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MOVIMENTO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE ll SÉRIE N.º 53 1.º TRIMESTRE 2013 Uma nova Etapa Uma nova Etapa

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Uma nova EtapaUma nova Etapa

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SUMÁRIO

Editorial.......................................................

Bragança / Miranda.......................

Lisboa..........................................................

Carisma Fundacional.........................

Braga..........................................................

Santarém...................................................

Algarve | Aveiro......................................

Leiria / Fátima........................................

Viana do Castelo..................................

Portalegre / Castelo Branco...........

Viseu............................................................

50 Anos - Madeira.............................

Évora...........................................................

Ultreia..........................................................

FICHA TÉCNICA

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Edição e Propriedade:Secretariado Nacional do Movimento dos Cursilhos de CristandadeRua S. Vicente de Paulo, Nº. 13Edifício Fonte Nova - Bloco A1º. Andar, O-P 2495-438 Cova da IriaFátima - PortugalISSN:2182-5645 E-mail: [email protected] [email protected] Tel. e Fax: 249 538 011NIPC 506 760 677Coordenação:Dra. Albertina Santos (Braga)E-mail: [email protected] e Paginação:Lineaturawww.lineatura.ptImpressão e Acabamento:Tadinense - Artes Gráficaswww.tiptadinense.ptEdição:N.º 53 - 1.º Trimestre 2013

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PEREGRINO 3

Bento XVI ao proclamar o “Ano da Fé” lança-nos um desafio: o renovar a Fé em Jesus Cristo, renovar a nossa relação com Jesus; é um desafio a fazer nova a “Boa Nova”, a percorrer os caminhos ao encontro de uma nova relação, de uma nova amizade.

No início do seu Pontificado, durante a homilia da Santa Missa, disse-nos:

«A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo, devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude»

É para estes lugares de vida, de amizade, que os Cursilhos apontam; eles oferecem a quem os vive a possibilidade de percorrer estes caminhos da amizade, caminhos que conduzem os homens para fora do deserto, para lugares da vida e de amizade com o Filho de Deus!

Nos Cursilhos proclamamos a melhor notícia da melhor realidade possível: que Deus, por Cristo, nos Ama; Comunicada pelo melhor meio: que é a amizade; Até ao melhor de cada um: que é o seu ser pessoa.

Somos peregrinos da amizade!

O apostolado que os Cursilhos nos propõem, a sua “nova” novidade, é percorrer estes caminhos:

Fazer Amigos. (ir ao encontro de novas amizades) Fazermo-nos Amigos. (viver as suas verdades) Fazê-los Amigos de Cristo. (meta de todo o nosso apostolado)

Eduardo Bonnín dizia-nos:

“A relação de amizade é a forma genuinamente humana e genuinamente evangélica de comunicação entre os homens. É a forma que Deus tem de se relacionar com o homem e a melhor que o homem pode ter de se relacionar com Deus e com ou outros.”

Imaginem, como será o mundo quando os homens se relacionarem, consigo mesmos, com Deus e com os outros desta forma tão genuína, tão humana e tão

Editorial

O “Ano da Fé”Pelos Caminhos da Amizade

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4 PEREGRINO

Editorial

Divina. Digo como será? Porque o homem é capaz, “o homem é capaz de Deus”, a amizade elevada a esta condição divina; é capaz de mudar o mundo; a amizade em Jesus é o caminho para trazer o Reino de Deus ao coração do homem, ao coração do Mundo.

Sabemos que a maior e mais sublime expressão do amor é dar a vida por um amigo, é isso que Cristo fez e faz todos os dias por cada um de nós, Cristo deu-se em plenitude, “por e pela amizade”; a nós cabe-nos uma resposta; é-nos pedido algo bem mais simples, basta um pequeno passo, um pequeno gesto, para encontrar e apresentar a Jesus, um novo amigo.

Há quanto tempo não desfrutamos desse momento maravilhoso, de descobrir e fazer crescer em nós uma nova amizade?, e mais ainda, imaginem a alegria de proporcionar o encontro de um novo amigo com Jesus Amigo!

É hora de respondermos a este desafio de Bento XVI, com a nossa “acção apostólica”, ...“conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus”..., é uma extraordinária oportunidade de pôr em prática um verdadeiro plano de acção: fazer nesta ano da Fé uma nova amizade, por Cristo, com Cristo e em Cristo, levar um novo amigo à “Porta da Fé”, através dos Cursilhos de Cristandade.

O amigo que nos propomos encontrar está bem para além do seu rosto, está bem dentro de cada um; levar um amigo à presença de Jesus é deixarmo-nos levar ao fundo do nosso coração para chegar ao coração do outro; para isso é preciso rasgar o nosso coração, sem medo; a amizade é um encontro de coração a coração.

Eduardo Bonnín, de pequena estatura e de grande coração, fala-nos da amizade como uma relação de “tu a tu”, pessoa a pessoa, quem sabe, Eduardo descobriu, nos caminhos da amizade, a melhor forma de apresentar Cristo ás pessoas e as pessoas a Cristo; Eduardo tocava as pessoas por dentro e deixava-se tocar por elas; ele procurava ver bem fundo o interior de cada homem.

Como diz o Poeta António Aleixo:

Embora os meus olhos sejam Os mais pequenos do mundo, O que importa é que eles vejam O que os homens são no fundo.

Ver o que os homens são no fundo é ir ao encontro de Deus. Deus em Cristo encontra-se no fundo de cada homem; é aí que Deus guarda o seu tesouro!

Para os nossos olhos verem o que os homens são no fundo é necessário deixar que os outros vejam o nosso próprio fundo, quando um coração se encontra e se deixa encontrar por outro, encontram-se com o coração de Jesus; é um encontro de corações! Para que isto aconteça, encontra-te a ti mesmo, encontra-te com um novo amigo, entrega-te por essa amizade, e “desvive-te” para que ele seja amigo de Cristo!

Que o Senhor que nos conceda, neste ano da Fé, a Graça de O encontrar no coração de um novo amigo!

Até sempre ao encontro da Amizade, De Colores!

Mário BastosVice Presidente do Secretariado Nacional do MCC

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PEREGRINO 5

Bragança / Miranda

Teve lugar no passado dia 25 de janeiro, em Bra-gança, uma ultreia celebrativa da conversão do nosso patrono, S. Paulo, o maior anunciador do cristianismo depois de Cristo.

Estiveram presentes cerca de quarenta cursilhis-tas, que indiferentes ao frio, saíram do conforto das suas casas, para, em comunidade, refletirem e apro-fundarem a sua fé e participarem na Sagrada Eucaris-tia presidida pelo nosso diretor espiritual, Sr. Cónego Manuel João Gomes.

Após a reunião de grupo, espaço de partilha e de projeto, de vivência da fé e de reflexão acerca dos êxitos e fracassos do dia-a-dia do cristão cursilhista, seguiu-se a apresentação dum rolho subordinado ao tema “A unidade na vida dos cristãos”.

No tema,refletindo a preocupação e os objectivos da Semana da Unidade dos Cristãos que decorreu de 18 a 25 de janeiro, foi reafirmada, entre outras ideias, a urgência declarada pelo Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos de «cruzar as barreiras que separam os cristãos uns dos outros e das pessoas que têm outros tipos de fé. A caminhada para a uni-dade cristã exige que andemos humildemente com Deus indo além das barreiras que nos separam uns dos outros» e que peçamos «perdão pelas barreiras de ambição, preconceito e desprezo que continua-mente construímos e que geram separação dentro das Igrejas e entre as Igrejas».

Após um breve espaço para o diálogo e reflexão, foi celebrada a Santa Eucaristia, tendo o nosso dire-tor espiritual referido na homilia que, à semelhança de S. Paulo, também nós, frequentemente, devemos “cair por terra”, afastando “o orgulho, a vaidade e a prepotência” que nos toldam a vista e endurecem o coração e perguntar, humildemente, «que hei-de fazer, Senhor?»

Terminada a Eucaristia, seguiram-se os avisos e recomendações do Secretariado e a leitura dos nomes dos aniversariantes da próxima semana, dando gra-ças a Deus pelo dom da vida e pedindo ao Senhor que os cumule de bênçãos.

Era a hora da despedida. Reconfortados pela Palavra do Senhor e pela alegria do encontro com os irmãos, rumámos a nossas casas.

Cá fora, esperava-nos o frio cortante da noite transmontana.

SAlMO 1

A lei do SenhorÉ enlevo, é doçuraÉ luz iluminandoA noite escura.A lei do SenhorÉ fonte de verdadeAo homem cumpridorTraz felicidade. O justo é árvore frondosaÀ beira rio plantadaSua fruta saborosaSua sombra cobiçada.Não é palha, não é canaAgitada pelo ventoO justo é fermentoÉ grão amadurecidoEsperando confianteO dia do julgamento.(Sl 1)

Duarte Nuno PiresCursilhista de Bragança

Festa da Conversão de S. Paulo

MOVIMENTODOS CURSILHOS DE CRISTANDADE

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LISBOA

A Graça do Senhor manifestou-se uma vez mais através do Cursilho de Cristandade 541º para homens que decorreu de 20 a 23 de Fevereiro, em Fátima.

O sopro do Espírito Santo a todos os dezanove homens, que pela primeira vez participaram num cursilho, provocou a descoberta de um Jesus Amigo e de uma Igreja viva.

Para isso muito contribuiu os numerosíssimos tes-

temunhos que nos chegaram através dos papéis de intendência e mensagens vinda de todo o mundo.

Foram momentos inesquecíveis que a todos muito tocaram e que culminaram na clausura de encerramento que decorreu nas Caldas da Rainha e na Eucaristia muito vivida e participada.”

Francisco

Cursilho 541º

Lisboa - Termo OrientalCursilho 540º - 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2013

Subsecretariado Regional das Caldas

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PEREGRINO 7

CARISMA FUNDACIONAL DO MCC

Continuamos o projeto apresentado na edição 49 desta revista PEREGRINO, que mais não é do que abordar à luz do Carisma Fundacional dos Cursilhos de Cristandade os Rolhos dos 3 dias do Cursilho (os rolhos-rolhos).

Para quem só agora tomou contacto com este projeto, na edição 51 foi apresentado o Rolho “IDEAl” e na edição 52, abordamos o “lEIGO NA IGREJA” ou “lEIGO NO MUNDO”, como explicamos nessa edição.

Todas as abordagens têm contado e vão conti-nuar a contar com o contributo espiritual do amigo e também entusiasta dos Cursilhos de Cristandade, o Cónego Senra Coelho.

Hoje, nesta edição, é a vez de abordarmos o Rolho: “PIEDADE”.

E a tom de introdução, podemos dizer de forma geral, que a Piedade não é mais do que a orienta-ção de toda a nossa vida para Deus. A nossa vida de Piedade consiste em viver em Graça consciente e crescente. Consiste em aceitar o dom de Deus e responder-lhe totalmente. A verdadeira Piedade tem como base um autêntico Ideal que lança toda a nossa vida à conquista de Deus.

Alguns DADos históriCos: As origens do rolho Piedade, vem dos cursilhos

de Adiantados e de Chefes de Peregrinos. O seu conteúdo era circunstancial uma vez que estava relacionada com a preparação da peregrinação a Santiago.

Chega aos Cursilhos de Cristandade, que têm em si mesmo uma finalidade totalmente diferente, e é alvo de uma nova redacção. Mantém-se o nome (Piedade), mas os seus conteúdos são modificados dando-lhe um novo sentido. Os novos conteúdos vem mostrar uma Piedade para a vida normal e con-creta, uma Piedade de convicção profunda, uma Pie-dade de quem se relaciona cara a cara com Deus que está próximo, com uma linguagem normal, natural e alegre, alegria de alguém que se sente verdadei-ramente amado por Deus, convertido e capaz de mudar o mundo. Esta “nova” Piedade é acessível a

todos e já não era só “uma coisa de mulheres” ou de ambientes religiosos, mas sim uma Piedade que é vida!

Um novo “estilo”, que na época causou tanta admiração, uma Piedade masculina, viril, valente, que saltava aos olhos dos cristãos de sempre e gerava até algumas incompreensões.

A sua expressão de autêntica novidade está bem marcada na Hora Apostólica, escrita pela mão de Sebastián Gayá, momento de audiência com Jesus Cristo.

Pode ser importante referir aqui para melhor nos situarmos, que naquele tempo, pré conciliar, um grupo de leigos, perante o Sacrário, poderam de forma livre e espontânea apresentar as suas inquie-tações apostólicas, sem a presença (obrigatória) de um sacerdote; era para a época muito revolucioná-ria, diz Francisco Forteza: ...”Hora Apostólica”, de denso conteúdo, que pode ser, quiçá, o inicio de novas formulas litúrgicas participativas, e constitui no meu entender o melhor contributo de Gayá ao Movimento de Cursilhos”.

Outra das novidades é a forma como o rolho se refere aos “beatos” “rotineiros” e “fariseus”, tam-bém motivo de escândalo para alguns, na época e quem sabe ainda hoje.

Parece-nos também importante referir que um dos momentos marcantes foi a participação do D. Benjamín Arriba y Castro, Cardeal e Arcebispo de Tarragona, que participou por alguns momentos num Cursilho, e que depois de ouvir o rolho Pie-dade, mostrou-se escandalizado e com vontade de retirar as criticas aos “beatos” e “rotineiros”, mas depois de ouvir as explicações de Eduardo Bonnín e de outros dirigentes, aceitou as explicações e não fez qualquer alteração ao rolho.

O protagonismo de D. Benjamín Arriba y Cas-tro nos Cursilhos não se ficou por aqui. Foi grande entusiasta, promotor e defensor dos Cursilhos junto da Santa Sé. Foi dele a ideia de colocar S. Paulo “à cabeça” dos Cursilhos de Cristandade. A ideia surgiu e depois de ouvir um testemunho de um cursilhista, que o fez lembrar a conversão de Paulo, prometeu

“PIEDADE”

À LUZ DO CARISMA

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8 PEREGRINO

CARISMA FUNDACIONAL DO MCC

fazer tudo para conseguir do Papa Paulo VI a pro-clamação de S. Paulo como protector dos Cursilhos, o que veio a conseguir em 14 de Dezembro de 1963, Paulo VI decretou S. Paulo patrono espiritual dos Cursilhos de Cristandade.

tEMA / situAÇÃoComo sabemos, este é o último rolho do primeiro

dia. Peça chave do Cursilho, completa a primeira fase e prepara a segunda fase do Cursilho.

Este é o rolho que faz referência à “primeira perna” do tripé, necessário para sustentar toda a nossa vida em Graça. Como sabemos, o secular (leigo) leva a cabo a sua missão ao ritmo de um com-passo de três tempos: Piedade, Estudo e Ação.

Este Rolho pode dividir-se em duas grandes par-tes: a primeira que apresenta os falsos conceitos de Piedade e a segunda que apresenta a verdadeira e autentica Piedade.

Com os Cursilhistas abertos ao panorama e pers-petiva da Graça devido aos Rolhos de “GRAÇA HABITUAl” (segunda da manhã) e “GRAÇA ATUAl” (segunda da tarde), é preciso ter presente que “tendo em conta que são muitos os preconceitos e os falsos conceitos que se tem acerca da piedade, é necessário ataca-los de frente, ridicularizando o mais possível as suas posturas. Isto é fácil de con-seguir, mas há que ter em conta que é necessário depois, colocar logo, e de forma muito firme, o conceito verdadeiro da piedade e destacar muito as características de uma piedade autêntica” (in Verte-bracion de Ideas, p. 69).

É neste Rolho que no final, é apresentada a “Esquiadora de Guadarrama” para terminar fazendo sentir, a cada um, o: “TUDO ISTO POR MIM”.

AMBiEntEOs Cursilhistas que assistem ao Cursilho estão um

tanto desorientados, porque se bem impressiona-dos com as ideias dos Rolhos anteriores, não vêem a maneira de alcançar a sua realização concreta e prática na sua vida.

oBJEtiVosApagar os falsos conceitos de Piedade e fixar as

bases para uma Piedade autêntica. Enumerar sucin-tamente os principais atos de Piedade (que serão explicados mais detalhadamente no Rolho: VIDA EM GRAÇA).

tÉCniCAComo o Cursilhista consciente ou inconsciente-

mente, pode sentir temor de que na prática, a vivên-

cia da Graça o pode colocar em situações que ele considerou ridículas e de pouco conteúdo humano, o rolhista procurará tratar de forma irónica os Bea-tos, ridicularizar os Rotineiros e “atacar de frente” e ser duro com os Fariseus, para depois situar os assis-tentes ao Cursilho na vida da Piedade autêntica e genuína.

É preciso ter em conta que ao falar dos Beatos, dos Rotineiros e dos Fariseus, o rolhista tem de atuar com espírito de caridade, atacando os defei-tos e nunca as pessoas que os possam ter ou prati-car. Manda a técnica que o rolhista seja sugestivo nos aspetos da Piedade autêntica.

EstiloEm relação ao estilo, este deve ser vibrante e

natural; enérgico e emotivo; valente e humano; ale-gre e sincero. É essencialmente vivencial, tudo deve resplandecer da vida do rolhista.

EsQuEMA Do rolhoDepois de alguns aspetos gerais, parece-nos

importante abordar o Esquema do Rolho: PIEDADE, à luz do Carisma Fundacional.

1. INTRODUÇÃO

Antes de entrarmos propriamente no Esquema deste Rolho dizer também que, se bem manejado, este é um dos Rolhos mais afetivos do Cursilho. Nor-malmente é um Rolho que tem grande impacto nos participantes. Admirados pelo testemunho do rolhista, os candidatos começam a fazer a transição e a colocar Deus em primeiro lugar na sua vida. O efeito vem, em parte, do manejo ágil e capaz das conceções falsas da Piedade. Mas o impacto principal vem do testemunho pessoal do rolhista, pois os Cur-silhistas vêem no rolhista, de maneira concreta, como deve viver-se uma vida de Piedade verdadeira.

Relembramos que o que se segue é apenas o Esquema do Rolho.

Na introdução do Rolho há que fazer referência que ele representa a primeira peça do Tripé com-posto por: Piedade, Estudo e Ação.

Para muitos, esta palavra Piedade está associada apenas a Orações e práticas religiosas. O que depois de uma breve introdução se pretende mostrar aos participantes é que existem muitos e falsos concei-tos de Piedade, dando-lhes a conhecer várias perso-nagens e atitudes: as dos Beatos, dos Rotineiros e dos Fariseus.

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CARISMA FUNDACIONAL DO MCC

2. FALSOS CONCEITOS DE PIEDADE

a) Beatos: julgam-se muito santos e por isso mesmo pensam que são melhores que os outros. Muitas cruzes, muitas medalhas, sabem as “coisas” litúrgicas de traz para a frente e de frente para traz. Passam muito tempo no templo fazendo serviços, às vezes com algum nível de autoridade, mas no seu coração não tem amor pelos outros, apesar de se “portarem” bem. A piedade dos beatos cheira a cera de sacristia. Fazem da virtude um privilégio de classes. Confundem santidade com a vida de joelhos. São profissionais de Igreja com vocação de sacristãos. A sua santidade é de via estreita e os seus horizontes estão fechados. Caracterizam-se por serem soberbos.

b) Rotineiros: menos sinceros que os beatos, são católicos de práticas. Fazem as suas orações e participam nos atos litúrgicos, mas sem lhes tomar o “sabor”. Só o fazem por costume e tradição, por cumprimento ou para “pagar” o preço de algum favor que estão pedindo. Praticam a religião, mas a sua vida está muito distante do que professam. Caminham com temor porque desconhecem o amor. A sua piedade não é um modo, mas sim moda.

c) Fariseus: São os piores. Estes aproveitam-se da religião ou resguardam-se amparam-se nela para fins perversos. Não amam nem respeitam a Deus. A religião é o meio para satisfazerem as suas preten-sões económicas ou de poder. Despem a alma de toda a virtude e vestem por fora a capa da justiça. Monopolizam o cristianismo exigindo aos outros virtudes que eles não tem e, não entrando eles no Reino de Deus, impedem também os outros de entrar. Caraterizam-se por serem hipócritas.

Com esta apresentação comprova-se que o pare-cer muito religioso não implica ser um cristão verda-deiramente piedoso.

Nesta abordagem o rolhista não deve exceder os 10 minutos.

3. PIEDADE VERDADEIRA E AUTÊNTICA

O verdadeiro sentido da Piedade, que é o que deve possuir todo o Cursilhista (que é o mesmo que dizer, todo o cristão) poderia resumir-se nesta frase: Graça consciente e crescente.

Graça consciente porque cada um se dá conta dela. Consciente porque nos dá a consciência do amor de Deus e da presença contínua de Cristo entre nós na Eucaristia. Graça que nos faz sentir conscientes de ser-mos filhos de Deus, irmãos de Cristo e Templos vivos

do Espírito Santo. Quem perceber esta verdade, verá e chegará a entender o maravilhoso do ser cristão.

A Piedade autêntica é também uma vida e uma Graça crescente, porque se vivermos em Graça, qual-quer ato realizado faz-nos aumentar essa mesma Graça. Crescente ainda porque a nossa relação com Deus deve ser crescente.

A Piedade é também uma vida em Graça com-partilhada, partilhando com todos a razão da nossa alegria: “que Deus nos ama”.

Piedade autêntica que é vida e vida em Graça (que não é mais do que é dito na manhã deste pri-meiro dia no Rolho: GRAÇA HABITUAl). Graça que é vida, a vida de Cristo em nós. Vida que é conhe-cer, querer e fazer. Piedade que é conhecimento do que se faz. E, a razão pela qual se faz, incita a nossa capacidade de decidirmos, atualizando a nossa von-tade para lançarmos toda a nossa vida à conquista de Deus.

A Piedade autêntica foca e desenvolve toda a vida à luz do Evangelho.

A Piedade não se trata de atos isolados ou de fazer atos heroicos e piedosos ou extraordinários, mas sim de viver a vida da Graça na simplicidade e normalidade da nossa vida quotidiana. Por isso para podermos viver uma vida de Piedade devemos ver primeiro a Piedade como um Ideal.

A Piedade é, em resumo: ir ganhando continua-mente o nosso coração para Deus. É enamorar-se de Deus para dar amor aos irmãos.

4. ESTILO DA NOSSA PIEDADE

a) Naturalidade: é lidar com Cristo tal e qual como somos, sem posturas nem atitudes de nenhum outro tipo. Na Oração, o essencial é apresentar-se e falar com simplicidade e com verdade, como um filho faz com o seu pai.

Da mesma forma como seria absurdo que um menino de 7 anos ao sair da escola chegasse a casa e cheio de reverência fizesse uma grande vénia à sua mãe com um tom cerimonioso e muito solene dis-sesse: Ó minha adorável Mãe tu que estás tão bela e que me queres tanto, eu aqui prostrado suplico que vos dignais a me conceder um pouco de pão pois estou cheio de fome.

O normal é que o rapaz dessa idade, saia da escola, chegue a casa subindo as escadas a correr, largue a mochila e diga à sua mãe: “mãe, depressa dá-me de comer por que estou cheio de fome e tenho os meus amigos à espera para brincar “(histó-ria retirada do rolho original).

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10 PEREGRINO

CARISMA FUNDACIONAL DO MCC

Se isto é o normal, por que é que nós, na nossa relação com Deus temos de lhe falar com todo aquele peso, soltando ao Senhor um rol de expressões que nada têm a ver com o nosso problema. Por exemplo: “O Misericordioso, O Altíssimo. O Benigníssimo”…Quando Deus por dentro deve pensar: já sei, já sei que sou tudo isso, mas que tal se fossemos directo ao assunto.

b) Valentia: qualquer um de nós sabe pecar. Ser valente é manter-se firme e saber viver em Graça apesar do que pensem ou digam de nós. É mais homem o que sabe aguentar.

c) Virilidade: com firmeza, com gentileza, com elegância e com convicção, porque não nos enver-gonha sermos cristãos. Ser muito homem, porque quando se é mais homem pode ser-se mais santo, e quando se é mais santo é-se mais homem.

d) Alegria: a verdadeira alegria está em sentir-se amigo de Cristo. É a consequência do que se entrega à fé sem receios. Quem ganhou o seu coração para Deus não pode esconder a sua felicidade. A alegria cristã é a única autêntica, constante e segura, por-que vem de dentro para fora.

No passado, e ainda hoje, é possível identificar quem passou por um cursilho pela forma vibrante e convicta, como reza o “Pai Nosso”.

5. ELEMENTOS DA NOSSA PIEDADE

A nossa vida de Piedade alimenta-se de alguns elementos e exercita-se mediante alguns atos (que posteriormente serão apresentados com mais deta-lhe no Rolho: VIDA EM GRAÇA).

Mencionamos alguns:• Oração: alavanca dos Apóstolos;• Oferecimento de obras: direcionar todos os atos

do dia para Deus;• Meditação: verdade de Cristo feita vida;• Missa: sacrifício de Cristo descido até nós;• Comunhão: plena realização da nossa união

com Cristo; • “Cristo e Eu Maioria Absoluta”;• Visita ao Sacrário: ali falamos com Cristo, fonte

da nossa autenticidade e valentia;• Via Sacra: O homem face a Cristo;• Terço: devoção a Maria; braços suplicantes

estendidos até à nossa Mãe;• Exame de Consciência: quero que o meu com-

portamento responda o mais perfeitamente aos Teus planos;

• Hora Apostólica: Audiência com Cristo, estado-maior reunido com o Rei para tratar da conquista e da dilatação do seu reino;

• Direção Espiritual: Cristo aconselha-nos através dos seus representantes;

Também podemos incluir: • Exercícios Espirituais: aquartelamento onde

recebemos instruções para atuar;• Retiros Espirituais: Mais próximo de Cristo, mais

tempo com Ele, para o conhecermos e amarmos melhor;

• Sabatina: audiência com a Rainha-mãe para ser-mos puros, alegres, piedosos e apóstolos.

Nota: Sabatina, é uma oração muito bonita, feli-citação à Virgem Imaculada, rezada ao sábado, prá-tica comum dos Cursilhos, em especial no mundo his-pânico, é parte do “Guia do Peregrino” e D. Hervás, no “Manual de Dirigentes”, faz várias referências à Felicitação Sabatina.

6. PERFEIÇÃO DA NOSSA PIEDADE

Os nossos lábios falam sempre da abundância do nosso coração. Se Piedade é viver a vida cristã, a perfeição da nossa Piedade é o apostolado. Por-que somos generosos para os outros, queremos para eles o melhor que nós mesmos temos. Porque somos ambiciosos, não descansamos até conquistar os outros para que também neles viva Cristo, para que também eles orientem toda a sua vida até Deus vivendo uma vida de Graça consciente e crescente, vivendo a plenitude do seu Baptismo.

Ao terminar este Rolho é apresentada, pelo reitor(a) a “Esquiadora de Guadarrama”, cuja finali-dade é fazer sentir a cada um(a) o: “TUDO ISTO POR MIM”.

A importância desta história, para além de ser verdade, centra os cursilhistas perante uma reali-dade, ”Tudo Isto por Mim”, por todos e cada um deles, tem uma dimensão pessoal e comunitária, envolve-nos a todos, o rolhista, a equipa e todos os que estão em intendência por eles; é a comuni-dade que se “desvive” por todos e cada um deles, naquele momento por eles e mais tarde por outros, “hoje por mim amanhã por ti”! É uma mensagem que transcende o próprio cursilho.

É bom que se valorize esta “história” e a men-sagem nela contida, para não nos deixarmos levar pelo “cansaço”, pela falta de tempo devido à dura-ção excessiva do rolho, ou até mesmo pela tentação

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PEREGRINO 11

CARISMA FUNDACIONAL DO MCC

de a substituir. A “Esquiadora” (como é conhecida) é uma “marca” dos Cursilhos.

A perfeição da nossa Piedade exige-nos que não descansemos até que consigamos que todos os ambientes e em todos os lugares, os homens vivam em Graça e se sintam de verdade irmãos entre si e irmãos de Cristo.

Para terminar, dizer que o apostolado do Cursi-

lhista é a AMIZADE, pois é através dela que seremos capazes de contagiar os que nos rodeiam.

Temos de viver a nossa Piedade tornando-nos amigos de Cristo; amigos de todos os nossos irmãos, e fazê-los AMIGOS DE CRISTO.

sempre... DE ColorEs. Porque DE ColorEs vive-se melhor!

Fausto Dâmaso e Mário Bastos

Como muito bem esclarecem, Fausto Dâmaso e Mário Bastos, «as origens do rolho piedade, vem dos cursilhos de adiantados e de chefes de Peregrinos», quer dizer nasce no contexto da Ação Católica.

Recordemos que o método de atuação da Ação Católica, é a conhecida trilogia «Ver, Julgar e Agir» e que a novidade dos cursilhos se traduz no seu tripé «Estudo, Piedade e Ação». Podemo-nos inter-rogar se estamos apenas perante uma mudança de nomes, ou se de facto há uma mudança mais pro-funda de mentalidade.

Eduardo Bonnín definiu o estudo como a «pon-taria da ação»; isto traduz a primeira etapa da metodologia da Ação Católica que trabalhava nos diversos meios: agrários, estudantis, independentes, operários e universitários. O padrão de abordagem da Ação Católica partia do conceito de meios ou classes, que estruturava a mentalidade e em que se baseava a análise social do tempo.

O ato de estudar ultrapassa o “Ver” de um meio ou classe, mesmo que iluminado pela Doutrina Social da Igreja. Este “Ver” partiu sempre do olhar corporativo e abria as portas ao momento seguinte “ Julgar”. Esta dinâmica pode assumir uma dimen-são protagonista e superior, de quem iluminado pela luz de Deus observa, julga e decide fazer. Esta-mos perante um autêntico “método piramidal”, ou seja, do vértice para a base, atuando em nome de Deus.

“Estudar” o ambiente, na dinâmica cursilhista, parte da noção de comunidade e de pertença, pela qual o cristão se assume como membro desse ambiente e ao procurar conhece-lo pelo estudo, interroga-se sobre como o harmonizar, impregnan-

do-o de espírito cristão, sempre portador de frater-nidade evangélica que gera humanização.

Esta consciência de pertença e de partilha de res-ponsabilidades leva o cristão cursilhista à descoberta do “Mistério da Encarnação”, pela qual o verbo de Deus se manifesta como Um connosco, o Emanuel. O rolho “Piedade” espelha esta compreensão: o cristão cursilhista deve viver a vocação de filho de Deus no contexto do mundo, nos seus ambientes marcados pela laicidade. Ser Santo na normalidade do quotidiano.

Este rezar na vida e com a vida, gera Jesus nos diversos ambientes. É Jesus a atuar na vida do cris-tão, do cursilhista e através dele no concreto exis-tencial, onde todos os participantes formam os ambientes. Não atuando só em nome de Cristo, mas deixando que Cristo atue através dele e procu-rando “ser n’Ele” e ser “com Ele” nos ambientes, à maneira de Paulo de Tarso que disse: «Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim» (Gálatas 2,20).

A pedagogia do rolho “Piedade” caricaturiza as atitudes de falta de fé, humildade e verdade, que caracterizam os beatos, fariseus e rotineiros que em todos os tempos aparecem, fruto do protago-nismo dos homens e da pouca permeabilidade ao Dom gratuito de Deus, a Graça. Os artifícios dos homens podem levar a atitudes falsas de piedade e a obstaculizar a chegada do Reino de Deus. Só na humildade, no espírito de serviço se pode viver cristãmente e credibilizar a Igreja. Esta é a uma das primordiais missões dos leigos.

Padre Senra

DO «VER, JULGAR E AGIR» AO «ESTUDO, PIEDADE E AçãO»

REZAR OS AMBIENTES

11 PEREGRINO

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12 PEREGRINO

O Retiro de Mudança chegou na hora certa. Os irmãos vieram em número de 24, mais seis que no ano transacto.

Notório era o caruncho que começava a adorme-cer-nos e nem nos apercebíamos.

O Senhor convidava-nos a uma paragem, a uma reflexão. Fala-nos em conversão integral e progres-siva a cada momento, a cada dia. Foram dois dias de vivência intensa e de convívio com o Mestre. Jesus estava presente. Ele queria voltar a entrar no nosso coração.

Jesus era o projecto de segurança. Jesus, implan-tou tantos detectores no nosso corpo que a nossa central de alerta, (o nosso cérebro) sinalizou e memorizou. Agora, e ao menor incêndio, cada detector está em condições de auto accionar-se.

Pessoalmente, acho que o detector mais impor-tante que o Senhor implantou em mim terá sido o seguinte:

“Se não podes elogiar o teu irmão ou amigo, cala-te”.

Será que, por este projecto de Segurança, a minha alma vai pertencer ao Senhor para sempre?

Será que eu vou amar como Jesus? Decidi sobre juramento aceitar o convite de

Jesus!Mais adiante, o Senhor convida-me a escutá-l’O,

o Senhor quer que eu seja já, como Ele. Ensinou-me, que viver como cristão é impossível, se não viver como Ele.

Aprendi d’Ele que a humildade e a caridade, são essenciais à minha mudança, e transformação.

Aprendi que o MCC é como um motor. Aprendi que eliminando alguns atritos, protegeremos sem-pre o referido motor. Aprendi que algumas peças estarão a fazer mal e devem ser eliminadas.

Estão a impedir que eu cresça, que eu seja como Ele. Convida-me a olhar para mim mesmo, pede-me que eu faça correcção fraterna e que eu possa trans-mitir o que Ele foi capaz de operar em mim. Pede-me reconciliação com amor, c/humildade e só isso é que tem valor.

Ensina-me a perdoar e diz-me que tenho de estar em paz. Diz-me que tenho de estar em paz comigo mesmo, que tenho de saber controlar-me, saber conter-me, saber dominar-me. Diz-me “que ao mal se responde com o bem”, Que tenho de perdoar sempre, com o amor de benevolência, com caridade. Ágape. E conclui que temos de nos amar até ao fim. O coração tem que ser doce e não endurecido e que tenho que amar ao jeito de Jesus Cristo..

Decoloresluís António Pacheco de Freitas Paiva

RETIRO DE MUDANçA

Braga

25 a 27 de Janeiro de 2013

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PEREGRINO 13

O nosso grupo, abordou todos os temas propostos. Não houve espectadores, todos fomos protagonistas. Ficamos a conhecermo-nos melhor. Fomos unânimes a concluir que todos temos algumas qualidades, mas também, ainda muitas arestas a limar.

Os pecados do caruncho, são muitos, porque che-gamos à conclusão de que uma santa mentira, ainda faz parte das nossas vidas. Também não somos total-mente fiéis, à Palavra de Deus, porque não nos con-seguimos abstrair do mundo em que vivemos. Então muitas vezes, temos um pé na vida da Igreja e outro na vida do Mundo.

O nosso relacionamento nos nossos Grupos e nas Ultreias é muito bom e devemos este bem estar, aos nossos responsáveis de Centro. As nossas falhas de amor, são de facto uma influência negativa para a Comunidade Cursilhista, mas, ao ouvirmos o porquê dos que fracassam, comprometemo-nos a Parar para Escutar a Palavra de Deus e olhar qual a direcção a seguir. Assim sendo, vamos deixar de ser socorristas daquilo que é urgente, para nos centrarmos, no que é mais importante.

Assim como Jesus escolheu os Apóstolos, também nos escolheu a nós, a cada um de nós. Apesar de todas as suas incapacidades, todos os seus defeitos, o Senhor Jesus confiou-lhes uma missão. Também a nós, o Senhor, neste Retiro de Mudança, nos confia uma missão, apesar de todos os nossos defeitos. Jesus vai presentear-nos com a sua Graça e capacitar-nos a viver o Mandamento do Amor. Tudo isto é possível porque nos foram apresentados os 6 passos para o perdão. Nós entendemos e propusemo-nos a dar uns passos. Meus bons amigos e irmãos em Jesus Cristo,

sozinhos não conseguimos. Assim como pedimos a Deus o dom da Fé, precisamos pedir também, o dom do perdão.

Quando chegamos ao Amor Ágape, então sim, seremos um grande testemunho deste Movimento que são os Cursilhos de Cristandade.

Peçamos a Jesus que nos dê o Seu Espírito Santo, para que assim como os Apóstolos fieis à sua missão, sejamos também nós, fieis à missão que nos é con-fiada. Precisamos ser evangelizados hoje, para ser-mos os evangelizadores de amanhã. Partimos para os nossos ambientes, conscientes de que precisamos caminhar num aperfeiçoamento contínuo, pois só assim, chegaremos à Santidade.

Ser Santo é decisão minha e é decisão tua. Acolha-mos o chamamento do Senhor, deixemo-nos imbuir do Espírito Santo, para merecermos o lugar no Céu para o qual fomos chamados desde as primícias da Criação.

DE COlORESMaria do Carmo Campos Silva

Centro de Ultreia de Vila do Conde

RETIRO DE MUDANçA

Braga

Testemunho

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14 PEREGRINO

BRAGA

Foi no dia 15 de Dezembro de 2012 com a presença de Sua Exª. o Sr. Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, o Diretor Espiritual do Secretariado de Braga, Sr. Pe. Neves Machado, o Diretor Espiritual da Escola de Res-ponsáveis de Braga, Sr. Pe. José António e vários Sacer-dotes, que se realizou no Centro Social João Paulo II na Apúlia, o encontro de Natal da Grande Família Cursilhista (cerca de trezentos), com muita animação e um bom bacalhau, também bem regado.

Nos discursos, falando em primeiro lugar o Dire-tor Espiritual, Sr. Pe. Neves Machado, agradeceu a presença do Sr. Arcebispo D. Jorge, assim como a pre-senças de vários Sacerdotes que também se quiseram juntar a esta festa, assim como a todos os presentes e aos ausentes, pois se a sala fosse maior, mais Cursi-lhistas tinham aderido.

Também agradeceu a colaboração e disponibili-dade que o Sr. Arcebispo tem dado ao Secretariado de Braga do MCC.

O Sr. Arcebispo, agradeceu o convite para este convívio Cursilhista aproveitando para dizer que conta com o nosso Movimento para trabalharmos em prol duma Nova Evangelização.

Referindo-se a uma frase que o Santo Padre escreveu e que o tem perseguido: os Homens sem Deus, constroem edifícios de cimento armado “sem janelas”.

Que possamos abrir as nossas janelas de par em par, ao Próximo, à Comunidade, à Paróquia e à Dio-cese, para que todos possam ter um Natal mais soli-dário neste tempo de crise.

Apelou para que todas as Famílias da nossa Arquidiocese: percam a vergonha e façam um breve momento de oração, antes da refeição da Ceia de Natal, louvando os dons de Deus e recordando os irmãos que perderam a segurança familiar.

Desejou a todos um Santo me Feliz Natal, assim como para todas as Famílias, sendo muito aplau-dido.

Depois de reconfortados com este delicioso conví-vio, todos regressamos as nossas casas.

Que todos os Cursilhistas e suas Famílias, tenham um Santo e Feliz Natal e um Próspero Ano Novo em DE COlORES

Secretariado de Braga do MCC

Apúlia 12 de Dezembro de 2012

Encontro de Natal da Família Cursilhista

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PEREGRINO 15

Realizou-se no domingo, 27 de Janeiro de 2013, com início às 14,30 horas, no Centro Paroquial de Bem Estar Social de Salvaterra de Magos, a Ultreia do Movimento dos Cursilhos de Cristandade da Diocese de Santarém.

Estiveram presentes Cerca de 100 Cursilhis-tas, vindos de algumas paróquias da Diocese, o Sr. Bispo Diocesano D. Manuel Pelino Domingues, o Pe. Tiago Pires, entre outros Sacerdotes, o Presidente do Secretariado Diocesano, José António Silva, o Vice-Presidente do Secretariado Nacional do MCC Mário de Oliveira Bastos, e da Diocese de Setúbal Joaquim Guilherme.

Desta forma, tornou presente uma Ultreia Festiva, através de várias mensagens, vindas de diferentes Dioceses do País, e do Secretariado Nacional, mui-tos outros irmãos Cursilhistas estiveram presentes em Espirito e oração, como se verificou pela leitura pública das mesmas feita pelo Reitor da Ultreia.

Após uma palavra de boas-vindas e de acolhi-mento do Reitor da Ultreia, Joaquim da Silva, de Vár-zea Fresca, Foros de Salvaterra, seguiu-se uma medi-tação sobre a Fé (estamos no Ano da Fé), feita pelo Pe. Tiago Pires, diretor Espiritual Diocesano do MCC; um Rolho-Rolho sobre “intendência”, sendo rolhista Manuel Gaspar da Silva, do Entroncamento. Várias ressonâncias se seguiram testemunhando a necessi-dade da intendência/oração na vida do cristão Cur-silhista. Na mesma linha se situou, à luz de alguns textos bíblicos, o rolho místico igualmente feito pelo Pe. Tiago Pires.

Após um intervalo de Cerca de 15 minutos, ini-ciou-se, às 16,45h, o ponto alto da Ultreia, a Eucaris-tia, presidida pelo nosso Bispo, D. Manuel Pelino e concelebrada pelo Pe. Tiago Pires e Pe. João Maria, vicentino. Na homilia, à luz das leituras do dia, o presidente da Assembleia manifestou o seu apreço pelo MCC, bem como a sua importância na diocese como um dos movimentos de 1º anúncio. A Cele-bração Eucarística, bem participada por todos, foi animada por um grupo de entre os Cursilhistas, no devido tempo preparados, tendo como animador e organista António José Cordeiro (Toni).

Terminada a Eucaristia, com o respetivo envio, seguiu-se um lanche partilhado,

Com o que cada um pôde e quis levar para a mesa comum, ao jeito dos primeiros cristãos. À volta dela se continuou a aprofundar os laços de amizade e comunhão existentes entre a família cursilhista da diocese de Santarém.

A Ultreia Diocesana/2013 foi bem um aconteci-mento dinamizador e fator de alegria, esperança, partilha e comunhão, como muito bem o expressou o cântico final do “De Colores”. “Como é bom e agra-dável os irmãos viverem Juntos!”

Salvaterra de Magos 11 de Fevereiro 2013Joaquim da Silva, vogal de intendência do Secre-

tariado Diocesano

SANTARÉM

ULTREIA DIOCESANA

MOVIMENTODOS CURSILHOS DE CRISTANDADE

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16 PEREGRINO

SANTARÉM

Pediram-me (ou mandaram-me) que proclamasse o Rolho desta nossa Ultreia Diocesana. Aceitei o pedido com alguma relutância porque me não sentia em con-dições de apresentar um Rolho num acontecimento destes.

Aceitei e estou aqui consciente da minha peque-nez e peço-vos desde já, desculpa pela insignificância do rolho.

No entanto, aprendi num Cursilho que era preciso dizer sim ao Senhor e foi isso que procurei fazer.

Aceite o serviço, havia que pensar que partilhar convosco. E depois de alguma reflexão e oração optei por falar de Intendência, socorrendo-me dum texto já antigo, que resumi.

Não porque tenha aí grandes vivências para par-tilhar convosco mas porque vou sentindo que parece que estamos a descurar um pouco esta peça funda-mental do Movimento dos Cursilhos de Cristandade.

E que é Intendência? Segundo um dicionário, entre outras coisas, intendência é o Serviço encarregado de prover às necessidades dos militares (soldo, alimenta-ção, roupa etc.).

Os Cursilhos, fruto da sua origem e desenvol-vimento inicial optaram por usar muitos termos e expressões dando-lhes sentidos figurados. Assim, comparando um Cursilho de três dias e (outras activi-dades do MCC) com um exército que parte à conquista da Graça, intendência passou a significar, no MCC, a oração e os sacrifícios com que se pretende obter do Senhor a Graça necessária para o bom êxito espiritual do Cursilho (ou de outras actividades).

E um Cursilho depende mais da Graça de Deus que do brilharete da equipa dirigente, ainda que o traba-lho desta também seja importante.

A necessidade absoluta da Graça é tal que não deve, nem pode, celebrar-se nenhum Cursilho sem uma adequada intendência, individual e colectiva.

Tal como um exército tem necessidade de uma bem organizada Intendência de Abastecimentos, que o ali-mente e municie, assim também um Cursilho precisa de estar ligado a uma Intendência de Abastecimento Espiritual proporcionada por uma comunidade, que reza e se sacrifica pelos irmãos para que eles se abram à Verdade e à Graça.

Assim foi, desde o princípio.Na Carta Pastoral de D. Juan Hervás, o primeiro

bispo que apoiou os Cursilhos – «Cursilhos de Cristan-

dade, Instrumento de Renovação Cristã» – podemos ler (pág. 366):

«Na preparação dos Cursilhos, na sua realização durante os três dias e meio, na sua continuação ao longo de meses e anos – tudo gira em torno do Altar e do Sacrário.

Daí a intensificação da comunhão frequente, da assistência à Santa Missa, da oração individual e colec-tiva; numa palavra – o perfeito e intenso funciona-mento da chamada “Intendência ou Abastecimento Espiritual”...

Turnos de vigília diante do Sacrário, …; os terços em família, em grupos ou individuais, por vezes de joelhos ou de braços em cruz, para obter a intercessão da Medianeira de todas as graças; práticas de morti-ficação, de silêncio, de refeições sem sobremesa, de dias sem fumar, da privação de um desporto ou de uma bebida; uso do cilicio; madrugar, assistir a horas santas, a vias-sacras…

Toda esta ordenação e emprego dos meios tradi-cionais usados pelo povo cristão para atrair o orvalho da graça divina, são expressão bem clara da persuasão íntima e profunda de que, embora se mobilizem os recursos humanos, tudo deve vir do AlTO, de Aquele que disse:

“Sem Mim, nada podeis fazer.” (Jo 15,5) »,Também, falando do episódio dos Condenados que

habitualmente é apresentado no final do segundo dia, após o Rolho Dirigentes, Eduardo Bonnín diz: “Nesse tempo havia muita gente que já tinha feito um Cursilho e pedimos-lhes que rezassem. Constou-me que houve alguns jovens que não se deitaram e que andaram a rezar o rosário pelas avenidas, toda a noite. Havia muita oração e apoiados nela fomos ao cárcere” (Eduardo Bonnín um aprendiz de cristão pág. 41) Apoiados nela, na oração daqueles jovens!!!...:

Também a Sagrada Escritura indica claramente a necessidade de orações, sacrifícios e mortificações para se obterem as graças necessárias a qualquer obra.

Jesus diz-nos claramente:«Sem Mim, nada podeis fazer.» (Jo 15,5) E noutro

lado: “Pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á” (Mt 7,7).Mas, ao mesmo tempo, sempre quis a nossa cola-

boração, de tal modo que poderíamos afirmar:“O Senhor quer precisar de nós” como se diz habi-

tualmente no Cursilho.

INTENDÊNCIAROLHO DA ULTREIA

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PEREGRINO 17

LEIRIA / FÁTIMA

Também o nosso patrono, S. Paulo, escrevia assim na 1” Carta a Timóteo, bispo de Éfeso:

«Recomendo-te, antes de tudo, que se façam súpli-cas, orações, petições e acções de graças por todos os homens... Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Senhor, que deseja que todos os homens se sal-vem e conheçam a verdade.» (1 Tim. 2, 1-6)

«Dai-me um ponto fixo que eu, com uma alavanca, levantarei o mundo», dizia Arquimedes.

«Os joelhos são as alavancas dos apóstolos», dize-mos nós nos Cursilhos. Se os fincarmos no chão, em oração humilde e perseverante, levantaremos o mundo...

Orações, mortificações e sacrifícios constituem, pois, o «segredo» das maravilhas que se operam num Cursilho.

O nosso segredo é, precisamente, este: muitos, que já deram o seu SIM, rezaram por nós antes e durante o Cursilho, e deram testemunhos de vida cristã autêntica nas circunstâncias normais da vida de todos os dias, mostrando e demonstrando como é possível viver o Plano de Deus no dia-a-dia de cada um.

Cristo insistia constantemente na necessidade da oração, repetindo: peçam, chamem, busquem…

Mas, além da oração, a Sagrada Escritura indica claramente a necessidade do sacrifício ou da mortifi-cação.

Jesus dirige-nos a nós, Seus discípulos, este con-vite:

«Se alguém quer vir após Mim negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me». (Mt. 16,29)

No entanto, há uma certa hierarquia nas mortifica-ções, valendo mais as interiores do que as exteriores.

Quanto às mortificações interiores – trata-se da mortificação dos pensamentos inúteis, aplicando-se inteiramente ao dever presente, aos nossos trabalhos, estudos e ocupações habituais, por um lado, e, por outro, entregando-se à meditação das Sagradas Escri-turas.

Por último, os sacrifícios, a penitência.Costumam referir-se como sacrifícios principais os

seguintes:Em primeiro lugar, a aceitação, não resignada, mas

cordial e jubilosa, de todas as cruzes que a Providência se dignar enviar-nos: doenças, revezes de vida, humi-lhações, suportando tudo isto, não só corajosa, mas até jubilosamente, assemelhando-nos a Cristo Cruci-ficado. Será assim como que um cultivo da paciência que, pelos frutos que produz, nos purifica por ser uma obra de amor.

A esta paciência, em segundo lugar, acrescenta-se o cumprimento fiel dos deveres de estado, em espírito de penitência e reparação: cumprir, o mais perfeita-mente possível, o nosso dever de estado é oferecer a

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18 PEREGRINO

SANTARÉM

Deus o sacrifício mais completo, um holocausto per-pétuo.

Há, ainda, outros sacrifícios, especialmente re-comendados pela Sagrada Escritura: o jejum e a esmola.

O jejum era, na Antiguidade, um dos grandes meios de expiação.

Jesus, no início do Seu ministério, jejua 40 dias e 40 noites e ensina os Seus Apóstolos que há outros demó-nios que não podem ser expulsos senão pelo jejum e pela oração. (Ver Mt 17,22)

Assim, também nós, quando queremos fazer algum sacrifício por um Cursilho, privamo-nos, por vezes, de certos alimentos, de bebidas alcoólicas, ou só da sobremesa, ou, mesmo, de uma refeição inteira ou substituímos esta por pão e água. E aqui não fazemos mais do que imitar os Santos, que tão frequentemente praticavam estes jejuns…

A esmola é obra de caridade e privação. Quando o homem se priva de um bem, para o dar a Cristo na pessoa do pobre, Deus, que não se deixa vencer em generosidade, de bom grado nos compensa com as Suas graças.

Sacrifícios, mortificações, orações – é este o “segredo”, como dizíamos, das maravilhas que se rea-lizam nos Cursilhos.

As comunidades cristãs que oram, se mortificam e se sacrificam pelo Cursilho manifestam-no por meio das chamadas “Folhas de Intendência” nos pequenos impressos que preenchem.

Mas também podemos usar uma simples folha de papel – e é bom que se faça – porque às vezes há intendências que não cabem numa linha…

E tanto oferecem orações, terços, vias-sacras, como sacrifícios do género “dormir em terceira”, o que, na gíria Cursilhista, significa dormir no chão, ou o sacrifí-cio de rezar um terço inteiro de joelhos e com os bra-ços em cruz; ou rezar o terço em família; ou fazer o sacrifício de, num dia normal de trabalho, levantar-se bem cedinho e assistir, às 7 horas da manhã, a uma Missa Penitencial, em intenção ao Cursilho; (já caíram um pouco em desuso mas ainda há locais em que se celebram);(na quinta-feira foi celebrada na Igreja da Memória, à Ajuda, uma missa às 6H30);ou, ainda, cumprir, o mais fiel e pacientemente pos-sível, os seus deveres de estado; ou privar-se daquele espectáculo, taurino ou futebolístico, que tanto apre-cia, fazendo reverter o dinheiro do bilhete para os carenciados ou para as Missões, ou uma caminhada de penitência de 3 horas como a que vem noticiada no ultimo número do Peregrino, para subir ao Sameiro.

E – repare-se – orações, mortificações e sacrifícios

misturam-se e interpenetram-se, muitas vezes, num acto único. Assim, por exemplo, numa Via-sacra, nos Valinhos, em Fátima, numa noite áspera de Inverno, com vento frio e chuva, à oração junta-se a mortifica-ção e o sacrifício.

No Êxodo, podemos ler um episódio da caminhada do povo hebreu que ilustra bem o valor das nossas intendências. (Ex. 17,8-13).

Os amalecitas foram atacar os israelitas em Refidin. Moisés disse a Josué:

«Escolhe homens e vai dar combate a Amalec. Esta-rei amanhã no cimo da colina, com a vara de Deus na minha mão.»

Josué cumpriu o que Moisés lhe havia dito e partiu para travar combate com os amalecitas. Entretanto, Moisés, acompanhado de Aarão e Hur, subiu para o cimo da colina.

Quando Moisés tinha os braços erguidos, Israel dominava o combate, e, quando, vencido pelo can-saço, os deixava cair, eram os amalecitas que triunfa-vam.

Moisés foi orando ao longo do dia, de braços ergui-dos, até que o cansaço acabou por se tomar insupor-tável.

Então, Hur e Aarão deslocaram uma grande pedra, onde se sentou Moisés, e colocaram-se, um de cada lado, a segurarem-lhe os braços erguidos. E assim pôde Moisés manter os braços firmes até ao pôr-do-sol.

E Josué acabou por triunfar sobre Amalec e o seu povo.

É impressionante esta cena que vem narrada no livro do Êxodo.

Seria natural que o escritor sagrado descrevesse os feitos de Josué e dos seus homens... Mas, não! Aquilo que ele descreve, e até com pormenores bem vivos, é a atitude de Moisés, Aarão e Hur, que estavam no cimo de uma colina, longe do combate que se passava lá em baixo...

Isto é: o que o escritor sagrado põe em evidência são aqueles que estão nos bastidores, à margem da peleja, e não os protagonistas da mesma: Josué e os seus combatentes.

Assim é um Cursilho...A equipa da linha da frente – a Equipa dirigente do

Cursilho – actua na “peleja” do Cursilho, mas fá-lo res-paldada por uma outra equipa – o Batalhão de Sapa-dores da Intendência –, uma comunidade que, na reta-guarda, reza e se sacrifica pelo bom êxito do mesmo.

Constituamo-nos pois em Batalhão de Intendência e o Movimento dos Cursilhos ganhará novo alento!

De Colores!!!Manuel Gaspar da Silva

Entroncamento

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PEREGRINO 19

ALGARVE | AVEIRO

Teve lugar, na Casa de Retiros de Nossa Senhora do Rosário, em São lourenço do Palmeiral, o 64º Cursilho de Cristandade de Homens realizado pelo Secretariado Diocesano do Algarve do Movimento dos Cursos de Cristandade, o qual decorreu de 21 a 24 de Fevereiro.

O cursilho, contou com a participação de 28 novos cursilhistas, oriundos de Boliqueime (3), luz Tavira (1), Ferreiras (4), Fuseta (5), Moncarapacho (1), Paderne (4), Portimão, Matriz (4) , Tavira (2) e Alcantarilha (4).

A equipa sacerdotal foi constituída pelos Padres Joaquim Nunes, Rui Guerreiro e Miguel Ângelo.

Fizeram parte da equipa de leigos, Vitor Baltazar, reitor, e outros 11 dirigentes, oriundos de várias paró-quias do Algarve.

O encerramento, presidido pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, teve lugar no salão da paróquia de São José, em Ferreiras, na noite de 24 de Fevereiro de 2013.

Os muitos participantes cursilhistas no encerra-mento tiveram oportunidade de reviverem a clau-sura e o seu cursilho.

DecoloresP’lo Secretariado Diocesano

João Dores

O mês de Novembro é dedicado ao sufrágio das almas. De facto a Igreja tem uma tradição que começa no dia dos “Fiéis Defuntos” e continua por todo o mês, durante o qual lembra diante de Deus aqueles que nos precederam na fé. Os cristãos, depois da visita que fazem aos cemitérios, onde jazem os seus familiares e amigos, prolongam as suas orações e sacrifícios sufragando as almas dos que já partiram.

Porque cremos na Ressurreição, por isso rezamos para que libertos das manchas do pecado, uma vez purificados, eles possam tornar-se também nossos intercessores junto de Deus.

Recordando os nossos antepassados não o faze-mos com a saudade de quem já partiu definiti-vamente, mas de que se despediram até um dia: ”Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”(Jo.10,10).

Por isso, os Cursilhistas da Diocese de Aveiro juntaram-se na Igreja do Seminário de Santa Joana, em Aveiro, unidos nos mesmos sentimentos como

cristãos e como cursilhistas, no dia 9 de Novembro pelas 21,30h.

Continuamos, entretanto, com a Esperança e a Alegria da antevisão do encontro final, em que Cristo nos há-de receber, tendo cada um o seu momento e a Graça suprema de vir a estar onde ElE está.

Então, sim, será a nossa Reunião de Grupo perene, em que recordaremos o que sempre ouvi-mos dizer a nossos irmãos unidos no mesmo Ideal: “quando frequentamos um Cursilho não traba-lhamos para uma Clausura, mas sim para o Juízo final”.

Na Eucaristia em que participamos com toda a Fé e devoção tínhamos bem a consciência do que nos deixou escrito Santo Agostinho:

“Uma lágrima evapora-se,Uma rosa murcha,Só a ORAÇÃO chega até Deus”.

Zé Grancho

21 a 24 de Fevereiro 2013

Cursilho 64º para Homens

Notícias de Aveiro

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20 PEREGRINO

LEIRIA / FÁTIMA

Decorreu no passado 3 de Fevereiro em Pataias, a Ultreia Diocesana do Movimento dos Cursilhos de Cristandade.

Foram muitos os cursilhistas que, oriundos das diversas paróquias da diocese, corresponderam ao convite de participar neste encontro anual, sempre muito vivido e convivido, este ano centralizado na FÉ.

Depois da Eucaristia, presidida pelo Diretor Espiri-tual do Movimento na diocese, Pe. Alcides Neves em representação também do senhor Bispo, D. António Marto que, por outro compromisso de agenda, não pode estar presente, deu-se início à Ultreia com Joa-quim Marques a falar sobre o tema da FÉ.

Numa intervenção em que não foi fácil conter a emoção, começou por um excerto do capítulo 2 da carta de S. Tiago, «de que servirá alguém dizer que tem Fé se não tiver obras?», e deu a todos um autên-tico testemunho de fé cristã na disponibilidade para a entrega ao próximo, mesmo quando as adversida-des da vida nos impõem limitações. Acreditar sem hesitações que Cristo sempre nos estende a mão nos momentos difíceis e nos leva a percorrer caminhos que seriam impossíveis de fazer sem Fé e sem Per-severança, são a base central do seu rico e tocante testemunho de vida.

Das ressonâncias dadas ao tema apresentado, to-dos testemunhos ricos de vivências pessoais e comu-nitárias, sempre alicerçadas no amor de Cristo e na preciosa ajuda que constituiu para todos a experiên-cia de terem vivido um cursilho, destacam-se algu-mas mensagens como:

«A Fé tem que se ser feliz e só se alimenta na fe-licidade»;

«A palmada que levamos à nascença é o primeiro sinal de que a vida não vai ser fácil, mas é também o primeiro impulso para o caminho a seguir»;

«A Fé dá-nos a força que nos leva a aceitar desa-fios e a acreditar…»;

«A Fé reforçada no pós-curso, foi uma ajuda fun-damental para ultrapassar barreiras, vencer adversi-dades, e encontrar as palavras certas para testemu-nhar o amor de Cristo aos que nos estão próximos mas distantes de Deus»;

«Os desafios da vida, transformam-nos, ensinan-do-nos a viver felizes mesmo nas diferenças, e a Fé, ensina-nos a aceitar tudo com um incondicional amor por tudo o que o Senhor nos dá, mesmo que por vezes não seja o que esperamos receber».

Foram momentos de grande profundidade e par-tilha que se viveram nesta ultreia, que contou tam-bém com a presença de alguns sacerdotes da dioce-

ULTREIA DIOCESANA3 de Fevereiro 2013

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LEIRIA / FÁTIMA

se, sendo que se destacou a intervenção contagiante do Pe. João Pina Pedro, deixando a mensagem de que «O MCC leva as pessoas a fazerem a experiên-cia sensível da Graça de Deus, provoca um encontro vivo com Jesus Cristo. Evangelizar não é catequizar, é ser testemunho. A pessoa só é evangelizada se al-guém lhe mostrar Jesus.»

Também o Pároco de Pataias, Pe. Virgílio Francis-co deixou a todos a mensagem de que «A Fé vivida é a Fé rezada».

A terminar, e antes do convívio final, o Pe. Alcides Neves, salientou a importância da participação na ultreia diocesana, referindo que esta «é sempre uma oportunidade de perseverar na caminhada e viver o espírito do cursilho e para espevitar o fermento que somos. A Fé é a adesão a Jesus, a Cristo»

Foi assim muito positivo este encontro, senti-mento traduzido nas palavras de Manuel Duarte, presidente do Secretariado Diocesano, que na sua intervenção deixou o desafio de que «saibamos to-dos levar daqui uma mensagem de Fé, sobretudo para os que não puderam aqui estar, para os que andam mais afastados, desmotivados, desiludidos, conscientes que, a verdadeira fé está associada à humildade; aquele que a possui deposita mais con-fiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. A mais simples definição de fé é uma con-fiança que nasce do coração.»

A todos os que participaram, o secretariado dio-cesano agradece, esperando que esta ultreia dioce-sana, tenha sido mais um passo, para a afirmação do MCC na diocese como um caminho para a evan-gelização dos ambientes mais descristianizados, en-quanto portador da mensagem do amor de Cristo.

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LEIRIA / FÁTIMA

MINI-CURSILHO PARA CASAIS9 e 10 de Março de 2013

Decorreu no fim-de-semana de 9 e 10 de Março, no Seminário Diocesano de leiria, o mini-cursilho nº 52 para casais cursilhistas, sob a direção espiritual do Pe. Alcides Neves e a orientação dos casais Augusto Matos / Márcia lourenço (Mª Grande) e Artur Reis / Alice lopes (Marrazes).

O encontro que contou com a participação de 15 casais, 13 da diocese de leiria e 2 da dio-cese de Santarém, revelou-se muito positivo a avaliar pelos testemunhos de todos quantos o viveram.

Vivendo-se uma época conturbada em que as famílias são as principais afetadas, é impor-tante que os casais reservem para si espaço para refletir, para se reencontrarem na fé e no amor de Cristo, longe da azáfama do dia a dia, e assim conseguirem ver reforçados sen-timentos como o amor, a amizade, o compa-nheirismo, a cumplicidade, sentimentos fun-damentais para alicerçar uma família saudá-vel, fortalecida no amor e capaz de enfrentar todas as barreiras.

Carlos Alberto Pedrosa, de Monte Real, que com a sua esposa participou neste mini-cursi-lho, deixou num pequeno poema o seu teste-munho.

Mais um chamamento de DeusUm convite me foi feitoSomos todos diferentesNeste mundo imperfeito

Neste mini curso de aperfeiçoamentoComo cristão e apóstoloQuero abrir o meu coraçãoPara poder transmitir muita fé ao próximo

Ser casal em comunhãoSaber amar e perdoarSaber dar carinho e amorJuntos para Deus caminhar

Sacramento do matrimónioUm ato de muito valorSaber caminhar juntos Com amizade e amor

Sê apóstolo de Deus Ide, anunciai e proclamaiQue Deus dê muita saúde ao diretor espiritualSe Deus quiser para o próximo ano há mais.

Carlos Alberto Brás Coelho PedrosaSerra de Porto de Urso - Monte Real

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VIANA DO CASTELO

69º. CURSILHO DE HOMENS26 e 28 de Janeiro de 2013

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade da Diocese de Viana do Castelo, realizou entre os dias 26 e 28 de Janeiro de 2013, o 69º. Cursilho de Cris-tandade de Homens, tendo participado 15 novos Cursilhistas.

A Equipa Sacerdotal foi constituída pelos Reve-rendos, Monsenhor Manuel José da Costa Azevedo Vilar, Director Espiritual do Cursilho, Padre José Bor-lido Arieiro e Padre Moisés Duarte Rodrigues Cor-reia.

A Equipa leiga foi constituída por onze Dirigen-tes, dois dos quais trabalharam pela primeira vez. Foi Reitor do Cursilho, Manuel Rodrigues.

A Clausura de encerramento e a Eucaristia, tive-ram lugar, como habitualmente no Auditório do Centro Pastoral Paulo VI em Darque, Viana do Cas-telo e contou com a presença de mais de 550 Cur-silhistas, vindos de toda a Diocese, que enchiam literalmente o Auditório e vibraram com os novos Cursilhistas, cujos testemunhos refletiram a vivência de uma grande Espiritualidade, formação e teste-munho, vividos nos três dias de Cursilho,

A Eucaristia foi Presidida pelo Bispo Diocesano, D. Anacleto Oliveira e concelebrada por mais 6 Sacerdotes.

Na Homilia, D. Anacleto, começou por referir, constatar que nas nove Clausuras de encerramento

dos Cursilhos a que assistiu, desde que há três anos chegou à Diocese de Viana do Castelo, sempre tem ouvido cantar depois da Comunhão o cântico “Seduziste-me Senhor e eu deixei-me seduzir” que cria um ambiente propício à reflexão.

“Seduziste-me Senhor” é uma sedução de Deus, que vos foi feita a vós os quinze que fizestes este Cursilho, fostes seduzidos em muitos momentos; frente ao Sacrário, com os irmãos, foram muitos momentos íntimos que vivestes nestes três dias.

Queremos ser consequentes, porque o Senhor vai pôr-nos à prova. Ser Cristão autentico é difícil, mas vale a pena, referiu D. Anacleto.

Não tenhais medo de ser Cristãos, o Senhor desa-fiou-nos, mas está connosco, não nos abandona.

O Secretariado Diocesano

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PORTALEGRE / CASTELO BRANCO

REFLExãO QUARESMA / PÁSCOA“Fé em S. Paulo”

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, de acordo com o seu calendário de atividades, levou a efeito, no passado domingo, dia 17, a habitual reflexão Quaresma/Páscoa na igreja paroquial do Gavião.

Com uma adesão de cerca de uma centena de cursilhista, o tema abordado “Fé em S. Paulo”, esteve a cargo do diácono Vítor Manuel Cordeiro, que, de uma forma simples, clara e muito bem

estruturada, transpôs para o nosso tempo a vida e a fé de S. Paulo.

Neste tempo favorável da Quaresma, especial-mente no Ano da Fé em que nos encontramos e para além de todas as crises, o cristão vive a alegria da certeza do amor de Deus.

Após as ressonâncias, que refletiram o interesse do tema, a reflexão Quaresma-Páscoa terminou com adoração ao Santíssimo Sacramento, momento alto e efectuado com muita dignidade.

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PORTALEGRE / CASTELO BRANCO

JUBILEU DIOCESANOSecretariado Diocesano

A Diocese de Portalegre-Castelo Branco está em festa. O Movimento dos Cursilhos de Cristandade comemora o seu jubileu…

Há cinquenta anos atrás, na aldeia de Santa Mar-garida um grupo de homens valentes desta diocese, com um generoso sim e uma entrega baseada na confiança, descobriram a maravilha dum Cristo vivo que nos concede um amor incondicional, na vivên-cia do 1º Cursilho desta diocese.

A partir de então, e apenas com um pequeno interregno nos anos 70, este Movimento de Igreja que “caminha com Cristo para o Pai, guiado pelo Espírito Santo,com a ajuda de Maria e todos os santos, levando consigo os irmãos”, não tem mais parado.

Assim, no passado 13 de Janeiro, teve lugar no Gavião, precisamente na mesma data do 1º Cursilho, o encerramento do 85º Cursilho de Homens da Dio-cese de Portalegre-Castelo Branco.

Vinte e seis homens viveram o seu cursilho em Mem

Soares e deram o seu testemunho neste encerramen-to que foi simultâneamente o arranque das come-morações dos 50 anos do Movimento na diocese.

A Banda Juvenil do Gavião e a sua escola de música abrilhantaram o início das comemorações.

Seguidamente, alguns jubilados presentes tes-temunharam a vivência do 4º dia e a aventura dos primeiros passos do Movimento na Diocese.

O Senhor Bispo da Diocese, D. Antonino Dias, O Senhor Bispo Emérito D. Augusto César, o Presi-dente do Secretariado Nacional, Saúl Quintas, mem-bros dos secretariados diocesanos de leiria-Fátima, Coimbra e Porto, deram com as suas presenças e as suas palavras mais ânimo aos cursilhistas desta dio-cese para continuarem o seu trabalho.

O Encerramento terminou com a Eucaristia pre-sidida pelo Senhor Bispo D. Antonino e com o com-promisso dos novos cursilhistas.

Cristo ContA CoM CADA uM DE nós.

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VISEU

150º. CURSILHO DE HOMENS1 de Dezembro de 2012

Na noite fria daquele primeiro Sábado de Dezem-bro, um elevado número de cursilhistas vindos dos mais variados pontos da Diocese, concentrou-se no CENTRO PASTORAl DIOCESANO para acolher mais um punhado de novos irmãos que acabaram de viver a experiência maravilhosa de um Cursilho de Cristandade.

Tratou-se de um Cursilho Jubilar – o 150º - dos realizados na nossa Diocese desde meados dos anos sessenta.

A Direcção Espiritual esteve a cargo do Padre António José do Caramulo, coadjuvado pelos Padres Sérgio e Nuno. De notar a ausência do Padre Manuel Henriques da Silva que se previa fizesse parte da mesma equipa, mas que o Senhor atirou para uma cama da Cirurgia do Hospital de Viseu, ficando assim a garantir – pelo sofrimento – uma retaguarda forte.

Constituiu um teste à valentia, a permanência no anfiteatro de tão numeroso grupo de cursilhis-

tas face ao ambiente enregelado que, por força de uma arreliadora avaria no aquecimento do espaço, afastou alguns mais frágeis e vulneráveis.

A Diocese fica agora mais rica com este punhado de irmãos cujos testemunhos deixaram a espe-rança do seu empenhamento na transformação dos ambientes donde vieram e para onde volta-ram, levando o seu testemunho de vida nova, neste Advento do novo ano litúrgico.

Para isso contribuíram os testemunhos dos cur-silhistas mais antigos, que lhes apontaram pistas como garante da sua perseverança, experiências devidamente testadas e que lograram o êxito, nas suas vidas.

Foi uma bela iniciativa no limiar do Ano da FÉ.Que Deus lhes dê a força e a coragem que deu

aos Apóstolos – são esses os nossos votos - e por eles pediremos ao Senhor da Messe.

Secretariado Diocesano de Viseu

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PEREGRINO 27

VISEU

ULTREIA REGIONAL DO MCCOliveira de Frades

Tal como vinha sendo anunciado dentro do Movi-mento dos Cursilhos de Cristandade, na diocese de Viseu, realizou-se no passado domingo, 03 de Março, a calendarizada UlTREIA REGIONAl.

Anunciada pelas Folhas de Ultreia dimanadas do Secretariado do MCC e de difusão em todos os Núcleos de Ultreia da diocese, bem como nas Sessões de ESCOlA do nosso Movimento, concretizou-se a Ultreia Regional em Oliveira de Frades no passado domingo, dia 03 de Março, pelas pelas 15 horas.

Chegados das diversas zonas da diocese, trazendo algum farnel para a partilha em momento oportuno, lá se foram juntando os cursilhistas, trazendo no rosto a alegria, a santa alegria, dos cristãos que se reveem e reencontram, que se abraçam e (ou) se bei-jam, matando saudades de alguns meses e até talvez de anos, de ausência.

À hora, no amplo e acolhedor Salão Paroquial, formou-se a Mesa dos Trabalhos de Ultreia, tendo como Reitor/Coordenador o sempre “jovem” Adão Bastos; como Diretor Espiritual esteve o Pe. Jorge luís G. lopes, que o vem sendo também no arciprestado em conjunto com o Pe. Manuel Fernandes e o Pe. José Júlio e como rolhista o cursilhista 36º aniversariante, Adelino Soares.

Ultreia é Ultreia e todos os passos se seguiram, em festa é certo, mas com a seriedade das coisas sérias e importantes: ao homem-todo e ao Movimento.

No momento próprio o rolhista extravasou com alguma emoção, a alegria do seu “4º dia”, o que tem

sido a sua vida e preocupação após 36 anos de cur-silhista consciente, em atividades quer na família, à qual se dedica com muito amor, quer na vizinhança e na sociedade, sendo sempre sua preocupação o bem-estar e felicidade “do outro”, tal como sempre aprendeu: em família” e com maior tomada de cons-ciência, no seu Cursilho - o 29º de Homens de Viseu, que foi o primeiro na diocese, no pós 25 de Abril. Terminou apelando a que testemunhemos Cristo e ajudemos “o outro” a perder o medo e a levantar-mos os olhos para “o Alto,” buscando, em Cristo, a Felicidade eterna.

Nas ressonâncias ao que anteriormente fora dito, intervieram: Otília Arede também falando do seu “4º dia” e Rosa Carvalho, que alinhando pelo que já fora exposto terminou com um poema - “Um Sonho”.

O Pe. Jorge luís, ao seu estilo pessoal e habitual, agarrou nos testemunhos e situou-nos em rota com Cristo, o eterno sonhador de almas, que todo Se deu pela nossa felicidade e alegria. Falou da nossa mis-são de testemunhar Cristo e o seu Amor e ajudar os irmãos a também eles O sentirem em suas vidas.

Finda a Ultreia, seguimos para a igreja, cantando alegremente, onde participámos na Eucaristia pre-sidida pelo Diretor Espiritual Diocesano do Movi-mento, Pe. José António, deste modo louvando e agradecendo tantos benefícios recebidos.

Finda a celebração encaminhámo-nos para o refeitório onde em alegre convívio fizemos festa no lanche partilhado.

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28 PEREGRINO

Foi de 17 a 20 de Abril de 1963 que se realizou o primeiro Cursilho de Cristandade da Diocese do Fun-chal.

Depois de terem frequentado um Cursilho de Cris-tandade no Porto, um grupo de leigos e sacerdotes lançou-se ao serviço de trazer os Cursilhos de Cristan-dade para a Madeira.

Em Abril de 1963, com a ajuda duma Equipa do Porto, realizou-se o 1.º Cursilho. Passados 50 anos, cerca de 7.000 homens e mulheres vieram a um Cur-silho de Cristandade.

A vivência do cursilho vem sendo teste-munhada por todos como algo ímpar e inesquecível que os marcou para toda a vida.

Muitos continuaram na vida iniciada e dedicaram-se à construção do Reino de Deus – nas paróquias são muitos os cursilhistas que colaboram nos vários serviços e nos Movimentos e Obras de Apostolado, seja Equipas de Casais de Nos-sas Senhora, Conferências Vicentinas, Grupos de Oração, etc., são também muitos os que se empenha-ram dando a sua quota para a construção do Reino.

Também é verdade que muitos, na liberdade de que desfrutam, decidiram seguir outros caminhos, nem sempre os melhores. Mas também é verdade que a grande maioria, embora não estando comprometi-dos no apostolado organizado ou paroquial, nessa mesma liberdade que Deus concedeu a todos nós, passaram a ser melhores maridos e esposas, melhores profissionais, melhores cidadãos.

Neste momento de celebrar os 50 anos de vida deste Movimento na Diocese é hora de AÇÃO DE

GRAÇAS por tudo aquilo que o Senhor quis reali-zar para engrandecer o homem, e afirmar o nosso compromisso de continuar, na esperança de realizar melhor os desígnios de Deus para a construção do Seu Reino neste tempo e neste lugar.

Através dos Cursilhos de Cristandade, o Senhor com a colaboração duma equipa mista, leigos e sacerdotes, apresenta-se deslumbrante àqueles que lhe dão oportunidade, ao frequentarem o cursilho.

O cursilho é uma vivência poderosa e autêntica de intimidade com Deus, com os outros e consigo

próprio que marca profundamente a vida daqueles que o vivem; no entanto, con-

tinuam livres, como Deus os fez, para seguirem o caminho que quiserem.

Daí a nossa atitude de agradeci-mento e louvor pelo muito que Deus tem realizado, apesar das nossas limita-

ções, através de todos nós que O desco-brimos num Cursilho de Cristandade; mas

também a nossa atitude de compromisso com Ele para continuar a dar o nosso esforço

no futuro, pedindo-lhe as Suas graças pois “sem mim nada podeis fazer”.

No conjunto das ações comemorativas do 50.º Aniversário do MCC Madeira, além de outras iniciati-vas que têm vindo a decorrer ao longo de 2012 e que terminarão em Abril de 2013, como sejam Encontros (Ultreias) e uma Cadeia de Oração diária ao longo de todo o ano (começou em Março de 2012 e termina 31 de Março de 2013, elas culminarão com a realização duma Grande Ultreia no dia 20 ABRIl 2013, na Escola Salesiana de Artes e Ofícios, cujo programa será o seguinte:

MADEIRA

50 ANIVERSÁRIO DO MCC MADEIRA

GRANDE ULTREIA

Precisamente no dia 20 de Abril de 2013, quando se completam 50 anos do 1.º Cursilho de Cristandade realizado na Diocese do Funchal, tem lugar a Grande Ultreia, na Escola Salesiana de Artes e Ofícios.

9:30 – Chegada10:00 – início dos trabalhos – oração – Eventos históricos do início do Movimento dos Cursilhos de Cristandade na Madeira12:30 – Almoço Convívio14:30 – recomeço dos trabalhos – ultrEiA17:00 – EuCAristiAVamos todos estar presentes! E vamos ter a preocupação apostólica de incentivar outros irmãos para

também estarem presentes.

É MoMEnto DE AlEgriA, DE FEstA, DE AÇÃo DE grAÇAs E DE CoMProMisso PArA o Futuro!

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PEREGRINO 29

ÉVORA

ll ESCOLA DIOCESANA

Foi em ambiente de alegria, própria da liturgia do Domingo Gaudete (3º domingo do advento) e de oração que, no passado dia 16 de dezembro se rea-lizou a II Escola Diocesana do M.C.C., presidida pelo nosso diretor espiritual Rv.º Cónego Francisco Senra Coelho, na Igreja do Calvário, sede do Movimento.

Os trabalhos iniciaram com o solene envio das equipas dos cursilhos 146 de homens e 117 de senho-ras e da equipa do XVII Mini Cursilho de casais. Nesta primeira parte de uma tarde bela e cheia de sentido, apesar do tempo próprio de quase inverno, as várias dezenas de cursilhistas presen-tes pararam para a uma só voz, com o presidente desta celebração de envio implorarmos ao Se-nhor que se fizesse presente no coração de todos os que, por bem escolheu, conti-nuarem a preparar as próximas atividades do Movimento na nossa Arquidiocese.

Depois de escutar a palavra e acolher a reflexão sobre a mesma pelo nosso Diretor Espiritual, o mesmo convidou os reitores dos cursilhos e coordenadores do mini cursilho a cha-mar os elementos das respetivas equipas.

Pela oração silen-ciosa de invocação do Espírito Santo, o Sr. Cónego Senra Coelho, a- companhado pelo Diácono António M. Machado e à semelhança dos apóstolos impuseram as mãos sobre cada um dos que em nome do Movimento e da Igreja, iriam ser enviados a acolher todos(as) que

lhe estavam confiados(as) para este encontro com Jesus Cristo.

Este momento terminou com a oração de envio e abraço da paz.

A segunda parte desta Escola Diocesana foi com a alegria de, novamente, termos presente o Rv.º Cónego Mário Tavares que continuou a sua medi-tação sobre o Ano da Fé referindo-se neste dia a Jesus Cristo “Creio em Jesus Cristo Filho de Deus e Salvador”.

Mensagem bela e interpeladora a que cada vez mais nos sintamos identificados com a palavra da escri-tura, reveladora de Deus e impulsiona-dora para ser cele-brada em comuni-dade com verdade e transmissora de vida cristã.

Finalmente o Sr. Cónego Senra Coe-lho agradeceu em nome de todos a presença e a refle-xão do Sr. Cónego Mário Tavares que incentivou o Movi-mento através dos presentes, para que nos tempos que cor-rem possamos ser sinal de esperança em Jesus Cristo e com Ele e por Ele consigamos levar por diante o pro-jeto cursilhista que

todos queremos com forte intendência orante con-cretizar.

Com saudações e votos de um ano 2013 repleto das melhores graças e bênçãos para todos os cursi-lhistas e suas famílias.

xVll Mini Cursilho de casais

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30 PEREGRINO

ÉVORA

SE DEUS ESTÁ CONNOSCO, QUEM PODERÁ ESTAR CONTRA NóS?

Estamos a viver um tempo difícil em diversas frentes, a económica, a social, a política… O mundo oferece-nos insegurança, dificuldades, receios, desâ-nimos, desencantos…

E os cristãos hão de deixar-se abater e contagiar por essas ameaças?

O nosso Deus é um Deus forte, que sempre nos fortalece e anima. No ano da Fé, e mais concreta-mente no tempo de Quaresma que se inicia, somos chamados a dar testemunho de uma Fé autêntica, madura e atuante. “Vós que temeis o Senhor, espe-rai na Sua misericórdia… quem confiou no Senhor e foi confundido? Quem permaneceu firme e foi no seu temor abandonado? Ou quem O invocou e se sentiu defraudado? Porque Deus é cheio de bon-dade e misericórdia e perdoa os pecados e salva no dia da aflição.” Ecli, 2. 7-11

A nossa Fé não se apoia na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus, como nos lembra S. Paulo na 1ª Carta aos Coríntios. Só Deus nos pode conceder a paz, a segurança e a força para nos libertarmos do cativeiro do dia-a-dia, dos nossos problemas, dúvi-das e frustrações. Pela Fé, entramos na comunhão com Deus, sentimo-nos acolhidos no Seu coração e no Seu amor e isso nos basta para nos tranquili-zarmos e sentirmos a serenidade e a paz que tanto desejamos. Dizia Santa Teresa de Jesus, “Nada te perturbe, nada te espante, quem a Deus tem nada lhe falta, só Deus basta”.

O Senhor fala-nos no silêncio e na intimidade da nossa oração, mas também através da Sua Palavra e interpela-nos, inquieta-nos e o Seu apelo leva-nos à ação que deve ser sempre alicerçada na Fé e testemu-nhada na alegria, na serenidade e na paz que a Sua presença em nós deve fazer transparecer. Porém, a verdadeira Fé tem que ser vivida em unidade. Como verdadeiros cristãos, temos que estar unidos “num só coração e numa só alma”. É assim que devemos viver esta Quaresma, com esperança e em unidade, fazermos jejum, penitência e oração, deixando que Deus use o nosso jejum, a nossa penitência e as nos-sas orações para nos fazer avançar no caminho de santidade, mas para também os transformar em gra-ças derramadas sobre aqueles que mais precisarem. Que a nossa paz interior transborde para todos os que nos rodeiam e, assim, seremos sinal de alegria e esperança em Jesus ressuscitado. Mostremos ao mundo que, o mesmo Jesus que quis habitar entre nós e ser homem para nos ensinar a ser santos, tam-bém quis morrer por nós para termos a vida eterna e a certeza do Seu amor, um amor misericordioso que nos torna herdeiros do Seu reino de amor e de paz. Esta é a única certeza que podemos ter já nesta vida e que supera largamente todas as incertezas, medos ou inseguranças terrenas. Se Deus está con-nosco, quem poderá estar contra nós?

Clara Zagalo

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PEREGRINO 31

ULTREIA - REUNIãO

ULTREIA:

Muito se fala da Ultreia, da Reunião de Grupo na Ultreia e da Eucaristia na Ultreia.

Ela não precisa de apresentações, mas: o que é afinal a Ultreia?

Deve ou não realizar-se Reunião de Grupo na Ultreia?

Deve ou não celebrar-se a Eucaristia na Ultreia?São estes aspetos que pretendemos abordar

numa pequena reflexão que convosco queremos partilhar.

Nunca é demais referir que o que vamos abordar não são “ideias nossas”, ou “coisas que nos passa-ram pela cabeça”. São sim o que Eduardo Bonnín Aguiló, Fundador dos Cursilhos de Cristandade, ins-pirado pelo Espírito Santo, idealizou para os Cursi-lhos, e por conseguinte, neste “aspeto” do Pós-Cur-silho: a Ultreia: a Reunião de Grupo e a Eucaristia na Ultreia.

Por esta razão, iremos transcrever algumas pas-sagens de escritos do próprio Eduardo Bonnín e dos iniciadores, para melhor interpretarmos esta abor-dagem. Relembramos que não serão palavras ou ideias nossas, mas sim do Fundador dos Cursilhos de Cristandade.

Apelamos desde já à vossa compreensão, porque o que vamos abordar tem como origem, as pró-prias origens do MCC e não a opinião de quantos e quantas, cheios certamente das melhores intenções, foram alterando por aqui e por ali, diversos aspetos no que a este “tema” diz respeito.

Não pretendemos alimentar qualquer controvér-sia, mas sim, eventualmente, fazer alguns “esclare-cimentos” que nos parecem oportunos sobre esta temática.

Não julguem o que aqui vamos abordar. Se algo tiver de ser “julgado”, será o Carisma Fundacional do Cursilhos, porque é com base nele que será feita esta pequena reflexão, e esse, o Carisma, permitam-nos a nossa opinião, não tem de ser “julgado”, tem sim, de ser compreendido e posto em prática. É assim muito simples.

Se nós escolhemos este caminho do MCC, porque outros existem e todos são caminho, temos o dever de conhecer esta e outras “matérias” para que o próprio MCC seja cada vez mais MCC.

Gostaríamos também de deixar claro, como habi-tualmente dizemos, que não pretendemos “ensinar” nada a ninguém, nem ser “mestres” de nada nem de ninguém, longe de nós tal pensamento. Preten-demos sim, “falar de ‘coisas’ que sempre foram ver-dade e que poucas vezes foram explicadas”, como dizia Eduardo Bonnín.

Pretendemos ainda partilhar aquilo que fomos aprendendo, não para sabermos mais que ninguém mas para conhecermos melhor os Cursilhos e o MCC, fruto da leitura da imensa “Biblioteca de Cursilhos” que fomos reunindo ao longo dos anos, muitas das obras em espanhol, por não existirem ainda tradu-zidas na nossa língua.

Esta questão da Ultreia: Reunião de Grupo na Ultreia e da Eucaristia na Ultreia, não é de ontem, não é de hoje e não será certamente de amanhã, a menos que queiramos todos parar, pensar e “colo-car em marcha” alguns aspetos que falaremos mais à frente.

A verdade é que muitos locais, por esta e por aquela razão que não interessa aqui nem agora, muitas “coisas” de Cursilhos tem vindo a ser alte-

Reunião de Grupo e a Eucaristia na Ultreia

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ULTREIA - REUNIãO

radas. Por muitos locais até, nunca foi de outra maneira. No entanto, por sempre se ter feito assim e porque nos ensinaram assim, não quer dizer que estejamos certos. Penso que devem concordar con-nosco neste aspeto. A verdade não precisa de defen-sores, ela defende-se sozinha, basta explicá-la.

Ora vejamos alguns aspetos relacionados com a abordagem que nos propomos fazer.

De forma muito, mas muito breve, alguns aspetos da Ultreia e os seus tempos.

Para começar, e não será com certeza novidade para ninguém, sabemos que a Ultreia, segundo o Carisma Fundacional dos Cursilhos, é composta por 3 tempos:

1º Tempo: Reunião de Grupo – Encontro interpes-soal.

2º Tempo: Reunião Colectiva – Vivência – Encon-tro com os irmãos.

3º Tempo: Oração – Encontro com Cristo na vista ao Sacrário.

A Ultreia, é também conhecida e bem como a Reunião das Reuniões de Grupo.

A Ultreia tem de ser uma realidade viva de pessoas diferentes, em união comum, dispostas a conviver e compartilhar com todos, as suas vivências cristãs.

É na Ultreia que se dá o contacto com os irmãos que vivem e os que se esforçam por viver, o Funda-mental Cristão na sua vida.

É também o lugar onde se vive, ou se deve viver o que se disse no Cursilho.

A Ultreia serve para que o Cursilho seja verdade, ou se quisermos, possibilita-nos de nos encontremos com uma série de verdades que nos foram ditas no Cursilho.

Na Ultreia, como tudo em Cursilhos, o mais impor-tante é a Amizade e a Pessoa, por isso, a Ultreia deve ser vivida com o mesmo espírito do Cursilho.

A Ultreia tem de possibilitar que o melhor de cada um possa chegar aos demais possíveis.

A Ultreia é a festa de nos encontrarmos, a alegria de nos sabermos unidos e de nos sentirmos próximos e nos podermos contagiar, com a nossa Fé.

Sobre a Ultreia no geral muito se poderia dizer, mas ficará para outra oportunidade.

Continuamos agora para abordar o primeiro tempo da Ultreia: a Reunião de Grupo ou o Encon-tro Interpessoal.

A verdadeira e “original” Ultreia começa com a Reunião de Grupo, a chamada Reunião de Grupo “com quem deves” (a outra Reunião de Grupo, a que se realiza entre as Ultreias é a denominada “com quem queres”).

Esta Reunião de Grupo na Ultreia facilita-nos que, Ultreia após Ultreia, possamos ampliar o nosso cír-culo de amigos e assim crescer como pessoas e como cristãos, porque o melhor de cada um chegará aos demais possíveis.

A esta Reunião de Grupo, como a qualquer outra, devemos ir com um plano sincero e transparente. Quando a alma não fica transparente é impossível compartilhar, e se não se compartilha não há Ultreia nem há Reunião de Grupo.

Devemos estar sempre abertos ao que a Reunião de Grupo na Ultreia nos pode proporcionar.

Na Ultreia, é importante procurar fazer a Reu-nião de Grupo com pessoas diferentes, pois uma das finalidades é a oportunidade de conhecer e apro-fundar a relação de amizade com o maior número de pessoas possível.

Depois da Reunião de Grupo chega o segundo tempo da Ultreia, que é como também vimos atrás: a Reunião Coletiva ou Vivência, que mais não é que o Encontro com os irmãos.

Este segundo tempo é o momento em que um(a) cursilhista nos fala, e partilha com a “assembleia cursilhista”, a sua vivência individual ou de grupo.

Não vamos adiantar muito, mas dizer talvez que esta vivência (a que se chama também rolho) não deve exceder os 10 minutos. Depois, é chegado o momento das Ressonâncias.

As Ressonâncias não são mais do que um pequeno testemunho (partilha) por um elemento da assem-bleia de cursilhistas presentes, a quem o Rolho apre-sentado tocou de forma especial.

Estas intervenções devem ser em número de 3 ou 4 e não devem exceder dois minutos cada uma.

No final das Ressonâncias, o Director Espiritual presente, centra à luz do Evangelho, os testemu-nhos partilhados. Esta reflexão também não deverá exceder os dez minutos.

Por fim, o terceiro tempo, que como vimos: é o momento da Oração comunitária. É o momento em que oferecemos e agradecemos a Cristo o que vivemos e compartilhamos na Ultreia e durante a semana, a quinzena, ou mês, conforme a periodici-dade com que a Ultreia se realiza.

E esta etapa, que é o momento da Oração Comu-nitária, deve desenrolar-se, dando graças, fazendo pedidos, rezando um Pai-Nosso e cantando o cântico “De Colores”, que encerra a Ultreia.

Até aqui, penso que nada de novo, ou pelo menos, poucas novidades. Afinal apenas apresenta-mos o “que está previsto” no Carisma Fundacional do Movimento de Cursilhos de Cristandade.

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Poderíamos ficar por aqui, mas, a verdade é que por alguns lugares ou Dioceses, estes três tempos da Ultreias não estão bem definidos e menos ainda, postos em prática.

E nesta sequência, um aspeto que pode dividir opiniões, mas sendo uma realidade, parece-nos importante abordá-lo. A realidade é que em alguns locais, foi retirada a Reunião de Grupo e “acrescen-tada” a celebração da Eucaristia.

Se conhecermos “as origens” facilmente deixa-mos de ter dúvidas e a questão da possível divisão de opiniões, deixa de fazer qualquer sentido.

É também este aspeto que desejamos abordar convosco, transcrevendo o que nos diz o Funda-dor dos Cursilhos de Cristandade, Eduardo Bonnín, sobre este aspeto.

Uma vez mais queremos deixar claro que não pretendemos “ensinar” nada nem ninguém, nem tão pouco que se faça desta ou daquela forma. Nem sequer queremos que pensem “desta” ou “daquela” maneira. Queremos sim, abordar de forma simples, o que é entendido desde as origens sobre este aspeto e nada mais, mas também, nada menos.

Cada um, cada local, cada Diocese, faça segundo o que considera melhor. No entanto, e como muitas vezes disse Eduardo Bonnín: “… entendo que tenho essa responsabilidade e não ficaria tranquilo, se não dissesse, em abono da verdade e ainda que ninguém me escute, porque ninguém tem a obrigação de me escutar… mas eu, em consciência, sinto-me na obri-gação de o dizer”.

Em relação à Reunião de Grupo, pelo que foi exposto anteriormente, pensamos que está compre-endido: ela deve realizar-se em cada Ultreia.

Em relação à Eucaristia, é bom que comece-mos por dizer que ela é fundamental, é o grande alimento da nossa vida cristã. Agora celebrá-la na Ultreia, isso é outro “assunto”, que muito tem dado que falar e certamente vai continuar a dar.

A nossa ideia, ao fazermos esta abordagem, não é outra senão que possamos compreender o “lugar de cada coisa”, em Cursilhos.

A celebração da Eucaristia na Ultreia não está “desenhada” nem prevista nas origens dos Cursi-lhos. No entanto, a realidade de alguns lugares ou Dioceses, é que a Missa foi introduzida na Ultreia, e por outros lugares tem custado a entender que “cada coisa tem o seu lugar”.

Todos queremos acreditar que tudo terá acon-tecido e continua a acontecer, mais por desconhe-cimento do Método, do que pelo “interesse” de alguém.

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Mas para que as palavras não sejam as nossas, vejamos o que diz Eduardo Bonnín acerca da cele-bração da Eucaristia na Ultreia: “… se pretendermos, e que ninguém se escandalize, celebrar a Eucaristia na Ultreia, o que quase sempre será não para os afastados, mas para a “melhor prestação de serviço dos bons”, estamos a confundir os planos e a alterar substancialmente, mesmo que sem querer, o papel dos sacerdotes na Ultreia. Na Ultreia compartilha-se o que se vive. Na Eucaristia participa-se do que é Cristo e a Igreja. Na Ultreia, o sacerdote assiste como cristão que continua sendo. Na Eucaristia assume a sua função de Cristo entre os homens. E parafrase-ando Santo Agostinho poderia dizer-se: “convosco (na Ultreia) sou Cristão, para vocês (na Eucaristia) sou sacerdote. Às vezes, misturar várias coisas enri-quece o conjunto, mas outras vezes e desde logo nesta ocasião, confunde. Além de alterar o papel do Sacerdote na Ultreia, incluir a Eucaristia nela faz brotar sem dúvida os papéis dos leigos como: leito-res, acólitos, participar na coleta, no coro e por aí fora” (in Historia de un Carisma – de Eduardo Bon-nín Aguiló – Edição da FEBA, Página 25).

Esta edição que acabamos de citar tem incluído um capítulo, como apêndice, que aborda a “Pontua-lizarão Sobre o Método do Cursilhos”, onde também podemos ler, sensivelmente pelas mesmas palavras, o que acabamos de referir em relação à celebração da Eucaristia na Ultreia. Nesta parte do livro, Edu-ardo Bonnín apenas acrescenta “… outra dimen-são tem as Ultreias extraordinárias que se celebram com carater Diocesano, Nacional ou Internacional, donde, aí sim, cabe claramente e é até aconselhá-vel a celebração da Eucaristia” (in Historia de un Carisma – de Eduardo Bonnín Aguiló – Edição da FEBA, Página 177).

Como podemos observar, estas não são palavras nossas, são do próprio Eduardo Bonnín, que dis-pensa apresentações.

Para melhor entendermos alguns aspetos, nada melhor que acrescentarmos novamente palavras de Eduardo: “… a partir de Maiorca temos protestado contra o sequestro que se tem feito em Cursilhos. Ninguém tem a obrigação de me escutar, mas eu, em consciência, sinto-me na obrigação de dizer isto…” (in Um Aprendiz de Cristão, de Eduardo Bonnín, Edi-ção Portuguesa, página 58).

E para não alongar mais esta abordagem, pode-mos ficar por aqui.

Como nos podemos aperceber, ao longo desta pequena reflexão que tentamos fazer convosco, não abordamos este tema de “A UlTREIA: A REUNIÃO

de GRUPO e A EUCARISTIA NA UlTREIA” segundo o que consideramos pessoalmente, mas sim, de acordo com o que o Fundador dos Cursilhos de Cristandade, Eduardo Bonnín Aguiló, disse e defendeu.

Claro que temos a nossa opinião e ela está de acordo com o pensamento de Eduardo Bonnín, tanto mais que nos é conhecido o interesse e a defesa do verdadeiro Carisma Fundacional dos Cursilhos de Cristandade, desde a sua Mentalidade, Essência, Metodologia e Finalidade. Afinal, se acreditamos que os Cursilhos nasceram pela vontade e obra que o Espírito Santo infundiu em Eduardo Bonnín e reconhecemos Palma de Maiorca como o berço dos Cursilhos de Cristandade, não seriamos coerentes se, depois de conhecermos o Carisma Fundacional e depois de o entendermos, não defendêssemos as origens.

Deixamos à consideração de cada um, para que cada um tire as suas próprias conclusões, o que aqui abordamos de forma simples.

As palavras que são nossas, se assim o entende-rem, podem “esquece-las”, no entanto, se nos per-mitirem, pedimos-vos que retenham e pensem nas que Eduardo Bonnín defendia.

Não pretendemos que pensem como nós. Preten-demos sim que muitos e muitas Cursilhistas se entu-siasmem cada vez mais em busca da verdade sobre Cursilhos. Depois de conhecida a verdade, talvez quem sabe, pensaremos todos da mesma forma.

Tenhamos todos a coragem de ajustar o que tiver de ser ajustado. Só assim seremos mais fortes. Só assim levaremos “ a melhor notícia da melhor rea-lidade: que Deus em Cristo nos Ama; comunicada pelo melhor meio: que é a Amizade; até ao melhor de cada um: que é o seu ser de Pessoa” (in El Pensa-miento de Eduardo Bonnín y del Secretariado Dioce-sano de Mallorca – Colección: Volviendo a las Fuen-tes, Edição Espanhola, página 5).

Terminamos com mais uma frase de Eduardo Bon-nín que nos parece oportuna: “A verdade não pre-cisa de interpretações nem defensores; ela defende-se sozinha; basta explicá-la” (in Um Aprendiz de Cristão, de Eduardo Bonnín, Edição Portuguesa, página 162).

Obrigado pela paciência que tiveram para ler estas linhas que com simplicidade partilhamos con-vosco.

Bem hajam.

Sempre … DE COlORESFausto Dâmaso e Maria José Dâmaso

Diocese de Angra

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SN Junho 2012

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Site do Secretariado Nacional

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