alguns desses

    servios so mais sensveis ao atraso que outros; o que torna necessrio a priorizao de

    alguns sem, contudo, degradar a distribuio dos demais.

    Devido complexidade das redes telefnicas atuais, torna-se imperativo que o processo de

    avaliao do trfego e as tomadas de deciso sejam distribudos ao longo da rede. Permi-

    tindo, com isso, a distribuio de informaes gerenciais entre mquinas heterogneas e

    tratadas por meio de diferentes linguagens.

    Baseados nas diferentes Qualidades de Servios dessas mdias este trabalho prope um

    ambiente distribudo que se preocupe com questes como controle, monitoramento e avali-

    ao de desempenho dos diferentes tipos de servios de uma rede de comunicaes. Para

    tal, este trabalho tem por objetivo uma maior eficincia na alocao dos recursos de rdio

    das redes telefnicas atuais, para os diferentes perfis de qualidade de servio, voltados aos

    sistemas de trfego FDD (do ingls, Frequency Division Duplex) e TDD (do ingls, Time

    Division Duplex).

    Evidenciando um melhor dimensionamento desses recursos, apresentada uma plataforma

    de monitoramento, avaliao e controle, composta da automao de duas diferentes tcni-

    cas de inteligncia artificial. O modelo proposto faz uso das tcnicas de inteligncia com-

    putacionais: Redes Neurais Artificiais e Lgica Fuzzy, de forma independente, e os compa-

    ra em relao alocao fixa convencional (FCA, do ingls, fixed channel assignment) lar-

    gamente empregada nas operadoras atuais. Estas duas tcnicas de inteligncia computacio-

  • vii

    nal adotadas neste trabalho, so utilizadas para otimizao do compartilhamento dos recur-

    sos de rdio dessas redes.

    Outro objetivo do modelo abordar a distribuio de suas interfaces e sua portabilidade,

    uma vez que o modelo se prope a ser executado em plataformas heterogneas e imple-

    mentado sem restrio de uma linguagem especfica. O estudo de caso desenvolvido con-

    templa a plataforma de distribuio das interfaces dos servios (ou funcionalidades) e sua

    portabilidade; tudo isso, por meio de protocolos comuns Internet.

    Alm do mais, foram idealizados dois cenrios telefnicos para realizao do processo de

    simulao do trfego: uma micro-clula e outra macro-clula, composta por sete clulas

    adjacentes e uma sobreposta, sobre uma plataforma simulada. Sobre eles, so feitos simu-

    laes com alocao fixa de canais e com alocao dinmica por meio de tcnicas fuzzy e

    neural, isoladamente.

  • viii

    ABSTRACT A CONTROLING, MONITORING AND PERFORMANCE EVALUATION PLAT-

    FORM FOR COMMUNICATION MOBILE SYSTEM USING DYNAMIC AND

    INTELLIGENT ALLOCATION CHANNELS.

    Author: Ernesto Vasconcelos Carvalho

    Supervisor: Francisco Assis de Oliveira Nascimento

    Programa de Ps-graduao em Engenharia Eltrica

    Braslia, july of 2006

    Cellular telecommunications are converging for voice and data integration, which must be

    provided by different quality of services. Some of them are more sensible for delay varia-

    tion, needing use of prioritization schemes without debasing others.

    As the telecommunication complexity grows up, its important that the traffic process

    evaluation and decisions must be delivered through the network. It enables the spreading of

    management information through heterogeneous machines and multi-language implemen-

    tations.

    For maintaining Qualities of Services use, its proposed a distributed environment for con-

    trolling, monitoring and evaluating the performance of radio resources. This work leads for

    a radio research allocation most efficiently than the actual telecommunication networks,

    treating Frequency Division Duplex and Time Division Duplex traffic systems.

    To improve the network dimension, its provided a controlling platform composed by two

    distinct artificial intelligent techniques. The model proposed uses: artificial neural network

    and fuzzy logic in independent ways, comparing then with Fixed Channel Assignment, the

    most widely spread operation. These two intelligent computing were developed here for

    radio sharing optimization.

    Another models objective is the studying of distribution and portability, allowing hetero-

    geneous platform and multi-language implementations. The case study treats the services

    (or functionality) distribution and portability; all through Internet common protocols.

  • ix

    Two different telecommunication scenes were designed for traffic simulation: a micro-cell

    and a macro-cell, which is formed by seven other adjacent micro-cells overlapped. Simula-

    tions with fixed channel allocation and dynamic ones, by neural network and fuzzy logic,

    are done, separated.

  • x

    SUMRIO

    1 - INTRODUO............................................................................................................................

    1.1 - PROBLEMA ABORDADO...............................................................................................

    1.2 - OBJETIVOS DO TRABALHO........................................................................................

    1.3 - METODOLOGIA ADOTADA.........................................................................................

    1.4 - VALIDAO DA PROPOSTA.......................................................................................

    1.5 - ORGANIZAO DO TRABALHO..............................................................................

    2 - EVOLUO DOS SISTEMAS DE COMUNICAO M-

    VEIS.............................................................................................................................................................

    2.1 - AS GERAES TELEFNICAS..................................................................................

    2.2 - AMPS E DAMPS (IS-136) .................................................................................................

    2.3 - IS-95.............................................................................................................................................

    2.4 - GSM.............................................................................................................................................

    2.4.1 - HSCSD.............................................................................................................................

    2.4.2 - GPRS................................................................................................................................

    2.4.3 - Infra-Estrutura Telefnica......................................................................................

    2.4.3.1 - Link Areo.............................................................................................................

    2.4.3.2 - MSU........................................................................................................................

    2.4.3.3 - BTS..........................................................................................................................

    2.4.4 - Infra-Estrutura de Voz..............................................................................................

    2.4.4.1 - BSC.........................................................................................................................

    2.4.4.2 - MSC........................................................................................................................

    2.4.4.3 - TSC..........................................................................................................................

    2.4.4.4 - GMSC.....................................................................................................................

    2.4.5 - Infra-Estrutura de Dados.........................................................................................

    2.4.5.1 - PCU.........................................................................................................................

    2.4.5.2 - SGSN......................................................................................................................

    2.4.5.3 - Backbone do GPRS............................................................................................

    2.4.5.4 - GGSN.....................................................................................................................

    2.5 - CARACTERSTICAS DOS SERVIOS GPRS.......................................................

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  • xi

    2.5.1 - Aplicaes para GPRS.................................................................................................

    2.5.2 - Qualidade de Servio (QoS) ......................................................................................

    2.6 - GERENCIAMENTO DE MOBILIDADE, DE SESSO E DE ROTEA-

    MENTO........................................................................................................................................

    2.6.1 - Gerenciamento de Mobilidade...................................................................................

    2.7 - ANALISANDO O GPRS PARA ACESSO INTERNET...................................

    3 - METODOLOGIA PARA ALOCAO DE RECURSOS DE R-

    DIO EM REDES TELEFNICAS................................................................................

    3.1 - ALOCAO DE RECURSOS DE RDIO EM REDES TELEFNICAS

    MVEIS.......................................................................................................................................

    3.2 - ALOCAO DINMICA DE CANAIS......................................................................

    3.3 - DIFERENAS ENTRE NOVAS CHAMADAS E HANDOVERS.....................

    3.4 - ESTRATGIAS PARA DETECO DE HANDOVER.......................................

    3.4.1 - Handover Controlado pelo Terminal Mvel (MCHO) ................................

    3.4.2 - Handover Controlado pela Rede (NCHO) ........................................................

    3.4.3 - Handover Assistido pelo Terminal Mvel (MAHO) .....................................

    3.5 - TCNICAS PARA ATRIBUIO DO CANAL......................................................

    3.6 - ESQUEMAS DE PRIORIZAO DE HANDOVERS...........................................

    3.6.1 - Reserva de Canais para Handover........................................................................

    3.6.2 - Esquema de Empilhamento de Chamadas........................................................

    3.6.3 - Empilhamento com Priorizao FIFO................................................................

    3.6.4 - Empilhamento com Priorizao Baseada na Mensurao do Sinal.......

    3.6.5 - Esquema de Sub-taxao..........................................................................................

    3.6.6 - Esquema Hbrido.........................................................................................................

    3.7 - TRANSMISSO PELO ENLACE TELEFNICO................................................

    3.7.1 - Analisando o Throughput e o Buffer para o GSM/GPRS..........................

    3.7.2 - Re-roteamento de Trfego em Redes Telefnicas Mveis..........................

    3.7.3 - Anlise de Desempenho de Redes GSM com Inteligncia de Sobrepo-

    sio e Subposio............................................................................................................

    3.8 - CONSIDERAES..............................................................................................................

    4 - ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIOS VOLTADO IN-

    TERNET............................................................................................................................................

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    4.1 - INTEROPERABILIDADE NOS SERVIOS WEB...............................................

    4.2 - COMPONENTES DO SOA...............................................................................................

    4.3 - CARACTERSTICAS DO SOA......................................................................................

    4.4 - A TECNOLOGIA DE SERVIOS WEB...................................................................

    4.4.1 - Protocolo SOAP...........................................................................................................

    4.4.2 - Modelos de Mensagem...............................................................................................

    4.4.3 - Elementos de uma WSDL........................................................................................

    4.4.3.1 - Types.......................................................................................................................

    4.4.3.2 - Messages................................................................................................................

    4.4.3.3 - Port type.................................................................................................................

    4.4.3.4 - Binding...................................................................................................................

    4.4.3.5 - Service e Port........................................................................................................

    4.4.3.6 - Chamadas RPC....................................................................................................

    4.4.3.7 - Mapeamentos........................................................................................................

    4.4.3.8 - Cdigos e tratamentos de erros.....................................................................

    4.5 - SERVIOS WEB CORPORATIVOS...........................................................................

    4.5.1 - Componentes EJBs.....................................................................................................

    5 - MODELAGEM ADAPTATIVA PARA REDES DE COMUNICA-

    ES MVEIS............................................................................................................................

    5.1 - ESPECIFICAO DO MODELO TELEFNICO................................................

    5.2 - META MODELO PARA SERVIOS DE TELECOMUNICAES A-

    DAPTVEIS...............................................................................................................................

    5.3 - A COMUNICAO EM AMBIENTES DISTRIBUDOS..................................

    5.3.1 - A Gerncia de Recursos por meio da WEB.....................................................

    5.3.2 - Os Servios WEB utilizados...................................................................................

    5.3.3 - Modelo de uso dos Servios WEB Orientados a RPC.................................

    5.4 - SISTEMA DE DISTRIBUIO DO GERENCIAMENTO DAS INFOR-

    MAES.....................................................................................................................................

    5.5 - AMBIENTE DE SOBREPOSIO DO MODELO DE INTELIGNCIA..

    5.6 - MODELAGEM PROPOSTA PARA OTIMIZAO INTELIGENTE DE

    CANAIS........................................................................................................................................

    5.7 - BASE DE INFORMAES DE GERENCIAMENTO (MIB) DO MO-

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    DELO TELEFNICO...........................................................................................................

    5.8 - CONSIDERAES..............................................................................................................

    6 - SIMULAES E IMPLEMENTAO DO MODELO.............................

    6.1 - PROJETO DO SISTEMA FUZZY..................................................................................

    6.1.1 - Motor de Inferncia....................................................................................................

    6.2 - PROJETO DO SISTEMA NEURAL.............................................................................

    6.3 - MODELAGEM DO TRFEGO TELEFNICO.....................................................

    6.4 - CENRIOS DE SIMULAO........................................................................................

    6.5 - CRITRIOS DE MODELAGEM DO TRFEGO..................................................

    6.6 - O PROCESSO DE EXECUO.....................................................................................

    6.6.1 - A simulao do Trfego Telefnico......................................................................

    6.6.2 - Inferncia nos Sistemas Inteligentes....................................................................

    6.6.2.1 - Inferncia Fuzzy..................................................................................................

    6.6.2.2 - Inferncia Neural................................................................................................

    6.7 - RESULTADOS DA SIMULAO................................................................................

    6.7.1 - Primeiro Cenrio Micro-clula GSM GPRS................................................

    6.7.2 - Segundo Cenrio Micro-clula sobreposta a uma Macro-clula

    GSM GPRS.........................................................................................................................

    6.7.3 - Anlise dos Resultados..............................................................................................

    6.8 - CONSIDERAES..............................................................................................................

    7 - CONCLUSO...............................................................................................................................

    7.1 - TRABALHOS FUTUROS..................................................................................................

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...............................................................................

    APNDICES..........................................................................................................................................

    A LINGUAGEM DE DESCRIO DE SERVIOS WEB WSDL.....

    A.1 PARMETROS DO SERVIDOR DE SERVIOS WEB...........................................

    B - DIAGRAMATIZAO DA ARQUITETURA VIA UML.........................

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    C - CONTEDO DO ARQUIVO EJB-JAR.XML....................................................

    C.1 - CONTEDO DO ARQUIVO EJB-JAR.XML.................................................................

    C.2 - CONTEDO DO ARQUIVO JBOSS.XML......................................................................

    C.3 - REFERNCIAS A EJBS...........................................................................................................

    D - CONTROLADOR FUZZY................................................................................................

    D.1 - REGRAS DO CONTROLADOR FUZZY..........................................................................

    D.2 - RESULTADOS DE PONTOS DISCRETOS DA OTIMIZAO FUZZY

    PARA O CENRIO DE MICRO-CLULA................................................................................

    D.3 - RESULTADOS DE PONTOS DISCRETOS DA OTIMIZAO FUZZY

    PARA O CENRIO DE MACRO-CLULA...............................................................................

    E - REDE NEURAL ARTIFICIAL......................................................................................

    E.1 - TREINAMENTO DA REDE NEURAL..............................................................................

    E.2 - ROTEIRO DE EXECUO....................................................................................................

    E.3 - RESULTADOS DE PONTOS DISCRETOS DA OTIMIZAO NEURAL

    PARA O CENRIO DE MICRO-CLULA................................................................................

    E.4 - ROTEIRO DE EXECUO DO CENRIO DE MACRO-CLULA..................

    E.5 - RESULTADOS DE PONTOS DISCRETOS DA OTIMIZAO NEURAL

    PARA O CENRIO DE MACRO-CLULA...............................................................................

    F - MIB INTELIGENTE..............................................................................................................

    F.1 - MIB NEURAL-FUZZY...............................................................................................................

    G - AGENTE DE DADOS INTELIGENTE...................................................................

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  • xv

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 6.1 Configuraes Bsicas da Micro-Clula............................................................. 123

    Tabela 6.2 Avaliao dos Resultados do Grfico 6.14 (Micro-Clula) ......................... 138

    Tabela 6.3 Avaliao de Resultados do Grfico 6.27 (Macro-Clula) ........................... 138

    Tabela 6.4 Parmetros de Desempenho FCA para os cenrios, com Aoff = 21 Er-langs.......................................................................................................................

    139

    Tabela 6.5 Parmetros de Desempenho usando Inteligncia Artificial para ambos os cenrios, com Aoff = 21 Erlangs....................................................................

    141

  • xvi

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Percurso de Atualizao da rede telefnica para a Terceira Gerao.......... 11

    Figura 2.2 - Estrutura dos Slotes, dos frames e dos multiframes no GSM......................... 16

    Figura 2.3 - Percurso da Voz em uma Rede GSM.................................................................... 21

    Figura 2.4 - Percurso dos dados WAP em uma rede GSM/GPRS....................................... 21

    Figura 2.5 - Subsistemas da base de dados da MSC................................................................. 24

    Figura 2.6 - Diagrama de Estados para uma Estao Mvel.................................................. 30

    Figura 3.1 - Tcnicas de Alocao de Rdio em Redes 2 G............................................... 35

    Figura 3.2 Processo de Manuteno da Qualidade do Terminal Mvel.......................... 41

    Figura 3.3 Estratgias de Atribuio de Freqncia.............................................................. 43

    Figura 3.4 Fluxograma para Esquema sem Priorizao....................................................... 44

    Figura 3.5 Fluxograma para Esquema de Canais Reservados para Handover.............. 45

    Figura 3.6 Fluxograma para o Esquema de Empilhamento de Handovers.................... 47

    Figura 3.7 Fluxograma para Esquema de Sub-taxao........................................................ 49

    Figura 4.1 Interao entre os componentes SOA e Sistemas Legados............................ 56

    Figura 4.2 Estrutura de empacotamento do projeto............................................................... 70

    Figura 5.1 Ambiente de oferecimento de servios................................................................. 75

    Figura 5.2 Representao grfica de uma associao explcita entre os filtros............ 77

    Figura 5.3 Infra-estrutura e acesso a provedores de servios............................................. 77

    Figura 5.4 Interao entre servios WEB, registro e consumo do servio..................... 81

    Figura 5.5 Um roteador SOAP com base em Servios WEB............................................. 83

    Figura 5.6 - Modelo de Negcio para o desenvolvimento de padres abertos................. 84

    Figura 5.7 Modelo de Distribuio de Processo..................................................................... 87

    Figura 5.8 Arquitetura das Redes PCS...................................................................................... 87

    Figura 5.9 Protocolo de Telefonia Proposto............................................................................ 91

    Figura 5.10 Modelo Proposto para Alocao Dinmica e Inteligente de Canais......... 92

    Figura 5.11 - Rede Neural adotada................................................................................................. 94

    Figura 5.12 Representao da MIB em rvore........................................................................ 96

    Figura 6.1 Modelo do Motor de Inferncia Fuzzy utilizado................................................ 106

    Figura 6.2 Topologia da Rede Neural Artificial de 3 Camadas Utilizada...................... 108

  • xvii

    Figura 6.3 Elementos Estruturais do Modelo de Simulao............................................... 110

    Figura 6.4 Cenrio de classificao de Canais em uma Estao Rdio Base................ 112

    Figura 6.5 Disposio de Clulas Telefnicas........................................................................ 112

    Figura 6.6 Classificao de Canais em um Estao Rdio Base com priorizao de

    canais.......................................................................................................................... 113

    Figura 6.7 Diagrama de Atividades............................................................................................ 117

    Figura 6.8 Escalonador de Eventos............................................................................................ 117

    Figura 6.9 Gerador de Trfego..................................................................................................... 118

    Figura 6.10 Servidor da BTS (Priorizao de Handover) .................................................. 118

    Figura 6.11 Servidor da BTS (Empilhamento de Novas Chamadas) ............................. 119

    Figura 6.12 - Servidor da BTS (Empilhamento de Handover) ............................................. 119

    Figura 6.13 - Servidor da BTS (Sub-taxao de Chamadas) ................................................ 120

    Figura 6.14 Comparao dos desempenhos dos trfegos em uma Micro-clula.......... 125

    Figura 6.15 Taxa de Perda quando alocados canais de dados............................................ 125

    Figura 6.16 Carga da Rede............................................................................................................ 126

    Figura 6.17 Taxa de Perda quando alocados canais para priorizao de handover..... 127

    Figura 6.18 Carga da Rede............................................................................................................ 128

    Figura 6.19 Taxa de Perda de chamadas com tipo de reserva de canais: pr/ps-

    reserva........................................................................................................................ 128

    Figura 6.20 Carga da Perda........................................................................................................... 129

    Figura 6.21 Taxa de Perda quando utilizada uma Tcnica de Empilhamento de

    Chamadas.................................................................................................................. 130

    Figura 6.22 Carga da Rede............................................................................................................ 131

    Figura 6.23 Taxa de Perda quando utilizada uma Tcnica de Sub-taxao de Ca-

    nais......................................................................................................................... 131

    Figura 6.24 Carga da Rede............................................................................................................ 132

    Figura 6.25 Comparao entre vrias das taxas de perdas.................................................. 132

    Figura 6.26 Cenrio de Sobre-posio Macro-clulas/Micro-clula................................ 134

    Figura 6.27 Comparao dos desempenhos dos trfegos em Micro-clula/Macro-

    clula........................................................................................................................... 135

    Figura 6.28 Taxa de perda quando alocados canais de dados............................................ 135

    Figura 6.29 Carga da Rede............................................................................................................ 136

    Figura 6.30 Taxa de Perda quando alocados canais para priorizao de handover..... 136

    Figura 6.31 Carga da Rede............................................................................................................ 137

  • xviii

    Figura 6.32 Comparao entre as vrias taxas de perdas..................................................... 137

    Figura B.1 Diagrama de Caso de Uso para acesso direto ao servidor............................. 171

    Figura B.2 Diagrama de Caso de Uso para acesso a partir da aplicao Cliente de

    interface com o servio WEB............................................................................. 171

    Figura B.3 Classe br.unb.fat.dee.doutorado.sti.FachadaTelefonica.java........................ 172

    Figura B.4 Classe br.unb.fat.dee.doutorado.sti.TELCOM.gerente.Amostra................. 174

    Figura B.5 Classe br.unb.fat.dee.doutorado.sti.TELCOM.gerente.macrocell. Ma-

    crocellBean e br.unb.fat.dee.doutorado.sti.TELCOM.gerente. micro-

    cell.MicrocellBean...................................................................................... 175

    Figura B.6 Estrutura da aplicao cliente para acesso ao servio..................................... 176

    Figura B.7 Estrutura da aplicao servidora que implementa o servio......................... 177

    Figura D.1 Trfego Ofertado (Erlangs) .................................................................................... 183

    Figura D.2 Canais GPRS (quantidade de canais) ................................................................. 184

    Figura D.3 Canais de Handover (quantidade de canais) ..................................................... 184

    Figura D.4 Canais Sub-taxados (quantidade de canais) ...................................................... 184

    Figura D.5 Percentual de trfego simulado de Novas Chamadas..................................... 185

    Figura D.6 Percentual de trfego simulado de trfego de Handover............................... 185

    Figura D.7 Formas de Esquema de Reservas de Canais: Pr-Reserva ou Ps-

    Reserva....................................................................................................................... 185

    Figura D.8 Formas de Esquema de Empilhamento de Canais: FIFO, MBP e NONE 186

    Figura E.1 Topologia da Rede Neural Artificial.................................................................... 191

    Figura F.1 Estrutura da .iso.org.dod.internet.private.enterprises.ERB-FUZZY-NEURAL-MIB (parte 1) .....................................................................................

    199

    Figura F.2 Estrutura da .iso.org.dod.internet.private.enterprises.ERB-FUZZY-NEURAL-MIB (parte 2)......................................................................................

    200

  • xix

    LISTA DE SMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAES

    AMPS Advanced/American Mobile Phone System

    API Application Programming Interface

    ASN.1 Abstract Syntax Notation 1

    ATM Asynchronous Transfer Mode

    AuC Authentication Center

    BEC Backward Error Correction

    BER Bit Error Rate

    BS Base Station ou ERB

    BSC Base Station Controller

    BTS Base Transceiver Station

    CAC Controle de Admisso de Chamadas

    CDMA Code Division Multiple Access

    CDPD Cellular Digital Packet Data

    C/I Taxa de Rudo

    CORBA Common Object Request Broker Architecture

    CP Complete Partitioning

    CS Complete Sharing

    DAMPS Digital Advanced/American Mobile Phone System

    DCOM Microsoft Distributed Component Object Model

    DeMUX Demultiplexador

    DMTF Desktop Management Task Force

    EDGE Enhanced Data Rates for GSM Evolution

    EIR Equipment Identity Register

    EJB Enterprise Java Bean

    ERB Estao Rdio Base (do ingls, Base Station ou BS)

    FCA Fixed Channel Assignment

    FCC Federal Communications Commission

    FDD Frequency Division Duplex

    FDMA Frequency Division Multiple Access

    FIFO First-In First-Out

    FTP File Transfer Protocol

  • xx

    GGSN Gateway GPRS Support Node

    GMDO Guidelines for Definitions of Managed Options

    GMSC Gateway Mobile Switching Center

    GMSK Gaussian Minimum Shift Keying

    GPRS General Packet Radio Service

    GR GPRS Register

    GSM Global System for Mobile Communication

    GSN GPRS Service Node

    GTP GPRS Tunnel Protocol

    HCS Hierarchical Cell Structure

    HLR Home Location Register

    HSCSD High Speed Circuit Switched Data

    HTTP Protocolo de Transferncia de Hipertexto

    IDL Interface Description Language

    IETF Internet Engineering Task Force

    IIOP Internet Inter-ORB Protocol

    IN Intelligent Network

    IQ Indicador de Qualidade

    ISDN Integrated Service Digital Network.

    ISO International Organization for Standardization

    IUO Mltiplas Camadas de Clula

    J2EE Java 2 Enterprise Edition

    J2SE Java 2 Standard Edition

    JRMP Java Remote Method Protocol

    JSR Java Specification Request

    LLC Logical Link Control

    MAHO Mobile-Assisted Handoff

    MBPS Measurable Band Priority Schema

    MCHO Mobile-Controlled Handoff

    MIB Base de Informaes de Gerenciamento

    MIME Multipurpose Internet Mail Extensions

    MPDCH Master Packet Data Channel

    MS Mobile Station

    MSC Mobile Switching Center

  • xxi

    MSU Mobile Station Unit

    NCHO Network-Controlled Handoff

    NMF Network Management Forum

    NMT Network Mobile Telephone

    NPS Non-Priority Schema

    ODP Open Distributed Processing

    OID Identificador do Objeto

    ORB Object Request Broker

    OSF Open Software Foundation

    OSR Oversampling ratio

    PBCCH Packet Broadcast Control Channel

    PCCCH Packet Common Control Channel

    PCS Personal Communication Services

    PCU Packet Control Unit

    PDC Personal Digital Cellular

    PDCH Packet Data Channel

    PDN Packet Data Network

    PDA Personnel Digital Assistant

    PDTCH Packet Data Traffic Channel

    PDP Packet Data Protocol

    PRACH Packet Random Access Channel

    PS Partial Sharing

    PSTN Public Switched Telephony Network

    P-TMSI Packet Temporary Mobile Subscriber Identity

    QoS Quality of Service

    QPS Queue Priority Schema

    RCS Reserved Channel Schema

    RLC Radio Link Control

    RMI Remote Method Invocation

    RMON Remote Monitoring

    RPC Remote Procedure Call

    RSSI Tamanho do Sinal Recebido

    SCM Service Control Manager

    SEI Service Endpoint Interface

  • xxii

    SGSN Serving GPRS Support Node

    SMI Structure of Management Information

    SMS Short Message Service

    SOA Service Oriented Architecture

    SOAP Simple Object Access Protocol

    SPDCH Slave Packet Data Channel

    SMTP Simple Mail Transfer Protocol

    SNDCP Subnetwork Dependent Convergence Protocol

    SRS Sub-Rated Schema

    TACS Total Access Communications Systems

    TCP IP Transport Control Protocol Internet Protocol

    TDD Time Division Duplex

    TDMA Time Division Multiple Access

    TMN Telecommunications Management Network

    TRX Transceiver

    TSC Trunking Switching Center

    UDDI Universal Description Discovery and Integration

    UML Linguagem de Modelagem Unificada

    UMTS Universal Mobile Telecommunications System

    URI Uniform Resource Identifier

    VLR Visitors Location Register

    WAP Wireless Application Protocol

    WEI Indicador de Erro

    WSDL Linguagem de Descrio de Servios WEB

    WS-I WEB Service Interoperability Organization

    WWW World Wide Web

    XML Extensible Markup Language

  • 1

    1 - INTRODUO

    Atualmente, a Internet um importante meio de distribuio e de acesso informao. O

    crescimento do nmero de novos servios, como protocolo WWW para navegao em s-

    tios da Internet, transferncia de arquivos em larga escala e a altas taxas de transmisso,

    distribuio de streams de udio e vdeo sobre demanda, ou mesmo a realizao de vdeo

    conferncias ou tele-conferncias, tem provocado um crescimento exponencial da carga de

    pacotes de dados a que as redes so submetidas. Tal crescimento demonstra claramente que

    a Internet est se fundamentando mais e mais na realizao da maioria das atividades di-

    rias.

    De forma similar, as redes mveis esto se submetendo a um crescimento exponencial do

    nmero de usurios. Este nmero j ultrapassou a marca dos dois bilhes. O crescimento se

    deve principalmente aos mercados onde o setor menos desenvolvido como China, ndia,

    Leste Europeu, Amrica Latina e frica [1]. Na Finlndia e em outros pases, o nmero de

    assinantes mveis j ultrapassa o nmero de linhas fixas [2].

    Com base nessas duas realidades de mercado, o crescimento da Internet e o sucesso das

    redes mveis, d-se, inevitavelmente, uma convergncia de transmisso das aplicaes de

    dados (FTP Protocolo de Transmisso de Arquivos, WWW do ingls, World Wide

    Web, e-mail) [3] sobre a malha telefnica, tradicionalmente de voz.

    Uma vez que a malha telefnica foi projetada, originalmente, para a transferncia de voz

    por meio de transmisso analgica, a incorporao de diferentes tipos de trfego traz uma

    srie de complicaes. Dentre elas esto a necessidade de se tratar a interferncia ou rudo

    entre as diferentes transmisses e a necessidade de se tratar os diferentes perfis de trfego

    por meio de diferentes nveis de qualidade de servios, priorizando alguns em detrimento

    de outros menos exigentes.

    Este trabalho objetiva a investigao da alocao eficiente e dinmica de canais de trfego

    nos recursos de rdio transmisso da malha telefnica, otimizando o desempenho de trfe-

    go efetivo por meio do uso de tcnicas de inteligncia computacionais. Em geral, as tecno-

    logias atuais alocam os recursos dos canais estaticamente, ou seja, de forma fixa sem qual-

  • 2

    quer variao em seus perfis de funcionamento. Isso se d devido a um bom planejamento

    feito preliminarmente, buscando idealizar o volume e os perfis de trfego que venham a ser

    conduzidos sobre o conjunto da rede em questo. Sucintamente, este trabalho tem como

    objetivo a abordagem cientifica de cinco pontos distintos:

    1 Desenvolvimento e adaptao para microcomputador de uma plataforma para a

    simulao de redes mveis de comunicaes e, desenvolvimento de interfaces para

    a administrao dos recursos disponveis: canais de comunicao.

    2 - Construo de um banco de dados com parmetros que avaliem o desempenho

    de uma rede com alocao esttica de canais de voz e dados.

    3 Desenvolvimento de aplicativo para alocao dinmica para canais de dados e

    de voz com base em tcnicas inteligentes: redes neurais artificiais e lgica fuzzy.

    4 Avaliao de desempenho do uso de tcnicas inteligentes comparando com a

    tecnologia atual onde a alocao de canais fixa.

    5 Simulao de cenrios experimentais.

    Nesse contexto, a Engenharia de Servios de Telecomunicaes trata aspectos de especifi-

    cao, projeto, implementao, gerenciamento e validao dos servios de telefonia, alm

    de sua implantao sobre arquiteturas de rede existentes e futuras [3]. Seu desafio orien-

    tar na construo de uma infra-estrutura de comunicao baseada em duas caractersticas

    bsicas: (i) a integrao dos vrios servios em um nico sistema de comunicao, e (ii) a

    criao de um ambiente, no qual esses servios sejam facilmente criados, alterados e adap-

    tados s novas necessidades e condies. cada vez mais difcil encontrarmos arquiteturas

    nicas, genricas o suficiente para acomodar os diferentes servios e adaptaes atravs de

    parmetros simples ou opes pr-definidas.

    Buscando adequar este trabalho disciplina de Engenharia de Servios de Telecomunica-

    es, apresentado o modelo de uma arquitetura que viabiliza a aglomerao de diferentes

    protocolos e servios, os quais so facilmente modularizados, facilitando sua re-engenharia

    para novos cenrios e infra-estruturas telefnicas. Este modelo est voltado ao conceito de

    SOA (Arquitetura Orientada a Servios) [4], preocupando-se com questes como: portabi-

    lidade, escalabilidade e distribuio de informaes para outros sistemas legados.

    Atualmente, so usados, cada vez mais, diferentes arquiteturas e modelos de objetos inte-

    grados pela engenharia de servios de telecomunicaes. Os principais trabalhos baseiam-

  • 3

    se no suporte oferecido por plataformas CORBA (do ingls, Common Object Request Bro-

    ker Architecture) [5] ou ODP (do ingls, Open Distributed Processing) [6]. O modelo aqui

    proposto faz uso de protocolos padres da prpria Internet viabilizando a comunicao en-

    tre servios que utilizam o protocolo HTTP (Protocolo de Transferncia de Hipertexto).

    Isso facilita a integrao da arquitetura proposta com plataformas dos sistemas legados e-

    xistentes.

    Nesse sentido, este trabalho motivado pelo interesse em propor um modelo distribudo

    com o uso de tcnicas de inteligncia, para o controle de canais telefnicos, por um sistema

    de gerenciamento. Tal modelo possibilita a distribuio de seus mdulos e dos objetos ge-

    renciados da rede, permitindo transparncia na administrao dos recursos. Essas informa-

    es podem ser disponibilizadas tanto para clientes internos quanto externos corporao,

    permitindo assim, que as atividades de administrao da rede sejam realizadas em qualquer

    lugar e a qualquer tempo.

    1.1 - PROBLEMA ABORDADO

    Ideologicamente, uma operadora de transmisso de voz, ao acrescentar o servio de dados

    sua rede, deveria garantir a mesma disponibilidade do servio anteriormente fornecido,

    com a mesma qualidade que antes. Isso seria facilmente alcanado, caso novos canais fos-

    sem adicionados exclusivamente para a transmisso destes dados. Infelizmente, isso no

    acontece na prtica, porque a aquisio de novos canais custa excessivamente caro para as

    operadoras, alm de nem sempre serem disponibilizados pelas autoridades governamentais.

    Por conta da escassez destes recursos de rdio fundamental a utilizao de tcnicas ou

    ferramentas que otimizem a alocao e desalocao dos canais de transmisso nas Estaes

    Rdio Base. Algo que no acontece com a maioria das operadoras, uma vez que elas de-

    terminam a quantidade de canais alocados para cada servio, anteriormente, quando do

    planejamento da malha telefnica.

    Uma das grandes dificuldades encontradas em arquiteturas de QoS (Qualidade de Servi-

    os) surge da diversidade com que os aspectos de qualidade so especificados e tratados

    nos diferentes sistemas que compem o ambiente de comunicao e processamento. A

    modelagem de servios de acesso por meio da abstrao de uma rede telefnica prope

  • 4

    uma forma de tornar mais homogneos o tratamento da QoS em ambientes de processa-

    mento e de comunicao [3]. Esse tipo de abordagem ganha importncia no mundo atual,

    onde a mudana tecnolgica nos meios de comunicao crescente e veloz.

    1.2 - OBJETIVOS DO TRABALHO

    Este trabalho possui dois grandes objetivos. Primeiramente, propor um ambiente genrico

    e adaptvel ao monitoramento, controle e otimizao de recursos de rdio das diferentes

    redes telefnicas. Em seguida, fazer uso de tcnicas de inteligncia artificial como forma

    de garantir a otimizao destes recursos em relao forma de alocao fixa de canais.

    Tal ambiente deve se preocupar com questes como: portabilidade, distribuio das infor-

    maes, escalabilidade, alm do controle e diagnstico pr-ativo e reativo das incidncias

    de desempenho.

    Este ambiente composto por uma arquitetura modular e em camadas, permitindo sua ins-

    tanciao sobre os vrios componentes de uma rede de telefonia mvel, como: ERBs (Es-

    tao Rdio-Base), SGSN (do ingls, Serving GPRS Support Node), GGSN (do ingls, Ga-

    teway GPRS Support Node) e os dispositivos mveis. A distribuio das informaes, que

    trafegam sobre os diversos mdulos, feita por meio de um ambiente de distribuio de

    servios baseado nos conceitos de SOA e implementado na forma de um Servio WEB.

    Esta abordagem proporciona a distribuio de diferentes aes (atividades) ao longo de

    toda a malha telefnica e fora dela, auxiliando no gerenciamento do trfego e balancea-

    mento de carga entre mltiplas instncias de um mesmo servio.

    O processo de avaliao das informaes monitoradas nesta tese faz uso de duas tcnicas

    de inteligncia artificial: redes neurais multicamadas e controladores fuzzy. Ambos so u-

    sados como forma de otimizar o trfego, permitindo a automatizao das tomadas de deci-

    so, controlando a malha telefnica e permitindo uma otimizao automtica dos recursos

    de rdio; bem como, informando ao administrador a situao apresentada de tais recursos

    por meio dos servios de gerenciamento.

    Os principais atributos monitorados para permitir a avaliao de desempenho sobre o caso

    proposto so:

  • 5

    - as possveis taxas de erro, como a probabilidade de falha de handover e a probabilidade

    de blocagem de novas chamadas; e,

    - as taxas de vazo, como a carga versos o trfego ofertado, a taxa de utilizao por canal

    e, em particular, o desempenho dos canais, tais como: vazo, retardo, etc.

    1.3 - METODOLOGIA ADOTADA

    Esta tese implementa um ambiente de simulao que obedece aos critrios acima expostos

    de: portabilidade, escalabilidade, distribuio das informaes, controle e diagnstico pre-

    ventivo de incidentes.

    O critrio de portabilidade tratado por meio do desenvolvimento em linguagem de pro-

    gramao JAVA e C++, obedecendo aos princpios da anlise e projeto orientado a obje-

    tos, com as suas classes modeladas e apresentadas em documentao padro, no apndice

    B deste trabalho.

    O critrio de escalabilidade aqui tratado pela tica da disponibilizao, bem definida, dos

    servios executados. Cada conjunto de funcionalidades (ou servios de aplicao) dispo-

    nibilizado segundo o paradigma de Servios WEB. Esse paradigma vem sendo considerado

    a prxima onda da revoluo da internet.

    A distribuio das informaes deve obedecer a critrios de comunicao entre mdulos de

    servios. Com atribuies muito bem definidas, cada mdulo implementado por meio de

    um EJB (do ingls, Enterprise Java Bean) do tipo Session Bean. Essa abordagem garante

    uma srie de servios a nvel de sistema, dentre eles, temos: servios de ciclo de vida do

    componente, de persistncia, de nomes, de concorrncia, de transao, de relacionamento,

    de localizao, dentre outros.

    O critrio de controle da rede telefnica implementado por meio do modelo proposto pa-

    ra o seu gerenciamento. O modelo est concebido de forma a permitir um contnuo monito-

    ramento dos dispositivos de canais que visam a alocao de dados e de voz. Este monito-

    ramento, conforme concebido, permite que o administrador da rede possa readequar os pa-

    rmetros de configurao desses canais.

  • 6

    Por fim, o critrio de diagnstico preventivo de incidentes tratado atravs de estratgias

    de inteligncia artificial para alocao de recursos de rdio. As tcnicas de lgica fuzzy e

    redes neurais artificiais so analisadas separadamente e comparadas alocao fixa dos

    mesmos.

    1.4 - VALIDAO DA PROPOSTA

    Na abordagem prtica, a simulao realizada sobre dois cenrios separadamente. O pri-

    meiro, e mais simples cenrio, formado por uma micro-clula do sistema mvel celular e,

    o segundo, por uma macro-clula composta por sete clulas adjacentes, sobrepostas.

    Em ambos os cenrios foram estudados a alocao de trfego originrio de novas chama-

    das e a realizao de procedimentos de handover sobre os diferentes nveis de carga a que

    as clulas so submetidas. Analisou-se preferencialmente sua taxa de perda em relao

    taxa efetivamente aproveitada.

    1.5 - ORGANIZAO DO TRABALHO

    Este trabalho constitudo de sete captulos, acrescidos os apndices, onde so apresenta-

    dos alguns dos resultados obtidos. Neste primeiro captulo, deu-se uma viso ao leitor dos

    tpicos que viro a seguir, juntamente com a metodologia adotada e os focos de contribui-

    o a serem abordados. Esses pontos de contribuio foram explanados de forma mais ge-

    ral neste captulo.

    O segundo captulo apresenta uma explanao sobre os fundamentos da Comunicao M-

    vel, os pontos fundamentais em cada gerao tecnolgica e o estado da arte em que eles se

    encontram.

    O terceiro captulo foca o gerenciamento de mobilidade em dispositivos mveis, tratando

    de questes como o gerenciamento de handovers alm de particularidades dos canais de

    rdio transmisso.

  • 7

    O captulo quatro d uma viso geral dos fundamentos e funcionalidades de uma arquitetu-

    ra orientada a servios. Essa arquitetura analisada sobre o enfoque de um servio WEB,

    vinculando a implementao dessa funcionalidade ao caso proposto nesta tese.

    O quinto captulo apresenta o ambiente proposto neste trabalho, juntamente com a evolu-

    o do modelo definido no plano conceitual e atendendo aos critrios anteriormente apre-

    sentados. Neste captulo, enfatizamos o ambiente de distribuio tambm com os seus v-

    rios servios disponveis; em especial, aqueles que fazem parte do mdulo de inteligncia

    artificial.

    Sua arquitetura funcional seguida das tcnicas de gerao de trfego e critrios de avalia-

    o de mobilidade adotados e apresentados no captulo sexto. Assim, o captulo sexto apre-

    senta os diferentes cenrios desenvolvidos, juntamente com as caractersticas do trfego

    simulado, os resultados obtidos por meio do processo destas simulaes em ambiente de

    alocao fixa de canais e pelo uso de ferramentas inteligentes.

    O captulo sete se refere s concluses encontradas, abordando as vrias contribuies que

    fazem parte deste trabalho.

    Por fim, os apndices trazem detalhes adicionais sobre a implementao deste trabalho.

    O apndice A traz o script WSDL (Linguagem de Descrio de Servios WEB) usado para

    garantia do critrio de heterogeneidade do modelo.

    O apndice B mostra uma diagramao UML (Linguagem de Modelagem Unificada) para

    o modelo proposto.

    O apndice C apresenta os scripts EJBs definidos.

    O apndice D mostra a estrutura do controlador fuzzy usado na implementao do mdulo

    de inteligncia do modelo.

    O apndice E mostra a estrutura da rede neural artificial usado na implementao do mdu-

    lo de inteligncia do modelo.

  • 8

    O apndice F apresenta a MIB (Base de Informaes de Gerenciamento) usada para arma-

    zenamento de dados das informaes de inferncia do modelo.

    Por fim, o apndice G apresenta alguns dos valores armazenados na estrutura de dados ex-

    planada no apndice anterior.

  • 9

    2 - EVOLUO DOS SISTEMAS DE COMUNICAO MVEIS

    Conforme a Internet se expandia, as redes sem fio seguiam um crescimento semelhante.

    Isso tem forado um acoplamento das duas tecnologias, tornando a conectividade mvel

    mais veloz para suportar os novos requisitos. A evoluo dessas tecnologias mveis e de

    rdio nas ltimas duas dcadas possibilitou o desenvolvimento de novas tecnologias m-

    veis que so coletivamente denominadas PCS (Servios de Comunicao Pessoais). Elas

    viabilizam o acesso a voz de alta qualidade, dados e informaes de multimdia, a qualquer

    hora ou lugar, e interao entre diferentes padres e protocolos que compe a plataforma

    celular.

    No panorama geral, o PCS representa a segunda gerao da tecnologia sem fio, intermedi-

    ria entre os telefones celulares analgicos (primeira gerao) e a multimdia mvel de alta

    largura de banda (geraes seguintes). O PCS inclui todas as formas de comunicaes tele-

    fnicas via rdio que so interconectadas a uma rede pblica de transmisso PSTN (do in-

    gls, Public Switched Telephone Network), incluindo os seguintes atributos:

    - servio difuso, para prover a mobilidade dos usurios;

    - terminais e tarifas de baixo custo;

    - compatibilidade com padres de mercado;

    - compactao dos aparelhos mveis.

    A evoluo recente nos aspectos de rdio-transmisso, acompanhado do crescimento da

    largura de banda com conexes mais velozes a custos reduzidos so ingredientes chave

    para os aspectos da mobilidade dos PCSs.

    O PCS foi originalmente descrito pela FCC (do ingls, Federal Communications Commis-

    sion) como um grupo especial de licenas para a banda de 1900 MHz, mas foi logo esten-

    dido para incluir qualquer sistema digital que fornea voz de alta qualidade e dados de

    banda estreita. Dessa forma, a estrutura bsica das redes celulares continua a mesma, ainda

    que utilizada para a multimdia de terceira gerao.

  • 10

    O PCS classificado nas 3 categorias seguintes, todas elas fornecem recursos diferentes ao

    usurio final [7]:

    - Os celulares digitais, oferecem voz de alta qualidade e dados limitados; usualmente ape-

    nas texto. Ex. GSM, HSCSD, GPRS, D-AMPS, PDC e cdmaOne.

    - Outros servios utilizam a rede celular, mas somente para a transmisso de dados. Ex.

    CDPD, Mobitex, MCDN.

    - por fim, as tecnologias no-celulares que funcionam sem uma estao base. Embora pou-

    co conhecidas, so importantes para servios de emergncia e outros negcios. Ex. TE-

    TRA, iDEN.

    Este trabalho est inserido no contexto dos sistemas mveis PCS, oferecendo uma alta qua-

    lidade de voz sobre uma quantidade de dados limitados nos celulares digitais.

    2.1 - AS GERAES TELEFNICAS

    Os diversos padres telefnicos foram classificados pela comunidade em trs grupos, ca-

    racterizando as trs geraes da telefonia mvel.

    A Primeira Gerao (1G) representada pelos celulares de transmisso totalmente analgi-

    ca, ou seja, as ondas transmitidas so contnuas no tempo. So utilizados apenas para voz e

    so bastante sensveis s interferncias. A falta de garantias na privacidade das ligaes

    um grande fator de insegurana.

    A Segunda Gerao (2G) representada pelos PCSs, anteriormente comentado. A sua

    transmisso totalmente digital permitindo uma maior segurana por meio de tcnicas de

    criptografia. Em geral, incluem servios de mensagens, como correio de voz e identifica-

    dor de chamadas. Os dados so transmitidos a taxas inferiores a 10 Kbps.

    A largura de banda foi ampliada para permitir a transmisso de dados para velocidades se-

    melhantes s de um modem rpido. Denominamos esta gerao denominada de 2 G (ou

    2,5G). O WAP (do ingls, Wireless Application Protocol), que utiliza uma verso compac-

    ta da Web, tambm est embutido nesta gerao.

  • 11

    A Terceira Gerao (3G) ser essencial para os servios de Internet sem Fio. Proporcionar

    acesso permanente a WEB, vdeo conferncias e alta qualidade de voz. No lugar de telefo-

    nes, muitos terminais sero pequenos computadores ou PDAs (do ingls, Personal Digital

    Assistants).

    Muitas das futuras aplicaes ainda so desconhecidas, mas os especialistas do setor afir-

    mam que sero descobertas com o passar do tempo. Entende-se que as redes 3G sero ca-

    pazes de fornecer aos usurios mveis o desempenho das redes ISDN (do ingls, Integra-

    ted Service Digital Network) ou superior pelo menos 144 kbps. O objetivo ser oferecer

    multimdia mvel para todos, com o mesmo preo da telefonia fixa atual.

    Alguns dos padres 2 G, como o GPRS e o IS-95b, so capazes de oferecer esse desem-

    penho, mas apenas em condies ideais. Os sistemas de terceira gerao devem fornecer

    velocidades ISDN a todos e no apenas a quem esteja equipado com os terminais mais ca-

    ros e em localizao prxima estao base.

    Figura 2.1 Percurso de Atualizao da telefnia mvel para Terceira Gerao (extrado de [7])

    Segundo a categorizao dada por [7], a quarta gerao definida (ou 4G) como uma rede

    telefnica que proporcionar a transferncia de dados de at 100 Mbps. Essa velocidade

  • 12

    ser suficiente para proporcionar a tele-presena, ou seja, a iluso de se estar diante da pes-

    soa de verdade, o objeto real.

    A figura 2.1 fornece uma viso geral da rvore evolutiva dos padres mais populares.

    Este trabalho estuda a telefonia mvel de segunda gerao, possibilitando sua expanso

    para a terceira. O estudo de caso sobre um sistema de transmisso totalmente digital; ne-

    le, servios de dados so inseridos evitando causar forte impacto na qualidade do servio

    de voz.

    As sees seguintes apresentam uma viso geral de alguns destes padres, a saber: AMPS,

    DAMPS, IS-95, GSM, dentre outros.

    2.2 - AMPS E DAMPS (IS-136)

    Desenvolvido na dcada de 70 pela Bell Laboratories, o AMPS (do ingls, Advan-

    ced/American Mobile Phone System) pertencia primeira gerao de celulares. Ele con-

    siderado por [8] como o primeiro sistema celular implantado nos Estados Unidos.

    Baseado na tecnologia de Acesso Mltiplo por Diviso de Freqncia (FDMA), ele se ba-

    seia em um esquema de reuso de freqncias. Os canais de voz so atribudos s freqn-

    cias de rdio usando o FDMA. Um total de 50 MHz alocado na banda de 824-849 MHz e

    869-894 MHz. Esse espectro dividido em 832 canais full-duplex, totalizando 1664 fre-

    qncias discretas. Ou seja, 832 para uplinks e outros 832 para downlinks.

    No AMPS, as clulas de transmisso so agrupadas em clusters. Cada clula interage umas

    com as outras dentro de um mesmo cluster, podendo usar diferentes freqncias. Essas

    freqncias so reusadas em diferentes clusters. Com base no planejamento de reuso de

    freqncias, existem aproximadamente 50 canais por clulas.

    Em [8], o AMPS comparado com outros servios digitais disponveis nos Estados Uni-

    dos. Segundo ele, o AMPS oferece maior cobertura geogrfica por meio de uma carga me-

    nor de servio.

  • 13

    A substituio do AMPS pelas redes digitais est permitindo atender uma densidade maior

    de usurios a um custo menor. Isso permite a liberao de uma largura de banda para utili-

    zao de pacotes de dados, tal como, o servio de CDPD (Comutao de Pacotes Digitais

    Celulares, do ingls Cellular Digital Packet Data), capaz de efetuar a transmisso de pa-

    cotes de dados em um nico canal AMPS.

    Sucessor do IS-54 [9] aps a reviso C, o DAMPS (IS-136) (do ingls, Digital Advan-

    ced/American Mobile Phone System) [10] suporta interfaces areas TDMA (do ingls, Ti-

    me Division Multiple Access) similares ao GSM. Ele opera no mesmo espectro de freqn-

    cia (30 kHz) usado pelos sistemas AMPS existentes, o que garante sua compatibilidade

    com as redes em uso de toda a Amrica do Norte. Como o AMPS, o IS-136 usa o padro

    IS-41 para gerenciar a mobilidade.

    Pelo TDMA, cada portadora IS-136 suporta em sua freqncia 3 canais de voz, com taxa

    de velocidade de 7,95 kbps. Assim, o DAMPS tem aproximadamente 3 vezes a capacidade

    dos sistemas AMPS existentes.

    O IS-95 tambm est definido para o espectro de 1850 a 1990 MHz. Como o GSM, que

    ser visto adiante, o IS-136 inclui a transmisso de mensagens curtas, mensagens de bro-

    adcast, endereamento de grupo, estrutura de clula hierrquica e canais de paginao de

    slotes para suportar o modo de descanso no aparelho mvel, conservando a potncia da

    bateria.

    Enquanto o IS-136 surgia, o IS-95 ganhava mercado por ser baseado na tecnologia CDMA

    (Acesso Mltiplo por Diviso de Cdigo).

    2.3 - IS-95

    Este padro IS-95, popularmente chamado PDC (do ingls, Personal Digital Cellular).

    Tambm chamado CDMA de Banda Estreita (ou N-CDMA), foi desenvolvido no Japo,

    pela Qualcomm, e baseado na tecnologia CDMA.

  • 14

    O CDMA permite que muitos usurios compartilhem o mesmo canal de transmisso de

    informaes. Sinais de diferentes usurios so propagados com cdigos que os diferenciam

    entre si.

    O IS-95 usa canais com larguras de banda de 1,25 MHz. Esta largura de banda relativa-

    mente estreita para um sistema CDMA. Assim, a migrao do servio analgico para digi-

    tal fica mais difcil que em sistemas AMPS para DAMPS. A terceira gerao dos sistemas

    CDMA resolve esse problema, a largura de banda estendida para 5 MHz.

    Segundo [8], o sistema coreano IS-95 comeou a operar comercialmente em abril de 1996,

    com capacidade mxima de 512 transceptores por estao base, ou seja, 320 canais de tr-

    fego por estao base, conectados a 12 centrais de comutao base. Estas centrais so co-

    nectadas a uma central de comutao mvel (chamada MX) usando 768 linhas de sinal b-

    sico E1.

    O IS-95, assim como o IS-54 e o IS-136 vistos anteriormente, tambm usa o padro IS-41

    para o gerenciamento da mobilidade.

    O cdmaOne a marca comercial do CDMA Development Group, uma associao de for-

    necedores, para os padres CDMA IS-95a e IS-95b atuais. Alguns cientistas consideram o

    cdmaOne como o sistema mais avanado da gerao 2 e 2 G.

    Todos os sistemas anteriormente citados foram desenvolvidos para suportar servios a taxa

    de 5 a 15 kbits/s. Com a incorporao do trfego Internet e o sucesso de servios de dados

    como SMS (Servio de Mensagem Curta) na Europa e o i-Mode no Japo, o crescimento

    dos servios de dados mveis ficou previsvel. Nessa conjuntura, as Redes de Dados de

    Terceira Gerao (3G), j padronizadas nos anos 90, esto sendo introduzidas brevemente.

    Essas redes 3G focam o uso de diversos recursos multimdia sobre uma alta largura de

    banda [7].

    Embora haja uma variedade enorme de sistemas diferentes, as discusses tm concentrado

    mais na eficincia do espectro por representar a capacidade que o sistema pode extrair a

    partir de suas freqncias alocadas. Infelizmente, esta eficincia depende de um grande

    nmero de variveis cujo clculo tremendamente difcil de realizar com preciso [7].

  • 15

    Cada operadora possui uma fatia reduzida do espectro de freqncia. Assim, fundamental

    que o espectro seja utilizado da forma mais eficiente possvel. At certo limite, pode-se

    aumentar a capacidade do sistema por meio da instalao de mais estaes rdio-base de

    menor potencial, o que j est implcito no super faturamento dos leiles de freqncia.

    Embora o IS-95 seja baseado na tecnologia CDMA, o GSM e a maioria dos sistemas PCS

    so baseados no padro TDMA.

    2.4 GSM

    O Groupe Spciale Mobile foi o comit europeu responsvel por definir o Global System

    for Mobile Communications (GSM). Uma das metas desse comit era formular uma tecno-

    logia que compatibilizasse servios celulares entre os vrios pases europeus.

    Tecnologia usada por mais da metade dos telefones mveis do mundo, o GSM o sistema

    que oferece maior cobertura utilizando voz de qualidade relativamente alta, tendo sido pa-

    dronizado de forma a facilitar sua atualizao para velocidades superiores.

    O padro GSM europeu um sistema celular digital que combina o FDMA e o TDMA,

    utilizando 8 time-slots sobre uma faixa de freqncias de 200 kHz. Dessa forma, na estao

    base GSM, cada par de radio transmisso (transmissor-receptor) suporta 8 canais de voz,

    transmitindo e recebendo em cerca de 1 8 do tempo do canal, ou seja, 33,9 kbps. Parte des-

    sa capacidade deixada vazia para compensar o retardo da propagao.

    Na Europa e em alguns outros pases, o GSM opera freqncia de 900 MHz (GSM900) e

    1800 MHz (GSM1800). Na Amrica, por questes de disponibilidade do espectro, o mes-

    mo opera a 1900 MHz (GSM1900).

    Atualmente, o sistema opera em quatro bandas de freqncia diferentes:

    - 900 MHz: projeto inicial para reutilizao do espectro destinado s redes TACS (do

    ingls, Total Access Communications Systems) analgicas da Europa;

    - 1800 MHz: licenciada na Europa especialmente para o GSM;

  • 16

    - 1900 MHz: usado na Amrica para vrias redes digitais diferentes;

    - 450 MHz: variante mais recente que substitui redes analgicas baseadas no sistema es-

    candinavo NMT (do ingls, Network Mobile Telephony).

    Como as transmisses so unidirecionais, o GSM utiliza canais emparelhados distintos pa-

    ra enviar e receber. Isso possibilita velocidades de dados da ordem de 270,8 kbps em cada

    canal de 200 kHz. Entretanto, a velocidade obtida uma reduzida frao dos 270 kbps m-

    ximos.

    No GSM, a distncia mxima entre o terminal mvel e a estao base de at 30 km. Isso

    faz com que cada time slot demore 577 micro-segundos para ida e volta. Cada slot dispe

    de 156,25 bits, distribudos na estrutura de frames e multiframes conforme mostrado na

    figura 2.2 e composto dos seguintes campos:

    - cabealho e rodap: espaos vazios no incio e no final do slot separam o slot de seus

    vizinhos, impedindo o retardo de propagao a distncia de at 35 km da estao base. A-

    cima desse limite os aparelhos GSM no so utilizados.

    - Seqncia de Treinamento: usado para ajudar receptores bloqueados no slot, mas no

    conduz informaes teis. Tambm serve como cabealho e rodap quando o slot subme-

    tido a novas divises.

    - 2 bits suprimidos: usado para conduzir dados ou controlar informaes sobre o pr-

    prio GSM.

    Figura 2.2 Estrutura dos Slots, dos frames e dos multiframes no GSM [7]

  • 17

    - bits de trfego: informaes de controle e correo de erros, alm de fala e dados. Em

    um sistema GSM, essa carga de 24,7 kbps.

    O trabalho desta tese utiliza o conceito de slots por diviso de tempo, na simulao do tr-

    fego telefnico mvel. Aqui, cada slot visto como uma unidade atmica, no sendo ne-

    cessrio a manipulao de qualquer informao sobre as partes que o compe, ou seja, no

    h referncias a cabealho, rodaps ou mesmo s informaes contidas nos bits de dados.

    O trfego de cada fatia de tempo gerado randomicamente em tempo de execuo, de a-

    cordo com os percentuais das quantidades de cada tipo de trfego previamente definido.

    Como em outros sistemas celulares, no GSM os dados so codificados em ondas utilizando

    a modulao em fase conhecida como GMSK (do ingls, Gaussian Minimum Shift Ke-

    ying).

    No GSM, o terminal mvel controla a potncia de sada de sua taxa de freqncia, man-

    tendo a interferncia em nveis baixos.

    Quanto ao protocolo de gerenciamento de roaming do GSM, este possui funcionalidades

    similares ao IS-41.

    O GSM tambm inclui caractersticas digitais como o envio de mensagens curtas ponto a

    ponto, endereamento de grupo, espera de chamadas, servios multicast, e outros.

    A interface area GSM tem evoludo em direo ao EDGE (do ingls, Enhanced Data Ra-

    tes for GSM Evolution), com taxa de dados varivel e novas adaptaes nos enlaces. Nesse

    processo evolutivo, o protocolo HSCSD anterior a este ltimo.

    2.4.1 - HSCSD

    Em 1997, o ETSI padronizou o HSCSD (do ingls, High Speed Circuit Switched Data)

    como uma pequena atualizao ao GSM para que cada usurio utilizasse mais de um time

    slot na operao de multiplexao. Ele um protocolo de comutao por circuito para a

    transferncia de grandes arquivos e de aplicaes multimdia [10].

  • 18

    Todas as redes ou terminais HSCSD utilizam um codec de dados aprimorado. O padro

    rene at 4 dos canais de 14,4 kbps para um mximo de 57,6 kbps. Etapas intermedirias

    de 28,8 e 43,2 kbps so possveis e tambm so mais comuns. As transferncias tambm

    podem ser assimtricas, ou seja, 3 slots para o downlink Transmisso BS/MS (do ingls,

    Base Station/Mobile Station) - e apenas 1 para o uplink - Transmisso MS/ERB. Essa as-

    simetria decorre da necessidade de se tratar o problema de superaquecimento desses termi-

    nais mveis.

    Seria possvel agregar todos os 8 canais de um time-slot em uma nica chamada, mas isso

    no ocorre por dificultar o projeto dos aparelhos de telefone. Outros problemas decorrem

    da utilizao de canais adicionais que incluem a capacidade e o consumo de energia da re-

    de.

    Por conta do uso de canais adicionais em uma chamada regular, o HSCSD precisa de 4 at

    8 vezes mais largura de banda que o GSM convencional. A maioria dos usurios no dese-

    ja pagar mais por chamadas regulares, especialmente com a idia de que os dados deveri-

    am ser gratuitos. Por isso, muitas operadoras decidiram no implementar o HSCSD e a-

    guardar outro sistema capaz de utilizar a largura de banda de maneira mais eficiente.

    Os terminais HSCSD podem transmitir por aproximadamente 4 vezes a velocidade de um

    telefone GSM comum, com os correspondentes aumentos de consumo de bateria e emisso

    de radiao [7].

    Infelizmente, o espectro emparelhado no permite re-alocar a largura de banda da trans-

    misso no utilizada da emisso (do ingls, upload) para a recepo (do ingls, download).

    Assim, alguns slots so deixados vazios.

    2.4.2 - GPRS

    O esquema de internet sem fio mais popular entre as operadoras o GPRS (do ingls, Ge-

    neral Packet Radio Service). Ele fornece aos usurios uma conexo, Internet, permanente

    e de alta capacidade. Embora a primeira gerao de terminais GPRS oferecesse transfern-

    cias de dados inferiores s tecnologias HSCSD mais primitivas.

  • 19

    Seu principal benefcio o uso da comutao de pacotes por ser mais eficiente que o pa-

    dro de circuito comutado. No GSM e no HSCSD, cada usurio mantm aberto um circuito

    de 9,6 kbps ou mais enquanto estiver on-line. Isso um desperdcio tanto para o cliente,

    que passa a maior parte do tempo lendo pginas da WEB e tem que pagar uma tarifa por

    essa conexo ociosa, quanto para a operadora que compromete uma parte do espectro que

    poderia ser utilizado em outro local.

    No GPRS, um nico time-slot de 14,4 kbps ou mais, pode ser compartilhado por centenas

    de pessoas, desde que o acesso no seja simultneo. Cada usurio tem uma conexo cont-

    nua com velocidade de dados de 0,1 kbps ou menos. Essa velocidade sobe quando o usu-

    rio recebe e-mail ou acessa um hyperlink.

    A especificao completa utiliza terminais capazes de usar at 8 time-slots simultaneamen-

    te, disponibilizando a cada usurio uma taxa maior que o HSCSD. Entretanto o GPRS

    tambm enfrenta os mesmos problemas de superaquecimento do HSCSD. Enquanto isso

    no for solucionado, o GPRS ter o mesmo limite de velocidade que seu antecessor. Com o

    uso de mltiplos time-slots de um mesmo frame TDMA, a largura de banda seria dinami-

    camente varivel e o retardo de transferncia seria reduzido, deixando a taxa de dados em

    aproximadamente 170 kb/s que s pode ser alcanada teoricamente.

    Como o HSCSD, muitos sistemas GPRS so assimtricos [11]. A estao base monitora o

    trfego enviado aos terminais mveis (link direto ou downlink) e organiza-o de forma a o-

    timizar o uso da largura de banda. O mesmo no acontece com o trfego advindo dos ter-

    minais mveis, uma vez que um telefone mvel no tem acesso a outras transmisses; ha-

    vendo assim, maior capacidade disponvel para o link direto que para o link reverso (ou

    uplink).

    Por enquanto, o GPRS precisa co-existir com o GSM e talvez com o HSCSD. Por isso, os

    terminais mveis admitem a comutao de pacotes e a comutao de circuitos caracteriza-

    da nos dois sistemas anteriores.

    O ideal seria que as redes GPRS existissem isoladamente, conduzindo voz nos pacotes,

    utilizando um codec de velocidade varivel para que os dados pudessem ser transmitidos

    durante os intervalos da conversao. O GPRS precisa de uma rede de backbone inteira-

  • 20

    mente nova substituindo o sistema de telefonia existente por outro semelhante Internet.

    Ele foi projetado para o GSM, mas pode ser adaptado facilmente a qualquer rede TDMA.

    As redes 3G podem vir a se utilizar dessa tecnologia por serem totalmente comutadas por

    pacotes.

    O EDGE, tecnologia de terceira gerao, utiliza modulao de espectro altamente eficiente

    para transmitir a taxas superiores tecnologia GSM. O EDGE requer atualizao dos trans-

    ceptores das estaes base para o suporte a transmisso de dados de alta velocidade em c-

    lulas menores.

    2.4.3 - Infra-Estrutura Telefnica

    A maioria dos usurios entra em contato apenas com seus prprios telefones mveis e, o-

    casionalmente, com as estaes base cada vez mais visveis. Muito embora, a rede de tele-

    fonia possua um conjunto de outras pequenas partes que a compe. Desde servidores

    WEB, armazenando pginas formatadas para o acesso sem fio, switches e links auxiliando

    na conexo da rede com o mundo exterior, at recursos mais avanados para rastrear a lo-

    calizao do usurio e gerenciar o espectro de forma eficiente.

    A Infra-Estrutura Telefnica tem ficado mais complicada por causa do crescimento dos

    dados mveis. Quase sempre a configurao completa, com todos os recursos disponveis,

    muito mais complexa do que a das redes de telefonia tradicionais.

    Hoje os novos sistemas de terceira gerao foram projetados para dados e so baseados na

    comutao de pacotes de alta capacidade. Contudo, usurios mais antigos (com aparelhos

    mveis mais antigos) continuam utilizando as redes originais de voz onde se trafegavam

    sinais puramente analgicos.

    A figura 2.3 mostra o GSM sem atualizao para GPRS, ilustrando o percurso que a voz

    segue em uma rede entre um telefone celular e um telefone fixo, j a figura 2.4 apresenta o

    percurso que os dados fazem nessa mesma rede telefnica.

    De acordo com a figura 2.3, o sinal de voz capturado pela ERB e encaminhado ao telefo-

    ne fixo localizado em uma outra rede telefnica. O sinal conduzido ao controlador da es-

  • 21

    tao base que o encaminhe para uma central de comutao que se encarrega de rastrear a

    localizao dos usurios, realizando o roteamento do sinal ao destino correto. Este sinal

    comutado dentro da prpria operadora at que uma rota seja encontrada para o telefone fi-

    xo. Uma vez identificado que o destino pertence a outra rede telefnica, o gateway GMSC

    (do ingls, Gateway Mobile Switching Center) se encarrega de ligar a rede mvel a outras

    redes telefnicas, cuidando tambm de questes de roaming. O retorno da transmisso se-

    gue a mesma estrutura global.

    Figura 2.3 Percurso da Voz em uma Rede GSM (modificado - [7])

    A figura 2.4 apresenta o protocolo WAP para tambm exemplificar a transmisso de da-

    dos. O WAP um padro aberto para a implementao de um servio de informaes tex-

    tuais permitindo a mobilidade de navegao sobre a WEB. Esse padro foi definido pelo

    WAP Forum um consrcio de empresas formado originalmente pela Nokia, Ericsson e

    Motorola, mas agora com a participao de outros membros. Esse protocolo ganhou muita

    fora no mercado; primeiro por ser uma soluo no proprietria; segundo, por no ser a-

    penas uma linguagem de marcao para a WEB sem fio, mas toda uma nova pilha de pro-

    tocolos, projetada para superar problemas de latncia e flutuao.

    Figura 2.4 Percurso dos dados WAP em uma rede GSM/GPRS (modificado [7])

    Nesse contexto, a figura 2.4 mostra o percurso entre um terminal WAP e um servidor

    WAP. Nela, dados so transmitidos por meio de canais na ERB. Em seguida, o pacote

    (frame ou multi-frame) enviado do controlador para a rede de comutao MSC (do in-

    gls, Mobile Switching Center) - e em seguida para o SGSN (do ingls, Serving GPRS

    Support Node) que o encaminha ao GGSN capaz de encontrar a informao solicitada jun-

    to a uma outra rede. O WAP Gateway trata as pginas WAP para a transmisso sobre a re-

    de mvel. O servidor WAP armazena pginas da WEB e as envia sob demanda aos surfis-

    tas de unidades mveis.

  • 22

    Em sntese, uma rede telefnica GSM/GPRS completa, compe-se das seguintes partes:

    - Link Areo

    o MSU (do ingls, Mobile Station Unit);

    o BTS (do ingls, Base Transceiver Station).

    - Infra-Estrutura de Voz

    o BSC (do ingls, Base Station Controller);

    o MSC;

    o TSC (do ingls, Trunking Switching Center);

    o GMSC.

    - Infra-Estrutura de Dados

    o PCU (do ingls, Packet Control Unit);

    o SGSN;

    o Backbone do GPRS (do ingls, General Packet Radio System);

    o GGSN (do ingls, Gateway GPRS Support Node).

    2.4.3.1 Link Areo

    O Link Areo refere-se ao enlace local, a conexo final entre o cliente e a rede. So neces-

    srios dois rdios: um carregado pelo usurio (MSU) e o outro conectado permanentemen-

    te rede da operadora (BTS).

    2.4.3.2 MSU

    o terminal mvel transportado pelo usurio; seja ele um telefone mvel (como nos siste-

    mas de 1a e 2a gerao) ou quaisquer outros dispositivos de transmisso de dados (desde

    pagers simples at dispositivos avanados como o Palm VII).

    2.4.3.3 BTS

    O BTS (do ingls, Base Transceiver Station), tambm chamada de estao base ou estao

    rdio-base, o principal rdio no centro de cada clula. Compostas por vrias antenas; nor-

    malmente montadas dentro de caixas retangulares medindo 1x3 metros.

  • 23

    Os BTSs so fontes mais poderosas de microondas e no existe dvida de que possam ser

    perigosas. Entretanto, elas so indispensveis para captura e recepo dos sinais de onda de

    nossos celulares.

    2.4.4. Infra-Estrutura de Voz

    A rede celular de voz , tradicionalmente, a PSTN fixa, acrescida de algumas bases de da-

    dos extras para cuidar da mobilidade.

    Toda a comutao digital, mesmo nos sistemas G1 com seus links areos analgicos. To-

    dos os telefones mveis utilizam discagem de tom; embora ainda existam telefones fixos

    que utilizam discagem de pulso.

    Quando as redes de dados estiverem consolidadas muitas chamadas de voz ainda sero en-

    viadas pela infra-estrutura de circuito comutado existente. Quando as atualizaes estive-

    rem concludas, o circuito comutado ser a nica opo para os dados. o que acontece

    com o HSCSD que aumenta a velocidade de transferncia do GSM vinculando circuitos

    em conjunto.

    2.4.4.1 - BSC

    O BSC simplesmente converte os sinais da estao base em um formato de linha terrestre.

    As redes analgicas precisam que o BSC esteja na prpria BTS para que o link analgico

    seja convertido to logo recebido. As redes digitais, reduzem os custos com a instalao de

    BSCs permitindo que vrios BTS utilizem o mesmo BSC.

    Clulas interligadas a um nico BSC correspondem a clusters que so agrupamentos de 3 a

    21 clulas utilizando, em conjunto, todo o espectro de rdio disponvel da operadora.

    2.4.4.2 MSC

  • 24

    O MSC responsvel pelo rastreamento de usurios e pelo envio de chamadas quando so-

    licitadas. Normalmente, um MSC responsvel por vrios clusters de clulas.

    Todos os clientes de uma rede mvel so registrados em uma determinada MSC, ou seja, a

    MSC local do cliente. Esta MSC local sempre contatada quando ocorre tentativa de co-

    mutao de chamadas para o usurio.

    Cada MSC esta associada a vrias bases de dados utilizadas para o armazenamento de lo-

    calizaes de usurios e informaes de bilhetagem. Algumas utilizam base de dados local

    que podem estar em um computador da prpria MSC ou na rede fixa, e tambm mantm

    uma cpia de segurana.

    As bases de dados so mostradas na figura 2.5 e incluem:

    - HLR (do ingls, Home Location Register) contm a localizao dos aparelhos registra-

    dos na prpria MSC.

    - VLR (do ingls, Visitors Location Register) armazena temporariamente a localizao

    geogrfica de todos os aparelhos de telefone encontrados e pertencentes a outra MSC.

    - EIR (do ingls, Equipment Identity Register) um registrador que identifica o equipa-

    mento que lista nmeros nicos, identificando cada aparelho e tambm permite a bilheta-

    gem das ligaes.

    - AuC (do ingls, Authentication Center) s existe em redes digitais. Autentica o assinante

    mvel, solicitando que o nmero de identificao seja criptografado durante a transmisso

    pelo ar.

    Figura 2.5 Subsistemas da base de dados da MSC [7]

    2.4.4.3 TSC

  • 25

    Os TSC so centrais de comutao de troncos que simplesmente agregam as conexes de

    vrias MSCs, combinando-os em cabos de alta capacidade.

    Nem todas as operadoras utilizam uma TSC, algumas utilizam apenas MSC cobrindo uma

    rea bastante e