uma nova paisagem: projeto de intervenção paisagística … · 2019-11-06 · paisajístico...

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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo / ISBN: 978-85-68242-76-6 236 EIXO TEMÁTICO: ( ) Bacias Hidrográficas, Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos ( ) Biodiversidade e Unidades de Conservação ( ) Campo, Agronegócio e as Práticas Sustentáveis ( ) Cidade, Arquitetura e Sustentabilidade ( ) Educação Ambiental ( ) Geotecnologias Aplicadas à Análise Ambiental ( ) Gestão dos Resíduos Sólidos ( ) Gestão e Preservação do Patrimônio Arquitetônico, Cultural e Paisagístico ( ) Mudanças Climáticas ( ) Novas Tecnologias Sustentáveis ( X ) Paisagem, Ecologia Urbana e o Planejamento Ambiental ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente ( ) Turismo e o Desenvolvimento Local Uma nova Paisagem: Projeto de Intervenção Paisagística Sustentável na Praça Manoel Malaquias de Folha Miúda - Craíbas/AL A new Landscape: Sustainable Landscape Intervention Project at Manoel Malaquias Square in Folha Miúda - Craíbas / AL Un nuevo paisaje: Proyecto de Intervención Paisajística Sostenible en la Plaza Manoel Malaquías de Hoja Miúda - Craíbas / AL SILVA, Alan Graduado em Arquitetura e Urbanismo, UFAL, Brasil. [email protected] SANTOS, Anderson Doutorando em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal Fluminense - PPGAU/UFF. [email protected]

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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo / ISBN: 978-85-68242-76-6

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EIXO TEMÁTICO:

( ) Bacias Hidrográficas, Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

( ) Biodiversidade e Unidades de Conservação

( ) Campo, Agronegócio e as Práticas Sustentáveis

( ) Cidade, Arquitetura e Sustentabilidade

( ) Educação Ambiental

( ) Geotecnologias Aplicadas à Análise Ambiental

( ) Gestão dos Resíduos Sólidos

( ) Gestão e Preservação do Patrimônio Arquitetônico, Cultural e Paisagístico

( ) Mudanças Climáticas

( ) Novas Tecnologias Sustentáveis

( X ) Paisagem, Ecologia Urbana e o Planejamento Ambiental

( ) Saúde, Saneamento e Ambiente

( ) Turismo e o Desenvolvimento Local

Uma nova Paisagem: Projeto de Intervenção Paisagística Sustentável na

Praça Manoel Malaquias de Folha Miúda - Craíbas/AL

A new Landscape: Sustainable Landscape Intervention Project at Manoel Malaquias

Square in Folha Miúda - Craíbas / AL

Un nuevo paisaje: Proyecto de Intervención Paisajística Sostenible en la Plaza Manoel

Malaquías de Hoja Miúda - Craíbas / AL

SILVA, Alan Graduado em Arquitetura e Urbanismo, UFAL, Brasil.

[email protected]

SANTOS, Anderson Doutorando em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal Fluminense - PPGAU/UFF.

[email protected]

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RESUMO

Celebrada como um dos principais espaços públicos nas cidades, a praça constitui funções de incentivo a vida comunitária como pontos de encontro e convivência social, que a ela acorre para ócio, para comercializar, para trocar ideias, para encontros românticos ou políticos, refletindo costumes, crenças e outros aspectos da cultura de seus usuários, ou seja, para o desempenho da vida urbana ao ar livre com adaptações aos recursos ambientais de forma sustentável. Localizada no distrito de Folha Miúda, município de Craíbas-AL, Praça Manoel Malaquias representa o único espaço livre público desta localidade, sendo um dos principais pontos de encontro e convívio social entre os moradores, além de se tornar palco de eventos e interação com a feira livre em seu entorno. Associado ao descaso do poder público frente à manutenção da praça, o espaço de estudo teve seu mau planejamento e execução por ter sido considerado apenas como promessa em tempo eleitoral. Sendo assim, há a necessidade de intervenção na referida área como forma de proporcionar aos moradores locais e visitantes de forma sustentável, um programa de atividades estabelecido para contemplar as necessidades do usuário. É fundamental a oferta de um programa paisagístico, como atividades de lazer e recreação, e acessibilidade a toda população. Com isso, será desenvolvido a distribuição dos espaços ofertados através de um zoneamento e plano de massas com a escolha da vegetação adequada ao clima local, finalizando com a elaboração de um anteprojeto paisagístico aplicando técnicas de consciência sustentável.

PALAVRAS-CHAVE: Praça. Sustentabilidade. Intervenção. Paisagismo. Folha Miúda. Craíbas.

ABSTRACT

Celebrated as one of the main public spaces in the cities, the square is a function of encouraging community life as meeting places and social coexistence, which is for leisure, to trade, to exchange ideas, to romantic or political meetings, reflecting customs, beliefs and other aspects of the culture of its users, ie for the performance of urban living outdoors with adaptations to environmental resources in a sustainable way. Located in the district of Folha Miúda, municipality of Craíbas-AL, Praça Manoel Malaquias represents the only public free space of this locality, being one of the main meeting places and social interaction among the residents, besides becoming a stage of events and interaction with free fair in their surroundings. Associated with the disregard of public power over the maintenance of the square, the study space had its bad planning and execution because it was considered only as a promise in electoral time. Therefore, there is a need to intervene in this area as a way to provide local residents and visitors in a sustainable way, an activity program established to contemplate the needs of the user. It is fundamental to offer a landscaping program, such as leisure and recreation activities, and accessibility to the entire population. With this, the distribution of the spaces offered will be developed through a zoning and mass plan with the choice of vegetation appropriate to the local climate, ending with the elaboration of a landscape project applying sustainable awareness techniques.

KEYWORDS: Square. Sustainability. Intervention. Landscaping. Small Sheet. Craíbas.

RESUMEN

La plaza constituye funciones de incentivo a la vida comunitaria como puntos de encuentro y convivencia social, que a ella acude para el ocio, para comercializar, para intercambiar ideas, para encuentros románticos o políticos, reflejando costumbres, creencias y otros aspectos de la cultura de sus usuarios, es decir, para el desempeño de la vida urbana al aire libre con adaptaciones a los recursos ambientales de forma sostenible. En el distrito de Folha Miúda, municipio de Craíbas-AL, Plaza Manoel Malaquias representa el único espacio libre público de esta localidad, siendo uno de los principales puntos de encuentro y convivencia social entre los moradores, además de convertirse en escenario de eventos e interacción con la región en el centro de la ciudad. El espacio de estudio tuvo su mala planificación y ejecución por haber sido considerado sólo como promesa en tiempo electoral. Siendo así, hay la necesidad de intervención en la referida área como forma de proporcionar a los residentes locales y visitantes de forma sostenible, un programa de actividades establecido para contemplar las necesidades del usuario. Es fundamental la oferta de un programa paisajístico, como actividades de ocio y recreación, y accesibilidad a toda la población. Con ello, se desarrollará la distribución de los espacios ofertados a través de una zonificación y plan de

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masas con la elección de la vegetación adecuada al clima local, finalizando con la elaboración de un anteproyecto paisajístico aplicando técnicas de conciencia sustentable.

PALABRAS CLAVE: Plaza. Sostenibilidad. Intervención. Paisajismo. Hoja Miúda. Craíbas.

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INTRODUÇÃO

Frente ao contexto das cidades, os espaços públicos são caracterizados pelos lugares direcionados ao uso cotidiano, tendo as ruas, as praças e os parques como os mais conhecidos nesta definição. Além de seus usos, esses espaços caracterizam-se na esfera pública por serem locais abertos e acessíveis a todas as pessoas por igual.

Sendo assim, quando não planejada adequadamente com extinção desses valores fundamentais para seu uso, a praça torna-se apenas um simples espaço seco, não utilizável por não ofertar programas de atividades voltadas ao lazer e convívio social e uma estrutura que proporcione um conforto ambiental.

Folha Miúda, situada a 11,6km da cidade de Craíbas/AL e 13km da capital do agreste Arapiraca, conta com uma população de aproximadamente 4 mil habitantes, caracterizado como distrito, possui deficiências em espaços livres públicos onde encontramos apenas a Praça Manoel Malaquias como exemplo desses espaços.

No âmbito das políticas de intervenções, a busca pela realização do projeto ideal para referida praça se deu pela identidade do pesquisador com o Distrito, buscando através deste estudo conhecer melhor as necessidades locais e aplicá-las ao projeto preliminar. Além disso, a falta de espaços para lazer, práticas de esportes ao ar livre e cultura são evidentes.

2 PROJETO PAISAGÍSTICO

2.1 Zoneamento

Figura 1: Zoneamento

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

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2.2 Plano de Massas

A fim de não eliminar o posicionamento real da arborização existente, foi pensado apenas na substituição das espécies por um outro tipo que ofereça elevação superior de sua copa à fachada da igreja de acordo com seu porte, oferecendo assim uma ampla visibilidade da instituição religiosa sem a necessidade de poda elevada ou corte das árvores.

Partindo desse pressuposto, foi selecionado a espécie Calycophyllum Spruceanum, em nome popular, Pau Mulato. As demais espécies existentes foram consideradas sem substituição e inseridas 108 novas árvores de 7 espécies diferentes como Jasmim-laranja, Pata-de-vaca, Pau Fava, Pau Mulato, Pau Ferro, Sucupira-mirim e Resedá (Ver Figura 2 e 3).

Figura 2: Plano de Massas em Perspectiva

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Figura 3: Arborização - Perspectiva explodida

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Fonte: Autor deste artigo, 2018.

2.3 Traçado

A grande predominância no traçado constitui à espaços amplos e integrados oferecendo conforto, acessibilidade e diversão à todos os usuários. Todos os recortes propostos fazem referência ao conceito do ápice foliar agudo apresentado anteriormente.

O projeto propõe uma ampliação de todo terreno da praça como forma de ajuste e padronização do leito carroçável das vias em seu entorno, adotando espaçamento máximo de 3,5m. Com isso, foi realizado a distribuição de sentidos únicos para cada uma das vias, proporcionando um melhor fluxo de veículos. Esse recorte pode ser observado na comparação entre a planta de antes e depois (Ver Figura 4).

Figura 4: Planta Antes e Depois

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

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2.4 Pavimentação

Um das grandes marcas do projeto constitui ao xadrez proposto na paginação de piso. Utilizando-se de tons terrosos, as cores Terracota, ouro gergelim, bronze terracota e prata branco, transmite uma sensação de campo rural com toque moderno, ao estilo de chão batido que remete a antiga praça, não distanciando-se da sua origem. Utilizando-se de uma mescla pixelada dessas tonalidades, indo na contramão da uniformidade cromática (Ver Figura 5).

O tipo de pavimentação utilizada para tal composição geométrica é o piso drenante Megadreno da Linha Granili Fulgê Leve e Médio da Braston, utilizando os tons acima citado.

Além da grande funcionalidade de drenagem e permeabilidade ofertado pelo piso drenante, as placas foram posicionadas com espaçamento de 5cm entre elas, tendo alguns espaços com distâncias maiores formando um degradê entre as formas quadradas do xadrez. Esses afastamentos propõe um amplo recorte de permeabilidade do solo, oferecendo um contato maior de espaços verdes em toda extensão da praça, além do contraste de seu verde com das placas do piso. Para acessibilidade de tal espaçamento, foi utilizado um fechamento interno nestes espaços com um sistema de Gradil Metálico sobre a camada de grama que contorna as placas. O Gradil possui dimensões de 16x16mm de quadrados vazados, com moldura em 6mm e profundidade de 16mm. Esse tipo de sistema oferecerá acessibilidade para o percurso do cadeirante.

Para os dois recortes dos renques de ficus, por suas raízes agressivas e superficiais racharem a pavimentação, foi utilizado um sistema de piso em grelha metálica sobre uma camada de brita como forma de permeabilidade e drenagem das águas pluviais para o solo. Esse sistema de grelha foi adotado principalmente para a acessibilidade a portadores de necessidades especiais à esses locais.

Figura 5: Planta de Pavimentação

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

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2.5 Disposição dos setores

2.5.1 SETOR 1 - INFORMATIVO E PRODUÇÃO

Foram utilizados totens informativos que oferece ao visitante informações e benefícios de algumas espécies de plantas, além de receitas que ajudam no preparo de remédios e chás para o alívio de seus sintomas. Foram distribuídos 10 totens ao centro do setor 1 e posicionados de forma estratégica ao início da praça para despertar o primeiro interesse de visitação dos usuários (Ver Figura 6).

Figura 6: Setor Informativo

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Cada totem apresenta uma espécie de planta diferente, além de oferecer uma amostra em jardineira pendente da referida planta informada. Ao obter todo conhecimento ofertado pelos totens, os usuários podem direcionar-se aos dois canteiros laterais de hortas medicinais para colheita das espécies desejadas para tal medicação.

2.5.2 SETOR 2 - COMÉRCIO

Com a construção de dois quiosques, o setor de comércio oferece um ambiente confortável e interativo para o público visitante. Uma grande estrutura metálica coberta por palha trançada de palha, trás uma visibilidade impactante ao primeiro olhar para a praça (Ver Figura 7). Tal elemento possui a função de grande coberta de todo setor de comércio, oferecendo sombreamento, conforto térmico e funcionalidade, onde constitui sua segunda função, agora como piso de um mirante através de sua coberta (Ver Figura 8).

Figura 7: Setor de Comércio

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Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Figura 8: Mirante

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Os pilares da coberta são posicionados ao centro do conjunto de bancos e mesas ao entorno dos quiosques, esse último possui forma hexagonal semifechados para atender a todos os usuários, estando acessível para os portadores de necessidades especiais através de suas pontas (Ver Figura 9).

Figura 9: Imagem Noturna

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

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Os quiosques possuem a mesma forma hexagonal e é construído de materiais leves, versáteis, e de fácil construção, sem perder a segurança. O material mais utilizado foi o Bambu, que atendia todas as necessidades do local e de fácil construção. Sua base contém um fino contrapiso de concreto de 0.5 cm que serve como base de sustentação, seguido por um piso, parede e teto todo construído de bambu. Suas hastes de encaixe são laminas de 0,1 cm de metal que serve de viga para a junção das paredes.

Para composição dessa pequena construção de comércio, foram inseridos banquetas com base em estrutura métalica e assento em madeira a fim de oferecer conforto aos usuários e clientes de tal comércio.

2.5.3 SETOR 3 - DIVERSÃO E LAZER

Com equipamentos de interação com os setores adjacentes, a zona de diversão e lazer está composta por elementos de playground, além de bancos para espaços de permanência e diversão.

O primeiro playground possui 35m de extensão com curvas e linhas que formam a imagem semelhante a uma lagarta, inseto encontrado em plantas e folhas fazendo referência ao conceito paisagístico da praça (Ver Figura 10). Oferece uso, diversão e funcionalidade à todos os públicos, através de sua malha quadricular vazada como sistema de escalamento, além de um escorrega e balanços circulares compondo suas multi-utilidades. Esse tipo de equipamentos sempre forma um ponto central de atração em um ambiente urbano. Sua estrutura em aço tubular curvo, cujas várias formas serpenteiam através da área, dá a esse item de equipamento de corda uma aparência única.

Figura 10: Setor de Diversão e Lazer

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

O segundo elemento de diversão assemelha-se a um grande pião decorado por tecidos coloridos baseado em brinquedos tradicionais por sua função giratória e sua expressão colorida, servindo de peça interativa como mobiliário e parque de diversões, constituindo uma

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conexão direta entre todos os públicos, oferecendo um espaço de cores e alegrias (Ver Figura 11).

Figura 11: Playground Pião com bancos em mola

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

O terceiro equipamento constitui uma estrutura simbólica de troncos e galhos de árvores com balanços pendentes. Sua função especial consiste na acessibilidade de portadores de necessidades especiais com um de seus balanços com suporte e segurança para tal acesso e funcionalidade. São inseridos duas unidades oferecendo 4 balanços, sendo dois acessíveis (Ver Figura 12).

Figura 12: Balanço Árvore

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Além dessa função do equipamento, os mesmos membros de madeira em que os balanços encontram-se fixados, possuem suportes de escaladas desafiadoras para todas as faixas etárias sem nenhuma segregação das idades.

O quarto elemento constitui um banco de assento hexagonal e base em mola, oferecendo amplas funcionalidades de descanso e lazer ao público. Ao mesmo tempo que o usuário utiliza o equipamento para assento, o mesmo pode balançar-se ou equilibrar-se através de suas multifunções. Sua textura em pintura de cor vermelha e branco em fibra de vidro, remete a imagem de boias náuticas trazendo uma reflexão de salva-vidas, complementando o conceito de florescência do título deste artigo.

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2.5.4 SETOR 4 - ATIVIDADES FÍSICAS

A academia ao ar livre é um espaço democrático que permite pessoas de todas as idades utilizá-la sem nenhum custo. Esse equipamento, por ser instalado em local público, pode ser aproveitado por qualquer tipo de pessoa e incentivam a prática esportiva para a população, promovendo a saúde e o bem-estar, além de garantir a vivência em comunidade.

Com isso, foi inserido um modelo de academia que dá continuidade ao desenvolvimento da paisagem da praça, oferecendo atividades para seus visitantes além do baixo custo de construção. Sua estrutura é formada por um tubo de aço amarelo brilhante com modelagem para cada atividade de fitness oferecida. O tubo se constitui uniformemente e apresenta facilidade de manuseio e atração, demonstrando uma versatilidade de usos surpreendentes e imprevisíveis, como práticas de alongamento, treinamento muscular, movimento ou repouso. Além de vários outros elementos de atividades físicas distribuídas ao mesmo espaço.

2.5.5 SETOR 5 - ATIVIDADES CULTURAIS

Neste setor, foi proposto um anfiteatro destinado a atividades culturais, encontro de diálogos, palestras, oficinas, exposições, cursos e eventos em geral, a fim de solucionar a escassez de espaços destinados a tais atividades na praça atual. Sua construção constitui um sistema de multi usos no decorrer das quatros estações ao ano, cada uma com sua respectiva função como anfiteatro (Ver Figura 13), espelho d’água (Ver Figura 14), feiras e eventos.

Figura 13: Função de Anfiteatro

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Figura 14: Função de Espelho D'Água

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Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Sob o palco, como elemento divisório de setores, é proposto uma parede composta de painéis giratórios e interativos que proporcionam aberturas e visibilidade entres os ambientes, tendo seu manuseio de fechamento pelo lado interno do palco para controle em momentos de apresentações.

2.5.6 SETOR 6 - RELAXAMENTO E CONTEMPLAÇÃO

Como o setor de maior importância e frequência da população advindo da presença da instituição religiosa principal do distrito, foi proposto um espaço totalmente destinado ao encontro e diálogo dos usuários, em práticas de relaxamento e contemplação por destinar-se ao local de menores ruídos urbano (Ver Figura 15).

Figura 15: Setor de Relaxamento e Contemplação

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Obedecendo o posicionamento das árvores existentes, foi proposto plataformas em decks de madeira de PVC com pó de MDF da Braskem, assim como todos os elementos propostos no projeto com aparência de madeira. Tal produto possui características de alta durabilidade, maior leveza e total reciclagem, além de vantagens como menor peso, baixa absorção de água,

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imunização contra pragas e material anti-chamas. As plataformas são utilizadas como bancos e espaço de convivência para os usuários, tendo em sua parte superior grelhas metálicas para permeabilidade das raízes das árvores. Na parte inferior, é inserido fitas em LED em todo perímetro como forma de iluminação de todo setor (Ver Figura 16).

Figura 16: Imagem Noturna

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Jardineiras com árvore da família Lythraceae, Resedá, de belo florescimento com inúmeras flores crespas de coloração rosa, soma ao contraste do verde claro e nítido da forração do aspargo-pluma em sua base. Com funcionalidade de banco, essas jardineiras são construídas de cimento queimado e banco em madeira em todo seu entorno, oferecendo ao usuário descanso e sombreamento através de sua árvore.

Uma das plataformas de deck centralizada à frente da fachada da instituição recebe a mesma funcionalidade conceitual de 4 multiusos referente as quatro estações, que por seu posicionamento estratégico oferece espaço para palco das principais celebrações religiosas no decorrer do ano, além de cenário para apresentações culturais, danças folclóricas e espaço de convivência, através do amplo espaço livre intermediário entre a plataforma e a igreja (Ver Figura 17).

Figura 17: Coberta sobre largo da igreja

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Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Sobre esse espaço, é proposta um tipo de coberta flexível e removível para ser utilizada em necessidade de tais eventos, constituídas por cabos de aço e lona flexionada em diferentes cores como forma de substituição de bandeirolas como prática frequente anual no período de festividades da igreja, oferecendo uma estrutura moderna, prática, reciclável e funcional para ornamentação de tais eventos.

Na lateral desse espaço, é possível encontrar um jardim contemplativo com espécies aquáticas adaptáveis ao espelho d’água presente sobre os três níveis dos espaços destinados (Ver Figura 18). Como plano de fundo, encontramos uma meia parede de gabião compondo a paisagem em contraste das pedras com a vegetação. Por trás dessa parede, ao lado externo da praça, é plantado um renque de bambus proporcionando um fechamento contra ruídos advindos da presença de um bar paralelo a praça.

Figura 18: Largo da Igreja local

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Neste mesmo cenário, é inserido um poste de iluminação em destaque por sua estrutura, design e conceito, remetente ao crescimento de uma folha conceituando o tema de florescência desta monografia. Seu sistema de iluminação se dá pelo processo de energia solar através de placas fotovoltaicas absorvendo através das mesmas a energia solar e convertendo em energia elétrica sendo depositada em baterias para alimentação do espelho d’água e das lâmpadas de LED, constituindo uma iluminação sustentável.

Nos recortes ao entorno dos renques de ficus, foi proposta a construção de bancos e mesas em materiais mesclados entre madeira e elementos metálicos vazados para melhor permeabilidade do solo, oferecendo um espaço de convivência agradável e confortável pelo sombreamento proposto pelos ficus existentes.

Em relação ao mobiliário urbano como lixeiras, foi inserido um modelo de recipiente em formato de folhas constituído de várias tiras curvadas em estrutura metálica em diferentes alturas constituído a forma final, além da praticidade de coleta e limpeza com a remoção do recipiente interno.

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Outro mobiliário ofertado é o bebedouro, com formato leve de uma folha, oferece o sistema de água potável acionado em seu topo através de um simples botão, é constituído de cano metálico.

No espaço contemplativo ao entorno da igreja, foi inserido bancos que contornam as espécies de Pau Mulato e Pau Ferro. Repartido em quatros parte, sendo duas assento, quando unidas formam um círculo interativo e acolhedor para o diálogo dos usuários. As duas repartições sem assentos possuem círculos vazados para permeabilidade do solo (Ver Figura 19).

Figura 19: Jardim contemplativo

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Por trás da instituição religiosa, foi proposto um espelho d’água com ponto de água central para fonte em estrutura metálica circular e entrelaçada, com base em diâmetro menor que seu topo para relembrar o conceito de ápice, em possuir crescimento em seu ponto elevado (Ver Figura 20).

Figura 20: Fonte de Água

Fonte: Autor deste artigo, 2018.

Em todo entorno da praça foi proposto uma faixa de serviço em paralelo ao passeio e ciclovia. Nesta faixa foram distribuídos bancos no decorrer de toda extensão. Tais bancos constitui

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função retrátil adaptável em ambos os lados da ciclovia como para o passeio com seu encosto flexível a tal função. É constituído em estrutura metálica com assento em madeira ripada. Ainda nessa faixa, foi inseridos elemento de bicicletário em pontos estratégicos, oferecendo serviços aos usuários da ciclovia. Tal elemento é constituído em estrutura metálica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo do referente estudo foi a criação de um novo espaço público para o distrito de Folha Miúda, localizado no município de Craíbas/AL. A Praça Manoel Malaquias é fruto deste projeto, mostrando assim a real possibilidade de que bairros mais afastados e menos consolidados frente aos investimentos públicos, suportam uma grandeza de elementos e composições capazes de elevar o crescimento dessa localidade através do tal espaço resultante.

Contudo, o resultado final do projeto é fruto , também, da observância e de um olhar crítico como morador, frente a vivência direta com o local e objeto em estudo, capaz de compreender, somar e participar com a população diante das necessidades encontradas, além do olhar profissional arquiteto. Através dessa vivência, espera-se contribuir para a identificação e crescimento do distrito, a partir da oferta do referido projeto, tendo função de impulsionar toda comunidade na melhoria e transformação da paisagem local.

Em suma, esta artigo foi direcionada a um estudo de anteprojeto para uma área com demanda pulsante de espaços livres, além de grande valor social e econômico. Com isso, buscou-se estudar e apresentar possíveis desenhos de intervenção urbanística voltada para o lazer e bem estar de maneira sustentável e acessível.

REFERÊNCIAS:

ALEX, Sun. Projeto da praça. Convívio e exclusão no espaço público. São Paulo, Editora Senac, 2008.

BRASTON – Pisos personalizados. Disponível em:< http://braston.com.br>. Acesso em: Junho de 2017.

CULLEN, Gordon. Paisagem urbana. Lisboa: Edições 70, 2009

DEMATTÊ, M. E. D. Princípios de Paisagismo. Jaboticabal: FUNEP, 1997.

Praça Conceito Consciente. Disponível em: http://www.conscienteconstrutora.com.br/institucional/projetos. Acessado em 18 de janeiro de 2017.

Praça Conceito Consciente. Disponível em: http://www.conscienteconstrutora.com.br/index.php/canal-consciente/praccedila-conceito-consciente. Acessado em 15 de janeiro de 2017.

Praça sustentável será lançada em dezembro na cidade de Goiânia. Disponível em: http://reformafacil.com.br/news/praca-sustentavel-sera-lancada-em-dezembro-na-cidade-de-goiania/. Acessado em 18 de janeiro de 2017.

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Consciente e prefeitura inauguram praça sustentável no Setor Marista. Disponível em: http://aredacao.com.br/imoveis/24207/consciente-e-prefeitura-inauguram-praca-sustentavel-no-setor-marista. Acessado em 15 de janeiro de 2017.

Praça sustentável chega em Goiânia. Disponível em: http://www.gynbr.com.br/2012/11/praca-sustentavel-chega-goiania.html. Acessado em 3 de fevereiro de 2017.

SUSTENTABILIDADE: Praça Consciente em Goiânia é exemplo no Dia Mundial do Meio Ambiente. Disponível em: http://revistaestreia.blogspot.com.br/2014/06/sustentabilidade-praca-consciente-em.html. Acessado em 18 de janeiro de 2017.