uma fresta para você

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Coletânea de textos selecionados que foram publicados no blogue "Fresta para Idéias Vãs" entre 2009 e 2011.

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Uma Fresta

para Você

Tobias de Melo Farias

Uma Fresta

para Você

Título Original

Uma Fresta para você

Copyright © 2011 por Tobias de Melo Farias

Direitos de venda e distribuição para Tobias de Melo Farias

http://hafresta.blogspot.com

Email: [email protected]

Contato: (81) 8547-7895

Farias,Tobias de Melo

Uma fresta para você/ Tobias de Melo Farias. -

Recife:2011.

1.Poesia – Amor. I.Título

CDD:

CDU:

Sumário

Capítulo I .......................................................................................... 11

Capítulo II ......................................................................................... 39

Capítulo III ........................................................................................ 79

Capítulo IV Final ............................................................................ 83

Prefácil

Este livro representa o fim de um momento literário do meu blogue (Fresta para idéias vãs), e aqui estarão registrados os momentos e as inspirações em forma de versos e prosas que passaram por mim e pelos olhos dos leitores.

Até aqui muitas coisas me inspiraram a escrever, mas nenhuma inspiração foi tão intensa e mutável quanto o amor, que em determinado momento me mostrou que a dor não é separável de tal sentimento. Mas não só o amor será cantado nos próximos versos que você irá se dispor a escutar ecoar na sua mente. Por vezes ideologias e notas musicais serão identificadas no que foi escrito e cabe a você entender ou não, pois como deixo claro em meu blog, ao aventurar-se a lê-lo, deves buscar “um nexo que não existe, já que insistes.”

Capítulo I

Intitulem vocês mesmos

Intitulem vocês mesmos – 04/01/2009

E houve luz, na entrada daquele vazio,

onde a escuridão da incerteza reinava, hoje não passa de classe dominante.

De hoje em diante,

serei mais que ontem. E horas depois de achar a luz distante,

o aroma ainda se faz presente em meus braços.

É amigos, essa luz tem o cheiro mais doce que já pude ter o prazer de sentir.

D'us, quantos passos foram precisos,

andar naquele vazio que não parecia terminar.

Ah! Doce é o fim dos que perseveram. Doce reciprocidade. Ah! Paixão de Janeiro,

queira D'us também de Fevereiro queira D'us não tenha fim, mesmo que não tenha começo.

Como Trufa para uns, um Gol para muitos, o Clímax para tantos,

cada centímetro de toque para mim, é prazer que não se mede, sensação que entorpece,

e toda a escuridão , - padece - .

Não há explicação,

passaria horas descrevendo cada centímetro de sensação, e ainda assim, não encontraria quem pudesse entender.

Claro, ninguém sabe o quanto foi bom ser iluminado por você !!

Tão perto, tão certo – 19/01/2009

O desejo de ir longe é inevitável, planos para amanhã, racional,

problemas de daqui a pouco, imprevisível, mas o desejo de ir longe é inevitável.

Mas independente do longe, viver perto é necessário,

é perto que tudo acontece no agora, é perto que se faz o longe,

é perto que a saudade não mata, é perto que o toque é possível, é perto que o que vês é certo.

É tão perto,mas nem sempre tão certo.

Mas meu apreço por ti vai longe, meu apreço por ti está perto ,está certo e não se esconde.

Um tom atonal – 29/01/2009

E eis que as notas ressoam, e eis que a clave estendida toca os ouvidos de minh'alma.

E o som datilografado em complexos amplexos de palavras,

recheia minha tarde de frio gostoso e céu cinzento aconchegante,

que por tempos não tinha a sensação de sentir, com a esperança da nova chance.

Chance de poder viver regando um novo jardim,

e ver nascer aquele desejo de um dia, depois de muitos dias, poder tocar o coração da alma e entoar um 'Hino ao amor' com

toda a sinceridade e sentimento que só o tempo e a reciprocidade podem

proporcionar.

Que minh'água possa nos fazer crescer, vencer, e um dia amanhecer vários dias dizendo bom dia sem precisar falar,

bastando apenas um olhar.

Poderia escrever mil desejos, mil ânsias, mil temores, mil carinhos, versos e canções,

mas deixo minha alma fazer isso silenciosamente longe de meus dedos,

e perto do meu coração.

Coração que o Vício vem preencher. Até logo,chega logo, volta logo.

Com você – 06/02/2009

Eu quero te abraçar na chuva, te beijar sem culpa

te ensinar a dançar no embalo das flores. Te tocar, propiciar sensação e cores.

Viver a tua realidade

independentemente de idade, no centro da cidade

tendo refúgio no campo.

Me entorpecer em teu ser, não me importar com o céu, não faria questão de descer

se aqui em baixo, encontrasse você.

Eu posso sumir, subir, sorrir,

existir com você.

Cheiro – 01/04/2009

Me pego aflito, pois é um dia difícil.

Me pego cheio de vontade, pois a distância é grande.

Me pego respirando, pois tenho que viver.

Me pego com um apego,

que se firma em forma de cheiro.

Aquele cheiro da cheirosinha que outrora olhava para o vazio de uma parede branca,

mas olhava ao meu lado.

Não, ela não se foi para sempre, mas até eternidade é relativa

e cada momento de incerteza e preocupação é uma 'eternidade'.

Que me deixou apenas teu cheiro,

doce, forte, afrodisíaco, apenas teu cheiro,

verde, oriental, inconfundível, apenas teu cheiro,

chato, sincero, e diário.

Vinte e quatro horas sem te tocar, apenas teu cheiro ficou no ar.

Esconder – 03/04/2009

A clave que vibra o martelo, pode ser em um suspiro singelo,

pode criar um forte elo.

Viver retendo notas, faz parecer que não se importa.

Olhe para o lado,

ela dorme como um anjo, olhe novamente, ela é um anjo.

Você pode sentir os mais lindos sentimentos,

você pode achar que ela sabe - ela pode até saber - mas você vai ver o quão bom é, para ela tudo o que você sente

dizer.

As vibrações de um Eu Te Amo podem dar a alegria que uma vida inteira não à deu.

O desabafo de um sentimento como este pode lhe levar mais alto que qualquer disco voador.

Você pode ter certeza que não será eterno, pode achar que não passará do agora,

mas o agora é onde vivemos , e o amor que se sente hoje nunca será como o de ontem, ou o de amanhã.

Olhe para o seu lado, ela ainda está no céu, ainda não acordou

para mais um dia neste mundo cão. Olhe para o lado, feche os olhos, você tem um pedaço do céu

para lhe servir de refúgio deste mundo cão.

Olhe para dentro de você, "Eu Te Amo !" não é vergonha de se dizer.

Versos de inverno – 11/05/2009

Versos no Inverno que te afastam do Inferno.

Sentar-me na íris de teus olhos,

Deitar-me ao som de teus sussurros.

E vê no Castanho-Claro-Quase-Sol a verdade sem explicação, E ouvir de teus Lábios-Quase-meu-Chão o que só quem ouve

pode ter noção.

Arranca da realidade, faz entender a felicidade,

são segundos, minutos,

nunca horas, mas cabe em todas as semanas.

Contam-se meses,

comemoram-se anos.

Mas a verdade é que poucos estão realmente Se Amando.

Eu,você – 19/05/2009

Eu, Você Uma vela, dois lençóis

dois travesseiros.

Eu, Você Um vento

sopra a vela mais ligeiro.

Eu, Você Intenso, louco

e pára o mundo inteiro.

Eu, Você a primeira vez

que perde-se a cabeça.

Eu, Você lembro e escrevo para que um dia não esqueças.

Eu, Você dois corpos em um uma mente em dois

Eu e VocêEu e VocêEu e VocêEu e Você como feijão e arroz.

Um dia – 24/05/2009

Um dia meus poemas podem perder as rimas, Um dia meus olhos podem perder o brilho,

Um dia meu sorriso pode deixar de contagiar, Um dia pode ser que minhas mãos não possam mais acariciar tua

face, Um dia pode ser que eu não possa mais proferir as palavras que

desejo, Um dia pode ser que eu não possa mais vencer obstáculos para

te ver, Um dia meus braços podem não conseguir te envolver,

Um dia eu posso não mais sentir teu aroma, Um dia pode ser que todas as flores murchem e não possa te

oferecer alguma, Um dia pode ser que as nuvens escondam o Sol para sempre,

Um dia pode ser que a noite já não tenha mais estrelas, Um dia pode ser que não haja como eu dizer,

Mas houve um dia em que eu pude dizer que AMO VOCÊ,

e depois disso, Ah! depois disso, tudo pode acontecer, mas nada mudará o que

acabei de escrever.

Ontem, Hoje, talvez amanhã, mas sempre para sempre, Sol, chuva, Neve ou Tempestade,

Saúde, Doença, Riqueza ou Pobreza, Sorrisos,Lágrimas, Raiva ou alegria,

Não emporta o que for, nosso Amor resistirá à todos os dias*.

Com fio – 18/06/2009

Dele só vinha notícia de Guerra, só relatos de baixas, pernas, braços e coração.

Dele só se queria distância, de toda aquela inconstância, de nunca se sentir a paz.

Ele antigo, imundo, parecia excluso do presente do mundo, aquele telefone antigo, que comunicou com ruídos que nada

era o que parecia ser.

Tocou mais uma vez quase mudo, quando tudo era um novo mundo. Trouxe medo, cautela e razão.

Quem seria tão antigo a ponto de ter algum motivo de fazer o telefone tocar?

Ele tocou, mas desta vez era um soldado,

inimigo refugiado, que queria apenas mais uma chance de ver no outro lado de um mundo, um ser humano sorrir.

Quando o alívio tomou conta, o celular tocou, e mais uma vez,

o presente falou: ---- Paz meu Paz meu Paz meu Paz meu Amor !mor !mor !mor !

Perfeita imperfeição – 02/07/2009

EEEEle gosta de japonês EEEEla só pensa em alemão

Ele vive na internet Ela vive sem isso

Ele torce em estádio Ela ri de torcidas

Ele vive em casa

Ela tem alergia à dela

Ela acredita que a dor é a essência da vida Ele acredita que a vida é relativa

Para ela espírito é palavra Para ele é uma verdade

Ela não acredita em fidelidade

Ele preza e se mantém

À Federal ela atribui quase santidade Para ele é uma restrita realidade

Ela odeia Holywood

Ele valoriza sua grandiosidade

Para ela existe utopia Para ele apenas vidas sem sonhos

Que combinação...

5555 mêses de perfeita imperfeição.

500 urbanos no século XXII – 12/09/2009

AAAAinda que eu cumprisse todos os desígnios dos anjos e transformasse todos os homens, sem você de nada valeria.

Ainda se eu soubesse de toda a verdade,

sem você, não entenderia.

Se pudesse caminhar entre o fogo, sem você, não arderia.

Se nascer aqui é ter que sofrer,

se você, Ele não me enviasse, não viveria.

Assim enquanto todos dormem agora, simplesmente sonho , te ter.

Mesmo que não seja hoje,

amanhã será;

Vocêocêocêocê

Tempo x Romantismo – 18/02/2010

TempoTempoTempoTempo contra romantismo, sem falar por achismos,

fruto da aplicação de métodos ciêntíficos, para quem não encontrou resultados magníficos.

BBBBoesia tradicional, de final da carnaval. Palavras emocionais de um simples mortal.

O romantismo que já vence, mesmo não sendo constante,

resiste ao seu surgimento distante, e até hoje aparece para conquistar donzelas.

O tempo em relação à conquista,

às vezes faz perder da vista o romantismo marcante. O tempo que passa arrastado até chegar a próxima carta,

o tempo que causa mágoa, quando ela não vem.

Ainstháin já me disse uma vez, que tudo é relativo então o romantismo que há no tempo

é relativo ao merecido namorado que se tem. Tem aqueles que passam ligeiros,

no google metem os dedos, conhecem rapidinho Shakespeare

e logo lhe leva no escurinho bem alí.

Tem o que só lhe chama de linda, mas sem perder a tina, chama a que dobrou na outra sala

de minha linda menina, esse é o João, que de tanto romantizar, ganhou o pré-nome de Dom e se imortalizou Dom João.

Mas o que todas elas reclamam, é que quando tudo já foi

consumado, quando todo mundo já se gosta, o danado vira as costas

e ao romantismo diz adeus.

Portanto minha menina, se ouvir palavras bonitas, corra no google e procure igual,

se for chamada de linda, olhe logo quantas lindas o danado há de ter,

mas se você não encontrar no google, é chamada de guria e todo dia lê "AmoTu",

desista de reclamar, pois feito esse só quem tem é tu.

Capítulo II

Submergir

Dois mundos – 08/04/2010 EEEExistia um ser solitário, que vivia em um novo espaço, recém descoberto pelo homem. Lá ele podia se comunicar facilmente com os habitantes do mesmo espaço sem estar próximo deles,e ainda podia comunicar-se com alguns visitantes do "antigo mundo" que passavam por alí apenas para visitar, ou mesmo para ter o primeiro contato. Um dia ele conheceu outro ser que lhe convidou à conhecer o "antigo mundo". Lá eles se divertiram, se conheceram, e acima de tudo, se gostaram. Perceberam os alguns defeitos e muitas virtudes um no outro, perceberam as necessidades, e constataram que passaram a necessitar da compania um do outro. Um que viva no Novo Mundo, outro que vivia indo e vindo, mas que tinha a cara do Velho Mundo. Não demorou para que eles compartilhassem seu dia-a-dia, seus gostos e desgostos, seus toques e seus beijos; tornaram-se mais que amigos. Planos se foram,planos se somaram.Dias e noites foram vivenciadas, fogueiras e fogos, taças e espumantes. Nada fazia a atmosfera escurecer, mais dias e mais dias, nada parecia fazer desaparecer. A amizade tornou-se amoramoramoramor. Tudo era perfeito, sintônizado e compartilhado. As dores repartidas, as alegrias intensamente vividas, os versos sempre dirigidos um ao outro, sem excessão.

Mas eis que algo parece mudar, amor, confunde-se com gostar, paixão com abraço de irmão. A dúvida começa a consumir as forças e sentimentos, professias antigas de partidas e predistinações ressurgem para aumentar a confusão. Aquele ser solitário, começa a se ver sufocado. As músicas mudam o sentido, os versos ganham lágrimas, os dias passam a ser chuvosos, as noites tornam-se frias, mas as tardes parecem ser quentes e vivas, cheias de novidades que lhe fazem pensar no que ainda há para se viver, e esquecer do que faz intristecer. Mas será que aquelas tardes deveriam realmente ser a solução para o amanhecer e o anoitecer ? A vida é imensa, e os mistérios seduzem o jovem ser. O sentimentos se confundem,fundem, e renovam. E o ser só tinha algo a fazer depois de trair a unidade que existia, só podia encarar suas dúvidas e decidir. Veio o tempo para pensar, para ponderar, todas as circustâncias, agravantes e amantes, todas as dúvidas e certezas, a separação e a união, o amor para sempre, ou a gélida distância de além galáxia. Tudo tão doloroso, difícil, pesado e no fim, não se sabe se ficou aliviado.

Deixou sua alma gêmea partir, não quis insistir e dar chance a uma nova dor. Até logo, ou Adeus, só o tempo dirá. A Força lhes guiará!A Força lhes guiará!A Força lhes guiará!A Força lhes guiará!

O que ficou – 26/04/2010

Que nadanadanadanada abale o que ficou. Que o que passou e não importou,

não passe a importar.

Que o que ficou não feneça à dúvida que restar.

E o que sobrou, apenas cresça.

AAAAmormormormor. O que passou e o que vier, não são nada enquanto entre nós dois eeeele ainda houver.

Pingos frios – 24/05/2010 OOOO jardim florescia depois da última enchente, o vermelho das rosas já podia ser apreciado pelos vizinhos.As rosas respondiam os cuidados do seu dono intensificando cada vez mais sua rubra cor. Num dia qualquer, com um clima qualquer, o dono foi chamado por um flor diferente que estava ali, quase de 'penetra' em seu jardim. Chegou junto àquela nova flor, que ainda florescia timidamente, e perguntou-lhe: - O que fazes aqui ? Eu que te plantei e não me recordo ? O vento fez tremer a flor e levou aos ouvidos do senhor a seguinte resposta: - Ah! Vi como cuidas de teu jardim, achei ser um lugar bom para tentar crescer, não sei explicar, mas queria apenas ficar. O senhor parou, não sabia o que responder. "Será que minhas rosas continuariam fortes ao dividir cuidados com esta nova flor ? " OOOOs dias se passaram e com os cuidados do senhor a florzinha penetra começou a crescer e se mostrar. Era azul, ainda tímido, mas o suficiente para chamar a atenção do senhor. Não era amor, pois não era vermelha e nem tinha espinhos (que

estranhamente haviam o conquistado outrora), mas era azul e combinava com o céu. Tudo estava belo, tudo andava em cadência harmoniosa. O senhor observava seu jardim todos os dias e sentava-se no terraço para escrever o que as rosas lhe diziam, por vezes comentava o que a flor azul lhe dizia. OOOO sol nasceu um dia, e a flor azul se mostrou intensa, o jardim ganhou beleza diferente, chamou atenção do senhor, que agora via que havia uma beleza diferente em seu jardim. Neste dia ele não saiu de casa, passou o dia observando as flores.Foi dormir com mais uma beleza na mente, podia sonhar livremente. No outro dia porém, ao chegar do trabalho, todo atordoado, viu que o céu estava fechado, uma grande chuva se armava. A preocupação já lhe envolvia. " Se chover, como farei para preservar minhas rosas ? E a flor azul, devo dividir minha atenção ?" A tarde se foi e a noite chegou e com ela o frio, os ventos e a ameça que assutava agora era realidade. A chuva caiu sem avisar, ainda não preocupava o senhor que encaminhava-se à janela. Afastou um pouco o vidro e colocou a mão para fora. - Impossível, as gotas da chuva não são tão frias assim ! Como nunca imaginou que conseguiria, desceu correndo para o jardim. E ao chegar, não conseguiu se mecher. Lá não chovia, pingava. Pingos frios, que tiravam a beleza de suas rosas,

transformando seu vermelho em marrom, e aquela azul cativante agora estava preta, envolta em mistério. As gotas não cessavam, e ele ficou alí, parado, observando, esperando o desfeixo de tudo, desejoso de outra vez poder reverenciar a beleza de seu jardim multicores. E alí ele ficou.E alí ele ficou.E alí ele ficou.E alí ele ficou.

Iluminada – 09/11/2010

Verter lágrimas, inverter mundos, converter mudos.

Quanta desordem a mente cria, de quantas lágrimas se viveria ?

Quanta dor na mudança de um amor,

quanta maldade em pensar em amizade.

Quanta tortura, até onde aturas?

Quanto medo, o quanto é novo, o quanto muda, o quanto suja?

Teu anjo é visível, também invisível,

ele volita, ele vomita.

Quanta luz, quero o SUS.

Para ver se curam minha cabeça,

que parece que não pensa, que parece que parou,

que parece que nem aparece.

Mas o que afinal me parece, sento e faço uma prece. A imagem não muda,

és minha pequena muda, que com carinho cultivei, que cresceu e mudou,

mudou, tudo mudou, ou nada eu sou ?

Como responder sem mente,

se meu corpo mente, o que minha alma diz,

como fazer parar de crescer o nariz. Devo parar de mentir.

Uma hora, um dia, sei lá,

só espero a minha verdade encontrar.

Teu anjo nunca te abandonará, mesmo que chores, que fuja,

que pense que nunca mais vai pensar, estará, amará, viverá.

Viverá detalhes pequenos

mas apenas de dois, que nunca se apagarão, que sempre viverão,

que sempre inspirarão, refletirão, desencarnarão, aprenderão, reencarnarão.

Ah se a vida fosse mais simples,

Ah se o quebra cabeças já viessem montados, se as linhas já fossem conectadas,

se a percepção voasse além.

Ah como a vida boa seria, se não houvesse despedida,

posse ou dor. Ah como sentiríamos a vida,

se não havendo isso, não houvesse AmorAmorAmorAmor.

Verão – Amar – Findar – 13/10/2010

O verão chegou e a estação que passou nos separou Quantos amores podemos oferecer, quantos amantes irão os merecer ????

Quantas coisas se passam, quantas coisas ficam ????

Quando é mais que um, ao mesmo tempo um, e sem um é um.

O sofrimento da partida, repartida, torturante, quando achar novamente aquela alegria vibrante ????

Mas quando foi perdida, se nossos átomos vibram constantemente ????

Basta se achar, basta se achar, torne a sonhar, desejar, pedir a D'us.

O verão chegou, mais uma estação para viver.

Feijão com Arroz – 25/10/2010

OntemOntemOntemOntem não pensava que hoje seria como hoje é.

HojeHojeHojeHoje penso, coerentemente que o hoje de amanhãamanhãamanhãamanhã,

hoje não podemos prever que será como hoje é.

Ontem, hoje e amanhã são a ilusão que divide

uma linha única-indivisível que tem como única certeza

a incerteza de arriscar.

Ontem, hoje e amanhã são grãos colocados em diferentes momentos

num único prato de feijãofeijãofeijãofeijão com arrozarrozarrozarroz.

Tempestade – 27/10/2010

A tempestade passou, encobriu tudo, diluiu tudo, mudou tudo.

Amor agora, ódio é.

E agora o que o destino quer ?

Um post que não tinha – 27/10/2010

O sentimento parecia sobreviver, as letras ainda saiam da mente e tomavam a tela.

O amor parecia se tranformar,

as letras pareciam apenas mudar o sentido, amizade talvez.

Parecia que seria diferente, o odio não existiria entre a gente.

Parecia que eu tinha feito do jeito certo,

mas não estávamos preparados para qualquer jeito.

O som cessou, os olhares se separaram, as mãos partiram para longe,

o risco na pele agora é para lembrar que o amor não existe.

Tudo o que havia de se escrever, virou um post que não tinha:

letras,

imagens, memória.

Teor Etílico – 09/11/2010 Uma estação se deitou, levou as chuvas e as gotas geladas. O sol nasceu para reinar em sua passagem, fazendo brotar uma

nova paisagem. As noites ficaram sem retorno.

Os dias ganharam novos adornos.

Os copos perderam os donos, as taças ganharam um teor etilico.

Para afogar, desaguar nos rostos. Para deixar dormente o coração que sente. O ritmo das batidas seguem o descompasso da estação,

o vento gira, não é mais brisa, é furacão. Antes que a estação acabe,

se acabarão litros de vinho, cachaça e vodca, para saciar a vontade que não quer passar.

Deserto (Noturno) – 18/11/2010

Invadi seu mundo noite passada, assim como invadiste o meu pela manhã, mas fui mais longe, observei o que você não notou. Vi que nele há dúvidas que nem eu poderia responder. A cada pergunta sobre a separação que te faço, me sinto mais distante do seu mundo, às vezes não seria motivo, mas simplesmente me desloca. Eu não sou mais o que fui, mas sou tudo de ruim que sempre serei. Você não vive mais no mesmo mundo, mesmo que penses que vive. Estás em movimento, és observada por outros olhos, se abrem novas portas ... será que deves deixar o barco passar ? Meus defeitos serão os mesmos, minha juventude não sei quando vai passar, minha velhice só tende a piorar, minha bipolaridade é nova, mas vai custar a passar. Minha melancolia me comanda, me manda para uma depressão que não está querendo passar não. E agora, o que desejo a ti ? Ficar aqui só te machucará, não posso mais ser o otimismo da sua vida, não posso mais parar de pensar nos outros olhos que

não deixo te tocar, das novas portas que não te deixo adentrar, do que acontecerá em seus novos momentos em movimento. Eu não posso saber o que é melhor para você, mas se eu tiver certeza que é pior, irei para nunca mais voltar, sim, não iremos deixar de amar, não há vida sem amor, e não há amor sem dor. Dor da partida, dor da troca, dor da falta, dor da palavra mal colocada, dor do olhar de canto de olho para outros olhos, dor de ser trancafiada, dor de amar sem ser amado, dor de amar outro amado, dor de mais dores,mas tudo vale pelos amores.

Hoje sou teu pesadelo no cochilo da tarde, teu "tudo bem" sem nada bem, tua companhia cheia de melancolia, teu meio amor meia dor. O que queres ainda aqui ???? Longe disso tudo não ficarás sozinha, há outros, muitos outros.

Silhueta – 20/11/2010 DuasDuasDuasDuas horas da manhã. TrêsTrêsTrêsTrês horas da manhã. E ela lá ao meu lado, de olhos fechados, cabelos jogados no travesseiro, respiração compassada, pele macia, e todos aqueles sinais sinalizando para mim pela última vez. Qualquer que fosse a posição que me colocasse na cama não conseguia dormir, por mais que minha consciência soubesse que tudo seria necessário, minha alma teimava em querer prolongar aquela imagem. A luz de fora do quarto conseguia passar pela cortina, mas não pelo seu rosto, que marcava a luz com uma escuridão profunda. Deixei o mundo morrer e não tirei os olhos daquela escuridão, que foi se movimentando diante de meus olhos, foi se formando um buraco negro naquela negra face. E foi me puxando para um lugar que ninguém pode evitar, Memórias. Memórias que ficarão marcadas em fotografias, vídeos, pensamentos e desalentos. Memórias construídas por um sentimento que já foi o maior do mundo por um instante e fez nascer vários ao redor, um Big Bang de sentimentos que mesmo

que quisermos, não morrerão, por que Memórias não morrem, no máximo elas dormem. E sem sair do lugar alcancei o céu novamente e rapidamente criei o inferno, foram segundos de escuridão, depois voltei para alí, onde não se sabia onde estava, ou o que se passava. O tempo tinha congelado, assim como suas lágrimas e suas palavras. E o tempo foi passando, e o solsolsolsol foi raiando, e desvelando sua face enquanto meus olhos fechavam, e quando você pela última vez ficou clara aos meus olhos, lhe guardei. Você se foi, jurando que nunca mais iria voltar, mandando eu lhe matar em mim, assim como você me matou em você. Acorde, viva, dormirás novamente para sonhar mais uma vez.

Versos submersos – 16/12/2010

Estive louco e não te afastaste, estive ébrio e não notaste,

estive longe e te aproximaste.

Hoje os versos de outrora submergem, na minha loucura,

minha falta de candura, minha embreaguês de medo.

Ontem o vento te trouxe ao cais, meu oceano não te cobre mais,

e agora será que tudo realmente se desfaz ?

Todas as alegrias não foram tão vividas assim, só verei dor em tua face frente a minha,

é assim que todos previam, é assim que tuas letras se encontrarão às minhas ?

O quanto de gratidão pode-se sentir

em meio a multidão de dor e 'humilhação', paralelo ao vértice separado de tanta emoção?

O amor intenso de nossos versos submergem na minha loucura,

na minha embreaguês, na minha distância, na minha dieta secreta que só você sabia.

Diferença, ego e amor – 11/02/2011

Diferenças de crenças, diferenças por vezes amenas.

Diferenças imensas, diferenças pequenas.

Mas não são só diferenças.

São buracos cavados com erros,

bases para uma parede de desapegos. Embates mais para menos,

conflito de egos.

Mas não são só egos. São sentimentos cegos,

buscando enxergar mais do que podem os velhos. Que não enxergam que a diferença,

é como se é amada.

Mas não é só amor.

É um muro que se ergue, é a palavra que se perde.

Uma mistura de inseguranças, desejos e crianças.

É a fuga da esperança.

É o assassinato dos meus amores, e sem eles, como poderei amar a ti ?

Conjugando a crise – 29/03/2011

Eu lembro quando era eu que escrevia, eu lembro quando você me respondia.

Eu lembro quando nada existia,

eu lembro quando você não insistia.

Eu lembro quando eu era seu único fã, eu lembro quando eu era seu único ídolo.

Eu lembro quando tudo era diferente,

quando não se explicava, procurava, mostrava.

Eu lembro quando a única razão era existir, eu lembro quando passou a se exibir.

Eu lembro com nostalgia,

eu lembro o que a gente queria.

Eu sinto que sei que sou bem menor para você.

Eu sinto que o tempo foi veloz.

Eu sinto que lembranças não voltam, permanecem.

Eu sinto que nem tempo tenho para te sentir.

Eu sinto que até meus pensamentos se dividem por ti.

Eu sinto que eu não sou mais tão grande assim,

dentro de ti.

Amante assassino – 03/04/2011

Mesmo sem tempo, arrumo um tempo para escrever. Somente para dizer que nada mudou dentro de mim,

mas muito mudou por aí.

Isso não é para ser poesia, nem pretende ser nada novo. Até por que isso é bem difícil de surgir. "Nada se cria, tudo se transforma".

Renovar.Renovar.Renovar.Renovar.

Não existe mais essa palavra para nós, sua audácia lhe

fez encontrar o punhal que eu havia escondido, pois sabia do seu amor pelo suicídio.

Morreste. Morreste. Morreste. Morreste.

Morreste com meu punhal encravado no meio de tuas costelas, morreste vendo diante do espelho a minha assinatura na lâmina

que te ceifou da minha vida.

As coisas que acontecem nunca serão apenas brilhos, e minha mente

sempre carregará lembranças. Ficam "os laços invisíveis que haviam", e as feridas visíveis que

não nos deixarão esquecer.

Aprendi a ser mais frio enquanto carreguei você,

o ruim disso e que parece que não dói. O ruim disso é que só demonstro alteração quando a raiva me

consome, e reina o semblante de um assassino - como agora - .

Raiva. Raiva. Raiva. Raiva.

De saber que poderíamos ser mais se eu fosse mais, ou poderia nem estar

pensando em você, se tu fosses menos. Raiva do amanhã.

Enfim, morta. Assassinada, como nunca esperaste, como nunca

entenderias.

Sorrisos, luzes e som – 10/04/2011

O jogo de luzes iluminava a solidão da noite. Eu olhava e tudo girava ao meu redor.

Distante eu vi, mais um sorriso que abria o caminho em meio a todos aqueles olhares.

Eu sorri de volta, e aquele sorriso agora pedia meu olhar. Assim,

meus olhos buscaram aquele olhar não tão estranho assim. Cruzamos a multidão de corpos que movimentavam-se

frenéticamente. E nossos olhares pediram nossos lábios, que se encontraram num erro nem tão errado assim.

Nossa solidão adormeceu por algumas horas naquele dia. Os maestros da minha recente história entraram em cena, apenas

para me tirar da inércia e lembrar-me que aquele sorriso não me tirava da solidão.

Até o dia amanhecer tive luzes, som, pele e sorrisos; depois

estava novamente sozinho, envolto no ar frio de um amanhecer chuvoso.

Início de novos dias, vazios dias. Dias que abrirei os olhos sem ser algum para sorrir para mim um sorriso sonolento; dias que levantarei para alimentar meu corpo,

rodeado de vazio na sala de estar.

Capítulo III

Próxima Estação

Próxima Estação – 11/05/2011

ChegouChegouChegouChegou a hora de descer, o mundo lá fora irá me fazer crescer.

ChegouChegouChegouChegou a próxima estação,

tudo o que passou ficou gravado no meu coração. ............

Chegou Chegou Chegou Chegou a próxima condução, é a hora de viajar para outro luar,

hora de ver o sol nascer de outro mar.

☼ E aqui termina, todos os versos e prosas, que esse ciclo de segundos pode escrever nas páginas da minha vida. Eis que desço em uma nova estação para escrever novas letras e estrofes de uma vida cheia de rimas e poesias, dores e amores.

Capítulo IV

Final

O canto do meu Conto

Impossível – Junho/2009 Estava um dia, perdido num mundo perdido, e os dias de sol só queimavam a epiderme, e os dias nublados o faziam sentir-se um verme. Tudo banal de mais, tudo superficial de mais, tudo americano de mais. Ele perdia o pudor, não se importava com o fedor do mundo, vivia por preguiça de morrer, por que aqui, já não tinha mais nada para ser. Suas poesias eram em japonês, seu sonho era dizer "quero morrer" em francês, para poder o fazer de forma artística, arte era sua paixão, mas não o seu dom. Ninguém o aguentava, os que contradizem isto é por que só o viviam por alguns minutos. Sempre o perguntavam; "porquê não falas quase nada ? "porquê não falas de amor ?" porquê eu não te entendo ?" Ele nada falava, ele nada queria voltar à sentir, ele não queria se fazer entender - e nem nunca vai querer -. Ele vivia no século digital, no século em que nada era acaso, tudo era programado. O cinema tinha cores, os atores tinha fala, o teatro esquecido, a arte coisa para rico, o senso comum opressor e divisor, a vida alheia mais conhecida que a própria e a praia poluída por gente e tubarões. Todo dia era o mesmo dia. Um dia ele decide tentar mudar.

Pega um ônibus. Espremido para entrar, cata as moedas para pagar, usa até o dinheiro do picolé, a passagem aumentou enquanto ele dormia. Ele quer mais uma vez ir ver o mar, e quem sabe ele perdesse a preguiça e fizesse do passeio o último antes de buscar o dia eterno. Subindo no ônibus ele vê um assento que ele poderia se apoiar em pé, nele está sentado um casal de meia idade, boa aparência, roupas daquelas que são bem normais mas que de longe dá para saber que são de marca. Ele se dirige ao lugar, batendo o braço involuntariamente em algumas cabeças, pisando algumas sandálias; ao chegar se posiciona para enfrentar a viagem e percebe que o casal é realmente um casal e estão de mãos dadas. Ele tinha no punho direito uma tatuagem com o nome Luísa e a metade negra do Yin-Yang depois do nome, ela tinha o nome Yuuki e a metade clara do Yin-Yang antes do nome tatuados em seu punho esquerdo. Ele adorou as tatuagens,- para ele tatuagem era arte -. Depois de comuns dez minutos pensando na chatice que era andar de ônibus ele parou para escutar a conversa que acontecia entre o casal. - Quanto tempo fazia que não andávamos de ônibus amor! - disse a mulher, provavelmente de nome Luísa. - Verdade! Pelo menos o retorno nos reservou assentos vazios!- disse o homem, provavelmente de nome Yuuki, ou ao menos

apelido. - rs ! É ! - concordou entre risos a Luísa. - Pena que você vai descer daqui à pouco. Veja se eles concertaram direito, e vá correndo para o lugar de sempre. - recomendou Yuuki. - Tá certo, pode deixar, mas aproveite a viagem por mim. - disse Luísa com um sorriso no rosto. Ele já ficou feliz por saber que iria sentar-se em breve. E depois de dois minutos aconteceu, ela desceu do ônibus em frente à uma oficina e ele sentou-se ao lado do Yuuki.

~ Sentou-se ao lado de Yuuki. Ligou seu MP4, sempre tão perto e tão certo de lhe trazer o desligamento momentâneo do mundo, que sempre quis definitivo. A praia era distante, quanto mais longe da civilização de incivilizados, mais pura era. Como nada é perfeito, principalmente com ele, a bateria do MP4 chegou ao fim com meio caminho andado. - Saco ! - resmungou. - Sempre acabam quando precisamos de verdade. - comentou Yuuki sorridente. - Pois é, deveriam durar mais; "tudo que é bom, dura pouco" - disse nosso amigo com cara de poucos amigos. -Ah! nem tudo meu rapaz! - discordou Yuuki.

- Meu rapaz ? Acho que meu avô diria isso - pensou ele -. É ? E o que é bom e dura ? - perguntou. - Bem, você não é tão novo assim que não já possa saber, mas, o amor é uma coisa boa e se for verdadeiro, dura muito. - disse Yuuki olhando para a tatuagem. -D'us do céu ! Eu mereço ? - pensou ele virando os olhos. Particularmente, em meus vinte anos de vida, nunca presenciei situação que possa lhe apoiar nessa afirmação Sr.Yuuki. - disse, com preguiça na fala. -Ah! então você sabe ler hiragana ? ( as tatuagens estavam escritas em japones ) Vejo que você é inteligente, então vai entender o que lhe digo. Você não me conhece, mas se sabe meu nome, sabe que esta tatuagem se completa, e a quase 24 anos tem sido assim. Sempre tive uma vida segura financeiramente quando jovem, alguns poucos bons amigos, mas sentia que faltava algo, que nem comprando por encomenda os livros de Tolkien, ou comprando os melhores videogames, supriram esta falta. Tive algumas garotas, e todas me deram carinho, mas nunca supriram esta falta; na faculdade, a vida era intensa, mas não foi isso que suprimiu esta falta. Foi em um cinema lotado que uma garota sentou na escada do meu lado por não haver mais lugar, e eu lhe ofereci por impulso, - na verdade acho que foi pelo decote -, o meu lugar. E até hoje ela supre esta necessidade,- até de carro entende, e foi buscar o nosso na oficina-. É verdade... pode ser que isso não dure mais. À traí semana

passada por besteira carnal, e não consigo mais esconder. Contarei a ela hoje e o resto só D'us pode dizer. - disse Yuuki com ar de tristeza. - É, pode até ser. Eu até gostaria de conversar mais sobre isso, mas eu desço na próxima. Espero que hoje sua teoria seja comprovada e vocês continuem juntos. - disse o impaciente levantando-se e dirigindo-se à saída do ônibus. Ao descer do ônibus ele resmungou: - Tá aí a propaganda enganosa mais antiga do mundo. Casamento ! Ser fiel, amar respeitar na saúde e na doença, ah (!), e o pior, na riqueza e na pobreza. Já desisti disso. - e do que não desisti ? - - Ah! praia ! Quanto tempo não nos vemos ?! - fala ele entre risos como se encontrasse um velho conhecido.

~ E nosso companheiro dirige-se para perto de um coqueiro, onde encontrara a sombra que precisava para apreciar o mar sem o sol lhe torrar. O céu não ameaçava desabar, o mar estava calmo, na praia apenas duas famílias e uma idosa na varanda de sua casa de veraneio. O coqueiro, não sei porquê ( ou por que eu quis ) se posicionava estranhamento próximo ao mar.

((( ♪ Te encontrar num Dia Azul, pegar na tua mão, bom te ver e enxergar uma nova dire... ♪ ))) - Aff! - resmunga ao ver a foto de uma 'amiga' indincar quem lhe telefonava. Rejeita a ligação e desliga o celular. -Pois é! Estou rejeitando sexo, e daí ?(!) - esbraveja atirando o celular na bolsa. De onde tira uma garrafa de água, e dá alguns goles. Nosso amigo, como já foi dito, gostava de escrever poesias e pequenos textos - em japones, mas escrevia -; aproveitou a paisagem inspiradora e contrastante com a inquietude de duas crianças que lá estavam, para escrever. Não compartilho com vocês por que não entendi, e muito menos saberia escrever. Depois de muito escrever e apreciar, ele deita-se em sua mochila -agora travesseiro- e dorme. 1,2,3,4,REM...sim, ele começa a passear pela faculdade do 7º sentido adormecido. Ele é criança,brinca no terraço com uma menina.

Olhos pretos, cabelos cacheados como de figuras angelicais, vestido azul claro, pele morena clarinha. Eles brincam de carrinhos, ele com seus carrinhos de sempre, ela, desta vez trouxe um carrinho seu, que ele tinha certeza já ter visto em algum lugar. Era muito mais excitante que os seus. A mãe dela a chamara para sabe-se lá o que, e ele aproveitou para esconder o carrinho que ela trouxe. Ele é jovem, está deitado em sua cama, vestido apenas com um lençol jogado na cama.Na porta surge uma bonita e atraente loira de belas curvas enroladas em uma toalha. Mas não era uma qualquer, era a ex-namorada de seu melhor amigo, agora a sua. Ele é ele, e caminha na penumbra sem saber onde está, ou para onde ir. Depois de alguns minutos de caminhada desgovernada, surgem algumas janelas ao seu redor, ele pára, não sabe o que fazer. Ele abre uma janela, e se apaixona ao ver um corpo luminoso, não tinha sexo aparente, mas lhe causava paz, prazer, segurança. Mas era apenas uma imagem. Abre outra janela e uma garrafa vem em sua direção... Ele acorda com a água tocando seus pés. E por mais estranho

que pareça, o mar lhe trouxe a garrafa que vinha em sua direção no estranho sonho que tivera.

~ Ele viu aquilo incrédulo, primeiro que era a mesma garrafa de seu sonho, segundo que apenas em filmes uma garrafa-mensageira aparece na frente de alguém. O sol já começava a despedir-se quando ele se levantou, arrumou suas coisas e pegou a garrafa para retornar à sua origem. Estava à espera do ônibus quando resolveu ler o que tinha dentro da garrafa.

" Sua vida ... ( estava borrado, de alguma forma água entrou na garrafa ) encontre-me: Av. Monte Castello nº 33 " O ônibus chegou no exato momento que ele leu o endereço. Chegando em casa jogou todas suas coisas na cama e foi acessar a Internet, afim de descobrir algo sobre o endereço. Sua página inicial era a página da BBC Brasil e lá estava a notícia:

" Morre o Rei do Pop: a multidão homenageia Michael Jackson. "

- O que colocaram no atestado de óbito do falecido ? Negro ou Branco ? Vai ver ele deu uma de Raul e forjou a morte para se livrar desses fãs chatos.

" VOCÊ É NOSSO VISITANTE Nº 1.000.000 ... Sua vida não será mais a mesma depois de clicar aqui " Realmente, um vírus lhe infernizaria ao menos um dia de sua vida. Ele finalmente acha o endereço. Lá está; Tocantins, Av. Monte Castello nº33 Era algo realmente idiota, sair de Pernambuco para Tocantins por causa de uma garrafa que pode ter sido lançada à anos no mar. Pois é, mas a vida era muito sem graça e previsível para o nosso amigo. Em um mês conseguiu fazer um trabalho como Web Design e obteve o dinheiro necessário para uma visita ao Tocantins. No vôo 737 às 06:20h da manhã. No meio do vôo ele se levantou para ir ao banheiro, e no meio do caminho avistou um japonês familiar, se aproximou e constatou a suspeita, era o Yuuki. - Bom dia Yuuki! Que coincidência! Como você está ? Contou à sua mulher ? - Surpreendeu nosso amigo ao falar com o japa.

- Olá meu jovem. Estou atendendo à um chamado vindo de Tocantins. Pois é, contei... foi muito pesado, ainda estamos casados, mas ela pediu um tempo de separação para avaliar se seria possível a continuidade de nosso relacionamento. E você, o que vai fazer no Tocantins ? - Eu também recebi um chamado, mas creio que seja bem diferente do seu. Mas, vou indo, senão faço papel de criança no meio do avião. - despede-se nosso amigo, que só queria matar a curiosidade da reação da esposa do japa.

“Glorie-se minha alma no Senhor; ouçam-me os humildes, e se alegrem. Salmos 33 . 3”

Estava riscado na porta do banheiro. "D'us está em todo lugar... $%#& !!! Ele está vendo eu mijar !!" - pensou entre risos. Poxa, acho que até vandalismo em nome de D'us é justificável; não bastassem os milhares de panfletos que as pessoas jogam na rua até mesmo sem ler, as árvores derrubadas para isso, e aquelas que, como os muros, são pintadas com "ataques bíblicos" à outras religiões, esse povo vem até aqui para emPREGnAR !!! Que outro D'us me dê paciência, por que o desse povo só me dá raiva.- Pensa nosso querido e delicado companheiro –

~ Chegando lá, a vontade de 'resolver' tudo é enorme, não perde tempo e parte em busca do endereço da garrafa. Era um dia qualquer, mas não como qualquer outro, ela sentia. Deitada em sua cama, lá mesmo ficou para alimentar seu corpo, já que a alma simples assim não seria. Providencia trazer toda aquela beleza de outro dia. Mais dia, menos dia, tudo por uma hora que demorava e não vinha. Av.Monte Castello - Aqui é a Av. Monte Castello ? - Sim senhor, é sim. - Onde fica a casa nº33 ? - Ah! É da garrafa é ? Esse nº não existe mais. Agora essa casa é a nº 103. Vá em frente, dobre na segunda à direita, a casa com o mais bonito jardim, pode bater. E foi o que ele fez. Ela olhava da janela, a diferença do dia. Todas as flores lindas como sempre, algumas nuvens se juntavam no céu e lá estava ....... a diferença do dia; desce do taxi um rapaz de óculos, uma singela flor nos braços, que dali não se podia dizer a espécie. Seu frágil coração acelerou como deveria se esperar em um dia diferente. Ela se poupou e foi para a cama.

Alguns minutos depois escutou o barulho na porta: Toc,Toc,Toc ! - Por favor, Entre! Lá estava o jardim mais belo da rua. Ele desceu e dirigiu-se à porta, bateu e foi recepcionado por uma senhora que prontamente, sem muitas perguntas o fez entrar. Quadros, murais e fotografias decoravam a sala da casa, cada obra lhe excitava de forma rara, e todos eram de uma só autora, A Garota do Sótão. Subiu as escadas guiado pela senhora, e lá estava, O Sótão. Não era escuro no momento, mas ele conseguia ver uma luz maior que a do ambiente fugindo do sótão pelas Frestas da porta. Ele se aproximou e bateu na porta: Toc,Toc,Toc! Por favor, Entre ! - foi a resposta que obteve. Ele abriu a porta, olhou para dentro do quarto , escutou um bip, era um monitor de batimentos, andou com o olhar e acabou cruzando com o olhar da mulher, de olhos negros , pele pálida e macia, cabelos pretos, compridos e lisos, mas sem brilho, lábios mais perfeitos que qualquer desenho. Era ela ...

A porta abre, depois de notar detalhes, finalmente, aqueles olhos agora são seus também, um fio que se esticava por quilômetros e nunca foi tão linear, dessa vez encurtava para poucos metros em comunicação arrepiante. Era ele ... Uma gota caiu do céu, mas não tocou o chão. Aquela mulher, com uma doença terminal, do que nunca começou, teve sua recompensa por tudo que passou. Lá, antes de sofrer , ela pediu ao Pai:

"És Luz, és Compaixão, tens minha devoção. Sei que mereço e preciso sofrer, pois muito tenho que aprender. Mas por favor, meu Senhor, no sofrimento derradeiro, fazei com que 'minha razão' me lembre toda a paixão, me lembre toda sua luz com um simples trocar de visão." E assim foi feito. A vida dele não teve razão, sofreu essa vida terrena, de provas e expiação, por um único motivo. Porque na eternidade ele foi mais que um amigo. O seu amor por ela não é daqui, é de mais de que a mente possa imaginar. E aquela gota tocou o chão. Era raro, era voraz .......

Seu coração explodiu .... Ela sofreu, ela aprendeu, ela morreu. E ele, seu eterno amado, soube por que viveu, e como motivos mais não tinha, caiu no chão e faleceu. ~ Essa foi a história de um Amor IMPOSSÍVEL de um normal humano compreender.

Existiu por que sofreu, Sofreu por que existiu.